Janeiro/Fevereiro Ano 7 | Edição 43 Distribuição Gratuita ISSN: 2317-4331
PONT & VIR ULA
OSVALDO & CAROLINA O AMOR NÃO TEM IDADE
2 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
ÍNDICE JANEIRO/FEVEREIRO
Foto: Heloísa Crosio
Pág. 1 Capa: Osvaldo & Carolina Pág. 2 Publicidade Pág. 3 Índice, Editorial e Expediente Págs. 4 - 7 Matéria de Capa: Osvaldo & Carolina - O amor na Terceira Idade Pág. 8 Participantes da 13ª. Antologia Ponto & Vírgula Págs. 9 Minha Querida Vila Tibério! - Francine Rodrigues Pág. 10 Poetas em Destaque Pág. 11 Cantinho Literário de Bridon e Arlete Pág. 12 Gala e Cultura em Noite Memorável - Waldomiro W. Peixoto Pág. 13 Poeta Inesquecível: Augusto Gil Apoio: Frutão Pág. 14 Torvelinhos de Comportamentos - José Antônio de Azevedo Pág. 15 Cantinho Literário de Vera Regina Marçallo Gaetani Pág. 16 Poetas em Destaque Págs. 17 e 18 Sarau de Lançamento 42a. Revista Ponto & Vírgula Apoio Pág. 19 Publicidade Pág. 20 Foto em Destaque - Aline Olic
EDITORIAL
2019 chegou!!! Com ele, janeiro e fevereiro! A “Ponto & Vírgula” com os parceiros de sempre: TVRP, FUNPEC e FRUTÃO!!! Chega recheada de amor e poesia!!! Fotos que registram a história de amor de Carolina Rodrigues Ferrari e José Osvaldo Santana, nossos homenageados desse bimestre! Registro de momentos felizes! Osvaldo é autor do livro “Lua Prateada”, onde mescla fases de sua vida com lindos poemas. Dois deles destacamos na página 7, desta edição. Carolina, a esposa amada, é a grande apoiadora que o incentivou a publicar seu livro. Usufrua da beleza dos poemas de nossos “Poetas em Destaque”. Medite sobre o artigo “Torvelinhos de comportamento” do escritor José Antônio de Azevedo. Conheça alguns acadêmicos da Academia Ribeirãopretana de Letras, os participantes da 13ª Antologia Ponto & Vírgula e os integrantes da Cia. Vocal Enrico Nery. A você uma boa leitura e boa viagem pelo mundo da Literatura! Irene Coimbra| Editora
EXPEDIENTE Direção Geral: Irene Coimbra de Oliveira Cláudio – irene.pontoevirgula@gmail.com | Edição: Ponto & Vírgula Editora e Promotora de Eventos | Diagramação: Aline Olic | Impressão: Ribergráfica - A Cor da Qualidade. Foto de Capa: Natan Ferraro Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! Mídias: Impressa, Digital e Audiovisual. Publicidade e Venda: Irene – (16) 3626-5573 Tiragem: 2 mil exemplares Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revistaJaneiro/Fevereiro é expressa em editorial. 2019 Revista Ponto & Vírgula 3
Osvaldo & Carolina Uma história de amor na Terceira Idade
O
Por Irene Coimbra | Fotos (100 anos de Carolina): Natan Ferraro
svaldo estava numa casa de Bingo, sozinho numa mesa, quando Carolina se aproximou e, educadamente, perguntou-lhe se podia sentar-se ali também. Ele acenou que sim e começaram a conversar. Ela, verdadeira dama, tão gentil e educada, o conquistou de imediato. Ficou encantado com sua elegância ao falar e a maneira atenciosa para com ele. Daquele dia em diante, sempre se encontravam naquela casa de Bingo. Passavam horas e horas jogando e conversando. À medida que o tempo passava, iam se tornando mais íntimos até que, depois de algum tempo, resolveram se casar. E no dia 04 de setembro de 2009, José Osvaldo Santana e Carolina Rodrigues Ferrari se casaram!
