Big bang

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Editorial P

or trás de simples objetos do nosso dia-a-dia, como um simples clipe de papel, existem pesquisas que embasaram tais invenções. A cidade de Bauru se destaca no turismo científico pelas universidades e hospitais que atraem pesquisadores ou pessoas que buscam tratamento médico. A Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) em associação com o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho) realizam diversas pesquisas que têm aplicação direta na sociedade. A

Índice “O que é Pesquisa?”

Universidade Estadual Paulista também mantém esse papel social por meio do Centro de Psicologia Aplicada, que oferece tratamento gratuito para a população. Outros exemplos de hospitais são o Hospital Lauro de Souza Lima, referência em ações contra a hanseníase, e o Instituto Brannemark, que tem sede internacional em Bauru. Associar estudos com as necessidades práticas é um desafio das pesquisas aplicadas, método de descoberta que busca um resultado concreto. O Big

Bang mostra esse universo por detrás das invenções. Nas seções Saúde, Educação, Ciência e Meio Ambiente é fácil perceber como as pesquisas aplicadas fazem parte da nossa vida A dedicação a pesquisas pode começar desde cedo. A préiniciação científica é uma das formas de entrar nesse mundo já no ensino médio. A FOB e o Centrinho oferecem esse programa que busca incentivar jovens pesquisadores. Porém as invenções não se limitam às instituições. Numa ini-

“Aerodesign dá asas às pesquisas aeronáuticas no câmpus”. Página 11

Descubra na página 3

ciativa particular, o engenheiro mecânico bauruense Marcos Camerini e seu sócio desenvolveram um andador para pessoas com dificuldade de caminhar. Esse suplemento pretende mostrar como métodos científicos como esses vêm suprir nossas necessidades diárias e melhorar nossa qualidade de vida. Numa comparação à teoria que explica o surgimento do universo, o Big Bang mostra as pesquisas que originaram objetos, tratamentos e projetos decisivos em nosso cotidiano.

“Pré- iniciação científica possibilita contato com pesquisa durante ensino médio.”

Página 4 “Hanseníase – um surgimento antigo, uma realidade atual.” Página 7 “O mundo sustentável por trás das universi“No mundo da lua.” Página 12 dades.”

Expediente Reportagem Adriana Salgado Aline Pádua Alisson Lopes Bárbara Figueiredo Jéssica Godoy Laís Semis Lydia Rodrigues Tiago Zenero Thais Perregil Samantha Andrade Professor Responsável Ângelo Sottovia Aranha MTB 12870 Renata Malta MTB 34600 FAAC/UNESP Novembro, 2011 (14) 31036063

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Quiz! 1-Que órgãos são responsáveis por financiar pesquisas acadêmicas? a) CNPq, Unesp, Pibic b) FAPESP, Pibic, CNPq c) Unesp, USP, FAPESP

4 – De onde veio a inspiração par�� a ������� Marcos Camerini criar o Andante? a) Suíça b) Suécia c) Dinamarca

2 – Qual plano é uma ação de planejamento que visa resolver problemas sociais da Cidade? a) Planos diretores Participativos b) Planos Diretores Executivos c) Planos Diretores Deliberativos

5- Qual foi o astrônomo responsável por criar o modelo heliocêntrico? a) Galileu Galilei b) Copérnico c) Johannes Kepler

3- Qual é o segundo país com maior incidência de Hanseníase? a) Angola b) Argentina c) Brasil

6- A Estação Hidrometeorológica foi desenvolvida por: a) José Carlos Toledo Veniziani Junior b) Jozrael Henriques Rezende c) Dalva Maria de Castro Vitti

Respostas 1-b 2-a 3-c 4-b 5-b 6-a

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Educação Mas afinal, o que é pesquisa? “Todas as coisas que existem são fruto de pesquisa”

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receita do soro caseiro é bem simples: uma porção de água, uma de sal e uma de açúcar. Por trás desse processo aparentemente tão simples, se esconde um pensamento altamente complexo e especializado, de origem popular, que tem uma fórmula extremante eficaz no combate à desidratação. Pode não parecer, mas o soro caseiro, assim como tantos outros itens e objetos de nosso dia-a-dia, teve origem em uma pesquisa aplicada. Assim como o telefone, a lâmpada, a caneta esferográfica e o clipe de papel. Você pode estar se perguntando: mas afinal, o que é pesquisa? O professor de Teorias e Métodos de Pesquisa em Comuni-

A FAPESP apóia a pesquisa científica e tecnológica por meio de Bolsas e Auxílios à Pesquisa que contemplam todas as áreas do conhecimento. As Bolsas se destinam a estudantes de graduação e pós-graduação; e os Auxílios, a pesquisadores com titulação mínima de doutor, vinculados a instituições de ensino superior e de pesquisa paulistas. Em 2011, a FAPESP já investiu mais de R$ 447 milhões em bolsas, auxílios e programas de pesquisa no Brasil e no exterior.

cação da Unesp de Bauru, João Winck, explica que “pesquisa é todo o tipo de curiosidade sistematizada a que se aplica um método de descoberta”. Winck ressalta que são três os métodos de descoberta: a pesquisa de base, a pesquisa especializada e a pesquisa aplicada. Na pesquisa de base o pesquisador usa o pensamento articulado para descobrir pressupostos, por exemplo, a física quântica e a matemática puras que buscam uma lei geral da natureza. Já a especializada faz uso dos pressupostos estabelecidos nas pesquisas de base e lhes dão uma aplicação. Tomemos como exemplo um pesquisador especializa-

do em resistência de materiais que aplica em seus estudos os preceitos da física e matemática puras. Por sua vez, a pesquisa aplicada, que deu origem aos objetos e itens citados no início da matéria, utiliza a pesquisa especializada e a aplica a determinado universo. Esse tipo de pesquisa, como expõe o professor, busca sempre um resultado concreto e palpável. “Todas as coisas que existem são fruto de pesquisa”, afirma Winck. “Na verdade, quase sempre, as coisas que existem, sejam elas objetos abstratos ou não, são derivados de uma pesquisa. Não existe invenção sem pensamento sistematizado”, ressalta.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico é uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos humanos para a pesquisa no país. A comunidade científica e tecnológica do país participa de sua gestão e política por meio dos Comitês de Assessoramento e da Comissão de Assessoramento Técnico-Científico.

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Aline Pádua

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu em todos os estados da Federação.As atividades da CAPES podem ser agrupadas nas seguintes linhas de ação:avaliação da pós-graduação stricto sensu; acesso e divulgação da produção científica; investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior;promoção da cooperação científica internacional; indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação básica.

