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Capítulo Vinte e Seis

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Cena Bônus

Cena Bônus

Encarando a janela do outro lado da cama de Reece, eu passei meu dedo pelo meu lábio inferior sem perceber. O inchaço havia diminuído, mas o corte no centro ainda estava cicatrizando e a parte de dentro da minha boca ainda estava sensível, especialmente se eu não fosse cuidadosa ao comer algo irregular. Eu não conseguia evitar de bagunçar isso. Meio como eu tive catapora quando criança e não conseguia parar de me coçar. Meu auto controle não tinha melhorado.

Eu não sabia que horas era. Eu estava acordada há um tempo. Era manhã, cedo, eu acho, desde que eu não conseguia distinguir o horário que o relógio em cima da cômoda estava marcando. Em algum momento eu precisava conseguir óculos novos. Naquele tempo eu não soube, ele tinha se quebrado quando ele atingiu o chão daquele... daquele apartamento.

Tinham se passado quatro dias desde que eu tinha encontrado a passagem secreta no meu armário. Quatro dias desde que eu entrei naquele quarto que me lembrava algo saído direto dos meus pesadelos. Quatro dias que meu estômago doía e meu rosto estava sensível, um lembrete doloroso do quão perto eu estive de não sair daquele quarto. Quatro dias cheios de auto reflexão.

Eu acho que experiências próximas a morte nas mãos de um serial killer fazem isso. Fazem você repensar muitas das suas escolhas e planos.

Eu vim a descobri que Henry tinha tentado ligar de volta para mim. Quando eu não atendi, ele ligou para Reece e quando ele descobriu que eu estava no meu apartamento, ele tinha decidido vir, aparentemente não querendo perder a oportunidade de falar comigo, sem ter ideia no que ele iria se meter. Quando Henry ligou para Reece para avisar que eu não tinha atendido, Reece tinha tentado me ligar. Ele sabia que eu iria atender, mesmo com tudo que estava acontecendo. Seus instintos tinham levado ele ao meu apartamento e quando Henry apareceu, encontrando a porta da frente destrancada, ele tinha pego um pé de cabra do seu carro e ido para meu quarto, até que ouviu Reece falando com Kip.

O resto era história.

Engraçado como uma decisão, escolher recomeçar, tinha sido exatamente o que salvou minha visa.

Com eu estava percebendo, mais de um jeito além dos óbvios.

Kip tinha sido levado para o hospital por causa de um pequeno ferimento na cabeça e quando teve alta, foi levado para a cadeia municipal. Era lá que ele estava agora, e pelo que me falaram, ele não havia confessado ter feito nada, mas o que ele disse para mim e todas aquelas fotos na parede foram provas suficientes para múltiplas acusações de agressão, além que Kip provavelmente seria acusado pelo desaparecimento de Shelly Winters, segundo Colton, mesmo que nenhum corpo tivesse sido encontrado. Também me contaram que havia uma boa chance que o promotor de justiça iria tentar conseguir algum tipo de acordo se Kip os levasse até onde Shelly estava.

Há alguns dias atrás isso teria me deixado furiosa. Como alguém ousa dar a ele a chance de receber uma sentença melhor – uma vida na prisão contra uma agulha no braço – quando ele tinha feito coisas horrendas? Ele, obviamente, assassinou e aterrorizou algumas mulheres inocentes – me assustou e violentou cada definição de privacidade – e merecia uma punição definitiva.

Mas a família de Shelly merecia um final para essa história e ela merecia ser encontrada, para estar perto dos seus entes queridos. E eu estava cansada de me apoiar em tanto ódio. Pelos últimos seis anos, eu tinha deixado o ódio e a culpa me esculpir, de mais jeitos que eu percebi. Nada contra aqueles que procuravam uma punição, mas para mim, eu só queria seguir em frente. Ansiar por um futuro onde parte de mim não estava amarrada ao ódio por alguém. Eu queria ver Kip pagar pelos seus crimes, mas eu não ficaria no caminho se isso significasse que eles encontrariam a pobre menina.