Cartório do 1º. Subdistrito de Ribeirão Preto
Após 10 anos de casados continuam unidos e felizes!
4 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
Recentemente, dia 12 de janeiro de 2019, Osvaldo reuniu parentes e amigos para comemorar o aniversário de 100 anos de Carolina. Foi uma belíssima festa no Hotel Nacional, em Ribeirão Preto, SP.
Carolina e Osvaldo
Carolina, Lucimara e Osvaldo
Família de Antônio Garbi (filho, nora, neta e esposa), Carolina e Osvaldo
Heloísa, Carolina, Osvaldo e Jefferson
Amanda, Osvaldo e Carolina
Carolina e Marcos
Janeiro/Fevereiro 2019 Revista Ponto & Vírgula 5
Carolina foi homenageada com música lírica na voz de Carla Barreto, solista da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e o pianista Lucas de Paula. Houve também declamação de poemas pelos poetas: Alceu Bigato, Nely Cyrino de Mello e Marlene Cerviglieri.
A cantora lírica Carla Barreto e o pianista Lucas e Paula se apresentam aos convidados em comemoração aos 100 anos de Carolina
Eliana Martins, Élcio Martins, Carolina, Jannes, Nely Cyrino, Osvaldo e Katy
Carolina, Célia Toscana, Osvaldo, Nelma e Joaquim
Dr. César Seneda, Carolina, Osvaldo e Dr. Arnaldo
Carolina, Luciana, Osvaldo, Lucilene e filhinha
Arnaldo Vitaliano, Irene Coimbra, Carolina, Célia Vitaliano, Osvaldo e Regina
Tive o privilégio de participar dessa belíssima festa de aniversário, recepcionando todos os convidados e fazendo a cobertura para o programa “Ponto & Vírgula” da TVRP. A festa de aniversário dos 100 anos de Carolina ficará na mente de todos que lá estiveram, com certeza. Irene Coimbra 6 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
Poemas do livro
Lua Prateada (José Osvaldo Santana) Lembranças do Passado Noites frias, noites calmas, horas de silêncio e solidão, onde ficam muitas almas, horas e horas de meditação. Destas almas, eu sou uma, que penso e penso, sem parar. Deito, fecho os olhos, não durmo. Rolo na cama pra lá e pra cá. Vago com meu pensamento, pensando o que já passou, lembrando com desalento, a minha desventura no amor. Ainda me lembro que tive um lar, que nele até fui rei, onde beijei e abracei minha amada, e meus filhos acariciei. Recordo e tenho saudades de todos os meus filhinhos, da Márcia, da Edna, da Sheila e também meu querido Juninho. Como era gostoso para mim, quando em casa cansado eu chegava, meus cabelos, com todo carinho, minhas filhinhas acariciavam. “Dorme, papai! Dorme! Eu sei que andas cansado. Deita-te em meu colo, tu vais ser acariciado. Sou teu fruto, a tua alma, sou teu sangue e geração eu sei te dar o me que dás, paz, amor e gratidão.”
Agora tudo é acabado. Jamais terei os suaves carinhos das queridas filhinhas e nem o que mais adoro, meu pequeno Juninho. Aquela maldita partiu, pra nunca mais voltar, só deixou em mim um vazio, e longas noites pra chorar. ***
Lua Prateada Como é linda a madrugada vendo a lua prateada no calor deste verão! Olha, é linda e está luzindo, parece estar sorrindo, me olhando cá no chão. Nesta hora, já tão calma, quando dormem muitas almas, vejo, extasiado, o seu clarão! Ninguém vem ver sua beleza, nem sentir a natureza, nem ouvir minha canção. As estrelas estão dançando e, alegres, iluminando e eu a contemplar aqui no chão. Fico tristonho a imaginar. Só ninguém vem me ajudar a cantar minha canção. Acorda sol, que está dormindo! Vem ver a lua sumindo ao romper da madrugada. Estou sozinho aqui cantando, vendo a lua se afastando, tão bonita e prateada.
