AGROECOLOGIA
TECNOLOGIAS SOCIAIS INOVADORAS PARA O CERRADO
Cadernos da Agricultura Familiar
Nº 09
2014 AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
Ano Internacional da Agricultura Familiar Camponesa e Indígena
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Romaria É de sonho e de pó, o destino de um só Feito eu perdido em pensamentos Sobre o meu cavalo É de laço e de nó, de gibeira o jiló, dessa vida cumprida a só Sou caipira, Pirapora Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda O trem da minha vida O meu pai foi peão, minha mãe solidão Meus irmãos perderam-se na vida Em busca de aventuras Descasei, joguei, investi, desisti Se há sorte eu não sei, nunca vi Me disseram porém, que eu viesse aqui Pra pedir de romaria e prece Paz nos desaventos Como eu não sei rezar, só queria mostrar Meu olhar, meu olhar, meu olhar. Renato Teixeira
Foto: festaspopulares.iesa.ufg.br
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BOAS-VINDAS Pirilampo que beleza que lindeza o teu brilhar Pisca-pisca pirilume oh faísca de luar Teu piscar teu lume incerto é poeira de ilusão È preciso armar fogueira pra acender o meu sertão Almir Sater
O Cerrado brasileiro, a savana mais rica do mundo em biodiversidade, ocupa quase um quarto (mais de 20%) do território nacional. Distribuído por 2.036.448 quilômetros quadrados, o bioma reúne mais de 15 mil espécies de plantas e mais de 1,5 mil espécies de animais. Os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo, e ainda o Distrito Federal, são áreas de incidência contínua de Cerrado no Brasil. Também existem enclaves de Cerrado no Amapá, em Roraima e no Amazonas. Do Cerrado surgem abundantes nascentes para as três grandes bacias hidrográficas brasileiras – Amazônica, do São Francisco e do Prata. Essa fartura de águas contribui para que o Cerrado guarde mais de 30% da biodiversidade brasileira. Um patrimônio que, infelizmente, encontra-se ameaçado pela ocupação de uma agricultura devastadora, centrada nas monoculturas e no uso dos agrotóxicos. A Agroecologia, abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da natureza, em que se trabalha a fertilidade e o cultivo do solo sem o uso de fertilizantes químicos e de agrotóxicos, é uma alternativa boa para cuidar do Cerrado, porque gera renda para as famílias de agricultores e agricultoras familiares e, ao mesmo tempo, contribui para preservar a biodiversidade e proteger o Meio Ambiente. Nesta cartilha, você encontra informações essenciais para fazer da Agroecologia uma prática sustentável em seu pedaço de chão. São ideias simples, práticas, eficientes e criativas para você explorar, aplicar e multiplicar e, assim, contribuir para o manejo agroecológico de nossas riquezas naturais, para uma alimentação mais saudável na mesa brasileira e para uma melhor qualidade de vida no Brasil e no mundo inteiro. Bom Proveito!
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CERRADO
Biodiversidade em Números Estudos demonstram que no Cerrado existem 11 mil espécies de plantas nativas catalogadas, 220 espécies de plantas de uso medicinal comprovado e 400 espécies de plantas utilizadas na recuperação de solos degradados. No Cerrado encontram-se 200 espécies de mamíferos conhecidas, 800 espécies de aves, 180 espécies de répteis, 150 espécies de anfíbios e 1.200 espécies de peixes. O Cerrado serve de refúgio para 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. Cerca de 137 espécies de animais do Cerrado encontram-se ameaçadas de extinção. A anta, a capivara, o cachorro-do-mato-vinagre, o gato-maracajá, a jaguatirica, o lobo-guará, a onça-pintada, a suçuarana e o tamanduá-bandeira são alguns dos animais do Cerrado em risco de extinção. O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), também conhecido como papa-formigas, é um mamífero quadrúpede e desdentado pertencente à família Myrmecophagidae e à ordem Xenarthra. È um animal de aspecto bem diferente, solitário, pacífico e cauteloso, que costuma caçar tanto durante o dia como durante a noite. Pode-se encontrar este estranho animal desde a América central (Belize) até a América do Sul (Argentina). Fonte: www.infoescola.com/mamiferos/tamandua-bandeira
Foto: Fábio Paschoal
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A Organização das Nações Unidas (ONU) define Desenvolvimento Sustentável como o modelo de desenvolvimento capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta de atender as gerações futuras. Segundo a ONU, o Desenvolvimento Sustentável, base e essência da Agroecologia, baseia-se em nove princípios: 1. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos. 2. Melhorar a qualidade de vida humana. 3. Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra. 4. Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis. 5. Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra. 6. Modificar atitudes e práticas pessoais. 7. Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio ambiente. 8. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação. 9. Constituir uma aliança global.
