Agroecologia - Cerrado Reflorestado, Biodiversidade Preservada - Caderno 08

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AGROECOLOGIA

CERRADO REFLORESTADO, BIODIVERSIDADE PRESERVADA

Cadernos da Agricultura Familiar

Nº 08

2014 AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

Ano Internacional da Agricultura Familiar Camponesa e Indígena

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DISPARADA GERALDO VANDRÉ Prepare o seu coração Pras coisas Que eu vou contar Eu venho lá do sertão Eu venho lá do sertão Eu venho lá do sertão E posso não lhe agradar

Mas o mundo foi rodando Nas patas do meu cavalo E nos sonhos Que fui sonhando As visões se clareando As visões se clareando Até que um dia acordei

Aprendi a dizer não Ver a morte sem chorar E a morte, o destino, tudo A morte e o destino, tudo Estava fora do lugar Eu vivo pra consertar

Então não pude seguir Valente em lugar tenente E dono de gado e gente Porque gado a gente marca Tange, ferra, engorda e mata Mas com gente é diferente

Na boiada já fui boi Mas um dia me montei Não por um motivo meu Ou de quem comigo houvesse Que qualquer querer tivesse Porém por necessidade Do dono de uma boiada Cujo vaqueiro morreu

Se você não concordar Não posso me desculpar Não canto pra enganar Vou pegar minha viola Vou deixar você de lado Vou cantar noutro lugar

Boiadeiro muito tempo Laço firme e braço forte Muito gado, muita gente Pela vida segurei Seguia como num sonho E boiadeiro era um rei

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Foto: Fábio Paschoal

Na boiada já fui boi Boiadeiro já fui rei Não por mim nem por ninguém Que junto comigo houvesse Que quisesse ou que pudesse Por qualquer coisa de seu Por qualquer coisa de seu Querer ir mais longe Do que eu

Mas o mundo foi rodando Nas patas do meu cavalo E já que um dia montei Agora sou cavaleiro Laço firme e braço forte Num reino que não tem rei Na boiada já fui boi Boiadeiro já fui rei Não por mim nem por ninguém Que junto comigo houvesse Que quisesse ou que pudesse Por qualquer coisa de seu Por qualquer coisa de seu Querer ir mais longe Do que eu Mas o mundo foi rodando Nas patas do meu cavalo E já que um dia montei Agora sou cavaleiro Laço firme e braço forte Num reino que não tem rei

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BOAS-VINDAS A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol. Humberto de Campos O Cerrado brasileiro, a savana mais rica do mundo em biodiversidade, ocupa quase um quarto (mais de 20%) do território nacional. Distribuído por 2.036.448 quilômetros quadrados, o bioma reúne mais de 15 mil espécies de plantas e mais de 1,5 mil espécies de animais. Os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo, e ainda o Distrito Federal, são áreas de incidência contínua de Cerrado no Brasil. Também existem enclaves de Cerrado no Amapá, em Roraima e no Amazonas. Do Cerrado surgem abundantes nascentes para as três grandes bacias hidrográficas brasileiras – Amazônica, do São Francisco e do Prata. Essa fartura de águas contribui para que o Cerrado guarde mais de 30% da biodiversidade brasileira. Um patrimônio que, infelizmente, encontra-se ameaçado pela ocupação de uma agricultura devastadora, centrada nas monoculturas e no uso dos agrotóxicos. A Agroecologia, abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da natureza, em que se trabalha a fertilidade e o cultivo do solo sem o uso de fertilizantes químicos e de agrotóxicos, é uma alternativa boa para cuidar do Cerrado, porque gera renda para as famílias de agricultores e agricultoras familiares e, ao mesmo tempo, contribui para preservar a biodiversidade e proteger o Meio Ambiente. Nesta cartilha, você encontra informações essenciais para fazer da Agroecologia uma prática sustentável em seu pedaço de chão. São ideias simples, práticas, eficientes e criativas para você explorar, aplicar e multiplicar e, assim, contribuir para o manejo agroecológico de nossas riquezas naturais, para uma alimentação mais saudável na mesa brasileira e para uma melhor qualidade de vida no Brasil e no mundo inteiro.

Bom Proveito!

