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Capítulo Dez

Reece estava sentado no sofá, suas longas pernas esticadas na sua frente, com os pés em cima da mesa de centro. A TV estava ligada, com o volume baixo. Por um momento tudo que pude fazer foi encará-lo enquanto meu estômago caia louco e perigosamente, porque eu poderia... eu poderia me acostumar a ver ele assim sentado no meu sofá, esperando por mim depois do trabalho. Eu esperando por ele. Preferivelmente nu.

“Um.” Ele olhou para cima, suas sobrancelhas levantadas. “Tem alguma coisa que você quer me dizer?” Eu enrijeci. “O que?” Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto. “O assento do banheiro estava levantado.” “O que?” Eu repeti.

“Quando eu fui no seu banheiro, o assento estava levantado. Eu estava me perguntando se havia alguma coisa que você não estava me contando. Como se você estivesse tentando um método novo ou coisa do tipo,” ele provocou.

Mas que porra? A única vez que eu acidentalmente deixava o assento do banheiro levantado era quando eu limpava. Minha mente correu para uma explicação plausível em como o assento poderia ter se levantado sozinho. Poltergeist. Era oficial. O apartamento vitoriano foi construído em cima de um cemitério indígena. Nós estávamos ferrados.

Será que eu poderia chamar os Ghost Hunters35? Ou as pessoas do The Dead

Files36?

“Senta comigo?” ele perguntou, esticando seu braço nas costas do sofá.

Reece tinha deixado para lá a coisa do assento do banheiro facilmente, e eu quase soltei minha teoria sobre o Mistério de Plymouth Meeting, mas decidi não

35 Programa de TV sobre pessoas que procuram fantasmas em locais possivelmente assombrados 36 Série de TV sobre uma médium que ajuda a polícia a resolver crimes

parecer uma lunática por agora. Eu preferia falar sobre isso com minha mãe ou Katie. Ele provavelmente não acreditaria em mim e acharia que eu estaria sendo a Estranha Roxy.

Indo até ele, eu me sentei com o que poderia ser considerada uma distância apropriada. Quando eu puxei minhas pernas para cima e as cruzei, havia pelo menos uns 10 centímetros. Além do mais, se eu me inclinasse para trás, estaria em seu braço.

Por que eu estava pensando sobre isso?

calça. “O que você está assistindo?” eu perguntei, brincando com a barra da minha

Ele deu de ombros. “Parece um comercial sobre música dos anos 80. Acho que vou comprar.” Eu bufei. “Eu nem tenho um CD player.” Ele me olhou pelo canto. “Você não tem um DVD player também.” Quando eu estive em seu apartamento, vi que ele tinha uma coleção impressionante de DVDs. Não que eu pude olhar eles, mas ele deveria ter todos os filmes que saíram nos últimos vinte anos. “Por que eu teria um quando tenho On Demand?” Balançando a cabeça, ele pegou seu copo. “Você não tem uma coleção de DVD e sua mãe ainda faz chá para você. O que estou fazendo aqui?” “Que seja!” Eu dei um tapa em sua coxa – sua extremamente dura coxa. Wow. Meus dedos formigavam quando puxei minha mão de volta. “Como você sabe que não fui eu que fiz o chá?” “Tem gosto do chá da sua mãe,” ele respondeu, seus olhos azuis brilhando. “Além do mais, pelo que me lembro, seu chá tem gosto de lubrificante de motor.” Uma risada escapou de mim. “Não tem não.” Ele levantou uma sobrancelha. “Okay. Certo. A proporção de açúcar para o chá sempre me confunde.”

Reece riu. “Você sabe, eu estava falando sério sobre aprender a atirar mais cedo. É a coisa inteligente a se fazer.” “Eu não sei. Armas... eu não tenho problema com elas, mas elas me assustam.” Eu admiti. “Ter o poder de terminar com uma vida em suas mãos. Tudo que você precisa fazer é puxar o gatilho.” Eu balancei minha cabeça. “Isso é... isso é só poder demais.” “Babe, você sabe muito bem que uma pedra nas mãos erradas pode mudar uma vida, até mesmo acabar com ela. Uma arma não é diferente.” Inquieta, eu tinha de admitir que ele estava certo. Armas também eram parte da sua vida mas não eram parte da minha. Durante minha infância, meu pai teve rifles de caça, mas eu raramente os via. Ele os mantinha trancados e nunca me passou pela cabeça pegar em um.

mim?” “Você só precisa ser responsável,” ele continuou. “Apenas pense nisso. Por

“Eu vou pensar nisso.” Sorrindo, eu olhei para a TV. Algum cara de moicano estava balançando um CD. “Então, o que você estava fazendo na casa do seu pai?” Reece tomou um longo gole e, enquanto abaixava o copo, o gelo tremeu. Um momento se passou e eu queria bater em mim mesma. Reece... yeah, ele nunca foi fã de falar sobre seu pai. Eu fiquei assustada quando ele olhou para mim e respondeu a pergunta antes que eu conseguisse mudar de assunto.

“Divórcio número três.” Eu o encarei. “O quê? Quando isso aconteceu?” Era o tipo de pergunta estúpida, porque eu não fui uma boa amiga para ele nos últimos onze meses.

“Então, eu não sei. Tudo estava bem no começo do verão. Ele e Elaine estavam indo passar as férias na Flórida.” Ele encostou sua cabeça contra a almofada, olhando para o teto. Ele soltou um risinho. “Então, meu pai não sabe ser claro com nada. Então ele dizer para mim ou para Colton que as coisas estão ruins quer dizer que são péssimas. O cara nada mais é do que um mentiroso.” Eu suspirei. “Ele traiu ela?”

“Yep.” Um segundo se passou e senti sua mão em meu cabelo, fazendo minha respiração acelerar. Seu toque era leve, como se ele estivesse apenas percorrendo seus dedos por ele, mas meu corpo ficou hipersensível. “Com uma mulher mais nova que ele conheceu em uma viagem de negócio. Disse que foi coisa de uma noite e que Elaine estava exagerando.” “Exagerar uma traição? Como alguém consegue exagerar isso?” “Você conhece meu pai. O cara não sabe o que é errado,” ele disse, balançando sua cabeça. “Enquanto eu estava lá, ele deixou seu celular no capô do carro. E ele tocou. O nome de uma mulher apareceu na tela. Nunca ouvi sobre ela antes. Eu aposto minhas economias que era a ‘mulher de uma noite’. Eu não estou surpreso que seu casamento terminou assim. Quando minha mãe entendeu e largou a bunda dele, ele já tinha estado com cinco mulheres. E não do tipo ‘wham, bam, thank ya ma’am’ 37também. Cinco relacionamentos.” “Isso é triste,” eu murmurei, abaixando meu queixo. Franklin – seu pai – era um traidor compulsivo. Pelo menos, foi isso que ouvi minha mãe dizer uma vez. “Me desculpe. Eu sei que você é mais velho agora, assim como Colton, e talvez isso não machuque tanto quanto antes, quando você era mais novo, mas ainda é uma merda.” Em vez de negar, ele sorriu gentilmente. “Yeah, é uma merda.” Seus dedos tinham deixado meu cabelo mas seu braço ainda estava ali, quente e me provocando para me reclinar. “Eu não fiquei próximo de Elaine, mas ela parecia uma ótima mulher. Ela não merecia nisso. Ninguém merece.” Inalando profundamente, eu me encostei. Seu braço estava logo atrás do meu pescoço. Nem um segundo se passou antes que sua mão encontrasse o caminho do meu pescoço. “Você... você acha que ele vai se casar novamente?” “Provavelmente.” Ele pegou seu copo e tomou outro gole. Eu tinha esquecido completamente sobre o meu. “Eu acho que a pior coisa não está no fato que ele enfia seu pau em qualquer coisa que ande, mas ele sempre mente sobre isso, mesmo quando é pego. Eu não entendo isso. Nunca vou entender. De jeito nenhum” Ele disse, falando enquanto sorria, mesmo que o sorriso não chegasse ao canto de seus

37 Algo como oi – sexo – tchau, uma brincadeira com encontros casuais

lindos olhos que eu tinha tanta dificuldade em reproduzir. “Então, o que você esteve pintando ultimamente?” Puta merda, ele era telepático? Sangue correu para minhas bochechas enquanto eu procurava em minha cabeça algo para falar que não incluísse seu rosto. “Um, bem, eu tenho feito várias paisagens. Praias. Montanhas. Esse tipo de coisa.” Boa resposta Roxy!

