Revista Tai Chi Brasil - 08

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Edição nº 8 - Novembro/Dezembro 2010 - Distribuição gratuita e dirigida www.RevistaTaiChiBrasil.com.br

Revista

Tai Chi Brasil

Chen Zhonghua

Método Prático de Tai Chi Chuan


Foto: Acervo/SBTCC

Tai Chi Chuan - Pratique!

Vilmar Henemann (de traje preto) e seus companheiros apresentando o Tai Chi Pai Lin. 1º Torneio e Confraternização entre Praticantes de Tai Chi Chuan. Setembro/2009. Curitiba - PR Foto: Divulgação / Acervo LL

LOCAIS DE PRÁTICA NO BRASIL E NO MUNDO: WWW.AIPT.ORG.BR


Revista Tai Chi Brasil

Sumário

revistataichibrasil.com.br

Curitiba - Paraná - Brasil Edição nº 8 | nov/dez | 2010 ® Todos os direitos reservados Registro nº 401.197

4° ofício de registro de documentos

editor: levis litz na capa

mestre chen zhonghua

colaboraram nesta edição

angela soci, aparecido de lira, arthur dalmaso, bruno davanzo, edésio oliveira, eliane cardoso, john vanko, rodrigo apolloni, silvia camara rocha, tarcísio tatit sapienza e valesca giordano litz.

agradecimentos

associação gaúcha de taijiquan , celia gualberto, chen zhonghua, fernando de lazzari, hunyuan taiji academy do brasil, maurelio peters, nelson luís smythe, nelson luís smythe jr, paula faro, sociedade brasileira de tai chi chuan, vilmar henemann.

ilustração

wendy nohemi arias audiffred wendy.noemi@gmail.com [http://canela123.deviantart.com/gallery/]

revisão

viviane giordano

contato | publicidade revistataichibrasil@hotmail.com levislitz@gmail.com jornalista responsável diplomado levis litz - mtb 3865/15/52v pr Distribuição gratuita e dirigida. Todos os textos e fotos aqui publicadas são colaborações voluntárias gratuitas. Não são de responsabilidade desta revista os artigos de opinião e também as opiniões emitidas em entrevistas e depoimentos, por não representarem, necessariamente, o pensamento do editor. Por questões de espaço, objetividade e clareza, a equipe editorial reserva-se o direito de resumir os textos recebidos. Foto com pouca definição é de responsabilidade do autor. Os exemplares impressos em papel desta publicação serão doados para bibliotecas públicas.

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Mestre Chen Zhonghua

O Método Prático de Tai Chi Chuan

17 Tai Chi Chuan e As Mulheres

A prática de Tai Chi Chuan atrai um grupo de mulheres

18 Dança do Leão

A experiência do grupo do Prof. Rodrigo Apolloni

Assoc. Gaúcha de Taijiquan em Buenos Aires

1º Seminário do Mestre Yang Zhen Duo no Brasil

20 Galeria de fotos

21 Momento Histórico

22 Ponto de Vista As relações mestre e discípulo 25 Tai Chi Chuan - Tratado

Transformando o temperamento 4º Tratado de Cheng Man-Ching

26 Trajetória

Chen Xiao Wang World Taijiquan Association Brasil

28 Tai chi chuan - Princípios Os 10 princípios de Yang Cheng Fu ( Parte VII)

29 Tai Chi Pai Lin

Lembranças de um aluno

O livro de Tai Chi Chuan da Família Chen

30 Cânone Ilustrado

SEÇÕES

4 CARTAS 6 EDITORIAL 15 RÁDIO CORREDOR


Mensagens, Comentários Revista Tai Chi Brasil. Curitiba - Paraná - Brasil. revistataichibrasil@hotmail.com | editor: levislitz@gmail.com

Por questões de espaço, a equipe editorial reserva-se o direito de editar mensagens, depoimentos, fotos e textos recebidos.

Desenho enviado por: Wendy Nohemi, da Cidade do México. São 4 adolescentes lendo a Revista Tai Chi Brasil próximos a pirâmide de Teotihuacán, México. [wendy.noemi@gmail.com]

“Estive relendo as edições 6 e 7 que mandaste por email. Lindíssimo trabalho. Parabéns a você e a toda equipe. Por favor, se possível, não deixe de editar e enviar para quem está tão, tão distante da civilização.” Marcia São Paulo “Em Bariloche, professores de taichi elogiaram a tua revista, que está num nível muito bom.” Estevam Rio de Janeiro “Realmente, excelente o nível da revista. Levis, sempre entra gente nova na vivência de Tai Chi do Parque do Ibirapuera e estou divulgando as revistas através do site Livro-Virtual. Marketing viral

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funciona, êta vírus do Bem!” Regina São Paulo “Li a revista editada por vocês, achando bastante interessante, com ricas reportagens sobre essa maravilhosa arte do Tai Chi Chuan. Parabéns a todos! Sou praticante desta arte há alguns anos e pretendo me aprimorar cada vez mais.” Sérgio “Parabéns mais uma vez pela excelente qualidade da revista.” Liana Netto Salvador, BA “Esse comentário, primeiramente foi destinada a lista de discussão informal de Tai Chi:

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passeando pelo site da Amazon Books eu vi 3 bons títulos com o conteúdo dos primeiros capítulos liberados para avaliação. Achei uma ótima leitura, mesmo que incompleta. O primeiro é o Taiji Sword, Classical Yang Style: The Complete Form, Qigong & Applications (Martial ArtsInternal) [Paperback] Yang JwingMing - Yang Jwing-Ming (Author). Tem boas ilustrações neste trecho disponível (como por exemplo as ilustrações históricas de como carragar a espada, como avaliá-la). Apresenta características de uma boa espada. http://www.amazon. com/Taiji-Sword-Classical-YangStyle/dp/1886969744/ref=pd_ ybh_2?pf_rd_p=280800601&pf_ rd_s=center-2&pf_rd_ t=1501&pf_rd_i=ybh&pf_rd_


& Cartas m=ATVPDKIKX0DER&pf_rd_r=1FP9AFA0N9QBY8E08GF7# reader_1886969744. O segundo é muito bacana porque trás uma pano de fundo histórico. Traz imagens lindas de caligrafias e seções sobre pronúncias e termos corretos relacionados à espada jian. Seria bom poder imprimir para ler e estudar com mais calma. Taiji Sword and Other Writings [Paperback] Chen Wei-Ming (Author), Barbara Davis (Translator). http://www.amazon.com/ dp/1556433336/ref=rdr_ext_sb_ti_sims_2#reader_1556433336. O terceiro é sensacional e já seria bacana somente pelo trecho/capítulo entitulado “anecdote” onde o autor descreve uma história sobre Li Chin-Lin, um famoso espadachim (ajudem-me com o termo), que fora governador da província de Hopei e que foi derrotado por Yang Pan-Hou, o filho mais velho do fundador do estilo Yang. O detalhe da história é que ele já era bastante idoso e derrotou a espada de ChinLin com a haste de seu cachimbo! Classical T’ai Chi Sword (Tuttle Martial Arts… (Paperback) by Chiang Tao Chi, Petra Kobayashi http://www.amazon.com/Classical-Sword-Tuttle-Martial-Arts/ dp/0804834482/ref=pd_sim_b_11#reader_0804834482. Existem outros títulos com visita proveitosa. Se houvesse a possibilidade de copiar e colar o conteúdo seria excelente para que pudéssemos apresentar as “amostras” dos livros. Mas acredito que seria uma violação de material com copiright protegido. De qualquer forma, logo que conseguir gostaria de adquirir algum destes. Se alguém mais se interessar poderíamos fazer um escambo de livros e material sobre o tema. http://www.amazon.com/ChineseSwordsmanship-Family-Taiji-Tradition/dp/0974399949/ref=pd_ bxgy_d_img_b#reader_0974399949. Grande abraço a todos.” Guilherme Curitiba, PR

Revista Tai Chi Brasil Bibliotecas & Acervos Campinas, SP Equilibrius - Centro de Tai Chi Chuan, Acupuntura e Cultura Oriental Av. Oscar Pedroso Orta, 222. Barão Geraldo.

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Centro de Estudos da Medicina Chinesa Av. Júlio de Castilhos, 1501. Sala 32. Centro

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Biblioteca Pública do Paraná Rua Cândido Lopes, 133. Centro. Biblioteca Hideo Handa Praça do Japão. Água Verde. Academia Paramitta Av. Visc do Rio Branco, 84. Mercês. Colégio Estadual do Paraná Rua João Gualberto, 250. Alto da Glória. Colégio Medianeira Av. José Richa, nº 10546. Prado Velho. Nutribioforma R. Jaime Balão,1150. Casa 1. Hugo Lange. SESC Paraná – Unidade Água Verde Av. República Argentina, 944. Água Verde.

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Equilibrius - Centro de Tai Chi Chuan, Acupuntura e Cultura Oriental Rua Cerqueira César, 1825. Jd. Sumaré.

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Espaço Bem Estar (Yoga e Tai Chi Chuan) Av. Pe. Antonio José dos Santos, 1371. Brooklin Novo. Peng Lai Brasil - Artes Marciais Tradicionais Chinesas. Av. Deputado Emílio Carlos, 121. B. do Limão. Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan Rua José Maria Lisboa, 612, Sala 7.

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Pai e filho. Nelson Luís Smythe e Nelson Luís Smythe Jr. Curitiba, PR.

Uberlândia, MG Academia Budô Kan Rua Benjamin Monteiro, nº 64. Centro.

