Revista Ponto & Vírgula - Ano 6 - Edição 37 - Janeiro/Fevereiro 2018

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Janeiro/Fevereiro Ano 6 | Edição 37 Distribuição Gratuita ISSN: 2317-4331

PONT & VIR ULA

ALEXANDRE DE CASTRO MOURA DUARTE EMPREENDEDOR DINÂMICO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO


2  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018


ÍNDICE JANEIRO/FEVEREIRO

Foto: Heloísa Crosio

Pág. 1 Capa Alexandre de Castro Moura Duarte Pág. 2 Anúncio Pág. 3 Índice, Editorial e Expediente Págs. 4 e 5 Matéria de Capa: Alexandre de Castro Moura Duarte Pág. 6 Poetas em Destaque Pág. 7 Cantinho Literário de Vera Regina Marçallo Gaetani Pág. 8 José Antônio de Azevedo Págs. 9 e 10 Ely Vieitez Lisboa - Oración a Los Solitarios Pág. 10 Encontro Cultural Ponto & Vírgula Págs. 11 Cantinho Literário de Bridon e Arlete Pág. 12 Clarice Lispector: Ser Cronista; Anúncios Pág. 13 Poetas em Destaque Pág. 14 Histórias de Irene: A Passagem de Gois Pág. 15 Etéreo - Aline Olic Pág. 16 Os Onze Trabalhos "Da" Hércules: Antônio C. Tórtoro; Confira: Antologia "Ponto & Vírgula" Págs. 17 e 18 Sarau de Lançamento 36a. Revista Ponto & Vírgula Pág. 19 Publicidade Págs. 20 Foto em Destaque - Aline Olic

EDITORIAL

2018 chegou!!! Faminto, já engoliu janeiro e fevereiro! E nós, da Ponto & Vírgula, entramos no ritmo e o seguimos em direção a março! Muitos são os desafios, mas o entusiasmo de nossa equipe é maior. Nosso objetivo de divulgar todos os envolvidos com Educação e Cultura na nossa cidade, no Brasil e em outras partes do mundo, continua a todo vapor! E é com muito prazer e alegria que, nesse bimestre, divulgamos o Professor, Dr. Alexandre de Castro Moura Duarte, um dos diretores da FUNPEC/RP (Fundação de Pesquisas Científicas de Ribeirão Preto) empreendedor dinâmico que está sempre inovando na área educacional e sempre buscando a melhoria da sociedade. Sabemos que não é uma tarefa simples gerenciar projetos educacionais, mas Prof. Alexandre desempenha essas tarefas com muita garra, habilidade e dinamismo, como poderão comprovar, nas duas páginas seguintes, na entrevista que fizemos com ele. Sem dúvida nenhuma, Prof. Alexandre merece nossa admiração, respeito e a homenagem que a ele fazemos nessa edição, destacando-o como Capa de nossa revista. Nossos agradecimentos aos nossos apoiadores por confiar em nosso trabalho e nos ajudar a levar nosso projeto adiante. A você leitor/a, desejamos uma boa viagem pelas páginas da nossa Ponto & Vírgula! Delicie-se com os belíssimos poemas e artigos de nossos colunistas e seja mais um de nossos assinantes. Irene Coimbra| Editora

EXPEDIENTE Direção Geral: Irene Coimbra de Oliveira Cláudio – irene.pontoevirgula@gmail.com | Edição: Ponto & Vírgula Editora e Promotora de Eventos | Diagramação: Aline Olic | Impressão: São Francisco Gráfica e Editora. Foto de Capa: Guilherme Oliveira Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! Mídias: Impressa, Digital e Audiovisual. Publicidade e Venda: Irene – (16) 3626-5573 Tiragem: 3 mil exemplares Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial. Janeiro/Fevereiro 2018  Revista Ponto & Vírgula  3


