VÍR ULA
Jul/Ago/Set 2022 Ano 10 | Edição 60 R$10,00 ARTHUR GREGÓRIO VALÉRIO Psicanálise e a importância do irracional &PONT
ÍNDICE
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO 2022
Pág. 1 - Arthur Gregório Valério
Pág. 2 - Publicidade
Pág. 3 - Índice, Editorial e Expediente
Págs. 4 a 6 - Matéria de Capa
Pág 7 - Histórias de Irene - Irene Coimbra
Pág 8 - Dentro do seu abraço - Maria Alice Ferreira da Rosa
Pág. 9 - Para a Profa. Odete Baraúna - Maria Luzia M. Graton | Livro Infantojuvenil: A viagem de um me nino à terra dos dinossauros por Ricardo Moura Faria Pág. 10 - Insônia por Cidinha Faggion | Alvorecer - Adriano Pela
Pág. 11 - Cantinho Literário de Bridon e Arlete
Pág. 12 - Poetas em Destaque: Nelson Jacintho, Ide mar de Souza, Luzia M. Granato e Alceu Bigato
Pág. 13 - Poetas em Destaque: Fernanda R-Mes quita,Maria Auxiliadora N. Zeoti | Artista Plástica em Destaque: Licia Valim Pág. 14 - Poetas em Destaque: Simone Kalil Neves, Cecília Figueiredo, Ricardo Glielmi e Fátima Monteiro Pág. 15 - A primeira palavra a gente nunca esquece! - Fernando de Oliveira Cláudio
Pág. 16 - Livros em Destaque
Págs. 17 e 18 - Homenagem a Francisco Alberto de Moura Duarte por Nelson Jacintho e Irene Coim bra
Pág. 18 - E tudo isso, tragicamente... - Perce Polegatto
Pág. 19 - Bodas de Diamante de Neusa Bridon e Ari José Garcia Págs. 20 e 21 - Fotos do Sarau de Lançamento da 59ª. Revista Ponto & Vírgula
Pág. 22 - Participantes do Estande Ponto & Vírgula/ FUNPEC, na 21a. Feira Internacional do Livro de Ri beirão Preto
Pág. 23 - Publicidade
Pág. 24 - Foto em Destaque - Aline Cláudio
E lá se foram julho, agosto e setembro!
Com eles, felizmente, a pandemia Coronaví rus parece ter ido também!
Graças a Deus, tudo voltando ao normal!
Eventos culturais presenciais voltaram a acontecer e, um dos maiores, a 21ª Feira Inter nacional do Livro de Ribeirão Preto, aconteceu de 20 a 28 de agosto!!!
Nós, da Revista Ponto & Vírgula, em parceria com a FUNPEC, mais 16 escritores indepen dentes (vejam na página 22), tivemos o prazer de participar desse importante evento!
Nove dias de muito trabalho, mas também de muita alegria e confraternização entre escritores, poetas e leitores. E, nesta edição, é com muito prazer que destacamos vá rios escritores, poetas, a artista plástica Licia Valim e, pela segunda vez, o jovem escritor, Arthur Gregório Valério!!!
Arthur, Psicanalista Clínico e graduando em Medicina, acaba de publicar seu quinto livro, “Na sombra de um Anjo”! Sempre procurando alçar voos, cada vez mais altos, é digno de nossa admiração e sempre merecedor de destaque!
Um pouco mais sobre ele conhecerão nas páginas seguintes.
A você, leitor/a, desejamos uma boa leitura e o convite para juntar-se a nós!!!
Irene Coimbra Editora
EXPEDIENTE
Direção
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Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 3
Geral: Irene Coimbra de Oliveira Cláudio - irene.pontoevirgula@gmail.com Edição: Ponto & Vírgula Editora e Promotora de Eventos | Diagramação: Aline Cláudio Impressão: Ribergráfica - A Cor da Qualidade | Fotos de Capa e Matéria: Anderson Ottani
na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! Mídias: Impressa, Digital e Audiovisual. Publicidade e Venda: Irene – (16) 3626-5573 / WhatsApp: (16) 98104-0032 Tiragem: 1 mil exemplares impressos Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial.
Foto: Fernando O. Claudio
Editorial
Arthur Gregório Valério
Arthur Gregório Valério nasceu dia 02 de fevereiro do ano 2000, em São Carlos/ SP. É Psicanalista Clínico (SPSIG/2022), escritor romancista, poeta e ensaísta; autor de cinco obras publicadas, sendo elas O Retrato (2019), Um Breve Ensaio Sobre O Jardim (2021), Dignidade e Tragédia (2021), Por Acaso Coração (2022), e Na Sombra de Um Anjo (2022).
É graduando do curso de Medicina da Universidade de Araraquara, onde exerce o cargo de Di retor de Ensino na Liga Acadêmica de Saúde Men
tal e Psiquiatria (LASMEP) É, também, membro do Núcleo de Saúde Integrativo (NSI) de São Carlos, que reúne profissionais da saúde de diversas abordagens.
Colunista da Revista Ponto e Vírgula de Ribeirão Preto, membro da Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto (CPERP), do Fórum Literário e Artístico de São Carlos (FOLIA – SC) e do Coletivo Librum na mesma cidade.