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Editorial

RTCB, desenvolvimento e continuidade

“Piano, piano, se vá lontano!”, diz a frase em italiano que transmite a ideia de que: “devagar, devagar, se vai longe”. E assim caminha a humanidade e nós seguimos caminhando junto. Nessa trilha experimentamos de tudo: rajadas de vento, chuva forte e sol ardente, mas muitas cantos de pássaros, cheiro de flores e sorrisos animadores também fizeram parte passo a passo de nossa trajetória. Estamos um pouco tristes, porque temos que noticiar que a revista de Tai Chi da Espanha fechou. Seus editores sentiram o peso desse trabalho e assim decidiram parar de publicá-la. O motivo principal eles compartilham conosco: “Resistimos muito, mas finalmente decidimos deixar de publicar a revista. A razão principal, como sem dúvida vocês compreendem, é que é necessário ganhar a vida. Nos seis anos e meio que trabalhamos neste projeto, temos tentado fazê-lo economicamente viável de diferentes formas, mas não conseguimos. A situação econômica que vivemos não nos permite dedicar à revista o enorme número de horas que ela requer.” Nesse pequeno revés aos meios de comunicação que querem levar o conhecimento e a informação do Tai Chi mundo afora, também aconteceu outro leve retrocesso: a revista T´ai Chi dos Estados Unidos aumentou seu espaço de tempo entre suas publicações periódicas, isto é, passou para 4 edições por ano. Provavelmente por razões semelhantes a da revista espanhola, ou seja, a difícil realidade de manter financeiramente esse tipo de iniciativa; tão segmentada.

Nossa realidade

A Revista Tai Chi Brasil, acompanhada por essas notícias não tão agradáveis, tem que se manter em alerta, para justamente não se deixar levar pelas forças antagônicas ao seu desenvolvimento e continuidade. É fato que as dificuldades são semelhantes e presentes e que se não houver uma sustentação alheia a equipe da RTCB, acabaremos, não agora, com certeza, mas futuramente tendo que escrever um último editorial. Entretanto, para poder passar nesse processo de yin extremo e obter uma ducha de yang na perpetuação da RTCB, vamos, com todos os nossos esforços, atuar de forma segura e consistente. Algumas ideias foram apresentadas por amigos e praticantes de Tai Chi Chuan. Algumas delas foram estudadas e estão sendo apresentadas nesta edição: a disponibilidade de 3 formas de anúncios (rodapé, meiapágina e página inteira), páginas para classificados para professores de Tai Chi Chuan e abertura de conta bancária para a possível gentileza de doação para a manutenção da Revista Tai Chi Brasil. Esperamos, desta forma, que os resultados se apresentem para podermos dar continuidade e melhorar o desenvolvimento da revista. Por isso é importante que você comente os textos, converse com anunciantes - diga a eles que você viu o anúncio deles aqui e, acima de tudo, nos envie suas sugestões, impressões e colaborações. Assim, agradecemos sinceramente ao apoio que vocês leitores tem prestado ao longo dessas edições. Não se engane, isso tem sido primordial para a existência da RTCB, boa leitura!

Levis Litz, editor Contatos Revista Tai Chi Brasil - RTCB . website: www.RevistaTaiChiBrasil.com.br | . e-mail: revistataichibrasil@hotmail.com Editor - Levis Litz . e-mail: levislitz@gmail.com | . msn: levislitz@hotmail.com . webpage: www.TaiChiCuritiba.com.br . conta bancária: Banco do Brasil - Agência: 2920-3 - C/C: 9262-2 ----------------------------------------------------------------------------------

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Mestre Chen Zhonghua Pioneiro do “Método Prático” de Taijiquan Mestre Chen Zhonghua (Joseph Chen) é um pioneiro contemporâneo de Taijiquan e está reinventando a forma de como as pessoas o praticam. O interessante é que sua intenção é retornar ao Taijiquan a sua finalidade original, que é de uma arte marcial. Chen Zhonghua começou seu treinamento na juventude. No entanto, ele foi introduzido ao “real” Taijiquan quando conheceu o Mestre Hong Junsheng, aquele Taijiquan que ouvimos nas histórias de uma “suprema e última” arte marcial, muito longe do que se tornou na maioria das escolas de hoje. A raiz deste “real e prático” método de Taijiquan está fundada na linhagem do Mestre Chen Fake, 17a. geração de Taijiquan da família Chen, e tem sido passada por meio da transmissão direta do professor ao estudante através dos séculos. Hong Junsheng aprendeu essa tradição do

“No sistema do Hong, chamado “método prático,” cada movimento tem um propósito prático (ou seja, aplicações marciais) e pode ser aplicado no combate.” Chen Fake e focou no desenvolvimento de seu uso prático em vez de focar nos aspectos de saúde, como a maioria das outras escolas tem feito. Para Hong, os aspectos de saúde foram um subproduto da arte marcial, um benefício secundário obtido por alguém que exerça habilidades marciais. Mestre Hong aperfeiçoou suas habilidades marciais por cerca de 70 anos de prática. No sistema do Hong, chamado “método prático,” cada movimento tem um propósito prático (ou seja, aplicações marciais) e pode ser aplicado no combate. Chen Zhonghua tornou-se discípulo do Mestre Hong Junsheng e, após seu falecimento, também tornou-

se discípulo do Mestre Feng Zhiqiang, outro estudante principal de Chen Fake. O sistema “Hunyuan Taiji” de Feng contou com um grande componente de Qigong e outros aspectos de saúde em sua prática, sendo um bom complemento para o sistema de Hong. Então por que Chen Zhonghua é um pioneiro? Além de ser especialista sobre os aspectos práticos de Taijiquan, Mestre Chen é muito fluente no idioma inglês, tendo atuado como tradutor e professor do idioma. Ele também entende a cultura chinesa e ocidental, tendo vivido em ambas. Além disso, o Mestre Chen está sempre experimentando com formas modernas de ensinar Taiji e passar sua mensagem, incluindo um dos primeiros sites on-line de aprendizagem de Taijiquan, bem como portal na internet muito completo e também vários vídeos disponíveis gratuitamente no YouTube. Finalmente, o Mestre Chen está constantemente procurando novas maneiras de aperfeiçoar sua arte e ensinar, o que envolve explicações novas de teoria, a criação de novos aparelhos para práticas de Taiji e exercícios especializados. O pioneirismo do Chen Zhonghua já está dando resultados, não só porque Chen tem internacionalmente dezenas de discípulos, muitos dos quais já eram professores experientes de artes marciais quando o conheci. Seus alunos estão indo muito bem nas competições de lutas tuishou (empurrar mãos) e formas na própria China. Chen tem uma agenda cheia de ensino de seminários em todo o mundo. Além disso, tem investido no desenvolvimento de um grande estabelecimento nas montanhas da China chamado Daqingshan, a fim de levar entusiastas e mestres de Taiji juntos em programas de treinamento em tempo integral. Mantendo-se fiel ao seu legado, Chen Zhonghua tem realmente difundido a arte do estilo Chen Taijquan “Método Prático” em todo o mundo e dado um tesouro e um farol de luz para aqueles que estão interessados em aprender Taijiquan, fiel do jeito que era para ser. www.RevistaTaiChiBrasil.com.br

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A história de Chen Zhonghua

Chen Zhonghua nasceu no inverno do terceiro ano dos três anos “Amargos” (1961), um período de seca, fome e inundações que deixaram milhões de pessoas na China mortas. Enquanto sua mãe estava grávida dele, ela e o resto da sua família sofreram de inanição. A situação era tão séria que a paisagem da China ficou quase completamente sem vida. Qualquer coisa que crescesse ou mexesse virava comida. Acima da necessidade, as pessoas até comiam a casca das árvores. Nestas condições, Chen Zhonghua nasceu pequeno e enfraquecido, com

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problemas de saúde graves, incluindo os pulmões danificados. Ele não era esperado para viver até a vida adulta. A falta de saúde manteve-o dentro de casa durante os primeiros nove anos de sua vida. Durante este tempo, a doença principal era com o coração, fígado e pulmão, enquanto ele também sofria de artrite. Estas circunstâncias levam a sua desesperada e determinada busca de artes marciais como uma forma de fortalecer ele mesmo e aliviar alguns de seus problemas crônicos de saúde. Além disso, sendo muito pequeno, ele também precisava se defender, então aprender uma arte marcial era também uma forma de autopreservação. Em 1979, Chen Zhonghua ingressou na Universidade de Shandong, em Jinan, após graduar-se com as notas mais altas na disciplina de Inglês entre os setenta e seis milhões de estudantes em sua região. Neste ano foi quando ouviu sobre as habilidades surpreendentes de um homem idoso que ensinava Taijiquan em um parque no período da manhã. Suas visitas posteriores ao parque o convenceram de que Hong Junsheng era um homem de Gong Fu real e que seu Taijiquan era digno de aprendizagem.

Chen Zhonghua encontra Hong Junsheng A primeira visita de Chen Zhonghua ao parque foi no domingo. As pessoas estavam deixando o parque quando ele chegou, mas ainda havia uma pequena multidão na plataforma elevada acima da estátua do tigre. Quando ele se aproximou, percebeu que era um grupo de visitantes japoneses que haviam estudado com Hong Junsheng. Eles estavam assistindo a uma demonstração realizada por um dos visitantes, um homem escuro, jovem e forte. Ele foi rápido e intenso com a sua forma. Seus olhos eram um feixe de luz em suas mãos, ambas avermelhadas, batendo no chão ruidosamente. Isso foi ótimo! Chen ficou imediatamente impressionado. Poder é o que ele queria! Então, outro visitante japonês subiu próximo a um velho de cabelos brancos e, através de um intérprete, expressou seu desejo de experimentar as habilidades dele, alegando que seria uma grande perda se voltasse para o Japão sem esta experiência. O velho estava de pé com as pernas muito próximas, não parecendo uma postura marcial. Ele fumava um grande cigarro com a mão esquerda, deixando a direita livre. Estava de frente para o visitante japonês com o lado direito do seu corpo. Através do intérprete, disse ao visitante para atacar com toda força, ele não iria lutar, apenas defender-se. Observando que o velho não estava se preparando para a luta, houve mais discussões até o visitante se convencer de que estava seguro para atacar. O visitante deu um soco no rosto do velho. O velho virou um pouco seu corpo e o punho foi de encontro ao ombro dele. O impacto fez o visitante voar para cima e para trás, longe do velho. Foram pelo menos três metros de distância quando ele caiu. Aproximou-se do velho outra vez, que estava ileso e disse: “Eu não sei o que aconteceu. Poderia testar o movimento em você novamente?”. Mais uma vez ele voou e caiu no mesmo

Grão-mestre Hong Junsheng praticando Taijiquan lugar. Frustrado, ele não desistiu e tentou uma terceira vez, terminando exatamente como nas outras vezes. Seu rosto mostrava perplexidade total. Joseph Chen, de pé entre a multidão que assistia, estava profundamente impressionado e intrigado, estava determinado a descobrir o Gong Fu que estava detrás deste importante show de habilidade e controle.

