Revista APETT Nº9-10

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REVISTA TÉCNICA DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS ETÉCNICOS TÊXTEIS I

DIRECTOR:

N. 05 9 e 10 JANEIRO I JUNHO /84

MÁRIO DE ARAúJO SUB-DIRECTOR : LUfS DE ALMEIDA

SUMARIO:

CONSELHO DE REDACÇÃO : PROF. DOUTOR MÁRIO DE ARAÚJO PROF. DOUTOR LUfS DE ALMEIDA PROF. DOUTOR JOSÉ FIADEIRO DOUTOR ENG. 0 JOSÉ FERREIRA NEVES DR . JOSÉ CAMINA ENG .º JORGE MONTEIRO ARTUR FARIA ENG.º RAúL BARROCA ENG .º E. M. DE MELO E CASTRO ENG .º FRANCISCO MAGALHÃES DR.' REGINA BYSCAIA

e EDITORIAL

3

Calendário têxtil

5

Noticiário

7

Cartas ao director ...

9

Perguntas e respostas

9

ENG.º A. C. CARVALHO NEVES (PUBLICIDADE) MARIA ALICE CARREGOSA (PUBLICIDADE) JOÃO GONÇALVES (ADMINISTRAÇÃO)

Glossário de termos técnicos

11

Abstractos de artigos, patentes e normas têxteis

13

ASSESSOR JURIDICO: DR. JOSÉ LUfS ARAÚJO

Tecnologia da produção de malha felpa, parte II: Teares jersey dupla .. .

17

Formaldeído livre em tecidos: novo pro· blema para o acabador têxtil

21

Novas tecnologias de fiação . . .

29

Máquinas para acabamento de malhas na ITMA-83

37

Caderno da A.P.E.T.T. . . .

45

SECRETARIADO:

REDACÇÃO: R. Dr. Antunes Guimarães, 378·3.º Dt.º 4435 RIO TINTO

PREÇO UNITÁRIO: 200$00 ASSINATURA ANUAL: (4 núm.) 600$00 TIRAGEM : 2.500 Exemplares PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL PROPRIEDADE : ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS T~XTEIS

e


EDITORIAL Nos útlimos anos muito se tem falado em Reestruturação do Sector Têxtil e do V estuário, em adesão à C.E.E., na criação de um Centro Tecnológico para a Indústria Têxtil, etc. Contudo os anos vão-se passando e pouco de concreto se tem feito no sentido de modernizar e dinamizar a Indústria Têxtil e do Vestuário Portuguesa, a fim de esta se poder tornar mais competitiva. Efectivamente, sendo o Sector Têxtil e do V estuário aquele que mais impacto tem na exportação, seria de esperar que um dos objectivos a ter em conta para aumentar o valor da exportação seria através do aumento do valor acrescentado dos produtos a exportar. Tal aspecto só parece ser possível através da apresentação no mercado de «novos produtos» com um mais elevado grau de qualidade e de «design». Neste sentido, a criação de um Centro T ecnológico para a Indústria Têxtil e do V estuário poderia contribuir fortemente para o aparecimento de novos produtos desenvolvidos pelo Centro em colaboração com a Indústria. Contudo, a preparação de quadros com os conhecimentos especializados adequados será talvez a parte mais difícil deste projecto, pelo que uma solução possível seria recorrer ao pessoal já existente noutras instituições que a esses fins se dedicam, nomeadamente às Universidades. Um outro aspecto a contemplar é o das bonificações ao investimento. Neste domínio, torna-se fundamental que sejam delineados através de uma «Lei Quadro» ou de outro mecanismo, o tipo de projectos industriais a incentivar a fim de a indústria se poder reorganizar num sentido que não poderá ser outro, mas o da orientação para segmentos mais sofisticados do mercado, onde a novidade e a qualidade dos produtos atraem mais o consumidor que o mero aspecto de o produto ser mais barato. É bem tempo de se passar à acção antes que seja demasiadamente tarde. MÁRIO DE ARAÚJO

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A

1

CALENDARIO TEXTIL Indica-se a data da realização, cidade e país onde se ef ectue, a sua designação e a entidade organizadora, respectivamente. MAIO Abril 29 - Maio 2

Charlotte (USA) Exposição Internacional de Vestuário Associação Nacional de Fabricantes de Vestuário

Maio 17-21

Milão (Itália) Feira Internacional de Carpetes e Tecidos Decorativos STAR

Junho 3.5 Maio 22-23

Maio 3·6

Colónia (RFA) Feira Internacional de Artesanato Criativo Têxtil Messe und Austellungs Gmbh

Washington (USA) 12.º Simpósio Técnico da INDA Associação da Indústria dos Não-Tecidos

Amsterdam (Holanda) Fespa 84: Feira da Estamparia ao Quadro Amsterdam Rai Maio 13-17

Londres (Inglaterra) Design Internacional Exposições Westbourne

Paris (França) Paritex: Revestimentos de Paredes, Têxteis-Lar em Linho Mr. Laguens

Maio 31 - Junho 3

Porto (Portugal) Portex 84 - Primavera-Verão 85 Gabinete Portex

Maio 16-17

Charlotte (USA) Conferência: Usos militares de tecidos industriais e toxicidade/flamabilidade Associação Internacional de Tecidos Industriais

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Kingston (Canadá) 19.º Seminário Têxtil Canadiano - Internacional Federação Têxtil do Canadá Junho 6·8

Maio 24-28 Maio 8-12

Cidade do Cabo (África do Sul) AMTEX'84 - Mostra Internacional de Maquinaria de Confecção e Malhas. Clothing Institute

JUNHO

Budapeste (Hungria) 6. 0 Simpósio Internacional de Encolagem Sociedade Hungara da Ciência e Tecnologia Têxtil

Filadélfia (USA) Conferência Técnica da Sociedade de Fibras Textile Research Institute Junho 6·11

Taipé (Formosa) Taitex: 3.ª Exposição Internacional de Maquinaria Têxtil Taipei International Event Co, Ltd. Junho 7

Londres (Inglaterra) Conferência: Ciência da Cor em «Design»· e Produção· Textile Institute Junho 10-16

Xangai (China) · Serviços de Exposição Adsale

5


Junho 14-15

Setembro 5-11

Outubro 5.9

Filadélfia (USA) Simpósio de Estamparia Associação Americana dos Químicos e Coloristas

Guangzhow (China) ITMEC, 84 Shangai Technology

Milão (Itália) Milanovendemode Expo CT

Setembro 10-11

Outubro 7-10

Brigton (Inglatena) Congresso Mundial da Qualidade Associação Inglesa da Qualidade

Londres (Inglaterra) Conferência sobre «Design» e a sua relação com a Tecnologia Textile Institute

São Francisco (USA) Convenção Internacional Associação Internacional de Industriais de Tecidos

Junho 26-28

Setembro 18-21

Junho 18-22

Manchester (Inglatena) Simpósio: Fios e manufactura de fios Universidade de Manchester JULHO Julho 16-21

Raleigh (USA) Simpósio Internacional sobre Roupas de Protecção Universidade do Estado da Carolina do Norte AGOSTO

Research Triangle Park (USA) Simpósio de Verão Associação Americana de Químicos e Coloristas

Atlanta (USA) Mostra de Bobinas 1984 Bobbin Show

Outubro 16-18

Setembro 20-21

Outubro 19-25

Londres (Inglatena) 13.º Congresso do IFATCC Society of Dyers and Colourists

Nova Deli (índia) Gartex 84: Exposição de Têxteis e Maquinaria de Confecção Multi Media Marketing Co

SETEMBRO

Setembro 26-29

Centre d' A1i e Industries Nova Iorque (ÚSA) Moda Europeia George Little Management Corp. Setembro 4·6

Leicester (Inglaterra) Yarntex Ferry Pickering Publishers

Hong-Kong Conferência Anual do Textile Institute: Computadores no mundo dos têxteis OUTUBRO Outubro 2·4

Londres (Inglaterra) Fashion Fabrex Philbeach Events, Ltd. Outubro 3-5

Setembro 4.7

HalTogate (Inglatena) Feira Internacional de Carpetes Industrial Trade Fairs

Knoxville (USA) Conferência Técnica da Sociedade de Fibras Textile Research Institute

Baltimore (USA) IDEA 84 - Conferência e Exposição de Não Tecidos INDA

Setembro 24-26

Chicago (USA) Conferência Técnica da AATCC Associação Americana dos Químicos e Coloristas Têxteis

AUMENTO DO PREÇO DO ALGODÃO EM 1984?

Outubro 10-12

Nova Iorque (USA) 5.ª Feira Anual de Fiação Associação Nacional de Vestuário de Malha e Desporto.

Lile (França) Indigo - «Design» e Criações de Fio

por

Setembro 18-20

Harrogate (Inglaterra) Feira da Moda de Outono Brintex Exhibitions, Ltd.

NOTICIÁRIO

Segundo o Instituto de Investigação Económica (HWWA), de Hamburgo, as perspectivas de regressão da produção internacional de algodão para a colheita de 1983/1984, assim como a tomada conjuntural da actividade têxtil nos países industrializados, deve levar a um ligeiro aumento do custo do algodão em 1984. Estes custos devem, no entanto, baixar no fim do mesmo ano.

PREVISÃO DO CONSUMO DE FIBRAS EM 1990

Outubro 21-24

Dusseldorf (RF A) IGEDO - Feira da Moda IGEDO

A Associação das Indústrias de Fibras Químicas da RFA prevê que o consumo mundial de fibras têxteis atingirá os 35 milhões de toneladas em 1990, quando em 1982 era de 29 milhões de toneladas. As sintéticas atingirão 14 milhões de toneladas, isto é, 40 % , o algodão 16 milhões de toneladas, 45,7 % , a lã 1,7 milhões de toneladas, 4,8 % , e as fibras celulósicas 3 milhões _de toneladas, o que conesponde a 8,5 % .

NOVEMBRO Novembro 15-18

Po1io (Portugal) Portex Lar Gabinete Portex Novembro 28-30

Bombaim (índia) Conferência: Tecnologia adequada para produção têxtil ITME Society DEZEMBRO Novembro 29 - Dezembro 2

Na Europa Ocidental o consumo de fibras em 1990 será de 2 500 000 toneladas. As fibras químicas atingirão 66 % enquanto que em 1982 foi de 54%.

Porto (Portugal) Portex Outono-Inverno 85 Gabinete Portex

O PRÓXIMO CONGRESSO INTERNACIONAL DA FITB EM NOVA DELI

A Federação Internacional dos Técnicos de Malhas tem tido um grande desenvolvimento. Todos os anos são criadas novas secções nacionais, principalmente nos países em vias de industrialização, em que a vida associativa tem grande importância. Este desenvolvimento permite novas escolhas para as realizações anuais do seu congresso. Assim, em 1984 o congresso realizar-se-á de 14 a 17 de Novembro em ·Nova Deli, em 1985 em Novembro em Nova Iorque juntamente com a Knitting Art Exhibition. Em 1986 provavelmente será na Jugoslávia, em 1987 na Bulgária e em .1988 em Portugal, Rússia ou. . . China!

FORMAÇÃO DE ESTILISTAS Tíl:XTEIS

A Escola Superior de Huddersfield (Grã-Bretanha) tem um departamento para a formação de estilistas. Nesta escola, além do ensino da concepção dos fios, da selecção das cores e da escolha das contexturas, os estudantes aprendem também as técnicas têxteis necessárias à sua especialidade. Isto permite-lhes ter um melhor diálogo com a indústria e uma melhor apreensão da influência das suas escolhas nos produtos.

Elisabete Cabeço Silva

A CHINA ADERE A A.M.F.

A China foi admitida na A.M.F. (Acordo Multifibras) que controla mais de 80 % do comércio mundial de algodão, da lã e das fibras sintéticas. No entanto, a China ainda não está em condições de entrar no GATT, organismo que gere a A.M.F. Esta admissão terá, contudo, incidência no novo acordo comercial têxtil em discussão entre a China e a Comunidade Europeia. DU PONT APRESENTA AS TENDíl:NCIAS DA MODA DE FATOS DE BANHO PARA 1985

O serviço da moda Du Pont revelou as tendências do desenho da moda de fatos de banho para 1985 numa série de apresentações que ofereceu aos confeccionistas de moda de praia que assistiram à sétima edição da «lycra», realizada em Monte Cario de 12 a 14 de .Janeiro. As tendências agrupam-se em três estilos, «Acção», «Starlet» e «Actual », cujas ideias de desenho caracterizam cada estilo. Para se conseguir a sua realização é imprescindível a elasticidade do tecido e o perfeito ajuste do confeccionado. Muitas destas ideias conseguem-se mediante a elasticidade bidimensional que oferecem as malhas lisas e estampadas em nylon com «Lycra». A malha circular de algodão com «lycra» permite aspectos e texturas diferentes em fatos de banho de duas peças.

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UM PROGRAMA INFORMATIVO PERMITE PREVER AS TEND:íl:NCIAS DA COR NA MODA

Um novo programa informático permite a um computador tratar os dados provenientes de todo o mundo de modo a prognosticar a cor da moda com 21 meses de antecedência das estações de venda. O novo serviço, denominado Icamata, explorado pela organização Internacional Colour Authoritys foi concebido para preencher a falta de informação entre a difusão das primeiras previsões e o início da época de venda. Durante este período, de 6 a 18 meses conforme o produto, podem cdar-se novas tendências imprevistas. Assim os associados podem obter as últimas tendências tantas vezes quantas desejem, informando da preferência das cores pretendidas pelos seus clientes. Estes dados são integrados, tratados e comparados com as informações doutros associados, resultando deste conjunto as tendências mais impo1iantes. As informações fazem-se por telex ou telefone, usando os códigos das cores para haver uma maior rapidez, facilidade e economia.

CONTROLO DE NÃO-TECIDOS POR LASER

A instalação Intec 5000, concebida e fabricada pela Intec Corp (USA), permite detectar imperfeições dos não-tecidos, como buracos, corpos estranhos, acumulações ou falta de fibras. A instalação pode detectar defeitos até 1 mm. A detecção é feita por exploração através de raios laser a toda a largura do tecido com uma cadência de 5000 vezes por segundo. Um receptor óptico capta os raios transmitidos e os sinais são enviados

para módulos especiais onde são tratados. Os operadores são advertidos quando é ultrapassado o nível fixado . Uma impressora permite obter a posição exacta dos defeitos na peça. FIOS E FIBRAS SINTÉTICAS DA C.E.E. EM 1984

Em 1984 as capacidades de produção de fibras e fios sintéticos repartir-se-ão aproximadamente da seguinte maneira na Europa: Fibras acrílicas: 850 000 ton./ /ano e uma redução de cerca de 170 000 toneladas. Bayer é o primeiro produtor, detendo mais de 20 % da capacidade total. Segue-se Montefibre e Courtaulds. Depoi~ vem Anic, Snia e Hoechst. Fibras de poliester: 500 000 ton./ano e um'1. redução de cerca de 80 000 toneladas. Fio de poliester: 350 000 ton./ /ano e uma redução de cerca de 80 000 toneladas. Os cinco principais produtoreii de fios e fibras são Hoechst, Emka, Montefibre, Rhône-Poulenc Fibras e I.C.I. Fio de poliamida: 320 000 ton./ /ano e uma redução de cerca de 70 000 toneladas. Os três principais produtores são I.C.I., Rhône-Poulenc Fibras e Snia. DESENVOLVIMENTO DA INDúSTRIA Til:XTIL NA U.R.S.S.

