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Capítulo Dezesseis

Fazer a cama e deitar nela era provavelmente a pior coisa do mundo. Eu odiava esse ditado com uma força de mil sois, mas era verdade. Quando você está triste ou desapontava por algo que não tem controle nenhum, é mais fácil deixar isso para lá, mas quando tem algo a ver com você, é muito mais difícil de lidar.

E essa bagunça com Reece era culpa minha. Claro, precisavam de dois para dançar tango, mas tinha precisado de apenas um para ficar louco, mas fui eu que tinha escondido a verdade sobre a noite a um ano atrás. Eu tinha traído sua confiança. Para qualquer um poderia não ser muito, mas foi para Reece. Honestidade era tudo para ele.

Katie apareceu no meu turno na quinta a noite antes deu sair para minha pausa. Com uma olhada em mim e ela sabia o que tinha acontecido. Ou talvez fosse seu super poder de stripper.

Pegando uma cesta de fritas da cozinha, nós nos escondemos no escritório. Ela se acomodou na mesa de Jax, o que me fez sorrir apesar do quão ruim estava me sentindo. Seu vestido, se alguém pudesse chamar aquilo de vestido, não sóbria sua bunda quando ela se sentava.

“Me conte tudo,” ela ordenou, segurando o cesto de babatas fritas.

Eu me sentei ao seu lado e contei o que aconteceu. Confiando em Katie, eu contei todos os detalhes. Bem, eu não entrei muito fundo em como eu estava segurando a cabeceira na terça de manhã. Essa parte era desnecessária.

Quando terminei, Katie já tinha comido metade das fritas. “Honey buns46 , o negócio é o seguinte. Tem vários poderiam e deveriam que já passou. Você não pode mudar o passado e, sejamos honestas, você não afogou um gato.” Eu fiz uma careta.

“Pare de se remoer. Você sabe onde errou. Você pediu desculpas e foi sincera.” Passando o cesto, ela saiu da mesa e ficou de pé ao meu lado, suas mãos

46 Queridinha

em sei quadril. “Se ele não puder superar isso, então ele não vale seu tempo. E eu quero dizer do jeito menos cliché possível.” Coloquei a última batata na boca e coloquei o cesto de lado. “Eu sei, mas eu gosto dele...” “Você o ama ,” ela corrigiu, se jogando no sofá de couro contra a parede.

Revirando meus olhos, eu balancei minha mão, mesmo que meu coração dissesse outra coisa. “Eu não iria assim tão longe.” “Então por que você está chorando desde terça se você não o ama?” Eu estreitei meus olhos para ela. “Porque eu gosto muito dele. Eu gosto dele por muito tempo. E nós éramos amigos e agora isso foi arruinado. E eu não estou chorando desde terça.” Eu bufei quando ela pareceu duvidar. “Não o tempo todo.” Ela levantou uma das suas sobrancelhas loiras. “Okay. Primeiro você precisa parar de mentir para si mesma. Apenas admita que você esteve apaixonada por ele por muito tempo. Não tem nada de errado nisso.” Quando eu abri minha boca, ela levantou sua mão. “Segundo, foda-se ele. Não literalmente, a não ser que isso venha a calhar, mas como disse, se ele não superar isso, é culpa dele, não sua.” Concordando, eu coloquei meu cabelo atrás da minha orelha enquanto saia de cima da mesa. Eu entendi o que ela estava dizendo.

“Calla e Teresa vão vir final de semana que vem. Nós quatro precisamos sair e ficar doidas.” Ela anunciou, levantando do sofá como uma deusa que tinha acabado de ser subornada. “Precisamos ficar bobas de tanto beber, falar sobre o quão estúpidos os homens são e acordar desejando nunca mais ver uma garrafa de bebida.” “Okay.” Eu balbuciei.

“Tão bêbada quanto na noite anterior antes de Calla nos deixar.” Ela continuou e eu me contorci, sabendo onde ela estava indo. “Lembra? Você tinha certeza que aqueles organizadores de plástico do armário poderiam aguentar seu peso.”

“Eles aguentaram meu peso,” eu disse em dúvida.