MINHA QUERIDA VILA TIBÉRIO! POR FRANCINE RODRIGUES
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asci e cresci na Vila Tibério e ali morei durante 29 anos. Me lembro, como se fosse hoje, da primeira casa em que morei, na Rua Barão de Cotegipe. Uma casinha de fundo, com um quarto, sala, cozinha, banheiro e lavanderia, onde moravam: minha mãe, meu pai e eu. À frente da casa, havia um galinheiro e algumas plantações, inclusive um pé de romã. À esquerda, uma outra casinha, onde moraram várias pessoas legais. Mais à frente, depois do galinheiro, havia a casa do senhor Antônio e da dona Cida, donos da casa onde morávamos, pessoas boníssimas. Moramos neste endereço por quase dez anos. Infelizmente tivemos que nos mudar para o Jardim Piratininga, perto da Avenida Bandeirantes. Não gostava de lá, não me adaptava com o lugar, achava tudo muito longe. Como minha mãe também não se adaptou, voltamos para a Vila Tibério, para a Rua Epitácio Pessoa. Foi neste endereço que vivi a melhor fase da minha adolescência, fiz vários amigos e juntos vivemos muitas aventuras. Eu me casei e acabei me mudando do bairro, mas isso não rompeu meu “laço” com a Vila. Esse “laço” ao qual me refiro, é sobre olhar para cada cantinho do bairro e me recordar de alguma coisa que eu tenha vivido ali. Olho para a escola Sinhá Junqueira e me lembro de quando estudava lá, inclusive da minha primeira professora, Lucinéia. Outro “laço” era saber que em qualquer necessidade eu poderia ir a pé ao centro da cidade ou mesmo ir a um mercadinho próximo de casa. E saber que a qualquer momento eu poderia ir visitar uma tia, avó ou colega, pois todos moravam por perto, me dava a certeza que em momento algum eu estava sozinha. Devo admitir que não entendo essa minha paixão pelo bairro, mas qual paixão se explica, não é verdade? A gente só sente. E esse sentimento não é só meu, é de tantas outras pessoas que vieram para o bairro e que não sairão tão cedo, fincando suas raízes e fazendo de suas histórias, memórias que tempo algum apaga. Vila Tibério não é um bairro comum, tem identidade própria. Não é o mais antigo da cidade, mas certamente, é o que tem histórias para contar.
Foto: Natan Ferraro
8 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
PARTICIPANTES DA 13ª. ANTOLOGIA PONTO & VÍRGULA
Adélia Ouêd
Adriano Pelá
Alceu Bigato
Aline Claudio
Anamaria Silveira
Antônio C. Tórtoro
Arlete T. Santos
Carlos A.C. Sbórgia
Carlo Montanari
Diamantino Bártolo
Eduardo Mesquita
Élvio Arruda
Elisa Alderani
Ely Vieitez Lisboa
Fernanda R. Mesquita
Heloísa M. Alves
Idemar de Souza
Imaculada C. S. da Silva
Inajá M. de Ameida
Irene Coimbra
Luzia Granato
Marlene Cerviglieri
Nely C. de Mello
Renata C. Sbórgia
Rita Mourão
Rodrigo L. Ferreira
Sebastião Xavier
Sérgio Kodato
Sérgio R. da Fonseca
Tatiane Santos Melo
There Válio
Janeiro/Fevereiro 2019 Revista Ponto & Vírgula 9
Poetas em Destaque 1
1
3
2
Irene Coimbra
4
3
2
Marlene B. Cerviglieri
É preciso coragem
O armário das bonecas
É preciso coragem para não revidar com palavra agressiva, quando se foi atingida de forma ofensiva. É preciso coragem para não fingir, quando todos ao seu lado estão a mentir. É preciso coragem para dizer a verdade, no meio de tanta falsidade. É preciso coragem para silenciar, quando se tem vontade de gritar. É preciso coragem para dizer a mensagem que deve ser dita, mesmo que depois a vejam como maldita. É preciso coragem para espalhar alegria, mesmo vivendo em agonia. É preciso coragem para dizer “Não”, diante de uma grande tentação. É preciso coragem pra continuar lutando, mesmo em tudo fracassando.
