Revista APETT Nº3

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N.ยบ 3-ANO 1


REVISTA TÉCNICA DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA ' DOS ENGENHEIROS ETÉCNICOS TÊXTEIS

N.º 3 ABRIL/MAIO/JUNHO

DIRECTOR: J03É DE MATOS FERREIRA DIRECTOR TÉCNICO : ENG.º JOÃO NUNO MOUGIN PENA MONTEIRO

SUMARIO:

CONSELHO DE REDACÇAO : ENG .º JORGE CORR~A MONTEIRO ENG.º ARTUR C. NEVES DR . CABEÇO SILVA

EditQrial

3

Os Filamentos Contínuos de Nylon

5

Subsídio para o estudo da influência da qualidade dos fios na produção dos teares automáticos e mecânicos, e nas «cargas de trabalho» do tecelão

17

Variação ou irregularidade de número dos fios têxteis . . .

23

Fibras de Algodão . . .

31

Mercerização - Principais Inovações Científicas e Tecnológicas

35

Relatório Werner - Reestruturação Sector e Adesão à CEE . . .

do 39

Caderno da A.P.E.T.T . ...

...

ENG .º FERREIRA NEVES DR . MARIO ARAúJO ENG.º BARROCA ARTUR C. FARIA ENG .º PINTO FERREIRA DR. LUIS DE ALMEIDA ENG .º CASIMIRO VILARINHO ASSESSOR JURIDICO : DR. JOSÉ LUl3 ARAúJO COORDENADOR DE PUBLICIDADE : ENG .º A . CARVALHO NEVES

ANGARIADOR .OE PUBLICIDADE : RUY NOGUEIRA REDACÇAO:

R. Dr. Antunes Guimarães, 378-3.º Dt.º 4435 RIO TINTO . PREÇO UNIT ARIO :

150$00

ASSINATU RA ANUAL: (4 núm.) 500$00 TIRAGEM :

2.500 Exemplares

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL PROPRIEDADE : ASSOCIAÇÃO PORTUGU ESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS T~XTEIS

e

45


EDITORIAL Conheça a terminologia Têxl!I

O sector têxtil é, talvez, uma das actividades industriais onde a diversificação da terminologia técnica é muitíssimo acentuada. Quase poderemos afirmar que cada empresa tem a sua própria terminologia técnica. Ora isto dá bem a entender, também, o quanto este sector sempre foi esquecido ou deixado ao abandono.

A falta de meios de comunicação capazes e interessados deixaram, cremos, que tal situação se agravasse ainda mais. Contudo, hoje estamos cientes que estarão, minimamente, reunidas as condições básicas para que a médio prazo se atinja o nível desejado quanto à uniformização dessa mesma terminologia técnica dentro deste sector têxtil. Neste campo vai a Revista Apett, apoiada: a) b) e) d)

em documentação já existente; nos estabelecimentos de ensino; na Direcção Geral de Qualidade; e em sugestões que da parte dos nossos leitores nos possam chegar

dar início à criação do seu Dicionário T'écnico. Será uma publicação, nesta primeira fase , de duas páginas inseridas no caderno da Associação e que, quer as empresas quer os nossos Associados poderão ir compilando de forma acessível. Mas, para além desta iniciativa, manter-se-ão abertas as portas para que em qualquer momento se possam prestar esclarecimentos pontuais caso nos sejam pedidos. J. M. F.

REVISTA APETT

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Os Filamentos Contínuos de Nylon

produzimos fibra para transformar A F1r1icisa produz ramas de polyester/Terylene. Comercializadas em Portugal pela ICI Portuguesa. Actualmente utilizadas em grande escala, pela indústria têxtil. A Finicisa conhece profundamente as características deste produto, por isso oferece todo o apoio técnico às indústrias transformadoras. Especialmente no campo da fiação e tecelagem abrangendo uma grande variedade de tipos de rama - desde o low-pill para malhas e tecidos, às fibras de alta tenacidade para linhas de coser. A Finicisa fornece informação: sobre novos métodos, novas técnicas, novos artigos.

a Finicisa produz. Você transforma ... ... mas podemos colaborar.

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1

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António J. A. R. Sarmento Companhia Industrial de Fibras Artificiais CIFA Sarl

RESUMO O Nylon (ou Poliamida) surgiu explosivamente como a primeira grande fibra sintética na década de 50, em hora todo o trabalho de pesquisa que lhe deu origem datasse já dos anos 30. . ~es~nvolv~ndo-se paralelamente em 2 tipos prmc1pa1s, o tipo 6.6 e o tipo 6., tornou-se a prinpal fibra sintética. Possui extraordinárias qualidades de resistência mecânica, elasticidade, resistência à abrasão capacidade de se fixar em forma permanente. ' A tendência para o aumento do uso de fibras cortadas, nas quais o poliester tem vantagens de preço e ~ua~idade, levou as poliamidas a perder;m o primeiro lugar, que, no entanto, ainda mantem em filamento contínuo. . ~roblemas de anti-estático, uniformidade e ~mgimento que inicialmente surgiram pertencem Já à História . ' O Nylon é o mais «natural» de todos os . fila me?tos sintéticos. O seu custo de matéria-prima mais. elevado, torna-o mais concorrencial nas franJas de título mais baixo, onde a estrutura de custo se torna mais favorável. Em Portugal é produzido na CIFA, no tipo 6., e dentro em breve o será também no tipo 6.6. . As perspectivas que se abrem à indústria na~i~~k de _fibr~s p~rante a admissão de Portugal dura . ~ na~ sao brilhantes. A concorrência muito Ja existente, somar-se-á a de terceiros paí· ses, que passarão a beneficiar da Pauta Exterior C omum.

A estratégia prevista é a de proceder a investimentos pontuais para redução de custos e aumentos moderados de capacidade. 1. História A invenção do Nylon A expansão das fibras de Poliamida 3) Situação actual 1)

2)

2.

O que é o Nylon Definição

1)

3. Como se obtém 1) Produção do polímero 2) Produção da fibra 3) Fiação de filamentos pré-orientados 4. Propriedades e valor da fibra Comparação das propriedades dos Nylons 6.6 e 6 2) Comparação do Nylon com as outras fibras sintéticas 3) O tingimento do Nylon 4) Áreas de emprego 5) Estrutura de custos 1)

5. O Nylon em. Portugal 1) Produção consumo 2) Evolução previsível 3) Estratégia perante a entrada de Portugal na CEE

e

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1.

1)

IDSTóRIA

A invenção doNylon

A invenção do Nylon é normalmente atribuída ao físico americano Wallace H. Carothers e às suas centenas de colaboradores, integrados na equipa de pesquisa da Estação Experimental da Du Pont. Em 1938, no tempo de trabalhos que custaram muitos milhões de dólares, foram registadas por Carothers, a favor da Du Pont, 130 Patentes no domínio das fibras de Poliamida, mais tarde chamadas Nylon 6.6 (produto da policondensação do sal do ácido adípico e de hexametileno dia mina) . Pela mesma época, o Dr. Paul Schlack, responsável pela preparação e processamento das fibras de Acetato da fábrica de Lichtemberg, em Berlim, que para além do seu trabalho principal investigava as possibilidades de produção de fibras sintéticas, descobriu uma fibra de poliamida resultante da poli-condensação de Caprolactama, a que se chamou mais tarde «Perlom> e «Nylon 6». Aqui nasceram, praticamente ao mesmo tempo e em continentes diferentes, os dois tipos de fibras de Poliamida mais importantes . O Nylon 6.6, descoberto após investigação sistemática, precedida de largo trabalho básico, foi o resultado dum dispendioso esforço da Du Pont. O Nylon 6, ao contrário, proveio duma pequena equipe, ligada à investigação prática industrial duma empresa média (chamo a atenção deste aspecto, pelo seu valor pedagógico), conduzida, naturalmente, por um homem de génio. Ainda em 1938, a Du Pont contactou a I. G. Farbenindustrie para negociar a utilização de algumas das suas patentes sobre o Nylon 6.6, acabadas de registar. Foi com grande espanto que os seus representantes examinaram as amostras de fio e de tecido já preparadas com o novo fio sintético do Dr. Schlack. A I. G. e a Du Pont prepararam então um acordo de partilha de interesses nas novas descobertas, mas a eclosão da Guerra Mundial interrompeu todo o processo, relegando para os anos 50 o desenvolvimento dos filamentos e fibras de poliamida.

2)

A expansão das fibras de poliamida

Os maiores produtores munàiais são a Du Pont, a ICI, a Monsanto e a Rhône-Poulenc Textil, que se situam nos Estados Unidos da América e na Europa .

Nylon 6: Nos países em desenvolvimento, assim como no Japão e bloco oriental, produz-se quase exclusivamente o Nylon 6. Este tipo de poliamida, em desenvolvimento pela I. G. antes da Guerra Mundial, foi utilizada principalmente para a confecção de paraquedas, após 1939. Pouco antes do Centro de Desenvolvimento da I. G. cair sob a ocupação soviética, conseguiu-se transportar para Bobingen, perto de Augsburg, uma instalação de ensaio e de fiação, junto da qual se concentraram novamente os especialistas da antiga I. G. Mas não foi possível, por falta de capital, desenvolver a produção em massa, na pequena fábrica de Bobingen, senão depois da sua associação com a Hoechst, o que aconteceu em 1952. Em 1954, a fábrica Bobingen, englobada no consórcio Hoechst, produzia já quantidades consideráveis de «Perlon» e expandia-se por todo o Mundo o fabrico deste tipo de Nylon. Hoje, o Nylon 6 é produzido por mais de 170 empresas em todo o Mundo, sob a forma de filamento, fibra cortada ou monofilamento. A capacidade total é de 2,3 milhões ton/ano e a produção mundial de 1,9 milhões de t/a.

l

am~da. recorrentes, das quais, pelo menos estao hg~d~s a grupos derivados de alcanos

85 % linea-

3.

COMO SE OBTÉM

res ou cichcos». Esta árida definição quer dizer pouco mais uo menos, o seguinte : O Nyl.on é formado por «troços» de hidrocarbonetos, ligados por junções articuladas nos seus extremos. _ A conhecida resistência do Nylon resulta de nao :iaver pon~os fra~os nesta estrutura, pois a coesao das moleculas lmeares dos hidrocarbonetos enc?ntra continuidade na resistência das ligações amida. Nos Nylons 6.6 e 6., o hidrocarboneto de base é o hexano. _A ~esignação 6.6 do primeiro significa que a c~deia e formada por repetições dum par de moleculas monofuncionais entrelaçadas de ácido adípico (6 átomos de carbono) e de hex~me­ tileno diamina (6 átonos de carbono). . ~ -designação 6. para o segundo tipo de Nylon sigmflc!1 _que a c,adeia é formada pela repetição duma umca molecula bifuncional (funcão ácido ~ ~unção a~ina) que é a caproamina ou · amina do acido capr01co. Existe~ outros. Nylons como o Nylon 11 (Rilsan), que nao menc10naremos aqui, pelo seu menor relevo.

1)

Proilução do Polímero

Nafta 3)

Situação actual

No conjunto, a capacidade total instalada de Nylon é, em 1980, de 4 milhões de toneladas e a produção é de cerca de 3,3 milhões de ton/ano. Ocupa o 2.º lugar nas fibras sintéticas, a seguir ao Poliester e à frente das Acrílicas, e representa 11 % do consumo mundial de fibras. O Nylon utiliza-se principalmente sob a forma de filamento cnntínuo (80 % do total). Como filamento é a fibra mais importante, sendo o seu consumo mundial 20 % superior ao do filamento de Poliester.

Butadieno

Benzeno

H. M. Diamina

-~cido

Adípico

NYLON 6 .6

O QUE É O NYLON

2)

1)

Definição

Em teoriao~ a s f'b produzidas i ras d e Nylon poderiam ser cionais: P qualquer dos processos conven-

A Norma Internacional ISO 2076 define o <<Nylon» ou «Poliamida» do seguinte modo: «É uma fibra constituída por macromoléculas lineares, sintéticas, tendo na sua cadeia ligações

Tolueno

Ciclohexano

2.

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0

Petr6leo Bruto

Nylon 6.6: Em Maio de 1940, puderam as mulheres americanas comprar as primeiras meias de nylon. Hoje, 41 anos após, 45 empresas em todo o mundo produzem Poliamida 6.6 em forma de filamento, fibra cortada, cabo, flocos ou monofilamento. A capacidade mundial é de 1,7 milhões de toneladas anuais, sendo a produção de cerca de L4 milhões.

O polímero do Nylon 6.6 é produzido oor um pr.oce~so de aquecimento do sal de hexan;etileno-,d iamma e ~cido adípic~, durante o qual se separa agua e se hgam umas as outras as cadeias mol eculares NH2(CH) NH2 + HOOC(CH 2)..COOH ~ ~ NH2(CH 2) 11NH.CO.CCH 2).1 COOH + H 2 0 e assim ~ucessivamente, controlando as condicões de rea~çao, de modo a obter-se o produto final ~om o deseJado grau de polimerização. NH2 1- (CH2) "NH.CO (CH 2 ) 4 CO - 1OH O polímetro do Nylon 6 é produzido a partir da Ca~rolactama, igualmente por um processo de aquecimento com separação da água: NH2(CH'.2)sCOOH ~ l -NH(CH2) 5 00 - 1OH+H 2 0 1::'fas ?º.Nylon 6, diferentemente do 6.6, as duas funço.e~ ~cido e amina, pertencem à mesma molécula micial. Ambos o~ Nylons são de origem petroquímica. o.s produtos mtermediários são o benzeno e o butadieno para o Nylon 6.6 e o Benzeno ou 0 Tolueno p~ra o Nylon 6. A «árvore genealógica» é aproximadamente a seguinte: -

Produção da fibra

- Fiação húmida - Fiação seca - Fiação por fusão

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Caprolactama

Caprolactama

NYLON 6

o, último, é

NYLON 6 ún~co

sistema usado, visto que

o pohmero so e soluvel em solventes tais como

o fenol ou o ácido fórmico, de uso caro e complicado. , A fiação do Nylon é feita aquecendo o polímero a~e uma temperatura superior à de fusão, e extrudmdo. a massa fundida através de fieiras de aço especial.

7


Os jactos de polímero, emergentes da fieira , arrefecem em contacto com o ar e solidificam , sendo recolhidos por uma bobine rotativa. Durante esta operação o polímero funde e recristaliza. As cristalites forma das , porém, dispõem-se de modo desordenado em relação ao eixo dos filamentos. (Ver figura 1). Deve aqui salientar-se que numa fibra química existe um misto de estrutura cristalina e estrutura desordenada. As zonas de estrutura cristalina são as que conferem à fibra resistência mecânica e química. As zonas de estrutura «desordenada» conferem flexibilidade, alongamento e maior permeabilidade aos agentes químicos. Para que as zonas cristalinas actuem como elementos de resistência, porém, é necessário que estejam alinhadas segundo o eixo da fibra. Esta situação não se verifica logo após a fiacão das fibras do Nylon. Há assim necessidade de promover o seu alinhamento , o que se consegue por uma estiragem subsequente. Esta estiragem, é feita submetendo os filamentos a uma tracção que lhes aumenta o comprimento para 3 a 4 vezes o valor inicial.

