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REVISTA TÉCNICA DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS ETÉCNICOS TÊXTEIS I
N.º 2 JAN./FEV./MAR.
DIRECTOR: JOSÉ DE MATOS FERREIRA DIRECTOR TÉCNICO : ENG.º JOÃO NUNO MONTEIRO
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PENA
SUMARIO:
CONSELHO DE REDACÇÃO : ENG.º JORGE CORR~A MONTEIRO •ENG.º ARrnR
e.
NEVES
DR. CABEÇO SILVA
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Editorial
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Fibras Quúnicas Celulósicas
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Contribuição para o estudo da Fiação «Üpen-End» em Portugal .. . 15
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Variação ou irregularidade de número dos fios têxteis . . . 21
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Alguns elementos sobre os diversos tipos de Cala
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Novo processo de tingimento Poliéster/ Algodão com corantes reactivos e dispersos
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A Reorganização Interna das Empresas
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Marketing Ma.na.gement ...
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A Chefia e o Técnico
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Seminário sobre Fibras de Algodão
ENG.º FERREIRA NEVES DR. MÁRIO ARAüJO ENG.º BARROCA ARTUR C. FARIA ENG.º PINTO FERREIRA DR. LUfS DE ALMEIDA ENG.º CASIMIRO VILARINHO ENG.º CARLOS GUIMARÃES ASSESSOR JURIDICO : DR. JOSÉ LUfS ARAüJO COORDENADOR DE PUBLICIDADE : MARIO DIAS BALSA REDACÇAO: R. Dr. Antunes Guimarães, 378-3.º Dt.º
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4435 RIO TINTO. PREÇO UNIT ARIO :
150$00
ASSINATURA ANUAL: (4 núm.) 500$00 TIRAGEM :
2.500 Exemplares
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL PROPRIEDADE : ASSOCl AÇAO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS TÉCNICOS E T~XTEIS
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ROGERIO MARQUES, LDA.
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EDITORIAL Que 1982 para a Têxtil? Conhecendo-se a recente renovação das políticas de contingentação praticadas, rel,ativamente aos têxteis portugueses, (acordos multifibras, etc.) pelos principais países importadores, ocorre-nos perguntar: Que 1982 para a Têxtil? Questão tanto mais pertinente quanto é certo que, fruto de acontecimentos que não cabe analisar aqui, se, anuncia para breve, um considerável surto grevi'sta. Questão, ainda pertinente, atenta a circunstância de o mercado africano não ter ainda sido «redescoberto», e não parecendo que o venha ser, em termos úteis, nos próximos meses. Não sendo, nem querendo ser, um organismo de vocação preferencialmente sindical, a A.P.E.T.T. não pode deixar de registar aqui a sua inquietação sem tomar parti'do por qualquer das partes. E mais: sem desejar fazê-lo. Mas com a legitimidade própria de um parceiro social que, representando os quadros médios e superiores deste sector da indústria, se interroga perante a hesitação de alguns e, infelizmente, o conformismo de muitos. Por isso, de novo a pergunta: Que 1982 para a Têxtil?
A. P. E. T. T.
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produzimos fibra para transformar
Eng. RAÚL BARROCA
A Finicisa produz ramas de polyester/Terylene. Comercializadas em Portugal pela ICI Portuguesa. Actualmente utilizadas em grande escala pela indústria têxtil. A Finicisa conhece profundamente as características deste produto, por isso oferece todo o apoio técnico às indústrias ·. transformadoras. Especialmente no carnpo da fiação e tecelagem abrangendo uma grande. variedade de tipos de rama - desde o l9w-p1ll para malhas e tecidos, às fibras de alta · tenacidade para linhas de coser. A Finicisa fornece informação: sobre novos métodos, novas técnicas, novos artigos. :
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FIBRAS QUÍMICAS CELULÓSICAS
SUMÁRIO Bosquejo histórico muito resumido. Produtores nacionais. Matéria prima e fundamento do processo viscosa. Descrição sumária do mesmo. Métodos de fiação, dentro do processo de coaguliação. Referência à fiação, contínua, à sua importância e vantagens. Sua implantação em Portugal. Propriedades do rayon viscosa que o distinguem das restantes fibras químicas. Alguns inconvenientes e as precauções que os mesmos tornam aconselháveis. O rayon viscosa e os corantes mais aconselháveis. Processo de tinto por incorporação de pigmentos, i. e., tinto na massa . Estampagem de tecidos de rayon viscosa. Vari antes introduzidas no processo de produção. 1
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Produção nacional de rayon. Situação actual; perspectivas. Política nacional de fibras: Evolução, nos últimos anos, da produção mundial de rayon viscosa. As fibras artificiais no panorama da necessidade nacional de fibra num futuro próximo e face à integração na CEE.
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que criam as condições ideais para a coagulação e, portanto, para a fiação,
FIBRAS
QUÍMICAS
Feitas deste modo as considerações preliminares julgadas indispensáveis, abandonemos as generalidades para nos limitarmos ao campo específico que naturalmente nos está destinado: as fibras artificiais de filamentos contínuos, produzida:s em Portugal pelo processo viscosa e normalmente designadas por rayon visc·osa ou simplesmente viscosa, O termo rayon é u·sad'o em alguns casos para designar apenas as fibras celulósicas constituídas por celulose regenerada e em outros engloba também o acetato e o triacetato. O início da produção do rayon viscosa no n.osso país verificou-se na década de trinta, na Têxtil Artificial do Porto. Em 1949, a Companhia Industrial de Fibras Artificiais iniciou também a produção desta fibra, na su:a fábrica de Val'ongo, O rayon viscosa é em geral produzido a partir de celulose de madeira. Para se conseguir um fio com determiniadas características, é indispensável pretender celuloses com qualidades que só se encontram nas obtidas a partir de madeiras resinosas de fibra longa, com o crescimento lento que o clima dos países frios determina. l'sto não equivale, evidentemente, a afirmar que é impossível produzir rayon viscosa de filamentos contínuos a partir de outras celuloses. Tal é realizável, embora sacrificando a qualidade e com valores de rendimento geralmente inferiores.
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As operações de alcalinização da celulose e de sulfuração podem realizar-se poir «partidas», isto é, descontinuamente, ou de um modo contínuo. Em geral, o equipamento, necessário a este último tipo de produção só se justifica acima de um mínimo diário desta.
A produção dos rayans assenta basicamente na dissolução da celulose, O processo cupramónio lança mão da sua soJubHidade numa soluçã;o cuprô-amonical; o processo viscosa transforma a celulose num composto - o xantogenato duplo de sódio e celulose - que é facilmente solúvel em água. Essa transformação realiza-se fazenda reagir primeiramente a celulose com uma solução de soda cáustica, de modo a obter-se a álcali-celulose, e, posteriormente, provocando uma reacçã:o entre esta e o sulfureto de carbono. Entre as duas re'acções, um período de maturação com temperatura e tempo controlados permite uma degradação moJecular que contribui para que a viscosa apresente, no momento da fiação, as características ideais.
Coma dissemos, a fiação da viscosa realiza-se por coagulação, seguida de decomposição do coágulo, regenerandorse assim a celulose de ' fórmula bruta idêntica à inicial, mas com características ligeiramente diferentes, Para tal, a viscosa é enviada por pressão de ar à aspiração de bombas doseadoiras (de carretos) que a forçam através de uma última fil'traçãJo e, seguidamente, através dos orifícios da fieira, de modo a entrar no banho de fiação. A fieira está, pois, sob a acção interna de um líquido fortemente alcalino e externa de um líquido ácido, pois que a banho de fiação contém, entre outros compostos, ácido sulfúrico. Tem portanto de ser constituída por um material muito especial, que foi o vidro, num passado remoto, posteriormente a porcelana e é, em geral, actualmente, uma liga de ouro e platina. Os ·o rifícios, cujo número, no caso dos fios
Como dissemos, da reacção com o sulfureto resulta um composto que se dissolve numa solução diluída de soda cáustica. Obtém-se assim um líquido xaporoso, com o aspecto e consistência de um mel alaranjado e claro, 'ª que se chama vulgarmente viscosa e que dá o seu nome ao processo produtivo. A viscosa é depois filtrada e depurada (por acção do vácuo) das pequenas bolhas de ar que engloba. Durante estas operações dão.-se fenómenos (em condições controladas de temperatura e tempo), quer físicos quer químicos,
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d e fil ' , amentos contmuos de que nos ocupamos,
determina o número de filamentos do fio, têm diâmetros de saída (de forma cónico-cilíndrica) que ciscilam entre as muitas dezenas e pouco mais de uma centena de milésimos de milímetro ou · , . ' seJa, m1crometros. Compreende-se, poir isso, o grau apertado de filtração a que a viscosa tem de ser submetida para evitar, tanto quanto possível, a obturação desses pequeníssimos orifíciO's. O banho de fiação é uma solução, ácida com te·o res controlados de sais e de ácido sulfúrico A t t · empera. ura e a conteúdo em zinco
têm também importância nas condições de fiação e na forma da secção transversal dos filamentos, Da regularidade dessa secção pode depender a brilho e a afinidade para o tinto de um fio e, portanto, a uniformidade de um tecido, O fio, cuja formação se inicia à saída da fieira e se completa ao longo de toda a viagem no seio do banho de fiação, pode ser recolhido (após sofrer ou não um certo estiramento) em bobina - caso da fiação bobina - ou em «gâteau» - caso da fiação centrífuga. Isto, para falarmos apenas, para já, dos deis processos de fiação descontínua. O título do fio, - que, como vimos, exprime a su:a massa poir um dado comprimento_ é determinado, nomeadamente, pela riqueza em celulose da viscosa, pela vel'o cidade e caudal da bomba doseadora e pela velocidade do enrolamento. Obtida a bobina ou o «gâteau», há que proceder a uma série de operações como lavagem, branqueação, secagem, torcedura e encarretamento, para se obter o fio capaz de ser submetido às várias operações têxteis a que se destina. Essas operações, com as manipulações que implicam, têm de ser leV'adas a cabo com certas precauções, principalmente no que se refere à descarga das máquinas de fiaçã:o e ao transpor'te até à lavagem, pois que o filo, então ácido e recentemente fiado, se apresent:a particularmente frágil. Podem aí, por falta de cuidado na execução das operações, ser originados defeitos graves, Os processos de fiação em contínuo vieram eliminar o.u minimizar este risco. Foi já há dezenas de anos que surgiram as primeiras máquinas de fiação em contínuo. Algumas tiveram uma vida efémera por a sua concepção não ter sabido evitar um certo, número de inconvenientes. Dum modo geral, obri-
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gam 0 fi0i, após a fiaçã:o, a percorrer, dentro da máquina, um extenso percurso ao longo do qual é submetido aos vári'os tratamentos como lavagem, branqueação, «ensimage» e secagem. Assim, o fio, ainda não bobinado, apresenta-se i'S'olado a cada uma dessas •o perações, o que permite que cada uma se realize nos poucos segundos que dura a passagem na zona em que ela se efectua. Após a secagem, o fio é encaminhado, dentro ainda da máquina, para um fuso de torcedura (down twister), onde é torcido e bobinado. O desenrolar das várias operações pode fazer-se em cascata, ou num desenvolvimento quase horizontal ou ainda transversalmente ao eixo da máquina, entre dois cilindros, num repetido viajar de baixo para cima e de cima para baixo e com um avanço em parafuso de um lado para o outro da máquina. Graças às razões já apresentadas e ainda a determinadas características do processo de fiação, permitem estas máquinas a produção de um fio. de qualidade superior, com a vantagem de possibilitarem a obtençã;o de embalagens (cops, cones, ... ) com 1,8 kg ou mais de fio, sem quebra de continuidade, isto é, mais da tripJo da quantidade de fio contido nas bobinas ou «gâteaux» das máquinas convencionais. Existe já em Portugal uma máquina de fiação contínua em plena laboração, outra em montagem e está prevista a instal ação de algu-
porque são confortáveis as peças de vestuário em que predominam tecidos de rayon. Outra razã:o, de certo modo relacionada com està é a quase ausência do inconveniente do desenvolvimento de cargas eléctricas estáticas. A resistência ao calor do rayon viscosa é também superior à das restantes fibras químicas. Em contrapartida, a sua resistência química é, em alguns aspectos, inferior, embora seja excelente 0 seu comportamento perante 1
a maioria dos dissolventes. Os fios de viscosa de filamentos contínuos apresentam uma razoável elasticidade, quando submetidos a cargas de tracção relativamente baixas. Forças exageradas podem ocasionar deformações permanentes que correspondem a uma reorientação molecular. Este fenómen'O pode determinar, como se compreende, um brilha e até uma afinidade tintória diferente. Esta a razão porque ·e m todas as operações têxteis a que são submetidos, os fios de viscosa não devem ser sujeitos a tensões desiguais e exageradas. A alta higroscopiciclade do rayon viscosa permite-lhe apresentar um bom comportamento perante um grande número de corantes, nomeadamente os corantes para algo.dão. Há, no entanto, que ter em consideração que 'ª afinidade da celulose regenerada, em relação a quase todos é superior à apresentada pela celulose do algodão. O brilho das cores obtidas é também superior.
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mas mais. O rayon viscosa é uma das fibras que, nas condições normais de temperatura e humidade relativa, maior teor de humidade adquirida apresenta: 12 a 13 %, contra 6 a 6,5 % para o algodão e valores ainda inferiores para as fibras sintéticas. · Apenas a lã apresenta um valor superior: 16 %. Esta é uma das razões
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sempre conveniente estudar previamente as diferentes afinidades dos vários corantes ·e nunoa usar simultaneamente fios de períodos de produção diferentes. Se, por um lado, as condições técnicas po,dem ter variado entretanto, por outro lado, é bom não esquecer que a matéria prima, a celulose, um produto natural, pode nem sempre apresentar a mesma origem e, portanto, as suas características podem Ê
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ter uma importância marcada no comportamento do fio. Os corantes mais usados, com bons resultados, no rayo.n viscosa, são alguns directos (com ou sem tratamentos posteriores), sulfurosos (principalmente o preto e, s·o bretudo quando se pretende grande resistência à lavagem), cubas, reactivos, etc. No que diz respeito a:os c0irantes de cuba, embora, como já dissemos, a afinidade seja superior à apresentada em r·e lação ao algodão, a igualização é inferior, pelo que convém tomar algumas precauções, procedendo a ensaios prévios. Para além destes prcessos convencionais de tingimento, o rayon vise'osa, à semelhança de outras fibras químicas, pode ser tinto na massa, isto é, podem incorporar-se uniformemente pigmentos insolúveis na viscosa, antes da fiação. Ao proceder-se a esta, o pigmento é englobado pela celulose, obtendo-se um tinto de uma resistência a toda a prova. Se, em vez de um pigmento corado, usarmos bióxido de titânio, obtemos um fio branco e baço, a que, por vezes se chama mate. Considerando o que atrás ficou dito, nomeadamente sobre :o diâmetro dos furos das fieiras, compreende-se que todos estes pigmentos devem ser caracterizados por uma finíssima granulometria. A estampagem de tecidos de rayon viscosa tem-se mantido através dos anos, com êxito que só as flutuações da moda têm feito oscilar. Dum modo geral, pode dizer-se que essa estampagem se realiza em condições muito semelhantes às verificadas com o algodão. São variadíssimas as aplicações do rayon viscosa: tecidos, desde os diversos tipos de «sedas», leves ou pesadas, até às popelines, crêpe, organdi, tafetás, cetim;;. voiles, malhas, etc. Em alguns destes tecidos podem ser incorporados filos de outra natureza, originando-se
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assim misturas em fio. Entre as aplicações fi nais. podem contar-se vestidos, forros, roupa interior, estofos e outros casos de decoração, como cortinados, colchas, rendas, passamanarias, etc. São infindas as variedades de fios de fantasia realizados com rayon ou com este combinado com fios de outra natureza. Têm sido utilizados frequentemente, em fatos de treino, fios de poliéster e rayon contínuo, conferindo ao poliéster a comodidade indispensável nesses fatos, graças à higroscopicidade elevada do rayon. Tem especial interesse, nesta aplicação, o fio fiado em contínuo em embalagens com maior número de metros, sem nó. Outro tipo de mistura, em fio, ultimamente bastante usada em malhas pesadas, é constituído por fios de rayon torcidos com fio acrílico. Os cuidados de limpeza e passagem a ferro são mínimos, dada a boa resistência do rayon viscosa aos métodos de lavagem (inclusivé por dissolventes), e ao calor. Para além das aplicações têxteis a que nos temos referido, os fios de filamentos contínuos de rayon viscosa, quando produzidos a partir de celuloses especiais e em determinadas condições de processo, podem atingir valores elevados de tenacidade e ser usados em aplicações industriais, tais como telas de pneumáticos e de correias transmissoras e transportadoras. As telas de pneumáticos de rayon viscosa, que vieram substituir as de algodão, atingiram os seus valores mais elevados de produção na década de cinquenta. De então para cá, têm vindo a ceder gradualmente o terreno: nos EUA e no Canadá, a favor das poliamidas, do poliéster e do aço; na Europa Ocidental, a favor principalmente do aço. Deixamos aqui este apontamento apenas a título de curiosidade, uma vez que o rayon de alta tenacidade não se produz em Portugal, mas atendendo à importância que esta aplicação tem ainda hoje a nível mundial, a ponto de absorver aualmente algumas dezenas de milhares de toneladas.