Então, yeah, eu tinha pensado muito em várias coisas nos últimos quatro dias. Faculdade. Pintar. O bar. Reece. Henry. Charlie. Por mais clichê que isso soasse, eu sentia como se finalmente estivesse seguindo adiante e conseguindo minha segunda chance.

A cama se moveu e um corpo duro envolveu o meu, um peito quente e nu contra minhas costas, pernas pressionadas contra as costas das minhas. Um braço cuidadosamente colocado em volta da minha cintura.

Uma segunda chance vinha com muitas coisas.

“Pare de brincar com seu lábio,” Reece demandou, sua voz rouca de sono. Sua mão estava pressionada contra a parte baixa do meu estômago.

Meu dedo congelou. “Não estou.” Ele riu, eriçando os cabelos no meu pescoço. “Uh-huh. Você está acordada há muito tempo?” Eu abaixei minha mão para onde a sua estava, colocando ela por cima da dele. Sua mão era tão maior que a minha. “Há algumas horas, eu acho.” Reece não disse nada por um longo momento. “Converse comigo, babe.” Entrelaçando meus dedos com os seus. Eu segurei sua mão. Reece tinha sido ótimo pelos últimos quatro dias. Ficando comigo enquanto eu era examinada no hospital. Falando e acalmando meus pais e meus irmãos. Estar lá para mim quando eu finalmente surtei e tive uma crise na noite depois do ataque. Me distraindo quando eu fechava meus olhos e via aquelas fotos minhas – nossa – porque aquelas fotos tinham sido assustadoras, nada como os retratos que eu havia feito de Reece. Oh, cara, nada era como isso. Ele havia sido minha boia no meio de um oceano raivoso, mas eu sabia que isso não tinha sido fácil para ele. Nada disso tinha sido.

Ficando de costas, eu virei minha cabeça e encontrei seu olhar. “Estou bem, honestamente. Estava apenas pensando.” Com minha mão livre, eu a coloquei sobre sua bochecha. Sua barba por fazer pinicou minha palma. “E você?” “Acabei de acordar.” Eu teria revirado meus olhos se meu olho direito ainda não estivesse estranho. Eu tinha um belo de um hematoma. “Não foi isso que quis dizer.” Ele segurou meu olhar por um momento antes de fechar seus olhos. Sob minha palma, seu maxilar ficou tenso e eu fiquei preocupada. Ele realmente não tinha falado sobre si durante esses quatro dias. Foram vinte e quatro horas de transmissão do canal da Roxy.

Eu estava prestes a montar nele e o forçar a falar quando ele finalmente o fez. “Eu vi aquele bastardo ontem.”

Eu não precisava adivinhar sobre quem ele estava falando. “Você foi até a cadeia?” Reece teve que trabalhar desde que ele tinha tirado todas suas folgas quando Charlie morreu.

