África

Page 1

Jornal Berliner

Um lugar com enormes diversidades físicas, sócio-econômicas, geopolíticas, sociais e cuturais. O berço da humanidade que abrigou as civilizações mais antigas e intrigantes do mundo. Um continente que está em constante mudança, conquistando seu espaço e seu desenvolvimento a cada dia perante o mundo.

Créditos:Divulgação

01 de Julho de 2008

1


2

01 de Julho de 2008

E d i t o r i a l

Jornal Berliner

.............................................. Bruna Faely Mano Tamirys Seno

África: Muitas vezes pode pensar em fome; miséria; conflitos internos; doenças, ou seja, um continente atrasado e a margem do resto do mundo. Em nenhum lugar do planeta a cultura africana é valorizada e o continente sempre foi vítima de exploração por parte de países desenvolvidos. Os

artistas mais renomados da África concordam e enfatizam que a sua cultura está à sombra das outras. É mais do que chegado o momento de começarmos a valorizar esse local, que é o símbolo maior da origem da humanidade. Apreciar esse continente que apresenta uma enorme variedade de culturas; paisagens; raças e religiões. Aguçar nossas percep-

Capitais: Cidade do Cabo (legislativa) Pretória (executivo) Bloemfontein (judiciário) Cidade mais populosa: Johanesburgo Línguas oficiais: Inglês Africâner Ndebele SeSotho do norte SeSotho do sul Suázi/Suazi XiTsonga/ChiTsonga/ShiTsonga seTswana Venda Xhosa Zulu

ções e passar a ver a África por uma nova perspectiva, que não a eurocêntrica, mas sim a nossa própria vertente. Conhecer melhor a nossa origem, cultura e história, que está ligada intrinsecamente à história da África. Talvez, ler um pouco sobre o assunto e procurar entender e apreciar essa cultura, seja um primeiro passo para enchergar a Áfri-

ca como ela é de fato. Um lugar que sempre esteve esquecido, ou melhor, que sempre fizemos questão de ignorar. Levantamos algumas informações da África,tais como: cultura, copa do mundo, desenvolvimento econômico, imigrantes africanos no mundo, religiã, principais influências da África no Brasil e muito mais.

Governo: República Federal Parlamentarista Presidente: Kgalema Motlanthe Vice-presidente: Phumzile Mlambo-Ngcuka Presidente do CNP (Conselho Nacional das Províncias): Mninwa Johannes Mahlangu Palestrante da Assembléia Nacional: Baleka Mbete Chefe de Justiça: Pius Langa Moeda: Rand Independência do Reino Unido União Sul-Africana: 31 de Maio de 1910 Estatuto de Westminster: 11 de Dezembro de 1931 República: 31 de Maio de 1961

Í ndice 2

Editorial 3 Novos tempos num grande continente 4 Chega a vez dos emergentes 5 África receberá Copa do Mundo pela primeira vez 6 Pesquisas revelam novas teorias sobre a evolução do homem 7 Umbanda completa onze anos no Brasil 8 Os imigrantes africanos no mundo

Área Total: 1.221.037 km² População estimada de 2008: 47.900.000 hab. Censo 2001: 44.819.778 Densidade: 39 hab./km² PIB (base PPC) Estimativa de 2007: Total US$ 467.95 bilhões Per capita: US$10.600 Indicadores sociais IDH (2007): 0,674 (121º) – médio Esperança de vida geral: 49,3 anos Homem: 48,8 anos Mulher: 49,7 anos Mortalidade infantil: 59,44/mil nasc.

Matérias: Danilo Dias Gatto Bruna Faely Mano Tamirys Seno Fotos: Divulgação Agência Estado Agência France-Presse Secretária de Imprensa Douglas Paiva 94 FM Diagramação: Tamirys Seno


Jornal Berliner Novos tempos num grande continente 01 de Julho de 2008

3

Pela primeira vez em décadas, otimismo com crescimento econômico e desenvolvimento social supera desânimo com guerras e miséria na África

.............................................. Danilo Dias Gatto

com previsão de 7% para 2008. Algumas nações africanas estão entre as que mais cresceram no planeta. O drama africano é que o continente tem 53 países e uma distribuição absolutamente desigual de recursos naturais e de problemas. “Com o fim da era ditatorial que existia no continente, os novos governos estão olhando para uma nova África no cenário político e isso implica em confronto”, comentou o professor Macalé. Na República Democrática do Congo, por exemplo, os mesmos componentes que mantêm o leste do país atolado numa guerra que já deixou 4 milhões de mortos nos últimos 11 anos - rivalidade étnica e interesses divergentes de países vizinhos - impedem que preocupações básicas, como saúde e educação, cheguem à mesa

