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CASO DE SUCESSO

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GIRO NO CAMPO

GIRO NO CAMPO

GENÉTICA DE SUCESSO

FAZENDA SANTA ELIZA

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EVOLUÇÃO GENÉTICA, A GRANDE RESPONSÁVEL PELO SUCESSO DA PECUÁRIA

Proprietário Francisco Valias Köpke Venceslau

Adquirida pela família Valias, na década de 50, a Fazenda Santa Eliza, localizada no município de Rancharia – SP, desde o início, trabalha forte em um sistema de reforma de pastagens com lavouras para dar suporte à atividade de criação de gado de corte. Atualmente, a integração é feita com amendoim e soja.

Na pecuária de corte, trabalha com cria de machos até a desmama e recria das fêmeas para reposição do rebanho. “Busco na pecuária a lucratividade de um negócio rentável, utilizando melhoramento genético para atingir melhor rentabilidade. Para isso, uma fêmea aqui no meu rebanho tem que exprimir características da raça Nelore, aliadas à habilidade materna, precocidade sexual e carcaça. Já nos machos, não abrimos mão de uma boa carcaça para poder ter bom desempenho no ganho de peso a desmama, além da raça”, conta o proprietário Francisco Valias Köpke Venceslau.

Sempre focados no melhoramento genético, há seis anos, a parceria com a Alta trouxe para a fazenda novos patamares de resultados. A média da desmama antes era de 210 kg nos machos e 185 nas fêmeas, além de animais despadronizados. Hoje, além de padrão,

os machos já desmamam com média de 240 kg e as fêmeas, 220kg. “Quando conhecemos o projeto pecuário da família Valias, vimos um grande potencial. O cuidado com manejo e nutrição sempre foi muito grande, assim como a valorização de aspectos raciais dentro do rebanho. Identicamos que um possível aumento no potencial genético para crescimento dos animais seria prontamente expresso, pois o ambiente oferecido aos animais permitia isso, e impactaria diretamente na rentabilidade da fazenda, a qual vende todos os machos ao desmame. Também incluímos no Plano Genético características de peso ao sobreano. Mesmo não havendo rentabilidade direta à fazenda pelo ganho em peso ao sobreano dos machos, isso permite que a genética da

“Sempre focados no melhoramento genético, há seis anos, a parceria com a Alta trouxe para a fazenda novos patamares de resultados. A média da desmama antes era de 210 kg nos machos e 185 nas fêmeas, além de animais despadronizados. Hoje, além de padrão, os machos já desmamam com média de 240 kg e as fêmeas, 220kg.”

propriedade entregue lucro a toda a cadeia produtiva, mantendo os clientes desses bezerros muito satisfeitos. Também indicamos uma aplicação de cruzamento com Angus em um pequeno percentual das multíparas”, conta Rodolffo Assis, técnico de corte da Alta e responsável pelo planejamento genético do rebanho da fazenda.

A estação de monta da Fazenda Santa Eliza é ajustada entre os meses de outubro a fevereiro. Atualmente, são mil matrizes em reprodução que têm atingido média de 93% de taxa de prenhez. “Acredito que a evolução genética é a grande responsável pelo sucesso na atividade pecuária dos dias de hoje quando se busca maior rendimento a cada dia. A parceria com a Alta representa, para mim, a evolução do nosso

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sistema de produção do gado de corte. Sempre nos oferecem produtos de qualidade com preços competitivos”, diz Francisco que completa, “Minha meta é fazer a minha atividade render bons frutos para que eu possa crescer e prosperar nesse ramo, trazendo cada dia mais produtos diferenciados para os meus clientes”.

Desde o início da parceria com a Alta, foi traçado um planejamento de sustentabilidade do sistema, prevendo ganhos tanto em peso quanto em fertilidade. “Algumas características, como o peso ao desmame, têm resultados que se mostram rapidamente e são fáceis de serem mensurados. Já outras, como fertilidade, precisam de mais tempo para apresentar melhoria genética, mas, como apresentam enorme impacto econômico, precisam entrar no Plano Genético. Hoje o índice de seleção de Nelore da Fazenda Santa Eliza é: 30% para peso ao desmame; 15% para peso ao sobreano; 15% para perímetro escrotal ao ano; 15% para probabilidade de prenhez precoce e 25% para stayability. Além da classi cação dos reprodutores pelo índice, há  ltros por acabamento e habilidade materna”,  naliza Rodolffo.