PONTO & VÍRGULA ENTREVISTA

DR. ALEXANDRE DE CASTRO MOURA DUARTE FOTOS POR GUILHERME OLIVEIRA

P&V : Afinal quem é o Dr. Alexandre de Castro Moura Duarte? ACMD: Bom, então vamos lá. Tenho 55 anos, sou mineiro, adoro estudar, jogar futebol, e sou cruzeirense roxo. Profissionalmente sou um dos diretores da FUNPEC (Fundação de Pesquisa Científica de Ribeirão Preto), sou engenheiro de produção, professor de cursos de graduação e pós-graduação, fiz meu mestrado na USP São Carlos, doutorado em administração de empresas na FEA-USP e atualmente estou fazendo um projeto de pós-doc também na FEA-USP. Sou casado com uma mulher especial, minha grande amiga e companheira Paula Duarte, e temos dois filhos maravilhosos: Nathalia e João Pedro. Sou muito caseiro, muito família, eles são para mim a 4  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018

minha razão de viver, minha fonte de energia e amor. P&V: Como é ser diretor da FUNPEC? ACMD: Ser diretor de uma organização como esta é, para mim, um orgulho, uma grande motivação e desafio. Quando penso na FUNPEC, posso afirmar que o ensino, a educação, a cultura, o conhecimento, a inovação e a busca pela melhoria da sociedade são o “DNA” da FUNPEC. Nossos valores são pautados na ética, transparência, trabalho em equipe, respeito e muito amor ao que fazemos. Somos uma espécie de incubadora de novos projetos de produto e serviço. A FUNPEC foi criada há 34 anos, pelo meu pai, seu atual presidente, Prof. Duarte, como é carinhosamente chamado pelos amigos. Ele sempre foi uma pessoa dinâmica e empreendedora, um cien-


tista e pesquisador de renome, o criador de tudo que hoje temos e somos, e isto aumenta muito a minha responsabilidade. P&V: Você fala em desafio, pode citar alguns? ACMD: O principal desafio da diretoria será sempre o de posicionar a empresa estrategicamente dentro de sua linha de atuação, ou seja, precisamos estar sempre renovando, inovando e empreendendo, criando novos produtos e serviços para que a fundação continue crescendo. Como tudo na vida tem seu tempo de ciclo, precisamos manter sempre os olhos abertos para enxergar as mudanças e novas oportunidades. É claro que isso não é tarefa para apenas a diretoria, precisamos ter uma equipe sólida, um time que realmente funcione, e isso com certeza nós temos. P&V: Inovação, renovação e empreendedorismo, quais são os novos projetos da FUNPEC? ACMD: São muitos os novos projetos, mas ainda temos que avaliá-los do ponto de vista de sustentabilidade. Eles estão começando, em estado embrionário, precisam ainda crescer para se tornarem economicamente sustentáveis e assim poderem contribuir para o crescimento da FUNPEC. Na área de educação posso citar a nossa parceria com a UNINTER – Universidade Internacional, onde montamos um polo de ensino de graduação e pós-graduação à distância, Polo Ribeirão 02, que já se encontra funcionando e com vários alunos inscritos. Temos também os treinamentos corporativos, onde treinamos empresas e profissionais liberais dentro das mais modernas técnicas de gestão e operações. Além disso, estamos com várias turmas em cursos de pós-graduação, aperfeiçoamento, presencial. Nossa editora vai começar a trabalhar com livros eletrônicos, uma realidade no mundo editorial que precisamos aprender e já estamos atrasados. Precisamos também lançar e divulgar os livros dos autores regionais e também os livros técnicos e científicos. Na parte científica temos a nossa distribuidora de produtos biológicos, que fornece produtos biológicos de alta qualidade para os cientistas brasileiros poderem desenvolver suas pesquisas. Também estamos desenvolvendo nossa base indexadora de periódicos científicos brasileiros, a Sumários.org. Esse projeto em especial é muito bonito e importante, pois diminui a dificuldade dos periódicos científicos nacionais

de serem inseridos em bases de dados de grande penetração. Hoje possuímos mais de 1850 periódicos cadastrados, totalizando mais de 800 instituições de pesquisas cadastradas. No campo da inovação estamos com alguns projetos estratégicos de geração de energia, mas estes ainda são sigilosos, espero este ano poder mostrá-los para a comunidade científica e empresarial brasileira. Enfim, você percebe que não é uma tarefa simples gerenciar todos estes projetos, ainda bem que temos uma equipe bastante profissional e motivada. A diversidade de produtos e serviços é grande, mas concêntrica, buscamos sempre o nosso foco em educação, inovação e conhecimento. Este desafio é muito motivador, fazer o que gostamos é sensacional, isto é a FUNPEC. P&V: Muito obrigada por essa entrevista, Dr. Alexandre, e parabéns pelo dinamismo, pela inovação e a busca constante pela melhoria da sociedade.

