SOCIAÇÃ ORTUGUESA EJROS E CNICOS TÊXT .
REVISTA TÉCNICA DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS TÊXTEIS I
N.º 1 OUT. /NOV./DEZ. DIRECTOR : Josi; DE MATOS FER REIRA DIRECTOR Tt:C.NICO :
SUMARIO:
ENG.º JOAO NUNO MOUGIN PENA MONTEIRO CONSELHO DE REDACÇAO :
e Editorial
2
•
Fibms Quúnicas
3
•
Medidas para a Redução dos custos ela Matéria-Prima na Fiação de Fibras Curtas 11
•
Sistema de E spremagem a alta Pressão e R-0los E spremedores a igual Pressão nos Dispositivos de E ncolagem
13
•
Cruzamento Diferencial ...
21
•
Reotganização Interna das E mpresas ...
23
•
Crescente significado dos Institutos Têxteis para a investigação, o desenvolvimento e o ensino . . .
27
Alg uns Tópicos ele Reflexão sobre as linhas gerais de um E statuto elo Técnico Têxtil
31
•
A Chefia e o Técnico
35
•
Noticiário da Associação P ortuguesa dos E ngenheiros e Técnicos Têxteis
38
ENG.º JORGE COR R ~A MONTEIRO ,ENG.º ARTUR C. NEVES DR . CABEÇO SILVA ENG.º FERREIRA NEVES DR. MARIO ARAOJO ENG.º BA RROCA A RTU R C. FARIA ENG.º CAR LOS GUIMARÃES ENG.º PINTO FE RRE IRA DR. LUfS DE A LMEIDA ENG .º CASIM IRO VILAR INHO ACESSOR JURIDICO : DR. JOSL: LUfS ARAOJO COORDENADOR DE PUBLICIDADE : M AR IO DIAS BALSA REDAC.çAO: R. Dr. Antunes Guimarães, 378-3.º Dt.º
•
4435 RIO TINTO. PR EÇO UNITARIO :
150$00
ASSINATURA ANUAL: (4 núm.) 500$00 TIRAGEM :
2.500 Exemplares
PU BLICAÇAO TR IMESTRAL
ED/TO RIA L Atendendo às reais necessidades do sector têxtil no contexto actual, vê-se a Associação Portuguesa dos Engenheiros e Técnicos Têxteis, no dever, imposto pelos seus próprios Estatutos, de dar início a uma difícil tarefa que é a preparação prática e real de todos os nossos Técnicos Têxteis para o actual desenvolvimento do sector têxtil face à conjuntura internacional dentro da qual teremos forçosamente de competir. É uma tarefa árdua, mas proveitosa. Disso irá ganhando plena consciência todo aquele que, neste momento, ainda persiste na sua autoconvicção de que um intercâmbio de ideias poderá ser fatal para a defesa do seu posto de trabalho oit para a área que dentro do sector têxtil defende. Todos sabemos que a concorrência é um dos factores que mais contribui para o desenvolvimento de qualquer actividade. Face a isto, dificilmente se poderão negar os resultados positivos que desse intercâmbio podem resultar. Afirmámo-lo nós e disso jamais teremos dúvidas. Estamos conscientes e humildemente o afirmamos, de que não falta, ao Técnico Têxtil português, imaginação e capacidade. O que a muitos deles por vezes falta, é, isso sim, a prática real de traduzir no papel essa imaginação e potencialidade criadora. Mas também isto é importante para que qualquer técnico se sinta completo e a revista APETT nasce com essa incumbência: a)
Dinamizar a imaginação;
b)
Convidar o Técnico a manter-se actualizado e
c)
Sobretudo, facultar-lhe todos os meios para que, efectivamente, venha a demonstrar a si próprio as suas potencialidades e adquira a facilidade de poder expressar, por escrito, a imaginação criadora ou evolutiva que possui.
Os trabalhos aqui publicados são, na maior parte, de Técnicos portugueses para Técnicos portugueses e estrangeiros. Poderão ser passíveis de críticas e a isso apelamos. «Da discussão nasce a luz» e de um trabalho aqui publicado, conjunto ele palavras que expressam a ideia ou opinião do autor, outro ou outros trabalhos críticos poderão nascer e ser publicados com vista à realização perfeita do tema em causa. MATOS FERREIRA
2
Eng. RAÚL BARROCA
FIBRAS QUÍMICAS "'
PREAl\/IBULD GERAL
SU M ÁRIO O nascimento das primeiras fibras não naturais século passado; suas causas.
fibras químicas -
na segunda metade do
Matérias primas inicialmente escolhidas, constituídas por polímeros naturais ciais, englobando as celulósicas e as proteicas. Filamentos contínuos e fibras cortadas químicas.