Universidades e hospitais atraem pessoas de todo o país foto montagem Adriana Salgado

O turismo científico é o principal responsável por trazer pessoas a Bauru

Adriana Salgado

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principal atividade fomentadora do turismo em Bauru é o turismo científico. A cidade abriga duas universidades estaduais e vários hospitais com forte foco em pesquisas e atendimento de anomalias. Com isso, atrai um grande número de pessoas para

vel do aprendizado. É uma forma de turismo preocupada em observar o objeto de estudo sem destruí-lo ou alterá-lo de forma predadora. De acordo com pesquisas realizadas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o perfil daqueles que realizam o turismo cientifico é o de jovens de 18 a 25 anos, de classe média ou média alta. A Universidade Estaduo município em busca de trata- al Paulista é responsável por mento e também para estudo. atrair novos estudantes para O turismo científico é parte a cidade,todos os anos. Cerca do turismo cultural, mas o seu de 950 vagas são abertas anuinteresse está na realização de almente nos cursos de graduestudos e pesquisas científi- ação. A universidade também cas, na troca de experiências conta também com um forte culturais e educacionais com programa de pós-graduação o objetivo de aumentar o ní- que traz a Bauru diversos

pesquisadores. Além disso, a Unesp é vinculada ao Hospital Estadual que atende pacientes não só do município como de outras regiões. Há também em Bauru, um campus da Universidade de São Paulo que oferece um programa de pósgraduação bastante conceituado, atraindo estudantes de diversas partes do país. A Usp também mantêm um Hospital de reabilitação de anomalias craniofaciais; o Centrinho, um dos maiores centros de referência da América do Sul no tratamento de anomalias craniofaciais congênitas. Outros hospitais e clínicas especializadas trazem muitas pessoas à cidade: Hospital Lauro de Souza Lima, espe-

cializado em hanseníase, o Instituto Brannemark, sede internacional, Hospital de Base, Hospital Prontocor, Hospital Beneficência Portuguesa. As áreas de interesses dos pesquisadores não se restringem somente a assuntos ligados à saúde, o Zoológico de Bauru tem parcerias com universidades e instituições para a realização de estudos científicos. Segundo o diretor do zoológico Luiz Antônio Pires, “a maior parte das pesquisas dentro do zoológico é realizada por universidades de outras cidades. Já tivemos estudos feitos pela Unesp de Rio Claro e de Assis, pela USP de Botucatu”, enumera. Página 3


Educação Pré-iniciação científica possibilita contato com pesquisa durante o ensino médio Estudantes da rede pública realizam pesquisas no câmpus da USP em Bauru Lydia Rodrigues

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www.jornaljr.com

om uma rotina diferente da maioria dos colegas, estudantes dedicam 8 horas semanais ao mundo da pesquisa científica. O projeto de Pré-Iniciação Científica da USP-Bauru envolve 28 alunos distribuídos entre 15 projetos de pesquisa realizadas no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho), informa o assessor de imprensa Tiago Rodellas. A assistente social Maria Inês Gândara Graciano desenvolve com a estudante Isabel Cássia Soares dos Santos um desses projetos de pesquisa. “Fiquei sabendo através da coordenação da minha escola “Prof. Morais Pacheco”, o que me levou a participar foi o interesse que sempre tive pelos estudos e a vontade de saber como era fazer pesquisas e, poder me aprimorar para um futuro próximo”, conta Isabel. Graciano explica que essa pesquisa tem como objetivo analisar os indicadores sociais

do estudo socioeconômico realizado por assistentes sociais da saúde. A pesquisa já foi concluída, agora a estudante é encarregada de fazer a inserção desses dados coletados e organizálos e criar gráficos para possibilitar a aplicação dessa análise. Além disso, ela destaca que “dar oportunidade de participação em pesquisa para jovens entre 15 e 18 anos de escola pública é de extrema importância no sentido de despertá-los e incentivá-los para a convivência com procedimentos científicos”. É nessa faixa de idade que se encontram Natália Fidêncio Nascimento e Josiane Pereira Gonçalves. Elas atuam no projeto “A prótese odontológica e a prótese extra-oral na

reabilitação das malformações craniofaciais. Orientadas pelas professoras Terumi Okada Osawa e Maria Parolo Ribeiro, elas aprendem a fazer moldeiras, guias cirúrgicos e outros tipos

Lydia Rodrigues

de próteses que auxiliam no tratamento odontológico. A presidente da Comissão de Pesquisa do Centrinho, Maria Inês Krook, aponta que a idade dos participantes “influencia de forma totalmente positiva, uma

vez que é nessa fase que os alunos procuram nortear seus pensamentos quanto à escolha futura de sua profissão”. A iniciativa possibilita aos jovens da rede pública acesso aos laboratórios de pesquisa da USP, além da oportunidade de conviverem com universitários e pesquisadores que possam despertar os seus talentos, completa Krook. Com didática e paciência, Natália expõe suas atividades: “a gente aprendeu a recortar e vazar para fazer a moldeira para a prótese, agora a gente está aprendendo a fazer um guia cirúrgico”, explica mostrando cada peça e os aparelhos envolvidos nos processos. O contato com esse universo inusitado influencia Josiane na escolha da car-

professor tutor e desenvolve atividades extracurriculares para complementar a formação acadêmica, no qual o estudante e o professor tutor recebem apoio financeiro de acordo com a Política Nacional de Iniciação Científica. Segundo o professor Antonio Francisco Magnoni, tutor do PET de Rádio e TV do câmpus de Bauru da Universidade Estadual Paulista, SIMTVD, um dos projetos realizados pelo PET de Rádio e Tv Unesp, “o projeto tem vários objetivos. O grupo pode abordar tanto o projeto pedagógico completo de um determinado curso, como aspectos O projeto pensa os cursos de graduação desde a específicos considerados frágeis para tentar reforçá-los. ditadura O Programa, na verdade, é um grupo de controle que Alisson Lopes e Thais Perregil ajuda a desenvolver estratém 1979 nascia o Progra- ensino, pesquisa e extensão gias de melhoria de ensino”. ma de Educação Tutorial, possibilitando ao aluno pasO grupo busca alunos que PET, idealizado pelo Ministé- sar por todos os estágios da estejam dispostos a aprenrio da Educação. O Programa faculdade. O PET é formado der, informar e repassar nofoi criado para apoiar ativida- por um grupo de alunos tuto- vos conhecimentos para os des acadêmicas que integram riais sob a orientação de um demais estudantes, já que

PET, uma possibilidade para aprender a pesquisar

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reira: “eu acho que vou tentar entrar em odonto, mas eu tenho interesse também por biomedicina e fisioterapia”. A contribuição não se restringe ao desenvolvimento acadêmico das estudantes, o retorno para a sociedade está entre as metas do programa que é integrado com a clínica do Centrinho. O HRAC atende diversos tipos de malformações craniofaciais, a reabilitação dos pacientes é um processo longo que exige uma equipe interdisciplinar, pontua Prof.ªTerumi. Os alunos da Pré-Iniciação desenvolvem atividades que contribuem para as várias etapas dessa recuperação. Eles atuam desde o “desenvolvimento de programas que facilitem a vinda dos pacientes para o tratamento”, como explica a aluna Isabel da pesquisa em assistência social; até “ajudando a pessoa a voltar a ter o sorriso dela”, como ilustram as meninas do laboratório de prótese odontológica.

eles também atuam como professores, afirma o coordenador Antonio Magnoni. O grupo deve ter capacidade de tutorar as atividades pedagógicas do curso. Além dos alunos, o projeto busca apoio de outros professores e profissionais do meio. O participante do PET de Mecânica do câmpus da Unesp de Guaratinguetá, Alisson Furigo, demonstra sua satisfação em participar do programa, “uma vez membro, os discentes têm acesso a informações e a experiências e aprendizados que muito provavelmente os outros alunos não terão. Particularmente tenho interesse maior nas atividades de extensão, pois sinto que retribuo para a comunidade o que ela me proporciona na faculdade, sendo esta pública”. Para ingressar em um PET e preciso passar pelo processo seletivo, o qual é de

responsabilidade de cada grupo. Não há um modelo de seleção restrito para um grupo já consolidado. Cabe aos cursos superiores apresentarem bom desempenho acadêmico e cumprir suas obrigações e deveres para com o grupo e a instituição. O PET trabalha com os três principais pilares da educação, se estruturando a partir deles. Todos os programas precisam realizar um numero mínimo de atividades anualmente, divididas entre esses pilares. As atividades realizadas precisam ser documentadas em relatórios enviados às comissões que avaliam os grupos. As reuniões feitas pelos membros também devem ser relatadas, constando em atas e pautas. Todos os documentos devem ser arquivados para avaliação, além da prestação de contas do uso do dinheiro.


