Anima Mystica Revista Digital Vol 3 no 2

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“Caminhei da mesma forma que a minha me de espigas de trigo e dancei com a natureza e Saboreando cada momento, e lamentando nĂŁ do de unidade, amor, paz.â€?


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ente tinha caminhado no seu mundo a vida, no centro do círculo sagrado. ão poder ficar eternamente neste esta-

Foto de: Valentina Ramos Título: “Caminhar no limite” Texto integrado no espaço dedicado aos ”Lugares mágicos para descobrir”, p. © 2014 Todos os direitos reservados Valentina Ramos & Anima Mystica Revista Digital


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Índice dos Artigos 8

Descubra os antigos segredos da Maçonaria Jean-Louis de Biasi

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Wicca Tradicional e a Maturidade Necessária ao Sacerdócio Rafael Toledo

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Cura e Energia David de Roeck

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Doreen Valiente. Sua contribuição para um paganismo contemporâneo Vivianne Crowley

Também, neste número: Procuro-te à noite para meus sonhos revelares Por Máire Doyle

Lugares mágicos para descobrir Por Valentina Ramos


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Anima Mystica Revista Digital ISSN: 2182-7176 Editores:  Luís Miranda  Eduardo Puente  Valentina Ramos

Neste número colaboraram:

 Capítulo Rosacruz do

Porto  Fellowship of Isis-

Portugal

Editorial

 Ascension of Isis  Silver Circle

É emocionante ver como um projeto que surgiu da

 Dina Amaral

necessidade de trazer o trabalho esotérico de muitos

 Céu Almeida

autores de prestígio nacional e internacional à língua

 Máire Doyle

portuguesa, cresceu para acolher figuras importantes

 Orden Aurum Solis

do mundo pagão, cujo trabalho ao longo das décadas marcou as revoluções iniciáticas e o mundo místico atual. Nesta edição, temos o orgulho da presença de importantes figuras dentro da Wicca Tradicional, da Ordem Aurum Solis e da Irmandade de Isis

Anima Mystica Revista Digital, é uma publicação trimestral dirigida à divulgação e discussão de assuntos relacionados com o misticismo e o mundo esotérico (dentro e fora de Portugal), sob uma perspectiva que se estende desde as nossas raízes ancestrais até aos eventos de expressão pagã dos nossos dias.

(Fellowship of Isis). Não poderíamos estar mais felizes e satisfeitos! Para levar esses textos nossos leitores, a equipa da Anima Mystica Revista Digital e seus parceiros passaram horas a traduzir, editar e a rever os textos enviados e, por esta razão, enviamos-lhes a nossa eterna gratidão. O objetivo da revista é, de forma gratuita, divulgar o conhecimento e trabalho dos nossos autores e sem o apoio recebido tal não seria possível.


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Contactos Anima Mystica Revista Digital Facebook: https://www.facebook.com/groups/ am.revistadigital/ E-mail: am.revistadigital@gmail.com Download gratuito dos números: http://issuu.com/am.revistadigital

Assim, no âmbito de um novo ciclo, onde o sol brilha com toda a sua força, estamos também celebrando a luz que ilumina a gnose que permite à comunidade que criamos em torno da Anima Mystica Revista Digital, que não só tem crescido em número de leitores, mas também em número de revisores e autores. É um grande privilégio poder contar com todos vós e saber que estão sempre à espera da próxima edição, que também é feita numa base voluntária e sincera. A Anima Mystica Revista Digital agradece e espera que apreciem este número, tanto ou mais do que nós a fazê-lo.

Os editores Declaração de responsabilidade legal A Anima Mystica Revista Digital respeita a livre expressão, opinião e crença de cada autor. A Anima Mystica Revista Digital não poderá ser considerada responsável pelo conteúdo dos artigos publicados (seja texto ou imagem) sendo essa da inteira responsabilidade dos respectivos autores. Os autores cujos artigos sejam reproduzidos nesta revista mantêm todos os direitos sobre as suas publicações sendo também os responsáveis legais por todas as questões que estes levantem. O Corpo Editorial da Revista não será responsável perante qualquer questão legal derivada de infrações associadas aos artigos publicados. A Anima Mystica Revista Digital compromete-se a não divulgar os nomes dos seus colaboradores salvo autorização dos mesmos ou, quando ocorra uma violação à Lei e nesse caso só às autoridades competentes.


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Descubra os antigos segredos da Maçonaria* Jean-Louis de Biasi ** No livro The Lost Symbol, de Dan Brown, a Maçonaria é retratada como um misterioso grupo de conspiradores que tem governado secretamente a América desde a sua criação. Obviamente que se trata de um livro de ficção que utiliza alguns elementos verídicos de forma criativa de forma a desenvolver o enredo da história.

“A Maçonaria é uma fraternidade muito antiga com membros em todo o mundo.” A Maçonaria é uma fraternidade muito antiga com membros em todo o mundo. À primeira vista os eus segredos podem parecer bastante insignificantes. Cada ritual já foi publicado. De fato, qualquer pessoa pode aceder à Internet e ler os textos dos encontros rituais ou ler um esboço das “misteriosas” iniciações. É verdade que algumas partes destes rituais foram apagadas destes registos públicos, tais como senhas secretas e sinais. No entanto, 0,4 segundos no Google e terá acesso a toda

esta informação; com muito pouco esforço, os mais importantes segredos desta fraternidade são revelados a qualquer um. Tendo em conta que todos os seus segredos foram publicados e estão agora acessíveis a qualquer um, é difícil entender como esta fraternidade continua a existir e a crescer. É verdade que a Maçonaria é uma poderosa e útil fraternidade filantrópica. As Lojas Maçónicas locais, bem como as Lojas do Rito Escocês e os “shriners”, trabalham arduamente para ajudar as comunidades em muitas áreas importantes: acesso a cuidados médicos, educação, etc. Ajudam aqueles que não podem pagar cirurgias e tratamentos críticos. A ajuda que prestam aos pobres e às crianças carentes é um trabalho essencial que realmente ajuda as nossas comunidades. No entanto, a Maçonaria alega realizar algo mais. Afirmam a existência de um segredo espiritual, algum tipo de processo esotérico misterioso que permite que o aprendiz entre em contato com seu próprio eu espiritual. Essa busca da alma, a busca pelo "divino interior", começa durante o processo de iniciação e continua durante os rituais que são praticados regularmente nas lojas maçónicas.