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Taijiquan Estilo Chen “Método Prático” O Taijiquan estilo Chen Método Prático é um sistema de Taijiquan. Este título foi formalmente apresentado pelo Grão-Mestre Hong Junsheng em seu livro publicado em 1988, “Taijiquan estilo Chen Método Prático”. O método prático é o conjunto de ensinamento de Chen Fake e Hong Junsheng. Grão-Mestre Hong Junsheng era o discípulo mais proeminente do portador principal da 17a. geração da família Chen, o renomado Chen Fake. Em 1928, o Grão-Mestre Chen aceitou o convite para lecionar em Pequim, tornando-se, assim, o primeiro mestre do vilarejo Chen do condenado Wen, da província de Henan, a ensinar o estilo da família Chen abertamente ao público. Como um dos primeiros alunos de Chen Fake, Hong estudava várias horas por dia com o Grão-Mestre, durante 15 anos, a mais longa duração de treinamento de qualquer um dos discípulos de Chen. Hong aprofundou seus conhecimentos, ensinando em Jinan, de 1945 a 1956. Praticando à exaustão o que tinha aprendido, ele analisava detalhadamente cada movimento e organizou os mesmos em categorias. Discerniu todas as variações de movimentos na forma, com uma percepção clara

Daqingshan

Estrutura na China para treinamento de Taijiquan em tempo integral.

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das necessidades únicas que cada movimento exige do corpo. Com sua compreensão abrangente e a sua capacidade de aplicá-lo, Hong chegou a um profundo nível de integração da arte, experimentar Taiji como um microcosmo de toda atividade humana. Ele então retornou a Pequim para a formação de alto nível do Grande Mestre, em 1956. O termo “prático” tomou forma na mente de Hong em 1956, quando ele foi à Pequim para receber suas instruções finais a partir de seu mestre Chen Fake. Hong sempre reconheceu que os movimentos nas suas rotinas não eram exatamente os mesmos que foram ensinados nas aplicações. Ele perguntou ao seu mestre se pode ser benéfico para a prática de formas realizar exatamente da mesma maneira que seria aplicada nos combates ou no Tuishou. Chen Fake deu a sua benção para este avanço do ensino. Naturalmente, ele ficou muito feliz em ver seus primeiros alunos atingirem um elevado nível de domínio. Desta maneira, começou a analisar as duas formas, Yilu e Erlu (Punhos de Canhão), em maiores detalhes, de um ponto de vista mais avançado. Hong absorveu essa instrução detalhada


de cada movimento em ambas as formas. Quando o Grão-Mestre Chen Fake demonstrava as aplicações, sempre dizia: “Esta é a maneira prática de usar os movimentos da forma”. Enriquecido tão profundamente durante esse processo dos mais altos níveis de transmissão direta, o “Método Prático” de Hong estava mais cristalizado. Esta é a forma que o Grão-Mestre Hong Junsheng ensinou em Jinan, de 1957 até seu falecimento, em 1997.

No treinamento da forma, os movimentos conectam entre si de forma lenta, suave e confortável. Este método de treino cria um fluxo especial e beleza. É uma parte essencial da prática de Taijiquan. Em “Método Prático”, esse cultivo físico é perfeitamente complementado pela integração sistemática e abrangente do valor prático aplicado de todos os movimentos nas formas, para fornecer um caminho rápido para níveis mais elevados do domínio da disciplina completa.

Gong e Fa “Gong é a habilidade específica necessária para fazer as técnicas e os movimentos realmente funcionarem em combate, enquanto Fa é o método de execução das técnicas”. Gong (habilidade marcial) e Fa (técnicas) têm sido historicamente separados como dois componentes no processo de aprendizagem. Muitas vezes isso é demonstrado no caso em que um mestre vai ensinar todas as formas coreografadas, sem explicar o significado das formas. Na superfície, a forma parece fantástica, porém a habilidade de combate real vem do Gong. Historicamente na China, as vezes alunos, no início do treinamento, tentaram superar o professor em combate para ganhar uma reputação. Nesse caso, o professor, deliberadamente, evitou o ensinamento de substância (Gong) para os alunos, particularmente no início. Em muitos casos, esse “período de prova” pode durar muito tempo. Isto acabou causando a separação do Gong e Fa. Eventualmente, os alunos nem conseguiram reconhecer a diferença entre Gong e Fa. Os alunos não vão ganhar

as habilidades marciais (Gong) simplesmente porque eles praticam os movimentos (Fa). Eles precisam ter o Gong mostrado para eles pelo professor. O velho ditado, “Melhor ensinar 10 Fa do que 1 Gong” mostra o que o tão bem guardado Gong era no passado. Isto não tinha exceção na família de Taijiquan estilo Chen. Uma das coisas que o Mestre Hong Junsheng percebeu após 15 anos de aprendizagem com Chen Fake foi que a forma (sequência dos movimentos) não era executada na mesma forma que os movimentos eram usados no combate (nas aplicações). Isso é típico das artes marciais chinesas e também pode ser visto no Karatê de Okinawa, que tem forte influência das artes marciais chinesas. Movimentos foram modificados e as vezes outros novos movimentos foram incluídos nas formas de muitas artes marciais, para que estranhos não seriam capazes de copiar facilmente as técnicas e aprender a derrotar o mestre que ele observou praticando. Isto é referido como “a separação de Gong e Fa.” O Gong ficou escondido. Fa é o método de execução das

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técnicas, enquanto Gong é a habilidade específica necessária para fazer as técnicas e os movimentos realmente funcionarem em combate. Esta é uma realidade cultural em artes marciais chinesas, especialmente quando elas foram criadas numa época quando as armas de fogo existiram e muitas pessoas militares e mestres tinham que ganhar a vida lutando e ensinando as artes marcias. O Mestre Hong Junsheng começou a adaptar a sua forma para que o movimento seja executado exatamente da mesma maneira que ele foi executado em combate. Então não seria mais necessário modificar seus movimentos da forma a fim de usá-los. Hong não criou novidades, ele simplesmente melhorou a curva de aprendizagem do Taijiquan estilo Chen com seus métodos de ensino inovadores. Seus métodos de ensino são o que caracterizam o que hoje conhecemos como Taijiquan Estilo Chen Método Prático. Em 1956, Hong Junsheng voltou à Beijing e foi testado rigorosamente pelo Mestre Chen Fake todos os dias durante 4 meses. Neste período, o Mestre Chen Fake aprovou os avanços na forma de Hong. Ele também chamou a forma de Hong “muito

Mestre Chen Zhonghua praticando tuis hou com Ronnie Yee na China prático” que depois inspirou o nome do sistema de Hong. He Shugan observou os dois mestres no parque Tao Ran Ting, em Beijing neste período.

Fotos: Divulgação - Acervo John Vanko Hunyuan Taiji Academy do Brasil Taijiquan Estilo Chen Método Prático http://br.chenzhonghua.org/ Rede Shandong Kung Fu Louva-a-Deus e Taijiquan Estilo Chen http://www.shandongwushu.com.br/ Brasil

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Entrevista Mestre Chen Zhonghua International Standard Bearer No ano de 2004, em Jinan, na China, Chen Zhonghua recebeu o título de “International Standard Bearer” (Portador de Norma Internacional) dos membros da família Hong e dos discípulos sênior do Grão-Mestre Hong Junsheng. Os membros da família falaram de seu pai. Diziam como foi merecido, que o trabalho duro e a dedicação que Chen Zhonghua conduzia em seguir as regras de Taijiquan, com o objetivo de ganhar a habilidade que o qualifica para ser um dos maiores representantes internacionalmente do Taijiquan estilo Chen “Método Prático”. Foram proferidos discursos por filhos e netos de Hong e demonstração da forma Yilu no local. O mestre Li Enjiu, representante do Método Prático na China, também fez um discurso e mais tarde demonstrou aplicações com um de seus principais discípulos, mestre Ding. Entrevista com Mestre Chen Zhonghua para Revista Tai Chi Brasil. Perguntas de John Vanko. -------------------------------------------- Com que idade você começou a estudar artes marciais? Por que você decidiu estudar artes marciais? Como era o seu primeiro treinamento? 
 Comecei o meu treinamento nas artes marciais sozinho, aos 6 anos de idade, mas minha instrução formal começou quando eu estava no ensino médio. Por motivos de saúde comecei a treinar artes marciais. Eu queria usá-la para me curar. Eu estava sofrendo com uma série de doenças que os médicos não conseguiam resolver. Meus primeiros treinos eram muito rigorosos, porque os métodos eram brutais [na China] e eu não tinha um físico saudável.

O real e o autêntico são a mesma coisa. O Tai Chi Chuan real é algo incomum e é mais do que um exercício ou esporte. É um método especial que os antigos criaram para fins marciais. Esses métodos devem ser aprendidos num ambiente especial. Não se pode aprendê-los por si só.

Até hoje, qual é o maior benefício que você recebeu do seu estudo das artes marciais? 
 Saúde.

Por que é que o seu sistema de Tai Chi é chamado Método Prático Estilo Chen Tai Chi Chuan? Existe alguma diferença entre o sistema de método prático e de outras escolas de Estilo Chen Tai Chi Chuan? 
 Meu sistema é chamado Método Prático Estilo Chen Tai Chi Chuan porque é o nome dado pelo meu

Qual é a sua visão a respeito do Tai Chi Chuan “real” e do “autêntico”?