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Poetas em Destaque

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Adriano Pelá Anúncio

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Alceu Bigato Jurei nunca mais jogar

-Estarei aí amanhã! Ao seu anúncio, o ar se fez leve, a luz em estrelas, as cores aveludaram seus matizes, e o sol explodiu em energias! Nuvens brancas surgiram no azul, leves. Abriu-se o mundo mágico! Meu coração, alegre, preparou-se, renovou o estoque de ternuras, imaginou mil formas de afagos, inúmeros carinhos, surpresas, e postou-se à espera, prefaciando a felicidade. Mas você não veio... Abro o baú da esperança, recolho os preparativos, ressequido, qual árvore no deserto à espera da chuva e sua chegada.

Apostei a roupa do corpo e a perdi, jogando. Três da manhã e eu só e só de cueca na rua. De repente pensei estar sonhando. Deparei-me com uma bela mulher seminua que foi logo me dizendo: “Não sou garota de programa. Invadi uma casa pela primeira e última vez. A dona da casa chamou a polícia e disse: “- Não vou fazer drama. Apenas rasgar sua roupa”. Este é o motivo da minha nudez.” Minha mulher, avisada, chegou com a polícia e foi logo dizendo: “Ele é meu marido.” E, após nos medir com os olhos, “Ainda bem que vocês se igualam até na altura, porque me arrependi e trouxe roupas pra ela, mas você pode e deve se vestir com um dos vestidos.” O policial foi para prender e se prendeu. Surpreso com cenas de paz, amor e bom humor.

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Anamaria Silveira

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Fernanda R. Mesquita

Sou o que sou...

Vestígios

Cheguei de mansinho, estou partindo devagarinho. O que tenho levo comigo, o que fica a Deus pertence. Um dia agradei, outro magoei. Nunca pensei, no quanto amei... Só me preocupei, quando achei o ser que habitei. Então descobri tão grande sou e pequenina me tornei. Jamais sonhei que um dia, me tornaria um grão de areia. Não tenho remorsos, nem alegrias. Sou o que sou! Moro em mim. Sou do mundo... A casa é grande, O Universo infinito... Eu sou assim!!!

Sinto na tua camisa lavada, neste tecido que abraço a tua pele marcada, do teu corpo que adormeceu vencido pelo cansaço, descansando sobre o meu. Lanço o olhar aquela hora em que o teu respirar se perdeu no meu peito que agora respira triste sem o teu. E sobre este tecido que aperto cai uma lágrima cansada como um grito que cai certo na tua camisa lavada!

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Cantinho Literário de

Vera Regina Marçallo Gaetani

Foto: Fúlvia Freitas

Bénis sommes nous

Benditos somos...

Vera Regina Marçallo Gaetani

Vera Regina Marçallo Gaetani

Nous sommes nous-mêmes Malgré le monde, Malgré l'envie De ceux qui nous sont différents. Nous sommes nous-mêmes, Car nous savons Qu'après la vie Nous serons encore.

Nós somos nós embora o mundo, embora a inveja dos que não são como nós.

Nous sommes nous-mêmes Malgré les luttes, Malgré les peines, Malgré les lassitudes. Nous possèdons un giron Pour accueillir Les dépourvus de la vie Les sans-logis, les affamés. Nous aimons l'étoile, Le grain de sable, La fleur qui enchante, L'épine qui meurtrie. Nous chantons les beautés Du ciel, de la mer, Et, si pleines de mystères, Les profondeurs de la terre. Nous sommes égaux Envers les grands ou les petits, Dans la vie présente, Et dans la mort qui viendra. Bénis sommes-nous... Car malgré tout, Nous croyons toujours En un Dieu Omniprésent.

Nós somos nós porque sabemos que além da vida seremos nós ainda. Nós somos nós mesmo nas lutas, nas fadigas, nos cansaços. Temos regaços para acolhermos desprotegidos da vida Sem berços, sem comida. Amamos a estrela, o grão de areia, a flor que encanta, o espinho que machuca. Cantamos as belezas dos céus, do mar, das profundezas da terra cheínhas de mistérios. Somos iguais com grandes e pequenos, na vida que hoje temos, na morte que virá. Benditos somos nós ... pois, apesar de tudo, acreditamos sempre no Deus Onipotente.

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SINOPSES DOS LIVROS E MINI-BIOGRAFIA DO ESCRITOR INDEPENDENTE

JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO

Pequena biografia do autor José Antônio de Azevedo filho de uma família de lavradores pobres, caboclo do calcanhar rachado, desde a infância já portava uma atitude para evolução. Com 25 anos de idade, analfabeto, com esposa e 3 filhos veio para Ribeirão Preto, sem eira nem beira, trabalhou 5 anos como boia fria. Ao chegar aqui começou a estudar à noite desde um Curso de Admissão ao Ginásio, evoluindo nos estudos até a Universidade para formar-se como Administrador de Empresas. Na profissão evoluiu, também gradualmente até Auditor Fiscal da Receita Previdenciária. Aposentou com 58 anos de idade e com 60 anos começou a escrever para com 70 estar com 5 livros publicados.

