buffet, Vac Du
(1954) he
Jean
ANA DE MESQUITA GUIMARÃES
DOCUMENTAR EM PARCERIA
escutou ou leu alguma vez a
CONTAR HISTÓRIAS
voz direta das crianças?
Podemos contar as histórias das crianças senão as ouvimos?
"Quem pode dizer , pois, que
Muito poucos. Melhor dito: pouquissimos são os adultos que podem respondem afirmativamente a esta pergunta, entre outras coisas porque na literatura mundial sobre/ da infância as suas vozes tem sido sempre silenciadas... Dar a voz à infância significa reconhecer o seu direito a ser os primeiros autores das suas vidas." Sergio Spaggiari
A escuta é uma atitude recetiva que pressupõe uma mentalidade aberta, uma disponibilidade para interpretar as atitudes e as mensagens lançadas pelos outros e ao mesmo tempo a capacidade de as absorvermos e validá-las. É uma atitude que devemos adotar se acreditamos num modelo educativo que considera as crianças como transmissores de cultura, como pessoas capazes de criar e construir significados mediante processos subtis e complexos. A escuta considera que, para aprender, as crianças devem estar interrelacionadas. Assim, consideramos que o trabalho de ensinar está extremamente vinculado aos fenómenos que possibilitam a aprendizagem e com todos os que estão envolvidos com a escola: cidade, comunidade educativa e o espaço. Para os adultos a escuta não termina em estar só à disposição. Ela faz parte da dinâmica que prevê outros aspetos essenciais para garantir a complexidade do processo – Escutar + Observar + Documentar + Interpretar. Observar não se limita a registar fotograficamente ou graficamente, mas sim colocar os adultos em relação com aquilo que observa conscientemente e intencionalmente. Contudo são estas duas últimas características que tornam difícil este processo.
As paredes ficam vestidas das histórias do quotidiano. “A palavra escrita e oral juntam-se a outras linguagens como a fotografia e a imagem que, na maioria das vezes, não são plenamente utilizadas nas suas potencialidades expressivas, mas são reduzidas a representações “iconográficas” … A imagem e a fotografia possuem um fortíssimo valor Ellis Naddler
comunicativo e representativo… Os grafismos das crianças, se contextualizados e organizados de forma a poder transmitir e comunicar não apenas emotivamente, mas sobretudo a bagagem de pesquisa e descoberta que cada criança guarda naquela representação gráfica. Aquilo que não se pode documentar não existe. "
PORQUE DOCUMENTAMOS?
Malavazi & Zoccatelli, 2012
Na Abordagem Reggio Emilia valoriza-se
Rascunhos e storyboards precisam-se.
muito os espaços, intitulados de
Precisamos de estar aptos a entender
“ambientes”. Espaços com identidades
que cometer erros faz parte do processo
próprias, que potenciam a
de contrução de identidade da
aprendizagem,o jogar, o estar em
documentação da instituição. Por isso, o
relação com outros. Espaços que
trabalho em equipa é essencial. Vários
mudam, são modificados e crescem com
olhares sobre: o que é importante
as crianças. O espaço documental é uma
documentar, se o que está documentado
prioridade, mais até, uma necessidade
representa e respeita a nossa filosofia.
vital.
A documentação é assim um processo
Os projetos desenvolvidos ou que ainda
longitudinal que se adapta à
decorrem estão expostos e ajudam a
aprendizagem de todos. Não existem
todos a “sentir” e a compreender o que
receitas para uma documentação
se vive na escola. Os painéis são para
perfeita. Existem sim algumas regras e
ser lidos, primeiro, pelas crianças, e
conselhos estéticos. Preferências pelos
depois pelas famílias, pelos professores
qualificadores, tipo de representações,
e pelos visitantes.
tratamento de dados e formas de refletir.
ANA DE MESQUITA GUIMARÃES
SIMPLIFICAR É DIFICIL Todas as crianças fazem e participam na documentação. Toda a equipa documenta. Com tantos intervenientes torna-se imprescindivel simplificar a atuação de cada um.
Olya Leontieva
As familias são convidadas a participar na documentação.
"Os professores devem comprometer-se a tornar visivel as experiências das crianças através de documentação substancial e refletiva. Que pode, por sua vez, tornar-se suporte documental para uma avaliação. Desta forma, mantemos as experiências complexas das crianças como base da nossa forma de ensinar e de documentar. Em vez de permitir que as nossas propostas sejam guiadas e restritas apenas pelos objetivos de avaliação." PELLO, 2007
O PORTFOLIO A VÁRIAS MÃOS Os artistas mantem uma amostra representativa do seu trabalho em portfolios. Estas coleções de trabalhos permitem que os próprios artistas consigam revisitar os seus trabalhos, avaliando o seu próprio progresso, temas recorrentes, técnicas e materiais experimentadas e mudanças ao longo do tempo. Considerar criar portfolios para crianças pode ser só um agregar de registos gráficos, bidimensionais, organizados temporalmente numa capa e ser suficiente. Contudo, será isto o que procuramos? E se contassemos as suas histórias? o
ANA DE MESQUITA GUIMARÃES
AS VANTAGENS DO ANALÓGICO Escrever à mão, recortar e colar, construir a "documentação macroscopica". São rápidas, expostas à participação colectiva, fluem facilmente (pois não é necessário dominar nenhuma ferramenta tecnológica), permite lidar com o inesperado, com o erro e por isso tornamse mais criativas, mais verdadeiras e menos formatadas.
WEBINAR
DOCUMENTAR EM PARCERIA O PORTFOLIO A VARIAS MAOS 30 DE ABRIL- I TURMA 6 DE MAIO - II TURMA 10 DE MAIO - III TURMA
VESTIR AS PAREDES 12 DE MAIO
Picomodi
informações e inscrições: passos.e.gigante@gmail.com
ANA DE MESQUITA GUIMARÃES