Mariana Della Barba/Agência Estado

Miséria, genocídio, estupros em massa, descaso, meninos-soldados. Todas as tragédias que se transformaram em sinônimo de África continuam lá, mas boas notícias vêm surgindo em diferentes cantos do continente. Elas revelam uma nova e pouco conhecida faceta africana, que está animando de ativistas políticos a grandes empresários. Depois de mergulhar no limbo após a Guerra Fria, o continente começa a atrair investimentos externos - boa parte bancada pela China -, aproveitando a alta nos preços de commodities, como petróleo e minérios, abundantes em muitas nações africanas. “O continente africano sempre foi visto como objeto de cobiça do mundo imperialista. O modelo de investimento

dos chineses, entretanto, não visa exatamente o processo exploratório como no passado. Hoje existe uma parceria entre o Estado e o setor privado na busca de resoluções duradouras, principalmente no processo democrático que está mudando a face das ditaduras do passado”, explica Sebastião Clementino da Silva, mais conhecido como professor Macalé, formado em Geografia, História e Pedagogia e especialista em História da África. Relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) confirma que a África está desfrutando de seu melhor período de expansão econômica sustentável desde o fim do período colonial, há quatro décadas. O crescimento médio do continente foi de 6,1% em 2007 - maior do que o da América Latina, de 5,2% -,

Crianças africanas em escola no Congo: impulsionado pelo crescimento econômico, o continente começa a buscar soluções para seus problemas sociais

O PIB de Angola Os números indicam o PIB em bilhões de dólares correntes e em seguida a elevação real durante o ano. Fonte: Banco Mundial 32,8 21%

61,0 16%

70,9 16%

44,0 15%

19,7 11%

8,9 3% 2001

11,4 14% 2002

13,9 13% 2003

2004

2005

2006

2007

2008

de discussão do governo. A prioridade ali é limpar o terreno das minas terrestres e encontrar uma fórmula para coibir milícias armadas de cometer estupros, seqüestrar crianças e obrigar milhares a fugir de suas casas. “Os atuais conflitos africanos são nacionalistas (de facções políticas e étnicas e divisão territorial), grande herança colonialista dos séculos XVIII,XIX e XX. Esses conflitos estão se convertendo em benefício da redemocratização dos países africanos, pois o continente africano está em busca de sua nova identidade perante o novo milênio”, ressalta o professor Macalé, da Universidade do Sagrado Coração (USC) de Bauru, interior de São Paulo. África que vai bem Para entender a África que está dando certo, o Banco Mundial classificou os países de acordo com a atividade que puxa o crescimento econômico. O primeiro grupo, dos exportadores de petróleo e recursos minerais, inclui Angola, Nigéria, Sudão e Chade. As reservas de petróleo do continente representam 7% do volume total do mundo e a produção atual, de 6 milhões de barris ao dia, deve dobrar nas próximas duas décadas. Boa parte da rápida expansão desses países deve-se às parcerias comerciais com a China, que precisa desesperadamente desses produtos para sustentar seu crescimento econômico. O segundo grupo abriga as nações com uma economia mais diversificada. Vários países encaixamse nessa categoria, entre eles Tanzânia, Botsuana, Gana, Burkina Fasso, Quênia e Ilhas Maurício. Como não têm grandes reservas de petróleo nem de minérios, esses países cresceram por viverem uma situação política mais estável, por promoverem uma melhor gestão econômica e se abrirem mais ao capital externo. Segundo o economista-chefe do Banco Mundial, John Page, “a África aprendeu a negociar com eficiência com o mundo, a confiar mais no setor privado e a evitar colapsos no seu crescimento econô-

mico, algo que caracterizou os anos 70, 80 e começo dos 90”. Outra prioridade é resolver os problemas alimentícios que assolam várias regiões do continente e são responsáveis pela maioria dos 450 milhões de africanos que ainda vivem na miséria absoluta. “No passado houve uma inversão do processo de produção agrícola que visava unicamente a exportação de produtos para abastecer o mercado ocidental das nações colonizadoras. Hoje descobriuse que num continente com grande biodiversidade não se pode apenas ficar na dependência de exportação de produtos que servem como alimento essencial para a sobrevivência da juventude. Com base nessa nova visão de mundo,o continente está com uma nova política comercial, exportando só o que sobra do comércio interno e não mais servindo de quintal agrícola”, salientou o professor Macalé. Em meio a tantos problemas que ainda rondam o continente africano, o cientista político queniano Firoze Manji resume a esperança de quem conhece a fundo a região. “Meu otimismo é mais social que econômico. Vejo cidadãos se mobilizando por seus direitos. Nesse sentido, é um momento extraordinário para a África, algo que eu não via há muito tempo”. O professor bauruense Macalé complementa esse otimismo, afirmando que “atualmente o continente africano aparece como sujeito de sua identidade e não como objeto, ou seja, a África está sendo vista de dentro para fora e isso significa africanidade”. Por menor e mais banal que seja, uma prova de que uma grande transformação se opera na África é a realização no continente da primeira Copa do Mundo de futebol, considerada o segundo maior evento desportivo do planeta. “Só o fato de a Copa do Mundo acontecer no continente já é um grande avanço para abrir as cortinas e mostrar uma nova África para o mundo. Isso é uma vitória política para as diversas nações”, enfatizou professor Macalé.

“A África aprendeu a negociar com eficiência com o mundo...”