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SUMÁRIO 08
FEIRAS ORGÂNICAS, PRA QUÊ?
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PARA CONHECER MELHOR O/A CONSUMIDOR/A
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COMEÇAR POR ONDE?
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ORGANIZAÇÃO COLETIVA DA FEIRA
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DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO
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CHECKLIST DA ORGANIZAÇÃO DA FEIRA
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CALENDÁRIO DA PRODUÇÃO
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FINANCIAMENTO E SUSTENTABILIDADE DA FEIRA
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SOLO DO CERRADO
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FEIRAS ORGÂNICAS DE BRASÍLIA
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RÓTULO PARA PRODUTOS ORGÂNICOS
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BIBLIOGRAFIA
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RÓTULO PARA PRODUTOS DE ORIGEM ORGÂNICA NÃO CERTIFICADA
Foto: www.fbb.org.br
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AGRADECIMENTO Esta cartilha, chamada Agroecologia – Tecnologias Sociais Inovadoras para o Cerrado –, é inspirada na cartilha Agroecologia – Plante esta Ideia –, coordenada pela Fundação Adenauer para o Projeto de Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado – Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar no Nordeste –, produzida sob a coordenação da jornalista Maristela Crispim. Muitos dos dados daquele texto foram copiados e adaptados às necessidades dos projetos Rede Terra para o Cerrado e Vozes do Campo, do Instituto Itiquira. A Rede Terra e o Instituto Itiquira manifestam seu reconhecimento e agradecem à equipe de produção; à Fundação Adenauer, pela realização; à União Europeia, pelo apoio à cartilha do Nordeste; e à Fundação Banco do Brasil, pelo apoio à realização dos Cadernos da Agricultura Familiar para o Cerrado. Todos os direitos para a utilização desta Cartilha-Caderno são livres. Qualquer parte poderá ser utilizada ou reproduzida, desde que seu uso seja exclusivamente sem fins lucrativos e que sejam reconhecidos os créditos.
EXPEDIENTE Agroecologia – Tecnologias Sociais Inovadoras para o Cerrado Cadernos da Agricultura Familiar - 09 Pesquisa: Aldimar Nunes Vieira, Zezé Weiss Redação e Beneficiamento de Textos: Nathália Santiago, Zezé Weiss Edição: Zezé Weiss Revisão: Lucia Resende Projeto Gráfico: Anderson Blaine Maio/2014 Tiragem: 5.000 exemplares
Realização:
www.redeterra.org.br
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Produção:
www.institutoitiquira.org.br
www.xapuri.info
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TECNOLOGIAS SOCIAIS INOVADORAS Tecnologias sociais são coisas simples que as pessoas e as comunidades vão inventando por esse Brasil afora para melhorar a vida de todo mundo. São técnicas simples, práticas, eficientes e criativas, que aliam saber popular, organização social e, em muitos casos, conhecimento técnico-científico. Segundo a definição da Rede de Tecnologias Sociais (RTS), “tecnologias sociais compreendem produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis desenvolvidas na interação com a comunidade e que representam efetivas soluções de transformação social”. Exemplos de tecnologias sociais são as cisternas para guardar água nas áreas de seca, as fossas ecológicas para cuidar do solo e as muitas técnicas simples, práticas, eficientes e criativas usadas na área rural para gerar energia, como o fogão ecoeficiente, por exemplo. O fato é que todas essas tecnologias sociais contribuem para transformar para melhor a vida das pessoas e das comunidades. No conjunto, proposta inovadora de desenvolvimento sustentável, centrada na participação coletiva no processo de organização, desenvolvimento e implementação de soluções para os desafios das demandas de alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde, meio ambiente para as populações da cidade e do campo, as tecnologias sociais são instrumentos fundamentais para a agricultura familiar, para a agroecologia e para a proteção do Cerrado.