COMENDO FOGO E CUSPINDO CINZAS

O autor com observações críticas sobre o tratamento dado às questões envolvendo as pessoas mais velhas apresenta o jovem caboclo Zé Baiano e o idoso cidadão Maicro. Como numa simbiose incorporam-se Ícaro como o protagonista desta obra.

O HOMEM NO MUNDO

Na reflexão dos textos são expostos fatos do quotidiano a respeito da religião, do homem inserido no mundo com o objetivo de progresso e evolução. São analisados, também, vários aspectos vivenciais da família, desmoralizada por quem mais deveriam defendê-la: pais, mães e filhos.

SENTIDO DA VIDA

É uma epopeia, onde o autor desnuda sua vida mostrando episódios do seu íntimo, carregados de otimismo. É quase uma autobiografia que daria um bom roteiro cinematográfico, procurando incutir no leitor uma prova de que nunca podemos desistir dos sonhos e da gratidão, evoluindo no alcance dos objetivos.

O CORAÇÃO INFARTA QUANDO CHEGA A INGRATIDÃO

Dentro da ótica crítica do autor ele reflete sobre a ingratidão dos abastados sobre os idosos e, demonstra os conchavos políticos; as gestões ardilosas empresariais; a ausência do Estado para governar, e por aí afora... Com foco ardoroso no tema discorre também sobre as malversações dos poderosos contra as pessoas simples e humildes, como os caboclos.

TRANSIÇÃO

Zé Baiano, a personagem principal deste livro, nasceu e viveu em uma época entre 1930 a 2010 em que a história da Humanidade mais evoluiu. É neste sentido que o autor discorre toda a elaboração desta obra: “Neste período de 80 anos o planeta Terra com tudo inserido nele evoluiu mais do que desde a Idade da Pedra, conclui”. Para compras, entre em contato com o autor através do email: jazevedo2008@gmail.com 8  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018


Oración a Los Solitarios (*) Ely Vieitez Lisboa

¡Señor! Ve como vamos solos, por los caminos, por las calles, en las casas, en los empleos, en los coches. La soledad es profunda y amarga, doliente y falaz. Viene con las sombras, aumenta en la oscuridad, sufoca en las madrugadas, cuando el alma parece expatriarse. ¿De quién los sollozos? Del alma que se va, ? ¿triste melodía del corazón que llora? La vida es tan breve, Señor, los hombres tan insensatos, tan mal informados... Los pasos se desencuentran, las manos no se unan, se separan los labios que nunca se juntaran. La niebla envuelve la ciudad. ¿Es la bruma de los sueños deshechos, de las desilusiones, de los amores prematuramente muertos, mal nacidos? ¡La soledad lastima, Señor!... Es tan amargo, Señor, brazos hechos para la nada, manos que acarician el vacío, palabras perdidas de ternura estéril. La soledad genera la angustia, Señor, y con ella el estómago preso, la garganta seca, el grito estrangulado. ¡La soledad duele, Señor! Y el Hombre no aprende... Todo es tan simple, lógico, cierto, secuencia. Enseñan las flores, los pájaros, las plantas, los animales. Mas El busca, titubea, desmenuza, intenta, compara, vacila, idealiza, retrocede, reincide. ¡Muéstranos puertas y caminhos, Señor! Danos aliento en la búsqueda. No permitas que soñemos solo con lo inalcanzable. Déjanos ver el futuro más próximo, sentir su gusto, no partir atrás de árboles extraños Janeiro/Fevereiro 2018  Revista Ponto & Vírgula  9


de copas tan altas... Arranca de nuestros espíritus perfumes jamás sentidos, el dulce tacto de pieles nunca tocadas, la imagen de ojos que solo viven de cariños. ¡La vida es áspera, Señor! El camino es duro y árido y nosostros, los SOLITARIOS, somos tantos... Entrelaza nuestros caminos, Señor, ablanda los corazones ásperos de sufrimiento, razga sonrisas en los lábios secos de amargura, humedece los ojos secos de lágrimas, dirije nuestros pasos para el ENCUENTRO. Haz que nuestras manos, en mágica, aprendan a unirse palma con palma, para que conversen, se entiendan, se amen, y con ellas, los cuerpos, las almas. ¡La SOLEDAD es cruel, Señor! Líbranos de ella. -- Ely Vieitez Lisboa

