Ler pelo prazer de ler - Junho 2021

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LER pelo prazer de ler - V COR DA TERRA 31.05- 06 de junho de 2021


"Tantos livros, tantas leituras." Para além dos livros dos meninos, as educadoras trouxeram tambem as suas propostas para esta semana:

"Este alce é meu!"Oliver Jeffers " This way-That way How does a giraffe sleep?"- Anne Louchard

"Que história tão tontinha." CAROLINA, 3 ANOS


Tal como no mês passado, fizemos um pequeno sorteio para decidir a ordem das apresentações dos livros. Os mais velhos escreveram os nomes de cada menino, bem como os titulos.


O que é ler? Dialogos à hora de almoço

Carolina: - Eu li a minha história! Ana- Ah sim?! Mariana - A Carolina imaginou... Carolina: Não imaginei! Contei como sei. Mariana: - A Carolina contou como sabe. Carolina- A Isabel é que leu!

"Ler é juntar as letras" - Margarida


LER pelo prazer de ler

COR DA TERRA 7 a 11 de junho de 2021


A Literatura Infantil é uma prática interdisciplinar que está relacionada com outros modos de expressão, como o movimento, a imagem e a música, que vão formando o saber comunicativo da criança desde os primeiros anos. É importante para a formação de qualquer criança ouvir histórias, pois desencadeia o imaginário infantil, estimulando o intelecto e a formulação de hipóteses, desenvolvendo assim o potencial e as habilidades da mesma. As crianças aprendem desde cedo, que a linguagem dos livros tem as suas próprias convenções, e que as palavras podem criar mundos imaginários. Contribuirá também para que a criança entre em contacto com diversos modos de ver e sentir o mundo e a sua diversidade, de lidar com aspetos emocionais, socioculturais, históricos, linguísticos e literários. Como diz Cademartori (1987, p. 73) é “através da história, que a dimensão simbólica da linguagem é experimentada, assim com a sua conjunção com o imaginário e o real”. Cada vez que abrimos um livro para ler uma história às crianças, transformámos essa ocasião num momento mágico, abrindo uma janela para o inexplorado e misterioso. No momento que lemos, começamos um ritual onde os participantes serão o leitor e o ouvinte. A expressão, o movimento, o gesto, a voz dão sabor às palavras, numa afinidade carinhosa entre o leitor, o ouvinte e o próprio texto. Este é um momento místico que vai mostrando continuamente os acontecimentos, provocando sensações, emoções e curiosidade.


Quanto ao reconto oral de histórias, este permite à criança expressar-se de forma criativa e emotiva, bem como a chance para exteriorizar as suas ideias do seu jeito, aumentando a motivação, a literacia e as competências orais. “Quanto mais as crianças se familiarizam com os vários elementos de uma história em particular, mais à vontade se sentem para as reestruturar” (Beetlestone, 1998, p. 20).


Ler pelo prazer de ler

livros sem palavras "Quando retiramos as letras das histórias damos voz às crianças. Elas “leem o que vêm” e cada uma encontra uma narrativa diferente em cada página. Tornam-se coautores das histórias, dão-lhes fins diferentes e prolongam a narrativa para lá das páginas... onde tudo é possível."

ANA DE MESQUITA GUIMARÃES

As imagens visuais dominam as aprendizagens iniciais das crianças, as suas emoções e a sua mundovisão, pelo que a(s) sua(s) literacia(s) se encontra(m) profundamente entrosada(s) no modo como aprendem a ver e o que esperam ver (Meek, 1991).

Niente da fare Silvia Borando


LER pelo prazer de ler COR DA TERRA 13 a 30 de junho de 2021


Ler em qualquer lugar Nossa melhor tradição.

Acreditamos que todos os lugares são bons para ler, ver e ouvir histórias. Sózinho, em pequeno grupo ou na floresta. Durante estas semanas todos puderam partilhar as suas histórias, mostrar os seus livros, construir livros , escrever e "furar a página" da sua história inventada. Deste projeto partimos à descoberta de diferentes tipos de livros e grandes discusões sobre: o que é ler? E o que é um livro?



UMA EXPOSIÇÃO DE LIVROS Montamos na nossa praça uma exposição de livros. Todos eles muito diferentes. Um tinha as páginas todas pretas e falava sobre cores. Outros eram cheios de buracos e viase de umas páginas para as outras. Outro era um livro sobre o "barulho branco", outro sobre um gato e uma libélula com uma corda no meio do livro.... depois de conhecermos tantas destas "obras de arte" também quisemos construir os nossos.

"As crianças aventuram-se nas imagens dos albuns ilustrados com uma procura de fascinio. Enquanto observam tem uma necessidade de pausar, para "ver" e descobrir tudo. Os artistas compreendem esta necessidade de dissecar, pois tambem o fazem." Margaret Meek


A EXPLORAÇÃO DOS MATERIAIS E FERRAMENTAS E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DOS LIVROS FERRAMENTAS USADAS: FURADORES DE VÁRIOS FEITIOS; TESOURAS DE VÁRIOS FEITIOS; COLA, AGRAFADOR, CANETAS, MATERIAL: RESTOS DE CARTOLINAS E PAPEIS COLORIDOS

"Eu quero fazer todos"

"Vou colar muitas folhas"

"Tens de fazer força"

"E agora colocas aqui"


"Já não tem mais espaço"

"Vou fazer o título"