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O processo viscosa tem admitido, ao longo dos anos e conforme as modas, inúmeras variações de pormeno.r, tais como os fios de volume aumentado pela incorporação de bolhas gasosas na viscosa da fiação; os fios de celulose tratada, após a fiação, por reagentes vários, de modo a conseguirem-se determinadas propriedades; fio pulsante, isto é de título variável; fio cujos filamentos têm secção de forma diferente da circular, etc .... No início da segunda metade deste século, foi possível criar um rayan viscosa com propriedades verdadeiramente interessantes, que o aproximam bastante das fibras naturais celulósicas e que resulta de modificações de pormenor introduzidas rro clássico pro.cesso de fiação. São as fibras polinósicas, às quais não faremos referência mais pormenorizada não só porque não se prodúzem em Portugal, mas principalmente porque se situam mais no domí-
tende a estagnar) uma vez que são limitadas as disponibilidades de terrenos propícios à sua cultura, terrenos que, em geral, possuem características que os tornam invejáveis para a produção de bens alimentares. Até 1977, a produção mundial de algodão apresentou uma subida anual apreciável, mas, de então para cá, tem-se mantido num patamar vizinho dos 64 milhõães de fardos (de 478 lbs) , por estação. 1975
54,4
1977
64,2
1979
65,7
1976
57,5
1978
59,8
1980
63,7
Por outro lado, prevê-se que o consumo de têxteis em kgs/ capita, que em 1973 era de 18 6 nos países industrializados, de 6,1 nos de ' ' planificação central e de 2,9 nos países em vias de desenvolvimento, atinja, em 1985, respecti-
Vejamos agora umas sucintas considerações sobre a futuro do rayon viscosa, nomeadamente coma produção nacional e face à adesão ao Mercado Comum.
50 milhões nos finais do sécul:o.
Como é sabido, a indústria têxtil nacional representa um dos mais importantes sectores, se não o mais importante, das nossas exportações, mas, sob o ponto de vista da matéria prima, ela depende grandemente da importação. De entre as fibras que utiliza, o algodão continua numa posição maioritária (cerca de 60 %) , logo seguido das fibras químicas (perto de 40 %) . As restantes fibras, com a lã à cabeça, têm uma representação percentual da ordem dos dígitos. Mas o algodão, a nível mundial, é uma fibra cuja produção tende a crescer num ritmo muito menor do que a procura, (se é que não
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veis. Os grandes inconvenientes do seu processo de produção - mão-de-obra elevada e alto índice de poluição - têm uma importância que tende a ser minimizada pelas novas técnicas de fiação contínua. Poderá afirmar-se que lançam mão preferencialmente de uma matéria prima - a celulose rica em componente alfa e com outras determinadas características específicas - que tem de ser importada. Mas Portugal é exportador de celulose para papel e, em termos gerais, a balança comercial não é afectada se, em vez de produzirmos celulose para fibras, a importarmos, exportando, em contra partida, celulose para papel.
vamente os valores de 21,6, 8,7 e 4,7. Se pensarmos ainda que, a taxa anual de crescimento da população mundial é vizinha de 2 %, não custa a admitir que a procura de fibras em tcdo o mundo, que era de 27 milhões de toneladas por ano em 1978, se aproxime dos
nio. das fibras cortadas.
Dentro destas, há domínios em que as fibras artificiais não são facilmente substituí-
Assim sendo, o algodão tornar-se-á , cada vez mais difícil de obter e o seu custo cada vez mais elevado. Ê bem não esquecer que a importação anual, superior às 100 0000 mil toneladas, origina já, para Portugal, um escoamento de divisas, no mesmo período, superio.r a 12 milhões
de contos. Por estes motivos, a satisfação das necessidades de têxteis da população portuguesa (com um índice de consumo crescente, atendendo sobretudo à prevista subida do PNB) e as necessidades da produção têxtil com vista à exportação terão, cada vez mais, de ser satisfeitas por fibras químicas.
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Por outro lado., se é verdade que as fib rns artificiais utilizam uma matéria prima importada, não é menos verdade que a sua produção r epresenta, a nível nacional, um valor acrescentado. em que é notável a comparticipação da nossa indústria química pesada. Os grandes produtnres de rayon viscosa da Europa Ocidental, do Japào e dos E.U.A., a partir dos anos sessenta, preocupados sobretudo pelo elevado índice de mão-de-obra e pelos problema:s de poluição, foram abandonando gradualmente esta produção, para se dedicar em, com um entusiasmo execessivo, às fibras sintéticas. Para isso, contribuíram outros factores entre os quais poderemos citar o então baixo custo dcs produtos da petroquímica, algumas propriedades verdadeiramente fascinantes que essas fibras apresentavam e a tecnologia avançada implicada pelas mesmas, que esses países, grandemente industrializados t1' nham possibilidade de acompanhar. Afirmámos, no entanto, que esse entusiasmo foi excessivo pürque, na actualidade, é
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consideravelmente baixa (da ordem de aproximadamente 60 % ) a taxa de utilização das unidades industriais produtoras de fibras sintéticas. Alguns pequenos produtores da Europa Ocidental, quase todos os países da Europa Oriental, a China, a índia e vários outros países asiáticos (como a Coreia, a Filipinas, Malásia e Vietnam) têm vindo a aumentar gradualmente, não só a sua produção de fibras celulósica·s como a sua capacidade produtiva. O próprio Japão dá já indícios, sobretudo desde meados de 1979, de corrigir a posição assumida neste campo. Com efeito, o rayon viscosa, quer em filamento contínuo, quer em fibra cortada, graças a um conjunto de propriedades que já citámos, e que se mantêm únicas no campo das fibras químicas, tem possibilidades, já não de retomar o ritmo de crescimento da produção, que constituiu uma sua característica até meados da década de sessenta, mas de acompanhar u aumento da procura de têxteis, que não é difícil prever para um futuro próximo. No nosso. caso concreto: Para meados desta década, recentes previsões apontam para um consumo de produtos têxteis destinados a uso final do país da ordem .d as 135 000 ton./ano e um volume da exportação rondando as 85 000 ton. Este último é bastante inferior ao atingido nos anos que precederam a perda dos mercados ultramarinos, mas, sem optimismos exagerados, representa um apreciável acréscimo relativamente aos fins da década de 70. Admitindo que a percentagem de fibras químicas no total de fibras têxteis consumidas pela nossa indústria (actualmente da ordem dos 40 %) se vai gradualmente aproximando do nível europeu previsto para então, teremos
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que o cansumo global de têxteis qmm1cos se deverá aproximar das 110 000 ton. anuais nos meados desta década. Mesmo que se mantenha invariável a percentagem de fibras químicas que respeita :1,0 rayon de filamento contíTuuo, caber-lhe-á então um volume de produção vizinho do triplo do actual e 50 % mais elevado que a capacidade produtiva de que o país dispõe neste momento.
neração mais próximo do nosso, não podem de modo algum ser considerados arrivistas inexperientes neste campo de produção. Por outro lado, C'omo vimos, as possibilidades de concorrência, no domínio das fibras artificiais por parte de países em vias de desenvolvimento, têm fortes probabilidades de se intensificar. Mas dessa concorrência têm de se defender todos os outros produtores dentro da Comunidade.
A produção nacional de fio :artificial de filamentos contínuos, a cargo desde fins dos arros quarenta, de duas empresas industriais Têxtil Artificial do Porto e Companhia Industrial de Fibras Artificiais- tem-se mantido em torno dos 2,5 a 3 milhares de toneladas anuais. Essa produção não satisfaz todas as necessidades da indústria nacional que importa, 1,5 a 2 milhares de toneladas, anualmente.
Quanto ao futuro dos artigos têxteis nacionais com base em fibras artificiais, ele depende de toda a política que em relação a'Os têxteis de um modo geral for adoptada, não só no período de transição, mas também no momento da adesão plena, sobretudo no que respeita aos <<Ilíveis limitativos de exportação», níveis estabelecidos pelo acordo de auto-
aumentar. Resumindo: Para atender às necessidades nacionais- que se prevê venham a aumentar por várias razões, mas principalmente pelo incremento das nossas exportações de artigos têxteis - e para alargar o seu próprio mercado de exportação, a produção naci'Onal de rayon viscosa de filamentos contínuos tem 5Tandes P'ossibilidades de se desenvolver, sobretudo se enveredar pelas novas tecnologias de fiação- e até de preparação- que lhe permitem produzir com melhor qualidade e menores custos. Os investimentos a realizar serão apreciáveis mas, quanto a nós, indispensáveis para competir, após a adesão à CEE, já não com c.s antigos gigantes da produção desta fibra, que a têm abandonado quase por completo, mas principalmente com países como a Espanha e a Grécia que, com mão-de-obra de nível de remu-
Agentes, Importadores e Distribuidores de
Produtos Químicos, Máquinas e Algodão
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-limitação. Quanto. à exportação de fio, ela tem-se mantido dentro de valores pouco significativos, embora apresente ligeira tendência para
FUNDADA EM 1946
1196 LISBOA CODEX- Rua P·almira, 46-1.º - Telef. 839141 (5 linhas) Telex 12454
Não podemos esquecer que o sector têxtil e vestuário, que ocupa, na CEE 10 % dos assalariados das indústrias transformadoras e representa 8 % do valor acrescentado do total destas indústrias, atravessa neste mom'e nto uma crise considerável. A descida acentuada da procura e a concorrência de outros parses levaram, entre 1973 e 1978, ao encerramento de 4200 empresas e à perda de 700 mil postos de trabalho, dentro da Comunidade. Apesar de a CEE continuar a ser o principal destino das nossas exportações têxteis (mais de 50 %) estas sofreram um decréscimo vizinho dos 5 % ao longo de 1980.
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Depois da adesão plena, espera-nos, sem dúvida, um mercado mais vasto, onde os níveis limitativos deverão ter desaparecido, um mercado competitivo onde são indispensáveis elevada qualidade, inovação, baixos custos de pro. dução, incompatíveis com processos tecnológicos obsoletos, cujo abandono já foi iniciado no campo restrito de que me tenho ocupado.
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2.ª Parte do trabalho - última deste orador - versado no 1. 0 Seminário sobre Fibras.
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Contribuição para o estudo da Fiação "Open-End" em Portugal
• CONTINUOS DE FIAÇÃO e LAMINADORES DE ALTA PRODUÇÃO
1- Alguns dados referentes à indústria têxtil checoslovaca
e TEARES PARA SACOS
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O processo de fiação 'open-end' (OE) tem-se revelado de há alguns anos para cá, como um processo verdadeiramente viável e apesar de só lhe pertencer uma pequena percentagem da capacidade mundial de fiação irá ocupar uma posição cada vez maior numa indústria moderna e será apenais uma questão de tempo antes que represente uma proporção significativa na produção de fio 'fiado'.
PORTO R. Guerra Junqueiro, 472-Tel. 691081 - Telex 25387 LISBOA Corpo Santo, 29-1 .º - Tel. 363201 - Telex 14205 k
TRANSITÁRIOS, LDA .
A SOLUÇÃO EM TRANSPORTES
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Ê claro que como todos os pr.ocessos industriais apresenta vantagens e inconvenientes. As vantagens podem compartimentar-se em 2 classes: V1 -
as que estão relacionadas com o custo de produção do fio,
V2 -
as que têm a ver com o comportamento ('performance') do produto resultante.
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Os inconvenientes repartem-se por uma gama mais vasta de cla sses: i1
-
i, -
i3 -
talados em 1977 no sistema de fiação de fibras curtas.
maior torção exigida, se seguirmos certos parâmetros tradicionais o que implica uma quebra de produtividade, limitação a uma certa gama de títulos de fios, tanto por razões técnicas como por razões económicas, exigência dum maior grau de limpeza da matéria prima que alimenta a turbina,
i 4 -uma necessidade de mudança de hábitos, tanto da parte dos técnicos, como da parte dos oonsumidores, habituados às variáveis tecnológicas e à qualidade final tradicional do fio obtido em contínuos de anel. Para termos uma ideia da penetração actual do OE, indicamos no quadro Q.l e segundo dados de 1977, o número de fusos clássicos e o número de rotores OE, bem como a percentagem de penetração deste, nalguns países que julgamos mais representativos. Também a fiação OE acabou por se estabelecer em Portugal. Inicialmente vocacionada para o apr.oveitamento de matérias primas de baixa qualidade (desperdícios), não indicados para serem trabalhadas no sistema convencional de fiação,, verifica-se actualmente uma tendência para alimentar as máquinas OE com matérias mais nobres, como se verifica aliás em países tecnologicamente mais avançados. Não existem todavia, a nossa conhecimento dados recolhidos e publicados referentes à fiação OE em Portugal, pelo que cremos de todo o interesse divulgar alguns dados publicados na literatura especializada e que possam servir como referência para eventuais estudos com vista ao desenvolvimento deste tipo de fiação entre nós, numa base consistente.
16
QUADRO Q.1- Números oficiais de fusos e rotores ins-
PAtS
URSS USA Bloco Socialista ( '') Bra·s il Argentina Hong-Kong Japão Coreia Formosa Marrocos Bélgica França RFA Turquia Grécia Itália Holanda Espanha Grã-Bretanha PORTUGAL Checoslováquia ( * * ) Outros Totais (*)
Fusos
Rotores
% de pe-
100
103
netração do OE
16
660 190 374 36 15 55 214 11 32 10 21 72 52 10
18
9 4,5 1,3 0,8 11,2 2,5 3,2 0,3 0,7 2,8 3,0 3,0 1 '.J •" 3,6 09 •" 2,0 2,4 1,6 1,9 65,0 151,2
14
54 16 72 35 8,4 160 97,3
12,4 3,2 12,4 2,4 3,5 20,0 5,7 1,3 3,0 10,0 9,0 7,7 9,2 1,0 3,2 4,5 16,0 11,0 4,4 28,0
2048,7
-
( **)
Mudanças tecnológicas Actualmente o sector algodoeiro checo é constituído. por 1,9 milhões de fusos convencionais e 160 milhares de unidades de fiação OE. A produção reparte-se entre fios de algodão e misturas, tais como algodão/ viscose e algodão/ / poliéster. A densidade linear média ou finura situa-se à volta dos 25 tex (Ne 24), sendo 12 % da produção em peso constituída por fios penteados , a partir do 16 tex (Ne 37). A capacidade de fiação encontra-se repartida por 52 unidades de fiação, a maior parte das quais de capacidade média (30 000 - 40 000 fusos), geralmente agrupada·s em unidades verticais, com tecelagem e acabamentos, de maiores dimensões. Só 4 desses grupos dispõem de unidades ,de tecelagem de malhas. O papel d-0s Institutos de Investig3!Jão Têxtil no desenvohimento da indústria
-
Inclui a Bulgá ria, Checoslováquia, Alemanha Segundo dados de 1980, não considerados
(*).