Seu olhar percorreu meu rosto, como um carinho físico. “Você ainda está pintando para Charlie?” Claro que ele se lembrava disso. Concordando, eu não estava surpresa quando uma tristeza familiar me invadiu enquanto eu pensava em todas aquelas pinturas em sua parede.

A mão em meu ombro apertou. “Então quando você vai pintar algo para

mim?”

“Quando você virar o meu garoto da piscina,” eu retruquei.

Ele me encarou. “Você não tem uma piscina.” “Eu sei. Então vai ser quando eu tiver uma piscina e você virar meu garoto oficial.” Eu sorri. “Você acha que estou brincando.” Jogando sua cabeça para trás, ele riu profundamente enquanto usava sua mão que estava em meu ombro para me puxar mais para perto. Um segundo depois eu estava apoiada nele, e no outro eu estava de costas, minha cabeça descansando em seu colo e tudo que eu conseguia fazer era encarar ele, porque essa foi uma jogada suave.

fôlego.

“Yeah, eles ensinam esse tipo de coisas na academia.” Seus longos e grossos cílios abaixaram enquanto ele colocava uma mão na curva do meu quadril, do lado mais longe dele. “Mal pude esperar para usar em você.”

“Você aprendeu isso enquanto treinava para ser policial?” eu perguntei, sem

Eu sorri para ele enquanto meu coração começava a pular em meu peito. A mão que estava no meu quadril parecia ser algo feito inconscientemente por ele. “Eu me sinto honrada.” “Você deveria mesmo.” Usando sua outra mão, ele cuidadosamente tirou uma mecha do cabelo do meu rosto. Algo que parecia fazer sempre meu coração disparar. Eu sabia naquele momento que me satisfazer com apenas uma transa seria difícil.

Antes que eu pudesse absorver isso, ele falou. “Posso fazer uma pergunta?” “Claro.” Eu desejava que ele perguntasse se poderia me deixar. Isso teria um ressoante sim em resposta.

A mão em meu quadril se moveu e seu dedão passou pela barra da minha blusa, me fazendo tremer. “No que você estava pensando quando jogou aquele livro Roxy?”

Whoa. Mudança total de assunto que eu não estava preparada. Aqui estava eu pensando nele me beijando. Eu abri minha boca, mas me levou alguns segundos para responder. “Eu realmente... realmente não estava pensando.” Ele pegou uma mecha do meu cabelo e enrolou em seu dedo. “Babe, eu não acho que exista um momento onde você não está pensando.” Eu desviei meu olhar enquanto mordia meu lábio. Pensando bem no momento em que Henry pegou meu braço, havia muito na minha cabeça. Tanto que parecia que não tinha nada. Meu peito apertou.

Reece soltou meu cabelo e passou seu dedo pelo meu lábio inferior, extraindo um suspiro de mim... e uma resposta. “Eu o odeio,” eu disse, sentindo as palavras vazarem de mim como sangue. “Eu realmente o odeio, Reece. Nunca odiei ninguém antes, mas quando eu o vi, eu queria... eu queria machucar ele assim como ele fez com Charlie. Foi nisso que estava pensando quando joguei aquele livro.” As linhas em seu rosto suavizaram. “Roxy...” “Eu sei que é errado.” Eu fechei meus olhos, exalando suavemente. “Eu sei que o que fiz não foi muito diferente do que Henry.”

“Não,” ele argumentou e quando eu abri meus olhos, ele estava me encarando diretamente. “O que você fez foi jogar um livro em um para brisas, não nele. Henry pegou uma pedra e jogou na parte de trás da cabeça de Charlie quando vocês estavam indo embora.” Eu tremi.

“Você nunca teve intenção de machucar Henry.” Ele continuou enquanto passava seu dedão pela barra da minha blusa. “E se Henry realmente não quisesse causar o dano que fez em Charlie, ele ainda fez a decisão consciente de jogar a pedra nele. Não no chão ou no carro próximo. Ele jogou em outro ser humano. Você nunca faria isso.” Um ar gelado fez seu caminho do meu peito para meu estômago. A coisa era, eu não tinha certeza disso. Quando eu tinha provado a raiva, a vermelha e amarga raiva, eu sabia que era capaz de fazer algo hediondo. Todos eram capaz disso, o pouco de moral em mim tinha impedido isso, mas será que iria me impedir sempre? Se eu visse Henry novamente, havia uma boa chance que eu perderia a calma novamente e, de verdade, como isso me fazia melhor que ele?

“Pensamento profundo,” eu murmurei, desviando de onde meus pensamentos estavam indo.

Seus lábios se curvaram no canto enquanto seu dedão acariciava a pele que agora estava exposta. Seu toque era como um choque. “Yeah, profundo demais para às quatro da manhã.” O tom de Reece era leve mas tudo em mim estava pesado. Era como se uma porta tivesse sido aberta na minha cabeça. Memorias dolorosas sobre aquela noite com Charlie e Henry foram soltas. Elas se acumularam dentro de mim como uma torre prestes a cair. Elas começavam com o que eu tinha feito, a pedra verbal que eu tinha jogado e que tinha começado tudo.

E aqui estava eu, deitada no colo do homem que... bem, que eu vinha mentindo por onze meses. O homem que odiava mentiras acima de tudo. Isso não estava certo.

Me levantando, eu comecei a me virar de lado para que pudesse fingir ir ao banheiro, me dar tempo para limpar minha cabeça, mas não consegui.

Reece curvou sua mão atrás do meu pescoço e a mão no meu quadril subiu para minha barriga, parando logo abaixo dos meus seios. Meus olhos se arregalaram enquanto ele me segurava ali, meu ombro pressionado contra seu peito.

“Não,” ele disse, sua voz rouca.

Aquela única palavra foi como um raio. Algumas vezes eu me esquecia o quão bem ele me conhecia. Mesmo que não tivéssemos nos falado por quase um ano, ele ainda sabia quando eu estava sobrecarregada, reconhecia que meu humor podia mudar assim como uma moeda girando pelo ar.

Nossos olhares se encontraram enquanto eu colocava minha mão em seu ombro. Eu comecei a me afastar, mas ele abaixou sua cabeça. Eu estava olhando para cima enquanto seus lábios passavam pelo meu. Foi um carinho leve. Ele fez esse caminho uma e outra vez. Eu não conseguia respirar enquanto sentia o calor de sua boca aumentando a pressão mais gentil enquanto ele me segurava no lugar. Havia quase um jeito duvidoso sobre como seus lábios passavam sobre os meus, como se fosse pela primeira vez. E não era, mas aquela noite no seu apartamento, ele não tinha me beijado assim – não desse jeito carinhoso que fazia uma bola de emoção se formar na minha garganta. Esse beijo... era como se eu fosse querida.

Meus dedos seguraram seu ombro, apertando o fino tecido de algodão de sua camiseta enquanto meu coração acelerava. Quando eu pensei sobre ele me beijando, eu não achei que seria assim. Nenhum cara tinha me beijado assim como se eu fosse preciosa.

“Reece,” eu sussurrei contra sua boca.