* Traduzido por Luís Miranda. Texto original publicado pela Jewellyn Journal. Copyright da tradução ao português Jean-Louis de Biasi & Anima Mystica Revista Digital

** Sobre o autor: É um autor, orador e filósofo. Estudou muitos aspetos da tradição ocidental desde os anos 1970. Nasceu no sudoeste da França e tem uma ligação ancestral com a Itália, através de sua família paterna, levando a sua paixão pelas tradições iniciáticas e religiosas ocidentais e mediterrânicas e, quase inevitavelmente, a um interesse em aprofundar as várias correntes espirituais que foram passadas para nós da antiguidade. JL de Biasi tem o compromisso de conciliar as exigências da razão crítica com os ensinamentos tradicionais e históricos, e o trabalho prático que os envolvem. A sua análise didática torna possível que qualquer um entenda facilmente o funcionamento de cada um desses campos. O autor coordena vários ensinamentos e workshops internacionais. Mais informações sobre a Ordem Aurum Solis aqui


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Desde o tempo dos antigos Mistérios que as ordens iniciáticas têm oferecido muitas cerimónias diferentes capazes de alterar o estado de consciência de um indivíduo. A partir de um certo ponto de vista, posso dizer que a iniciação é um "jogo divino". A um nível básico, a iniciação é um método que apresenta símbolos através de movimentos rituais, a fim de agir sobre o subconsciente do iniciado. O uso ritual de símbolos faz com que a pessoa reaja psicologicamente: ele começa a prestar atenção aos arquétipos presentes no seu subconsciente, e isso ativa o vínculo que o liga aos planos espiritual e divino. Se um ritual realizado corretamente pode fazer com que ganhe consciência da sua natureza divina interior, então este é considerado verdadeiramente auto-suficiente. No entanto, o processo não pode parar aí, uma vez que este método não funciona na perfeição sempre. O candidato é simbolicamente designado como uma "pedra em bruto". Algumas pedras permanecerão em bruto ao longo de todo o seu percurso maçónico. Na verdade, parece que algumas pedras não são fáceis de polir. Será a culpa da maçonaria e dos seus rituais? Não completamente. Os rituais são geralmente realizados em um belíssimo templo externo. É preciso relembrar que lembrar que, na tradição platónica, a beleza é consubstancial com bondade e justiça. Assim, o cultivo da beleza, quando associado ao estudo da filosofia e da prática da virtude, eleva o candidato para o Divino. No entanto, não se deve supor que a beleza de um templo externo automaticamente habilita o candidato para se conectar com o Divino; de fato, tal ilusão levaria a que esquecesse a natureza do verdadeiro Templo interior. O Ritual deve a sua razão de ser à realidade da vida interior, assim como todos os elementos que cercam o iniciado durante o ritual.

É conveniente que o aluno aprenda a reconstruir o Templo do Eu, e nesta seção, irá aprender a formar um templo interno do seu templo externo, a fim de verdadeiramente representá-lo no seu coração. Em relação ao uso esotérico de Símbolos maçónicos (ou qualquer outro símbolo): a partir do momento em que um símbolo se torna vivo para si enquanto praticante, torna-se possível dar-lhe vida no mundo externo. Assim, não poderá agir sobre o mundo exterior, se não tiver primeiro realizado o trabalho necessário no mundo interior. Antes de acender uma vela no seu Templo exterior num ritual, primeiro deve acender a vela dentro de si (em sua imaginação criativa). Assim, se quiser ser capaz de trazer luz para o seu Templo, é essencial que comece por iluminar-se a partir de dentro. As técnicas de interiorizar símbolos e, de seguida, agir sobre os símbolos por meio dos rituais são muito antigas. O uso destas técnicas ao longo dos séculos ajudou a elaborar vários sistemas iniciáticos, ainda mais antigos, dos quais a Maçonaria faz parte. No mundo antigo, o orador costumava recitar a maioria das palestras de memória, por isso existiam técnicas especiais para ajudá-los a memorizar o trabalho o melhor possível. Uma dessas técnicas foi a de criar uma representação mental de um lugar onde o orador colocava os vários elementos que faziam parte do discurso que ele estava memorizando. Tal representação é na verdade uma realidade física na qual é possível colocar objetos específicos, indivíduos ou cenas particulares. No momento em que o orador recita o seu discurso, é suficiente que ele re-visualize a cena, enquanto a mantém mentalmente na sua mente para que a imagem corresponda ao seu texto original. Ao longo do tempo, o sistema de representação mental deu origem a um aumento do número de construções bem conhecidas. Du-


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rante o período da Renascença, estas tornaram-se conhecidas como "teatro da memória."

“Com a introdução da dimensão interior, o iniciado é capaz de colocar-se no nível espiritual e efetivamente agir sobre o seu próprio ser.” Os iniciados deste período (século XVI) começaram a fazer uma ligação cada vez mais forte entre esta representação interna do símbolo e a natureza dos símbolos que anteriormente descrevi. O Templo interior gradualmente tornou-se um lugar onde o iniciado era capaz de estar no centro dos símbolos com que estava a trabalhar. Mais tarde, o ritual começou a tomar forma neste templo interior e foi gradualmente sendo elaborado numa transformação consciente de si mesmo, na qual o iniciado tentava reconectar-se com os níveis superiores de sua consciência através de uma exaltação de sua alma. Os símbolos que foram usados nos rituais foram criados a partir do que é observado e entendido do quotidiano das nossas vidas. O ritual foi concebido internamente, no nível espiritual, usando esse conhecimento simbólico, mas em plena consciência, e de acordo com os princípios genuínos de transformação. Os rituais operativos ou Teúrgicos foram sempre trabalhados desta forma. Foi de acordo com esses mesmos princípios que, mais tarde, numa interpretação das ferramentas operativas da maçonaria foi formulada. Estes desenvolvimentos gradualmente deram origem ao que agora chamo de Maçonaria. Pode-se, portanto, compreender por que esses princípios de trabalho interno são fundamentais. No entanto, mesmo se a representação é da mais alta qualidade, sem esses princípios, as iniciações e rituais não seria nada mais do que uma mera "performance de palco", realizada sem coração. Com a introdução da dimensão interior, o iniciado é capaz de colocar-se no nível espiritual e efetivamente agir sobre o seu próprio

ser. No entanto, é importante ressaltar o fato de que essa capacidade de agir sobre o nosso próprio ser não é um subproduto automático de cada uma dessas tentativas: isso só acontece pela utilização de técnicas tradicionais de visualização, pronunciação, concentração e formas ritualizadas de se mover sobre no templo interior; essa elevação ocorre apenas quando o iniciado assume o controlo de todos os aspetos do ritual, primeiro a um nível interno, e, em segundo lugar, ao nível externo. Este trabalho interior oferece ao iniciado a inspiração para transformar a performance ritual numa loja maçónica num método tão poderoso de transformação que os maçons não teriam nada a invejar das numerosas tradições do Oriente. Este período da história é único. É fundamental que aprendemos a usar as chaves iniciáticas de uma tradição ocidental global. O meu livro, Secrets and Practices of the Freemasons, mostra os princípios fundamentais dessas práticas e como usá-los. Na verdade, a maior parte dos princípios do património maçónico podem ser utilizados em casa, individualmente (não apenas numa reunião do grupo). Quer seja ou não maçom, será capaz de usar estas meditações individuais, rituais e práticas espirituais. PRÁTICA O uso interno de um símbolo maçónico: O Compasso Quase todos sabem que os símbolos principais da maçonaria são o Esquadro e o Compasso. Como símbolos essenciais da maçonaria, eles podem ser utilizados de muitas maneiras, como parte das práticas internas. Está aqui um bom exemplo de como pode experimentar imediatamente o poder interior deste símbolo. Imagine que é um arquiteto ou um aprendiz moderno e que está a tentar esculpir a sua primeira escultura em pedra. Antes de começar, deve aprender a usar o cinzel e o martelo. Se tentar esculpir um bloco de pedra na realidade física, a pedra vai resistir a seus esforços iniciais e vai aprender rapidamente o que funciona e o que não funciona. Conforme avança, vai imediatamente ver os resultados de seus esforços; seus erros também serão evidentes. Estranhamente, estes princípios também se aplicam ao trabalho interno que estamos discutindo. Ao exe-


