Fala, bixo

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Fala,

Bauru, 2012 edição #1


Departamento de Comunicação Social

sumá MÁRIO ÍSUMARIO

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assei no vestibular!. Essa é a frase que milhões de adolescentes esperam dizer após três anos de Ensino Médio e é também o primeiro passo para todos aqueles que querem entrar de vez em uma universidade. Após tantos estudos e tantas amizades feitas, é chegado o momento de se adequar a uma nova etapa de aprendizado. A partir desse momento, o nervosismo e as maratonas de provas nos domingos serão substituídos por aulas de seu interesse, festas, um final de semestre enlouquecedor, e tudo mais que faz parte da rotina de um universitário. “Nada jamais continua, tudo vai recomeçar!”. Embora curta, a frase de Mário Quintana traz uma grande lição para o calouro. Como a etapa anterior, a que se inicia requer batalhas permanentes entre a inovação e a continuidade, entre o novo e o velho. Sempre um recomeço. Seja bem-vindo a Bauru! Localizada no coração de São Paulo, a cidade, famosa pelo sanduíche de mesmo nome, acolhe anualmente cerca de trinta mil novos estudantes no Ensino Superior, sendo mais da metade vindos de outras cidades. De passado ferroviário para potência universitária, Bauru aprendeu a conviver com os estudantes. Mas ainda existem desafios a serem superados. O suplemento “Fala, BIXO” traz uma diversidade de assuntos referentes àquilo que o calouro vai encontrar a partir de agora, seja na cidade nova, no ambiente acadêmico ou com as amizades futuras.

SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO

editorial

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EXPEDIENTE:

Fala, BIXO é uma publicação dos estudantes de 5º semestre do Curso de Comunicação Social-

saindo do ninho Monique Nascimento

festejar faz bem para a formação Beatriz Haga

nova vida, nova casa

Márcia Matsumoto

trote também conscientiza Beatriz Haga

economia universitária Giovani Vieira

dupla jornada Vitor Moura

cozinha de bixo Monique Nascimento

de malas prontas Vitor Moura

extensão em pauta Paula Monezzi

no dia em que eu saí de casa Paula Monezzi

Fala,

Jornalismo da FAAC/Unesp com o apoio do Departamento de Comunicação Social para a Recepção dos Calouros 2012 REDAÇÃO Beatriz Brandão Haga, Giovani Vieira Miranda, Márcia Tiemi Matsumoto, Monique dos Santos Nascimento, Paula Pinto Monezzi, Vitor Moura DIAGRAMAÇÃO Giovani Vieira, Márcia Matsumoto, Monique Nascimento, Vitor Moura FOTOGRAFIA CAPA: Hugo Chinaglia ARTE CAPA: Giovani Vieira Miranda JORNALISTA RESPONSÁVEL Ângelo Sottovia Aranha MTB 12.870 APOIO Departamento de Comunicação Social da FAAC/Unesp

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longe de acasa

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Sair de casa para morar longe dos pais tem suas dores e delícias.

É bom ficar atento e aproveite tudo o que essa experiência pode trazer. nhecido. Essa é uma verdade para muitos, mas não para todos. A recém formada em jornalismo, Maria Clara Lima, já tinha experimentado a sensação de morar sozinha em um lugar desconhecido. Ela morou por um ano e dois meses em Boston, nos Estados Unidos. Maria Clara é natural de Viçosa, Minas Gerais, mas quando ingressou no curso de jornalismo já morava em Natal, onde vive. Por conta da distância, as idas para casa só eram possíveis durante as férias: “eu, que já morei fora, dava qualquer coisa para passar um fim de semana com a minha mãe, eu imagino quem nunca morou”, comenta. Essa é uma das maiores dificuldades para os bixos no início, a saudade. É rotina para muitos voltar para a casa dos pais todos os fins de semana, seja pela proximidade ou pela saudade mesmo. André, bixo no ano passado, diz que voltava a cada 15 dias. Os motivos? “Sentia falta da minha família, dos meus amigos, da comida boa e da roupa lavada”, admite. “No segundo semestre comecei a ficar um pouco mais, me virando com a roupa que até hoje não sei lavar”, brinca. Agora veterano, ele pretende fincar mais as raízes em Bauru e voltar só uma vez por mês: “viajar cansa, até mesmo para Rio Claro, que fica só a 2 horas de Bauru”. A saudade pode ser grande, mas nada que a empolgação de fazer amigos novos, ir a diversas festas, entrar na rotina universitária e aprender uma tonelada de coisas novas, dentro e fora da sala de aula, não resolvam. Samanta Flôor

em comida ou colinho da mamãe, sem as conversas com o pai ou suas caronas para onde você quiser. Sem o irmão ou irmã como companhia constante, sem o cachorro pra te receber toda vez que você coloca o pé em casa. Uma cidade nova, com pessoas, hábitos, horários, tudo novo. E ainda a missão de ser um universitário e se preparar para o futuro profissional. É muita mudança para você? Não para os nossos bravos bixos e bixetes que encararam o desafio de vir para Bauru todos os anos. Para André Santos, estudante do segundo ano de Rádio e TV e nascido na cidade de Rio Claro, essa foi uma experiência inédita (e muito empolgante!). Ele diz que a Unesp sempre foi sua primeira escolha, pois tinha o curso mais adequado para ele e sonhava morar em outra cidade: “eu sempre quis sair de Rio Claro, porque queria uma grande mudança na minha vida. A grande surpresa foi quando eu vi meu nome na lista de espera do curso e soube que a lista rodava bem. Foi aí que vi que estava prestes a realizar o meu sonho”. Ele lembra a sensação de chegar à cidade: “eu tinha vindo para Bauru fazer a matrícula e até cheguei a conhecer alguns veteranos, mas nenhuma sensação se compara à de quando vim para Bauru sozinho para o começo das aulas. Chegar à rodoviária sozinho com uma malão e ter que pegar ônibus para a casa em que eu ia ficar foi sensacional. Só pensei: Ferrou!”. Se despedir da família, dos amigos, da cidade onde morava e embarcar rumo ao desco-

