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Capítulo Três
Havia parte de mim que desejava poder beber enquanto trabalhava como bartender, porque depois do tipo de dia que eu tive, eu poderia ficar bem bêbada essa noite. Apesar de tudo, eu tinha certeza que o dono do Mona’s não ficaria feliz comigo desmaiando atrás do bar, próximo a pilha de bandejas.
Jackson James, mais conhecido como Jax e que realmente tinha um nome de soava com alguém que poderia estar na capa de Tiger Beat5 , tinha revivido o Mona’s com nada além do que trabalho duro e determinação. O bar foi um buraco antes de ele chegar, rumores diziam que não era nada além de um lugar de drogados, mas não mais.
Ele colocou seus braços em volta da cintura de sua namorada, Calla. Sua resposta foi imediata e extremamente natural. Ela se inclinou para ele enquanto estava de pé, não muito longe das mesas de sinuca, sorrindo para as outras pessoas.
Inferno, haviam casais em todos os lugares. Era como se fosse a noite dos casais no Mona’s e alguém esqueceu de me avisar.
Cameron Hamilton e sua noiva, Avery Morgansten estavam sentados em uma das mesas, uma cerveja na frente dele e um copo de refrigerante na frente dela, sendo fofos como sempre. Avery tinha aquele cabelo vermelho incrível e sardas, alguém que parecia ter saído de um comercial da Neutrogena6 , e Cam era lindo naquele jeito tradicional americano.
Era com Jase Winstead e a irmã mais nova de Cam, Teresa, que Jax e Calla estavam conversando. Aqueles dois eram simplesmente impactantes juntos, como o Brad Pitt e a Angelina Jolie do Mona’s. E, então, havia Brit e Ollie, dois loiraços, ele explicando para um dos caras segurando um taco de sinuca que haviam cinquenta e duas sextas-feiras em 2015... ou algo igualmente bizarro quanto isso. A última vez que falei com Ollie, ele me contou sobre seu novo negocio, onde ele estava vendendo coleiras... para tartarugas. Wow.
5 Revista de fofoca voltada ao público adolescente 6 Marca de cosméticos
Ajustando os óculos que eu, provavelmente, deveria estar usando o tempo todo, eu deixei meu olhar voltar para Calla e Jax e eu senti meus lábios se espalharem em um grande sorriso enquanto eu pegava uma garrafa de Jack7 . Ser testemunha de duas pessoas que realmente mereciam ser amadas, estar apaixonadas, era provavelmente a coisa mais incrível de se ver. Fez meu pequeno coraçãozinho derreter quando ela levantou seu queixo e Jax colocou um beijo em seus lábios.
Essa noite era toda sobre eles – bem, sobre ela. Ela iria embora na segunda, voltando para Shepherd e Jax tinha fechado o bar essa noite para uma pequena festa de despedida – a festa privada que eu tinha contado a Charlie.
Colocando Jack com Coca para Melvin, que era mais velho que não sei quem e praticamente tinha seu próprio banco no bar, eu sorri enquanto ele piscou e pegou seu copo. “Isso ali é amor,” ele disse sobre o rock antigo que estava tocando, acenando na direção de Calla e Jax. “O tipo que dura.” Na verdade, era o tipo de amor que me dava vontade de vomitar sobre o bar. Até mesmo Dennis, que trabalhava com Reece e seu irmão, estava aqui com sua esposa. Eles estavam todos aconchegados juntos. Mas Melvin estava certo e isso me deixava um pouco triste, porque eu estaria indo para cama sozinha, totalmente sozinha essa noite.
Que seja.
“Yeah, é.” Colocando a garrafa de volta na prateleira, eu me apoiei contra o balcão do bar. “Você vai querer asa de frango ou outra coisa?” “Nah, vou me manter no importante essa noite.” Ele levantou o copo enquanto eu levantava minha sobrancelha. “Bom para esses dois,” ele disse depois de tomar um gole. “Aquela menina, você sabe, ela não teve a vida fácil. Jax vai... yeah, ele vai tomar conta dela.” Eu tinha certeza que Calla não precisava de Jax tomando conta dela, que ela poderia fazer qualquer coisa sozinha, mas eu entendi o que ele estava dizendo do seu jeito antiquado. Só com uma olhada nela para saber que coisas ruins – muito ruins – tinham acontecido. Ela tinha uma cicatriz em sua bochecha esquerda, uma
7 Jack Daniels. Marca de Whisky
que ela não tentava esconder muito mais, e ela me disse o que um incêndio tinha feito com o resto do seu corpo. Isso tinha acontecido quando ela era mais nova, e no fim ela tinha perdido sua família toda. Seus irmãos tinham morrido, e sua mãe foi para um caminho sem volta, seu pai acabou desistindo, sem poder lidar com tudo.