Sobre a regional

A Berrante Genética trabalha no mercado de inseminação artificial desde 1991. Possui mais de 60 vendedores e prestadores de serviços de IATF. Atua no Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo, tendo escritórios em Campo Grande e Presidente Prudente. Já recebeu quatro vezes o Troféu Mr. Pon, prêmio concedido à melhor regional do ano pela Alta.

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Quem busca maior ganho econômico, cona em números, quer genética produtiva e pesquisa nos mais variados sumários, ADITIVA.

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PEDRO VEIGA

ERROS E ACERTOS DOS PECUARISTAS NA ÚLTIMA ESTAÇÃO DE MONTA

PEDRO VEIGA é Zootecnista formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). É Mestre e Doutor em Nutrição e Produção de Ruminantes - UFV e Universidade da California, Davis, EUA. Possui Pós-Doutorado em Fisiologia do Crescimento Animal e Qualidade de carne – Iowa State University, EUA. Foi Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa de 2006 a 2013. Atualmente, ocupa o cargo de Gerente Global de Tecnologia de Bovinos de Corte da Cargill Nutrição Animal.

Na sua visão, qual o impacto da IATF (Inseminação Arti- cial em Tempo Fixo) em termos de índices reprodutivos e produtivos para o criador? Ao selecionar as fêmeas para a IATF, o que considerar?

A IATF é uma tecnologia que veio para ficar. Tanto é que temos visto crescimento expressivo no número de vacas inseminadas ano após ano, usando a técnica. O impacto nos índices reprodutivos e produtivos é inquestionável, visto que permite inserir genética de alta qualidade nos rebanhos, concentrar a prenhez no início da estação de monta, com ganhos consideráveis na qualidade dos bezerros e bezerras produzidos, com maior potencial de ganho de peso / carcaça e fêmeas mais precoces. Assim, permite otimizar a função reprodutiva do rebanho, trazendo ganhos produtivos. Mas não podemos esquecer que a lição de casa precisa ser feita, ou seja, ter vacas bem nutridas. Temos visto muitas situações em que vacas em baixos escores de condição corporal são submetidas a protocolos de IATF e os resultados não são tão expressivos. Mesmo vacas em boa condição corporal, mas que sejam suplementadas de forma errática com suplementos minerais, têm apresentado baixos índices reprodutivos. Enquanto muitos culpam o protocolo em si, os hormônios, ou mesmo o sêmen, se esquecem que uma nutrição mineral equilibrada é fundamental para

obtermos bons índices reprodutivos. Assim, devemos buscar selecionar vacas em bom escore corporal, que venham de um plano nutricional e sanitário bem conduzido.

Qual é a indicação de estratégia nutricional para uma novilha emprenhar de forma precoce?

Basicamente, para que uma novilha Nelore emprenhe precocemente, deve pesar por volta de 270 – 300 kg no início da estação de monta e já ter apresentado pelo menos 1 ou 2 cios antes, ou seja, já estar púbere. Para que isso aconteça, e considerando peso ao nascimento da bezerra como algo em torno de 30 – 35 kg, precisaremos de um ganho de peso médio diário por volta de 570 – 640 g/ dia na média, ao longo de 14 meses. Assim, de acordo com a realidade de cada fazenda, estabelecemos um protocolo nutricional especíco para atingir essa meta de ganho de peso. Obtendo esse ganho, e tendo genética, obviamente, a novilha estará apta a emprenhar, visto que, nesse nível de ganho de peso, a composição corporal da novilha será adequada do ponto de vista de gordura corporal, que é fundamental para ativar a ignição siológica do aparelho reprodutivo (leptina, LH, etc). Muitos pecuaristas têm buscado o recurso do resgate ou recria connada, em que as bezerras são colocadas em situação de connamento após a desmama e recebem uma dieta devidamente balanceada para ganhos moderados, da ordem de

“O impacto nos índices reprodutivos e produtivos é inquestionável, visto que permite inserir genética de alta qualidade nos rebanhos, concentrar a prenhez no início da estação de monta, com ganhos consideráveis na qualidade dos bezerros e bezerras produzidos”

