Revista APETT Nº6-7

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A ASSO IACÃO P RTUGUES S E. TÉ ICOS TÊ

PREÇO: 2oosoo


REVISTA TÉCNICA DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS ETÉCNICOS TÊXTEIS I

DIRECTOR:

N.º1 6 e 7 MARÇO/JUNH0/83

MARIO DE ARAÚJO SUB-DIRECTOR : LUIS DE ALMEIDA

SUMARIO:

CONSELHO DE REDACÇÃO : PROF. DOUTOR MARIO DE ARAúJO PROF. DOUTOR LUIS DE ALMEIDA PROF. DOUTOR JOSÉ FIADEIRO DOUTOR ENG .0 JOSÉ FERREIRA NEVES DR. JOSÉ CAMINA ENG .º JORGE MONTEIRO ARTUR FARIA ENG.º RAúL BARROCA ENG.º E. M. DE MELO E CASTRO ENG .º FRANCISCO MAGALHÃES DR .' REGINA BYSCAIA SECRETARIADO: ENG .º A . C. CARVALHO NEVES (PUBLICIDADE! MARIA ALICE CARREGOSA (PUBLICIDADE) JOÃO GONÇALVES (ADMINISTRAÇÃO) ASSESSOR JURIDICO: DR . JOSÉ LUIS ARAÚJO REDACÇÃO: R. Dr. Antunes Guimarães, 378-3.º Dt .º 4435 RIO TINTO PREÇO UNITÁRIO: 200$00 ASSINATURA ANUAL: (4 núm.) 600$00 TIRAGEM : 2.500 Exemplares

EDITORIAL

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Calendário do mundo têxtil

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Noticiário

9

Perguntas e respostas

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Cartas ao director . ..

13

Glossário de termos têxteis

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Abstractos de artigos, patentes e normas têxteis

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Formação Profissional

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Fiação de fibras de baixa qualidade: estudo da sua rentabilidade

29

O controlo estatístico de qualidade de um fio

35

A elasticidade das malhas interlock

39

Quantificação técnica do efeito retardador em sistemas de tingimento de fibras acrí· licas com corantes básicos . . .

49

Caderno da A.P.E.T.T. . . .

63

PUBLICAÇÃO :rRIMESTRAL PROPRIEDADE : ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS TÊXTEIS

e


EDITORIAL Os comentários favoráveis que tem merecido a Revista da APETT não têm sido acompanhados do investimento necessário para que esta se possa desenvolver e publicar com a assiduidade pretendida. Efectivamente, os custos incorridos com a publicação da Revista são extremamente elevados e só poderão ser sustentados se os técnicos, as empresas e as entidades contribuirem cada um a seu modo para que a revista possa ser financeiramente viável. Embora a APETT conte já com 250 sócios, este número não parece ser muito significativo se tivermos em conta que existem mais de 2000 empresas no sector. Uma associação profissional, vertical, moderna, que ef ectivamente presta um serviço ao sector sem quaisquer fins lucrativos, deveria ter maior apoio de todos quantos trabalham na indústria têxtil e do vestuário. Ser sócio da APETT é investir no presente e no futuro. Numa altura em que a crise aperta há uma necessidade crescente das empresas que comercializam máquinas ~ equipamentos têxteis, bem como corantes, produtos e serviços subsidiários serem comercialmente mafs agressivas. Esta agressividade no mercado deve ainda ser extensiva às empresas que transacionam rqmas, fios, tecidos, malhas, confecções e serviços de acabamento, tingimento e estamparia, etc. Anunciar na revista da APETT poderá ser sem dúvida a maneira mais eficaz de dar a conhecer aos técnicos da indústria têxtil, os seus produtos e serviços. Uma indústria que · efectivamente contribuiu para mais de 10 % do PNB, para cerca de 20 % do produto das industrias transformadoras e é responsável por cerca de 1/3 das exportações do País deveria merecer apoio correspondente por parte das instituições públicas e privadas. A evolução tecnológica que se tem verificado na indústria têxtil e do vestuário leva a que os nossos técnicos sejam continuamente informados, actualizados e reciclados a fim de poderem contribuir mais eficazmente para o desenvolvimento do sector. A APETT e a sua revista encontram-se vocacionadas para dar esse apoio valioso, desde que tenham à sua disposição os meios financeiros para o faze rem. Apela-se pois às Associações Industriais do sector e aos organismos públicos a ele ligados que invistam no presente e futuro da indústria têxbil, contribuindo com os seus subsídios para o desenvolvimento da qualidade da inf armação e formação técnica na indústria têxtil e do vestuário. Mário de Araújo

P. S. Visite a sede da APETT Rua Cónego Ferreira Pinto, n.º 71, 2.º 4000 PORTO Telef: 698713

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produzimos fibra para transformar A Finicisa produz ramas de polyester/Terylene. Comercializadas em Portugal pela ICI Portuguesa. Actualmente utilizadas em grande escala pela indústria têxtil. A Finicisa conhece profundamente as características deste produto, por isso oferece todo o apoio técnico às indústrias transformadoras. Especialmente no campo da fiação e tecelagem abrangendo uma grande variedade de tipos de rama - desde o low-pill para malhas e tecidos, às fibras de alta tenacidade para linhas de coser. A Finicisa fornece informação: sobre novos métodos, novas técnicas, novos artigos.

a Finicisa produz. Você transforma ... ... mas podemos colaborar.

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Calendário do Mundo Têxtil por

JULHO 29 Junho -1 Julho

Londres (Reino Unido) Conferência sobre fadiga em polímeros Plastics and Rubber Institute 5-7 Julho

Leeds (Reino Unido) Conferência: Nylon- Retrospectiva e perspectivas Universidade de Leeds

Noémia Carneiro Pacheco

12-15 Julho

Birmingham (Reino Unido) APEC' 83: Mostra de Tecnologia de Vestuário: National Exhibition Centre Clothing and Footwear Institute 13-15 Julho

Edimburgo (Reino Unido) 12.º Intl. Conferência sobre a Engenharia de Controlo de Ruídos Institute of Acoutics

7-9 Julho

Madison, Wisconsin (USA) l.ª Conferência Anual sobre a criação de estruturas tecidas complexas Departament of Computer Sciense - Universidade de Manitoba

AGOSTO Research , Triangle Park, NC (USA) Simpósio de Verão American Association of Chemists and Colorists

11-15 Julho

New London (USA) Conferência: A Ciência das fibras Gordon Research Conferences - University of Rhode Island

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21-23 Agosto

Amesterdão (Holanda) Show de Moda masculina Vereniging Nederlà.nds Herenmodebours

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14-17Setembro 26-28 Agosto

4-7 Setembro

Colónia (RF A) Semana da Moda Masculina e Feira de Jeans Messe-und Ausstellungs GmbH

Dusseldorf (RF A) IGEDO: Feira Internacional da Moda Internationale Modemesse

r.

Londres (Reino Unido) MAB - Feira Internacional de Vestuário Masculino

Munique (RFA) Semana de Moda de Munique Internationale Fachmesse Fur 28-31 Agosto

Oslo (Noruega) Semana da Moda em Oslo Norwegian Fair Organization - Oslo 2

4-10 Setembro

Leip.zig (R.D.A.) Feira de Outono Leipzig Messeamt

Valência (Espanha) FIMIJ'S -17.ª Feira Internacional da Moda Infantil e Juvenil Feria Internacionale de las Industrias

6-9 Setembro

18-22 Setembro

Harrogate (Reino Unido) Feira Internacional de Tapeçaria Industrial e Trade Fairs

Utrecht (Holanda) INTERDECOR: Feira Internacional de Revestimentos para o solo e têxteis para o lar Royal Netherlands Industries Fair

8-9 Setembro

SETEMBRO Lille (França) INDIGO (Cdâções) Centre Art et Industries 1-4 Setembro

Copenhaga (Dinamarca) Semana da Moda Escandinava e Feira da Moda Masculina

Clemson (U.S.A.) Conferência: Automação no manuseamento de têxteis 9-12 Setembro

Munique (R.F.A.) ISPO - Feira internacional de artigos de desporto

20-23 Setembro

* OUT. Barcelona (Espanha)

Atlanta (U.S.A.) Mostra de bobinas 23-25 Setembro

Estocolmo (Suécia) Feira da Moda Stockholmsmassan

Colónia (RF A) Feira Internacional para crianças e jovens Messe und Austellungs GmbH

Nice (França) SCAME - Salão Côte d'Azur de Moda de Verão

Salzburgo (Austria) OSFA INTERNACIONAL - Feira Internacional de Artigos de Vestuário para Desporto

3-6 Setembro

11-13 Setembro

Paris (França) Salão Internacional da Moda Infantil

Bruxelas (Bélgica) VESTIRAMA - vestuário Textirama

Paris (França) Pronto a Vestir Feminino Intersaison Fédération Française du Pret à Porter

23-26 Setembro

Milão (Itália) MODIT - Mostra Internacional da Moda Feminina

13-15 Setembro

24-28 Setembro

Nova York (U.S.A) 4.ª Feira Anual de fio para malhas National Knitwear e Sportswear Association

Par is (França) Salão Internacional do Pronto a Vestir Feminino Féderation Françoi.se du Prêt-a-porter 24-29 Setembro

· 14-16 Setembro

Barcelona (Espanha) EXPOHOGAR 83 : Salão de Artigos para o Lar

Boston (U.S.A) 11 .0 Simpósio Técnico de INDA Inda

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30-2 Outubro

OUTUBRO

23-25 Setembro

3-6 Setembro

Madrid' (Espanha) IBERMODA - Salão Internacional da Moda Masculina

Leeds (Reino Unido) Conferência: A Física do Conforto Universidade de Leeds

10-13 Setembro

Paris (França) SEHM - Salão Internacional do Vestuário Mas, culino

30-12 Outubro

19-20 Setembro

Salzburgo (Austria) JIM-ER-es: Feira Internacional da Moda Juvenil Fachmessen, Salzburg.

3-6 Setembro

Harrogate (Reino Unido) Feira da Moda

Madrid (Espanha) IMAGEM MODA - Salão Internacional de Moda Feminina

10-13 Setembro

2-4 Setembro

Londres (Reino Unido) Feira Internacional da Moda Juvenil 27-29 Setembro

15-18 Setembro 28-31 Agosto

25-28 Setembro

Moda Internacional ·~

OUT. Barcelona (Espanha) Show Internacional de Vestuário de Malha 2-4 Outubro

Madrid (Espanha) INTERMODA - Salão Internacional do Pronto a Vestir 2-4 Outubro

Singapura (Tailândia) Singapura 83 Singapure Textile and Garment Manufacturers Association 2-6 Outubro

Leicester (Reino Unido) Conferência Anual da Federação Internacional dos Técnicos de Malhas 4 séculos de tricotagem 4-6 Outubro

Londres (Reino Unido) Conferência: Fibras e Têxteis de polipropileno Plastics and Rubber Institute

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5 Outubro

Boltar (Reino Unido) Conferência: Inflamabilidade Textile lnstitute Finishing Group 7-9 Outubro

Lisboa (Portugal) Portuguese OFFER - Hotel Ritz 9-11 Outubro

Zurique (Suíça) Modex PO II/83 - Salão Internacional de Moda Feminina 9-13 Outubro

Londres (Reino Unido) Semana de Moda de Londres British Fashion Council 10-19 Outubro

Milão (Itália) ITMA 83 - Exposição Mundial d'e Máquinas para a Indústria Têxtil Comitato Organizzatore di ITMA 11-13 Outubro

Nova Iorque (U.S.A.) 3.º Show de Tecidos Europeus Editions DIC 16-20 Outubro

Premiere Vision Mostra de Tecidos - Paris 19-21 Outubro

Bradford (Reino Unido) l.ª Conferência Internacional Têxtil Post - ITMA WIRA 23-26 Outubro

NOVEMBRO

* Telavive (Israel) Moda Israelita Israel Trade Fair Centre Ltd. 1-2 Novembro

Atlanta (U.S.A.) Tecidos e equipamentos industriais 1-4 Novembro

INTERSTOFF - 5. ª Feira Internacional especializada em têxteis para vestuário Frankfurt (Alemanha)

DACTEX - Exposição Internacional de Artigos e Têxteis para o Lar Birmingham (Reino Unido) 17-20 Novembro

Portex-Lar Porto (Portugal) 22-25 Novembro

A+ A - Exposição Internacional e Congresso sobre Segurança e Higiene no Trabalho Dusseldorf (Alemanha)

DEZEMBRO 2-5 Dezembro

Portex: Moda Outono/Inverno 84 Porto (Portugal) 6-9 Dezembro

ESMA-EUROTRICOT - Salão Mercado Europeu de Malha Milão (Itália)

ELISABETE CABEÇO SILVA

Nesta secção procuramos dar uma miscelânea de pequenas notícias de interesse geral, quer nacionais quer internacionais, extraídas das mais diversas fontes. Agradecemos, desde já, toda a colaboração que nos possa ser enviada para os próximos números da Revista. RINSON: FIBRA ACRíLICA ANTI-NôDOA DA ASAHI A ASAHI com a NIPPON SINTHETICS FIBERS, é a primeira firma japonesa a produzir uma nova fibra ~crílica do tipo anti-nódoa. Esta fibra denominada RINSON, será utilizada essencial~ente em artigos de tapeçaria e camisolas_ de crianças. Para 1983 prevêcse uma produção de 3.000 toneladas. Serão fabricadas dois tipos de RINSON, a RINSON regular e a RINSON FIRE PROOF com títulos de 15, 10, 7, 6 e 3 denier. U.S.A,:_ . COTAS . SOBRE IMPORTAÇÕES CHINESAS Os Estad~s Unidos acabam de impor restrições unilaterais às importações têxteis chinesas, devido aos maus resultados obtidos nas conversaçõe's entre os dois paíse~ que decorreram em Janeiro último, para renovar o respectivo acordo têxtil.

25-26 Outubro

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por

6-10 Novembro

Dusseldorf (R.F.A.) IGEDO - Feira Internacional da Moda Internationale Modemesse

Blackpool (Reino Unido) Conferência sobre revestimentos têxteis de solos (TIFCON) Textile Institute

NOTICIÁRIO

Actualmente as importações de têxteis chineses são · c~rca de 10 % das compras têxteis americanas ; Em 1982 atingiram 750 milhões de dólares.

* Datas ainda não confirmadas.

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AUSTRALIA: . PRIMEIROS EFEITOS À LIBERALIZAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES TÊXTEIS A supressão das cotas de importação para tecidos ligeiros de fios e fibras sintéticas e a baixa dos direitos alfandegários destes produtos de 40 a 2 % em Janeiro de 1982 permitiram ao Japão aumentar de 13 % as suas vendas de tecidos de fio de poliester e de 47 % de tecidos em filamento de fibra de poliester de Janeiro a Agosto de 1982. Os Japoneses mantêm-se prudentes em relacão às suas previsões de vendas devido ao avanço ~ue a China e Hong-Kong tiveram neste mercado, aos altos juros e ao baixo aumento de consumo têxtil na Austrália. OS ITALIANOS AUMENTAM OS PREÇOS DAS FIBRAS SINTÉTICAS

A associacão dos produtores químJcos ASCHI-. MICI anuncio~ um aumento de 10 a 18 % do preço da fibra de poliester e de 7 a 8 % do fio contínuo de poliester. Estes preços não são suficientes para compensar as baixas de 1982 devidas à concorrência internacional e à fraca procura. A ASCHIMLCI prevê uma melhoria da situação depois dos recentes ·acordos de limitação voluntária das produções europeias. EMPRESA PORTUGUESA GALARDOADA COM PRÉMIO INTERNACIONAL Um semanário nacional anunciou que a - empresa «LAMEIRINHQ» de :Joaquim Coelho de.


Lima e Filhos, Lda. foi galardoada pela Conven~ão Comercial Internacional de Phocnicia, em Malta. O prémio foi atribuído àquela empresa têxtil de Pevidém, Guimarães, em reconhecimento do desenvolvimento da firma, da qualidade dos seus produtos e da sua organização comercial, segundo a decisão do júri. O prémio que assim distingue a indústria portuguesa, será entregue em Novembro.

mecamcos . De salientar o aumento da velocidade de inserção da trama 650 m/mm e 810 m/ mm e consumo de energia inferior a 3 KW, entre outros. MAQUINA PARA TERMOFIXAR GRAVATAS Tritex Engineering acabou de comercializar um armário de tratamento que permite a termofixação regular das gravatas. A capacidade é de 2.000 gravatas em 8 horas com um só operador.

CIBA-GEIGY ADQUIRE O SECTOR DE CORANTES DA ACC

ACORDO MONSANTO - MITSUBISHI

CIBA-GEIGY AG, Basileia, Suíça comprou o sector de corantes da American Color and Chemical (ACC), EE. UU.

O produtor americano Monsanto assinou um acordo de trocas tecnológicas com a Mitsubishi (Japão) para a produção de fibras acrílicas.