Ela jogou sua cabeça para trás e riu histericamente. “Yeah, por trinta segundos. Você entrou naquele negócio com suas pernas tocando seu peito.” “Você fechou o zíper!” “E aquele negócio quebrou e eu pensei que você tinha quebrado sua bunda.” Eu pensei que tinha quebrado minha bunda. Assim como Calla e Teresa, o que me lembrava em quão agradecida eu estava por não ter quebrado nada, porque nenhuma dessas meninas conseguiram parar de rir para saber se eu estava viva, pelo menos.

Maldita tequila.

Katie andou para frente e me abraçou, me apertando tanto que eu pensei que fosse explodir. “Vai ficar tudo bem. Ele vai superar.” Eu a abracei de volta. “Você acha isso ou são seus super poderes falando?” Ela riu enquanto se afastava. “Chame isso de intuição feminina.” Eu levantei uma sobrancelha. “Mesmo?” “Yep.” Katie caminhou exageradamente. “Eu tenho que ir como se algo estivesse quente, e sim, é quente.” Dando um tapa em sua própria bunda, ela riu. “Paz, homie homes47.” Um sorriso se formou em meus lábios. Katie era... ela era diferente e ela era incrível. Ajeitando meus óculos, eu disse a mim mesma para não fazer isso, mas antes que eu deixasse a sala, eu peguei minha bolsa e meu celular de dentro dela.

O pequeno sorriso sumiu dos meus lábios. Havia uma mensagem perdida mas era de Dean, e ver ela realmente me abalou. Além do fato que da última vez que nós nos falamos, eu tinha desligado na sua cara, a mensagem era exatamente igual a que eu tinha mandado mais cedo a Reece e não tinha recebido resposta.

Hey.

Eu exalei enquanto tristeza crescia. Puta merda, eu era a versão feminina de Dean agora, mandando mensagem para alguém que não estava interessado. Será

47 Mais um apelido que Katie deu. Mais um que pode ser algo como ‘querida’.

que ele tinha pensado tanto sobre essa mensagem como eu fiz? Ele provavelmente tinha escrito três versões diferentes antes de se decidir por um cumprimento. Ver isso realmente foi como levar um chute no peito. Meu coração doía.

Colocando o meu celular no bolso do meu jeans, eu engoli as lágrimas que estavam ameaçando me transformar em um bebê gordo e raivoso. Eu precisava me recompor. Eu tinha criado essa confusão. Reece tinha tomado sua decisão. Ao contrário do que Katie acreditava, eu não estava apaixonada por ele.

Eu não tinha caído assim tão longe por ele.

Eu não tinha me apaixonado por ninguém tanto assim e nunca iria.

Na tarde de sexta-feira eu não estava pensando sobre Reece. Um problema diferente tinha aparecido, bem mais sério do que a catástrofe do meu relacionamento.

A enfermeira Venter estava em pé ao meu lado, ao pé da cama de Charlie, seu rosto cheios de simpatia que realmente não chegava a seus olhos. “Se você precisar de alguma coisa sabe onde me encontrar.” Com medo de falar, tudo que consegui fazer foi concordar. Ela saiu do quarto, quietamente fechando a porta atrás de si e eu ainda estava ali, de pé. Era como se alguém tivesse apertando o botão de pausar a vida.

Charlie tinha voltado à alimentação por tubos.

Eu queria fechar meus olhos, mas qual era o ponto? Isso não mudava o que estava vendo. Não mudava nada. Quando os abri, Charlie ainda estava na mesma posição. Sua vida, de alguma forma, rebobinada.

A coberta lilás estava puxada até o peito de Charlie, escondendo tudo dos seus ombros para baixo, mas eu sabia que suas mãos estavam presas sob o lençol, amarradas a cama.

Eu odiava isso, absolutamente repugnava que ele estivesse amarrado. Parecia totalmente inumano e cruel mesmo que houvesse um motivo válido para isso.

No momento que o tubo de alimentação estivesse preso, ele começaria a puxar. Eles faziam isso para seu próprio bem, mas ainda doía de ver.