Então, como eu disse, era incrível ver alguém que realmente merecia encontrar o amor.
Melvin virou sua bochecha grisalha para mim enquanto eu arrumava meus óculos. “Então, e você, Roxy-girl?” Olhando para o bar meio vazio, eu franzi o cenho. “O que você quis dizer sobre mim?” Ele me deu um grande sorriso. “Quando você vai estar ai fora nos braços de um homem?” Eu bufei. Não pude me controlar. “Não no futuro recente.”
lábios. “Famosas últimas palavras,” ele respondeu, levando seu copo aos seus
Balançando minha cabeça, eu ri. “Ah, não. Não famosas. Apenas verdadeiras.” Ele franziu suas sobrancelhas enquanto saia do banco. “Eu vi você indo naquele restaurante italiano com um menino semana passada. Qual era seu nome?” “Eu gosto de pensar que eu não saio com meninos,” eu provoquei. “Então eu não sei quem você está falando.” Melvin terminou sua bebida de um jeito que deve ter feito seu fígado gemer. “Você sai muito mocinha.” Dando de ombros, eu não podia argumentar isso. Eu realmente saia muito e, na verdade, alguns dos rapazes realmente agiam como meninos, pensando que um jantar barato no Oliver Garden significava que eles iriam ganhar alguma ação depois.
Quero dizer, geez8 , deveria haver uma regra em algum lugar que dizia que o menu deveria ter bifes e lagostas antes de se chegar à segunda base.
“Yeah, bem, e aquele que parecia ter a parte de trás das orelhas molhadas? O ruivo.” Ele disse. “Yeah, ele tinha cabelo vermelho e uma barbicha na cara.” Barbicha? Oh geez, eu mordi meu lábio para me impedir de rir, porque eu sabia quem ele estava pensando e o pobre menino realmente não conseguia cultivar uma barba. “Você está falando de Dean?” “Que seja,” ele disse sem dar importância. “Eu não gostei dele.” “Você não o conhece!” Eu desapoiei do bar, sorrindo enquanto ele revirava os olhos. “Dean é um bom rapaz e é mais velho que eu.” Melvin gemeu. “Você precisa estar com um homem de verdade.” “Está se voluntariando?” eu retruquei.
Isso fez ele rir profundamente. “Se eu fosse mais novo, menina, eu te daria um bom tempo.” “Que seja,” eu ri, cruzando meus braços sobre a escrita na minha camiseta, que dizia HUFFLEPUFF DOES IT BETTER9 . “Você quer outra bebida? Talvez cerveja porque é bem obvio que você não precisa mais de destilados.” Ele riu para mim mas rapidamente ficou com o rosto sério. “Você vai ter alguém para te acompanhar para seu carro quando você sair?” Eu pensei que essa era uma pergunta estranha. “Um dos caras sempre me acompanha até meu carro.” “Bom. Você precisa ser cuidadosa,” ele continuou. “Eu tenho certeza que ouviu sobre a menina de Prússia, certo? Ela tinha por volta da sua idade, morava sozinha e trabalhava até tarde. Algum cara a seguiu para casa e mexeu com ela, muito.”
8 Tipo de um vixe, ou algo do tipo. 9 Referência a Harry Potter. Traduzindo seria: “LUFA-LUFA É A MELHOR.”
“Eu acho que me lembro de ter ouvido algo sobre isso no noticiário, mas eu pensei que era algum cara que ela conhecia. Um ex-namorado ou algo do tipo.” Ele balançou sua cabeça enquanto pegava a garrafa de cerveja que ofereci. “Pelo que ouvi, eles o inocentaram. Eles acham que foi um desconhecido. Prússia não é longe daqui e você se lembra da menina que desapareceu há um mês. Acho que seu nome era Shelly Winters. Ela morava em Abington Township? Eles ainda não a encontraram.” Ele apontou a garrafa para mim e eu vagamente me lembrava de vê-la nas fotos de pessoas desaparecidas no Facebook. Se minha memória estava correta, ela era bonita com olhos azuis e cabelos castanhos. “Apenas tenha cuidado, Roxy.”
Me inclinando contra o bar, eu franzi o cenho enquanto Melvin saia. Agora esse foi um desfecho estranho para nossa conversa.