fibras artifi-
duas formas comuns à quase generalidade das fibras
Criação das primeiras macro-moléculas lineares de síntese e consequente aparecimento da outra grande família de fibras químicas (paralelamente à das fibras artificiais) - a das fibras sintéticas. Consideração das fibras de vidro e de outras congéneres, como um ramo mineral das fibras químicas. Três principais processos de fiação químico-física das fibras químicas: coagulação, evaporação de dissolvente, solidificação. Importância das fibras químicas, quer usadas isoladamente, quer em misturas. Noção de título de fios e referência aos dois sistemas mais correntes usados para as fibras químicas de filamentos contínuos e para os próprios filamentos. 3
FIBRAS QUÍM CAS O prestígio, a escassa produção e, consequentemente, o custo elevado da seda, chamada natural, conduziram, na segunda metade do século passado, alguns cientistas, investigadores ou até simples curiosos à procura dos meios de produzir uma fibra que resultasse mais económica e pudesse rivalizar, pelo menos em algumas das suas propriedades, com a tão cobiçada secreção do bicho da seda. Várias foram as tentativas empreendidas, tendo algumas conduzido a criações cujo êxito perdurou por largos anos. Assim surgiram os primeiros materiais têxteis feitos pelo homem - «man-made fibres» na designação anglo-saxónica - a que parece razoável e cómodo, embora talvez não muito preciso, chamar, na nossa língua , fibras químicas. A semelhança das fibras naturais, as químicas são constituídas por ageegados de macro-moléculas, em que uma das dimensões predomina marcadamente sobre as outras . Sendo os filamentos da seda, contínuos, melhor dizendo, de grande comprimento, essa foi também a forma das primeiras fibras químicas que surgiram. Como era mais intuitivo, mais económico e mais consentâneo com o estado de desenvolvimento da indústria química de então, os primeiros experimentadores lançaram mão, como matéria prima, ele macromoléculas já existentes na natureza. Assim surgiu o primeiro grande grupo de fibras químicas designa do habitualmente (embora ele forma também muito precisa) por fibras
4
artificiais, constituídas, na sua fase inicial, por filamentos contínuos, ou seja, de grande comprimento. Fibras artificiais são, portanto, fibras químicas derivadas de macromoléculas existentes na natureza . O desejo de levar estas fibras a substituir e, mais tarde, a misturar-se com fibras naturais de filamentos curtos, (como é o caso elo algodão) levou a transformá-las em fibras cortadas (staple, fibranne, fiocco) , em geral submetidas a tratamentos especiais posteriores. As macromoléculas naturais, de que o homem lançou mão para o fim que nos ocupa, foram basicamente a celulose e proteínas de óleos vegetais ou do leite. Não nos deteremos nas fibras naturais de natureza proteica, de produção hoje grandemente abandonada, e que nunca foram fabricadas entre nós, embora alguns dos seus membros tenham ficado como marcos na história das fibras químicas (Ardil, Vicara, Lanital, Merinova, etc.) . As fibras químicas ele natureza celulósica podem ser formadas por celulose regenerada, por celulose modificada, ou por compostos de celulose. Dentro destas últimas, contam-se dois tipos de fibras que apenas mencionaremos, pois que, não sendo produzidas em Portugal, são entre nós bastante conhecidas e um tanto utilizadas : o acetato e o triacetato. Não nos deteremos também nos processos de
modificação de celulose, alguns dos quais podem igualmente aplicar-se a fibras naturais de nat ureza celulósica . Ocupar-nos-emos , sim, das fibras químicas formadas por celulose regenerada e, dentro destas, das produzidas pelo processo viscose. Mencionaremos apenas um outro membro desta família - o cupramónio - que não é produzido em Portugal mas que tem ainda grande utilização em alguns países . O espírito criador do homem não se conten-
tou com o aproveitamento de macromoléculas naturais para a criação de fibras químicas e assim, a partir dos fins da década de vinte, início dos anos trinta, realizaram-se a s primeiras tentativas ele síntese de macromoléculas lineares capazes de permitirem a produção ele fibras químicas. Surgiu então um novo domínio dentro destas : o das fibras sintéticas. Numa tentativa de resumo e de arrumação das ideias expressas anteriormente, podemos esquematizá-las e completá-las do modo seguinte :
6/ 6 - Nylon: mais de 12 marcas diferentes
6/10 - Perlon L e mais de 25 marcas diferentes . Cifalon 7 - Enant (URSS) 9 - Azelon (Jap.) 11 - Rilsan (Fr .) Poliureias - Urylon (Jap.) .. . Aramidas 6
Poliamidas
~
Policonelensação ou Poliadição
Poliesteres-Tergal (Fr.); Terylene (G. B. ) ; mais de 10 marcas diferentes.
Poliuretanos - Perlon U (Alem.) Spanelex: Lycra, Vyrene .. .
·1 -
. ·r· P o1101e1 mas • ~
" Sintéticas
Polietileno - Politene, Courlene,. .. . . - Polipropileno - Meraklon ...
Politetrafluoretileno - Teflon Poliestirenci ·- Drylon Acrílicas - Orlon, Crylor, Acrilan, Dralon , Vonnel, ...
Modacrílicas - (35 a 84 % de acrilonitrilo) Dynel. .. Polimerização
~
Clorofibras
~
Cloreto de polivinilo - Rhovyl Idem sobreclorado - PeCe Cloreto de polivinelideno-Bexan
1
Alcool polivinílico - Kura lon, Vinylon Acetato de polivinilo - Kanebion Fluoreto de polivinilo - Fibra PF Copolímeros vários (fibras de origem mista, p. e., vários compostos vinílicos, podendo incluir a s modacrílicas) Vinyon, Saran , Ftorlon, ... 5
Vis cose Celulose regenerada Artificiais (de macromol. naturais) Fibras químicas orgânicas
Cupramónio
Celulósicas Composto ele celul.
<
~
Acetato Triacetato
Proteínas Proteicas
J
Proteínas animais Sintéticas (de macromol. de síntese)
Quanto às fibras de vidro e outras semelhantes, de que não trataremos e a que não nos referimos, poderiam facilmente ser enquadradas no esquema anterior, criando uma família de fibras químicas minerais. Não o fizemos para não sobrecarregar a esquematização. Em princípio, qualquer das fibras citadas pode apresentar-se sob a forma de filamentos contínuos (i. e. de grande comprimento) ou de fibra cortada, ou seja , filamento curto. Assim, teremos os fios de filamentos contínuos (ou, em casos muito especiais, de um só filamento) e os fios que, à semelhança dos fios de algodão, são formados por filamentos descontínuos. Há fibras químicas (principalmente dentro das sintéticas) que se apresentam preferencialmente numa ou noutra dessas formas. Parece ser este o momento oportuno para tecer algumas considerações sobre o conceito genérico de fiação de fibras químicas. Como certamente é sabido, quando se fala em fiação ele uma fibra artificial ou sintética está implícita a ideia de fiação química, ou melhor químico-física, e não a de fiação puramente mecâ6
nica, como acontece no caso do a lgodão, da lã ou de outras fibras naturais, descontínuas. Evidentemente que as fibras químicas cortadas podem igualmente ser sujeitas a um processo mecânico de fiação, i. e., à transformação em fios por paralelização e torção. Mas o conceito de fiação de fibras químicas implica a transformação de um líquido nos filamentos que constituem o «fio químico» ou a mecha de que derivam as fibras cortadas. Estas poderão ser posteriormente fiadas mecânicamente ou destinadas a quaisquer outros fins, como telas não tecidas, enchimentos, meios filtrantes, etc .. Resumida e simplistamente podemos dizer que a referida transformação, do liquido em filamentos, se faz, em geral, por um elos seguintes processos : 1) Coagulação seguida ou não da decomposição do coágulo (caso da viscosa e cupramónio). 2) Evaporação de um dissolvente, com a recuperação do mes mo (caso do acetato, tria cetato, poliacrílicos ... ).