CONFERÊNCIA NA UNIVERSIDADE DO MINHO PROMOVIDA PELO SEU CENTRO DE TECNOLOGIA TÊXTIL

EM FRANÇA: POSSIBILIDADES DE ENSAIOS EM AUTOCONER E AUTOCORO

O Centro de Tecnologia Têxtil da Universidade do Minho, com a colaboração da cátedra de Hilatura da Escuela Técnica Superior de Inginieros Industriales de Tarrassa (Universidade Politecnica de Barcelona) e no âmbito de uma Acção Integrada entre as duas Universidades no domínio da Fiação, promoveu no passado dia 25 de Maio uma conferência dirigida aos industriais e técnicos da especialidade. Um dos temas da conferência foi: «Preocupações Actuais da Indústria de Fiação em Espanha face à entrada na C.E .E. Possíveis comparações com a indústria portuguesa», ao qual se seguiu um período de perguntas e respostas sobre problemas tecnológicos postos pelos participantes. O outro tema da conferência foi: «Aplicações de Informática à Fiação em curso de desenvolvimento no Centro de Tecnologia Têxtil - aplicação de pequenos computadores para cálculos de custos em fiação e cálculo de misturas de algodões - sua visualização e discussão. Os conferencistas presentes foram o Prof. Dr. Ing. António Pey Cumat, catedrático de Fiação da ETSIIT e consultor técnico, e o Prof Dr. António Cabeço Silva, professor de Fiação da UM e organizador da conferência.

Schlafhorst, construtora alemã de material têxtil colocou material seu em França que pôs à disposição dos seus potenciais clientes para realizarem ensaios: - no I.T.F. - NORD e na ESITE (Epinal), uma máquina de fiação tipo AUTOCORO; - na ESITM (Mulhouse), uma cabeça de AUTOCONNER 138 equipada com um sistema de emenda tipo «splicer». No caso destas máquinas, os industriais dispõem para realizarem os seus ensaios de assistência técnica necessária e de todas as facilidades para medições e controlo. Para quando uma iniciativa deste tipo na Universidade do Minho? A RúSSIA INTERROMPE AS SUAS VENDAS DE ALGODÃO As sociedades de exportação soviética decidiram não aceitar mais encomendas de algodão para o segundo semestre de 1983. Esta situação não parece inquietar os europeus que sabem que os Estados Unidos têm actualmente grandes stocks de algodões brutos americano que poderão substituir as entregas dos soviéticos.

NOVA MAQUINA DE PINÇAS FLEXíVEIS ST 880

A INDúSTRIA TÊXTIL NO CONGO

Esta máquina é uma evolução da UV 770 em que foram melhorados os rendimentos têxteis e

A Sotexco, recentemente reestruturada, e a Impreco, juntaram-se à UTS que vai produzir teci-

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dos de poliester/ algodão, poliester/lã e poliester/ / viscose. As três empresas produzem actualmente só para o mercado interno, mas podem tornar-se daqui a algum tempo exportadoras para os países da África Central e Zaire. MESA REDONDA SOBRE CONTROLO DE QUALIDADE EM QUíMICA TÊXTIL NA UNIVERSIDADE DO MINHO No âmbito de uma acção integrada luso-espanhola realizou-se no passado dia 29 de Março na Universidade do Minho, polo de Guimarães, uma mesa redonda subordinada ao tema «Controlo de Qualidade em Química Têxtil» em que participaram: Prof. Dr. Ing. José Valldeperas Morell da Escola Técnica Superior de Inginieros Industriales de Tarrassa, Prof. Dr. José Miguel Farinha Pereira Fiadeiro do Instituto Universitário da Beira Interior, Prof. Dr. Luís Manuel Meneses Guimarães de Almeida da Universidade do Minho, Dr.ª Maria Regina Byscaia Presidente da Comissão Técnica da Normalização de Têxteis (CT-4) da Direcção-Geral de Qualidade e Dr.ª Maria Helena Andrade, Directora dos Laboratórios do Instituto dos Têxteis, no Porto. Esta mesa redonda que foi organizada pelo Prof. Dr. Luís Guimarães de Almeida contou com cerca de 50 participantes. DESAPARECIMENTO PROGRESSIVO DOS FABRICANTES DE CORANTES AMERICANOS Os fabricantes de produtos químicos europeus e japoneses controlam agora a maior parte do mercado dos Estados Unidos. Em 1977, a Allied Chemical abandonou a sua produção de corantes, e em 1978 a GAF revendia a sua gama à BASF. Em 1981, a Ciba-Geigy comprou a divisão de corantes da American Color and Chemical e agora encontra-se à frente do mercado americano seguida da Mobay (filial da Bayer) e da ICI/PCUK. As japonesas Mitsubishi e Orient Chemical procederam igualmente a uma implantação estratégica neste mercado. Como produtores americanos só existe Crompton and Knowles, que retomou as produções de Du Pont de Nemours American Cynamid, Martin Marietta et Eastma~.

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IMPLANTAÇÃO DE UMA UNIDADE DE FIAÇÃO RIETER NO SUDÃO A sociedade Internacional Spinning & Weaving Factory, do Sudão foi completamente equipada com material de preparação e de fiação RIETER para alimentar 23.868 fusos de contínuo de fiação. A RIETER forneceu também o Knnow-how da fiação em colaboração com a sociedade Inventa de Domat, Ems (Suíça). BENNINGER COMPRA TEXTEST BENNINGER acaba de comprar a Textest SA à Kilchberg (CH), uma firma bem conhecida no domínio de aparelhos de medida e de ensaios texteis. Esta nova sociedade filiada à BENNINGER continuará as suas actividades sob o nome Textest e sob a mesma direcção que supervisionará do mesmo modo os departamentos de desenvolvimento e fabrico. U.S.A.: INVESTIMENTOS NA RIEGEL A fábrica Trion da Georgia, da firma americana Riegel está prestes a tornar-se uma das maiores instalações de máquinas Open-end Autocoro da Schlafhorst. Actualmente possui 22 máquinas e implantam~se 2 por mês para se atingir 42. Quando o parque estiver completo, a fábrica de Trion reduzirá o número de pessoas por equipa do seu departamento de fiação de 159 a 19. CONFERÊNCIA DA USTER NA UNIVERSIDADE DO MINHO - GUIMARÃES No passado dia 1 de Julho a Zellweger Uster A. G., através da sua representante Rogério Marques, Lda. realizou na Universidade do Minho em Guimarães uma conferência subordinada ao tema «Características da Qualidade do Fio para Tecidos e Malhas» para alunos e técnicos do sector. O conferencista K. Douglas da firma da Zellweger Uster começou por falar dos requisitos de qualidade dos tecidos e malhas na fase de confecção e depois estabeleceu as características do fio de forma a definir os aspectos da aparência de tais tecidos e malhas. A conferência foi organizada pelo Doutor A. A. Cabeço e Silva no âmbito da Linha de Acção «Fibras e Fios» do Centro de tecnologia Têxtil da Universidade do Minho.

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No final da conferência foi oferecido um cocktail, pela firma Rogério Marques, Lda. e a sua representada Zellweger Uster, a todos os participantes . EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE MÁQUINAS TÊXTEIS ITMA 83 MILÃO A ITMA 83 realizar-se-á em Milão de 10 a 19 de Outubro de 1983. A ITMA 83 é a maior exposição de maquinaria têxtil e o foco da atenção do mundo têxtil. Ocupará uma área de 122 000 m2 já estando inscritos 1100 expositores de 32 países que apresentarão as mais sofisticadas máquinas e equipamentos desenvolvidos nos últimos 4 anos (cerca de 5.000 máquinas). Visitarão esta feira cerca de 150.000 pessoas que terão à sua disposição 15.000 pessoas com as quais poderão discutir acerca das máquinas e seu funcionamento . A exposição está subdividida em sectores conforme a especialidade, o que tornará a sua visita mais fácil de acordo com os interesses profissionais de cada um. Os aspectos têxteis em realce serão: fiação, tecelagem, tingimento, acabamento, estamparia, malhas e confecções. As informações serão dadas em mais de 45 línguas . Haverá 45 salas para almoço, 50 bares para refeições ligeiras, bebidas e café, 30 linhas de telex, 25 pavilhões de venda de jornais, cigarros, postais, etc . As ligações com Milão podem fazer-se por transporte público (10 linhas diferentes), metro e 5.000 táxis estarão à disposição dos visitantes quando chamados pela central de rádio especial que funcionará 24 horas por dia (através dos número 8585 ou 2053 ou 8388) . U.S.A.: SPRINGS INDUSTRIES encomenda 800 teares à RUTI TE-STRAKE L-5000 A firma americana Springs Industries vai instalar nos próximos 20 meses 800 teares de jacto de ar Ruti. Este investimento faz parte de um plano de modernização que custará 175 milhões de . dólares ao qual se seguirá um outro em 1985 de 90 milhões de dólares. HOLL.INGSWORTH COMPRA HERGETH A Hergeth, firma de construção de material de preparação de fiação de algodão (Dülmen, RF A) integrou-se no grupo Hollingsworth de

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Greenville (USA) sob o nome Hergeth Hollingsworth GMBH (Dülmen). O programa de produção unificado continuará a desenvolver novas técnicas no campo dos: abridores de fardos, depuradores, cardas para algodão e materiais para a produção de não-tecidos. As duas firmas terão um pavilhão comum na ITMA 83 de Milão. O úLTIMO MODELO DA SULZER O tear circular Interlock IL 144 é o último modelo da Sulzer Morat de Fiderstad Alemanha, constituído por 144 alimentadores, com um diâmetro de 30" . As agulhas utilizadas nesta máquina de alta produção, foram desenhadas especialmente para resistir ao esforço imposto pela grande velocidade da máquina . O tear tem uma produção de 86,10 Kg/ h para tecido interlock de alta qualidade destinado ao tingimento em peça ou estamparia . EXPOSIÇÃO DE MÁQUINAS CIRCULARES TERROT COM VÁRIOS ALIMENTADOES A firma Terrot de Stuttgart expôs três teares circulares que fazem parte da sua mais recente gama de teares com vários alimentadores. Provavelmente apresentá-las-á na próxima feira ·da ITMA 83 em Milão . A ITMA 83 estará aberta das 9 horas da manhã às 6 horas da tarde ininterruptamente incluindo sábado e domingo . Para entrar na ITMA 83 deve-se ser portador de um livre trânsito. O catálogo da ITMA 83 será distribuído à entrada . A organização oficial da ITMA 83 encarregada das marcações de hotel é: TOOL JET VIA PIER CAPDONI 5 20145 MILANO TX: 310156 Telefone: 49 83151

Perguntas e Respostas

Cartas ao Director

Nesta secção põe-se à disposição dos nossos leitores uma equipa de especialistas que farão o possível por responder a questões pontuais do â mbito da indústria têxtil e do vestuário que os leitores queiram ver esclarecidas, quer estas sejam de carácter técnico, económico ou social. A título exemplificativo vamos deixar em aberto algumas questões com o objectivo do leitor pergunta r a si próprio:

Nesta secção convidam-se os nossos leitores a expor, de uma maneira resumida, pontos de vista pessoais ou colectivos divergentes dos expostos nas várias secções da Revista.

1 - O que é que se entende por «Garantia da Qualidade»? 2 - Como se produzem fios elásticos pelo método «core-spun»? 3 - Qual é o objectivo dos sistemas de alimentação positivos dos teares circulares? 4 - Quais são as causas da espiralidade das malhas produzidas em teares circulares?

Para qualquer outra informação adicional contactar de preferência por telex, O: COMITATO ORGANIZZATORE DI ITMA'83 VIA TEVERE 1 20123 MILÃO Tx: 334651 Telefone: 49 88125

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5 - Quais são as causas do encolhimento de tecidos e malhas? 6 - Quais são as vantagens dos sistemas de tingimento de relação de banho curta? 7 - Quais são as causas principais das quebras de fio na tecelagem e na tricotagem?

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8 - Que vantagens se atribuem aos acumuladores de trama na tecelagem? 9 - Quais são as diferenças estruturais e em propriedades físicas existentes entre os fios de contínuo de aneis e os fios de contínuo de rotôr? 10 - Que diferença existe entre o método de fixação dos pigmentos e dos corantes no processo da estamparia? 11 -

Como se comparam entre si os custos da tecelagem e os da tricotagem?

12 - Quais são os principais métodos da fabricação de têxteis não-tecidos?

· Caso tenha dificuldade em responder a estas ou outras questões escreva ao director da revista da APETT.

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GLOSSÁRIO DE TERMOS TÊXTEIS

Contentores Camiões TIR Trânsitos 1nternacionais

Máquinas e Acessórios para a Indústria Têxtil

Carga Aérea

por MÁRIO DE ARAÚJO

Recepção permanente

Importações Exportações Grupagens Apoio Completo junto <las Alfândegas

T·ráfego Armazenagem - Seguros

Organismos oficiais e Bancos

PORTO R. Guerra Junqueiro, 472 - Te!. 691081 - Telex 25387 LISBOA Tr. Corpo Santo, 29-1.° - Te!. 363201 - Telex 14205

APARTADO 1307

BAÇO (A) adj.

BARCA s.f.

A qualidade da cor, cujo aumento pode ser comparável ao efeito de adicionar uma pequena quantidade de corante cinzento neutro, não podendo a matização ser efectuada por ajustamento da intensidade.

Máquina de tingir na qual um ou mais comprimentos de tecido em forma de corda com as pontas ligadas circulam pelo banho por acção de um sarilho ou tambor rotativo colocado por cima da superfície do líquido.

BALÃO (fio) s.m.

BARRA s.f.

A trajectória curvilínea de fios em movimento durante a fiação, o retorcimento e a bobinagem ou quando estes são desenrolados de uma bobina na direcção do seu eixo em condições adequadas.

Parte de um tear de malha recto de agulhas de movimentação colectiva, onde se encontram fixados os elementos tricotadores (agulhas , platinas, passadores, bicos , prensa, etc.),

NOTA: - A forma do balão depende de vários factores, entre os quais:

BARRADO (malhas) s.m.

4201 PORTO CODEX

TELEF. 691168 (3 linhas) TRANSITARIOS, LDA.

TELEX 22326 CANELA P

A SOLUÇÃO EM TRANSPORTES

SR.

a)

ANUNCIANTE Se pretende uma publicidade directa e com o máximo de proveito, faça-a na Revista da APETT. Porquê?! Porque a Revista da APETT é distribuída directamente aos seus associados que são, por seu lado, quem vai ter o poder de dicidir da utilização dos produtos ou máquinas mais convenientes. Se efectivamente concorda ser este o meio de comunicação mais adequado, contacte-nos directamente de segunda a sexta-feira e no horário das 15 às 19 horas, para

REVISTA APETT Departamento de Publicidade Rua Cónego Ferreira Pinto, 71 - 2.º Telefone 698713 4000 PORTO

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b) c) d) e)

a resistência do ar à passagem do fio à volta da bobina, a força centrífuga exercida no fio, o título e tipo de fio, a velocidade de enrolamento ou desenrolamento do fio, o comprimento do balão .

BALSEIRO s.m. Recipiente onde se encontram produtos de impregnação em máquinas têxteis . BANCADA Úricotagem) s.f. Parte de um tear de malha recto de agulhas de movimentação individual, nas ranhuras da qual se encontram colocadas as agulhas .

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BARRADO (tecidos) Defeito em tecidos que consiste no aparecimento de barras que se estendem em toda a largura da peça, diferindo em aparência do tecido normal, que lhes fica adjacente . O defeito pode ser bastante pronunciado (cheio) ou consistir em diferenças de tonalidade, podendo ou não ser paralelo à trama. O termo é utilizado de uma maneira bastante genérica , cobrindo uma grande variedade de defeitos. BASE s.f.

ou dura11te o horário normal de expediente através da

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Defeito em malhas que consiste no aparecimento de riscas claras e escuras devidas a diferenças em: (a) lustre (b) afinidade do corante (ou tingimento pouco uniforme), (c) comprimento de laçada, (d) título do fio, (e) deficiências de vanisagem, (f) regularidade do fio .

BANHO s.m. Líquido onde se faz imergir um têxtil durante o processamento.

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Estrutura fundamental onde se encontra fixada a argola ou pêlo das malhas e tecidos com argola ou pêlo.

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BATENTE s.m.

BOBINA s.f.

Parte oscilante de um tear que contem o pente e se encontra situada entre os liços e a frente do tecido.

Cilindro ou cone, com ou sem rebordo, onde são enroladas mechas ou fios. BOBINAGEM s.f.

BATIMENTO (limpeza e abertura do algodão) s.m. Operação pela qual se dão pancadas ao algodão em rama a fim de lhe remover as impurezas.

Processo pelo qual fios são transferidos de uma bobina para outra. BOMBAZINA s.f.

BATIMENTO DA LAÇADA (tricotagem) s .m. Operação pela qual a laçada nova é esticada a fim de adquirir o seu comprimento total após ter passado por entre a laçada velha, durante o ciclo da tricotagem.

Tecido de pêlo à trama cortado, no qual as fibras cortadas formam a superfície. Os pontos de ligação do pêlo da trama encontram-se dispostos de modo a que após o pêlo ter sido cortado, se forma um canelado na direcção da teia.