Fontes . B.1 e B.3
Estrutura da Produção Têxtil Checoslovaca A indústria têxtil checoslovaca, tal como a portuguesa, constitui um dos sectores fortes · da economia nacional. Pelo seu volume e diversificação responde à procura do mercado interno e pela sua qualidade permitiu impôr-se nos mercados externos, representando a expor-
REVISTA APETT
nas, em 1964. Os primeiros pro1tótipos foram desenvolvidos no Instituto de Investigação da Indústria Algodoeira (VUB), em ústí nad Orlicí e que deram origem à família de máquinas BD 200, mundialmente conhecidas, algumas das quais se encontram em laboração. em Portugal.
O Sector Algodoeiro
?
de Leste, Hungria, Polónia, Roménia e Jugoslávia. em
tação de produtos têxteis uma boa percentagem das trocas com o exterior. Dentre os produtos mais conhecidos situam-se as popelinas, os lenços de mão, têxteis lar de linho, artigos de lã, cardados e penteados e alguns artigos confeccionados.
Na década de 50 tornou-se necessário o desenvolvimento dum programa de modernização, face à desactualização da maquinaria e aos baix os valores da capacidade de produção, consequência do período do pós-guerra. Aqui não deveremos passar sem referência o esforço desemp·e nhado pelos Institutos de Investigação Têxti.I materializado em inovações no campo dos 'Não-Tecidos' (nomeadamente o 'Arachné'), da t ecelagem de jacto e especialmente no da fiação 'Open-End'. Esta última inovação veio mudar completamente o princípio de produção de fios, no sistema algodoeiro. Como se sabe foram os Checos os primei-
ros
ª demonstrar que era técnica e economica-
mente possível fiar fios em sistemas de turbi-
O processo de fiação é constituído por várias operações elementares, que têm sido desenvolvidas mais ou menos separadamente. Até à década de 50, o único fim em vista consistia em aumentar a capacidade de produção, ao nível de cada máquina. A partir dessa época, o desenvolvimento do processo foi conseguido seguindo 2 concepções : - agregação das operações individuais, ou -
encurtamento das diferentes fases do processo de fabrico.
Assim, na década de 70 o encurtamento do processo de fiação foi conseguido pela passagem directa do estádio de fita de laminador ao de fio. Não nos esqueçamos todavia, que em certos casos pode ser obtido um maior encurtamento pela alimentação directa dos contínuos a partir da fita de carda. Ê claro que este avanço tecnológico só foi conseguido pela aceitação industrial do novo sistema de fiação OE. Este processo combina as 2 concepções acima citadas: aumento da capacidade de produção e diminuição do número de operações elementares. Mas apesar de todo este desenvolvimento, o processo de fiação cootinua a ser um processo desordenado, especialmente quando consideramos a 'entropia' necessária para produzir uma certa quantidade de fio, ao nível das diferentes operações elementares. Uma maneira cómoda de medir essa 'entropia', consiste em quantificar os 2 parâmetros seguintes:
REVISTA APETT
17
,
- HOK - isto, é, o tempo-operário necessário para produzir 100 kg de fio. - HMK-isto é, o tempo-máquina necessário para produzir 100 kg de fio. Assim para quantificar a mudança tecnológica provocada pela introdução do processo OE, iremos indicar no Quadro Q.2, os valores de HOK e HMK correspondentes à produção dum mesmo fio, num sistema de fiação convencional e num sistema de fiação OE, válidos para a indústria têxtil checa, no período de 1978/ 79. Estes valores foram calculados com base na produção dum fio de algodão 29,5 tex (Ne 20).
QUADRO Q.2 - Valores de HMK e HOK respeitantes à produção de um fio de algodão 29,5 tex (Ne 20) , num sistema de fiação convencional (CF)
e num sistema de fiação
Open-End (OE), válidos para a indústl'ia têxtil checoslovaca e para o período de
Da análise dos valores expressos no Quadro Q.2, podemos tirar as seguintes conclusões (tomando como índice de referência para os parâmetros da fiação co.nvencional, o valor 100): 1.
Ao nível da mão-de-obra directa, expressa pelo HOK e supondo que o fio produzido pelo OE dispensa a operaçã.o de bobinagem-depuração, o processo de fiação OE necessita apenas cerca de 40 % da mão-de-obra necessária para o processo de fiação clássico;
1.1 Esse ganho é devido ao curto-circuito da operação de bobinagem e ao menor HOK ao nível do contínuo propriamente dito ( 44 % ) e à supressão do torce. 1.2 Notemos ainda que neste ca:so considerado, o HOK da grossa preparação (da abertura até aos laminadores, inclusivé) é maior no OE, essencialmente devido a uma diferença da estrutura organizativa ao nível da 2.ª prussagem de laminadores, por necessidade de uma adaptação dos suportes de alimentação.
1978/ 79.
2. HMK
Operação elementar de fiação
HOI(
CF
OE
CF
OE
Al ABERTURA
0,299
0,296
0,299
0,296
A2 CARDAÇAO
6,482
5,367
0,810
0,596
A3 LAMINADOR 1
0,403
1,034
0,201
0,283
A4 LAMINADOR 2
0,402
1,847
0,201
0,710
7,586 100
8,544 112,63
1,511 100
1,885 124,75
0,708 9,821
6,749
0,480 3,847
1,691
10,529 100
6,749 64,10
4,327 100
1,691 39,08
Total A índice A Bl TORCE B2 CONTfNUO Total B índice B
e
BOBINAGEM
Total índice
e e
TOTAL A + B+C índice A+B + C
18
2,213 2,213 100 20,328 100
-
-
3,219
-
0,00
3,219 100
0,00
15,293 75,23
9,057 100
3,576 39,48
-
Ao nível da maquinaria necessária, expressa pelo HMK, o, ganho não é tão apreciável (apenas cerca de 25 %, comparado com 60 % para o HOK), apesar da supressão dos torces e das bobinadeiras.
2.1 Notemeis também, que ao nível da grossa preparação, o parâmetro máquina HMK é superior de cerca de 13 % no caso do OE, devido a uma preparação à fiaçã0i mais cuidada.
car-S'e que as operações elementares do processo de fabrico podem manter-se mais ou menos equilibradas, desde a abertura até à saída dcs laminadores e, portanto a introdução do novo processo pouco afecta a estrutura até este ponto. A grande modificação e coosequente encurtamento, verifica-se ao nível da fiação propriamente dita e especialmente ao nível da bobinagem, quando não há necessidade de proceder a esta operação. de todos conhecido que este processo exige maiores investimentos, devido à utilização de um material mais sofisticado, bem como à necessidade de uma mão de obra mais qualificada que permita um abaixamento dos custes variáveis, para assim se poder compensar o aumento dos custos fixos derivado da utilização duma tecnol-ogia nova. É
A quantificação das vantagens económicas derivadas destas mudanças tecnológicas, nem sempre é fácil de obter, pois que são influenciadas por um grande número de factores ( dimensão da empresa, variedade dos fios produzidos, custos de energia e do trabalho. financiamento, estrutura socia:l, etc.). Embora não os possamcs aplicar directamente à realidade têxtil portuguesa, e isso por razões óbvias, iremos indicar alguns índices da estrutura dos custos de produção OE, comparados com os da pr odução clássica (Quadro Q.3), válidos para a indústria algodo,eira checoslovaca e levando em conta os seguintes condicionalis mos :
Mudanças na estrutura dos custos de produção
- Comparação com base num fio de finura média 29,5 tex (Ne 20), 2 turnos e 4200 hora.is de produção anual;
A aplicação prática do sistema de fiação OE, implica uma certa interferência com o processo de fiação convencional. É fácil de verifi-
- O índice 100 é tomado para os valores correspondentes do processo de fiação convencional, incluindo bobinagem.
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QUADRO Q.3 - Estmtu1·a
comparativa
dos
custos
de
produção de um fio 29,5 tex, no sistema de
fiação
convencional
e
'open-end',
numa base de 2 turnos e 4200 horas de produção anual. Fiação gem
convencional incluindo
= índice
bobina-
100.
CUSTOS DE PRODUÇAO
Matéria prima Salários mã0i de obra directa Depreciação do equipamento Custos indirect:os Despesas gerais Custos de produção totais Lucro
índice para a FIAÇAO OE
99,3 29,5 264,8 87,1 100,0 95,9 129,9
Dentre as rubricas indicadas, apenas se verifica um aspecto desfavorável ao nível da depreciação do equipament0i. Era de esperar que este índice fosse desfavorável para o OE, dada a maior sofisticação do equipamento, emboil'a seja de crer que este valor esteja sobrevalorizado, dada a pouca experiência ainda existente e ainda ao facto de em certos casos alguma da maquinaria considerada já tenha atrás de si um certo tempo de amo,rtização. Interessa no entanto focar os seguintes pontc,s: - o custo de produção total do processo OE é meno,r; -
esse valor é conseguido sobretudo à custa da categoria «salários de mão-de-obra directa», isto é, um menor HOK.
Como estes resultados só podem ser conseguidos à custa de grandes investimentos, poderíamos ser levados a considerar o processo de fiação OE, como um processo de capital intensivo. No entanto, a delimitação dos sectores, capital intensivo ou pelo contrário, capital não-intensivo, é um pouco difícil de estabelecer. Acrescentaremos no entanto que certos dados
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19
,
aparecidos na .literatura nos indicam que o processo OE poderá ser considerado: - um processo de capital não-intensivo, para fios finos; _um processo de capital intensivo, para fios mais grossos. No caso que estamos a tratar, o ponto de transição parece -situar-se à volta do 40 tex (Ne 15).
,
Variacão ou irregularidade de numero cios fios têxteis raJ
O fim que pretendemos atingir é o de trazer ao conhecimento dos técnicos têxteis portugueses, sobretudo daqueles que nã0i têm acesso às infürmações que aparecem na literatura têxtil, por questões de língua ou outras, valores que lhes sirvam de motivos de reflexão e ao mesmo tempo de orientação, com vista à sua utilização em futuros estudos ou projectos de fiação «OPEN-END» em Portugal.
I
Por: José de Sousa Machado Ferreira Neves
Nas fi~ções de algodão e de outras fibras nia;forB.!is ou químicas, pretendem-se fazer fios com determi111iados números ou tíJtulos.
Bibliografia B.1- ITS Hilanderia, 2/ 80.
Conclusão A existência de dados respeitantes ao pro-
cesso de fiação «OPEN-END» em PORTUGAL não é de nós conhecida. Com este trabalho, baseado num estudo feito sobre a implantação do OE na indústria algodoeira checoslovaca, não é nossa intenção divulgar dados que possam ser directamente transpostos para a indústria têxtil portuguesa.
Diz-se qUJe o fio tiem o número nominal pre!bendiklo quando, mefüamlte uma tméd.i!a de várias allllOSltras, se aJt:ingie esse número. No entanto, existem sempre dd.ferenças de peso e, pootMlJto, de número ientrie essas ·a mostres. Essas diferernç;as, qua111do âmpoctantes, são resipOlllsávieis por boa parite dos artiigos defeit'lllosos, quer re m tecidos de tear, quem em tecidos de mahlla.
B.2 - Rotor Spinning and Structural Changes in the Czechoslovakian Industry. J . V. Kasparek and Z. Solík, 1980.
1
B.3 - The Role of the Machinery Maker in Managing Technological Change Jack Shaw, 1980 Endereço: Universidade do Minho - Centro de Tecnologia Têxtil 4800 GUIMARAES
1 - Número ou título de um fio e sua variação O número ou título de um fro estabelece a relação entre o peso e o comprimento de uma porção de fio. No sistema TEX, a cada número corresponde um determinado peso, que 1000 m de fio devem possuir. (Norma Portuguesa NP-254). No sistema inglês, a cada número corresponde um certo peso, que 840 jardas devem possuir. Para determinar o número do fio, que um contínuo está a fabricar, é costume colher 7 bobinas ao acaso, preparar sete pequenas meadas de 120 yds. e pesá-las, em conjunto ou separadamente. No primeiro caso, obtemos um número médio; no segundo, achamos sete valores do número de que calculamos a média. Estes valores são obviamente iguais, mas, neste segundo caso, o conjunto dos valores obtidos para cada uma das pequenas amostras de 120 yds. dá-nos uma ideia da variação de número existente entre elas. Essa variação, pode exprimir-se pelo intervalo ou diferença entre o maior e ·o menor
20
fbJ
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dos números ou, melhor ainda, pelo coeficiente de variação (C.V.) desses valores. Veremos que, para se obter um mai's correcto valor de C.V., é aconselhável usar, pelo menos, vinte amostras tiradas de 20 bobinas dos contínuos. Como as bobinas provêm de fusos diferentes e como cada fuso é alimentado por uma bobina dos torces e como, por sua vez, cada bobina do torce provém de uma lata do laminador, fácil é concluir que as diferenças do número de fio entre bobinas derivam de diferenças de número existente entre as latas ou potes dos laminadores. Isto significa que as causas que provocam diferenças nos números dos fios das diversas bobinas ou canelas de fiação, devem ser procuradas para montante ou seja para trás dos laminadores, isto é, nas cardas e na respectiva alimentação, seja pelo sistema clássico das mantas, ou seja pelo novo sistema de transporte pneumático do algodão em flo.cos.
(a) Este trabalho foi publicado nos números 22/ 23 da Têxtil», boletim do Instituto dos Têxteis.
~Folha
(b) Director do Gabinete de Estudos Técnicos da Delegação no Porto do Instituto dos Têxteis e professor de Tecnologia Têxtil da F. E. U. P. e U. M.
21
f
1 1
1
1
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Variação de número entre bobinas e dentro da bobina
Embwa .tivéssemos fa!iado nas diforenç·a s de número que podem haver entre bobinas retiradas do contínuo, tal não significa, que, se retirarmos da mesma bobina diversas amostras constituídas por porções de 120 yds., elas apresentem o mesmo número. Na verdade, encontrar-se-ão também diferenças, mas estas serã:o provavelmente assaz bastante menores que as encontradas entre bobinas diferentes. Dentro da mesma bobina há variaçá'o ele espessura do fio que pode afectar os pesos das porções de 120 yds. Por exemplo, uma irregularidade periódica provocada no trem de estiragem do primeiro, laminador, com um comprimento de -onda de 8 cm, virá a ter no fio, após as estiragens do segundo laminador, torce e contínuo, um comprimento de onda de cerca de 400 metros. Esta irregularidade já afecta o peso médio de porções de 120 yds. Chamamos a esta irregularidade de número, dentro de cada bobina, irregularidade interna (within) , assim cem o chamamos irregularidade externa, ou entre bobinas (between), à que deriva das diferenças entre números médios de ·amostras provenientes de diversas bobinas de fiação. Do Boletim «USTER NEWS». n .0 25, de Novembro de 1977.
Bobina 1 2 » 3 » 4 » » 5
w
2
3
N.º Médio Ne
C.V. (W). dentro da bobina
C.V.(B). entre bobinas
1,17 1,26 1,27 1,43 1,09
30,51 30,97 31,03 30,88 31,29 -
MÉDIA
CV
1
~
Em 30 determinações do número de um fio 30 Ne encontram-se valores variando de 25,5 a 33,5 Ne.