A U.R.S.S. é o primeiro produtor mundial de tecidos de lã, o segundo de tecidos de algodão e o terceiro de tecidos de seda. Para 1985 a U.R.S.S. programou uma produção global de tecidos que atingirá cerca de 13 biliões de m 2 e a produção de artigos de malha deverá ultrapassar 2 biliões

de peças. Com esta finalidade investiu actualmente 10 biliões de rublos (plano quinqenal de 1981-1985) para modernizar e reequipar a produção têxtil. JEANS: OS FABRICANTES DIVERSIFICAM A SUA PRODUÇÃO

Devido à diminuição do mercado (5 % em 1982 e cerca do mesmo no primeiro semestre de 1983) os principais fabdcantes de jeans diversificam a sua produção. Na Lee Cooper (750 milhões do volume de vendas, 6,5 % do mercado de 1983) os jeans só representam dois terços do volume de vendas. O mesmo se passa com Levi Strauss (5,4 % do mercado) e do espanhol Lois (2,7 % ).

1.º PROGRAMA EUROPEU DE INVESTIGAÇÃO TECNOLóGICA EM VESTUARIO

Cartas ao Director

Perguntas e Respostas

Nesta secção convidam-se os nossos leitores a expor, de uma maneira resumida, pontos de vista pessoais ou colectivos divergentes dos expostos nas várias secções da Revista.

Nesta secção põe-se à disposição dos nossos leitores uma equipa de especialistas que farão o possível por responder a questões pontuais no âmbito da indústria têxtil e do vestuário que os leitores queiram ver esclarecidas, quer estas sejam de carácter técnico, económico ou social. A título exemplificativo vamos deixar em aberto algumas questões com o objectivo do leitor perguntar a si próprio:

-

A comissão de Bruxelas escolheu o fabrico de vestuário como o primeiro domínio de aplicação do programa de acção quadrianual (1984-1987) de 170 milhões de ECU no domínio das tecnologias industriais, em que serão beneficiadas quer as indústrias tradicionais quer os domínios da alta tecnologia. O objectivo do programa é de aumentar a competitividade da C.E.E. face aos outros produtores (em particular os do Extremo Oriente) onde os poderes públicos financiam vastos programas de investigação/ desenvolvimento neste sector. O têxtil / vestuário representa mais de 8 % da mão-de-obra total da C.E.E., 6,4 % do valor industrial e 6 % das exportações totais de produtos manufacturados.

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1 -

Qual a diferença estrutural entre fios de contínuo de anéis e fios «open-end» de rotor?

2 -

Porque é que se torna difícil utilizar técnicas «splicing» na bobinagem de fios fasciados?

3 -

Quais são as utilizações principais das fibras bicompostas? Quais são os principais mé-

4 -

todos de fonnação de mantas para não tecidos?

5 -

REVISTA APETT

Em que consiste o processo Arachne?

PERGUNTA Recebemos de um dos nossos leitores uma carta solicitando a abordagem do tema «Identificação de Fibras».

RESPOSTA

Identificação de Fibras Dever-se-á primeiro proceder a uma observação microscópica para determinar 5e o artigo é constituído por uma ou por mais espécies de fibras. Caso seja constituído por mais do que uma espécie de fibras, será necessário separá-las para proceder à sua identificação, ou então proceder a uma série de ensaios de solubilidade selectivos. Não cabe aqui descrever uma sequência completa de testes a efectuar para identificação de fibras, a qual poderá ser encontrada em vários livros e manuais. Existem, basicamente, quatro técnicas que se complementam: -

Testes ao calor e à chama

-

Observação microscópica

-

Ensaios de solubilidade

-

Ensaios de coloração

Os testes ao calor e à chama, de simples execução, dão já impor-

9


tantes indicações, nomeadamente se a fibra funde (h·atar-se-á então por certo de uma fibra não natural), se a fibra arde e qual o cheiro libertado pela combustão, etc. No caso de fibras que não fundem, a sequência à análise é, normalmente, uma observação microscópica, enquanto que, se fundir, efectuar-se-~o, de preferência, ensaios de solubilidade com diferentes reagentes. Existem ainda soluções especiais que são constituídas por uma mistura de corantes e que, conforme o tipo de fibra, vão conduzir a diferentes colorações, permitindo a sua identificação.

GLOSSÁRIO DE TERMOS TECNICOS por

MÁRIO DE ARAÚJO

CANELA

CARRO

s.f.

s.m. Parte reciprocante de um tear recto de malha de trama com agulhas de lingueta onde se encontram as carnes e o guia-fios.

2 - Tecido produzido em ponto de cetim.

BIBLIOGRAFIA Identification of Textile Materiais, Textile lnstitute, Manchester (1975) .

1 - Suporte de madeira, papel, plástico ou metal, ligeiramente afiado, com ou sem base cónica, no qual o fio é fiado ou enrolado para ser utilizado em trama. 2 - Bobina de trama enrolada no suporte acima definido.

3 - Bobina de fiação enrolada no suporte definido em 1.

CANELEIRA

s.f. Máquina utilizada na preparação de canelas de trama.

CÉLULA ESTRUTURAL DO PONTO COBERTURA

s.f. A mais pequena unidade repetitiva de uma contextura ou ponto de malha (sinónimo de módulo de repetição).

CAIXA DE LANÇADEIRA CETIM

s.f.

Compartimento situado nas exremidades do batente onde a lançadeira é posicionada convenientemente antes e após o arremesso.

CARREIRA (malhas)

s.f.

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Sinónimo de fileira . Linha horizontal de laçadas num «tecido» de malha.

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3 - Malha de teia na qual as subposições da barra da frente se encontram organizadas de modo a produzir uma superfície lisa. ex.: B.F.: / 1-0 / 3-4 ou / 1-0 / 4-5

s.m. 1 - Ponto de tecido no qual os alinhavos se encontram dispostos de modo a produzir uma superfície lisa (sem efeito sarjado). Quando os alinhavos predominantes na face do tecido são fios de trama, diz-se cetim à trama, quando são fios de teia, diz-se cetim à teia.

s.f.

1 - Grau de uniformidade e aperto do espaçamento entre os fios de um tecido. Considera-se que um tecido tem boa cobertura quando a sua superfície é plana e uniforme, não podendo este efeito ser obtido se os fios possuírem uma torção muito elevada. 2 - Este termo é também utilizado em acabamento, significando o grau ou eficiência com que o produto de acabamento ou o tratamento de acabamento esconde ou encobre a estrutura do tecido.

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COBERTURA

COEFICIENTE DE TORÇÃO

s.m. 1 - (Tecidos). Indicação numérica da área do tecido que se encontra coberta por um conjunto de fios. Para um tecido existem dois tipos de cobertura: a cobertura da trama e a cobertura da teia.

s.m. Medida do grau de torção de um fio, que pode ser determinada pelo produto do número de voltas por unidade de comprimento e a raiz quadrada da massa linear (sistemas directos) ou então pela razão do número de voltas por unidade de comprimento e a raiz quadrada do título (sistemas indirectos).

NOTA:

O factor de cobertura é tradicionalmente indicado no sistema do algodão (factor de cobertura de Peirce) sendo a razão entre o número de fios por polegada e a raiz quadrada do título do fio no sistema do algodão inglês N. 0 fios de teia/ polegada K

1/~

teia

N. 0 fios de trama/ polegada K

trama

1/~

ex.:

A conversão para outros sistemas é possível pela utilização de constantes adequadas.

a)

voltas por centímetro X\I Tex

b)

voltas por polegada/ 1/~

2 - (Malhas). Indicação numérica da área do «tecido» de malha coberta pelo fio. É também uma indicação do aperto ou abertura relativa da tricotagem de um «tecido» de malha. área do «tecido» coberta pelo fio

K=

COMPRIMENTO DE FIBRA

=

ldS

área total do «tecido» onde:

s d

densidade de laçadas (laçadas/ cm 2 ) diâmetro do fio (cm) comprimento de fio numa laçada (cm)

s.m. (Matéria-prima). Valor que caracteriza uma amostra de matéria fibrosa no que respeita ao comprimento da fibra tecnicamente mais importante nela contida.

COEFICIENTE DE ATRITO (µ)

s.m. Razão entre o atiito limite e a reacção normal entre as superfícies deslizantes. E uma constante para determinado par de supedícies. NOTAS: a) atrito- é a resistência ao movimento que ocorre quando se tenta fazer deslizar uma superfície em relação a outra com a qual se encontra em contacto.

b) Atrito limite - é o valor da força do atrito que se opõe ao movimento antes do início do deslizamento entre as duas superfícies.

COMPRIMENTO DE FILEIRA

s.m. Comprimento total do fio utilizado na produção de uma fileira de malha (medido após a remoção do frisado produzido pela tricotagem).

SOLICITAM-SE COMENTÁRIOS À TERMINOLOGIA UTILIZADA

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Nova instalação de secagem de fio, em secção de tinturaria, rsduz o espaço de ocupação do solo e aumenta a produção Como resultado da instalação de um Secador em Frequência de Rádio de 50 kW Strayfield, em conjunto com um par de Hidro-Extractores 24 Dettin Berta, o espaço do solo ocupado pela instalação de secagem de fios da firma Donisthorpe foi substancialmente reduzido, a mão-de-obra desceu para 66%, e o ritmo de processamento tomou-se muito mais rápido. As máquinas estão instaladas em Leicester, nas fábricas Friars Mills, da firma Donisthorpe & Company Limited, fabricantes de fios para costura. Toda a produção da secção de tinturaria é agora processada por estas novas máquinas montadas em tandem e sob o controlo de um único operador. O Hidro-Extractor Dettin processa os fios tintos, em cones, destinados à fabricação de tecidos - poliester, poliamida e poli/algodão - até um teor de humidade de 17 a 20 por cento. O secador em Frequência de Rádio de 50 kW Strayfield reduz esse teor a um nível de humidade final predeterminado com uma tolerância de ± 1 por cento. A duração do ciclo para processamento de cada lote produzido, é de 18-20 minutos somente. A combinação Strayfield/Dettin significa que a firma Donisthorpe deixou de ter necessidade de secadores rápidos ou câmaras de secagem e, como consequência, o espaço ocupado no solo pela instalação de secagem foi reduzido para 85%. Além disso, os pedidos dos clientes da firma, para tintos especiais, podem ser executados agora em 24-48 horas. Emitido por STRAYFIELD INTERNATIONAL, Tessa Road, Reading England RGl 8NT Telefone: Reading (0734) 582335 Telex: 848777 Responsáveis pelos contactos com a imprensa: Sr. Noel Beattie e Sr. Andrew Challen Ref.: STl/14/Pr/13

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G. Aird Textile Asia, 1983, 14, n.º 11, Nov., 41-43 (3 p.) - em inglês É descdto o sistema Beau-Tech para tingimento a frio de malhas

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6/ 84

9 / 84

L. Sharief, S. G. Vinzanekar, T. Narasinham

Os secadores de hoje e de amanhã

Textile Research Journal, 1983, 53, n.º 10, 606-614 (9 p.) - em inglês

A. Goldberg R. H . Leary Textile Asia, 1983, 14, n.º 11, Out., 33-38; Nov., 26-36 (6 p. + 7 p.) em inglês. São dadas as características técnicas dos microcomputadores usados na indústria e é mostrada a sua utilização no controlo duma secção de tingimento e no sector administrativo da empresa.

Textile Chemist and Colorist, 1983, 15, n.º 9, 172-179 (8 p.) - em inglês Vantagens e limitações de 5 tipos de secadores - estufa, ar quente, cilindros, alta frequência, râmulas. Apresentação das variáveis que mais influenciam o rendimento de secagem.

7 /84 4/84

Fibras e fios para malhas: Outono/Inverno 1984-85 Tecnica del Punto, 1983, Out., 46-87 (32 p.) - em espanhol

Apontamentos sobre as cores, textura, títulos, tipos e composição de fios e fibras para uso na indústria de malhas.

5/84

Análise de dados em controlo de qualidade. Um exemplo da sua aplicação. Calonnier, Jarrigeon, Nemoz Bulletin Scientifique de l'Institut Textile de France, 1983, 12, n.º 46, 3-17 (15 p .) - em francês.

Apresentação de técnicas usadas no tratamento de grande quantidade de dados. Adopção de um método de classificação para analisar as enco-

14

Aplicações da microelectrónica Wira Textile Asia, 1983, 14, n.º 11, Nov., 36-41 (6 p.) em inglês

A análise efectuada mostrou que a componente periódica aumenta não linearmente com elevadas excentricidades e dobragens (contradizendo a teoria de Foster) havendo também um incremento na componente semiperiódica. A aparência do fio piora com o aumento de componente periódica. A comparáveis níveis de irregularidade a componente periódica provoca defeitos de barrado (em forma de diamante) nos tecidos. 10/84

São discutidos três sectores principais: l.º, os da fase de pesquisa e desenvolvimento; 2.º, os de utilização na indústria têxtil; 3.º, os de utilização na produção.

8/ 84

Industrie Textile, 1983, n.º 1134, Junho, 551-553 (3 p.) - em francês São discutidas as técnicas existentes para bordar malhas sendo feita uma comparação com as recentes máquinas apresentadas pela Camber, Bentley e Mayer & C.

Configuração dum fio no espaço de frequência: um método de medição de pilosidade

T. Athar

Journal of the Textile Institute, 1983, 74, n.º 4, 161-167 (7 p.) em inglês Apresentam-se as vantagens deste método em relação à observação no espaço real. A torção mostrou ser um factor importante na análise da pilosidade dum fio.

Foi produzido um copolímero a partir de desperdícios de produtos acrílicos (acrilonitrilo, acrilato, de metilo, etc.), verificando-se ser um útil agente de encolagem de fios de mistura PES / ALG.

12/ 84

Encofante acrílico para fios de mistura poliester/ /algodão

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Acabamento antimicrobiano do algodão C. E. Morris, C. M. Welch

O estudo foi feito em três contínuos diferentes quando alimentados com fitas de dois tipos de algodões processados em 3 cardas diferentes. A acumulação de impurezas no rotor, as quebras obtidas e a resistência do fio foram os factores que se compararam.