Qual foi a sua primeira exposição ao Tai Chi Chuan “real”? Como você soube que era o real? Minha primeira experiência ao Tai Chi Chuan foi com o Grão Mestre Hong Junsheng. Naquela época eu não sabia que era o real. Eu percebi somente depois que ele faleceu. Quero dizer, depois que ele faleceu, tentei explorar outros sistemas de Tai Chi Chuan e achei a maioria deles inadequados.

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mestre Hong Junsheng. A diferença é que este método se concentra em ser “prático”. Claro que isso não quer dizer que outros sistemas não sejam práticos. Só que neste sistema, Hong Junsheng deu prioridade máxima em ser prático.
 Por que as formas de diferentes mestres de Estilo Chen Tai Chi Chuan às vezes parecem ser diferentes? Esta é uma questão ambígua. Quando os alunos da mesma turma aprendem com o mesmo mestre, eles se tornam diferentes por causa de suas diferenças em habilidade e compreensão. Idealmente devem ser idênticos, mas é claro que isso não é possível. Você parece usar alguns métodos de treinamento e equipamentos especiais. Você pode explicar isso? 
 Comparado com as artes marciais externas e outros sistemas de Tai Chi, o sistema Método Prático Estilo Chen Tai Chi Chuan utiliza relativamente poucos equipamentos de treinamento. Isso ocorre porque os equipamentos utilizados nos velhos tempos não eram fáceis de confeccionar e de usar nos tempos modernos. Por exemplo, o bastão longo (de 3 metros ou mais) é muito difícil de transportar hoje. Em nosso sistema, usamos o facão e a espada. Alguns dos equipamentos menos conhecidos que usamos são: Tai Chi Chan Gun: bastão para treinar energia peng. Chan Tai Chi Jin: puxar cordas de borracha para treinar os círculos. Tai Chi Da Gan: bastão longo para treinamento de força. Além de ter DVDs à venda, você também tem uma grande quantidade de vídeos disponíveis gratuitamente no Youtube. O que fez você decidir por isso? Há muito pouca informação sobre Tai Chi autêntico no Youtube. Achei que eu deveria fazer a minha parte em ajudar. Além do Mestre Hong Junsheng, você também se tornou um discípulo do Mestre Feng Zhiqiang, o fundador da Hunyuan Tai Chi e Qigong. Como você compara os ensinamentos destes dois excepcionais mestres do Tai Chi? Será que seus ensinamentos se complementam? Eu foco principalmente no Hunyuan Qigong do Grão Mestre Feng Zhiqiang. O Sistema é composto de Hunyuan do Estilo Chen Tai Chi Chuan, Xinyi, e Qigong Hunyuan. Como não existe um componente de Qigong no Tai Chi Chuan Estilo Chen Método Prático, eu escolhi Hunyuan Qigong do Grão Mestre Feng Zhiqiang. Existe um perfil típico de aluno seu? Qualquer pessoa pode praticar o seu estilo de Tai Chi?

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Um aluno típico da minha escola é aquele que não está satisfeito com o atual status quo (estado) do Tai Chi Chuan. Sim, qualquer pessoa pode praticar o estilo Método Prático Chen Tai Chi Chuan. As pessoas podem realmente aprender a lutar usando Estilo Chen Tai Chi Chuan? Com certeza. Esse é o objetivo para o qual o estilo Chen foi projetado. Tai Chi Chuan Estilo Chen é capaz de tornar uma pessoa fraca, forte; uma pessoa lenta, rápida; uma pessoa normal, em um bravo lutador. Isto não é um mistério. É a habilidade especial do Tai Chi Chuan Estilo Chen. Qual é o propósito do Tuishou? Existe uma diferença entre Tuishou e lutar? Tuishou é um jogo de Tai Chi. Ele é usado para verificar se seu treinamento em Tai Chi está correto ou não. A luta real de Tai Chi é chamada Sanshou e Duanshou. Neste nível só há luta, não há regras. Recentemente você levou alguns de seus estudantes do Canadá e de outras partes do mundo para a China, para participar de competições Tuishou. Você poderia nos contar sobre suas experiências? Nós não participamos em competição oficial patrocinada pelo governo [chinês] porque somente estão autorizados os alunos chineses das escolas oficiais. Porém, nossos alunos competiram em eventos com os campeões chineses nacionais e provinciais, e eles se saíram muito bem. Você pode nos contar sobre o seu refúgio na montanha na China chamado Daqingshan? Por que você decidiu construí-lo? O Daqingshan Mountain Resort está localizado na província de Shandong, na China. Ele abrange uma área de 30 quilômetros quadrados com 14 montanhas dentro do terreno. Atualmente existem dois hotéis com capacidade para 150 camas, um restaurante que pode acomodar até 300 pessoas, trilhas, salas de treinamento e muitas outras amenidades. O objetivo é ter um lugar onde os praticantes de Tai Chi possam passar longos períodos de tempo para a recuperação da saúde, relaxamento e treinamento de Tai Chi . Você já conheceu o Brasil? Você pretende visitar o Brasil no futuro? 
 Eu ainda não conheço o Brasil, porém eu gostaria de visitá-lo em breve.


Rádio Corredor I Projeto Ilha das Crianças Salvador, BA Um trabalho no sentido de arrecadar doações para um trabalho social está sendo realizado na Bahia. Esta iniciativa está sendo conduzida pela esposa do mestre Jan Silberstorff em Salvador. Qualquer tipo de doação para o projeto (alimentação, material escolar e de artes, brinquedos, livros, lençóis, toalhas, copos, talheres, pratos, entre outros) é bem-vindo. Contato: Associação Ilha das Crianças. Miryam Belo, coordenadora. Celular (71) 81816914. E- mail: miryambelo@ yahoo.com.br ----------------------

Tai Chi Chuan Estilo Yang Tradicional Ranking 2010 Ribeirão Preto, SP Avaliação de Ranking 2010 em Ribeirão Preto, SP, acontece

nos dias 20 e 21 de novembro. No programa haverá avaliação teórica e técnica. O Comitê Brasileiro de Ranking da Associação Internacional de Tai Chi Chuan Estilo Yang avalia os candidatos para os seguintes níveis: . Nível 1 (Águia de Bronze); . Nível 2 (Águia de Prata); . Nível 3 (Águia de Ouro). Todos os praticantes membros da Associação de Tai Chi Chuan do Estilo Yang Tradicional que já aprenderam a Forma Longa Tradicional de 103 movimentos e que tenham pelo menos um ano e meio de prática, podem solicitar a entrada no Sistema de Ranking. Este Sistema foi criado para: . elevar o nível de conhecimento teórico, técnico e moral dos praticantes, . estimular o crescimento e desenvolvimento dos praticantes, . preservar o padrão e a qualidade do Tai Chi Chuan ensinado pela Família Yang. A taxa administrativa internacional para avaliação é de R$ 45,00. Informações sobre o Sistema de Ranking encontram-se no site www.taichichuan.com.br

2º Torneio e Confraternização entre Praticantes de Tai Chi Curitiba, PR Em setembro, a Associação de Praticantes de Tai Chi Chuan (AIPT) realizou, com o apoio do SESC-Paraná, o “2º Torneio e Confraternização entre Praticantes de Tai Chi”. Entre os presentes estiveram o Mestre Pan Yi Bo, os fundadores da AIPT, Dr. Carlos Assis e Levis Litz, o prof. de Tai Chi Chuan Estilo Yang Tradicional, Claudio Montenegro, Joinville, SC, o professor Bruno Davanzo e o Tenente Washington, da Polícia Militar do Paraná e praticante de Tai Chi Chuan Estilo Chen.

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Rádio Corredor II

Lançamento DVD Forma Tradicional Tai Chi Chuan da Família Yang São Paulo, SP O lançamento aconteceu durante a conferência que o Mestre Yang Jun proferiu sobre o Estilo Tradicional da Família. No DVD, o Mestre Yang Jun apresenta instruções de toda a Forma

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Tradicional da Família Yang passo a passo, passando por todos os movimentos e suas aplicações marciais. O DVD também contém a explicação dos 10 Princípios de Yang Cheng Fu dada pelo Mestre Yang Jun, além da demonstração da Forma completa realizada por ele mesmo. Pela primeira vez no Brasil este material se tornará disponível com legendas em Português e Espanhol. Maiores informações: Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan. Rua José Maria Lisboa, 612 sala 07 - Jardins - São Paulo. Tel. (11) 3884.8943. E-mai: secretaria01@sbtcc.org.br

como o seu mais avançado aluno ocidental. O seminário acontece em Salvador-BA, entre os dias 05 e 07 de novembro. No programa: Paochui, Chansijin, Zhangzhuan e Lao jia. Para associados da WCTABr: R$350 e para não associados: R$390,00. Informações: www. wcta.com.br

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No dia 22 de outubro o Espaço Bem-Estar abriu as suas portas para o “3º Encontro de TaiChiChueiros”. Esse encontro propôs e incentivou a troca de informações e experiências entre praticantes de Tai Chi. Esta é uma iniciativa louvável de confraternização que deve ser estimulada e seguida por outros espaços de Tai Chi Chuan no Brasil. Contato: Espaço Bem-Estar. Av. Padre Antonio José dos Santos, 1371. Página da Internet: www. taichichuanyang.org

8º Seminário de Taijiquan, estilo Chen, com o mestre Jan Silberstorff Salvador, BA O Mestre Jan Silberstorff nasceu em Hamburgo e morou durante 5 anos com o Grão-Mestre Chen Xiaowang. É discípulo direto há mais de 10 anos e é reconhecido

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3º Encontro de “TaiChiChueiros” São Paulo, SP


Tai Chi Chuan e as mulheres A PRÁTICA DE TAI CHI CHUAN ATRAI UM GRUPO DE MULHERES

Foto: LL

Levis Litz Professor de Tai Chi Chuan www.TaiChiCuritiba.com.br

Um grupo de 10 mulheres do interior do Paraná se interessou na prática do Tai Chi Chuan (Taijiquan) justamente pelo fato dessa arte ter sido criado como um sistema de auto-defesa aliado aos conhecimentos da Medicina Tradicional Chinesa e de exercícios de respiração e movimentos conhecidos como Chi Kung (QiGong) e Tao Yin (DaoYin), além de seus movimentos suaves e cíclicos contribuírem com o relaxamento e o bem-estar. A iniciativa foi da Médica Helena Radecki (ex-praticante do estilo Pai Lin quando vivia em São Paulo), que pensou em levar essa prática para a cidade de Palmeira. Logo ela encontrou apoio num grupo de amigas (empresárias e praticantes de yoga) para trazer um professor de Curitiba. No início, fizeram um seminário de um dia inteiro para conhecer e experimentar o Tai Chi Chuan e para se certificar se era isso mesmo o que queriam. A expectativa do grupo foi tão bem preenchida que no mesmo dia as mulheres de Palmeira decidiram ter aulas regulares semanais. Desde então, todos os sábados (já foram quatro), das 09h às 11h da manhã, acontece a prática de Tai Chi Chuan em Palmeira.