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CERRADO Biodiversidade em Números Estudos demonstram que no Cerrado existem 11 mil espécies de plantas nativas catalogadas, 220 espécies de plantas de uso medicinal comprovado e 400 espécies de plantas utilizadas na recuperação de solos degradados. No Cerrado encontram-se 200 espécies de mamíferos conhecidas, 800 espécies de aves, 180 espécies de répteis, 150 espécies de anfíbios e 1.200 espécies de peixes. O Cerrado serve de refúgio para 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. Cerca de 137 espécies de animais do Cerrado encontram-se ameaçadas de extinção. A anta, a capivara, o cachorro-do-mato-vinagre, o gato maracajá, a jaguatirica, o lobo-guará, a onça-pintada, a suçuarana e o tamanduá-bandeira são alguns dos animais do Cerrado em risco de extinção.

A suçuarana também conhecida como onça-parda e leão-da-montanha possui o título de mamífero terrestre com maior distribuição no ocidente; além disso, é um animal ágil e um predador formidável. Fonte: www.animaisemdestaque.com/sucuarana-um-mamifero-bem-distribuido

Foto: Wikimedia

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A Organização das Nações Unidas (ONU) define Desenvolvimento Sustentável como o modelo de desenvolvimento capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta de atender as gerações futuras. Segundo a ONU, o Desenvolvimento Sustentável, base e essência da Agroecologia, se baseia em nove princípios: 1. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos. 2. Melhorar a qualidade de vida humana. 3. Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra. 4. Minimizar o esgotamento de recursos não-renováveis. 5. Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra. 6. Modificar atitudes e práticas pessoais. 7. Permitir que as comunidades cuidassem de seu próprio ambiente. 8. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação. 9. Constituir uma aliança global.

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SUMÁRIO 08

O CERRADO BRASILEIRO

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RECUPERAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS

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BIOMA EM RISCO

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CUIDADOS AO REFLORESTAR

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TIPOS DE CERRADO

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REGENERAÇÃO NATURAL

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DESMATAMENTO DO CERRADO

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ESTÁGIOS DA REGENERAÇÃO

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QUEIMADAS NO CERRADO

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REFLORESTAMENTO PLANEJADO

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DESERTIFICAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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MATAS CILIARES

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PREJUÍZOS ECONÔMICOS DO DESMATAMENTO

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NASCENTES

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REFLORESTAR É PRECISO!

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BIBLIOGRAFIA

Sempre-viva | Foto: Marina Campos Vinhal

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AGRADECIMENTO Esta cartilha, chamada Agroecologia – Cerrado Reflorestado, Biodiversidade Preservada –, é inspirada na cartilha Agroecologia – Plante esta Ideia –, coordenada pela Fundação Adenauer para o Projeto de Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado – Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar no Nordeste –, produzida sob a coordenação da jornalista Maristela Crispim. Muitos dos dados daquele texto foram copiados e adaptados às necessidades dos projetos Rede Terra para o Cerrado e Vozes do Campo, do Instituto Itiquira. A Rede Terra e o Instituto Itiquira manifestam seu reconhecimento e agradecem à equipe de produção; à Fundação Adenauer, pela realização; à União Europeia, pelo apoio à cartilha do Nordeste; e à Fundação Banco do Brasil, pelo apoio à realização dos Cadernos da Agricultura Familiar para o Cerrado. Todos os direitos para a utilização desta Cartilha-Caderno são livres. Qualquer parte poderá ser utilizada ou reproduzida, desde que seu uso seja exclusivamente sem fins lucrativos e que sejam reconhecidos os créditos.

EXPEDIENTE Agroecologia – Cerrado Reflorestado, Biodiversidade Preservada Cadernos da Agricultura Familiar - 08 Pesquisa: Aldimar Nunes Vieira, Kárita Karilla Gontijo, Zezé Weiss Redação e Beneficiamento de Textos: Ed Weiss, Nathália Santiago, Zezé Weiss Edição: Zezé Weiss Revisão: Lucia Resende Projeto Gráfico: Anderson Blaine Maio/2014 Tiragem: 5.000 exemplares Realização:

www.redeterra.org.br

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Produção:

www.institutoitiquira.org.br

www.xapuri.info

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O CERRADO BRASILEIRO Bioma em Risco