“Eu tive de levar uma pessoa e ele estava na prisão compartilhada.” Seus olhos se abriram e eles brilharam um azul raivoso. “Eu queria entrar naquela cela e chutar sua cabeça. Eu quase fiz isso. Ele estava na frente da cela, me olhando, e eu estava indo na sua direção, prestes a pegar ele através das barras, mas um dos seguranças deve ter visto o que estava para acontecer e se colocou no caminho.” “Tenho de dizer, fico feliz em ouvir isso.” Eu passei meu dedão sobre a curva de sua bochecha. “Seria uma merda se você terminasse preso.” “Yeah, isso seria problemático, mas merda, babe, por um momento, qualquer que fosse a repercussão, isso teria valido a pena.” Seu olhar passou pelo meu rosto. “Porque quando eu vejo você agora, eu me lembro do que aquele imbecil fez a você, o que ele queria fazer.” Minha respiração falhou. “Reece...” “Eu sei que você está tão bem quanto possível. E eu sei que você vai ficar cem por cento porque, Roxy, você é forte. Eu sei disso, mas eu penso sobre o que ele esteve fazendo. O fato que ele estava ali quando nós estávamos juntos.” Raiva carregou suas palavras, deixando uma beira áspera nelas. “Ele estava lá quando você estava sozinha. O doente se aproximou de você. Ele te tocou. Vai levar um tempo para que eu supere o ponto de querer quebrar sua cara.” Eu procurei pelos seus olhos, com medo que fosse encontrar uma sombra de culpa em algum lugar. “Você sabe que não havia nada que pudesse fazer, certo? Ninguém tinha suspeitado que fosse ele ou que era assim que alguém estava entrando no meu apartamento.” “Eu. Estava. Lá. Ele estava perto suficiente e nos assistiu. Todo treinamento que eu tive e eu não tinha ideia que era ele.” Ele rolou de costas, fazendo meus dedos saírem de seu rosto. Ele levantou suas mãos, passando elas sobre seu rosto. “Merda. Eu nem lembro o nome dele.” Meu estômago se revirou enquanto me sentava, e eu ignorei o pequeno incomodo logo abaixo das minhas costelas. Eu fui para ele, pegando seus pulsos. Eu

tentei puxar suas mãos para longe de seu rosto, mas ele resistiu. Não me sentindo desencorajada, eu puxei as cobertas dele.

“O que está fazendo?” Sua voz soou abafada em baixo de suas mãos.

Eu passei uma perna sobre seu quadril e montei nele. Pegando seus pulsos, eu puxei seus braços de novo. Dessa vez ele as afastou. Ele levantou uma sobrancelha para mim enquanto seu olhar abaixava. “Eu já te disse o quanto gosto quando você usa minha camiseta e nada mais?” Eu ignorei isso, porque por mais louco que soasse, eu pensei que seus olhos tinham certo brilho neles enquanto eu o encarava. E isso fez meu coração doer muito porque eu não queria que ele carregasse o peso da responsabilidade pelas ações de outra pessoa. Isso não era justo e doía vê-lo carregar isso.

Então eu entendi, e foi como ser atingida por vários macacos voadores – pela bunda dos macacos voadores, na verdade. Essa dor no meu peito deve ser algo familiar para meus pais enquanto assistiam eu me culpar pelo que aconteceu com Charlie. Yeah, o que estava acontecendo com Kip era totalmente diferente, mas de um modo, era a mesma coisa, e deve ter sido assim que Reece se sentiu quando me ouviu dizer sobre como eu me sentia.

Que bom jeito de acordar para o mundo.

“Nada disso é culpa sua,” eu disse a ele. “Por favor diz que você entende isso, porque eu não consigo lidar com você se culpando quando você não teve nada a ver com nada disso.” Suas sobrancelhas estavam franzidas juntas. “Você se machucou – você está machucada.” “Mas você não me machucou. Você me salvou. Assim como Henry.” Essas últimas palavras eram algo que eu nunca pensei que diria na minha vida. “E você esteve aqui por mim. Você esteve aqui para mim quando Charlie morreu e antes disso. E se eu desse a chance, você estaria aqui para mim por muito mais tempo.” Lágrimas se formaram em meus olhos, fazendo meu direito doer. “Você fez o que precisava fazer Reece.”

Um momento se passou antes dele exalar bruscamente. Soltando suas mãos das minhas, ele as colocou em minha bochecha, puxando meu rosto em direção ao seu. “Eu vou ser sincero com você, Roxy. Eu não saberia o que fazer se algo acontecesse com você,” ele disse com a voz pesada. “Me mata só de pensar em te perder. E saber o quão perto eu estive de fazer exatamente isso não é algo que consigo esquecer fácil.” “Eu sei,” eu sussurrei, piscando para afastar as lágrimas.