5 mulheres do grupo e dois convidados.

Além dos exercícios específicos de aquecimento e alongamento, o professor de Tai Chi Chuan faz uma série de movimentos denominada “Desenrolando o Fio de Seda (Chansijin)”, que ensina o praticante a se mover corretamente e a maximizar a circulação da energia vital pelo corpo. Esses movimentos são a base da prática. Essas alunas iniciantes também estão aprendendo um série curta para ter um embasamento melhor. Essa é uma sequência bem bonita de se ver, realizada ao longo de 4 minutos. Depois disso, o grupo tem em mente aprender a sequência mais longa. O grupo sabe que para evoluir no Tai Chi Chuan é preciso praticar constantemente, estudar e ter humildade no aprendizado. O professor desse grupo treina várias horas por dia, sete dias por semana. No entanto, com cerca de 60 minutos por dia, pelo menos três vezes por semana, o praticante já começa a sentir a diferença no corpo e na mente. Interessados de Palmeira ou região podem entrar em contato direto com a Dra Helena Radecki pelo e-mail juradecki@ig.com.br .

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Nossa experiência com a Dança do Leão Rodrigo Wolff Apolloni Praticante de Kung-Fu (Shaolin do Norte) e Tai-Chi-Chuan desde 1985. Mestre em Ciência da Religião pela PUC-SP (com uma dissertação sobre a transplantação do Kung-Fu para o Brasil), é doutorando em Sociologia pela UFPR. E-mail: rwapolloni@gmail.com

Um dos maiores desafios do ensino da arte marcial chinesa reside na necessidade de se compreender ao máximo os elementos culturais e civilizatórios que lhe dão origem. Não há que se falar, evidentemente, em trocar a própria condição cultural por uma representação do que seria o “espírito chinês” (algo que apenas produz personagens bizarros), mas de ir além do mero conhecimento corporal e de certos “achismos” de que todos nós, praticantes e professores, padecemos. A continuidade da arte marcial chinesa em nosso país, mesmo que como prática transcultural, depende, em sua qualidade, de tal superação. Um dos caminhos para o aprendizado é buscar recolher, junto a fontes fidedignas, informações confiáveis sobre a história, a cultura e as religiões chinesas. Outro caminho reside em aprender outras artes e adquirir conhecimentos que, por pertencerem ao espírito chinês, estão (ainda que sutilmente) ligados à marcialidade, como a caligrafia, o idioma e a música. No início deste ano, um grupo de praticantes da escola onde ministramos aulas de Kung-Fu e Tai-ChiChuan (a Senda, de Curitiba) se uniu para montar um grupo de Dança do Leão (wǔshī), manifestação cultural chinesa fortemente carregada de história, simbolismo e elementos marciais. Depois de participar de um curso ministrado pelo mestre Jair Lima (um dos principais expoentes da modalidade no Brasil), reunimos os alunos interessados, adquirimos os materiais necessários – cabeça de leão completa, tambor, pratos e gongo – e, com o apoio do professor Jorge Jefremovas (proprietário da Senda), iniciamos o trabalho. Em pouco mais de sete meses de treinamento e religiosos ensaios semanais, tivemos a oportunidade de mostrar pela primeira vez os frutos do trabalho, em uma apresentação no Torneio de Confraternização promovido pela AIPT em Curitiba. Benefícios - Se a apresentação não foi um primor técnico (não foi, tampouco, de má qualidade), ela minimamente demonstrou aos próprios integrantes

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do grupo os benefícios da associação ao totêmico leão chinês. O primeiro desses benefícios reside na percepção de que a Dança do Leão, com suas características típicas – alegria, musicalidade, expansividade -, é capaz de reforçar os laços de amizade e sociabilidade entre os componentes do grupo. O segundo benefício diz respeito à incorporação de conhecimentos ao repertório dos participantes: se imaginarmos que cada posição (coreógrafo, instrumentistas e dançarinos que assumem e “cabeça” a “cauda” do leão) exige especialização em algo belo e sutil, e que os praticantes se alternam nas diversas posições, podemos perceber a importante aquisição coletiva de uma série de informações situadas além da arte marcial pura. O terceiro benefício está na melhora do desempenho marcial. Na medida em que a Dança do Leão é manifestação fortemente relacionada à marcialidade, as posições corporais – passos, posturas estáticas, chutes e impulsões – se comunicam diretamente com as práticas encontradas nas rotinas e nas técnicas tomadas isoladamente. A repetição dessas posições a partir de outro viés, na interpretação do leão, colabora para que o praticante apreenda e se aproprie dos conteúdos corporais de sua arte marcial. O quarto benefício se relaciona às apresentações e à percepção de que é preciso – e de que é possível cativar o público com algo diferente. A Dança do Leão, com efeito, radicaliza essa aproximação: é teatral, performática, colorida, ruidosa e, principalmente, capaz de levar quem assiste a “ver” a fantástica criatura. Uma boa coreografia de leão chinês, aliás, tem a virtude de oferecer um duplo espetáculo, em que tanto o personagem quanto seus animadores (os dançarinos) aparecem para encantar o público. A “contaminação” de outras apresentações (demonstrações de rotinas, por exemplo) por esse mesmo espírito pode representar um


ganho em termos de qualidade do espetáculo. No mundo da arte marcial chinesa, infelizmente, ainda temos a impressão de que, muitas vezes, quem apresenta se diverte mais do que quem vê – e esse, em uma sociedade apaixonada e movida pelo espetáculo, é um dado crucial. O quinto benefício é de natureza interpessoal, e diz respeito ao que um grupo de Dança do Leão pode oferecer à sociedade. Enquanto nas comunidades chinesas as apresentações normalmente são remuneradas, entre nós não temos a mesma exigência. Na medida em que muitos dos eventos possuem caráter fraternal, acabamos por pautar o trabalho pelo desejo de encantar as pessoas – algo que afirma princípios, promove e engrandece a própria arte marcial chinesa. O sexto benefício é de natureza simbólica: ao dançar o leão, ao tocar os instrumentos com atenção, os participantes se aproximam de uma manifestação ritual antiqüíssima, que remonta, mesmo, à aurora da civilização. O leão chinês – em sua origem, personagem fantástico semelhante ao dragão – é totêmico, xamanístico e extático. Tais características, evidentemente, levam a reflexões e a aproximações salutares com o próprio psiquismo. Há que se considerar, ainda, um fator extra, relacionado ao marketing e à presença das próprias escolas de arte marcial em seus contextos locais. A Dança do Leão, por suas características performáticas, oferece um belo espetáculo, capaz de se destacar em ocasiões festivas. É, também, um produto nobre e interessante, que pode atrair pessoas para o universo da marcialidade. Em síntese: acreditamos sinceramente que, se as academias brasileiras de Kung-Fu (dentro delas, as de TaiChi) constituíssem grupos de Dança do Leão, poderiam perceber grandes vantagens – das quais a valorização da própria vida, de um élan vital, é a mais importante. Sobre o grupo de Dança do Leão da Senda O grupo da Senda recebeu o nome de “Grupo de Dança do Leão do Jardim dos Pessegueiros”

(táohuā yuán wǔshī tuán), em homenagem ao célebre juramento dos heróis-guerreiros Guān Yǔ, Zhang Fei e Liu Bei, do Período dos Três Reinos (206 a.C. – 220 d.C.). Na Dança do Leão, esses heróis são celebrados na forma de leões que trazem energia positiva, vigor espiritual, alegria e sorte ao ambiente. Na Senda, o trabalho é dirigido pelo Professor Rodrigo Wolff Apolloni (diretor artístico) e pelo Instrutor Maurelio Peters (diretor técnico). Os treinamentos ocorrem aos sábados, das 09h às 11h, e são intensificados em períodos de apresentação. O vídeo da primeira apresentação do grupo pode ser conferido em http://www.youtube.com/ watch?v=zUHGm_xn5Ws. Maiores informações em http://www. shaolincuritiba.com.br/leao.html. Todos os interessados serão bem-vindos!