3) Solidificação ele uma massa fundida (caso elas poliamiclas, poliésteres, ... ). Será oportuno também recordar aqui que, para os fios de filamentos contínuos e para as fibras cortadas, a «grossura» respectiva é dada usualmente pelo título, que exprime a massa de um dado comprimento. Usou-se, durante muito tempo, a unidade denier que corresponde à massa em gramas de 9.000 metros. O sistema internacional veio substituí-lo pelo tex e pelo seu submúltiplo, o decitex (dtex), exprimindo este a massa em gramas de 10 000 m.
e Parte
do
trab~lho
As fibras químicas - e podemos dizê-lo de um modo geral - deixaram há muito de constituil· um substituto, um «ersatz», das fibras naturais, para se tornarem um seu complemento, uma vez que apresentam propriedades inexistentes nestas. Mediante misturas criteriosamente estudadas de fibras naturais com fibras químicas, ou até apenas de tipos diversos destas, tem sido possível eliminar inconvenientes e adicionar vantagens com resultados verdadeiramente interessantes . As P1isturas podem realizar-se na fase rama, quando se trata de filamentos descontínuos, ou na fase torcedura ou tecelagem, nos outros casos.
versado no 1.º Seminário sobre Fibras
7
M ilhões de toneladas
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Gráfico de Produção Mundial de Fibras Químicas
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lã (Continua no próximo número)
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19
ANO
Crescimento de umq lndúJtria A Fisipc aumentou a sua capacidade de produção ue fi bra acrílica para 23. 000 loneladas/ano para satisfação das necessiuaues do Sector Têx ti l Nacional. · Mantém assim. a Fisipe, uma din<imica criati va no desenvoh•imento de novm tipos de fibra contri bui nuo para o reforço da capacidaue competitiva da lnd lisi ria Têxiil Portuguesa
O caminho certo em :fibrqs TexteiJ
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A Fisipe. que uispõe de uma un idade produtora ~~ ,/ de e levada te1:nologia ~~.,,s,Ho':l,,.~~" e recursos humanos especializados, actua sob uma filosofia de empresa .inovadora realiza ndo, através da sua Divisiio de Marketing e dos Serviços Fisipe, uma políiica de apoio pemianente que acompanha a fibra desde o seu nascimento a!é ao consumidor final. •ti!)º*'(:.~
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FISIPE 9
Bayer Portugal s. a. r. 1.
* An i 1i nas e Produtos Auxi 1iares para a Indústria Têxtil
* PORTO -
LISBOA -
COVILHÃ - GOUVEIA
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(jD MECANO-TEXTIL, S.A.R.L. /f~\
lril!f'iii/ 10
RUA DAS FLORES - 4466 S. MAM EDE DE INFESTA TELEFONES 900168/ 900366
Telex 22766 RELLOM P
Medidas para a Reducão dos custos da Matéria-Prim a na Fiacão de Fibras Curtas I
I
p or
W . D O RN IN G RE U TL IN GE N
Enquanto que os custos aumentam constante-
- Desbastador de fardos «VNIFLOC» modelo A1/ 1
mente, nm'itas vezes não é possível incorporar estes encargos nos preços, dada a grande concorrência existente nos mercados. O fabricante vê-se
- Abridor de desperdícios «ROTOPIC» modelo B2/3
obrigado a analisar regularmente todo o processo de fabri.co, procurando encontrar medidas de racionalização. Nas duas últimas décadas a maior parte dos êxitos conseguidos foram essencialmente nos campos do aumento da produtividade e da redução dos custos ele mão de obra. Lentamente estão-se a atingir nestes campos certos limites,
- Limpador monotambor modelo B4/ 1 - Misturador-Limpador combinado «VNIMIX» modelo B7/3 (com ponto de limpeza na saída) - Máquina de limpeza unive rsal «ERM» modelo B5/5
como por exemplo o problema do pessoal de reserva.
O desbastador de fardos «VNIFLOC» (foto)
Dado os custos da matéria-prima também te-
não só possibilita o elevado grau de abertura do
rem aumentado consideravelmente, oferece-se-nos
algodão que lhe é exigido, em vista das operações
a possibilidade de obtermos receitas suplementa-
ele limpeza subsequentes, mas também oferece
res através de um maior grau de aproveitamento
várias vantagens para todo o vrocesso de fiação .
do material e também da reutilização dos desper-
Como o funcionamento é completamente automa-
dícios. A seguir indicamos as vossibilidades exis-
tizado -
tentes, basea11do-11os nunw linha de abertura e limpeza RIETER.
-processador -
Quanto maior fôr a grau de abertura do algo-
coma11dado e controlado por um microhá uma economia de mão-de-obra.