O Cerrado brasileiro, considerado um dos centros mundiais de diversidade biológica, estende-se por mais de dois milhões de quilômetros quadrados, ocupando toda região Centro-Oeste, áreas do Nordeste, da região centro-sul do Maranhão, do norte do Piauí e do oeste da Bahia. A expansão desordenada da agricultura mecanizada, principalmente o cultivo da soja, já destruiu mais da metade da área original do Cerrado. Essa situação crítica se agrava pela escassez de áreas protegidas, pela inexistência de proteção legal contra a destruição do que resta de vegetação nativa e pelo uso não sustentável dos recursos naturais do Cerrado. Infelizmente, o Cerrado não recebe a mesma atenção que os outros biomas. A Constituição Federal de 1988 não o inclui como um dos patrimônios nacionais a serem preservados. A falta de um plano que impeça a tomada do Cerrado para produção agrícola, minério de carvão e pecuária tornou esse bioma mais desmatado que a Floresta Amazônica, entre os anos de 2002 e 2008. Em consequência, aumenta o risco também para as populações do Cerrado, incluindo os milhares de famílias que vivem da agricultura familiar, as comunidades extrativistas, indígenas e quilombolas, guardiãs da mais rica biodiversidade da região.

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Foto: Marlon Dias AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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TIPOS DE CERRADO O bioma Cerrado engloba formações florestais, savânicas e campestres. Nelas se incluem as áreas de Cerrado (sentido restrito e sentido amplo), cerradão, campo sujo, campo limpo, matas de galeria, veredas e outros tipos de vegetação. O mapa a seguir, produzido pela Embrapa, ilustra os tipos de Cerrado encontrados no Brasil. O Cerrado, em sentido restrito, corresponde às áreas de savanas, onde predominam árvores e arbustos espalhados sobre um solo coberto por gramíneas. Nessa área de formação savânica se incluem quatro subgrupos: Cerradão (savana florestada); Campo Cerrado (savana arborizada); Parque de Cerrado (savana parque); e Campo (savana gramíneo-lenhosa). As áreas de Campo Cerrado, localizadas entre 1 mil e 1,2 mil metros de altitude, com um relevo menos acidentado e mais plano, caracterizam-se pela presença de arbustos e árvores baixas, tortuosas, com casca grossa e ramificações irregulares e retorcidas, que se tornam exuberantes na época das chuvas.

Bioma C

Ce

Ce Formações Florestais 1. Mata Ciliar

2. Mata de Galeria

3. Mata Seca

4. Cerradão

Denso

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O pequizeiro (Caryocar brasiliense), o pau-de-tucano (Vochysia tucanorum), o pau-terra (Qualea spp.), o murici (Byrsonima verbascifolia), o barbatimão (Stryphnodendron adstringens), a caviúna-do-cerrado (Dalbergia miscolobium), a douradinha (Palicourea rigida), a quina-mineira (Remijia ferruginea), a guabiroba (Campomanesia adamantium), a lixeira (Davilla elliptica) e a candeia (Eremanthus eleagnus) são plantas típicas do Cerrado em sentido restrito. À medida que a altitude aumenta, as espécies arbóreas e arbustivas vão escasseando, e a paisagem vai adquirindo uma fisionomia campestre, dominada por espécies herbáceas e subarbustivas, transformando-se gradualmente em uma Savana Gramíneo-Lenhosa, aonde a grama nativa vaise entremeando com plantas cada vez mais raquíticas. Embora localizadas em regiões de relevo acidentado, as áreas de Savana Gramíneo-Lenhosa, também chamadas de áreas de Campo, localizadas nas áreas mais altas, entre 1,2 e 1,4 mil metros, vêm sendo drasticamente afetadas pelas queimadas.