15/84

Textile Research Juornal, 1983, 53, n.º 12, 725-728 (4 p.) - em inglês

13 / 84

A tricotagem na fase da automação

Libertação de formaldeído de tecidos tratados com «durable-press» T. F. Cooke

Foram tratados tecidos de algodão com soluções aquosas de piritonito de zinco / polietilenimina/ /ureia pelo processo pad-cure e analisados os resultados obtidos.

Textile Chemist and Colorist, 1983, 15, n.º 12, Dez., 233-238 (6 p.) em inglês Apresentam-se resultados de estudos epidemológicos efectuados recentemente acerca da toxidade do formaldeído libertado.

M. Caillet Indushie Textile, 1983, n.º 1135, jul. / Ag., 661-664 (4 p.) - em francês A preparação de desenhos e selecção de agulhas feitas electronicamente conjuntamente com o aumento substancial da velocidade de tricotagem e do número de alimentadores do tear mostram que esta indústria está na fase de automatização.

14/84 11 / 84

J. Simpson, G. L. Louis Textile Research Journal, 1983, 53, n.º 9, 551-556 (6 p.) - em inglês

Textile Research J ournal, 1983, 53, n.º 12, 791-792 (2 p.) - em inglês

F. Carvalho Rodrigues, M. Santos Silva, C. Passos Morgado

Técnicas de bordar em malhas de trama Anon

A náfise espectral da irregularidade de um fio e sua relação com outras características

Comparação entre fios produzidos em diferentes contínuos O. E. provenientes de ramas e processos de cardação diferentes

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16/84

Controlo de qualidade de artigos conf eceio na dos ao nível do retalhista ( utilizando o método de amostragem por atributos) P. Mehta «Quality, design and the purchaser», 67th Annual Conference of the Textile Institute, 1983, U.K., 1-19 (19 p.) - em inglês

Apresentam-se inconvenientes de de inspecção. É discutido o na norma MIL -

as vantagens e vários sistemas sistema baseado STD - 105 D.

É explicado o conceito de «limites de controlo» usado para manter a qualidade dos vendedores.

B -

PATENTES

Operação de corte automático com controlador integral Gerber Scientific Inc. and H. Gerber G. B. 2121214 A: 14 Dez. 1983. Priority Application: U.S.A., 375761, 6 Maio 1982 A operação e movimento do aparelho de corte são controlados por um controlador electrónico que contém uma memória para armazenar informação sobre padrões. Aparelho de alimentação e condução de malhas numa máquina de acabamentos Kurt Ehemann Spezialmaschinenfabrik G.m.b.h. & Co. K. G. Ehemann. E.P. 0090874: 12 Outubro 1983. Application: 82102996, 4-7 Abril 1982 O sistema pode ser utilizado numa râmula ou noutra máquina de processar malha aberta. A malha é sugada contra umas correias permeáveis ao ar, móveis, colocadas lateralmente debaixo desta. As correias fazem um determinado ângulo com a direcção de deslocamento da malha. Produção de não tecidos com ultra-sons Burlington Ind. Inc. K. Y. Wang, B. R. Hill USP 4406 720: 27 Setembro

15


1983. Applic: 318799, 6 Nov. 1981 É descrito um método de produzir não tecidos usando uma máquina de ultra-sons. Sistema de corte de tecidos elastoméricos

B. F. Goodrich Co. T. E. Bames, C. A. Landness USP 4406201: 27 Setembro 1983. Applic.: 295357, 24 Ag. 1981 Aparelho para sincronização de teares

Fimtessile Fabbrica Italiana Macchinario Tessile S.P.A. e G. Cremonesi. E.P. 0086999: 31 Agosto 1983. Priority applic: Italia 1953182, 9 Fev. 1982 É apresentado um sistema para sincronizar a selecção das agulhas num jacquard com o tear.

Sistema para implementar uma nova selecção de agulhas em pelo menos 1 alimentador num tear de malhas

Especificação das dimensões básicas de cones e tubos para bobinar fios.

Lonati S.P.A. e F. Lonati E.P. 0092133: 26 Outubro 1983. Prority applic: Italia, 2083882, 20 Abril 1982

Método para designar numericamente defeitos de tecidos por inspecção visual.

Um tear de cilindro único ou duplo é adaptado para efectuar uma nova selecção de agulhas em 1 ou mais a.limentadores sucessivos sem necessitar do respectivo sistema de selecção de padrões.

B.S. 6395 - 83

NORMAS

Normas B.S. (British Standards Institution)

B.S. 2547, part 8, 1983

Parte li:

Teares jersey dupla

por Mário Duarte de Araújo*

Normas ASTM (Amelican Society for Testing Materials)

ASTM-D 1230 - 83 RESUMÉ Flamabilidade de têxteis para confecções. ASTM -

C -

Tecnologia da Produção de Malha Felpa

Cet article c' est le deuxiéme d'une série de trais article councernant la production des étoffes bouclés. Dans cette partie on analyse les methodes de production des étoff es bouclés em métiers á double fonture.

D 3823 - 83 SUMMARY

Determinação de números padrão para fios de costura.

This is the second part of a three part arti.cle concerned with the production of pile fabrics. ln this part the methods of producing pile fabrics in doubfe jersey machi.nes in discussed.

ASTM-D 3106 - 83 Determinação da deformação permanente de fios elastómeros.

1.

INTRODUÇÃO

Existem vantagens e desvantagens na produção de felpa em teares de jersey dupla em relação a teares de jersey simples. Como desvantagens apontam-se normalmente aspectos relacionados com a concepção do tear, que levam a que por razões de transmissão do movimento a um disco interior os teares de jersey dupla sejam uma proposta mais onerosa sobretudo para jogos finos. Além disso, a possibilidade de variação contextura] utilizando rodas de debuxo horizontais nas platinas é uma solução bastante simples em teares jersey simples. Um outro aspecto que convém referir é o facto de nos teares de jersey simples se poder normalmente utilizar um mais elevado número de ali-

mentadores por polegada de diâmetro do tear, o que resulta num aumento de produtividade. Por outro lado existem certas vantagens em produzir felpa em teares de jersey dupla, tais como: -

a modificação do tamanho das argolas se poder efectuar por simples variação da distância disco-cilindro,

-

o aparecimento das argolas no direito técnico quando os elementos de formação da argola se encontram no cilindro a facilitar a inspecção, e no caso dos elementos formadores da argola se encontrarem no cilindro, poderem ser seleccionados por qualquer método convencional, incluindo os electrónicos.

-

2. -

PRODUÇÃO DE FELPA DE PELUCHE EM TEAR COM AGULHAS NO DISCO E CILINDRO

O procedimento normal na produção de felpa de peluche em teares circulares para jersey simples consiste na introdução do fio da base ao nível da garganta da platina seguido da introdução do fio da argola acima do nariz da platina, após esta se ter movimentado para a frente. Finalmente os dois fios são batidos conjuntamente formando uma laçada comum. Este procedimento pode resultar na modificação das posições relativas dos dois fios, como anteriormente descrito, 1 resultando num «tecido» com aparência irregular no direito técnico. Este problema pode ser solucionado utilizando

* Professor Associado de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho .

--. 16

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17


teares de disco e cilindro, nos quais a ordem de introdução dos fios é invertida, como ilush·ado na fig. 1. 2 O fio da argola A é alimentado à agulha do disco, como ilustrado no diagrama 1. A agulha do disco recolhe radialmente, alimentando a agulha do cilindro por cima da lingueta com o fio da argola, sendo ainda alimentada pelo fio da base B, como ilustrado no diagrama 2. A

">--1-/ 1 B

B

2

4

3. -

PRODUÇÃO DE FELPA DE PELUCHE EM TEAR DE JERSEY DUPLA

A técnica de produção de felpa de peluçhe em teares rectos de bancadas em vê, foi há alguns anos desenvolvida para aplicação a teares jersey dupla pelo Secretariado Internacional da Lã, da maneira ilustrada na fig. 2. Desde então o método tem sido consistentemente modificado pelos fabricantes de teares. No primeiro alimentador 1 são alimentados dois fios. O fio da base B tricota apenas com as agulhas do disco, e o da argola A com as agulhas do disco e do cilindro. É de notar que o ponto de alimentação do fio da base é por detrás das agulhas do cilindro, logo a seguir à alimentação do fio da argola e na altura em que as agulhas do disco descem para bater o ponto. As agulhas do cilindro podem ser seleccionadas por dispositivo jacquard a fim de fazerem desenho em relevo. A distância entre o disco e o cilindro determina o comprimento das argolas.

que as agulhas do cilindro sobem completamente para descarregar as laçadas, descendo completamente em seguida a fim de desenganchar as argolas. É de notar que devido à baixa tensão existente nas argolas as linguetas podem não fechar na sua totalidade. Por esse motivo existe um dispositivo angular para fechar as linguetas, acoplado a uma placa fixa que auxilia as argolas do pêlo a passar entre o disco e o cilindro. No quarto alimentador, as agulhas do cilindro sobem, não sendo alimentadas por fio, e as linguetas são abertas por um abre linguetas a fim de se prepararem para o início de novo ciclo. Os sistemas de agulhas destes teares podem encontrar-se dispostos para rib ou interlock, sendo a conversão efectuada por utilização de um «kit» especial. É de notar que o sistema pode ser invertido, isto é, as agulhas do disco podem formar a argola. Podem ainda utilizar-se agulhas de mola na formação da argola, o que evita a necessidade de abridores de linguetas.

3

4. -

FIG. 1

A agulha do cilindro desce batendo as duas laçadas, como indicado no diagrama 3. As agulhas do disco sobem descarregando a argola sem ser alimentadas, e descem desenganchando-a. É de notar que o fio da argola, que é introduzido a uma tensão menor, cobre o fio da base no direito técnico. A argola aparece no avesso técnico do tecido. Este método necessita de abridores de lingueta no disco antes do início do novo ciclo de hicotagem.

18

FIG. 2

No segundo alimentador 2 tricotam apenas as agulhas do disco com o fio da base .B que passa através do orifício vertical do guia-fios, e tem o objectivo de segurar firmemente as argolas. No terceiro alimentador não há alimentação de fio e o guia-fios é substituído por uma placa vertical que retém as argolas enquanto

PRODUÇÃO DE FELPA DE PELUCHE COM GANCHOS NO CILINDRO

O tear encontra-se equipado com agulhas normais no disco e ganchos especiais G no cilindro, voltados para o interior, como indicado na fig. 3. 3 Dois guia-fios são utilizados, um aplicado no disco que alimenta apenas as agulhas do disco com o fio da base B, e o outro em forma de tubo inclinado que alimenta o fio da argola A às agulhas do disco e aos ganchos do cilindro. Para o desenvolvimento do ciclo da tticotagem completo são necessários 6 alimentadores.

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estas reengatem com os ganchos do cilindro. De notar que a argola se forma no direito do «tecido».

Os ganchos do disco movem-se então parcialmente para a frente de modo a desenganchar as argolas. De notar que a argola se forma no avesso do «tecido».

5. -

FIG. 3

No primeiro alimentador, agulhas alternadas do disco e ganchos do cilindro seleccionados por tambor de debuxo, são alimentados com o fio da argola A de cor 1, pelo tubo de alimentação. Os ganchos descem para formar e tensionar as argolas do pêlo. À medida que as agulhas do disco se deslocam para o interior o fio da base B é alimentado às agulhas por um guia-fios convencional. No segundo alimentador o fio da base B é alimentado apenas às agulhas do disco, permanecendo os ganchos na posição de repouso. No terceiro alimentador, o fio da argola A da cor 2 é alimentado a ganchos do cilindro seleccionados por jacquard e às agulhas do disco que não tricotaram no primeiro alimentador. No quarto alimentador acontece o mesmo que no segundo alimentador. No quinto alimentador todas as agulhas do disco sobem à posição de carregar. No sexto alimentador todos os ganchos do cilindro sobem a fim de reduzir a tensão nas argolas, permitindo assim, que uma placa especial desloque as ·argolas para o interior, fora do alcance dos ganchos, libertando-as. Um elemento complementar retém as argolas recem-formadas evitando que

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PRODUÇÃO DE FELPA DE PELUCHE COM GANCHOS NO DISCO

O tear encontra-se equipado com agulhas normais no cilindro e ganchos invertidos G no disco a fim de evitar a necessidade para abridores de lingueta, como indicado na fig. 4. 4

6. -

PRODUÇÃO DE FELPA DE PELUCHE COM JACKS NO CILINDRO

O tear encontra-se equipado com jacks especiais J no cilindro. Estes jacks possuem dois degraus na pa1ie superior, podendo ser selecionados por uma roda de debuxo R com três posições, como indicado no diagrama 1 da fig. 5. 5

G

j

FIG. 4

O fio da argola A é alimentada por debaixo dos ganchos do disco que se encontram completamente à frente, como indicado no diagrama 1. O gancho do disco desloca-se para o interior deixando o fio da argola frisado na agulha do cilindro num ponto abaixo da lingueta. Nesse mesmo momento o fio da base B é alimentado no gancho da agulha do cilindro, que desce batendo a laçada, como ilustrado no diagrama 2.

FIG. 5

19


Quando não existe qualquer pino na roda de debuxo, o jack permanece abaixo do nível de formação da laçada, como indicado no diagrama 2. Quando a roda de debuxo se encontra equipada com um pino baixo, o jack sobe de modo a posicionar-se entre o fio da base e o da argola, como indicado no diagrama 3. Quando a agulha do disco se movimenta para o interior, forma-se uma argola cmia à volta do degrau mais baixo do jack. Quando a roda de debuxo se encontra equipada com um pino alto, o jack sobe mais acima, de modo a que uma argola comprida seja formada à volta do degrau mais alto do jack. De notar que a argola aparece na face direita do «tecido».

Os jack balanceiros deslocam-se rapidamente para o exterior e para cima, por acção de carnes, de modo a apanhar apenas o fio da argola, como indicado no diagrama 1. Por este método podem formar-se argolas bastante compridas no avesso do «tecido». 8. -

PRODUÇÃO DE FELPA DE PELUCHE COM PINOS DE RETENÇÃO NO DISCO

Neste sistema, as agulhas do disco de um tear de jersey dupla são substituídas por pinos de retenção P, mantendo-se no entanto as agulhas do cilindro, como indicado na fig. 7.

As agulhas do cilindro sobem e os pinos do disco saem para fora à medida que os fios da argola A e da base B são alimentados, respectivamente, por cima e por baixo do pino, como indicado no diagrama 1. Cada agulha ao descer forma duas laçadas, ficando a entremalha do fio da argola retida no pino, formando-se assim a argola no avesso técnico do tecido.