Isto reflecte-se por um lado numa redução dos encargos salariais e por outro 11uma maior
dão na primeira operação, mais impurezas se si-
segurança no decorrer do processo de fabrico, da-
tuarão à. superfície dos flocos de algodão e pode-
do o algodão, em pequenos flocos, voder ser m is-
rão ser mais facilmente eliminadas num processo
turado homogeneamente, do que resulta finalmen -
de li.mpeza curto, de maneira a poupar ao máximo
te uma melhoria das condições de trabalho no
a matéria-prima. Uma linha de abertura moderna
contínuo e por consequência um fio de um stan-
para algodão é composta, no caso da RIETER, pe-
dard suverior. Parale lame nte obté m-se uma redução elos desperdícios.
las seguintes máquinas :
11
A perda ele fibras nesta linha de abertura é bastante reduzida, por se trabalhar corn poucos pontos de limveza. Pela utilização de maquinismo aclequaclo, estas fibras poclern ser recuperadas e recond11zidas ao processo ele fiação. Esta recuperação fica muito simplificada se fôr utilizada em conjunto com uma instalação de remeção automática de desperdícios da RIETER. Os desperdícios da linha de abertura e das cardas (licker-in, filtro e flats) são aspirados automaticamente a partir da própria máquina, através de um lirnpador-monotarnbor, para urna pré-limpeza e eliminação das partículas de sujidade mais pesadas, para serem lançados no «Misturador-lünpador». Esta nova máquina foi concebida com base na «VNIMIX» sendo no entanto ele menor
12
capacidade. As diferentes compo11entes ele desperdício desfasadas umas das outras, que atingem a máquina, são misturadas intensamente na câmara misturadora desta máquina e transportadas ao orgão ele limpeza na saída daquela por meio de uma esteira elevadora. O desperdício não reutilizável, que é eliminado em ambas as máquinas deste processo, é asporado e transportado pnemnaticamente para uma prensa, sendo estas operações totalmente automatizadas. O algodão limpo e recuperado é constant.emente reintegrado na linha de abertura e limpeza. Por este processo, o grau de recupe· ração elos desperdícios é da ordem dos 50 a 60 %. A vantagem mais evidente deste método é de se poderem utilizar máquinas de limpeza. de execução standard.
Sistema de Espremagem a alta Pressão e Rolos Espremedores a igual Pressão nos Dispos!livos de Encolagem p or H . FIEDLEA ( EN G.º TÊX T IL)
As teias têxteis de fios descontínuos absorvem com a cola no momento da utilização de sistemas clássicos de espremagem, entre 100 a 150 % de água em relação com u peso do s·,1bstracto. Esta água deve ser novamente evaporada até uma humidade residual normalizada. No caso ele uma produção de 1000 t de fio, é preciso pois evaporar até 1500 t ele água. Isto necessita cerca de 2100 t de vapor.
1.
APRESENTAÇÃO DE DADOS
Pela utilização do sistema de espremagem a a lta pressão, elimina-se mais água do fio com o objectivo ele economizar energia sob forma de vapor e a umentar a produção da engomadeira. É preciso, no entanto, satisfazer as condições se· guintes :
1.1 - A pressão mais elevada de espre~:igem deve conduzir a um aumento da pressão média na superfície exterior específica, na fenda de espremagem. 1.2 - O rolo espremedor deve espremer uniformemente em toda a largura mesmo a altas pressões. 1.3 - A cola deve estar mais concentrada, porque o grau de encolagem elo fio não deve ser modificado. 1.4 - A teia têxtil deve per mitir esta pressão mais elevada sem que haja diminuição de qualidade.
Cone. 1.1 - Nos sistemas corrente~ de espremagem, os rolos espremedores inferiores são geralmente cobertos de aço ou borracha dura, enquanto que os rolos superiores são em borracha mole. Trata-se de revestimentos especia lmente estudados para encolagem com durezas entre 55 e 70 shore. 13
Quando se verifica a pressão do rolo mole contra o rolo duro, forma-se, em função da força aplicada, uma fenda de espremagem mais ou menos larga, a que se pode chamar uma superfície exterior de pressão definida por «pressão de superfície específica média» que é medida em N/ cm2. Os rolos espremedores correntes, só podem ser utilizados duma maneira limitada pelas pressões elevadas como a que está demonstrada na Fig. 1.
Largura da fenda de espremagem com rolos clássicos Largura dos rolo s - 2000 mm Espremedor superior - borracha 65• shore Espremedor Infer ior - revestimento (aço Inoxidável)
Sendo ultrapassado um certo valor de pressão, a fenda de espremagem alarga-se desmesuradamente, o que não provoca um aumento sensível da pressão da superfície. Neste caso, e, apesar do aumento da pressão, não se obtém uma melhoria significativa de espremagem. Por esta razão, utiliza-se para as espremagens a altas pressões, rolos espremedores com reves timentos especiais, que dão uma melhor pressão de superfície, e assim uma melhor espremagem. Isto significa que é preciso utilizar rolos expremedores mais duros, mas igualmente fazer uma escolha no género de revestimento de borracha. Cone. 1.2 - Cada rolo espremedor tem uma flecção. O rolo espremedor tende a flectir para a parte baixa contígua aos seus apoios laterais sob a acção do rolo superior.
800dN
O rolo superior de espremagem, tende a flectir para cima, isto por causa da pressão exercida sobre os apoios.
Distribuição da pressão num sistema de espremagem com um rolo de pressão uniforme
Largura da fenda em mm
Fig .
Carga da superfície média em N/ cm' Nlcm 4
3
Fig. 2
2
100
200
300
400
500
600
700
800 Pressão do espremagem
Relação da pressão de espremagem em função da pressão da superfície específica média na fe nda de espremagem
Fig. 1
14
Estas influências conduzem a variações de encolagem sobre a largura da teia, variações essas que aumentam ou diminuem com a variação de pressão. A forma bombeada dos rolos leva a
uma melhoria mas somente numa certa gama de
função da teia têxtil, da cola e do valor da espre-
pressões.
magem pretendida.