Cerrado

errado Sentido Amplo

errado Sentido Restrito

o

Formações Savânicas 5. Cerrado Típico

Ralo

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Formações Campestres

Formações Savânicas

6. Campo Sujo 9. Vereda 7. Campo 10. Parque do Limpo Cerrado 8. Campo 11. Palmeiral Rupestre Rupestre

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DESMATAMENTO DO CERRADO O desmatamento constitui uma prática relacionada à ocupação humana desde as primeiras formas de agrupamentos sedentários. A atividade agropecuária, condição básica para o desenvolvimento de qualquer tipo de sociedade, depende da retirada da mata nativa e do uso intensivo dos solos. O que jamais foi feito pela civilização humana em milhares de anos foi deixar um rastro de destruição capaz de colocar em risco a vida no planeta, como está sendo feito agora. Essa capacidade de destruir a natureza impacta o Cerrado de forma especialmente desastrosa. O Cerrado é o bioma brasileiro mais desmatado: Hoje, restam apenas 20% da vegetação original. A agropecuária, principalmente a plantação de soja, direcionada para o mercado externo, tem ocupado grandes territórios originais do Cerrado e está entre as principais causas da devastação. O Cerrado é desmatado também para a formação de pastagens, para a construção e o aumento das áreas urbanas e para a mineração, o que vem deixando o Cerrado cada dia menor e mais vulnerável. O nível de desmatamento é tão alarmante que há uma previsão Conservação

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Internacional-Brasil de que o Cerrado brasileiro corre o risco de desaparecer ainda na primeira metade do século XXI. PRODUÇÃO DE CARVÃO A siderurgia é outra grande fonte de desmatamento do Cerrado. As árvores do Cerrado alimentam os fornos de milhares de empresas siderúrgicas brasileiras. Estima-se que cerca de 1 mil caminhões de carvão saem do Cerrado, todos os dias, para servir de fonte de energia nas caldeiras do sul do País. As árvores do Cerrado são as que mais sofrem a pressão da siderurgia, porque são mais baratas do que as árvores de outros biomas brasileiros. O ipê, por exemplo, é uma espécie muito explorada para ser transformada em carvão, porque é uma madeira dura que queima devagar e tem preços relativamente baixos no mercado. A transformação da madeira das árvores do Cerrado e de outros biomas em carvão provoca enormes danos para o Meio Ambiente. As árvores, depois de cortadas, são queimadas em fornos. Nesse processo, são emitidos milhares de poluentes que contribuem para o aquecimento da Terra. O Brasil vem aprovando leis para obrigar as empresas a utilizarem o carvão vegetal apenas de áreas reflorestadas. Mas ainda falta muito para que o Cerrado deixe de tombar por causa das máquinas do agronegócio e das motosserras das carvoarias.

Foto: Greenpeace/Marizilda Cruppe/EVE AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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QUEIMADAS NO CERRADO A vegetação e o clima seco do Cerrado favorecem a proliferação das queimadas, frequentes entre os meses de junho e outubro de cada ano. A vegetação rasteira e a casca grossa das árvores servem como proteção natural das plantas contra o fogo, que algumas vezes acontece de forma natural, mas na grande maioria das vezes é provocado pela mão humana. Alguns produtores e algumas produtoras agrícolas usam as queimadas para renovar o solo, o que não é uma boa estratégica porque, mesmo em queimadas autorizadas e controladas, muitas vezes o vento muda de direção, o fogo sai de controle e se espalha rapidamente, causando enormes estragos na propriedade, destruindo a vegetação e a vida dos animais que têm o Cerrado como habitat. Além do risco da perda de controle, depois de muitas queimadas, o solo do Cerrado começa a enfraquecer, as árvores param de crescer, e a vegetação fica cada vez mais rasteira. Dessa forma, a cada queimada muitas espécies desaparecem, muitos animais morrem, e o próprio Cerrado torna-se cada vez mais pobre.

Foto: graoambientais.blogspot.com.br

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Foto: Luiz Fernandes AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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DESERTIFICAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS Além de comprometer a biodiversidade, o desmatamento deixa os solos descobertos e expostos à erosão. Resultado das atividades econômicas intensivas e mecanizadas, seja para a agricultura, seja para a pecuária, o desmatamento do Cerrado substitui a vegetação nativa pelo pasto, as áreas de savana pela soja, e o que resta vira carvão. O uso intensivo do solo, sem descanso e sem técnicas de conservação, provoca erosão e compromete a produtividade, repercutindo diretamente na situação econômica do agricultor ou da agricultora. A cada ano, a colheita diminui. A cada ano, a possibilidade de ter reservas de alimento para o período de estiagem torna-se menos possível. O Cerrado é um bioma extremamente vulnerável às mudanças climáticas, tanto as que acontecem agora sob nossas vistas, quanto as que estão previstas para o futuro. Estudos mostram que a temperatura média do Cerrado aumentou cerca de 0,75º C nas últimas décadas. Entre 1951-2002, as temperaturas mínimas cresceram no Brasil inteiro, apresentando um aumento expressivo de até 1,4°C por década. O Cerrado foi uma das áreas mais afetadas.