Eu me forcei a sentar na cadeira ao lado de sua cama, colocando minha bolsa ao meu lado. Alcançando sua mão sobre as cobertas, coloquei as minhas sobre ela. “Charlie,” eu sussurrei. “O que vamos fazer?” Os olhos de Charlie estavam abertos e eu desejava que eles não estivessem porque havia algo de errado com eles. Eles estavam vazios, totalmente sem vida. Eu poderia pensar que ele era um manequim se não fosse pela piscada ou tremor ocasional que percorria seu braço.

Medo me consumia enquanto eu encarava ele. Oh Deus, ele não parecia bem. Eu não conseguia me lembrar dele parecendo assim tão frágil antes.

Minutos se passaram e o único som era os pássaros cantando do lado de fora da janela e o burburinho de conversas vindo dos outros quartos. Havia essa bola gelada no meio do meu peito enquanto eu estava ali sentada. Isso... isso me lembrava do meu avô, que tinha estado doente em um hospício antes de morrer. Eu era pequena mas lembro da minha mãe sentada ao lado de sua cama exatamente assim, segurando a mão do meu avô e sussurrando para ele enquanto dormia tão profundamente que eu não me lembrava do seu peito se movendo.

Isso parecia à mesma coisa e eu não consegui afastar esse sentimento de que não estávamos sozinhos nesse quarto. Havia aquela terceira entidade e ela era a morte.

Ficando o mais perto que poderia da cama, eu fechei meus olhos e descansei minha cabeça no travesseiro ao lado da sua. “Eu sinto tanto sua falta,” eu sussurrei. “Eu sei que você sabe disso.” Lágrimas caíram pelo canto dos meus olhos enquanto eu apertava mais forte o lençol com sua mão. Quem diria que eu ainda poderia chorar tão facilmente depois dessa semana que tive? Talvez eu estivesse me tornando uma bagunça emocional. Nesse momento, eu não me importava. A agitação que sentia sobre Reece era nada comparado a como eu me sentia agora. Eu queria me enrolar na cama com ele, mas eu estava com medo disso atrapalhar seu tubo de alimentação.

Eu sabia que precisava agir como se nada estivesse errado. Eu precisava pegar a pintura que trouxe para ele – uma que eu tinha feito a semanas atrás, e eu precisava ler para ele. Isso era o costume nas minhas visitas. Eu gostava de pensar que nós precisávamos disso.

Mas enquanto eu ficava ali deitada tudo que eu conseguia pensar era no passar dos minutos que tinham mudado tudo para Charlie, para mim. Não importava quantos anos tinham se passado, ainda parecia ontem.

Era sexta-feira a noite, algumas semanas depois do início das aulas e o único motivo que eu estava no jogo de futebol era porque Colton estava jogando, o que significava que Reece estava nas arquibancadas, assistindo seu irmão mais velho jogar.

Charlie e eu passamos pela quinta ou sexta vez em frente da arquibancada que Reece estava sentado com seus amigos. “Cara, eu acho que isso se qualifica como perseguição, apenas para você saber.”

Eu bati com meu quadril nele. “Está tudo bem em meio que perseguir.”

Ele me olhou pela lateral. “Quando perseguir é algo bom?”

“Quando envolve Reece Anders,” eu brinquei, rindo quando Charlie revirou seus olhos. “Ah que seja, você também acha ele gostoso.”

“Não posso negar isso.” Ele olhou sobre seu ombro para onde Reece estava sentado e rapidamente olhou para frente. “Ele está olhando para cá.”

“O que?” eu tremi enquanto cambaleava. Eu arregalei meus olhos para ele. “Você está mentindo.”

Charlie sorriu para mim. “Não, não estou. Olhe você mesma, mas tente não parecer tão obvia.”

“Como não vou ser obvia?” eu murmurei, mas eu dei outro passo e fiz uma tentativa de olhar sobre meu ombro casualmente. Meu olhar encontrou imediatamente o de Reece, como se fosse um míssil teleguiado.

Reece estava olhando para nós – para mim. E ele estava sorrindo. Ele tinha o melhor sorriso. Grande. Amigável. Sem vergonha. Meu coração acelerou em meu peito quando comecei a sorrir de volta.

“Oh,” Charlie disse. “Culpa minha.”

No começo eu não entendi sobre o que Charlie estava falando então um som alto rodeou minha cabeça.