Abri o armário e lá estavam elas, todas sorridentes! Cada uma recebeu um abraço. Alegria, felicidade! Quantas histórias contidas ali! Ah, nem mesmo sei. Suas fisionomias não mudaram. Umas sorrindo outras sérias com trajes perfeitos. Quanto tempo! Quantos sonhos! Realizados? Talvez. Hoje, como eu, descansam. Apenas eu trago no rosto a marca do tempo, numa pele, não de porcelana. Recordo os abraços carinhosos que vieram com elas... Perfeitas, lindas, mas sem Vida!.
Luzia Madalena Granato
4
Cecília Figueiredo
Semeio flores na terra!
O que me inspira, me afasta
Semeio flores na terra, com músicas e poesias, e vivo intensamente a vida, com sorriso na face, apesar do caminho árduo. O Sol aquece meu Ser e a lua com seu encanto, ilumina a paixão, que me faz ver estrelas no céu. Na boca, o batom vermelho e rosa. Nas mãos, o carinho ao agradecer. Paz merecida ao coração. No Universo do meu corpo, o Amor e a Paz.
O que me inspira, me afasta. Não procurarei meus motes no belo verde da mata, nem no bondoso olho azul do rei da Galalácia, tampouco nos versos longos do poeta da barrocaria todos mais confusos do que eu. Minha inspiração inversa é virulenta; a imagem das penúrias que intimamente não creio, não cri e não crerei jamais, o que erige em mim uma anti ideia, um pensamento lodoso e por conseguinte, essa minha palavra de hoje; perdão, desconsolado.
10 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
Cantinho Literário de
Bridon e Arlete Studio Cine Foto Mary
A grande colcha em tons verdes Eternas Verdades JC Bridon
Entregaste tu vida, Señor Para redimir nuestros pecados Y devolvernos la vida eterna Con tu nuevo renacer. Eres el ejemplo más puro y profundo Que un ser humano puede conocer Para hacer posible todos sus sueños De una vida libre de sentimientos negativos. Eres la más eterna de las verdades El amor más sublime Que nos devolvió la vida Convirtiéndonos en tus hijos amados. Por eso, Señor Busco solamente en Ti En Tus enseñanzas y palavras Los ejemplos que me puedan hacer feliz.
Arlete Trentini dos Santos
Uma grande colcha de retalhos, alinhavada por máquinas e homens. Não é feita de tecidos. As sementes colocadas na terra germinaram, criaram uma linda colcha que cobre a terra fértil. Sobrevoar estas áreas alegra os nossos corações. As plantações parecem ser um trabalho de patchwork, ou um grandioso mosaico, uns quebra cabeças ... São círculos, triângulos, retângulos, nos mais diversos tons de verde. Coisas que encantam os olhos e que serão alimento e fartura para os homens. Bendita a terra. E bendito o fruto nela semeado. Bendito o homem que da terra cuida, que sabe ser grato ao criador.