Foto: www.ufg.br

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PREJUÍZOS ECONÔMICOS DO DESMATAMENTO O desmatamento e a degradação das terras causam um enorme prejuízo econômico para o Brasil, porque comprometem a produção de alimentos, especialmente pela agricultura familiar. Além do comprometimento da produção de alimentos, o custo da recuperação dos solos de extensas áreas e da extinção de espécies nativas é incalculável. As plantas nativas, que podem vir a ser aproveitadas na agropecuária, inclusive no melhoramento genético ou nas indústrias, como a farmacêutica e a química, estão se perdendo para sempre, muitas delas antes mesmo de serem identificadas. O impacto econômico da degradação dos ecossistemas naturais pode ser direto, pela diminuição da produção; ou indireto, pela escassez de recursos naturais necessários para a produção ou, ainda, pelo risco que implica à sobrevivência das populações tradicionais e da agricultura familiar, especialmente pela perda dos costumes, dos valores e das tradições de mais de mais de 15 milhões de pessoas. No Brasil, onde mais de 1 milhão de quilômetros quadrados são afetados pela desertificação do Cerrado, o custo da perda de solos e de recursos hídricos chegam a UR$ 5 bilhões por ano, o equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Estudos indicam que o aumento da temperatura e do processo de desertificação do Cerrado poderá levar o Brasil a perder até 1/3 de sua economia ainda nos século XXI.

Foto: soscerradogo.blogspot.com

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Foto: sepeperegrino.wordpress.com AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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REFLORESTAR É PRECISO!

Ao contrário do desmatamento, que é uma das causas das mudanças climáticas, o reflorestamento, ou replantio de florestas, contribui para diminuir os efeitos das mudanças do clima, porque as árvores plantadas sequestram carbono. Portanto, o reflorestamento reduz o gás carbônico na atmosfera e, assim, contribui com o combate ao efeito estufa. A remoção do gás carbônico da atmosfera é realizada por meio da fotossíntese realizada pelas plantas. Conforme a vegetação cresce, o carbono é retirado do ar e é incorporado nas árvores, nos troncos, nos galhos, nas folhas e raízes, que constituem cerca de 50% da biomassa vegetal. Além de ser de grande importância no combate às mudanças climáticas, o reflorestamento também contribui para o aumento das águas e, ao mesmo tempo, ajuda na redução de enchentes e da erosão do solo. Por outro lado, a sombra das árvores tem uma importante função nas cidades, podendo reduzir as temperaturas entre 0,5 e 0,9°C.

Foto: Acervo Rede Terra

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Foto: Fernando Melo AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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RECUPERAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS O reflorestamento é uma das mais importantes formas de recuperar o potencial produtivo e hídrico do ecossistema de uma área desmatada. O plantio de árvores pode ser feito de várias maneiras, conforme os objetivos: voltado para a produção agrícola, para a recuperação de áreas degradadas, para a criação de unidades de conservação, ou tudo ao mesmo tempo. FORMAS DE REFLORESTAMENTO Existem várias formas de reflorestamento, conforme indicado a seguir: • Reflorestamento Produtivo A área desmatada é replantada com espécies para extração de matéria prima, ao exemplo de plantação para extração de madeira, de frutas ou outros produtos. • Regeneração Natural A área degradada é deixada isolada, para que se recupere naturalmente, sem intervenção humana. Trata-se de um processo bem mais demorado, em que a recuperação da vegetação se dá por estágios, cada um com a maior presença de um tipo de vegetação. • Regeneração Replantio da mata que foi devastada. Para isso são plantadas mudas e sementes coletadas em áreas próximas ou de mesma característica ambiental da área degradada, com o objetivo de construir a vegetação nativa, ao mesmo tempo em uma grande variedade de espécies de diferentes estágios da recuperação natural. • Agroflorestal Sistema de plantio que recupera áreas degradadas seguindo o processo de regeneração natural da vegetação, incorporando junto às espécies nativas espécies produtivas, alimentadores, tanto nativas quanto adaptadas à região.