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Celia Gualberto e Maurelio Peters, dançarinos do Leão da Senda. Foto: Divulgação Acervo/Rodrigo Apolloni

AGT - Associação Gaúcha de Taijiquan em Buenos Aires “Um dos pontos importantes sobre o Taijiquan é alcançar uma energia unificada, pois quando a energia é unificada torna-se forte. Nesse espírito o grupo da AGT (Associação Gaúcha de Taijiquan) visitou em 25 de setembro a academia de Cláudio Palácios, diretor em Buenos Aires da Yang Cheg Fu Center. Reuniram-se 30 praticantes entre portenhos, uruguaios e brasileiros. Cláudio recebeu a todos brindando-nos com um pequeno tour pelo bairro da Recoleta, onde está localizada sua academia. A prática foi realizada na Plaza Ruben Dario, um local muito agradável e interessante. Agradecemos a todos que nos receberam, em especial ao Cláudio, pela gentileza e cordialidade.” Silvia Camara Rocha Presidente AGT www.taijiquan.com.br

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Momento Histórico

1999 - Primeiro Seminário Internacional de Tai Chi Chuan da Família Yang com o Mestre Yang Zhenduo na América Latina Evento histórico que se deu a partir do relacionamento direto entre os Diretores da Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan, Professor Roque E. Severino e Angela Soci e o 4º Detentor da Linhagem da Familia Yang Mestre Yang Zhenduo. A partir deste momento, nosso continente passou a contar com a presença deste Mestre e seu sucessor, Mestre Yang Jun, anualmente para seminários de aprendizado e aperfeiçoamentos do Tai Chi da Familia Yang, além do Centro Yang Chengfu de Tai Chi Chuan sede São Paulo para aulas regulares e cursos de Formação de Instrutores. Foto: Divulgação / Acervo Angela Soci - SBTCC

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Ponto de Vista As Relações Mestre e Discípulo, Professor e Aluno na cultura Oriental Arthur Dalmaso Professor de Tai Chi Chuan - Estilo Tradicional da Família Yang Espaço Bem Estar (Yoga e Tai Chi Chuan) - São Paulo, SP. www.taichichuanyang.org

Ao ler uma reportagem na Revista da Associação Internacional do Tai Chi Chuan da Família Yang nº 26, escrita pela companheira de prática Pat Rice, sobre a designação de Mestre Yang Jun (41), pelo Mestre Yang Zhenduo (83), como o próximo detentor da linhagem do estilo Yang, me chamou a atenção de que somente agora o Mestre Yang Jun e seu Irmão Yang Bin tenham sido aceitos como discípulos. Essa designação de próximo detentor da linhagem se chama “Zhang” (controle) “Men” (família, estilo, organização) “Ren” (pessoa) e foi oficializada na presença dos Mestres Chen Zhenglei da família Chen, Wu Wenhan do estilo Wu/Hao, Ma Hailong da família Wu e Sun Yongtian do estilo Sun, entre outros, em cerimônia que aconteceu durante o Simpósio Internacional de Tai Chi Chuan no ano de 2009 em Nashville, EUA. Fiquei, então, pensando neste relacionamento Mestre/discípulo, Professor/aluno que existe na cultura chinesa, afinal os irmãos (Mestre Yang Jun e Yang Bin) treinam e convivem há no mínimo 35 anos com o Mestre Yang Zhenduo. A profundidade deste sentimento ao contrário da rapidez com a qual nós ocidentais assumimos a posição de Mestre ou discípulo. Resolvi então pesquisar sobre isso e abaixo estão minhas descobertas, que espero sejam úteis em nossas relações com alunos, Mestres, Professores e colegas. A palavra “Sifu” (shi-fu), no caso de um Mestre de artes marciais chinesas, é a combinação de dois caracteres: “professor” e “pai”. A partir desta terminologia, vemos que a escola de artes marciais é vista como uma unidade familiar em que o “Sifu” ocupa a posição central. Tradicionalmente, um estudante pode ter dois diferentes tipos de relacionamento com o seu “Sifu”. Alunos regulares são chamados “Siuto” (xue-tu), que se traduz em aluno. Estas são as várias pessoas que procuram as aulas, algumas permanecem por uma ou duas aulas, outras ficam para sempre. Esta relação é

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baseada na teoria de Confúcio (551-479 a.C.): “Uma vez um Professor, sempre um Professor”. Assim, mesmo que você supere seu Professor, e na verdade superá-lo é uma demonstração de que seu aprendizado foi muito bem dirigido, ele sempre será seu Professor. Outra relação, mais profunda entre “Sifu” e aluno, é o “Todai” (tu-di), que pode ser traduzido como discípulo. Tradicionalmente, você só pode ter um “Sifu”. Durante uma Cerimônia do Discipulado, chamada de “Bai Shi”, muito formal, o discípulo traz frutas e oferendas para o altar onde estão retratos dos fundadores da linhagem, se ajoelha três vezes em reverência profunda e depois serve o chá ao “Sifu”, um envelope vermelho contendo dinheiro é oferecido ao Mestre. Essa oferta em dinheiro deve ser muito refletida, pois não pode ser tão pouco que desvalorize o ensinamento que será dado, nem tampouco muito grande. O discípulo então solicita formalmente sua inclusão no discipulado e, depois de aceito, passa a ser tratado como um filho adotivo. Isso requer muita dedicação e responsabilidade. O relacionamento entre Mestre e discípulo é baseado no respeito. O aluno respeita o seu Mestre porque ele tem o conhecimento e a sabedoria que o estudante não tem. O Mestre respeita o seu aluno pela jornada que ele está prestes a realizar e pela responsabilidade que ele mostra ao comprometer-se em aprender. A humildade também é importante para ambos os lados dessa relação. O estudante deve ser humilde e admitir que ele não sabe nada, o Mestre deve ser humilde deixando o seu conhecimento e habilidade falarem por si só. A transferência de conhecimento e habilidade do Mestre para o aluno é muitas vezes mergulhada em tradição. Esses ensinamentos são em geral transmitidos por via oral. As tradições e as informações ensinadas ao discípulo diferem das ensinadas ao aluno comum. Esta é muitas vezes referida como “aprendizado a portas fechadas” e contém conhecimento que o aluno médio


nunca saberá que existe. Isso só é ensinado ao discípulo respeito e a obediência. É certo que no Ocidente muitas pessoas que que tenha sido testado e provado mais de uma vez que é passaram pelas artes orientais estão fartas de certos leal e confiável o suficiente para obter tal informação. Encontramos no Confucionismo ensinamentos “Mestres”, verdadeiros vendilhões, que de Mestres que ajudam a compreender a forma que se estrutura a tem muito pouco. Uns orientais, outros ocidentais, que sociedade chinesa e, assim como ela, a relação Professor resolveram assumir apenas as vestes do Mestre. Isso e aluno. Confúcio (551-479 a.C.) nos ensina os “Ritos” , resulta do fato de, em nossa civilização, se querer tudo um complexo conjunto de ideias que é difícil de traduzir para ontem. O Mestre normalmente não facilita, ele em línguas ocidentais. Seu significado varia de polidez exige provas de lealdade, de atenção e de dedicação e, e decoro para a compreensão do lugar correto de todos muitos, cansados de obedecer, vão embora. Procuram nós na sociedade. Externamente, o ritual é usado para um caminho rápido, onde lhes seja prometida a distinguir as pessoas, a sua utilização permite que se iluminação instantânea num “workshop”, como é moda saiba quem é o mais jovem e quem o mais velho, quem hoje, num final de semana. E esperam sair de lá com é o convidado e quem é o anfitrião e assim por diante. técnicas “secretas”, com as quais passam a ser eles Internamente, eles indicam para as pessoas os seus também “grandes Mestres”. Na Inglaterra, na segunda metade do século XX, direitos e deveres. Surgindo então a máxima “Não faça com a febre dos filmes de Bruce Lee, todos queriam ao próximo aquilo que não deseja que façam a você”. Um tema central para o Confucionismo é o dos praticar “Kung Fu”. Então muitos donos de restaurantes relacionamentos e dos diferentes deveres decorrentes da chineses abriram ao lado do restaurante uma escola de diversidade de status entre os indivíduos. As pessoas são “Kung Fu”. E alguns milhares de britânicos pagaram organizadas de maneiras diferentes simultaneamente, preços elevados por aulas dadas por um simples conforme mudam as pessoas com as quais se está cozinheiro. A questão da necessidade, ou relacionando, ou seja, como júnior em relação aos seus pais e aos mais “A relação do aluno não, da pedagogia, afim de se discutir que tipo de pessoas queremos formar, velhos, e como sênior em relação com o Instrutor e como fazê-lo, como as motivar, aos seus filhos, irmãos mais jovens, como conseguir ensiná-las, não estudantes e outros. Enquanto os o Professor não é tem sentido numa arte oriental. Isto juniores no Confucionismo têm o nem pode ser igual a é, há que se estabelecer distinções dever de reverência e serviço aos idosos, os idosos também têm deveres relação do discípulo claras e não confundir o Mestre com o Professor ou com o Instrutor. A de benevolência e preocupação com com o Mestre.” relação do aluno com o Instrutor e o os mais jovens. Professor não é nem pode ser igual a Na tradição oriental, não cabe ao Mestre descobrir como ensinar o discípulo e sim ao relação do discípulo com o Mestre. Instrutor é aquele que ministra sessões práticas discípulo descobrir como aprender. Para o discípulo que não souber aprender, nenhum Mestre conseguirá ensiná- de uma arte oriental a alunos comuns que querem lo. Por isso o discípulo, ao escolher um Mestre, deve conhecer esta ou aquela arte. Já o Professor (lao shi) sempre estar preparado para segui-lo. E é o discípulo é aquele que ensina a prática e também a teoria para que escolhe, assim como cabe ao Mestre aceitá-lo ou o domínio da técnica e sua fundamentação. Pode, não. Aqueles que são desajustados ou imaturos as vezes in-clusive, ministrar seminários teóricos e preparar se decepcionam, acreditando que o Mestre não ensina, futuros instrutores. E note quão longe estamos quando muitas vezes preciosos ensinamentos estão ainda da relação entre Mestre e discípulo. Segundo Joachim Wach, em seu livro “Master and Disciple: sendo passados sem que ele o perceba. O Mestre não deve permitir o envaidecimento Two Religio-Sociological Studies”, o Professor é o do discípulo. É necessário ser tolerante, bondoso, detentor de determinadas habilidades, por exemplo, o mas impor disciplina. O praticante mais adiantado conhecimento em um determinado assunto e ele ensina deve disciplinar o ego e ajudar os mais novos, sem se o que sabe ou possui a seus alunos. Portanto, não é sua considerar mais do que eles. Deve manter a cordialidade. própria pessoa que é respeitada pelo aluno, mas sim Enquanto a compaixão do Mestre contém proteção, o seu conhecimento ou habilidade. Por outro lado, a resistência e sacrifício, o amor do discípulo contém o própria natureza e a participação do Mestre são cruciais www.RevistaTaiChiBrasil.com.br