“Quer fazer uma aposta?” Eu me virei e olhei beeem para cima, para Nick Dormas. Ele levava o alto, negro e grande a outro nível, e as meninas que vinham aqui apreciavam. Ele tinha uma aura de ‘vou partir seu coração’ e ainda assim as meninas viviam em cima dele. Eu estava surpresa que ele estava falando porque ele raramente falava com qualquer um que não fosse Jax e eu não tinha ideia de como ele conseguia tantas meninas sendo tão quieto quanto eu. Nick era o tipo de homem para um dia e nunca mais. Uma vez ouvi Jax falando para ele que não poderia banir as meninas que ele tinha dormido do bar simplesmente porque Nick não as queria ver novamente. “No que?” Pegando a garrafa de tequila, ele apontou na direção de Jax. “Ele vai acabar indo para Shepherd antes dessa semana acabar.” Um sorriso se formou em meus lábios enquanto eu me afastava, dando acesso a ele na prateleira de copos. “Yeah, eu não vou fazer esse tipo de aposta a não ser que eu possa dizer que sim, ele vai estar lá.” Nick riu suavemente, o que era outro som estranho porque era algo que ele raramente fazia. Eu não sabia qual era seu problema, ele podia ser temperamental e ele seria um péssimo namorado, mas eu gostava dele. “Hey,” eu disse. “Adivinhe?” Ele levantou uma sobrancelha.
coisa?” Um lado de seus lábios se curvaram. “Essa palavra é um código para alguma
“Nope. Apenas senti que precisava dizer isso.” Eu peguei uma toalha e limpei o álcool derramado. “Mas essa não seria uma palavra de segurança estranha durante um jogo de BDSM? Imagina a menina gritando banana no meio do sexo? Isso seria bem estranho.” Nick me encarou.
“Eu li esse livro uma vez que a menina gritava gato logo antes que eles estavam prestes a ter um pouco de bow-chicka-bow-wow.” Eu disse a ele. “Foi altamente hilário.” “Okay,” ele murmurou antes de se afastar.
Jax estava parado no bar, com as sobrancelhas arregaladas. “Mas que porra vocês estavam conversando?” Eu sorri para ele e para Calla. “Palavras de segurança usadas durante BDSM.” Calla arregalou os olhos. “Um, tudo bem, eu não estava esperando por isso.” Uma risada escapou de mim e nesse momento eu me senti bem mais leve do que tinha me sentido o dia todo. “Vocês dois querem algo para beber?” Eu olhei para Calla e sorri como o Coringa chapado em Met10 . “Que tal tequila?” Ela se afastou e eu quase esperei que ela voasse para cima de mim. “Obvio que não. Eu não quero nada daquele suco do diabo.” Jax riu enquanto colocava um braço em seu ombro e a puxava contra ele, quase super protetor. E isso virou mais um momento awww para mim. “Eu não sei. É meio fofo quando você se aninha a uma garrafa.” Ele disse.
Suas bochechas ficaram vermelhas enquanto ela colocava uma mão em seu estômago. “Eu acho que vou apenas ficar longe disso.”
10 Metanfetamina
Eu terminei pegando uma Bud Light para ele e um suco de limão para ela. “Gostei da camiseta,” Calla comentou enquanto ela levava o copo aos seus lábios rosados. “Eu vou sentir sua falta e das suas camisetas.” “Também vou sentir sua falta!” Eu gritei e, se pudesse realmente subir em cima do balcão, eu teria me jogado nela. “Mas você vai voltar, certo? Nós temos sua guarda conjunta.” Ela riu. “Eu volto antes do que você imagina. Você nem vai sentir minha
falta.”
Mas eu iria sentir falta dela, totalmente.
“E eu vou vir junto quando ela voltar.” Tess apareceu ao seu lado, arrumando seus longos cabelos escuros. “Eu gosto daqui.” Calla olhou para onde Jase estava falando com Cam. “Eu espero que você não esteja planejando deixar ele para trás porque eu não acho que isso vai dar certo.”
“Eu nunca faria coisa do tipo.” Tess olhou para mim. “Ele é um ótimo colírio para se ter por perto.” Meu olhar foi para o gatinho de olhos cinza conhecido como Jase. “Verdade.” “Okay, eu acho que é hora deu ir embora.” Jax abaixou seu braço enquanto dava um beijo na bochecha de Calla. “Apesar de que Jase é um sonho. Eu daria para ele.”
Ele disse isso alto o suficiente para que Jase nos olhasse com um olhar confuso que de alguma forma ele conseguia transformar em um olhar sexy e eu cai na risada como uma hiena.