Saúde Odonto e fonoaudiologia pesquisam juntas prótese de palato O “Centrinho” é o local de encontro desses profissionais em Bauru Bárbara Figueiredo e Jéssica Godoy

rente de fissura labiopalatina e o de identificar a ocorrência de fatores que possam interferir no processo de confecção, adaptação e manutenção da prótese”, afirma Homero. O estudo foi feito com trinta pacientes, sendo crianças entre seis e quartorze anos, com fissura de lábio e palato operada que ficaram com alteração na fala após a cirurgia e estavam utilizando a prótese enquanto aguardavam uma nova operação. Os benefícios obtidos

foram um aumento da “produtividade”, uma melhoria no atendimento aos pacientes do setor em que trabalha. A função da fonoaudiologia também é fundamental. A fonoaudióloga e pesquisadora pelo programa de Mestrado de Fonoaudiologia da FOB (USP), Raquel Rodrigues, trabalha em conjunto com a odontologia com o intuito de melhorar a fala dos pacientes. A pesquisa, com apoio financeiro da FA-

A prótese de palato consiste num aparelho bucal removível, que possui uma porção anterior, uma intermediária e uma faríngea. A prótese deve ser feita respeitando as diferenças anatômicas individuais de cada paciente. Ela é desenvolvida em três etapas.

PESP, analisa e compara resultados com e sem a prótese de palato. Os participantes foram os mesmos da pesquisa anterior. Ela explica que o aspecto da fala analisado foi a hipernasalidade, a voz fanhosa, e que a fala desses pacientes foi gravada e entregue para três fonoaudiólogas experientes. “Elas não tinham informações sobre a pesquisa, não sabiam se os pacientes estavam com ou sem a prótese de palato e julgaram se eles apresentavam ou não

a hipernasalidade”, afirma. Como resultado, a maioria dos pacientes deixou de apresentar a hipernasalidade com o uso da prótese, de forma temporária, enquanto a cirurgia é aguardada. “Para a população, a pesquisa trouxe dados que comprovaram o beneficio da prótese para o tratamento da fala de pacientes com fissura labiopalatina, especialmente com relação a uma das alterações de fala mais evidente: a voz fanhosa”, finaliza Raquel.

A porção intermediária é a confecção de uma extensão da parte anterior em direção à faringe, percorrendo todo o palato mole em sua região central.

A porção anterior é similar a uma prótese convencional, que pode ser uma prótese parcial removível, uma prótese total, uma sobredentadura ou uma placa acrílica.

Após a adaptação do paciente ao uso das porções anterior e intermediária, é realizada a confecção do bulbo faríngeo, que consiste na parte que irá preencher o espaço presente na velofarínge durante a fala.

O benefício da prótese é dar condições para que o paciente elimine as alterações de fala. O palato mole do paciente é mais curto, por isso ele não consegue evitar que o ar escape para o nariz durante a fala, deixando-a fanhosa. A prótese vai evitar esse escape de ar.

A prótese é indicada a pacientes com fissura congênita ou adquirida, que não podem, ou não querem, ser submetidos a uma operação cirúrgica.

Barbára Figueiredo e Jéssica Godoy

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eferência na America Latina, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, Centrinho”, é responsável pela restituição de portadores de fissuras labiopalatais e malformações craniofaciais, e oferece tratamentos de audição e visão subnormal. O Hospital tem mais de 56 mil pacientes matriculados, que são atendidos pelo SUS. Além de promover um tratamento especializado, médicos, professores e alunos universitários, vinculados ao Centrinho, trabalham em conjunto para desenvolver uma série de pesquisas. Uma delas é sobre a prótese de palato. O cirurgião dentista do Hospital e mestrando da Faculdade de Odontologia da USP, Homero Carneiro Aferri, declara que a prótese já existe há um tempo, porém seu estudo se caracterizou por aprimorar as técnicas de confecção e avaliar a sua aplicação em crianças. “Os objetivos da pesquisa foram o de determinar as etapas e o tempo para confecção da prótese em crianças com insuficiência velofaríngea, problema decor-

A importância do sorriso Cuidados com o principal cartão de visitas se tornam mais desenvolvidos e específicos

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uito se discute atualmente sobre a importância do sorriso. Seja no trabalho, seja na saúde, sorrir ajuda a conquistar oportunidades e dá uma sensação de bem estar. É provado cientificamente que as pessoas felizes e que sorriem adoecem menos porque mantém os hormônios que previnem os quadros de estresse e depressão em alta. Devido a tantos benefícios, ter um sorriso saudável e bonito é a meta de muita gente. Com o aumento da preocupação para cuidar da saúde dentária, eleva também o número de pesquisas de especialistas na área para resolver e melho-

rar as técnicas odontológicas. Grande parte dessas pesquisas acontece nas universidades e, no caso de Bauru, o principal foco de pesquisas é a USP (Universidade de São Paulo) por meio da Faculdade de Odontologia de Bauru, FOB. Uma das áreas mais procuradas pelos pacientes é a de implantes, geralmente para reverter os reflexos de problemas antigos. Nessa linha, está a pesquisa do professor doutor do departamento de Estomatologia da FOB, Paulo Perri, que trabalha com Implantes e Biomateriais. Segundo o professor, “tradicionalmente, as pesquisas

internacionais, por similaridade, eram utilizadas como base dos materiais nacionais, mas, nos últimos anos, quando houve maior organização das empresas nacionais, acentuou-se o interesse na comprovação científica própria, o que julgo correto”. Perri ainda afirma que as incontáveis pesquisas nessa área beneficiam a população, já que esta recebe um produto de qualidade. Para resolver problemas de má formação, pesquisadores da universidade buscam outras formas de tratamento. É o caso do professor doutor Rogério Buchaim, do departamento de Ciências Biológicas. Ele fez

parte de uma pesquisa que envolveu o teste de um biomaterial associado ao alcoolismo em ratos. A pesquisa, que durou seis anos, já está completa e disponível no mercado. Ela teve parceria com pesquisadores do curso de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araçatuba. Foram descobertas novas respostas para o ramo de enxertos. Junto com esses professores, há centenas de outros pesquisadores que buscam

foto montagem Thais Perregil

Thais Perregil

melhorar a saúde bucal e descobrir novas técnicas que beneficiem a população. Com eles, os alunos de universidades, principais centros de pesquisas, também se inserem nesse mundo, podendo descobrir um talento e uma vocação que estavam adormecidos até então.

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Saúde Hanseníase – uma doença antiga, uma realidade atual ILSL é referência e desenvolve pesquisas que procuram não só combater, mas também previnir Lepra e hanseníase: mesma doença?