3)

Fiação de filamentos pré-orientados

O processo descrito é o processo chamado «convencional», que ainda é o mais usado. No entanto, seguindo uma técnica desenvolvida inicialmente para o Poliester, tem-se procurado eliminar sobretudo para os fios destinados à texturação, a ' dispendiosa operação da estiragem apósfiação . Surgem assim os processos baseados na pré· -orientação (Pre-Oriented Yarn - POY) , em que das velocidades de enrolamento convencionais de 1000 a 1500 m/ min, se passa a velocidades de 5000 m/ min . No entanto não é ainda possível, com o equipamento existente, baseado na ·alta velocidade, obter graus de estiragem final semelhantes ao do fio obtido por estiragem posterior. Para o fio destinado a texturização, porém, este novo processo é o mais adequado, pois é normalmente possível completar a estiragem necessária em simultâneo com a operação de texturização.

4. PROPRIEDADES E VALOR DA FIBRA 1)

Comparação das propriedades no Nylon 6.6 com o Nylon 6

Todos os utilizadores dos dois Nylons conhecem as diferenças de ponto de fusão, da temperatura de fixação e de absorção de corante.

8

O ponto de fusão do Nylon 6.6 é de 255ºC., contra 215 a 220ºC do Nylon 6. Esta diferença, devida à menor força deatrac ção das cadeias moleculares vizinhas no Nylon 6, é a principal e talvez a única desvantagem deste último tipo de fibra. Em contrapartida, as mesmas razões estruturais produzem uma melhor absorção dos corantes no Nylon 6 em relação ao Nylon 6.6, assim como um mais fácil recurso a uma gama maior de tipos de corantes. De resto, as propriedades dos 2 Nylons, são virtualmente as mesmas no que respeita a resistência alongamento, módulo de Young, elasticidade 'apar ência, estabilidade química, resistência a soiventes (de limpeza a seco), resistênci~ à abrasão.

l

O Nylon pode também, por r ecristalizacã o ser fixa do em pregas ou outras form as perm~ne~tes , não destrutíveis mesmo por aquecimento com ferro a 150ºC.

Compa r ação do Nylon com as restantes fibras sintéticas : Tenacidade CN/ dtex (à rot.) Alongamento % (à rot.) Recuperação elástica (em r elação ao alongm . em %) Densidade Humidade de equil.( %, em rel. a 2lºC HR 65 %)

2)

Inflamabilidade (à chama) T'e mperatura de fusão ºC PA 6 PA 6.6 Contracção (em H20 a 95ºC)

Comparação do Nylon com as restantes fibras sintéticas

Oitenta por cento da produção do Nylon usa-se como filamento contínuo. O seu grande co11corrente é o Poliester (diria antes companheiro, pois, em rigor, embora exista um caminho comum, as missões de um e outro são diferentes). Como certamente a maior parte dos presentes sabe, quase não se fabrica filamento contínuo acrílico. Em r elacão ao Poliester, o Nylon apresenta maior elasticidade, maior capacidade de ser fixado dimensionalmente depois de confeccionado em artigo de vestuário, menor densidade, maior taxa de ganho de humidade. Em troca, a resisência à luz do fio não tratado é menor. A grande resistência do Nylon deriva do comprimento das cadeias moleculares (com cerca de 600 átomos de carbono) enquanto que a alta elasticidade tem sido atribuída à percentagem muito alta de grupos polimetileno. Na verdade, a molécula do Nylon, é em si própria, não apenas uma mola, mas uma mola com amortecedor, conforme pode visualizar-se pela representação seguinte: (Ver figura 3).

Resistência. aos Acidos (diluídos)

Resistência aos Alcalis (dil.) Resistência ao aquec. ar Resistência ao aquec . (ºC - hora) vapor Resistência ao aquec. à luz Resistência ao aquec . Agentes biológicos Corantes (tingimento)

Branqueaçã o

Tendência Tendência Tendência Tendência

3) Uma das propriedades de maior interesse do Nylon é a sua extraordinária capacidade de se fixar numa forma permanente, quando exposto pela primeira vez, a vapor quente ou a alta temperatura . Com efeito, a temperatura e a humidade, permitem aos grupos amida exercer os seus elevados níveis de energia em novas ligações que a umentam a estabilidade da estrutura interna, através dum processo de recristalização. Todos conhecem esta propriedade do Nylon, que tem a sua aplicação mais espectacular no fabrico de meias de senhora (em fio liso).

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Ao contr ário, o Poliester , que pode fixar-se com um ferro de passar, por exemplo, tem uma energia de ligação muito menor, podendo «desfixar -se» por um novo aquecimento.

.

1

e carga electros. à formação de rugas à fibrilação ao Pilling

PES

PAC

4,0 a 6,0 30 : 80

2,5 a 6,0 15 : 40

2,0 a 3,5 20 : 70

90 : 95 % a 10 % 1,14

50 : 80 % a 10 % 1,36

55 : 80 % a 10 % 1,14 1,18

3,5 : 4,5

0,2 : 0,5

Inflamável 220 260 1:5 %

Inflamável 250 : 256

Inflamável Dec. a 250ºC

0,5 : 1,5 %

0,5 : 5 %

Boa

Boa

Boa (depende do grau de fixação)

1,0

1,5

Boa 120/ 100

Boa 120/ 100

120/ 100 Variável

120/ 100 Boa

Boa a m. boa

M. boa Dispersos Desenvolvimento

M. boa Básicos Dispersos

Todos

Clorito de Sódio

Moderado pequena pequena forte

Moderado grande moderada peq. moder.

Pre-metalização Acidos Dispersos Clorito e hipoclorito de sódio Moderado pequena pequena forte

Boa 120/ 100 (amarelece) Pouco resist. Boa

O tingimento do Nylon Sendo a pr imeira fibra sintética a tornar-se

dmporta~te,. depar ou inicialmente, com dificuldaes de tmg1mento.

_ Com efeito, é uma fibra hidrofóbica e portanto

~ao agua.muito atraente para os corantes solúveis n~ q

Nylon

Inicialmente, tentaram-se corantes dispersos

p~~d se revelaram satisfatórios apenas em tons co os. Enveredou-se então pelos corantes ácidos m os quais se c · · . ' ~nsegu1a ma10r solidez, mas que tinham 0 . mconvemente de pôr em relevo diferen-

ças de estrutura das vár ias partidas, muito significativas nos primeiros anos. Havia também que preparar o Nylon para o tinto. Tratando-se duma fibra com capacidade de recristalização no primeir o tratamento térmico, era necessário controlar o processo, doutra forma poderiam surgir efeitos indesejáveis, tais como rugas permanentes. Não descreverei aqui as diversas formas de preparação para o tinto do Nylon, pois dependem do tratamento anterior do fio , do efeito desejado, da forma em que o fio é aplicado, do equipamento que se utiliza, etc. Referirei apenas que a fixação é efectuada antes , durante ou mesmo após o pro-

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cesso de tinto e que a fixação pode ser dada duma vez ou parcelarmente. _ A fixação do fio livre produz u:na :ontracçao de 5 a 7 %. Na prática, e~ q~e a fix.açao se efectua sob tensão, a contracçao e reduzida. O Nylon 6.6 fixa ao ar a uma temperatt~ra de 220 a 230 ºC., enquanto que o Nylon 6 fixa a 185 : 195ºC. , . . O tingimento do Nylon e feito mais ~orrente­ mente por corantes ácidos e corantes dispe::sos, embora exista uma vasta gama doutros tipos, aplicável. d Actualmente podem-se empregar co;a.ntes e pigmentos azoicos (solacet)' directos, basicos, cuba, reactLvos, pre-metalizados, corantes Procinyl, etc.

d:

4)

Áreas de emprego

A maior aplicação do filamento contínuo de Nylon é no fabrico de meias de se?h?rª'. onde .ª.s propriedades típicas d? Nylon (resi~ten~ia, facih~ dade deo btenção de filamentos mm~o fmos.'. elas t.ici'dade , capacidade de fixação térmica, , t .facihdade . de tingimento) são particularmente u eis. A roupa interior de senhora, os fatos de trei~o desportivos, os baby-grows, o~ fatos de banho ~ª? algumas das aplicações têxteis em que a el.asti:i· dade e resistência do Nylon encontram aphcaçao adequada.

, em forros 0 Nylon. tem Tam b em • . encontrado t 't devido à sua boa resistencia ao a ri o do merca , 'd d e razoável absorção de humi a e. . Nos têxteis do lar, o Nylon (filamento ou fibra)' preenche mais de 50 ~ de:_ mercado de carpetes e encontra ainda aph;aç.ao em toalhas de mesa e revestimentos de moveis. Nas aplicações industriais, o Nylon tem grande emprego em telas para p~eus, redes de pesca: telas para correias de acc10namento e transpor tadoras.

5)

Estrutura de custos

Sendo 0 Nylon uma fibra de extraordinári.o valor tecnológico, tem o seu «calcanhar de Aquiles» na estrutura de custos. Com efeito, o preço da matéria-prima é quase duplo do Poliester' representando, em qualquer dos tipos de filamento contínuo, 70 % dos custos de produção. . Deste modo, o Nylon mantém-se a preços mais altos do que o Poliester, o que o. tem desfavorecido comercialmente. Apenas nos títulos finos, mais, difíceis de produzir em Poliester, o Nylon mantem preços favoráveis.

Preços de filamentos contínuos de p A e PES (fio liso)

Preços

PA

~------~----~~--PES

10

55

110

O NYLON EM PORTUGAL

1)

Pl'odução e consumo

Produz-se Nylon em Portugal desde 1961. Nesse ano a CIFA iniciou a produção do Nylon do tipo 6 com uma linha de fiação Zimmer, cuja capacidade era de 80 a 100 ton./ano. Em 1973, a capacidade atingia as 2000 ton,/ano, tendo-se mantido nesta marca até ao presente. O consumo de todos os tipos de Nylon, em Portugal, tem, entretanto, regulado pelo nível das 3000 a 9000 ton ,/ano, com aumento para cerca de lO 000 em 1979 e 11 000 para 1980. Deste montante, calcula-se que quase 50 % ~ orrespondam a fios industriais, fibra cortada, :iesperdícios e fio para carpete. O consumo industrial de fio de Nylon para Jsos têxteis oscila pelas 6000 ton,/ano e divide-se entre Nylon 6 e Nylon 6.6, em partes aproximadamente iguais. Na CEE, 40 % do filamento contínuo de Nylon iêxtil utilizado industrialmente é texturizado. Em Portugal, a pei·centagem é sensivelmente semelhante. Os nossos texturizadores e os utilizadores de rio texturizado portugueses, apenas utilizam o ~ylon 6.6, por razõs em parte históricas, em parte com fundamento prático real. Com efeito, o Nylon 6.6 é em geral preferido ;iara a operação de texturização, não só por exis!ir disponível num grande número de diferentes filamentos para o mesmo título (e em filamentos mais finos), o que permite obter com a sua utilização uma maior gama de efeitos, conforme o fim que se pretende, como porque, devido à sua estrutura molecular, retém melhor a fixação de forma ondulada, armazenando nela maior energia e produzindo um comportamento elástico mais perfeito. Esta pequena diferença entre o Nylon 6 e o Nylon 6.6 não parece ter sido importante para países evoluídos, onde desde o início se tem utilizado Nylon 6 para texturizar, tais como o Japão, parte do mercado alemão e italiano e a América do Sul.

FIGURA 1

A CIFA está actualmente a concluir os seus preparativos para juntar à sua gama de fabrico os filamentos de Nylon 6.6, com vista ao mercado da texturização.

2)

Título dtex

5.

Evolução previsível

• ~ evolução do consumo de filamentos de Nylon texti~ em Portugal, depende da moda, do preço r~Iati~o Nylon/Poliester e da evolução da indústria textil nacional.

165

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Não vou alargar-me em especulações sobre terreno tão inconsistente. Direi apenas que o crescimento do consumo de Nylon é estimado em 3 % numa perspectiva mundial, e que no nosso país, onde o consumo de filamento sintético é apenas de 10 % do con· sumo total de fibras e não de 20 % como na Europa, o ritmo de aumento deve ser superior ao médio mundial. 'I'alvez 5 % seja um valor aceitável para n crescimento médio do consumo de Nylon no nosso país. Nesta base, teremos em 1990 um consumo industrial de Nylon de 18 000 ton., das quais cerca de 9000 serão de filamento contínuo têxtil, isto é, do tipo que a CIF A produz.

3)

Estratégia perant.e a entrada de Portugal na CEE

Aparentemente, há que aumentar a capacidade de produção de modo a ocupar uma parte mais relevante do mercado e a adquirir melhor posição de competitividade.

12

Temos no entanto que considerar que existe um grave problema estrutural na CEE, caracterizado por excesso de capacidade produtiva de fibras e filamentos sintéticos. Em 1979, a produção de fibras químicas na Europa Ocidental foi de 3212 milhares de toneladas, enquanto que o consumo industrial respectivo fi de 2760 milhares. Houve excedentes, que em 1980 provocaram subutilização de capacidades e impossibilidade de obtenção de preços compensadores, que se traduziram em perdas no conjunto, de 2,5 biliões de D. M., segundo o relatório da AKZO. Neste cenário, a estratégia a seguir pelos produtores nacionais terá que ser a de efectuar investimentos pontuais para melhoramento de custos e aumentos moderados de capacidade, dentro duma perspectiva prudente e defensiva. Dentro desta mesma estratégia, os produtores de fibras deverão apoiar ao máximo as medidas que venham a verificar-se serem as mais adequadas para a reestruturação e o fortalecimento da indústria têxtil nacional, razão de ser e condição indispensável para a sobrevivência e progresso da indústria de fibras químicas.

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....

Subsídio para o estudo da influência da qualidade dos fios na produção dos teares automáticos e mecânicos, e nas {{Cargas de trabalho}} do tecelão

+) AGM AGMULLER

NUNO JOSÉ PENA MONTEIRO

Diplomado pela École Supérieur de Filature et Tissage de l'Est Da Comissão Reguladora do Comércio de Algodão em Rama

HAMEL

«Tudo cura o tempo .. .» Foi sempre um estudioso atento, aplicado e exigente. Um colega sereno , seguro e sempre pronto a ajudar. Afável, mas firme , nunca pactuou com soluções indefinidas nem com situações acomodatícias. José Nuno Pena Monteiro, pouco tempo após ter dado os primeiros passos nas duras veredas da vida, especialmente no dia a dia da Indústria Têxtil, logo se revelou contra muitas das aberrantes realidades com que se encontrou frente a frente.

@ETTLEBJ

A sua intervenção no II Congresso da Indústria Portuguesa, disso foi exemplo . A Tese então defendida, cheia de verdade e com um tremendo impacto na altura, perdeu de certo modo actualidade mas, não curou da nossa memória a coragem com que foi defendida.

Sriius1.1

Em memória do Homem, do colega, do professor e sobretudo do Amigo, aqui prestamos uma bem simples mas sincera homenagem a quem nos deixou tão cedo, tendo ainda tanto para dar de si mesmo, como sempre foi seu timbre .