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no processo de aprendizagem e, portanto, não é o seu conhecimento ou habilidade que é admirado e apreciado pelo discípulo, mas a sua essência e individualidade. Por conseguinte, enquanto o Professor é considerado como um objeto substituível no processo educativo, o Mestre é considerado como um componente essencial. O Mestre é aquele que interfere na maneira de ser do discípulo. O discípulo assume uma relação de empatia e lealdade com o seu Mestre. É aquele que aprende para a vida e não só para a sala de aula e aceita que o Mestre, através dos seus ensinamentos, interfira em sua vida privada. Pois, com aquilo que o Mestre lhe ensina para a vida, você acaba sofrendo uma transformação, se modifica, transmuta, recebe polimento e se revela cada vez mais, como um diamante ao ser lapidado. Mas, voltando à pedagogia, o Mestre, para assim ser chamado, já passou por sua vez por este caminho, que conhece intensa e profundamente e sabe como transmitir a sua arte e quando deve transmitir os segredos desta. O tipo de pessoa que se quer formar também ele sabe. Não vai se esforçar um pouco que seja para interessar o discípulo pela aprendizagem. Algumas características de um Mestre são: tem autoridade para com os seus discípulos; reverencia o seu próprio Mestre; é claro na sua percepção e conhecimento; constante e determinado no seu estudo; é livre dos desejos dos frutos das suas ações; não troca de linhagem ou de Mestre; o Mestre verdadeiro sempre se coloca depois do seu próprio Mestre, em hierarquia e em mérito, nunca considerando que já evoluiu mais que este e por isso já o pode abandonar; não contesta o seu próprio Mestre, nem emite juízos críticos ou desfavoráveis a seu respeito; nunca perde oportunidade de referir o nome e o mérito do seu próprio Mestre. O discípulo escolhido deve estar dotado de boas qualidades. Deve ser alguém digno de confiança; não intoxicado (por drogas); serviçal; não dado a atacar os

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outros; com aversão a ouvir louvores a si próprio, porém firme perante as críticas; deve ser alguém que fale do Mestre; sempre na proximidade ao Mestre; agradável ao Mestre; constantemente ocupado em seu serviço, com mente, palavras e corpo; que cumpre as ordens do Mestre; que difunde as glórias do Mestre; conhecedor da autoridade da palavra do Mestre; que segue as intenções do Mestre; que atua como um servidor do Mestre; sem orgulho de classe social, honra ou riqueza na presença do Mestre; que não cobiça os bens do Mestre. Na relação de um discípulo com seu Mestre, chamar um Professor pelo primeiro nome é extremamente desrespeitoso na sociedade chinesa e, portanto, se usa sempre a denominação Mestre ou Professor antes de seu nome. Um dos elementos fundamentais desta relação é o dever. É a dívida que alguém tem, que está além da moral consciente ou da dívida objetiva. É a dedicação, a lealdade e a confiança inabaláveis que o discípulo deverá ter na escola que escolheu, na linhagem que segue, no Mestre que o orienta. Tal relação está muito além daquela que se estabelece entre o treinador, nas variantes desportivas das artes marciais, ou entre o Instrutor ou o Professor e o praticante. É o sentido de obrigação e de dívida de honra que o discípulo tem para com o Mestre. Outro dos elementos determinantes desta relação é o esforço, a reflexão e a procura pessoal, paralela ao ensinamento do Mestre. Só isso permite a compreensão do real sentido do que o Mestre ensina, que está muito além da mera execução técnica. Aprender desta forma permite dar vida ao que a tradição transmite. No Oriente, os Mestres de qualquer disciplina, seja de música, dança, história ou artes marciais, são sempre muito valorizados. Eles são constantemente reverenciados e homenageados por serem aqueles que transmitem o verdadeiro conhecimento e são considerados os educadores da humanidade.

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Tai Chi Chuan - Tratado “Transformando o temperamento” O 4º Tratado de Cheng Man-Ching Ler trabalhos de grandes Mestres, praticar com assiduidade, examinar, meditar cuidadosamente e discernir com clareza, constitui o mais elevado nível que chamamos de “praticando os Seis Clássicos”. Eu não tenho dúvidas que isso pode conduzir a uma transformação no temperamento de um indivíduo. Eu tenho praticado Tai Chi Chuan por trinta anos, e continuamente sem interrupção por vinte e um anos, mas, pessoalmente, não sei se meu temperamento fora transformado. Eu respeitosamente relato minha própria experiência para que pessoas com grande sabedoria possam julgar. Em minha juventude, embora dominado por um potencial de justiça e coragem, eu era imprudente e agressivo. Eu me arrisquei em minha vida sem o menor cuidado. Eu amava estudar e me esforçava para alcançar a perfeição, mas minha força física (resistência) e espírito não tinham capacidade para isso. Como resultado, eu frequentemente parava no meio do caminho e mudava de direção, sem nunca concluir nada. Eu nunca me preocupei com conforto, saúde

ou honra, mas somente conhecer o caminho (Tao). Talvez isso seja digno de admiração, mas eu não cedi à autodestruição ou desespero. Tendo estudado Tai Chi por vinte anos, o que tenho pessoalmente testemunhado é a sua habilidade para despertar o enfermo, levantar o fraco e eliminar a doença. Quando isso resulta em lograr a paz interior e serenidade, entretanto, não ouso fazer tais alegações. Todavia, minha antiga imprudência e agressividade talvez tenham sido um pouco eliminadas. Falar em transformar meu temperamento seria como tentar transformar amoreiras silvestres em orquídeas ou corujas em fênix. Eu não me atrevo a aspirar isso. Eu acredito que aqueles cujos espíritos e força física são deficientes, mesmo sendo eles jovens e fortes, se tornarão fracos e doentes. Quando a fraqueza e a doença nos atacam, não importa o que nós nos esforcemos para melhorarmos, nós não conse-guimos vencer, muito menos transformar nosso temperamento. Não sendo capaz de melhorar a si próprio, as pessoas ocupam-se em tentativas de apegar-

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Unidade Água Verde - Academia BackStage Rua Prof. Guido Straube, 52-B (41) 3013-6114 – 8809/0730 - Prof. Aparecido de Lira

se à juventude ou tranquilidade, agindo como esposas mimadas, belas concubinas ou rapazes afeminados. Então nós podemos entender porque traidores ou oficiais corruptos, mesmo sabendo que não terão sucesso em seus crimes, os cometem de qualquer maneira. Por esta razão, eu sei que muitas pessoas prefeririam serem telhas ao invés de fragmentos de jade. Eu receio que metade das pessoas não tenha suficiente força ou espírito para sustentar a si próprias. Esta discussão de transformar o temperamento de uma pessoa se aplica somente a pessoas com dote ou dom natural. Aproximarse a isto é tornar-se gradualmente um homem superior; se afastar disto é gradualmente tornar-se um homem inferior. Portanto eu digo quando perguntam se Tai Chi Chuan é capaz de transformar o temperamento, que isto deve aguardar demonstrações de alguém mais sábio que eu próprio. -----------------------------------------Aparecido de Lira e Eliane Cardoso Instituo Fu Hok de Cultura Marcial Chinesa www.institutofuhok.com.br

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Trajetória Chen Xiao Wang World Taijiquan Association Brasil- CXWTABR

Estevam Ribeiro Professor de Tai Chi Chuan (Taijiquan) cxwtabr@gmail.com

A Chen Xiao Wang World Taijiquan Association BrasilCXWTABR nasceu em outubro de 1998 no Rio de Janeiro durante a primeira vinda do Mestre Chen Xiao Wang ao Brasil, promovida e realizada pelos Professores Estevam Ribeiro (Art’Chi) e Begoña Javares (Gesto Cotidiano). Chen Xiao Wang é o atual representante do estilo tradicional de Tai Ji Chuan da família Chen. Ele é o líder da décima nona geração do estilo mais antigo desta arte. Em sua primeira visita a este país, ele ministrou dois seminários: Chan si gong, o trabalho da energia espiralada e a forma de 19 posturas Chen, de sua autoria. Estes, seguindo a didática criada por ele, são os passos iniciais para aqueles que ingressam no estilo Chen. A partir daquele momento, a WCTA passou a ser representada no Brasil pelos Professores Estevam Ribeiro e Begoña Javares, respectivamente Art’Chi e Gesto Cotidiano. Durante cinco anos seguidos eles produziram e promoveram a vinda do Mestre Chen Xiao Wang ao

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Brasil e foram as escolas pioneiras a ensinar o estilo Chen Tradicional no Brasil. Em 2001 foi-lhes conferida oficialmente a representação da WCTA no Brasil. Em suas vindas, ministrou a forma tradicional Lao Jia, Espada Chen, Qi Gong dos 6 Sons, Tui Shou e aplicações. A escola Art’Chi fundou a Associação Brasileira de estilo Chen de Taijiquan, ABEC, que veio se tornar a CXWTABR, esta sigla,

além de caracterizar a associação brasileira, tem também a intenção ser mais facilmente identificável com o nome próprio da associação (CHEN XIAO WANG WORLD TAIJIQUAN ASSOCIATION). Em 2002, durante a vinda do mestre ao Brasil, iniciou-se o 1º Curso de Formação de Instrutores