Algo em ter ouvido seu nome despertou algo nele. A mão que estava na parte de trás do meu pescoço apertou, assim como aquela na minha cintura e o beijo... oh wow, o beijo ficou mais profundo. Não havia traços de bebida em sua língua, apenas açúcar, chá e cem por cento masculinidade. Ele mordeu meu lábio inferior, tirando um leve gemido que ecoou direto de dentro de mim, então ele afastou meus lábios, me provando. O beijo foi como um incêndio, acendendo um desejo profundo. Eu não precisava mais limpar meus pensamentos. Minha cabeça estava cheia com apenas um destino.

Reece.

Me sentando, eu me movi até que consegui colocar um joelho de cada lado das suas pernas. Ele me observou com os olhos sombrios. “Eu gosto da onde isso está indo,” ele disse, segurando meu quadril. “Eu realmente gosto, mas eu quero...” Tendo terminado com os pensamentos profundos e as boas intenções, eu segurei suas bochechas e fui direto ao ponto. Eu o beijei – tão profundamente e tão quente quanto ele tinha me beijado.

Um gemido profundo ecoou do seu peito e eu senti isso quando ele apertou meu quadril ainda mais, mandando uma onda de arrepios por mim. Sua boca se abriu imediatamente, e eu inclinei minha cabeça, provando ele. Meus dedos fizeram seu caminho para a lateral do seu cabelo até chegar na parte mais comprida. Ele fez outro som que disparou uma onda de desejo por mim.

Sua mão deslizou nas minhas costas, seguindo a linha da minha coluna antes de se entrelaçar com meu cabelo por um momento. Não houve um minuto que paramos de nos devorar com longos e molhados beijos, nem com os pequenos que faziam meu coração flutuar.

Reece deslizava suas mãos para cima e para baixo, sobre minhas costas, até apalpar minha bunda, a apartando enquanto eu buscava por ar. O beijo ficou mais faminto enquanto ele me guiava para baixo em seu colo. Outra onda de luxuria passou por mim ao sentir ele, esticando em baixo de seu jeans. Dos poucos momentos que passamos juntos antes, eu sabia que ele era longo e grosso, mas eu tinha esquecido o quão bom era sentir ele.

Eu mexi meu quadril, me pressionando contra ele e fui imediatamente recompensada com uma onda de prazer. Descansando minha testa contra a dele, eu gemi enquanto me segurava em seu cabelo.

“Deus, você vai me deixar louco.” Sua voz era grossa, crua. Ele puxou meu quadril mais ainda, atingindo meu ponto pelas minhas calças de yoga. “Eu não acho que você vai ficar feliz enquanto não deixar.” Ofegante, eu deixei minhas mãos deslizarem pela lateral do seu pescoço, pelo seu ombro. “Eu quero você louco por mim,” eu admiti, mordendo meu lábio enquanto ele trazia nossos quadris juntos novamente.

“Baby, eu já sou louco por você.” Ele pegou meus lábios em outro beijo fumegante antes de se afastar e trilhar beijos pelo meu maxilar. “Eu acho que você sabe disso.” Jogando minha cabeça para trás, eu me segurei firme. “Nuh-uh.” Ele moveu aqueles beijos para baixo da minha garganta, parando logo onde era possível sentir minha pulsação. Ele atiçou o ponto com um beijo suave. “Cada vez que eu te vi durante esse último ano, eu queria você aqui. Logo aqui.” Para demostrar o que ele disse, ele moveu seu quadril, pressionando o volume em seu jeans contra meu centro. “E cada vez que você se afastava de mim, eu queria te perseguir.” Eu tremi enquanto ele trazia sua boca para minha clavícula. Ele levou suas mãos mais para cima, passando elas pela minha barriga, indo ainda mais para cima, sobre meus seios. Minhas costas arquearam quando uma sensação deliciosa passou por mim.

“Você não tem ideia de quantas vezes eu pensei em jogar você sobre meu ombro e te levar de volta para a sala do estoque.” Seu dedão passou sobre a ponta dos meus seios, e eles já estavam duros e doloridos. “Eu acho que eu deveria ter feito apenas isso. Então poderíamos ter evitado toda essa merda entre nós.” Minha cabeça estava nas nuvens, perdida no prazer que ele estava extraindo de mim. “Parece como...” eu suspirei quando sua língua tocou minha pele. “Parece que teria... sido um bom plano.” Ele levantou sua cabeça enquanto trazia suas mãos para meus ombros, deslizando seus dedos em baixo das finas alças. Seus olhos encontraram os meus. “Posso?” Deus, ele poderia estar pedindo qualquer coisa nesse momento e eu daria a ele. Eu concordei, sem conseguir falar.

Um lado da sua boca se curvou e, novamente, havia aquela explosão de emoções enquanto ele sorria para mim, todo inocente e sensual, e eu sabia que tinha me apaixonado por ele há muitos anos. Não tinha como mudar isso, mesmo que ele não estivesse apaixonado por mim, e nunca ficasse, não mudava o fato que ele já estava sobre minha pele.

Com seu olhar caloroso no meu, ele deslizou as alças da minha blusa até meu cotovelo. Eu não hesitei. Abaixando meus braços, eu as puxei mais para baixo para que o tecido estivesse descansando em minha cintura.

Reece me beijou docemente e se afastou. Seus cílios abaixaram e eu sabia que ele estava me olhando, fazendo um pouco da névoa sair dos meus pensamentos. Será que ele se lembrada de como eu era, no meio de todo álcool que ele tinha consumido aquela noite? Eu estava me sentindo vulnerável naquele momento. Eu mal enchia uma taça tamanho B e isso sendo otimista.

Mas ele tremeu enquanto colocava suas mãos em meus seios nus, quase me reverenciando. Eu olhei para baixo, sem conseguir respirar, enquanto ele me segurava, sua pele um tom mais escuro contra a minha pálida e rosada.

“Você é linda,” ele disse com a voz rouca, seu olhar focado no seu dedão sobre meu pico rígido. Eu tremi quando seus lábios voltaram a ter aquele seu sorriso. “Você gostou disso?” “Yeah,” eu sussurrei e concordei, apenas no caso dele não ter recebido a mensagem.

“Eu não me lembro do que você gosta,” ele disse, pegando minha ponta entre seus dedos ágeis. “Eu não lembro o que te deixa louca.” Ele apertou gentilmente e eu gemi. Seus cílios levantaram, cheios de fome. “Você é sensível.” Eu era. Sempre fui sensível ali, Katie, a stripper extraordinária, uma vez me disse que eu tinha sorte porque a maioria das mulheres que ela conhecia não eram muito a favor de preliminares com seus seios.

Sem conseguir desviar meu olhar, eu o observei me tocar. Havia algo extremamente erótico nisso. Eu nunca tinha feito isso. Novamente, a maioria dos caras não tinham demorado muito e, quando ele deslizou suas mãos para meu quadril, eu pensei que ele fosse seguir em frente.

Eu estava errada.

Ele me levantou para que eu estivesse sobre ele, me apoiando com minhas mãos no encosto do sofá, ele colocou sua boca sobre a ponta dos meus seios.

“Oh meu Deus,” eu gemi enquanto ele sugava meu mamilo com sua boca. “Reece, oh Deus...” Uma mão estava contra meu ombro, puxando meu cabelo. Uma série de arrepios fortes e sensuais irradiaram pela minha cabeça enquanto ele me saboreava. Eu estava presa, mas não havia outro lugar que eu quisesse estar enquanto ele se movia de um seio para o outro.

Meus dedos cravaram na almofada enquanto ele sugava profundamente, fazendo meus músculos se contrariarem, até que eu não conseguisse aguentar mais. Eu tentei me afastar.

“Não,” ele rugiu. “Eu ainda não terminei com você.” Eu estava ofegante enquanto ele pegava minha ponta entre seus dentes. A pequena mordida mandou lava pelo meu sangue. Eu tremi contra ele, meu corpo quente. “Eu não... eu preciso de você. Por favor.” Ele me soltou e eu fiquei louca. Segurando em seus ombros, eu me pressionei de volta contra ele, encontrando sua boca. Suas mãos estavam de volta no meu quadril enquanto eu me movia contra ele. O tecido fino de sua camiseta provocava meus seios e a fricção entre minhas pernas contra sua ereção foi demais.