Foto: www.fbb.org.br
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BANCO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS A Fundação Banco do Brasil mantém um Banco de Tecnologias Sociais com ampla base de dados, que traz informações sobre as tecnologias sociais certificadas pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Boa parte das tecnologias sociais aqui apresentadas figura no Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil. Outras tecnologias sociais incluídas nesta Cartilha-Caderno resultam de pesquisas diversas, especialmente via Internet. Também nesses casos, as informações coletadas sobre as tecnologias sociais abrangem a solução encontrada, quase sempre com envolvimento comunitário para os desafios encontrados Brasil afora. Foram selecionadas as consideradas úteis e de fácil aplicabilidade para as populações tradicionais e para os/as trabalhadores/as da agricultura familiar que vivem no Cerrado. Em todas as tecnologias sociais aqui registradas, um traço comum: são técnicas e ações transformadoras, capazes melhorar as condições de vida, de atender a necessidades sociais e de, ao mesmo tempo, contribuir para a sustentabilidade socioambiental das famílias extrativistas, de comunidades tradicionais e da agricultura familiar no Cerrado.
Foto: Acervo Rede Terra AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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TECNOLOGIAS SOCIAIS E ECONOMIA SOLIDÁRIA As tecnologias sociais contribuem para fortalecer as ações de economia solidária nas áreas rurais brasileiras, porque fortalecem o uso de soluções simples e baratas para gerar mais renda, especialmente para as famílias da agricultura familiar e das comunidades tradicionais do Cerrado e dos demais biomas brasileiros.
TECNOLOGIAS SOCIAIS E AGROECOLOGIA Muitas das tecnologias sociais desenvolvidas na área rural são fundamentais para o fortalecimento da agroecologia, porque em geral usam com cuidado e economia os recursos naturais, são de baixo custo, e são voltadas para maximizar o uso da terra e para não destruir o Meio Ambiente.
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Tanques em Lajedos de Pedra | Foto: Acervo Rede Terra AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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BALDE CHEIO A Tecnologia Social Balde Cheio foi criada pela Embrapa Pecuária Sudeste como tentativa de transferir aos produtores e às produtoras de leite técnicas e avanços estudados pelos institutos de ensino e de pesquisa, buscando o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite. Esta tecnologia social foi uma das finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social na edição de 2009. A proposta é passar ao produtor ou à produtora um pacote de conhecimentos e tecnologias que compreende técnicas de produção intensiva, como conservação e manejo do solo, rotação de pastagens, utilização de cana-deaçúcar e ureia no período de seca, exames nos animais, técnicas de silagem, irrigação e adubação de pastagem, dentre outras. Otimizando o espaço e utilizando técnicas simples e de baixo custo, o/a produtor/a obtém ganho significativo na produtividade, aumentando, portanto, a margem de lucro do empreendimento. Ao contrário de outras ações da Fundação Banco do Brasil, as que envolvem reaplicação da tecnologia Balde Cheio são direcionadas a um público formado por produtores/as rurais com alguma infraestrutura e vocação para a produção de leite. São pressupostos, para o início do trabalho, os seguintes fatores: • Existência de mercado (fornecedor e comprador); • Disponibilidade de energia elétrica e estradas; • Produtores/as rurais que já atuem na atividade leiteira (proprietários/as, posseiros/ as, assentados/as da Reforma Agrária, e que estejam
aptos à obtenção de Declaração de Aptidão ao Pronaf); • Existência de cooperativa ou associação de produtores regularmente organizada; • Disponibilidade de profissionais com conhecimento e domínio da tecnologia.