Abstractos de Artigos, Patentes e Normas Têxteis Por: ANA MARIA ROCHA

BORBOTO s.m. BATIMENTO DO PENTE (tecelagem) s.m. O terceiro dos três movimentos primários do processo da tecelagem, nomeadamente a formação da cala, a inserção da trama e a pancada ou batimento do pente. Consiste em empurrar o comprimento de trama inserido na cala para um ponto do tecido já formado, conhecido por frente do

(1) Pequena acumulação de fibras na superfície de um tecido. O borboto, pode formar-se durante a utilização, e encontra-se ligado às fibras da superfície do material, sendo normalmente composto por fibras do tecido. (2) Porção curta e excepcionalmente grossa de um fio ou mecha .

tecido.

BORDADO s .m. BICHO DA SEDA s.m. Insecto que produz a seda natural ou animal. A larva resultante dos ovos postos pela borboleta <<l3ombix mori», alimenta-se de folhas de amoreira, crescendo rapidamente e fazendo um casulo com os filamentos segregados pelas glândulas (seda). O bicho fica dentro do casulo onde se transforma, por metamorfoses, em crisália e depois em borboleta, que acabará por furar o casulo, sair dele e pôr ovos . BICO (tricotagem) (1) Elemento utilizado para transferir laçadas de uma agulha para outra em teares de malha de trama rectos. (2) Elemento utilizado em teares de malha de teia milaneses (tipo inglês) para elaborar as funções dos passadores convencionais. De acordo com as suas funções, podem ser classificados em (a) bicos da barra estacionária, (b) bicos da barra cruzadora, (c) bicos da barra manipuladora. (3) Um dos elementos de um conjunto colectivamente controlado onde a malha é colocada para ser cosida numa remalhadeira.

Efeito obtido cosendo com fio adequado um «tecido» de base pre-existente a fim de lhe produzir um efeito ornamental. BRANQUEAMENTO s.m. Processo pelo qual se melhora a brancura de um material têxtil por descoloração a partir do estado em crú, com ou sem a remoção da pigmentação natural e/ou impurezas . Exceptua-se a simples fervura . BRILHANTE adj . (1) Descrição de um material têxtil, particularmente fibras não naturais, cujo lustre normal não foi reduzido por agentes físicos ou químicos. (2) (cor), contrário de baço. BROCADO s .m. Tecido cujo desenho se desenvolve por flutuação de fios de teia e/ ou fios de trama ligados de modo irregular . O fundo é normalmente constituído por um ponto simples.

Para a obtenção de fotocópias dos artigos cujos abstractos aparecem na Revista da A.P.E.T.T. deve contactar-se o Centro de Tecnologia Têxtil, Universidade do Minho, Av. D. Afonso _Henriques - 4800 Guimarães - Telef. 411738/9 e 418302/4. Para a obtenção de fotocópias de patentes nacionais e estrangeiras deve contactar-se o Instituto Nacional de Propriedade Industrial, Campo das Cebolas -1100 Lisboa - Telef. 87651. Cópias de normas portuguesas e europeias devem ser adquiridas na Direcção-Geral da Qualidade, Secção de Normalização, Rua José Estêvão, 83-A-110 Lisboa -Telef. 539891. As normas não europeias devem ser solicitadas directamente às instituições que as publicam .

1/ 83 Formação de «borboto» (pilUng) nos tecidos E.M. Buras e R.H. Harris.

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e futuro.

A. Barelha e A. M. Manich. Revista de la Industria Têxtil, 1982, N. 0 202, Nov., 55-64 (10 páginas) - em espanhol. ,, Revisão dos instrumentos usados na determinação da pilosidade dos fios e apresentação de L. protótipos que pretendem medir mais completamente essa propriedade. Este estudo inclui fios de algodão, acrílico e poliester.

3/ 83 Aplicações O. E. Alguns resultados experimentais sobre utilização de fios O. E. na tecelagem e tricotagem. M. Smisek e J. Stary.

Textile Chemist and Colorist, 1983, 15, N.º 1, 1-3 (3 páginas) - em inglês.

Textile Asia, 1983, 14, n.º 3, Março, 58-62 (5 páginas) - em inglês.

Análise de 8 tecidos sobre a tendência a formar borboto quando friccionados contra si mesmos.

Conselhos específicos sobre a preparação (bobinagem, urdissagem e encolagem) de fios O. E. produzidos no contínuo BD 200.

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2/83 Medição da pilosidade dos fios, Presente

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4/83 Encolagem de teias de filamento contínuo. R. Howe. Textile Asia , 1983, 14, n.º 3, Março, 48-52 (5 páginas - em inglês . Encontram-se tabeladas gomas recomendadas. Comparam-se gomas tradicionais com produtos Bevaloid.

8/ 83 Formação científica. Como o método analítico pode conduzir os estagiários ao desempenho óptimo.

L. Bevilacqua.

E . L. Smith . Textile Asia, 1983, 14 n.º 3, Março, 109-111 (3 páginas) - em inglês.

Int. Text. Bul. Spinning. 1982, n.0 3, 3.º quarter, 237-258, 303-304 (10 páginas) - em inglês.

É explicada uma técnica de aprendizagem gra-

Discussão sobre o problema das poeiras de algodão: medição de poeiras no local de trabalho, relações matemáticas entre concentração de poeiras e inexistência d'e poeiras, aspectos de saúde, legislação sobre a higiene do ar e tomada de posição dos fabricantes de máquinas.

dual dos elementos duma tarefa. '

5/ 83 Condução de tecidos de malha 9/ 83 Optimização da abertura da cala

w. O. Youg. American Dyestuff Reporter, 1982, 71, n.º 12, Dez., 40-42 (3 páginas) - em inglês . Explicam-se sumariamente os sistemas-guias de tecidos convencionais desenvolvidos especialmente para malhas. Descreve-se e ilustra-se o sistema «Tandematic» explicando os princípios envolvidos na condução da malha.

6/ 83 Possibilidades de reciclagem dos efluentes de tingimento do algodão. J. Valldeperas , M. Crespi, J . Cegarra.

Industrie Textile, 1983, n.º 1129, Jan., 39-41 (3 páginas) - em francês. Estudo da tecelagem com um pequeno ângulo de abertura da cala . Previsão da consequente diminuição na tensão e fadiga da teia durante a tecelagem.

10/ 83 Previsão do peso em acabado e encolhimento de malhas de algodão - o projecto Starfish. I - Introdução e generalidades . Heap, Greenwood, Leah, Eaton, Stevens e Keber. Textile Research Journal, 1983, 53, n.0 2, 109-119 (11 páginas) - em inglês .

Referem-se experiências laboratoriais efectuadas sobre os efluentes do tingimento com corantes directos, sulfurosos, de cuba e reactivos .

Uma descrição geral do projecto Starfish («Comece» como pretende «acabar»), um projecto a longo prazo de pesquisa aplicada que tenta predizer com fiabilidade o encolhimento e as propriedades dimensionais de malhas acabadas. Avaliação do progresso obtido nas principais áreas após os primeiros 5 anos .

J . J . Donze. Industrie Textile, 1983, n.º 1131, Março, 256 (1 página) - em francês. São apresentados um dispositivo de espremedura das meadas antes da secagem (VYC Industrial, Spain), um sistema completamente automatizado -de manuseamento de meadas (officine Minneti, Italy) e sistemas de secagem por radio-frequência .

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Focam-se alguns factores que podem influenciar o «estado)> da indústria têxtil europeia. Mostram-se tabelas com o crescimento populacional no mundo (1970-1990), a procura de produtos de consumo doméstico, estimativa do consumo d'e fibra per capita e uma comparação dos custos de mão-de-obra na indústria têxtil.

16/ 83 Malhas de teia - um investimento para o futuro . B. Wheatley.

O. Traynard

Industrie Textile, 1983, n. 0 1131, Março, 259-260 (2 páginas) - em francês.

7/ 83 Desenvolvimento no processo de secagem de meadas após tingimento.

12/ 83 O problema das poeiras na fiação de algodão.

11/ 83 Formação de borboto em tecidos de malha

13/ 83 Comparação entre consumos de energia do contínuo open-end e contínuos de anel.

«Textile Machinery: investing for the future», (Textile Institute), Lucerne, CH, 1982, (12 páginas) - em inglês.

Int. Text. Bul. Spinning 1982, v. 0 3, 3.º quarter, 285-303 (7 páginas) em inglês .

Nova tecnologia no sector das malhas de teia utilizando computadores como controladores d'as barras de passadores ,do Jacquard, da preparação do desenho e da teia.

Analisam-se as necessidades de potência dos elementos constituintes do rótor duma máquina O. E. Calcula-se o consumo de energiada máquina por Kg de fio e compara-se com o contínuo de anel.

17/83 Texturização por jacto de ar - uma alternativa à produção de fio fiado.

Krause e Soliman. .

14/ 83 Vantagens dos sistemas de alimentação positiva com reserva. Anon . Textile Horizons, 1982, 2, n.º 10, Out., 26-27 (2 páginas) - em inglês. Comparação entre os dispositivos de alimentação positiva com reser va para teares de malha e os de tipo convencional (de fita). Exame de qualidade do tecido e do rendimento do tear. Menciona-se em particuplar o sistema MPF da Memminger.

Fisher e Wilson. «Textile Machinery: investing for the future», (Textile Institute) , Lucerne, CH, 1982 (23 páginas) - em inglês . Comparação entre custos e consumos de energia no caso dos fios texturizados por ar e fios fiados . Apresentação duma moderna máquina de texturização por ar. Vantagens e desvantagens dos vários métodos de aplicação de água durante a texturização.

18/ 83 Custos de tingimento reais e aparentes

ITF Maille. Industrie Textile, 1983, n.º 1129, Jan., 54-47 (3 páginas) - em francês. A eficácia dum produto fluorcarbonatado (Foraper le T 430) foi testada como acabamento anti-borboto em tecidos de malha de lã e acrílico.

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15/83 A indústria têxtil europeia em mudança. Anon. American Dyestuff Reporte, 1982, 71, n.º 8, Agosto, 36-37 (2 páginas) - em inglês .

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Hansford, Seaman, Shore. Journal of the Society of Dyers and Colourists , 1982, 98, n.º 7/ 8, 225-233 (9 páginas) - em inglês. O custo real de tingimento' depende grandemente da acção dos corantes usados. E}sta frase

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é discutida em relação ao tingimento de tecidos de algodão, PES e PES/CO. Apresentam-se possibilidades de redução nos custos.

19/83 Melhor utilização de capital pode criar emprego. M. F. Morris. Textile Horizons, n. 0 8, A g., 14-16 (3 páginas) - em inglês. A utilização total de maquinaria em 4 turnos de trabalho tem muitas vantagens. Fundamentalmente aumentará o n.º de operários a ser empregue por local de trabalho sem investimento adicional de capital, mas outras vantagens concomitantes para a indústria Britânica são apontadas numa análise de tabelas de actuação económica numa fábrica vertical.

20/83 Custos de tingimento de algodão com reactivos utilizando barca, jet ou equipamento pad-steam. Jaeckel, Jones, Potts. Journal of the Society of Dyers and Colourists, 1982, 98, n.º 7/8, 234-242 (9 páginas) - em inglês. Cálculos efectuados para comparar tingimento em jet e pad-steam. Os custos totais incluem manutenção, mão-de-obra, vapor, electricidade e capital investido como custos em função do tempo e corantes, produtos químicos, água e encargos de efluentes como custos de produto. A 2.ª parte do artigo descreve trabalhos práticos realizados para comparar o processo de tingimento em barca usado em diferentes tinturarias. Os custos de produtos, vapor, água e efluentes são comparados, havendo grandes variações. As propriedades de solidez estão relacionadas com custos de vapor.

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RÉSUMÉ

1. INTRODUÇÃO - A IMPORTÂNCIA

DA FORMAÇÃO SAURER-ALLMA GMBH -

TORCEDORES DE DUPLA TORÇÃO E FANTASIA

Apres une discussion sul l'importance de la formation professionnelle et son intégration dans un schéma de formation des jeunes et des travailleurs, on présente le rôle des Centres de Formation Professionnelle, notamment ceux qui existent ou vont être créés au Nord du Portugal pour la formation d'ouvriers et de techniciens pour l'industrie textile. On présente égalment l'interêt de la verticalisation de l' enseignement textile à tous les niveaux à Guimarães..

SUMMARY After having showed how important the professional training is and how it must be relate with the education of young people and workers , the role of the Professional Training Centers in the Nord of. Portu~al for workers and tecnicians for the textile industry is explained. The usefulness of a vertical unity for textile teaching and training at all levels is also presented .

A Indústria Tranformadora Nacional, nomeadamente a Têxtil, tem mantido relativa competitividade a nível internacional sobretudo devido ao baixo custo da mão-de-obra. Se algumas empresas tem já nível competitivo a médio prazo, a grande maioria encontra-se em situação que não permite encarar com bons olhos o futuro, nomeadamente a nossa entrada para a Comunidade Económica Europeia. No que diz respeito à indústria têxtil, é por certo conhecido de todos o tão polémico relatório «Werner», que faz um diagnóstico da indústria têxtil nacional e põe a nú as suas maiores chagas. Uma das principais consiste na fraca produtividade; é hc-!e lugar-comum falar na necessidade de aumentar .a . produtividade; mas o principal instrumento para o conseguir, que é em nosso entender a formação profissional, continua ainda a ser considerado de importância secundária. É que com um parque de máquinas relativamente antiquado mas com operários e quadros

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* Comuriicação apresentada nas III Jornadas de Valorização Profissional, em 5 de Janeiro de 1983 integradas na XXXII Confraternização dos Viajantes e Pracistas de Guimarães-. ''''' Centro de Tecnologia· Têxtil da Universidade do Minho Palácio de Vila Floi· - 4800 GUIMARÃES .

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competentes, aliados a uma boa gestão e um sector comercial bem estruturado, é muitas vezes possível produzir e vender mais e muito melhor do que com máquinas altamente sofisticadas mas sem operários e quadros à altura. Por isso, somos de opinião que para a reestruturação da indústria transformadora, nomeadamente com vista à integração de Portugal na C. E. E., deverá ser dada primeira prioridade à formação profissional. 2. NíVEIS DE FORMAÇÃO Podemos dividir a formação em dois grandes grupos: a)

a educação e formação de jovens, com vista a um correcto enquadramento profissional;

b) a formação de pessoas que se encontram já a trabalhar. a) Podemos encarar a formação de jovens a 3 níveis: - operários especializados; - técnicos (quadros médios); - quadros superiores. Actualmente, a escolaridade máxima em Portugal é de apenas 6 anos; após esta escolaridade, apenas se pode encarar como saída profissional a de operário não qualificado. No entanto será de prever que a médio prazo a escolaridade obrigatória seja de cerca de 9 anos, a exemplo da grande maioria dos países industrializados. Após os 9 anos de escolaridade, seguida duma formação profissional adequada que adiante debateremos, poderemos formar os operários especializados. Caso o estudante pretenda continuar na via do ensino, terminará em princípio o ciclo seguinte no 12. 0 ano de escolaridade. Se após esta formação de base adquirir uma formação profissional complementar, terá a qualificação de quadro médio. Caso o estudante pretenda (e consiga) seguir uma carreira universitária, a qual tem normalmente a duração de 5 anos, obterá a qualificação para quadro superior. b) No que diz respeito a actuais trabalhadores, podemos encarar duas vias de formação:

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- frequência de cursos em estabelecimentos de ensino (escolas secundárias, institutos politécnicos e Universidades). A frequência destes cursos é sempre muito custosa para o trabalhador, pois é baseada normalmente em aulas nocturnas, cujo rendimento é sempre inferior. A Lei n. 0 26/81 (Estatuto do Trabalhador Estudante) veio conceder algumas regalias ao trabalhador estudante, nomeadamente facilidades de frequência de aulas ou redução de horário, dispensa de certas aulas e dispensa do serviço para exames. Em nossa opinião, este esquema da frequência de estabelecimentos de ensino não deve ser encarado com uma formação profissional mas sim uma valorização pessoal que, se bem que perfeitamente justa, não é praticamente viável para a grande maioria dos trabalhadores. - frequência de seminários ou de cursos de reciclagem, de curta ou média duração. Estes cursos podem ser realizados por diversos organismos (institutos particulares, centros de formação profissional ou até as próprias Universidad~s) e destinam-se a actualizar conhecimentos divulgar novas técnicas, reconversão, etc. Este é o método mais eficaz de formação profissional de actuais trabalhadores, mas sobretudo de quadros médios e superiores. Os custos desta formação são normalmente suportados ·pelas empresas; compete ao Estado a atribuição de incentivos, nomeadamente participação nos custos ou isenções fiscais.

