QUADRA PÚBLICA
Conheça mais sobre a cidade de Bauru, seus patrimônios e quem usufrui desses espaços
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PROPOSTA
QUADRA PÚBLICA - novembro de 2011
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s patrimônios públicos urbanos são imagens vivas de tempos passados ou presentes da sociedade, constituindo ícones de memória, como uma igreja matriz ou um coreto. De acordo com a lei, patrimônio público é o conjunto de bens e direitos, mensurável em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um Município, a uma autarquia ou empresa pública. Os bens permitem que o passado interaja com o presente, de forma a transmitir conhecimento e a formar a identidade de um povo. Só na cidade de Bauru existem 36 bens tombados, como a Aliança Francesa, sem contar outros 20 que estão em estudo para serem tombados, espalhados por toda a cidade. Aliados aos espaços públicos, eles constituem um importante mecanismo vivo de interação social e cultural da população local. Nossa equipe de reportagem foi tentar entender as questões por trás dos bens públicos para apresentar histórias e curiosidades dos principais patrimônios bauruenses.
Só para facilitar...
O que é um tombamento? É um conjunto de ações, realizadas pelo poder público, que visa preservar os bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo, impedindo a sua destruição e/ou descaracterização.
Foto: Celso Melani
Há diferença entre espaço e patrimônio público? O espaço público é considerado aquele de uso comum e posse coletiva. A rua é um bom exemplo de espaço público. Já o patrimônio público é um bem material, histórico ou cultural que está sob o poder do governo.
Deve-se tombar apenas bens luxuosos? Não, muitos imóveis modestos construídos com técnicas interessantes e originalidade expressam hábitos ou outro valor, como as casas de tábua trazidas pela ferrovia, as obras de taipa de mão ou taipa de pilão, ou as manufaturas e fábricas
PÚBLICA Jornal Quadra Pública Novembro 2011 Curso de Jornalismo - Unesp Bauru-São Paulo EQUIPE: Ana Chiavegatti, Ariane Amaro, Bruno Ferrari, Camilla Scherer, Jaderson Souza, Jason Mathias, Juliana Cavalcante, Letícia Greco, Lígia Ferreira, Mayara Ísis, Natália Girolamo JORNALISTAS RESPONSÁVEIS: Ângelo Sottovia Aranha MTB: 12.870 e Renata Malta MTB: 34.600
O que define os bens a serem tombados? Deve-se fazer uma análise dos bens observando-se sua integridade, raridade, exemplaridade (bens mais significativos) e importância arquitetônica, cultural, histórica, turística, sendo que o bem pode agregar um desses aspectos ou outros. Por que o nome tombamento?
Esse nome tem origem em Portugal, vem da Torre do Tombo, ou do Arquivo (uma das torres do Castelo de São Jorge), onde eram guardados documentos importantes que hoje fazem parte do Arquivo Central do Estado Português.
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ÍNDICE
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Preservação
Entenda o processo de tombamento de um patrimônio público
Comunidade
Conheça a Batista: uma das principais ruas da cidade de Bauru
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Cotidiano e Lazer
Vitória Régia: o cartão postal mais popular da cidade
Cultura
Os benefícios que o Teatro Municipal e o Centro Cultural trouxeram à população
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História
Estação Ferroviária de Bauru conta a história da cidade
Fala Povo!
A população bauruense dá sua opinião sobre os espaços públicos
Foto: Camilla Scherer
PRESERVAÇÃO
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Bauru defende o patrimônio público há 15 anos Reforma descaracteriza Praça Rui Barbosa e motiva criação do CODEPAC
Jaderson Souza
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s principais órgãos responsáveis pela preservação do acervo patrimonial no Brasil são o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), que é vinculado ao governo estadual. Na cidade de Bauru, a autarquia que cuida da questão é o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (CODEPAC). O CODEPAC foi aprovado em projeto de lei em 1993 e regulamentado em 1996. O professor Nilson Ghirardello foi presidente da entidade por oito anos. O Conselho foi criado depois da reforma que descaracterizou o estilo da Praça Rui Barbosa, no centro de Bauru. Antes do CODEPAC, arquitetos, historiadores e estudantes pro-
testavam contra reformas ou demolições que viessem a alterar algum local que tivesse importância histórica, arquitetônica ou cultural para a cidade. Em Bauru, existem patrimônios mantidos pelo poder público, associações ou pela iniciativa privada. O ex-presidente do CODEPAC diz que os patrimônios que são mantidos por particulares são os mais difíceis de preservar. Existe uma resistência por parte dos proprietários em manter o aspecto original dos bens. O Conselho, inclusive, tentou aprovar um projeto de lei que previa a isenção de IPTU para os proprietários de imóveis tombados. O projeto foi rejeitado pela Câmara Municipal. Para que o imposto pudesse ser abatido, os proprietários deveriam apresentar no-
As cinco etapas do processo de tombamento de patrimônios públicos 3 Parecer histórico: pesPedido de tombamento do imóvel: pode ser feito por quisa da relevância histórica, cultural ou arquitetônica do qualquer cidadão que tenha uma justificativa para o tom- patrimônio; bamento; 4 Levantamento métrico: 2 Levantamento das esavaliação das condições físicas do bem; crituras: pesquisa sobre os antigos donos do imóvel; o dono atual é notificado da ab- 5 Votação do conselho: caso receba resposta positiva, ertura do processo; é encaminhado para aprovação do prefeito. 1
Tombamento de imóveis é lento e complexo Jaderson Souza
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CODEPAC é o órgão que está à frente da preservação do patrimônio público de Bauru desde 1996. O Conselho analisa os pedidos e dá prosseguimento aos processos de tombamento. Entretanto, a palavra final é sempre do prefeito. De acordo com levantamento do Conselho, até setembro de 2011 existiam em Bauru 36 bens já tombados como patrimônio público e 21 em processo de estudo de tombamento. Especulação imobiliária A possibilidade de ter seus bens declarados como patrimônios públicos não é bem-vista por alguns proprietários da cidade. Uma das queixas é a recomendação de que o bem não
sofra nenhuma alteração durante o período em que transcorrer o processo de estudo de tombamento. O último bem tombado, a Fazenda Val de Palmas, demorou 15 anos para ter o seu processo finalizado. A resistência dos proprietários reflete a pouca movimentação no comércio efetivo de bens tombados. Dos imóveis tombados ou em processo de tombamento, os únicos que trocaram de dono foram o Bauru Tênis Clube e o prédio da Aliança Francesa. Atualmente, está prevista multa para os proprietários que não cuidam dos patrimônios de forma adequada. O valor gira em torno de 1 a 20% do valor do imóvel.