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cutar este trabalho esotérico (descrito abaixo) sozinho num lugar tranquilo, vai ser capaz de sentir internamente o que sentiria exteriormente, se estivesse mesmo a tentar esculpir um bloco da pedra. Em outras palavras, vai ver os resultados de seus erros e vai saber quando estiver a fazer a coisa certa. Para este ritual, recomendamos que use os três principais Símbolos Maçónicos que são usados em qualquer templo maçónico, para cada ritual. 1. Escolha um livro que seja sagrado para si. Se for cristão, será a Bíblia; os budistas utilizariam o Dhammapada; os hermetistas o Corpus Hermeticum (e assim por diante). Abra o livro numa página que lhe pareça ser essencial. Em cima do livro, coloque a bússola e, de seguida, o esquadro. (Recomendamos colocar o esquadro da parte superior do compasso, que é o primeiro passo na maçonaria.) Pode encontrar uma representação do arranjo adequado para aqueles símbolos no meu site (http://www.debiasi.org) em Secrets and Practices of the Freemasons. Se não poder utilizar um livro e ferramentas a sério, pode desenhá-los numa cartolina branca, ou mesmo apenas visualizá-los. Sente-se confortavelmente em uma cadeira de frente para esses três símbolos. Comece o exercício com um período de relaxamento. Quando sentir que é o momento certo, abra os olhos (ou se preferir, mantenha -os semicerrados) e olhar para os símbolos sem ter quaisquer pensamentos em particular na sua mente. Basta olhar para os símbolos e respirar profunda e regularmente. Olhe a forma do livro sagrado. Depois de alguns minutos, olhe para o compasso. Sinta a sua forma, a sua posição sobre o livro. Não analise estes símbolos, mas basta olhar para eles. Vai começar a perceber porque a beleza desses símbolos é importante para este tipo de processo espiritual. Não se esqueça de que, para os hermetistas, a Beleza ajudanos a ascender ao divino. Feche os olhos e comece a criar esses três símbolos dentro de si. Não precisa de imaginar uma imagem real (como um cartaz na

sua parede), mas simplesmente imaginar e focar a sua mente sobre esses símbolos. Se necessário, abra os olhos e olhe para os símbolos à sua frente por um momento, então feche seus olhos e aumente a clareza da sua visualização.

“Essa elevação ocorre apenas quando o iniciado assume o controlo de todos os aspetos do ritual, primeiro a um nível interno, e, em segundo lugar, ao nível externo.”

Após alguns minutos, quando os símbolos forem tão claros para si quanto consegue torná-los (não mais do que quatro ou cinco minutos), respire profundamente, e, mantendose o seu estado de relaxamento, levante-se. Endireite-se, com a sua coluna o mais vertical possível. Os seus braços devem estar relaxados ao longo do corpo. É importante manter-se relaxado. As suas pernas devem estar em contacto uma com a outra. Os seus pés devem ficar juntos. A sua posição representa o compasso quando fechado. A sua cabeça é o eixo do compasso. Endireite e faça força com as pernas durante um bocado, e tenha consciência dos pensamentos e sensações que emerge quando assume esta postura "fechada". Leve o seu tempo; respire e relaxe o seu corpo durante este exercício. Não especule; permita que os seus pensamentos surjam a seu tempo, e deixe que o seu corpo fale livremente consigo. Não se preocupe se não receber quaisquer pensamentos específicos. Este tipo de trabalho espiritual tem a intenção de manifestar o símbolo no seu corpo. Na verdade, esta é uma espécie de encarnação do símbolo através de sua forma física. Ao longo do tempo, ao praticar este exercício, irá progressivamente melhorar as suas capacidades. Poderá experienciar vários fenómenos, incluindo psicológicos, psíquicos, etc.. Após algum tempo, abra as pernas, de modo que estas fiquem afastadas aproximadamen-


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te a largura dos ombros, com o seu peso equilibrado entre as pernas. Seus braços e mãos deverão permanecer ao longo do seu corpo.

“Este trabalho interior oferece ao iniciado a inspiração para transformar a performance ritual numa loja maçónica num método tão poderoso de transformação.”

Mantenha esta nova posição. Respire e esteja ciente de quaisquer novos sentimentos e pensamentos. Neste contexto, é interessante notar que a tradição maçónica utiliza números precisos relacionados com a abertura do compasso. Os números que eles utilizam incluem 180 graus (em linha reta), bem como quarenta e cinco e noventa graus. Vamos agora usar este conhecimento para conseguir um terceiro passo esotérico na nossa encarnação do compasso. Depois de um tempo, quando estiver pronto, abra as pernas mais amplamente, a um ângulo de cerca de quarenta e cinco graus. Se for útil, você pode colocar dois marcadores no chão antes de começar este exercício. No entanto, a precisão matemática não é importante aqui. Adote a postura e torne-a semelhante a quarenta e cinco graus, e tudo ficará bem. Além disso, antes de continuar, é importante notar que, na Cabala, o número quarenta e cinco pode ser representado por um nome: "Mah" – hm (Mem = 40 et He = 5). Pode soletrar essa palavra, visualizando certas formas em nossas mentes, que têm sido associados com estas letras. Assim, Mem pode ser visto como uma bela Taça, um símbolo da primeira manifestação, o princípio feminino, que envolve, dá forma, e forma (Binah / Saturno). Há também uma ligação entre Mem e o elemento Água (Mayim em hebraico). A segunda carta He representa o sopro vital, o espírito que se movia sobre as águas da criação no livro de Génesis, na Bíblia. (Uma explicação mais completa do sim-

bolismo das letras hebraicas pode ser encontrado em Secrets and Practices of the Freemasons). Depois de abrir as pernas neste ângulo, feche os olhos e visualize uma Taça (um metro e meio) à altura do coração, aproximadamente a distância dos seus braços estendidos à sua frente. A Taça deve ser azul ou índigo. Estique os braços lentamente para frente, palmas das mãos em direção à Taça. Estenda as mãos, como se quisesse colocar a Taça entre as duas palmas. Visualize a letra hebraica Mem (m) na água da Taça, sentindo o fluxo de energia através de si. Vibre o som "MAH" para dentro da Taça de forma a que a respiração toque na água. Respire profundamente enquanto mantem essa Taça na sua mente, visualizando-a diretamente à sua frente, à distância de um braço. Estenda os braços e com as mãos pegue na Taça. Imagine colocar a Taça dentro do centro do seu peito, no centro do coração secreto, o seu centro solar. Pode realmente fazer isso! Quando terminar, coloque a palma de sua mão direita no centro do seu peito, e em seguida, coloque a palma de sua mão esquerda em cima da sua mão direita. Manter esta posição por algum tempo. Continue a respirar profunda e regularmente. Esteja ciente da presença desta Taça mística dentro do centro do seu coração, proporcionando saúde, energia e luz para todo o seu corpo. Receba esta energia e deixe que qualquer pensamento ou sentimento que surja se manifeste para si. Quando estiver pronto, volte para a sua primeira posição, com as pernas juntas e os braços relaxados ao longo do corpo. Sente-se e medite durante algum tempo. Quando estiver pronto, pode escrever algumas notas, se sentir essa necessidade. O primeiro passo para a descoberta dos ensinamentos práticos, individuais e tradicionais maçónicos acabou de ser dado.