3. A FORMAÇÃO PROFISSIONAL A NíVEL DE OPERÁRIOS ESPECIALIZADOS E QUADROS MÉDIOS Os países mais desenvolvidos possuem esquemas bem elaborados de formação profissional, os quais constituem em nosso entender um dos principais pilares do seu adiantado estádio de desenvolvimento económico. Qual o papel do Estado na formação profissional? Em Portugal, muitos continuam a esperar

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que o Estado, através das suas instituições, forme técnicos «prontos a utilizar». Mas o que é um facto é que, por mais esforços que o Estado faça (e em Portugal poucos tem feito), nunca conseguirá satisfazer todas as empresas. Assim, a formação profissional nas empresas ou em colaboração com as empresas tem que começar a ser encarada por todos como a única via para a formação de técnicos e sobretudo de operários especializados. Na Alemanha Federal, por exemplo, o maior responsável pela formação profissional é a entidade patronal: após a escolaridade obrigatória (9 anos), os jovens podem ser admitidos como aprendizes nas empresas, escritórios, bancos, lojas, etc; é-lhes garantido por estas entidades um vencimento-base, bem como a facilidade para se deslocarem por exemplo uma vez por semana aos Centros de Formação Profissional para adquirirem algumas noções teóricas e sistematizarem os conhecimentos aprendidos no local de trabalho. O período de formação arrasta-se por cerca de 3 anos, com diversos exames; após esse período, o jovem obtem um diploma de formação profissional que lhe permita obter com a máxima facilidade um emprego bem remunerado, muitas vezes na mesma empresa ou entidade em que esteve a aprender. Claro que o facto da empresa ou entidade estar a ministrar uma aprendizagem conveniente acarreta vários custos. Mas os lucros por sua vez não são de desprezar: fácil obtenção de mão-de-obra competente e dedicada, vantagens concedidas pelo Estado (que se podem traduzir em isenções fiscais ou subsídios) e aproveitamento de mão-de-obra barata durante o período de aprendizagem. Este esquema foi sem dúvida um dos grandes trunfos que a Alemanha Federal dispôs na sua impressionante recuperação económica desde o após-guerra. Este é a nosso ver o esquema ideal a nível de operários especializados, mas não seria de muito fácil implantação em Portugal. Noutros países, como a França, o papel do Estado é mais preponderante: a repartição do tempo entre a Empresa e o Centro de Formação Profissional é inversa da que descrevemos atrás. Em Portugal, tem nos últimos anos sido criados diversos Centros de Formação Profissional, apontando para o último esquema proposto: formação profissional quase a tempo inteiro no Centro durante um período de 1 a 2 anos, em princípio após o 9.º ou 12.º ano de escolaridade.

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Estes Centros podem ser de 2 tipos: - Centros estatais, para os quais apenas o Estado contribui financeiramente. - Centros Protocolares, para os quais contribui não só o Estado como as empresas, normalmente através das Associações Patronais, com cotas variáveis de caso a caso. Estes Centros encontram-se na dependência do Ministério do Trabalho, através da Secretaria de Estado do Emprego. A participação do Ministério da Educação nestes Centros tem sido quase nula, o que é em nossa opinião um grande erro, não só devido à desarticulação entre Formação Profissinal e Formação Escolar como também devido à enorme dificuldade em angariar formadores competentes. No que diz respeito à Zona Norte e à Indústria Têxtil, está em fase de projecto a criação dum Centro de Formação Profissional em Braga e Guimarães, com apoio financeiro da Comunidade Económica Europeia. O Centro de Braga está em princípio previsto para ser destinado à indústria metalomecânica, e eventualmente à electrónica, dando apoio à formação profissional têxtil. O Centro de Guimarães será vocacionado essencialmente para a indústria têxtil, sobretudo aos subsectores algodoeira e fibras e malhas, e possivelmente para a construção civil. No Porto, foi criado em 6 de Julho de 1981 o CITEX, Centro de Formação Profissional na Indústria Têxtil, que é um Centro Protocolar. Nele intervém, para além do Estado, através eia Secretaria de Estado do Emprego, a A. N. 1. V. E. C. (Associação Nacional dos Industriais de Vestuário e Confecções) , a A.N.l.T.A.F. (Associação Nacional das Indústrias Têxteis Algodoeira e Fibras) e a A.P.l.M. (Associação Portuguesa dos Industriais de Malhas) . A contribuição financeira das 3 Associações para o orçamento do Centro é apenas 5 % no total; no entanto, o Centro goza de autonomia financeira e gestionária. Até a presente momento, este Centro encontra-se mais vocacionado para o sector do Vestuário. Assim, tem realizado cursos de formação de operários especializados na confecção (costureiras, brunidores , agentes de tempos e métodos), com a duração de 8 a 10 semanas. Possui já instalações próprias. Para este ano está previsto o arranque de 3 cursos: Tecnologia das Matérias Primas, Tecnologia das Máquinas e Acessórios e

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Tecnologia do Fio de Costura. O curso de Tecnologia das Matérias Primas é dirigido essencialmente a Técnicos de compras na confecção e destina -se a dar uma formação sobre a qualidade das matérias primas (tecidos, fios de costura, forros, etc.) e a sua influência nas operações de confecção. A organização deste curso está a cargo do Centro de Tecnologia Têxtil da Universidade do Minho. O primeiro curso realizar-se-á no Porto, a partir do mês de Abril, mas estão previstas repetições noutros locais, nomeadamente em Guimarães. Para terminar este ponto, falta referir o papel das Escolas na Formação Profissional de operários especializados e quadros médios . Com a reformula ção das Escolas Industriais e Comerciais e sua inclusão no Ensino Secundário, unificado abriu-se uma lacuna que se espera venha a ser preenchida não só com os Centros de Formação Profissional, como também com: - Via profissionalizante do Ensino Secundário, incluindo os 10.º, 11. 0 e 12.º anos, com elevada carga horária técnica e oficinal. - Institutos Politécnicos (2 a 3 anos após o 12.º ano de escolaridade). A discussão destes dois níveis de ensino poderia por si só constituir tema para outra comunicação. 4. A VERTICALIZAÇÃO DO ENSINO 'fÊXTIL AOS VARIOS NíVEIS E DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL Dada a elevada concentração da indústria têxtil na região de Guimarães, somos de opinião que haverá grande vantagem na verticalização

do ensino aos vários níveis e da formação profissional, com vista a um melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais, a exemplo do que se verifica noutras zonas de grande concentração da indústria têxtil na Europa. Assim, e numa primeira fase , poderiam as mesmas oficinas de fiação, tecelagem , malhas, ultimação, etc . bem como laboratórios de controlo, dar apoio aos diversos níveis de ensino: - ensino secundário profissionalizante;

Feliu Marsal **

J. Barcons ***

- ensino politécnico; - ensino superior; - centro de formação profissional. Assim se conseguiria um óptimo aproveitamento de máquinas, técnicos e instalações, concentrando verbas do Ministério da Educação, do Ministério do Trabalho do Ministério da Indústria, de financiamentos estrangeiros e de Entidades Patronais. A Universidade do Minho dispõe já dum amplo pavilhão e encontra-se interessada numa iniciativa deste género. Para além de ensino e formação, a concentração de meios humanos e materiais permitiria ainda um fácil serviço de assistência à indústria têxtil, através da realização de ensaios de controlo de qualidade, pareceres, investigação aplicada, serviços de apoio técnico, etc. No que diz respeito a quadros comerciais, nomeadamente a técnicos de compras e técnicos de vendas, é cada vez mais essencial um correcto conhecimento dos materiais e das técnicas de fabrico. Neste domínio, poderia a unidade de ensino vertical colaborar activamente na sua formação profissional.

Bibliografia: - «Programmation des Centres de Braga et Guimarães», estudo de anteprojecto apresentado em 9/ 8/ 82 por técnicos da C.E .E . - M. D. Araújo, «Educação e Formação Têxtil em Portugal: que necessidades? Folha Têxtil 22/ 23 (1981) págs, 52 a 64.

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Fiação de fihras de baixa qualidade : Estudo da sua rentabilidade*

...

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RESUMÉ Ce travail concerne l'étude de la filature de fibres de basse qualité. On a utilisé un mélange de polyester, viscose et coton, qu'on a travaillé dans un processus de filature type fibres courtes classique. Le processus de filature est caracterisé par les parametres technologiques habituels, ainsi que par le nombre de rupturas au niveau du bane à broches et du continu à filer. Le filé obtenu est comparé avec un autre equivalent produit avec des fibres de bonne qualité. On étudie aussi l'influence du reglage du train d'étirage du continu á filer sur la qualité du filé produit.

SUMMARY This work is concerned with spinning of low quality fibres . A mixure of polyester, viscose and cotton has been used in a classical spinning system for short staple fibres . The spinning process is characterized in terms of the usual technological parameters as well as the number of breaks in the roving and spinning frames. The yarn produced is compared with an equivalent one spun with good quality fibres. The influence ofdraft setting on the spinning frame is also studied.

Fiação de fibras de baixa qualidade. Estudo da sua rentabilidade .

Num mundo competitivo como é o nosso é conveniente saber, com certo rigor , qual a influência que a matéria prima utilizada em Fiação tem sobre a qualidade do fio resultante e sobre a rentabilidade da instalação. Neste estudo utilizou-se uma mistura de fibras cujas características se encontram agrupadas no QUADRO 1. No diagrama 1 está esquematizado o processo de fiação utilizado e no QUADRO 2 referem-se as características tecnológicas do mesmo pr ocesso. O comportamento da matéria ao nível do batedor, cardas e laminadores não mostrou diferenças significativas em relação à mistura de fibras de poliester - viscose cortada habitualmente na indústria algodoeira. A nível dos tor ces efectuaram-se várias contagens do número de roturas nas condições normais de fabrico,, encontrando-se os resultados que se indicam no QUADRO 3. O número de fusos observado foi de 150 e cada observação parcial foi feita durante o tempo de 1 hora, nestas condições podemos aceitar que o número de roturas observadas é representativo da população em estudo. Os valores de temperatura e humidade existentes na sala de fiação, são os normalmente aconselhados para estas misturas de fibras.

* Trabalho realizado na Cátedra de Hilatura de la Escuela Universitária de Ingenieria Técnica Industrial de Terrassa (EUITIT). Publicado na versão original na REVISTA DE LA INDUSTRIA TEXTIL, Enero 1982, n.º 164, pg . 63. Tradução e adaptação do Doutor A. A. Cabeço Silva, Centro de Tecnologia Têxtil, Universidade do Minho. ** Doctor Ingeniero Industrial. Professor Catedrático qe Hilatura da EUITIT . *** Ingeniéro Textile.

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QUADRO 1 - MISTURA UTILIZADA

FIBRA

Viscose cortada

Poliester

Composição da mistura

50

Detalhe da composição

QUADRO 2 Características Tecnológicas do Processo Pará metro

Algodão

25

25

15

10

-

6

4

6

9

Standard

Sub standard

Desperdício processo

Standard

SM virgem

Desperd . chapeus

Desperd. penteade ira

SM virgem

Comprimento da fibra mm

38

38

38

40

30

16

12

28

Finura da fibra

1,6

1,6

1,6

1,7

1,8

1,8

1,8

1,8

O valor de 124 roturas por 1000 fusos/hora, a nível dos torces, é bastante superior aos valores actualmente verificados na indústria algodoeira espanhola (cerca de 25) e, por isso, necessita-se de muito mais pessoal para atender as máquinas.

VISCOSE CORTADA

ALGODÃO

375

360

360

4,35 0,136

4,35 0,136

Carda tandem c/ Suavecard 4,35 0,136

Manta de batedor g/m

25

Qualidade da fibra

POLIESTER

Como consequência, o ganho obtido a nível da matéria prima é reduzido pelo acréscimo de mão de obra e pelo aumento dos desperdícios, bem como por uma grande diminuição da qualidade das mechas obtidas.

Fita de carda ktex Ne Laminador -1.ª pas. (mistura) ktex Ne

Estiragem e dobragem de

Laminador - 2.ª pas. ktex Ne

Estiragem: 8,6

Laminador - 3.ª pas. ktex Ne

Estiragem e dobragem de

4,04 0,146

Torce ktex Ne

VISCOSE CORTADA

Contínuo de anéis ktex Ne Tipo de viajante

Estiragem : 24

EM 1 , dr, BLT

ALGODÃO

Batedor

Batedor

1

l

J,

Carda

Torção: 776 v /m 18,8 31,4

QUADRO 3 Roturas ao nível do Torce

Batedor Carda

8 4,04 0,146

0,45 1,30

1. 0 quarto da bobina

2. 0 e 3. 0 quartos da bobina

último quarto da bobina

Roturas por 1000 fusos/hora

Rotura da fita do laminador

2

1

o

32,7

Zonas grossas na mecha

2

5

1

52,4

Mecha saída do guia

o

1

o

6,5

União de 2 mechas

2

o

o

13,1

Desconhecidas

2

1

o

19,6

Causas

J,

Dobragem: 8 4,04 0,146

Estiragem: 8,9

DIAGRAMA 1 - Processo de fiação

POLIESTER

8

1

Carda

t

1. a passagem de laminador

l

2.ª passagem de laminador 1

J,

3.ª passagem de laminador

l l

Torce

Total de roturas por 1000 fusos/hora

Contínuo de anéis

30

REVISTA APETT

REVISTA APETT

124,3

'

31


Passando estas mechas pelo contínuo de fiação, encontraram-se as roturas que se indicam no QUADRO 4. As observações foram feitas sobre 362

QUADRO 5 Parâmetros da Qualidade dos Fios

fusos e o controlo estendeu-se durante um período de 2 horas . As roturas encontradas são bastante superiores ao habitual.

Com fibras de boa qualidade (Poliester-Viscose 50/ 50)

Parâmetro

QUADRO 4

Resistência de rotura + cN CV(%)

Roturas ao nível do Contínuo de Anéis

Causas

2. 0 e 3.0 quartos da canela

1. 0 quarto da canela

último quarto da canela

Roturas por 1000 fusos/ hora

7

2

2

15,3

415 13,9

290 14,6

Tenacidade ++ cN/ tex Alongamento de rotura (%)

22,0

15,3

15,5

13,5

Regularidade de massa Uster U %

12,4

14,0

Pontos finos / 1000 m Mecha mal estirada

Com a mistura estudada (Poliester-Viscose-Algodão 50/ 25/ 25)

Pontos grossos / 1000 m 'Neps' / 1000 m

5

23

70

262

88

385

Torção Zonas grossas na mecha

7

Zonas finas na mecha

2

Enrolamentos no cilindro de pressão

e

8

5

27,6

2

1

6,9

o o

1,4

1

Enrolamentos no cilindro canelado

1

1

o

2,7

Viajante sujo

6

l

'.!

12,4

União de 2 fios

2

1

2

6,9

19,7 776 2,1

19,7 776 1,8

vil" v/ m CV( %) Defeitos CLASSIMAT / 1000 m Al Bl Cl Dl

400 75 17 7

2550 525 125 20

Defeitos Totais

499

3220

A4 + B3+ C3+ D3

20

72

Nota: ( + ) -1 cN

=

1g

( + + ) - cN / tex

= RKM

QUADRO 6 Influência do perno de distância sobre os parâmetros de qualidade do fio Tamanho do p_erno de distância em mm

Parâmetro Desconhecidas

2

2

1

a.o

6,9 (cN)

Resistência É evidente que o tamanho do perno de disTotal de roturas por 1000 fusos/ hora

No QUADRO 5 encontram-se indicados os principais parâmetros de qualidade dos fios obtidos a partir de fibras de boa qualidade e a partir da

32

80,l

mistura estudada. Estes resultados foram obtidos, trabalhando-se em contínuos de fiação equipados com pernos de distância de 5 mm no trem de estiragem.

REVISTA APETT

tância tem uma grande influência sobre 'qualidade' destes fios. A mesma mecha foi fiada nos mesmos contínuos, equipados desta vez com pernos de distância de 3 e de 3,5 mm. Os resultados obtidos aquando da fiação da mecha de Poliester-Viscose-Algodão 50/ 25/ 25, utilizando os diferentes pernos de distância no sistema de estiragem encontram-se agrupados no QUADRO 6.

REVISTA APETT

268

3,5

5,0

283

290

(%)

15,4

15,l

14,6

(cN/ tex)

14,2

15,0

15,3

(%)

13,1

13,4

13,5

Regularidade de massa Uster (U %)

14,9

14,5

14,0

Pontos finos / 1000 m

32

22

23

CV resistência Tenacidade

Alongamento de rotura

Pontos grossos / 1000 m

335

298

262

'Neps' / 1000 m

720

650

385

33


Ao aumentar o tamanho do perno de distância, aumenta a resistência à rotura do fio (e consequentemente a sua tenacidade) bem como o seu alongamento de .rotura; pelo contrário o coeficiente de variação da resistência diminui, o que indica que os fios são mais homogéneos em resistência. A irregularidade de massa decresce ao aumentar o tamanho do perno, pelo que os fios mais regulares são os que são obtidos com pernas de 5 mm. Destas experiências, pode-se concluir que ao utilizar pernas de distância de 5 mm no trem de estiragem, conseguem-se produzir fios mais resistentes e simultaneamente mais regulares (melhor regularidade de massa). As diferenças encontradas entre os fios obtidos com fibras de poliester-viscose (50 / 50), de boa qualidade e com fibras de recuperação, são importantes . A resistência à rotura do fio, passa de 415 cN para 290 cN, isto é, verifica-se uma diminuição de cerca de 30 % . O alongamento de rotura que era de 15,5 % para os fios de referência, passa a 13,5 % para os fios obtidos a partir de fibras de recuperação, isto é, cerca de 13 % inferior. Este parâmetro poderá influir muito directamente sobre o número de roturas ao nível da tecelagem. O valor Uster (U %), passa de 12,4 % para fibras de boa qualidade para 14 % para os fios

obtidos a partir de fibras de recuperação; há porde 13 %. Também a dispersão encontrada ao nível da medida da torção dos fios se reduz de cerca de 17 %, quando se utilizam fibras virgens. A contagem de defeitos visíveis, por meio do Uster CLASSIMAT, atesta diferenças bastante importantes (um aumento da ordem de 545 % no total de defeitos, no caso de se utilizarem fibras de baixa qualidade). A partir dos resultados apresentados no QUADRO 5 (Parâmetros da Qualidade dos Fios) e não esquecendo o grande aumento do número de roturas verificado ao nível do torce e do contínuo, parece desaconselhável, dum pónto de vista de 'qualidade' e de rentabilidade, a utilização da mistura estudada. A utilização de poliester 'sub-standard' pode ocasionar · problemas graves em tingimento, o que não permite dar uma garantia do tinto. Uma utilização possível para estes fios, seria a dos tecidos estampados ou então para tecidos com muitos motivos, bem contrastados, que ajudem a dissimular as irregularidades do fio. Como conclusão podemos referir (o que já devia ser de todos conhecido) que nem sempre as matérias primas mais baratas, permitirão obter os fios mais baratos, para um mesmo nível de qualidade.