O tear encontra-se equipado com jacks balanceiros J no disco e agulha§ no cilindro, como indicado na fig. 6. 6

Por: LUíS M. M. GUIMARÃES DE ALMEIDA(**)

1-

M . D . de Araújo, Revista APETT, n. 0 8, Porto, 1983, pp . 37-46.

RESUMÉ

2-

B. Stevens, U. S. Patent 2, 903, 869, Sept. 1959.

3-

E. Plath, U. S. Patent 3, 874, 197, April 1975.

Recemment plusieurs pays ont imposé des restrictions concernant la teneur en fonnaldéhyde sur tissus. Ce produit provoque des irritations nasales dans les ateliers de confection et est probablement cancérigene. Puisque presque toutes les résines thermodurcissables utilisées dans les apprêts sont à base de formaldéhyde, ces restrictions posent l' appreteur devant un problyme difficile.

L. Mishcon, British Patent 830, 219,

Aug. 1960.

PRODUÇÃO DE FELPA DE PELUCHE COM JACKS BALANCEIROS NO DISCO

Formaldeído livre em tecidos: novo problema para o acabador têxtil<*>

REFERENCIAS

4-

7. -

i

Différentes solutions ont été présentées dans la littérature, mais le plus souvent il suffit d' étudier soigneusement les formules et les conditions de condensation pour pouvoir satisfaire les exigences légales.

5-

V. Lombardi, U. S. Patent 3, 477, 255, Nov. 1969.

Les résultats des essa is de mesure au laboratoire sont trés diff erents selon la méthode d' analyse, car on mesure en effet le formaldéhyde liberé dans certaines conditions. Nous obtenons une bonne reproductibilité des resultats selon la méthode du flacon fermé de la A.A.T.C.C.

6-

M. Felker, U. S. Patent 3, 000, 199, Sept. 1961.

SUMMARY

Recently severa/ countries have introduced limitations concerning the formaldehyde content of fabrics. This product attacks the nasal cells and is potentially carcinogenic. As most of the durable press finishing agents contain formaldehyde, the finisher must solve this difficult problem. ·

e

Severa[ solutions have already been put forward to solve this problem but it is often enough to study caref ully the finishing recipe anel the curing conditions in arder to stay below the legal leveis. The results of laboratory tests are ve1y different according to the test method. With the sealed jar method of the A.A.T.C.C. we have obtained accurate results.

1. -

2

FIG. 6

O formaldeído é uma substância que constitui a base da grande maioria das resinas termoendurecíveis para o acabamento têxtil de

2

FIG. 7

(*) (**)

20

INTRODUÇÃO

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tecidos com fibras celulósicas. Trata-se dum produto volátil que provoca initações nasais e que possui um potencial cancerígeno. Devido a este facto, apareceu na última década em vários países legislação

restringindo o teor máximo de formaldeído em atmosferas de trabalho. Atendendo aos problemas criados pelo formaldeído nas salas de confecção, essa legislação conduziu a limitações no teor em for-

Comunicação apresentada no X Simpósio de Asociación Espafiola de Químicos y Coloristas Textiles, Barcelona, Março de 1984. Professor Associado da Universidade do Minho.

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21


maldeído livre sobre tecidos acabados, impostas quer por leis nacionais quer pelos próprios compradores de tecidos. No estado actual da técnica é inconcebível eliminar totalmente as resinas à base de formaldeído no acabamento anti-ruga, anti-encolhimento e prensado permanente, e em menor escala no acabamento ignífugo de carácter permanente. Estes produtos utilizam-se igualmente para melhorar a solidez dos corantes directos. A resposta por parte dos produtores de resinas foi lenta, não havendo até hoje resinas isentas de formaldeído que conduzam a resultados equivalentes às resinas tradicionais. Apesar de tudo, as resinas actuais à base de formaldeído já não provocam atmosferas irrespiráveis nas fábticas de acabamentos, como acontecia há uma dezena de anos . Convém notar que as restrições quanto ao formaldeído têm aparecido em muitos outros domínios nos quais este produto é utilizado: mobiliátio, cosméticos, indústrias químicas, etc. Em 1980, nos EUA, país onde as resinas termoendurecí veis têm enorme importância no acabamento têxtil, foi utilizado para o fabrico dessas resinas para usos têxteis apenas 2 % do formaldeído total consumido no país nesse ano. 1 Esta percentagem, que é por certo ainda infetior na Europa, constitui, apesar de tudo, um quebra-cabeças ao acabador têxtil. No caso particular de Portugal, em que não há legislação sobre este assunto, diversas empresas exportadoras de tecidos tiveram que re- · solver o problema face às restrições impostas pelos clientes estrangeiros. 2. -

TOXICOLOGIA

O formaldeído é um gás com um ponto de condensação de -19,5ºC,

22

que apresenta grande solubilidade na água. É um produto tóxico, pois os seus vapores provocam irritações na mucosa nasal e nos olhos. Quando em solução, em contacto com a pele provoca initações e é tóxico se ingerido. O «Chemical Industry Institute of Toxicology», americano, efectuou um estudo exaustivo sobre o efeito prolongado de vapores de formaldeído em ratos e ratazanas. Os animais foram expostos ao ar com concentração de O, 2, 6 e 15 ppm (partes por milhão) de formaldeído durante 6 horas diárias, 5 dias por semana, por um período de 24 meses. Foram encontradas diversas lesões nasais nas ratazanas a partir de 2 ppm e nos ratos a partir de 6 ppm. Além disso, cerca de 40 % das ratazanas expostas a 15 ppm apresentaram células cancerígenas. Essa percentagem é, no entanto, muito pequena no caso dos ratos expostos a 15 ppm e das ratazanas expostas a 6 ppm. Os dados de mortalidade indicam que a sobrevivência das ratazanas expostas a 15 ppm foi significativamente afectada pela exposição ao formaldeído. 2 Este estudo mostra que o formaldeído tem propriedades cancerígenas a concentrações relativamente elevadas na atmosfera, sendo os efeitos muito dependentes da espécie. No que respeita ao homem, não foi ainda possível demonstrar os efeitos cancerígenos do formaldeído. Não parece provável que o homem possa estar · alguma vez sujeito às condições prolongadas de 15 ppm, dado que a partir de 5 ppm no ar a irritação nasal torna-se dificilmente suportável. Os estudos até agora efectuados nos EUA, República Federal da Alemanha e Dinamarca não demons-

tram um aumento da taxa de mortalidade em pessoa que trabalham com formaldeído em relação à taxa de mortalidade geral desses países. 3 Por outro lado, observações clínicas mostram que este produto apresenta efeitos irritantes respiratórios a concentrações inferiores a 2 ppm . ., Relativamente ao contacto com a pele de tecidos acabados com resinas à base de formaldeído, não foi até agora evidenciado qualquer perigo para o consumidor. Estudos demonstram que, circulando um caudal de ar de 12 l / h através de tecidos de algodão ou poliester-algodão acabados com resinas, se obtem em teor em formaldeído inferior a lOng/ g (0 ,01 ppm). Por outro lado, por simples contacto com a pele, a transferência de resina sólida é inferior aos limites de detecção laboratorial. õ

3. -

LEGISLAÇÃO

O teor em formaldeído na atmosfera é limitado por lei em diversos países. Nos EUA o valor limite é de 3 ppm, na URSS e no Japão de 2 ppm, enquanto que nalguns países europeus como a República Federal da Alemanha, a Suíça e os países escandinavos esse limite é já de 1 ppm. O «National Institute for Occupational Safety and Health», americano, recomenda o limite máximo de 1 ppm e considera que uma concentração atmosférica inferior a 0,5 ppm deve ser considerada como um critério de exposição profissional. De notar que acima deste valor o cheiro é já perceptível. Para evitar que o teor em formaldeído livre atinja na atmosfera da sala de confecção aqueles limites, é necessário haver um bom arejamento, especialmente junto às

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prensas, onde se atingem rapidamente concentrações da ordem de 2 a 3 ppm. É , além disso, conveniente trabalhar com tecidos contendo baixo teor em formaldeíclo livre. Assim , o Japão foi pioneiro no lançamento de legislação restringindo o teor em formaldeído livre em tecidos. Impôs desde 1974 diversos limites confonne o tipo de tecido - 1 000, 300, 75 e O ppm (µg / g de tecido) incluindo-se

4. -

no primeiro o vestuário exterior, no segundo as camisas, no terceiro a roupa interior e no quarto o vestuário ele bebé, sendo o teor medido segundo um método que abordaremos adiante. 6 Noutros países têm surgido diversas restrições, impostas sobretudo pelos grandes importadores (Marks & Spencer, Levi Strauss, etc.). O limite de 500 µg / g medido segundo a norma da A.A.T.C.C. n.º 112-1978 pode ser tomado como referência.

REDUÇÃO DO TEOR EM FORMALDEíDO LIVRE

O formaldeído liberta-se fundamentalmente a partir dum grupo N-metilol livre:

oli e /

"-N-01 OH 2

o li e

/

°"N-H

+

Os grupos N-metilol livres podem ser provenientes duma deficiente condensação de resina bem como da hidrólise de ligações resina-celulose ou resina -resina:

o li e,

/

oli e

/

N-Ql 0-Cel 1 2

"-N-CH -N / 1 2 1

o li e

"

___,..

+ H20

+

H 0 2

/

É assim fácil de compreender que o teor em formaldeído livre, medido em determinadas condições que podem implicar uma certa hidrólise, depende dos seguintes parâmetros:

-

tipo de resina e sua concentração

-

tipo de catalisador e sua concentração

-

condições de condensação

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'\.N-Ql OH 1 2

o11 e

___,,, ..,.--

oli e

/

'\.N-CH OH 1 2

+

+

Cel-OH

H-N /

afecta a libertação de formalcleído . Um excesso de catalisador é prejudicial. A própria presença de catalisador no tecido acabado, mesmo após lavagem, tem influência na libertação de formaldeído. 8 A condensação da resina eleve ser o maior possível, de forma a reduzir o número de grupo N-metilol. No entanto. é inútil e mesmo prejudicial prolongar demasiado o tempo ele condensação. 7 Em resumo, podemos dizer que, em função do tipo de tecido, cabe ao acabador têxtil escolher o sistema resina / catalisador e as condições ele condensação de forma a minimizar o teor em formaldeído livre. É aconselhável efectuar previamente ensaios laboratoriais, testando em cada caso o teor em formalcleído livre. Se após optimização das condições atrás referidas não se conseguir satisfazer as exigências, pode ainda proceder-se às seguintes técnicas: -

introduzir no banho de acabamento um produto que retenha o formaldeído livre. Existem diferentes produtos com esta propriedade. 9 O mais barato e corrente é a ureia; com a adição ele 20 g/ l de ureia ao banho, consegue-se uma redução apreciável (de 10 a 40 % ) do teor em formaldeído livre. 1 Mas há produtos mais eficazes, como a etilenoureia, a dicianodiamida e a carbohidrazida. Com apenas 10 g/l deste produto, conseguem-se diminuições do teor em formaldeído livre que podem ser superiores a 80 % . 10-11

-

lavar o tecido após condensação da resina (processo de

oli e

"-

As resinas à base de formaldeído com mais baixa reactividade são aquelas que mais resistentes são à hidrólise, conduzindo portanto a mais baixos teores em formaldeído livre. No entanto, obrigam a condições mais severas de condensação. A pureza das resinas deve ser o maior possível. 7 O tipo de catalisador tem também grande influência no grau de condensação da resina, pelo que

23


reticulação a seco). Este processo torna-se caro não só pela lavagem como pela secagem suplementar, pelo que só deverá ser empregue como solução de recurso. -

fazer passar o tecido, ainda quente, logo após a condensação da resina, numa câmara em que se vai fazer uma aspersão com uma solução a cerca de 100 g/l de ureia. A quantidade de solução é calculada de forma a que o tecido saia da câmara (designada por «fog chamber») com uma humidade de 7 a 8 % , dispensando portanto qualquer secagem. A diminuição do teor em formaldeído livre é superior a 60 % . Esta técnica é bastante utilizada nos EUA. 1

Se a exigência for um teor em fo1maldeído nulo sobre o tecido, só há uma solução: não utilizar resinas à base de formaldeído. Tem havido recentemente muita investigação neste domínio, na eventualidade do aparecimento desta exigência para os tecidos que obriguem ao acabamento com resinas te1moendurecíveis. Os produtos estudados são essencialmente resultantes da reacção da ureia com glioxal, sendo de realçar os seguintes: 12 · 13

o

o.

li

11

CH,,-O-C-NH-CHOH-CHOH-NH-C-0-CH j

H-N.;C'N-H 1 1 HOHC - CHOH

3

1,2 - bis (carbometoxiamino) - 1,2 - diidroxietano

o li

H·C-N,.C'N-CH 1 3 3 1 HOHC - CHOH 1 3 - Dimetil - 4,5 - cliidroxi - 2 ' - imidazolidinona (dimetildiidroxoetilenoureia)

O CHOH-CHOH O \\ / ..... li CH -0-C-N N-C-O-CH 3 3 '\ / CHOH-CHOH 1,4 - bis (carbometoxi) - 2, 3, 5, 6 - tetraidroxipiperazina Estes produtos põem, no entanto, diversos problemas, como sejam: -

-

5. -

baixa reactividade menor eficiência no acabamento (menor efeito anti-ruga e menor efeito sobre o encolhimento na lavagem) descoloração dos tintos

CH 3 -~"

e,

1)

oli e,

o .11

CH_,-N/

~-CH 3

HOHC - CHOH

j

MÉTODOS DE MEDIÇÃO DO TEOR EM FORMALDEíDO LIVRE

Para a medição do teor em formaldeído livre em tecidos existem diversos métodos experimentais, que podemos dividir em dois grupos:

A baixa reactividade e a menor eficiência no acabamento podem ser explicadas pelo impedimento estérico relativo à reacção elos grupos -OH com a celulose, bem como à fácil formação de hidantoína: 1

o 11

Estes inconvenientes podem ser reduzidos com a presença de relativamente pequenas quantidades de formaldeído na resina. Por isso, não é de admirar que quando se aplicam produtos comerciais deste tipo se obtenham teores em formaldeído livre não nulos. 14 É também possível a utilização do glioxal por si só; 15 "16 curiosamente, mesmo aplicando o mais antigo produto de reticulação conhecido, que é o próprio formalcleído sozinho, o teor em formaldeído livre é muito baixo, o que pode explicar-se pela dificuldade na hidrólise das ligações formadas. No entanto, em ambos os casos há uma apreciável perda de resistê ncia, o que torna os processos pouco viáveis industrialmente. 7

1

N-CH 1

por extracção em solução aquosa:

3

-

método do sulfito a frio

-

método do cianeto de potássio

+

C - CH') li

o

...