GRILONSA 1-

PENTES

"DURAFLEX"

RUA

ou

AMIAL, 928

TELEF . 484186

4200 PORIU

Comparação das produções teóricas e «cargas de trabalho» por tear/hora, dos teares automáticos e teares mecânicos, na fabricação de artigos crus

Se, durante o funcionamento normal de um tear automático, pudessemas suprimir as paragens por ruptura dos fios da teia, e da trama, o tear trabalharia ininterruptamente, uma vez que, p~lo automatismo, tornamos contínua a alimentacão em fios de trama. • . O mesmo não diremos do tear mecânico, cuja alunentação ~xige sempre a sua paragem, e conduz necessariamente a uma marcha descontínua Ex,a~inemos em que rhedida a alimentação automatica dos fios de trama contribui para me- ' ~ores rendimentos, e menores «cargas de trabaO» por tear /hora e · 1 , om~çaremos por admitir que, quer no tear autimático, quer no mecânico não se produzem ~fe ras de fios, e por atribuir'. a título de ex emo, a cada uma das tarefas que o tecelão é cha-

TELEX 22389

mado a executar, os respectivos tempos «standard», de Comissão de Normas do Sindicato Algodoeiro do Leste de França, que adaptamos neste trabalho. Assim, o tecelão terá, para seu repouso , 15 % do tempo correspondente ao período de trabalho escolhido - o que limitará a sua actividade a 51 m por hora - e ser-lhe-á atribuído o tempo de 1 m 30• por tear/hora para exercer toda a actividade, que não se refira a ruptura de fios no tear, ou à sua alimentação com novas canelas, e que compreende a vigilância da marcha da fabricação, do desenrolamento da teia, as deslocações do operário de tear para tear, etc. Este último valor que toi:namos em globo, para maior simplicidade dos nossos cálculos, é, na realidade, consequência de muitos factores e, por isso, extremamente variável de fábrica para fábrica. Poderemos assim dizer que o número de teares automáticos trabalhando sem rupturas de fios que um tecelão conduzirá, com um aproveitamento total, é determinado pelo tempo que fixarmos ao

REVISTA APETT

17


.... operário para realizar as tarefas complementares e, no nosso caso:

Assim, a duração da lançadeira, num tear de 200 rotacões por minuto com teia de 1 m de largura, caÍculada a partir da fórmula N x peso do fio contido na lançadeira

A qualidade dos fios, caracterizada fundamentalmente através da sua resistência, regularidade e elasticidade, influi na produção dos teares, e nas «cargas de trabalho», através das rupturas de fios de teia ou de trama que determina.

= 34 teares com 100 % de tempo útil 0,59 x largura da teia x veloc. do tear

lm 305

terá os seguintes valores: Nos teares mecânicos, porque a sua alimentacão em fios de trama exige a interferência do tecelão, há que conhecer a duração e frequência destas intervenções, se quisermos calcular a «carga de trabalho por tear», ou o seu tempo útil de produção . 5 Empregaremos tempos ·«standard» de 75 e 15 , para caraCterizarmos a duração de cada actuação do operário, conforme se trata de substituir a lancadeira ou da sua alimentação com uma nova ~anela e procuraremos conhecer qual a duração de um~ canela de fio na respectiva lançadeira, o que corresponde afinal a determinarmos o ritmo de mudanças da mesma. Esse ritmo é evidentemente função do número de rotacões por minuto do tear , da capacidade da lancad~ira da largura da teia, e do número do fio . ' de trama utilizado. Porque julgamos que as lançadeiras, mais vulgarmente usadas na generalidade das nossas tecelagens mecânicas, comportam canelas com 12 g de fio , é sobre elas que faremos os nossos cálculos .

II - Variação dos tempos úteis de produção dos teares e das «cargas de trabalho», em função do número de rupturas do fio empregado

quando a trabalhar com trama 12 ... .. .... 735 ......... (1,22m) quando a trabalhar com trama 24 ...... ... 1465 .. .. .. ... (2,44m) quando a trabalhar com trama 36 ....... .. 219" .. .. ... .. (3,66m)

Assim, tomaremos como tempos de paragem do tear, e de actividade do operário, para emendar cada quebra de fio de teia ou de trama, 43 5 e 24 respectivamente, valores que correspondem a t~mpos «standard» acrescidos dos correspondentes coeficientes de repouso. Consideremos o número de rupturas, por tear/ / hora, até ao limite de 3 quebras de fios de teia e 2 de fios de trama, limite que julgamos bastante expressivo. 5

,

Os tempos de produção nos teares automáticos e mecânicos resultarão como se segue: Considerando 2 rupturas de fios de teia e 1 de trama.

Donde resulta que o número de paragens para alimentacão do tear em fios de trama, e o tempo útil de t;abalho de cada tear, serão conforme o número de trama que se emprega:

'I empos de paragem por tear / hora: Teares mecânicos «Tempos standard»

Ruptura de teia Ruptura de trama Mudanças de lançadeira

Paragens por tear/ hora

3.600 Utilizando o fio de trama n.º 12 - - = 45 735 + 75

Te ares Automáticos

43 • • X 2 = 86 245 • • X 1 = 24 5 7s • • 5

5

Tempos de paragem por tear / hora

X

X

X

Trama 36

2 = 86 1 = 245 16 = 1125 5

110'

X

X

X

2225

Trama 24

2 = 86 • 1 = 245 • 24 = 168ª . 5

X X

X

Trama 12

2 = 86 5 1 = 245 45 = 3155

278'

425 5

Tempo útil em percentagem

Tempos úteis de produção:

[3.600- (45 x 7)]100 - - - - - - - = 91 %

(3.600-110) 100

3.600

Nos teares a utomáticos .. . ... ... ... ... T 1 =

= 97 % 3.600

. . procedendo às necessárias substituições, obteremos

Utilizando o fio de trama n.º 24 Utilizando o fio de trama n.º 36

24 16

95 % 97 %

(3.600-222) 100

= 94 %

utilizando trama 36 .. . .. . . .. T 2 = 3.600 (3.600-278) 100

Nos teares mecânicos

Estabeleçamos agora as correspondentes «cargas de trabalho», por tear/ hora.

utilizando trama 24 .. . .. . . .. T, =

= 92 %

3.600

Teares mecânicos «Tempos trama 12 standard»

7 155 90 5 5

Mudança de lançadeira Mudança de canela . . . . .. Vigilância do tear .. . .. .

,

X

,

•• •

45 = 315 45 = 6755 x 1 = 90 5 5

X.

X

X

1 080 5

Tempo de actividade por tear / hora na carga de trabaiho

24 = 168 24 = 3605 x 1 = 90 5

5

utilizando trama 12 ... ... ... T, =

16 = 112 16 = 240'5 x 1 = 90

,

X

X

442

5

Aumentando o número de quebras de fios por tear/ hora, os tempos úteis de produção decrescem, e teremos: Para 3 rupturas da teia e 1 dos fios de trama

Fixadas as «cargas de trabalho» por tear / hora, determinamos qual o número de teares que cada operário poderá conduzir, com aproveitamento total. Nos teares automáticos ... ... ... Nos teares mecânicos utiliz~~d~ tra.~a :36 ... ... ... Nos teares mecânicos utilizando trama 24 ... ... ... Nos teares mecânicos utilizando trama 12 .. . ... ... 0

Empregando o fio de trama n.º 12 .. . ... ...

=

2,8 (3) teares

1.0805

Empregando o fio de trama n.º 24 ... ... ... ... - - - - 4,9 (5) teares 618

= 88 % 3.600

5

5

618

(3.600-425) 100

trama 36

trama 24

...

.. . ...

...

96 93 91 87

% % % %

Para 3 rupturas da teia e 2 dos fios de trama

95 92 90 86

% % % %

teia Co~hecida a variação dos tempos úteis de produção em função do número de rupturas de fios de meroe de trama por tear/hora, vamos agora calcular as cargas de trabalho e, consequentemente, o núe eares que, com aproveitamento total, será possível atribuir a um tecelão.

5

Empregando o fio de trama n.º 36 ... ... ... .. . - - - - 6,9 (7) teares 442 5

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Para duas quebras de fios de teia e uma de fios de trama por tear/ hora:

,.. Teares mecânicos

«Tempos Teares standard» automáticos

43 5 245 75 155 90 5

Quebras de teia . . . ... Quebras de trama Mudança de lançadeira Alimentação Vigilância

X

X

2= 1=

865 24 5

X

X

x 1=

Carga· ·cte trabalho em cada tear

90 5

2 1 X 16 X 16 x 1

• •

Trama 24

Trama 36

= = = = =

865 • X 24 5 • X 1125 • X 240 5 • X 90• . x

2 1 24 24 1

865 X = 245 X = 1685 X = 3605 X = 90 5 x =

5525

200 5

728 5

Trama 12

2 1 45 45 1

= = = = =

865 245 3155 675 5 90 5

1.190 5

III - O custo dos salários por tear/ hora dos operários que intervêm directamente na produção Sobressai desde já que o número do fio de trama em utilização é de fundamental importância .no tempo útil de funcionamento do tear mecânico, e ocupação do tecelão; porém, ele não deixa de ter interesse na «carga de trabalho» do tecelão do tear automático, ou mais propriamente na do operário encarregado de guarnecer as «re~ervas» dos teares.

Comprimento de trama inserido por minuto 200 x 1 m = 200 metros Peso do fio contido na canela: 30 g (Tubo «Northrop»)

Te ares por tecelão:

Comprimento do fio contido na canela e seu tempo de desenrolamento. no tear:

T'eares automáticos ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. - - - - = 15,3 (15) teares 200

F io de tra ma n.º 12 .. .. .. 30 x 12 x 1,69 =

60 5 X 51m

=

utilizando trama 36 =

Fº d lO

60 5 X 51 m

Teares mecânicos

utilizando trama 24 =

= 4,2 (4) teares 728 = 2,6 (2) teares

T12 =

Aumentando o número de quebras de fios as cargas de trabalho por tear/ hora crescem também, e o número de teares que, com aproveitamento total poderemos atribuir a cada tecelão será:

= 12,5 5,1 3,9 = 2,4

Nos teares automáticos

No' teare' mecânico'

1

utilizando trama 36 utilizando trama 24 utilizando trama 12

(12) (5) (4) (2)

teares teares teares teares

Para 3 rupturas de teia e 2 de trama

= = = =

11,4 4,9 3,8 2,4

2 quebras teia 1 quebra trama

Te ares oper.

Teares automáticos Teares mecânicos: utilizando trama utilizando trama utilizando trama

Tempo útil

Te ares oper.

Tempo útil

(11) (5) (4) (2)

X

Tempo útil

3,04

=18

Donde o número de teares por operário encarregado de alimentação : Para trama 12 ...... 437 :18 ... .. . 24 te ares Para trama 24 ······ 437: 9 ···· ·· 48 te ares Para trama 36 ······ 437: 6 .. .... 72 teares

m

60m x 0,95

T24 =

9

T"" = - - - - = 6 9,12

Teares oper.

34

100

%

15

97

%

12

96

%

11

36 ... ... 24 ... ... 12 ... ...

7 5 3

97 95 91

% % %

5 4 2

94 92 88

% % %

5 4 2

93 91 87

% % %

5 4

2

Tempo útil

95

5

CUSTO DOS SALAfUOS POR TEAR/ HORA QUANDO SE PRODUZEM DUAS QUEBRAS DE FIOS DE TEIA E UMA DE TRAMA (2)

Empregando fio de trama n. º 12

%

92 % 90 % 86 %

Empregando fio de trama n.º 24 Empregando fio de trama n.º 36

( 1) Normalmente haverá que descontar aos tempos úteis, em:·percentagem, 2 % para montagem de teias, corte de peças, paragens acidentais, etc.

Concluiremos, assim, que também para este operário o número de teares é proporcional ao número de trama empregue. . Podemos agora elaborar um quadro comparativo do custo do salário por tear/hora nos teares automáticos e mecânicos, e dos resp~ctivos tempos de utilização, tomando como base as «cargas d_e trabalho calculadas para 3, 4 e 5 rupturas de f10, por tear/ hora.

m

Sendo o tempo «standard» de trabalho sobre uma canela de 7" o oper ário poderá colocar por hora: ' 60 X 51mm - - - - = 437 canelas

3 quebras teia 2 quebras trama

...

... ...

24

60mx 0,95

teares teares teares teares

3 quebras teia 1 quebra trama Teares oper .

X

6,08 m

Resumindo os valores obtidos, estabelecemos o seguinte quadro comparativo do número de teares que será possível distribuir a um tecelão, e dos respectivos tempos úteis de produção, conforme se produzem ou não rupturas de fios (1). Sem quebras

e trama n.º 24 ...... 30

60m x 0,95

1.190

Para 3 rupturas de teia e 1 de trama

m

Tomen_ios o tempo de utlização atrás calculado para três intervenções por tear/ hora _ 95 % (97 % _ 2 %)- O nu~ero de canelas por tear/ hora que resultará para cada um dos n , d f" d t. sera 0 seguinte : ' umeros e 10s e rama,

60"x 5lm

utilizando trama 12 =

608 608 metros ... - - = 3,04 200

1.216 1,69 = 1 216 metros ... - - = 6,03 m 200 1.825 Fio de trama n. º 36 ..... . 30 x 36 x 1,69 = 1 825 meros t ... - - = 9,12 m 200

5,5 (5) teares

552

20

Faremos assim o cálculo dessa «carga standard» e do número de teares a distribuir a este operário, segundo os números de fios de trama que temos considerado, pois de outro modo não poderemos comparar os custos dos salários:

C>~) (

(

Teares automáticos

Teares mecânicos

1

S. h./T (3) = 0,108 S.h./ T (3) - S. h./ T (3) = 0,50 S. h./T ( 3) 2

_1 +-1 ) 15 48

»

_ 1 +-1 ) 15 72

»

1 = 0,087

»

»

= 0,25

»

»

= 0,20

»

4 1

.1.

= 0,080

» ·5

2 ( ) Ad "t" · rru imos, por hipótese a iguald d d , . e e salar1os para os tecelões e para o operário encarregado de guarnecer as reservas dos teares. ' ( ª) Salário horário/ tear.

ª

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REVISTA APETT 21


Quando se produzem 3 quebras de fios de teia, e uma, ou duas quebras de fios de trama, os salários dos teares mecânicos permanecem sem alteração, porque não varia o número de teares atribuídos a cada operário.

,..

, Variacão ou irregularidade de numero dos fios têxteis raJ

Quanto aos teares automáticos, o custo dos salários aumentará, e atingirá os valores seguintes: 3 quebras de fio na teia 1 quebra de fio na trama

Empregando fio de trama n.º 12

( 12+24 1

1

)

I

3 quebrasde fio na teia 2 quebras de fio na trama

S.h/ T (") = 0,125 S.h/ T (')

(

1

l

l

1

-u+-;

)

S.h/ T ( 4 ) = 0,133 S.h/ T Empregando fio de trama n.º 24

( 12+48 1

l

)

S.h/ T (4 ) = 0,104 S.h/ T ( 1)

(

11+48

)

Por: José de Sousa Machado Ferreira Neves

S.h/ T ('1 ) = 0,112 S.h/ T

fhJ

(Continuação do número anterior)

Empregando fio de trama n.º 36

(

1

l

12+7z

\

)

S.h/ T ('1) = 0,097 S.h/ T (-')

(

1

1

11+7z

)

S.h/ T ( 4 ) = 0,105 S.h/ T

IV -

Considerações finais

Tentamos, ·com o presente trabalho, apreciar a influência da qualidade dos fios, no comportamento dos teares · automáticos e mecânicos, quer sob o ponto de vista dos custos relativos dos salários por tearihora, quer dos rendimentos teóricos por máquina. Precisaremos que somente nos interessamos por estes dois aspectos - certamente os mais su· gestivos quando tomados como termos de compai·ação -, mas que apenas representam parcialmente a influência do factor qualidade; razão pela qual o nosso trabalho não é completo. Não poderão também as conclusões a extrair dos valores alcançados corresponder à justa medida desses valores, porque trabalhamos com tempos «standard» estrangeiros e não sabemos ainda em que medida eles se ajustarão às nossas fábricas . Feitas pois as devidas reservas, cremos que poderá o leitor concluir ... ! Quanto a nós diremos apenas que se a qualic dade do fio - apreciada através da sua resistência, regularidade e elasticidade - é de grande interesse, quando do seu trabalho nos teares

(4)

mecamcos, ela é de fundamental importância relativamente aos teares automáticos. Com efeito, nos teares mecânicos o número de teares por operário é sempre limitado por falta de automatismo, representando um número considerável de quebras de fios apenas um pequeno aumento do já elevado tempo de intervenção por tear e, assim, um decréscimo pouco sensível das limitadas possibilidades do tecelão. Quanto aos teares automáticos, são justamente as paragens por quebras de fios, que mais significado têm na «carga de trabalho» do tecelão, resultando assim que o número de teares que cada operário pode conduzir é imediatamente condicionado pelo comportamento dos fios no tear. É, de resto, pela quase supressão das rupturas de fios aliada a um estudo completíssimo dos tempos de actividade e organização do trabalho, que fábricas de alguns países estrangeiros conseguem distribuir mais de 50 teares por operário, sem quebra de rendimento. Com efeito, tendo-nos sido dado observar várias fichas de «tempos de actividade» recolhidas em fábricas dos Estados Unidos da América, em nenhuma delas se produziram mais de duas quebras por tear/ hora para artigos utilizando fios de cor, e uma quebra por tear/hora para artigos crus.