Eu não conseguia me lembrar a última vez que eu tive um orgasmo assim, ainda com a maioria das minhas roupas vestidas – sem um cara colocar a mão em mim, mas eu podia sentir isso crescendo dentro de mim enquanto eu o montava, ele investindo seu quadril contra mim, copiando o que estava fazendo com sua língua.

A liberação me percorreu, explodindo no meu centro e passando por cada parte do meu corpo. Sua boca abafou meu gemido, mas ele sabia o que tinha acontecido, porque um som puramente masculino escapou dele. Quando a última onda de prazer passou por minhas veias, eu estava corada e tremendo.

“Olhe para você,” ele disse perto da minha orelha, sua voz rouca. “Nada mais quente, Roxy. Você parece que está segurando um incêndio.” Me levou um tempo para voltar e entender que ele tinha realmente me feito gozar e, quando eu me afastei um pouco, eu dei um pequeno beijo no canto dos seus lábios. “O que você quer que eu faça?”

Seus olhos eram como um fogo azul. “Baby, ver você gozar fez minha noite.” Eu tremi, pensando que ele estava sendo perfeito, mas eu olhei para baixo e não havia como esconder a elevação em sua calça. Com minhas mãos ainda trêmulas enquanto eu me afastava mais, eu alcancei entre nós, meio que esperando que ele me parasse.

Ele não parou.

Um sorriso presunçoso apareceu em meus lábios enquanto eu passava meus dedos sobre seu cumprimento, me fazendo contrair quando seu quadril se moveu em resposta. Eu olhei para ele, minha respiração profunda. “Você não gozou.” Ele balançou sua cabeça, seu maxilar tenso.

Meu coração estava acelerado enquanto eu abria seu botão e cuidadosamente abaixava o zíper. O material se afastou relevando uma boxer preta. Sem dizer uma palavra, ele se levantou, comigo junto, do sofá, como um pedido silencioso. Eu não desperdicei tempo em abaixar seu jeans e sua boxer.

Eu encarei enquanto ele saia, solto, grosso e pesado. Sendo honesta, essa parte do corpo de um homem não era a coisa mais atrativa do mundo, mas Reece... oh yeah, ele era tão delicioso quanto o resto dele.

E falando sobre o resto dele.

Enquanto ele se sentava, eu peguei a barra de sua camiseta e ele levantou seus braços, me deixando tira-la e joga-la em algum canto que eu esperava que ele nunca encontrasse, e eu pude olhar bem no que diferenciava um homem de um menino que trabalhava seu corpo para mantê-lo em forma.

Sua pele dourada era lisa e dura sobre suas elevações e, um pouco mais para baixo, sobre um abdômen definido. Uma linha de pelos escuros corriam do seu umbigo até onde ele estava esperando. Eu levei meu olhar de volta para cima. Havia uma cicatriz do lado esquerdo do seu umbigo, a pele elevada e em um círculo irregular. Havia outra logo acima dessa. E, eu sabia que se tirasse sua calça, haveria uma terceira.

Eu perdi a respiração quando eu pensei sobre o quão perto eu estive – quão perto nós estivemos – de perdê-lo. Me inclinando, eu o beijei, desejando que eu

pudesse sumir com os onze meses de idiotice, porque tempo... era curto e nunca certo.

“O que você quer que eu faça?” eu perguntei novamente.

Seus olhos procuraram os meus. “Tem muitas coisas que eu quero que você faça, Roxy.” “Escolha uma.” Ou duas, ou três. Eu faria todas.

Reece colocou sua mão em volta do seu pênis. Puta merda, parecia que eu ia precisar de um ventilador enquanto ele apertava ainda mais. Meus lábios se afastaram enquanto ele levava sua mão da cabeça a base e, de volta para cima. “Isso é o que eu quero que você faça.” Meu sangue estava pulsando no meu ouvido e eu mal me ouvi dizer, “Você... é quente pra cacete, Reece.” Ele gemeu enquanto sua mão fazia o mesmo movimento novamente e suas costas arqueavam, e eu não consegui me segurar. Eu gemi. Seu olhar voltou diretamente para o meu, um fogo diferente queimando na profundidade. “Eu acho que sei o que você quer.” “O que?” Reece colocou sua outra mão na base do meu pescoço enquanto ele movimentava a primeira novamente. Um brilho apareceu em sua ponta. “Você quer me assistir.” Cada parte do meu corpo queimou. Não por vergonha, mas porque era verdade. “Eu nunca assisti um cara...” “Isso é tudo que eu preciso ouvir,” ele disse, movendo sua mão.

Minha respiração ficou presa em meu peito enquanto eu o assistia, seu movimento ficando mais forte. Eu não podia acreditar que eu estava fazendo isso –não conseguia acreditar no quão excitante isso era – ou que eu ainda estava em seu colo, minha blusa esquecida em volta da minha cintura e minha pele corada. Eu comecei a olhar para cima.

“Não. Me assista,” ele ordenou e eu tremi ao som da sua voz exigente.

E eu o assisti enquanto sua mão bombeava e seu quadril se movia ainda mais. Eu tive que colocar minhas mãos em seu ombro para me segurar, e eu não desviei o olhar, não até que sua mão em volta do meu pescoço me puxou para frente.

Reece me beijou enquanto encontrava sua liberação. Não – ele não apenas me beijou, ele me devorou enquanto se bombeava com a outra mão. “Merda,” ele soltou a palavra enquanto seu outro braço me envolvia, me puxando ainda mais perto do seu peito nu, me segurando. Eu enterrei minha cabeça no espaço entre seu pescoço e ombro, respirando o cheiro de sua loção pós barba enquanto eu sentia seu coração desacelerar.

Nenhum de nós falou por um longo momento e, então, ele riu, o som me fazendo sorrir.

“Merda, Roxy.” Ele disse, limpando sua garganta. “Você vai me fazer querer manter você.” Meu coração estava correndo na direção oposta enquanto minha cabeça tentava trazer sentido ao que ele disse. Eu já estava começando a aplicar uma quantidade louca de significado no que ele tinha dito. Será que ele não estava planejando fazer isso? Era apenas por diversão? Mas ele disse que ele queria ser mais que amigos. Isso importava? Não, não importava, porque eu não iria mentir para mim mesma.

Eu queria que ele me mantivesse.

Capítulo Onze

Eu não pretendia apagar, mas em algum lugar entre ver Hilary remodelar uma fazenda velha e David mostrando algumas escolhas de casa no HGTV, eu tinha caído no sono com minhas costas apoiadas na frente de Reece.

Eu nunca tinha caído no sono com um cara no sofá antes. Parecia algo simples que eu imaginava que milhares de pessoas faziam, mas era algo totalmente novo para mim.

No começo, eu não tinha certeza o que me fez acordar. Eu pisquei, abrindo meus olhos, confusa. Havia um comercial passando na TV, vendo a nova máquina de Bowflex38 . Eu encarei isso por um momento, a segundos de voltar a dormir, quando eu senti Reece se mover atrás de mim.

Meu coração pulou devido o movimento inesperado. Seu braço estava relaxado em baixo de mim, mas quando olhei sobre meu ombro, eu podia ver o resto do seu corpo tenso. Ele estava de lado mas seu rosto estava virado para o teto. Seu maxilar estava cerrado e suas sobrancelhas franzidas. A cada poucos segundos, aqueles cílios grossos se mexiam. Seus lábios se moveram, suas palavras silenciosas, mas seu peito se elevou, de repente, e sua respiração ficou falha.