600 – 700 g/dia. Outra opção interessante são os pastos de integração lavoura – pecuária, que oferecem quantidade e qualidade de forragem na fase de transição, atendendo a demanda nutricional dessas novilhas. Nesse caso, trabalhamos com suplementos proteico -energéticos com oferta equivalente a 0.3 – 0.5 % do peso das novilhas. Em caso de pastos de sequeiro, que perdem muito a qualidade na estação seca, precisamos trabalhar com níveis de oferta de suplemento mais generosos, como 1 – 1.2 % do peso vivo para obtermos o peso e a composição corporal necessários para que a novilha entre na estação aos 14 meses em condições de demonstrar seu potencial genético. Podemos pensar até em estação de monta invertida quando há disponibilidade suciente de pastos saídos da integração, visto que promovem quantidade e qualidade de forragem. Nessas situações, usamos um suplemento mineral aditivado especíco para vacas em reprodução, uma vez que, mesmo pastos de integração, com níveis adequados de proteína e energia, há limitações dos principais micronutrientes no solo e, consequentemente, na planta forrageira. Assim, devemos corrigir essas deciências via suplementação mineral. Temos que ter cuidado com os bezerros ao nascimento, visto que nascerão na época de águas e podemos ter desaos sanitários.

Não podemos nos esquecer, no entanto, que essa precocinha precisará de uma nutrição diferenciada, não apenas até entrar em estação, mas até emprenhar novamente como primípara. Esquecer desse detalhe é colocar o projeto de prenhez precoce sob risco.

Na sua visão, quais os maiores entraves para que o Brasil ingresse denitivamente numa pecuária de corte de precisão a exemplo da agricultura?

A maturidade gerencial da pecuária, de uma forma geral, é muito aquém em comparação com a agricultura. Temos visto evoluções contínuas nas últimas décadas, mas ainda há muita operação pecuária sem o menor nível de gestão. Nem sequer registram dados, ou seja, não têm a menor condição de tomar

qualquer decisão de forma coerente e assertiva. A pecuária de precisão passa por aumento da maturidade gerencial do pecuarista. Além disso, precisamos resolver limitações históricas, como disponibilidade de internet de qualidade nas fazendas, treinamento e capacitação da mão de obra etc. Temos visto crescer o número de start ups dedicadas à pecuária de precisão surgirem no mercado e muitas têm sofrido com esses desaos. Mas a mudança tem ocorrido de forma rápida e quiçá evoluiremos nessa área também.

Que desaos e oportunidades você visualiza para o criador no manejo eciente do seu sistema de cria?

O termo manejo é muito amplo, pois envolve desde o manejo dos pastos, da suplementação e mineralização do rebanho, manejo dos animais em si, da maternidade, enfim. Temos que buscar fazer o simples bem feito. Antes de mais nada, equilibrar muito bem taxa de lotação e capacidade de suporte ao longo do ano, ou seja, casar a oferta de forragem com a sua disponibilidade. A nutrição inadequada tem sido, ao longo dos anos, um dos principais fatores determinantes da baixa produtividade na cria. E ter uma cria eficiente passa, obrigatoriamente, por melhorias no manejo do pasto. Implementar manejo de baixo estresse do gado também é fundamental, principalmente para quem faz IATF e as vacas são manejadas mais intensivamente. Vaca mal manejada, estressada, agitada e nervosa não combina com boa prenhez, manutenção da gestação nos primeiros 40 dias etc. Temos evoluído nesse quesito, mas precisamos de mais. Mudar a atitude, a cultura, a forma como lidamos com os animais. É preciso deixar de lado o tradicionalismo e a crença de que gado tem que se manejar na correria e gritaria. Esse tempo passou, é coisa do passado.

Como estruturar a nutrição para produzir o tão sonhado “bezerro do cedo”?

Equilibrar oferta de forragem com demanda das diferentes categorias ao longo do ano e implantar um protocolo de

manejo nutricional específico e direcionado para cada categoria e de acordo com a época do ano. Parece simples, mas não é. É sempre um desafio. Ter vacas parindo com um bom escore corporal é fundamental, para que tenham condições de emprenhar nos primeiros 21 dias da estação de monta. A IATF colabora e muito para que isso aconteça, mas ela não resolve o problema da desnutrição. Vaca bem mineralizada, com bom escore nos oferece oportunidades de turbinar seu sistema reprodutivo, utilizando aditivos específicos que funcionam para dar aquele algo a mais na prenhez no início da estação de monta. Para produzirmos o bezerro do cedo, que tem uma melhor nutrição ainda na fase intrauterina, precisamos ter o máximo de vacas emprenhando nos primeiros 21 dias da estação de monta e isso exige vacas bem nutridas.

As bezerras nascidas “no tarde”, submetidas a uma suplementação ajustada, conseguem recuperar a fertilidade na primeira estação de monta, comparada com as bezerras do cedo?