tas fiscais de eventuais reformas dos imóveis com o mesmo valor do IPTU. Entre as entidades que participam do CODEPAC estão: universidades, prefeitura e secretarias (Planejamento, Negócios Jurídicos e Cultura, sendo que a última tem dois membros no Conselho), Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru (Assenag), OAB e Associação dos Geógrafos Brasileiros. Apesar de não fazer mais parte do Conselho, Ghirardello acredita ter desempenhado um bom papel enquanto foi membro: “a gente fez um trabalho heróico. Não considero que foi o ideal. Mas foi em um momento em que não se falava sobre preservação dos patrimônios da cidade. Cabe a nós elevar a discussão a um nível mais complexo”.
Plano Diretor deve prever manutenção dos patrimônios Jason Mathias
U
m plano diretor coordena a organização dos espaços e patrimônios públicos de uma cidade. É ele que determina a parcela do dinheiro público a ser aplicada em toda a cidade, de modo a contemplar a infra-estrutura do espaço urbano. Edificações tombadas na cidade de Bauru são enquadradas pelo plano diretor como Áreas de Interesse Histórico, Cultural e Esportivo destinadas a preservação, recuperação e manutenção do patrimônio, diz Rosio Salcedo, arquiteta integrante do Centro Internacional para a Conservação do Patrimônio (CICOP). Porém, não há políticas públicas que apóiem a preservação de imóveis tombados em Bauru. Segundo Rosio, a gestão do conselho não se preocupa com questões pós-tombamento, como a necessidade de incentivos fiscais para os proprietários, maiores informações na documentação histórica e infra-estrutura de acesso e convivência. Como alternativa para a promoção dos patrimônios públicos, Rosio afirma que a prefeitura deve acrescentar no Plano Diretor de Bauru uma regulamentação específica para as Zonas de Interesse Cultural e as Áreas de Interesse Histórico, Cultural e Esportivo, de modo a direcionar os investimentos para a manutenção da infra-estrutura, bem como para a divulgação de informações históricas e culturais dos patrimônios, de modo a mantê-los vivos na memória da população.
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Créditos: Bruno Ferrari
REALIDADE
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. . . o d n a b m o t e s a u Q
Bruno Ferrari
Fotos: Bruno Ferrari
cracia, mas já está em andamento. Próximo ao local, encontramos um dos vizinhos, o barbeiro “Jerônimo Pernambuco”, que vive a trinta e três anos ali na região. Um senhor muito simpático, que nos passou algumas dados. Segundo ele, lá morava um antigo maquinista de trem da cidade. Ele nos contou que os arredores da casa também foram interditados. Uma faixa foi colocada para impedir que os carros estacionem ali, devido ao risco de desabamento. “Ano que vem tem eleição. Quem sabe os políticos não façam alguma coisa”, afirma o barbeiro pernambucano. Continuando a caminhada, já nos afastamos um pouco do centro, próximo ao local onde está sendo construído o “novo shopping. Na década de 30, o conde Francesco Matarazzo instalou 40 indústrias em 30 cidades do interior, Bauru foi uma delas. Era o início da fase de plantio do algodão, período pós-crise de 29. Nascia, assim, as “Indústrias Matarazzo”. Mas hoje, no local onde funcionava a fábrica, a situação é diferente. Os prédios, considerados históricos, simplesmente foram demolidos em 2002. O que sobrou foi apenas um galpão. E lá, encontramos “Maria Eunice”.