Foi capa e destaque da Revista Ponto e Vírgula, na edição de Julho/Setembro/Outubro de 2021, e publica constantemente seus poe mas e contos na mesma. Seus textos, compostos por ensaios filosóficos, contos, poemas, e narrativas em romance, abordam a fragilida de da vida humana e de seus va lores, bem como sua relevância e dignidade.
4 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022
Psicanálise, o homem, e a clínica
Por Arthur Gregório Valério
Psicanálise é uma forma de tratamento do sofrimento psíquico. Foi inaugurada, ou descoberta como querem alguns, por Sig mund Freud, na virada do século XIX para o século XX. Freud era um neurologista que estudou o fe nômeno clínico da histeria junto de grandes nomes de sua época, como Charcot e Breuer. Mas até aqui todos já sabem a história, ou pelo menos ouviram falar. Aqui meu objetivo é abordar outro óbvio, não a historiografia da psicanálise, ou a elucidação de alguns de seus conceitos, não, o óbvio de que falo é aquilo que todos parecem reconhecer, mas que no final das contas não é tão simples assim. O que trago nessa reflexão é pungente, é algo tão claro que se esconde embaixo da própria luz, e esse óbvio é: a psicanálise não passa de uma ideia clínica aplicada ao homem, talvez a única que já houve, ou no mínimo a mais coerente com o aquilo que o processo de saúde e doença nos mostra.
A psicanálise pode ser feita pelo médico, pelo psicólogo, ou por alguém que não é nenhuma das duas coisas. A psicanálise é também e, talvez, tenha isto como premissa, um método para o estudo do sujeito. Porém, há algo nesse estudo, nesse método, nessa filosofia (grosso modo), que nos remete a afirmação que escolhi para dar início a esse texto: a psicanálise é um tratamento, e como todo tratamento, se dirige a quem sofre. Portanto, com psicanálise agora já podemos compreender um acesso ao sujeito, ao humano, por via (a partir) do seu sofrimento (neurose, psicose, e muitas outras patologias).
Ademais, é importante aqui frisar uma severa injustiça dirigida contra essa “filosofia” que compreende o homem a partir do seu adoecimento. A injustiça consiste em acusar a psicanálise de redu zir, desmerecer, desfigurar, ou até mesmo restringir o significado do nosso existir, haja vista que compreender o homem a partir de suas mazelas psíquicas parece algo estranho para quem está de fora da dita “área da saúde”. Eu próprio já cometi essa injustiça, e com unhas e dentes condenei a teoria e a técnica psicanalítica. Mas como todo rebelde,
tive também minha “conversão”, melhor dizendo, tomei algumas doses de moderação e repousei sobre a observação da real situação do homem, so bretudo em meus estudos ao longo da formação na carreira médica. Assim, pelo mais convincente que seja nos atentarmos para os conceitos polêmicos e chocantes da psicanálise, acusando-os de serem apenas absurdos e imoralidades, como é o caso do complexo de Édipo, em que os filhos dirigem exa geradas descargas de afeto, libido e ódio para os pais, e os tomam como modelo ideal ou reprovável de parceiros na vida amorosa futura, na medicina aprendi que esses mesmos absurdos e imoralidades é que nos ajudam a compreender nossos pacientes e suas dores. E isto, de fato, acontece, pois, diferen te das demais escolas de pensamento especulativas, a psicanálise não é uma mera filosofia, ou uma indagação conceitual sobre a vida e suas curvas, mas sim um método, uma técnica comprometida com a cura, ou no mínimo com o alívio, com a aproxi mação do homem diante de sua dor; ela é de fato um método que nos assegura a esperança através da compreensão, e não quer nos trazer uma compreensão que nos torne ainda mais atormentados! E esta compreensão, por fim, não foge da verdade, mas a verdade que encontramos nas análises, já não é a verdade última sobre o homem, tão pouco so bre o cosmos ou a origem distante das coisas, mas se trata de uma verdadezinha miúda, muito pessoal, às vezes infantil, e que pode até nos parecer engra çada ou absurda de início e, talvez por isso, seja de uma vez por todas, a verdade que nos liberta!
No mais, a psicanálise nasce da situação clínica, ela não foi parida por seus pensadores e teóricos, mesmo os que considero mais geniais como Freud e sobretudo Melanie Klein, não, a psicanálise vem dos nossos pacientes, do que eles nos trazem de seu dia a dia, e do que traduzimos dessas suas experiências, e é a eles, e as suas experiências, que ela deve servir, servir como um acesso comprometido com o indivíduo, com o seu penar e sua história única, his tória essa impossível de ser elevada ou apreendida pelas numerosas vozes da multidão humana.
Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 5
Poemas de Arthur Gregório Valério
Entre parênteses
Uma soturna sombra ronda meu ser-entorno. Ela não tem rastros, nem evidências que deixou, porque lhe arranquei os olhos, mas lhe dei direitos. Porque lhe tomei o valor de-ser-algo a mais ou a menos do que a dor. E assim, me resta vivê-la, indesculpavelmente, no abismo nosso de cada dia, como entre parênteses e palavras não ditas, até que ela me diga que está aí, à deriva, com uma alegria perdoada e o luminoso rosto da vida.