O rolo com uma pressão uniforme para as espremagens ele altas pressões, não descarrega sobre os apoios laterais mas directamente no centro do rolo (Fig. 2). Isto origina uma repartição regular da pressão sobre o revestimento do rolo e este adapta-se à flecção elo rolo inferior. Isto apresenta as seguintes vantagens :
Con. 1.4 - Cada espécie de fio exige uma pressão específica. Esta implica a necessidade de utilizar dispositivos de encolagem que tanto podem ser utilizados numa encolagem normal como a a lta pressão. Nas empresas onde se encolam artigos de grande série, a modificação é mais simples de executar.
- A encolagem é regular em toda a largm·a da teia. - A regularidade de encolagem é gara ntida tanto a altas pressões como a baixas pressões. O rolo oferece, mesmo sem grandes variações de pressões, uma boa regularidade de encolagem. Cone. 1.3 - Os graus ele encolagem favoravelmente regulados, não devem ser modificados pela utilização de espremagem a alta pressão. Esta exige que a cola seja mais concentrada. Se necessârio for, a receita da cola deve ser modificada . As modificações necessárias ser ão tomadas em
2.
OS DISPOSITIVOS DE ENCOLAGEM LC COM SISTEMA DE ESPREMAGEM A AL· TAS PRESSõES
Os dispositivos de encolagem LC (Fig. 3) são equipados à escolha, com um ou dois pares de rolos espremedores, podendo o rolo mergulhador em borracha por complemento, ser pr essionado contra o rolo espremedor inferior.
Dispositivo de encolagem LC sistema de espremagem a alta pressão
Fig. 3
15
O último par de espremedores, visto no sentido de avanço da teia, é equipado para uma alta pressão podendo ir até cerca de 30.000N. A construção dos rolos, a sua dureza, e o género de revestimento, são adaptados a estas exigências particulares. Os outl'Os dispositivos técnicos importantes destas tinas de cola são :
- Regulação automâtica da temperatura com aquecimento directo e indirecto no banho. - Orientação forçada da teia no banho dividido em 3 zonas com controle automâtico da tensão. - Controle do processo por aparelhos de me. elida e de comando para a produtividade.
- Regulação da pressão de 0-30.000N. - Pré-selecção da pressão para o andamento lento e para o andamento normal. - Circulação da cola para sua distribuição e d.a. temperatura, com projecção da cola na fenda de espremagem.
DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES
- Regulação da pressão em função da velocidade. - Dispositivo de cha ma da com transporte por variador P.I.V.
Pressão de espremagem
KN 26 A
Transporte da água numa teia com diferentes pressões de espremagem
li
22
18 14 10 6 2 %
75
100
125
150
175
Quantidade de água Fig. 4
16
UNI·
espremagem mais baixos e a uma economia de vapor.
3.1 - A Fig. 4 mostra em que medida a quantidade de água contida numa teia têxtil pode ser reduzida. Como exemplo escolheu-se uma teia de algodão/ poliester com 120g/ m linear. Na prática pode-se constatar em geral que, pela utilização da alta pressão, é possível obter-se uma redução de efeito ele espremagem efectiva de 40 - 60 %.
3.3 - O sistema de espremagem pode ser utilizado tanto para encolagem com pressões normais como para encolagem a altas pressões. Por esta razão, os dispositivos de encolagem em cada engomadeira podem ser utilizados para todos os processos, cada género de fio e cada tipo de cola. Sem riscos para o efeito da encolagem e sem modificação, é possível passar da encolagem clássica à espremagem de alta pressão e vice-versa.
AS VANTAGENS DA ALTA PRESSÃO COM O
ROLO
ESPREMEDOR
A
PRESSÃO
FORME
3.2 - O rolo ele pressão uniforme, regulariza a encolagem de aproximadamente 10 - 20 % para 3 - 5 %. As economias de produtos de encolagem assim obtidas podem-se situar entre 5 - 14 %. A redução da concentração de produtos de encolagem conduz simultâneamente a valores de
4.
3.4 - Estes espremedores têm as mesmas dimensões que os rolos normais. A constrnção especial dos rolos espremedores permite a regulação dos valores de espremagem que só são possíveis com os sistemas espremedores largamente dimensionados sem terem com isso os seus inconvenientes.
EXEMPLO DE UM CALCULO DE RENTABILIDADE
4.1 -
Parâmetros
Matéria :
AlgodãojPES 67/33
Número de fio :
Nm 34/1
Peso da teia :
120 g/m linear
Grau de encolagem :
12,2 %
Custos em produtos de encolagem:
2,10 DM/ Kg.
Secagem em cilindros ZT9
850 Kg/ h
Capacidade de evaporação de água :
850/Kg x 100 = 607 Kg/h (à velocidade normal)
Produção da teia :
140 %
Consumo de vapor :
1,19 t/ h
Custos de vapor :
35DM/T 17
4.1.1. - Emprego da espremagem elevada com rolo ::?xpremedor a pressão uniforme.
Redução da encolagem para 11 % . Redução da taxa ele espremagem para 90 % . Consumo de vapor mais baixo : 32 %.
(A redução da taxa de espremagem e do consumo de va por não são proporcionais. Por exemplo, a água na superfície é mais fácil evaporar que o resto da humidade no interior do fio).
4.2 - Benefício nos custos de produtos de encolagem com uma produção de 1000 T de teia. 12,2 - 11 % = 1,2 % 1.000.000 Kg de fio x 1,2 % x 2,10 DM - - - - - - - - - - - - - - = DM 25.200.00 100
4.3 - Benefício nos custos de vapor com uma produção de 1000 T de teia. 1.000.000 Kg de fio x 1,19 T de vapor
- - - - - - - - - - - - - - - - = 1960
607 Kg de fio
1960 T
X
32 % X DM 35,00
T
vapor
DM 21.952,00
100
O cálculo mostra que os investimentos se amortizam num tempo r elativamente curto.