Ele exalou de novo. “Mas eu vou tentar porque foi isso que pedi que você fizesse com tudo e eu sei que é isso que você vai fazer.” Meu sorriso era bobo porém grande e, ele levantou sua cabeça do travesseiro, me beijando gentilmente, tomando cuidado com o corte em meu lábio. “Eu te amo,” ele disse contra minha boca, suas palavras mal acima de um sussurro mas cheias de emoção. “Baby, eu te amo.” Eu podia passar o resto da minha vida ouvindo essas palavras de novo e de novo e nunca me cansar de ouvir elas. Não só isso, eu queria sentir elas. Eu queria me envolver em volta de Reece até que não soubesse onde ele terminava e eu começava.

Beijando ele suavemente, eu me movi para que pudesse deslizar uma mão pelo seu peito nu. Quando eu cheguei na barra da sua calça, ele puxou sua cabeça para trás, colocando ela contra o travesseiro enquanto me encarava. Suas bochechas se encheram de cor enquanto eu segurava seu olhar e deslizava minha mão sobre o cós da calça. Sem surpresa, ele já estava duro quando eu o envolvi com meus dedos.

Um som profundo veio do fundo da garganta de Reece. Seus olhos continuaram grudados ao meu enquanto eu trabalhava minha mão sobre ele. Apenas vê-lo assim me deixou excitada, com uma dor entre minhas coxas. Eu nunca tinha me sentindo assim com outra pessoa e eu sabia que não haveria mais ninguém.

Reece era o único para mim.

Assim como eu era para ele.

Uma mão encontrou seu caminho sobre minha camiseta emprestada, parando no meu quadril. Seus olhos demonstravam preocupação. “Você acha...?”

“Eu acho que é uma ideia brilhante,” eu o cortei.

Seus lábios se curvaram um pouco. “Babe, eu quero você. Eu sempre vou querer você, mas nós não temos que fazer isso agora. Nós temos tempo. Muito tempo.” Seus olhos brilharam enquanto eu abaixava sua calça, o expondo. “E você também tem aqueles brinquedos que eu pretendo pegar qualquer dia desses.” A ideia dele usando um desses brinquedos em mim me deixava totalmente feliz, mas a não ser que ele tivesse um vibrador guardado em algum lugar, essa fantasia teria de ser vivida de um jeito diferente. “Eu quero isso. Muito.” Seus lábios se afastaram. “Roxy...” Eu o envolvi enquanto apertava seu cumprimento duro.

“Merda,” ele gemeu, jogando sua cabeça para trás. “Okay. Ideia perfeita. Completamente. Apoio cem por cento qualquer coisa que você queira.” Eu ri, mas o som morreu em um gemido quando sua mão viajou para meus seios. Não demorou muito para que minha calcinha saísse, a camiseta jogava na cama ao nosso lado, e para que estivéssemos juntos. Com suas mãos em meu quadril e as minhas pressionadas contra seu peito, ele me deixou ditar o ritmo e nós levamos nosso tempo. Isso não era sobre foder ou fazer apenas para se aliviar. Não. Isso era sobre mostrar ao outro como nos sentíamos e havia algo renovador nisso, lindo e forte enquanto nos movíamos juntos. Sem pressa. Somente o momento. E quando o prazer finalmente chegou a borda, ele estava ali comigo, nossos corpos tremendo e entrando em combustão juntos.

Eu não me movi depois, jogada em cima dele, minha bochecha boa descansando em seu peito enquanto ele brincava com meu cabelo. “O que aconteceu com a mecha que tinha nele?” ele perguntou.

“O que?” eu estava me sentindo meio mole demais para pensar na sua pergunta.

“A mecha roxa. Ela sumiu.” Eu ri, porque do jeito que ele disse fez soar como se houvesse algum tipo de mágica voodoo por trás disso. “Ela desbotou.”

“Huh.” Ele continuou brincando com meu cabelo e eu gostava disso. “Você deveria fazer rosa de novo.” “A rosa?” eu franzi o cenho. “Eu não fiz ela há mais de um ano.” “Eu sei, mas eu gostava dela. Era sua cara.” Meu franzido se transformou em um sorriso. Ele se lembrava que eu tive uma mecha rosa por tanto tempo? Deus, eu amava esse homem. De verdade. “Bem, talvez eu faça rosa da próxima vez.” “Bem, talvez você devesse.” Ele provocou.