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Getty Images

Monique Nascimento

Saindo do Ninho

A gente acaba se acostuman do, e voltar para a casa dos pais assume um certo gostinho de férias. “Saudade se vence rápido e sem desesperos”, garante André. Além da saudade, outras pequenas dificuldades aparecem no caminho. Muitos nunca pagaram uma conta, fizeram compras no supermercado ou administraram o dinheiro sozinhos. Limpar a casa (e mantê-la limpa) parece uma tarefa quase impossível também. Mas não se preocupe, tudo isso se resolve com o tempo. Mas há ainda problemas que podem atrapalhar no início. Maria Clara aponta que falta melhorar a infra-estrutura na cidade para receber os novos universitários. “Não acho que a cidade saiba acolher bem os estudantes. Cobram preços abusivos no aluguel, não oferecem muitas opções de lazer, esporte. Parece que se aproveitam do estudante e só”, pondera. André concorda. No ano passado ele encontrou dificuldades para achar uma casa e montar sua república: “quando você é bixo, você fica desesperado por uma casa. Então a primeira que apareceu e era no lugar que a gente queria, alugamos e chamamos mais gente pra morar, até porque o aluguel era caro e não tínhamos escolha”. E completa: “realmente é difícil achar casa, as imobiliárias tem algumas restrições para

estudantes, o que é ridículo, porque Bauru é uma cidade mo vimentada pelos universitários”. Fica a dica, então, bixo. Prepare-se para andar e pesquisar muito. Achar um lar para chamar de seu não é tarefa fácil na cidade sanduíche. Para não sair alugando qualquer coisa por desespero e acabar caindo em uma roubada, pergunte se há algum veterano disposto a “agregá-lo” por algum tempo. Além de ter um teto sobre sua cabeça, ele vai te dar dicas e te ajudar nos primeiros dias. Apesar da dor de cabeça que um caminhão de novidades e coisas pra resolver podem trazer, a experiência adquirida compensa, palavra de veterano! “Eu aprendi como nunca. Você ganha mais maturidade, porque tem que ser mais responsável. Sem contar que a liberdade, sair quando quiser e fazer tudo o que quiser sem pedir autorização da mãe, e ser totalmente responsável por isso te faz crescer. Eu não troco essa vida”, afirma André. E aí? Está com aquele friozinho na barriga? Aquela sensação de que não tem mais volta? E o mais importante, você está preparado para tudo isso? Então bem-vindos bixos e bixetes. De onde quer que vocês tenham vindo e para onde quer que vão, estejam certos, Bauru será uma das mais importantes (e divertidas) paradas de suas vidas!

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Festas universitárias ajudam a integrar calouros e veteranos

oal Arquivo Pess Arquivo Pessoal

A maioria das casas é composta por estudantes de um mesmo curso ou faculdade, tornando as festas mais intimistas. “Festas de república são uma delícia, um dos motivos principais da reunião dos estudantes em uma cidade universitária. As baladas são legais, mas são impessoais. Você não pode sentar no sofá e conversar com seu amigo. Além disso, o ambiente e as músicas são mais a cara de quem vai ou mora na república, tem uma atmosfera mais próxima”, defende o estudante de Jornalismo da Unesp, Renan Simão, morador da república Xilindró. Um dos principais problemas enfrentados pelos moradores das repúblicas em dias de festas é a reclamação dos vizinhos. O barulho e o grande número de pessoas nas ruas muitas vezes incomodam os moradores, e as festas podem passar de diversão para caso de polícia. Renan acredita que o problema é isolado e depende da relação entre os vizinhos; “o que a república deve fazer é avisar antes da festa, conversar sobre como será tudo e depois perguntar se incomodou”. O recém formado em fisioterapeuta pela USC, Felipe Ceribelli, foi presidente da AAA na universidade e participou de muitas festas durante seus anos de graduação. Para ele, as festas complementam a vida universitária e são importantes na formação pessoal; “a universidade não é apenas uma época em que o aluno se dedica para aprender sua profissão, mas uma fase única em sua vida, em que ele convive com pessoas que estão ali pelo mesmo motivo. Está ai a importância da integração”.

oal o Pess Arquiv

uitas mudanças ocorrem na vida de quem ingressa na universidade, principalmente para os que precisam mudar de cidade ou, até mesmo, de estado. Junto com as novas responsabilidades, aprendizados e descobertas, as festas também fazem parte da experiência e podem ter um papel importante na adaptação dos alunos. Além da diversão, elas ajudam a integrar estudantes de diferentes cursos e universidades. As festas acontecem com frequência em Bauru e, normalmente, são realizadas pela Associação Atlética Acadêmica (AAA), comissões de formatura ou repúblicas estudantis, sem apoio direto das universidades. Muitos eventos são voltados aos calouros com o objetivo de inseri-los à vida universitária e para facilitar a formação de novos vínculos. A AAA da Unesp de Bauru realiza aproximadamente seis festas ao ano. Os eventos são os que reúnem maior público por sua visibilidade. O Diretor de Comunicação da AAA, Wellington Arakaki, afirma que as festas criam um vínculo mais forte entre os alunos e ajudam a incentivar a prática do esporte, agregando cada vez mais estudantes aos treinos e campeonatos. “Todas as nossas realizações esportivas são mantidas com o dinheiro de festas e venda de produtos. O apoio da Unesp é apenas institucional, uma parceria”, conta a Diretora de Comunicação, Raisa Kamaura. Além da confraternização, as festas universitárias oferecem opções que agradam os mais diferentes estilos e gostos. Esse “atrativo”está nas festas de repúblicas, realizadas toda semana e voltadas para públicos específicos. O diferencial também pode ser encontrado nas temáticas como a Festa do Trocado, do Brega e do Pijama.

Beatriz Haga

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integração

Arquiv o Pess

Festejar faz bem para a formação

Arquivo Pessoal Arquivo Pessoal

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MORADIA Mácia Matsumoto

Nova vida, nova casa Morar com os amigos ou sozinho requer responsabilidade e organização

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Mariana Thomaz

parte da moradia na vida universitária não é das mais fáceis. Morar – em república ou sozinho – requer organização e responsabilidade. Mas isso não é novidade. O estudante pode recorrer a pensionatos nas proximidades do câmpus. Anúncios desse tipo de moradia podem ser encontrados com facilidade espalhados pelos murais da própria Unesp, oferecendo facilidades. Apesar da proximidade do câmpus, esse tipo de habitação está quase sempre afastada das repúblicas que organizam festas e da casa de muitos amigos ou de supermercados para compras e afins. No começo, uma boa alternativa aos novos universitários é ficar temporariamente em uma república. As repúblicas se dispõem a agregar entre dois e três ‘bixos’ e que podem, se houverem vagas, morar definitivamente na casa. A proposta é boa por facilitar a vida dos ‘bixos’ no começo do semestre, quando o período de adaptação é essencial e encontrar um apartamento, casa ou outra moradia é complicado. É possível encontrar alguns anúncios sobre vagas em repúblicas na comunidade da “UNESP – BAURU” no Facebook. A proposta é positiva tanto para os novatos, que arranjam um lugar temporário e podem criar laços com os veteranos e conhecer um pouco mais do curso e da rotina, como para os últimos que ganham um dinheiro adicional para lidar com as despesas da casa. A partir daí, o ‘bixo’ tem algumas alternativas. Ficar definitivamente em uma república, montar uma com os amigos do curso ou morar sozinho. Cada uma com suas vantagens e desvantagens. A estudante de jornalismo do terceiro ano, Mariana Thomaz, mora sozinha desde o começo do curso e o prefere pela privacidade: “fazer o que quiser a hora que quiser, como quiser, sem perguntar pra ninguém, sem pedir licença”, diz. Porém, encabeça o principal problema desse tipo de vida: as contas (de luz, internet, água, condomínio e aluguel) que não tem com quem serem divididas. Quando questionada sobre a questão relativa a solidão, ela diz que se incomoda, mas sempre arranja uma companhia. “Às vezes, incomoda ficar sempre sozinha, mas eu lido bem com isso. Eu gosto de ficar sozinha e quando quero companhia, sempre vou