6 - Formas de «controlar» e de diminuir a variação do número dos fios. a) - Na manta do batedor. Como se disse, as causas susceptíveis de provocarem variações de número nos fios produzidos em um ou mais contínuos de fiar - e que, em princípio, possuem o mesmo título nominal-, remontam essencialmente às cardas e à sua alimentação. Por consequência, um dos primeiros cuidados a ter diz respeito ao co~trôle de peso da manta do batedor que, alem de ter um peso nominal, deve, em todos cs casos, ficar dentro de tolerâncias de peso bem definidas, em geral--1-- 2 %. Não é suficiente, no entanto, que a manta possua um peso médio dentro dos limites fixados. Ê ainda necessário que o seu peso seja bem uniforme ~~ longo do ccmprimento, metro a metro, cenmetro a centímetro. Repare-se que um centímetro de manta de número 0,0.016 Ne irá influenciar 100 metros de um fio 16 N e e 200 metros de um fio 32 Ne, comprimentos de fio que " Ja sao susceptíveis de influenciar o número d o mesmo. A boa regularidade da manta depende co~o ~e sabe, do bom trabalho de toda a ma~ quinaria de abertura e limpeza, do normal fun-

Salário horário/tear.

cianamento das ventoinhas, do estado dos filtros, da boa conservação dos níveis do algodão nas caixas de alimentação, da eficácia do regulador de pedais, etc. Periodicamente, deve ser feita uma determinação dos pesos da manta, metro a metro, com os quais se determina o coeficiente de variação. Procuramos junto da indústria nacional colher informações acerca de valores de c.v'. dos quais pudéssemos inferir uma tabela de apreciação. Com os dados obtidos, chegamos à seguinte conclusão, que apresentamos sob certa reserva e a título provisório:

c.v . Muito Bom Bom Médio Deficiente Mau Muito Mau

(%)

< 0,9 0,9 ...;.- 1,2 1,2 ...;.- 1,5 1,5 ...;.- 1,8 1,8 ...;.- 2,1 > 2,1

(a) Este trabalho foi publicado nos números 22/ 23 da KFolha Têxtil», boletim do Instituto dos Têxteis. (b) Director do Gabinete de Estudos Técnicos da Delegação no Porto do Instituto dos Têxteis e professor de Tecnologia Têxtil da F . E . U. P. e U. M.

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23


CVr (100 m) %

CVr (100 ml % = 3.82

= 1,20

X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X XXX X XX XXX X X X XXX XXX X X X XXX XXX X XXX XXX X X X XXX XXXXX X X X XXXXXXXXX XX X X X X XXXXXXXXXXXXXXX X X X X XXXXXXXXXXXXXXX X X XXX XXXXXXXXXXXXXXX X XX xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx X X 1 1 i i 420 440 460 400

i

. 380

de 100 metros de fita da carda igualmente mais · grossa ou mais fina; e que as variações, metro a metro, da manta darão lugar a variações de peso entre porções de cerca de 100 metros. (Na Fig. 6 temos um diagrama que mostra a distribuição dos valores do peso de porções de fita de carda, com 100 metros de comprimento. O coeficiente de variação destes valores é de e.V. = 3,8 % (Ver Boletim Uster, já citado) .

X X X X

X~~ ~

XXX X XXX X XXX X XX XXX XXX XX XXX XX XXX XX

xxxxx xxxxx xxxxx

X

X X

X X X X X X XX XX

Mediante um dispositivo automático de regulação do número da fita da carda, é possível diminuir acentuadamente a dispersão dos valo~ res, chegando-se a obter um e.V. = 1,20 % (Fig. 7).

XXX XX XX XXX

xxxxx xxxxx

XXX XX XX XXX X

xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxxxxx

X

XX

X

480 g/100 m

460

440

420

Um tal dispositivo constitui a única forma de diminuir as irregularidades que afectam grandes comprimentos da fita da carda e que, posteriormente, provocarão irregularidades de número.

XX XX

g/100 m

Fig. 7

Fig. 6 Distribuição dos valores do peso de 100 metros de fita da carda. n1. ) ' d" •t carda com regulação automática À esquerda, em cada normal (C. V . = 3,82 70 ; a u-e1 a , em

Na fig. 8 vemos a; ·distribuição dos valores do peso de porções de 10 metros de fita da 2.• passagem da laminador, sendo o coeficiente de variação desses valores de 2,63 %, enquanto que, na figura seguinte, temos uma distribuição muito menos dispersa, em resultado de serem utilizados nos laminadores fitas provenientes de cardas equipadas com dispositivo automático de regulação:- neste caso o e.V. = 0,56%.

(e.V.= 1,20 %). X

X X X

X X

XX XX XX XX

X

X X X X

40

X X X X X XXX XXX XXX XXXX

X XXX XXX X XXXX X XXXXXX X XXXXXXXXX XXXXXXXXX X XXXXXXXXX X XXXXXXXXXXX

xxxxxxxxxxxxxxxxxxx 1 1 1 1

X

41

xx xx xx XX xxx xxx xxx xxx xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx xxxx

CVr (10 ml % = 0,56

CVT (10 m) % = 3,09

42

43

44

45

X X X X X X X X X X

Sabe-se que a passagem normalmente feita em dois laminadores com dobragens de 6, vai melhorar o coeficiente de variação das fitas alimentadoras de tal forma que, estatisticamente, existe a seguinte relação:

XXX XX XX XXX XX XXX XXX XX X X X X X X

1

1

46

47

xxxxx xxxxxx xxxxxx

1

X

48 g/10 m

xxxx~x

42

.....,

e .v. s

43

g/10 m

Fig. 9

Fig. 8 Distribuição dos valores do peso de 10 metros de fita do primeiro laminador. A esquerda, o laminador foi alimentado com fitas de carda normal sendo o e.V. = 3,09 %; fitas de carda com auto-regulação, sendo o e.V. = 0,56 %.

b) -

Na carda.

As irregularidades de peso existentes ao longo da manta transmitem-se à fita da carda,

24

à dfreita, o laminador colll

Fig. 1C

embora com comprimentos ampliados de cerca de 100 vezes. Quer dizer que 1 metro de manta, mais grossa ou mais fina, irá dar lugar a cerca

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( *)

sendo e.V.E o coeficiente de variação do material à entrada e e.V.s o coeficiente de variação do material à saída. Contudo, esta regularização é benéfica, sobretudo para as irregularidades de pequenos e médios comprimentos de onda que, muitas vezes, se formam por deficiências mecânicas das cardas ou dos próprios laminadores ou em resultado da própria onda de estiragem. Mas tem um efeito bastante reduzido sobre as variações de grandes comprimentos de onda, tais como as que podem provir da manta do batedor. Assim, para obviar ao efeito das mesmas, só resta o recurso a regularizadores automáticos que, como no caso do sistema U.C.C. da Uster, vai influir sobre a velocidade da alimentação da carda, sempre que a fita à saída começa a apresentar-se fora do número nominal. Como a detecção dos desvios é feita à saída da carda e a correcção é feita à ·e ntrada, existe um tempo de espera até que o efeito da correcção se apresente. Numa carda de alta produção, o comprimento de correcção é de cerca de 25 metros o que significa que só após a saída de 25 metros de fita o desvio se apresentará corrigido. Obviamente, este sistema de correcção não é indicado para eliminar irregularidades de pequenos e médios comprimentos de onda; no entanto, existe um outro sistema já apropriado para este fim ( *). c) Nos laminadores No que respeita à acção dos laminadores, o mínimo que deve fazer-se é um contrôle rigoroso do número saído do segundo laminador. Esse contrôle, constituído pela medição, várias vezes em cada dia, do número da fita saída da laminador mediante a pesagem de porções de 6 a 10 metros, poderá levar-nos a alterar o pinhão de estiragem quando o número estiver fora da tolerância admissível, em geral ± 2 % (fig. 4). Contudo, se pensarmos que um laminador moderno trabalha a velocidades de 200 m/min., ou mais, vemos que, em 1 hora, a máquina debita 200 x 60 = 12 000 metro.s. Daí concluirmos que nem com uma grande frequência de determinações de número se teria qualquer garanti a de o manter constante, pelo que a manu-

«Un S ys t eme ' d e Regulation pour Ia Filature sans Passages d'Estirage», Boletim USTER, n.o 24.

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ter Tex-Alarm que, além do mais, regista em diagrama os valores relativos do número permitindo, em qualquer altura, um conhecimento da qualidade da produção.

Para tanto, bastaria evitar 11nn. irregularidade de número da fita da carda que viesse a provocar uma inaceitável variabilidade de número entre as bobinas saídas da máquina Open-end.

Caso da fiação «Üpn-end», com desperdícios de penteadeira

Fig. 11 Nas figul'as A e B, as cm·vas de distl'ibuiçã-0 vel'ticais repl'esentam as val'1açoes de númel'o dentl'o de cada bobina de um lote de fio (Coeficiente de variação = C.V.w) . As cul'va.s hol'izontais !'epresentam as variações de número entre todas as bobinas do lote do fio. Em A, os valores médios do númel'O do fio nas divel'sas bobinas afastam-se significativamente uns dos outros. Em B, as diferenças entre valores médios do número do fio das diversas bobinas são bastante pequenas em relação ao caso A. A melhoria do coeficiente de variação total, (C.V.t) resultante da diminuição das dife1·enças entre bobinas pode conseguir-se mediante uma conecção automática na alimentação da carda.

tenção da constância do número pela alteração da iestiragem é bastante utópica! - Assim, só um sistema de regulação automática no laminador poderá conseguir uma efectiva constância do número da fita (*) se as provenientes · das cardas tiverem· uma deficiente regularidade. Sendo, em geral, a detecÇão feita à saída do laminador e a correcção feita por meio de uma variação do valor da estiragem, existe uma certa diferença de tempo e, portanto, passa um certo comprimento de fita, antes que a correcção tenha lugar. Esse comprimento de correcção é de 3 a 6 metros, o que significa que irregularidades de comprimentos de onda superiores àquele comprimento serão corrigidas.

Camo s,e sabe, o sistema de fiação «Üpen-end» elimina o torce uma vez que aquela máquina de fiar é a limentada por fitas de :número ha:biiltualmente obtidos à saí.da dos laminador es ( * ) . Assim, a constância do número entre os fios das diversas tur•binas 01U «fusos » depende, .directamen:te, da constâ:ncia do número das fiitas existentes nas <l:Lversias ]la tas dos !amimadores. P or outro lado, o s istema de fiação Open-end presta-se, especialmente bem, a fiar algodões de fibras curtas ou irregulares como, por exemplo, os desperdícios de penteadeiras. Mas esta matéria-prima, devido à grande quantidade de fibras curtas, suporta mal as estiragens que, no sistema Open-end seriam as dos laminadores. Assim tem sido considerada, com certo êxito, a hipótese de fiar directamente a fita proveniente da carda.

Para se conseguir um tal objectivo, parece ser solução eficaz a utilização de uma carda equipada com dispositivo de contrôle automático munido, completamente, com aparelhagem de eliminação de variações de pequenos comprimentos de onda. (U.C.C - S.): (Boletim Uster, n.º 24). Em tais circunstâncias, a fita da carda está em condições de alimentar directamente o contínuo Open-end e de dar aos fios dele saídüs uma excelente regularidade de número (conforme se vê nas distribuições das fig. 13 e 14, que respeitam a fios Open-end produzidos com fitas de carda, no primeiro caso sem qualquer regulação, e, no segunda, com regulação automática U.C.C.-S. O C.V. dos valores do número do fio passou de 2,42 % para 1,51 %). A fig. 12 representa dois espectrogramas de fitas de carda produzidas com desperdícios de penteadeira, com e sem regulação automática. No caso A, em que não houve regulação, vê-se um a centuado defeito periódico de 1,2 m

(C.V. ) 8

No sistema de fiação com duas passagens de laminadores, o sistema de regulação auto,.. mática ou auto-regulador é aplicado na primeira passagem de maneira que as variações de pequeno1s comprimentos de onda ·e ngendradas naquela passagem possam ser eliminadas ou reduzidas pela dobragem no segundo (fig. 5) . De qualquer forma, não seria aconselhável a supressão de uma 2.ª passagem de laminadores, se se tiver em conta a conhecida teoria dos «crochets » ( **). Existe aparelhagem que permite fazer uma apreciação contínua do número da fita saída dos laminadores e que pro.vaca um alarme sempre que os desvios ultrapassam os limites estabelecidos. Citamos, por exemplo, o sistema Us-

1cm 1,5

2

3

4

5 6 7 8 10cm 15

20

30 40 50 60

80 1 m

1,5

2

3

4

5 6 7 8 10m 15

Fig. 12 Esp ectrogramas sobrepostos de fitas de carda, sendo A o de uma carda normal com irregularidade Uster de U = 2,5 % e coefi ciente de variação (entre pesos de 1 yd) de C.V. = 45 %, e B o de uma carda com regulação automática, sendo irregularidade Uster de U = 1,4 % e coeficiente de variação (entre pesos e de 1 yd) de C.V. = 0,48 %.

ª

( *) Ver Boletim USTER. n.0 24 . ( ** ) Ver «Presença de Crochets» e «Sentido de alimentação das Fitas e Mechas», do Prof. Raes, em «Ciclo de Confe-

rências realizadas durante a II Exposição Têxtil Internacional», edição da Associação Industrial Portuense. ( *)

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«Contribuição para o estudo técnico e económico do novo s istema de fia ção «Open-end», do autor : Porto. 1971/ 72

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.. CVr (100 m) % = 2,42

CVT(l00m)% = 1,51

:X= 20,5

x= 19,6

X X X

Contentores

X X

Camiões TIA

X X

X X

X

X

X

X X XX X X XX XX XX XX X XX X XX X XX X XX X XXX X X X XXX XX X X X X

)<

X

x x x x x x x x x x xx x

X XXXX XXXXX XXX X XX X XXXXXXXXXX XX XX XX

X

X

XX XX

19

20

21

22

Nm

Fig. 13

19

Recepção permanente

XX XX XX

À

Rua do Rio S/ N - 4260 PORTO

Importações Exportações Grupagens Apoio Completo junto das Alfândegas

Tráfego Armazenagem - Seguros

20

Fig. 14

Distribuição dos valores do número de um fio 20Ne «Open-end ...