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Wicca Tradicional e a Maturidade Necessária ao Sacerdócio* Rafael Toledo ** Passeando por alguns grupos e comunidades nas redes sociais sempre me deparo com situações as vezes engraçadas, as vezes preocupantes. É fato que muito pouco tem sido feito de forma coerente e responsável nas mídias sociais por causa da necessidade que as pessoas tem de aparecer e chamar atenção. Isso não me incomodaria se algumas pessoas não tentassem levar vantagem o tempo todo de pessoas menos experientes e na maior parte das vezes muito jovens. Todos sabemos o quão sedentos por conhecimento e experiências nós podemos ser no início de nossas vidas, na descoberta de um mundo maior do que o nosso bairro, nossa cidade e é nessa fase que muitos de nós temos os primeiros contatos com o mundo do sobrenatural e do oculto. Tudo é muito exuberante e imensamente sedutor nessa fase inicial. Queremos ter poder, queremos ser especiais. Eu me lembro do meu primeiro contato com pessoas que se diziam pagãos quando eu tinha apenas 16 anos. Naquela época eu já havia lido alguns livros sobre bruxaria que estavam a disposição. O meu favorito era A Dança Cósmica das Feiticeiras, da Starhawk e creio que muitos bruxos que apareceram na época tiveram esse livro como fonte inspiradora. Lembro-me que havia um grupo de estudos na minha cidade e que era presidido por uma sacerdotisa eclética, porém ela não permitiu a minha participação pois eu ainda era menor de idade. Isso me deixou arrasado por um tempo mas algo no fundo me dizia que, embora eu tivesse sido desestimulado logo no início, esse era o meu Caminho, eu não tinha a menor dúvida e continuo firme

quanto a isso. Creio que quanto maior for o desejo do coração do buscador, mais ele deve acreditar e buscar o que deseja, independente do quão desestimulado for. A Craft não é para os fracos, eu pude concluir. Hoje em dia, após consideráveis e desagradáveis experiências com alguns grupos aos quais eu pertenci no passado, entendo a atitude daquela sacerdotisa que tentava me fazer compreender o que minha falta de maturidade e arrogância prematura não permitia.

“Todos sabemos o quão sedentos por conhecimento e experiências nós podemos ser no início de nossas vidas, na descoberta de um mundo maior do que o nosso bairro, nossa cidade e é nessa fase que muitos de nós temos os primeiros contatos com o mundo do sobrenatural e do oculto.”

Covens genuínos jamais aceitam membros menores de idade. Isso é algo inquestionável! Porém, cabe ressaltar que a maturidade necessária ao sacerdócio também não vem automaticamente no dia seguinte ao aniversário de 18 anos e ela é fundamental para

* Texto original publicado no blog do autor “Vislumbres da Beleza e do Mistério” **Sobre o autor: Rafael Toledo é Sacerdote da Tradição Alexandrina da Witchcraft, Linha Boston. Reside atualmente no Rio de Janeiro.


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que se cumpra o que é exigido durante a jornada até a Iniciação e principalmente após a Iniciação, que é quando essa maturidade é testada e reafirmada constantemente.

“Decisões erradas e escolhas insensatas baseadas na falta de maturidade nos conduzem por caminhos que nos levam ao sofrimento, porém são importantes para o aprendizado e para o crescimento de cada um. ”

Algumas pessoas podem argumentar: Muitos elders da Craft foram iniciados cedo, muito jovens durante os anos 60 e 70. Alguns inclusive enquanto ainda eram menores de idade. Por que essa restrição agora? Eu ofereço uma resposta totalmente pessoal que pode não ser satisfatória para todos mas que é baseada no que eu vejo atualmente e que difere do passado. Antigamente era muito comum as pessoas se casarem antes dos 20 anos, constituírem família e se tornarem bem sucedidos antes dos 25 anos. A sociedade cobrava um retorno muito mais cedo do que cobra hoje em dia. Antigamente jovens de 18 anos eram adultos formados e emancipados. Hoje em dia isso não acontece com muita frequência. Estudos afirmam que a adolescência tem se prolongado e a fase adulta tem começado cada vez mais tarde. Os 30 anos

são os novos 18 e pelo que eu tenho percebido, embora eu não deva generalizar, isso tem sido verdade. Uma Iniciação em um coven Tradicional confere ao Iniciado representatividade naquele grupo. Isso significa que o Iniciado passará a carregar o peso do nome daquele coven e daquela Tradição aonde quer que vá e em cada palavra que disser. Na maioria das vezes isso não é fácil, principalmente quando testam a nossa paciência e boa vontade. Enfim, eis um dos principais motivos ao meu ver sobre o por que a maturidade é fundamental ao Sacerdócio na Wicca Tradicional. Um outro motivo que eu considero importante é que muitas vezes deixamos que o nosso ego tome conta da situação e acabamos fazendo um estrago que gera consequências que reverberam por muito tempo. Decisões erradas e escolhas insensatas baseadas na falta de maturidade nos conduzem por caminhos que nos levam ao sofrimento, porém são importantes para o aprendizado e para o crescimento de cada um. Não conheço ninguém que nunca tenha cometido erros, portanto os tropeços também fazem parte do Caminho. É a maturidade que permite que nós possamos vislumbrar melhor o nosso próprio ego e colocá-lo de lado para que algo maior possa despertar dentro de nós e para que a Verdadeira Magia possa acontecer. Certamente que esta visão sobre a maturidade enquanto virtude necessária ao Sacerdócio exposta nessas linhas pode vir a mudar com o passar do tempo e enquanto experimento novas oportunidades que a Vida e o Caminho possam me oferecer.

Pode anunciar o seu evento, workshops, palestras, publicações e cursos; de forma gratuita, enviando um email dirigido a: am.revistadigital@gmail.com


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I seek you nightly my dreams to unfold Por: Mรกire Doyle

I seek you nightly my dreams to unfold; Lying quietly with patience untold; Midnight stillness all around; You are not to be found; Still I lie, doing my best; Hoping you will grant me rest; Lids drooping with yearning I toss and turn; Be still my thoughts, twill soon be morn; And so for you I continue to seek; But you elude me Lady of Sleep; Tomorrow is another day; I'll seek again, Lady of Sleep.


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Procuro-te à noite para meus sonhos revelares Traduzido ao português por Luís Miranda

Procuro-te à noite para meus sonhos revelares; Deitada em silêncio, com paciência incalculável; A quietude da meia-noite em meu redor; Mas não te consigo encontrar; Mas continuo deitada, fazendo o meu melhor; Esperando que me concedas descanso; Olhos fechados com ansiedade, rolo e rebolo; Aquietai-vos, meus pensamentos, em breve será madrugada; E assim, por ti, continuo a procurar; Mas continuas a me iludir, Senhora do Sono; Amanhã é outro dia; Procurar-te-ei novamente, Senhora do Sono.


