Documentar em parceria - Webinares

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Jean

ANA DE MESQUITA GUIMARÃES

DOCUMENTAR EM PARCERIA

escutou ou leu alguma vez a

CONTAR HISTÓRIAS

voz direta das crianças?

Podemos contar as histórias das crianças senão as ouvimos?

"Quem pode dizer , pois, que

Muito poucos. Melhor dito: pouquissimos são os adultos que podem respondem afirmativamente a esta pergunta, entre outras coisas porque na literatura mundial sobre/ da infância as suas vozes tem sido sempre silenciadas... Dar a voz à infância significa reconhecer o seu direito a ser os primeiros autores das suas vidas." Sergio Spaggiari

A escuta é uma atitude recetiva que pressupõe uma mentalidade aberta, uma disponibilidade para interpretar as atitudes e as mensagens lançadas pelos outros e ao mesmo tempo a capacidade de as absorvermos e validá-las. É uma atitude que devemos adotar se acreditamos num modelo educativo que considera as crianças como transmissores de cultura, como pessoas capazes de criar e construir significados mediante processos subtis e complexos. A escuta considera que, para aprender, as crianças devem estar interrelacionadas. Assim, consideramos que o trabalho de ensinar está extremamente vinculado aos fenómenos que possibilitam a aprendizagem e com todos os que estão envolvidos com a escola: cidade, comunidade educativa e o espaço. Para os adultos a escuta não termina em estar só à disposição. Ela faz parte da dinâmica que prevê outros aspetos essenciais para garantir a complexidade do processo – Escutar + Observar + Documentar + Interpretar. Observar não se limita a registar fotograficamente ou graficamente, mas sim colocar os adultos em relação com aquilo que observa conscientemente e intencionalmente. Contudo são estas duas últimas características que tornam difícil este processo.


As paredes ficam vestidas das histórias do quotidiano. “A palavra escrita e oral juntam-se a outras linguagens como a fotografia e a imagem que, na maioria das vezes, não são plenamente utilizadas nas suas potencialidades expressivas, mas são reduzidas a representações “iconográficas” … A imagem e a fotografia possuem um fortíssimo valor Ellis Naddler

comunicativo e representativo… Os grafismos das crianças, se contextualizados e organizados de forma a poder transmitir e comunicar não apenas emotivamente, mas sobretudo a bagagem de pesquisa e descoberta que cada criança guarda naquela representação gráfica. Aquilo que não se pode documentar não existe. "

PORQUE DOCUMENTAMOS?

Malavazi & Zoccatelli, 2012

Na Abordagem Reggio Emilia valoriza-se

Rascunhos e storyboards precisam-se.

muito os espaços, intitulados de

Precisamos de estar aptos a entender

“ambientes”. Espaços com identidades

que cometer erros faz parte do processo

próprias, que potenciam a

de contrução de identidade da

aprendizagem,o jogar, o estar em

documentação da instituição. Por isso, o

relação com outros. Espaços que

trabalho em equipa é essencial. Vários

mudam, são modificados e crescem com

olhares sobre: o que é importante

as crianças. O espaço documental é uma

documentar, se o que está documentado

prioridade, mais até, uma necessidade

representa e respeita a nossa filosofia.

vital.

A documentação é assim um processo

Os projetos desenvolvidos ou que ainda

longitudinal que se adapta à

decorrem estão expostos e ajudam a

aprendizagem de todos. Não existem

todos a “sentir” e a compreender o que

receitas para uma documentação

se vive na escola. Os painéis são para

perfeita. Existem sim algumas regras e

ser lidos, primeiro, pelas crianças, e

conselhos estéticos. Preferências pelos

depois pelas famílias, pelos professores

qualificadores, tipo de representações,

e pelos visitantes.

tratamento de dados e formas de refletir.

ANA DE MESQUITA GUIMARÃES


SIMPLIFICAR É DIFICIL Todas as crianças fazem e participam na documentação. Toda a equipa documenta. Com tantos intervenientes torna-se imprescindivel simplificar a atuação de cada um.

Olya Leontieva

As familias são convidadas a participar na documentação.

"Os professores devem comprometer-se a tornar visivel as experiências das crianças através de documentação substancial e refletiva. Que pode, por sua vez, tornar-se suporte documental para uma avaliação. Desta forma, mantemos as experiências complexas das crianças como base da nossa forma de ensinar e de documentar. Em vez de permitir que as nossas propostas sejam guiadas e restritas apenas pelos objetivos de avaliação." PELLO, 2007

O PORTFOLIO A VÁRIAS MÃOS Os artistas mantem uma amostra representativa do seu trabalho em portfolios. Estas coleções de trabalhos permitem que os próprios artistas consigam revisitar os seus trabalhos, avaliando o seu próprio progresso, temas recorrentes, técnicas e materiais experimentadas e mudanças ao longo do tempo. Considerar criar portfolios para crianças pode ser só um agregar de registos gráficos, bidimensionais, organizados temporalmente numa capa e ser suficiente. Contudo, será isto o que procuramos? E se contassemos as suas histórias? o

ANA DE MESQUITA GUIMARÃES


AS VANTAGENS DO ANALÓGICO Escrever à mão, recortar e colar, construir a "documentação macroscopica". São rápidas, expostas à participação colectiva, fluem facilmente (pois não é necessário dominar nenhuma ferramenta tecnológica), permite lidar com o inesperado, com o erro e por isso tornamse mais criativas, mais verdadeiras e menos formatadas.

WEBINAR

DOCUMENTAR EM PARCERIA O PORTFOLIO A VARIAS MAOS 30 DE ABRIL- I TURMA 6 DE MAIO - II TURMA 10 DE MAIO - III TURMA

VESTIR AS PAREDES 12 DE MAIO

Picomodi

informações e inscrições: passos.e.gigante@gmail.com

ANA DE MESQUITA GUIMARÃES


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