FERREIRA & RENATO, L.ºA

Carga Aérea

xxxxxxx xx xx xx x x x xxx x xx x x xxx xx x x x xxx x

X X

---~-

Nm

Trânsitos Internacionais

XX

XXX X XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX

X

Organismos oficiais e Bancos

Tels. 400765 - 483172 - 498540 - 486138 Telex 23105 - lperce P Att Ferena

REPRESENTANTES EM PORTUGAL DE:

esquerda, relativos a um contínuo alimentado por

fitas de carda normal. A direita, referentes a um contínuo alimentado por fitas de carda com regulação automática.

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k

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de comprimento de onda e um seu primeiro harmónico de período igual a 60 cm. Tanto um como outro desapareceram, como se vê, no espectrograma relativo à fita obtida com regulação automática. Escusado é dizer que aquele defeito de comprimento de onda igual a 1,2m daria, no fio, após uma estiragem superior a 100, uma irregularidade de comprimento de onda superior a 1,2 X 100 = 120 m e, portanto, afectando o peso de 100 metros, isto é, o número do fio.

quência dos ensaios e os comprimentos das amostras e procurando ·actuar manualmente tão depressa quanto possível, quando existem desvios excessivos. A segunda, em usar processos mais sofisticados de correcção automática ou auto-reguláveis, na carda ou no primeiro laminador que, além de proporcionarem uma constância do número do material, permitem diminuir a quantidade de ensaios e, sobretudo, atingir um nível de qualidade que, de .qualquer forma, se não obteria.

TRANSITARIOS, L:DA.

A SOLUÇÃO EM TRANSPORTES

A primeira, a de reforçar ou melhorar todos os métodos clássicos de contrôle, desde o batedor aos laminadores, aumentando a fre-

COI BASA, SA- UGB -

ETC.

SR. ANUNCIANTE Se pretende uma publicidade rd irecta e com

CONCLUSÃO

Neste trabalho procuramos sintetizar o que de mais recente existe acerca da variação de número de fio nas fiações, indicando quais os seus efeitos, quais as causas e a forma de as remediar ou diminuir. Neste aspecto, podemos distinguir duas formas:

TECNIC GALI, SA- MOLINÉ, SA

o máximo de proveito faça-a na Revista APETT. Mas porquê?

BIBLIOGRAFIA

A. SPRATLEY DA SILVA &F.º1, l.ªA

«A Irregularidade dos Fios Têxteis - Sua Origem, Medição e Aná lise», de José de Sousa Ma::hado Ferreira Neves - PORTO, 1968. «0 Estatística nos Ensaios Têxteis», de José de Sousa Machado Ferreira Neves - PORTO, 1968. «Uster News Bulletim>, n. 0 • 15, 24 e 25, respectivamente, de Janeiro de 1971, Agosto de 1972, Novembro de 1976 e Novembro de 1977.

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Máquinas e Acessórios para a Indústria Têxtil

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Ar Condicionado

Porque a Revista da APETT é di:Jtribuída directamente aos seus associados que são, por seu lado, quem vai ter o poder de decidir da utilização dos produtos ou máquinas mais convenientes.

Se efectivamente concorda ser este o meio de comunicação mais adequado, contacte-nos para

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Revista APETT Rua do Campo Alegre, 144-1.' Telefone, 65041/5 Teleg.: RELLOM Telex: 22766 4100 PORTO

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Departamento de Publfoidade Rua Cónego FerJ"eira Pinto, 71 - 2.º 4000 PORTO

29


,

li SEMINARIO N

FIBRAS DE ALGODAO Por: TIL-Transportes Internacionais, Lda.

"

(rescif1lento de umq lndúJtria

TEMA 4 - TRANSPORTES 1. Documentação 2. Seguros 3. Frete

4. Verificação de Avarias 5. Formalidades de Pesagem 6. Acção dos Controladores

7. Verificação de 'I'aras 8. Amostras para Reclamação 9. Selagem de Volumes

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(~1Ji/J~( ~:·

A Fisipe aumenlou a sua capacidade de produção de fibra acrílica para 23 .000 loneladas/ano para sal is fação das necessidades do Seclor Têxtil Naciona l.

Introdução

Manlém assim, a Fisipe, uma dinâmica criativa no desenvolvimento de novos tipos ele fibra contribuindo .para o reforço ela capacidade competitiva da Indústria Têx til Portuguesa

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~oSFIS/1>~

O caminho certo em Jiórqs TexteiJ 1'1,.,,,.:J,'='-s-

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A Fisipc. que dispõe ~"...$' de uma unidade produ1ora ,.,,,~ de elevada lecnologia ~.,,s,~so'l'"~"'" e recursos humanos especializados. actua sob uma filosofia ele empresa inovadora reali zando. atrav~s da sua Di visão de Marketing e dos Serviços Fisipe. uma política de apoio pcrmanenlc que acompan ha a fibra desde o seu nascimenlo ai~ ao consum idor final.

FISIPE

Nos nossos dias, dado o alargamento e intensificação das trocas comerciais inter-países, o transporte é um vector essencial na cadeia das transacções internacionais. «Não há comércio sem transporte». O comércio é a transferência de propriedade das mercadorias. O transporte permite ao comprador receber as mercadorias que adquiriu. A escolha apropriada das vias e meios de transporte faz com que as mercadorias transitem com a maior rapidez e economia. Assim, também na utilização de um transporte serviço e preço são duas noções e reter, não sendo, embora, sempre fácil combinar as duas, por entre a multiplicação das operações e intervenientes envolvidos. Como «Arquitecto do Transporte», o Transitário é um ele importante na cadeia das trocas internacionais de mercadorias, cabendo-lhe estudar e propor as melhores soluções de transporte em cada caso. O shipping é, de longe, o meio de transporte mais utilizado na importação das Fibra~ de Algodão. Mas é de referir um considerável desenvolvimento de transacções procedentes da Europa, com utilização preferencial da via rodoviária e do caminho de ferro. Por se tratar, portanto, da mais marcante, vamos analisar nesta comunicação, fundamentalmente, a problemática das importações de Fibras de Algodão por via marítima.

Vamos fazê-lo, necessariamente, à luz da expe- • riência adquirida em muitos anos de actividade e, como é evidente, com os .condicionalismos de factores de vária ordem, cujo estudo e discussão é necessário e urgente fazer-se por serem condicionantes de uma verdadeira política de transportes internacionais de mercadorias, mas que julgamos não ser esta a oportunidade de o fazer. Muito especialmente, os problemas existentes no Portô de Leixões são motivadores de enormes perturbações, que oneram drasticamente as mercadorias que ali se movimentam. Tal situação, contrária aos interesses da economia nacional e regional, mantém-se inexplicavelmente e tenderá a agravar-se se não forem tomadas medidas que a corrijam. · Abordaremos, especialmente, as questões relacionadas com a recepção dos Algodões e as operações e formalidades subsequentes, já que sendo norma corrente os contratos CIF na compra das Fibras de Algodão, logo perde relevância e tratamento de frete em si, uma vez que este não compete ao importador. Todavia, não sendo, assim, o frete questão a tratar com minuciosidade neste tema, achamos que é importante não perder de vista o contexto global em que se insere o transporte marítimo de mercadorias . É que os direitos e obrigações neste campo não devem ser encarados sob a perspectiva bilateral carregador-transportador, demasiado simplista para abarcar a realidade subjacente ao transporte marítimo.

30 REVISTA APETT

31


O apuramento de .. teira transparênci·a responsabilidades, com in' no caso de s contencioso, só se pod , . . e gerar algum análise da posição d eradvenficar a partir de uma e ca a um do . t . no contrato de c s m ervementes ompra e vend · t · que o transporte mar't' . a m ernac10na1 (em i imo se mteg . elemento component ) d ra como simples ponsabilidade qu e ' e a quota parte de rese eventualment lh a título individual ou l'd, . e e possa caber, so i ano. Achamos, assim, que vale . neste tema um b , . pena mtroduzir compra e venda ri·1e1vteissim~ estudo do contrato de rnac10nal dad dade na problemáti d t. ' a a sua acuiqual foJ: o regime ca b o I ansporte marítimo, seja efectuar. so o qual esse transporte se

ª

-TRANSPORTE MARíTIMO E O CONTRATO DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL Acordo pelo qual uma se 0 b · parte (Exportador) nga a entregar a t determinad ou ra (Importador) preço certoa me~·cadoria, em troca de um ' estimado com anteced,encia. . A complexidade dos a . . gentes mtervenientes (Anexos 1 e 2) d e o regime legal d a melhor atenção P ' evem suscitar d d or parte dos pradores de for ven e ores e com' ma a serem a t l resses recíprocos. cau e ados os inte-

. A

fixação do momento de en . do da transferência da r . . tt ega, bem como rias e transferência d P. op1 zedade das mercado. os riscos são b vista jurídico font d . , so o ponto de ' e e muitos bl os quais a doutri'na e a . . pro emas, para Jurisprud' · soluções contraditór'ias. encia apresentam Estas dificuldades · cuito d t proJectam-se sobre o c . . e ransporte das . Z1 momentos e fases d mercadorias, no qual há (Anexo 3). e vulnerabilidade máxima Remetemos, finalmente ' para os INCOTERMS (Anexos 4 e 5) ' com uma desc . - 1' fica dos term . nçao iterária e grãos precisos a utiliz . . ar nos contratos de compra e venda . t . m einac10nais.

Assim, deverá traduzir com absoluta fidelidade as condições da transacção.

DOCUMENTAÇÃO

São os seguintes os princi a. gidos pela operação de im P documentos exiAlgodão, cujas funções int:~rtaçao das Fibras de 1 essa conhecer:

i:

a) B.R.I. (Boletim de Registo de I b) Conhecimento de Embar ~portaçao); priedade); que (Titulo de Proc) Delivery Order (Ordem d E d) F e ntrega) · actura Comercial. ' e) Certificado de Orig,em. f) Mod. 098 (Controlo Es~atístico I g) Controlo de Qualidade. mp. Têxteis); i; Certificado de Seguro; Mod. 5 (Código do Imposto de Transacções); a)

Noção:

Se forem subestimados e . re-se o risco de na 't' sses cmdados, cor. ' pra ica ser im , l mmar a responsabilidade d~ . - -- poss1ve deterpois cada elo atri'bu' , um elo da cadeia ira a respon b Td até que a reclama - d sa i i ade a outro, b çao o lesado acab rar na caótica confusã d . e por sossoMostra, infelizmenteº a os mte~;en.ientes. risco não é apenas t , . ' expenencia, que este eorico ' e que o me lh or e, pre. venzr.

1.

B .R.I. (Boletim de Registo d I e mportaçao)

b)

e)

<original) Documento assinado 1 .certificando a recepçã dpe o capitao de um navio, 0 metendo-se a entreg, 1 a mercadoria e comproa- as num porto d t . Na prática e Conh . e ermmado. ecimento constitu· t' propriedade _ sendo t b, i um itulo de nome -, podendo ser ::a:~ ~onhecido por este , cido ao portador, a uma pessoa determinada ou a ordem e t transmite-se por end , nes e caso, osso, sendo porta t t ulo negociável Quand n o, um tí. '. . o 1eva a mdicaçã , sem qualquer indica - d o «a ordem» é emitido à ordem dçao a pessoa, admite-se que o carregador e ttem de o endossar em branco , ' en ao, este pessoa. ou ordem de uma

ª

e)

Delivery Order

Documento normalmente ne . tador junto da entidad b , ~ociado pelo expore ancana na · serve para levantar o título d . or.igem, que entidade nele indicad a. e PI opnedade na d)

Factura Comercial

Factura provisória entre u . comprador, para que este og e pelo vendedor ao mente o preço que deverá P conhecer exactapara que possa efectuar P t ~ar. pela entrega ou da licença de importac- os ram1tes de obtenção

:sa

·ªº·

Certificado de Origem

Documento emitido pelas autoridades do país exportador atestando a origem de uma mercadoria, para efeitos da aplicação da pauta correspondente. Embora as Fibras de Algodão estejam livres de direitos, a Alfândega tem vindo a exigir este documento, criando-se alguns problemas em virtude do mesmo não ser enviado pelos vendedores do Algodão. Para obviar a tais dificuldades, a Alfândega tem deferido com base na carta do Instituto dos Têxteis (secção de padronização), sobre controlo de qualidade. f)

Mod. 098 (Controlo Estatístico de Importações Têxteis)

Emitido pelo Instituto dos Têxteis, sob pedido.

b . • o, passada pelo Ins, so pedido do Importador.

Conhecimento de Embarque

Mod. 5 (Código do Imposto de Transacções)

Documento a entregar em duplicado.

É a licença de importacã

tituto dos T'êxteis

i)

g)

Controlo de Qualidade

Certificado emitido pelo Instituto dos Têxteis, sob pedido do importador, em carta que deve indicar : h)

N.º do B.R.I.; Número de Fardos; Marcas por quantidade; Peso Líquido; Meio de transporte; Indicação do local de recolha de amostras.

Certificado de Seguro

Documento passado por uma companhia ou por um corrector de seguros, para atestar que a mercadoria está coberta por uma apólice de seguros. Representa o direito que o seu legítimo possuidor tem de se fazer embolsar do valor de qualquer avaria resultante dos riscos cobertos pelo contrato. É transmissível por endosso e deve indicar: a firma a favor da qual foi inicialmente estabelecido, que o pode endossar; as marcas, quantidades e demais elementos identificadores da mercadoria; os riscos detalhados que se acham cobertos; nome e endereço do agente dos seguradores ao qual o interessado deve dirigir-se em caso de avaria.

Como já se disse, os documentos atrás referidos são os essenciais para o funcionamento de um processo de importação de Fibras de Algodão, por via marítima. Se o transporte for em camião ou caminho de ferro, interferem, respectivamente, os documentos designados por CARNET TIR e CARNET 'I'IF, que fundamentalmente substituem o Conhecimento de Embarque. Finalmente, convém dizer que para todas as operações possam decorrer com normalidade, sem demoras nem agravamento de custos, é importante que o importador disponha à chegada da mercadoria da documentação, para que o desembaraço aduaneiro se processe de imediato. 2.

SEGUROS

Falamos já do seguro feito pelo vendedor, que deverá cobrir os riscos de Armazém a Armazém/ / Cliente. Ainda a propósito deste seguro feito pelo vendedor, é necessário tem em atenção que deverá ser pedida pelo importador prorregação do seu prazo de validade, no caso de demora do respectivo desembaraço aduaneiro. Um segundo aspecto a ter em conta é o seguro a fazer logo que o Algodão seja descarregado para armazém próprio do importador ou armazém ·do transitário. Ou pelo importador ou pelo transitário, deverá fazer-se de imediato a cobertura de seguro. E se o Algodão for descarregado para um armazém do transitário, o seguro deve cobrir, para além do risco normal de incêndio, os riscos de combustão expontânea e de roubo. 3.

FRETE

Sendo normalmente as compras efectutdas em condições CIF, o frete é negociado pela firma vendedora, o que prejudica a sua análise neste trabalho. 4.