A estratégia da FBB consiste na implantação de unidades demonstrativas, onde o/a produtor/a beneficiado/a disponibiliza sua propriedade para realização de dias de campo e capacitações para outros/as produtores/as da região, que são incentivados/as a acessar os recursos do Pronaf para implantar a tecnologia do Balde Cheio em suas propriedades. No Centro-Oeste, a reaplicação dessa tecnologia social está sendo realizada no Entorno do Reservatório da Barragem Corumbá IV, em Luziânia, Goiás, e no Entorno do DF – São Sebastião, Planaltina, Sobradinho, Paranoá e Gama. Em âmbito nacional, a tecnologia objetiva o aumento da produtividade atual do Brasil – que varia de 1,5 mil a 2 mil litros de leite por hectare/ano – para 20 mil litros/hectare/ano.
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Foto: Embrapa AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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BANCO DE SEMENTES CRIOULAS O Banco Comunitário de Sementes Crioulas é uma tecnologia social que promove a sustentabilidade da agricultura familiar, por meio do fortalecimento do intercâmbio de variedades crioulas e da troca de conhecimento sobre os usos e cultivos das sementes crioulas entre as famílias de agricultores e agricultoras, das comunidades tradicionais e da agroecologia. As sementes crioulas retomam a lógica da economia comunitária e subvertem a relação de dependência entre sementes melhoradas, adubos e defensivos químicos, pacote tecnológico que, além de antiecológico, é também economicamente insustentável para as famílias da agricultura familiar. Com o banco de sementes crioulas, as famílias deixam de adquirir sementes híbridas, muitas vezes as únicas disponíveis no mercado. A tecnologia social do Banco de Sementes Crioulas tem por objetivo promover a sustentabilidade da agricultura familiar por meio da: • Criação de um sistema de troca de sementes; • Definição de uma lista de espécies agrícolas prioritárias para a região; • Estrutura adequada para o armazenamento das sementes tradicionais; • Disponibilidade de sementes em quantidade e qualidade para os/ as agricultores/as familiares da região, de acordo com a época mais adequada para o plantio; • Conscientização das famílias assentadas da Reforma Agrária, da agricultura familiar e das comunidades tradicionais em cada região sobre a importância de produção da própria semente; • Redução no custo de produção da agrícola familiar. Os problemas envolvendo a aquisição de sementes por parte dos/as agricultores/ as familiares foram identificados durante um diagnóstico participativo, realizado junto com um grupo de famílias assentadas no município de Cristalina, estado de Goiás, que propôs como solução a criação de um banco comunitário de sementes tradicionais, implantado da seguinte forma: 1. Um grupo inicial de agricultores produziu em pequenas áreas isoladas sementes tradicionais de milho, feijão e arroz. 2. Essas sementes foram colhidas, beneficiadas e armazenadas. 3. Posteriormente, foram adquiridas pela Conab, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade “Compra com Doação”, e essas sementes foram doadas para a associação dos agricultores e agricultoras.
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4. Dessa forma, com as sementes doadas para a associação, formouse o estoque inicial do Banco Comunitário de Sementes Tradicionais. 5. Formado o estoque inicial, sob a administração de um Comitê Gestor, composto por agricultores/as, as sementes foram distribuídas aos interessados e às interessadas. 6. Cada agricultor/a pôde retirar do banco uma quantidade de sementes de até 20 kg para o plantio anual de sua lavoura, assumindo o compromisso de, após a colheita, fazer a reposição das mesmas na proporção de 1:3. Havendo disponibilidade de sementes no estoque do banco, o/a interessado poderia retirar uma quantidade maior, conforme suas necessidades de plantio. 7. Após a colheita, as sementes foram repostas, beneficiadas, classificadas e armazenadas no banco. Como no processo de beneficiamento há um descarte que pode chegar a 30%, o banco consegue em média dobrar seu estoque entre uma safra e outra e, assim, ampliar o número de agricultores/as beneficiados/as, além de estar preparado para atendê-los/as no caso de uma colheita ruim. A implantação da tecnologia trouxe, em seu primeiro ano de funcionamento, os seguintes resultados: Produção, beneficiamento, armazenamento e distribuição de 15 mil kg de sementes; • 154 agricultores/as, oriundos/as de 5 assentamentos beneficiados/as; • Economia de R$ 34 mil pelos/as agricultores/as devido principalmente à erradicação da demanda pela compra de sementes híbridas no mercado local; • Identificação e armazenamento de 12 variedades tradicionais de milho, 4 de arroz, 7 de feijão, 3 de abóbora, 2 de cabaça e 1 de girassol; • Realização, no ano de 2008, em Cristalina, da primeira Feira Regional de Troca de Sementes Tradicionais; • Realização de 3 oficinas sobre a importância e técnicas de produção das sementes tradicionais, com participação média de 30 agricultores cada; • Criação do Comitê Gestor para o Banco Comunitário de Sementes Tradicionais; • Instalação de uma estrutura física com capacidade de recebimento, beneficiamento e armazenamento de 20 mil kg de sementes tradicionais por ano.