Morar sozinho pode ser mais solitário, porém, não se invade a liberdade de amigos ou colegas de casa

para alguma república mais próxima de casa”. Quem busca companhia sempre pode encontrá-las nas repúblicas. Porém, morar nelas é um pouquinho diferente. Para o também estudante de jornalismo, Luís Morais, o companheirismo da moradia acaba afastando um pouco da saudade da família. “É uma nova família que você constrói, formada por amigos”, diz Luís. Apesar de morar em um apartamento com faxineira, o problema sempre acaba sendo a louça a ser lavada. “Lavar louça sempre é um problema. Por mais que esteja dividida, sempre acontece algo. Não me isento de culpa nisso. Parece ser uma espécie de tradição”, completa. Luís ainda dá uma dica para evitar maiores problemas com os moradores de sua futura casa: “conheça quem vai morar contigo. Enquanto estiver combinando de ir morar com alguém, você tem que saber como a pessoa é para saber lidar com ela. E também para ter certeza de que ela vai conseguir lidar com você. Então aproveite o tempo enquanto estiver agregado e conheça bem o povo que vai morar com você”. Apesar de existirem ambas as possibilidades de moradia, o novo universitário deve ficar atento quanto à procura de imóveis que possam ser alugados. O começo do semestre letivo costuma ser um período movimentado no mercado imobiliário da cidade e escolher um novo lugar para morar requer cuidado e atenção.

Deixa eu te contar...

J

á fiquei agregada em república, morei sozinha e agora, moro com três garotas do meu curso (duas delas são minhas ‘bixetes’ e cada experiência foi única. Morar em república (com mais sete meninas) me fez conhecer novas pessoas em poucos dias, nunca estar sozinha, ter quem abraçar quando a tristeza e saudade de casa bater, entender mais a rotina e vida do meu curso. Mas também me ensinou muito sobre individualidade, espaço, limites e paciência. Por mais que você ame as pessoas com quem mora, eventualmente, vão ocorrer brigas e os seguidos pedidos de desculpas. Morar com um desconhecido pode ser algo entre o céu e o inferno, mas depende muito das duas partes para que a rotina não se torne só de brigas. Morar sozinha foi uma tarefa intensa, mas também satisfatória. Aprendi sobre organização como ninguém. Manter a geladeira cheia, as contas pagas e a casa limpa dependia única e exclusivamente do meu esforço e a pia cheia me culpava com seus pratos e copos sujos. A solidão é tolerável e quando você sente falta de algo ou alguém, seus amigos estão por perto e podem lhe visitar ou você pode passar uns dias na casa de alguém. Você se acostuma com o silêncio e as novas obrigações

Mácia Matsumoto

universitárias raramente te deixam pensar muito na solidão. Morar com outras pessoas que você conhece e gosta, em uma apartamento ‘quase-república’ é bom, quase tão bom quanto uma república tradicional. As tarefas, as contas, a vida é dividida. Você divide um quarto, aprende a ignorar um pouco a privacidade, que você não consegue viver serm o barulho daqueles que estão a sua volta, mas às vezes, não tolera nada nem ninguém. As brigas ainda acontecem, a louça continua, a casa é limpa aos fins de semana, a comida é dividida. Vocês são como uma família. Cheia de problemas, mas uma família. Independentemente do ambiente em que você, novo universitário, vá morar, há problemas que terão de ser encarados. Seja a intolerância de uns, a solidão de outros, a bagunça de tantos outros. Você acaba se dando conta de que encaixa em alguns lugares melhor do que em outros e que sempre pode mudar se a situação estiver em um nível absurdo de inimizade. Descobrir qual a melhor opção para você pode exigir que você tente todas elas e procure pessoas que sejam próximas a você e queiram dividir um mesmo teto. Não é fácil, mas você se acostuma. Mas funciona e torna a vida universitária um pouquinho mais realista e, por que não, satisfatória.

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recepção

Trote é usado para conscientizar Calouros iniciam vida universitária com brincadeiras e ações solidárias Arquivo pessoal

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ema de polêmicas e muitas controvérsias, o trote é uma tradição universitária e um dos principais ritos de passagem do colégio para a graduação. Os calouros ficam receosos do que irão enfrentar no dia da matrícula ou nos primeiros dias de aula, mas é preciso ter calma e espírito esportivo para participar da brincadeira. Se praticado com responsabilidade e respeito, o trote pode ser muito divertido e inesquecível para os futuros veteranos. A estudante de Biologia da Unesp, Nara “Miojo” Pavan, já participou do trote como “bixete” e veterana, e agora, segue para o terceiro ano da graduação. “O trote proporciona uma integração inicial muito boa entre o pessoal e pode melhorar a convivência entre as pessoas ao longo do curso. Nele conheci amigos, dei ótimas risadas e fiz coisas engraçadíssimas das quais nunca me esquecerei”, aprova Miojo. Os trotes mais conhecidos e tradicionais são os da pintura, pedágio e o corte de cabelo

dos calouros. Outras brincadeiras também são feitas como cantar, dançar e andar de “elefantinho”. Tudo depende da imaginação dos veteranos e da aceitação dos “bixos”. A participação no trote é uma escolha do calouro e não é obrigatória. “Uma vez um “bixo” não quis raspar o cabelo, houve pressão para que ele o fizesse e os veteranos sofreram a ameaça de serem denunciados no Disque Trote”, conta a estudante do quarto ano de Fonoaudiologia da USP de Bauru, Ana Vitória Rondon. A estudante também apontou que há dois anos os calouros não pedem mais dinheiro no semáforo. O “Disque Trote” foi criado para receber denúncias de alunos que sofreram ou presenciaram uma situação de violência ou constrangimento. Após casos graves de abuso nos trotes, as universidades passaram a limitar e punir os estudantes infratores. A maioria das instituições ainda permite que os veteranos joguem tintas e confetes para recepcionar os “bixos”, mas outras brincadeiras são proibidas em suas dependências. A atribuição de um “segundo nome” aos alunos da Unesp tem uma explicação. Ela faz parte de um trote diferente e é considerada uma tradição na universidade. Os alunos de todos os cursos são “batizados” com um apelido, que pode surgir de uma característica pessoal, de uma família ou algum acontecimento. O “bixo” é identificado pelo apelido e deve carregá-lo

Estudantes fazem pedágio nas ruas de Bauru

por toda a vida universitária. No curso de Arquitetura, todos os “bixos” devem pertencer a uma família. “Tem a família dos vegetais, cores, celebridades e etc. O calouro recebe uma plaquinha e tem que andar com ela durante a semana para que os outros saibam o seu apelido”, explica a estudante de Arquitetura, Stéfany “Tissa” Oliveira, pertencente à família dos nomes “exóticos” da lista de chamada; “o meu apelido não pegou, mas algumas pessoas da minha sala são conhecidas pelo apelido e poucos se lembram de seus nomes verdadeiros”. Os veteranos do curso de Relações Públicas (RP) fazem os calouros usarem babadores com o seu apelido em todos os lugares, até a Festa de Libertação. A Festa ocorre para alunos de todos os cursos em datas diferentes e marca a passagem de “bixo” para veterano. Segundo o estudante de Relações Públicas, Marcelo Thiago Montanha, a grande Arquivo pessoal