Entre almas
(Para Lara)
Se passaram os anos entre as mesmas almas Houveram fraturas, no macio da paz Mas se descobriu aí, na dor, a própria cura, O desejo, que sob a terra, ainda fica Para cumprir a caminhada que leva de volta à casa
A certeza esperada
A palavra perdida nos livores da morte Liberta outra vez, do calabouço úmido Mas agora, prisioneira da vida Da vida toda que assombrou aquelas noites Pagas com bronze e nunca com prata No som dos nossos passos Agora quase eternos.
Pois quem sabe, Quem ama finda Mas descobre Que sem saber Não morre ainda.
Estória de bronze
Cai em tuas mãos pequenas, um-dos-sóis, Um, dois-cegos que enxergam no caracol de chumbo, quem sabe lesma de fogo, monstro verde de vento, cogumelo de noite, que devora o corpo na terra, e transforma a forma da morte em vida Já esquecida, já vista, Quando foi vista pelo olho Que lhe deu o que não tinha Sendo na multidão, uma só e sozinha
6 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022
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Histórias de Irene
Por Irene Coimbra
Oque me lembro de quando lecionei no Otoniel Mota? Ah, me lembro de mui tas coisas!!!
Uma de minhas lembranças foi quando, recém licenciada em Letras, estava participando, pela primeira vez, de uma atribuição de aulas para professores ACTs (professores a caráter temporário), no Otoniel Mota.
Eu era a última da relação e, à medida que a dire tora ia atribuindo as aulas, os professores iam saindo e, no final, sobrávamos nós: a diretora, “Otoniel Mota” e eu!
Ela então olhou-me, da cabeça aos pés (naquela época eu era magrinha e minhas roupas muito sim ples) e, num tom de voz que me soou autoritário e desafiador, perguntou-me: - Você se sente preparada para dar aulas aqui, no Otoniel Mota?
Sem pensar, respondi: - Se não me sentisse, não estaria aqui.
Sua expressão mudou e não disse mais nada. Atribuiu-me as aulas que sobravam e entregou-me uma folha com a relação das classes: um primeiro colegial, três segundos, e um terceiro.
No primeiro dia de aula, ao entrar na escola, o inspetor de alunos veio ao meu encontro e dis se-me: - Quando bater o sinal, espere-me na sala dos professores, que irei com você até à classe para apresentá-la aos alunos.
Assim que tocou o sinal, cada professor saiu para suas classes e fiquei sozinha, esperando o ins petor. Como ele não aparecia, não tive dúvidas, subi as escadas e me dirigi ao 2º M, onde seria minha primeira aula. Os alunos faziam uma tremenda algazarra! Entrei, coloquei meu material sobre a mesa e fiquei olhando para eles, sem dizer uma palavra. Nenhum deles se manifestava. De repente, um aluno entrou correndo na classe: “Licença professora”. Todos caíram na risada e um deles disse: “Esse Gilmar não tem jeito!” Pensei comigo: “Esse deve ser o líder dos bagunceiros”. Mas não era. Era apenas engraçado. Nunca me esqueci do Gilmar! (sobre ele tenho uma história também, mas isso fica para uma próxima vez)
Continuei de pé, na frente da classe, olhando um por um, sem dizer nenhuma palavra. Por fim foram ficando em silêncio e comecei a falar. Me apresentei a eles e comecei a aula. Era aula de Inglês e tudo transcorreu num clima de muita calma e muita disciplina. Eu havia vencido o primeiro “round”!
Outro fato do qual nunca me esqueci foi o que aconteceu no terceiro J.
Uma das alunas, que era minha amiga, alertou -me: - Irene, essa classe não é nada fácil. Se prepare! Tem uma aluna que inferniza a vida de todos os professores. Teve professor que já saiu chorando da classe por causa dela.
Fiquei ansiosa para conhecer a tal aluna. E, na primeira aula, naquela classe, vi uma aluna olhando -me com olhar desafiador. Pensei comigo: “É essa!”. E era!
Ela começou a me fazer perguntas e eu, tranqui lamente, ia respondendo, até que, de repente, ela olhou-me com olhar irônico e me fez uma pergun ta parecendo querer intimidar-me. Nada respondi, apenas a olhei com um olhar fulminante. Os alunos se entreolharam em silêncio, como se esperassem o desfecho de algo pior. Porém, a aluna silenciou -se e nunca mais ousou desafiar-me. Havia vencido mais um “round”.
No final do ano, uma das alunas mais atenciosas e educadas da classe, veio se despedir de mim e me disse: - Professora, queria agradecê-la por suas aulas. Muito aprendi com a senhora. No primeiro dia de aula, quando a senhora entrou na classe, com um jeitinho tão humilde, pensei comigo: “Tadinha dessa professora, mais uma a ser torturada”. Mas quando a senhora começou a falar e a dar respostas rápidas e cortantes, passei a admirá-la muito. A senhora soube impor respeito desde seu primeiro dia de aula. Jamais a esquecerei! Muito obrigada.”