22
2
+
CV B
1
Fig. 1
(*)
2
CV=
• • • )( •• • • .. • •... ~li'~x~ •.. )(
25 26 27 28129 30 31 32j 33 34 Ne
2-
A uma e a outra correspondem coeficientes de variação que designamos por C.V. (W) e C.V. (B). O coeficiente de variação total do número de fio, resulta da soma quadrática dos dois
-
--
30,94
1,24
0,91
Suponhamos 5 bobinas em cada uma das quais se determinou o número médio mediante, por exemplo, 4 amostras de 120 yds., retiradas ao longo da bobina ('~). Essas médias estão na coluna 1 do quadro junto. A média dessas médias é de 30,94 Ne, que representa o numero encontrado para o lote do fio . Dentro de cada uma das bobinas, o respectivo C.V. (W). está na coluna 2. A média dos mesmos é de 1,24 %. O coeficiente de variaçã:o, entre os valores médios das 5 bobinas, é de C.V. (B). = 0,91 % . O coeficiente de variação total será
c.v. T.
2
+
1,24
1,54 %
Como dentro de cada bobina se mediram 4 valores do número e se usaram 5 bobinas, o total de valoires medidos, ou seja de porções de 120 yds pesadas, foi de 5 X 4 = 20. Na prática, os resultados não são diferentes se cada uma das porções de 120 yds for retirada de cada uma das 20 bobinas diferentes. O coeficiente de variação total C.V. (T.) resulta de diferenças de número existentes dentro de cada bobina e entre bobinas. Dentro da bobina, o C.V.(W.) é, naturalmente, sempre menor do que o C.V.(T.).
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Os valores do C.V. (W.), isto é, no interior da bobina, de 1,09 a 1,43 % podem considerar-se bons ( * ) .
3-
Medição e apreciação da variação ou irregularidade do número
A casa USTER aconselha que o C.V. total do número seja determinado mediante a pesagem de 20 amostras de 120 yds (ou 100 metros) retiradas de outras tantas bobinas colhidas à sorte, do lote.
tade da produção mundial de fios, tem um C.V. (T.) de número que é igual ou inferior a 3,0 %. 4-
Uma excessiva variia bilidade de número do fiio do lote é, muitas veZ1es, responsável por defeit-os vi·s íveis nos tecidos e nas malhas corn eles pno:duzidos (Fig. 2). Na vierdade, consta1
X 1)
Verifica-se que apenas 5 ou 10 amostras é um número estatisticamente insuficiente e que, também, não convém usar um número ex:cessivo de amostras pois, em tal caso, a presença de um possível fio anormal, isto é, de outro número nominal, quase não influencia o resultado. Assim, considera-se óptima uma amostragem de 20 a 30 medições; o quadro junto, relativo aos valores da experiência .o,btidos pela casa USTER para os C'Oeficientes de variação total do número dos fios, refere-se a ensaios feitos com 20 amostras. Percentagem da produção mundial
Sistema do algodão cardado C.V.(T.)
5% 10% 25% 50% 75% 90% 95%
1,40 1,70 2,10 3,00
3,75 5,20 5,50
Sistema do algodão Sistema da lã penteada penteado C.V.(T.)
C.V.(T.)
1,25 1,40 1,80 2,40 3,15 3,75 4,40
1,25 1,40 1,80 2,20 2,75 3,60 4,60
Ainda, no quadro, temos em cada coJuna OS valores do C.V. (T.), que são atingidos por uma dada percentagem de fios da produção mundial. Assim, por exemplo, na linha do:; 10 %, vemos que em fios cardados de algodão, apenas 10 % da produção mundial tem um C.V. (T.) igual ou inferior a 1,7 %. E que, me(*) Do Boletim «USTER NEWS vembro de 1977. », n.o 25, de No-
Consequências da variação de númei·o
X
X
IX X
'
~
-
Ili
X X X
X
X X:<x "XX
"
XXX XX
X
XX
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XXX XX X XXX IXX
XXX
X. X X 'X
'"X)()
X )(
XXI<
X
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)<
X
!
Ne 36
38
40
42
44
1
Ne
38
X
XX
•v.x XXX 40
42
Fig. 2 Média = 40,1 Ne = 4,45 %
c.v.
Média = 39,5 Ne
c.v. = 1,65 %
À
esquerda, um fio 40 Ne com grande variabilidade de número: C.V. = 4,45 %
À
direita, um fio 40 Ne com boa uniformidade de número : c.v. = 1,65 %
ta-se que diferenças iguais ou superiores a 7 % no título dos fios são susceptíveis de provocar barras na trama dos tecidos, assim como. riscas nas malhas de teares rectos ou circulares. Efectivamente, sendo uma irregularidade de número factor que afecta o peso médio, de um comprimento superior a 120 yds, teremos, em tal caso, algumas dezenas de metros em que o fio se encontra mais grosso ou mais fino do que o respectivo valor nominal. Esses metros de fio, empregados em passagens da trama ou em fileiras de malha vão necessariamente formar barras ou riscos mais ou menos visíveis conforme as características do artigo. 1
Constata-se, igualmente, que, quando o coeficiente de variação, to.tal do número do fio ultrapassa o valor de 3 %, se torna extremamente provável que deficiências no aspecto provoquem reclamações.
REVISTA APETT
23
f
Particularmente, nos artigos produzidos em tear de uma só lançadeira é muito possível que, da mudança de uma canela, resulte um'I. brusca mudança de número e, em consequência, da transparência ou da cor do tecido. No caso das malhas de teares circulares, alimentados com diversas bobinas, um elevado C.V. do número provoca desenhos parasitas e, em geral, um aspecto, muito irregular ('~). Quando se trata da teia, as diferenças do número não causam, em geral, no tecido efeitos tão visíveis uma vez que não é provável vários fios grossos ou finos colocarem-se em posição adjacente; nada impede, contudo, que tal aconteça. Refira-se, finalmente, que as variações do número reflectem-se, como não podia deixar de ser, em diferenças de resistências do fio, com as inerentes consequências no trabalho da preparação e do tear. Como se sabe, as variações de número, sendo irregularidades de espessura do fio, de muito longo comprimento de onda - ou, em alguns casos, não sendo mesmo irregularidades periódicas-, nada têm que ver com as irregularidades de pequenos e médios comprimentos de onda, cuja origem e cujos efeitos são distintos dos das irregularidades de número que estamos a tratar. 5-
Causas da variação de número
Sendo o número do fio, por definição, o peso de 120 yds, uma variação de número resulta necessariamente de uma variação de peso que afecta aquele comprimento de fio; isto é, haverá um comprimento igual ou superior àquela quantidade que está mais fino ou mais grosso do que o valor nominal. Sabendorse que os defeitos de estiragem engendrados no contínuo são necessariamente de curbos períodos de comprimento de onda( ** ); e sabendo-se que, no torce, os defeitos, aí originados, são igualmente de pequenos comprimentos de onda, os quais podem no entanto, ser ampliados do valor (*)
Boletim «USTER NEWS», n.º 20, de Agosto
de 1972. «A IRREGULARIDADE DOS FIOS T:EXTEIS» - Sua origem, medição e análise - do autor. ( ** )
da estiragem no contínuo sem contudo atingirem a ordem de grandeza necessária à variação de número; e fazendo raciocínio semelhante para as máquinas anteriores ao torce, chega-se à conclusão que a origem das irregularidades que afectam o número do fio se situa para além do 2. 0 laminador, designadamente no 1. 0 laminador, na carda e na respectiva ali.mentação, seja por manta, seja por transporte pneumático de flocos. Sigamos o esquema representando junto, que mostra a obtenção de um fio 24 Ne através de uma estiragem de 20 no contínuo, de 8 no torce, etc. Manta ---7 Carda ---71.º Laminador - Alimentação de carda { ou 0,0015 0,15 \ Flocos Ne E=100 Ne E= 6
0:: 6 Fio ~- Contínuo ~- Torce ~- 2 ° Laminador ~24 Ne E::20 1,2 Ne E=B 0,15 Ne E::6 0.15 Ne
0=6
Uma irregularidade do fio que lhe afecte o peso médio de 100 metros (em lugar de 120 yds, para facilitar o cálculo) resultará de uma irregularidade, à saída do torce, de L 1 = 100 : 20 = 5m Com um defeito deste comprimento também não pode ser engendrado na estiragem do torce, a sua origem está mais a montante. Esta irregularidade de 5 metros resultará de uma irregularidade que à saída do 2.º laminador terá
L = 5 : 8 = 0,625 m ou 62,5 cm 2
Uma irregularidade deste comprimento também dificilmente pode ser causada pela onda de estiragem no laminador; quanto aos deteifos mecânicos supomos não existirem, caso contrário deverão ser detectados logo à saída da máquina e eliminadas as respectivas causas. Uma irregularidade de 62,5 cm à saída do 2. 0 laminador, deverá dar, à saída do 1.º laminador, um comprimento de L
3
=
62,5 : 6
= 10,4 cm
Este comprimento de 10,4 cm já é possível como comprimento de uma onda de estiragem excessiva, engendrada por qualquer má afinação dos cilindros de estiragem.
REVISTA APETT
24
Assim, concluímos que a origem dos defeitos ou irregularidades que causam irregularidades de número se situam, nos casos gerais da fiação ou no 1. lamínador, ou na carda, ou nas irregularidades da manta ou na alimentação por flocos. ' 0 Contudo, no caso de no 1. laminador não h_~ver ond~s de estiragem de montante aprec1avel, entao a causa das irregularidades que provocam variações de número provêm, esssencialmente, da carda ou da respectiva alimentação. No que respeita à carda, tais irregularidades que provocam variações de número provê.m, essencialmente, da carda ou da respectiva alimentação. No que respeita à carda, tais irregularidades podem provir de defeitos mecânicos da mesma, tais como ovalizações, excentricidades puados danificados ou mal cuidados, etc. ('") '. Mas ~s mais importantes causas que virão a de:ermmar as variações de número no fio provem, indubitavelmente, das irregularidades de peso da manta alimentadora, seja a clássica ma~ta do batedor, seja a resultante da aliment:çao pneumática. Neste último caso a situaçaa é ainda pior um pouco pela falta d~ contrôle que é habitualmente feito sobre o peso da~ mantas do batedor, o que leva a eliminar aque· peso se encontra fora dos limites da las CUJO aceitab~lidade. O regulador de pedais ou de outro tipo, que c..11tecede o batedor e a máquina ;: fa_zer mantas, contribui bastante para a unirm1dade da manta, o que já constitui uma ~orma de diminuir a amplitude das oscilações ~ espessura responsáveis pelas variações do numero no fio. 0
f't !s variações da manta transmitem-se à 1 ta ~ .carda, excepto se houver dispositivo au omatico d e correcçao tul do respectivo tío( ** ). Determinando, periodicamente, o nú-
mero da fita da carda por meio de amostras de 20 metros de comprimento, encontram-se valores do C. V. que atingem os 3 %, quando um valor _de. 0,97 % é que seria excelente e pode ser at111g1do por meio de uma instalação U.C.C., da casa USTER-ZELLWEGER. (Fig. 3 A e B). A_ r~gularização obtida pelas dobragens, no primeiro e segundo laminadores, não consegue~ suprimir as irregularidades de longos comprimentos de onda provenientes da carda Assi:n, é vulgar encontrarem-se afastamentos: na fl~a do 2.º laminador, de 7 % em relação ao numero nominal. Note-se que, com fitas provenientes de c~rdas co~ regularização automática, os desv:os ?e numero da fita do 2.º laminador poderao ficar compreendidos entre 1 a 2 % e o C.V. dos valores do número bastante melhorados Nas fig. 4 e 5 vemos os diagramas de con~ trôle diário do número à saída do 2.º laminador, primeiro. no caso de carda normal, segundo no caso em que a carda possuía regularização auto~ática do sistema u.C.C. _ USTER. (Ver boletim USTER, já citado). O número da fita dos laminadores é determinado pela pesagem de amostras de 6 jardas. k Tex
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Fig. 3 (*) «SPECTROGR LWEGER, APRE USTER» - USTER-ZEL-
autor. «A ffiREGULA RIDADE DOS FIOS T1l:XTEIS», do ( **) Ver «Installati d CARD CONTROL on e comande asservi USTER l>. Boletim «USTER NEWS», n .o 20.
REVISTA APETT
Diagrama de contrôle do número da fita da carda obtida por amostras de 20 metros. Em
A:
carda
normal, grande dispersão (C.V. = 3,0 %).
de
valores
Em B: carda com regularização automática, grande concentração de valores (C.V. = 0,97 %) .
25
mero ; no segundo caso (B), o C. V. é igual a 1,55 % e durante o mesmo tempo houve apenas uma correcção de estiragem.
No primeiro caso (A), 0i C.V. é igual !'l. 2,2 % e durante 6 semanas houve 16 mudanças do pinhão de estiragem, para correcção do nú-
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Fig. 5 Diagramas de contrôle diá rio da variação do número da fita do laminador por meio de amostrns de 6 ja.rdas. Em A (fig. 4) , o laminador é alimentado com fitas de carda normal. O e.V.
=
Sriiusl~
2,2 %.
Em B (fig. 5), o laminador é alimentado com fitas de carda com regulação automática. O e.V. = 1,55 %. Em 6 semanas, apenas houve uma mudança do pinhão de estiragem.
GRILONSA O contrôle do número, à saída do último laminador, é importante uma vez que após a passagem nesta máquina não há, em geral, mais nenhuma dobragem que possa melhorar a irregularidade resultante das variações de espessura do material (figs. 4 e 5) . Tais variações irão dar, após as diversas estiragens, as variações de número do fio. Embora o número que sai do 2. 0 laminador seja controladQ e se procure, tanto quanto possível, manter o número nominal, por modificação do valor da estiragem efectuada, a verdade é que dessas correcções não se pode esperar um resultado totalmente satisfatório, pois muitas vezes as correcções não são feitas na melhor ocasião, dado não se saber, em cada mo-
mento, se o número tem uma tendência para aumentar se para diminuir. Pode conseguir-se, também, uma melhoria da regularidade da fita saída do 2.º laminador desde que o primeiro (ou o laminador único, se for o caso) seja equipado com um dispositivo de regulação automática, como, por exemplo, no sistema A.D.C. - USTER ( * ) . Este sistema provoca uma variação da estiragem de acordo com as variações de grossura do material, de forma a manter o número nominal. ( *)
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Boletim «USTER NEWS», n .o 24, de Novembro PENT ES
de 1976, pag. 5.
"DURAFLEX"
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(terá continuidade no próximo número)
RUA Ou AMIAL, 928 TELEF. 484186 •
26
REVISTA APETT
4200 PORTO TELEX 22389
Sociedade Técnica de Laboratório, Lda.
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Telefone
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S'a Alexandre · e: o, Alfredo Gu1za
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FIBROGRAPH 530
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ORIGINAL
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HERAEUS
Representantes exclusivos de:
LINITEST
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Aparelhagem <le apoio a tinturaria;
-
Equipamento para l'a boratórios de controle de f.iação;
1
Alguns elementos sobre os diversos tipos de Cala Por: JOSÉ M. FERREIRA
INTRODUÇÃO
-Etc.
A arte da tecelagem perde-se na obscuri~ dade dos tempos primitivos. Embora existarn
ESTUFAS
representações pictóri·cas dos teares egípcios desde 2000 a.
J. BAPTISTA & CA., LDA.
e.,
e alguns desenhos de teares
greco-romanos desde os últimos séculos da era pré-cristã, nada há que nos possa elucidar quanto à sua origem.
REPRESENTAÇÕES DE MÁQUINAS PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL
Quanto ao tear horizontal de liços ou ao tear de fieira, não existe qualquer representa-
ETS. BENNINGER
MACHINENFABRIK ZELL LINDAUER DORNIER SAURER ALLMA INVESTA SA. AB IRO
Rua dos Vanzeleres, 337 Telefs. 692051 /3
28
-
Máquinas de preparação para a tecelagem Máquinas de mercerizar Instalações de pretratamento em contínuo Máquinas de lavar ao largo
ção conhecida relacionada com a sua fase primitiva. Os manuscritos e imagens daquela época e que chegaram até nós, são extraordinariamente incompletos o que, à partida, ape-
_ Engomadeiras
nas nos permitem supor sobre quais as condi-
_ Máquinas de Tecer
ções e órgãos do tear, bem como dos instrumentos auxiliares da tecelagem.