ENCONTRO CULTURAL PONTO & VÍRGULA

pontoevirguladivulgando.blogspot.com.br 10  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018

Irene Coimbra, Gabriel dos Santos e Max Wagner

Foto: Natan Ferraro

Dia 13 de janeiro de 2018, tivemos mais um Encontro Cultural que foi SUCESSO! Dessa vez, no Hotel Vilagge Inn, em Ribeirão Preto, onde, após uma recepção calorosa, um delicioso café da manhã, uma apresentação belíssima do jovem e talentoso violoncelista Gabriel dos Santos, assistimos à brilhante palestra “O sentido quântico dos sons e das palavras”, com o Psicólogo, Dr. Antônio Ricardo Nahas. Assunto envolvente que agradou a todos. Após a palestra, declamação de poemas com os declamadores: Carlos Eduardo de Brito Aragão (Professor), Vera Regina Marçallo Gaetani (Poetisa); Anamaria Silveira (Professora Doutora, recém chegada à Ribeirão Preto, vindo de Rondônia); Rita Maria Gaona (Poetisa) e Max Wagner (Escritor). Deram depoimentos sobre o Encontro: o advogado Idemar de Souza e o poeta Adriano Pelá. O evento foi gravado e editado por Francine Rodrigues, e divulgado no programa Ponto & Vírgula da TVRP/Canal 9/Net e também no blog:


Cantinho Literário de

Bridon e Arlete FASCINAÇÃO JC Bridon

Me cativaste com teu jeitinho doce e com teus olhos brilhantes.

Studio Cine Foto Mary

Me cativaste com tua maneira alegre de ser e com teu belo sorriso.

SOCORRO, SENHOR DEUS!

Me cativaste conquistando para sempre meu coração que ainda pulsa como outrora.

Socorro, Senhor Deus! Socorro, Senhora minha mãe! Nessas horas em que estou sendo arrastada para esse poço sem fim, peço socorro, com toda a minha fé, com toda a minha esperança. Sei que sempre fui atendida e tenho gratidão pela vida. Gratidão por todos os momentos em que fui forte. Mas agora, não me deixe cair, cair na tentação de desistir. Sei, que a cada manhã me presenteia com uma nova vida. Eu sei disso, não sou distraída. Sou agradecida.

Me cativaste com tua eterna juventude mostrando que o amor continua presente em teu coração. Me cativaste olhando nos meus olhos numa noite estrelada de outrora como o fazes ainda hoje mostrando que é possível amar eternamente.

Arlete Trentini dos Santos

Do Livro: Amor, Sonho, Poesia – Pág. 30

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SER CRONISTA

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Clarice Lispector

ei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto. Na verdade eu deveria conversar a respeito com Rubem Braga, que foi o inventor da crônica. Mas quero ver se consigo tatear sozinha no assunto e ver se chego a entender. Crônica é um relato? É uma conversa? é o resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos. Quando combinei com o jornal escrever aqui aos sábados, logo em seguida morri de medo. Um amigo que tem voz forte, convincente e carinhosa, praticamente intimou-me a não ter medo. Disse: escreva qualquer coisa que lhe passe pela cabeça, mesmo tolice, porque coisas sérias você já escreveu, e todos os seus leitores hão de entender que sua crônica semanal é um modo honesto de ganhar dinheiro. No entanto, por uma questão de honestidade para com o jornal, que é bom, eu não quis escrever tolices. As que escrevi, e imagino quantas, foi sem perceber. E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco daqui em breve de publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem mudanças mais profundas e interiores que então viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isto é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente. E acho mesmo que vou ter uma conversa com Rubem Braga porque sozinha não consegui entender. 12  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018


Poetas em Destaque

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cecília figueiredo Tudo é difícil

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Tudo é difícil: pensar a palavra, entendê-la pronunciá-la, comunicá-la, desentender-se com ela, enfiar a palavra no chão promissor da letra catalogá-la, naquela precisão de obra dos homens de biblioteca, acadêmicos e asseados (os de canetinha na mão, diga-se de passagem) e um dia desses, não que se queira, mas porque se necessite, e tanto, pensar de novo a palavra, e entendê-la, e pronunciá-la, etecéteras, etecéteras, nessa coisa infinita e dolorosa que vem a ser o recomeço. Inclusive para a nova vida intrigante e impossível da palavra.