Jamais me esqueci daquela aluna e de suas palavras!
Minha missão, no famoso “Otoniel Mota”, fora bem cumprida, Graças a Deus!!!
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Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 7
Dentro do seu abraço
Por Maria Alice Ferreira da Rosa
Dentro do seu abraço há um mundo inteiro.
Todas as luzes e todas as cores que existem: da mais pura paz do branco ao branco-azulado, ao azul esverdeado alusivo a tantos mares acolhedores. Cores frias, cores quentes, tantas são as cores, do veemente amarelo que acende todas as outras, aos mais intensos tons da paixão do vermelho e do roxo e o repouso do preto total e aconchegante. Dentro do teu abraço há um mundo inteiro.
Todos os sons e notas musicais que existem: da harpa celestial dedilhadas por anjos do céu quando me recosto em você no aconchego da paz, às melodias que cantam e choram amores idos e perdidos e aos mais estridentes e dissonantes acordes do rock passando pelos convites do Bolero, tão fortes à paixão dos acordes da Fantasia Improviso e ainda aos mais intensos sons dos gemidos da paixão em brasa.
Dentro do seu abraço existe um mundo. Mais que apenas um simples mundo, mas muitos mundos: mundos desconhecidos, sonhados, mundos conhecidos e vividos: da criança que um dia fomos e ainda a procuramos dentro de nós, dos jovens sonhadores esmagados pela dura realidade da vida dos adultos que se pretendiam onipotentes e invencíveis; e hoje, já no nosso outono existencial, apenas conscientes do nada que somos e do pouco que fizemos por nós. Dentro do seu abraço existe um mundo. O mundo que nos resta neste final da vida: que traz aconchego, reacende brasas adormecidas, espalha cinzas que cobriam o coração e reaviva a paixão que ainda existe em nós. Basta, para tanto, braços abertos e um sorriso verdadeiro que dizem: “vem” na acolhida apaixonada que cria todo esse mundo de encanto, que só existe dentro do seu abraço.
Do livro: “120 Poemas”
Foto: Tim Mossholder Foto Fabíola Masson
Para a Profa. Odete Baraúna
Por Maria Luzia M. Graton
Na minha simples cultura, e nada de saber, peço desculpas por dizer do seu modo de ser. O que dizes, tudo ilumina! Tua voz ressoa como água mansa, cristalina, que desce lá da colina, lavando flores, Lava o rosto da menina. Dizes da essência da vida, da beleza do ser, da divina criação, a maneira de viver. Tudo se faz bonito! Faz bem ao coração, no seu modo de ver o brilho da emoção.
Porque dizes...
Tens o dom da palavra e do ensino. Trazes nos gestos a candura. No rosto amena tintura que Deus pincelou. Busca em nós, escondido, algo esquecido, que ninguém jamais notou. Nós dizemos: - Obrigada professora! Tudo que ensinaste com tanta destreza, da vida, do amor, da emoção, nos fez crescer, nos deu a alegria de poder entender a leveza da alma a grandeza do ser!
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Infantojuvenil: “A viagem de um menino à terra dos dinossauros” - Ricardo de Moura Faria
Mineiro, da cidade de Dores do Indaiá, reside em Belo Horizonte. Na capital, fez seus estudos superiores na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), graduando-se em História, e na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) fez sua pós graduação em História Moderna e Contemporânea.
Professor de História de vários colégios de Belo Horizonte, foi sócio-diretor do União Pré -Vestibular, professor titular de História Moderna e Contemporânea no UNI-BH e Consultor con cursado da Assembléia Legislativa de Minas Gerais para a área de Educação e Cultura.
Isoladamente ou com colegas produziu cerca de 70 livros didáticos e paradidáticos de História.
Autor de “Como contar a História do Brasil para meus netos” e “Diário de um sargento da FEB”.
Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 9
Foto: Baim Hanif Livro
Foto Stacey Newman
Insônia
Por Cidinha Faggion
Escrevo no escuro da madrugada, para não despertar o teu sono.
A luz da lanterna é a estrela guia. São exatamente três e vinte nove.
Meus dedos percorrem ágeis a folha de papel magia, as letras saem rabiscadas e distantes umas das outras.
Meus olhos tristes notados ou desapercebidos, umedecidos, descem sobre a folha rabiscada, como a gota de orvalho que cai da pétala da flor sozinha no vaso.
A tempestade de dentro, junto com as estrelas de fora, dão asas à imaginação.
Rabisco meus sentimentos no escuro, mas ninguém consegue decifrar.
Como entender na tela vazia o que vai em um coração?
Estou tão distante de tudo, de todos, que, a única estrada que resta, é passar para as folhas guardadas há tempos, o que me vai na alma.
Quem sabe assim, no meio da noite sem fim, em que já não se enxerga nada, alguém consiga decifrar o grito amortecido dos sentimentos incompreendidos de ontem, de agora, de sempre...
Alvorecer Por Adriano Pelá
Hoje não venho pedir. Venho agradecer, pelo espetáculo deste alvorecer!
Vejo da varanda, no horizonte, o cotidiano, infalível Sol, rompendo em variados matizes, desvanecendo a noite, anunciando, festivo, o novo dia!