“Mandão,” eu murmurei, ainda sorrindo. Nós ficamos ali deitados por uns minutos, minha mente vagando sobre todas as coisas que eu estive pensando. Eu estava pronta para verbalizar um desses pensamentos. “Estive pensando.” Sua mão caiu para minhas costas. “Devo ficar preocupado?” “Talvez?” eu ri. “É sobre o que eu... o que eu quero fazer no meu futuro.” Por algum motivo bizarro, foi mais fácil dizer isso do que pensei que seria enquanto estivesse deitada sobre um Reece nu. Estranho. “Eu estava pensando em talvez... dar um tempo nas aulas. Quero dizer, eu sei que ter um diploma é a coisa certa, mas não é minha paixão. Não agora. E a faculdade vai sempre estar ali, mas você sabe, se eu aprendi qualquer coisa com o que aconteceu, quem sabe o que o amanhã ou semana que vem vai trazer. Eu não quero... viver minha vida fazendo algo que eu, honestamente, não ligo. Talvez isso vá mudar algum dia.” “Babe, você não precisa me convencer.” Ele continuou movendo sua mão e eu queria arquear minhas costas como um gato faz. “Eu acho que é uma ótima ideia. Isso vai te dar mais tempo para pintar e trabalhar com web design se você ainda quiser fazer isso.” “Eu quero.” Meu estômago caiu a ansiedade. “Eu gosto de fazer eles, e eu posso continuar trabalhando no Mona’s.” eu pausei, levantando minha cabeça para que eu pudesse ver seu rosto. “Você acha que isso faz de mim... eu não sei, uma perdedora por largar a faculdade?”

Seus olhos se estreitaram. “Primeiro, você não está largando. Você está se afastando por um tempo. Talvez seja para sempre, mas não é como se você não pudesse fazer. Segundo, faculdade nem sempre é a resposta, babe. Escolher não seguir por esse caminho não te faz uma perdedora e eu adoraria ouvir alguém disser isso sobre você.” “Se acalme.” Eu dei uns tapinhas em seu peito, mas secretamente estava totalmente satisfeita. Eu inalei profundamente e, yeah, eu me senti melhor. Mais leve. “Eu quero levar a pintura a sério. Quem sabe? Talvez eu possa seguir aquilo que minha mãe me disse sobre a curadora na cidade. Ela gostou das minhas pinturas. Eu tenho mais. Eu posso dar mais a ela.” “Só se você não der nenhuma das que fez de mim a ela.” Corando, eu descansei minha testa contra seu peito e gemi. “Você é um

idiota.”

Ele riu enquanto envolvia minha cintura com seus braços. “Especialmente aquelas que você fizer de mim nu. Yeah, eu não me esqueci do seu pedido.” Eu suspirei.

“Mas sério, eu acho que é algo incrível,” ele disse. Quando eu levantei minha cabeça, ele sorriu para mim. “Estou orgulhoso de você.” “Mesmo?” Minha voz rachou.

Ele balançou sua cabeça. “Sim, mesmo.” Eu abri minha boca mas seu celular tocou. Eu sai de cima dele, ficando de lado enquanto ele se sentava e o pegava.

“Yo,” ele atendeu.

Pelo jeito como ele atendeu, eu presumi que não era ninguém do trabalho. Ele se virou, olhando para mim. Seu olhar passou pelo comprimento do meu corpo nu e seu rosto disse que ele desejava que não estivesse no telefone, então ele se virou. “Yeah. Okay.” “Está tudo bem?” eu perguntei quando ele desligou.

“Era Colton.” Reece franziu suas sobrancelhas enquanto colocava o celular de volta no criado mudo. “Ele está lá fora. Eu já volto.” Antes dele tirar suas pernas da cama, ele beijou minha bochecha e minha testa. O ato foi tanto doce quanto gentil, mas realmente me fez querer girar pelo quarto como uma bailarina.