18
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CRUZAMENTO DIFERENCIAL Por: JOSÉ M. FERREIRA
1 II
A tecelagem é o local onde se processa o cruzamento dos fios que, pela inserção da trama através da cala, dão origem ao aparecimento do tecido propriamente dito. Para que aquela operação resulte com o máximo de eficiência, necessário se torna que o Técnico responsável por aquele sector, se mantenha num alerta constante com vista à superação de quaisquer problemas que possam vir a afectá-la. De entre os mais variados problemas que eventualmente possam quebrar aquele máximo de eficiência, citamos e vamos tratar, o cruzamento dos fios da teia ou das bandas da cala. Quando a densidade da teia é muito elevada, alguns problemas se podem levantar no bom funcionamento do tear : a) Número de liços; b) Tipo de malha; c) Formação de poeiras; d) Tipo de dente no pente e, sobretudo, e) a fricção provocada pelo cruzamento dos fios para a obtenção da cala . É, como já acima o referimos, desta última alínea que nos iremos ocupar neste pequeno trabalho.
A competição no mercado dos têxteis leva a que, a aplicação do Técnico neste sector da indústria, deixe de ser uma mera presença pessoal ou, como é uso da voz popular, figura de adorno, para se tornar num elemento altamente incentivador com vista a: 1) Uma minimização dos custos; 2) Um aumento de qualidade e, 3) Um aumento da produtividade. É chegada a hora final da resolução dos problemas por meio de milagre no sector têxtil. O mito do ser-se imprescindível, também já atingiu a fase de desmoronamento.
Hoje em dia, o Técnico, ou é competente e trabalha para a resolução dos problemas do sector ou, na sua pura afirmação negativa, começa a ficar condenado ao fracasso. A indústria não exige que o Técnico faça milagres, mas impõe que ele estude e dê solução, quando isso for possível, aos problemas com a brevidade requerida.
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Assim é que, ao tomar conhecimento dos problemas gerados pela elevada densidade dos fios da teia, o Técnico desenvolve um aturado trabalho de investigação com vista à sua minimização 123456 t Jl j t l
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ou superação. Consegue, na realidade, atingir o seu objectivo. Através do cruzamento diferencial elimina a maior parte dos problemas que até aí eram o chamado entrave ao r endimento eficiente.
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1 e 2 com alavancas para movimento retardado. " " " normal. 3 e 4 " 5 e 6 " " " " acelerado.
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Plano esquemático da mudança de cala quando se emprega uma maquineta de liços dotada de dispositivo para acelerar e retardar os liços
O cruzamento diferencial é aquele tipo de cala que se obtém, no tear, pelo cruzamento dos fios com movimento acelerado e retardado em suas diferentes evoluções ascendentes e descendentes. Nstas condições, os fios da teia a levantar e a baixar não se movimentam simultâneamente cruzando-se no mesmo plano, pelo contrário, eles se cruzam em diversos pla nos, quer quanto ao tempo quer quanto à posição. Este tipo de cala ou crnzame11 to oferece-nos diversas vantagens que, pela sua extraordinária importância, passamos a enumerar : 1) Mais espaço para os fios que se crm:am tanto no remetido como no pente; 2) Evitar que os fios fiquem pegados ou se friccionem tanto entre si como no pente; 3) Facultar o aumento da produção pela redução das paragens do tear originadas pelas quebras dos fios da teia; 4) Aumentar a qualidade final do tecido e, simultâneamente,
22
5) Diminuir os custos do fabrico. A aplicação deste tipo de cala ou cruzamento, ficava, antigamente, limitada aos teares de excên· tricas, mas hoje em dia, essa aplicação é já extensível aos teares de maquineta, pela aplicação de sistemas adequadas. Estamos em crer que, par a muitos dos nossos leitores, este problema j á está s uficientemente ultrapassado, mas também não nos restarão dúvidas que para alguns outros, ele é a inda uma novidade. E será acima de tudo, para estes últimos que nós escr evemos. B ibliografia consultada:
Diccionario de la industria têxtil (Francisco Casa Aruta, Eng.º) Los 4 de Horgen (Revista de las 4 fábricas de máquinas textiles de Horgen)
Reorganização 1nterna das Empresas Por
ENG.º JORGE GONÇALV ES
A organização de uma empresa tem hoje cm dia que ser permanente e contínua. Outrora, apenas as tecnologias evoluíam com certa rapidez, podendo a empresa viver um tanto isolada e independente. Hoje, pelo contrário, a empresa encontra-se directa e imediatamente condicionada por todo o quadro técnico, económico e social que se modifica com crescente celeridade. A reorganização deixou de ser um acto isolado, um facto estático; é um processo evolutivo, uma sequência infinita de acções convergentes. Esta permanência e continuidade das acções, exige, para se concretizar, além de uma dinâmica constante dos membros da empresa, um quadrn global de referência, uma base de orientação que permita a definição correcta dos problemas, indique as técnicas a aplicar e assegure a coerência e convergência das acções. Pretende-se coordenar um dinamismo que tem dois objectivos fundamentais : l.º) Dispôr de um instrumento de trabalho que possa servir para detectar, com objectividade
e dentro de uma visão de conjunto, os problemas específicos de direcção, gestão e organização em empresas têxteis; o conhecimento destes problemas deve permitir orientar as acções a empreender neste campo da assistência e apoios técnicos, aos grupos de empresas da mesma actividade que sejam afectadas por problemas idênticos. Toda a nossa economia terá que ser de mercado e, para isso, temos que criar gabinetes de estudos . 2.º) Haverá necessidade de se ter elementos para que as empresas possam avaliar as suas dificuldades e possibilidades de atingir os seus objectivos . E, os objectivos de uma empresa são: Sobreviver, prosperar, satisfazer os consumidores e distribuir os rendimentos considerando-se os se· guintes critérios de apreciação : - Rentabilidade da empresa - Taxa de expansão da empresa - Evolução por parte do mercado - Qualidade, valor e possibilidade de evolução dos produtos fabricados.