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ssim como escritos de 3000 anos a.C. no Egito relatavam casos de pessoas com sintomas de lepra; na Bíblia, são encontradas diversas passagens fazendo menção à doença. Filmes de época hollywoodianos também retrataram o tema, mesmo que não a colocando como fococentral, como em As Cruzadas. Mas afinal, existe diferença entre lepra e hanseníase? Por sua ocorrência histórica, há um estigma que acomete o termo “lepra”, tornando-o pejorativo e até mesmo preconceituoso. Na época, as pessoas que sofriam da moléstia eram excluídas do convívio social, isoladas em abrigos-colônia, devido à facilidade de contágio. A partir da década de 70, com os avanços no tratamento, Abraão Rotberg instituiu o termo “hanseníase” como substituto de “lepra”, com o objetivo de reduzir o preconceito e incentivar a população na procura pelo diagnóstico precocemente. Apesar dos esforços, a “lepra” ainda é reproduzida hoje em dia. O Brasil e a doença

Jéssica Godoy

A doença é provocada pelo bacilo Mycobacterium leprae,

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que se trata de uma bactéria. No Brasil, o primeiro caso registrado da doença data de 1697. Atualmente, o país é o segundo maior país em número de casos, só perdendo para a Índia. A cada ano há, em média, a ocorrência de 40.000 novos casos confirmados. De acordo com o Ministério da Saúde, de 2005 a 2009 o número caiu quase 12.000 casos. Das cinco regiões geográficas do país, as regiões Sul e Sudeste apresentam índice controlado, diferentemente das demais (Norte, Nordeste e CentroOeste) que são consideradas hiperendêmicas. Apesar desses números, é importante frisar que, no Brasil, é oferecido o tratamento da doença pela rede pública de saúde. Com isso, é recomendado pelo Ministério da Saúde que, ao diagnosticar um caso de hanseníase, todos os contatos/familiares devem ser registrados e examinados dermatologicamente, o que geralmente não acontece por falta de conscientização, seja por parte dos pacientes, seja dos profissionais. Por ser uma doença em que o período de incubação é longo, o exame deve ser feito uma vez por ano por vários anos. O Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL) foi criado em 1933 como asilo-colônia Ay-

morés e só em 1989 recebeu o nome que leva hoje. Localizado em Bauru (350km de SP) é referência na área de Dermatologia Geral, com ênfase em hanseníase pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde, órgão vinculado a ONU. Na cidade, entre 2005 a 2009 foram detectados 84 novos casos. Por que saber disso é importante para mim? Devido aos números elevados de casos no país e a preocupação no controle e prevenção da doença, a pergunta “O que leva o indivíduo no diagnóstico tardio da doença?” foi chave para a responsável pela pesquisa, a Mestre pela Unesp/FMB/Botucatu Noêmi Galan, tendo como Coordenador Geral Dr. Marcos Virmond, Diretor do ILSL. Tratam-se de duas pesquisas. A primeira começou em 2009 e tem previsão de término para este ano, Representações Sociais em Hanseníase, que, de maneira geral, objetiva analisar o conceito coletivo do contágio, dos sinais, dos sintomas da doença e do tratamento dessa doença, procurando fornecer subsídios para intensificar a precocidade do diagnóstico e tratamento, visando analisar a contribuição de metodologias de ensino/aprendizagem para a formação de recursos nas ações em hanseníase. A segunda, Análise da metodologia construtivista no controle da hanseníase, começou em 2010 e irá até o ano que vem; procura analisar a contribuição de metodologias de ensino/aprendizagem para a formação de recursos nas ações em hanseníase. Essas pesquisas pretendem medir o controle da doença em nível nacional, incentivar o tratamento dos profissionais de saúde e reestruturar os currículos escolares, ampliar a divulgação sobre a doença, questionar o acesso ao servi-

ço público de saúde e oferecer subsídios para ser ampliado à prevenção de outras doenças como Dengue, AIDS, tuberculose, obesidade e de “acidentes” como gravidez precoce, também negligenciadas pelo SUS. Noemi explica que o tratamento tardio pode trazer consequências, tanto para quem teve a doença e desconhece, ou não procurou tratamento, quanto para quem está saudável e não apresenta a doença. Isso porque a pessoa que não se trata tem mais chances de desenvolver incapacidades físicas (como pelo acometimento neural de mãos, pés e face), além do fato de ser uma doença infectocontagiosa, a transmissão de a doença se dá por vias aéreas superiores de pessoas contaminadas para saudáveis. “A pesquisa é interessante tanto para a população quanto para a elaboração de políticas públicas de saúde, para terem o conhecimento do motivo desse diagnóstico tardio. E, assim, elaborar métodos para reverter/melhorar essa situação”, esclarece a pesquisadora. Trajetória da pesquisa Para as pesquisas, é realizado um estudo multicêntrico em Rondonópolis/MT, na busca por explicações pelo alto índice endêmico na região. Esses estudos baseiamse em representação social, com o objetivo de conhecer as ideias coletivas formadas a respeito da doença, genéticos e imunohistoquímicos, ou seja, relacionados com a reação imunológica que cada indivíduo apresenta quando entra em contato com o bacilo da hanseníase; algumas pessoa reagem bem e o sistema

www.googlw.com

Jéssica Godoy

imunológico não deixa o bacilo se proliferar. Já outros indivíduos não têm essa mesma resposta imune, tornando-se indivíduos com muitos bacilos. O estudo e a coleta de informações, por meio de entrevistas realizadas com os cidadãos que contraiam a doença, mostraram o despreparo dos profissionais de saúde na suspeita dela. “As declarações obtidas nos revelaram uma frequência elevadíssima da idéia de que a hanseníase é sinônimo de lepra, induzindo-os à negação da doença e ao medo e isso também pode ser motivo de demora no diagnóstico”, conta Noemi. As pesquisas são financiadas por orgãos do governo.


Saúde Veículo multifuncional sustentável visa público específico

Com uma grande inspiração e idéias inovadoras, empresa de Bauru é a única a desenvolver andador para pessoas com dificuldades 3 em 1 Samantha de Andrade

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mpresa da região, a Tryor foi criada com o objetivo de produzir veículos inteligentes e ecologicamente corretos. Foi em uma observação cotidiana que Marco Camerini, engenheiro projetista do andador, e seu sócio resolveram desenvolver uma pesquisa para criar um meio para que pessoas com dificuldades de locomoção pudessem ter mais conforto. A inspiração, além da observação de Marco da dificuldade das pessoas para se levantarem e fazerem movimentos, de certa forma, complicados, foi um andador sueco que oferecia um sistema diferente onde não havia a cadeira, apenas as rodas - alguns com duas outros com quatro. Diante disso, começou um processo de estudo e desenvolvimento da pesquisa feita de forma independente. Diferentemente das outras, essa pesquisa não foi voltada para o mercado. “Eu nunca fiz uma pesquisa procurando se tinha mercado pra

isso, eu não fui por aí, fiz o sistema contrário. Eu via o pessoal andando com aquele andador sem roda e que geralmente é pessoa de idade ou com problema físico, ter que levantar com as costas curvadas e ai me perguntei: Como é que o cara pode andar, justamente com esse problema?”, conta Marco. O resultado foi um veículo único e com patente mundial. Ele tem funções além da de andador, como cadeira para descanso e cadeira de transporte temporária com assento confortável. É de fácil transporte e com material leve desenvolvido para não fazer volume, sendo possível guardar em qualquer pequeno espaço. A única limitação é quanto à mobilidade em pisos como pedra ou paralelepípedo. O “andante” como é chamado na empresa, tem três versões e já foi doado para instituições de caridade, asilos e hospitais.