-Torcedores -Open-End -
EVOLUÇÃO TECNOLõGICA DO TEAR
Pre-alimentadores de trama
22395 Jobil P Telex { 23493 ,,
Feita uma breve análise à evolução tecnológica do tear, facilmente poderemos concluir 4100 PORTO
REVISTA APETT
que, primeiramente, a teia foi disposta na posição vertical. Suspensos de um travessão de madeira apoiado em suportes verticais, os fios da teia eram mantidos esticados por meio de pedras de argila cozida para evitar que, durante a tecelagem, houvesse introdução de defeitos por falta de tensão. Os fios ímpares e pares eram, por sua vez, agrupados em separado para mais facilmente permitir o entrelaçamento da trama que, naquelas épocas, era efectuado com o auxílio de um instrumento pontiagudo introduzido alternadamente da direita para a esquerda e vice-versa, através da teia. Contudo, e para além de uma grande evolução dentro deste campo, ainda hoje este procedimento se conserva para certo tipo de artigos fabricados em algumas regiões do nosso país. Mas as necessidades impostas com o evoluir dos tempos e o aumento da população, levaram o Homem a pensar e criar novos métodos para o entrelaçamento da trama na teia. Este passo foi tão importante que o começo da era cristã se notabilizou, quanto à indústria têxtil, pela criação do tear com quatro ou mais liços, próprios para tecer fantasias.
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29
O aparecimento e emprego do liço pode ser
considerado o grande passo e a grande vitória na evolução da técnica do tecido, permitindo, assim, mover todos os fios ímpares e.1ou pares em simultâneo para f armar a chamada cala onde a passagem da trama é depositada com o uxílio da lançadeira, projéctil, pinça, jacto de ar ou água. Ê com o aparecimento do liço que surge o tear de teia harizontal ou inclinada. A teia é disposta em órgãos onde os fios se enrolam paralelamente e com comprimentos já muito significativos que permi:tem maiores rendimentos e melhor qualidade.
elevados enquanto que que o liço b, na sua posição em baixo, manterá em bctixo, também, todos os fios ímpares. Nesta posição extrema dos dois liços a e b é que será feita a inserção ela trama .
Os fios da teia ao passarem pelos olhais das malhas dos Zi'ços, desde logo ficarn sujeitos ao movimento destes e, assim, no seu conjunto abrem passagem para a inserção da trama na teia segundo a ligação que determina a context'Ura do tecido.
ABERTURA DA CALA
Ao pensarmos na abertura dos fios da teia para a passagem da trama e o resultado final do design, será necessário mantermos sempre em linha de conta os seguintes princípios: a)
Forma geométrica mais adequada a dar a essa abertura;
b)
Disposição dos liços relativamente ao pente quando este bate a última passagem de trama inserida;
c)
Altura da cala relativamente à altura da lançadeira ou autro meio auxiliar ittilizado para inserir a trama, e
d)
Tensão e densidade dos fios da teia.
MOVIMENTO DOS LIÇOS
Farernos aqui a demonstração com apenas dois liços a duas malhas cada um, visto ser o suficiente para que possamos ficar devidamente elucidados quanto à1 forma como se processa o entrelaçamento da teia c01n a trama para a formação do tecido.
Fig. 2. Entrelaçamento da segunda passagem da trama
Na figura 2 vemos, de novo, o mesmo conjunto dos dois liços a e b, mas agora em posições contrátrias àquelas que ocupavam na figura 1. Aqui, o liço a ocupa a posiçao inferior, mantendo, por isso mesmo, os fios pares na posição de baixo enquanto o liço b se encontra na posição superior com os fias ímpares elevados. Também nesta posição extrema dos dois liços a e b teremos a inserção de uma nova passagem de trama, neste caso, segunda passagem.
Fig. l. Entrelaçamento da primeira passagem da trama
Como se poderá depreender, não bastará apenas a inserção da trama para que se produza tecido, também será necessário o batimento da passagem inserida; operação que é efectuada com o pente e sensivelmente no momento ern que os liços se encontram ao mesmo nível, isto é, se encontram na mesma linha.
Os fios da teia, depois de saírem do órgão, passam: i)
ii) iii)
iiii)
Os fios impares 1 e 3 encontram-se remetidos nas malhas do liço b enquanto que os fios pares 2 e 4 se encontram remetidos nas malhas do liça a . Desta forma, o liço a, na sua posição em cima, mantém os fios pares todos
30
DEFINIÇÃO DE CALA
Na sua própria definição, cala é a abertura em forma de prisma triangular cm quadrangular obtida com os fios da teia nas suas diferentes inclinações sofridas ao serem elev~ dos uns e baixados outros por meio do movimento que é conferido aos liços.
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TIPOS DE CALA
Quando nos propomos fabricar 'Um determinado tear, devemos, para além do que já foi exposto, analisar quais as características desse mesmo tecido para seguidamente dar ao tear as afinações específicas requeridas. De entre essas afinações uma há que se impõe como que obrigatória; é o tipo de cala mais adequado a esse mesmo tipo de teci'do. Segundo o esquema que a seguir elaboramos, a cala compreende os seguintes tipos fundamentais, a saber:
CALA
Pelo quebra-teias; Nos olhais das malhas seg'Undo a ordem dada pela contextura ou deb'Uxo do tecido, e Através das puas do pente.
Após a sua remessa nos olhais das malhas dispostas nos liços, os fios da teia ficam sujeitos aos movimentos verttcais imprimidos àqueles, que se elevam e baixam, em parte, para abrir passagem à inserção da trama na teia. formação do tecido, deve manter-se 'Uniformemente tenso, desde o início ao final da teia no órgão, e avançar por forma constante e à, medida que se vão inserindo as passagens da trama na teia. Quando aquela tensão deixa por qualquer motivo de ser uniforme, logo surgem deficiências quer no que toca ao trabalho da
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1 t
Sobre o porta-teias;
O troço de teia situado entre o órgão e a
Na figura 1 vemos um conjunto de dois liços a e b na sua posição de abertos; pontos extremos dos seus cursos ou movimentos.
lançadeira, quer no que se refere à qualidade do tecido. Assim, ao regularmos essa tensão, deveremos ter em linha de conta a tensão que irá ser introduzida pela abertura dos liços com vista à ez.iminação de event'Uais rupt'Uras dos fios da teia que são um inconveniente, tanto para a produção como para a qualidade do tecido ora em fabrico no tear.
SUBIDA DESCIDA COMPLETA FORÇADA SUAVE OU NATURAL
Para além desta divisão, ainda alguns tipos de cala irão subdividir-se em formas de cala.
Enquanto que um tipo de cala é idilizado em função da máquina que possuímos ou dos utensílios que lhe adaptamos; tais como excêntricas, malhas au maquineta, a forma de cala é utilizada mais em fimção do efeito que possamos pretender dar ao tecido em fabrico . No decorrer deste trabalho, procuraremos, tanto quanto possível, elucidar algumas das definições com figuras alusivas. Assim, e pela ordem que se encontram dispostos no esquema, iniciciremos pela cala sn· hlda. .
Fig. 3. Cala Subida
31
Segundo a figura 3, a cala subida é formada pelo conjunto dos fios pares ou ímpares que se elevam segundo a linha C D E e o conjunto dos fios ímpares ou pares que se man· têm na sua posição rectilnea de repouso segundo a linha CE.
r~Hw°1 Fig. 4. Cala descida
A cala descida, como poderemos ver na figura 4, é formada pelo conjunto dos fios pares ou ímpares que baixam, segundo a linha FGH, e o conjunto de fios pares ou ímpares que se mantêm na sua posição rectilínea de repouso segundo a linha F H. Convirá, contudo, salientar que estes dois tipos de cala não são muito favoráveis. Admitindo que a abertura para a passagem da lançadeira seja a mesma ou satisfaça os mesmos requisitos que o tipo de cala completa, não será, porém tão favorável quanto à resistência dos fios da teia, poi·s com a utilização destes tip0s de cala pode acontecer que a banda da cala que sobe ou a que desce reúna toda a tensão ficando excessivamente tensa enquanto que a que permanece na linha horizontal de repouso, fique frouxa e provoque efeitos não desejados. Normalmente, e pelos factos atrás expostos, estes tipos de cala são utilizados nos teares manuais e mecânicos de baixa rotação bem como nos «Jacquard».
rece ao entrelaçamento da teia com a trama. Como poderemos verificar pela figura 5, qualquer banda da cala cornpleta, apenas percorre metade do percurso necessário a uma boa abertura de cala para a passagem eficaz de lançadeira, pelo simples facto de serem as duas bandas a abrir em simultâneo. Com este tipo de cala, os efeitos no tecido podem ser controlados à medida que desejamos e, a saturação, por excesso de tensão, dos fios da teia, poderá ser muito mais benéfica para a eliminação de rupturas e melhoria de qualidade. Mas para além do qite atrás se expôs, este tipo de cala ainda poderá subdividir-se como mais adiante iremos ver. A cala forçada é um tipo de cala do género da completa, mas que é utilizada em tecidos da gaza de volta e define-se pela descida do liço de volta e pela subida do liça inglês que arrasta consigo a calote e o respectivo fio de volta. Neste perciso momento, os fios de volta sofrem uma tensão muito elevada que terá de ser compensada por um «compensador» ou «relaxador», facto este que vem dar o nome à cala. Quanto à cala suave ou nautral, diremos que estamos frente a mais um outro tipo de cala do género da anterior, isto é, cala usada na tecelagem da gasa e que é definida pela elevação do liço de volta e a descida do liço inglês que arrasta consigo a calote e por conseguinte o respectivo fi·o de volta.
FORMAS DA CALA COMPLETA
Fig. 5. Cala completa
A cala aberta é uma das formas especiais de tecer em que a trama é inserida quando os liços se encontram nos pontos extremos dos seus percursos, figura 6, e vem a ser batida,
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pelo pente, no momento em que os liços ainda não atingiram o mesmo nível, figura 7, e por conseguinte, a cala ainda se encontra ligeira-
32
CALA COMPLETA
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 semelhança do que aconteceu com a definição anterior, também esta pode ser conhecida por «cala de pé cerrado» devido à influência da tecelagem manual.
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Fig. 9. Posição dos liços relativamente ao pente no momento em que bate a trama (cala cruzada)
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Fig. 7. Posição dos liços no momento em que o pente bate a trama (cala aberta)
mente aberta. Desta forma resulta que a teia sobressai mais pelo simples facto de se ondular em maior praporção sobre a trama. Também é denominada, em certas regiões do nosso país, «cala de pé aberto» como resultado da tecelagem manual em que os liços se moviam com os pés.
As formas que a cala completa pode tomar relativamente ao bater da trama pelo pente e segundo os efeitos que se pretendam, no tecido são:
ABERTA CERRADA CRUZADA INCLINADA OU OBLíQUA
Com esta forma de cala, quer a teia quer a trama apresentam o mesmo grau de envolvimento sem que daí surta qualquer realce especial.
Fig. 6. Inserção da Trama
A cala cruzada resulta do facto da trama ser batida com os Ziços já no ponto ·de- abertura para a cala seguinte, figura 9. Nestes casos, verificamos um efeito de trama pelo simples facto desta envolver os fios da teia em maior proporção.
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Por seu lado, a cala completa é, sem margem para dúvidas, a mais utilizada e mais eficaz, visto ser, também, aquela que menos satura os fios da teia e que melhor condições ofe-
A cala cerrada também é uma f arma de tecelagem. Com ela, a trama passa a ser batida pelo pente, no preciso momento em que os Ziços se encontram todos a mesmo nível, figura 8.
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ª~ Fig. 8. Posição dos liços no momento em que o pente bate a trama (cala cerrada)
Fig. 10. Cala inclinada ou oblíqua
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33
A cala inclinada ou oblíqua, tal como apresenta a figura 10, é uma outra forma de cafa que resulta com os liços dispostos de tal ma-
locação elos liços mais afastados do pente. Â passagem da lançadeira por esta cala, dá-s e 0 nome de «passagem oblíqua ou progressiva».
das bandas da cala, ficam no mesmo plano. Isto
Atentos ao grande interesse que este tema envolve, comprometemo-nos voltar a tratá-lo
consegue-se aumentando gradualmente a des-
em data oportuna.
neira que, os fios da teia que f armam qualquer
Novo processo de tingimento Poliéster/ Algodão com . corantes react1vos e dispersos Dr. D . Hildebrand e Eng. 0 J . Fiegel Adaptação
para
português
por:
Dr. Ferreira da Costa
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: Enciclopédia de la Industria Textil - II Técnica e Teoria dei Tejido (HERZOG) (A. Ludick, K. Fielder e J . Gorke)
Restringir o tingimento da fibra de «PES» aos corantes «RESOLIN » não significa que os corantes dispersos de outros sortimentos se baseiam noutros princípios químicos, mas tão só que a formulação. do corante desempenha aqui um papel decisivo. No que diz respeito aos corantes reactivos a situação é basicamente outra: reactividade e comportamento de fixação são funções próprias de cada grupo reactivo, pelo que os processos de tingimento daí resultantes são por isso específicos e não transmissíveis e outros sortimentos. A afirmações sobre corantes reactivos são válidas por conseguinte, coma já o ttulo expressa, para corantes «LEV AFIX E / EA e EN», cujos princípios químicos são:
-/História das Invenções Mecânioas (Abbott Pay.son Usher)
- /Tecnologia Têxtil vai. II Mecânica Têxtil (Dr. Ing. Luigi Tonelli) - /-
Dicionário de la Industria Têxtil (F. Casa Aruta Eng.)
lEVARXE
SO:iNa
1
1 CI e rom_Q _H ~ ,..F foro N-f......- lÍ
crom_Q~OCXCI foro 1 ~ S03 Na
Para já há que delimitar o âmbito de tingimento deste artigo com corantes dispersos e reactivcs e então discutir a base de criação de novas técnicas. Ponto de partida de todo o nosso empenho é a facto cnhecido de que o tingimento de algudào com corantes reactivos representa o complemento ideal para o tingimento de poJiéster com corantes dispersos, pois ambas as classes de corantes possuem: -
Características idênticas, de tom e brilho, relativamente aos corantes de cub':i.
LEVAAXEA
S03Na
/
debatido, pelo que se coloca imediatamente a pergunta : que COJ11hecimentos ou pontos de vista novos surgiram?
~
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SO:iNa 1 lEVAAX N/EA
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T
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N~,.......N
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- Níveis de solidez análogos, que satisfazem as exigências habituais. Solidez
Disper. PES
Reactiv.
Cubas
co
co
Luz Água b Suor ácido Suo.r alcalino La vagem a 60°C
6,4 5 5 5 4,7
6 4,8 4,7 4,6 4,9
7,3 5 5 5 5
Estrutura geral dos Corantes uLEVAFIX E/EA e EN»
Fig. 1
Níveis médios de solidez: Desbotamento sobre CO dos corantes dispersos, reáctivos e cubas, segundo os respec-
Quando hoje se aborda o tema de processos de tingimento em 1 banho de artigos mistos PES/ CEL, está-se a repisar algo já muito
34
REVISTA APETT
REVISTA APETT
tivos cartazes.
Fig. 2
35
A este complemento colorístico ideal opõem-se contudo contradições técnicor-processuais básicas : 13 pH
Algodão 11 10 9 B
J.-~. -
.._
Âmbito dos cor. reactivos
__
--.__ __
pH
1
1-----1dos cor. 1~--+--+--~--dispersos : : : med. :
1
1
1
1
1
1 1
: 1
1 1
- ---- ---------------,
13
Pol iester peq. -Amb1to .
...!1 __ -t'---+-, 1
«A uma unidade de pH corresponde uma diferença de temperatura de 20°C.». Esta regra permite deduzir uma relação pH/ temperatura para a reactividade dos coran«LEVAFIX», simbolizada pela faixa diagonal na fig. 4.