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BARRAGINHAS A tecnologia social Barraginhas foi idealizada pela Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas, Minas Gerais, e consiste na construção de mini-barramentos dispersos nas pastagens e lavouras das propriedades, de forma a recuperar áreas degradadas pelo escorrimento das águas de chuvas sobre solos compactados (enxurradas). As Barraginhas são como pequenos açudes que captam a água da chuva e a mantêm represada, forçando a infiltração no solo e recarregando, consequentemente, as reservas subterrâneas. Assim sendo, as Barraginhas geram benefícios para o Meio Ambiente e, ao garantir condições de plantio onde antes não era possível, geram ocupação, emprego e renda no meio rural. Com o barramento da água, ocorre o umedecimento da área e, também, o aumento do nível do lençol freático, o que favorece o desenvolvimento da agricultura familiar, dando condições para o plantio de hortas, pomares, canaviais, bosques, assim como para a criação de pequenos animais. Além disso, as barraginhas possibilitam a diminuição de danos ambientais, principalmente erosão e assoreamento, ao evitar enxurradas. Desde 2003, a Fundação Banco do Brasil reaplica essa tecnologia, tendo unidades implantadas no Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe, em parceria com entidades do terceiro setor, como a Fundação Mussambê, a Cooperativa de Serviços e Ideias Ambientais, Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Vale do Rio Urucuia.
Foto: projetobarraginhas.blogspot.com.br
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Foto: projetobarraginhas.blogspot.com.br AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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CONEXÃO CHEIRO VERDE A Conexão Cheiro Verde – Modelo de Comércio Justo – é uma tecnologia social desenvolvida pelo Instituto Centro de Vida (ICV) de Mato Grosso, que transforma o lixo de um supermercado em adubo utilizado na produção de hortaliças orgânicas, vendidas no mesmo supermercado que faz a doação do lixo. A Tecnologia Social resolve o problema dos resíduos orgânicos no meio ambiente. O lixo produz o chorume (líquido escuro com alta capacidade poluidora) que afeta o lençol freático poluindo as águas, além de dificultar o trabalho dos/as catadores/ as quando vão selecionar material reciclado. Os resíduos orgânicos são ricos em componentes minerais e quando se juntam a materiais secos, como folhas secas de árvores, entram num processo de compostagem transformando-se em terra vegetal. É nessa terra que as hortaliças são plantadas para a venda nos supermercados. A renda adquirida nas vendas é revertida para as famílias que integram o projeto Conexão Cheiro Verde, resultado da parceria do ICV com o Supermercado Modelo, de Cuiabá. Dessa forma, a tecnologia não somente ajuda a resolver a questão ambiental, mas também gera oportunidades para melhorar a vida das pessoas. Essa tecnologia social poderá ser reaplicada por grupos de famílias que vivem nas áreas rurais próximas às cidades, ou nos distritos onde o lixo chega e de onde não tem como sair.
