Capítulo Dezesseis Eu estava quente, mas não muito, mas o calor fez minha consciência acordar. Eu, de vagar, fui acordando e as teias de aranha que me prendiam ao sono foram sumindo enquanto abria meus olhos. Minhas sobrancelhas franziram enquanto encarei a TV. O volume estava baixo, mas eu conseguia ouvir algum comercial estranho. Uma luz fraca entrava pela janela. Mas que...? Foi nesse momento que percebi que não estava sozinha. Perdi o folego enquanto meu arredor começou a fazer sentido. Enrolada de lado, minhas costas estavam pressionadas contra a fonte de todo esse calor. Nick. Jesus, Maria, José... eu me lembrava de ter caído no sono no sofá, mas nos últimos momentos antes do sono me levar, eu realmente não achei que Nick ficaria. Meus olhos arregalaram enquanto eu absorvia a situação. O corpo do Nick estava envolto ao meu, e eu sabia que essa não podia ser a posição mais confortável para se dormir. Ele era um homem alto, e esse sofá era apertado. Mas ele estava aqui, não com sua mão apoiada em meu quadril, mas na parte baixa da minha barriga. Na leve luz da manhã, eu encarei sua mão com certa admiração. Ele tinha colocado sua mão ali de propósito? Era um gesto tão protetor, tão masculino. Ou ele tinha feito isso enquanto dormia? De qualquer modo, isso fez algo comigo. Pontadas começaram da onde sua mão estava, espalhando de uma onda de tremores. Também formou um nó em meu peito e em minha garganta. Como quando ele pediu para sentir meu estômago ontem à noite, me deixando chocada e meu... e todo meu ser comovido. Combinando tudo isso com o que ele me disse sobre seu avô, eu
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