__
.._
O primeiro passo para resolver este problema surgiu com a descoberta da regra:
11 10 --
5'- --+- --1---.l- 1
420
1
,
1 1
1
40
60
1
1
e gr.
1
80
Selecção 1
100 120
1
1
"C 180 Temperatura
140
Diagrama geral de tingimento PES/CO pH/temperatura
Fig. 3
Como se constata pelo diagrama pH/temperatura fig. 3), os domínios de aplicação dos corantes reactivos e dispersos apresentam-se um ao lado do outro mas deslo,cados: - Os corantes reactivos aplicam-se em meio alcalino; os corantes dispersos em meio ácido fraco a neutro. - A temperatura de fixação dos corantes reactivos situa-se abaixo de l00°C.; a dos corantes dispersos a ou de preferência acima de 100°C. Por exemplo: As condições de tingimento dos corantes altamente reactivos fluor-pirimidina e fluor-triazina são: pH = 10 - 11,5 e t = 40-60°C. A um tingimento simultâneo opõem-se, · pois diferentes temperaturas de trabalho, enquanto um tingimento em um banho é contrariado por exigências diferentes de valores de pH.
36
8
1
1
•1
i
1
6
5
I
-
1 1 -1- i 1
1
1 1
~ -
2.
1
-
r-
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1 :
1 1
1 :
1 1
1 1 1
1 1 1
1 1
1 1 1
1 1
1 1
1 1
1 1
2.1.
--1---1---1--+ ---1-- +--~--,-
''
--~--{---+---L-1
J
1
1 1 '
'
''
" 1 1
1
'
1 1
1
1
1
1
1
't
'
1
---t----'----r-1 1 1 1
1 1 1 1 1 -1----t-- -t1 1 1 1 1
1
Readi vos-Dirsper•sos Dispersos-Rea•c tivos
Crurrier
Rea-ctivos-Di1sper1.s>os Di.spersos-Reiactivos
2.2.
1
2.2.1.
HT em meio ácido HT em mei10 alcalino Ca:nter em meio alc·alrino
2.2.2.
HT com pH desliZa!rute de alca;l!i.no pa~a fucido Oarmi!er com pH desHza;nte de alcalimro para ácido.
Ambito de tingimento dos corantes uLEV AFIXn e dispersos em função de pH/temperatura
Fig. 5
1 1
--~--~---L--J--~---r--~ 1 1 1 : 1 1 l
1 1 1 1 1 1 1 0----=4~0---60~--~eo~~100~--=ac:;--.:140 4.L---~ 2
Temperatur
Reactividade dos corantes «LEV AFIXn em função de pH/temperatura
Fig. 4
Segundo a regra pH/ temperatura, de todas as combinações de pH e temperatura entre pH = 6 a 13 e t = 20 a 140°C., correspondentes a pontos da faixa diagonal, resultam velocidades de fixação iguais. Dista se conclui que além do âmbito de aplicação clássico dos corantes «LEVAFIX» a 40°C. e pH = 11 existem ·outros domínios caracterizados por temperaturas mais elevadas e valores de pH mais baixos onde a velocidade de reacção exigida pela prática permanece inalterável. Poder-se-á assim escolher um âmbito de aplicação dos corantes reactivos adaptável ao do dos corantes dispersos, o que está assinalado a tracejado na fig 5.
REVISTA APETT
Põe-se agora a questão: qual o significado da escolha do domínio delimitado pelos valores pH = 7 a 9 e t = 60 a 130°C. para o tingimento de artigos mi·s tos PES/CEL e como se pode tirar proveito económico dele? A sua resposta exige uma abordagem em geral de todos os processos possíveis de tingimento de artigo mistos PES/CEL com corantes dispersos e reactivos. _ Basicamente os princípios dos processos sao: 1.
Hrubtbu1a11menrte tingem-se a;mbas as fibras illldependenrt:e e ·s ucessivamoote, i. e., ou primeiramente a ceu:lose e rporstedormenrte o poliéster ou 010 carutrful'l~o t±n:ge-se 1micialmente com corantes dispersos e depois com c.OII'IM1tes rea,citivos. A evo1uçãü v01i dios prociessos de dais banhos, iparssando rpelos de um bMlho - duas fa1ses para 1os de uirn banho - :mna fase. O objeotivo desta evolução era ·e é ai:nda hoje sempire o meSimo : 1
Tinge-se um após o outro Reactivos-Dispersos ou Dispersos-Reactivos.
2.
Simultaneamente Reactivos nas condições exigidas pelos dispersos ou Dispersos nas <Condições exigidas pelos reactivos conseguindo-se individualizar 13 processos de tingimento distintos.
REVISTA APETT
1 banho - 1 fase
1 140 ºC
Tempenrtura
---r--~----:----t---t-
2 fases
HT
1
- _ J ___ -1- - --1- -- -t1 1 1
1 banho -
RESOLIN
4L---,...L--""=--~-~,..-...,,, 20 40 60 80 100 120
1
1 banho
\.
-
5 --1---r--1---+--
--1---r-- :1
1
11
1
+--L-
10
Dispersos-The'a'ctivos
Crurr:ier Reructi vos-Dís;perisos Di1spersos-Reaotivos
1
9
Re:wtivos-D~ispenros
HT
11
6
1 -t--,-1 '1
6~--T--+--T---
12
7
1 1
Banhos
pH
8
l unidade pH corresponde a 20QC.
1.2.
13-- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ·
a)
Redrução do tempo de rti'Illgimento.
b)
Melhoaiamento da conduçãJo do prooesso 1e consequenrtemenrt:e da reprndutibilidrade ie !pI'Odurt::ivitdraxie.
O primeifrio rparsso par.a uma redução do tempo tata:!i de tim:gümento foi o desenvo1vimento dia pirocesso de um banho com mudança de ipH, o qual 1p ennite ipou,rprur a mudança de ha1I1Jho, mas re xige uma a'1Jternção lll1WI1Walmente accicmada rda:s •OOIIldições de pH e eleotrolítJiicas do banho de t.im.1gimeruto, pelo que se prnssupõe um acompamhamento ·c uidadoso do processo. 1
37
f
Pel1a s desvantagens inerentes, os prroceEsos de 1 bainho - 2 fases não prud.emm irnipôr-se como alternativa autêntica aos processos de doos hamhos. Mais ·i nteressante é pelo contrário o üngi:mento simultâneo de ambas as classes de cO!I'1am.tes, st0b corndições de reacção previiamente füxiaxlia.s, L e., ou reactivos sob condições exigidia;s iperos dispersos ou dispersos sob condições exigi1da:s pelos r"ea;citivos. Estes processos ·c aracterizam-se porr decorderem num liapS'o de tempo reduzido e pela i>rrexiE.têno.Íla de 2 metades processU'ais defirnidas ou de um degrau pH. D1sttnguimos: a) Processo HT-1 banho - 1 fase em meio ácido. b) Processo HT - 1 banho - 1 fase em meio ·a:1oalirno. c) Processo HT-1 hamho-1 fase com pH des'lizrunte de a1l•calirno ipara ácido. d) Proces·s o oarT:er em meio alcaf~no. e) Prccesso carrier com pH deslizante de alcalino para ácido, dos quais interessam essencialmente para a indústria os processos HT, a que nos iremos restringir nas considerações posteriores. Perante tentativas sistemáticas de comparação em ambas as direcções: a) Tingimento a pH constante (alcalino ou ácido). b) Tingimento a pH deslizante (de alcalino para ácido) deu provas de superioridade o processo de trabalho cem pH deslizante. Isto não quer dizer naturalmente que um processo a pH constante também não tenha as suas vantagens. O verdadeiro progresso na evolução do processo a pH deslizante é a criação de um sal de fixação como reguladoir químico do processo, o qual nos dá o pH inicial definido que desejamos, bem como. um declive de t empera- . tura e de pH variável com o tempo. Em cada tintura se chega por isso automaticamente sempre ao mesmo valor de pH final ácido. As vantagens são evidentes: 1)
38
Os produtos são adicionados de uma só vez no início do trabalho.
2)
O pH ajusta-se automaticamente e é imanente ao sistema.
3)
A fixação dos corantes reactivos tem lugar em meio alcalino fraco durante a fase de aquecimento a pH = 10-8 abaixo de 100°C., a dos corantes dispersos acima de 100°C. a pH = 5-6, o que significa: ambas as classes de coirantes percorrem as suas condições óptimas de fixação sem perda de tempo e sem qualquer regulação manual do processo.
Vantagens relativamente a um processo HT - um banho em meio ácido: 1)
Fácil ajustamento do valor pH inicial.
2)
Economia das grandes quantidades de sal necessárias para o trabalho a alta temperatura.
Vantagens relativamente a um processo de um banho em meio alcalino: maior selecção de coirantes dispersos apropriados. Não é nova a ideia de, através de deslizamento do pH, fazer as condições de pH alcalino, exigidas para a fixação dos corantes reactivos, irem ao encontro das condições de pH ácido, exigidas pelos corantes dispersos. Existem registos de patentes nos anos 60. Falhou contudo até agora um aproveitament0i economicamente relevante perante condições de pH/ /temperatura demasiado contraditórias para a fixação óptima dos corantes reactivos e dispersos. Somente com uma selecção de corantes reactivos de elevado grau de reactividade e mudança das condições de reacção iniciais ao longo da faixo diagcnal na zona delimitada por pH = 8-10 e t = 70-80°C. (ver fig. 4) se tornou viável conseguir o pH ácido desejado, per deslizamento do pH ao ultrapassar a temperatura de fervura. O facto de os corantes reactivos de grau de reactividade elevado necessitarem de menos álcali, permite-nos escolher condições na fase alcalina do processo sob as quais se podem aplicar também corantes dispersos menos resistentes aos álcalis.
r
nomicamente vantajoso, é preciso investigar os seguintes pontos: - Selecção de corantes apropriados - Condições de pH inicial e final - Rendimento de fixação - Reprodutibilidade Como resultado deste trabalho investigativo vamos falar para o processo de esgotamento em 1 banho - 1 fase de uma série de variáveis processuais e apresentar um perfil de tingimento simples. Processo 2 banhos Tratamento redutivo intermédio
Água b Suor ácido Suor alcalino, úavagem a 60°C Desbotamento
com
4,5 4,3 4,3 4,5
co
sem
3,7 4 4 4,3 PA
4 4,2 4 4,5
co
3,2 3,3 3,5 4 PA
Valores médios Trntamento redutivo inte1·médio
Fig. 6 A primeira pergunta que se coloca ao pensar num novo processo em um só banho é: quais os níveis de solidez? Responder a isto significa para o tingimento com corantes dispersos a resposta à questão fundamental: pode-se prescindir de um tratamento, redutivo intermédio? Com este objectivo tingiu-se um ar.tigo de PES/ CO em 3 tons intensos pelo processa de 2 banhos, uma vez com e outra vez sem tratamento redutivo intermédio. Na fig. 6 confrontam-se os valores médios apurados dos níveis de solidez à água, suor e lavagem a 60°C. O resultado é uma ligeira superioridade do tinto com lavagem redutiva intermédia.
Processos
Adições
Tempo (horas)
7 7
9 9
8 8
9 1/ 2 9 1/ 2
7 8
8 8 1/ 2
8 8
8 1/ 2 9
3
6 1/ 4
2 banhos HT Reacti vos-Dispersos D1srpims·os-Rea:cti vos 2 banhos-carrier Readirvos-Disperrsos Dispersos Reactivos 1 banho - 2 fases - HT React:iivos-Dispe!lsos
2 banhos tratam. red. inter.
Água b Suor ácido Suor alcalino Lavagem a 60°C. Des bo,t amento
4,5 4,3 4,3 4,5
co
3,7 4 4 4,3 PA
Valores médios Processo 1 banho ou 2 banhos
Para a partir destes conhecimentos desenvolver um novo processo de tingimento, eco-
REVISTA APETT
POLIÉSTER/ ALGODAO
Imitaram-se entretanto as mesmas cores por um processo pH deslizante. Os valores médios apurados vêem-se na fig. 7. A comparação mostra que do processo HT - 1 banho - pH deslizante resultam valores de solidez superiores aos do processo de 2 banhos sem tratamento intermédio e imperceptivelmente inferiores aos do processo de 2 banhos com lavagem intermédia. Em tintos claros e médios não se pode até assinalar qualquer diferença. Há pois que vincar o seguinte: tintos com corantes reactivos e dispersos sem tratamento redutivo intermédia não apresentarão sempre valores óptimos de solidez em todos os tons e intensidades de cor. Todavia o processo HT - 1 banho - pH deslizante com sal de fixação dá origem aos melhores níveis de solidez entre todos os processos de um só banho. A fim de se conhecer o significado bem como as vantagens e desvantagens dos 13 processos de tingimento citados relativamente ao processo HT-pH deslizante, efectuaram-se de todos eles ·e studos sobre o processo propriamente dito, rendimento e duração, com a que se elaborou o seguinte quadro sinóptico:
Fig. 7
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1 banho pH deslizante
4,2 4,2 4,2 4,5
co
3,5 3,8 3,8 4,2 PA
D~1spersos-Reac1titvos
1 banho - 2 fases - carrier R ea:cti vos- Di~P'errsos Dispersms-Rewctiv.os 1 banho - 1 fase-HT-ácido Reaictivos+ Dispersos juntos
1 banho - 1 fase-carrier-alcalino Reactivos+ Dispersos juntos
4
6 1/ 2
39
f
6 1/ 2
1
1 banho-pH deslizante-BT
~o
6 1/ 2
1 ibainho-pH desl1izante-carrier 2
-------------------~
Curva Sal /Tem peratur a de igual rendimen to colorísticO
100 80
130
AVOLAN IS Fosfato monossõdico Acido acético pH=4,5 corantes RESOLIN
°C 100
45
l13º' f\
'
60
ensaboar
20..___~..___~~-,-.,...~~--,----=~-=---~:-:---~
30'
60'
enxaguar
enxaguar 150
210 240 285 315 360
420
480
540 mln
gfl Sal
200 120 80
30'
Podemos pois estabelecer que:
20'
20'
Sulfato de sódio AVOLAN IS Corante LEVAFIX Corante RESOLIN Sal LEVAFI X
'ri
Amarelo 4GL Amarelo GGLS Vermelh0i GRLS Vermelho F3BS Azul FEL Azul FR Azul brilh. GL Castanho RS
100 100 100 100 100 100 100 100
97 105 99 103 101 94 105 104
86 99 96 97 93 84 79 102
Influência do sal e do algodão sobre o rendimento dos corantes dispersos
265
325
385
.min
600 1
1 banho - HT - ph deslizante
Fiig. 9 'IleinflO total de ti:ngümento: 385 minutos. Númffi'lo globaJl de 1a;dições: 2 (primeiro adici'Oinar o sal ·e depo~s os ourt:ros prodiuitos uns rutrás dios ouitI1oo) .
1)
O sistema é compatível com 0i sal.
2)
As quantidades de sal adicionadas dependem da intensidade do tinto reactivo.
Os valores deste quadro evidenciam a influência de quantidades exageradas de sulfato de sódio no rendimento de corantes dispersos: - Desprezível no caso de 100 % PES. - Marcadamente negativa na presença de corantes reactivos e algodão. Grandes quantidades de sal favorecem a retenção dos corantes dispersos pelo algodão. Por isso deve-se: - Tingir com tão pouco sal quanto possível. - Prestar especial a tençã.o a este facto na selecção dos corantes .dispersos. Como vantagem principal do método. pH deslizante apontamos por conseguinte, paralelamente à poupança de tempo, a boa reserva do algodão pelos corantes dispersos. 11
pH 9 8
,
7
enxaguar
enxaguar
100130160 205
Como se sabe, o sal necessário para o tingimento com corantes reactivos é, em princípi0i, um factor negativo para o tingimento com corantes dispersos, pelo que não iremos abordar este assunto na generalidade, mas circunscrever-nos-emos aos conhecimentos experimentais que possuímos sobre os corantes Resolin. A presença de sal no banho de tingimento nem impede nem reduz o rendimento dos corantes Resolin ao tingir-se em barcas-HT, Jets f' aparelhos «Overflow». Não surgem precipitadOiS por mais corante disperso finamente di::itribuído que monte no algodão.
ensaboar
40
80 90 50 60
600
Na 1diescr'ição do pr10cesso sfoo paxticularme'l1:te evidentes os gastos em mão-de-ob11a e em tempo.