O contra 1o estatístico de qualidade de um fio por:

J. VERÍSSIMO LISBOA •

SUMMARY This article presents a statistical method that will effectively control the quality of a yarn using a sumple size dependent on the maximum average number of defects allowable in a certain length of yarn . The methodology used can be applied to any type of product independent of its transformation state. The statistical techniques are those presently utilized in Textile Engineering and Management courses at Instituto Universitário da Beira Interior. From this research a graph was prepared which will enable quality control supervisers to determine the sample size quickly given the desired' level of quality. RESUMÉE Cet étude présente une methóde statistique qui permet le controle de qualité d'un fil. Nous avons utilisé une échantillon dont la dimension dépend du numéro maximum «moyen» d'erreur admis dans une certaine e lougueur de fil. La methodologie utilisée peut être employée pour tous les types de produits independamment de l'état de transformation. Les méthodes que nous avons décrit font partie des cours de Génie Textile et Gestion de L'Instituto Universitário da Beira Interior. Avec cet étude nous avons abouti à un graphique qui permet, au controleur du fil, faire une detérmination rapide de la dimension de l'echantillon sachant le niveau de qualité exigé. 2. PRINCíPIO A partir da observação de uma amostra de grandes dimensões, estima-se a média e o desvio padrão do lote. Com base nestes resultados realiza-se o teste do Qui-quadrado com o fim de conhecer .a distri-

buição dos defeitos . Determina-se um intervalo de confiança para a média e calcula-se o número de bobinas a examinar em função do número médio máximo de defeitos a tolerar numa bobina. 3. TÉCNICA 3.1. Amostra Da produção de dois conjuntos de contínuos, («A» e «B»), compostos por 400 fusos/contínuo, foram retiradas 200 bobinas de fio de um lote de 90 000 bobinas e 200 bobinas de fio de um lote de 20 000 bobinas produzidas respectivamente por «A» e «B». O fio sobre o qual incidiu esta análise é do tipo acrílico normal n .0 40 e consideram-se defeitos os «fios grossos, fios finos, chamas e sujos». A observação das amostras foi feita manualmente e à luz do dia, tendo cada bobina aproximadamente 3000 metros de fio . 3.2. TESTE DO QUI-QUADRADO Este teste teve apenas como objectivo verificar se a distribuição dos defeitos se comporta segundo uma distribuição de Poisson, já que esta distribuição aparece vulgarmente associada a fenómenos desta natureza. Esta análise é feita comparando as frequências observadas com as probabilidades próprias da distribuição de Poisson, utilizando para este efeito a estatística do Qui-quadrado. 3.3. INTERVALO DE CONFIANÇA A média dos defeitos da amostra não coincide forçosamente com a média dos defeitos do lote geral. Esta é determinada em termos de um intervalo, cuja amplitude além de depender da média, desvio padrão e dimensão da amostra, depende também do nível de confiança exigido ao intervalo.

* Assistente do Instituto Universitário da Beira Interior.

34

REVISTA APETT

REVISTA APETT

35


Tendo sido utilizada neste trabalho uma amostra de grande dimensão e pretendendo que o verdadeiro valor médio dos defeitos do lote se encontre dentro dos limites do intervalo a determinar com a probabilidade de O, 95, a estatística usada foi a seguinte:

Quadro 1 - MÉDIA E DESVIO PADRÃO Contínuos «A» Contínuos «B» observado~

X - defeitos i

1

2

o

1

2

-- -- -- -- -- --

n. - frequências -

1

5

194

l

X+ Z xs/\/~ ... (1) - 0,025 representando X a média dos defeitos da amostra z0,025 = 1,96 o valor dada pela distribuição normal associada à probabilidade de 0,95, s o desvio dos defeitos da amostra e n a respectiva dimensão.

o

192

7

X-média dos defeitos

0,035

0,045

s - desvio padrão

0,209

0,023

1

Comparemos as frequências obse.rvadas com as probabilidades segundo a lei de Poisson. 3.4. DIMENSÃO DA AMOSTRA PARA CONTROLO Na determinação do número de bobinas a examinar, de modo a garantir ao utilizador do fio um número máximo de defeitos não superior a um certo valor K, partimos do princípio que as médias encontradas são uma boa estima estimativa das médias dos lotes a que dizem respeito. Fixando o erro de l.ª espécie em 0,05, isto é, a probabilidade de rejeitar a hipótese de que a média dos defeitos do lote coincide com o valor estimado para esta, ser igual ou inferior a 0,05, quando de facto a hipótese é verdadeira, vamos obter uma expressão que nos dá a dimensão da amostra de controlo para os diversos valores de K.

K/µ A = 0,035)

Defeitos Observados

o 1 2

relativas

Pi Poisson ).,, = 0,035

0,97 0,025 0,005

0,966 0,034 0,0006

f. -freq. l

relativas

Pi Poisson ).,, = 0,045

0,96 0,035 0,005

0,956 0,043 0,001

f. -freq. 1

A partir dos valores apresentados no quadro 2, calculamos o valor da estatística do Qui-Quadrado x2 = k (n.1 - np.)2 1 ( ) . utilizando um nível de signinp.

0,05

A

(2)

K/µB = 0,045)

~

0,045,

Com base nestas duas expressões obtivemos a seguinte tabela:

< 0,05

... (3)

Tabela 1 - Ponto crítico e dimensão da amostra

Recorrendo a uma tabela de distribuição normal, verifica-se ser o valor 1,645 que possui à sua direita 0,05 de probabilidade. Estandardizando as expressões (2) e (3) vem: - Contínuos «A»: Prob (1,645 ~

VN A

E

- Contínuos «B»: N = 0,3784 2 / (K - 0,045) 2 •

e do mesmo modo virá:

>

0,045)/0,23) = 0,05

do ponto crítico K: - Contínuos «A»: NA= 0,3438 2 / (K - 0,035) 2

- Contínuos «B»: Hipótese O: µ B < 0,045

Prob (XB Contínuos «B»

Contínuos «A»

<

(K -

examinar da produção de fio originada pelos contítrnos «A» («B»). Deste modo vamos obter duas expressões que nos dão a conhecer o valor de N (N ) em função

com o que foi dito em 3.4., pretende-se que:

>

VNB

representando NA (NB) o número de bobinas a

<

Hipótese alternativa: µB Quadro 2 - COMPARAÇÃO DAS FREQUÊNCIAS RELATIVAS

Prob (1,645 ~

tos dos lotes produzidos respectivamente pelas contínuas «A» e «B», formulemos as hipóteses enumiadas em 3.4.: Contínuos «A»: Hipótese O: µA 0,035 Hipótese alternativa: µA ~ 0,035, e de acordo Prob (X A

4.2. TESTE DO QUI-QUADRADO

- Contínuos «B»:

4.4. A DIMENSÃO DA AMOSTRA Representando por µA e µB a média dos defei-

Contínuos «A»

(K - 0,035)/0,209 = 0,05

N

K-ponto crítico

N -dimensão A da amostra

0,06 0,07 0,08 0,09 0,1

189 96 58 39 28

Contínuos «B» K-ponto N -dimensão B crítico da amostra 0,07 0,08 0,09 0,1 0,12

nUme<ro ..k boOr.ca dr Hc.m Jc 110

229 117 71 47 25

cuja representação gráfica se mostra na Fig. 1. 200

l

ficância de 2,5 %, temos como zona de rejeição 3.5. A POTÊNCIA DO ENSAIO

Xz;

Esta análise teve por objectivo observar o comportamento do erro d'e 2.ª espécie, isto é, a probabilidade de aceitar a hipótese da média de defeitos do lote coincidir com a respectiva estimativa quando na realidade isto não acontece. Determina-se o complemento desta probabilidade, «potência do ensaio», valor este que vai permitir observar até que ponto a amostra de controlo é sensível a uma alteração significativa da média dos defeitos do lote.

No caso das contínuas «A» o valor estatístico do Qui-quadrado é de 6,915, logo não se exclui a hipótese da distribuição dos defeitos se comportar segundo a lei de Poisson com média igual a 0,035. Em relação aos contínuos «B», o valor encontrado para a estatística do Qui-quadrad'o foi de 3,5 o que nos leva também a não excluir a hipótese da distribuição dos defeitos se comportar segundo a lei de Poisson com média igual a 0,045.

2•5 % ~ 7,38. 150

---------- Continuo\ A. - - - - - Continuo• B

100

1 1

'1 1 1

\

1

4.3. INTERVALO DE CONFIANÇA 4. RESULTADOS 4.1. MÉDIA E DESVIO PADRÃO Da observação das amostras obtiveram-se os seguintes resultados:

1

Substituindo na expressão (1) os valores obtidos dos vários parâmetros que nela intervêm, · obtêm-se os intervalos de confiança para a média dos defeitos: [0,006; 0,064] Contínuos «A» [0,013; 0,077] Contínuos «B»

~o

'' ''\

''

'

--.._--;,__~~-...~~~--~~--;i--..àK

a,,1

36

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......

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a,u

0,2

37


4.5. A POTÊNCIA DO ENSAIO

De acordo com o que foi dito no ponto 3.5., calculemos a potência do ensaio associada aos valores da tabela 1 e para eventuais hipóteses alternativas que se possam pôr em relação à verdadeira média do número de defeitos dos lotes. - Contínuos «A» Função potência: 1 - Prob. (X ::::; K/µ ): µ ), (4) A A a estandardizando 1 - Prob. (Z ::::; NA' (K - µ )/0,209 (5) cujos valores obtidos com recurso à distribuição normal, figuram na Tabela 2: Tabela 2 Potência do ensaio para os contínuos «A»

~C( 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1

0,15

-- -- -- - - - - ---- --0,06 0,094 0,255 0,5 0,745 0,906 0,975 0,995 1 -- ---------------0,07 0,08 0,174 0,32 p,5 0,68 0,826 0,92 1 ---------- - - -----0,08 0,072 0,138 0,233 0,358 0,5

0,642 0,767 0,995

------------------

0,09 0,068 0,116 0,186 0,276 0,382 0,5

0,618 0,963

------------------

(),065 0,103 0,156 0,233 0,306 0,4

0,1

0,5

- Contínuos «B»: Função potência: 1 - Prob. (X ): K/µ ::::; µ ) B B a estardizando

0,897

... (6)

1- Prob. (Z ::::; V NB (K - µ a)/0,23

... (7)

cujos valores se encontram na Tabela 3: Tabela 3 Potência do ensaio para os contínuos «B»

~C(

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0,1

0,12

Agradecimentos: 0,13

-- -- - - -- -- - - - - - - -0,07

0,094

0,255

0,5

0,08

0,079

0,173

0,319 0,5

0,09

0,072

0,745 0,906 0,976 0,999 1

-----------------0,681 0,827 0,97

------------- -

----0,1

0,068

0,136 -

0,232 0,357 0,5

--- -

0,117 0,186 0,276

0,064

0,096 0,14

0,999

0,382 0,5 -

- A Gerência da Empresa Transformadora de lãs pelas facilidades concedidas. - Ao Sr . Abrantes pela colaboração dispensada.

---0,865 0,986

------- -

------------O,lZ

0,643

mentando o número médio max1mo de defeitos a tolerar numa bobina de fio, diminui a dimensão da amostra para o controlo. No respeitante à potência do ensaio verificámos que a uma alteração significativa na média dos defeitos/bobina, a probabilidade de rejeitar a hipótese O aumenta. De facto só um aumento substancial desta média poderá pôr em causa a estimativa encontrada para a média dos defeitos. Suponhamos que um utilizador não admitia mais de 3 defeitos em 100 000 metros deste tipo de fio; como as bobinas utilizadas eram de 3000 metros, será equivalente afirmar que o utilizador não tolera em média mais do que 0,09 defeitos/ / bobina. Se o fio tivesse sido produzido pelos contínuos «A», bastaria observar uma amostra com 39 bobinas. Se nesta amostra for encontrado um número médio de defeitos igual ou inferior a 0,09, podemos garantir ao utilizador, com uma probabilidade de erro não superior a 5 % que o fio em questão satisfaz a condição por ele exigida. Se for determinado um valor de X superior a 0,09, é de suspeitar que a média do lote sofreu alteração. As razões destaalteração poderão estar, por exemplo, num desacerto nas máquinas, num lote de matéria prima que não possui as características habituais, etc. Como conclusão final poderemos afirmar que a metodologia apresentada pode ser aplicada a qualquer tipo de produto, independentemente do seu estado de transformação, desde que se tome em consideração o tipo de defeito a controlar. Trata-se pois de um método geral de fácil aplicação e que possibilita um controlo de qualidade eficaz.

0,724 0,932

----

0,192 0,257 0,333 0,5

0,743

BIBLIOGRAFIA: 'INTERMEDIATE BUSINESS STATISTICS' - Robert Miller; Dean W. Wichern

3. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

'A ESTATíSTICA NOS ENSAIOS TÊXTEIS' - José de Sousa Neves

Da observação dos valores que constam na Tabela 1, constatámos que à medida que vai au-

'STATISTICS' - Taro Yamane

38

A ELASTICIDADE DAS MALHAS INTERLOCI< por:

MÁRIO DUARTE DE ARAÚJO.,

RÉSUMÉ L'influence du facteur temps sur les propriétés élastiques des étoffes de maille conduit à la conception des méthodes d'essais nonconventionelles pour l'étude de ces propriétés. Ce travail montre le procédé expérimental pour comprendre le mécanisme de déformation et récupération des mailles interlock. Dans ce travail, on a étudié une méthode experimentale que permit de comprendre le mécanisme de la déformation et récupération des tricots interlock, en vue du project de l'habillement plus adapté aux usages finales ainsi que plus confortable. SUMMARY The influence of time on the elastic properties of knitted fabrics leeds to the design of nonconventional test methods in order to study these properties. The present work shows the experimental procedure used which led to the understanding of the deformation and recovery mechanism of knitted interlock fabrics. This has made possible the design of clothing for a particular end-use and so more confortable. 1 - INTRODUÇÃO

O vestuário de malha é utilizado geralmente aconchegado ao corpo, sendo importante que as propriedades elásticas das malhas sejam tais que permitam a livre movimentação do utilizador mesmo quando os seus movimentos lhe provoquem grandes deformações. É importante porém, que as malhas sejam concebidas d'e modo que as defor-

mações impostas durante a utilização sejam perfeitamente recuperáveis. As propriedades elásticas das malhas dependem fundamentalmente de três factores: a) as propriedades dos fios utilizados, b) o tipo de ponto, c) os parâmetros geométricos da construção da célula estrutural do ponto. O tipo e ordem de grandeza das solicitações a que as malhas são submetidas durante a utilização foram já estudadas por vários investigadores. Rest (1) faz referência a níveis de extensão do corpo nas nádega, joelhos, cotovelos e costas de 5, 13, 19 e 15 % respectivamente. É também de notar que ao levantar os braços acima da cabeça as costas esticam 13 a 16 % , enquanto que a dobragem do cotovelo e d'o joelho implicam uma extensão da pele da ordem dos 40 % (2). Por conseguinte para dar conforto e liberdade de movimento ao utilizador do vestuário, e para manter a forma e dimensões iniciais do mesmo, torna-se necessário que certas peças de vestuário (sobretudo vestuário desportivo e de lazer) tenham elasticidade intrínseca da ordem dos 40 % .

2 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para cada um dos conjuntos de malha interlock estudados consideram-se dois tipos de recuperação elástica tensorial, nomeadamente a Recuperação Elástica Inicial (REI) e a Recuperação Elástica Total (RET), que foram calculadas a partir de ciclos de carga e descarga. Pelos motivos acima referidos a recuperação elástica tensorial de cada «tecido» de malha foi medida a graus de extensão que variaram entre zero e 40 %.

* Professor Associado da Universidade do . Minho.

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39


Direcção das fileiras

_........

t

Fig. 1 - Representação diagramática da malha interlock

Amostras de 16 cm de comprimento por 5 cm de largura foram cortadas nos dois sentidos da malha, isto é, na direcção das fileiras e na direcção das colunas (ver anexo 1). Dessas amostras, metade foram ensaiadas no «estado de relaxação a seco» e a outra metade no «estado de relaxação a molhado completa» (estado muito perto do estado de energia mínima). As características dos «tecidos» de malha utilizados encontram-se especificadas no Quadro l.