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1- Sistema com quatro rodas que garante estabilidade e facilidade de movimento; 2- Freios que garantem firmeza como apoio; 3- Para ambientes internos e externos 4- Três versões com diferentes tamanhos e acabamento: Standart, Leve e Hospitalar 5- Assento confortável para descanso 6-Dobrável para facilitar seus transportes e armazenamentos

Em busca de qualidade de vida Adriana Salgado

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urge em 1973 na Fundação Educacional de Bauru o Centro de Psicologia Aplicada (CPA) com o intuito de realizar pesquisa e socializar a produção científica. O centro também tem o objetivo de “dar condições para realização de atividades de ensino (estágios), pesquisa e extensão”, esclarece Telma Ribeiro, psicóloga do CPA. De forma a colocar as pesquisas em prática, o Centro oferece tratamento gratuito para a população. “Basicamente o que é oferecido são psicoterapias individuais, de casal e grupais, para crianças, adolescentes e adultos. Também são oferecidos alguns projetos específicos, como para o desenvolvimento de bebês, orientações vocacionais, orientação para apo-

sentadoria, dentre outros. Os atendimentos variam quanto à duração: alguns têm prazo determinado, limites de sessões, e outros não. Os atendimentos são realizados uma vez por semana”, explica Telma.

Alunos O CPA dá a oportunidade aos alunos de psicologia colocarem na prática aquilo que aprendem por meio de um estágio supervisionado.

Pesquisa As pesquisas realizadas no centro buscam agregar novos conhecimentos à ciência psicológica e responder às demandas da sociedade. Elas também estão “ligadas ao programa de pós-graduação da Faculdade de Ciências da UNESP de Aprendizagem e Desenvolvimento, e outras ligadas ao curso de graduação em Psicologia”, esclarece Telma.

Medidas: - Largura: 65 cm (Standard e Hospitalar) 55 cm (leve) - Altura: 95 cm (Regulável) - Comprimento: 76 cm (35 cm dobrado) -Capacidade máxima: uma pessoa com até 105 kg - Aros 6” - Disponível na cor preta - Peso: de 8 a 10 Kg, dependendo do modelo

Tratamento Para receber tratamento gratuito no CPA, os interessados devem preencher uma ficha de inscrição que é fornecida com hora marcada, o agendamento pode ser feito pelo telefone (14) 31036090.

Compromisso de prestar atendimento às maiorias desprivilegiadas da população, na promoção da Saúde Mental.” Telma Ribeiro Página 7


Meio Ambiente Alagados muito bem-vindos Os chamados Alagados Construídos são alternativa ao tratamento de esgoto

Lydia Rodrigues

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falso-jaborandi é também conhecido como aperta-ruão. Essa semente contém um óleo rico em uma substância chamada safrol. Na medicina popular, essa planta é usada no tratamento de doenças do fígado, vesícula e baço, explica Márcia Clélia Leite Marcellino, professora do curso de Farmácia da Universidade do Sagrado Coração (USC). “Os livros de Van Den Berg também apontam que o uso medicinal do falso-jaborandi tem sido relatado em doenças ginecológicas e em desordens intestinais”, completa Márcia Clélia. A influência de diferentes colheitas e dosagens de nitrogênio no teor e rendimento de óleo essencial e safrol no aperta-ruão vem sendo pesquisada por Maria Izabela Ferreira, estudante de agronomia da Universidade Estadual Paulista (UNESP); “nosso trabalho buscou fornecer essas informações para a região de Botucatu, estabelecendo as condições mais adequadas para o cultivo e a colheita”. Os resultados indicaram que os estágios de colheita e as doses de nitrogênio aplicadas podem alterar o metabolismo da espécie, melhorando a produção de óleo essencial. Maria Izabela iniciou esse trabalho ainda Página 8

de durabilidade e de se tratar de um processo sem odor. O desenvolvimento dos projetos na cidade foi acompanhado por um grupo de estudos da Unesp especializado no assunto, com linhas de pesquisa em Arquitetura, Engenharia e Biologia. “A equipe multidisciplinar foi constituída desde o início para poder viabilizar as pesquisas e ações do grupo que atua nas áreas de tratamento de águas residuárias por Alagados Construídos, Paisagismo em Alagados Construídos, Ecologia e Educação Ambiental”, conta a pesquisadora professora de Arquitetura e Urbanismo, Marta Enokibara. No caso do Jardim Botâni-

co, todo o esgoto é tratado pelo sistema de alagado construído. “É um processo bem simples, mas muito eficiente”, explica o Eng. Agr. Luiz Carlos de Almeida Neto, diretor do Jardim Botânico. E a água tratada ainda serve para irrigação local e se integra facilmente à paisagem ao entorno, formando um espaço para a Educação Ambiental e lazer. A recuperação da água passa por apenas dois processos: um físico, baseado na filtragem das águas com a utilização de areia e pedras, e outro biológico, envolvendo a decomposição de matéria orgânica e bactérias e a absorção de nutrientes pelas plantas aquáticas que cobrem o tanque dos Alagados Construídos.

Tanque do alagado construído coberto por taboas

Arquivo pessoal Maria Iszabela Ferreira

A

população mundial poderá enfrentar problemas de escassez de água num futuro muito próximo. Devido ao grande desperdício, degradação dos recursos hídricos e ausência de infra-estrutura sanitária para preservação da água, são necessárias soluções emergenciais. Entre as alternativas de baixo custo para parte desse problema, estão os alagados construídos, desenvolvidos em Bauru no loteamento Joaquim Guilherme e no Jardim Botânico. Além de reaproveitar águas que seriam desperdiçadas, os alagados construídos apresentam as vantagens de terem custos de implantação e manutenção reduzidos, terem gran-

Jardim Botânico

Laís Semis

Ramo com flores de onde originarão frutos e sementes em torno de um eixo central

Pesquisa busca aumentar produção de óleo do falso-jaborandi Planta é usada na agricultura e nas indústrias química e farmacêutica na graduação orientada pelo professor Lin Chau Ming e, em 2010, foi premiada no 28º Congresso Internacional de Horticultura realizado em Lisboa, Portugal. “Essa pesquisa foi o início da minha formação acadêmica e foi muito importante para despertar meu

interesse pelas plantas medicinais”, comenta a mestranda. Em relação ao prêmio conquistado e ao apoio à pesquisa na universidade, Ming pontua que o investimento de recursos públicos na educação contribui para melhorar a qualidade de vida de todos e para a capa-

citação dos “futuros professores e pesquisadores do Brasil”. Como essa planta age como inseticida, Maria Izabela destaca sua importância no controle de algumas pragas e doenças da agricultura. As técnicas para a obtenção do óleo são relativamente simples, o

que torna o aperta-ruão uma alternativa economicamente viável para os produtores rurais. Além disso, a espécie apresenta alto rendimento de óleo essencial, de forma que seu cultivo “representa uma alternativa de renda para os agricultores familiares”, comenta Ming. O safrol, um dos componentes químicos presentes no óleo do aperta-ruão, tem aplicação como fragrância em ceras de assoalho, pomadas, sabões, detergentes e produtos de limpeza. Segundo o professor Ming, a proposta de fazer um trabalho com o aperta-ruão que atenda ao interesse da sociedade se deve ao fato do óleo essencial e o safrol terem diversas aplicações na indústria farmacêutica e na indústria química. O uso do aperta-ruão é também uma forma sustentável de obtenção de óleo essencial e safrol, porque se substitui a canela de sassafrás que era a antiga fonte dessa substância. O professor Ming conta que antes “as pessoas cortavam a árvore da canela de sassafrás porque o óleo se encontra no tronco dela, em um processo que matava a árvore, o que foi proibido depois”.