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CUIDADOS AO REFLORESTAR

Ao reflorestar, é preciso tomar muito cuidado com o plantio de plantas de espécies diferentes às que existem na região. Qualquer planta pode contribuir para a recuperação do solo que fica coberto e mantém parte dos seus nutrientes, e plantar é sempre melhor do que não plantar. Entretanto, ao introduzir plantas exóticas (que não são nativas), a dinâmica natural que antes existia no ecossistema da mata nativa é modificada, podendo faltar alimentos para os animais, provocando um desequilíbrio por conta da presença das novas espécies, que nem sempre se adaptam à região, ou dos plantios de uma mesma espécie em grandes áreas de uma mesma região. Uma ameaça ainda desconhecida são as árvores geneticamente modificadas conforme os interesses econômicos para garantir a matéria-prima para as indústrias. Prefira, portanto, plantas nativas, adaptadas à região!

Foto: www.agenciaminas.mg.gov.br AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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REGENERAÇÃO NATURAL A regeneração natural ocorre quando uma área é deixada em descanso, ficando sua regeneração por conta da natureza, não se plantando nem roçando o mato, apenas cercando a área para impedir a entrada de animais. Com o tempo, as espécies naturais da região voltam a aparecer por um processo de sucessão natural, por sementes trazidas pelo vento ou despertadas do seu estado de dormência. Como em uma floresta, as espécies vão sucedendo umas às outras: • Espécies pioneiras Crescem bem, rapidamente, a pleno sol, e aparecem em grandes clareiras. • Espécies secundárias Algumas crescem mais devagar, mesmo com sol, e outras crescem devagar e necessitam de sombra quando jovens. Também há aquelas que vivem no sub-bosque, sempre à sombra. • Espécies “cicatrizantes” Aparecem em áreas abertas de onde é retirada a vegetação e “cicatrizam’’ a paisagem. Essas plantas, chamadas de daninhas, plantas invasoras ou simplesmente mato, são parte da estratégia da natureza para a proteção do solo, pois se o solo permanecesse descoberto, seria degradado pela erosão, pela lixiviação ou pelos próprios raios solares. Essas plantas “espontâneas” são, portanto, aliadas nos processos de regeneração natural do Cerrado.

Foto: crisumpoucodemim.blogspot.com

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ESTÁGIOS DA REGENERAÇÃO Na natureza, geralmente as plantas ocorrem em grupos de indivíduos que crescem rapidamente e produzem grande quantidade de sementes, mas que dependem da condição da água, da luz e das temperaturas para iniciarem o processo de germinação. Enquanto não germinam, as sementes formam o banco de sementes do bioma, que vai sendo utilizado pela natureza à medida que o Cerrado vai sendo regenerado em sucessivos estágios. Dessa forma, a sucessão na recuperação natural de uma área passa pelos seguintes estágios: • Capoeirinha Estágio inicial de regeneração, que surge logo após o abandono da área, com grande presença de espécies mais rústicas e de capins e poucas espécies pioneiras, com baixa altura. • Capoeira Estágio médio de regeneração. Estende-se entre 6 e 15 anos de isolamento da área. A diversidade biológica aumenta, porém ainda com grande presença de árvores pioneiras e capins. • Capoeirão Estágio avançado de regeneração. Geralmente se inicia após 15 anos de regeneração natural, caracterizado pelo aumento da biodiversidade e pela presença de espécies clímax, que indicam maior equilíbrio ambiental.