Uma das lideres de torcida tinha gritado o nome de Reece. Levantando na ponta de seus tênis brancos, ela mandou um beijo para ele. Meu estômago caiu até chegar aos meus pés. Eu olhei para Charlie.

Ele se contraiu.

Reece não estava olhando para mim. Ele não estava sorrindo para mim. Que vergonha. Suspirando, eu voltei a andar. “Você está pronto para ir?”

“Ei estive pronto para ir desde que chegamos aqui,” ele retrucou. “Mas você tinha que tirar essa perseguição do seu corpo. E olha o que aconteceu? Nada bom acontece quando se persegue alguém, Roxy.”

“Eu te odeio.”

Ele riu enquanto passava seu braço sobre meus ombros, me puxando contra sua lateral. “Vamos lá. Vamos voltar para minha casa. Meus pais ainda estão na casa do lado e eu achei a chave pro armário de bebidas de novo.”

Eu mudei minha ideia rapidamente. “Eu te amo.”

Charlie bufou.

Me forçando a esquecer Reece, nós saímos pelo portão do campo de futebol. Ele ainda tinha seu braço sobre meus ombros. “Eu odeio vir a essas coisas,” ele disse. “Cada vez nós temos que estacionar no campo. Nós vamos ficar cobertos de carrapatos.”

Eu sorri para o céu estrelado enquanto andávamos pela grama alta. “Você provavelmente tem doze preso as suas pernas nesse exato momento.”

“Cara, isso é errado.” Ele abaixou seu braço e me empurrou.

Cambaleando para o lado, eu ri, sabendo que ele me faria depilar sua perna quando chegássemos na casa dos seus pais mais tarde. “Eu quero assistir Never Been Kissed 48hoje a noite.”

Mesmo no escuro e sem olhar para ele, eu sabia que ele tinha revirado seus olhos. “Esse filme é tão velho que precisa se aposentar.”

“Nunca!” Eu gritei enquanto pulava sobre uma pedra que alguém quase tinha estacionado em cima. “Aquele cara é gostoso.”

“Aquele cara é velho na vida real,” ele retrucou.

Eu me virei para ele. “Não estrague isso.”

Colocando suas mãos no bolsos de suas calças, ele balançou sua cabeça. “Eu conseguia ver o carro de Charlie parado ao lado de uma Van que não estava lá quando chegamos.”

“Hey,” chamou uma voz. “Onde vocês estão indo?”

Eu me virei, olhando para trás de nós e engoli um gemido quando vi Henry Williams. Ele não estava sozinho. Dois de seus amigos em cada lado seu. Os três estavam um ano acima de nós. Os três eram completos idiotas. Especialmente Henry. Ele era um idiota especial. O tipo que era bonito e realmente sabia disso, porquanto passava o rodo.

“Apenas continue andando,” Charlie disse com a voz baixa.

Eu não ouvi. Encarando os meninos, eu coloquei minhas mãos no meu quadril. “Nenhum lugar que vocês foram convidados.”

Charlie murmurou alguma coisa enquanto parava, se virando. Eu acho que ele disse algo sobre eu estar com problema, mas essa não seria nem a primeira nem a última vez que ouviria isso.

Um dos amigos de Henry riu e o som percorreu meus nervos. Era agudo, mas como a voz da cheerleader, mas sua risada me lembrou de um carro atropelando um gato.

48 Nunca Fui Beijada – Filme com a Drew Barrimore sobre uma jornalista que volta para o colegial para pesquisar sobre a vida dos adolescentes.

Henry estava absolutamente imperturbável pela minha resposta. Ele andou até onde eu e Charlie estávamos, estufando seu peito como um pavão. “Você está gostosa hoje, Roxy.”

Eu levantei uma sobrancelha para ele.

Charlie suspirou.

“Eu estou gostosa toda noite.” Eu cruzei meus braços sobre meu peito.

Ele piscou enquanto seu olhar me percorria, deixando para trás uma sensação de como se formigas estivessem andando pela minha pele. Era uma pena que ele era um imbecil porque ele não era feio de se olhar. “Isso é verdade.” Ele olhou para Charlie e minha coluna congelou. “Então o que vão fazer essa noite?”

“Nós temos...”