Com a respiração suspensa em emoção, sinto o suave calor na brisa que acaricia.
Penso nas sementes ao solo que germinarão. Penso nas flores que lentamente se abrirão, expondo seu néctar fecundante, os frutos!
No Bendito trabalho que dispomos, sob Seu olhar, sob Seus designíos divinos, o executar! Agradeço, revigorado, por este banho de Luz, com o coração maravilhado com este esplendor!
Foto: Frame Harirak
Oração do Perdão JC Bridon
Perdoa a todos perdoa a ti mesmo por teus pensamentos negativos e por tudo aquilo que te prejudica e aos outros.
Perdoa, mesmo se achas que não prejudicaste ninguém.
Perdoa, para que possas construir tua vida com dignidade, para que teus belos princípios tenham prioridade em tua vida.
Se perdoares a ti mesmo e aos outros, estarás partilhando tua alegria, para que todos possam usufruir dela.
O perdão feito com amor, transforma todas as pessoas, todas as coisas e todos os fatos, tornando suas vidas cheias de esperanças.
Não tenhas medo de perdoar, pois se assim o fizeres, teus receios acabarão, te tornarás muito feliz e mais perto de Deus.
Salve
Arlete Trentini dos Santos
Salve o amanhecer de um novo dia! Dependendo de mim, será de muita alegria. Gosto das coisas que contagiam. Risos, sorrisos, bagunça e poesia...
Assim, o nosso dia a dia tem café com pão e magia. Tem feijão com tempero para dar sabor e muita energia.
Tem sobremesa adocicada e muita conversa fiada. Tem fala mansa e também muito agitada. Esse é um dia normal, de família equilibrada.
O passado é lembrado sempre com boas risadas. Nada de saudosismo velado nessa nossa caminhada.
Viver o hoje é estar presente Viver o ontem, é estar ausente. Agradecemos a Deus, por esse dia que é um presente.
Studio Cine Foto Mary
Foto: Jakob Owens
Do livro: Momentos de Reflexão – Págs. 52/53
Do livro: Alinhavando Poesia – Pág. 34 Por JC Bridon & Arlete Trentini CANTINHO LITERÁRIO Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 11
Poetas em Destaque
Amor, chama que cresce Nelson Jacintho
Amor, chama que cresce em nosso peito, Que queima a nossa alma e o nosso tino, Que muda o pensamento e o destino, Que mistura o que é torto e o que é direito.
Nos liberta de todo o preconceito, Nos torna, embora velho, um menino, Nos transforma em anjo peregrino À procura do suposto etéreo leito.
Amor... Só quem não teve, não conhece A chama que não queima, mas aquece O peito do feliz enamorado.
O amor é o maior dos sentimentos Que suporta a todos sofrimentos, Que agita o coração do apaixonado.
*** Viver intensamente a vida!
Luzia Madalena Granato
Nesta chuva deste outono, assim como as folhas caem e renovam as árvores, vamos nos renovar, amar, nos apaixonar, e viver, intensamente, a vida.
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Nossas Vidas – XVI
Idemar de Souza
Foi-se embora, o Cravo Antúrio, amargurado! Não soube suportar tão triste desventura... E eu, nesses tempos infindos de clausura, vivo a esperar que ele retorne, consolado!
Mas olhem quem me vem, à porta, tão cedinho! A Florbela e ainda mais linda e ainda mais bela e aos braços uma boneca, qual a ela, tão singela envolta em fronha e, à cabeça, um chapeuzinho!
Que velhas pernas não cederiam a tanta emoção?! Nenhumas! Mas o sofá, o confidente companheiro, também idoso o pobrezinho, mas altivo e generoso,
à toda pressa me ampara, carinhoso e, tão ligeiro... não notei que fora um ser alado, risonho e bondoso a suster-me e a propor que eu desse alento ao coração.
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“Alcionyar”
Alceu Bigato
Cantar bem não é suficiente se não usar bem o palco e dominar o microfone. E é preciso ensaiar muito, antecipadamente. Quem sabe tudo e faz tudo bem é Alciony. Ela nos instigou com entrevistas a rádios e TVs. E o que se deu no palco dias depois?
O show mais completo que há tempos não via. Foi no SESC, dia “sete do sete” de 2022. Alciony faz outras tantas coisas bonitas, que até o cético acredita que o mundo ainda é bonito. Sua voz enriquece a melodia e a sublime sinfonia sintonizada ao nosso espírito. Parabéns, Alciony Menegaz! Nos livros e revistas sou seu vizinho. E na vida buscamos a paz porque a paz é o caminho.
12 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022
Nelson Jacintho Idemar de Souza Luzia Madalena Granato Alceu Bigato
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Poetas em Destaque
Tempo de alma
Fernanda R-Mesquita
Ai! O nosso tempo esfuma-se nesta distância fria e eu vou morrendo triste, em desalento, restos mortais de uma flor que em melancolia se desfaz no ar ao sabor do tempo.
Que romântico delírio, que desengano quereres segurar o tempo, que sonho vão quando se podem contar os dias num ano em que eu sinto a tua mão na minha mão.