Pintura e um “segundo nome” tornam o estudante oficialmente um “bixo”

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maioria dos alunos do curso participa das atividades e entende a sua importância nos primeiros momentos da vida universitária; “realizar um trote organizado, livre de humilhações e com foco na integração é uma forma de retribuir e dar continuidade a uma tradição de receptividade”. Uma outra alternativa aos trotes tradicionais é o Trote Solidário, que recebe apoio das universidades. Na Unesp, no câmpus de Bauru, ele é idealizado e organizado pela Empresa Júnior de Relações Públicas (RPjr) e acontece por meio da doação de sangue ao hemocentro da cidade. Os alunos de todos os anos e de todos os cursos do câmpus - mesmo não sendo “bixos” - podem participar da ação. “É uma forma de retorno à sociedade por parte da comunidade acadêmica. Além disso, esse tipo de trote também conscientiza e educa para a cidadania, ao invés de incentivar a violência”, define Montanha.

No dia do trote, lembre... • Vá com uma roupa antiga no dia da matrícula e nos primeiros dias de ‘aula’. A tinta dificilmente sai da roupa pós trote, além disso, você vai querer aproveitar o momento, não é? • Leve uma troca de roupa no dia da matrícula, assim, você evita ficar sujo na volta pra casa. • Avise seus veteranos se você tiver alergia a tinta ou não quiser participar de alguma brincadeira proposta. • Sofreu com alguma situação desagradável ou violência? Os telefones para contato do Disque Trote são: Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) (14) 3103-6052 Faculdade de Ciências (FC) (14) 3103-6072 Faculdade de Engenharia (FE) (14) 3103-6102

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ECONOMIA Arquivo pessoal

Economia Universitaria

Planejando os gastos

T Estudantes aquecem a economia bauruense Giovani Vieira Ricardo Feltrin faz a própria refeição para equilibrar os gastos

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erminadas as férias de verão, a cidade de Bauru se prepara para receber os novos universitários. Os novos estudantes chegam buscando não apenas a ensino de qualidade, mas também movimentando parte importante na economia na cidade. A cada ano, é fortalecida a chamada vida universitária jovem com economia de adulto. A maioria dos universitários são de outras cidades e por isso o mercado imobiliário bauruense ganha destaque e se fortalece, colocando à disposição opções variadas e para todos os gostos e bolsos. “Para quem quer mais tranquilidade e prefere morar sozinho, existem os apartamentos e as quitinetes. Quem quiser morar com outras pessoas tem a opção das repúblicas. Depende do gosto e do poder aquisitivo dos estudantes, mas sempre acaba sendo lucrativo”, comenta Wanderley Matheus Junior, proprietário de imobiliária em Bauru. Bom negócio também para Luciana de Lima, ex-dona de uma academia próxima à Universidade do Sagrado Coração (USC), que resolveu tranformar sua casa em uma pensa para meninas. Hoje o lugar abriga sete estudantes universitárias, todas de lugares distintos e de diferentes universidades. “A casa é uma bagunça, são oito mulheres contando comigo”, brinca Luciana. Ao mesmo tempo, ela afirma ter amizade com todas e garante que é sua única fonte de renda “Além de amigas, são meu trabalho, é unir o útil ao agradável. O bom é que sempre tenho trabalho, quando uma menina se forma outra entra rapidamente no lugar”, ela garante. Nas estastíticas da economia universitária está a estudante de Odon tologia Larissa Gomes, que deixou a família em Marília para estudar na USC em Bauru. Larissa, que já morou com amigas e hoje é uma das sete moradoras da pensão de Luciana, garante que participa da economia bauruese. “Todo meu di

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nheiro fica aqui, pago para morar, gasto em alimentação em padarias e restaurantes, sem contar os gastos com festas”, exalta. No mercado de vestuário, a vendedora Érika Garcia, de uma loja de artigos femininos da Vila Universitária, já sabe reconhecer quando as clientes são estudantes e adora vender para elas. “Normalmente, elas não estão preocupadas com quanto vão gastar. Vendo bastante pra estudantes de Odontologia ou Administração”. Ela lembra também que “mesmo depois de formadas essas estudantes se formam, compram roupa com a gente para se vestir pro trabalho, estudantes são clientes com potencial”. Existem vários negócios criados para, principalmente, aproveitar um pouco da onda universitária, desde de pessoas que investem em construção residencial bem localizadas até quem aposte em alimentação rápida e atrativa para quem tem pressa. Esse é o caso de Dona Maria de Lourdes, que tem um carrinho de lanches bem localizado perto do Centrinho da USP e de segunda a sextafeira tira todo seu sustento com os lanches. “Os meninos gostam, é bem rapidinho e eu faço com amor. Às vezes, os lanches são o almoço deles”, afirma Malu, como é conhecida pelos jovens. A importância dos universitários é evidenciada no período de férias, quando os lucros do carrinnho da Malu tem seus lucros reduzidos. “Durante o período de férias, nós fazemos um planejamento para atender os clientes que não são estudantes, mas não vendemos com a mesma força”, comenta. Esses são alguns exemplos de como a economia de Bauru se prepara para atender o jovem estudante. Que o digam as farmácias, óticas, salões de beleza...

ransporte, mensalidades, xerox, alimentação, material didático, livros, matrículas e moradia, a lista de gastos de um estudante de ensino superior é vasta. Antes mesmo de prestar o vestibular, a família já começa a planejar o futuro financeiro do jovem estudante. Mesmo sendo aprovado em instituição pública, os gastos para se manter são relevantes. Para se ter uma idéia do quanto isso vai pesar no seu bolso, o jeito é colocar tudo na ponta do lápis e verificar se esses compromissos cabem no seu orçamento. Essa é uma tática utilizada por Renato Feltrin, estudante de Engenharia Elétrica na UNESP. “Comecei a planejar melhor meus gastos com ligações, alimentação e transporte, e o retorno foi surprendente”, comenta o unespiano. Juliana de Faria, estudante de Direito do IESB-Prevê, afirma que é preciso economizar quando possível, principalmente em pequenos gastos. A jovem diminuiu o número de festas, trocou o desconto do transportante público - também útil para a manter equilibrada a economia - pela tradicional carona, além de voltar para a casa dos pais em Marília a cada 15 dias, claro, de carona com amigos e dividindo os gastos. “Parecem pequenos gastos, mas quando calculados fazem a diferença no final do mês”, ressalta a jovem. “É preciso evitar o impulso. Não é interessante ter que abandonar o curso por falta de recuros devido a um mau planejamento”, enfatiza Juliana.

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12 horas diárias. É esse o tempo gasto por quem, além da cansativa jornada de trabalho, ainda arranja energias para ingressar em uma universidade. Conheça um pouco da rotina e das difuculdades pelas quais passam essas pessoas que vivem em....