Tempo total de tingimento (sem ma;tizagem) : 540 miln. N. 0 de adições ao bMlho die tingimento (sem ens;ruboamenrto) : 7.
o 30
150 g/l DNS PES / CO
Fig. 11
F\1g. 8
20
150 g / l DNS 100% PES
enxaguar
Processo HT - 2 banhos
45
100 % PES
F'ilg , 10
20
130
75-até~130150
45---'até 30-até
Diagrama Sa ! / Temperatura do rendimento dos corantes ccLEV AFIX»
~OH
30' 30'
o
40
20'
>4%intensidade50 1-4 % • • 30 < 1 'li. 20
Corante LEVAFIX 70 Àul~:,J: de sõdi o
RESOLIN
"C 120 - - - - - - - - - - - - - - - - ,
Há ainda um ponto a discutir: a questão do sal. 1
REVISTA APETT
A faixa diagonal no diagrama pH/ temperatura, que garante igual velocidade de fixação no seu percurso, precisa por conseguinte de ser complementada pela curva sal/temperatura de igual rendimento colrístico (ver fig. 10). A zona tracejada contém as condições de temperatura e sal características do procesHo H'_I'-pH deslizante, isto é, entre 30 e 130g/ l. Visto que fixamos na temperatura média significa isto para a prática 40 a 100 g/ 1 d~ sal, aplicando-se sempre sulfato de sódio.
REVISTA APETT
6
5 4 3
2
o
60
30
75
60 90
90 105
120 130 -
mln "C
180 130
Evolução do· pH no processo 1 banho - pH deslizante
Fig. 12
41
A retenção de corantes dispersos pelo algodão .na fase de aquecimento é uma situação transitória, que desaparece por migração durante tingimento prolongado em banha: a pH ácido. A migração é neste caso tanto mais completa quanto mais favorável a configuração da curva de pH deslizante. Como valor médio de uma série de ensaios de tinturaria, com cores de intensidade entre 2 e 4 % e 6 g/ l de Sal Levafix, resultou uma curva com o aspecto da da fig. 12. Como se pode constatar, a curva deixa a zona alcalina precisamente qundo alcança a temperatura de fervura. A fixação dos corantes reactivos completa-se neste instante.
3)
Facilita-nos a fase final de lavagens e obtêm-se valores óptimos de solidez, inclusivé na parte de corante reactivo.
A Reorganização 1nterna das Empresas
Quadro resumo: Adições
Tempo (horas)
2 banhos
6-8
9-9 1/ 2
1 banho-2 fases
6-8
8-9
1 banho-pH deslizante
1-3
Processo
6 1/2
Do confronto das 3 variantes processuais discutidas conclui-se:
O banho apresenta-se por isso no final sempre no âmbito ideal de pH para ambas as classes de corantes: pH = ca. 5.
1)
Diminuição das operações de adição de 6-8 para 1-3.
O valor de pH final fracamente ácido terh para os coloridos Levafix E / EA as vantagens seguintes:
2)
Redução do tempo total de tingimento de 9 para 6 horas.
1)
A amostra está ao valor de pH óptimo e - apresenta por isso a nuance na pureza real.
Com este gasto temporal pode-se tingir uma partida dum artigo PES/CEL pelo processo de 1 banho-pH deslizante, matizagem incluída, durante um turno.
2)
Para matizar podem-se adicionar corantes de ambas as classes sem mudança de pH.
A exclusão de adições posteriores garante uma óptima reprodutibilidade, que, por conseguinte, só depende da evolução da temperatura.
Por: Dando continuidade ao meu artigo, publicado no número anterior desta revista, onde se focavam na generalidade alguns aspectos da Reorganização Interna de uma Empresa, vamos agora, pouco a pouco, passar a alguns casos mais particulares. Contudo, falando ainda de conceito de Reorganização, podemos defini-lo como sendo a arte de co,ligir, ordenar, classificar, agrupar e conduzir todas as fontes existentes e disponíveis num co.ntorno, de maneira que se obtenha efi'Cientemente um objectivo unificado bem definido. Aqui, temos dois factores primários a considerar. O físico e o humano. O físico é constituído pelo edifício, equipamento e os materiais. O humano é constituído pelas pessoas envolvidas para executar os objectivos da Empresa. A teoria da Reorganização reconhece que os objectivos são mais facilmente atingíveis, se houver uma divi'são do trabalho e das tarefas. Procura-se uma melhor produtividade, com um mínimo de trabalho físico e humano. Parar é morrer e por isso uma Empresa tem que ter sempre actualizado o seu parque de máquinas, estruturas, e, procurar cada vez mais, valorizar todos os seus trabalhadores. Os Quadros Técnicos têm de controlar a tecnologia, a organização moral e saber conduzir o pessoal, sempre conscientes das suas responsabilidades, pois é essenciulmente do trabalho e da habilidade dos trabalhadores que se obtem o lucro. Para que uma Reorganização de Empresa de os seus frutos, tem que haver espírito de A
42
REVISTA APETT
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Eng.º JORGE GONCALVES ,
equipa, objectivos bem definidos, motivações com metas a atingir e manter o pessoal informado das realidades da Empresa. Assim, sentindo-se realizado nos seus postos de trabalho, consegue-se reduzir o absentismo, tão prejudicial numa Empresa e melhorar a produt-ividade e qualidade. Também é de bom senso, premiar e punir o trabalho de cada um. As informações que a Empresa deve dispôr do seu trabalho, devem ser fornecidas por d'iversos mapas. Se considerarmos apenas aqueles que dizem respeito à secção fabril, podemos citar entre alguns, aqueles que se devem colocar junto das máquinas e que correspondem aos produtos a fabr-icar, respectivas produções, tempos e motivos das paragens. Outros mapas a serem afixados e, distribuídos a responsáveis mais interessados são os dos índices de produtividade, produções, percentagem de produtos defeituosos por tipos e grau de defeito, por operário e produto. No fim do mês, podem-se compilar estes e outros mapas e obter-se outros estatísticos. Se entrarmos mais no pormenor, gostaria de me referir a itm resultado que faz parte do mapa com índices de prodidivi.dade, que é o do controlo de paragens das máquinas. Este serve para as diagnosticar e é dos primeiros trabalhos a fazer na reorganização de uma secção fabril. Ele consi's te em fazer observações junto das máquinas, registar ou controlar as suas paragens, para se saber quais são os seus motivos ou causas, a fim de as corrigir o-u seja evitar.
43
Estuda-se os tempos e a frequência do trabalho na máqiâna parada e assim pode-se calcular o número de máquinas a distribuir por operário. Para se fazer este cálculo precisa-se, além de saber o trabalho prestado por unidade de produção, o tempo de máquina igualmente por unidade de produção. Com estes quocientes e uma percentagem de tempo tolerado, obtém-se o número de máquinas a distribuir por operárrios e a carga de trabalho por máquina. As paragens de máquina são decisivas para a produção e o rendimento, para a distribuição de máquinas por operário e por consequência para as despesas de salários; elas influenciam também indirectamente as despesas gerais proporcionais, tais como despesas de corrente, de ar condicionado e de local, que inter/ erem naturalmente também na repartição de quotas de amortização, de juros, etc. A finalidade primária de uma Empre13a será obter o óptimo, no desenrolamento da produção, graças à redução de paragens. Os estudos dos tempos permitem determinar o tempo empregue para cada operação de trabalho e medir simultaneamente os tempos de perda ou para pequenos trabalhos. Há tempos que se perdem em trabalho3 que não são necessários, nem para atingirem a produção, nem para se obter uma boa qualidade daquilo que se produz. Ê preciso distinguir quais são os trabalhos necessários e quais são os supérfluos. Por isso, é preciso estudar os tempos que por sua vez estão ligados ao estudo do trabaliio e este está ligado à1produtividade que se obtém das fontes humanas e dos materiais intervenientes na execução de uma função o melhor possível. Portanto, na Reorganização de uma Empresa temos que ter como uma das principais preocupações, o estudo do trabalho que tem por fim a descoberta e a eliminação total on parcial dos tempos improdutivos e a fixação de regras de trabalho para uma operação determinada pelo estudo dos tempos e métodos. Evita-se a designação de tempos e esforços, que pode estar também na origem de um
44
defeito de planificação numa má organização, num controlo insuficiente ou numa má f armação da mão de obra. Assim, para se superar estas dificuldades, podemos tomar entre outras medidas as seguintes: - Ter um serviço de Planeamento e Controle de Produção de maneira que se encarregue da computação dos tempos de fabricação, e do seu emparcelamento em áreas homogéneas de fabricação. O seu objectivo é utilizar a maneira mais racional, os recursos disponíveis na prodiição e obter o menor prazo na execução do produto. - Na organização, cuidar-se da implantação do equipamento, da análise dos circuitos de movimentação dos materiais, melhorar o ambiente de trabalho, condições de segurança e como já tem sido dito, preocuparmo-nos pela qualificação dos trabalhadores. Assim teremos que adestrar eficazmente o pessoal no manejo de uma nova máquina em serviço. - Para se conseguirem os resultados que defendemos e sempre que haja equipamento em jogo, este tem que ser devidamente conservado com o objectivo de maximizar a utilização dos recursos de produção, evitando paragens ou reduzindo as perdas resultantes das interrupções inevitáveis. Este trabalho traduz-se pela inspecção do equipamento, com o objectivo de diagnostica.r causas de falhas e pela assistência, reduzir as paragens oit atrasos. Assim, procura-se com este trabalho obter uma melhor qualidade, uma redução das despesas, uma boa reorganização, um rendimento económico máximo e fabricar os produtos num lapso de tempo tão breve quanto possível, para os lançar no mercado a preços competitivos. Com este trabalho, procurou-se apenas focar alguns cuidados a ter na Reorganização Interna de uma Empresa, que a experiência nos ditou. Nos próximos números desta revista, poderemos continuar a debater estes e outros problemas ligados à Reorganização Interna das Empresas porque nos dá matéria, para um trabalho quase inesgotável.
REVISTA APETT
MARl<ETING
Parte 1: O Conceito de Marketing
por Prof. Doutor Mário Duarte de Araújo Universidade do Minho
1 - Introdu~ão Marketing Management, isto é, o estilo de gestão baseado no conceito de marketing, está relacionado com a maneira como as empresas melhor podem adaptar os seus recursos e objectivos às oportunidades externas.
marketing como sendo a utilização de técnicas
de venda e de promoção com o objectivo de
,
vender os seus produtos lucrativamente. O novo conceito de marketing é bem dife-
Tradicionalm~:mte em países de expressão
rente. A empresa concentra-se tanto nos seus
inglesa o termo marketing é utilizado com sentido 1·d~ t· en ico ao termo vendas; as empresas
clientes actuais como nos potenciais, procurando obter lucros através da satisfação
obtêm fundos para produzir (ou adquirir) pro-
desses clientes. Para atingir tal objectivo uti-
dutos que depois vendem. Neste caso, a empresa concentra-se no s seus produtos e considera . o
liza um programa de marketing integrado que envolve todas as actividades da empresa.
REVISTA APETT
45
2-
Concentl'ação no Consumidor: «orientação para o mercado»
à luz da filosofia do marketing as empresas não devem colocar nos mercados aquilo que lhes é fácil produzir, mas procurar inteirar-se o melhor possível daquilo que o consu-
O conceito de marketing integrado requer que TODOS OS DEPARTAMENTOS DA EMPRESA tenham como objectivo para a sua orientação a satisfação das necessidades do consumidor lucrativamente. O que é essencial é que a ideia da satisfação do consumidor penetre nos vários departamentos da empresa.
Relações Públicas. ~
Relações Públicas
Desenvolvimento~~
Desenvolvimento
.
Controlo de Qualidade~ Marketing .
Produçao
~
Consumidores
+--·
~
• Produção
Aprovisionamento~~ foco
Transportes~
· fins
meios
• Aprovisionamento Transportes.._._._...-~
(a)
(a)
(b)
produtos
consumidores
lucros baseados
vendas e promoçao
Fig. 2 - Modo como os consumidores são afectados quando:
lucros.baseados na sati.sraçao do consumidor
marketing integrado
Os benefícios que podem advir de uma política de gestão virada para o mercado (orientação para o mercado) em vez de virada para o produto (orientação para o produto) são os seguintes: a) compreensão de que as necessidades do consumidor são mais fundamentais · que os produtos em si, b) atender às necessidades do consumidor ajuda a detectar com mais facilidade e rapidez as oportunidades existentes para novos produtos, c) a comercialização torna-se mais eficiente; a empresa que fundamenta as suas actividades nas necessidades de determinado grupo de pessoas, tem como objectivo para a sua oferta satisfação das necessidades desse grupo, d) os interesses da empresa identificam- . -se mais eficazmente com os interesses da sociedade; a empresa obtém os lucros procurando melhores formas de satisfazer necessidades humanas.
a
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A responsabilidade de procurar integrar as várias actividades da empresa que afectam o consumidor de modo a formular um programa bem coordenado cabe ao Departamento de Marketing.
3 - Definição de marketing Marketing é a análise, organização, planeamento e controlo dos recursos, políticas e actividades da empresa que produzem impacto no consumido.r, com o objectivo de satisfazer lucrativamente as necessidades e aspirações de grupos escolhidos de consumidores. Esta defirniçã'O é, utilrnruc1a por três moti·v os fundamentais : a)
sugere os três elementos principais do conceito modern01 de marketing, nomeadamente: (i)
o conceito de marketing integrad01,
(ii)
a criação da satisfação do consumidor,
(iii)
o lucro,
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(a)
o marketing não é integrado
(b)
o marketing· é integrado
b)
sugere a ideia de «marketing mix» por referência à gestão dos recursos, políticas e actividades da empresa que produzem impacto no consumidor e a ideia de «Segmentação de mercados» quando se refere a grupos escolhidos de consumidores,
c)
especfica que o marketing compreende as actividades administrativas de análise, organização, planeamento e controlo.
F ig. 1: conceitos de marketing: (a) tradicional (b) novo
midor está interessado em adquirir. Isto é, as empresas devem aplicar toda a sua imaginação e talento às pessoas, às suas ansiedades e necessidades, em vez de a aplicarem a produtos.