Não permitiria que chorasse por mim, nunca, E nem foi o meu pensamento, Mas queria ser o seu querer, Receber a sua segurança em meu coração. Que velasse o meu sono, E estivesse em meus sonhos. Ser amparada em seus braços, Não sentindo nenhum problema. Seria o meu grande amor, Bem guardado em meu coração. Não mais desilusões e sofrimentos. Estar no mundo real e junto caminharmos De mãos dadas. Com sentimentos puros. Amá-lo muito! Seria o seu grande amor procurado, Pois para mim é e sempre será O grande amor de minha vida!

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idemar de souza

Marlene cerviglieri O amor de minha vida

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roberto ferrari

Caminhando!

Arrebatamento

Peguei-me, um dia destes, ao terapeuta, esse pertinaz pastor de almas em conflito, é que, à noite, o esperado sono, (que maldito!) foge-me. Dará conta de mim, o propedeuta?

Sente minha paixão Doida, intensa, voraz Um amor feroz Arrebatando nossas almas.

Noites adentro e, sem conseguir dormir, um mau humor, infindo, dando cabo em mim. Será quer a Juju, dar em seu filho, um fim para a felicidade, no céu, com ela repartir?

Os abraços apertados Os beijos sôfregos Perdidos em nossas bocas Parece que lutam na ânsia do momento.

Quanta loucura eu pensar esta maldade de Juju! Por que faria isso, ela, comigo se o tempo, aqui na terra, é pequenino? Dir-me-ia, ainda que eu de amor falido, “Cumpra aí sua missão, oh, meu menino, pra depois, comigo, viver pra eternidade!”

E o mar imenso Molha a noite E grita nas rochas. E nossas sombras se unem Nos raios noturnos Da lua apaixonada. Janeiro/Fevereiro 2018  Revista Ponto & Vírgula  13


A PASSAGEM DE GOIS POR IRENE COIMBRA

S

empre li, na Bíblia, sobre a passagem dos hebreus pelo mar Vermelho, quando fugiam do Egito e sempre me questionava sobre essa incrível travessia. Ficava imaginando o mar se abrindo, uma estrada seca aparecendo e uma barragem de água de cada lado. Como seria possível? E viajava, através da imaginação, fazendo mil perguntas a mim mesma. Jamais poderia imaginar que um dia estaria diante do Oceano Atlântico e que o veria abrir-se diante de mim! Isso aconteceu durante nossa primeira viaAtrás de nós, o mar ainda não gem à Europa, em outubro de 2017 quando, meu marido e eu, fomos aberto até Saint-Georges-du-Montaigu, uma charmosa cidadezinha francesa, onde fomos conhecer, pessoalmente, a família de nosso genro. Graças ao maravilhoso roteiro turístico que eles fizeram para nós, incluindo a Ilha de Noirmoutier, onde fica a famosa Passage du Gois, pudemos testemunhar o “milagre”! Dia 30 de outubro de 2017, às 16h, lá estávamos, esperando o mar se abrir. Eu estava ansiosa. Era difícil acreditar que o Oceano Atlântico se abriria ali, diante de nós, exatamente naquele horário! Mas foi o que aconteceu!!! Precisamente as 16h, como se alguém tocasse suas águas, o mar foi se abrindo... abrindo.... e uma estrada úmida, quase seca foi aparecendo. Era a famosa “Passagem de Gois” Por ali começaram a passar carros, vans (inclusive a nossa), ônibus, bicicletas e pessoas a pé, para o outro lado do continente. Fiquei muda! O coração batia descompassado. Tremia de medo que o mar se revoltasse repentinamente e nos engolisse. Felizmente a travessia foi tranquila e, já do outro lado, respirei aliviada. Seguimos para Paris onde ficamos por uma semana, visitando todos os lugares turísticos e famosos, mas, a “Passagem de Gois” me inquietando. De volta ao Brasil quis fazer uma pesquisa mais profunda sobre essa Passagem de Gois (pronúncia “Gwá”) que tanto me impressionara. Descobri que “Le Passage du Gois”, em francês, liga a ilha de Noirmoutier à cidade de Beauvoir-sur-Mer e ao continente, tem 4.125 metros e fica inundada duas vezes por dia pela influência da maré alta. A altura da água, durante a maré alta pode atingir de 1,30 até 4 metros. Quando alguém é pego de surpresa por uma rápida subida da maré, ela pode subir num dos postes que estão espalhados pela estrada, e aguardar uma equipe de salvamento ou a baixa da maré.