4

01 de Julho de 2008

Jornal Berliner

Chega a vez dos emergentes Iniciativas bi e multilaterais entre países emergentes e nações africanas estão alterando o mapa econômico mundial, antes dominado por nações ricas Danilo Dias Gatto

Há seis séculos as potências européias deram início à colonização do continente africano. Agora, chegou a vez da China, a potência emergente do século 21, redescobrir a África e tirá-la do esquecimento político e econômico a que estava relegada desde o fim da Guerra Fria. Para Sebastião Clementino da Silva (professor Macalé), especialista em História da África, o continente não está mais sendo deixado de lado pelas grandes potências econômicas mundiais, principalmente pelos países emergentes, que vislumbram na África a possibilidade de ampliar suas economias. “Num cenário de efeito estufa existente no mundo, só o continente africano apresenta a maior concentração de biodiversidade do planeta em condições de amenizar a destruição global. Hoje temos países como a China e o Brasil investindo no pro-

cesso industrial e na infraestrutura de diversos países africanos”, comenta. Com uma estratégia agressiva de relações diplomáticas baseadas em parcerias comerciais, a China encontrou nos países africanos tudo o que precisa para sustentar sua média anual de crescimento econômico de 11,5%: matéria-prima em abundância, indústria local fraca e um mercado inexplorado para os produtos chineses. O comércio bilateral deverá fechar o ano na casa dos US$ 70 bilhões, com um aumento de 30% em relação ao ano anterior. Com 800 empresas espalhadas por 49 dos 53 países do continente, os chineses começam a fazer parte da paisagem de muitas cidades africanas. A grande novidade é que os chineses estão chegando com investimentos pesados em infra-estrutura – e num volume que muitos países africanos não recebem há mais de quatro décadas, quando ainda eram colônias

“O petróleo é, de longe, o principal fator do envolvimento chinês no continente. Por isso, Angola, Sudão e Nigéria, os maiores produtores da África, são beneficiados”

Ricardo Stuckert/Secretaria de Imprensa

..............................................

Presidente Lula é recebido pelo chefe de estado angolano, José Eduardo dos Santos, em visita realizada no ano de 2003; relações comerciais entre os países estão sendo fortalecidas nos últimos anos

de nações européias. Linhas de crédito abertas por Pequim estão sendo usadas para abrir estradas, construir pontes e recuperar ferrovias destruídas pela guerra civil angolana (19752002). O Sudão viu sua economia crescer 11,2% este ano, também graças à China, destino de 64% dos barris extraídos do subsolo sudanês. Na Nigéria, além de fornecer crédito e ajuda técnica para a construção de refinarias e hidrelétricas,

o governo chinês está investindo no setor de telecomunicações, com o lançamento de um satélite para transmissão de sinal de celulares. O petróleo é, de longe, o principal fator do envolvimento chinês no continente. Por isso, Angola, Sudão e Nigéria, os maiores produtores da África, são beneficiados. Este ano Angola chegou a ultrapassar a Arábia Saudita como o principal fornecedor de

Ricardo Stuckert/Secretaria de Imprensa

O Brasil no mercado angolano Em 2006, empresas brasileiras venderam para Angola o equivalente a US$ 836 milhões, 60% a mais do que em 2005 .............................................. Danilo Dias Gatto

A teoria organizacional pode primeiramente explicar a produção dessa notícia, pois ela foi redigida com base em apurações de agências noticiosas internacionais, agências essas que compõem a rede de captura de acontecimentos jornalísticos da empresa IG, que mantém o website noticioso Último Segundo. A teoria da ação política também pode explicar a produção desta notícia, uma vez que ela não aborda em nenhum momento as possíveis boas intenções que o presidente venezuelano Hugo Chávez poderia ostentar ao propor a reforma da constituição. Além disso, quando a notícia aborda o tema da transparência eleitoral do referendo, esta palavra

(transparência) foi escrita entre aspas, passando a impressão aos leitores de que o presidente esquerdista venezuelano irá manipular o pleito em seu favor. Também a teoria interacionista permite o entendimento da produção da notícia em questão. Como esta notícia foi retirada de um website noticioso, podemos supor consequentemente que ela foi redigida sob pressão do tempo, uma vez que o objetivo de veículos de comunicação deste tipo é produzir o maior número de notícias no menor espaço de tempo possível, sendo que esta atitude pode comprometer a qualidade da informação veiculada ou até mesmo enviesá-la. E por fim, pode-se indicar a teoria construcionista na tentativa de entender a produção desta

notícia. Segundo essa teoria, a notícia não é exatamente espelho da realidade, mas sim um artefato discursivo não-ficcional que faz parte da realidade e ajuda a construir e reconstruir essa mesma realidade. Não há neste caso uma distorção da realidade, mas sim atitudes políticas de jornalistas relativamente autônomos que procuram orientar e condicionar a produção da notícia. Segundo a teoria unificada, a notícia sofre diversas influências, começando pelos jornalistas, que selecionam a notícia e a produz sob suas perspectivas e orientações. Depois, a notícia seria influenciada pelas rotinas produtivas, como a relação com as fontes, os modos se conseguir a informação, dentre outros. A organiza-

petróleo da China. Uma das facetas mais arriscadas dessa relação sino-africana está, segundo especialistas, no tamanho do apetite chinês por petróleo e minérios, que prejudica a diversificação da economia dos países africanos. Além disso, os contratos que os chineses assinam normalmente não os obrigam a transferir tecnologia.

