Provocações e convites

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Provocações e convites AMG

Originários da pedagogia Reggio Emiliana, estas duas designações são usadas comummente para definir conceitos que fundamentam as escolhas e disposição de materiais baseadas na aprendizagem centrada nos interesses da criança. A provocação e o convite fundamentam-se na observação prévia das crianças e estão especificamente pensados para provocar a ação, pensamento e ampliar as ideias das crianças de acordo com as suas necessidades de desenvolvimento. Ou seja, não aparecem sem justificação. A ordem, a estética e o sentido poético são ingredientes imprescindíveis para estas propostas. Encher um espaço de materiais não é só por si um convite nem uma provocação. Ter crianças a tropeçar, a deitar abaixo materiais pela falta de espaço para a sua manipulação; só ter materiais plásticos ou com pouca variedade de estímulos; ou não ter uma reflexão nem documentação própria e evolutiva das atividades, faz com que muitas tentativas de criar propostas fiquem muito aquém das suas potencialidades.

webinar 24 de outubro de 2021 info@anamaisgrande.com


Estar com grupos pequenos permite sim, esse olhar que se pretende com estas propostas. De outra forma, é o brincar livre com materiais de fim aberto. Será que lhe podemos também chamar de "brincar heurístico"? Existe muita necessidade de reflexão e aprendizagem. Quanto mais estudamos, lemos, partilhamos em conjunto com colegas de outros países, vamos tendo cada vez mais cuidado com as designações que usamos e com a intencionalidade clara das nossas propostas. Um adulto implicado com o processo consegue claramente ver as diferenças nas duas propostas, alinhavar a documentação com o currículo e estimular a participação ativa das famílias na exploração das propostas com as crianças.

Assim quando iniciamos estas propostas com educadores em aprendizagem, abrimos os espaços com apenas uma proposta. Para que o educador prepare, registe e observe como o pequeno grupo se apropria quer do espaço, dos materiais e como se relaciona entre si. Depois regista, reflete, documenta e reorganiza a proposta. Esta caminhada necessita de tempo e espaço para acontecer. Uma verdadeira coadjuvação pedagógica entre os elementos da equipa para que haja a possibilidade da divisão dos grupos pelas diferentes propostas e uma documentação pedagógica rica de saberes. Adultos criativos precisam-se!


Interesses genéricos ou individuais Para que as provocações realmente funcionem conhecer os interesses das crianças é essencial. Mas quando falamos dos interesses das crianças não nos estamos a referir a interesses genéricos como dinossauros, mas sim naquilo que eles pensam enquanto brincam. Como formulam as suas teorias, como compreendem as experiências e os resultados daquilo que vivenciam.

Como partimos de interesses especificos para a organização de contextos de investigação? Como são organizados os espaços na sala, nos espaços partilhados da instituição? As provocações transbordam limites fisicos quando o silêncio das crianças significa concentração.

Tipos de provocações As provocações assumem muitas formas. Aproveitamos todos os espaços para montar contextos que permitam que todos as crianças tenham oportunidade de os explorar. No webinar iremos partilhar diversas provocações e convites e a teoria que fundamentam as nossas práticas.

Leituras recomendadas: Edwards, Carolyn P. (1993). The hundred languages of children : the Reggio Emilia approach to early childhood education. Norwood, N.J. :Ablex Pub. Corp., Gray, P. (2013). Free to learn: Why unleashing the instinct to play will make our children happier, more self-reliant, and better students for life. Basic Books/Hachette Book Group


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