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Lugares mágicos para descobrir Castro de Monte Mozinho* Por: Valentina Ramos **

A partir deste número todos são convidados a enviar-nos as suas experiências mágicas dos lugares que tenham visitado e que tenham despertado momentos de intuição, misticismo ou simplesmente inspiração. Muitas vezes é através dos lugares que o nosso caminho presente unese a caminhos passados e ao percorre-los sentimo-nos em comunhão com a vida e com o Universo. Este espaço foi criado para compartilhar tais vivências

Lugar: Castro de Monte Mozinho [1] Localização: Penafiel, Portugal Coordenadas: 41° 8′ 47′′ N, 8° 18′ 40′′ W

Quando vim para Portugal e mais quando viajei para a Irlanda, senti que as minhas raízes celtas faziam sentido, especialmente

quando visitava todas as ruinas que ainda subsistem ao embate do tempo e à ação do homem. Encontrar uma explicação para a forma da construção, viver a experiência do centro do círculo, fechar os olhos para viajar no tempo e estar em comunhão com a natureza e a orientação dos astros, fortaleceu ainda mais este vínculo e a minha necessidade de explorar tudo o que poderia encontrar nos celtas. Tal ocorre especialmente nos lugares onde o desejo de conservação e reconstrução ainda não foi influenciado pelas formas arquitetónicas, quase podendo sentir de perto a energia que nos transmite a mesma pedra, o mesmo caminho, as mesmas árvores de há centenas de anos atrás, fazendo com que mais do que uma viagem cultural ou turística, seja uma viagem no tempo, a vidas anteriores. A visita ao Castro de Monte Mozinho não fazia parte dos meus planos, apesar de a sua observação ser falada de vez em quando, por amigos e conhecidos. Até que chegou a altura de fazer-lhe uma visita e com ela, uma

* Traduzido por Céu Almeida. Revisto por Luís Miranda. ** Sobre a autora: Ramos é licenciada em Psicologia, Mestre em Comunicação e Doutora em Psicologia. É iniciada em varias escolas esotéricas. A autora pode ser contactada através de seu email: valia.ramos@gmail.com


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das experiências mais fantásticas que pude viver nesta minha viagem pessoal de reencontro com os meus antepassados. O caminho que nos leva ao centro está feito para que possamos ir descobrindo, pouco a pouco, toda a antiga construção, e para maravilharmo-nos com a mistura da natureza e da pedra viva. Pouco a pouco, a falta de vegetação anuncia que uma cidade vai aparecer a qualquer altura e efetivamente, magnificamente, aparecem as ruinas das casas, monumentos, ruas e entradas, agora sem portas, mas que te forçam a pedir autorização para entrar.

va, as pedras e as formigas, para passar a estar em comunhão com a luz, o sol, a intensidade do momento. Deixei de ser eu mesma para transformar-me numa mulher de cabelos doirados, de traje celeste e com uma espiga de trigo na mão, caminhando pelos prados que já existiam há séculos atrás. Abri os olhos e maravilhada, detive-me a contemplar a minha criação mental, que se tinha materializado à minha frente. A erva estava banhada de ouro, e mais do que erva, parecia um mar de ondas brilhantes. Caminhei da mesma forma que a minha mente tinha caminhado no seu mundo de espigas de trigo e dancei com a natureza e a vida, no centro do círculo sagrado. Saboreando cada momento, e lamentando não poder ficar eternamente neste estado de unidade, amor, paz. As cidades antigas, as mais inexploradas, conservam os seus mistérios. Esta foi a minha descoberta: reconheci a vida e a energia do Castro e ele, em troca, devolveu-me a mais pura relação, esquecida, do homem com o tempo infinito. Por um momento fui eterna. Por um momento, a minha alma se me mostrou, desejando que o reencontro se repita. Desejando voltar novamente.

No ponto mais elevado da cidade, seguindo a lógica do monte onde foi construída, aparece o centro: um círculo de pedras, contornado pelo resto da cidade, protegido pelas muralhas. Dentro do círculo, o espaço muda, o tempo desaparece. Fechei os olhos por um instante e consegui transportar-me facilmente: a única entrada encontra-se a este, onde nasce o sol. Imaginei-me há centenas de anos atrás. Neste mesmo lugar, provavelmente coberto, o dia começava quando entravam os primeiros raios de sol no interior do recinto. Pelo mesmo lugar por onde entravam os homens, também entravam os Deuses. Continuei a minha viagem pelo mundo astral. Estar no centro do círculo é estar no centro do Universo e esses raros momentos há que respira-los e vive-los com intensidade. Visualizei por cima de mim toda a luz divina que só vem da conexão que estabelecemos com o mais elevado, com o infinito, e deixei cair essa imensidade de luz sobre mim e sobre o espaço onde me encontrava. Já não me encontrava neste mundo. Deixei de sentir a er-

Nota da autora [1] Castro é o nome associado aos povoados da idade do cobre à idade do ferro, distribuídos por todo o nordeste da Península Ibérica. Mais informações sobre o castro de Monte Mozinho consultar : http://www.cmpenafiel.pt/VSD/Penafiel/vPT/Publica/visitarpenafiel/ avisitar/PatrimonioArqueologia/ ImoveisdeInteressePublico/ imoveisinteressepublicocastromontemozinho.htm


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Cura e Energia* David de Roeck ** Há séculos que a humanidade se esforça para explicar e instruir sobre a relação entre Energia e aquilo a que chamamos de Cura. Muitos referem que somos um canal ou um recipiente para a cura mística ou para a transferência de energia. Mas se assim for, não estamos a viver a nossa vida já que nós somos energia e essa energia circula para fora e dentro de nós, em diferentes medidas e formas. Quando ficamos nus em água gelada, perdemos calor 25% mais rápido do que se não estivermos dentro de água. Então, a energia abandonando o nosso corpo é acelerada pelo líquido, que ajuda a transferir calor para a água, e, assim, temos um controlo limitado da emanação desse calor. Podemos cantar, podemos meditar, mas acontece sempre a mesma coisa, pois estamos sujeitos às mesmas leis, mesmo quando permitimos que o nosso cérebro tente controlar a fonte dessa energia.

nossa existência (especialmente se acreditamos na encarnação). Estamos constantemente a confirmar se estamos a desafiarnos, recordando o que atingimos com um determinado evento ou a certa altura. No entanto, estas coisas caem no vazio desse mesmo órgão, do Grande Cérebro, assim que concebemos a experiência e obtemos o padrão dos resultados. É o mesmo sentimento ou efeito, no nosso verdadeiro ser, de quando ficamos aborrecidos ou chocados ao recebemos o que não queríamos, ou quando relembramos uma sensação ou evento desagradável do passado.

“Somos afetados pelo o que nos rodeia, pelas pessoas com que contactamos durante a nossa existência. ”

O nosso cérebro é um órgão que “pensa que pensa”, e tentará minar o nosso pensamento e aumentar o nosso ego, ou fazer exatamente o oposto, dependendo dessas mesmas leis a que nos sujeitamos.