Lula e o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, no Encontro Empresarial Brasil - Angola

ção e a hierarquia instituída numa empresa jornalística também influenciariam, segundo a teoria unificada, a produção de notícias. O grupo acredita que essa interpretação unficada é satisfatória sim, não so-

mente para a notícia sobre o referendo venezuelano, mas para a maioria das notícias. A interpretação unificada elucida de maneira completa o processo industrial que é a transformação.


Jornal Berliner

01 de Julho de 2008

5

África receberá Copa do Mundo pela primeira vez 80 anos após a primeira edição do segundo maior evento esportivo mundial ser organizado no Uruguai, um país africano será sede da competição Danilo Dias Gatto

Em 15 de maio de 2004, numa votação realizada na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça, a África do Sul derrotou o Marrocos por 14 votos a 10 e foi escolhida para sediar a Copa do Mundo de Futebol em 2010. Em outubro de 2002, o comitê-executivo da Fifa já anunciava que o Mundial seria na África - o que praticamente garantia o status de sede à África do Sul, o país com melhores condições de receber o evento dentro do continente. “O país terá acesso a exposição midiática, sendo que a paisagem e cultura da África do Sul estarão expostas ao mundo, como uma grande vitrine, com oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Enfim, uma Copa Mundial fará com que não só se desenvolva o esporte, mas o país como um todo”, afirma Lucilene Ferreira, professora de pós-graduação e coordenadora da Faculdade de Educação Física [Faefi] de Barra Bonita.

Exigências da Fifa

As principais exigências da Fifa para a Copa são os assentos numerados nos estádios e é preciso haver hospitais e estacionamentos nas imediações. Quatro novas praças esportivas serão erguidas em Durban, Cidade do Cabo, Port Elizabeth e Nelspruit. Lucilene Ferreira acredita que toda essa estrutura pode ser utilizada pela

pregos, de aumento do fluxo turístico, e da revitalização de áreas urbanas pelo país afora. Analisando-se os dados econômicos envolvidos nos últimos Mundiais de futebol, constata-se que os argumentos estão corretos. Encerrada a Copa, os cálculos são refeitos (quando o são) e a realidade costuma ser menos cor-derosa. Antes do Mundial da Alemanha, falou-se na criação de 100.000 empregos. Um estudo feito depois do evento contabilizou apenas metade desse total. A Coréia do Sul esperava 500.000 turistas a mais em 2002. Só apareceram 50% deles. Para os otimistas, a Copa costuma ser uma oportunidade para realizar investimentos em infra-estrutura Ex-presidente sul-africano Nelson Mandela se encanta ao segurar Taça da Fifa no dia de que há muito os países em que seu país foi anunciado sede da Copa do Mundo de 2010 necessitam. “A Copa do África do Sul após a Copa 15.000 jornalistas, 15.000 tingente policial. Mundo antecipa investi“A Copa do Mundo tran- mentos que teriam de ser do Mundo para o fomento voluntários para tarefas dida prática esportiva no país, versas e 300 funcionários e scende o aspecto meramente feitos em algum momenmas a prioridade deveria ser convidados da Fifa, cuja lis- esportivo”, diz o presidente to”, afirma o presidente o investimento no esporte ta de exigências ao país or- da Fifa, o suíço Joseph Blat- do Comitê Organizador desde os primeiros anos es- ganizador inclui jatinhos, li- ter momentos após o anún- da África do Sul, Danny colares. “O grande perigo musines e 400 automóveis. cio da sede da Copa de 2010. Jordaan, no site oficial da nesse momento é a falta de Garantir a segurança nas “É uma oportunidade mag- Copa de 2010. Organizar investimento no esporte, ruas das cidades que abri- nífica para combater prob- uma Copa do Mundo, evicoisa que no Brasil e na garão os jogos da Copa é lemas sociais e promover os dentemente, não sai barato. África do Sul, infelizmente, uma providência impor- valores positivos associados O ex-presidente sul-africaé algo muito comum.”, en- tante que precisa ser plane- ao futebol”. Na África do no, Thabo Mbeki, disse que fatiza. jada desde já. O aumento no Sul, existe a expectativa de o Governo injetaria mais A África do Sul também fluxo de turistas é um po- que a Copa de 2010 con- de US$ 6 bilhões (cerca de deverá preparar as cidades deroso chamariz para a ban- tribua para o esforço de R$ 10 bilhões) para a Copa que abrigarão os jogos du- didagem. A África do Sul, integração da maioria ne- do Mundo de 2010. Resta rante o evento. 32 equipes que enfrenta altos índices gra à economia do país, di- saber se esse dinheiro será e suas comitivas se hos- de criminalidade – quarenta minuindo as diferenças so- revertido para o bem da pedarão durante um mês assassinatos por 100.000 ciais herdadas do apartheid. população sul-africana ou no país e será preciso criar habitantes - começou cedo apenas servirá para montar estrutura para a realização sua preparação para a Copa Benefícios para o país-sede o palco em que as grandes A Copa do Mundo cria empresas patrocinadoras da de 64 partidas, que serão de 2010. O país aumentou na África do Sul a expec- Fifa exibirão suas logomartransmitidas globalmente. em 600% os gastos com setativa de geração de em- cas. O campeonato atrairá ainda gurança e duplicou seu conAgence France-Presse

..............................................