VERIFICAÇÃO DE A VARIAS

No caso de àvaria, compete aos interessados tomar precauções e proceder de acordo com as condições da apólice, que lhe impõe, como a pró-

32 REVISTA APETT REVISTA APETT

33


pria lei , obrigações a cumprir, inclusivé as de tomar providências no sentido de minorar ou evitar que se agra ve o prejuízo previsto. No transporte, por navio, em carga convencional, se à recepção se verificar qualquer avaria, lavra-se reserva no verso do recibo de bordo, documento este que é entregue à agência do navio, e a partir daí se desencadeia o processo de reclamação. Quando em carga, por navio, não convencional (contentores) ou por outro meio de transporte, deve apresentar-se comunicação, por escrito, junto da firma ou agente a quem o transporte vem consignatado e, simultaneamente, deve ser pedida a comparência de um perito do agente da companhia seguradora, para verificar e certificar os prejuízos sofridos.

5.

FORMALIDADES DE PESAGEM

Para efeitos de despacho aduaneiro a Alfândega aceita normalmente o peso inscrito no Conhecimento de Embarque e/ ou Factura Comercial, confirmado pelos tiquets da báscula de tareação dos camiões transportadores. Pode exigir, mas é raro fazê-lo, que um fun- · cionário aduaneiro assista ao peso fardo por fardo. Mas a pesagem é fundamentalmente importante para o binómio vendedor/ comprador, já que ela vai determinar o peso exacto para efeitos de pagamento. dadeAssume, a:

6.

assim,

uma grande responsabili-

ACÇÃO DOS CONTROLADORES

Com admissível alteração de peso, e em alguns casos raros das próprias taras, os fardos são pesados um a um. Esta operação de pesagem requer condições materiais e de espaço, que se tornam necessariamente onerosas nos armazéns dos transitários. Mas requerem, também, qualidades de lisura por parte dos intervenientes, dando-se até o caso de algumas vezes o controlador (caso dos transitários)

O mais normal é uma interveniência tri-partida no controlo do peso fardo a fardo, isto é : um controlador nomeado pelo vendedor, um representante do comprador e um elemento responsável do Tr. nsitário.

Nesses casos, vem normalmente indicado na factura comercial o nome da entidade nomeada pelo vendedor para controlador. -

Com a emissão de «Landing reporb> fica terminada a operação de controlo do peso, que por razões de interesse mútuo se deve realizar com a brevidade possível

----:-::-:--:-:-=:-;J;;:r:;:-;;;;~~;;;i~~;-:4hn e· a . arães de Almeid por L ui, s Manu el Meneses Guim

RÉSUMÉ

7.

VERIFICAÇÃO DE TARAS

Assiste à firma importadora o direito de verificação das taras. Normal_rnente os importadores prescindem deste controlo. A fazer-se, haverá, em princípio que respeitar a disposição n. º 117, da Regra de Liverpool, que determina o controlo das taras segundo o seguinte esquema: - até 50 fardos achar a tara de 5 fardos; - até 70 fardos achar a tara de 7 fardos; - mais de 100 fardos achar a tara de 10 fardos.

8.

AMOSTRAS PARA RECLAMAÇÃO

Quando se deparam divergências na apreciação da qualidade do Algodão, o importador avisa o vendedor, directamente ou através do se uagente em Portugal, da sua discordância em relação à qualidade de Algodão recebido. O vendedor, face à reclama ção, transmite instruções sobre a quantidade do Algodão recebido. O vendedor, face à reclamação, transmite instruções sobre a quantidade de amostras a retirar. Normalmente a retirada de amostras cobre a totaliade dos fardos + 15 % ou 20 % para serem entregues ao importador. As amostras retiradas são introduzidas dentro de sacos, com a indicação do número de fardo a que diz respeito, os quais são selados pelo controJ, ficando a aguardar resolução.

· 9.

Mercerização _ Principais lnovaçoes, . Científicas e Tecnolog1cas

Da nossa experiência ressalta uma franca harmonização dos interesses mútuos.

Com este certificado haverá lugar às correspondentes indemnizações, pela via que o importador acertar com o vendedor. Resumindo: -Estes riscos de avarias remete para a importância das condições da Apólice e de uma pronta actuação no caso da constatação de avarias.

ser simultaneamente representante dos interesses do vendedor, que o nomeia controlador, e dos interesses do comprador, na qualidade de seu transitário.

SELAGEM DE VOLUMES Analisando na alínea anterior.

34

.· . ales nouveautés appaOn présente les prm;1p dans le domaine du ·, s annees · r ues ces dermere . des tricots, mercensage mercerisage: mercensage 'de mercerisage à sec , a, chaud mercen·sage sous ' mercensage · des . l'vi 'de ' · l' momac iqm ' , traitement a am d'autres fibres et meme avâ~articles ne contenant pas mélanges de coton. le traitement alcalm de coton. SUMMARY . . g process. that mercenzm h Inovations on t the . years ar e reviewed ' with t e appeared m rec~n brics mercerizing, hot. n:ieremphasis on : kmtted fa . . g dry mercenzmg, • mercenzmg · · . of cerizing, va~uum. mercenzm id ammonia, treatment with cotton blends andhqu even a 1e ali treatment of fabncs containing no cotton. 1.

INTRODUÇÃO

_

a mercerizaçao ' · em que se baseia · glês O princ1p10 do químico m 0 foi descoberto em 1844! .quanuma solução concenJ Mercer pretendia ub~~.ar (produto vulgarmente de hidróxido de :'º ti.o a) armazenada numa causartículas ic . .a em conheci'd o po~ soda . de ma d eu . pipa. Para ehmmar a~ pão através de um tecido suspensão, filtrou a so uç ntão que o tecido e~­ de algodão e apercebe~:se 1e Estudando este fenocolheu de forma aprec1ave . 'ficou que os tecid~s meno mais em. detalhe, ve~bsorviam muito mais de algodão a respectiva pacorante. Emassim 1850 tr~tad~icada fm pu

t~ada

1

tente ( ). • tarde é que H. Lowe Só quarenta anos. mais lhimento durante . edmdo d , 'do enco de sódio o teci'd o d e descobriu que, imp t hi rox1 o tratamen o .c?m um brilhoo notável (' 2 ). algodão adquma

*

. e tecidos de algodão co?1 O tratamento de f10s ·a. , 'do de sódio a frio luç t das de h1 rox1 . , . so ões concen ra t te corren t e J'a' desde o imc10 começou a serHoJe b~s em an d'ia, podem distinguir-se os deste século. seguintes termos:_ t atamento for efectuado - Mercerizaçao, se o r sob tensão; to for efectuado - , se o tratamen . Caustif1caçao f tensa - o• e norma 1om raca sem tensao ou c ·s baixas do que mente a conce_?traçoes mm . na mercerizaçao. t. dicionalmente ven. . . problemas r a . t . Os prmc1pms . mercensaçao são os segum es. ficados com ar tecidos de ma- Dificuldade em m~~c:~~ de tensão durante lha, devido aos pro. e

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·

o tratamento alcal~~o~ ão de um molhante - Necessidade da. ut~~~t~mente alcalino, em estável em me10 . amente elevada, sobreconcentração rela~iv m artigos em crú. Para tudo se se mercenza lh nte a sua presença além do custo do mo ~ das soluções de dificulta a recuperaçao lavagem. d , gua e poluição. - Problemas ?e consumo h~d~óxido de sódjo A eliminaçao ~otal c~~ efeito à utilizaçao das fibras obnga. de água e mesmo d elevada quanb~ade e r ao a uma neutra izaç . . t'gos em misrcenzar ar - Dificuldade em me damentel de algodao tura de fibras, nome~ com celulose regenera ablemas assistiu-se, Para a resolução de~tesdproa um ~enascer de . sobretudo na u'lt'im.a deca - a,bre a mercenzaçao, trabalhos de in~esbgaçao :~ecimento de diversos os quais conduzrram verdadeiramente revoprocessos, alguns dos a~~~ q lucionários.

*

·

. do da Universidade do Minho. Professor Associa

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35


Nos parágrafos que se seguem, sem pretendermos ser exaustivos, procuraremos analisar sumariamente as principais invenções científicas e tecnológicas surgidas com vista ao melhoramento e alargamento do tratamento de mercerização. Muitos dos processos que referimos têm já hoje uma implementação industrial apreciável.

menta. Esta operação pode repetir-se, incluíndo uma neutralização com ácido ( 3 ). Embora seja uma máquina de baixo preço, especialmente conveniente para pequenas produções, não se consegue uma perfeita uniformidade no tratamento.

2.1.2. 2.

MERCERIZAÇÃO DE TECIDOS DE MALHA

A mercerização efectuada sobre fios é uma operação cara e que não permite produções elevadas. Por outro lado, a mercerização efectuada directamente sobre os tecidos tricotados põe diversos problemas práticos, dado que a fraca estabilidade dimensional destes artigos impede a aplicação das fortes tensões usuais nas mercerizadeiras tradicionais para teCidos-tecidos e dificulta uma uniformidade do tratamento, que se traduz em irregularidades num tingimento posterior. Foi só na última década que os construtores de máquinas têxteis conseguiram resolver mais eficazmente este problema, existindo actualmente as seguintes alternativas: Malha aberta

l

processos descontínuos processos semi-contínuos processos contínuos

Malha em manga - essencialmente processos contínuos. Não pretendendo referir nomes de fabricantes, podemos dizer que, em linhas gerais, o funcionamento das diferentes máquinas se baseia no seguinte:

2.1.

Malha aberta

Quando se trata duma malha de teia ou duma malha jersey obtida em teares rectilíneos ou circulares, há a tendência para um enrolamento das partes laterais quando tratada em aberto. Por isso, torna-se necessária, em qualquer dos tipos de máquinas para mercerizar malha aberta que a seguir se descrevem, a existência dum dispositivo especial para a introdução da malha, muito mais sofisticado do que no caso dos tecidos. Este tipo de instalações permite, com pequenas adaptações, mercerizar não só malha aberta como tecidos.

2.1.1.

Processos descontínuos

A mercerização em descontínuo é feita num foulard, ·uma das máquinas mais antigas para mercerizar tecidos. A peça de malha é impregnada tom a solução de mercerização e enrolada. Depois é transferida para um outro rolo, sendo nessa passagem lavada com água muito quente. Efectua-se depois uma nova passagem para o rolo inicial, realizando-se nesse momento novo enxagua-

36

Processos semi-contínuos

A impregnação é feita duma forma contínua, num elemento semelhante ao existente numa mercerizadeira sem cadeias . No entanto, logo a seguir, a malha é enrolada num tambor perfurado, através do qual se vão fazer passar as sucessivas soluções de enxaguamento e neutralização ( 4 ) .

2.1.3.

Processos contínuos

Neste caso, utiliza-se uma máquina praticamente análoga a uma mercerizadeira sem cadeias para tecidos. No entanto, para além do dispositivo especial da introdução das peças, existe a possibilidade de comando independente da velocidade por pequenas secções, de forma a minimizar as tensões exercidas sobre as peças durante todo o processo ( 5 ).

2.2.

Malha em manga.

As instalações actuais para mercerizar peças de malha sob a forma tubular trabalham duma forma contínua. A impregnação é feita num com· partimento usual, com a malha sob a forma plana. O «coracão» deste tipo de máquinas é a fase de estabiÜz~ção: a malha é colocada sob a forma de tubo, cujo diâmetro é regulável, e no qual, por aspersão de água quente, a concentração de hidróxido de sódio sobre as fibras é gradualmente reduzida. Consegue-se assim que a tensão seja exercida duma forma uniforme sobre o tubo - o que é impossível quando se trata a malha sob a forma aberta ( 6 ). Embora este tipo de instalações não permita normalmente mercerizar malha aberta e tecidos, dada a concepção da secção de estabilização, é possível, em certos tipos de máquinas, a utilização do compartimento de impregnação como «foulard» de mercerização, transformando-o numa máquina do tipo descrito em 2.1.1. Embora do ponto de vista da estrutura física das fibras a mercerização efectuada sobre malhas seja menos eficaz do que se fosse efectuada sobre a forma de fios, apresenta a grande vantagem de conceder aos artigos uma maior estabilidade dimensional. 3.

MERCERIZAÇÃO A QUENTE

A mercerização é uma operação tradicionalmente efectuada a temperaturas entre 10 e 20ºC. Com efeito, o poder inchante das soluções de hidróxido de sódio é tanto maior quanto mais baixa for a temperatura <7).

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Existem no entanto diferentes condicionalismos que, na prática, podem pôr em causa a aplicação deste facto científico. Assim: - Quanto mais baixa for a temperatura, mais lenta é a penetração da solução de mercerização nas fibras. - Como na prática nunca se mercerizam fibras individualmente mas sim sob a forma de fio, tecido ou malha, e na maioria dos casos sob tensão, o inchamento das fibras é limitado. Ora como a baixas temperaturas a penetração é lenta e o poder inchante das soluções de hidróxido de sódio é mais forte, verifica-se que são sobretudo as fibras mais exteriores na secção dos fios que apresentam um grau de mercerização mais elevado (8 ). É ainda necessário ter em conta que, como a mercerização é um fenómeno exotérmico (são libertadas nas condições habituais 27 Kcal por Kg de celulose), e para além disso a própria preparação da solução de hidróxido de sódio é exotérmica, torna-se obrigatória uma instalação frigorgfica para poder mercerizar a temperaturas inferiores a 20ºC. O funcionamento da instalação frigorírica é caro e origina frequentemente problemas. Já nos anos trinta tinha surgido a ideia de mercerizar a quente (9), mas este processo foi na altura ignorado por investigadores e industriais. Só na última década é que se voltou a tentar quebrar o mito de mercerizar a frio. Inicialmente, foi proposta a solução de mercerizar em duas etapas, começando-se a quente sem tensão, permitindo uma boa penetração da solução nas fibras, e seguindo-se uma estiragem e um arrefecimento durante o qual se vai dar o maior inchamento das fibras (1 º). Posteriormente, e atendendo à dificuldade e ao custo de aplicação industrial deste processo a duas fases, foi proposto efectuar a mercerização só a quente, o que parece conduzir a resultados bastante aceitáveis ( 11 ) ( 12 ) . A presença de molhante é praticamente desnecessária . No entanto, o aquecimento da solução de mercerização a temperaturas elevadas (superiores a 60ºC) conduz a maior corrosão da maquinaria e a um maior ataque das fibras celulósicas por oxidação. Em nossa opinião, entendemos que, de qualquer forma, é desnecessária a operação de arrefecimento, o que conduz a que a mercerização seja feita a uma temperatura de equilíbrio entre 30 e 40ºC num processo contínuo. Esta solução de compromisso está já a ser adaptada em várias empresas com resultados bastante satisfatórios . 4.

MERCERIZAÇÃO SOB VAZIO PARCIAL Para obviar à necessidade de introdução de quantidades apreciáveis de molhante na solução de mercerização, sobretudo se se mercerizarem tecidos crús ou apenas desencolados, uma das solu-

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ções propostas é a aplicação de vazio para eliminação do ar dos tecidos, permitindo assim uma mais rápida e eficaz penetração da solução de hidróxido de sódio nas fibras. Assim, numa máquina de mercerizar sem cadeias adaptada a este sistema, existe uma bomba de vácuo, imediatamente antes da introdução do tecido no banho de mercerização, a qual aspira o ar do tecido enquanto este passa sobre um cilindro de aço inoxidável polido recoberto duma camada de politetrafluoretileno de forma a ser estanque. Já no percurso final do tecido na câmara de vazio, inicia-se a penetração da solução de mercerização ( 1 3 ). 5.