”Reece?” eu sussurrei, mas ele não me ouviu. Seu peito levantou novamente, sua respiração mais rápida. Eu me virei para o outro lado, de frente para ele enquanto eu pressionava minha mão em seu peito. “Reece.” Ele se mexeu, seu olhar fixo no teto e, por um momento, ele parecia distante, como se ainda não soubesse onde estava. Segundos se passaram até que ele virasse sua cabeça na minha direção. Sua expressão relaxou. “Hey,” ele murmurou.

“Está tudo bem?” eu perguntei.

Ele engoliu. “Yeah.”

38 Maquina para fazer vários exercícios em casa.

Eu não acreditei nele. “Tem certeza?” Reece me abraçou enquanto me puxava contra ele. “Yeah, querida, está tudo bem.” Enquanto ele passava seus dedos em meu cabelo e subia até minha bochecha, ele suspirou profundamente. “Está tudo bem agora.”

“Você teve algo esse final de semana.” Eu quase engasguei com meu refrigerante enquanto olhava para cima. Katie se sentou no banco na minha frente, uma bandana xadrez rosa enrolada em volta da sua cabeça. Seu suéter azul deixava um ombro a mostra e parecia que tinha tido uma luta e perdido. E ela não estava sozinha.

Calla se sentou ao lado de Katie. Ela tinha vindo para a cidade ontem de manhã e havia trabalhado no bar de noite. Sorrindo, ela amarrou seu cabelo loiro em um rabo de cavalo. Pelo que me lembrava, quando a conheci ela costumava usar seu cabelo sempre solto para esconder sua cicatriz. Agora ela não fazia mais isso.

Ignorando o comentário astuto de Katie, eu falei para Calla. “Estou surpresa que Jax deixou você sair da casa dele para tomar café da manhã.” “Ele sabe muito bem que não pode ficar entre mim, comida e meus amigos.” Abrindo o cardápio, ela levantou uma sobrancelha para mim. “Então, Katie está certa? Você fez?” Katie sorriu. “Eu sempre estou certa.” Eu revirei meus olhos enquanto me encostava. Reece tinha voltado a dormir depois do que eu imaginei ser um pesadelo e eu o tinha levado para casa ontem de manhã. Antes de ele sair do meu carro, ele tinha se inclinado e me beijado. Só de pensar sobre aquele beijo caloroso fazia eu querer me abanar, e isso me fazia pensar no que eu assisti ele fazer.

Deus, eu precisava de um banho frio.

Ele tinha trabalhado no turno da noite e eu imaginava que estava provavelmente dormindo agora. Ele tinha me mandando uma mensagem antes deu

sair, uma mensagem rápida dizendo para eu avisar quando chegasse em casa, e eu o fiz. O pedido era... fofo, como se ele estivesse pensando em mim, e isso me fez sentir toda menininha.

“A ponta da sua orelha está queimando,” Calla apontou, seus olhos estreitando. “Vamos lá, confesse.” A garçonete me salvou por uns minutos enquanto anotava nossos pedidos. Katie pediu metade da lanchonete, escolhendo todas as versões de bacon e linguiça que eles tinham. “Eu preciso da minha proteína,” ela disse enquanto Calla e eu a encarávamos. “Dançar e subir em um poste é um puta exercício. Vocês deveriam tentar.” Eu ri. “Não, obrigada.” Katie revirou seus olhos verde claros. “Vocês não são legais.” Ela se virou para Calla. “Quando Teresa vai vir? Ela queria aprender a rebolar até o chão.” “Eu acho que ela e Jase vão vir alguns finais de semana comigo.” Calla sorriu enquanto a garçonete voltava com dois cafés e o refil do meu refrigerante. Então ela me perfurou com seu olhar. “Você e Reece se pegaram?” “O que?” No mesmo instante, Katie respondeu, “Sim.” Eu atirei um olhar matador a ela. “Como você sabe se a gente se pegou? Você estava escondida na minha casa?” “Eu sei muitas coisas,” ela respondeu. “Eu sei muitas coisas. E você acabou de presumir que eu estaria escondida na sua casa, o que significa que um pouco de pele foi exposta lá.” Calla colocou seus cotovelos na mesa. “E Jax me disse que Reece veio na sua folga e esperou até você sair. E você o levou para casa.” “Jax fofoca como uma menina de treze anos,” eu retruquei, mas eu não estava chateada com a linha de perguntas. Eu estava aliviada que ambas puderam sair para tomar café da manhã hoje porque eu realmente, realmente, precisava falar com elas.

Um momento se passou até que eu me inclinei para frente, sem conseguir ficar quieta sobre isso mais. “Okay. Nós meio que nos pegamos sexta à noite. Nós não transamos mas...” eu me cortei, relembrando aquelas primeiras horas da manhã. Eu podia vê-lo, sua mão em volta de seu...

“Ok, vocês definitivamente fizeram algo do lado legal e pervertido baseado na sua expressão agora, como se estivesse em êxtase.” Katie disse.

Calla aplaudiu enquanto pulava em seu assento. “De verdade? Okay, menina. Eu estou feliz por você porque Katie está certa, você parece que acabou de sair de um coma induzido por sexo.” “Algo que você sabe muito sobre,” eu disse com a voz baixa.

Ela coçou seu nariz com seu dedo do meio. “Mas você nem estava falando com ele há umas semanas atrás. Toda vez que ele entrava ou até mesmo olhava na sua direção, você fugia. Eu sempre soube que algo aconteceu entre vocês dois, mas eu estou confusa com o que está acontecendo aqui;” Eu dei um sorriso bobo. “Bem, é uma longa história.” “Como eu pedi metade de um porco, nós temos tempo.” Katie respondeu.

“E vocês vão achar que eu só uma péssima pessoa.” “Duvido,” Calla me assegurou.

Eu não tinha muita certeza sobre isso, mas eu não tinha contado a ninguém além de Charlie sobre o que aconteceu entre Reece e eu, incluindo o grande equivoco. Eu inalei profundamente e contei tudo a elas sobre a noite com Reece, pausando apenas quando a nossa comida chegou.

“Então, yeah, isso... e aqui que estou no meio de tudo,” eu terminei enquanto cortava meu xarope acompanhando de um waffles em pequenos pedaços.

Calla me encarou, um pedaço de bacon extra crocante entre seus dedos.

Até Katie estava sem palavras, o que era algo a se contar, já que se eu consegui assustá-la até o mundo do silêncio. Eu me encostei novamente no banco, me sentindo acanhada e triste. “Eu sou uma péssima pessoa, não?”

“Não,” Calla disse imediatamente. “Você não é uma pessoa má.” “Espere,” Katie gesticulou com uma mão. De algum modo, uma grossa linguiça estava entre seus dedos. “Então, me deixe ter certeza que eu entendi isso certo. Você basicamente esteve apaixonada por Reece desde os seus quinze anos.” “Eu não diria apaixonada,” eu murmurei, mas meu coração pulou.

“Que seja. Eu sei que você esteve apaixonada por ele,” ela insistiu e eu não protestei, porque eu imaginei que terminaria em uma discussão sobre seus superpoderes. “De qualquer modo, você esteve apaixonada por ele mas ele sempre te tratou como a vizinha chata.” Eu estreitei meus olhos para ela. “Eu não diria que ele me tratava como a vizinha chata.” Ela me ignorou. “Ele finalmente começa a te tratar como a menina gostosa que você é, vem ao bar uma noite, fica bêbado, mas porque você estava loucamente, profundamente e irrevogavelmente apaixonada por ele e porque você é uma menina, você não repara que ele está bêbado.” Meus olhos se estreitaram ainda mais.

“Vocês vão para sua casa, porque ele pediu uma carona para sua bunda bêbada, e as coisas ficam quentes e pesadas. Você vê a sua linguiça.” Ela balançou a linguiça que estava segurando e Calla quase engasgou enquanto tomava seu café. “Vocês se pegam até chegar em seu quarto, onde ele desmaia. Estou certa até aqui?” “Yeah.” Eu cruzei meus braços. “Meio que.” Katie concordou discretamente, e eu não tinha ideia por que ela estava sendo discreta. “Primeiro, é uma besteira ele ter ficado assim tão bêbado, então ele perde um ponto positivo.” “Ponto positivo?” Calla virou para ela com os olhos arregalados. “Nós ainda estamos dando e retirando pontos positivos?” Eu bufei.