Meio Ambiente O mundo sustentável por trás das universidades

Projetos de extensão auxiliam no ecossistema, na política e no social na região de Jaú Tiago Zenero

A

mídia passou a utilizar com muita frequência a palavra “sustentabilidade”. Há aqueles especialistas que afirmam estarmos vivendo a era sustentável. De certa forma, sustentabilidade virou moda, mais pelo soar das sílabas do que pelo seu significado, que profundamente, são poucos que realmente conhecem. O desenvolvimento sustentável tem como base não esgotar os recursos naturais e preservar a natureza para as gerações futuras. Tal definição surgiu pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas com o objetivo de harmonizar dois interesses antigamente considerados opostos: o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Sustentabilidade, portanto, é mais do que apenas uma moda passageira, e é por isso que, hoje em dia, o número de ONGs que cuidam do meio ambiente é crescente. Tal prática, porém, está presente não apenas em grandes organizações. Jovens que cursam “meio ambiente e recursos hídricos” na Faculdade

de Tecnologia de Jaú desen- previstas pela metodologia da volvem pesquisas aplicadas Regionalização Hidrológica que visam preservar a natu- do Estado de São Paulo”. Ele reza e a contribuição social. explica que isso foi necessáO coordenador do curso, rio para estabelecer áreas de Jozrael Rezende, comenta que reflorestamento nas margens. entre 2001 e 2011 ele auxiliou Já a engenheira agrimensono desenvolvimento de qua- ra e professora do curso, Dalva tro projetos, que tinham como Vitti, ressalta que ainda está objetivo principal a gestão, o no início do desenvolvimento planejamento e o gerencia- de seu projeto, o qual consiste mento ambiental. na obtenção de cur“Os projetos Em um dos provas chaves de dois jetos, Jozrael res- são uma córregos no munisalta a ocupação cípio de Jaú. “Curforma de das margens da hiva chave é a reladrovia Tietê – Pa- ajudar o ção entre altura da raná, para isso, ele d’água e vaecossistema lâmina comenta que era zão de um córrego, necessário “consi- e também o serve para conhederar o uso múltiplo cimento da dispopróximo” das águas; os riscos nibilidade de água ambientais dos empreendi- superficial nas respectivas mentos implantados as mar- bacias hidrográficas”, explica. gens; os limites da capacidade Os projetos não param de suporte dos ecossistemas e a por aí. O também professor legislação ambiental pertinen- da faculdade José Carlos Tote”. Dessa forma, as pesquisas ledo Veniziani Junior expliatuam tanto na parte ambien- ca que desenvolve pesquisas tal, quanto no processo social relacionadas ao clima. “Não e político do local envolvido. é função nossa realizar preOutra área de atuação que visão do tempo, mas apenas o coordenador pontua é quan- constatar a ocorrência de to a vazão do Rio Jaú; “com- fenômenos atmosféricos e paramos seu pulso com as va- suas intensidades”, completa. zões de outros rios e com as Ele também destaca uma

pesquisa sobre o uso de softwares livres de geoprocessamento na pesquisa ambiental. As informações obtidas podem oferecer subsídios para o planejamento ambiental tanto rural quanto urbano e a importância do projeto “está ligada a utilização de softwares livres ou de domínio público, que diminuem muito o custo da implantação dessa tecnologia, responsável pela popularização, que permite pequenas empresas, ONGs, prefeituras de pequenas cidades utilizarem essa tecnologia”, complementa Veniziani. As contribuições não se restringem aos docentes, alunos do curso participam ativamente de todos os projetos. A discente do segundo semestre, Laura Rodrigues, enfatiza a importância de projetos na área de meio ambiente; “as pesquisas ajudam não só na sustentabilidade, mas também na conscientização da população sobre as causas e efeitos do que pode ocorrer com o planeta no futuro”. Ela complementa que “os projetos são uma forma de ajudar o ecossistema e também o próximo”.

Projeto: Logística ambiental Desenvolvido por: Jozrael Objetivos: desenvolver sistemas logísticos reversos, visando melhorar a eficácia dos sistemas de coleta seletiva e adequar a destinação de resíduos em Jaú e região Projeto: Obtenção de curvas chaves dos córregos dos Pires e Santo Antônio. Desenvolvido por: Dalva Objetivos: Definir a possibilidade de captar água para abastecimento com base na curva chave e na legislação vigente Projeto: Uso de softwares livres de geoprocessamento na pesquisa ambiental Produzido por: José Carlos Objetivos: Facilitar e incentivar o uso de técnicas de geoprocessamento a partir de informações georreferenciadas com latitude e longitude para contribuir com o planejamento ambiental

Pesquisa de design aposta na reutilização de material descartado Projeto estimula a economia solidária e sustentável

Aline Pádua

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Arquivo pessoal Labsol

aseado no tripé pesquisa, extensão e eco design, o Laboratório de Design Solidário, da UNESP de Bauru, trabalha com a reutilização de resíduos sólidos na composição artesanal e com a economia solidária, por meio da qualificação do artesanato das comunidades. “Nós fazemos experi-

mentações com os materiais residuais no desenvolvimento de peças de design”, explica o professor coordenador do projeto Claúdio Roberto y Goya. “Trabalhamos com EVA, vinilona de banner e chapas de raio X na confecção de luminárias, utilizamos garrafas pets e embalagens metalizadas na montagem de bolsas. Os tecidos também são matéria-prima, um material que não tem reciclagem e que nós utilizamos para fazer colares, almofadas e pufs”, destaca. A aluna de design, Natália de Toledo, explica que “o obje-

tivo principal do laboratório é trabalhar com as comunidades e resgatar sua cultura, a fim de desenvolver a criação de um artesanato diferenciado por demonstrar a identidade de cada uma delas”. Natália ainda ressalta que em cada comunidade é desenvolvido um projeto especifico, que toma por base o material residual disponível, buscando potencializar o que eles já produzem. Um dos projetos comunitários desenvolvidos recentemente pelo LabSol foi realizado no Mato Grosso do Sul, com o atendimento de seis comunidades. “Nós trabalhamos com mulheres que

faziam o tosquio de carneiros e produziam pelego e edredons, mas que sentiam a necessidade de desenvolver peças pequenas para levar em feiras da região”, destaca Goya. “Nós desenvolvemos chaveiros, travesseiros e objetos de decoração, em parceira com essas comunidades”, ressalta. Para a aluna Maria Basílio, “é uma experiência completamente diferente. E o mais interessante é que a gente aprende a fazer coisas que nunca imaginou que desse para fazer com um material que já era

considerado lixo”. Já a aluna Ana Carolina Toyama diz que “ir até as comunidades e não só ensinar o que a gente acha que é certo, mas trabalhar e aprender com o que elas mesmas já produzem” é o que faz do projeto uma iniciativa única.