(b)
4 - Modalidades de marketing Não existe tal coisa como um modelo universal de marketing. Cada empresa escolhe a modalidade que melhor se adapta aos seus objectivos e conceitos. Por esse motivo podemos considerar que num dos extrems existe a modalidade de markting conhecida por MARKETING AGRESSIVO, que no outro extremo existe a modalidade conhecida por MARKETING MíN™O e que entre os dois extremos se encontra o MARKETING EQUILIBRADO. O marketing agressivo é praticado sobretudo n a m · d'ustr1a · dos automóveis electrodo, ' mesticos, cosméticos e detergentes, onde as empresas possuem linhas de produção alta-
mente automatizadas e dispendiosas que têm de manter em actividade para cobrir os custos. Daí resulta uma produção contínua de produtos que têm de ser vendidos. Embora estas empresas procurem conceber produtos desejáveis e fazer previsões precisas da sua procura, também cometem os seus erros, além de estarem sujeitas à concorrência. Toda esta conjuntura as leva a ad.optar uma política de grande investimento em promoção e vendas a fim de criarem o nível de procura desejado e assim evitar stocks excessivos e despedimentos em massa. Por esses motivos, atribuem amplos orçamentos às actividades criadoras de vendas tais como a publicidade, as numerosas equipas
de vendedores e a promoção de vendas. As organizações que praticam o marketing mínimo não praticam uma função de marketing formal, supondo que a pro,cura dos seus produtos aumentará simplesmente pelo facto delas os porem à venda. Dentro destas 0irganizações existem algumas que utilizam uma lógica ainda mais subtil que dispensa, pelo menos no seu ponto de vista, a necessidade de qualquer forma activa de marketing, concentrando-se na produção de produtos ou serviços de alta qualidade. Para eles uma oferta de alta qualidade não só conserva os clientes actuais como leva a uma publicidade de «boca-em-boca» por parte
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,
desses clientes, que lhes trará novos clientes. Por esse motivo confiam apenas numa variável de marketing, concepção do produto ou serviço, sendo neste sentido que praticam o marketing mínimo. Esta maneira de actuar pode ser ilusória, por três razões fundamentais : a)
b)
a totalidade das empresas no mercado podem decidir oferecer um produto de alta qualidade, o que leva a que os clientes não tenham qualquer base de preferência, o consumidor pode não ser sensível a variações de qualidade,
dos. Enquanto que esses estilos extremos põem grande ênfase num simples elemento de marketing (isto é, o marketing agressivo depende fundamentalmente da promoção enquanto que o marketing mínimo depende essencialmente do produto) a marketing equilibrado procura uma simbiose efici·e nte dos elementos do «marketing mix» de modo a provocar ampla adopção do produto e elevada satisfação do consumidor.
A Chefia e o Técnico pelo Eng.º Fernando Pinto Ferreira Eng.o Químico-Têxtil - Director da UNITECA
BIBLIOGRAFIA -Marketing Management: Analysis, Planning and Contrai por P. Kotler, Frentice and Hall, 1967.
c)
se alguma das empresas enveredar po.r uma política de marketing agressivo, •a ·e mpresa praticando o marketing mínimo ficará em desvantagem.
- Integrated
Marketing,
por
B.G.S.
James,
Penguin
Books, 1972. - Marketing for Business Growth por T. Levitt, MacGraw-Hill, 1974.
Um grande número de organizações adoptam um sistema de marketing equilibrado, que se situa entre os dois estilos acima menciona-
- Marketing Planning and Strategy Series, Part I to VII, Harvard Business Review, Harvard University Press.
No número anterior chegamos à conclusão de que sem uma boa definição dos âmbitos de competência dos quadros, não poderá haver uma organização capaz de atingir os objectivos da empresa, nem mesmo, por vezes, a realização profissional dos colaboradores.
Há diversos processos para se obter a definição e limites de competência das funçõ es, baseando-se quase todos no modelo de Harzburg criado na Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial e muito imitado. Este sistema fez a adaptação. de sistemas anteriores a esse período, pr<YVenientes dos Estados Unidos e pouco adaptáveis à mentalidade europeia.
0-mitamo-nos portanto a referir as linhas gerais, como informação para os mais interessados.
1. Meios de intervenientes 1.1 Meios
A firma a organizar terá um moderador :c~lhido entre os seus colaboradores e mdamente preparado para esse trabalho.
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1.2 Intervenientes
Os circuitos indi'cados no organigrama serão fictícios.
Não pretendemos, de modo algum expôr todo esse sistema e todos os seus pron:,enores. Nem o espaço disponível seria suficiente nem esta revista adequada. '
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No caso de uma firma com problemas de relações humanas muito complexos o moderador deverá, ser recrutado no exterior.
Serão todos os colaboradores da empresa em postos de chefia, digamos, quadros médis e superiores. Aconselha-se a que pelo menos um membro da gerência ou administração seja incluído no grupo de trabalho.
2.
Fases
2.1 Primeiro, o moderador juntamente com a administração ou gerentes, analisam as deficiências existentes: onde está um lugar mal ocupado, onde está bem, como funciona este ou aquele departamento, que inconvenientes têm aparecido, etc. Chamo a esta fase «Inventário da situação». 2.2 Os colaboradores da empresa que irão ser reclassificados (mantidos ou não nas posições que ocupam) são convidados para uma reunião na qual o moderador (na presença de um representante da administração) expõe o trabalho que se fará e explicará o processo, fazendo ver quais as metas a atingir.
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,
2.3 Os intervenientes farão uma descrição do seu lugar, segundo um esquema dado: fiin-
2.9 Cada titular recebe um exemplar, bem
ções, actividade, graus de responsabilidade, âmbito de competência, etc., incluindo o «titulo» do lugar. são convidados a fazer nova descrição, mas desta vez sobre «O que entendem que deveria ser o lugar» de novo com os parâmetros da descrição anterior. Esta descrição dá uma melhor ideia sobre o pensamento de cada um, não só profissional como pessoal (conhecimentos, aptidões, etc.), sem contudo ser um psicograma.
ideia real do lugar, mais eventuais acertos indicados pela descrição 2.4, segundo a personalidade de cada indivíduo, além de algumas indicações úteis, pois cada profissional, mesmo de competência média, tem idei·a s mais ou menos concretas sobre a sua profissão e respectivas funções. Na posse desses elementos, torna-se poss·ível desenvolver os objectivos necessários à, empresa (face ao inventátrio 2.1) e, face a estes, delinear as estrut·uras elo litgar dentro do novo o,rganigrama. 2.6 O moderador estabelece o organigrama
desejado pelos objectivos a atingir, mas pri.meiro na sua representação gráfica ( sistema hierárquico e de comutações), d'ÍScutindo-o com a administração. 2.7 Segue-se a incorporação no organigrama
(em separado mas esquematicamente também) da definição do lugar, primeiramente sem titulares. Estes são atribuídos após verificação das características indivi·duais no sentido de que o preenchimento seja feito segundo objectivos e características profissionais e pessoais de cada titular. Em caso de necessidade, haverá novos elementos ou trocas, mas só quando indispensáveis. )
2.8 Em nova reunião com todos os interve- .
nientes, o novo organigrama é apresentado, incluindo as definições expressas e determinadas, com as explicações que forem necessári'aS.
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transformam em autênticos conflitos e até aversões intensas entre as pessoas. Através dessas reuniões durante as quais as pessoas falam de si e criticam os colegas na frente e na presença de outros, as pessoas ficam a conhecerem-se melhor, conhecendo finalmente as críticas que lhe fazem e que de outro modo seriam feitas nas suas costas.
Periodicamente e sempre que necessarw serão feitas correcções à definição de lugar. Estas terão lugar sempre que:
2.4 Após recolhidas as descrições referidas,
2.5 As duas descrições anteriores (2.3 e 2.4) dão ao moderador e à administração a
,.
como o seu representante designado e (ou) o seu mais directo colaborador que não tenha parti'Cipado.
- As estruturas gerais da empresa se alterem.
evidente que para isto, o moderador deverá ter os conhecimentos necessarios para evitar conflitos, tensões e recalcamentos, conditzindo esta fase de trabalho de modo conveniente e sabendo utilizar os conhecimentos que obteve.
- Se altere o volume de trabalho por titular, auxiliar, representante ou colaborador( es).
Ê
- Sempre que a administração proponha alterações que tragam um benefício. 3.
O moderador tem ou receberá os conhecimentos necessátrios que lhe permitam fazer a classificação dos lugares e seu enquadramento mediante uma determinada nomenclatura. Esta nomenclatura é apropriada às definições pretendidas por forma a não deixar dúvidas quanto às posições hierárquicas do organigrama. Por outro lado, estabelecerá os casos de substituição temporária. Com efeito não se pode entender nos nossos dias que o responsável por um sector se ausente temporariamente sem um substituto para esse tempo. Durante o desenrolar das fases sucessivas e referidas na Pos. 2 o moderador deverá promover reuniões com os intervenientes durante as quais as pessoas se abram, expondo os seus problemas e até exercendo crítica franca e objectiva sobre os outros elementos de grupo, por f arma a que cada um tome consciência da sita personalidade e hábitos. Habitualmente as pessoas queixam-se de itm colega ou de um superior, por vezes por causa de pequenos pormenores de conduta que os ferem, sem conhecerem as verdadeiras causas dessa conduta . Por exemplo, um determinado responsável de sector é criticado por dizer «bom-dia» sem estender a mão às pessoas, quando efectivamente o que se passa é que esse responsável procede desse modo por entender que o cumprimento de mão representa, na sua opinião, uma simples perda de tempo. Pequenos pormenores deste tipo geram muitas vezes mal entendidos que se
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Essas reuniões deverão ser aproveitadas também para alguns treinos tais como: saber ouvir, saber interpretar e saber tr::-nsmitir. Há ordens mal cumpridas por nao serem compreendidas, mas também por serem mal transmitidas.
4.
Vantagens da definição
e)
Dá ao titular do lugar a certeza de ser encarado pelo seit chefe com objectividade, poi's a sua actividade profissional fica definida.
d)
Dá os meios necessários ao titular do lugar para co,ntrolar o seu próprio trabalho (rendimento, eficiência qualidade, etc.) . ,
e)
OA ti~ular do lugar fica com a compe-
tencia para actuar, de modo mais eficiente, tornando-se um melhor dele .. gado do seu chefe do que até então. f)
Cada titular fica com a certeza de haver menos possibilidades de os seus colegas se meterem no seu serviço.
g)
Perante o exter·ior, representará melhor os objectivos da empresa.
h)
Cada titular passará a conhecer as próprias limitações por ser ele mesmo a descobri-las durante a elaboração do organigrama e não por dificuldades surgidas ao longo do trabalho.
i)
o lugar fica correctamente definido, permitindo a integração de itm novo colaborador, em caso de substituição.
4.1 Para o titular do lugar: a)
O titular do lugar fica a saber, sem
ambiguidades, quais as funções que passará a desempenhar, de modo a poder atingir os objectivos propostos pela entidade empresarial. Não correrá o risco de conhecer o âmbit~ e limi:es da sua competência por meio de criticas futuras do seu chefe, como por exemplo:
j)
ao longo do tempo e segundo a evolução que a firma venha a ter.
4.2 Para o sup~rior imediato do titular do lugar: a)
O chefe fica com mais tempo livre para outras (as suas) actividades, pois que a delegação fica correctamente definida.
b)
O chefe correrá menos riscos se o seu subordinado assumir responsabiUdades incorrecta ou indevidamente.
«Como é que tomou esta decisão? Afinal quem é aqui o chefe o Sr. ou eu?» ou ainda:
b)
O processo permite ainda correcções
«Porque não tratou deste assunto log~ que tomou contacto com ele? J tÍ devia saber que casos destes devem ser resolvidos imediatamente, sem es~erar que eu regressasse, pois é para isso que lhe pago».
e)
Fica com a possibil't'dade de poder delegar durante uma ausência.
d)
Determina com exact-idão o grau de responsabilidade, ficando a saber até que ponto pode ir com uma decisão a tomar.
Evita o risco de que o colaborador atire para o chefe com responsabilidades que competem ao primeiro ( «Sacudir a água do capote»).
e)
Facilita a imposição de objectivos ou metas a atingir.
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f)
Facilita o controlo dos seus colaboradores.
b)
Permite uma melhor análise do custo das diversas tarefas.
g)
Facilita a apreciação profissional dos colaboradores.
e)
h)
Garante uma melhor e mais profissionalizada colaboração.
Torna mais fácil o seguimento e controlo de uma política de emprego e de custos.
d)
i)
O chefe obtérn uma ideia mais precisa
Melhora consideravelmente as relações de trabalho e a colaboração entre os diversos titulares de lugar. Redução de tensões, aumento de efi'Ciência dos responsáveis de cada departamento.
e)
Cria uma melhor possibilidade para determinar a competência profissional de cada indivíduo responsável.
f)
Facilita o controlo de diversos departamentos pela administração.
g)
Os responsáveis, mormente os mais jovens ou em iníci'o de carreira profissional adaptam-se mais facilmente (integração na equipa) e não pensam com tanta facilidade em procurar outra empresa. Como o seu lugar está previamente definido, aceita-o como é.
do âmbito de funções e da actividade dos seus colaboradores. Um caso passado com o signatário: - Um chefe de secção, depots de conhecer um dos trabalhos preparatórios para o estabelecimento de um organigrama por objectivos, ficou, só nessa altura, a saber o que realmente o seu colaborador imediato fazia . Tratava-se de um colaborador que deveria acompanhar muito de perto a produção, mas passava muito tempo no gabinete. Ficou a saber que ele tinha tanta burocracia a tratar que o obrigava a perder 3 h 55 m por dia na escrivaninha. Foi possível arranjar quem fizesse esse trabalho para que o colaborador ficasse mais livre, reduzindo a necessidade burocrática para 20 min. / dia. 4.3 Para a empresa (de modo gilobal): a)
52
A empresa adquire uma melhor e mais eficiente organização do trabalho. Este, quando ordenado segundo determinados objectivos, torna-se mais efi·ciente.
Não procura a sua promoção «a cotovelo» nem se sente «acotovelado» pelos outros. h)
i)
Facilita o caminho para as metas ou objectivos que a empresa pretende atingir. Fomenta o sentido de responsabilidade dos titulares dos lugares, motivando-os.
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CADERNO DA ASSOCIACÃ.O PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS TÊXTEIS - APETT I
,
SEMINARIO SOBRE F1BRAS DE ALGODAO N
No passado dia 27 de Novembro de 1981 e na Estalagem da Via Norte, realizou a A.P.E .T.T. mais um Seminário, este sobre Fibras de Algodão. Nele esteve presente um grande número de Quadros Superiores do Sector. Coordenado por reputados especialistas nacionais e estrangeiros, o seminário permitiu , ouvidas as diversas comunicações e feita a apreciação e discussão dos respectivos temas, determinar as seguintes conclusões: nas áreas da cultura e da comercialização do algodão foi, por todos os participantes, reconhecida a premência em se encontrar o conveniente meio de eliminação das faltas nos armazéns das empresas, daquela matéria-prima bem como da sua melhor forma de aquisição; por outro lado foi também abordada a questão das infraestruturas rodoviárias, portuárias e aduaneiras e chamada a atenção para a necessidade de equipamento e modernização dos portos do Douro e Leixões. Problemas específicos do sector -
como as questões do trânsito
das mercadorias e da sua segurança e atinentes encargos -
foram ainda
explanados e debatidos por especialistas destas áreas. Considerando a participação alcançada e o interesse obtido por esta iniciativa junto dos Técnicos Têxteis foi, no fim do Seminário, assumida pela Direcção da A .P.E.T.T., a promessa de realizar brevemente novo Seminário -
o terceiro por iniciativa da A.P .E.T.T.
A seguir se dá a demonstração documentada fotograficamente de alguns aspectos de como o Seminário decorreu.
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Após o seminário
houve um cocktail oferecido pela
J. C. Andrade & C.'. Eis •alguns aspectos gerais da convivência ao longo deste cocktail
Outro aspecto parcial da assistência Aspecto parcial da •assistência Três participantes do Seminário
Plano da mesa dos palestrantes convidados com o moderador Sr. 6ng.º Carlus Fonseca, ao centro
Mesa da Presidência oom alguns r·epresentantes de outros Organismos convidados como: -
Universidade do Minho (Eng . Têxtil) Da esquerd3 para a direita e em terceiro lugar,
-ANITAF _ l•nstituto dos Têxteis _ Associ·ação dos Importadores de Algodão em Rama
o Director Técnico da nossa Revista
Momento da entreg•a de prémios por iparte da V.olkart
O orador Sr. René Oberhaensli à direita
Da di.relta para a esquerda e em terceiro lugar,
e da Swisseair com a presença do Coodenador Geral
dialogando com um .participante
o orador Sr. Eng.º Frade
Plano da mesa dos palestrantes convidados
do Seminário, atrás, Sr. Engº Jorge Gonçalves
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Ao centro, o orador Sr. João Alves, um dos r~presentantes da TIL
Ao centro, o Presidente da A G <la A.P.E.T.T., Sr. Eng.º Jorge Monteiro
Aspecto da mesa de recepção
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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TIECNICOS TEXTEIS