Foto: jbbauru.blogspot.com AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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REFLORESTAMENTO PLANEJADO Em alguns locais, o reflorestamento torna-se difícil, pela falta de áreas nativas próximas para fornecer naturalmente as sementes necessárias para a regeneração natural. Nesses casos, o reflorestamento pode ser feito por meio do plantio de espécies nativas de forma planejada. O tipo de replantio e as espécies a serem utilizadas dependem do objetivo da regeneração, seja para o reflorestamento de uma área de preservação, seja para o manejo econômico da área. Em qualquer caso, a escolha das espécies deve ser feita de acordo com a capacidade de adaptação das plantas às condições do clima, do solo e da altitude da área a ser regenerada. É importante estudar as características das espécies escolhidas para o plantio, priorizando espécies nativas ou adaptadas ao ecossistema da região. Embora existam espécies que têm mais de uma função no reflorestamento, geralmente a escolha das espécies é feita de acordo com as seguintes funções: • Frutíferas Para o aproveitamento ou ampliação da produção. • Melíferas Para a apicultura, é importante escolher espécies que florescem em épocas diferentes para garantir floradas durante todo o ano. • Árvores de grande porte Para garantir a estruturação do solo e sombra apropriada para a área. DICAS PARA UM BOM PLANTIO Para um bom plantio de sementes ou mudas, é necessário observar o solo que, em áreas muito degradadas, pode precisar de adubação com matéria orgânica. Outro fator a ser considerado é a época do plantio, que deve ser planejado sempre para as primeiras chuvas da temporada, quando a terra já estiver molhada.

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MATAS CILIARES Matas ciliares são as matas formadas ao longo das margens dos rios e lagos, córregos e nascentes, fundamentais para o equilíbrio ecológico e para a preservação dos cursos de água. As matas ciliares protegem as margens, filtram as impurezas, mantendo a água limpa, e servem como uma barreira natural para impedir que grandes quantidades de terra sejam arrastadas pelas chuvas para os cursos de água, causando o assoreamento de rios, lagos e represas. A vegetação das matas ciliares, por ser diretamente relacionada à permeabilidade dos solos, regulariza a vazão de rios, prevenindo enchentes. A mata ciliar constitui barreira natural contra enchentes, pragas e doenças na agricultura e, como nas florestas, também absorve e filtra o dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelas mudanças climáticas que afetam o planeta. Além disso, as matas ciliares formam corredores que contribuem para conservação da biodiversidade local, constituindo refúgio e fonte de alimentos para os animais silvestres e aquáticos, criando condições favoráveis para a sobrevivência e a manutenção das espécies que habitam essas faixas de vegetação, ou as regiões vizinhas conectadas a elas. Elas oferecem ainda condições de vida a uma variedade enorme de vegetação, preservando a biodiversidade florística das áreas onde ocorrem, uma vez que muitas espécies nativas só existem nas matas ciliares.

Foto: www.caliandradocerrado.com.br AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS MATAS CILIARES PARA O CERRADO E PARA A NATUREZA • Proteger contra o assoreamento dos rios e evitar enchentes; • Formar corredores para a biodiversidade; • Recuperar a biodiversidade nos rios e áreas ciliares; • Conservar o solo; • Auxiliar no controle de pragas; • Reter/filtrar resíduos de agroquímicos, evitando a poluição dos cursos de água; • Manter o equilíbrio do clima; • Melhorar a qualidade do ar, da água e do solo; • Manter a harmonia da paisagem; • Melhorar a qualidade de vida dos animais e dos seres humanos. RECONHECIMENTO INSTITUCIONAL DA IMPORTÂNCIA DAS MATAS CILIARES As matas ciliares são reconhecidas pelo Código Florestal Brasileiro como Áreas de Preservação Permanente (APPs). Devem, portanto, ser preservadas por determinação legal. O reflorestamento das matas ciliares exige uma boa diversidade de plantas nativas do local. Pode ser usada a técnica da semeadura direta ou o plantio de mudas.