Nesta altura deveríamos tirar uma nota, guardada na nossa carteira, abri-la e lê-la alto:

Somos afetados pelo o que nos rodeia, pelas pessoas com que contactamos durante a

“Eu sou maior que a soma das minhas partes. Eu sou divino e feito do mesmo material

* Traduzido por Dina Amaral. Revisto por Luís Miranda

** Sobre o autor: David de Roeck é um dos oito membros permanentes do Círculo de Brigid. É também um Ascendi WinTarA e padre reverendo da Irmandade de Isis. Foi educado nos mistérios egípcios durante muitos anos tendo introduzido inúmeras pessoas no espírito vivo de Maát, que acompanhou até que eles vissem o poste de sinalização da sua viagem. David acredita que qualquer um pode alcançar a sua luz divina através de treino e orientação, independentemente das montanhas que tenha de subir. Durante algum tempo conversou com Lady Olivia Robertson, co-fundadora da Irmandade de Isis (FOI) sobre a necessidade de um abordagem estruturada e flexível, que respondesse às necessidades de um mundo moderno caracterizado por rápidas mudanças ao nível da consciência. No seguimento dessas conversas foi fundada em 12 novembro de 2011, durante o Festival de Isis no Castelo Clonegal, a escola dos mistérios da Ascensão de Isis. O lançamento oficial da escola contou com a presença de Lady Olivia


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cósmico que criou o Universo. Não sou mais nem menos que nada nem ninguém. Assim como a vida medeia toda a matéria e energia, ela é combustível vivo para mim.” Se não tem esta nota na sua carteira, sugiro que a escreva e a coloque onde a possa ver. A Arte do Nada Esta é a próxima parte da discussão sobre Energia e Cura. Quando seguimos a Arte do Nada, podemos ser objetivos e dizer que nunca estamos a fazer nada, porque mesmo quando nada fazemos, estamos a fazer alguma coisa? Estou-me a referir também ao processo de “existir”. Porque ao existir nós somos tudo, apesar de não estarmos a fazer a nada. Independentemente das múltiplas crenças que existem, todos nós refletimos sobre como tudo começou, quem fez ou criou, o que iniciou o Big Bang, ou o que fazia uma omnipresença antes da criação? Esta é a minha opinião, tudo emana da fonte, exceto a própria fonte. Esta fonte é uma consciência primordial, que cria uma imagem e mente cósmica dela própria e é o pensamento em si mesmo. Através da história, conhecida ou não, têm existido pessoas excecionais, com grandes dons, mas viveram debaixo do mesmo sol e obedeceram às mesmas leis do cosmos. Podemos treinar a nossa mente e o nossos corpo para realizar ou completar grandes feitos, coisas que até podem parecer sobrehumanas, mas são atingíveis por pessoas que estão limitadas à estrutura humana. Enquanto estivermos dispostos a empurrar os limites do nosso estado cósmico, continuamos a empurrar a barra cada vez mais longe, de onde assumimos que ela foi colocada. Quando nos sentimos bem, felizes, excecionais, estamos no estado ou forma de Deus ou Ser, na qual estamos constantemente a entrar e a sair. Quanto mais subimos no nosso lugar do cosmos, mais coisas nos acontecem e aos que nos rodeiam na vida, sendo parte do ir e voltar ao Universo. Esta é a for-

“Ao existir nós somos tudo, apesar de não estarmos a fazer a nada. ”

ma como nos sentimos e movemos durante a nossa vida, já que só nos conseguimos direcionar para a frente, para a próxima etapa da vida. Devemos lembrar-nos que os que curam e os médicos não tratam a pessoa, apenas ajudam a prolongar-lhes a vida (possivelmente). Mesmo quando uma pessoa é “curada” de uma doença, ela morrerá nalguma outra etapa da sua vida, seja por nova doença ou por falha da estrutura humana, é o “ir e voltar ao Universo”.

“Não devemos impor o que pensamos que a pessoa quer, ou o que achamos melhor para ela, porque é ela que deve receber, canalizar e alimentar a energia para se sentir melhor, excecional. ”

É por isto tudo que, quando eu digo que vou dar ou enviar energia, como não sou médico, eu apenas penso na pessoa e na conexão com o meu “Ser” de energia de bem-estar e felicidade. Isto é o “Nada” que eu faço, mas o que eu faço faz-me sentir bem, e, à pessoa que absorve a energia, dá a sensação de bem-estar e felicidade, ajudando-a lidar com o que se passa na sua vida. É melhor não saber nem pensar na doença ou na sua causa, nem deixar o cérebro focar-se em matar células cancerígenas, ou queimá-las ou ainda retirar-lhes a vida. Estes são pensamentos negativos na minha mente e não são bons. Quem sabe para quê e como usar a energia é a pessoa que a vai receber. Não devemos impor o que pensamos que a pessoa quer, ou o que achamos melhor para ela, porque é ela que deve receber, canalizar e alimentar a energia para se sentir melhor, excecional. Também nunca se deve pensar que alguém nos consegue drenar toda a nossa energia, ou retirar algo de vocês mesmos. Não há nada a temer porque não estamos a fazer “Nada” a não ser, sentirmo-nos bem e felizes. Este texto deverá promover a discussão, fazer refletir e trabalhar cada individuo na sua


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própria Luz Divina. Para saber mais ou para colocar quaisquer questão, por favor contactar a página do facebook “Ascension of Isis” ou através da web em www.ascensionofisis.com. É importante lembrar que, ao curar, não fazemos nada e o nada que fazemos é sempre qualquer coisa. Permitam à pessoa que aceita a cura receber tudo o que precisa. Nunca impor o que pensamos que ela necessita. Assim nunca haverá espaço para causa-efeito e a nossa energia permanecerá sempre elevada e experimentaremos a sensação de bemestar e felicidade. É também muito mais confortável oferecê-la num ambiente com música suave ou com a nossa voz, em vez do silêncio. O importante é conectarmo-nos com a pessoa a todos os níveis e assim definirmos etapas: 1. Feche sempre o chakra psíquico primeiro. Eles vão se abrir novamente por si mesmos. (Este chakra encontra-se na parte de trás das orelhas, junto a sua curva, em cima. Coloque os seus dedos e, gentilmente, faça uma rotação no sentido horário. Depois, gradualmente mova os seus dedos para fora e coloque de seguida as suas palmas da mão até cobrir

ambas as orelhas). 2. Faça linhas com os dedos, na testa, para permitir a conexão de energia com a sua.

“Permitam à pessoa que aceita a cura receber tudo o que precisa. Nunca impor o que pensamos que ela necessita. ” 3. Lembre-se, você é a Luz Divina. Permita que a pessoa retire o que precisa. 4. Toda esta informação veio ao nosso conhecimento através da Cerimónia de Ressurreição do Antigo Egipto. Poderei discutir mais sobre o tema, por isso se estiver interessado, por favor, envie e-mail ao editor. Para si e através de mim, as minhas bênçãos e lembre-se ” Quando você é o Sol não produz nenhuma sombra”.

FELLOWSHIP OF ISIS PORTUGAL

Mais informações: aqui E-mail: fellowshipofisis.portugal@gmail.com


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Doreen Valiente Sua contribuição para um paganismo contemporâneo *

Vivianne Crowley** É impossível fazer justiça à obra de Doreen Valiente num curto artigo de revista. Nas próximas décadas, irão existir muitos livros e artigos sobre paganismo, assim como investigações académicas, que à distância avaliarão a sua contribuição muito melhor do que nós que nos encontramos mais próximos dos eventos. No entanto, a inauguração no verão passado pelo Presidente da Câmara de Brighton de uma placa comemorativa em homenagem a Doreen, é um sinal de que é tempo de começar a avaliar. Cinco das contribuições de Doreen que vêm logo à mente de muitos de nós são os seus escritos, as suas investigações, a sua integração, a sua visão do Paganismo como uma Religião da natureza e o seu papel como co-fundadora da Federação Pagã. Escritos Os bruxos têm sido sempre amantes e mestres das palavras de poder. As palavras mágicas, os encantamentos e os feitiços são meios para o trabalho mágico. Em inglês, a

palavra “feitiço” (spell [1]) em si mesma tem dois significados, como base de linguagem escrita e como uma forma de magia. Frequentemente na história os bruxos foram retratados como pessoas iletradas e com pouco nível de escolaridade, no entanto a posse da palavra escrita, na forma de grimórios ou de livros pretos, era parte do misticismo do curandeiro [2]. Ter poder sobre as palavras era ter poder sobre as coisas. Doreen era uma mulher com poder sobre as palavras.