" A criatividade está ligada à brincadeira. A criatividade opera na memória, estabelecendo uma relação entre tudo que se memorizou" Bruno Munari

"O meu tem muitas páginas"


Exposição "livros de autor" Tal como Bruno Munari também nós fomos autores de "livros ilegiveis". Com a compreensão do potencial do livro como objeto, Munari criou os “pré-livros”, pensando em trazer o prazer da experiência com os livros nos primeiros estágios da infância. Livros sem histórias pois a sua intenção não era condicionar os pequenos leitores à narrativa mas sim estimular sua criatividade, colocando os livros na mesma classe dos brinquedos. O “Livro Ilegível” (1984) de Bruno Munari, é despido de texto, utiliza apenas o material de que é feito para transmitir algo. É a forma, a cor, o papel, a encadernação e o corte, que lhe dão expressividade. E esta foi também a nossa intenção do Atelier... encontrar a expressividade individual! Cada livro é único e é o resultado de todas as decisões dos seus autores.



HISTÓRIAS COM TRÊS CORES E OS DOIS LADOS DA FOLHA... UMA NARRATIVA EM MOVIMENTO. Primeiro não existia nada! Apenas uma folha branca e no brincar de um marcador que faz um risco de um lado da folha e descobre que se fizer um buraco pode "espreitar" para o outro lado. Brincar com as dimensões e com a narrativa visual que se constrói à medida que se narra a história oralmente. Cada história é única uma vez que o autor descobre o caminho no momento em que a conta. Além do exercício em criatividade, estas histórias rápidas, são muito uteis para o desenvolvimento da linguagem oral.

"Para viver e sobreviver, é preciso sonhar, e sonhar com palavras é um modo de reinventar a vida" Jorge Miguel Marinho.

"CADA MENINO É UMA SURPRESA. E ISSO É A UNICA COISA REAL." MARTA MATA


A comer... con los monstruos! um livro aborrecido para aprender a contar até 10!

um livro aborrecido para aprender a contar até 10!

Apesar do nosso projeto de leitura não ter um objetivo pedagógico definido a mais do que o do motivar para a leitura, foram várias as vezes que as educadoras trouxeram livros que referiam hábitos de alimentação saudáveis... e até tentaram que as piranhas experimentassem vários legumes e frutas.

Piranhas don't eat bananas!


DESENHAR PALAVRAS E FALAR IMAGENS Desenhamos conceitos e nomeamo-los, como forma de explicarmos o nosso processo intelectual e de garantir o reconhecimento daquilo que desenhamos. Partilhamos depois, com outras pessoas estas imagens, estas mensagens visuais, e apoderamo-nos delas para comunicar algo, recorrendo ou não ao auxílio das palavras. Simplificamo-las em signos, os mesmos signos que os nossos antepassados usaram para comunicar, para representarem algo nas paredes das cavernas, em tábuas e até mesmo em papiro. Signos que deram a possibilidade de hoje em dia termos um sistema de escrita. Assim, ao desenharmos as instruções no Posto de Correios do CDT de como colocar uma carta no correio, ou da letra da música das sardinhas, a "leitura" (informação) torna-se acessivel a todos.


O posto dos correios do CDT


"UM MONSTRO DE PERNAS PARA O AR A ANDAR DE SKATE" "O papá Nicolau fez uma carta para a Maria!" - Mariana


A RODA DE LIVROS Tem como objetivo conhecer a diversidade de géneros que uma biblioteca escolar ou pessoal pode ter. Motivando através da manipulação dos diversos exemplares para a leitura autónoma, em grupo ou em família. A Roda de Livros permite que cada criança recrie a "leitura" guiando-se pelas imagens e memória auditiva ou aventurando-se na releitura de uma nova história. Permite parar numa página em particular e debruçar-se sobre um determinado detalhe ..."ler" ao sabor do seu tempo.


Os cadernos arco-iris e a pré-escrita

É a partir dos dois anos que a criança inicia as primeiras fases do desenvolvimento da escrita. Começando, muitas vezes, por desenhar linhas em arco da esquerda para a direita e criando movimentos circulares. As crianças têm tendência a escrever em superfícies maiores utilizando o braço todo, em vez das mãos e dos pulsos, uma vez que, nesta idade, a motricidade grossa está mais desenvolvida do que a motricidade fina.

Entre os três e os quatro anos, começam a desenhar formas, como círculos e quadrados. Evoluindo depois para as linhas retas, curvas, círculos e pontos, dando os primeiros passos na aprendizagem da escrita.

Aos três anos e meio, desenvolvem a flexão-extensão; a capacidade de criarem ondas utilizando os pulsos. À medida que desenvolvem a flexão-extensão, as crianças são incentivadas a fazerem atividades que promovem o uso das mãos, dos pulsos e dos dedos. Ao mesmo tempo que o tamanho da sua área de trabalho vai reduzindo consideravelmente. Iniciam assim a cópia das letras.

Todas estas aprendizagens acontecem naturalmente dentro dos contextos montados e as propostas oferecidas. Nos grupos heterogéneos as crianças mais novas aprendem a imitar os mais velhos, a pré-escrita é tão natural como o desenho.


Os cadernos arco-iris voam como a nossa imaginação.

"O Universo é feito de histórias e não de átomos" Muriel Rukeyser


VOLTAMOS EM SETEMBRO, ATÉ LÁ NÃO DÊ FÉRIAS AOS LIVROS!

Il libro bianco Silvia Borando


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