MERCERIZAÇÃO A SECO

Este processo foi desenvolvido industrialmente por um fabricante alemão na sequência da descoberta do engenheiro sul-americano José A. Vico (u). O processo é simples: impregnação da solução de mercerização num foulard, pequeno repouso e secagem em râmula. Segundo os autores, o artigo pode ser armazenado durante vários meses antes de ser lavado. Os autores apresentam sobretudo resultados de experiências efectuadas sobre malha, evidenciando um aumento do rendimento colorístico bastante superior ao obtido na mercerização clássica. No entanto, nada é afirmado sobre a alteração das propriedades mecânicas. De notar que todo o material utilizado neste processo, nomeadamente a râmula, tem de ser num aço especial para que não seja atacado pelas soluções muito concentradas de hidróxido de sódio a quente. 6.

TRATAMENTO COM AMONíACO LIQUIDO

O hidróxido de sódio é um produto de baixo preço e que conduz a bons resultados na mercerização do algodão, mas a sua eliminação é difícil e conduz a uma forte poluição da água. Assim, experimentaram-se outros agentes alcalinos, tendo hoje em dia aplicação industrial o amoníaco líquido. Foi já na segunda metade do século XIX que se comecou a estudar a )'1fluência do amoníaco líquido s.obre o algodão. Os primeiros resultados verdadeiramente científicos surgiram entre 1925 e 1937 (1 5 ). No entanto, só em 1967 é que apareceu a primeira patente de aplicação industrial (16 ). Alguns anos mais tarde, os industriais dos países mais desenvolvidos comecaram a interessar-se por estes processos, devido a.os problemas de poluição e de consumo de água. O tratamento é efectuado a - 35ºC durante escassos segundos . O amoníaco é eliminado ou por evaporação ou por passagem do artigo em água

37


a 95ºC (choque aquoso). Em qualquer dos casos, a recuperação do amoníaco é fácil. Convém ter em conta que certas misturas de amoníaco com ar são explosivas e que uma pequena quantidade de amoníaco sobre um tecido já emite o característico cheiro e é tóxica (11 ). Embora as alterações na estrutura cristalina da celulose não sejam as mesmas, os efeitos práticos obtidos com este tratamento são análogos aos obtidos com a mercerização clássica, mas em geral menos pronunciados. A uniformidade obtida é no entanto maior (1 8 ). A utilização deste processo à escala industrial é ainda reduzida. Em 1978 existiam apenas nove instalações em todo o mundo para tratar tecidos com amoníaco líquido ( 1 8 ) .

- É já corrente o tratamento de caustificação de artigos contendo apenas fibra celulósica regenerada, nomeadamente viscose. A concentração de hidróxido de sódio é naturalmente mais baixa. Consegue-se assim um rendimento colorístico bastante maior, devido a uma absorção do corante preferencialmente à superfície das fibras. Este tratamento assume particular importância para artigos que vão ser estampados ( 2 1 ). - Mais recentemente, foi proposta a caustificação de artigos 100 % poliéster, que conduz a um toque bastante agradável, semelhante ao da seda (' 2 ).

RELATÓRIO WERNER REES1.RUTURACÃO DO SECTOR E ADESÃO À CEE I

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

7.

MERCERIZAÇÃO DE MISTURAS DE ALGODÃO COM OUTRAS FIBRAS

A mercerização de misturas de algodão com poliéster não põe grandes problemas, dada a reduzida sensibilidade do poliéster em meio alcalino a frio. Já o mesmo se não verifica com as misturas de algodão com celulose regenerada, nomeadamente de algodão e viscose. Com efeito, a viscose apresenta uma apreciável solubilidade nas soluções de hidróxido de sódio, sobretudo a baixa temperatura (19 ). Este problema da mercerização de misturas de algodão e viscose suscitou há já bastantes anos as seguintes medidas ( 2 º) : - impregnar a quente - adicionar cloreto de sódio à solução de mercerização - mercerizar com hidróxido de potássio - enxaguar com elevada quantidade de água quente - adicionar cloreto de sódio à água de enxaguamento. No entanto, a aplicação industrial dalgumas destas técnicas é economicamente inviável. Assim, ainda hoje, muitos consideram impossível mercerizar artigos em mistura de algodão com celulose regenerada. Apesar disso, é já hoje, possível mercerizar estas misturas praticamente nas mesmas condições que artigos 100 % algodão, desde que sejam tomadas certas precauções (8 ). Voltaremos a este assunto num próximo artigo.

8.

TRATAMENTO ALCALINO DE ARTIGOS NÃO CONTENDO ALGODÃO

Embora este assunto saia já um pouco do âmbito a que nos propusemos neste artigo, não queremos deixar de referir que:

38

Mercer J., GB-PS 1396 (1850). Lowe H., GB-PS 4452 (1890) . ( 3) Anon., Melliand Textilberichte 57 (1976), pág. 1001-1002. (4) Anon ., L'Industrie Textile 1061 (1976), pág. 633-634. ( 5) Weber H., Textilveredlung 13 (1978), pág. 519-521. ( 6) Euscher G. e Wirth E., Deutscher Farber Kalender 1981, pág. 107-117. ( 7) Warwicker J . O., Jeffrie_s R., Colbran R. L. e Robinson R. N., «A Review of the Litterature on the Effect of Caustic Soda and Other Swelling Agents on the Fine Structure of Cotton», Shirley Institute Pamphlet n. 0 93 (1966) . (8) Meneses Guimarães de Almeida L.M., «Etude de I'Influence des Conditions de Mercerisage sur les Propriétes des Fibres Cellulosiques», These Doct. Ing, . Université de Haute Alsace, France, 16 de Junho de1978. ( 9) DT-PS 637908 (1936) . ( 10 ) Bechter D., Fiebig D. e Heap S., Textilveredlung 9 (1974), pág. 265-275. ( 11 ) Duckworth C. e Rusznak I., «A Transformation in Cotton Processing», Proc. 10.° Congresso da I. F. A. T. C. C., Barcelona, Maio 1975, pág. 343-376. ( 1 2) Bechter D., Textil-Praxis 33 (1978), pág. 75-77 e 177-180. ( 13 ) Packschies W., Textil-Praxis 31 (1976), pág. 1170-1180. ( 14 ) Gottschalk K. H. e Stuhlmiller M., Teintex 45 (1980) , pág. 25-26. ( 15) Hess K. e Gundermann J., Berichte der Deutschen Chemischen Gesellschaft 70 (1937), pág. 1788. ( 16) Sentralinstitutt for Industriell Forskning and Norsk Tekstilforkninstitutt, GB-PS 1084612 (1967). ( 17 ) Jakobson I. L'Industrie Textile 1017 (1972), pág. 833-837. ( 18 ) Bredereck K., Textilveredlung 13 (1978) , pág. 498-506. ( 19 ) Davidson G. F., Journal of the Textile Institute, 27 (1936), pág . T 112. ( 2 º) Mecheels O., Melliand Textilberichte 17, (1936), pág . 725 e 804 . ( 21) Hermans P . H., Textile Research Journal 18, (1948) , pág. 9. ( 22 ) Rotgers A., Chemiefasern/Textilindustrie 29/ 81 (1979) pág. 135-138. , (1) (2)

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por Prof. Doutor Mário Duarte de Araújo Universidade do Minho

1-

Introdução

Os benefícios económicos da entrada de PORTUGAL na CEE são extremamente amplos ( 1 ). No entanto, o primeiro a considerar é o alargamento do nosso mercado que passará de cerca de 10 milhões para cerca de 300 milhões de habitantes (se incluirmos a Espanha) o que irá permitir que as restrições ao desenvolvimento da indústria portuguesa imposta3 pelo pequeno tamanho do mercado desapareçam. Por conseguinte as empresas que conseguirem expandir as suas vendas após a en . trada na CEE poderão reduzir os seus custos industriais uma vez que o tamanho das operações lhes permitirá beneficiar de maiores «economias de escala». Neste contexto, torna-se fundamental que o nível de investimentos se eleve consideravelmente para permitir a optimização do tamanho das operações e a implantação dos equipamentos e técnicas mais recentes que muitas vezes o pequeno tamanho do mercado não justificaria. É naqueles sectores da indústria que são mais fortemente «capital intensivo» que as «economias de escala» na produção terão maior significado (fiação, tecelagem, malhas e ultimação). Contudo a maioria das empresas (mesmo as de confecção)

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só poderão beneficiar fortemente de «economias de escala» em marketing, aprovisionamento, serviços técnicos e de apoio, se na realidade o tamanho das suas operações for significativamente maior que a média actual. Por outro lado, o conceito de «vantagens comparativas» implica que cada estado membro da CEE se deverá especializar na produção daquilo que melhor sabe produzir, trocando assim os produtos da sua especialidade por aqueles da especialidade de outros países membros. Neste contexto a nossa indústria têxtil e do vestuário encontra-se numa situação óptima , uma vez que é dos poucos sectores da indústria portuguesa que se encontra desenvolvida ao ponto de contribuir para a economia nacional duma maneira significativa: - valor acrescentado > 25 milhões de contos (25 % do total das indústrias transformadoras) - contribuição para o PNB = 10 % do total (cerca de 20 % do produto das indústrias transformadoras) - valor da exportação (1978) > 30 milhões de contos (30 % da exportação total do país).

39

,


Assim sendo, e tendo em conta que a indústria têxtil dos países da CEE se encontra em grande declíneo, não parece haver grande dúvida que a nossa indústria têxtil e do vestuário poderá em princípio penetrar e expandir as suas vendas no mercado da CEE, havendo no entanto, necessidade de satisfazer dois requisitos primordiais: - reconversão rápida do sector (2) - renegociação do acordo mutifibras em moldes que permitam um grau adequado de proteccionismo à indústria têxtil e do vestuário portguesa no seio da CEE (3), (4), (5), (").

2 - Sistema tecnológico De cerca das 2000 empresas que constituem o sector apenas uma dezena se encontram devidamente apetrechadas pelo que a situação na maioria das restantes pode considerar-se em grande parte dramática. No que diz respeito ao parque de máquina8, este encontra-se na generalidade obsoleto, existindo ainda uma proliferação de marcas e de tipos de maquinaria na mesma unidade, o que leva a um custo elevado da sua manutenção e a uma quebra de produtividade. Por esse motivo os métodos de avaliação da qualidade dos produtos bem como a sua homogeneidade tornam-se altamente duvidosos, os sistemas de controlo de desperdícios são coisa rara, e a variedade de produtos intermédios fabricados numa unidade é geralmente excessiva *. No que diz respeito às dimensões das empresas, é geralmente aceite que uma empresa bem dimensionada e equilibrada pode-.-reduzir consideralvelmente aos seus custos operatórios, tornando-se mais eficiente e rentável, podendo assim resistir às pressões da concorrência e às oscilações da procura. A importância relativa da dimensão da empresa/«economias de escala», varia de sector para sector, sendo a sua importância, por ordem decrescente, a seguinte:

l.º Algodão (em especial a fiação e os acabamentos) 2.º Lã 3.º Malhas 4. º Confecção Por outro lado, tendo em conta: a) que a minimização dos custos operatórios leva as empresas à utilização máxima dos seus capitais fixos (prédios e instalações, maquinaria e equipamento laboratorial, serviço de vendas, aprovisionamento, controlo de qualidade, tempos e métodos, concepção do produto, etc.), (*) Variedade elevada de tipos de fio, tecido, malha, etc.

b) que devido ao avanço tecnológico ser cada. vez mais rápido há necessidade das emprezas rapidamente amortizarem os seus parques de máquinas para os poderem substituir por outros mais produtivos,

QUADRO II - da Indústria Têxtil e do Vestuário Evo1uçao na Década de 80 Sectores

TORNA-SE ESSENCIAL QUE TODAS AS MÁQUINAS DA EMPRESA TRABALHEM 168 HORAS POR SEMANA. A título exemplificativo pode mensionar-se que numa empresa do sector algodoeiro verticalmente integrada a dimensão mínima é determinada pela produção de uma linha de abridores/batedores a funcionar 168 horas por semana, só assim sendo possível maximizar a utilização dos recursos. A dimensão da cardação, preparação à fiação, fiação, bobinagem, preparação à tecelagem, tecelagem, ultimação e confecção dependerá pois da quantidade de máquinas necessárias (a trabalhar 168 horas por semana) para equilibrar a produção da secção. de abridores/batedores. Uma análise recentemente efectuada à indústria (') leva às seguintes conclusões: - no sector algodoeiro 258 empresas (72,9 % do total) não podem ser consideradas como tendo dimensão industrial, - no sector laneiro 165 empresas (71,7 % do total) não podem ser consideradas como tendo dimensão industrial, - no sector de malhas, a dimensão não é tão importante, mas 335 empresas (68,5 % do total) não podem ser consideradas como tendo dimensão industrial, - no sector da confecção (vestuário), onde a dimensão não é muito importante, 226 empresas (57,5 % do total) não podem ser consideradas como tendo dimensão industrial. O quadro II indica a evolução futura que se prevê para cada sector da indústria têxtil e do vestuário a fim de as tornar viáveis no seio da CEE. Tal evolução acenta num aumento de produção anual até 1990 que se pode computar da seguinte maneira <em relação a 1978): QUADRO I

1985

1978

SECTOR ALGODOEIRO Fiações: Milhões de fusos N. o de fiações Dimensão minima-fusos Tecelagens: N .º de teares N.º de tecelagens Dimensão média-teares D:mensão minima-teares Tinturaria/acabamentos: N. o de unidades

181

2,1 2,2 85-90 60-75 24000 37000 33000 34000 160-180 80-100 205 420 TV 233 TV 356 TL 173 TL 346 116 80 241-266 52637

100-135 58676

355 132 2689

307 26-30 12000 9 300 3458 58-65 60 48

384 16-18 24000 18600 4113 37-44 110 96

49

24

21

N.º total de empresas N.º total de trabalhadores

230 20493

76-87 14419

62-71 17495

SECTOR DE MALHAS N. 0 de teares N .º de malharias Dimensão média-teares ± Dimensão mínima-teares

9444 489 18,6

-

9350 234 40 30

10838 180-200 60 40

N.º total de empresas N.º total de trabalhadores

489 8259

210 7683

190 8905

SECTOR LANEIRO Fiações: Milhares de fusos N. o de fiações Dimensão média-fusos Dimensão minima-fusos Tecelagens: N.º de teares N. o de tecelagens Dimensão mínima-teares ± Dimensão minima-teares

CONFECÇÃO N. 0 de máquinas Dimensão minima- máquinas N.º de empresas V M TL TOTAL

Legenda:

TV TL V M TL,

~alização

tec~lagem ~c~ba­

Embora esta situação possa rapidament: se~ financeiros deve referir-se contudo que a. gr a~d modificada e corrigida através de investimen os . . do pessoal que labora nestas empresas ma10na tem uma formação têxtil que se po d e co nsiderar recária o que leva a que, mesm? que os. parques máquinas e equipamentos seJam dos e o dimensionamento corrigido, o prorenova , . t e reso1v1·ao no que blema já não seja tão fac1lmen diz respeito à formação do pes,so~l u.m~ _yez que não existem ainda no nosso Pais I?stituiçoes pred tanto em termos de equipamento como ~=ra e:~~al, para poderem rapid~men~e dar r~s­ post~ às necessidades de formaçao ex1ste~tes ( _). Outro problema deveras preocupante e o sistema de concorrência que presentei:nente se p~a­ tica e que acenta sobretu~o no ba~xo preço , os d t Este sistema não e compativel em paises pro u os. • · acenta for-. industrializados onde a concorrencia . temente em critérios de qualidade, dest~gn,, nfov~­ dade e rap1·a ez de entrega · Por esse mo . ivo e u damental que se invista cada vez mais ~a concepão de produtos de alta qualidade func10nal, «de;ign» adequado e sobretudo com algo de novo, ue as empresas possam concorrer nos m~r:a os q Ides que baseiam toda a sua estrateg1a de ~~r~~ing na inovação, qualidade do produto e serviço pós venda (º) ·

~e

-

3718 146 25,5 -

Tinturaria/ acabamentos: N.o de unidades

1990

32,5 % 43,5 % 53,1 % 93,3 % 52,7 % 77,0 % 66,1 % 94,5 % 99,6 % 144,8 %

-

26000 253 77

1990

354 58191

N.º total de empresas N .º total de trabalhadores

N. 0 de trabalhadores

Fiação (lã e tecelagem) Tecelagem (lã e algodão) Malhas (tecido) Ultimação Confecção

1.6 115

1985

Há a acrescentar que existe u~a tendênci~ ara a reestruturação natural no sentido da vertiequilibrada fiação / / mento / confecção, parecendo _du~1?oso o . u uro das empresas nos sectores pnmanos Cs.obr ~tudo no sector algodoeiro) que não se verticahzem, isto é: a- ) 1) fiações autónomas (algo .ªº _ e tinturarias autónomas (f10s ~e algodao) e tecelagens autónomas (algod~o) _ . il ultimações autónom_as ~algodao) ~e nao .fizerem a comerciahzaçao de tecidos crus comprados 9 ultimações autónomas (malhas) - potencial limitado

393 440 20

53728 60 393 234 20

57734 60 393 180-200 20

853 501 69

647 63 016

583 67713

27940 -

= T'ecido para vestuário = Tecidos para lençóis = Vestuário =Malhas = Têxteis para o lar

~·~p1damente

p~ra

3 _ Sistema de gestão

.