Créditos: Bruno Ferrari
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aminhando pelas ruas do centro da cidade não é raro nos depararmos com casas e edifícios antigos. Muitos foram construídos a mais de meio século e ainda mantém estilos arquitetônicos clássicos. Essas construções têm uma importância incalculável, pois representam a própria história do município. Muitas delas acabam sendo “tombadas” pela prefeitura e passam ser preservadas, uma vez consideradas “patrimônios históricos” . No entanto, mesmo depois do processo de tombamento, imóveis acabam esquecidos. Um bom exemplo é uma casa localizada na Rua Araújo Leite. É uma construção bem antiga, apresenta rachaduras e infiltrações, ameaçando os vizinhos e até mesmo as pessoas que passam na rua. Poucos sabem, mas essa casa é muito especial. Foi uma das primeiras ocupações urbanas de Bauru. Quando ela foi tombada, a intenção era fundar a “casa do colono” (uma construção simples com elementos que lembrem a época em que a cidade começava a ser ocupada). A prefeitura quer comprar a casa. O problema é que a residência vem de uma antiga herança, e nesse caso, o processo é cheio de buro-
Cidadãos relatam a história de Bauru
Ela tem 61 anos e mora lá há 9 com sua família. Além dela, mais quatro pessoas também vivem ali, seu marido e seus três filhos. Inicialmente, o casal trabalhava como caseiros da área . No entanto, do dia pra noite, sem nenhum aviso, receberam uma notificação, dizendo que deveriam sair de sua casa, pois essa seria demolida. No local, deverá ser construído o estacionamento do “novo shopping”. Pelo menos, é isso o que Maria Eunice acha, porque em nenhum momento foi explicado a ela os reais motivos da desapropriação. Hoje, ela luta na justiça por uma indenização e busca outro lugar pra morar. O descaso não termina por aí. Além de tudo isso, ainda há uma pendência trabalhista com seus ex-patrões. Segundo Eunice, eles não descontaram do seu pagamento alguns encargos como FGTS (fundo de garantia) e INSS (referente a aposentadoria). “Esse pessoal tem muito dinheiro”, desabafa Maria Eunice. Percebemos que a degradação não se dá apenas contra o patrimônio público, mas também contra a vida de pessoas que são tratadas como marionetes dentro de um grande show dramático dirigido por senhores de colarinho branco.
“Mesmo depois do processo de tombamento, imóveis acabam esquecidos”.
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A Batista tem de tudo! Nascida praticamente junto com a cidade de Bauru, a Batista de Carvalho é um dos principais pontos do comércio e da história da cidade
Camilla Scherer
Foto: Camilla Scherer
COMUNIDADE
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“Diariamente, milhares de pessoas circulam pelas quadras da Batista, onde encontram de tudo”.
uem anda pelo calçadão da Batista de Carvalho, uma das principais e mais tradicionais ruas de Bauru, nem imagina quantas mudanças aquelas quadras testemunharam. Presente no cotidiano bauruense desde 1900, e ainda sequer sem nome, a Batista de Carvalho hoje é um dos maiores centros comerciais da cidade, contando com sete quadras e cerca de 130 lojas, num espaço exclusivo para pedestres. Diariamente, milhares de pessoas circulam pelas quadras da Batista, onde encontram de tudo: eletrodomésticos, comida, bijuterias, roupas, calçados, medicamentos... ou simplesmente um espaço para “batistar”. A gíria é comum aos bauruenses, que têm o costume de passear pelo calçadão para olhar vitrines ou tomar um lanche. Os comerciantes que alugam um ponto na Batista chegam a pagar de R$500 a R$600 pelo metro quadrado, variando de acordo com a quadra. Até o começo do ano, tudo isso era administrado pela Associação das Empresas do Calçadão (AEC), mas problemas com o Tribunal de Contas da União fizeram com que a Prefeitura assumisse esse papel. Dentre a infinidade de pessoas que circulam pelo calçadão
diariamente, está dona Dirce. A aposentada de 56 anos trabalha todos os dias na Batista de Carvalho como vendedora de “icegurte”. Das 10h da manhã até as 5 da tarde, ela vende os saquinhos de iogurte para economizar dinheiro e pintar a casa própria. Mas a rotina de dona Dirce começa bem mais cedo, por volta das 8:30. “Senão não dá tempo de pegar o ônibus e depois pegar os iogurtes na firma”, diz a aposentada que mora no Jardim Planalto. Apesar de ter renda própria, dona Dirce conta que muitos amigos que também trabalham no centro dependem da venda do produto para sobreviver. “Sabe aquele carrinho que fica em frente à Câmara? Então, ela vive disso”.
Batista quem?
As quadras e contornos da Batista de Carvalho se desenvolveram graças à Estação Ferroviária, hoje próxima ao calçadão. Os trabalhadores da estação fixaram moradia por ali, como muitos até hoje fazem, dividindo o espaço do comércio com a própria casa. A história da rua passa pelo comerciante João Batista de Carvalho, que tinha uma loja na esquina da Batista
com a Araújo Leite. No local, ele colocou uma placa batizando a rua de “Rua dos Esquecidos”, sendo homenageado depois com o próprio nome. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento de Bauru, quem cuida da limpeza diária da Batista de Carvalho é a EMDURB, e a manutenção elétrica e do próprio calçadão são responsabilidade da Secretaria. Dona Dirce conta que um dos problemas que mais vê na Batista são pessoas escorregando nos azulejos, principalmente nos cruzamentos com as avenidas. “Sempre cai gente aqui. Já vi até mulher com criança de colo, grávida caindo”. A Secretaria de Desenvolvimento afirma que já foi aberta uma licitação para substituição das pedras do calçadão, e para terceirização dos serviços de manutenção da via. Até lá, a Batista de Carvalho vai continuar oferecendo aos cidadãos bauruenses e de cidades vizinhas, o que já se via a muito tempo: oportunidades de negócios, renda para o comércio da cidade, um espaço de convivência e até a oportunidade de “batistar” como forma de lazer. Há mais de um século presente no espaço de Bauru, o calçadão vai continuar contando dia após dia a história da cidade e do seu povo.