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Meio Ambiente Cultivo Sustentável? Professores e alunos levam novas técnicas para agricultores Bárbara Figueiredo

iante das mudanças climáticas e da escassez, cada vez maior, de recursos, surge também a sustentabilidade voltada para a agricultura. De acordo com Luiz Alberto de Souza, mestrando em Ecologia e Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade Católica de Goiás, o desenvolvimento sustentável consiste em “o que produzir” e “como produzir” sem degradar o meio ambiente ao longo do tempo, de modo a não comprometer a capacidade de produção das próximas gerações. Esse conceito, então, passa a ser aplicado em diversas vertentes da ação humana, inclusive na agricultura. Pensando em melhorar o cultivo e o plantio de comunidades rurais, foi criado, no Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências de Bauru, o grupo de pesquisa “Biologia Aplicada à Agricultura”. Comandado pelos professores Aloísio Costa Sampaio e Terezinha

de Fátima Fumis, o grupo de pesquisa tem realizado estudos na Estação Experimental de São Manoel em parceria com produtores rurais. Seus trabalhos estão focados na produção de frutas, como culturas de abacaxi, maracujá, maçã, banana, abacate, goiaba e figo. Além dos professores da Unesp de Bauru, o grupo conta com a participação de professores da USC (Universidade do Sagrado Coração) e de alunos de pós-graduação em horticultura da Faculdade de Ciências Agronômicas, da Unesp de Botucatu. A pesquisa aplicada está em andamento desde 2002, quando foi aprovada pela FAPESP, originando a BauruFrutas (Associação de Fruticultores de Bauru e Região). “O grupo também tem parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura na transferência de tecnologia na produção de frutas para produtores rurais das comunidades próximas”, declara o professor Aloísio

Sampaio. Segundo ele, o campo demonstrativo com as frutas localiza-se no distrito de Tibiriçá, mas há também vários assentamentos beneficiados, como o ‘Terra Nossa’, na divisa de Bauru com Pederneiras. O objetivo do grupo é tentar viabilizar uma produção econômica e ambientalmente correta – sustentável – de culturas alternativas ao pequeno produtor rural e, por meio de técnicas modernas, conciliar produtividade e mercado. O grupo tem trabalhado, principalmente, com o uso de fitorreguladores em frutíferas, avaliação de cultivares, níveis de adubação, entre outras atividades de produção sustentável. De acordo com o especialista em Tecnologia em Agropecuária, pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Clóvis Soares, a agricultura sustentável deve estar embasada nos patamares da sustentabilidade. “A produção deve se caracterizar por ser ambientalmen-

te correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente preservada”, completa. Esse cultivo é apropriado para a pequena propriedade rural na política de segurança alimentar e como fonte de complementação de renda na comercialização de excedentes não consumidos. Segundo Luiz, deve-se

buscar a sustentabilidade ecológica da produção agrícola, substituindo a dependência de máquinas pesadas e insumos químicos por tração animal, rotação de culturas e de pastagens, conservação do solo, corretivos orgânicos e controle biológico de pragas, valorizando o conhecimento e a participação da população rural local.

ifoto montagem Barbára Figueiredo

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Novas técnicas investem na agricultura sustentável

As cidades são de todos Planos Diretores Participativos orientam o poder público de forma democrática Laís Semis

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pesquisador José Xaides, do Departamento de Arquitetura. Para que isso ocorra com a participação popular, os alunos, juntamente com a população e com as lideranças locais das diferentes regiões da cidade, criaram as diretrizes projetuais que guiariam o Plano Diretor de cada bairro. A aluna do 10º termo de Arquitetura, Érica Papa, considera importante esse tipo de levantamento conjunto com a população por avaliar a opinião da comunidade em sua elaboração. “Ao contrário de muitos planos que são desenvolvidos a partir de alguma teoria e depois são simplesmente aplicados, sem considerar as particularidades de cada região e

principalmente as necessidades reais locais, o plano participativo, como o nome já diz, segue o caminho inverso, baseando-se na participação democrática”, comenta Érica. Com baixos indicadores sociais, econômicos e ambientais em Bauru, os bair-

ros Jaraguá, Santa Edwirges, Pousada da Esperança, Vila São Paulo, Jardim Nicéia e o Eixo Mary Dota/Aeroporto, além de micro-bacias como as dos córregos do Castelo, do Sobrado e da Grama passaram a contar com planos diretores populares adequados às suas

realidades. O projeto tem sido realizado com o apoio das lideranças comunitárias de cada uma das regiões onde esses planos foram aplicados e dos gestores municipais. A fase de pesquisa do projeto encerrouse em 2009, mas sua aplicação depende do poder público.

www.soliloquioinsipiente.blogspot.br

A

participação dos moradores no planejamento das cidades é garantida pelo Estatuto da Cidade, que também prevê cidades sustentáveis. Sendo assim, desde 1997 o curso de Arquitetura e Urbanismo da Unesp Bauru pesquisa a viabilidade de Planos Diretores Populares nos Bairros. Os alunos já desenvolveram planos diretores para 7 regiões de micro-bacias urbanas e bairros. O objetivo do Plano Diretor é orientar a atuação do poder público, “é uma ação de planejamento que visa resolver problemas sociais, econômicos, ambientais e de estrutura urbana viária, tendo como base o Estatuto da Cidade”, explica o professor e


Ciência Aerodesign dá asas às pesquisas aeronáuticas no câmpus Alunos de cinco cursos desenvolvem aeromodelo rádio controlado e buscam premiação internacional Samantha de Andrade

O

imagens divulgação

AeroDesign é um projeto desenvolvido por estudantes de cinco cursos com o objetivo de projetar e construir uma aeronave rádio controlada capaz de carregar o maior peso possível. Estudantes de administração, design (desenho industrial) e engenharias

mecânica, elétrica e de produção são responsáveis pela execução de pesquisas e testes para desenvolver tal projeto. Além dos alunos, o projeto é acompanhado por três professores sendo um da Instituição Toledo de Ensino que colabora também concedendo o laboratório de fluidos para testes. O projeto busca destaque durante o evento estudantil organizado pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade(SAE) Brasil, organização sem fins lucrativos. que anualmente realiza desde 1999, em

São José dos Campos, a competição SAE AeroDesign. São três classes de competição: Open, Regular e Micro. São divisões de acordo com o número de regras ao qual o projeto deve atender. A Open é a que tem o menor número de regras a serem obedecidas, o que leva à construção de aeroplanos de proporções maiores (variam em torno de 5m de envergadura); na Regular aumentam as regras, o que restringe mais o trabalho dos projetistas limitando a envergadura do avião para cerca de três metros, e a classe Micro, na qual o avião é limitado a uma largura máximo que atinge um metro de asa. A FEB conta com três equipes, uma para cada categoria, formada por 15 alunos cada. Desses quinze, dois

são pesquisadores e com o apoio do professor orientador de cada time todos os anos novas pesquisas são desenvolvidas com o objetivo de melhorar o desempenho na competição. “Este ano, pesquisas como “Influência do número de compositores reforçados com fibras de vidro e de carbono”, trabalhos com ligas de alumínio 70 e 75 com tratamento térmico T6 e com ligas 20 e 24 com tratamento T3 foram utilizados para melhorar o trem de pouso do avião”, explica o Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen, um dos responsáveis pelo projeto. As pesquisas fizeram parte do Simpósio de Iniciação da FATEC e geraram benefícios no aeroplano, devendo ser aplicadas de agora em diante. A equipe chegou muito

perto do lugar mais alto da competição. O primeiro e o segundo lugares na classe Regular e o primeiro colocado na classe Aberta ganham o direito de representar o Brasil na competição em nível mundial Aero Design East, promovida pela SAE e realizada nos Estados Unidos. Bauru esteve sempre entre as 15 primeiras equipes na classe Regular durante todos os anos, conquistando este ano uma das melhores colocações por ter alcançado 3º lugar, diante das 71 concorrentes. A equipe Aerofeg de Guaratinguetá, também da Unesp, concorreu pela categoria Micro e alcançou o 2º lugar ganhando o direito de disputar o campeonato mundial nos EUA em 2012.

Regras para avaliação

www.aerounesp bauru.com

A pontuação de cada bateria é a soma das pontuações do projeto + pontuação do vôo. Competição de Projeto - as equipes apresentarão seus projetos e demonstrarão seus cálculos para determinar a carga útil máxima que o avião pode carregar bem como os diversos critérios utilizados para definição da aeronave. Competição de Voo - determina a carga máxima que cada avião pode carregar. A precisão do projeto (ou cálculos) é levada em conta no resultado, pela comparação entre a carga prevista e aquela realmente transportada em voo. Uma regra comum a todas as categorias é que tenham outro tipo de propulsor, adicional ou auxiliar em vôo ou no solo. A única forma de propulsão do avião deve ser através do motor.