,

.

Nos paise , s iºndustrializados a indústria d' textil · . d a passar para um plano secun ano, tem vm o d t d lta qualidade l"mitando-se a produzir pro u os e a (1 eralmente inovações) em sectores d~ pont~ e g . do c aracterísticas . de «capital mtens1vo» assumm 'm nem cada vez maior. Nos últimos ano~ pore ' . O nestes moldes tem conseguido sobrevn_rer mesm m facilidade. Por esse mo t"IVO os p aíses em vias . desenvolvimento, onde Portugal se podte . ·a . eitaram esta opor um der ar msen o, apr ov . d, t .as têxteis uma d ' _ P ara promoverem as suas m us n . f ir do baixo custo a mao na No presente momento por~mdo subir em espiral de obra em Por;.ugal, tem. và~stria têxtil e do vespelo que devera a nossa m

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tuário desenvolver-se de modo a tornar-se cada vez mais «capital intensivo», e dedicar-se fundamentalmente a artigos de qualidade e novidade para podermos vir a ocupar a lacuna que se vem formando devido ao declíneo em espiral da indústria têxtil dos países da CEE. No entanto, para gerir empresas com características tais como as dos países industrializados são necessários sistemas de gestão completamente diferentes daqueles que na maioria das empresas têxteis portuguesas no presente momento se praticam. A industrialização tardia do nosso País não permitiu ainda definir uma política concreta sobre formação em gestão de empresas, do que resulta uma lacuna em gestores devidamente qualificados. É certo que a emancipação entre o detentor do capital da empresa (investidor) e aquele que a controla (gestor) não se verificou de maneira tão significativa no nosso País como nos países industrializados do Ocidente devido sobretudo à protecção que as nossas empresas têm tido à concorrência agressiva de empresas estrangeiras. Este facto origina que uma parte muito significativa das empresas privadas possa ser constituída por unidades familiares, nas quais os membros da família ocupam funções importantes de gestão, não sendo muitas vezes as pessoas mais qualificadas para o fazerem. É de notar porém que nas empresas de maior dimensão, existem quadros compostos sobretudo por engenheiros e economistas, que se ocupam de funções de gestão, sem contudo terem formação específica em gestão de empresas (1°). A prevista entrada de Portugal na CEE vai exigir que as nossas empresas sejam competentemente geridas, pois a sua sobrevivência estará seriamente comprometida quando as protecções à indústria doméstica desaparecerem. Deve notar-se ainda que algumas das mais importantes empresas do nosso País não têm tido dificuldades de maior em equipar-se devidamente, possuindo por vezes um parque de máquinas extremamente moderno e equipamentos altamente sofisticados importados do estrangeiro. tJ «know-how» tecnológico também não lhes é muito difícil de importar. Quanto à organização, recorrem geralmente a «Management Consultants» sedeadas na Europa ou nos EUA que vêm ao nosso País organizar estas empresas e montar os seus sistemas de gestão. Em muitos casos porém volvido algum tempo após a partida dos «Consultores de Gestão», nota-se que a empresa se encontra novamente em crise administrativa, apontando-se como motivo que esta não possuía quadros com a capacidade e os conhecimentos de gestão necessária para dar continuidade e desenvolvimento ao sistema montado, ou então, que o sistema montado não se enquadrava perfeitamente nas realidades económicas, políticas e sociais do nosso País. Na realidade é extremamente difícil importar e aplicar com sucesso um sistema de «management», pelo que se torna iminentemente impor-

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tante que se introduzam no nosso País cursos de formação em gestão de empresas (1°) que embora inspirados em cursos estrangeiros de reconhecida reputação, também se adaptem às realidades portuguesas. É absolutamente fundamental que se crie o mais rapidamente possível em Portugal um grupo de «Consultores em Gestão» especializados na indústria têxtil (2) a fim de se poder levar a bom termo qualquer tipo de Reestruturação Sectorial que venha a ser legislada (prevista Lei Quadro do Sector Têxtil e do Vestuário). 4-

Conclusões É fundamental que a indústria têxtil e do vestuário se reestruturem, face às oportunidades que a nossa indústria terá após a integração de Portugal na CEE. Mudar é sempre difícil. Contudo, a maior dificuldade que surgirá na implementação do modelo sugerido (2) encontra-se sobretudo na reconversão do «lado humano da empresa», pois aqui há não só que modificar a maneira de pensar dos nossos industriais, mas também que formar técnicos e gestores capazes de conduzirem eficientemente a indústria têxtil e do vestuário do futuro que será- uma indústria cada vez mais sofisticada quer em termos tecnológicos quer em termos de métodos de gestão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS (1)

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Araújo, M. D., Folha Têxtil, n. 0 21, pág. 7-17, Lisboa, 1980 (A Evolução da Indústria Têxtil em Portugal Face à adesão à CEE) . Study for Restructuring of the Portuguese Textile and Making up Industies, Werner International, June, 1980. Arrangement Concernant le Comerce International des Textiles (Accord Genéral sur les Tarifs Douanieres et le Commerce), Genéve), 1974. Protocole Portant Prorogation de l'Arrangement Consernant le Commerce International des Textil, Genéve, 1977. Vicomte Etiene Davignon, in World Textile Trade, Conference Organized by British Textile Confederation and Textile Institute, London, 1978, pág. 10-13. (An EEC View). Small, R . S., in Managing Technological Change, Textile Institute, Manchester, 1980, (Marketing for sucess in the 1980's). Windsor-Pleydell, J ., in Simpósio Indústria Química nos anos 80, Ordem dos Engenheiros, Porto, 1981. Araújo, M. D., Folha Têxtil, n .0 22/ 23 pág . 52-64, Lisboa, 1981 e «Técnica Têxtil», Ano 45. N. 0 1, Porto, Março 1982, p. 22 a 28 (Educação e Formação Têxtil em Portugal: Que Necessidades?) . Araújo, M. D. e Moura Branco, C. in SINACT, Lisboa, 1979 (A Ligação com a Indústria em Projectos de Investigação como Instrumento de Promoção do Sistema Científico e Tecnológico Nacional). Araújo, M. D., in Encontro Sobre Formação em Gestão de Empresas, CIFAG, Lisboa, 1980 (Ensino PósGraduado em Gestão de Empresas) .

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CADERNO DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS TÊXTEIS-APETT I

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Caderno da A. P. E. T. T. A Associação Portuguesa dos Engenheiros e Técnicos Têxteis prossegue na concretização dos seus objectivos . Objectivos que se não esgotam porque se refazem a ci:rda . momento - aqui reside aliás a razão da existência da APETT. Esta a primeir a grande informação que queremos prestar aos nossos associados e dum modo geral a todos quantos nos lêm. Informação que encerra tudo-ou-nada daquilo que é nosso «mister» fazer : transformar sonhos em realidades concretas e concretizáveis e perspectivas em obras palpáveis. Dentro dos condicionalismos que temos por nor mais - somos uma Associação adolescente que embora com planos de vida bem definidos sente e vive os problemas normais de um adolescente continuamos na senda do progresso. Os feitos já conseguidos outorizam-nos a afirmação que acabamos de produzir. Porém, e não obstante, é fácil constatar uma certa descontipuidade na actividade da APETT, especialmente quando e se nos colocarmos no ângulo que permite visualizar os feitos e os factos já conseguidos e constatáveis pela e na ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E 'IECNICOS TÊXTEIS. Criar uma dinâmica própria que induza e anime todos os Membros Efectivos da APETT a par ticipar na vida da sua associacão e desse modo a usufruírem das inormes potencialidades que se lhes oferece e que lhe serão facultadas nos domínios da tecnologia têxtil, através duma troca de experiências e conhecimentos e, oferta (com os devidos e reconhecidos limites de segurança) recíproca de elementos de investigação já conseguidos nos vários domínios da actividade fabr il é a grande aposta dos que suportam a responsabilidade de gerir os ENGENHEIROS E TÉCNICOS TÊXTEIS, sobretudo se pensarmos que por ela pode passar o fluxo da cooperação que reper-

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cuta positivamente nos resultados da actividade de cada Técnico Têxtil, desse modo e por essa via no sector têxtil português que se impõe seja devidamente protegido.

INFORMAÇÕES V ÃRIAS Sede Social da APETT A APETT acaba de solucionar um dos mais graves problemas com que se debatia - a falta de uma Sede Social condigna e condizente com as suas reiiis aspirações - concretizando um contrato de arrendamento de um andar sito na Rua Cónego Ferreira Pinto, 71'-2.º (próximo da Boavista) . Estamos agora aptos a tirar das nossas actividades e intenções o máximo partido. Procuraremos a curto prazo (logo que a situação financeira o permita) preparar a nossa Sede para um apoio efectivo a conceder aos nossos associados; quer criando a tão desejada biblioteca técnica para uma consulta e estudo local, quer provocando ciclos de colóquios entre os membros da APE'IT.

ACTO ELEITORAL PARA OS CORPOS GERENTES DA APETT Como é do conhecimento dos nossos associados , o acto eleitoral para os corpos gerentes da APETT ocorreu no dia 24 de Abril do ano corrente. Ao acto eleitoral concorreu uma única Lista encabeçada pelo Associado n.º 1 JOSÉ DE MATOS FERREIRA. No acto eleitoral participaram 31,5 % dos Membros da APETT com capacidade eleitoral, dos quais 30,7 % votaram a favor da LISTA - registou-se uma abstenção nos votos expressos. O que mais se pode desejar neste momento, pas-

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sado que foi o acto eleitoral é que numa perfeit2sintonia de esforços - eleitos e eleitores - colaborem no engrandecimento da APETT. Corpos Gerentes da Associação Portuguesa dos Engenheiros e Técnicos Têxteis. ASSEMBLEIA GERAL Presidente 1.0 Secretário 2.0 Secretário

- Jorge Correia Monteiro - Luís Santos Guerra - Jorge Nogueira Alcântara Carreira

Assim, e pelos motivos expostos, a Direcção da REVISTA TÉCNICA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS T'ÊXTEIS, passa a ser da responsabilidade do Ex.mº Senhor Professor Doutor MÁRIO DUARTE DE ARAúJO (Universidade do Minho). O relacionamento entre as Direcções da APETT e da REVISTA TEC. APETT, fica assegurado pelo «ESTATUTO DA REVISTA DA APETT» para o efeito elaborado que estabelece os princípios básicos da interdependência dos órgãos .

DIRECÇÃO Presidente Vice-Presidente 1. 0 Secretário 2.0 Secretário Tesoureiro Vog al Vogal

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José de Matos Ferreira Jorge Manuel Carmo Gonçalves Paulo Tiago Pedrosa Machado Laurinda Moura Duarte Silva João Manuel Nogueira Gonçalves Maria Alice Carregosa da Silva Henrique Manuel Malheiro Dias

CONSELHO FISCAL Presidente - Artur de Castro Carvalho Neves Vice-Presidente - João Nuno Mougin Pena Monteiro Secretário Relator - Marcos Gonçalves Ribeiro Júnior

INICIATWAS EM PERSPECTIVA Sob a orientação do nosso coordenador de seminários e Vice-Presidente Eng.º JORGE GONÇALVES, está em preparação o nosso 3.º seminário este -versando um tema actualíssimo e cremos de interesse para a generalidade dos nossos associados: - a integr-ação de Portugal na CEE na perspectiva do sector têxtil português. Esboça-se ainda uma outra iniciativa de largo alcance - assim o cremos tratar-se da realização de um ciclo de colóquios versando todas áreas da indústria têxtil.

MUDANÇA DE DIRECÇÃO DA REVISTA APETT -, O elevado número de tarefas para que é solicitado o Presidente da Direcção da APETT - JOSÉ DE MATOS FERREIRA- tornam absolutamente inviável a acumulação daquele cargo com o de Director da Revista Técnica da APETT.

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O ENSINO TÉCNICO EM DEBATE A APETT vem sendo convidada a participar em reuniões de trabalho onde são debatidos importantes temas a propósito do ensino têxtil em Portugal, numa perspectiva de futuro. A tal propósito queremos sublinhar o nosso empenho em tudo que esteja ao nosso alcance pela dignificação do verdadeiro ensino têxtil em Portugal. - No campo do ensino propôs a APETT, em fins de 1979, a criação da via profissionalizante paralela à via do ensino, não como uma forma de aproveitamento daquelas-.. que jamais tivessem oportunidade ou capacidad; de continuar, mas sim como forma de: a) dar oportunidade àqueles que mais cedo pretendessem iniciar o trabalho ingressando depois no Instituto Politécnico; b) eliminar o fosso criado pela extinção do curso de Técnico Têxtil. - Em meados de Novembro de 1981, na reunião para reestruturação da Indústria Têxtil, propôs esta Associação, de novo, a preferência para a criação do curso de T'écnico Têxtil extinto em 1974 por força da reforma do ensino de 1973. - No que se refere às equivalências dos cursos tirados no estrangeiro, vai a APETT, accionar os mecanismos necessários com vista a fazer os devidos acertos. - Funcionamento da APETT ao público: A partir de Setembro, a APETT passará a funcionar ao público de segunda a sexta-feira, entre as 15 e as 19,30 horas na Rua Cónego Ferreira Pinto, 71-2.º - 4000 PORTO - Telef. 698713.

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Composto e impresso na Grรกfica Maiadouro -

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