Tess balançou sua cabeça enquanto se apoiava em Calla. “Sério, nós realmente gostamos daqui. Assim como Cam e Avery. Um ótimo lugar para descansar.” “E vocês sempre podem vir nos visitar.” Calla disse para mim.
Eu concordei enfaticamente enquanto a porta se abria. Apenas as pessoas próximas a Calla e Jax iriam vir hoje, e eu esperava que fosse Katie, desde que ela ainda não tinha aparecido, mas não foi quem vi.
Reece entrou, usando uma variação da roupa de mais cedo e meu coração estupido deu um pequeno pulo. Era sexta a noite e sendo um oficial, ele não deveria estar trabalhando?
Merda.
Ele nem mesmo olhou para onde os caras estavam, uma multidão em volta das mesas. Sua atenção foi diretamente para o bar. Nossos olhares se encontraram e minhas partes femininas ficaram animadas.
Merda dupla.
Como toda vez que eu o via, ele tirava meu fôlego. Talvez fosse o jeito que ele andava – oh, inferno, ele estava vindo diretamente para o bar! Eu me virei, meu olhar encontrando Nick. “Eu vou dar uma olhada no estoque.” “Qualquer dia desses você vai me falar porque você faz isso,” Calla murmurou e eu não ouvi o que mais ela disse, porque eu estava levando o meu pequeno traseiro para longe do bar.
Talvez fosse algo sacana de se fazer, porque ele realmente tinha sido atencioso essa manhã vindo me encontrar. Foi algo que eu pensei durante toda à tarde. Bem, isso e sobre Henry Williams querendo acertar as coisas.
Perdão – como se isso fosse possível.
Deus, eu queria rir enquanto eu passava pelo corredor e entrava na sala do estoque. Fechando a porta atrás de mim, eu me apoiei contra ela e exalei, arrumando uma mecha roxa e castanha que tinha caído em meu rosto. Eu não queria pensar sobre Henry agora e por pior que isso soasse, eu não queria pensar sobre Charlie também. Meu humor estava bom e eu ainda tinha várias horas de trabalho antes que meu turno terminasse e eu pudesse dormir.
Então minha mente divagou para Reece, e eu ainda não tinha ideia do porque ele tinha feito àquela visita especial para me contar sobre Henry. Com certeza tínhamos sidos bons amigos em um ponto, mas por onze meses, não havia nada fácil
entre nós. Ele tinha ultrapassado isso e eu não tinha certeza do que pensar, o que isso significava. Provavelmente era nada – mas não podia ser nada porque Reece... bem, ele realmente tinha tirado um pedaço do meu coração há onze meses.
E ele nem sabia disso.
Eu esperei uns bons cinco minutos, decidida que Reece já deveria ter pedido sua bebida para Nick. Me virando para porta, eu coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e a abri.
“Porra!” Eu gritei, cambaleando para trás, de volta ao estoque.
Reece estava ali, suas mãos contra o batente da porta, seu queixo baixo e seu maxilar tenso. Ele não parecia feliz. “Você já terminou de se esconder?” “Eu... eu não estava me escondendo. N-nem um pouco.” Calor corria para minhas bochechas. “Eu estava olhando o estoque.” “Uh-huh.” “Eu estava!” Ele levantou uma sobrancelha.
“Que seja. Eu preciso voltar, então se pudesse tirar...” “Não.” Minha boca caiu aberta. “Não?” Ele se endireitou mas em vez de se afastar, ele andou para frente, segurando a porta em seu caminho. Seu bíceps direito flexionou enquanto ele batia a porta, fechada. “Você e eu precisamos conversar.” Oh Deus. “Cara, não tem nada que precisamos falar.” Reece continuou andando na minha direção e eu estava indo para trás antes que soubesse o que estava fazendo. Eu esbarrei em uma prateleira. As garrafas cambalearam atrás de mim e ele estava logo na minha frente, tão perto que quando inalei eu pude sentir o cheiro fresco e amadeirado de seu perfume.
Duas mãos terminaram na prateleira em cada lado dos meus ombros e com isso ele conseguiu se inclinar ainda mais para perto. Seu hálito quente dançava sobre
minha bochecha. Um pequeno tremor passou pela minha coluna. Whoa. Partes femininas em posição, travadas e pontas para decolar.
Eu iria bater em mim mesma mais tarde.
“Eu deixei passar isso entre nós por tempo demais,” ele disse e seu olhar atraia o meu que estava assustado. O azul... merda, era um tom de cobalto – um azul que era difícil de misturar e reproduzir com aquarela.