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- Pessoal; operanos especializados, técnicos de direcção, gestão e organização. Na Empresa não pode haver anarquia económica, social ou política e a sua estabilidade depende do seu crescimento económico e este, por sua vez, depende, em maior ou menor grau, da introdução de técnologias cada vez mais complexas, o que implica o recurso a formas qualificadas de trabalho, directo ou indirecto desde operários especializados até aos quadros directivos uuperiores. Da mesma maneira que é necessário uma actualização e aperfeiçoamento de todos os trabalhadores da empresa, igualmente se torna evidente que estas acompanhem a evolução, investindo, porque a sua paragem é o fracasso total da empresa. É preciso actualizar o seu parque de máquinas, secções dependentes bem como todos os outros serviços. Todo o pessoal da empresa tem de se sentir realizado nos seus postos de trabalho, porque quando não existem objectivos e incentivos, existe castigo, desinteresse, ineficiência. Por mais evoluídas que sejam as máquinas e as condições sociais de que possam dispôr, estas não são tudo, digo mesmo, pouco valem se por detrás da sua utilização não estiver uma vontade forte, um ânimo tenaz, uma capacidade profissional devidamente orientada.
que muitos sectores das nossas empresas ainda laboram. Algumas destas estão fracas educacionalmente e esta fraqueza afecta-lhes o crescimento. O futuro de uma empresa chega a estar mais condicionada pelo nível de formação ou capacidade dos Homens que nelas trabalham, pelos investimentos no passado, pela qualidade, valor e possibilidades de evolução dos produtos que fabrica e comercializa, pelo dinamismo dos seus serviços, do que pelo seu potencial financeiro. A hierarquia salarial é uma componente essencial do progresso económico e promoção social e estas diferenças devem compensar a responsabi· lidade, o saber, o esforço e o risco. Os responsáveis pela atribuição dos vencimentos ao pessoal, com base nos contratos vigentes, devem ter todos estes casos em consideração. A produção deve ter, fundamentalmente, como objectivos, a remuneração do trabalho e do capital, servir o país e em consequência o bem estar da população. A reestruturação da empresa, passa como última consequência, por um aumento de produtividade e das vendas, uma diminuição dos custos e uma melhoria de condições de quem nela trabalha. Para isto, tem que se acabar com certas estruturas tradicionalistas, falta de mão-de-obra não especializada e um trabalho constante de colaboração e de equipa, aplicando-se sempre novas técnicas e conhecimentos.
A principal riqueza de uma empresa, (senão a maior), é o próprio Homem e este tem de ser valorizado. Por isso eu chamo uma especial atenção aos cursos de aperfeiçoamento profissional porque é necessário criar-se em cada um de nós, o sentido da responsabilidade, o caminho da iniciativa, para que nos sintamos úteis e não como peças mecânicas intermutáveis. O desenvolvimento consegue-se, utilizando intensamente os recursos humanos e, olhando ao caso específico do nosso país, onde os recursos naturais escasseiam, necessário se torna que se procure o equilibrio nas empresas, essencialmente com o trabalho e iniciativa dos seus trabalhodores.
Há que atrair o saber técnico às empresas, apresentando-lhes esquemas lógicos, racionais e ajustados às nossas realidades, fazendo com que as forças produtivas tenham acções ponderadas, que cumpram estratégias claras e uniformemente aceites. É preciso fazer prevalecer o racional sobre o amador, o técnico sobre o apenas bem intencionado.
É necessário que se faça da especialização técnica, uma das armas de combate ao atraso em
De futuro abordaremos tais assuntos com um carácter mais didáctico.
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Não podemos deixar que as estruturas cristalizem, as decisões se centralizem, as responsabilidades se diluam, as motivações se percam ou a desordem se implante.
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Crescente significado dos Institutos Têxteis para a investigação, o desenvolvimento e o ensino.
por
HARMIN H. KELLER
A grande variedade de processos da fabrica-
cias impostas ao pessoal técnico e à direcção em
ção na indústria têxtil e nas inter-relações que se
geral, resulta evidente que o nível técnico da
i11iciam com a recondução ou a produção de maté-
indústria têxtil tem sido, em geral, infravalorado
rias fibrosas, incluem a fabricação de fiados,
ou me11osprezado.
tecidos e géneros de ponto, seu acabamento, conSe se considera agora a co11stante pressão
fecção e comercialização, apresenta actualmente mn quadro com variadíssimos problemas para o
produtiva a que se encontra submetida a ind1istria têxtil, tanto no plano nacional como, sobretudo,
corpo técnico.
110
Cada fase de fabricação exige do pessoal directivo conhecime11tos básicos especializados
110
ref ere11te a máquinas e aparelhos, técnica do processo, corantes, produtos auxiliares, etc. Cada vez se exige mais da direcção no campo dos estudos
internacional, e por causa da qual uma clife-
rença de rendimento de apenas umas unidades de percentagem numa só secção da fábrica pode determinar a subsistência da empresa, resulta compreensível a importância que há que atribuir ao nível de formação do pessoal e dos quadros.
do mercado, planificação de produtos, promoção sector administrativo.