Para garantir lugar na torcida

Os pacotes da Copa de 2010 já começaram a ser vendidos no Rio e em SP. É bom começar a juntar dinheiro

.............................................. Danilo Dias Gatto

Ainda faltam quase dois anos, mas Copa do Mundo não é programa para ser decidido de última hora. Operadoras de turismo brasileiras já começaram a vender pacotes para a competição, que ocorrerá na África do Sul, em 2010. Ou seja, quanto mais cedo a viagem for confirmada, maior a chance de encontrar uma vaga nas arquibancadas para ver a seleção de Dunga. A previsão do Ministério do Turismo sul-africano é de receber entre 25 mil e 30 mil brasileiros no período da Copa. Os pacotes são padronizados: incluem hospedagem em quarto duplo em Durban e na Cidade do Cabo, café, city tours,

guias, seguro, traslados de ônibus do hotel ao estádio e passagens aéreas nos deslocamentos internos. A quantidade de noites varia de acordo com o período escolhido. Fique atento: não fazem parte desse combo os ingressos para os jogos. O trecho aéreo entre o Brasil (saindo de São Paulo ou do Rio) e a África do Sul também não está incluído, mas já pode ser reservado, por a partir de US$ 1.415, sem as taxas. Das seis operadoras brasileiras credenciadas pela Fifa para vender os pacotes, cinco divulgaram preços: Agaxtur, Ambiental, Pallas, Marsans e Stella Barros. A opção mais em conta, para a primeira fase da Copa, custa a partir de US$

9.871. São 12 noites, com saída prevista para 6 de junho de 2010. Os ingressos custam entre US$ 80 e US$ 160. Na Ambiental, quem pagar a parte terrestre à vista ou der uma entrada de 20% ganha ingressos para os três primeiros jogos. A Marsans tem promoção semelhante: quem se dispuser a quitar um sinal mínimo de 20% até 30 de novembro também recebe as entradas para os três primeiros jogos. O pacote para a segunda fase, com 18 noites e saída prevista para 23 de junho, custa a partir de US$ 12.373. O preço da entrada varia entre US$ 100 e US$ 900. Para o período entre as quartasde-final e a final (saída em 29 de junho), são 12 noites por a partir de US$ 10.987

África do Sul apresenta sua mascote A mascote oficial da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, é um leopardo de cabelos verdes chamado Zakumi. Com desenho 100% sulafricano, Zakumi representa, segundo os organizadores do Mundial, “a essência” da primeira Copa da história organizada no continente africano. O leopardo é um dos animais selvagens que compõem a riqueza das reservas naturais do país, e a cor de sua cabeleira lembra a de um campo de futebol, explicaram os organizadores. O nome tem o “ZA”, abreviação para África do Sul ema africâner e código do país em endereços da Web, e o “KUMI”, que significa dez em vários idiomas africanos. A tradição das mascotes foi introduzida na Copa de 1966,na Inglaterra, com o leão Willie. e ingressos entre US$ 150 e US$ 900. Há, ainda, a opção Copa completa: 32 noites, de 9 de junho em diante,

por US$ 20.545. Na Ambiental, o pacote também inclui ingressos para os três primeiros jogos.


6

Jornal Berliner Pesquisas revelam nova teoria sobre a evolução do homem

01 de Julho de 2008

.............................................. Bruna Faely Mano

o momento arqueólogos descobrem novos vestígios fósseis que orientam novas pesquisas a respeito da evolução da espécie. O professor enfatiza que um dos pontos mais importantes na história da evolução humana é a transição do macaco para homem, mas alerta que é errado dizer que o homem “veio” do macaco, ambos apenas têm um ancestral em comum. “No final do século XIX, começa uma intensa busca pelo “elo perdido”, que seria justamente esse ancestral em comum entre homens e macacos”, reforça o professor.

Em 1974, o paleoantropólogo Donald Johanson descobriu, na Etiópia, um esqueleto fossilizado quase completo e bastante conservado. Johanson batizou o esqueleto com o nome de “Lucy”. Esse fóssil é o mais famoso exemplar do Australopithecus afarensis, que se acredita ser o antepassado comum de todos os hominídeos. “A descoberta da ‘Lucy’ foi muito importante para as pesquisas arqueológicas, principalmente devido à integridade e conservação do esqueleto”, disse Grossi. Um ano depois da desco-

berta de “Lucy” na África, foi encontrado no Brasil um fóssil de mais de 11 mil anos que foi chamado de “Luzia” em homenagem ao Australopithecus encontrado por Johanson. Até então, pensava-se que o homem existia no continente americano há apenas 11 ou 12 mil anos, vindo da Ásia sobre o mar congelado do estreito de Bering, entre Sibéria e Alasca. As mais antigas evidências da presença humana no continente seriam os sítios “Clóvis”, nos Estados Unidos. Mas essa teoria foi contestada quando a antro-