“No meu mundo, estamos,” ela respondeu, e mordeu um pedaço da linguiça, mastigando profundamente por um momento. “Então ele desmaia, você fica com ele, e quando ele acorda, acha que vocês transaram e fica todo arrependido?” Concordando, eu coloquei um pedaço do meu waffles na boca.

“E você pensou que ele tinha se arrependido de ter dormido com você,” Calla incluiu. “Mas na verdade ele se arrependia de estar bêbado demais e ter transado com você?” “Yep.” Katie balançou sua cabeça enquanto pegava o sal e colocava em sua linguiça meio comida. “Mas vocês não transaram.” “Não. E eu comecei a dizer isso na primeira vez que ele presumiu errado, mas ele estava tão arrependido que eu pensei que ele estava falando sobre o sexo em si.”

“E isso te machucou,” Calla disse gentilmente. “Isso é entendível. Eu provavelmente teria pensado a mesma coisa.” “Mas você teve a oportunidade de explicar tudo ali,” Katie apontou.

“Não brinca,” eu respondi. “Mas eu não fiz. Estava com tanta vergonha e... yeah, estava com meus sentimentos feridos, então eu sai da sua casa totalmente irritada e eu ainda me dói por não ter explicado tudo.” Katie terminou sua linguiça e se moveu para os pequenos pedaços. “E Reece tem essa coisa com mentiras? Isso não é bom.” Eu a olhei sem expressão.

Ela se inclinou para frente, limpando o ar com uma mão. “Olhe, eu entendo totalmente porque você não disse nada. É como contar uma pequena mentira e depois outra para encobrir essa. Então vai tudo acumulando. Eu entendo isso. Já se passou muito tempo e agora como você poderia explicar o que realmente aconteceu? Hey, Reece, você quer brincar com meus peitos? Oh, e por sinal, nós nunca transamos.”

Calla quase engasgou novamente. “Isso... isso parece uma conversa bem estranha.” Eu suspirei enquanto afastava meu prato. “Eu me sinto péssima. Eu queria ter tido coragem à mais tempo e ter dado chance a ele para explicar o modo que ele reagiu, e desejo que só tivesse contado a verdade.” “Ele não é completamente inocente em tudo isso,” Katie argumentou. “Lembre-se, ele estava tão bêbado ao ponto de ter presumido a parte do sexo. Eu já bebi muito em meus dias. Muito. Do tipo, tanto que eu tenho certeza que me tornei especialista, mas eu nunca estive tão bêbada ao ponto de não saber quando transei.” Calla concordou enquanto ela cutucava seus ovos mexidos. “Verdade.” Nem eu tinha ficado tão bêbada assim, mas isso era fora do foco principal. Dando um gole no meu refrigerante, meus ombros afundaram enquanto eles acomodavam o peso da situação. Eu arrumei meus óculos enquanto suspirava. “Eu... eu realmente gosto dele pessoal. De verdade.” “Duh.” Katie revirou seus olhos. “Você está apaixonada por ele.” Eu ignorei esse comentário porque amor... amor era uma palavra de quatro letras assustadora. "Ele é um bom homem, realmente bom. E você se lembra do último relacionamento meio sério que eu tive?” Eu perguntei a Katie.

Ela enrugou seu nariz. “Antes de Dean, o ruivo?” “Oh meu Deus,” Calla murmurou, abafando sua risada com a parte de trás da sua mão;

Eu balancei minha cabeça enquanto tomava outro gole. “Sim. Lembra do Donnie, o...” “O cara realmente legal que te levou pro jogo do Eagles e que vocês se pegaram no estacionamento só para no final o cara ser casado?” Katie respondeu, feliz.

Pressionei meus lábios juntos. “Não, esse foi o Ryan, o imbecil e obrigada por me lembrar dele. Ele também tinha um filho que nunca me contou. Eu estava

falando sobre Donnie, o artista faminto que roubou as joias que minha avó tinha me deixado.” Calla piscou várias vezes. “Wow. Um cara casado e um ladrão?” “Eu normalmente não atraio as melhores pessoas.” Eu dei de ombros, o que me fez pensar em Henry e isso me deixou arrepiada. A coisa era, eu sabia que eu namorava homens assim por esse motivo. Eles eram seguros. “Mas Reece não é como eles, e parte de mim...” eu exalei. “Eu passei vários anos desejando ele.” E provavelmente passei esses anos sentindo algo mais do que isso também.

Sentada aqui, eu balancei minha cabeça. O que eu estava fazendo? Eu só precisava contar a verdade a ele. Deixar isso entre nós morrer antes que eu me queimasse ainda mais, mas eu não podia... eu não podia deixar de tentar com ele. Não depois de todos esses anos desejando ele.

Deus, eu soava como alguém que tinha dupla personalidade. Ir atrás dele. Não ir atrás dele. Dizer a verdade. Não dizer nada. Eu estava me deixando confusa.

“Você precisa contar a verdade a ele,” Calla aconselhou. “O mais rápido possível. Mas eu não me preocuparia muito com isso.” Eu levantei uma sobrancelha para ela.

“De verdade,” ela insistiu. “Não é como se você tivesse mentido sobre algo grande.” “Eu acho que não contar a ele que vocês não transaram é algo grande.” “Não de verdade,” Calla sorriu para mim. “Acredite em mim, tem mentiras piores ai fora. Não é como se você tivesse mentido sobre estar saindo com alguém enquanto estava com ele ou coisa do tipo. Ele vai entender. Certo, Katie?” Ela me observou, seus lábios curvados para baixo.

Calla deu uma cotovelada enquanto franzia o cenho. “Certo, Katie?” Meu interior congelou enquanto eu vi os olhos de Katie ficarem sombrios. “Eu não sei Roxy. Contar a verdade antes de ele entrar nas suas calças mesmo. Se você não acha, eu acho que você foi longe demais.”

Elas tinham razão e eu concordei. Era a mesma sensação de quando eu percebi que tinha que contar a Reece o que realmente aconteceu.

Calla limpou sua garganta. “Vai ficar tudo bem.” “Ela tem razão,” Katie concordou, garfando seu último pedaço. “Além do mais, você quebrou o para brisas de Henry Williams e ele ainda te deu um orgasmo. Você provavelmente vai ganhar um ainda melhor com isso.” Batendo minha palma da mão contra minha testa, eu gemi. “Oh, Deus. Quem não sabe sobre isso?” “Ninguém querida.” Katie mordeu sua linguiça. “Absolutamente ninguém.”

Calla e eu assistimos Katie sair voando do estacionamento com seu Mini Cooper, quase batendo em uma mini van que tinha o adesivo de ‘Bebê a Bordo’ colado, mas quando a van estacionou, um casal de senhores desceram.

“Você não está pensando em fazer mesmo uma sessão espírita, né?” Calla perguntou.

Eu ri alto. Eu contei a elas sobre as coisas estranhas que estavam acontecendo no meu apartamento. Por sorte, nenhuma das suas achou que eu estava louca ou que era estranho eu pensar que meu apartamento estava assombrado. Claro, Katie teve várias ideias de como resolver esses eventos estranhos, e uma delas era chamar alguém na cidade que aparentemente podia se comunicar com espíritos e poderia organizar a sessão espírita.

“Ah, você sabe, eu não acho que isso seja uma ótima ideia,” eu disse, sorrindo. “Se realmente tem um fantasma zanzando, ele não tentou me assustar. De um jeito, ele tem sido estranhamente colaborativo.” Calla bufou. “Eu aposto que mais pessoas gostariam de ter um fantasma

assim.”