Os ensaios foram efectuados num Dinamómetro Instron de Mesa (Modelo 1122) com uma distância inicial entre amarras de 10 cm e com uma velocidade de deslocamento do travessão de 5 cm/ / min . Para cada um dos quatro graus de extensão considerados foram utilizadas amostras novas . Em cada grau de extensão registaram-se as curvas de tensão-extensão e recuperação para os 5 ciclos de carga e descarga num registador XY. A recuperação elástica inicial e total, foram então determinadas para o l. º e 4.º ciclos, de modo ilustrado na Fig. 2. Observando a curva registada verifica-se que no prosseguimento do ensaio à amostra é esticada até um valor de extensão pré-determinado OL._ resultando na curva tensão-extensão OA. A amostra é então mantida a esse grau de extensão durante 30 seg., dando-se a ocorrência da relaxação de tensões AB. A carga é subsequentemente retirada da amostra e a recuperação LC (a tensão zero) é então registada, esta retracção sendo referida por «Recuperação Elástica Inicial». A amostra é então mantida livre de tensões durante um minuto, dando-se a ocorrência da recuperação CD (recuperação devida a fluência). O ciclo seguinte inicia-se então no ponto D, sendo este ponto limite de recuperação da amostra no ciclo anterior. A E

ó (gf)

B

QUADRO I

n.º de código da malha

TEX do fio

1 2 3 4

17

5

19

6 7 8 9 10 11 12

22

L

Distância disco - cilindro (cm)

(cm)

0,040 0,075 0,145 0,215

1,186 1,308 1,557 1,775

0,075 0,110 0,180 0,250

1,196

0,110 0,145 0,215 0,285

1,389 1,509 1,740 1,970

u

1,335 1,579 1,797

Especificações para a produção dos tecidos de malha

40

o

D

C

L E:(%)

Fig . 1 - Representação diagramática da malha interlock e recuperação para o 1. 0 e 2. 0 ciclos (malhas interlock)

A Recuperação Elástica Inicial pode pois calcular-se pela seguinte fórmula: LD -

X

100 = REI ( % )

(1)

LO

REVISTA APETT

,..

e a Recuperação Elástica Total pela fórmula: LD -

X

100 = RET (%)

(2)

LO LD é o sumatório da recuperação elástica imediata LC e da recuperação elástica retardada CD.

3 - DISCUSSÃO Para a investigação em curso tricotaram-se três conjuntos de quatro «tecidos» segundo as especificações do Quadro I, num tear Wild Mellor Bromley para Interlock, de jogo 20 e 18 polegadas de diâmetro. As mediações da recuperação elástica inicial e total foram efectuadas para vários graus de extensão no l.º e 4. 0 ciclos, na direcção das filei · ras e das colunas, e no estado de relaxação a seco e a molhado completa (Quadros II e III). As curvas Extensão-Recuperação para uma malha apertada (malha 1) e para uma aberta (malha 4), na direcção das fileiras e das colunas, e no estado de relaxação a molhado completa (para o l.º e 4.º ciclo) encontram-se ilustradas nas figs. 3 a 10. (Ver anexo II) . A tendência generalizada é para a recuperação elástica inicial (REI) ser menor que a recuperação dependente do tempo (recuperação devido à fluência) que se efectua desde o momento em que a carga é retirada até à iniciação do ciclo seguinte. Este comportamento é bem característico dos materiais visco-elásticos. Outro fenómeno também característico dos materiais visco-elásticos é o facto da carga necessária para produzir um dado estado de deformação diminuir após o primeiro ciclo. Tal pode ser explicado através do princípio da sobreposição atribuído a Boltzmann (3) segundo o qual a deformação em qualquer instante, num corpo possuidor de fluência, é devida não só à carga actuante nesse momento mas também a toda a história prévia de tensões nesse corpo, e é dada pelo sumatório dos efeitos de cada mudança de tensão previamente registada. A carga necessária para obter determinado grau de extensão diminui à medida que a relaxação do tecido aumenta; a recuperação elástica inicial e total de qualquer deformação aumenta à medida que a relaxação do tecido também aumenta (especialmente na direcção das colunas) . A razão para tal é que à medida que a relaxação

RE:VISTK~PETT

prossegue, as tensões no tecido impostas durante a fabricação e que actuam como restrições à extensão e à recuperação no estado de relaxação a seco, diminuem em valor à medida que a malha prossegue para um estado de energia mínima, tal permitindo que a extensão e a recuperação se realizem com maior liberdade. Por conseguinte a carga necessária para produzir determinada extensão diminui e a recuperação depois de retirada a carga aumenta. Normalmente, tanto a recuperação elástica inicial como a recuperação elástica total diminuem à medida que a extensão aumenta, pois a deformação permanente aumenta à medida que a extensão aumenta . Em qualquer dos casos a recuperação elástica inicial e total são maiores na direcção das fileiras que na direcção das colunas, devido ao tipo de deformação em causa em cada caso ser diferente. Na direcção das fileiras, só a extensões muito elevadas é que o eixo do fio começa a fazer sentir o seu efeito na carga, enquanto que na direcção das colunas o efeito do eixo do fio na carga verifica-se a extensões consideravelmente mais baixas. Isto está relacionado com a forma da célula estrutural do ponto da malha interlock (Fig. 1). Devido ao efeito do eixo do fio na tensão se fazer sentir mais cedo na direcção das colunas do que na direcção das fileiras, as tensões necessárias para atingir determinado grau de extensão são mais elevadas na direcção das colunas que na direcção das fileiras, o que faz com que a deformação seja também maior na direcção das colunas que na direcção das fileiras. Na direcção das fileiras tanto a recuperação elástica inicial como a total aumentam à medida que o grau de aperto da malha (K) diminui; a tensão necessária para obter determinada extensão diminui à medida que K também diminui. Estes efeitos são devidos ao facto das estruturas de malha mais abertas serem mais elásticas que as estruturas de malha mais apertadas, sendo em consequência disso mais facilmente deformáveis e tendo propriedades de recuperação maiores. Contudo, devido às estruturas das malhas abertas serem facilmente deformáveis, é muito fácil deformá-las para além do limite elástico, causando deformações permanentes . No que diz respeito ao comportamento das malhas durante o uso, deve chegar-se a uma situação de compromisso entre «estabilidade dimensional com pouca elasticidade» ou «elasticidade com pouca estabilidade dimensional»; dentro de

41


limites razoáveis é normalmente preferível a primeira situação. Na direcção das colunas e no estado de relaxação a seco, é difícil avaliar o efeito do grau de aperto da malha (K) na recuperação elástica da malha devido ao estado de deformação em que se encontram as laçadas. Tal estado de deformação foi imposto à malha durante a tricotagem, sobretudo por efeito da tensão de tiragem da malha que deixa as laçadas muito alongadas . No estado de relaxação a molhado completa, onde as laçadas já se encontram na sua forma natural na malha (forma aproximada de uma elástica), parece haver tendência para que tanto a recuperação elástica inicial como a total aumentem à medida que K aumenta. Este fenómeno está relacionado com as propriedades flexionais do fio utilizado (4), na medida em que o binário necessário para curvar o · fio de modo, a formar uma laçada pequena é maior que o binário necessário para curvar o fio na formação de uma laçada grande (Quadro IV). Em consequência disso, a recuperação à flexão do fio quando curvado para formar uma laçada pequena é maior que a recuperação à flexão do mesmo fio quando curvado para formar uma laçada grande (3.ª lei do movimento de Newton: acção e reacção. são sempre iguais e opostas).

4 - CONCLUSÃO A conclusão fundamental que se pode tirar é que, na ausência d'e fios com propriedades elásticas especiais (texturizados e elastómeros), a extensão e recuperação dos tecidos interlock dependem fundamentalmente do grau de aperto da malha (K). Por conseguinte é possível fazer o projecto duma peça de vestuário interlock com as propriedades elásticas desejadas para o fim a que o artigo se destina.

ANEXO II QUADRO II REFERÊNCIAS Propriedades tensoriais e elásticas de um «tecido» de malha interlock apertado 1. J. Rest, Text. Inst. Ind., 1965, 3, p. 34. 2. Du Pont de Nemoures, Text. Weekly, 1964, 64, N.º 1900, p. 255 Inter., U.S.A. 3. L. Boltzmann, Pogg. Ann. Physik, 1876, 7, p. 624. 4. A. W. Marvin and M. D. de Araújo in «Cotton in a Competitive World» (edited by P. W. Harrison), The Textile Institute, Manchester, 1979 p. 232.

EXTENSÃO

CICLO

TENSÃO

R. E . I.

R. E. T.

( %)

N.º

gf

%

%

10

1 4

86,00 84,00

78,22 78,22

87,13 87,13

20

1 4

152,00 146,00

77,34 73,89

84,24 80,79

30

1 4

270,00 250,00

79,08 73,86

83,01 79,01

ANEXO I

40

1 4

375,00 345,00

76,35 71,92

80,79 74,88

Termos e definições utilizadas

10

1 4

46,25 44,75

87,13 82,18

90,10 85,15

20

1 4

122,00 120,00

92,12 88,18

92,12 88,18

30

1 4

235,00 225,00

88,16 88,55

88,16 83,55

40

1 4

335,00 310.00

88,12 81,19

88,12 81,19

10

1 4

205,00 195,00

73,53 71,57

81,37 76,47

20

1 4

450,00 400,00

69,61 66,67

77,45 71,51

30

1 4

800,00 690,00

66,01 60,78

71,90 67,32

40

1 4

1700,00 1400,00

55,67 47,78

64,04 56,65

10

1 4

158,00 152,00

75,49 70,59

81,37 76,47

20

1 4

360,00 325,00

70,59 64,71

78,43 71,57

30

1 4

690,00 610,00

67,97 65,36

73,86 69,28

40

1 4

1160,00 960,00

58,62 48,28

67,98 59,61

N. 0 de código da malha

1

Relaxação a seco (na direcção das fileiras)

1

QUADRO IV

N. 0 de código da malha

Grau de aperto

R x l0-1 (mm)

1 4 5 8 9 12

apertado aberto apertado aberto apertado aberto

3,07 5,72 3,06 5,80 3,81 6,25

G xl0- 2

B mN mm2 mN mm

72,22 72,22 81,81 81,81 96,49 96,49

i

2,35 1,26 2,67 1,41 2,53 1,54

G = B x R; onde G =resistência à flexão do o

42

o

fio (medida com o Shirley Cyclic Bending Tester B = momento flector R = raio de curvatura de flexão (assume-se que seja metade da altura da la çada no estado de relaxação a seco)

água usando lg/ l de Teepol como agente molhante. A temperatura do banho é de 98 ± 2ºC e o tempo de tratamento 2 horas. A malha é seguidamente espremida durante 5 min. num secador hidroextrator e então posta a secar em secador rotativo durante 2 horas, à temperatura de 70 ± 3°C. Finalmente a malha é condicionada durante 24 horas numa atmosfera normalizada.

Extensão = alongamento x 100 / comprimento inicial. Relaxação a seco - depois de retirada do tear, a malha é estendida numa superfície horizontal polida durante uma semana, numa atmosfera normalizada (20ºC e 65 % H.R.). Relaxação a molhado completa - depois de retirada do tear a malha é tratada numa «barca de tingimento em corda» com agitação da

TEX = número do fio no Sistema Internacional de unidades. = peso em gramas de 1000 metros de fio. c = fileira = uma linha de laçadas na direcção da largura da malha. W = coluna = uma linha de laçadas na direcção do comprimento da malha. Célula E;strutural do Ponto = a mais pequena unidade repetitiva duma contextura ou ponto de malha. L = comprimento da Célula Estrutural do Ponto

u

Relaxação a molhado (completa) (na direcção das fileiras)

1

Relaxação a seco (na direcção das colunas)

=comprimento do fio numa unidade repetitiva completa da contextura ou ponto.

K = grau de aperto da malha = 1/ Tex x nt/LU

(onde o n é o número de agulhas em opera-

1

t

ção na célula estrutural do ponto) = medida do aperto de construção de uma contextura ou ponto. Tensão ou carga - força actuante no material e tendente a mudar-lhe as dimensões.

REVISTA APETT

Relaxação a molhado (completa) (na direcção das colunas)

REVISTA APETT

43


'

(gf)

1338

QUADRO III

FIG. 4 : 4:?c1clo Ma J.lia n<.ll ( ap12 r L:t<L1) D ir <! Cç... ~;· o das

Propriedades tensoriais e elásticas de um «tecido» de malha interlock aberto

N.0 de código da malha

4 Relaxação a seco

EXTENSÃO

CICLO

TENSÃO

R. E . I.

R. E . T.

%

N. º

gf

%

%

10

1 4

5,30 4,70

100,00 100,00

100,00 100,00

20

1 4

10,40 9,80

94 ,58 91,63

94,58 91,63

30

1 4

17,00 16,50

87,33 84,67

87,33 84,67

40

1 4

25,00 23 ,50

86,70 83,25

88,18 85,22

10

1 4

8,50 8,00

100,00 100,00

100,00 100,00

20

1 4

16,00 15,00

91,13 86,7g

92,12 88,67

(na direcção das fileiras)

4 Relaxação a molhado (completa) (na direcção das fileiras)

4 Relaxação a seco

4 Relaxação a molhado (completa) (na direcção das colunas)

e>. ', L''' .,., • l I .: •• ;.

669

i 1 I

/

f /

30

1 4

22,25 20,50

84,08 79,62

84,08 79,62

40

1 4

41 ,00 38,00

89,16 83,74

89,16 85,22

10

1 4

60,00 57,00

73,53 63,73

100,00 100,00

20

1 4

196,00 175,00

61,76 61,75

81 ,37 73,53

30

1 4

590,00 490,00

59,87 59,87

72,35 67,11

40

1 4

1240,00 1020,00

52,97 52,97

65,84 60,15

10

1 4

42,00 39,00

54 ,90 43,14

66,67 56,86

20

1 4

132,00 116,00

61,76 55,88

71,57 63 ,73

30

1 4

280,00 260,00

36,84 34,87

68,42 42,11

40

1 4

410,00 340,00

59,61 53,69

67,49 60,10

/

/

/

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(na direcção das colunas)

l..•

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o

lO EC~) Mal ha n'/ 1 (apertada )

Di r ecção àa~; colu na s

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669

1 I

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I

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44

REVISTA APETT

o

REVISTA APETT

10

I

20

45


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11

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Mallrn n'.i 1 ( ap l:rt.a da )

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174

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10

FIG 5: 348

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1

o

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Ql

Malha n9 1 (apçrtada)

6~ iro ro

Direcçao das fileiras

êro '°"' o c1J

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Fl G 7 : 1~e ielo

566

Malha n9 4 (abc:na)

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Direcção das col una s

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46

10

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REVISTA APETT

o

o

REVISTA APETT

lO

20

30

40

~(~)

47


·í

(g r) 1

561

FIG 10·.

L..~ctclo

auantificacão técnica do efeito retardador em sistemas de tingimento de fibras acrílicas com corantes básicos I

por J. M. Fiadeira*, J. Cegarra**, P. Puente'''*, e J. Valldeperas**

1 2B

RESUMÉE L'étude de systhémes isoreactifs d'un colorant donné, en présence de differents retardateurs permet: 1ere - La vérification de l'influence de plusieurs variables (concentration de colorant, concentration de rétardateurs, température, etc.) sur l' effet rétardateur. 2 éme - La quantification de l'effet ci-dessus, on propose une méthode qui permet de comparer, en différentes situations, le comportement du rétardateur en ce qui concerne l'aspect technique et économique. L'étude a été realisée avec amines polyoxiethylénées qui présentent un effet rétardateur en fonction du nombre de moles de oxyde d'éthyléne, ayant l'avantage, par rapport aux rétardateurs classiques, de varier son pouvouir rétardateur, en modifiant tout simplement la longueur de la chaine oxiethylénée. La méthode proposée peut être programmable en ordinateur ce qui permet une connaissance rapide des parametres qui possibilitent l'analyse _téchnique et économique du processus.

'

1

f

I / /

/

1

,

1

/

/

/

- - --- -- o

a;;-..........~--.;;,_~~~~~~~~-r· ~~~~--~~-,-

o

10

30

20

5' Fl G 9:

(gO

56

1~ddo

Malha n9 4 (aberta)

Direcção das fileiras

SUMMARY The strudy of isorreactive systems for a dyestuff under the presence of several cationic retarding compounds permits to obtain the following conclusions: l.º To know the influence of several variables (dyestuff concentration, retarding concentration, temperature, etc .) on the retarding effect. 2.º A method to compare the retarding behaviom: under different situations from the technical and economical point of view can be proposed in order to obtain a quantification of the effect above mentioned.