Reece fechou a porta atrás de si e eu fiquei deitada ali por um momento, então peguei a camiseta porque conhecendo minha sorte, eu seria pega deitada nua em sua cama. Colocando a camiseta, eu a deixei cair em volta de mim e trabalhei para conseguir tirar os nós do meu cabelo enquanto eu resistia a vontade de ir lá fora e saber o que Colton estava fazendo aqui. Eu não tive de resistir por muito tempo.

Menos de cinco minutos depois, Reece voltou, deixando a porta aberta atrás de si. Eu puxei as cobertas para cobrir minhas pernas. “Colton ainda está aqui?” Ele parou a alguns passos de distância da cama. “Não. Ele já foi embora.” “Okay.” Eu inclinei minha cabeça para o lado, observando ele mais atentamente. Algo estava errado nele enquanto ele passava a mão pelo seu peito. “Aconteceu alguma coisa?” Reece concordou. ”Yeah, algo aconteceu.” Agora eu estava começando a ficar ansiosa. Uma bola se formou em minha barriga. “O que?” “Kip morreu.” Eu pisquei uma então duas vezes. “O que?” Ele engoliu forte. “Ele foi encontrado morto na cela essa manhã. Há algumas horas atrás na verdade. Totalmente estranho.” Tudo que eu consegui fazer foi encará-lo.

“A coisa é que ele se enforcou com sua camiseta, amarrando ela na barra da cela e deixando seu peso cair. Plausível. Mas não é comum considerando quem faria esse tipo de coisa consigo mesmo, além do mais, ele não estava sozinho. Colton disse que haviam oito caras na cela.”

Eu ainda não tinha conseguido encontrar minhas palavras.

Ele balançou sua cabeça devagar enquanto encarava algo sobre meu ombro. “Aparentemente ele deixou uma carta de suicídio.” “Aparentemente?” Pronto. Eu conseguia falar. Bem, eu conseguia copiar as palavras de Reece.

“Ele disse a um dos caras presos com ele onde o corpo da Sally Winters poderia ser encontrado e, então, de acordo com a testemunha, ele foi se enforcar. Ninguém parou ele.” Ele pausou, tão confuso quanto eu. “Tem uma unidade indo para lá agora, desde que o local fica na nossa jurisdição.” Tudo bem, eu estava totalmente surpresa. “Ninguém tentou impedir ele? Eles – oito pessoas – apenas observaram ele se enforcar até morrer, amarrando sua camiseta em seu pescoço e nas barras?” “Yeah,” ele respondeu. “Mas essa é a coisa.” Ele deu um passo mais para perto da cama. “As noticias sobre ele saíram na segunda certo? Quando estávamos no hospital, isso passou no noticiário da noite. A palavra que ele era suspeito de ter machucado as outras meninas e que estava preso espalhou rápido.” “Okay.” “Colton me disse que a um pouco mais de um dia atrás, um cara foi preso por roubar uma loja de bebidas. Situação estranha. O cara entrou, pegou uma garrafa de whisky de uma prateleira, sair e começou a beber. Ficou ali sentado até que a policia apareceu. Ele foi preso e estava na cadeia. Ainda está. Os policiais que o prenderam disseram que ele tinha histórico, mas adivinha com quem mais ele está ligado?” Eu balancei minha cabeça. “Com quem?” “Isaiah.” Meus olhos arregalaram. “Puta merda. Não foi a prima do Isaiah que foi atacada?” Quando Reece concordou, tudo começou a fazer sentido. “Oh meu Deus, vocês acham que esse cara recebeu ordens do Isaiah para ser preso para terminar na mesma cela que Kip e matar ele?”