Essa pergunta é muito boa e inclusive iremos realizar um experimento, em um importante cliente nosso, justamente, para tentar encontrar mais respostas. Mas uma coisa é fato: da mesma forma que uma má nutrição fetal interfere na formação dos órgãos e tecidos, principalmente o muscular dos bezerros, comprometendo sua capacidade de crescimento pós-natal, na bezerra, os efeitos são os mesmos. Ou seja, bezerras “do tarde” cujas mães passaram por situações de qualidade e disponibilidade de pastos piores ao longo da gestação, podem ter a formação e maturação de seu sistema reprodutivo comprometidos com reflexos negativos duradouros. É a famosa epigenética. Trabalhos recentes têm mostrado que as bezerras que nascem “do tarde” são menos precoces, chegam à estação de monta não púberes e apresentam menor desempenho reprodutivo. Pode ser que suplementações mais pesadas na fase pós-natal não consigam eliminar os efeitos negativos advindos de uma

fase intrauterina mais desafiadora. Talvez a melhor decisão seja descartar as bezerras “do tarde” e não investir em nutrição mais intensiva, pois apresentam menor potencial. Mas ainda não temos todas essas respostas, especialmente em gado Zebuíno, mas estamos em busca de mais conhecimento nessa área.

Existe uma receita de bolo para evitar que a vaca perca escore na seca?

Na pecuária, não existe receita de bolo! Agora, se o pecuarista tiver pasto, mesmo que seco, com boa participação de folhas, e com uma correta suplementação com suplementos nitrogenados / ureados, e mesmo proteinado de baixo consumo, é muito provável que consiga manter o escore de vacas multíparas na seca. Primíparas exigem uma nutrição um pouco mais requintada, com, no mínimo, um proteinado de baixo / médio consumo.

No setor de carne de qualidade tem sido bastante reforçado que a vaca deve ter uma boa nutrição no terço médio da gestação. Qual a melhor estratégia para evitarmos perdas nesse per l de vaca?

Na realidade, o conceito de melhor nutrição no terço médio é devido à miogênese secundária, ou seja, formação hiperplásica do tecido muscular, que ocorre de forma muito pronunciada nessa fase da gestação. Assim, tendo uma vaca bem nutrida, assegura-se

“Bezerras “do tarde” cujas mães passaram por situações de qualidade e disponibilidade de pastos piores ao longo da gestação, podem ter a formação e maturação de seu sistema reprodutivo comprometidos com re exos negativos duradouros”

um bezerro de alto potencial de ganho de peso e de carcaça. Trabalhos compilados em fazendas comerciais no Brasil têm mostrado que os bezerros do cedo apresentam ganho de carcaça no con namento da ordem de 15 – 20 % superior em relação aos do tarde, e grande parte dessa diferença se dá pela melhor nutrição que receberam quando ainda estavam no útero da vaca ao longo da gestação, especialmente no terço médio. Quando falamos de carne de alta qualidade, em que se busca um nível mais alto de marmoreio, temos que nos preocupar, além do terço médio, com o que chamamos de “marbling window”, ou janela de marmoreio. Esse período é compreendido entre a fase  nal de gestação (último trimestre) e os primeiros 250 dias após o desmame. Na prática, isso quer dizer que o potencial de formação dos adipócitos intramusculares, que são as células capazes de depositar a gordura de marmoreio, é de nido nessa fase. Portanto, a vaca deve ser muito bem nutrida também no terço  nal, e o bezerro deve receber uma dieta na forma de creeep feeding adequada para propiciar a hiperplasia do tecido adiposo intramuscular. Depois, ao longo da vida, ele irá acumular gordura nesses adipócitos, produzindo, assim, carne de alto teor de gordura intramuscular. Importante destacar que essa melhor nutrição da vaca no terço  nal não acarreta aumento de problemas de partos distócicos, bezerro muito grande etc, como muitos possam imaginar.

Qual a relação da ressincronização e a nutrição das fêmeas? Como deve ser a nutrição desses animais?

Deve ser, no mínimo, a mesma que estavam recebendo até entrarem no protocolo de IATF. O que não pode é diminuir o nível nutricional durante ou após a ressincronização, sob risco de se aumentarem perdas embrionárias. O embrião é muito sensível nos primeiros dias de vida e qualquer mudança no ambiente uterino advindo de qualquer fator, seja ele nutricional, um estresse por manejo, estresse calórico etc, pode aumentar a incidência de fundo de maternidade. Portanto, deve-se manter o que vem sendo feito com as fêmeas ou, se for mudar, que seja para melhor.

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