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Capítulo Sete

Ajudando a servir mesas com Pear, anotando pedidos para o bar e pegar comida da cozinha não era ruim. Eu não tinha certeza o que mudava em relação as gorjetas, desde que eu não era realmente uma funcionária que não tinha um salário fixo, mas eu esperava que não fossem ruins

Era um trabalho que não precisava pensar muito enquanto eu ia e voltada, e eu podia fingir que eu tinha escolhido esse trabalho, e não que eu estava desesperada por ele. A única coisa que não conseguia evitar era me perguntar onde minha mãe estava e se ela estava bem. Era uma preocupação familiar que eu passei vários anos sendo obsessiva até que eupudesse sentir as úlceras se formando em minha barriga. Eu não iria fazer isso novamente. Pelo menos era isso que eu dizia a mim mesma, mas se eu quisesse ser honesta comigo mesma, e com os outros, eu sabia melhor que isso.

Eu deixei um prato de wings11emuma mesa que imaginei estar cheias de policiais a paisana, ou do exército, baseado em seus, quase idênticos, cabelos raspados. E puta merda, haviam vários caras yummy sentados ali. O cara quente que Jax estava conversando se juntou a ele e, eu estava um pouco nervosa em me aproximar daquela mesa desde que eu estava imaginando eles vestidos em diversos uniformes na minha cabeça.

“Obrigado”. Um dos caras disse enquanto eu colocava um suporte com guardanapos na mesa. De perto, ele tinha os mais incríveis olhos azuis.

Eu sorri enquanto juntava minhas mãos. “Precisam de refil ou outra coisa?”

“Estamos bem”, outro cara disse, sorrindo.

Concordando, eu rapidamente andei de volta para o bar, para poder substituir Roxy em seu intervalo. Eu não tinha ideia de como Jax parecia que tinha acabado de chegar, ainda sorrindo e cheio de energia, mesmo que ele estivesse trabalhando tanto tempo quanto eu. Estalando meu pescoço, eu fui em direção a um cara, que não poderia ser muito mais velho que eu, estava esperando. O dia tinha sido longo e chinelos eram tão

11 Prato com as coxinhas da asa do frango

inapropriados para o trabalho no bar, fazendo meus pés doerem, mas eu não queria reclamar.

O dinheiro que se acumulava no bolso do meu avental ajudava a manter meus lábios em forma de sorriso.

“O que eu posso pegar para você?”

Ele passou a mão na frente da sua camiseta gigante enquanto seu olhar desviava de mim. “Uh, que tal uma Bud?”

“Lata ou garrafa?”

“Garrafa”. Seu olhar voltou para mim enquanto ele arrumava seus jeans largos.

“Já trago”. Me virando, eu passei por Jax epeguei uma garrafa. Quando o Mona’s costumava ficar cheio, era uma loucura no bar e eu meio que estava surpreendentemente animada pela perspectiva. Havia algo meio Zen em ficar tão ocupada. Voltando para o cliente, eu abri a tampa, sorrindo quando um pequeno ar gelado saiu pelo gargalo. “Conta ou você vai pagando?”

“Vou pagando”. Ele pegou a cerveja enquanto se inclinava sobre o balcão e murmurava. “Pena12”.

Minha sobrancelha levantou. “Pena?” Eu realmente duvidava que esse era seu nome. “Me desculpe?” O cara tomou um grande gole da sua cerveja e suas sobrancelhas franziram. “É uma pena”.

Eu olhei ao redor, sem ter certeza do que ele estava falando, me perguntando se ele já estava bêbado. Eu não precisei interromper ninguém ainda, e realmente não estava ansiando por esse momento. Pelo canto de olho vi Jax parar e inclinar seu corpo em nossa direção. “Me desculpe”, eu disse, “Eu não estou entendendo”.

Com uma mão segurando sua cerveja, ele fez um circulo no ar em direção onde meu rosto estava. “Seu rosto”, eleespecificou e eu inalei profundamente. “É uma pena”.

12 Trocadinho de Shame (pena) com Shane (um nome comum)

Cada músculo no meu corpo travou enquanto eu encarava o rapaz. De um modo, talvez porque eu estive tão ocupada, eu tinha feito o impossível. Eu tinha esquecido da cicatriz. Isso não era uma coisa fácil de acontecer. Ela não tinha somente cortado a pele, ela tinha se aprofundado, se tornando uma parte tangível de mim. Eu sabia que ela era visível, mesmo com a Dermablend13, ela apenas clareava para um leve corte, mas eu tinha esquecido.

Tomando outro grande gole da sua cerveja, ele continuou. “Eu aposto que você foi realmente gostosa em um ponto”.

Aquele comentário ficou. Oh Sim, era como pisar em uma buzina. Isso não deveria me incomodar, a opinião de algum idiota aleatório, mas a picada passou por mim. Eu não sabia como responder. Tinha se passado tanto tempo desde que alguém comentou sobre ela. Provavelmente porque as pessoas que me conheciam, que não ficavam horrorizadas pela cicatriz, sempre me ajudavam quando a maquiagem saia ao longo do dia.

“Dê o fora”.

Eu pulei ao ouvir o som de sua profunda voz, rugindo atrás de mim enquanto eu me virava. Jax estava parado ali, seus olhos brilhando e seu maxilar tenso, preso em uma linha reta. Embasbacada, eu me perguntei por que ele queria que eu saísse. Eu não tinha feito nada e não era como se ele não tivesse percebido que meu rosto era levemente desfigurado.

Mas ele não estava falando comigo.

Claro que não.

Duh.

Jax estava encarando o cara do outro lado do bar, e ele estava se aproximando. Batendo uma mão no balcão, ele pulou sobre o bar, aterrissando do outro lado a centímetros do cara.

“Puta merda”, eu sussurrei, meus olhos arregalados.

13 Uma marca de bases de alta cobertura.

Eu nunca tinha visto ninguém fazer algo como aquilo. Nem sabia que era possível. Jax nem encostou nos bancos do bar. Era como se ele pulasse o bar todo dia. Talvez era isso que ele fazia no seu tempo livre, pulando de novo e de novo sobre o bar.

Pearl parou no meio do salão, encarando Jax, e ela não parecia estar surpresa, o que eu achei estranho. Seu amigo que estava em uma das mesas levantou. O resto dos homens naquela mesa se revirou em seus lugares, encarando, mas não com curiosidade. Mais como se eles estivessem prontos para pular a qualquer segundo.

Jax pegou a garrafa do cara enquanto empurrava o cara com a outra mão, afastando ele alguns metros.

“Whoa, cara, qual seu problema?” O cara de camiseta branca perguntou se equilibrando.

“Eu disse para dar o fora daqui”. Jax estava cara a cara com ele, e sendo um bom tanto mais alto, era bem impressionante. “Nesse maldito segundo, seu pseudo-gangster”.

“Mas que porra? Eu não fiz nada de errado”. O cara de camiseta branca se afastou. “Apenas estava tentando beber”.

“Eu não dou a mínima para o que você estava tentando fazer”. Os músculos em suas costas ficaram tensos sob sua camiseta. “Tudo que me importo agora é que você saia desse bar”.

“Cara, isso é muito errado”. O cara de camiseta branca inclinou sua cabeça para o lado como se ele estivesse provocando, o que pela aparência e pelo som que Jax fez, eu podia dizer que foi uma má idéia. “Você não pode simplesmente me expulsar por essa merda”.

E o cara de camiseta branca apontou diretamente para mim.

Meu estômago revirou novamente e, antes que eu pudesse perceber o que estava fazendo, eu levantei minha mão, pressionando meus dedos contra a linha saltada em minha bochecha. Me forcei a afastar minha mão.

Ele não havia terminado. “O que você esperava, cara? Não é minha culpa que ela é a filha da Mona. E não é como se você não pudesse ver seu rosto"

“Termine essa frase e eu vou foder tanto com seu rosto que você vai enxergar dobrado pelo resto da sua vida, seu idiota”.

Oh Deus, isso estava saindo fora de controle. Eu fui em direção ao balcão. “Jax, apenas esqueça isso. Não foi nada”.

O rosto do cara de camiseta branca ficou um rosa profundo. “Aw, cara, você está começando realmente a me irritar”.

Graças a Deus que seu amigo estava em pé ao seu lado agora, porque Jax parecia não ter me ouvido. “Vamos lá, Mack”, o amigo de Jax disse, segurando ele pelo braço e, de uma maneira nada gentil, o guiando pela porta. “Vamos dar o fora daqui antes que Jax encoste em você”.

“Mas que porra?” Mack explodiu, me fazendo pular novamente, deixando os músculos tensos no meu pescoço e costas. “Você não está de serviço, Reece, então você pod...“

“Em serviço ou não, você pode querer repensar essa frase”.

Ah, então Reece, seu amigo, era um policial. Com as mãos trêmulas, eu as esfreguei pelas minhas coxas, esperando que essa cena toda terminasse logo. Todos no bar estavam ouvindo isso sob a música, observando esse confronto. Isso só deixava as coisas piores.

Jax os acompanhou em direção a porta, suas mãos fechadas em punhos, coladas junto a seu corpo.

“Você é perturbada”. Mack disse, parando na porta para que pudesse ter suas últimas palavras. “Você acha que tem problemas agora? Você ainda não viu merda nenhuma. Sua mãe...”

“Deus, vocês nunca aprendem”, Reece gritou, empurrando Mack porta a fora e, enquanto ele desaparecia na noite, Reece olhou para Jax. “Vou ter certeza que esse pedaço de merda saia daqui”.

“Obrigado”. Jax gritou, se virando. Seu olhar pousou em mim.

“Isso foi por causa de Mona?” Pearl perguntou em uma voz baixa, e isso respondia por que ela não estava surpresa quando Jax pulou sobre o bar. “Ela fez"

pausa”. “Não”. Ele gemeu, dando a volta no bar. “Cuide do bar até que Roxy saia de sua

Pearl ficou confusa, mas concordou enquanto arrumava seu cabelo loiro. “Pode

deixar”.

Eu não me movi enquanto observei Jax dar a volta pelo bar parando na entrada. Ele fez um gesto para mim. “Venha aqui".

Meu coração estava a mil e eu não queria me mover, porque ele soava e parecia irritado, e eu não tinha certeza se ele estava bravo comigo. Depois de tudo, ele tinha concordado comigo trabalhando aqui, mas isso não queria dizer que ele estava do meu lado. Considerando que a briga quase estourou minha primeira noite de trabalho, não era um bom sinal.

“Venha aqui”. Jax pediu novamente, sua voz dura e seca. “Agora”.

Com minha respiração presa na garganta, meu pé se moveu em sua direção. Enquanto eu passava por Pearl na saída, ela me olhou de um jeito preocupada. Eu sabia que eu não tinha feito nada errado, mas ainda assim, nada disso era coisa boa.

“Jax” -

não”. Ele segurou minha mão, me puxando pelo resto do caminho de trás do bar. “Agora

Demandou muito da minha vontade, mas mantive minha boca fechada enquanto ele me guiava pelo corredor, em direção ao escritório. Abrindo a porta, ele me guiou para dentro e meu estômago estava em algum lugar perto dos meus pés enquanto ele fechava a porta. Eu tentei novamente, mas quando ele me virou, sua mão ainda em volta da minha, todas as palavras que eu tinha na ponta da língua morreram.

Nossos olhares se encontraram por uma fração de segundo e, quando eu virei meu queixo para a esquerda, ele inalou profundamente. “Me desculpe pelo que aconteceu lá fora. Eu"

“Você está pedindo desculpas?”

Meu olhar levantou para encontrar o dele. “Sim, eu acho. Quero dizer, o cara foi um idiota, mas ele"

“Você está falando sério?” Seus olhos estavam tão escuros que eu me perguntei como eles mudavam de cor assim tão fácil. “Você não tem que pedir desculpa nenhuma por aquele imbecil”. “É minha primeira noite e você teve que expulsar alguém”.

“Eu não ligo se é sua primeira noite ou sua décima, se alguém agir daquele jeito, ele está fora. Sem segunda chance”. Ele estava olhando para mim, e seus olhos estavam tão intensos como se ele pudesse ver tudo além de mim.

“Você não está bravo comigo?”

“O que?” Seus olhos arregalaram enquanto sua mão se moveu para meu cotovelo. “Qual razão eu teria para ficar bravo com você, Calla?”

Eu balancei minha cabeça. Pensando melhor sobre isso, realmente soava como uma pergunta idiota.

Seus olhos se estreitaram. “Você não pode estar falando sério”.

De repente, eu estava desesperada para sair desse cômodo ou, pelo menos, mudar de assunto. “Ele disse algo sobre problema, Mack disse. Ele estava falando sobre minha mãe?”

“Isso não importa agora”.

Eu pensei que importava. “Então por que estamos aqui atrás?”

“Eu queria ter certeza que você estava bem”.

Essas palavras ficaram se repetindo na minha cabeça. Ele queria ter certeza que eu estava bem e isso... Isso era gentil.

“Você não fez nada de errado lá”, Jax continuou enquanto apertava gentilmente meu braço, de um jeito confortante. “Eu estou irritado porque foi tudo besteira”.

“Sim, bem, foi, mas...”

Ele inclinou sua cabeça para o lado. “Mas o que?”

Calor atingiu meu rosto e eu dei um passo para trás, o mais longe que conseguia ir com sua mão ainda segurando meu cotovelo.

dedos.

Eu dei outro passo para trás, ficando contra a parede, minhas costas encostadas nela, e ele ainda estava na minha frente. Meu corpo todo tremia em reconhecimento. Eu comecei a desviar o olhar, a virar minha cabeça.

Como na noite anterior, dois dedos encontraram meu queixo, forçando meu rosto na direção do dele, e sua cabeça estava se abaixando em direção da minha. E sua boca... Estava a centímetros da minha.

“O que, Calla?” Ele reclamou o espaço, a ponta de suas botas encostando em meus

“Você não acredita no que ele disse, né?” Sua voz era baixa, calma.

Minha garganta ficou seca.

Ele soltou meu braço e pressionou sua mão contra a parede, mantendo a outra ainda em meu queixo. “Eu não posso acreditar nessa merda”.

Eu pisquei. “Não é como se eu tivesse baixa autoestima. Eu só sou realista...como a Rachel Realista14 . ”

“Rachel Realista?” Sua sobrancelha levantou enquanto ele repetia as palavras, agora sem emitir nenhum som.

“Sim”, eu suspirei. O que eu estava prestes a dizer era verdade. “Eu sei o que as pessoas veem quando olham pra mim. A maioria não diz nada porque não são idiotas, mas eu sei o que eles veem”. É desse jeito desde que eu tinha dez anos. E nada mudou desde lá.

Jax me encarou, seus lábios afastados. “O que eles veem, Calla?”

14 Uma página com frases realistas usando imagens de várias personagens chamadas Rachel em sitcons.

“Eu realmente preciso falar isso em voz alta?” Eu retruquei, irritada e frustrada e sentindo mais um monte de coisa. “Eu acho que é bem óbvio”.

Seus olhos encontraram os meus. “Sim, é obvio”.

Mesmo que eu estivesse tentando dizer isso esse tempo todo, ouvindo ele concordar comigo ainda parecia como levar um soco. Eu queria desviar meu olhar, mas ele não estava permitindo isso. “Eu acho que precisamos voltar"

Sua boa encontrou a minha.

Oh meu Deus...

Não houve um aviso, nada que pudesse indicar o que ele estava prestes a fazer. Um segundo eu estava falando e, no outro, sua boca estava na minha.

Jax havia me beijado.

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