“E toda essa ideia de sessão espirita ou permitir que um médium entre na casa é só – eu não sei, se é isso o que realmente é, eu não quero saber o que tem lá.

Com tanto que eu não acorde no meio da noite e o encontre me encarando, eu acho que estou bem.” “Oh meu Deus,” Ela tremeu. “Isso é muito estranho.” Houve uma pausa. “Mas e se não for um fantasma?” “O que mais poderia ser? Sério? A não ser que tenham pessoas morando em baixo da minha escada como naqueles filmes estranho dos anos oitenta, ou é um fantasma ou eu estou ficando louca.” “Você não é louca.” Ela piscou rapidamente. “Mas talvez você deva pedir a Reece dar uma olhada na sua casa. Ou Jax?” Yeah, eu conseguia imaginar os dois nunca mais me deixando viver em paz se eu contasse que eu pensava ter um fantasma em casa.

“Então, você vai ficar quanto tempo?” Eu perguntei, mudando de assunto enquanto me encostava contra meu carro, tirava meus óculos e usava a barra da minha camiseta para limpá-los.

“Minha aula de amanhã de manhã foi cancelada, então eu vou voltar nessa hora.” Calla olhou para o céu. O cheiro de chuva estava impregnado no ar. “O que provavelmente vai ser algo bom desde que eles estão falando que vai chover muito hoje.”

Eu coloquei meus óculos, sorrindo quando eu não vi nenhuma mancha. “Você e Jax tem algo especial planejado para essa noite?” “Eu acho que vamos apenas ficar em sua casa.” Ela enrolou uma mecha de seu cabelo loiro em seu dedo e deu de ombros. “E você e Reece?” “Eu não acho que temos nada planejado. É estranho. Eu não sei se estamos saindo ou se apenas... nos pegando. Ele me mandou uma mensagem ontem à noite, pedindo para eu avisar quando chegasse em casa e eu avisei.” Eu cruzei meus braços, fazendo bico. “Então realmente não sei.” “Você pode apenas mandar uma mensagem para ele, convidá-lo se ele não estiver trabalhando. Manter isso casual.” Ela ofereceu e, então, riu. “Honestamente, eu sou a última pessoa que deveria estar te aconselhando com isso.”

“Não.” Eu me aproximei e apertei seu braço. “Você sabe o que está fazendo. Você conseguiu um cara como Jax, então...?” Suas bochechas ficaram coradas enquanto ela apoiava seu quadril na porta do passageiro. “Você sabe muito bem que eu não tinha ideia nenhuma do que estava fazendo quando se tratava dele.” Eu sorri. Calla tinha sido bem inocente. “Verdade.” “Mas você sabe, eu acho que é sempre assim quando você gosta mesmo de alguém. Foi o mesmo com Teresa e Jase. Gostar de alguém nos deixa estupida. Então essa é minha conclusão.” “Parece correta.” “Oh!” ela exclamou. “Eu esqueci de te perguntar ontem. Quem te mandou as rosas? Elas são lindas.” Me sentindo incomodada pelas rosas já que eu presumia serem de Dean, eu as tinha deixado no escritório. Agora aquela sala cheirava como uma floricultura. Há. “Você sabe, eu não tenho ideia, isso se não forem de Dean.” Ela levantou uma sobrancelha. “Você acha que ele as mandou?” Eu dei de ombros. “Acho que sim.” “O que dizia?” “Algo que a próxima vez vai ser melhor,” eu disse, franzindo o cenho. “Estranho, huh?” Ela concordou enquanto se afastava do carro. “Talvez as flores sejam para outra pessoa se não forem de Dean.” “Eu não sei. Tinha meu nome. Talvez seja apenas um erro.” Calla sorriu enquanto se aproximava e me abraçava. “Eu tenho que ir mas eu te ligo mais tarde, okay?” Eu dei tchau e entrei no carro. No meu caminho para casa, eu fiquei surpresa quando Dennis ligou. Como era domingo, eu não estava esperando saber dele, mas policiais não trabalhavam de segunda a sexta como o resto das pessoas normais. Ele

me deixou saber que Henry tinha um orçamento estimado do para-brisas e que iria custar uns duzentos e tantos dólares para arrumar.

Eu gemi, pensando em quanto eu tinha nas minhas economias, o que não era muito. Mas isso era o fardo que eu criei, então eu tinha que seguir o ritmo e pegar mais trabalhos de web design para levantar o dinheiro.

Quando cheguei em casa, eu estava no meio caminho da calçada quando o céu caiu e a chuva me atingiu, me ensopando em segundos. Dando um gritinho, eu corri para minha varanda. Minhas sandálias molhadas bateram no piso de madeira e eu escorreguei. Meus braços girando como um moinho, minha bolsa bateu na varanda e eu perdi meu equilíbrio.

Eu ia cair.

Antes de cair no chão, a porta da entrava voou aberta e um borrão passou pela varanda. Braços fortes me pegaram pela cintura e me ergueram. O impacto repentino contra algo duro e seco tirou meus óculos do meu rosto e um gemido de mim. Por um momento, a única coisa que estava se movendo era meu coração.

“Você está bem?” perguntou uma voz grossa e masculina.

Levantando minha cabeça, tudo que consegui ver através do meu cabelo era um homem com cabelo louro. Definitivamente não era James, que tinha cabelo preto e curto. “Eu estou bem. Obrigada por... um, me pegar.” Me sentindo como uma idiota, eu tirei meu cabelo do rosto e consegui olhar direito o rapaz.

Seu rosto era vagamente familiar – bochechas um pouco redondas com um nariz levemente torto, obviamente quebrado há anos atrás. Seus olhos eram castanhos escuros. Olhos inteligentes.

E ele ainda estava me segurando pela cintura.

Geez.

Dando um passo para trás, eu ri, nervosa, enquanto ele soltava seus braços. “Desculpa por isso. Eu normalmente não quase me mato quando ando pela varanda.”

Um pequeno sorriso apareceu. “Bom saber. Espere,” ele disse enquanto eu dava um passo para o lado e pegava minha bolsa. Eu congelei enquanto ele se abaixava e pegava meus óculos. “Você quase pisou neles.” Geez duplo.

“Obrigada novamente.” Eu o peguei e sorri enquanto ele me entregava minha bolsa. Colocando meu cabelo atrás da orelha, eu forcei meus olhos em sua direção. “Eu acho que não nos conhecemos ainda.” O pequeno sorriso aumentou, mostrando um pouco de seus dentes brancos. “Eu sou Kip Corbin. Moro no andar de cima. Me mudei há uns meses atrás.” “Oh!” Eu exclamei. “Por isso que você me pareceu familiar.” “Sério?” Seu tom estava cheio de surpresa.

Eu concordei. “Yeah, eu devo ter te visto indo ou voltando ou algo do tipo. De qualquer modo, estou feliz por finalmente conhecê-lo.” “Mesmo aqui.” Ele olhou em direção a rua. A chuva estava caindo tão forte que eu mal conseguia ver meu carro estacionado perto da esquina. “Bem, eu tenho que ir.” Ele pegou um molho de chaves de seu bolso enquanto passava por mim. “Foi bom te conhecer.” Eu me virei para minha porta enquanto balançava meus dedos em sua direção. “Mesmo aqui.” Ele hesitou no topo das escadas. “Tenha cuidado, Roxy.” Destrancando a porta, eu a abri enquanto atirava um sorriso sobre meu ombro. “Você também. Não se deixe levar pela chuva.” Ele já estava correndo pela calçada enquanto eu entrava, fechando a porta atrás de mim. Colocando minha bolsa na poltrona, eu parei no meio da sala e franzi o cenho. Espere. Ele sabia meu nome. Eu não acho que disse qual era meu nome.

Um nó de inquietação se formou em minha barriga. Como ele...? Okay. Eu estava sendo estúpida. James ou Mirian podem ter contado meu nome a ele. Também poderia ter sido um dos Silvers.