28 f

I I

1

/

1

I

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J

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J ;

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/

,...../'"'

_,,-

-o

This study has been perfomed with oxyethylenated alkylamines having a retarding effect as a function of the ethylene oxide content; therefore, they have the advantage over classical retarders, that their retarding power can be modified by simply altering the length of the oxyethilenated chain. Conveniently programmed, the proposed method can afford to easily know the parameters that permit the technical and economical analysis of the process. 1 - INTRODUÇÃO

A necessidade de quantificar o efeito dos retardadores catiónicos em sistemas de fibras acrílicas e corantes básicos, levou Galafassi e colab. (1) a estabelecer para banhos de concentração e temperatura constantes, um critério baseado no cálculo da % de retardação a partir das constantes de velocidade de tinturaria com e sem retardador segundo a fórmula seguinte: % RET. = 100 (1 -

KC R

+ )

... (1)

onde: = constante de velocidade do corante K C+ R em presença de retardador. K = constante de velocidade do corante e em ausência de retardador. Uma vez que este critério não se pode aplicar aos processos de tingimento com esgotamento e elevação de temperatura, desenvolvemos outro método de quantificação do citado efeito de retardação, segundo a teoria da isoreactividade. O conceito de isoreactividade dos sistemas de tingimento desenvolvidos empiricamente por Carbonell e colab. (2) e teorizado a partir de uma equação cinética e da equação de Arthenius por

Instituto Universitário da Beira Interior - Covilhã - Portugal.

o

10

** Laboratório de Tintoreria - ETSI de Tarrasa - Espanha.

20

f(,;) 48

REVISTA APETT

REVISTA APETT

49


Cegarra e colab. (3) postula que a absorção do corante pela fibra tem lugar a velocidade constante: dC te t -=H=C dt

2 E

t

.. . (2)

2 -1

+ ª l n [-Jn(ln- -y)l

1

... (3)

Por outro lado, o valor de H, isto é, o valor da velocidade de tingimento isoreactivo, será igual ao valor que toma c no equilíbrio, ou seja c 00'

t

dividido pelo tempo total do tingimento isorectivo t assim: m

t

... (4)

m

e (2) transforma-se em:

Coo

c

t

t.

m

t

.. . (5)

i

Se se introduzirem em (5) as temperaturas adequada spara obter um ct determinado para uma velocidade H, resultará uma equação em ti e T que nos dará as condições experimentais idóneas para que o processo avolua a velocidade constante. As citadas temperaturas podem deduzir-se da eq. de Arrhenius ... (6)

e de uma série de cinéticas a diferentes temperaturas para se calcular K 0 ·e Ea através de uma equação de Cegarra-Puente:

t

ln(l - - ) = - (Kt)

c2

a

... (7)

00

Para isso é necessário derivar a eq. (7) em ordem ao tempo, eliminando ~. tempo isotérmko, introduzir a eq. (6) e a condição de isoreactividade (5), com o que se obtem a equação geral de esoreactividade:

50

.

onde: T = E. = R = a =

Temperatura absoluta Energia . de activação aparente Constante dos gases Expoente de frequência k 0 = Factor de frequência tm = Tempo total de tinturaria isoreactiva ti = Tempo de isoreactividade

Devemos, também, notar que o método proposto possibilita a comparação do efeito de dois retardadores, ao mesmo tempo que estabelece as condições para igualá-lo. O estudo foi realizado com aminas esteáricas e oleicas oxietilenadas com vários graus de oxietilenação, cujo efeito retardador foi exaustivamente estudado ( 4), ainda que, neste trabalho, se indiquem somente as conclusões referentes a duas delas: Amina Esteárica com 5 moles de óxido de etileno (AE + 5). Amina Oleica com 2 moles de óxido de etileno (A0+2). As aminas oxietilenadas são produtos de adição de óxido de etileno a alquilaminas primárias, cuja fórmula geral pode ser representada por:

SOLUBILIDADE

--

-

-

~

-

~

3

4

5

ó

9

12

PODER DISPERSANTE PODER IGUAL IZADOR _ PODER DE HUMECTAÇAO CARACTER DETERGENTE ACTIVIDADE SUPERFI CIAL

N~ DE GR,UP05 O E

DA

MOLECULA

(H + X - )

A título de exemplo na Fig. 2 apresentam-se as curvas de esgotamento do corante a duas temperaturas em presença e ausência de aminas oxietilenadas (A. P.), podendo-se observar o intenso efeito retardador destes produtos na absorção do corante. Em relação à influência da estrutura das aminas oxietilenadas sobre o efeito retardador, se bem que não seja o objectivo deste trabalho, podemos adiantar que para uma mesma série hidrocarbonetada, o efeito retardador diminui com o aumento do número de moles de óxido de etileno. 2 - PARTE EXPERIMENTAL 2.1 - MATERIAL FIBRA - CRILENKA BRILHANTE EM RAMA (5,6 d tex) A fibra foi lavada com SANDOZINE NIA a lg/l durante 20 min. a 60°C, utilizando uma relação de banho de 50/ l. 2.2- CORANTE E AMINAS OXIETILENADAS

Fig. 1 - Evolução de algumas propriedades das aminas oxietilenadas com o número de grupos O.E . da molécula.

2.2.1 - CORANTE VERDE MALAQUITE (OXALATO)- CI 42 000 - ANALITICAMENTE PURO (MERCK)

Estes produtos apresentam uma grande capacidade de igualação sem que produzam, em caso de sobredosificação, bloqueio da fibra, o que torna possível a obtenção de tinturarias igualadas com um completo esgotamento do banho (5).

2.2.2 - AMINAS OXIETILENADAS Amina esteárica com 5 moles de óxido de etileno e Amina Oleica com 2 moles de óxido de etileno com uma % de substância activa de 89.27 % e 78,86 %, respectivamente.

Esg.(~

100

(CH2 - CHR' - O)m - H R- N

c2

... (8)

m

Assim de (2):

Coo H=-

l

t

tingimento a temperatura constante, t.

i

i

a-1

A partir desta equação podemos definir o tempo de isoreactividade, t., ou seja o tempo de

t

fóbicos ou do grupo iniciador que contém o hidrogénio reactivo, faz que a etoxilação apresente uma grande versatilidade para a obtenção de uma extensa variedade de novos produtos etoxilados cuja incidência na família dos compostos químicos utilizados na Indústria têxtil é cada dia mais importante.

a m i T=~ \ln-+ lnK +ln - -+ 2 o t R

t

C ~ H t

2 -t

v••-

. .. (9)

"- (CH2 - CHR" - O)n - H Sendo: R = cadeia hidrocarbonetada saturada ou insaturada R' e R" = H, CH3 • X = anião, geralmente orgânico como formiato, acetato ou propionato. A variação de algumas propriedades de interesse ·sob o ponto de vista dos processos têxteis é sensível em relação ao número de grupos O. E. da molécula (Fig. 1), o que associado, por um lado, à possível modificação destas propriedades ou de outras a partir da variação dos grupos hidro-

REVISTA APETT

cor.4•/. (sÓ) -85-C ooo - cor. 4•1. (só) - WC +++ - cor. 4°4 AE •5 96•.t. xx>e- cor.4•.4 AE+5 96.4- 90•c

75

es•c

. . . - cor.4•.4 l-0+2 96·4- 85-C • ü - cor.4% AO+l ~%-909C

50

25

10 20

l)

45 60

Fig . 2 - Curvas de esgotamento do Verde de Malaquite em presença e ausência de aminas oxietilenadas.

REVISTA APETT

51


2.3 - CINÉTICAS DO CORANTE 2.3.1 - CONDIÇÕES GERAIS As condições gerais de tinturaria, que se mantiver em constantes para todos os ensaios, foram as seguintes: Peso da fibra seca - 3 gramas R.B. -100/ 1 pH = 4,5 { ~c~tato d,e. sódio (2,6 g/ 1 Acido acetico 2.3.2 -TEMPERATURAS O intervalo de temperatur a foi escolhido de modo que para as relações molares estudadas se pudesse verificar um comportamento cinético bem diferenciado e ao mesmo tempo, que, com vista à determinação de outros parâmetros, tivessemas um número suficiente de ensaios que permitissem o seu cálculo.

2.3 .3 - RELAÇÃO MOLAR CORANTE / AMINA OXIETILENADA - Influência da presença da Amina oxietilenada (A. P.) Fixou-se a concentração de corante e d'e A. P. de forma que a sua soma fosse igual à saturação da fibra e r ealizaram-se tingimentos com o corante em presença e ausência dos A.P. As relações molares utilizadas foram de 1/ 4 e 1/ 24. - Influência da concentração da Amina oxietilenada. Fixou-se a concentração de corante em 4 % de saturação da fibra e tomaram-se as relações mo.lares 1/ 1,5, 1/ 5,25, 1/ 8,37, 1/ 11,5, 1/ 15,25 e 1/ 24.

3-RESULTADOS EXPERIMENTAIS

O cálculo das constantes de velocidade dos vários sistemas de tingimento efectuou-se a partir dos valores experimentais das cinéticas utilizando a quação de Cegarra-Puente (eq. 7) que foi a que melhor se adaptava ao longo de toda a cinética. Nas tabelas 1, 2, 3 e 4 apresentam-se os valores das constantes de velocidade dos sistemas de tingimento utilizados neste trabalho.

CORANTE SEM A.P.

85

90

92,5

95

- 4.09 -18.89- -31.81- -43 .84 -

CORANTE COM AE+5

1.32

CORANTE COM A0+2

0.59

-

-

----

5.32

-

1.78

8.82

12.39

3.07

5.17

----

Tabela 1 - Constantes de velocidade X 103 para as cinéticas com corante a 20 % de saturação da fibra em ausência e presença de A.P. a 80 % de saturação da fibra .

TEMPERATURAS (ºC)

SISTEMAS DE TINGIMENTO

92,5

95

80

82,5

85

90

CORANTE SEM A P.

8.7

22.88

44 .39

139.73

CORANTE COM AE+5

-

-

2.57

9.23

14.90

19.48

CORANTE COM A0+2

-

-

0.75

2.54

4.04

5.97

2.3.4 -APARELHO O aparelho utilizado para a realização dos tingimentos e desenhado expressamente para o efeito encontra-se esquematizado na fig . 3.

TEMPERATURAS (ºC)

SISTEMAS DE TINGIMENTO

3.1 - CONSTANTES DE VELOCIDADE

-

-

Tabela 2 - Constantes de velocidade X 103 para as cinéticas com corante a 48 % de saturação da fibra em ausência e presença de A.P. a 96 % de saturação da fibra.

CORANTE COM AE+5 1 - Dispositivo de tingimento : Motor agitador tipo Heindolph.

-

J.2 - ENERGIAS DE ACTIVAÇÃO

TEMPERATURAS (ºC) 80

87,5

85

90

95

- -- -- - - -

1

2 - Sistema de extracção de amostras constituído .por: Refrigerante de bolas. Tubo de vidro com extremidade superior ligada a um tubo de silicone. Seringa hipodérmica . 3 - Recipiente de tingimento. 4 - Fibra . 5 - Placa de vidro com malha de 2mm de 0 .

AE+5 a 6 %

3.71

AE+5 a 21 %

-

AE+5 a 33,5 %

-

AE+5 a 46 %

-

AE+5 a 61 %

-

42.70

19.57

- -- - 7 69 -

-

5.26 -

-

-

-

13.26 -

9.92

-

-

-

--

22.42

68.02

-

--

16.55

35.28

----

4.42

7.41

13.20

3.88

6.53

11.73

----1

62.44

A rleterminação de energia de activação dos sistemas de tingimento realizou-se a partir da equação de Arrhenius (eq. 6). Na5 tabelas 5, 6 e 7 representam-se os valores obtidos:

-

-

29.26

-

27.13

Tabela 3 - Constantes de velocidade X 103 do corante a 4 % de saturação da fibra em presença de AE + 5 a várias concentrações .

SISTEMAS DE TINGIMENTO

Eª (Kcal/mole)

CORANTE A 20 % SEM A.P.

62.76

CORANTE A 20 %- AE+5 a 80 %

56.02

CORANTE A 20 %- A0+2 a 80 %

57.44

CORANTE A 4 % SEM A.P .

75.63

CORANTE A 4 % -AE+5 a 96 %

53.86

CORANTE A 4 %- A0+2 a 96 %

55.14

6 - Sentido da circulação do banho. CORANTE COM A0+2

7 - Termómetro. 8 - Banho termostatizada com agitação.

TEMPERATURAS (°C)

85

80

87,5

90

95

- -- -- - - -

1

A0+2 a 6 %

Fig. 3 - Aparelho para os tingimentos

2.3.5 - DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE CORANTE ABSORVIDO PELA FIBRA A determdnação do corante no banho de tingimento realizou-se pelo. método espectrométrico

52

baseado na Lei de Beer num aparelho Zeiss PMQ II. Os tempos de extracção das amostras para a determinação das cinéticas foram de 2 5, 10, 15, 30, 45, 60, 90 e 120 minutos de tingimento.

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4.84

A0+2 a 21 %

-

A0+2 a 33,5 %

-

A0+2 a 46 %

-

A0+2 a 61 %

-

-

20.83

44.03

78 45

7.72

22 .40

31.26

3.88

6.97

12.71

-

--

2.31

4.60

7.91

26.18

1.12

2.51

3.55

11 .21

- - - -- - - -

- -- -- -- - -

-

84.18

-40.99

- - - -- - - -

Tabela 4 - Constantes de velocidade X 103 do corante a 4 % de saturação da fibra em presença de A0+2 a várias concentrações .

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Tabela 5 - Eª do corante em vários sistemas de tingimento .

53


CORANTE A 4 % COM AE+5

E ª (Kcal/mole)

CORANTE A 4 % COM A0+2

Eª (Kcal/mole)

AE+5 a 6 %

74.27

A0+2 a 6 %

71.72

AE+5 a 21 %

61.44

A0+2 a 21 %

67.13

AE+5 a 33,5 %

56.92

A0+2 a 33,5 %

63.83

AE+5 a 46 %

56.88

A0+2 a 46 %

63.13

AE+5 a 61 %

51.21

A0+2 a 61 %

58.47

Tabela 6 - E do corante a 4 % de saturação da fibra em p1~sença de AE+5 a várias concentrações .

CORANTE A 4 % COM: ti (min.)

Tabela 7 - Eª do corante a 4 % de saturação em presença de A0+2 a várias concentrações.

A0+5 a 6 %

A0+5 a 21 %

A0+5 a 33,5 %

A0+5 a 46 %

A0+5 a 61 %

4

84 .4

86.8

87.3

86.7

86.9

8

85,3

88.6

89.7

90.0

90.3

12

86.0

89.8

91.4

92.1

92.5

16

86.7

90.8

92.7

93.9

94.3

20

87.3

91.7

94.0

95.5

95.9

24

88.0

92.9

95.3

97.2

97.7

28

88.9

94.1

96.8

99.2

99.6

32

90.1

95.9

98 .9

101.7

102.2

36

92.3

98.8

102.3

105 9

106.3

38

94.6

101.8

105.7

110.0

110.3

Tabela 9 -Temperaturas (°C) do ssistemas isoreactivos do corante a 4 % em presença de AE+5 a várias concentrações.

CORANTE A 4 % COM: ti (min.)

3.3-CÃLCULO DAS CURVAS DE ISOREACTIVIDADE

Com os valores de K e de Ea de cada sistema calcularam-se as curvas do sistema utilizando a equação 8. Estes valores encontram-se representados nas tabelas seguintes para um valor de tm de 40 min. SISTEMAS DE TINGIMENTO ti (min .)

4 8

COR. a 20 % S/A.P. 87.8 89.8

A0+2 a 21 %

A0+2 a 33,5 %

A0+2 a 46 %

A0+2 a 61 %

4

84.4

87.5

89.7

90.9

92.3

8

85.1

88.7

91.2

92.8

95.2

12

85.7

89.5

92.3

94.0

97.1

16

86.2

90.2

93.2

95.1

98.6

20

86.7

90.9

94.1

96.1

100.1

24

87.4

91.7

95.1

97.2

101.6

COR. a 4 % S/ A.P.

COR. a 4 % COM AE+5 a 96 %

COR. a 4 % COM A0+2 a 96 %

28

88.2

92.7

96.3

98.5

103.3

32

89.4

94.2

97.9

100.3

105.5

95 .2

80.9

86.2

94.9

36

91.5

96.6

100.7

103.3

109.2

98.2

82.1

90.4

98.0

38

93.8

99.2

103.5

106.2

112.7

100.0

COR . a 20 % .coM AE+5 a 80 %

COR. a 20 % COM A0+2 a 80 %

89.9 93.6

12

91.l

95.9

100.2

82.9

93 .1

16

92.2

97.8

101.8

83.5

95.3

101.7

20

93.3

99.6

103.3

84.2

97.3

103.2

24

94.4

101.4

104.4

85.0

99.3

104 .8

28

95.8

103.4

106.5

85.9

101.5

106.6

32

97.5

105.9

108.7

87.2

104.4

109.0

36

100.5

109.9

112.1

89.4

108.8

112.9

38

103.5

113.9

115.6

91.6

113.1

116.8

Tabela 8 -Temperaturas (°C) de vários sistemas isoreactivo s do corante.

54

A0+2 a 6 %

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Tabela 10-Temperaturas (°C) dos sistemas isoreactivos do corante a 4 % em presença de A0+2 a várias concentrações.