“Doreen era uma mulher com poder sobre as palavras.” Os escritos de Doreen foram uma grande contribuição para a manifestação do paganismo contemporâneo e para a bruxaria pagã em particular. Primeiramente, Doreen obteve reconhecimento do público e passou a ser reconhecida pelos buscadores espirituais e mágicos, através dos seus livros Where Witchcraft Lives, An ABC of Witchcraft Past And

* Traduzido por Céu Almeida. Revisto por Luís Miranda

** Sobre a autora: Vivianne Crowley, é professora universitária, psicóloga e sacerdotisa da Wicca. Ela é exprofessora de Psicologia de Religião em King’s College e em Heythrop College, Universidade de Londres, onde se especializou em Estudos Junguianos e Psicologia Budista. Foi membro fundadora do primeiro programa de mestrado em Psicologia da Religião na Europa É autora de vários livros sobre Wicca, espiritualidade pagã contemporânea e psicologia junguiana. Ensinou Wicca internacionalmente durante mais de 30 anos. No Reino Unido, foi coordenadora inter-religiosa da Federação Pagã e foi a primeira coordenadora do Pagan Capelania Services. Em 1989, lançou o seu primeiro livro sobre a Wicca, um dos livros mais valorizados e difundidos sobre Wicca enquanto tradição espiritual. Atualmente é professora do Departamento de Aconselhamento Pastoral, Cherry Hill Seminary, Columbia, SC, onde leciona cursos de mestrado em Psicologia da Religião, Morte e Morrer, e do Ministério para as pessoas mais velhas. Vive na Europa, dividindo seu tempo entre sua fazenda na Britânia rural, coração megalítico no noroeste da França, e Londres.


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Present , Natural Magic, e Witchcraft For Tomorrow. Estes são alguns dos clássicos do renascimento da bruxaria do século XX. Os primeiros livros de Doreen pretendiam comunicar com racionalidade e paixão o seu amor pela bruxaria e a abrir as portas para que outros pudessem encontrar o seu poder e o seu caminho interior. Quarenta anos depois, mantêm-se como minas de informação e como base para informar e guiar todos aqueles que procuram praticar a bruxaria pagã. Os escritos de Doreen foram fundamentais para o desenvolvimento da Wicca. Gerald Gardner, o “Pai Fundador” da Wicca era entre muitas outras coisas um pioneiro, um inspirador, um visionário. Se não tivesse sido nenhuma destas coisas, a Wicca não existiria hoje. Mas quando Gerald Gardner iniciou Doreen dentro da Arte dos Sábios [3], os textos rituais ainda se encontravam em proto-forma. Gerald não era grande artífice da palavra: era disléxico e não sabia soletrar. Por isso virouse para Doreen, para que desse corpo ao esqueleto que tinha adquirido dos seus iniciadores e à qual tinha adicionado as suas próprias investigações. Muito do que pensamos ser a essência do material gardneriano, alexandrino e outras formas relacionadas com a Wicca, veio da pena de Doreen. Ela embelezou os sabbats com material da Carmina Gadelica de Alexander Carmichael. Ela suavizou o material de Aleister Crowley na primeira versão da “carga” e adicionou material novo para lhe dar nova beleza. Ela criou feitiços, cargas rimadas e a famosa “Runa das Bruxas”. E para não descurar o Deus, em 1965 publicou na revista Pentagram, uma invocação que se usou em muitos covens: By the flame that burneth bright, O Horned One! Doreen também contribuiu para manter vivo outro ramo da bruxaria contemporânea: a de Robert Cochrane, com quem trabalhou depois de deixar o coven de Gerald Gardner. Referências sobre isso aparecem num dos seus últimos livros, The Rebirth of Witchcraft, e na sua contribuição para o livro Witchcraft: A Tradition Renewed de John Jones

nos casamos em 1979, a nossa receção reuniu muitos dos líderes de covens. Enquanto comiam o bolo de casamento, os anciões começaram a conspirar. A ideia que nasceu foi a de reviver os Grandes Sabbats dos covens do sul da Inglaterra, que tinham sido suspensos durante alguns anos.

“Ela criou feitiços, cargas rimadas e a famosa ’Runa das Bruxas’.”

Uma reunião no apartamento de Doreen, em Brigton permitiu, semanas depois, o lançamento de uma série de Grandes Sabbats numa casa de madeira em Surrey, arrendada a um agricultor amigo dos bruxos. Doreen e o seu Sumo sacerdote Ron Cooke chegaram no Reliant Robin de três rodas de Ron, movendo-se corajosamente a cerca de 50 Km por hora até chegar ao seu destino, com Doreen e Ron a parar a cada poucos quilómetros para tomar um chá forte que tinha trazido numa garrafa térmica. Foi maravilhoso para nós, jovens líderes de vários covens vestidos com as nossas glamorosas túnicas de veludo preto, ver a Doreen traçar um círculo nua com exceção de uma capa de lã, alguns acessórios de bruxos e umas botas de borracha. “Nem vestidos nem nus” deu um novo significado ao uso da capa. Mas os trajes de Doreen eram o epítome da sua atitude: uma vez em união com a natureza, com amor bruxístico, mas sempre prático e nunca pretensioso.

“Os trajes de Doreen eram o epítome da sua atitude: uma vez em união com a natureza, com amor bruxístico, mas sempre prático e nunca pretensioso.”

Investigação Apesar de ter deixado o coven de Gerald Gardner, Doreen não abandonou a Arte gardneriana. Quando o meu marido Chris e eu

Através dos Grandes Sabbats, Doreen fez uma descoberta importante na sua investigação sobre a história da Wicca. Académicos, como o Professor Jeffrey B. Russell no seu


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livro a History of Witches, Sarceners, Heretics, and Pagan, tinham lançado dúvidas sobre a declaração de Gerald Gardner sobre ter sido iniciado num coven de bruxos existente. Na cabana de Sunney, na noite de Samhain de 1980, logo após o pôr-do-sol, assistida por Magda Worthington e Ron, Doreen chamou pelo espírito da “Velha Dorothy [4]” que se pensava ter sido a iniciadora de Gardner. Doreen estava convencida, através das manifestações paranormais e através da voz de Gerald chamando-a, de que Dorothy tinha existido. Assim, Doreen renovou os seus esforços de investigação e foi bem sucedida ao rastrear a certidão de óbito de Dorothy Clutterbuck, em cuja casa Gerald tinha sido iniciado. Paganismo Inclusivo Doreen não era uma bruxa sectária. Ela pensava que o paganismo e a bruxaria deviam estar disponíveis a todos aqueles que estivessem na sua busca, com o coração sincero. Deste modo escreveu numa carta acolhendo a publicação da primeira edição da revista Pentagram: “É uma curiosa coincidência que 1964 seja somente 13 anos depois da revogação do último dos Atos de Bruxaria deste país, que ocorreu em 1951. (…) Como qualquer movimento vivo, existem diferenças de opinião entre nós, o que também é algo positivo! De uma uniformidade de lavagem de cérebros, que sempre sejamos preservados! (…) Nenhuma secção de culto tem direito a dizer “Nós, e somente nós, somos o elemento genuíno; aqueles que divergem de nós estão enganados”. Ao contrário, devemos respeitar os pontos de vista dos outros quando são tomados com sinceridade, sem importar se concordamos com eles ou não.