Um dia estarei velha desfiando o novelo do tempo que passou e não atendeu ao meu apelo. Velhinha, sentada na porta olhando o horizonte distante, tentando ver-te a ti, também já velhinho, pois...
Ou será que o tempo dará tempo a nós dois de vivermos, ainda jovens, este amor por um instante?
Artista Plástica em Destaque: Licia Valim
Criança
Maria Auxiliadora Nogueira Zeoti
De azul, de encanto, de céu, de manto, de porcelana.
Entre fadas e nossa Senhora. Ao vento e ao sol, ninhos e pássaros. De flor em flor, de brisa e amor. És tu criança, que ao nasceres nem sonhaste com o teu trajeto, o teu trejeito, o teu sustento ou contraponto.
Segues pisando em diamantes. Muitos são vidros no passo incerto. Muitos são fontes, sorte ou pontes do amanhã.
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Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 13
Fernanda R-Mesquita M. Auxiliadora N. Zeoti
*** Sobre a obra Artista: Licia Vallim Galeria CHFaria RibeirãoShopping Série Elefantes Título: “Elefante 4” Técnica: Acrílica s/Papel Canson 300 gsm Dimensões: A5 Ribeirão Preto/SP Brasil 2021
Poetas em Destaque
Amor
Simone Kalil Neves
No calor do teu corpo encosto o meu desejo
O coração aos pulos clamando por atenção
Desejo por saciar loucura sem fim O corpo treme na ânsia de te sentir
Respiração ofegante gemidos de prazer Paixão desmedida satisfez o meu desejo
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Siesta
Ricardo Glielmi
Ruas molhadas, cadeiras solitárias. Mar encrespado, bares vazios.
Areia cinza, fria da praia. Brisa de vento molhado, empurra escada acima, rumo ao meu andar. Mais uma etapa pela busca e a porta do quarto se fecha, às minhas costas. Já no ambiente, busco o clima perfeito. Sob a luz do abajur, o travesseiro ajeitado.
A cortina, agora fechada com o mundo exterior. Finalmente o corpo encontra o aconchego esperado na cama. A luz se apaga e meu último pensamento ainda é somente dela: Ó minha querida e adorada feijoada!!!
Adeus
Cecília Figueiredo
Se existisse um jeito de não falar adeus, eu pegava essa palavra, martelava-lhe o “a”, deixava-lhe arrebentada, cortava-lhe do dicionário, cuspia-lhe as vogais, ficaria com seu som, agora mudo, quebrado, para que não nos existisse e nada mais representasse. Mas ela volta e volta, a danada...
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O passar pelo tempo Fátima Monteiro - F&F
Despe-me o tempo. Minhas vestes são leves
Tudo é superficial. Tira-me o viço da pele
A aparente jovialidade.
O olhar, uma miragem.
Somente a essência Reveste-me.
Não me sinto nua.
O andar é lento, Mas desfilo segura Pelos olhares incrédulos Desse tempo que agora Cobre-me de coragem.
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14 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022
Ricardo Glielmi
Simone Kalil Neves Fátima MonteiroCecília Figueiredo
A primeira palavra a gente nunca esquece!
Por Fernando de Oliveira Cláudio
De repente, enquanto refletia sobre o pro cesso de escrita, retomei memórias an tigas, momentos especiais inesquecíveis.
Perpassando por doces memórias, a que mais me deixou feliz foi a que me remeteu ao dia que escrevi a minha primeira palavra, sem ajuda de nin guém.
Isso aconteceu quando ainda estava na primeira série do ensino fundamental e comecei a brincadeira escrevendo o meu nome. Não parecia ser difícil, eu só precisava descobrir como o quebra-cabeça funcionava e unir oito letras para formar o meu nome. Sem pestanejar, deixei o caderno de rabiscos de lado, peguei o caderno que era reservado para caligrafia e comecei a escrever o meu nome. Entretanto, o que parecia ser fácil virou um pesadelo. Várias tentativas e nada. Eu não conseguia superar o "R".
Tomado de angústia, não consegui controlar o choro. Quando minha mãe percebeu, me abraçou, perguntando o que havia acon tecido. Respondi que não conseguia escrever o meu nome e que estava com medo da escola. Ela olhou para mim, me abraçou mais forte e sorriu. Ime diatamente engoli o choro e ela, apontando para o caderno recheado de rabiscos e tentativas mal sucedidas, me mostrou uma palavra: “ferro”. Meus olhos brilharam de alegria. Não era o que eu queria escrever, mas ao reconhecer aquela palavra o meu coração se alegrou! Havia conseguido escrever algo, e o mais importante, sem ajuda de ninguém. Escrevi a palavra "ferro" e percebi que havia vencido o sentimento de incapacidade. Logo voltei acreditar que era capaz de tudo, inclusive escrever o meu nome.
Impossível descrever as emoções daquele mo mento porque o meu coração foi de um extremo a outro. O sentimento de incapacidade tornou-se inúmeras possibilidades e o meu maior inimigo, a letra "R", agora era a minha melhor amiga. Depois de várias tentativas, finalmente consegui escrever o
meu nome. Bradei em alta voz e comemorei como se fosse a conquista mais importante da minha vida. Naquele dia, descobri o sabor da vitória: conquistar pequenos grandes feitos e comemorar sempre.