4 - DISCUSSÃO 4.1 - ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DAS CURVAS DE ISOREACTIVIDADE COM O EFEITO · RETARDADOR. Tal como se mostra na equação geral dos sistemas isoreactivos (8), todos os factores que influenciam a cinética de absorção do co:rante

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influenciarão necessariamente nas condições de isoreactividade. No nosso caso, analisaremos a evolução das curvas de isoreactividade do Verde Malaquite em função da concentração do mesmo, da presença e concentração do retardador e do tempo máximo pré-fixado de tingimento, tm. Segundo a teoria da isoreactividade, todo o factor que produza uma diminuição da velocidade

55


'• Esg.

i

tamento por unidade de tempo, é possível identificar o efeito retardador dos A.P. ou outro tipo de retardadores coin as temperaturas iniciais e finais.

ttntn)

f

100 32

ooo-;COr.'%

60

'..,_ ccr. 20% ... _.coc'•..4 +AE+5- 6"l

40

16

20

8

>ooc- fO'-''% +AE+S - 2~ aao- cor.,•~+AE+5-96%

.....

cor.,·~ +A0+2-

96..

----

120 (TºC)

75

Fig. 4 - Curvas de isoreactividade do Verde Malaquite em ausência e presença de retardador.

de absorção do corante deverá provocar, perinanecendo constantes os restantes factores, uin deslocainento da curva isoreactiva do corante no sentido de teinperaturas iniciais e finais superiores, já que, coino a quantidade de corante absorvido pela fibra por unidade de teinpo será inenor, necessitar-se-á de auinentar a sua absorção por ineio da teinperatura de inodo a coinpensar aquela diininuiç~o e conseguir a absorção do inesino núinero de inoles do corante por unidade de teinpo. Do inesino inodo, a diininuição da velocidade de tinturaria do corante por auinento da concentração do inesino, pela presença de coinpostos que competein coin o corante pelos locais reactivos da fibra (retardadores catiónicos), ou pelo auinento da concentração destes coinpostos traduzir-se-á nuin deslocamento da respectiva curva isoreactiva, no sentido de teinperaturas de tingiinento iniciais e finais superiores. Na fig . 4 representain-se as situações citadas. Por outro lado, se variarinos o teinpo ináxiino de tingiinento isoreactivo, iinpoinos uina variação na quantidade de corante a absorver na unidade de tempo, que deverá ser superior no caso de diininuir o teinpo e, inversainente, tanto inenor quanto inaior for o teinpo de tingiinento. Por isso, para se obter durante os diferentes tempos, os inesinos esgotainentos, será necessário utilizar teinperaturas diferentes nos diversos sistemas o que significa deslocar a curva correspondente no sentido de inaiores teinperaturas, para teinpos ináxiinos inais curtos e inversainente no caso contrário.

56

Na fig. 5 inostra-se o efeito exposto para quatro teinpos ináxiinos de tingiinento nas inesinas condições de concentração do corante. 4.2 - POSSIBILIDADES DE QUANTIFICAÇÃO DO EFEITO RETARDADOR Segundo · o que se disse anteriorinente, o reflexo do efeito retardador sobre as curvas isoreactivas perinite a realização do seu estudo quantitativo a partir da teoria da isoreactividade. Pelo facto de se ter que coinpensar as inenores velocidades de tingiinento coin uin auinento da temperatura, a fim de manter o inesino esgo-

Outra forma de quantificação, através de parâmetros isoreactivos, seria deterininar o tm necessário para que os sistemas estudados se comportem segundo as condições experimentais estabelecidas pela fixa ção das temperaturas iniciais e finais. Ainda que seja possível qualquer das duas formas indicadas, quando as curvas isoreactivas são paralelas , não sucede o inesmo na caso de dois retardadores que originem efeitos sobre o corante que conduzem a curvas não paralelas, o que podemos considerar coino caso mais geral. Em tais circunstâncias, será necessário fazer intervir a concentração do retardador e tal coino se verá, isto dá lugar ao método que propomos para quantificar o efeito retardador.

2. º CASO- CURVAS ISOREACTIVAS NÃO PARALELAS 4.3 - QUANTIFICAÇÃO DO EFEITO RETARDADOR As diferentes possibilidades que comentámos indicain-se na fig. 6 para dois retardadores A (A') e B, com curvas paralelas na parte superior e curvas não paralelas na parte inferior da figura. 1.º CASO - CURVAS ISOREACTIVAS PARALELAS

Nesta situação a quantificação do efeito retardador de um produto auxiliar sobre um cora nte básico obtem-se:

°loEsg.

r

por coinparação das teinperaturas iniciais e finais de ambos os processos isoreactivos de tingimento, com as restantes variáveis nas mesmas condições; b) por comparação dos teinpos ináximos de tingiinento necessário à sobreposição das duas curvas teinperatura-teinpo.; c) por comparação das concentrações, de ambos os retardadores, necessárias para a sobreposição das citadas curvas. a)

100 80

60

+++- t.: !Omin.

•••- t,.: ~ min.

40

XXX -

20

t... : 20 mt n.

. . . - t.. : 10 min.

80

85

90

95

100~

Fig . 5- Curvas de isoreactividade em função do tempo máximo de tingimento, tm .

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No inétodo c) será necessano determinar as concentrações equivalentes, ou os factores de concentração equivalente em relação a um retardador, se se comparain vários, tal coino. se realizou noutros estudos (6). Neste caso, entendemos por concentrações equivalentes de dois retardadores utilizados separadamente com o inesmo corante, às concentrações d'os retardadores que se deveria adicionar aos banhos respectivos de tingiinento para se obterein as mesmas curvas de esgotamento em processos isoreactivos. Por outro lado os factores de concentração equivalentes referidos a vários retardadores resultam da divisão das concentrações equivalentes de um dos corantes pelo dos restantes. Os retardadores que apresentem valores inferiores, quer de concentração quer de factores são os que exercem maior acção retardadora.

No método a) apresentará maior efeito retardador o auxiliar que origine temperaturas mais elevadas, enquanto que no método b) o efeito retardador superior corresponderá ao auxiliar com tm mais elevado.

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Neste caso, qualquer que seja a modificação que se efectue nas· condições experimentais, particularmente o tempo máximo de tingimento e as concentrações iniciais de retardador, não é possível obter-se a sobreposição das curvas isoreactivas, pelo que não são aplicáveis os inétodos anteriores. Deste modo a sobreposição só é possível mediante a dosificação ao longo do processo de tingimento de um dos retardadores, que se deseje comparar. No gráfico inferior da Fig. 6, as curvas 1, 2, 3 ... 9 representam processos isoreactivos de um corante ein presença de concentrações iniciais, crescentes, de J'.lm retardador B e as curvas A e A' representam o mesmo corante em presença de uma deterininada concentração inicial dos retardadores A e A', respectivamente. Para o retardador A, a sua curva cruza-se com as do retardador B em pontos de concentração crescente de B e portanto, para que o tingimento coin o retardador B origine uma curva isoreactiva que se sobreponha à curva A, ter-se-á que ir aumentando a concentração de B à medida que o processo decorre. Já o inesmo não é possível se o retardador que se toma coino base de coinparação é o A' pois seria necessário, neste caso, ir retirando o retar-

57


'•E"}

t

t.rrin.

(4l

100

tg

r

80

60

40

,.Es r

~

ESGOTAMENTO (%)

CORANTE A 4 % COM:

20

... -em P""1iC nça de A ••• -cni PI ,_,ç~ de e

T3

T5

T7

Tg

Tn

Ao ser constante a concentração do corante, é indiferente realizar os cálculos utilizando concentração de A.P. ou % de saturação da fibra, considerando esta como a soma das saturações de corante e de auxiliar. Utilizaremos para facilidade de cálculo a % de saturação da fibra. Na fig. 7. representam-se as % desaturação em função da temperatura para distintos valores de esgotamento do corante em presença de AE + 5 e de A0+2. Tal como se observa, as curvas correspondentes ao mesmo esgotamento para ambos os retardadores intersectam-se, embora seja possível deduzir, tal como se esquematiza no percurso a tracejado, os valores de % de saturação dos dois retardadores que produzem para uma mesma temperatura, idêntico esgotamento (as % correspondentes nos restantes esgotamentos calcular-se-iam pelo mesmo processo). Deste modo, para cada % de esgotamento fixam-se as % de saturação (ou concentração de auxiliar) no sistema corante -AE+5 e obtem-se os seus equivalentes para o sistema corante A0+2, tal como se mostra na tabela 12. A partir destes valores é fácil deduzir a quantidade de A0+2 que é necessário dosificar ao longo do tingimento para se obter uma absorção de corante idêntica à que se produz em presença de uma concentração constante de AE+5.

corante a 4 % de saturação da fibra em presença de AE+5 e A0+2 a diferentes concentrações. Estes valores encontram-se na tabela 11 para algumas % (s) de esgotamento e de concentração de A.P. Deve notar-se que esta tabela é obtida a partir das tabelas 9 e 10 substituindo os tempos de tingimento isoreactivo pelas % de esgotamento.

tm

t1

20

AE+5 a 6 %

85.3

AE+5 a 33.5 %

89.7

AE+5 a 61 %

90.3

A0+2 a 6 %

85.1

A0+2 a 33.5 %

91.2

A0+2 a 61 %

95.2

30

50

70

90

-66.0- -87.3 - - - -88.9 92.3

- -- -- -- 91.4

94.0

96.8 102.3

92.5

95.9

99.6

106.3

85.7

86.7

88.2

91.5

92.3

94.1

96.3

100.7

97.1

100.1

- -- -- -- - -- -- -- - -- -- -- - -- -- -- -

103.3 109.2

rt'(-C) Tabela 11 - Temperaturas (ºC) em função da concentração de A.P . e do esgotamento.

t.mn

tmf

00

tg

ao 60

ts 105

20

liCXlll -em pr UG w;Q de A ~••-cm ~ dR AC •• o -cm prncnça de 1

100

t,

Fig. 6- Curvas isoreactivas de um corante a)' paralelas b) não paralelas

95

+ 1

dador B do banho de tingimento de modo a obter-se curvas sobrepostas. No entanto a solução é simples se invertermos o produto que se toma como base de comparação e neste caso dever-se-ia dosificar A' e não B. A comparação do efeito retardador pode fazer-se através da quantidade total de retardador necessário à obtenção da mesma curva de esgotamento.

58

Exemplifiquemos o processo de cálculo no caso do corante Verde Malaquite e dos retardadores AE+5 e A0+2.

.

'

as . . . . ~---·~~~-1.-L--.......~-~~--

A - PROCESSO GRAFICO Mediante a equação geral de isoreactividade calculam-se os valores da temperatura correspondentes aos diferentes esgotamentos nos sistemas

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10

30

50 60 70

_1_C2,.~,

Fig. 7 - % de saturação em função da temperatura para vários esgotamentos.

REVISTA APETT

59


% ESGOTAMENTO

CORANTE A 4% COM: AE+5

de 40 minutos de duração, com 4 % de saturação com que se pretende reproduzir o tingimento anterior.

% DE SATURAÇÃO 75

100

30

50

Todos estes valores foram deduzidos dos resultados experimentais e encontram-se nas tabelas

20

20 A0+2 AE+5

34.3 33.8 32.0 27.0 20.5 75

100

30

50

Finalmente os dados da última coluna são as % de saturação de AO+ 2 calculados por interpolação linear que devem estar presentes na solução, nos tempos e temperaturas citados, para reproduzir os esgotamentos de corante que se obtêm com 96 % de saturação de AE+5.

AE+5

42.5 39.5 36.3 29.3 22.1 100

75

A0+2 AE+5

50.0 50 8 44 100

75

30

50

50

o

50

20

32.1 23.1 30

20

70 A0+2 AE+5

No que diz respeito à dosificação da amina indicaremos que pode realizar-se por adições discretas; ou de uma forma -contínua se o aparelho de Úngimento dÍspo~er de bomba dosificadora.

65.0 60.3 51.3 34.3 23 .8 100

75

50

30

20

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Tabela 12- % de saturação dos sistemas corante -AE+5 e corante -A0+2 para um mesmo esgotamento e a uma dada temperatura.

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TEMPERATURA PROCESSO A REPRODUZIR 96 % AE+5

TEMP. (°C)

% SATURAÇÃO

LIMITE DE INTERPOLAÇÃO DE A0+2

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% SATURAÇÃO EQUIVALENTE

4

10

86.2

84.4- 87.5

6-21

14.8

8

20

90.4

88.7- 91.2

21-33 .5

29.6

12

30

93.1

92.3- 94.0

33.5 - 46

39.6

20

50

97.3

96.1-100

46-61

50.4

28

70

101.5

98.5-103.3

46-61

55.4

36

90

108.8

46-61

60.1

103.2-109

Tabela 13 - % de saturação de AO+ 2 equivalente a 96 % de saturação de AE + 5 para um tingimento isoreactivo (4 % de corante, tm = 40 min.).

As operações descritas anteriormente são programadas por computador, apresentando-se na tabela 13 os valores encontrados por interpolação linear num caso concreto. Nesta tabela, apresenta-se nas duas primeiras colunas os tempos de tingimento isoreactivo e os esgotamentos teóricos de corante. Na coluna seguinte figuram as temperaturas correspondentes ao processo a reproduzir: tingimento isoreactivo

6Q

(1) (2)

(3) (4) (5) (6)

p A. SPRATLEY DA SILVA &F.º1• l.ªA - Metalurgia

5 - BIBLIOGRAFIA

E-CÁLCULO POR COMPUTADOR

TREVIR>.l

P. GALAFASSI e H. SCHEIDEGGER, TEINTEX, 8 (1976) . J. CARBONELL, R. HASLER, R. WALLISER e N. KNOBEL - MELLIAND TEXTILBER 54-68 (1973). J. CEGARRA, P. PUENTE e J. VALLDEPENAS; J. S. D. C. 92, 327 (1976). J. M. FIADEIRO -TESIS DOCTORAL, 1981 (UPB), ETSII - TERRASA - UPB. PAT. DT 24 61147. J. CEGARRA, P . PUENTE, J. VALLDEPENAS. R . POSSE e J . CARBONELL- ACTA 11.° CONGRESSO FIAQCT (1978).

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63


Noticiário 67.ª CONFERÊNCIA ANUAL DO «TEXTILE INSTITUTE» O Doutor Mário de Araújo, director da Revista da A.P.E.T.T., deslocou-se a Cambridge (Inglaterra) entre 5 e 9 de Abril a fim de presidir a uma das sessões da 67.ª Conferência Anual do Textile Institute, que este ano versuou o tema Quality, Design and Purchaser (qualidade, design e o consumidor).

IV SEMINÁRIO No passado dia 27 de Maio, realizou a APETT o seu IV Seminário no qual foram recomendadas várias tecnologias para poupança de energia. Abordando a Engomagem e Geração de Energia de Rádio Frequência e suas aplicações ao tingimento, bem como secagem de matérias têxteis, poder-se-á afirmar que o êxito e proveito foram francamente positivos. Este tema foi dividido em 3 palestras proferidas por especialistas estrangeiros convidados por esta Associação, dos quais podemos salientar o Eng.º Têxtil L. Gaster (Avebe) que se pronunciou sobre : «Aspectos Técnicos da Engomagem de Fibras Naturais e suas Misturas»; o Eng.º John Holland (director da Strayfield International) que abordou o tema «Secagem por rádio frequência», e por fim os Eng. 0 • Wolfgang Dressler e Gunther Wedemeyer (ambos da Babcock Textilmaschinen, GmbH) que se pronunciaram sobre: «Poupança de Energia em Acabamentos Têxteis». Foi este o sub-

REVISTA APETT

-tema que maior interesse concitou e proporcionou mais frutuoso debate. CURSOS INTENSIVOS A APETT tem vindo a fazer estudos s/ a hipótese de serem elaborados Cursos Intensivos de Línguas e Formação Profissional p/ Técnicos. Está a APETT convicta de que será do maior interesse para os s/ Associados no caso dos mesmos se vierem a concretizar . NOVOS SEMINÁRIOS Por motivos mais convenientes, realizou-se o IV Seminário atrás referido, em substituição do que tínhamos previsto e noticiado no anterior número desta Revista sobre o Controlo de Qualidade na indústria Têxtil, prevendo-se ser o próximo Seminário s/o Tema: «0 Rescaldo da ITMA/83» para debate apreciativo da evolução e tecnologia surgida naquela feira. ADMISSÃO DE NOVOS ASSOCIADOS De Março a Junho deram entrada 32 novas propostas para associados da APEITT. ELEIÇÕES O próximo acto eleitoral irá ter lugar no dia da Assembleia Geral a realizar em início de 1984.

65


PUBLICAÇÕES A CATEDRA DE TINTORERIA

Escuela Tecnica Superior de Ingenieros Industriales Colón 7-9 Terrassa (Barcelona) Espanha Acaba de publicar um livro «Fundamentos Científicos y Aplicados de La Tintura de Materias Textiles» do qual são autores: Dr. Ing. F. S. D. C. F. T. I. José Cegarra, Dr. Cien. Quí-

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micas Publio Puente, Dr. Ing. Industrial F. S. D. C. José Valldeperas e do qual teve a gentileza de oferecer um exemplar para a Biblioteca da APETT.

PRESE!NÇA DA APETT Na ITMA/83 As Eng.•• Elizabete Silva e Manuela Neves visitarão a ITMA/83 como repórteres da nossa Revista. Do seu trabalho e observações daremos notícias oportunamente.

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