Foto: Embrapa
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Foto: www.icv.org.br AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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CISTERNAS DE PLACAS A cisterna é uma tecnologia simples, de baixo custo e adaptável a qualquer região. A água é captada das chuvas, através de calhas instaladas nos telhados das casas. De formato cilíndrico, coberta e semienterrado, o reservatório tem capacidade para armazenar até 16 mil litros de água, quantidade suficiente para uma família de 5 pessoas beber e cozinhar, por um período de 6 a 8 meses – época da estiagem na região Nordeste –, local em que a tecnologia foi desenvolvida pela Articulação no Semiárido – ASA. As placas da cisterna são construídas de cimento, pré-moldadas, feitas pela própria comunidade. A construção é feita por pedreiros/as das próprias localidades, formados/s e capacitados/as pelo Programa 1 Milhão de Cisternas – P1MC –, implementado pela ASA por meio de parcerias com entidades de governo e do setor privado. A contribuição das famílias no processo de construção das cisternas se caracteriza como contrapartida para o programa. Com a cisterna, cada família fica independente, autônoma e com a liberdade de escolher seus próprios gestores públicos, buscar e conhecer outras técnicas de convivência com o Semiárido, e também com mais saúde e com mais tempo para cuidar das crianças, dos estudos e da vida em geral. Cada vez mais, a tecnologia vem sendo aplicada nas regiões mais secas de Cerrado, onde as condições climáticas e de seca se assemelham muito às do Nordeste brasileiro.
Foto: www.asabrasil.org.br
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FOGÃO ECOEFICIENTE O fogão ecoeficiente é uma tecnologia social aplicada ao tradicional fogão a lenha, mas que economiza madeira, não deixa fumaça dentro de casa, não causa queimaduras e nem deixa a parede preta. A diferença é que o fogão ecoeficiente tem uma estrutura de ferro com um compartimento onde ocorre a combustão. Os fogões eficientes reduzem em até 40% o consumo de lenha e acabam com o problema da fumaça dentro das residências, uma séria ameaça para a qualidade de vida no campo, causadora de várias doenças, sobretudo respiratórias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, 1,6 milhões de pessoas morrem por doenças causadas pela fumaça da queima da lenha. Há muitos modelos diferentes, desde os mais simples, com uma boca, até os maiores, com quatro bocas.
Foto: www.ider.org.br
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Foto: www.ider.org.br AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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FOSSAS SÉPTICAS BIODIGESTORAS A tecnologia social Fossas Sépticas Biodigestoras consiste num sistema de tratamento doméstico de dejetos humanos, voltado para a área rural. A tubulação do vaso sanitário é desviada para três caixas coletoras interligadas. Essas caixas são enterradas para garantir temperatura ideal para o processo de biodigestão dos dejetos. A manutenção do sistema envolve a colocação de uma mistura de água e esterco fresco na primeira caixa. Esse material auxilia o processo de biodigestão que se inicia na primeira caixa e finaliza na segunda. A água despejada na terceira caixa já está livre de agentes patogênicos e rica em nutrientes, podendo ser utilizada na irrigação de frutíferas, na preparação do solo e em pilhas de compostagem. Ao tratar o esgoto doméstico, evita-se a contaminação do lençol freático com o despejo dos dejetos diretamente no solo. Assim, aumenta-se a qualidade da água disponível para o consumo humano e diminui-se a propagação de doenças causadas pela ingestão de água imprópria. Além disso, a técnica permite gerar uma economia de até 4,5 mil quilos de fertilizantes por ano, diminuindo gastos com adubação e contribuindo para a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida no campo. O sistema de saneamento, criado pela Embrapa de São Carlos (SP), venceu o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social em 2001. Sua reaplicação vem sendo realizada nos Estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de janeiro, Pernambuco e no Distrito Federal, em parceria com organizações do terceiro setor.