Em 2007, foram encontrados fósseis de ancestrais humanos, no Quênia, que estão colocando em xeque a teoria sobre a origem do homem. Os fósseis foram descobertos na região do Vale de Turkana, e pertencem à espécie Homo habilis e à espécie Homo erectus. A descoberta indica que o habilis e o erectus podem ter coexistido durante um período de 500 mil anos nessa região, o que contradiz a teoria de que o Homo habilis teria evoluído para o Homo erectus, ao invés das espécies terem coexistido.O professor de história e mestrando em arqueologia Fábio Grossi ressalta que a evolução do homem é um assunto polêmico. Grossi salienta que a todo A evolução do homem e sua dependência pela tecnologia se tornando cada vez mais forte

A alimentação e a evolução

.............................................. Bruna Faely Mano

A caça e a coleta foram os primeiros modos de subsistência do homem. Os primeiros grupos caçadorescoletores eram nômades e formados por poucos integrantes. Os primeiros hominídeos que se alimentavam de carne eram carniceiros, já que se aproveitavam dos restos da caça de grandes animais.

O Polegar

Ao contrário do que se pensa, no princípio o homem não era um grande caçador. “Já foram encontrados ossos de hominídeos perto de ossos de tigres. Os pesquisadores achavam que os homens caçavam os tigres, mas descobriram que, na verdade, a presa era o homem”, salienta Grossi. Quando o homem chegava até a carniça para se alimentar, havia muito pouca carne,

já que outros animais também se alimentavam dessas sobras. Com o aparato de algumas ferramentas, os hominídeos quebravam os ossos do animal e comiam o tutano, que é um composto que preenche a cavidade interna do osso. Essa dieta à base de tutano foi decisiva para a evolução da espécie e para o desenvolvimento do cérebro, já que o tutano é rico em proteínas.

O movimento de “pinça” que os hominídeos conseguem fazer com o polegar e o dedo indicador é outra característica dos hominídeos. Mas com o advento das novas tecnologias, o movimento de “pinça” está sendo menos utilizado. “Há pesquisas na Europa que comprovam que o movimento de “pinça” está sendo menos utilizado devido ao uso excessivo do computador. Os pesquisadores europeus fizeram um teste, no qual pediam para algumas pessoas pegarem um clipe de papel sobre a mesa. O resultado foi que as pessoas ao invés de pegarem o objeto com movimento de “pinça”, simplesmente arrastavam o objeto”, salienta o professor Grossi.

póloga Niéde Guidon descobriu vestígios da presença do primeiro homem americano no Piauí, datados com até 57 mil anos. A partir dessa descoberta, Guidon estimulou outros pesquisadores, e foram achados outros sítios arqueológicos de datações muito antigas. No sítio Santa Elina no mato Grosso, foram encontrados vestígios de uma civilização com datação de 27 mil anos, sendo, portanto, o segundo sítio arqueológico mais antigo do Brasil, só perdendo para o sítio do Piauí. Muitos pesquisadores americanos ainda não aceitam as descobertas arqueológicas brasileiras e contestam as datações. “Há uma grande jogada política em dizer que o homem mais antigo do continente é norte-americano”, reforça Fábio Grossi.

O homem de Neanderthal

Em 2008, a Academia Nacional de Ciências dos EUA publicou estudos que concluem que os comportamentos do Neanderthal e do Homo sapiens eram parecidos. O estudo demonstra que utensílios de pedra criados pelo Homo sapiens não eram mais eficientes do que os usados pelo Homo neanderthalensis. Os cientistas concluiram que o Homo sapiens não era mais inteligente que o Neanderthal. O mestrando em arqueologia Fábio Grossi salienta que os primeiros sinais de cultura da historia da humanidade foram obtidos a partir dos Neanderthais. “Foram achados fosseis de Neanderthais sepultados com braceletes de marfim. Isso demonstra que havia um ritual para o sepultamento, o que comprova que os Neanderthais já tinham uma cultura e uma noção de transcendência”, conclui.

O Bipedismo

O bipedismo é uma das principais características dos primeiros hominídeos. Mas o mestrando em arqueologia Fábio Grossi lembra que o bipedismo ainda não é perfeito. “A anatomia do nosso pé ainda não está completamente adaptada. Nós não conseguimos alcançar uma velocidade muito alta, por exemplo”, relata Grossi.