“Mas porquê um culto à fertilidade, baseado nos ciclos da agricultura, poderia apelar às pessoas contemporâneas que vivem na sua maioria nas cidades?”

Se estamos dispostos a fazer isso, então o caminho se abrirá para o verdadeiro grande trabalho que deverá ser realizado, especificamente o de colocar de novo todas as verdadeiras partes da antiga tradição, para formar um todo coerente tão significativo em todas as suas potencialidades, que poderá de uma vez comandar o respeito de pessoas inteligentes e preocupadas.” Natureza Outra importante contribuição foi o amor de Doreen pela natureza. A visão da Wicca de Gerald Gardner era de uma religião de fertilidade. Mas porquê um culto à fertilidade, baseado nos ciclos da agricultura, poderia apelar às pessoas contemporâneas que vivem na sua maioria nas cidades? No seu discurso, realizado depois da cena organizada pela revista Pentagram, em 1964, Doreen ofereceu uma resposta: “O que procuram os bruxos das celebrações dos festivais das estações é um sentido da unidade com a natureza, e a alegria que deriva do contacto com a Única Vida Universal. As pessoas de hoje necessitam disto, pois estão conscientes da tendência da vida moderna de cortá-los da sua relação com o mundo da Natureza Viva, até que a sua individualidade se suavize e distancie, e comecem a sentir-se como sendo uma peça de uma enorme máquina sem sentido. É a reação contra este sentimento que atrai o interesse das pessoas para a bruxaria de hoje. O desejo de regressar à natureza e de serem seres humanos de novo, assim como ela nos destinou a ser.” A Federação Pagã Doreen sempre teve a preocupação de melhorar a imagem pública da bruxaria pagã e por responder aos ataques dos meios de comunicação. Em 1971 juntamente com Magda Worthington e John e Jean Score, co-fundou A Frente Pagã, que logo se renomeou A Federação Pagã, com o objetivo de lutar contra a difamação e de fornecer contactos às pessoas que procuravam o Paganismo. Ao longo de 40 anos a Federação Pagã é um dos muitos legados de Doreen.


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“A Federação pagã e os pagãos contemporâneos ao redor do mundo muito devem a Doreen” A Federação pagã e os pagãos contemporâneos ao redor do mundo muito devem a Doreen, tanto pela bruxa como pela escritora, digna portadora da vara e da pena. Uma das mais conhecidas “ mães fundadoras” da Wicca, Doreen tem o seu lugar junto a todas as outras pioneiras do século XX, que através do seu trabalho, têm plantado as sementes de um Paganismo duradouro que possa trazer significado e alegria à existência humana.

review(2), pp. 5-6. Valiente, D. (1964, August). Letter of welcome. Pentagram: A witchcraft review(1), p. 1. Valiente, D. (1965, March). The Horned One. Pentagram: A witchcraft review(3), p. 12. Valiente, D. (1973). An ABC of Witchcraft Past and Present. London: Robert Hale. Valiente, D. (1975). Natural Magic. London: Robert Hale. Valiente, D. (1978). Witchcraft for Tomorrow. London: Robert Hale. Valiente, D. (1984). Appendix A: The Search for Old Dorothy. In J. Farrar, & S. Farrar, The Witches Way: Principles, rituals and beliefs of modern witchcraft (pp. 283-293). London: Robert Hale. Valiente, D. (1989). The Rebirth of Witchcraft. London: Robert Hale.

Bibliografia Carmichael, A. (1900). Carmina Gadelica: Hymns and Incantations with illustrative notes on words, rites, and customs, dying and obsolete. Edinburgh: Alexander Carmichael.

Valiente, D. (2000). Charge of the Goddess: The mother of modern witchcraft. Brighton: Hexagon Publications.

Crowley, V. (1998). Wicca as nature religion. In J. Pearson, R. H. Roberts, & G. Samuel (Eds.), Nature religion today: Paganism in the modern world (pp. 170179). Edinburgh: Edinburgh University Press.

Notas

Jones, E. J., & Valiente, D. (1990). Witchcraft: A tradition renewed. London: Robert Hale. Russell, J. B. (1980). A History of Witches, Sorcerers, Heretics, and Pagans. London: Thames & Hudson. Retrieved from Professor Jeffrey B. Russell in A History of Witches, Sorcerers, Heretics and Pagans. Valiente, D. (1962). Where Witchcraft lives. London: The Aquarian Press. Valiente, D. (1964, November). After dinner speech in, 'Fifty at Pentagram dinner'. Pentagram: A witchcraft

[1] Nota do tradutor: spell em inglês pode traduzir-se como “soletrar” e como “feitiço”, daí o seu duplo significado [2] Nota do tradutor: em inglês a palavra o homem astuto ou astuto curandeiro traduzida como curandeiro, utilizava-se como referência ao bruxo do povo, que praticava a adivinhação e a cura. Eram pessoas às quais se recorria quando tinham algum problema. [3] Nota do Tradutor: em inglês reconhece-se a Wicca Tradicional como “The Craft of The Wise” [4] Nota do tradutor: esta figura é reconhecida dentro da Wicca como “Old Dorothy”

Encontro de Pagãos Este encontro é para todos os interessados na Espiritualidade Pagã, Wicca, Druidismo, Bruxaria, Magia Celta e todos os "caminhos" que celebram o Paganismo. Todos são bem vindos e convidados a participar com opiniões e experiências e para um copo com pessoas que partiMais informações em: portopagans@gmail.com lham interesses semelhantes. ou através da página de Porto Pagans no Facebook o Google + Neste momento encontramo-nos na 3ª Sexta-Feira de cada mês, por volta das 21.30


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Anima Mystica recomenda: “As vozes do Outro Lado de Midgard” O ponto de confluência entre Mitologia Nórdica e vida mundana

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“Entre la psicología, el misticismo y la brujería” Psicologia e misticismo têm andado de mãos dadas desde que os grandes pensadores começaram a questionar o mundo ao seu redor e procurar uma explicação para suas ideias e as sinais da natureza e os deuses.

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Download de artigos originais Discover the Ancient Secrets of the Freemasons: Autor: Jean-Louis de Biasi Língua do texto original: ENGLISH Anima Mystica Revista Digital Vol. 3 No 2 pp 8-12 Download do artigo aqui

Energy and Healing Autor: David de Roeck Língua do texto original: ENGLISH Anima Mystica Revista Digital Vol. 3 No 1 pp 21-23 Peça o artigo original aqui

Doreen Valiente: Her contribution to contemporary Paganism

Autor: Vivianne Crowley Língua do texto original: ENGLISH Anima Mystica Revista Digital Vol. 3 No 1 pp 24-27 Peça o artigo original aqui

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