Foto tirada de dentro de nossa van, enquanto atravessávamos a Passagem 14  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018


ETÉREO

por Aline Olic

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jeitou-se na cadeira, ainda não se sentindo confortável. Com a caneta entre os dedos da mão esquerda, bateu na mesa levemente, três vezes seguidas. O papel estava em branco desde aquela manhã. Os pensamentos, que iam e vinham, uniam-se às palavras e misturavam-se em cores. Confusão. Perdeu-se em pensamentos enquanto lia a tatuagem em seu pulso. Levantou-se da cadeira e andou até a janela aberta. Dela, sentia a brisa suave da primavera que chegara há poucos dias. Durante alguns minutos, parado em frente à janela, admirava a pequena colina que avistava dali. Voltou-se para a mesa. Sentou-se à cadeira, dessa vez confortavelmente, e fixou os olhos na folha de papel, em branco. Normalmente não usaria uma caneta e papel para se comunicar. Uma simples mensagem no WhatsApp seria sua escolha. Mas esse momento era especial, único. A última carta que escrevera fora aos 13 anos, para sua avó, que morava em outra cidade. 15 anos depois, estava a frente de um pedaço de papel, em branco. Pensamentos e frases que pareciam se desprender e desaparecer. Poderia enviar um email, seria mais fácil. A digitação correria muito mais rápida do que sua escrita, à mão. No entanto, sabia que precisava escrever uma carta. Tinha conciência de que a ocasião era especial e após 15 anos, sentia-se a vontade para escrever seus sentimentos. Sentia que seu coração explodiria de amor e numa mistura de felicidade e ansiedade começou a escrever. Leu e releu a carta. Delicadamente a colocou em um envelope onde, sobre ele, lia-se “Para minha alma gêmea” Levantou-se da cadeira, pegou a chave do carro, olhou para a colina e saiu. Enquanto dirigia, sentia suas mãos suarem e seu peito apertado, quase lhe faltava ar. O coração batia acelerado. Estacionou seu carro, andou alguns metros e começou à escalada. Após 2 horas, chegou ao cume da pequena colina. Cansado, sentou-se em um das pedras. Tirou a carta de sua mochila. Estava só. Esperava como se alguém estivesse prestes a chegar. Um nó na garganta se formava. Era difícil pronunciar as palavras escritas sem que sua voz se tornasse em pranto. “Achei que uma carta seria a maneira mais fácil de me comunicar com você. Afinal, não sei como é conexão de internet aí desse lado. Sei que desde sua partida não tenho falado com você, mas é que falar sem vê-la sentada ali, perto de mim, me faz lembrar que você já partiu para a sua próxima jornada em outra dimensão - como você mesma dizia. E eu imagino que essa dimensão deva ser cheia de cores, como sua estação preferida do ano. Nesse dia, há 15 anos, escrevi minha última carta. Lembro da data porque foi quando contei que havia conhecido minha melhor amiga e que, naquele dia, era seu aniversário. A menina nova na classe que me defendeu do brigão, sem mesmo conhecer. A menina engraçada que fazia piada dela mesma, mas nunca dos outros. Anos depois ela seria a causadora de inúmeras gargalhadas minhas e a do ciúmes de algumas namoradas. Ninguém nunca entendeu nossa amizade. Ninguém entendia o motivo de nunca termos sido namorados. Nós, no entanto, sabíamos que nossa amizade era única. “Etérea”, como você me ensinou no dia em que resolvemos fazer nossa tatuagem juntos. Há 15 anos eu te conheci e minha vida mudou. Eu mudei a sua vida, nós mudamos e continuamos os mesmos. Enquanto meu braço mais forte era o esquerdo, você sempre foi o direito. Talvez hoje, no seu aniversário, você esteja dando uma festa aí, como as que comemorava aqui. Encarei meu pânico de altura para poder vir ler essa carta, no seu lugar preferido, que você diria “fica mais pertinho do céu”. Logo, estou mais perto de você. Te vejo daqui há pouco, aproveite essa nova dimensão e jornada. Sinto sua falta todos os dias, minha irmã de alma. Que seja eterno, que seja etéreo."