“Eu não estava falando com você.” Henry o cortou e foi como se eu realmente tivesse uma puta interna que ele tinha acabado de acionar. “Por que você não larga esse bicha e sai com...”

“Licença?” eu vi vermelho. “Mas que porra você acabou de chamar ele?”

Charlie pegou meu braço. “Vamos embora. Você sabe que não tem porque discutir com um idiota.”

Não tinha como eu ir embora.

Enquanto eu parava de reviver os eventos daquela noite, eu me sentei e passei minhas palmas contra minhas bochechas. Culpa cobria minha pele como uma camada de suor. Abaixando minhas mãos, eu olhei para Charlie. Sua cabeça estava levemente virada, como se ele estivesse olhando para mim, mas seu olhar estava focado sobre meu ombro, para a janela.

Vamos embora, ele tinha dito.

Se eu apenas tivesse ouvido.

Sexta a noite estava mais movimentada que o normal com apenas eu e Nick cuidando do bar já que Jax tinha tirado o final de semana de folga para visitar Calla em Shepherdstown. Apesar do fato de parecer uma bagunça com meu cabelo preso em um coque e usando uma blusa velha que era uns dois tamanhos maiores, eu estava agradecida pelo fato da noite estar voando. A falta de sono tinha me atingido e meu humor estava em algum lugar entre a ‘terra do foda-se’ e a ‘cidade do foda-se’. Enquanto a noite passava, meu humor se transformou na ‘cidade onde tudo é uma merda’. Normalmente Reece passava as noites de sexta no Mona’s. Talvez não a noite toda, mas ele costumava aparecer as dez. Seus colegas usuais estavam aqui, na mesa deles, mas não havia sinal de Reece e eu sabia que era por minha causa.

Dean apareceu perto das onze e eu estava escondida do outro lado do bar para não ter de lidar com ele. Nick estava bloqueando ele e eu não sei o que foi dito para ele ir embora por volta da meia noite, mas eu realmente não me importada.

Yeah, tudo agora estava uma merda.

Manter um sorriso plantado em meu rosto era mais difícil do que deveria enquanto eu misturava os drinks e conversava com eles no bar. Focar no meu trabalho era a única coisa que me fez aguentar meu turno.

Isso e saber que havia um grande pacote de nachos em casa que eu iria me acabar quando saísse. Eu iria passar queijo suíço, devorar os bastardos e ir para cidade.

Sherwood, nosso chefe de cozinha temporário, tinha acabado de voltar de sua folga quando me virei para ajudar o próximo cliente que conseguiu se espremer no bar.

noite? Minha boca caiu aberta e bom Deus, o que estava acontecendo com essa

Henry Williams estava na minha frente e ele parecia um pouco melhor do que da última vez que eu tinha visto ele. Como se ele tivesse tomado um pouco de sol. Bom para ele.

“Eu só quero conversar,” ele disse, sua voz praticamente abafada pela música alta.

Eu segurei a garrafa de Jack tão forte que eu estava surpresa que ela não explodiu. “Eu não posso acreditar que você está aqui.” Eu disse embasbacada.

“Eu estive visitando Charlie.” Ele se inclinou e meu coração desceu pelo meu corpo. “Eu sei que ele está bem mal e...” “Não fale sobre ele. Nem mesmo diga seu nome.” Eu comecei a preparar para atirar a garrafa assim como tinha feito com o livro, mas mesmo que minha mão estivesse coçando para machucar ele, eu não o fiz.

De alguma forma eu aprendi com o que aconteceu da última vez.

Uma menina balançou sua mão, chamando minha atenção. Atirando um olhar odioso a Henry, eu peguei seu pedido. Claro que ele ainda estava ali quando terminei o cocktail.