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ESPORTES
Foto: Natália Girolamo
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Bauru ganha praça paradesportiva Além das quadras de esportes, o espaço é ponto de integração para todos
Natália Girolamo
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Academias ao ar livre se multiplicam em Bauru
Natália Girolamo
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proposta do prefeito Rodrigo Agostinho é simples: proporcionar à população bauruense por meio da prática esportiva, saúde, inserção social e qualidade de vida. Como fazer? Instalando em diversos pontos da cidade as chamadas academias ao ar livre, complexos formados por equipamentos de ginástica. Os conjuntos são compostos por simulador de caminhada, volante vertical duplo, balanço lateral, bicicleta, abdominal e elevação de braços. A Secretaria de Esportes já implantou 12 equipamentos desde 2009, em diferentes bairros da cidade, tais como praça da Copaíba, na Avenida Getúlio Vargas; praça Alcides Pasquarelli, no Jardim Redentor; no bairro Nova Esperança. Junto com os benefícios de integração social, outras demandas também são levantadas: qual a real eficácia dos exercícios realizados nesses conjuntos? Como fica a questão da manutenção dos equipamentos? Segundo o Conselho Nacional de Educação Física (CONFEF), é imprescindível a presença de profissionais nesses espaços, o que não acontece em Bauru. O órgão sustenta a posição de que o risco de lesões durante um movimento acompanhado por um profissional é infinitamente menor; tirando o fato que em casos de acidentes, tais como mal súbito e afins, a primeira assistência será concedida por alguém treinado. Por consequência da falta de instrução aos usuários, os complexos esportivos sofrem com equipamentos quebrados e falta de manutenção periódica. De acordo com a Prefeitura, a ideia é que seja firmado um convênio entre a Secretaria de Obras e a Secretária Municipal de Esporte e Lazer (SEMEL), ainda sem previsão para ser implementado, para que ocorra efetivamente a conservação dos aparelhos. Para o professor de Educação Física Valério Matos, as academias ao ar livre são a maior expressão democrática do esporte; “qualquer um, seja criança ou adulto, pode desfrutar do espaço público que lhe é de direito, e aí pode ser tanto para o lazer quanto para a saúde”.
Fotos: Natália Girolamo
oucos discutem a importância do esporte para o desenvolvimento pessoal. Agora, imagine a dimensão que a prática esportiva toma para os deficientes físicos. Com o objetivo de promover a integração entre a sociedade e os portadores de necessidades especiais, a Prefeitura de Bauru e a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência firmaram um convênio. E quem ganha é a população. No dia 20 de setembro, foi inaugurada a Praça Paradesportiva, projeto inédito no Estado de São Paulo. O Estado disponibilizou R$ 1,6 milhão, a prefeitura concedeu o espaço para a construção e se responsabiliza pela manutenção. Situada na rua Nuno de Assis, quadra 5, a praça conta com acessibilidade plena, tanto no interior do complexo quanto fora, com piso antiderrapante contornando a construção. As pessoas que passarem pelo Jardim Bela Vista poderão observar os cadeirantes praticando handebol, tênis, basquete e futebol, em uma das três quadras disponíveis. A previsão é que o local ganhe também campo de futebol society, playground com tanque de areia e pista de caminhada cimentada, itens que ainda não foram entregues. De acordo com Maria Amélia Theodoro, responsável por agendar as práticas e gerenciar a Praça, a intenção não é isolar os deficientes nesse ambiente, mas sim integrá-los à sociedade; “por isso, o espaço não é restrito a essas pessoas, além de inserir os deficientes no esporte, [a Praça] serve como convívio”. Já para Carol Silva, 9 anos, é fácil dimensionar a importância do local: “se eu não estivesse aqui, ia ficar a tarde toda vendo TV, presa dentro de casa”. As crianças são as que mais se beneficiam, com treinos esportivos.A praça Paradesportiva comporta 150 pessoas em atividade simultânea e 1.200 pessoas por dia.
Integração, lazer e saúde são os destaques na academia instalada na Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube
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COTIDIANO E LAZER
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Vitória Régia, o cartão postal de Bauru Parque é área verde para se divertir e ganhar dinheiro
Lígia Ferreira
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onsiderado o mais popular cartão de visitas de Bauru, o Parque Vitória Régia é aberto ao público todos os dias do ano. Localizado na avenida Nações Unidas, altura da quadra 24, também é famoso pelo projeto do arquiteto Jurandyr Bueno Filho, o Anfiteatro Vitória Régia, constituído de concha acústica e arquibancadas. O anfiteatro não tem sido muito utilizado, mas já serviu de palco para grandes eventos culturais e populares. Hoje o parque Vitória Régia é mais aproveitado como palco de feiras de artesanato, shows musicais e eventos comemorativos da cidade. Além disso, abriga um espaço de recreação com brinquedos; gira-gira, balanços, gangorra e escorregador fazem a diversão das crianças. Há uma ampla área verde utilizada em caminhadas, piqueniques e outras atividades que a população se sentir confortável em fazer, como os treinos de uma equipe de futebol americano, todos os sábados e
domingos. A inspiração para o nome do mais famoso espaço público de Bauru vem de uma planta aquática exuberante: a Vitória Régia. Ela lembra uma espécie de “bandeja” por causa do seu formato circular. Verde na parte interna e púrpura na borda externa, pode ser encontrada em lagos e rios de águas calmas. Como em outros lugares de visitação pública ao ar livre, as autoridades policiais recomendam que o parque não seja visitado em períodos de baixa concentração de pessoas e após às nove e meia da noite.