4,5 - Diidroxi - 2 - imidazolidinona (diidroxietilenoureia)

24

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2)

-

método japonês (acetiIacetona)

-

método do Shirley Institute (ácido cromotrópico)

por extracção com vapor -

-

método AATCC - 112 - 1978 (atmosfera quente ele vapor saturado; acetilacetona) método AATCC - 113 - 1978 (corrente de vapor; fenilidrazina)

De notar que em qualquer dos casos o que se mede é o formalcleído libertável em determinadas condições que implicam uma hidrólise parcial de algumas ligações. Será, pois, de esperar que os resultados variem apreciavelmente conforme as condições de extracção. Tanto o método do sulfito a frio como o método do cianeto ele potássio têm sido empregues em diversos trabalhos de investigação, mas não se encontram normalizados. a) O principal interesse do método do sulfito a frio (7 min a 0-lOºC, · que se consegue eliminar ou minimizar a hidrólise se a titulação for feita rapidamente a uma temperatura entre O e 5ºC. 17 É, pois, o único método entre os referidos que permite a medição do formaldeído efectivamente livre no tecido. A titulação pode ser feita com iodo ou por reacção ácido-base. No primeiro caso os resultados são afectados pela presença de cloro no tecido e no segundo pela presença de catalisadores ácidos; a presença de glioxal ou de outras substâncias com grupo aldeído é igualmente nefasta para

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este teste, provocando um aumento dos valores dos resultados do ensaio. 1 8

b) O método do cianeto de potássio provoca a h'.drólise dos grupos N-metilol, servindo portanto para detectar o teor em formaldeído que se encontra sob esta forma, conjuntamente com o formaldeído efectivamente livre. 1 "1 8 e) A lei japonesa 112-1973 ° indica uma extracção de 1 hora em água a 40ºC. A medição da concentração de formaldeído na solução é feita utilizando o reagente de Nash , à base ele acetilacetona, que provoca o desenvolvimento duma coloração amarela, medida por espectrofotometria de absorção a 412 nm.

d) No método do Shirley Institute a extracção é de apenas 20 min a 25ºC, mas segue-se uma «digestão» ela solução obtida em ácido sulfúrico, o que provoca a hidrólise da resina extraída. A medição é feita por adição de ácido cromotrópico, seguida de colorimetria a 570 nm. A presença ele produtos químicos na solução ele extracção pode afectar apreciavelmente os resultados. A influência do pH da solução, afectado pelos produtos de acabamento que o tecido contém, é particularmente importante. 19 · 20 Assim, D'Angiuro 2 1 propôs o seguinte método, para ser aprovado como norma italiana: extracção com uma solução tampão pH 6,0 de fosfato a 0,1 M durante 1 hora a 40ºC. A reprodutibilidade é superior à elo método japonês, conforme demonstram resultados interlaboratoriais. e)

método AATCC-112-1978 prescreve a extracção em frascos hermeticamente fechados f)

O

de 1 l com 50 mi de água no fundo e contendo o tecido suspenso. Os frascos são introduzidos numa estufa durante 20 horas a 49 ± 1ºC. O formaldeído absorvido pela água é medido por colorimetria com o reagente de Nash, de fmma análoga à elo método japonês.

g) Segundo o método AATCC-113-1978, faz-se passar através do tecido um caudal de vapor a baixa pressão durante 2 min. O teor de formaldeído é medido no vapor depois de condensado, graças à coloração formada por adição de feniliclrazina e ele cloreto ele ferro (III). É um método pouco utilizado, dado que obriga à utilização de aparelhagem especial. No Centro de Tecnologia Têxtil da Universidade do Minho ufr lizamos mais frequentemente o método AATCC-112-1978 , pois é normalmente especificado nos cadernos de encargos elas exportações para os EUA. É o método que dá normalmente os resultados mais severos, pois a longa permanência em atmosfera saturada a quente provoca maior hidrólise da resina . Tem havido na literatura muitas críticas a este método, não só pela sua severidade se afastar das condições práticas, 19 como também pela falta de reprodutibilidade dos resultados obtidos. 14 Pela nossa parte, temos obtido boa reprodutibilidade dos resultados, com coeficientes de variações inferiores a 4 % par ensaios normais na gama de 200 a 2 000 µg / g tecido, semelhantes aos indicados em laboratórios americanos. 8 No que respeita à reprodutibilidade interlaboratorial, não dispomos de dados, mas podemos compreender algu. mas críticas apresentadas. Assim: - há que ter bastante cuidado com a técnica experimental: curva

25


de calibração (determinar a concentração da solução de formaldeído de referência utilizada), estabilida· de relativa do reagente de Nash com o tempo, temperatura de desenvolvimento da cor (58ºC), hermeticidade do frasco, etc. - mas mesmo supondo que a técnica laboratorial é seguida com cuidado, há um factor muito importante que afecta os resultados e que é o armazenamento. Dependendo do tempo, temperatura, humidade e arejamento, pode obter-se um aumento ou mesmo uma diminuição apreciável do teor em formaldeído livre. 22 Por isso, no caso de encomendas exportadas para os EUA por via marítima, não é de espantar que um tecido que tinha à saída da fábrica na Europa 450 µg/g de formaldeído livre, tenha à chegada ao cliente nos EUA o valor de 600 µ,g/ g, sendo portanto recusada por ultrapassar o limite de 500 µg / g. Devido a este facto, aconselha-se os acabadores a trabalhar com uma margem de segurança apreciável em relação ao limite especificado. Para melhor poder apreciar a velocidade e a diferença entre os diferentes métodos descritos, escolhemos algumas das amostras de tecidos 100 % algodão que frequentemente nos são enviadas para análise, sobre as quais procedemos a diversas determinações. a)

Comparação entre o método do Shirley Institute e o método AA TCC-112-197 8.

Para 12 amostras de tecido fizemos a comparação entre o método do Shirley Institute (extracção em água a 25ºC durante 20 min seguida de tratamento da solução

26

obtida com ácido sulfúrico e ácido cromotrópico à ebulição durante 20 min) e o método do frasco fechado da AATCC (extracção em atmosfera saturada a 49ºC durante 20 horas). Obtivemos os seguintes resultados: 11 .º

M étodo AATCC-112-1978

M étodo Shirley

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1278 1 037 850 815 813 613 525 369 317 288 225 184

2 200 500 430 1 200 580 250 560 170 120 250 480 155

Amostra

Destes resultados podemos concluir que não há qualquer correlação entre os dois métodos. Con-

Método

Japonês (Law 112) Proposta Unitex Shirley Institute AATCC-112-1978 AATCC-112-1978 (método acelerado)

trariamente ao que é referido na literatura, o método Shirley é mais severo para certos tipos de tecidos. Podemos compreender estes resultados se suposermos que é fácil extrair do tecido por contacto com a água algumas moléculas de resina não ligadas com a fibra e de baixo peso molecular, moléculas essas que são posteriormente hidrolisadas com o ácido sulfú1ico. Essas moléculas não são no entanto arrastadas pelo vapor de água. b)

Foram estudados dois tecidos 100 % algodão com fios tingidos, sendo um com teor médio em formaldeído livre e outro com um teor praticamente nulo. Para cada método foram efectuados 5 ensaios. Obtiveram-se os seguintes resultados:

Tecido A JLg/g CV %

Princípio

1 h a 40ºC 1 h a 40ºC; pH=6,0 20 min a 25ºC; digestão com H 2S0,1 20 h a 49ºC (vapor) 4 h a 65ºC (vapor)

Antes de mais nada, convem notar que o tecido B não se encontrava acabado com resinas termoendurecíveis. Quando fizemos o ensaio sobre o tecido no momento em que foi solicitado pela indústria, obtivemos o valor de 12 µg / g segundo o método normal da AATCC. Passadas 6 semanas de

Estudo da reprodutibilidade dos diferentes métodos

Tecido B JLg/ g CV %

89 62

2,5 2,5

25 25

1,6 7,5

780

2,6

16

7,4

326 293

3,4 3,6

42 35

6,1 11,7

armazenamento, em contacto com o tecido A, obtivemos o valor de 42 µg / g. Este facto comprova a mobilidade do formaldeído entre tecidos com o tempo, referida por diversos autores, e demonstra a importância do cuidado a ter com as condições de armazenagem. Para o caso do tecido A, veri-

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ficamos que o método Shirley conduz a resultados superiores ao método da AATCC e por outro lado muito superiores ao método japonês. Este facto vem comprovar que, apesar de condições de extracção mais severas do método Shirley em relação ao método japonês, a digestão com ácido sulfúrico é determinante no valor obtido devido à hidrólise da resina extraída. Já no caso do tecido B, em que possivelmente apenas existe formaldeído não ligado a grupos amina , o método japonês se mostra mais severo. A influência do valor de pH no resultado obtido, que está na base da próposta de norma italiana, 21 encontra-se bem patente no resultado obtido para o tecido A. Assim, enquanto que no método japonês se obteve um pH do extracto de 7,4, no método Unitex a solução se encontrava tamponada a pH 6,0 o que comprova que um pequeno aumento do pH pode afectar sensivelmente o resultado. Podemos ainda concluir dos resultados que o método acelerado da AATCC apenas dá resultados aproximados do método normal, pelo que só será de utilizar em casos excepcionais em que haja grande urgência nos resultados. Além disso, a falta de uniformidade de temperatura na estufa, mais importante a temperaturas elevadas, pode constituir uma fonte de erros. 14 No que respeita à precisão dos resultados, qualquer dos métodos apresenta resultados bastante concordantes para o tecido A, com coeficientes de variações inferiores a 4 % . No caso do tecido B, com muito baixo teor em fo1maldeído livre, o erro já começa a aumentar. Nestes casos, haveria que proceder às medidas aconselhadas por Andrews 23 para alimentar a preci-

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são do método do frasco fechado: aumentar a toma da solução resultante da ~xtracção e, para teores em formaldeído inferiores a 50 µg / g, utilizar uma curva de calibração especialmente determinada a baixas concentrações. Mesmo para estes valores torna-se desnecessária a utilização de reagentes especiais, como o MBTH (cloreto monoidratado de 3-metil-2-benzotiazolinona hidrazona), continuando a ser possível a utilização do reagente de Nash. segundo refere aquele autor.

6. -

CONCLUSÃO

Embora ainda não totalmente conhecido o carácter tóxico e cancerígeno do formaldeído, existem já limitações impostas por legislação relativas ao formaldeído livre em tecidos. Foram resumidas algumas medidas a adaptar pelo acabador para fazer face a este problema. No que respeita à forma de medição do teor em formaldeído livre, existem diversos métodos que conduzem a diferenças maiores ou menores conforme o acabamento do tecido. O método do frasco fechado da AATCC é aquele que nos parece melhor aliar a simulação das condições de armazenagem a uma relativa facilidade de execução laboratorial e boa reprodutibilidade dos resultados.

C.I.I.T. Activities 2, n. 0 3 (1982), . pp. 8-10. 3-J. M. RAMEY, «Formaldehyde: Challenge and Opportunities», Textile Chemist and Colorist, 13 (198 1), pp. 164-166. 4-

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5-

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6-

«Law for Control of Household Goods Conta ining Harmful Substances», Law n. 0 112 of 1973, Welfare Ministry Ordinance, Japão, n.0 34-1974.

7 -T. F. COOKE e H. D . WEIGMANN, «The Chemistry of Formaldehyde Release From Durable Press Fabrics», Textile Chemist and Coloris!, 14 (1982), pp. 100-106 e 136-144. 8-

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9 - R . S. PERRY, C. H. TSOU e C. S. LEE, «A Search for Potential Formaldehyde Acceptors», Textile Chemist and Coloris!, 12 (1980), pp. 311-316. 10 -

«Carbohydrazide Found To Be An Effective Scavenger for Reducing Free Formaldehyde», Textile Chemist and Colorist, 13 (1981),

11 -

N . A . CASHEN, «A New Concept in tbe Reduction of Free Formaldebyde Associated with DMDHEU Easy-Care Finishing of Cotton», Textile Research J., 52 (1982), pp. 313-316.

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27


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16 -

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19 -

20 -

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21 -

22 -

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Novas Tecnologias de Fiação

D ' ANGIURO, «Bestimmug von freiem Formaldehyd in knitterfest ausgerüsteten Geweben», Melliand Textilberichte, 63 (1982), pp. 522-525 .

Por

L.

MÁRIO DE ARAÜJO

SUMMARY This article presents a review of modem methods of yarn spinning and their commercial exploitation.

P . J . TACO e J. A. HENDRIX, «What are the Effects of Storage and Laundering on Durable Press Finishes?», Textile Chemist and Coloris!, 14 (1982), pp. 194-199.

RESUMÉ On présente un resumé des modernes méthodes de filature et leur developpement commercial.

Legenda: 23 -

1 -

B. A . K. ANDREWS e R . M. REINHARDT, «Assuring Sensitivity and Precision in the Sealed Jar Test for Formaldehyde Release», Textile Chemist and Colorist, 15 (1983). pp. 115-120.

1. -

l.1 -

2 -

A MODERNA FIAÇÃO CONVENCIONAL

3 4 5 6 7 8

Contínuo de anéis

O desenvolvimento do contínuo de anéis ocorreu nos Estados Unidos da América em 1830, isto é, 40 anos após a morte de Arkwright. Este sistema é o que mais se utiliza na última fase da fiação do algodão. Além disso, é também utilizado na fiação do estambre, lã grossa (cardada), na fiação a seco e a molhado do linho, na fiação da seda cortada, na fiação contínua da raiona em filamento contínuo e para a retorção de fios a dois ou mais cabos. O princípio em que o seu fun cionamento se baseia é o mesmo do da «bobina e esporeta», eliminapdo-se a pesada massa rotativa da esporeta, com a sua tendência para vibrar a altas velocidades. Deste modo é possível obter velocidades muito mais altas (da ordem das 12,000 r.p.m.) e evitar a perda de produtividade ocasionada pela necessidade de remover a esporeta antes de descarregar a canela do fuso .

-

fuso porta-anéis anel canela viajante guia-fios separadores fio

Fig. 1 -

Contínuo de anéis

A disposição das várias partes encontra-se ilustrada na fig. 1. O fuso (1) é accionado por meio de uma correia, projectando-se para cima através do porta-anéis (2) no qual se encontra fixo o anel (3). A canela (4), que normalmente apresenta a forma de um tubo de madeira ou papel, é montada no fuso de modo a revolver integralmente com ele, podendo no entanto ser facilmente removida para descarregar. No rebordo do anel encontra-se um viajante (5) com forma de «C» e por cima do fuso encontra-se um guia-fios (6). Por conseguinte, depois do fio deixar a frente dos cilindros de estiragem passa no guia-fios e então no viajante, enrolando-se seguidamente na canela. A velocidade do fuso e a velocidade de enrolamento ou bobinagem são constantes, enquanto que o diâmetro da canela varia. Por conseguinte, a velocidade do viajante também varia. O viajante, que é puxado pelo fio, insere torção no fio , a sua variação de velocidade causando uma correspondente variação no número de voltas por cm no fio. Tal variação é no entanto insignificante. Os separadores

* Professor Associado da Universidade do Minho

.... 28

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29


L egenda:

(7) têm o objectivo de evitar que

o balão do fio de um fuso interfira com o bal ão do fio de outro fuso vizinho.