“Por favor, Roxy,” ele disse. “Eu realmente quero...” “Você sabe o quanto me importo sobre o que você quer?” eu abri meus braços. “Esse tanto.” Nick estava do nada aqui, suas mãos plantadas no tipo do bar. “Eu realmente acho que você precisa ir embora.” “Desculpe-me.” Henry levantou suas mãos olhando entre nós. “Eu não quero saudar problemas. Só queria falar com ela. Só isso.” Raiva cresceu dentro de mim tão rápido que quando abri minha boca parecia que eu estava cuspindo fogo. “Eu não quero ver sua cara muito menos quero falar com você.” “Você ouviu a dama,” Nick disse, levantando seu braço e apontando para a porta. “Saia.” Henry parecia que iria discutir, mas balançou sua cabeça. Ele puxou um quadrado pequeno branco do seu bolso e colocou no balcão. Ele me olhou diretamente. “Me ligue. Por favor.” Eu olhei para o cartão de visitas com um tipo de um carro nele e de volta para ele. Ele já tinha se virado, fazendo seu caminho pela multidão. Antes que eu

pudesse me conter, eu ri. E era o tipo de soava louca, meio como o som de uma hiena antes de matar algo.

Nick foi pegar o cartão, mas por algum motivo desconhecido, eu o peguei antes. Ele levantou uma sobrancelha, mas eu balancei minha cabeça enquanto colocava o cartão no bolso.

Ele abaixou sua cabeça para que pudesse falar perto do meu ouvido. “Por

que?”

“Eu não sei,” admiti, me afastando e olhando para ele. “Eu não sei.” O resto do turno foi calmo. Em vez de Reece, que eu secretamente estava esperando que fosse passar pela porta, tudo que consegui foi Dean, Henry Williams, duas meninas que tinham vomitado no chão e um cara que ofereceu para me pagar uma bebida e me dar uma carona.

Quando cheguei em casa, eu estava tão cansada para me preocupar com as coisas estranhas que estavam acontecendo no meu apartamento. Colocando meu celular no criado mudo, eu tirei minha roupa e abri meu sutiã, deixando a calcinha e a blusa que poderia se passar por um vestido. Então eu fui para cama, puxando minhas cobertas até meu queixo.

O dia de hoje... foi uma merda.

Ontem foi uma merda.

Amanhã tinha de ser melhor.

Era isso que eu dizia a mim mesma enquanto estava ali, deitada, totalmente exausta. Amanhã tinha de ser melhor. E de verdade? Quando tudo aconteceu com Charlie, tinha sido pior que isso – o desamparo, a raiva e a depressão. Tudo isso tinha sido uma lâmina afiada. Eu tinha superado. Eu superaria qualquer merda que estivesse acontecendo agora por que, que outra opção eu tinha? Me enrolar e desistir? Essa não era a minha natureza.

Eu não percebi que cai no sono, mas eu devo ter dormido porque acordei no susto. Sem piscar para espantar o sono dos meus olhos. Eu estava completamente alerta enquanto encarava a janela do outro lado da minha cama. Eu sonhei. Eu não lembrava exatamente do sonho, mas alguém estava chamando meu nome.

Esticando minhas pernas e meus braços, eu olhei para o criado mudo. Não eram nem cinco da manhã e eu tinha dormido uma hora, uma hora e meia no máximo. Fracasso.

Eu estava prestes a me virar para o lado quando percebi que a luz do meu celular estava ligada, como se uma mensagem ou ligação tivesse sido recebida e eu não tinha voltado a dormir ainda.

Me levantando, eu peguei o celular e com o coração na boca, eu apertei o botão. Havia apenas uma pessoa que poderia ter mandado uma mensagem ou ligado a essa hora. Reece. Esperança cresceu em mim como um canhão. Yeah, mensagem ou ligação quase as cinco da manhã não era a melhor coisa, mas era algo e era melhor que nada.

A tela veio à vida e eu deslizei a pequena barra, desbloqueando, e primeiro eu não sabia o que estava vendo. Eu não tinha entendido, não conseguia entender.

Não era uma mensagem ou uma ligação perdida.

Minha mão começou a tremer.

Desbloqueando o celular tinha me levado ao último programa usado, o que deveria ter sido nada – apenas a tela inicial. Exceto que não foi a tela inicial. Abriu a galeria de fotos – minhas fotos.

E havia uma foto na tela.

Um grito explodiu de mim e subiu para minha garganta, mas quando eu abri minha boca, não houve som. Horror tinha bloqueado. Havia uma foto no meu celular, uma que eu nunca poderia ter tirado, porque era de mim.

Uma foto minha dormindo.

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