Minha língua parecia pesada. Ele não tinha estado assim tão perto desde aquela noite com todo o whisky. “Nada está acontecendo entre nós.” “Mentira, Roxy. Você tem me evitado há meses.” “Nuh-uh,” eu disse, e yeah, isso soou idiota mas sua boca estava logo ali e eu lembrava claramente como era a sensação dela contra a minha. Uma combinação incrível, firme e suave, e também me lembrava do quão forte ele era. Ele tinha me levantado do chão e...
E eu realmente precisava parar de pensar nisso agora.
“Onze meses,” ele disse, sua voz mais profunda. “Onze meses, duas semanas e três dias. Exatamente o tempo que você tem me evitado.” Puta merda, ele tinha mesmo jogado isso na minha cara? Porque ele estava totalmente certo. Isso era exatamente quanto tempo eu tinha ficado longe dele, sem saber o que fazer. Eu tinha mandado ele ir se ferrar.
“Nós vamos falar sobre a última vez que nós tivemos uma conversa decente.” Oh não, nós não iriamos falar sobre isso.
Ele abaixou sua cabeça e sua voz estava logo na minha orelha. Quando ele falou, meus dedos apertaram na beira da prateleira em que eu estava apoiada. “Yeah, babe, nós vamos falar sobre a noite que você me levou para casa.” Eu engoli forte, nervosa. “Você... você quer dizer a noite que você estava bêbado pra caralho e eu tive que te levar para casa?” Reece levantou sua cabeça e seus olhos penetraram os meus. Nós não falamos por um longo momento e eu fui levada de volta há onze meses, duas semanas
e três dias atrás. Ele estava no bar e nós estávamos flertando como sempre fazíamos toda vez que nos víamos, desde que ele voltou do exterior. Mas quando ele voltou foi como esses anos que ele esteve fora tivessem sido apagados. Visões de casamento e bebês tinham passado pela minha cabeça apesar do fato que eu tinha me obrigado a não levar a sério as flertadas amigáveis. Mas eu amava a ideia de estar apaixonada e isso tinha sido idiotice. Aquela noite, ele tinha me pedido para levá-lo para casa e eu pensei que ele iria finalmente avançar, mas eu não tinha pensado na toda a coisa. Eu tinha uma queda por esse cara desde sempre e tinha sido possessiva com sua atenção, então eu fiz isso. Quando chegamos na sua casa, eu o segui para dentro e... eu tinha sido a pessoa a realmente avançar.
Juntando toda a coragem que eu tinha, eu o tinha beijado, logo dentro do seu apartamento, no momento que ele fechou a porta. As coisas seguiram bem rapidamente. Roupas voaram, partes do corpo estavam definitivamente se tocando e eu...
“Eu daria tudo para me lembrar daquela noite,” Reece continuou, olhando diretamente para mim, e sua voz ficou mais rica. “Qualquer coisa para me lembrar da sensação de estar dentro de você.” Várias coisas aconteceram comigo ao mesmo tempo. Os músculos da minha barriga se contraíram e, no mesmo momento, desapontamento cresceu como uma montanha, levando a raiva para fora de mim. Eu fechei meus olhos enquanto mordia meu lábio.
Reece acreditou por onze meses, duas semanas e três dias que tínhamos transado – sexo animal e selvagem contra a parede, mas ele estava tão bêbado para lembrar. Muito passado para lembrar de qualquer coisa além do momento que ficamos nus no corredor.
Eu só não tinha percebido que ele estava tão bêbado assim, o que era idiota porque eu era bartender e eu sabia quando as pessoas estavam bêbadas e precisavam que alguém as parassem. Inferno, ele tinha me pedido para levá-lo para casa, pelo amor de Deus, mas eu estava tão... tão presa nele. Tão esperançosa e além de apaixonada, porque era mais que isso. Eu tinha realmente me apaixonado por ele quando eu tinha quinze anos e isso não mudou nos anos seguintes.
Eu tinha ficado aquela noite com ele e ele tinha acordado na manhã seguinte, com ressaca e tão culpado, arrependido e a segundos de comer seu próprio braço para se livrar de mim, que meu coração quebrou. E nas semanas seguintes daquela noite, quando ele me evitou como se eu estivesse infestada com uma praga, meu coração tinha despedaçado.
A parte triste era que Reece tinha entendido tudo errado.
Nós nem tínhamos chegado ao ponto onde a ‘parte A’ encaixa na ‘parte B’ . Nós não tínhamos transado. Ele mal chegou ao quarto antes de desmaiar e eu tinha ficado com ele porque eu estava preocupada e eu pensei... não importa o que pensei, porque nós não tínhamos transado.