O processo de escrita e a minha motivação para escrever sempre foi algo natural. As palavras fluem naturalmente sem que eu tenha controle dos meus dedos. Às vezes fica até difícil acompanhar a velocidade do meu raciocínio e, algumas palavras se perdem no caminho. Mas nem sempre foi tão fácil. Se hoje é assim, é porque durante um bom tempo houve muita prática, leitura e reflexão. Muito do que escrevo hoje é uma leitura que faço do mundo.
Hoje sei que muito do que sou são partes que habitam em mim, entre elas, os professores que despertaram o meu olhar para o conhecimento, a ciência e a palavra, os autores dos livros que li, os músicos, compositores, cantores e intérpretes que alimentaram a minha alma com as suas obras, letras e canções, e os momentos de angústia que vivi, onde somente a palavra ofereceu conforto para o meu ser.
Se hoje sinto facilidade para escrever, interpretar, compreender e expor o meu ponto de vista ou transmitir um fato, ideia ou opinião, foi porque durante o caminho tropecei muito e não desisti.
A cada queda, um aprendizado. A cada levante, uma lição. E entre as marcas que hoje estão pelo meu corpo, sempre que possível rabisco o papel para expressar tudo o que sou e ainda vou ser.
É através da escrita que consigo juntar todas as partes que formam o meu ser e continuar a minha jornada sem medo de ser feliz. Se alguns momentos faço questão de esquecer, a primeira palavra que escrevi faço questão de nunca esquecer.
Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 15
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"Às vezes fica até difícil acompanhar a velocidade do meu raciocínio e, algumas palavras se perdem no caminho."
Livros em Destaque
16 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022
FRANCISCO ALBERTO DE MOURA DUARTE
Por Nelson Jacintho
A Genética Mundial acaba de perder um dos seus grandes geneticistas: Francisco Alberto de Moura Duarte, nosso grande amigo e de tantas outras pessoas.
Moura Duarte, mais conhecido em Ribeirão Pre to como Professor Duarte, fez graduação na Uni versidade Federal de Minas Gerais em 1964, dou toramento pela Universidade de Brasília em 1968 e Curso Washington University em Saint Louis em 1993. Foi professor de genética na Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto. Atuou no De partamento de Genética a partir de 1981.
Em 1983 criou a Fundação de Pesquisas Científicas de Ribeirão Preto, (FUNPEC/RP), entidade que apoia e promove o desenvolvimento da cultura e da pesquisa.
A FUNPEC/RP que, de início, somente publicava livros de caráter científico, passou a publicar livros literários de outros gêneros. Muitos colegas escritores editaram livros com a FUNPEC.
Professor Duarte tinha um número incontável de amigos em Ribeirão Preto e no mundo. Era nosso amigo particular e antes da pandemia da Covid, eu, Dumara minha esposa e outros amigos, jantávamos frequentemente na residência dele e da estimada Marisa, sua esposa. Ele era apreciador de um bom vinho. Gostava de valorizar os amigos e sempre que fosse possível, os ajudava. Gostava de conversar. Quando iniciava uma conversa, não via o tempo passar.
O mundo perdeu um grande cientista, um grande geneticista, um grande professor, um grande amigo de todos nós!
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Depoimento de Irene Coimbra
Ao ler o artigo de Dr. Nelson Jacintho, me lem brei que foi, exatamente ele, quem me apresentou o Prof. Duarte, em 2009, na noite de inauguração da livraria Café com Livros.
Jamais poderia imaginar que aquele homem bem humorado e divertido, fosse um grande Geneticis ta, fundador da FUNPEC/RP e que viria a ser um dos meus primeiros apoiadores.
Quando fundei a Revista Ponto & Vírgula, em
Revista Ponto Vírgula
Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 17 HOMENAGEM
2022
Foto: Guilherme Oliveira
2013, ele me disse: “Ih, filha, você vai ter muito trabalho. Aqui ninguém valoriza a cultura.” Eu disse a ele: “Sei disso, professor, mas sou teimosa e insistente e não desistirei facilmente. Posso contar com seu apoio?” Ele respondeu: ”Tá bom. Vou apoiar esse seu projeto.” E assim foi! Apoiou-me até o fim de sua vida!
Faleceu dia 30 de agosto de 2022, um dia após o encerramen to da 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto.
Sem sombra de dúvidas, Prof. Dr. Francisco Alberto de Mou ra Duarte, ou Prof. Duarte, como era carinhosamente chamado por todos nós, foi Um Mecenas da Ciência e da Cultura e um amigo que será
E tudo isso, tragicamente...
Por Perce Polegatto
Etudo isso, tragicamente, desembocando na repetição dos ditos famosos que meu pai ti nha gosto em reciclar, com certa afetação enfática. “Só sei que nada sei!” Referia-se aos autores de tais máximas como os grandes. “Já diziam os grandes...”, “A obra dos grandes...” Os grandes, os imortais. Os que morreram antes dele. “Só sei... (uma calculada pausa) que nada sei!” Se ele não sabe nada, pai, que autoridade de conhecimento pode ter sobre nós? Espere aí, quem você pensa que é? Você está se referindo aos grandes! Quem é você para contestá-los? Afinal, eles pensaram tanto. Fo ram filósofos. Imortais, entendeu? Filósofos, ouviu? Ouvi. Estou aqui para aplaudir.