Dupla Jornada

Matheus de Souza Gomes, ou Chantili como é conhecido no câmpus, está atualmente no quarto ano de Relações Públicas. Quando cursava o segundo ano, o jovem de Catantuva recebeu um e-mail da Empresa Junior de RP, a RPJr, oferecendo uma vaga de estágio em sua área. Não pensou duas vezes; “hoje sou estagiário de Marketing e integro o time de desenvolvimento de produtos da Tilibra. Participo da criação e do desenvolvimento das coleções, pesquisas de tendências, licenciamento de marcas, entre outras atividades que tem tudo a ver com a área de Relações Públicas”. Ele diz que a experiência tem sido muito positiva; “Esta-

Arquivo Pessoal.

Monalisa Soto está na contramão da maioria das pessoas de sua idade. Hoje com 26 anos, ela trocou o agito da capital São Paulo pela calmaria de Bauru; “Não agüentava

giar em uma empresa como a Tilibra me fez crescer muito. Lá estou em contato direto com o mundo corporativo, o mercado e toda sua complexidade, cada dia é um aprendizado diferente, que me tornam um profissional também diferente”. Matheus, no entanto, não descarta a importância dos projetos da faculdade; “Acho muito legal se envolver com projetos da faculdade, sugar ao máximo tudo o que puder aproveitar desse ambiente tão rico”. Sobre o salário, espõe; “olha salário de estagiário não é nenhuma fortuna, mas quebra um bom galho, viu? Consigo aliviar algumas contas, e sempre sobra ainda alguma grana para fins recreativos.”

mais São Paulo, lá eu levava uma hora e meia pra ir ao trabalho, hoje, trabalho na esquina de casa”, comemora. Trabalhando desde os 16 anos, quando auxiliava no Xerox da escola, Monalisa está passando pela sua quarta faculdade, tendo cursado Psicologia na Unesp de Assis, Letras na USP e até mesmo uma Fatec. No entanto, não chegou a concluir nenhuma graduação, “Nenhuma delas me agradou”, explica.

“A escassez de tempo me ensinou a aproveitá-lo melhor”. Valeska Petek é companheira de curso de Matheus, mas acaba de alcançar o segundo ano. Para se manter em Bauru, desde que chegou a cidade a garota começou a trabalhar como professora de idiomas. “É também uma forma de manter minha fluência, aprender mais e conhecer pessoas. E, claro, os idiomas serão úteis para quem cursa comunicação, como eu”, considera. Ela conta que depende do salário para se manter na cidade, e poder concluir sua graduação. Valeska sempre procura associar suas atividades no trabalho com as de seu curso de graduação “Cuido de algumas ferramentas da escola, como o mural e os eventos.

Hoje ela está cursando o segundo ano de Design noturno e trabalhando como secretária em uma autarquia. Monalisa fala da dificuldade em conciliar as duas coisas; “Existem matérias que exigem que entreguemos trabalhos toda semana. Conheço um rapaz que consegue desenhar na prefeitura”, conta. “Não concilio as duas coisas 100% mas também não é impossível”, completa. Mas ela revela que não

Arquivo Pessoal.

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“A experiência no mercado é importante. Só não vale deixar que o emprego roube uma das melhores fases da sua vida!”

Vítor Moura

São algumas das muitas tarefas de um RP”, explica. Quanto à vida social, a jovem acredita na moderação; “o que muitos esquecem é que a vida pessoal e a profissional não andam tão separadas assim.Eu não promoveria nem daria uma boa recomendação sobre uma pessoa que vai ao trabalho exausta e de ressaca”. Com uma rotina atribulada, a jovem se preocupa em extrair o máximo de suas aulas da faculdade e reserva os finais de semana para estudar. “A maior dificuldade é, depois de um dia de trabalho, não poder descansar em casa. Mas é gratificante ver para esse esforço”, desabafa.

abre mão de suas horas de lazer; “Com o trabalho fica sempre mais complicado, mas pra se divertir a gente sempre dá um jeito”.

“Quem não trabalha, acaba tendo mais facilidade”.


Na cozinha

Cozinha de Bixo

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á tá com saudade da comida da mãe? Calma que vai piorar! E não adianta trazer quitutes congelados de casa da próxima vez que for visitar os pais, porque uma hora a comida acaba e você vai ter que ir para cozinha de um jeito ou de outro. Pense nas vantagens, quem cozinha geralmente não lava a louça e você vai poder impressionar sua família ou a(o) namorada(o) toda vez que voltar pra sua cidade. Tem gente que nasce com um dom natural para

Level 1: Omelete Nessa fase, pequeno gafanhoto, você aprenderá que desperdício não está no dicionário de um estudante universitário. Mas criatividade, sim! Pegue tudo que tiver na geladeira ou no armário. Aquela lata de ervilha esquecida, a última fatia de presunto que sobrou ou a lata de atum que você comprou sabe-se lá para que. Crie uma omelete de acordo com o seu gosto! Pegue os 2 ovos e bata com um garfo. Coloque na frigideira já untada com óleo. Depois coloque o sal e os ingredientes que você tiver à mão. Uma mistura clássica é presunto e queijo, com um toque de orégano. Quando estiver firme, vire a omelete e pronto! Dificuldade:

a cozinha, mas se esse não é o seu caso, caro bixo, fique tranquilo, ainda não é game over. Leia com atenção e fortaleça suas habilidades, porque bixo com fome não agüenta as festas e não presta atenção na aula. Você vai evoluir de bixo desesperado por fast food, para veterano mestre cuca! Para te orientar nas missões gastronômicas, a nutricionista Thais Manha, formada pela Universidade Metodista de São Paulo, deu dicas de como se alimentar melhor, mas sem passar o dia inteiro na cozinha.

Level 3: Lanche Natural

Level 2: Macarrão à bolonhesa Macarrão é uma das coisas mais fáceis de fazer na cozinha. Para dificultar um pouco e deixar o macarrão mais gostoso e mais nutritivo colocamos um molho à bolonhesa. Cozinhe o macarrão em bastante água fervente até ficar no ponto que você gosta, al dente ou mais molinho. Depois de cozido, escoe a água. Numa panela coloque um fio de óleo, alho e cebola picada. Refogue a mistura e depois acrescente carne moída. Continue refogando, sem esquecer de mexer. Depois que a carne estiver cozida adicione o molho de tomate, que você pode comprar pronto já, e sal. Se quiser mais temperos, manjericão é uma boa pedida, assim como pimenta do reino. “O macarrão é fonte de carboidrato, essencial em todas as nossas refeições, para complementá-lo com outros nutrientes coloque no molho algum tipo de carne ou peixe, alimentos com proteína, e sempre faça uma salada, rica em fibras, para acompanhar”, explica Thais. Dificuldade:

Monique Nascimento

Depois de tanto comer massas e coisas mais pesadas, seu organismo, e a “pochete” que você está cultivando, podem precisar de uma comida mais leve. Aqui vai uma receita de lanche natural. Mais fácil que isso, só passar manteiga no pão. - 2 fatias de pão integral - 3 pontas de faca de patê (atum, berinjela, frango, ricota ou outro de sua preferência) - Folhas verdes (alface, rúcula, agrião, escarola) - Cenoura ralada - 2 fatias de tomate Outras opções de recheio são azeitona, queijo branco, beterraba ralada, tomate seco, milho e ervilha. Dificuldade:

Level 4: Arroz e feijão Você já sabe se virar na cozinha, agora está na hora de partir pra um bom prato de arroz e feijão! Essa mistura é altamente nutritiva, como explica Thais: “O arroz e feijão se complementam, pois os nutrientes que tem em um completam o que falta no outro, e os dois juntos formam uma proteína perfeita com todos os aminoácidos essenciais”. Lave bem o arroz com água corrente, escorra e reserve. Coloque a água para ferver, sempre o dobro da quantidade de arroz que você for utilizar (para 1 xícara de arroz, 2 de água). Pique a cebola e o alho em pedaços bem pequenos. Coloque óleo numa panela e leve ao fogo para esquentar, junte o alho e a cebola. Mexa e deixe dourar levemente. Junte o arroz e continue mexendo. Depois despeje a água fervente e tempere com sal. Abaixe o fogo e deixe cozinhar até a água secar totalmente. Vá provando para ver se o arroz já está cozido. Caso contrário, acrescente mais um pouco de água. Quando a água secar no fundo da panela, o arroz estará pronto. Para o arroz ficar soltinho, revire-o na panela com um garfo. Escolha o feijão, lave-o e reserve em uma bacia com água por um tempo. Numa panela de pressão, coloque o feijão e preencha com água, o suficiente para que o nível da água fique 2 dedos acima do feijão. Tampe a panela e leve ao fogo. Quando começar a sair o vapor da tampa e apitar, marque 30 minutos e desligue. Coloque a panela na pia, abra a torneira em cima do pino e levante-o para sair o vapor, depois disso pode abrir a panela. Numa frigideira, coloque um fio de óleo, cebola ralada e alho moído. Refogue e com uma concha adicione um pouco do feijão já cozido (quanto mais feijão mais encorpado fica o caldo). Amasse bem o feijão, coloque sal aos poucos e experimente para ver se está bom. Depois coloque tudo na panela com o restante do feijão, acenda o fogo e misture bem, cozinhe até engrossar o caldo. Está pronto! Dificuldade:

Sentiu fome fora de casa? Você provavelmente vai passar muito tempo no câmpus da universidade, além dos períodos de aula. E aí, como ninguém é de ferro, a fome bate. Quer economizar uma graninha? Leve um lanche de casa! É a recomendação de uma nutricionista: “realmente, a melhor solução é levar algo de casa, assim você não corre o risco de não ter nenhuma opção de lanche mais saudável quando sentir fome. Por isso é legal se planejar e antes de sair sempre colocar uma fruta ou um lanche natural na bolsa ou na mochila. É legal também ter sempre perto uma garrafa de água, isso ajuda a lembrar de beber pelo menos os 2 litros recomendados”, aconselha Thais.

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Missão cumprida! Agora você já não é mais um bixo iniciante na arte de cozinhar e seus amigos adoram seus quitutes. Mas, cá entre nós, para aqueles dias de preguiça o disk pizza está liberado! Bon appetit!

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Jovens unespianos deixam o Brasil e vão se aventurar em outros países...

... de Malas Prontas

É

terça-feira, dia 24 de janeiro, véspera do aniversário da cidade de São Paulo. Um modesto barzinho na esquina entre a Av. Paulista e a Alameda Joaquim Eugenio de Lima. Esse foi o lugar escolhido por Luciana Arraes, estudante de Comunicação Social de 20 anos, para se despedir de seus amigos brasileiros. Naquela quarta-feira, às 21h30 ela embarca rumo a Madrid, Espanha, onde iniciará uma experiência com potencial de mudar sua vida acadêmica; seu primeiro intercâmbio. Depois de um lon-

“Você tem que se dedicar, correr atrás, ter paciência e fazer as coisas com antecedência, mas o processo é mais simples do que parece” go procedimento que durou cerca de quatro meses, ela e suas colegas de república estão finalmente embarcando. “Foi um processo bem chato, burocrático e cansativo. Você tem que se dedicar, correr atrás, ter paciência e fazer as coisas com antecedência, mas é mais simples do que parece”, reconhece Luciana. Para realizar seu sonho de vivenciar uma nova cultura, ela está deixando para trás, pelo menos durante o período de seis meses em que estará pela Europa, amigos

Vítor Moura

e familiares. “Acho que sentirei falta das pessoas, não só dos amigos e parentes , mas do povo. Quero ver se eles são mesmo frios.Vi em um filme... uma brasileira que já morava há muitos anos nos EUA voltar ao Brasil e dizer que estava com saudade de passar em frente a uma construção e os pedreiros mexerem com ela”, brinca. Não conseguindo uma bolsa pela Unesp, as garotas entraram em contato com a faculdade visada por sua própria conta e risco. A noite acaba cedo, Luciana pretende curtiut sua última noite em terras brasileiras no conforto de sua casa, onde vive com a mãe e o padrasto. A mais ou menos 586km de distância, em Belo Horizonte, Gabriela Brandão comemora a obtenção de

soria de Relações Externas da Unesp (AREX). Gabriela embarca para a pequena cidade de Braga em fevereiro. “É sempre bom dar uma olhada no site da universidade pra ver tudo o que eles pedem e oferecem. A Uminho, por exemplo, oferece a possibilidade de alojamento, mas você precisa mandar uma ficha de requisição, e entregá-la junto com todos os papéis para a Unesp”, aconselha a mineira. Gabriela irá pagar 90 euros mensais pelo alojamento (cerca de 210 reais), valor equivalente a seu aluguel em Bauru. “Dizem que Braga é uma cidade com um custo

Pré-requisitos :

de vida baixo”, explica. Enquanto as garotas se preparam para embarcar, em Sevilla, Renan Simão se prepara para suas provas finais na faculdade. Ele conseguiu uma bolsa da AREX para viajar no valor de 9 mil reais; “no fim das contas dá tipo 500 euros por mês. E é uma ótima grana. Consigo me manter sozinho, e ainda deu pra pagar avião e gastos com o visto”, diz o rapaz. O jovem passou por uma seleção diferente; “O processo seletivo foi por nota e histórico da faculdade. Não tive que fazer entrevista”, conta; “e como vim de escola pública, só concorri com o pessoal dessa categoria de bolsa”. Durante todo o semestre ele esteve matriculado na Universidade de Sevilla e conta suas impressões; “A faculdade

Os interessados em se inscrever para uma bolsa de intercâmbio pela universidade passam por uma pré-seleção e devem preencher os seguintes requisitos: - Apresentar um bom desempenho em aula; - Ter proficiência na língua do país a que irá se candidatar; - Ter cursado pelo menos 50% da carga horária de seu curso. Para informações sobre editais e documentação necessária acesse: www2.faac.unesp.br/eriarex/

seu visto português. A jovem, após duas tentativas frustradas, finalmente conseguiu uma bolsa junto à Asses-

daqui tem mais estrutura em relação a comunicação. Tem muitas câmeras de foto e vídeo, estúdio e tal. Mas os pro-