Classe Regular Aviões monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3 ou 0,61 in3). O regulamento impõe restrições geométricas, e este ano houve novas delimitações nas dimensões máximas das aeronaves, que devem ter compartimentos de carga maiores. Os projetos da categoria devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada de 50m (era 61m em 2010).

imagem divulgação

Classe Aberta ou Open Os aviões da categoria não têm restrições geométricas ou número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas dos motores esteja entre 10,65 cm3 (0.65 in3) e 15,07cm3 (0.92 in3). A distância de decolagem também é de 50m e as aeronaves devem ter instrumentos para medir tempo de vôo. Classe Micro Há a opção de lançamento da aeronave à mão e o avião da categoria não tem restrições geométricas e nem ao número de motores. Porém a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa de 0,175m³. As aeronaves podem usar motores elétricos e devem decolar em até 25m (30,5 m em 2010).

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Ciência No mundo da lua

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docente Rosa Maria Scalvi, da Universidade Estadual Paulista, é responsável pelo projeto “Ensino e Popularização da Astronomia: implantando uma oficina de construção de telescópios no Observatório Didático de Astronomia”. Essa pesquisa é responsável pela aproximação dos cidadãos de Bauru e região com os princípios astronômicos. Mediante isso, a professora concedeu uma entrevista esclarecendo sobre o seu projeto.

B.B: Quanto aos resultados do projeto, o que tem sido obtido? Eles estão condizentes com as expectativas da senhora? R.S.: No ano de 2010 o atendimento de escolas no Observatório ocorreu quase que diariamente, recebendo em torno de 150 estudantes por semana. Em 2011 a média de alunos no observatório tem sido em torno de 80, foi necessário diminuir o número de escolas atendidas em função de meu afastamento para tratamento de saúde. A equipe do Observatório participou de eventos relacionados ao ensino de astronomia, ministrando oficinas e palestras. Outro fator relevante é o atendimento ao público aos sábados, quando um expressivo número de pessoas comparece ao observatório. Considero que a procura pelas atividades do observatório está acima de minhas expectativas, uma vez que nem mesmo tem sido possível atender toda a demanda, limitada pela própria estrutura física do Observatório. Além dos resultados diretamente relacionados aos estudantes de ensino fundamental e médio, as atividades do observatório deram origem à

elaboração e aprovação de um curso de especialização, intitulado, Ciências Naturais: Abordagens no Mundo Contemporâneo, agregando pesquisadores e técnicos Observatório Móvel atrai moradores da cidade de Bariri - SP especializados do Instituto de Pesquisas Meteoro- B.B.: Quais motivos in- talhes da superfície lunar. lógicas e docentes do fluenciaram para que o B.B: E o estudo da asDepartamento de Física. projeto fosse colocado à tronomia no Brasil, como Esse curso irá benefi- disposição da população? a senhora averigua? ciar diretamente profes- R.S.: A falta de locais des- R.S.: A astronomia esteBig Bang: Qual é o prinsores da rede pública tinados ao ensino, divul- ve, por muitos anos, aucipal intuito apresentado e particular de ensino gação e popularização de sente das salas de aula. nessa pesquisa e de que abordando temas rela- ciências em Bauru. No que Hoje essa situação é um forma ela é desenvolvida? cionados à astronomia diz respeito à Astronomia, pouco diferente, pois os Rosa Scalvi: O projeto e ciências atmosféricas. até a criação do observa- conteúdos de astronotório, praticamente não mia são contemplados desenvolvido tem como principal objetivo promoB.B.: Para o desenvol- existiam opções para os nas disciplinas de Físiver o ensino de astronovimento da pesquisa, interessados nessa área. ca, no ensino médio, e mia junto aos professores quais foram os princi- Assim, entendemos que é Ciências, no ensino fune estudantes das escolas pais métodos utilizados? quase uma obrigação da damental. Porém, não de ensino fundamental e R.S.: O projeto procu- Universidade desenvolver existe ainda a disciplina médio de Bauru e região. ra aliar ensino, pesqui- projetos voltados para a po- especifica de AstronoPara isso, são promovisa e extensão, inserindo pulação promovendo uma mia e acredito que um dos cursos e oficinas desos alunos de graduação ciência cidadã, que atin- dos maiores problemas é tinados aos professores e do câmpus de Bauru na ja todos os interessados a falta de formação dos o atendimento de visitas preparação e execução e não somente uma parte professores em exercípara observação do céu das atividades. Além dis- específica da população. cio, uma vez que não tiveram em seus cursos com telescópios e palesso, o observatório já criou tras, destinadas aos alucondições de pesquisa B.B.: Como a senho- de graduação de origem, nos. Além das escolas, para o desenvolvimento ra analisa a absorção nem mesmo os formados o projeto busca também de dissertações de mes- da astronomia pelos ci- em física, qualquer enfobauruenses? que para a astronomia. É atender à população de trado e tese de doutorado dadãos Bauru e região, divulganutilizando sua estrutura e R.S.: Não só em Bauru, preciso que a universidado e popularizando a asatividades desenvolvidas mas também em toda a re- de participe do procestronomia como ciência. nas suas dependências. gião, através das atividades so de formação compledo Observatório e do Ob- mentar dos professores Olho Vivo servatório Móvel, podemos que se encontram em Você leitor sabe o que é Astronomia? Tem alguma dúvidas sobre esse as- verificar que a receptivida- exercício no ensino funsunto? Então embarque agora em uma viagem cósmica através dos séculos. de da população é muito damental e médio e que Originalmente, a astronomia se baseava na pseudociência da Astro- grande. Em todas as situ- preencha a lacuna exislogia baseada na observação de padrões regulares dos movimentos de ob- ações as pessoas elogiam tente na formação dos jetos celestiais visíveis, em especial o Sol, a Lua, estrelas, e os planetas. e parabenizam a iniciativa futuros professores, em Foi durante o Renascimento que a Astronomia viveu sua era de maior expan- da Unesp em disponibilizar cursos de licenciaturas. são. Nessa fase, Copérnico criou o modelo heliocêntrico, afirmando que a Terra giraacesso ao conhecimento O avanço da tecnologia va ao redor do Sol. O modelo foi desenvolvido e corrigido por Galileu Galilei e Johannes Kepler, este responsável por descrever detalhadamente os movimentos dos planetas. em astronomia. A grande e as novas descobertas Porém, foi na Idade Média que a astronomia sofreu grande repressão. Nesse período, astrô- maioria das pessoas jamais acerca do universo denomos foram perseguidos pela Igreja Católica e obrigados a abandonarem seus estudos. teve acesso à observação vem ser discutidos jun Os anos passaram e a astronomia ganhou mais importância. No século XX, pro- do céu através de um te- to aos professores para vou a existência de nossa galáxia, a Via Láctea, e também a existência de outras. Desenvol- lescópio e muitas chegam que os mesmos tenham veu pesquisas para descobrir como o Universo surgiu, chegando à Teoria do Big Bang. até mesmo a se emocionar segurança de abordarem A ânsia por desvendar os mistérios do Universo move os pesquisado- quando conseguem ver de- tais temas em salas . res. Mesmo com toda a tecnologia disponível, ainda sabemos muito pouco sobre ele.

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Arquivo pessoal Rosa Scalvi

Alisson Lopes


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