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Foto: meioambiente.culturamix.com AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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NASCENTES Nascente não é somente o afloramento do lençol freático que vai dar origem a uma fonte de água de acúmulo como uma represa ou lago, ou aos cursos de água como os riachos, os ribeirões e os rios. Nascentes não são somente as “minas” ou “olhos d´água” que aparecem nas partes baixas do terreno. Nascentes são expressões de todo um conglomerado composto pela vegetação, pelo solo, pelas rochas, pelo relevo de um local. Formadas pelas águas da chuva na terra, abastecem o lençol subterrâneo e afloram nas minas. A vida das nascentes depende de uma boa vegetação nas partes altas da área, para que as enxurradas não destruam os olhos d´água localizados nas encostas ou nas depressões do terreno. O valor das nascentes dentro de uma propriedade é inestimável e, por isso, devem ser tratadas com muito cuidado. Elas podem oferecer água abundante e de boa qualidade para o uso da família e da propriedade. Quando localizadas em área elevada, as águas de uma nascente podem ser distribuídas por gravidade, sem gastos de energia. Elas podem ser perenes nas estações chuvosas, ou efêmeras, surgindo durante a chuva e permanecendo por apenas alguns dias ou horas. A preservação da mata ciliar ao redor das nascentes ou, no caso de uma área degradada, o reflorestamento e a regeneração da área contribuem para manter ou melhorar a qualidade da água, controlar a erosão do solo, minimizar a contaminação química, para reduzir as perdas de água por evaporação. VANTAGENS DA PROTEÇÃO DAS NASCENTES • Manter e/ou melhorar a qualidade das águas e dos cursos d’água. • Regularizar as vazões (dos períodos de chuvas e de estiagem) dos cursos d´água, mantendo ou aumentando a quantidade de água disponível para o uso humano. • Manter a saúde humana.

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Foto: naturezaterraevida.blogspot.com AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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COMO PROTEGER UMA NASCENTE A área da nascente deve ser toda cercada em um raio de 50 metros (área mínima de preservação permanente), para evitar o acesso dos animais, das pessoas ou dos veículos. Nesse caso, a própria natureza se encarregará de fazer brotar as plantas nativas que a protege. A posição de uma nascente na propriedade pode determinar uma melhor distribuição das atividades e também da infraestrutura do sistema produtivo. Deve-se evitar que, com os cultivos, as nascentes fiquem sujeitas à erosão, ou que as atividades do preparo do solo, da adubação, do plantio ou da própria colheita levem venenos ou poluentes para as nascentes. O uso da água de nascentes em áreas de cultivo, o livre acesso dos animais à água, os chiqueiros, fossas e estábulos localizados próximo às nascentes, podem contaminar a água e causar grandes danos para o Meio Ambiente, para os animais e para a comunidade. Para a manutenção, recuperação e preservação das nascentes e mananciais em propriedades rurais, podem-se adotar algumas medidas de proteção do solo e da vegetação: • Conservação do Solo Plantio em curva de nível: é uma técnica de conservação do solo e da água, excelente para o cultivo em morros e terrenos acidentados, porque nesse tipo de plantio, cada linha de plantas forma uma barreira que diminui a velocidade da enxurrada. • Evitar Queimadas As queimadas causam sérios danos às savanas e a todos os tipos de vegetação, porque deixam o solo descoberto e matam os microorganismos e a vida do solo. A ausência de proteção de cobertura vegetal, causada pelas queimadas, faz o solo ficar endurecido, o que irá reduzir a velocidade e a quantidade de infiltração da água, além de favorecer as enxurradas. • Plantio em Consórcio Ao intercalar faixas com plantas de crescimento denso com faixas de plantas que oferecem menor proteção ao solo, faz-se com que as faixas com plantas de crescimento denso amorteçam a velocidade das águas da enxurrada, permitindo uma maior infiltração de água no solo. • Fazer uso dos restos culturais (palhadas) Esse material, também chamado de matéria orgânica, quando apodrecido, favorece os organismos que vivem na terra, melhora as condições de infiltração e armazenamento de água no solo, além de diminuir o impacto das gotas de chuva sobre a superfície.

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BIBLIOGRAFIA Agroecologia – Plante esta Ideia. Agricultura Familiar – Agroecologia e Mercado. Caderno 01. Fundação Konrad Adenauer, 2008. Revista do IDEC – Edição 162 – Fevereiro 2012 • www.aia2014.gov.br • www.agencia.cnptia.embrapa.br • www.animaisemdestaque.com/sucuarana-um-mamifero-bemdistribuido • www.biodiversitas.org.br • www.chc.cienciahoje.uol.com.br • www.desmatamento-no-brasil.info • www.emater.mg.gov.br • www.grupoaleixo.com • www.sncolor.com.br/reciclagem-e-sustentabilidade • www.eco4u.wordpress.com

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Foto: Embrapa AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar

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