aos domingos e feriados, é muito mais do que eu ganhava quando trabalhava de secretária; por isso minhas expectativas são de continuar e crescer”, conta Josi. O pula-pula de Josi atrai a criançada, por isso ela afirma que o parque não é importante só para ela, mas para toda a população. “Aqui no parque as crianças têm uma forma de diversão e lazer, e a gente une isso a nossa fonte de renda”, comenta. Segundo os trabalhadores do local, a prefeitura tem investido bastante no parque, deixando-o sempre limpo, exercendo seu papel de manutenção, mas afirmam também que eles fazem a sua parFonte de renda te para manter tudo sempre em ótimas condições. Além de ser local de lazer o Outro comerciante do local, parque também é a fonte de ren- Osni Celestino da Silva, diz que da de muitos trabalhadores do seria ainda melhor se houvessem comércio informal. Josi Santos, mais parques como o Vitória Ré42 anos, tira o sustento da famí- gia na cidade; “assim a população lia toda com o negócio que man- teria mais opções de lazer e mais tém no parque há dois anos. “O comerciantes teriam espaço para que eu ganho aqui, trabalhando trabalhar”.
Fotos: Lígia Ferreria
“Hoje o parque Vitória Régia é mais aproveitado como espaço para feiras de artesanato, shows musicais e eventos comemorativos da cidade”.
O Parque Vitória Régia é um lugar para diversão, trabalho e lazer
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Um carregador de histórias
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heguei à rodoviária de Bauru como quem estava lá pela primeira vez. Aqueles que por mim cruzaram devem ter sentido de longe o cheiro do nervosismo. Nem parecia que já estivera ali inúmeras vezes, e tampouco se podia notar que aquela não era minha primeira entrevista. Tomada pela ansiedade, procurei o banheiro para acertar as ideias e ir em busca de meus “personagens” e suas histórias. Fui à área de desembarque. Ao subir a rampa vi seu Antonio, encostado na mureta, esperando por serviço: mais um desembarque e malas para carregar. Me aproximei e comecei uma fala pretensiosa de quem estava sedenta por “histórias curiosas e fantásticas”. Simples e simpático, Seu Antonio, 60 anos, foi contando como gosta da vida bauruense, depois de 11 anos na cidade e de trabalho na Rodoviária. Com uma palha no canto da boca foi desmontando minhas ideias e revelando como “vai levando” o dia-a-dia cruzado com tantas vidas. De fala serena, o trabalhador vai pontuando o “diferente”. “De bom ou de ruim?”, intervém Seu Antonio. Os que entregam as malas ao carregador mal imaginam que ele está há seis anos sem férias ou folga, trabalhando de segunda a segunda das 6h30 às 14h30 e das 20h30 às 23h30. E ele reclama? Que nada! Cada vez que questiono, ele é sempre enfático: “Mas tá bom, né”. Talvez o segredo dessa calma com a vida seja fruto de sua raiz, uma cidade de vida pacata no interior
do Paraná, onde passou boa parte de sua vida trabalhando na roça. Como quem já viu de tudo um pouco, ele baixa o tom para falar das pessoas que ajuda como e quando pode. Senti um certo pesar e ao mesmo tempo seu ‘pé no chão’ na fala de quem sabe muito bem que não pode levar os “problemas” para casa. Nem mesmo naquele dia em que juntou papelão para uma mãe e seus filhos passarem a noite na rodoviária, ou em tantos dias em que vê jovens e crianças à mercê das drogas e praticando pequenos furtos. Seu Antonio diz que, às vezes, chega em casa e conta à sua mulher, companheira de 41 anos, ou a seus quatro filhos as horas passadas no trabalho. Talvez sejam os dias em que as bagagens pesem demais, dias em que carrega histórias para si. Mesmo que não “guarde” as vidas com que cruza diariamente, pois diz ter visto tantas histórias que a maioria delas já se tornaram “bônus” ou “ ônus” da vivência diária, relegadas ao necessário esquecimento, Seu Antonio mantém a solidariedade, educação e a presteza dos que lidam com gente. Enquanto informalmente me dá toda a atenção, retém os olhos em uma mãe e seus dois filhos. Nossa conversa só é interrompida por sua preocupação em ver se essa família chegaria ao seu destino. Seu Antonio se despede para levar mais algumas bagagens, as últimas do dia, com a satisfação de quem ajuda como pode e carrega algumas histórias para casa. Mas, “tá bom, né?”.
Fotos: Mayara ìsis
Mayara Ísis
COTIDIANO E LAZER
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Seu Antônio, o carregador de bagagens e de histórias da rodoviária de Bauru.
Bem-vindo ao Zoo! Ariane Amaro
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onça brinca tranquilamente com sua companheira de cativeiro, enquanto os macacos fazem graça para os que passam e os observam. Rodeado por mata nativa, o Zoológico de Bauru possui habitats preparados, cuidadosamente, para receber cada espécie Há 20 anos na cidade, o zoo busca desenvolver a conservação das espécies fora da natureza, trabalhar com pesquisa na área, promover a educação ambiental e o lazer. O zoológico conta com uma equipe técnica composta por dois biólogos,
Fotos: Ariane Amaro
dois zootecnistas e 2 veterinários que, além de cuidarem do ambiente, desenvolvem pesquisa em busca de benefícios para o cuidado com os animais em cativeiro. Eles recebem toda a atenção necessária para uma sobrevivência saudável; 90% deles são nascidos em cativeiro e alguns são trazidos pela polícia ambiental ou pelo IBAMA. Estes, quando machucados, recebem cuidados e, caso advenham de ambiente livre, são devolvidos ao seu habitat natural. O zoo conta com uma equipe de 60 funcionários que cuida da lim-
peza, planejamento dos ambientes e são responsáveis por garantir uma alimentação balanceada aos animais. Entramos em contato com um espaço rodeado de árvores no meio da cidade, onde é possível conhecer variadas espécies de animais. É assim o zoológico de Bauru, um passeio que não pode ser esquecido no roteiro turístico da cidade. Diversão para crianças e adultos. O zoo fica na Praça das Cerejeiras, número 1-59, e funciona de segunda à sexta das 8h às 16h e aos sábados, domingos e feriados das 8h às 17h.
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CULTURA
PALCO PRA TODA OBRA
Juliana Cavalcante
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Centro Cultural: O que tem por lá - Teatro Municipal - Brinquedoteca, Biblioteca Infantil - Gibiteca Municipal - Salas para Artes Visuais - Artes Cênicas e Música - Biblioteca Municipal “Rodrigues Abreu” - Auditório Municipal “Helvécio Barros” - Restaurante “Fantasma da Ópera”.
Cultura em Bauru:
(Esq. para dir.) Centro Cultural e
Peça “Carmem” no Teatro Municipal
Foto: Jéssica Saunite
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Batizado de “Carlos Fernandes Paiva”, o centro cultural da cidade de Bauru custou R$ 3,5 milhões e foi ocupado gradativamente ao longo dos últimos anos. Além de abrigar o Teatro Municipal “Celina Lourdes Alves Neves ”, o centro cultural também sedia a Secretaria Municipal de Cultura (SMC), a Galeria “Angelina Waldemarin Messemberg” e a Biblioteca Municipal Central. A principal biblioteca de Bauru foi inaugurada em 1972. Ficava, inicialmente, no prédio da Câmara dos vereadores. Passou a ter seu próprio espaço no centro da cidade em 1984, com o nome Biblioteca Rodrigues de Abreu. Foi em 1999 que ganhou endereço fixo, logo na saguão de entrada no Centro Cultural. Nilson Batista Júnior, diretor da Divisão de Bibliotecas, explica que o acervo total dispõe de 70 mil exemplares acessíveis para empréstimo, contando ainda com um acervo de livros raros que datam de 1930 e 1940. Estes, só podem ser emprestados via solicitação especial aos bibliotecários. Lá, encontram-se originais do patrono da biblioteca, Rodrigues de Abreu, gibis autografados por Maurício de Souza, livros de poesia de 1930, entre outras raridades. Nilson garante que o acervo aberto é dinâmico e renovado com freqüência. Compra-se livros novos sempre que possível. O incentivo à leitura é a palavra de ordem. O programa proposto pela biblioteca busca reafirmar a importância de se colocar o livro na mão da criança, daí o cuidado com a gibiteca e a biblioteca infantil. São oferecidos projetos com contadores de histórias que estimulam a criatividade e a curiosidade dos pequenos. É muito bom fazer uma visita. É cultura logo ali – e para todas as idades.
Foto: Mariana Torres
Ariane Amaro e Juliana Cavalcante
trabalhos de crianças e adultos anônimos e diversos grupos amadores. No teatro, todos têm lugar. Rosângela Dias cuida da limpeza do Teatro Municipal há 7 anos e tem boas lembranças do que já viu por entre as frestas de cada espetáculo. “Muita gente já passou por aqui, cada sessão é diferente das outras. As pessoas que chegam parecem buscar algo para aprender. Quando elas vão embora também deixam um pedacinho de si”, observa Rosângela. O local foi construído com verba pública e o custo ficou em torno de R$ 1 milhão. O Teatro Municipal tem área total superior a 800 metros quadrados e 488 poltronas, além de dez lugares bem equipados para receber deficientes. Nos bastidores do palco e por trás dos panos da cortina é possível enxergar que o teatro é apenas a mais conhecida das atrações desse grande espaço construído em plena avenida Nações Unidas. O Teatro Municipal de Bauru faz parte do “Centro Cultural Carlos Fernandes de Paiva”, mas tudo o que se cria ali é história para o próximo Ato.
Foto: Sec. da Cultura Bauru
Sim, nós temos cultura!
teatro, mais do que um ambiente público onde se contempla a ficção, é o lugar onde se condensam as ambiguidades e paradoxos, onde a complexidade se une, perfeita, ao questionamento. Onde as danças e tragédias e as encenações e os cantos ganham trato e são tratadas, com uma encantadora multiplicidade de sentidos. Onde estaria, então, a vida e a beleza de uma cidade, sem um teatro? Em Bauru não poderia ser diferente. A cidade sempre foi alvo de críticas, provenientes majoritariamente da classe artística, por não oferecer um espaço adequado e acessível onde fosse possível a apresentação de seus trabalhos. Foi então que, visando atender às exigências dos artistas e aproximar da sociedade entretenimento e cultura, na noite de 26 de abril de 2000 foi inaugurado o Teatro Municipal “Celina Lourdes Alves Neves”. De lá para cá, muitas mãos, pés e vozes construíram por ali: shows musicais e grandes nomes da dramaturgia brasileira passaram por seu palco, assim como os muitos
Estação Ferroviária de Bauru conta a história da cidade A história do desenvolvimento da cidade se confunde com a da linha ferroviária Ana Carla Chiavegatti
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história da cidade de Bauru está diretamente ligada as das linhas ferroviárias de Bauru. O início do desenvolvimento da cidade se deve a criação da estação ferroviária. Bauru era um importante ponto de embarque e desembarque de cargas, principalmente na época áurea do café. Por isso, a Estação Ferroviária é mais do que um patrimônio público e histórico da cidade, é também um patrimônio simbólico. A chegada da ferrovia na cidade se deu no ano de 1905, com a Estrada de Ferro Sorocabana, que ligava Bauru a São Paulo. Em 1906, outra linha foi construída, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, prolongando a Sorocabana. As linhas foram sendo extendidas, e em sua ultima expansão, em 1952, a linha Noroeste chegou à Corumbá, perto das fronteiras boliviana e paraguaia. Segundo Ricardo
Volpe Ortega, coordenador cultural do Museu da Ferroviária, com o advento da ferroviária houve a chegada de imigrantes. Ao todo, as linhas ferroviárias de Bauru possuem 1600 km e chegou a ser uma das maiores redes ferroviárias do estado de São Paulo nas primeiras décadas do século XX. Em 1961, todas as ferrovias paulistas foram encampadas pelo governo paulista. Os trens de passageiro foram extintos em 1995. E em 1998 toda a malha ferroviária foi entregue a iniciativa privada. Hoje em dia, a Estação Ferroviária de Bauru está sendo usada apenas para embarque e desembarque de trens de carga. Além do uso da linha férrea, há dentro da Estação, o Museu Ferroviário. Neste, pode-se conhecer a história da estação através dos diversos
aparelhos e máquinas antigas, que já foram utilizados. Também acontece há cada mês um passei de Maria-Fumaça. “Isso tudo foi uma forma de preservar e revelar para as novas gerações a importância e imponência que Bauru já teve por causa de sua Estação Ferroviária”, acrescenta o coordenador cultural do Museu da Ferroviária. Além da existência do museu, há um projeto em tramite na Câmara dos Vereadores em que se pretende instalar as secretarias da Saúde e da Educação no piso superior do prédio da Estação Ferroviária. O museu ferroviário fica aberto de terça a sábado, das 8 da manhã às 5 da tarde. Só o passeio de ma������� ria-fumaça que acontece excepcionalmente nos terceiros domingos do mês.O telefone de contato do museu é: 3212 8262. Ana Carla Chiavegatti
Edifício Brasil Portugal é um marco da arquitetura modernista em Bauru O tombamento aconteceu em 2002, 38 anos depois de sua construção
Ana Carla Chiavegatti
período, ele não é uma caixa retangular, maciça, pesadamente presa ao solo, e sim, uma alta e inovadora estrutura que é despregada do solo por um pavimento de garagens e outro de uso comum”, e conclui “Essa construção é importante para a cidade como um todo, até nos dias atuais, quando a quantidade de edifícios é bem maior.” De modo geral, o tombamento não encontrou resistência por parte dos moradores, apesar de algumas reclamações por problemas que não podem ser resolvidos. Graciema Achoa, que mora no condomínio há 31 anos, disse que não houve diferença na vida dos condôminos depois que o prédio foi tombado: “Não vi problema, porque quase nada mudou. A única coisa é que não podemos mudar a fachada do prédio. Mas continuo podendo mudar meu apartamento por dentro, posso alugá-lo ou vende-lo. Na vida de quem mora aqui, acho difícil alguma coisa ter mudado”. Já José Carlos Paseto Alves, um morador recente, que vive lá há 7 anos, reclama que o maior problema do condomínio é a pouca quantidade de vagas na garagem, “Tem poucas vagas no estacionamento. Tem um monte de gente que tem que deixar o carro pra fora. E como a gente não pode mexer na infra-estrutura do prédio ou na fachada, não podemos resolver esse problema.”
Fotos: Ana Carla Chiavegatti
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a esquina das Avenidas Rodrigues Alves e Nações Unidas há um grande prédio, de 12 andares, que dá para se ver mesmo longe do local. É o edifício Brasil Portugal, um dos primeiros grandes prédios construído na cidade de Bauru. Ele foi projetado em 1961, pelo arquiteto Fernando Pinho, um português radicado no Brasil, e teve sua construção concluída em 1964. O edifício foi tombado em 2002, através da atuação do CODEPAC, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru. O edifício é um marco da construção civil da cidade por ser uma típica obra modernista. O atual presidente do CODEPAC, Sérgio Losnak, explica esse e alguns outros motivos de seu tombamento: “A obra é extremamente significativa para a cidade de Bauru devido suas qualidades de implantação espacial, construtiva e tipológica. A construção do prédio foi destinada a uma classe média em ascensão, que iniciava o costume de morar em condomínios verticais”. Sérgio Losnak enfatiza também a importância de suas características arquitetônicas, “Sua implantação no lote de esquina é absolutamente original, em diagonal a duas avenidas que lhe dão distanciamento de visuais, imponência e, sobretudo, recuo compatível com sua altura. Ao contrário dos demais prédios residenciais desse
HISTÓRIA
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QUADRA PÚBLICA - novembro de 2011
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QUADRA PÚBLICA - novembro de 2011
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, A L ! A O F V O P Conversamos com a população para saber qual é a relevância dos patrimônios para a cidade. Veja o que as pessoas disseram. Camilla Scherer
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Eu vou na Praça da Paz, no Vitória Régia e no parquinho ao lado. Minhas filhas vão ao zoológico por causa da escolinha. Eu tenho um carinho especial pela Praça da Paz, porque há alguns anos, tinha recreação pras crianças no domingo a tarde, então era um encontro de famílias, tinha jogos que a própria prefeitura levava, e isso faz falta. Hoje a Praça se transformou em comércio. A Nações Unidas ta sendo muito bem cuidada, estão sempre cortando a grama, pintando as guias, virou um cartão postal de Bauru mesmo.”
Eu sou de Avaré, e só conheço a Praça da Paz e o Vitória Régia. Eu vou lá quase sempre, porque eu faço caminhada e lá é mais gostoso. Adoro a pizza da Praça da Paz. O ponto positivo da Praça são as barraquinhas de comida a noite. O Vitória Régia é grande, e a vegetação de lá é muito bonita. A infraestrutura é ótima, mas tem muita pichação.” Felipe Campos da Silva, gerente
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Com certeza o maior cartão postal é o Vitória Régia, porque o próprio prefeito faz vários eventos pra Bauru e região. A população que vem de fora já conhece o parque por causa do acesso, e por ser perto do Centrinho. É mais importante que o estádio, que hoje quase não tem jogos, só treino. Eu vou (ao Vitória) quando tem shows. O forte de Bauru é o comércio, então o calçadão oferece uma grande variedade. O zoológico ta fazendo uns eventos todo domingo de manhã com bandas que vão lá tocar, pra atrair a população até lá, porque hoje só quem vai são crianças e escolas.” Natália Lima Alencar, estudante
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Andréia Batista da Silva, vendedora
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Eu conheço só o Vitória Régia, o Sambódromo e a Praça da Paz. O Vitória Régia é o que tem mais a cara de Bauru, porque hoje ele está bem situado; todo mundo que chega na cidade já observa o Vitória Régia, e é onde hoje acontecem os maiores eventos como a Virada Cultural, ou antigamente o Vitória Rock. Hoje qualquer outro tipo de evento musical, apresentações, são lá. Eu acho que deveria ser feito um outro lugar público pra aproximar a população.” Douglas Alves Guerra, vendedor
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Eu sou de São Paulo, e toda vez que a gente vê Bauru nas outras cidades, é o Vitória Régia que está sendo mostrado. Tinha uma exposição fotográfica em São Paulo, a ‘Cidade Sem Limites’, e era o Vitória que mostrava Bauru. Mas pra população, sem dúvida o lugar mais importante é o calçadão da Batista. Tem muita gente que não tem como vir pro shopping faz compra no calçadão. O lugar de Bauru mais esquecido é a antiga estação de trem. Eu já vim de trem de São Paulo pra Bauru e parava ali. Agora é uma judiação. O certo era fazer um shopping que atraísse a população pra lá, ou colocar os camelôs ali”. Marco Aurélio, técnico em informática
Fotos: Camilla Scherer
Eu não freqüento nenhum, porque não tenho tempo, mas a infraestrutura dos lugares é boa. Mas o que lembra a cidade lá fora é a Ferroviária, ou o lanche. Aquele projeto que desenvolveram de fazer um boulevard naquele espaço ia colocar Bauru entre as grandes cidades, com grandes obras. Ia diferenciar o interior paulista.” Bruno Alexandro, gerente
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O mais importante pra cidade é o calçadão, porque é o centro do comércio. É o que eu mais freqüento, eu gosto de lá. Eu gosto da infraestrutura, é bem limpo, mas poderia melhorar o atendimento das lojas também. Mas o Vitória Régia é o cartão postal mesmo, porque é o único lugar que tem mais bonitinho. Jessica Roberta Chalita, vendedora
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O Parque Vitória Régia é o principal. É o lugar onde tem mais shows, eventos, tem espaço pra criança, adulto, até pra cachorro. Eu morava do lado, então sempre levava meu filho pra brincar ali. Eu acho que deveria haver mais eventos no Sambódromo, porque não tem evento nenhum lá naquele espaço.” Sandra Pereira Palombo, vendedora