Eu precisava parar de ser uma idiota.

Olhando para minha bolsa, eu também precisava parar de ser um bebê e mandar uma mensagem ao Reece. Mas primeiro, eu precisava de chá.

Depois de colocar um pouco em um copo, eu liguei a TV e sintonizei no HGTV. Maratona do Property Brothers39! Pegando meu celular da minha bolsa, eu a levei comigo para o estúdio.

Antes de chegar ao corredor, o celular tocou enquanto eu o segurava. Eu olhei e xinguei quando eu vi que era Dean. Parte de mim queria apertar o botão para ignorar, mas eu me forcei a atender.

“Alô?” Minha voz soou tão sem graça quanto uma folha de papel.

Passou um momento. “Roxy?” Eu revirei meus olhos. Quem mais poderia ser? Ele me ligou e eu atendi. Logo que esses pensamentos passaram eu me senti mal. Dean não tinha feito nada de errado. “Yeah, sou eu. Eu estava me preparando para...” Eu olhei ao redor, tentando elaborar uma desculpa. “Para... tomar banho.” Eu me contorci. Jesus. Deus. Eu era uma idiota.

Dean riu na minha orelha. “Bem, obrigada por plantar essas imagens na minha cabeça,” ele riu e eu me encolhi. “Eu não quero te atrapalhar. Apenas queria saber se está livre hoje a noite?” “Dean,” eu suspirei, querendo bater minha cabeça contra a parede. Em vez disso, eu levantei meus óculos até o topo da minha cabeça. “Na verdade, eu tenho planos para hoje...” “E amanhã?” Eu me encostei contra a parede, fechando meus olhos. “Dean, me desculpe, mas eu realmente não estou interessada em um segundo...”

39 Programa de TV sobre irmãos gêmeos que ajudam pessoas a comprar e reformar imóveis.

“Eu sei que não tivemos um ótimo primeiro encontro, mas eu acho que combinamos,” ele insistiu e na minha mente eu conseguia imaginá-lo piscando enquanto falava. “E eu acho que se sairmos novamente...” “Eu estou saindo com outra pessoa,” eu o cortei, e isso não era mentira. Não de verdade.

Consegui ouvir ele inalando pelo telefone. “O que? Desde quando?” “Me desculpe. Você é um ótimo rapaz. Não é nada pessoal...” “Mas que porra Roxy?” Meus olhos arregalaram enquanto eu desapoiava da parede, enrijecendo. Eu nunca tinha ouvindo ele xingar antes. Não que eu fosse contra, mas ouvir ele falar isso era surpreendente.

“Você está saindo com outra pessoa?” ele continuou. “Você não acha que poderia ter me contado isso desde o início? Eu não teria perdido o meu tempo com uma puta.” “Whoa. Yeah, isso não está certo. Vá se foder.” Eu disse e apertei o botão para terminar a chamada. Minha pele formigava como se milhares de formigas estivessem subindo por mim. Eu estava com tanta raiva, minha cabeça girando. Me levou vários minutos para me acalmar e entrar no estúdio.

O cheiro como se fosse de plástico das tintas aquareláveis e das cerdas dos pinceis atingiram meu nariz assim que abri a porta. Eu inalei profundamente, deixando o cheiro que poderia irritar algumas pessoas me acalmar, afastando os pensamentos de Dean. Algumas das minhas pinturas favoritas estavam penduradas na parede, acima de uns recortes de revistas – palavras e frases que eu tinha juntado ao longo dos anos e que eu pensava que combinava com as pinturas.

Colocando o chá e o meu celular em uma pequena mesa perto da porta, eu fui em direção ao cavalete enquanto pegava o elástico de cabelo. Meus passos diminuíram e eu parei na frente dele enquanto amarrava meu cabelo molhado em um rabo.

Espere um pouco.

Abaixando minhas mãos, eu passei meus dedos pelo cavalete. Quando eu tirei a pintura que eu tinha completado na sexta para levar para o Charlie. Eu não tinha trocado a tela e não tinha tido tempo no sábado para fazer nada. Pensando nisso novamente, eu nem tinha pisado no meu estúdio ontem.

Mas uma tela em branco estava presa na moldura, apoiada no cavalete.

Inclinando minha cabeça para o lado, eu refiz minhas últimas quarenta e oito horas. Era possível que eu tivesse feito isso quando eu terminei a última pintura? Era possível. Eu fazia várias coisas que eu não percebia que estava fazendo, apenas por hábito, mas eu tinha certeza que não tinha removido ela.

Eu pensei sobre o controle remoto na geladeira, a lava-louças, o assento do banheiro e assim vai...

Eu realmente precisava dos Ghostbusters.

Então, novamente, esse fantasma estava sendo útil – estranho, porém útil.

Me afastando da tela, eu tremi quando um calafrio percorreu minha coluna. Meu olhar caiu para meu celular. Me forçando a andar até ele, eu o peguei e apertei o ícone de mensagem. Só de segurar o celular e ver a última mensagem de Reece já tinha feito meu coração disparar.

Mandar uma mensagem para um cara não era nada demais.

Mandar uma mensagem para um cara que tinha visto meus seios e tinha me feito gozar não deveria ser difícil.

Mandar mensagem para um cara que eu realmente gostava era assustador.

Eu mandei um oi rápido antes de amarelar e colocar o celular de volta na mesa como se fosse uma cobra e aí eu me senti como uma idiota porque, provavelmente, ele ainda estava dormindo.

Fugindo do meu celular, eu peguei meu banquinho quando ouvi o celular tocar. Meu estômago caiu.

“Oh Deus,” eu sussurrei e me virei. A tela estava acesa com uma mensagem. “Eu estou sendo uma idiota.”

Eu andei de volta até o celular. Como esperado, havia uma mensagem de Reece. Sete palavras – apenas sete palavras – e meus lábios se abriram em um sorriso bobo.

“Hey, babe, estava apenas pensando em vc.”

Apertando o celular, eu inalei várias vezes. Eu estava pensando em vc tb. Minhas bochechas coraram, porque minha resposta soava tão clichê enquanto a sua era toda carinhosa.

A resposta foi quase instantânea.

“Claro que vc estava.”

Eu ri pela sua confiança e senti meu estômago afundar novamente porque eu sabia o que tinha que fazer. Eu precisava falar com ele antes que isso fosse longe demais.

Antes que pudesse responder, outra mensagem apareceu.

“Eu realmente estava pensando sobre vc. Adivinhe o que estava fazendo

enquanto pensava em vc?”

Meus olhos arregalaram enquanto eu respondia

“Oh Deus.”

Houve uma pausa.

“É estranho demais admitir isso?”

Não. E eu balancei minha cabeça enquanto escrevia.

“Não.”

“Bom” , foi a resposta rápida. Seguido por “Bom saber que você não me

acha um pervertido.”

“Nah, ainda acho q vc é pervertido. ”

“Um pervertido gostoso pelo menos?”

Eu ri alto com isso.

“Definitivamente um gostoso.” Eu esperei um segundo e mandei.

“Acho que minha casa está assombrada.” “O que?”

A ponta das minhas orelhas queimaram e eu desejava, de um modo, não ter mandado isso.

“Não importa. Estou sendo estúpida. Você está livre hoje à noite?”

Houve uma pausa antes da sua resposta, o que fez meu estômago revirar. “Tenho que trabalhar hoje, mas sou todo seu amanhã se você me quiser.” “Isso é uma piada?” Eu digitei de volta. Com aquele sorriso bobo novamente, eu me permiti ficar empolgada enquanto adicionava. “Amanhã está

ótimo.”

Nós trocamos mais algumas mensagem, decidindo nos encontrar no meu apartamento por volta das sete da noite. Ele iria trazer comida e, talvez, eu devesse comprar um vinho porque eu provavelmente iria precisar de coragem induzida por álcool e, caso algo desse errado, eu teria algo para afogar minhas lágrimas.

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