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CONVERSA DE PSICÓLOGO Volume 07 - Edição 01 Setembro - 2013
Entrevistadas: Cintia de Rocha /
Gisele Bueno
Entrevistadora: Kellen M. E. Fernandes
TEMA: ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
Cíntia Cristiane Morais Bobroff da Rocha Psicóloga analista do comportamento, Especialista em Saúde Mental e Psicologia organizacional e do Trabalho. Atua na área clínica como psicóloga infantil, de adolescentes e de adultos no IACEP Londrina, onde também é colaboradora. Na área organizacional atuou em diversos subsistemas da área de recursos humanos e atualmente além dos atendimentos clínicos coordena alguns grupos como o de Orientação Profissional, Orientação a Pais e Habilidades Sociais com crianças. Gisele Bueno de Farias Psicóloga especialista em Metodologia da Ação Docente, Gestão Contemporânea de Recursos Humanos e Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina. Atua na área clínica como psicóloga infantil e de adolescentes no IACEP
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Londrina. Coordena os grupos de Orientação Profissional, Orientação a Pais, Habilidades Sociais com
crianças e Grupo de Estudos em
Psicologia
Organizacional.
Gostaria que falassem um pouco sobre o Grupo de Orientação Profissional, quais são os objetivos do Grupo e em que ele pode ajudar? O Grupo de Orientação Profissional que desenvolvemos no IACEP é realizado sob o enfoque comportamental e tem como objetivo propiciar uma ampliação do repertório pessoal de autoconhecimento para restringir às características pertinentes a escolha profissional. Além disso, busca trazer aos adolescentes conhecimentos a cerca das opções profissionais atuais, para que possam também estabelecer critérios e ampliar suas escolhas, no sentido de facilitar a tomada de decisão. A orientação também propicia um momento de reflexão sobre suas próprias características e como posso relacionar minhas preferências com relação à escolha profissional.
Porque é importante na Orientação Profissional trabalhar a questão do autoconhecimento? Bom, a partir do autoconhecimento a pessoa pode ser capaz de explorar alternativas ocupacionais adequadas para si, definir metas de carreiras viáveis e pertinentes, estabelecer planos realistas e implementá-los com maior probabilidade de sucesso. O processo de autoconhecimento tem como objetivo analisar junto ao adolescente as diferentes variáveis controladoras implicadas na escolha profissional como: questões pessoais, familiares, sociais e contextuais. Com isso, o adolescente irá observar e discriminar as relações existentes entre a escolha profissional e sua história de vida e assim identificar também suas habilidades. O
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autoconhecimento ocorre através das observações dos próprios comportamentos e atividades que remetem o indivíduo a realizar auto-observação. Nós costumamos dizer que é como uma escada, que deve-se subir um degrau de cada vez, assim um processo possibilita a ocorrência do outro. Em outras palavras o jovem é estimulado a olhar para si mesmo e assim descobre “quem é” e ao saber de si, sabe também falar de seus interesses e suas dificuldades relacionando-as com as possíveis profissões.
Qual a importância de conhecer as áreas de interesse? Partimos do pressuposto de que conhecer abre oportunidade para enxergar possibilidades futuras, que estão relacionadas ao que trabalhamos no processo de autoconhecimento. Assim como precisamos nos conhecer, precisamos também conhecer as áreas de interesse e as profissões que estão de acordo com nossas características e o que poderemos desenvolver enquanto profissional futuramente. Nós costumamos trazer profissionais que possam relatar suas práticas e percebemos que, suas palestras, auxiliam os adolescentes a enxergarem um pouco mais de perto a realidade ocupacional. Também auxiliamos os jovens na pesquisa também sobre áreas de interesse e a busca de informações sobre determinada profissão, o que ajuda a estabelecer critérios para a escolha profissional.
Quais são as dificuldades encontradas pelos jovens durante a escolha profissional? Percebemos que são diversas dificuldades encontradas, a primeira é a dificuldade de se autoconhecer, saber o que gosta de fazer no dia-a-dia e também de se autoobservar. As pessoas, de forma geral, não são estimuladas pela nossa cultura a
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dedicar parte do seu dia a pensar sobre si e se analisar, então acaba sendo comum os jovens não se autoconhecerem de forma adequada. Outra questão seria no âmbito familiar, pois alguns adolescentes ficam sob controle de querer agradar os anseios da família e acabam querendo optar por profissões que seus familiares julgam mais apropriadas e que lhes dará maior retorno financeiro. Esta condição acaba deixando o adolescente confuso no momento em que precisa decidir se quer fazer o que gosta ou o que será melhor para a família. Outra questão que observamos ser uma dificuldade dos jovens é a exigências social, relacionada ao “status” de uma determinada profissão. Algumas pessoas ficam sob controle de estar no mercado de trabalho onde possam ter bom retorno financeiro, reconhecimento público, mas não percebem que aquela escolha pode não ser a mais correta e assim acabam ficando indecisos com relação à tomada de decisão.
O apoio da família é importante neste momento? Notamos que a família tem um papel importante neste momento de tomada de decisão. Quando os pais apoiam os filhos a passar por um processo de orientação profissional a fim de buscar informações, organizar seus interesses, possibilitar o autoconhecimento com a ajuda de um profissional, eles permitem que o filho tenha uma tomada de decisão mais autônoma. Dessa forma, podemos afirmar que a contribuição dos pais, no sentido de estimulação, apoio, e afeto, para o processo de escolha profissional de seus filhos é fundamental.
Com a Orientação Profissional a pessoa consegue realmente decidir sobre sua carreira? Ela traz a resposta de qual profissão se deve seguir? A Orientação Profissional tem o papel de facilitar e estimular os adolescentes a discriminarem suas habilidades pessoais e as condições externas que estão
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envolvidas no processo de decisão profissional. O programa tem o objetivo criar estratégias para ampliar as possibilidades pelos adolescentes e em seguida eles vão restringindo as opções até o momento da escolha profissional. O processo de orientação profissional não aponta uma profissão específica, não da nenhum tipo de resposta pronta para o adolescente. A função é dar ferramentas para que o jovem seja auxiliado a identificar quais as habilidades e os interesses estão mais relacionados às áreas profissionais existentes.
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Entrevistadora: Kellen Martins Escaraboto Fernandes Graduada pela Universidade Estadual de Londrina e Pós graduada por esta mesma universidade em Psicologia Clínica Comportamental e pela UNOPAR em Educação Especial. Mestranda em Neuropsicologia Clínica. Atua como Psicóloga Escolar no Colégio Interativa de Londrina/PR e como Psicóloga Clínica no IACEP. Professora de Pós Graduação em Psicopedagogia, Educação Especial, metodologia do Ensino Superior e Neuropsicopedagogia na UNOPAR/ Londrina, FACESI e Faculdades Iguaçu. Ministra cursos e palestras, tendo como parceiros o Sistema Maxi de Ensino, SESC, SENAC e Colégios da rede Marista, além de Escolas Municipais e Estaduais. Autora de diversos artigos e publicações, secretaria da ABENEPI – Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil – Núcleo Londrina e supervisora clínica do Grupo de Estudos e Supervisão em terapia Infantil/IACEP. CRP08/09270
Rua: Malba Tahan, 420 Londrina – Paraná. Fone (43) 3029-8001 E-mail: iacep@iacep.com.br www.iacep.com.br
Coordenação editorial: Bruna Aguiar e Laís R. Paes Revisão: Bruna Aguiar e Laís R. Paes Projeto gráfico e diagramação: Laís R. Paes