Janeiro/Fevereiro 2018  Revista Ponto & Vírgula  15


OS ONZE TRABALHOS “DA” HÉRCULES Por Antonio Carlos Tórtoro

“Teria Hércules sido o que foi sem as feras e malfeitores de que ele libertou a Terra? Sem esses inimigos, de que teriam servido seus braços musculosos, sua força e seu valor, sua paciência invencível e todas as suas outras qualidades?” - Epictetos

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CONFIRA: O número onze da Antologia Ponto & Vírgula traz novos contos, novas crônicas, novas poesias, novas fotografias, e até um cordel. Para comprar o livro, entre em contato através do email: irene.pontoevirgula@gmail.com

Foto: Tânia Ivo

Na edição trinta e quatro da Revista Ponto & Vírgula, encerrei o meu artigo “Dez: o número sagrado de Pitágoras” — no qual comentei sobre as dez edições da Antologia Ponto & Vírgula — com as seguintes palavras: “Enfim já chegamos ao dez sagrado de Pitágoras... que venha a Antologia de número onze, número de forte magnetismo e que caracteriza as pessoas idealistas, inspiradoras, inventivas, capazes de iluminar o mundo por meio de ideias elevadas: o número de Irene”. Digo isso porque Irene é “uma” Hércules do momento cultural em que vivemos na Capital da Cultura. Como sabemos, Hércules ou Herácles é um dos mais notáveis heróis e semideuses da mitologia greco-romana que, com um aspecto viril, foi um grande guerreiro: nossa Irene, bem longe de ter um aspecto viril, é uma grande guerreira, porque somente uma grande guerreira consegue, mesmo, ou apesar das dificuldades e atribulações do dia a dia, criar algo novo no meio em que vive. O número onze da Antologia P&V traz novos contos, novas crônicas, novas poesias, novas fotografias, e até um cordel. Os artistas participantes são, mais uma vez, do mais alto nível, e abarcam uma faixa etária que vai dos quinze anos do Toninho até as décadas de anos dos mais experientes. Débora Ventura, com o seu “Poema para meu amor”, representa na 11ª. Antologia, o caro e inesquecível poeta, Antonio Ventura — agora vivendo em outra dimensão — personagem sempre presente nas Antologias anteriores.

Por outro lado, a união entre fotografia e texto poético, me permitiram prestar homenagem póstuma a um jornalista — ele assinava o blog “Além dos Fatos” — que recentemente nos deixou, aos noventa e um anos de idade, e que lançou as sementes do Panathlon no Brasil: Henrique Nicolini. Agora, Cérbero, o cão de três cabeças, e cauda em forma de serpente, o Guardião do Hades que se cuide: a Hercúlea Irene, em breve, partirá para o seu 12º. trabalho... que, garanto, não será o último. E então me pergunto: Seria Irene o que é, sem os desafios, incompreensões, imprevistos, percalços? Sem esses “inimigos”, de que teriam servido suas ideias desafiadoras, sua capacidade de realizar e seu valor, sua paciência invencível e todas as suas outras qualidades? ancartor@yahoo.com www.tortoro.com.br


SARAU DE LANÇAMENTO

36a. REVISTA PONTO & VÍRGULA FOTOS POR

NATAN FERRARO

Gilson Rollemberg, Max Wagner, Luzia Granato, Heloísa Alves, Nely Cyrino, Marly Marchetti, Leonor Barros, Lucy Stefani, Fátima Melo, Elizabeth Bevilacqua, Alciony Menegaz, Adriano Pelá e Irene Coimbra

Irene Coimbra

Alciony Menegaz, Irene Coimbra, Rita Mourão e Elisa Alderani

Quarteto Appassionatto: Eduardo Felipe, Luciano Borges, Michelle Picasso e Mônica Picaço

Naide Yucif, Irene Coimbra e Anamaria Silveira Janeiro/Fevereiro 2018  Revista Ponto & Vírgula  17


Irene Coimbra e Vera Regina Marçallo Gaetani

Gaudete Bittar, Irene Coimbra e Nazir Bittar

Convidados

Vera Regina Marçallo Gaetani e Marcos Papa

Irene Coimbra e Nazir Bittar

Convidados

Luzia Granato, Heloísa Martins, Maris Ester, Fátima Melo e Bertha Sanchez

Eduardo Felipe, Luciano Borges, Irene Coimbra, Michelle Picasso e Mônica Picaço

18  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018


Janeiro/Fevereiro 2018  Revista Ponto & Vírgula  19


E ST AQ U DE EM FO TO 20  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2018

Castelo de Windsor, Inglaterra Foto: Aline Olic


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