Janeiro/Fevereiro 2019 Revista Ponto & Vírgula 11
GALA E CULTURA EM NOITE MEMORÁVEL POR WALDOMIRO W. PEIXOTO*
O ano de 2018 foi profícuo para a ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras, sob a presidência de Carlos Roberto Ferriani. Muitas realizações: a série ARL CONTA COM..., trazendo a público grandes temas literários ou nomes da literatura; a série Agosto Letras com palestras semanais sobre temas variados no CCP - Centro Cultural Palace; concurso de redação, com coparticipação do Rotary Club, que premiou três talentosos alunos, incentivando leitura e escrita entre jovens; a homenagem ao centenário do emérito historiador e acadêmico Rubem Cione (o mais longevo presidente da ARL) com palestra do Dr. Octávio Verri Filho no CCP, só para citar alguns exemplos. Também fizeram muito em 2018, pela nossa cultura, a Revista e o Programa Ponto & Vírgula, sob o comando de sua fundadora, produtora e apresentadora, Irene Coimbra – imortal da cadeira 18 da ARL - fechando o ano com a 42ª Revista e 13ª Antologia. No dia 15 de dezembro, ARL e Ponto & Vírgula se juntaram no Sarau para a confraternização de encerramento do ano, no Hotel Nacional, abrilhantado pela Cia Vocal Enrico Nery, que apresentou um condensado do Musical “Dragões”. O espírito de confraternização pairava no ar. A arte chegou e nos arrebatou. Irresistível fusão de poesia, canto, elaborada coreografia e interpretação cheia de alma dos atores-cantores da Cia Vocal Enrico Nery. Seguiu-se delicioso coquetel. Foi uma noite mágica! Memorável! O presidente Ferriani e a produtora Irene Coimbra, ambos acadêmicos da ARL, junto com o Maestro Enrico Nery fecharam 2018 com chave de ouro. Viva a cultura e a arte! *Waldomiro W. Peixoto é vice-Presidente da ARL – Cadeira 22
Alberto Gonçalves, Rita Mourão, Marlene Cerviglieri, Carlos Ferriani, Geovah Paulo da Cruz, Irene Coimbra, Vera Gaetani, Fernanda Ripamonte, Rosa Cosenza, Camilo Xavier, Nelson Jacintho e Marcos Zeri 12 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
Poetas Inesquecíveis Augusto Gil Balada da Neve Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente, e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho...
porque não podia erguê-los!... Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!... E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza e cai no meu coração.
Apoio:
Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria... Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho... Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança... E descalcinhos, doridos... a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, Janeiro/Fevereiro 2019 Revista Ponto & Vírgula 13
TORVELINHOS DE COMPORTAMENTOS POR JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO
D
r. Juan Hitzig, médico argentino é escritor com mais de 20 obras publicadas sobre o tema da pessoa idosa. O seu currículo menciona ser ele Gerontólogo, Geriatra, presidente da Sociedade Argentina de Gerontologia e membro da Academia de Medicina Antienvelhecimento. Ele informa que as pessoas estão programadas para viver de 100 a 120 anos. Também a Bíblia prega a longevidade do ser humano ser de 120 anos, estando programados para morrer, naturalmente, sem as causas de doenças. Estas foram produzidas pelos próprios humanos e causadoras de mortes antes do tempo. Dr. Juan, estudando as características de alguns longevos saudáveis, concluiu que, além das características biológicas, há os fatores das condutas e atitudes, onde cada pensamento gera emoções. Estas mobilizam um circuito hormonal impactando os trilhões de células que formam o organismo humano e explicam as condutas “S”: serenidade, silêncio, sabedoria, sabor, sexo, sono e sorriso. Estes elementos condutivos promovem a secreção de “Serotonina”, uma substância hormonal encontrada nos tecidos e fluidos do organismo, com propriedades similares às que possuem as drogas alucinógenas. Por outro lado as condutas “R” secretam “Cortisol”, um hormônio corrosivo gerador de atitudes de: ressentimento, raiva, rancor, repressão, resistências. Estas ajudam as células que aceleram o envelhecimento. As condutas “S” geram atitudes “A”: ânimo, amor, apreço, amizade, aproximação. As condutas “R” pelo contrário geram atitudes “D”: depressão, desânimo, desespero, desolação. Observando este alfabeto emocional, conseguiremos viver mais tempo e, saudavelmente, melhor, pois o “sangue ruim” (muito cortisol e pouca serotonina) deteriora a saúde, causa as doenças e acelera o envelhecimento. O bom humor, pelo contrário, é a chave para a longevidade saudável, secretada pela serotonina. Ícaro, um Ser dotado de premonições viveu ignorando o que ensina o Dr. Juan desde os 40 anos, mas agindo como mandou a consciência. Utilizou um terço do seu tempo cuidando da saúde e um quarto da sua renda pagando tratamentos médicos hospitalares. Tratou da saúde preventivamente sem tomar remédios alopáticos e empregando métodos da medicina oriental como a acupuntura, banho alternado, auto-hemoterapia, fisioterapia, hidroterapia, massoterapia e outras “pias” mais. Assim disciplinado no trato da saúde, tentou passar para os circunstantes os seus princípios de viver saudavelmente, porém em vão. Foi considerado um maníaco compulsivo de ideias fixas, com princípios muito certinhos no cumprimento das obrigações, na assiduidade, na pontualidade e até na honestidade. Houve até quem dissesse que a causa da separação de Afrodite se deveu por ela não ter conseguido conviver com um “santo”. Entretanto aqueles fofoqueiros que assim agiram pagaram caro por suas más línguas. Diana às vezes obedecia ao pai, mas não conseguiu acompanhá-lo na longevidade. O filho de Adônis, que acompanha Ícaro até então, teve e ainda tem lá suas ideias próprias parecidas com as do avô, porém baseadas na crença de alienígenas. Adonis desapareceu da vida familiar sem deixar endereço. Resumindo, aquela família, modelo idealizada pelo miscigenado Zé Baiano com Maicro, somente nele mesmo e no filho de Adônis. Após a promoção do seminário, aumentaram os encargos de Ícaro de maneira assoberbada a não poder dar conta da missão. Então avô e neto se identificaram e passaram a trabalhar juntos com mais alguns produzidos no evento. Assim, foi dividido o comando vivencial em três segmentos, ficando Ícaro com a defesa das pessoas idosas e da previdência social. (Do livro "Comendo Fogo e Cuspindo Cinza – Pág. 68) 14 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
Cantinho Literário de
Vera Regina Marçallo Gaetani
Sobre o livro “A Fada e seus dois amigos” Por Vera Regina Marçallo Gaetani
Foto: Janaína Leão Photografia
Lembrando-me das inúmeras florestas brasileiras, eu me dei conta de que continuávamos com as mesmas fadas nórdicas, loiras, dos nossos contos de histórias. Decidi, então, criar uma fada que habitasse as florestas de nosso País, uma fada bem brasileira, ao mesmo tempo em que queria mostrar para meus amigos estrangeiros a beleza de nossa fauna e a variedade e colorido de nossos pássaros. Assim surgiu o livro infantil, "A Fada e Seus Dois Amigos", traduzido também para o francês, onde abordei um dos problemas que mais me aflige a exploração do trabalho infantil. E, numa espécie de desafio para mim mesma, quis me testar se eu saberia escrever para crianças. Parece que acertei, pois o livro já vai para segunda edição, tendo tido uma boa aceitação, principalmente nas escolas por onde passei, com interesse despertado pelos alunos. E, para surpresa minha, despertou também o interesse do Maestro da Cia. Vocal Enrico Nery que compôs um musical inspirado no meu livro "A Magia da Fada". Fica aí, pois, "A Fada e Seus dois Amigos", escrito despretensiosamente.
Foto: Fúlvia Freitas
A Magia da Fada Musical produzido pela Cia. Vocal Enrico Nery Por Enrico Nery
Foto: Janaína Leão Photografia
O novo espetáculo musical da Cia. Vocal Enrico Nery "A Magia da Fada" é um convite a termos mais carinho e zelo por todas as crianças espalhadas pelo planeta. Tem como objetivo resgatar a "criança interior" que há em cada um de nós, como nos desenvolvemos, como percebemos o que nos rodeia, nossas descobertas e traumas, resguardados pelo sentimento poderoso da esperança e do perdão que habita em todos nós.
Novembro/Dezembro Janeiro/Fevereiro 2018 2019 Revista Ponto & Vírgula 15
Poetas em Destaque 1 1
2
Idemar de Souza
4
3 2
Caminhando 14
Dimensão paradisíaca
Disse, ao depois, à Dona Júlia o que passara A justa reprimenda esperando e costumeira Mas enganei-me desta vez. Quanta besteira Ela me disse: Já sabia que você se enganara.