Foto: conexoesaguasdopiracicaba.blogspot.com
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Foto: pmsbxambioa.wordpress.com AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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MUVUCA – TÉCNICA ECONÔMICA DE REFLORESTAMENTO A muvuca é uma tecnologia utilizada para ajudar na redução de custos para a recomposição de áreas de preservação permanente (APPs), medida necessária para o alinhamento das propriedades rurais ao novo Código Florestal. Embora mais usado pelas grandes propriedades, a tecnologia serve também para a agricultura familiar, porque a economia pode chegar a 75% em relação a métodos convencionais de reflorestamento. A tecnologia mistura mais de 30 espécies de sementes nativas, grãos e areia. A prática adotada é a do plantio a lanço, feito por máquinas que trabalham com esteiras. As áreas de plantio precisam estar subsoladas e devem ser gradeadas logo após a semeadura. As sementes também devem sofrer choque térmico antes de serem lançadas na terra. O projeto da muvuca foi desenvolvido para o oeste baiano pela ONG Conservação Internacional, em parceria com a prefeitura municipal e a Monsanto. Mas a técnica pode ser utilizada também em outras regiões. Muvuca é o nome carinhoso dado pela equipe que desenvolveu o projeto. O nome oficial é “plantio mecanizado de sementes nativas do Cerrado”.
Fonte: www.flickr.com | Foto: Y IKATU XINGU
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Fonte: www.flickr.com | Foto: Y IKATU XINGU AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA INTEGRADA E SUSTENTÁVEL – PAIS A Produção Agroecológica Integrada e Sustentável, conhecida como PAIS, é uma das Tecnologias Sociais que estão sendo reaplicadas em diversas regiões do país. Essa tecnologia já vem demonstrando sua eficácia, com as primeiras unidades demonstrativas, implantadas em Cristalina/GO, Pai Pedro/MG, Pedra Branca/CE e Sumé/PB. Famílias responsáveis pelas Unidades estão garantindo sua sustentabilidade alimentar e comercializando o excedente da produção nas comunidades locais. A renda obtida pelas famílias de Cristalina e Pai Pedro, por exemplo, varia de R$ 300 a R$ 400 mensais. O sistema PAIS é montado em torno de um sistema de anéis, cada um deles destinado a uma determinada cultura, que complementa a que vem a seguir. O centro do sistema de agricultura familiar ecológica é utilizado para a criação de pequenos animais, como galinhas caipiras e patos. O esterco produzido pelas aves é utilizado para adubar a horta. O sistema começou a ser testado em 1999, na região serrana de Petrópolis/RJ, com uma família de pequenos produtores. Esta tecnologia social possui baixo custo e tem, como premissa, o manejo orgânico da produção. Sistema orgânico agropecuário é todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante o uso de recursos naturais e socioeconômicos disponíveis. Além disso, a cultura das comunidades rurais é respeitada, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais e a minimização da dependência de energia não renovável. Sempre que possível, são empregados métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, organismos geneticamente modificados ou radiações ionizantes.
Foto: www.mda.gov.br
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Foto: www.fbb.org.br AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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PRODUÇÃO DE BIOFERTILIZANTE LÍQUIDO EM AGROECOSSISTEMAS FAMILIARES Fertilizante natural obtido a partir da fermentação da matéria orgânica, o biofertilizante é uma alternativa de baixo custo que pode ser adotada para a adubação de hortas e pomares domésticos. Dependendo do material empregado na produção, o biofertilizante líquido pode conter quase todos os macro e micro elementos necessários à nutrição vegetal. Por se tratar de um produto obtido da fermentação (processo resultante da ação de seres vivos como bactérias, leveduras e bacilos), o biofertilizante líquido, quando aplicado devidamente, também pode auxiliar o produtor no controle de pragas e doenças, combatendo insetos prejudiciais às culturas agrícolas. Assim, além de contribuir efetivamente para nutrição do solo e da planta, o produto pode atuar como um protetor natural dos cultivos, apresentando as vantagens adicionais de causar menos danos ao ambiente e de não representar perigo para a saúde humana. Os biofertilizantes líquidos podem ser usados em culturas anuais e perenes, em sistemas convencionais e orgânicos, sendo utilizados, principalmente, em hortas e pomares de áreas de agricultura familiar de base ecológica. Podem ser aplicados sobre a folha (adubo foliar), sobre as sementes ou sobre o solo. A absorção pelas plantas se dá com muita rapidez, de modo que é muito eficaz nas culturas de ciclo curto ou no tratamento rápido de deficiências nutricionais das plantas. O resíduo sólido resultante da produção do biofertilizante líquido, chamado borra, pode ser curtido e utilizado como adubação de fundação por ocasião do plantio; como adubação periódica, aplicada em torno da copa da planta; e ainda, em uma nova fabricação do produto, para acelerar o processo de fermentação.