“Lembra do Mack? O cara que estava ameaçando Calla sobre o dinheiro que sua mãe devia? Ele terminou com uma bala na cabeça e todos nós sabemos que Isaiah é capaz disso, especialmente quando alguém meche com sua família. Ainda mais conveniente foi o fato da câmera da cela ter desligado durante as primeiras horas da manhã.” Puta... “Então algum policial está envolvido também?” “Nós sabemos há anos que ele tem pessoas na força policial. Deus sabe o quanto ele paga a elas para fazer isso, quem quer que seja que mexeu na câmera. Provavelmente mais que o suficiente para tirar uma vida e arriscar ser pego. O departamento está investigando isso.” “Mas ninguém nunca foi capaz de ligar nada no Isaiah. Nunca. A vida toda.” “Yep.” Eu não sabia o que pensar ou como me sentir depois de descobrir que Kip estava morto. Que ele ou tinha tirado sua vida ou Isaiah tinha mandado alguém fazer isso. De qualquer modo, não haveria uma vida na prisão ou acordos sendo feitos. Se o que o cara daquela cela estava dizendo era verdade, o corpo de Shelly seria encontrado e essa seria a única luz no fim desse túnel. Eu procurei pelas minhas emoções por algo mas era mais o tipo... meh. E isso não me fazia a pior pessoa do mundo? Não era porque eu não me importava. Eu só não queria gastar mais energia naquele monstro. Eu não podia.

Reece se sentou na cama, passando seus dedos em seu cabelo. Eu o assisti em silêncio. Enquanto ele abaixava sua mão até seu joelho, ele balançou sua cabeça. “Será que me faz uma péssima pessoa dizer que eu não estou comovido pelo que aconteceu?” Indo para seu lado, eu me sentei para que meus joelhos estivessem pressionados contra sua perna. “Eu acho que não... quero dizer...” Suspirando, eu levantei minha mão. “Você sabe. Eu poderia mentir e dizer que é uma merda alguém ter morrido, mas não tenho certeza se essa é a verdade. E mentir é pecado, né? Quero dizer, estar aliviado que alguém morreu é pecado? Você sabe, eu não sei se é. Nós precisamos descobrir como alguém que é super familiar com a bíblia ou coisa do tipo.”

bar?” “Eu aposto que Melvin saberia.” Ele levantou uma sobrancelha. “Melvin? O velho que normalmente bebe no

Eu concordei. “Yep. Melvin meio que sabe tudo. Na verdade, eu aposto que Katie saberia. Ela é outra que sabe de tudo. É estranho. Oh!” Eu juntei minhas mãos. “Eu nunca te contei o que Katie me disse uma vez sobre você.” Ambas sobrancelhas voaram dessa vez. “Eu devo ficar preocupado?” “Não,” eu ri. “Ela me disse uma vez, há uns dois anos atrás, que eu já tinha conhecido e me apaixonado pela pessoa que eu passaria o resto da minha vida. Eu não acreditei nela, mesmo quando ela disse que essa pessoa era você.” Seus olhos se arregalaram. “Mesmo?” “Mesmo. E eu não quis acreditar nela, mas eu acho que lá no fundo eu sabia que ela estava certa porque eu já te conhecia e já te amava há muito mais tempo que admiti.” Ele me encarou, uma mistura de surpresa e descrença em seu rosto.

Eu sorri. “Ela também me contou uma vez que quando estava bebendo Moonshine64 , que um parente trouxe para ela do Sul, ela terminou na floresta e falou com fadas a noite toda. E teve essa outra vez quando ela disse a Nick que ele já havia conhecido a menina que ele terminaria, e ele pareceu que queria correr para longe. Então talvez esse seja apenas seu discurso padrão? Espere! Ela também disse...” “De voltar para a parte de você me amando,” ele me encurralou. “Ela disse isso mesmo para você há anos atrás?” “Sim, ela disse.”

64 Bebida destilada alcoólica parecida com vodca.

“Oh, babe.” Ele se inclinou, descansando sua testa contra a minha enquanto colocava uma mão na parte de trás do meu pescoço. Ele me beijou e eu derreti como um cubo de gelo no sol. “Katie realmente tem poderes psíquicos.”

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