Não há entre nós um Demóstenes, obstruindo a língua com pedrinhas, postando-se diante do mar, tentando falar mais alto que o trovejar das ondas. O que temos são essas pedrinhas sob a língua. O mar da tradição troveja suavemente sob nossa sa liva. Temos todos pedrinhas na boca. Podemos declamar poemas ou proclamar esperanças. Mas temos de ser contidos quando atinamos com alguma
verdade. Não podemos nos indignar com ela. Não podemos gritar.
Até que ponto me serviam (e me destruíam por dentro) os almanaques e as histórias de vida, tão exemplares? Os tais pensadores imortais só contribuíam com a chuva fina. Não traziam o sol. Ou tudo de que me lembrava caía nisso, nessas frases solenes que nada me acrescentavam. Quem você pensa que é? Não sei. Estou aqui para ouvir, pai. Estou aqui para aplaudir.
“Penso (a conhecida pausa), logo existo!” Quem era esse outro, pai? Pensa, existe, e daí? Uma ár vore não pensa, e existe. Uma pedra não sonha, e permanece. Quem você pensa que é? Não sei, não importa. Mas gostaria que deixasse de lado esses grandes, esses sábios que não são nós, fantasmas de almanaques que até hoje nos assombram, com sua luminosidade obscura. Quem você pensa que é? O que você pensa que sabe? Nada, não sei, desculpe. Há um mar trovejando logo abaixo. Tenho pedras na língua. Estou aqui para aplaudir.
Trecho do romance “Marcas de gentis predadores”
18 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022
INESQUECÍVEL! *** Francisco Alberto de Moura Duarte * 05/07/1933 † 30/08/2022
Bodas de Diamante de Neusa Bridon e Ari José Garcia
Bodas de Diamante
Agradecemos ao nosso Deus a graça de vivermos este momento sublime: sessenta anos unidos pelo companheirismo, pelo amor! Houve lutas, dores também, perdas irreparáveis. Nossa fé nos deu forças para superarmos, uma a uma, de mãos dadas. As perdas irreparáveis nós a consideramos perdas benéficas. Deus norteou novos caminhos abraçados a “nossos filhos e filhos dos nossos filhos”. Amém! 7/7/2022
Frutas nacionais e importadas do produtor para sua mesa. Atacado: (16) 3638-7464 Ceagesp (Rod. Anhanguera, KM 322, GPB Box 07& 09) Varejo: (16) 3632-4794 Rua Bernardino de Campos, 621 Email: frutao@superig.com.br O MELHOR DA NATUREZA EM SUA MESA Foto Studio Cine Foto Mary
20 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022 59a. REVISTA PONTO & VÍRGULA SARAU DE LANÇAMENTO FOTOS POR FRANCINE RODRIGUES
Cidinha Faggion, Irene Coimbra e Luiz Carlos de Pádua
Shirley Stefani, Irene Coimbra e Lucy Stefani
Alciony Menegaz, Irene Coimbra e Myrthes Monteiro
Helena Agostinho, Irene Coimbra e Cristiane Framartino Bezerra
André Luiz da Silva, Irene Coimbra, Alciony Menegaz e Susana Castagnari
Alciony Menegaz, Irene Coimbra e André Luiz da Silva
Julho/Agosto/Setembro 2022 Revista Ponto & Vírgula 21
Perce Polegatto, Leonor Barros, Irene Coimbra e Idemar de Souza
Perce Polegatto, Elisa Alderani, Conceição Lima, Alciony Menegaz e Idemar de Souza
Cristiane Framartino Bezerra, Irene Coimbra, Samora Aisha Teixeira Benedito e Maris Ester de Souza
Perce Polegatto, Alciony Menegaz, Idemar de Souza, Nely Cyrino de Mello e Agenor Filho
Valéria de Oliveira, Gustavo Monteiro, Alciony Menegaz, Irene Coimbra, Myrthes Monteiro e Szabolcs Varga
Elisa Alderani, Irene Coimbra, Nely Cyrino de Mello e Conceição Lima Agenor Filho, Irene Coimbra e Júlia Ferreira
Jorge Carvalho e Ed Lemos
22 Revista Ponto & Vírgula Julho/Agosto/Setembro 2022 Participantes do Estande Ponto & Vírgula/FUNPEC, na 21a. Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto
Cidinha Faggion
Deucélia Maciel
Denise Farb
Ely Vieitez Lisboa
Adriano Pelá
Alciony Menegaz
Agenor Filho
Alexandre Duarte
Arthur Gregório Valério Conceição LimaCarlo Montanari
Cezar Augusto Batista
Irene Coimbra
Maria Alice F. da RosaIsabelle Valladares
Isadora Valladares
Perce Polegatto
Stella de S. e Mello
FOTOEMDESTAQUE
Aline Cláudio
Jardins Perdidos de Heligan, Reino Unido
Foto: