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Capítulo Dezesseis

Eu estava quente, mas não muito, mas o calor fez minha consciência acordar. Eu, de vagar, fui acordando e as teias de aranha que me prendiam ao sono foram sumindo enquanto abria meus olhos. Minhas sobrancelhas franziram enquanto encarei a TV. O volume estava baixo, mas eu conseguia ouvir algum comercial estranho. Uma luz fraca entrava pela janela.

Mas que...?

Foi nesse momento que percebi que não estava sozinha. Perdi o folego enquanto meu arredor começou a fazer sentido. Enrolada de lado, minhas costas estavam pressionadas contra a fonte de todo esse calor.

Nick.

Jesus, Maria, José... eu me lembrava de ter caído no sono no sofá, mas nos últimos momentos antes do sono me levar, eu realmente não achei que Nick ficaria. Meus olhos arregalaram enquanto eu absorvia a situação. O corpo do Nick estava envolto ao meu, e eu sabia que essa não podia ser a posição mais confortável para se dormir. Ele era um homem alto, e esse sofá era apertado.

Mas ele estava aqui, não com sua mão apoiada em meu quadril, mas na parte baixa da minha barriga. Na leve luz da manhã, eu encarei sua mão com certa admiração. Ele tinha colocado sua mão ali de propósito? Era um gesto tão protetor, tão masculino. Ou ele tinha feito isso enquanto dormia?

De qualquer modo, isso fez algo comigo. Pontadas começaram da onde sua mão estava, espalhando de uma onda de tremores. Também formou um nó em meu peito e em minha garganta. Como quando ele pediu para sentir meu estômago ontem à noite, me deixando chocada e meu... e todo meu ser comovido. Combinando tudo isso com o que ele me disse sobre seu avô, eu

estava começando a ver quem Nick realmente era. Algumas peças desse quebra-cabeça estavam aparecendo em seus lugares. Não todas, mas algumas.

Enquanto eu encarava a mão de Nick, fui preenchida por um conhecimento importante. Nick seria um ótimo pai. Eu não sabia muito sobre ele, mas baseado no que ele fazia e sacrificava pelo seu avô, eu não tinha dúvidas de que ele levaria a paternidade do mesmo jeito. Sem mencionar que ele não via tudo que ele fazia por seu avô como sacrifício. Ele era... ele era uma boa pessoa – uma pessoa incrível.

A tensão que estava sobre meus ombros desde quando descobri que estava grávida começou a aliviar. Era como um chamado. Não importava o que acontecesse entre Nick e eu, ele estaria sempre ao lado de nosso... nossa criança. Eu não estava nisso sozinha.

Mas enquanto eu encarava sua mão, também percebi que eu não queria que ele fosse comente o pai do nosso filho. Eu queria juntar todas as outras peças do quebra-cabeça e entender ele. Eu queria saber como era a sensação de beija-lo e eu queria saber como seria fazer... realmente fazer amor com ele. Essa última necessidade era mais profunda que o contato físico.

Eu queria que ele significasse mais para mim.

Eu queria significar mais para ele.

Sim, ter ficado grávida foi o que realmente nos uniu, mas bem que não poderia ser o único motivo.

Cuidadosamente, eu me mudei para que estivesse deitada de costas. Sua mão ainda estava no mesmo lugar, na parte mais baixa da minha barriga, o peso sendo algo confortante. Um momento passou e seu dedão se moveu em um pequeno círculo, um círculo bem vagaroso e preciso, logo abaixo do meu umbigo.

Nick estava acordado.

Levantei meu queixo e meu olhar encontrou olhos verdes claros sonolentos. Meus batimentos aceleraram enquanto seu dedão continuava a se mover, agora desenhando um meio círculo. Eu inalei profundamente enquanto meu corpo começava a acordar e reconhecer a proximidade. A ponta dos meus seios endureceu, empurrando contra a taça do meu sutiã. Com cada respiração, a excitação aumentava e eu ficava dolorosamente consciente dela.

“Dia,” Nick disse com a voz cheia de sono.

Eu repeti o cumprimento, mas eu mal me ouvi. Estava tão ocupada encarando ele. Uma leve sombra cobria seu maxilar. Seu cabeço estava uma bagunça, as pontas indo em todas as direções, e o leve sorriso em seu rosto deixava ele com a aparência de um menino.

Limpando meus pensamentos, eu me foquei em algo para dizer, mas acabou saindo o óbvio. “Eu cai no sono.”

“Você caiu.” Seus olhos estavam cheios de humor enquanto ele levantava sua cabeça, virando ela de um lado para o outro como se estivesse aliviando um torcicolo.

“Você ficou.”

Seu olhar, vagarosamente, deslizou sobre meu rosto enquanto ele se sentava. “Fiquei. Você estava aconchegada demais para eu sair. Está brava com isso?”

“Não.” Muito pelo contrário. “Eu não quis cair no sono.” “Não me importo. Eu gostei disso.” Meu coração começou a fazer uma pequena dança em meu peito. “Mas e seu avô?”

“Eu mandei uma mensagem para a enfermeira. Ela ficou. Acho que precisava das horas extras, já que ficou bem feliz com isso.”

Abaixei meu olhar. “Eu espero que isso não tenha custado muito.” “Não custou.”

Isso não podia ser inteiramente verdade. Enfermeiras que ficavam em casa costumavam cobrar uma boa quantia, mas eu estava feliz por ele ter ficado. Realmente feliz.

“Por sinal,” ele disse bem devagar. “Você ronca.” Meus olhos voaram para ele. “O que?” “Yep.” Ele sorriu para mim. “Você soa como uma motosserra pequena.” “Eu não ronco!”

Seu olhar estava sombrio. “Como você sabe? Você estava dormindo.”

Eu abri minha boca para protestar, mas ele tinha razão, como eu poderia saber? Eu nunca dormi com um cara, nem mesmo com o que namorei no colegial e, enquanto estava na faculdade, minha colega de quarto tinha o habito de dormir com tampões de ouvido. Oh meu Deus, talvez era por isso que ela usava eles.

“Eu realmente ronco?”

Ele me olhou sério por uns dois segundos antes de começar a rir. “Não. Você não ronca. Estava mentindo.”

“Seu babaca!” Fiz uma careta enquanto batia nele. “Aqui estava eu pensando que realmente soava como uma motosserra.” “Uma motosserra pequena,” ele me corrigiu. “Que seja,” eu respondi, me contendo para não sorrir. Seu sorriso era fácil enquanto ele levantava sua mão da minha barriga e arrumava uma mecha do meu cabelo que havia escapado das tranças,

tirando ela do meu rosto. “Vamos lá, você teria como saber se ronca ou não. Algum cara já teria te dito.” “Eu nunca dormi com um cara,” eu admiti. “Então isso não teria sido possível.” Ele abaixou sua mão, colocando ela de volta em meu estomago. “Então sou seu primeiro.” “Em alguma coisa,” eu apontei.

“Fico com o que posso.” Eu sorri. “Acho que você precisa sonhar mais alto.” “Babe, você não tem ideia do quão alto estou sonhando agora.” Perdi a respiração. “Me diga.” Nossos olhares se encontraram por um momento antes de seus cílios abaixarem, protegendo seus olhos. Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios enquanto seus dedos se abriam sobre meu estomago. Eu senti seu peito se mover com uma respiração profunda.

“Eu quero fazer algo,” ele disse enquanto sua mão ia mais ainda para o sul. “Mas eu não acho que você vai deixar.” Segurei a lateral do sofá. “Depende do que é.” “Hmm.” Seus dedos estavam próximos do elástico do meu moletom. “Eu quero te tocar.” Oh Deus.

Meus batimentos saíram do ritmo enquanto ele segurava minha calça. Parecia que minha língua estava colada no céu da boca.

Ele abaixou sua cabeça um pouco e eu senti seu hálito dançando sobre minha bochecha. “Eu quero sentir você gozar em volta dos meus dedos.”

Havia uma boa chance do meu coração ter parado enquanto eu me reposicionava. E eu o senti duro contra minha coxa.

“Sei que as coisas estão... diferentes agora,” ele disse, aqueles seus lábios passando pela curva da minha bochecha enquanto ele falava. “E eu pensei que não iria querer complicar as coisas, mas eu tenho de ser honesto com você. Eu sou totalmente a favor de complicações. Eu quero tudo com você.” O aperto em minhas calças afrouxou. “Então, você vai me fazer ganhar o dia?”

Meu peito levantou e caiu rapidamente. Por um breve momento eu pensei que eu e Nick tínhamos o habito de fazer tudo ao contrário – primeiro sexo, depois um bebe e, agora, alguns sentimentos fortes, tudo isso antes de um encontro? Bem, nós meio que tivemos um encontro no domingo. Né?

O calor em minhas veias e a humidade entre minhas pernas disse a voz em minha cabeça para calar a boca.

Eu era uma escrava do meu corpo, mas enquanto eu virava minha cabeça para ele, meu nariz passando sobre sua bochecha. Eu não me importava. “Eu vou deixar você fazer meu dia.” Ele enrijeceu ao meu lado e disse. “Graças a Deus.” Meus olhos se fecharam enquanto eu me entregava a suas mãos habilidosas, e ele não me fez esperar muito. Ele se moveu, para que sua testa estivesse pressionada contra a minha, e eu percebi que nessa posição ele podia assistir o que estava fazendo.

Isso me excitou ainda mais.

Nick trouxe sua mão para cima, logo abaixo do meu ombro, e a deixou ali, quase reverentemente, até que sua mão deslizou, para baixo do elástico da minha calça de moletom. “Puta merda,” ele gemeu. “Me diga, esse tempo todo você não tinha nada por baixo disso?”

“Nada.” O calor transformou meu sangue em lava. “Eu não esperava alguém noite passada.” Seus dedos vagaram mais para sul e ele usou seu joelho para afastar minhas pernas. “Então você fica assim quando está em casa sozinha? Sem calcinha?”

“Na maioria das vezes,” perdi o fôlego quando a ponta de seus dedos passou sobre o ponto sensível.

“Porra. Nunca vou me esquecer disso.” Eu comecei a responder, mas ele me apalpou e todos meus pensamentos sumiram. Seus dedos trilharam entre minhas pernas, movendo para cima e para baixo, provocando de um jeito que fez meus dedos do pé se enrolar. Minha respiração estava presa.

“Você é tão macia aqui. Acho que a única parte sua que é assim.” Eu queria dizer a ele que não era bem assim. Que eu era uma bela de uma preguiçosa, mas um de seus dedos ficou mais aventureiro, deslizando dentro de mim. Meu quadril respondeu, levantou ele mais profundamente, e seu gemido de resposta mandou outro raio por mim.

Seu dedo começou a se mover pela humidade, devagar e meticuloso, levando seu tempo, e meu quadril acompanhou os movimentos. Um leve gemido escapou de mim quando ele adicionou outro dedo, gentilmente me esticando. Eu me segurei nele, agarrando sua cintura. A tensão acumulava e aliviava na beira de meu estômago.

Nick moveu sua mão para que sua palma estivesse pressionada contra o pico de nervos, extraindo um gemido de mim.

“Oh Deus,” eu sussurrei. Meus músculos contraíram. “É isso.” Sua voz estava pesada com a necessidade. “Eu posso te

sentir.”

O ritmo de seus dedos acelerou, indo mais profundamente e mais rápido, e a tensão que estava acumulando continuou até que rompeu, mandando raios de prazer por mim. Meus gemidos soaram abafados e meu quadril levantou do sofá quando a liberação aliviava nos pequenos choques.

Nick ficou comigo, sabendo exatamente quando diminuir o ritmo de seus dedos e, quando ele os tirou de mim, eu o assisti, totalmente acabada e tonta, meus músculos nada mais que geleca enquanto ele levava seus dedos a sua boca.

Puta que o pariu.

Uma nova onda de luxuria passou por mim enquanto seus dedos apareciam novamente. “Melhor café da manhã que já tive.” Rolando para ficar de lado, eu tentei alcançar a elevação que ficou o tempo todo pressionada contra minha coxa, mas ele me parou, pegando meu pulso. Meus olhos arregalaram. “Você vai me parar?” Sua expressão ficou tensa. “Por mais que eu vá me odiar por fazer isso, eu vou ter de.” “Por que? Você teve seu café da manhã. Eu quero o meu.” A sobrancelha de Nick levantou.

“Shake de proteína,” eu disse, meus lábios se curvando para cima.

Uma risada ecoou dele. “Puta merda. Você conseguiu.” “Sim.” Eu tentei alcança-lo de novo, mas seu aperto ficou mais forte.

Ele exalou levemente. “Que horas você precisa ir trabalhar?” No começo eu não entendi o porquê ele trouxe esse assunto, mas então eu entendi. A neblina foi embora. “Oh meu Deus.” Eu me afastei, me movendo rápido para me sentar. Meu olhar voou para o relógio. “Puta merda! Eu preciso me aprontar.”

“Pensei que você quisesse um shake de proteína?” Eu atirei um olhar a ele, me jogando de pé, agradecida por não ter tropeçado. “Esse shake de proteína vai ter de esperar.” Nick se alongou, jogando seus braços sobre sua cabeça enquanto me assistia, ainda meio deitado. Por um momento não consegui me mover enquanto encarava ele. Uma parte bem irresponsável de mim queria mandar tudo ir se foder e, literalmente, foder, mas eu não podia. Então me afastei.

“Talvez mais tarde?” Ele ofereceu, seus olhos sombrios. Inalei profundamente. “Definitivamente mais tarde.”

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