São liberdade os pássaros do céu são pátria sua os seus voos de amor enchendo as florestas de cânticos alegres em reverência ao criador. São violinos os sons do vento nas árvores vestidas de folhas que se fazem jardins no firmamento. Dimensão paradisíaca onde tudo é certo, onde o nada é completo. Serei parte desse mundo puro se não me fizer preguiça no leito do esquecimento, pois há portas que se abrem, que me ascendem a espírito, entre os jardins dos céus e os violinos do vento.
Que nobre é o amor! Que lindo sentimento! Externou-se Dona Júlia, com doçura, carinhosa. Assim também sofri desta dor tão caprichosa Quando ele chega, vai embora o pensamento. Choraram os olhos de Juju, fixando-se à janela. Houvera alguém em sua vida, algum instante? Os meus investigaram. Assentir, seria um fardo. E tão contemplativo eu fitei o seu semblante Que sua imagem, que era lânguida, ainda guardo Não pude suportar tamanha dor. Chorei com ela.
3
Fernanda Rocha Mesquita
Adriano Pelá
4
Alceu Bigato
ISonhos
Devolva-me
Estiquei os braços da realidade e tentei sufocar meus sonhos. Consegui por instantes. Eis que fogem. Fogem e ficam à espreita, logo ali, pulsando, emitindo sinais. Não os vejo. Lamento a distância. Passa o tempo... São pacientes. Um dia, não marcado, forçam, irrompem. Volto a sonhar, a viver! Revivo! Sonhar é indispensável!
Quantos beijos te dei, não sei. Mas sei que foi uma quantia elevada. Simultaneamente também te abracei. Você era minha doce amada.
16 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
Se não me quer mais, também não te quero. Mas quero um final sem ódio ou revolta. Sem lengalenga, sem lero-lero. Tudo que te dei, quero de volta. Não faça gracejos. Não sou palhaço. Devolva meus beijos e os meus abraços.
SARAU DE LANÇAMENTO
42a. REVISTA PONTO & VÍRGULA FOTOS POR
NATAN FERRARO
Poetas em Destaque: Alice Valadares, Wlaumir Souza, Marlene Cerviglieri, Nelson Jacintho, Alceu Bigato, Luzia Granato, Idemar de Souza, Adriano Pelá, Nely Cyrino, Alciony Menegaz e Irene Coimbra
Sandra Valadão (representando Sérgio Kodato), Imaculada da Silva, Luzia Granato, Rita Mourão, Marlene Cerviglieri, Idemar de Souza, Heloísa Alves, Nely Cyrino, Adriano Pelá, Inajá de Almeida, Elisa Alderani, Alceu Bigato, Adélia Ouêd e Irene Coimbra
Cia. Vocal Enrico Nery e o Maestro Enrico Nery Janeiro/Fevereiro 2019 Revista Ponto & Vírgula 17
Alice Soares Valadares, Irene Coimbra e Luiz Fernando Valladares Borges
José Francisco de Moura Duarte, Irene Coimbra e Marisa Duarte
Celuta Cassini, Irene Coimbra, Waldomiro W. Peixoto e Rita Mourão
Evaldo, Irene Coimbra, Cris V. Sant'Ana e Rosa
Carlos Roberto Ferriani, Flávia M. P. Ferriani, Luzia Madalena Granato, Irene Coimbra, Ilse Xavier e Camilo A. M. Xavier
Marcos Zeri Ferreira, Irene Coimbra, Bertha Maria Ferreira, Fernanda Ripamonte e Francisco Ripamonte
Irene Coimbra, Raul Aguilera e Alice
Vera Gaetani, Irene Coimbra, Elizabeth Gaetani, Wladimyr Carvalho e Marcelo Gaetani
18 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019
Janeiro/Fevereiro 2019 Revista Ponto & Vírgula 19
E ST AQ U DE EM FO TO
Grande Esfinge de Gizé Egito
Foto por Aline Olic
20 Revista Ponto & Vírgula Janeiro/Fevereiro 2019