1.2 -

Os anéis podem ser conduzidos por três métodos: por intermédio do mecanismo condutor do fuso,

b)

por intermédio de um motor independente,

e)

pela própria tensão do fio.

Este último método parece ser o favorito, sobretudo devido à sua maior facilidade de adaptação a contínuos de anéis já existentes. Assim, os anéis podem ser monta7 dos em chumaceiras de esferas ou então em chumaceiras de ar. Durante a rotação normal o anel é suportado por uma chumaceira aerostática (não necessita de ser alimentada por ar comprimido). Contudo, durante o arranque e a paragem, bem como a rotações pouco elevadas, as chumaceiras têm que ser alimentadas por ar comprim~do limpo.

30

4 5 -

viajante pista do anel rotor stator entrada do ar

Fiação por anéis rotativos

Um dos maiores obstáculos ao aumento da produtividade do contínuo de anéis tem sido as limitações impostas pela velocidade do viajante no anel. Efectivamente, a fim de evitar o desgaste do anel e do viajante, vários construtores têm vindo a experimentar a utilização de anéis rotativos, que permitindo uma mais elevada taxa de torção mantêm a velocidade relativa entre o viajante e o anel dentro de limites aceitáveis (35 a 40 m /seg.).

a)

1 2 3 -

Fig. 2 -

2. -

Fiação por anéis rotativos

A MODERNA FIAÇÃO NÃO CONVENCIONAL

Embora o contínuo de anéis convencional seja a mais importante máquina de fiação utilizada, têm aparecido, nos últimos anos, técnicas de fiação novas, algumas das quais têm tido elevado . sucesso comercial, especialmente para certas finalidades específicas.

2.1 -

Legenda: 1 2 3 4 5 6 7 8 9

-

fita cilindro alimentador placa alimentadora cilindro abridor abertura tubo de trânsito parede interior do rotor fio iniciador tubo de saída

Fiação por rotor

A fiação por rotor, também conhecida por fiação «open-end», * A fita (1) é alimentada lentamente à máquina por intermédio de um cilindro alimentador (2) tra-

*

balhando conjuütamente com uma placa alimentadora (3) que sobre ela exerce pressão. As pontas dianteiras das fibras entram então em contacto com um cilindro abridor (4) geralmente coberto por um puado de carda, que se desloca a grande velocidade, penteando as fibras até que estas se libertem e sejam transportadas quase que individualmente. É possível fiar quando as fibras são alimentadas em pequenos grupos; no entanto, quanto maior for o número de fibras no grupo, pior será a qualidade do fio resultante.

Fiação «open-end» termo genérico utilizado para a produção de fios de fibras descontínuas por qualquer método no qual a ponta. da fita ou mecha é aberta ou separada nas suas fibras · individuais ou tufos, sendo seguidamente reconstituída no dispositivo de fiação a fim de formar o fio (ex.: rotor, Polmatex, Dref, etc.) .

Fig. 3 -

Fiação por rotor

As impurezas existentes são removidas através de uma abertura (5) situada na blindagem do cilindro abridor quando as fibras são aspiradas através do tubo de trânsito (6) para a parede interior do rotor (7) que se encontra estriada. O tubo de trânsito pode ser afu-

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nilado a fim de criar uma corrente de ar aceleradora , que tende a endireitar as fibras em voo. As fibras são ainda endireitadas à entrada para o rotor uma vez que a velocidade das suas paredes é mais elevada que a do ar. A força centrífuga impele as fibras para o exterior pressionando-as contra a superfície do rotor, onde se forma um anel constituído por muitas camadas de fibras . A fiação inicia-se com a introdução de um fio iniciador (8) pelo tubo de saída (9). Uma vez que o rotor e o ar nele contido se encontram em rotação, a ponta do fio entra também em rotação, e a força centrífuga impele-a contra as paredes interiores do rotor, onde entra em contacto com o anel de fibras. Mal isso aconteça o fio iniciador é retirado, iniciando-se assim a produção de fio. Cada revolução do braço do fio introduz uma volta de torção no fio que se encontra no tubo de saída. Parte desta torção retorna à superfície do rotor através do braço de fio, que faz com que a ponta do fio iniciador fique entrelaçada com o anel de fibras, que pode então ser gradualmente «descascado» da superfície do rotor a fim de formar o fio. O fio assim produzido é seguidamente enrolado em forma de queijo. Uma das maiores vantagens da fiação por rotor é devida ao facto da aplicação da torção se encontrar separada do enrolamento do fio, o que permite que o mecanismo torsor possa trabalhar a alta velo cidade, enquanto que a canela (queijo) apenas necessita de girar à velocidade necessária para enrolar o fio produzido. Na fiação em contínuo de anéis desperdiça-se imensa energia a fazer girar a canela, o balão de fio e os mecanis-

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mos intervenientes, o que limita a velocidade do fuso e o tamanho da canela.

2.2 -

Fiação Coverspun

Este método de fiação foi desenvolvido pela Leesona Corporation dos EUA e consiste em fazer passar uma mecha por um sistema de estiragem e então pelo interior de um fuso oco no qual se encontra montada uma bobina contendo o filamento contínuo que se enrola à volta das fibras dando assim coesão ao fio.

Legenda: l 2 3 4 5 6 7 8

-

9 10 -

mecha sistema de estiragem SKF com 3 cilindros sucção bobina com o filamento a enrolar fuso oco correia de transmissão tubo de sucção sistema de alimentação «Casablancas» aspirador enfiador enrolamento do queijo

lizada for cara (lã) o custo do filamento poderá não ser significativo. Por outro lado se a fibra for barata o custo do filamento poderá fazer com que o fio «coverspun» não seja compensador em relação ao fio convencional que se pretende substituir. É de referir, no entanto, que com este processo é possível produzir fios de fantasia de elevado interesse para certas aplicações específicas.

2.3 -

Fiação por vortex de ar

Este processo pneumático de fiação utiliza a energia cinética de um vortex * de ar para formar o fio. Vários sistemas existem, contudo o desenvolvimento pelo Instituto Têxtil de Lodz, na Polónia, e conhecido por Polmatex PF - 1, tem-se mostrado de grande interesse devido ao pequeno desperdício de fibras envolvido. Os três elementos principais desta máquina são os seguintes:

Fig. 4 -

a)

o cilindro abridor, que apresenta tufos de fibras à corrente de ar,

b)

a câmara do vortex, onde as fibras são convertidas em fio, e

e)

a unidade de saída, que retira o fio da câmara à medida que este se vai formando.

Fiação Coverspun

Um problema que se põe é o do custo elevado do filamento utilizado. Se a fibra descontínua uti-

* Movimento intenso e em espiral concentrado numa zona bem delimitada.

31


Lege11da:

(J

1 2 -

12

~,~,] ·

14

A

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

-

14 -

15 -

câmara de fiação parede conduta posição das fibras conduta jactos ar ar e fibras fio vácuo vortex sucção cilindro abridor fita turbilhão de ar

9

2

e conduta (5), as fibras introduzidas na câmara de fiação ( 1) passam através da conduta (5) para o seio do vortex de ar proveniente dos jactos (6) ~ em direcção à parede (2). O vortex transporta as fibras para a posição (4), onde o fluxo de ar muda de direcção devido à acção da parede (2). Na posição (4) as fibras são aglomeradas pela acção da força centrífuga e condensadas. As fibras condensadas formam um anel que rodopia à volta do eixo da câmara de fiação. Para a fiação se iniciar é necessário introduzir a ponta de um fio iniciador através da conduta (3) no eixo da parede (2), que pela acção da força centrífuga é ligado às fibras. A torção do fio é obtida pela rotação do anel de fibras na câmara de fiação, saindo do interior pela conduta (3) e sendo seguidamente enrolado numa bobina cruzada. 2.4 -

10

8

AB-

32

2.5 -

Fiação Bobtex

O sistema Bobtex ICS (integrated composite spinning) foi inventado à já alguns anos por Emilean e Andrew Bobkowicz (pai e filho) tendo aparecido a público na ATME - 1 em 1973.

Legenda:

Legenda: 1 2 3 4 5 6 7

-

sistema de estiragem fio singelo tubo cursor cilindro rotativo fuso oco fio a dois cabos cilindro extractor

2 3 4 5

-

resina polimérica mono ou multifilamento fibras descontínuas tubeira de falsa torção bobina de fio Bobtex 1 C S

Neste processo o fio de alimentação (mono ou multifilamento) é introduzido por uma fieira que extrude uma resina polimérica à sua volta. Fibras descontínuas (naturais ou não 'nat4rais, incluíndo desperdícios) provenientes do sistema de estiragem são então aplicadas ao polímero derretido, sendo esta montagem consolidada por falsa torção. A velocidade de fiação deste sistema é das mais rápidas que se conhece, como se pode ver pela comparação com outros sistemas: • Fiação em contínuo de anéis convencional

até 40 m / min.

• Fiação «open-end» por rotor -

até 150 m / min.

• Sistema Twilo

-

até 500 m / min.

• Sistema Bobtex

-

até 600 m / min.

Fiação Axispinner

2.6 -

7--t

Fig. 5 -

de fibras que está a ser alimentada aos rolos da frente. O cilindro extractor encontra-se por baixo da base do fuso oco e retira o fio a dois cabos da zona de fiação-torção enrolando-o a velocidade constante. O produto final é idêntico a um fio a dois cabos convencional.

Fiação por vortex de ar Polmatex PF -1

Sistema de fi ação Secção da câmara de fiação

A máquina consiste de uma câmara ele fiação cilíndrica estacionária (1) , que é separada da parte superior da unidade pela parede (2), comunicando com a fonte de vácuo pelo outro lado. A câmara de fiação (1) possui jactos de ar distribuídos tangencialmente na parte interior. Entre os jactos e a parede (2) encontra-se uma conduta (5) que introduz as fibras por meio ele uma corrente de ar na câmara de fiação. A entrada da conduta encontra-se tangencialmente disposta na parede da câmara, sendo a direcção do vortex da corrente de ar que por aí entra idêntica à direcção do vortex do ar que entra na câmara através dos jactos (6). Devido à disposição do conjunto de jactos (6) , parede (2)

A fiação Axispinner foi desen volvida pela R. Greenbank & Co. Ltd., introduzindo um novo conceito de fiação e retorção de fios. Numa operação só, este processo produz a partir de fita ou mecha um fio retorcido a dois cabos perfeitamente equilibrado. O processo envolve duas fases . Na primeira, a corrente de fibras é estirada (1) e alimentada a um tubo cursor (3) que deposita fios singelos (2) num cilindro rotativo (4) que os armazena. O fio contém uma torção real e possui uma estrutura idêntica à dos fios convencionais. Na fase seguinte, o fio singelo que entra no cilindro pelo tubo cursor é enfiado pelo cilindro e na base do fuso oco (5) por intermédio de uma agulha. Isto faz com que o fio proveniente da parede do cilindro se destorça à volta da corrente axial

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3

l

4

A

B 7

Fig. 7 -

Fiação Bobtex

A - Sistema de fi ação B-Fio Fig. 6 -

Fiação Axispiner

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Fiação Dref

No sistema Dref, desenvolvido pelo Dr. Ernst Fehrer, o fio é produzido por fricção entre dois cilindros que giram em contacto no mesmo sentido. No sistema original, uma fita era alimentada a um cilindro abridor girando a uma velocidade compreendida entre 2 400 e 4 500 r.p.m. · Uma vez no cilindro abridor as fibras são deslocadas individualmente durante - meia volta para a outra extremidade, onde um jacto de ar que se encontra por cima do abridor as retira e projecta para baixo, onde são recolhidas por um par de cilindros perfurados que revolvem no mesmo sentido e se encontram montados paralelamente ao cilindro abridor. As fibras assim recolhidas são submetidas a uma acção de enrola-

33


1 2 3 4 5 6 7 8

-

Legenda : fita cilindros alimentadores cilindro abridor cilindro controlador cilindros perfurados unidade de sucção cilindros extractores bobina de fio

Fig. 8 -

2.7 -

Fiação fasciada

A fiação de fios fasciados * foi inicialmente desenvolvida pela Du Pont (fios Rotofil e Nandel) que presentemente deixou este processo. Mais recentemente a empresa japonesa Murata desenvolveu um sistema deste tipo que utiliza dois dispositivos de falsa torção pneumáticos torcendo em sentidos opostos e colocados em sequência. Este sistema que produz fio a uma velocidade 10 vezes superior à dos contínuos de anéis, é conhecido por «Murata Jet Spinner», encontrando-se ilustrado na fig. 9.

2 e 3 -

Fiação Dref

4 -

menta entre os dois cilindros per· furados, com o auxílio de duas unidades de sucção situadas na linha de contacto dos rolos (uma no interior de cada rolo) que seguram as fibras durante o seu enrolamento, sendo a manta retirada sob a forma de fio. Um par de manchões estabiliza a torção e um par de rolos extractores fazem sair o fio que é enrolado numa bobina. Enquanto que na fiação por rotor o fio tende a possuir pouca torção no seu interior e muita no exterior, no sistema Dref acontece o contrário, isto é, o fio possui elevada torção nas fibras interiores e pouca nas exteriores, o que os torna bastante pilosos. Este sistema é extremamente interessante para a produção de fios de fantasia que podem ser conseguidos pela introdução de fitas de várias cores ou borbotos de várias cores juntamente com as fitas. Uma outra possibilidade, explorada no Dref III, é a introdução de um fio de «alma» na zona de torção .