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de Taijiquan do Estilo Chen, no Rio de Janeiro, com participantes de outros estados e cidades. Hoje, este curso já está em sua 3ª edição no Rio de Janeiro e 1ª edição em Porto Alegre. Além do ensino do chan si gong e das formas, seguindo a didática do Mestre Chen Xiao Wang, o curso prima em dar ao aluno uma base teórica, constando de aulas de história, teoria do taiji, fisiologia energética da medicina tradicional chinesa, psicologia, assim como prática dos princípios característicos essenciais do estilo Chen. A CXWTABR vem realizando cursos e seminários em várias cidades no Brasil, como São Paulo, Porto Alegre e Brasília. Para facilitar a iniciação e promoção do estilo Chen, está sendo lançado um novo curso de “Capacitadores de Tai Chi” de duração de 1 ano. Este curso propõe a formação básica de taichi, para pessoas que queiram ensinar em hospitais, escolas, comunidades etc. Este projeto será implantado no Rio de Janeiro e Porto Alegre e já está acontecendo em Juiz de Fora. Nos últimos anos a CXWTABR vem


promovendo a viagem a Bariloche, para o workshop anual do mestre Chen Xiao Wang. O estilo Chen está apenas começando no Brasil, mas promete. O gosto dos brasileiros por artes corporais, marciais, dança e esportes faz com que o Brasil, provavelmente, venha a se destacar cada vez mais nesta arte específica, que é o Taijiquan do estilo Chen. CXWTABR, enquanto pioneira da implantação do estilo Chen no Brasil, incentiva e desenvolve uma didática, que prima pela qualidade e fidelidade aos ensinamentos do mestre Chen Xiao Wang, de maneira que possamos, no futuro, destacarmo-nos perante o mundo como um dos melhores padrões de Taijiquan Chen fora da China. O Brasil já fez isso antes. Ele superou em artes e esportes importados, com o futebol, volei, judô e jiujtsu, os seus países de origem. Não é uma ambição. É apenas uma possibilidade. O estilo Chen é rico em todos os seus componentes e, por ser o mais antigo, tem um currículo mais extenso que os outros estilos. Não que isso seja essencial para a pessoa dominar a arte do taiji, mas simplesmente exige mais tempo de dedicação para se avançar um pouco neste estilo. Entretanto, por seu apelo visual, que é de uma harmonia apreciada por muitos, o estilo Chen tem tido cada vez mais procurado, não somente por jovens, praticantes de outras artes marciais, como por idosos, que desfrutam dos seus aspectos terapêuticos. Nosso comprometimento é com uma boa qualidade de ensino de base. O desenvolvimento dependerá, ainda, de muita dedicação dos praticantes do estilo Chen. Mestre Chen Xiao Wang deseja que seus representantes divulguem cada vez mais e por isso ele não faz segredos, nem dificulta o acesso ao aprendizado, escondendo-o. Ele é muito claro e detalhista na sua didática. Ele sabe que o maior segredo do taichi não é um segredo, mas uma constatação, ou melhor, uma ação: “praticar”. Atualmente, a CXWTABR trabalha em conjunto com outras escolas e associações de outros estados e do próprio Rio de Janeiro.

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Tai Chi Chuan - Princípios Os 10 Princípios de Yang Cheng Fu (Parte VII) Bruno Davanzo

Professor de Tai Chi Chuan www.academiaparamitta.com.br Ponto 7 - O mais alto e o mais baixo seguem-se mutuamente. O Tai Chi Chuan Clássico diz: “O movimento deveria ser originado nos pés, liberado através da cintura e manipulado através dos dedos”. Tudo é o mesmo (age em uma respiração). Quando a mão, cintura e pés movem-se juntos, os olhos seguem. Se uma parte não segue, o corpo está desordenado.

A ênfase aqui é para uma coordenação completa do corpo. Precisamos ter essa conexão de todo o corpo se manifestando nos movimentos para criar o ambiente propício para a circulação do chi. E, ainda quando nos movimentamos, a respiração está presente nesta coordenação. Na prática do Tai Chi a pessoa pode acabar focando demais em detalhes da mão ou do pé, mas o corpo como um todo acaba desorganizado e consequentemente bloqueando o chi. “Se uma parte não segue, o corpo está desordenado”. Isso acontece por causa de nossa visão fragmentada do corpo, semelhante ao que acontece na medicina ocidental, que cria cada vez mais especialidades, onde vamos tratar de cada parte do corpo como algo isolado. Acho que já chegamos a esse extremo aqui no Ocidente e já estamos voltando ao equi

líbrio, pois já temos o retorno, ainda que incipiente, da figura do médico de família. Daí a importância dessa visão holística da medicina chinesa, o corpo é um todo interdependente. Ressalto aqui a importância do aluno iniciante se dedicar em especial

“O movimento deveria ser originado nos pés, liberado através da cintura e manipulado através dos dedos.” a prestar atenção no movimento da cintura como comandante (ponto 3), pois isto vai proporcionar essa consciência corporal de integração, “o mais alto e o mais baixo seguem-se mutuamente”. Por isso insisto com os alunos, o corpo se move como

um todo interdependente, quando ficamos preocupados demais com os detalhes da mão ou pé, perdemos o todo, bloqueamos o chi. O corpo é uma unidade, quando a mão se moveu é porque todo o corpo se moveu junto. E o comando da cintura ajuda nessa conexão. Mais uma vez temos a im portância do Medicina Tradicional Chinesa. Para que a circulação do chi aconteça sem obstáculos, a coordenação do corpo precisa ser exata. “O movimento deveria ser originado nos pés, liberado através da cintura e manipulado através dos dedos”. Através da compreensão dos meridianos (canais de energia) entendemos como os movimentos vão ajudar nesse fluir da energia e, consequentemente, melhorar nossa saúde e vitalidade, além de nos mostrar claramente como esse nosso corpo é um todo interligado.

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SESC Água Verde Curitiba - Paraná 3 TURMAS Às 2ªs, 4ªs e 6ªs: das 08h às 09h Às 3ªs e 5ªs: das 18h20 às 19h20 Às 5ªs: das 16h30 às 18h

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Tai Chi Pai Lin “Lembranças Tai Chi de algumas frases deixadas pelo nosso querido mestre taoísta Liu Pai Lin nos encontros para saúde e longevidade em São Paulo, SP. Sou grato pelas práticas taoístas de saúde, medicina de equilíbrio e longevidade, que deixou no Brasil. No caminho por onde eu andar ou estiver, e enquanto eu viver, sempre lembrarei das raízes de seus ensinamentos. Vou ser sempre o seu aluno na escola da vida. Obrigado mestre Liu Pai Lin!” Edésio Oliveira Terapeuta e professor de Tai Chi Pai Lin Serra Gaúcha, RS

“O Tai Chi Pai Lin busca uma harmonia do ser humano com a natureza e com todos os elementos existentes.”

“O verdadeiro médico é aquele que cura o seu próprio coração e evita que ele fique duro.”

“Nós somos um Tai Chi. Quando esse Tai Chi se desassocia, a fonte para de jorrar e a vida deixa de existir.”

“A questão da vida e da morte esta determinada nos movimentos, dinâmicas e transformações que ocorrem na natureza. Se você não consegue entender estes processos e princípios de transformações, viverá em vão e, em pouco tempo, perderá a sua vida e entrará na categoria que fala dos seres humanos pequenos.”

“O Tai Chi é uma unidade, por isso devemos buscar o remédio da natureza para nos proteger e nos curar.” “As pessoas envelhecem, adoecem e morrem logo, porque não encontram o caminho da vida.”

ter uma realização espiritual tanto nesta vida e como no outro plano. É como subir o topo de uma montanha. Cada nível em que você sobe tem uma linda paisagem e imagem diferentes.” “No momento em que eu não me coloco mais a frente, me desnudo, passo a ser uma pessoa pura, verdadeira, tiro todas as minhas máscaras, não fico competindo, o meu existir vai ficar totalmente integrado com a minha mãe natureza. Assim que poderás alcançar as estrelas.”

“O ser humano só poderá encontrar o caminho de paz e harmonia se souber unir com o céu e a terra.”

“O mestre disse que costuma passar estes conhecimentos e filosofia de vida para aquelas pessoas que estão próximas a ele, mas nem sempre estas pessoas próximas o escutam.”

“A gente tenta levar a vida em ângulos e pensamentos diferentes, no sentido de transmitir um pouco de amor e fazer com que esse ser humano viva de uma forma serena e com alegria.”

“O Tai Chi Pai Lin, o nosso tao kung é um treinamento muito especial e um dos objetivos é fazer você interagir com a natureza, ajudar a si mesmo, a outras pessoas e

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Mestre Taoísta Liu Pai Lin

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Livro Cânone Ilustrado do Taijiquan da Família Chen Chen Xin, patriarca da 16ª geração da família Chen, levou cerca de 12 anos para escrever essa obra: Cânone Ilustrado do Taijiquan da Família Chen (Chen Shi Taijiquan Tushuo). Após 10 anos de ter completado esse trabalho, deu ao seu sobrinho o manuscrito com as seguintes palavras: “Este é o resultado do meu coração e do meu sangue. Transmita-o a quem o merecer, senão queime-o. Certifique-se de não dá-lo a pessoas ignorantes ou arrogantes.” Esta obra ilustrada está disponível em inglês. O livro possui 756 páginas e apresenta ilustrações originais com explicações detalhadas sobre os movimentos. O único exemplar usado deste livro (Canon of Chen Family Taijiquan), até o momento, consta na página na internet do www.Amazon.com com o valor de US$ 340 (trezentos e quarenta dólares). Outra alternativa é adquirir pelo site http://taijiquan.pro.br que informa que o valor dessa obra é de €75 (setenta e cinco euros), acrescido do valor do frete que é de cerca €40 (quarenta euros), da China para o Brasil, totalizando aproximadamente €115 (cento e quinze euros). O pagamento é feito diretamente ao editor. Neste site tem um link para baixar gratuitamente um extrato da obra e também outro link para adquirir o mesmo. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Você pode adquirir obras sobre Tai Chi Chuan nas melhores livrarias ou pela internet: Livraria Cultura: www.livrariacultura.com.br | Submarino: www.submarino.com.br Amazon: www.amazon.com | Redwing Book Company: www.redwingbooks.com

Ler sobre tai chi, além de importante, é bom! 30

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Sonho de Borboleta

“O sábio chinês Chuang Tzu sonhou ser uma borboleta... Despertou! Seria Chuang Tzu o sonho de uma borboleta?”

[Imagem e texto: Tarcísio Tatit Sapienza – 2010] A animação “sonho de borboleta” pode ser vista em: http://www.youtube.com/watch?v=sFlv54LkV6k

Certa vez o mestre taoista Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, voando alegremente aqui e ali. No sonho ele não tinha mais a mínima consciência de sua individualidade como pessoa. Ele era realmente uma borboleta. Repentinamente, ele acordou e descobriu-se deitado ali, uma pessoa novamente. Mas então ele pensou para si mesmo: “Fui antes um homem que sonhava ser uma borboleta, ou sou agora uma borboleta que sonha ser um homem?”


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