Jornal Berliner Lei que obriga o ensino da cultura afro-brasileira é ignorada pelas escolas Douglas Paiva

Escritores africanos dizem que em nenhum lugar do mundo a cultura africana é valorizada

.............................................. Bruna Faely Mano

A lei que obriga escolas públicas e particulares a ensinarem história e cultura afro-brasileira não saiu do papel. Já foram gastos mais de R$ 10 milhões, e apenas poucos colégios têm a disciplina inserida na grade curricular. Para o professor de história Fábio Grossi, a inserção da disciplina na grade curricular é extremamente importante. “Nós aprendemos história do ponto de vista europeu. Por isso não possuímos uma identidade nacional, já que nem ao menos conhecemos nossa própria história”, ressalta o professor. Os escritores Mia Couto e Paulina Chiziane esiveram no Brasil recentemente para participar da quarta edição da Festa Literária de Porto de Galinhas (Fliporto), que este ano doi dedicada à cul-

tura africana. Mia Couto enfatizou que a cultura africana não é valorizada, e que há uma hierarquia eurocêntrica que coloca os escritores africanos à margem da literatura global. Paulina, que é uma das melhores escritoras do continente e a primeira mulher a publicar

é preciso dar cada vez mais destaque para o continente. O escritor Jean-Marie Gustave Le Clézio, que ganhou o Nobel de literatura 2008, passou grande parte de sua infância na África, e ressalta que o continente representa um lugar com muita riqueza cultural. Lê Clézio disse que num futuro próximo dedicará obras ao continente que lhe proporciona grande fascinação. O professor Grossi conclui que a curto prazo a África só irá ganhar visibilidade com o auxílio da mídia. Ele enfatiza que o processo de reconhecimento da cultura africana pelo resto do mundo é lento. “O caminho mais eficaz para se chegar ao reconhecimento da cultura africana é a educação. Mostrar para as pessoas que nossa história está estritamente ligada com a histórica da África.” conclui.

“...não possuímos uma identidade nacional, já que nem ao menos conhecemos nossa própria história.” um romance em Moçambique, complementa dizendo que o preconceito coloca a Africa à sombra do mundo. O professor de história Fábio Grossi enfatiza que

7

Umbanda completa 100 anos no Brasil

.............................................. Bruna Faely Mano

Em novembro de 2008, a Umbanda completa cem anos no Brasil. A religião foi anunciada no dia 15 de novembro de 1908 pelo médium Zélio Fernandino de Moraes, que incorporado pelo espírito do “Caboclo das 7 Encruzilhadas” revelou essa nova religião como uma forma de contato com os espíritos. A Umbanda é o resultado de uma fusão entre o catolicismo branco, a tradição dos orixás de vertente negra, e rituais de referência indígena. Esse sincretismo surge na época da colonização devido à convivência entre negros, índios e os brancos europeus. Estimasse que foram trazidos para o Brasil mais de 3 milhões de africanos para fins escravistas na época da colonização. Esses africanos eram submetidos a uma rotina de maus tratos e torturas, além disso, os escravos eram proibidos de praticar qualquer tipo de rito tradicional africano. O catolicismo era a religião preponderante e os senhores de engenho marginalizavam as religiões de origem africana. Para escapar dos castigos e perseguições dos seus senhores, os escravos passaram a associar suas divindades com os santos ca-

Crianças da periferia aprendem a tocar berimbau em projetos sociais

01 de Julho de 2008

tólicos para exercerem sua fé de maneira camuflada. “As tradições do Candomblé, os rituais indígenas e as crenças católicas contribuíram juntas para compor os rituais da Umbanda. Assim, foi se formando um imenso caldeirão de ritos dentro de nossa religião”, relata o Pai-de-Santo Luiz Carlos Pereira . Mesmo depois de 100 anos de sua existência, a Umbanda e outras religiões de origem africana ainda são alvo de críticas e de grande preconceito. “Há preconceito, pois nessas religiões há invocação de espíritos. Entretanto, é preciso lembrar que o próprio catolicismo também faz invocações, exemplo disso é o exorcismo”, relata o historiador Fábio Grossi. Segundo o Pai-de-Santo Luiz Carlos, o preconceito é fruto da falta de conhecimento sobre a religião. E complementa dizendo que a Umbanda não exige que seus seguidores sigam exclusivamente a vertente Umbandista. “É possível freqüentar os terreiros e as missas católicas com o mesmo empenho, pois somos livres para exercer nossa fé como desejarmos”, enfatiza o Pai-de-Santo. Ele conclui dizendo que não há tradições tão distintas que não possam ser cultuadas juntas em nome de um bem maior.

A correspondência de Santos Católicos com os Orixás africanos Exu: diabo cristão (São Pedro na cidade de Porto alegre - RS) Ogum: São Jorge Oxossi: São Jorge (Santo Antônio). Em Pernambuco é Arcanjo Miguel Xangô: São Jerônimo (São João) Iansã: Santa Bárbara Oxum: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Dores Obá: Joana D’arc (Santa Catarina) Logum: anjo Gabriel Nanã: Santa Ana Ibeji: São Cosme e São Damião (São Crispim e São Cipriano) Obaluaê: São Lázaro Ossaim: São Francisco de Assis Oxumaré: São Bartolomeu Ewá: Santa Marta (Santa Ágata) Iemanjá: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias Oxalá: Nosso Senhor do Bonfim, Espírito Santo, Jesus Cristo. Fonte: coluna de Monica Buonfiglio em www.terra.com.br