“Aproveite a viagem. O negócio é fazer com que sua rotina seja ótima sempre, seja ela em Sevilha ou em Bauru”, Renan Simão. fessores são piores ao meu ver. Não instigam os alunos. Coisa que vi na FAAC”, compara. Quanto a experiência, ele se revela entusiasmado; “Está sendo sensacional gente, falar outra língua, comer coisas diferentes. Mas o principal é saber que você tem que se expor, tem que quebrar a cara, falar errado até aprender. Vejo muita gente aqui que só vai pra faculdade e volta pra casa. Às vezes, tomar uma cerveja com gente que acabou de conhecer pode ser tão produtivo quanto ver uma aula”, explica. A FAAC envia, todos os anos, cerca de 50 alunos para o exterior e recebe outros 8 de universidades conveniadas. “A maioria dos estudantes é dos cursos de Comunicação como Jornalismo, Rádio e TV e Relações Públicas”, diz Angélica A. Parreira, diretora técnica acadêmica da faculdade “Os destinos mais procurados são Portugal, Espanha, Canadá, Argentina e China”, completa. Alunos interessados devem esperar pela abertura dos editais pelas universidades de destino que ocorrem em dois períodos do ano; entre abril e junho e entre setembro e novembro. “Cada edital possui suas próprias regras e exigências”; explica Angélica.


EXTENSÃO

discute: extensão em pauta

H

á oito anos, a revista virtual Livrevista era criada, sob supervisão do professor Mauro Ventura. A revista é um dos projetos mais antigos da FAAC e com apenas quatro anos conquistou o segundo lugar na categoria Jornalismo Digital no Expocom de Brasília. Hoje é um dos projetos mais organizados e bem sucedidos do curso de jornalismo e conta com mais de 50 estudantes em sua equipe. Camila Franzoni cursa o último ano da faculdade e ocupa o cargo de editora-chefe da revista, que tem uma proposta que foge aos ângulos e abordagens divulgados nos hard news. Ela explica que o projeto tem um papel colaborativo na formação dos alunos. “É uma forma de treinar a capacidade de escrita, apuração, produção de pautas e fotos, além de edição. O projeto traz um diferencial no currículo, já que os alunos acabam chegando mais preparados ao mercado”, afirma. No entanto, nem todos os projetos dão certo. Juarez Xavier, coordenador do curso de Jornalismo, afirma que a FAAC tem muitos projetos, mas alguns enfrentam dificuldades, principalmente no quesito qualidade. “A tendência é haver um enxugamento no número de grupos e projetos”, explica. Apesar de parecer estranho, faz sentido. Juarez argumenta que os projetos acabaram ficando abandonados e desorganizados. “Mais importante do que o número de projetos é a qualidade deles e a utilidade na formação dos alunos. Nós queremos reorganizá-los de modo que ensino, extensão e gestão do processo de formação sejam indissociáveis”, defende. Outro exemplo de projeto

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Paula zzi Mone

bem sucedido da FAAC é a Rádio Unesp Virtual. Juarez destaca que a qualidade do projeto, que reúne um grande número de alunos, professores e funcionários, é um dos grandes diferenciais. A rádio é uma ferramenta de mobilização e tem uma abrangência muito boa, embora os alunos sintam o impacto da falta de investimento no projeto. O professor aponta a importância dos projetos para a universidade, reconhecendo-os como muito mais que apenas treinos. “Os projetos aproximam os alunos do mercado, os envolvem com a sociedade, trabalham a realidade e a cidadania e instigam os alunos a desenvolverem capacidades de planejar, projetar e executar produtos, processos e serviços, além de amadurecer a visão crítica e deontológica”, enfatiza. Com isso, é provável que os alunos, principalmente os que estão chegando agora, devam encontrar os projetos de extensão transformados. Conforme explica o professor Juarez, a intenção da coordenação de curso e da chefia de departamentos é assegurar que mais alunos tenham acesso aos projetos e que cada aluno possa comprometer-se com um número menor de projetos, para que o vínculo seja mais forte e responsável. Assim, ele espera que a qualidade melhore, o que trará benefícios não apenas aos universitários, mas a toda universidade. “Para isso, é necessário aumentar a sinergia entre os diversos projetos. Eles precisam deixar de ser um esforço individual de um ou outro docente e discente para ser um instrumento de formação e qualificação do ensino, uma ferramenta de aprendizado”, finaliza o coordenador.

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No dia em que eu saí de casa....

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Histórias trágicas e cômicas da vida de quem deixou o conforto de casa para enfrentar a universidade

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elipe saiu de casa aos 17 anos para estudar Medicina em Porto Alegre. A emoção de ver escrito na lista de aprovados o nome Felipe Pinto Monezzi foi grande, mas não se comparava à ansiedade de morar em uma cidade grande. Saiu do interior de São Paulo e foi para a capital gaúcha sem conhecer praticamente nada. Na mala, roupas, sapatos e acessórios. Ia começar uma vida nova, com tudo novo. Casa nova, móveis novos, rotina nova. Não contava com uma surpresa desagradável: um assalto que o deixou apenas com as roupas do corpo. Indo para sua nova casa, um jovem o parou e pediu o celular. Era a primeira vez que vinha para a cidade sozinho e ainda não tinha comprado um celular de lá. “Eu respondi que não tinha celular. Ele então me ameaçou e falou que levaria minha mala se eu não desse o celular. Fiquei com a roupa do corpo e só”, conta. Morar sozinho pode ser uma aventura. Sair de casa inexperiente, sempre acostumado com o conforto da casa dos pais e ir viver quase que por conta própria é um desafio para milhares e milhares de jovens que passam nas faculdades espalhadas pelo país. A maioria sai com menos de 20 anos e passa por experiências diversas, que vão desde as mais engraçadas até as mais constrangedoras e tensas. Não saber cozinhar e queimar a comida, viver de macarrão instantâneo e comida pronta, pegar ônibus errado, ir para lugares errados, não saber administrar o dinheiro: essas são algumas das gafes mais cometidas pelos estudantes recém chegados às cidades universitárias. Felipe, por exemplo, tem uma lista não muito pequena de lembranças e casos memoráveis. “Cozinhava mal, não sabia fazer pequenos reparos e outras coisas que para meus pais eram simples. Uma vez o chuveiro não esta-

va esquentando a água e eu resolvi trocar sozinho. Depois de instalar o chuveiro novo, a ligação estava vazando água. Foi quando percebi que coloquei a fita veda rosca como se fosse fita isolante, ou seja, enrolei o cano em vez de passar a fita na rosca”, lembra. Com o tempo, os estudantes vão se habituando a morar sozinhos e acabam por aprender a ser mais independentes. Aprende-se a andar pela cidade, a cozinhar, cuidar da roupa, saber onde passar e onde evitar e aprende-se a administrar um pouco melhor o dinheiro. “Passamos a ser menos ingênuos, a ver a maldade nas pessoas, a fazer o que tem que ser feito sozinho, sem ter que depender dos outros”, comenta. Uma das principais preocupações é a violência dos dias de hoje. Quando questionado sobre isso, Felipe revela que já foi assaltado várias vezes. “Assalto mesmo foi uma vez, quando levaram minha mala com tudo, mas várias vezes levaram celular e dinheiro. Chegou a um ponto que fiquei com tanta raiva e enfrentei um dos caras. Acho que era um morador de rua bêbado e eu o confrontei fazendo de conta que era amigo dele, que tínhamos jogado bola dias atrás. Ele me achou louco e se afastou”, conta bem humorado. Tensões como essa fazem parte da vida do universitário. Eu mesma, que escrevo agora, vivi durante uma semana sem energia elétrica, quando cheguei em Bauru. Sem móveis, sem energia, sem internet, passei a primeira semana à luz de vela e bolachas. E para quem não acredita que em Bauru possa fazer frio, eu posso garantir que faz. Principalmente quando você está despreparada como eu estava – sem luz e sem comida – e o pior, só com um lençolzinho, bermudas e regatas. Uma situação nada confortável. É, a vida de estudante não é fácil!