34

5 -

Legenda: sistema de estiragem tubeiras pneumáticas fita fio

B Fig. 9 AB-

Murata Jet Spinner

Sistema de fiação Balão do fio e enrolamento das fibras nas tubeiras

A fita com as fibras bastante paralelizadas é alimentada a um sistema de estiragem (1) que apresenta as fibras à primeira tubeira (dispositivo de falsa torção) (2)

* Fios fasciados: são fios nos quais a parte interior («alma») é constituída por fibras descontínuas, essencialmente paralelas, ligadas num feixe compacto por uma menor quantidade de fibras descontínuas da superfície.

que as abre, passando então à segunda tubeira (3) onde a torção é aplicada. A combinação do balão formado no interior das tubeiras com a mudança no sentido da torção que ocorre entre a primeira e a segunda tubeira é responsável pela formação do fio que deste modo ocorre por fasciação. Este sistema pode ser utilizado na fiação de uma variada gama de fibras, incluindo misturas de lã ou de algod ão-poliester. O toque do produto final tem uma certa aspereza o que é característico dos fios fasciados. 2.8 -

Fiação Repco ou por autotorção

O conceito de «autotorção» no qual este processo se baseia emergiu a partir de considerações acerca da aplicação de torção em sentidos alternados no mesmo fio (torção S numa zona do fio, torção Z na seguinte, S, Z, S, etc.). Na fiação convencional é necessário fazer girar a canela do fio a fim de introduzir torção unidireccional. Este é um dos problemas deste processo de fabricação . Se fosse possível aplicar torção alternada nos dois sentidos (S e Z), seria apenas necessário fazer girar a mecha de fibras e não a canela onde o fio já fiado se vai enrolar. Uma mecha possui apenas uma pequena massa e diâmetro, pelo que seria possível fazê-la girar a alta velocidade consumindo apenas muito pouca energia. Infelizmente, a inserção de torção alternada na mecha fibrosa também lhe introduz um binário no sentido oposto que tende a destorcer o fio, de modo que quando este é libertado da canela onde se encontra enrolado destorce-se, isto é, a torção desaparece (passa a zero) . É claro que este problema

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pode melhorar-se fixando a torção do fio na canela. Porém, mal lhe seja aplicada uma tensão no sentido do comprimento, o fio tem tendência a destorcer-se pelo que a sua resistência é baixa. Se dois desses fios forem reunidos antes do seu binário destorcedor ser libertado, o próprio binário destorcedor, juntamente com o atrito gerado entre os dois fios à sua junção, faz com que estes se retorção um à volta do outro. Efectivamente, o binário destorcedor dos dois fios diminui durante a operação até ser equilibrado pelo binário do fio retorcido. Deste modo a torção é conservada, isto é, se o fio retorcido for desmontado, a torção dos fios singelos que o compõe será restaurada ao seu valor inicial. O ptincípio de funcionamento do contínuo autotorcedor Repco na sua versão mais simplificada encontra-se ilustrado na fig. 10.

Legenda : 1 2 3 AeB

-

e-

sistema de estiragem cilindros bobina mechas junção dos fios por autotorção

Fig. 10 -

Fiação por autotorção

O sistema de estiragem (1) apresenta as duas mechas de fibra (A) e (B) a um par de cilindros cobertos de borracha (2) que possuem dois tipos de movimento: -

rotativo, e reciprocante lateral (sentidos opostos) .

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Devido ao efeito reciprocante dos rolos, cada fio fica com zonas alternadas de torção S e Z. Os dois fios são então imediatamente reunidos (C) e autotorcem-se, sendo o fio retorcido assim formado enrolado numa bobina (3). Dois dos tipos de fio que se podem formar encontram-se ilustrados na fig. 11. Legenda : 1 2 -

fio em fase fio desfasado

do fio é obtida pela aplicação de uma substância adesiva, em vez de torção. O processo original desenvolvido pelo TNO na Holanda utilizava goma como adesivo, enquanto que o sistema mais moderno da Signaal-Twilo utilizava fibras de PV A (álcool polivinílico) como ligante. Estas fibras (1,7 dtex, 40 mm) são misturadas (5 a 11 % ) com outras fibras (celulósicas, acrílicas e poliester) durante a abertura, cardação ou estiragem e as fitas resultantes são alimentadas ao sistema ilustrado na fig . 12.

Legenda: Fig. 11 -

Fios autotorcidos

Quando os dois fios simples convergem com as suas estruturas de torção exactamente em fase, o fio retorcido resultante (1) é designado por fio «fase zero» ou «em fase ». Os pontos no fio onde não há torção são designados por «pontos de mudança de torção » e são obviamente pontos fracos do fio. É possível no entanto juntar os dois fios fora de fase (como ilustrado em 2), sendo o fio resultante designado por fio «desfasado». Estas estrutur.as são mais resistentes não havendo pontos sem torção. Onde um dos fios componentes possui torção zero o outro encontra-se torcido, existindo ainda retorção; e onde a retorção é zero os dois fios singelos possuem torção. Esta técnica tem sido aplicada com muito sucesso na fiação de fios acrílicos de alto volume para malhas e ainda para fios a utilizar na tecelagem de tecido para uniformes. 2.9 -

Fiação sem torção

Na fiação sem torção a coesão das fibras necessárias à formação

1 2 3 4 5 6

-

fita de laminador recipiente com água zona de estiragem tubeira pneumática (vortex) tambor aquecido bobina com fio

Fig. 12 -

Fiação sem torção

A fita de laminador (3 ktex) (1) é alimentada à cabeça de fiação onde é molhada com água (2) à temperatura ambiente (podendo também ser água aquecida a 70-80ºC), passando seguidamente através de um sistema de estiragem com duas zonas (3). Na primeira zona a estiragem é de 5 e na se-

35


gunda depende da massa linear do fio pretendida (estiragens entre 8 e 40 ou mesmo 50 são possíveis). À saída do sistema de estiragem existe um dispositivo de falsa torção (4) pneumático (vortex) alimentado com vapor que tem como objectivo dar coesão à fina mecha de fibras no percurso seguinte. O vapor aquece o fio rapidamente, aumentando o teor de humidade. O fio sai do dispositivo de falsa torção com uma torção de zero voltas, passando à volta de um tambor aquecido (5). Neste ponto a activação da fibra adesiva de PV A continua e a secagem inicia-se. A activação consiste em aquecer a água retida entre as fibras a uma temperatura de 70ºC, à qual as fibras de PV A se dissolvem formando um adesivo entre as outras fibras (celulose, poliester, etc.). Após esta activação, a água quente e o solvente do adesivo evaporam-se, pelo que o adesivo solidifica ligando as fibras entre si. O fio resultante é enrolado numa bobina (6) pronto para ser tricotado ou tecido. A velocidade de fiação pode ser da ordem dos 500 m / min., produzindo-se fios com um tex entre 24 e 50.

2.10 -

Fiação integrada

Este sistema tem vindo a ser desenvolvido e aperfeiçoado por cientistas e engenheiros do SRRC (Southern Region Research Centre) em Nova Orleães nos EUA Tal como o nome sugere, este processo permite numa só máquina transformar matéria-prima em forma de flocos de fibras em fio acabado. O sistema funciona sob pressão negativa eliminando assim a contaminação do ambiente por poeiras e cotão.

36

O sistema consiste de três fases como ilustrado na fig. 13: a) preparação da fibra, b) distribuição da fibra, e e) formação do fio . Legenda :

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

-

conduta vertical segunda conduta sensor eléctrico cilindro tomador tubo minicondensadores cilindro placa deflectora cilindros trabalhadores cilindro processador cabeça de fiação por rotor

A

Fig. 13 -

Fiação integrada

A - Preparação da fibra B - Distribuição da fibra C - Formação do fio

Os flocos de fibra provenientes de uma carregadora-misturadora ou de um abre-fardos misturador SRRC são alimentados por uma conduta vertical (1) onde são divididos em flocos mais pequenos antes de passarem à segunda conduta (2) . As impurezas são separadas das fibras e retiradas por uma grelha. Um sensor electrónico (3) mantém a altura dos tufos, a fim de manter constante a densidade dos tufos em (2). A manta fibrosa é aberta em flocos extremamente pequenos, que são limpos e pneumaticamente extraídos do cilindro tomador (4). As fibras são transportadas e dispersas em ar (corrente de ar) e

então transportadas pelo tubo (5) para um conjunto de seis minicondensadores (6) onde são reunidas numa grelha inclinada. O cilindro (7) retira então as fibras na forma de uma fita fibrosa contínua, que é conduzida por uma placa deflectora (8) para o cilindro alimentador (com dentes) de uma carda em espiral. A cardação efectua-se entre os cilindros trabalhadores (9) e o cilindro processador (10). Com quatro cardas em espiral obtém-se a acção equivalente a quatro cilindros trabalhadores. As fibras são descarregadas por uma abertura para uma corrente de ar de baixo volume. As fibras individualizadas provenientes da carda são movimentadas aerodinamicamente através de uma superfície lisa com forma tronco-cónica para uma cabeça de fiação por rotor (11) especialmente concebida pela SRRC, sendo possível produzir fios com tex compreendido entre 42 e 71. Algumas das modificações que se estão a introduzir neste sistema, ainda laboratorial, incluem o controlo das fibras por meio de campos eléctricos.

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BIBLIOGRAFIA

1 -

Henshaw, D. E . - Self - Twist Yarn, Merrow, Inglaterra, 1971.

2 -

Hunter, L. - Tbe production and properties of staple-fibre yarns made by recently develop ed techniques, Textile Progress, vol. 10, n. 0 1/ 2, 1978.

3 -

Henshaw, D. E. - Worsted Spinning, Textile Progress, vol. 11, n. 0 2, 1981.

4 -

Shaw, J. Short-Staple ring spinning, Textile Progress, vol. 12, n.º 2, 1982.

5 -

Nield, R . - Open-end spinning, Monograph Series, Textile Institute, Manchester, 1975 .

6 -

Selling, H. J. - Twistless Yarns, Merrow, Inglaterra, 1971.

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produzimos fibra para transformar

Máquinas para Acabamentos de Malhas na ITMA-83 Na sequência do desenvolvimento que prometemos faze r às principais novidades que surgiram em Milão no sector da ultimação têxtil, apresentamos neste número um trabalho de reportagem efectuado pelos E ngenheiros Maria Manuela da Silva Torres Matos Neves e Jorge Reinaldo de Oliveira Neves, elaborado no âmbito do Mestrado em Tecno logia Têxtil, a decorrer na Universidade do Minho . Dada a extensão do trabalho, vamos abordar neste número apenas as mercerizadeiras e os compactadores, reservando para o próximo as râmulas e as calandras, bem como máquinas diversas.

A Finicisa produ z ramas de polyester/Terylene. Comercializadas em Portugal pela ICI Portuguesa. Actualmente utilizadas em grande escala pela indústria têxtil.

1. -

A Finicisa conhece profundamente as características deste produto, por isso oferece todo o apoio técnico às indústrias transformadoras. Especialmente no campo da fiação e tecelagem abrangendo uma grande varied ade de tipos de rama - desde o low-pill para malhas e tecidos, às fibras de alta tenacidade para linhas de coser.

Desde que a produção de malha deixou de se destinar exclusivamente ao mercado da roupa interior, os fabricantes tiveram que melhorar o problema da estabilidade dimensional da malha, pois esta manifesta uma elevada tendência para a deformação. No decurso das operações de tricotagem, tinturaria e acabamento, os artigos de malha tubular são essencialmente tratados no sentido do seu comprimento, com a agravante de muitas das tensões serem introduzidas quando a malha está molhada. Como é sabido, as próprias fibras celulósicas deformam-se mais facilmente em molhado que em seco, obrigando a manter o mais baixo possível os esforços de tracção. O total destas tensões, torna a malha mais longa e mais estreita. Se o corte e a confecção forem efectuados numa malha que conserve todas ou parte destas deformações, é certo que o artigo após repouso, lavagem ou secagem, vai encolher e alargar. O hábito de certos confeccionadores cortarem

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1

INTRODUÇÃO

i!il

apenas depois de terem deixado repousar a malha durante mais ou menos tempo, é útil mas revela-se insuficiente, até porque a utilização de secadores domésticos, em substituição da habitual secagem por suspemão, torna estes fenómenos ainda mais nítidos. É, pois, sobre as máquinas que de algum modo recuperam as deformações introduzidas anteriormente, de maneira a chegar a um estado mais relaxado, que nos iremos debruçar. Estas máquinas podem actuar fisicamente sobre a ma lha (râmulas, calandras, ... ) ou por processos químicos (mercerização, reticulação ... ). Como é de calcular, não nos foi possível durante o período em que visitámos a ITMA, observar todos os pavilhões, de maneira que a falta de qualquer referência a uma determinada marca deve ser a isso apenas atribuído. Note-se, finalmente, que com vista à est1bilidade dimensional e de um ponto de vista exaustivo, poderíamos considerar uma gama muito grande de máquinas: desde

o tipo de aparelhagem utilizada no tingimento, hidrocenh·ifugação, secagem, enrolamento, até ao acabamento por espuma e muitas outras. No entanto, como nos pareceu não ter havido na ITMA 83 inovações relevantes que justifiquem mais grupos, apenas faremos referência a 4 grandes grupos: -

Mercerizadeiras

-

Compactadores

-Râmulas -

Calandras

deixando para o final considerações sobre aquelas máquinas que não se enquadrando em nenhum deles, de algum modo apresentam inovações com utilidade na resolução do problema da estabilidade dimensional.

2. -

MERCERIZAÇÃO

A mercerização das malhas é, por razões que apontaremos, relativamente recente em relação à mercerização de tecidos. No entanto, como as exigências de esta-

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37


bilidade aumentam e a pressão sobre os custos continua, a mercerização tem tendência a deixar de ser um sinal de alta qualidade, para ser utilizada também em malhas de média qualidade. A importância da modificação das propriedades da malha e em particular do sen estado de relaxação, pela mercerização, parece depender da máquina de tratamento, não se podendo ainda dizer, com precisão, qual será a nova estrutura relaxada após a mercerização. No entanto, é um facto que, após a mercerização, o número de fileiras por centímetro, o peso por metro quadrado e a resistência ao rasgo aumentam. Note-se ainda que, além do melhoramento da estabilidade dimensional (valores de encolhimento à lavagem entre 2 % e 5 % ), se obtém nas malhas o que já era conhecido nos tecidos: aumento da solidez, melhor rendimento tintorial, um brilho do material que não se apaga com o tempo, uma maior profundidade do tom e um melhor toque. Para a obtenção de produtos mercerizados de primeira qualidade, a mercerização deve ser acompanhada de acabamentos especiais: tratamentos com resinas ou gasagem prévia (para evitar o pilling), usando apenas fios de qualidade superior. Inevitavelmente que no início se aplicaram indiferentemente máquinas de mercerizar desenvolvidas para tecidos em artigos de malha abe1ia. No entanto, disso resultaram diversos problemas com o diferente encolhimento entre as ourelas e o centro, dada a fraca estabilidade da malha, quando da introdução das tensões de mercerização, mesmo que estas fossem reduzidas, assim como irregularidade no tingimento posterior devido à dificul-

série 26). Trata-se de uma máquina particularmente compacta, composta de 6 zonas:

~J

2

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1 1

1

Fig. 1 -

-

Gi·upo de introdução

-

Campo de impregação

-

Grupo de exposição e relaxamento

-

Grupo intermédio alargador

-

Campo de estabilização e lavagem

M ercerizadeira DORNIER pam malha tubular

Fig . 3 -

-

dade de uniformidade no trata mento. Com a evolução conseguiram-se bons resultados em peças de malha aberta, mas este facto implicava operações adicionais pois as malhas são fabricadas normalmente em teares circulares. Só ultimamente (a partir da ITMA 79) é que apareceram máquinas de mercerizar malha tubu lar, pois isto impunha condições técnicas que houve que resolver, como, por exemplo, as marcas nas ourelas. A DORNIER apresentou, na ITMA 83, nma cadeia de merce-

Esquema da mercerizadeira MT série 26 da MCS

13

Esquema de recuperação da soda cáustica diluída

Grupo de saída sem rugas

No campo das mercerizadeiras para a malha em aberto, a BENNINGER apresentou documentação sobre a sua MGA, sem cadeias, em elementos modulares. Compreende-se facilmente o interesse desta máquina, pelo facto de permitir tratar quer tecidos quer malhas com a ajuda de uma simples comutação. Pode operar-se à escolha ou pelo processo da «regulação do quociente» (para malhas) ou pelo processo de regulação pneumática (para tecidos) já anteriormente experimentado pela BENNINGER. A escolha não implica qualquer transformação da máquina.

rização para malhas tubulares em contínuo, permitindo tratar artigos sem distorção da malha e sem marcas nas ourelas, além de um brilho particular, devido ao emprego de alargadores espeoa1s. A tensão controlada durante o inchamento alcalino garante valores reprodutíveis. Permite a possibilidade de emprego universal (malhas abertas e em tubular e tecido). Acresce o facto de a DORNIER, com este sistema , permitir acoplá-lo às máquinas de mercerizar em aberto, já a funcionarem em Portugal. Igualmente a MCS apresentou uma mercerizadeira para malha tubular em contínuo (modelo MT

~I

Fig. 2 -

r · - · - · - · - · J L · - ·-· - - - · - · - ·-· -

Quanto ao processo de introdução da malha no compartimento de impregnação e ao controlo de largura e comprimento, tal faz- ~ e nesta máquina por meio de uma combinação de dispositivos alargadores pneumáticos e mecânicos, assim como por um mecanismo de tracção regulável com precisão. Igualmente a possibilidade de controlo de comprimento e largura ao longo da máquina permite uma óptima estabilidade dimensional.