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Foto: cursoagriculturaorganica2013.blogspot.com AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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QUINTAIS AGROECOLÓGICOS NO CERRADO Os quintais produtivos são áreas de produção com Sistemas Agroflorestais (SAFs), que combinam espécies agrícolas e pecuárias, as quais possuem funções ecológicas complementares. São sistemas que integram vários subsistemas, por exemplo, jardim, hortas, plantas medicinais e criação de pequenos animais, complementados com a compostagem e adubação orgânica. O termo “quintal” é usado em referência ao espaço do terreno regularmente manejado, situado ao redor da casa. Para um quintal com plantas sadias e efetivamente produtivo, são necessários os seguintes cuidados: • Terreno de preferência plano ou levemente inclinado; • Solo profundo, bem drenado e livre de cascalho; • Terreno cercado, para evitar a entrada de animais; • Disponibilidade de água; • Escolha das espécies, com atenção para as exigências climáticas; • Qualidade das mudas; • Cuidados no plantio; • Espaçamento adequado das mudas: mangueira, coqueiro, cajueiro gigante (10 metros); goiabeira, cajueiro anão, limoeiro (5 a 7 metros); e aceroleira, ateira e gravioleira (3 a 4 metros), por exemplo; • Irrigação, especialmente na fase de implantação do pomar; • Podas anuais.
Foto: www.45graus.com.br
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VIVEIRO DE MUDAS DO CERRADO DA REDE TERRA O Viveiro de Nativas da Rede Terra já está funcionando. A construção foi possível graças aos agricultores e às agricultoras do Assentamento Vitória. Além da infraestrutura e do sistema de irrigação, foi refeita a cerca e os canteiros estão repleto de mudas nativas do Cerrado. O Viveiro Rede Terra foi criado para contribuir no esforço de produção de mudas para ajudar na recuperação de um dos maiores rios do Distrito Federal, o São Bartolomeu. O rio, com 200 km de extensão, tem potencial para o abastecimento de água das populações do DF e de Goiás, mas hoje sofre com a poluição de esgotos e de agrotóxicos das lavouras vizinhas. O projeto Rio São Bartolomeu Vivo – RSBV – alia produtividade e sustentabilidade por meio da recuperação de áreas degradadas ao longo da Bacia do Rio São Bartolomeu, envolvendo comunidades do Distrito Federal e de Goiás. Ao todo, o projeto prevê a produção de um milhão de mudas de espécies nativas do cerrado, tendo como contrapartida que 20% dessas mudas sejam plantadas em áreas degradadas na própria comunidade. O Viveiro de Mudas Nativas da Rede Terra surgiu para integrar as comunidades das áreas onde atua ao grande esforço regional para salvar o Rio São Bartolomeu, considerado vital para o futuro abastecimento de água do DF e dos municípios do Entorno.
Foto: Acervo Rede Terra AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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BIBLIOGRAFIA Agroecologia – Plante esta Ideia. Agricultura Familiar – Agroecologia e Mercado. Caderno 01. Fundação Konrad Adenauer, 2008. Revista do IDEC – edição 162 – fevereiro 2012 • www.asabrasil.org.br • WWW.hotsites.sct.embrapa.br • www.institutokairos.org.br/atuacao/tecnologias-sociais • www.rts.org.br/rts/tecnologia-social/tecnologia-social • www.fbb.org.br/tecnologiasocial/o-que-e/tecnologia-social • www.fbb.org.br/tecnologiasocial/o-que-e/banco-de-tecnologiassociais • www.fijo.org.br/docs/publicacaoTS_FIJO-edit-baixa.pdf • www.infoescola.com/mamiferos/tamandua-bandeira
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Salto do Itiquira, Formosa - GO | Foto: Edu Moreira AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar
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