8

Jornal Berliner A dificuldade do imigrante africano na Europa

01 de Julho de 2008

Africanos vão para a Europa em busca de emprego e sofrem com as barreiras culturais dos países europeus

Tamirys Seno

Imigrante africano trabalha como faxineiro em lanchonete de Portugal

Matthew diz que não teve problemas: “Ser um imigrante sul-africano na Inglaterra não é tão difícil, pois meu país teve colonização britânica e minha primeira língua é o inglês, por isso eu não tive que enfrentar a barreira da linguagem. Mas vejo imigrantes sofrerem preconceito o tempo todo, o principal motivo é por não saber falar o inglês corretamente.” A Europa oferece trabalho bem remunerado aos imigrantes, que chegam ao continente muito entusiasmados com as prósperas oportunidades. Matthew conseguiu

Rádio 94FM

Hoje, a Europa é o principal destino dos imigrantes do mundo, isso acontece por conta de sua positiva imagem de prosperidade e de liberdade pública. A grande maioria dos imigrantes vai para a Europa em busca dessa prosperidade, e acabam ocupando os empregos de obras públicas, construção, nos serviços a pessoas e hospitais, etc. Os imigrantes contribuem para o dinamismo demográfico do continente europeu e oferecem uma solução aos problemas demográficos e financeiros da União Européia. Um grande problema enfrentado pelos imigrantes é a falta de afinidade cultural, linguistica e religiosa com os países que os acolhem. Quanto maiores as diferenças culturais e religiosas, mais difícil é a integração no novo país. Em qualquer caso, havendo vontade política, a integração pode ser facilitada através de programas sociais e educativos adequados (educação multicultural). No entanto, quando as culturas são muito distintas, ocorre com frequência grandes problemas de desenraizamento cultural,

ou seja, o imigrante não se identifica com nenhuma das culturas, nem a do seu país de origem, nem com a do país de acolhimento. Este é um problema constantemente enfrentado pelas comunidades africanas na Europa. Matthew Burgoyne é imigrante sul-africano e vive há 5 anos em Londres, na Inglaterra. Atualmente ele possui o passaporte europeu – pois seu pai é nascido no Reno Unido – que permite que ele permaceça no país por tempo indetermidado e que possa utilizar os serviços públicos do governo. Segundo Matthew, ele deixou sua cidade, Porth Shepstone, localizada na costa sul da África do Sul, porque era uma cidade muito pequena e muito difícil de encontrar trabalho com boa remuneração. De acordo com ele, as oportunidades na Europa são muito melhores: “Eu trabalho como soldador especializado em construções civis, e aqui em Londres eu tenho a possibilidade de ter treinamentos e fazer cursos extras para a minha área, para me desenvolver profissionalmente, já na África do Sul não temos essas oportunidades”, ressalta. Sobre o preconceito,

Divulgação

..............................................

arrumar emprego logo no segundo dia que estava em Londres: “Foi muito facil encontrar trabalho, mas isto foi à cinco anos atrás. Hoje acredito que seja um pouco mas dificil devido ao grande numero de imigrantes chegando a cada dia no país. Mas ainda assim as oportunidades aqui sao muito melhores do que na África do Sul, especialmente na minha area, a remuneracao é muito melhor”, explica. O desenvolvimento econômico na África do Sul vem melhorando muito nos últimos anos, e estima-se

que melhore mais ainda, graças à chegada da Copa do Mundo, em 2010. Matthew acredita que no futuro, seu país tenha mais investimento em educação e moradia, problemas fundamentais na África do Sul, segundo ele. “Precisamos de pessoas especializadas, precisamos de mais hospitais, escolas, moradias, pois o governo não investe nada nessas áreas. Mas apesar de todos os problemas sociais e econômicos, a África do Sul é um país muito bonito e acredito que tenha um bom futuro reservado para os próximos anos”, afima.

Angolanos fazem intercâmbio na Unesp Campus de Bauru proporciona intercâmbio com africanos durante 5 anos .............................................. Tamirys Seno

Mondlane e Quintino, intercâmbistas angolanos na Unesp visitam rádio em Bauru

A Unesp possui convênios com diversas universidades estrangeiras para desenvolvimento de projetos de pesquisa e intercâmbio de alunos e docentes, na graduação e na pós-graduação. O campus de Bauru possui 3 angolanos intercâmbistas: Mondlane Nascimento da Silva Joaquim (Mondy), Rosevelth Hélcio da Ressureição e Melo (Robinho), Quintino Augusto de Có Seabra (Qsac), todos cursando Arquitetura e Urbanismo na FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação). Mondy, Robinho e Qsac,

como gostam de ser chamados, se adaptaram muito bem no novo país e sempre participam dos eventos da faculdade. Os alunos já visitaram várias cidades do litoral, como Santos, São Vicente, Praia Grande e Peruíbe. Além disso, já participaram de programas da rádio 94FM e Rádio Auri Verde. Os alunos angolanos foram recebidos pela Unesp de Bauru em 2005 e permencerão no Brasil por um período de 5 anos. Após o término dos respectivos cursos de graduação, os mesmos retornarão ao país de origem para colocarem em prática tudo o que aprenderam em nosso país.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.