A BENNINGER oferece como complemento uma instalação de evaporação que permite recuperar

7 5 a 80 % da solução de soda cáustica necessária para a mercerização.

Zone de neutralisation 1

Zone de stabllisarion

lntroducrion du tissu

Fig. 4 -

et delavage

Esquema de uma mercerizadeira mod. MGA da BENNlNGER

A BABCOCK apresentou documentação do seu processo de mercerização a seco (processo Mercevic), segundo o qual para mercerizar malhas é preciso dispor da seguinte instalação: -

Um foulard de impregnação do banho de mercerização.

-

Um balseiro de maturação.

-

Uma râmula de secagem, com características particulares de maneira a permitir um bom encaminhamento do

material e uma regularidade de operação (râmula de colchão de ar ARTHOS). A mercerização efectua-se essencialmente na fase de secagem e não por acção de uma lexívia de soda cáustica em fase húmida. Com este tipo de mercerização consegue-se um aumento do poder de absorção de corante em relação ab processo clássico de 30 a 50 % , não sendo, porém, nada afirmado sobre a alteração das propriedades mecânicas.

1

38

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39


Aplica-se a malha aberta.

Fig. 5 -

Esquema de instalação para mercerização pelo processo Mercevic

TABELA 1

Nome das empresas que apresentaram máquinas de mercerizar segundo o Catálogo da ITMA 83

Mercerizzatrici Merceriseuses Mercerising Machinery Mercerisiermaschinen

Também apresentou documentação para uma instalação de mercerização AR TOS : HAAS para malha tubular em algodão ou poliester/ algodão: o material é submetido a uma tracção em comprimento e largura e impregnado por uma solução de soda cáustica de 26 a 30º Bé, sendo depois estabilizada reduzindo a concentração a 8º Bé e finalmente lavada e enxaguada. A fase de mercerização confere ao material as características já conhecidas. Igualmente a SPEROTTO-RIMAR (modelo MT-13) e a THIES apresentaram instalações para malha tubular. Como disse anteriormente, os p1imeiros exemplares deste tipo de instalações já tinham sido expostos na ITMA precedente.

Tabuleiro de borracha de compressão

3. Hall

AS ISA BABCOCK BENNINGER AG . BRUGMAN CABER CALATOR CALATOR COMERIO DORNIER E.VAC FARMER NORTON FOSTER MANUFACTURING GOLLER GREENVILLE MACHINERY ICHIKIN JAEGGLI KLEINEWEFERS MATHER MECCANOTESSILE MODERN ROLLERS MORRISON SANTEX SPEROTTO RIMAR TE-PA TEXMATIC THIES UNIONMATEX WAKAYAMA

40

7 20 13 7 20 7 10 7 20 7 30 30 16 20 7 30 16 7 10 7 20 13 7 10 13 13 7 lo 16 7 20 3 7 30 16 3 14 20 13 14 e 3

Stand

Se apoiarmos um tabuleiro de borracha sobre um rolo obtém-se uma diferença de velocidade no local onde se exerce a pressão. Os artigos colocados entre o tabuleiro e o rolo terão tendência a encolher de maneira a acomodar-se à menor velocidade linear. Uma variante para malhas tubulares consiste no emprego de um duplo tabuleiro e de placas curvas de compressão. Um exemplo é a máquina EV ASET da HUNT & MOSCROP.

F23/25-G24 B06 / 08-D05 / 07 G20/22 Cl2/14 G07 LOl/03 AlO B07 D05 / 07-C14 / 16 L22 F33 B09 / ll F06 / 08 D02A BOl FOl FOlA AlO C09 / 11-D04/ 06-F18 E13 COl/03 Nl7 A Bl3 / 15-F20 B03 A06A B26 / 28-C09/11 A03-B06 A05-B04

COMPACTADORES

Na tentativa de reduzir o encolhimento residual em comprimento a um nível aceitável, foi desenvolvido, no final dos anos 60, um processo conhecido por «compactação ». O princípio consiste em empurrar as fileiras umas contra as outras. Para se conseguir este objectivo, a malha entra na máquina com uma certa velocidade e sai com uma velocidade menor. Esta diferença de velocidade é variável, podendo atingir 30 % . A malha é comprimida em comprimento. A relaxação é favorecida pela acção da temperatura e pela presença de humidade, geralmente sob a forma de vapor. De uma maneira geral as máquinas de encolhimento compressivo, dividem-se em 3 tipos: -

Máquinas de tabuleiro de borracha (com 1 ou 2 tabuleiros).

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Foram originalmente concebidas pela TUBE-TEX. São fundamentalmente constituídas por dois rolos e uma superfície curva metálica. A diferença de velocidade entre o rolo de entrada (alimentação) e o de saída (retardador) determina a taxa de compressão do mateiial. Na ITMA 83, várias foram as firmas que apresentaram máquinas deste tipo: BITEXEMA, JAWETEX, TUBE-TEX, HUNT & MOSCROP, SPEROTTO RIMAR, CALATOR, FLEISSNER, etc.

Fig. 6A Esquema de máquina de encolher de um tabuleiro

Máquinas mercerizadoras

-

Máquinas de dupla compactação por rolos. Raspadeira~

Como exemplo típico do funciocionamento destas máquinas, poder-se-á fazer a descrição da TUBO-SHRINK da BITEXEMA, em que o retorno da malha à posição inicial se faz em três fases: refluxo longitudinal, relaxamento e estiragem à largura.

Máquinas de compressão por rolo e :raspadeira. São muito pouco utilizadas em malhas de algodão. (Utilizadas, por exemplo, para dar efeitos de fantasia em artigos feitos em fibras sintéticas.)

~-de

Zona compressão

--.__Peça

Fig. 6C Esquema de máquina de encolher de cilindro e raspadeira

Peça curva

Fig. 6D Esquema de máquina de encolher de dupla compactação por rolos

Assim: 1 - O tecido é estirada à largura, sofrendo ao mesmo tempo um refluxo longitudinal. 2 - Regula-se o avanço para a câmara de vaporização, por meio de cilindros de fiicção. 3 -

Câmara de vaporização.

4 - Rolos de calandra de pressão regulável, podendo o supeiior ser completamente posto fora de serviço. Placas curvas de compressão

't

de compressão

Fig. 6B -

Peça

Esquema de máquina de encolher de dois tabuleiros

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5-7 - Zona de encolhimento compressivo, formado por dois rolos de diâmetro diferente, em que um deles mergulha numa cuba aquecida por óleo, podendo a pressão sobre a malha ser regulável.

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2

3

Rolo motor de encolhimento (aquecido)

Rolo de suporte da banda Fig. 6E -

Esquema do compactador TVBO-SHRINK

Fig. 7

borracha

Esquema do princípio da SVPATEX

8 - Banda transportadora da malha de maneira a esta ser transportada sem tensão através da zona de arrefecimento. 10 -

Saída sem tensão.

11 -

Pilha de malha.

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Fig. 10 -

Imagem do compactador da TVBE-TEX

A SG-ZERO-M da SPEROTTO-RIMAR é uma vaporizadora encolhedora em contínuo, concebida para conseguir valores máximos de encolhimento e estabilidade dimensional, quer para tecidos, quer para malha tubular ou aberta, quer par aartigos indesmalháveis.

A HUNT & MOSCROP, que Jª dispunha da máquina de compactação BESTAN, apresentou a máquina de encolhimento universal tipo SUPATEX, que cómbina as possibilidades da máquina de encolhimento EVASET e do compactador BESTAN. A SUP ATEX além do reagrupamento da possibilidade das duas máquinas, permite igualmente um encolhimento selectivo, pela simples substituição do seu rolo superior. Pode igualmente ser utilizad a no tratamento de não tecidos. Po routro lado, a malha acabada fica com um óptimo toque e alto volume. Igualmente permite possibilidades ilimitadas de dar um efeito de ondulação à malha.

A IA WETEX apresentou o seu «duplex-kompactor» para malha tubular, formada por duas partes: uma calandra de secagem, seguida de uma unidade de compactação para dar a estabilidade dimensional à malha. Pode ser alimentada directamente a partir do hidrocentrifugador. O compactador de grande velocidade da TUBE-TEX tem cerca de 1 metro de largura e permite reduzir o encolhimento em comprimento das malhas de algod ão a 1 % . A redução do encolhimento para artigos que tenham um fac" tor de encolhimento até 25 % é inteiramente regulável. A máquina possui uma entrada de alimentação positiva e uma velocidade de 75 m / min.

Fig. 8 -

Fig. 9 -

A lguns efeitos de ondulação conseguidos

Uma grande parte do vapor pode ser recuperado.

Fig. 11 Legenda da SG-ZERO-M:

A -

alimentação

B -

1. 0 túnel de vaporização intensiva (standard)

e-

dispositivo de vibração do tapete transportador

D -

zona «relax»

E -

zona de arrefecimento

F -

sincronização e saída da malha

Esquema do «DUPLEX-COMPACTOR» da JAWETEX

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TABELA 2

Nome das empresas que apresentaram compactadores segundo o Catálogo da ITMA 83

Macchine per il rientro, e per il rientro sotto pressione Machines pour le retrait des tissus et pour retrait compressif Machinery for Shrinking and for compressive Shrinking Krumpfmaschinen, Kompressivkrumpfmaschinen Máquinas para encogimiento compresivo

AIR INDUSTRIE TET AS ISA BABCOCK BATES BITEXMA BRüCKNER TROCKENTECHNIK CALATOR CARATSCH CIBITEX DO MISSE DUOTEX EHEMANN FAB-CON FARMER NORTON FLEISSNER HELIOT HEMMER HUNT & MOSCROP JAWETEX MATHER MENSCHNER MENTASTI MINO X MOERS MONFORTS MONTI MORRISON NOVAKUST OBEM PASSAT PRODJMA SANTEX SPEROTTO RIMAR TE-PA TEXMATIC TUBETEX UNIONMATEX WAKAYAMA WEISS

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Ha ll

Sta nd

13

E05 / 07 F23 / 25-G24 B06 / 08-D05 / 07 H24 B13 C05 / 07-E06 / 08 LO l/03 Ml6 E02 E25-Fl8 A07-B06 C04

7 2•

13 7 3°

3 16 7 3° 7 3°

16 7 2° 3 7 1° 16 16 7 1° 33 1° 3 7 !•

35 7 l•

13 33 l • 7 1° 7 3° 13 7 2° '.'>

7 !• 7 2•

13 13 7 3°

16 3 14 2• 7 1°

14 e 3 7 1°

Bl2

F33 A19/21-C16/18 A09/ll C02/04 / 06-B05 B03 AOS AIO Fl2/14 E03 / 05 / 07 A09 H22 B21/23 Fll-GO? COl/O:J C09 / ll 002/04 D06 / 08-EO 1/03 Fll / 13 Nl7 A Bl3 / 15-F20 B03 A06A Bl3 A03-B06 A05-B04

CADERNO DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS TÊXTEIS-APETT I

cos

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Cursos de formacão I

A APETT continua a envidar todos os esforços para ver em execução a breve prazo, o PLANO DE CURSOS DE FORMAÇÃO que se propôs levar a efeito, no âmbito dos estatutos e do programa de realizações concretas a que se propôs. Como se compreenderá, a concretização de um tal plano de cursos de formação, com a dimensão e os objectivos propostos não é possível sem um financiamento por parte do Governo português. Num país e num sector, tão carente de formação técnica actualizada como o nosso, recusar ou dificultar iniciativas como a que se propôs a APETT, é não compreender que antes ou a par do investimento em tecnologia avançada, importa valorizar o capital humano existente. A APETT acredita que vencidas as barreiras burocráticas, o financiamento para os cursos de formação será autorizado.

Seminário sobre Tinturaria e Acabamentos Têxteis Vai a APETT realizar mais um seminário, dando assim continuidade a uma acção que se propôs, sendo desta vez o alvo, o vasto campo da tinturaria e dos acabamentos têxteis. Este seminário, como habitualmente, terá lugar na Estalagem da Via Norte e sobre a sua ordem de trabalhos e mais notícias, sobre o mesmo, oportunamente daremos conhecimento aos nossos associados e a todos quantos se interessam pelas nossas realizações.

Documentacão diversa enviada à APETT I

Por gentileza de diversas firmas e entidades, vimos recebendo documentação e literatura diversa respeitante ao sector têxtil em particular e à indústria em geral. Àquelas firmas e entidades os nossos agradecimentos. Os nossos associados podem dirigir-se à nossa biblioteca, que está em fase de enchimento, e aí consultarem o material existente. E, já que falamos em biblioteca, porque não insistir na lembrança aos nossos estimados leitores para que nos ajudem a criar uma grande biblioteca, enviando-nos livros ou outra documentação técnica. Ficamos a aguardar.

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Composto e impresso na Grรกfica Maiadouro - 2 500 ex. -

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