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Paula Monezzi

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Bauru em cliques

Uma jovem senhora de 115 anos, Bauru, a “Cidade Sem Limites”, acolhe mais de 30 mil estudantes universitários anualmente, e destes, 15 mil vêm de outras cidades (Secretaria Educação)

‘Cidade Sem Limites’

Parque Vitória Régia

Prefeitura de Bauru

Com cerca de 500 animais de 250 espécies, o Zoo de Bauru recebe em torno de 150.000 visitantes por ano, vindos da cidade e região. É um dos maiores do Estado.

ZOO Bauru

Prefeitura de Bauru

Calçadão da Batista

Praça das Cerejeiras

Terminal Rodoviário

Prefeitura de Bauru

do n a l Fa o... niss

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Grande parte do comércio de Bauru está concentrado no “Calçadão da rua Batista de Carvalho”, que conta com uma associação própria de lojistas.

Prefeitura de Bauru

Adriano Araújo

Desenhada como um tradicional jardim japonês, a Praça das Cerejeiras tem em sua parte central a sede da Prefeitura, contruída em estilo modernista.

O Parque Vitória Régia em Bauru é palco de feiras de artesanato e shows musicais nos finais de semana. Com um verde deslumbrante, também é espaço para caminhadas e recreação

O Terminal Rodoviário é o ponto de partida e chegada de muitos estudantes que moram em outras cidades. Saiba que as empresas de transporte interurbano oferecem descontos na passagem. Para saber quais os documentos necessários para o cadastro, é preciso entrar em contato com a Diretoria do Terminal pelo telefone (14) 3234-8958.

A Rodoviária da cidade recebe diariamente três mil pessoas, número que aumenta para cerca de seis mil em finais de semana com feriados prolongados (Emdurb)

Adriano Araújo

Estudantes de ensino superior com até 35 anos também têm direito ao desconto de 25% na tarifa do transporte público. Para conseguir o benefício, é preciso fazer um cadastro na Loja da Transurb, na Rua Ezequiel Ramos 6-77 no Centro. Para a confecção do cartão, é preciso apresentar documento de identidade com foto e comprovante de matrícula.

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E a vida universitária bate na porta...

N

o começo, você tem a impressão de que nada vai dar certo. De que você errou a questão mais idiota do vestibular. De que o cara do seu lado – aquele que não parava bater o pé no chão ou batucar a caneta na mesa – vai se sair melhor do que você. De que deveria ter estudado mais durante os – sei lá – dez anos de escola. Sai da prova. Ansioso por semanas, passa pelo período de aceitação. Na verdade, Se não passar, o máximo que pode acontecer é ter que recorrer ao cursinho ou tentar de novo. O dia do resultado chega. Seu nome aparece entre tantos outros e você simplesmente não sabe se ri ou chora. A sensação única de vitória toma conta do seu espírito e é impossível não sorrir diante do que vem por aí. A matrícula apresenta um pedaço do que você vai conhecer nos meses seguintes com tinta, ovo e farinha. Pessoas animadas e dispostas a ajudar, pessoas que entendem com certa nostalgia o momento. A mudança para uma nova cidade nunca é fácil. Você pensa na comida da sua mãe, no seu quarto, nos amigos da escola. Chegar em uma cidade desconhecida parece tão maravilhoso quanto assustador, como o monstro que habitava um corredor escuro da sua casa ou o espaço debaixo de sua cama. A tinta parece não sair dos seus cabelos nem o sorriso de divertimento. Fazer pedágio para arrecadar dinheiro para sua

Mácia Matsumoto

própria festa é mais divertido do que você imagina, apesar do cansaço que vem depois. Na primeira semana, você está conhecendo e descobrindo, aproveitando o momento de ser um universitário, de ter escolhido um curso que é o que você sempre quis. Você faz amigos de cidades que desconhecia, conhece pessoas que se vestem das mais diversas formas, pensam coisas que você jamais acreditaria. Se aproxima mais de alguns, entende melhor outros, ainda não encontra nada em comum com tantos outros. Quando as aulas começam, seu empenho está em conciliar toda a diversão com o trabalho e estudo que lhe esperam nessa nova fase. As semanas passam, você visita seus pais, conta as novidades. Um pedaço de você ainda mora com eles. Mas outros foram deixado ali: sua nova casa, seus novos amigos, sua nova vida... A parte dificil não é ignorar que você sente saudades de casa. Você tem apoio dos amigos nessas horas. Passar um dia sem fazer nada nunca pareceu tão bom. Visitar amigos pela cidade é sempre uma possibilidade. Ir às festas e se esquecer do horário, ver o sol nascer enquanto as últimas notas de uma música qualquer tocam, no que parece ter sido a festa mais legal que você já foi. O estudo nem sempre parece ser o que você quer ou o que você achou que seria, mas não se preocupe, ele vai ser útil e vai

crônica

te fazer crescer de alguma forma. O tempo para ler, pesquisar, entender vai parecer pequeno. Você vai fazer coisas que gosta e outras que odeia. Ou que vai começar a odiar. Vai descobrir que nem tudo são flores, mas vai passar por elas e no fim de um semestre, de um ano, de dois anos, três... Vai descobrir que valeu a pena. Cada ano será memorável de uma maneira e, como num passe de mágica, você estará sujando seus próprios “bixos”, acompanhando os passos deles com os mesmos olhos nostálgicos que viram o seu dia de matrícula. A duração de seu curso parece gigantesca, mas esses anos passam rápido em boa companhia, com grandes e pequenas expectativas. Eu diria uma coisa que soará repetitiva, mas que nunca fez mais sentido do que durante meu tempo de faculdade: carpe diem. A dica daqui para frente é ‘aproveite’. A faculdade é uma experiência singular e que não pode ser comparada com a escola ou com sua festa de formatura. Se você ainda não teve tempo o bastante para mudar e descobrir, essa é a hora de correr atrás do atraso e do que parece inalcançavel. É a hora de dizer olá ao que será sua vida ‘adulta’. E se você estiver com medo ou em dúvida, saiba que não é o único. Experimente, divirta-se, conheça. Vale a pena,

Faça valer a pena!


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