As mencionados necessidades referem-se aos
Também exigem novos conhecimentos o cresce11te
de vendas, e também
processos ele fabricação industriais. Muitas em-
110
emprego da el ectrónica e os processamentos de
presas enco11tram-se ocupadas em demasia no
sem esquecer, a protecção do meio mn-
e11saio de novas máquinas, no desenvolvimento de
biente. Qua11do se co11sideram as enormes exigên-
novos processos, na i.nvesNgação de novas tecno-
dados -
27
logias, e, por vezes, também ern campos cien-
Este valioso material de investigação, uma parte essencial do qual se destina à p1tblicação,
tíficos.
pelo que não se apr oveitou suficientemente até agora 11tt7n plano internacional, e sobretudo em línguas estrangeiras, 110 futuro será posto à dispo-
Os Institut;os Têxteis Colaboradores da hltústl'ia Têxtil
sição de um círc1tlo muito mais amplo dentro do quadro de actividades do I NSTITUTO TÊXTIL INTERNACIONAL PARA A TECNOLOGIA E A
Em muitos países tem-se chegado, desde lon-
DIRECÇÃO (ITI).
gos decénios, à conclusão de que a investigação e o desenvolvimento não podem ser realizados individualmente pelas fábricas têxteis. Por tal motivo,
Coordenação dos Trabalhos de Investigação
ftmdararn-se em todo o rnundo institutos têxteis que se ocupam da investigação ou do ensino básico ou superior.
Em muitos casos
110
J)lano internacional várias
firmas se encontram interessadas nos mesmos Q1tern tenha tido a oportunidade de v isitar os institutos têxteis 1nais importantes, que estão geralmente r elacionados com escolas superiores Oll
universidades, e que por vezes também são
independentes e alcançam as dimensões de empresas têxteis médias, terá ficado impressionado pelo nível técnico-científico das máquinas, aparelhos, laboratórios, etc. que possuem, assim como pelo quadro de engenheiros, químicos e científicos que desenvolvem a sua actividade sob a direcção de personalidades de renome internacional . O mundo técnico vem em conhecimento das actividades
trabalhos de investigação, para o qual, dispondo da correspondente organização, seria possível
um
repartirnento elos custos . Deveria criar-se mn organismo central que se ocupasse da coordenação dos encargos de investigação. A este respeito, o Instituto Têxtil In ternacio11al para a Tecnologia e Direcção (ITI) poderia cumprir as condições necessárias, já que por si 11ão actua neste campo, mas que se encontra relacionado com os institutos têxteis e, a indústria têxtil e os fabricantes de máquinas, etc. de todo o mundo, através do SERVIÇO TÊX1'IL I NTERNACIONAL.
de alguns destes institutos através de artigos em p1tblicações especializadas, seminários ou congressos técnicos. É compree11sível q1te, tais trabalhos de inves-
tigação
Oll
desenvolvimento, sejam onerosos e que,
Novos camiuJ1os pa.r a o ensino e a formaçã.o profissioIUll
por co11seguinte só possam ser firmas, fi11a11ceiramente sólidas, a pedi-los. Pois com toda a certeza,
Sempre que se tem podido fazer referência, na
redondaria em interesse da indústria e dos insti-
introdução, a alguns institutos têxteis que contam
tutos têxteis, oferecer, inclusivé a pequenas fir-
com os mais modernos meios, verifica-se que a
mas, a possibilidade de us1tfrnir a actividade
situação actual elas escolas técnicas, escolas téc-
destes i nstitutos. O progresso técn ico 11ão presta
nicas superiores 01.t institutos têxteis dedicados ao
qualquer atenção à potê11cia fi11a11ceira da em-
ensino é, com raras excepções, francamente pre-
presa. Apesar dele, nenhuma empr esa actualizacla
cária. A consequência do número cada vez menor
pode prescindir dos serviços daquelas instituições
de alunos, não oferece às instituições de ensino,
que se acham estritamente unidas à investigação
no campo têxtil, os meios financeiros irnprescindí-
e ao desenvolvimento. Portanto, há que procurar
veeis para a ampliação e a modernização elo ma-
soluções que sejam acessíveis a todas as empresas
terial docente com o fim de mantê-lo ao nível
têxteis.
actual da técnica. Se se pensa que a incltístria
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têxtil, precisamente agora, deve modemizar-se
com novas máquinas, ·procedimentos e tecnologias, salta à vista o quanto pode ser prejudicial a falta de material didáctico moderno no sector de ensi110. No Boletim Têxtil Internacional, edição 1/ 79 fez-se já menção deste problema e deram-se orie11tações sobre as finalidades e objectivos da sua fu11ção.
lustituto Têxtil Internacional para a Tecnologia e Direcção (ITI)
por mn lado, as matérias de ensino e por outro, o material didáctico elas escolas técnicas e técnicas superiores têxteis europeias e americanas. A comissão de inquéritos ITI chegou às seguintes conclusões : 1. Os programas de ensino que se propõe es-
tabelecer o ITI (disciplinas, matérias) devem coincidir com os propostos na CONFERÊNCIA CIETEX 79 (Conferência Internacional ele Educação Têxtil) por mais de 150 delegados de escolas técnicas, escolas técnicas superiores, universidades, institutos têxteis, etc. de 28 países.
A prova efectuada em relação a este artigo,
2. Não obstante, o material de ensino (textos,
com o propósito de conhecer o interesse para modernos programas de ensi110 e aperfei.çoarnento
debuxos, ilustrações) deve ampliar-se notavelmente para os Programas ITI. Em tudo a niaior parte elo material tem que referir-se a máq11i11as, aces-
despertou, em todo o mundo, mna ressonância positiva que superou todas as esperanças. Achou, também, grande interesse a obra completa 11'1 entre os dirigentes industriais, que desejam utilizar a dita obra para a actualização de seus co11l1 ecimentos técnicos e para o estudo de novas nuícaudado com entusiásmo o sistema ITI do Serviço de Folllas Complementares, com o qual o material já fornecido pode manter-se sempre ao mais recente nível da técnica. Amplos círculos da indústria têxtil têm expressado, repetidas vezes o seu desejo de receber informação sobre novos desenvolvimentos e aperfeiçoamentos mmia f onna utilizável para constituir urna Documentação Têxtil pessoal. Para corres-
sórios, procedimentos, etc. que correspondam ao mais recente nível da técnica (ITMA 79) . Deverá ter-se em conta o efeito que os Programas ITI terão ao serem utilizados de preferência para o ensino e formação profissional dentro elas fábricas, para o estudo autodidata e para a actualização elos conhecimentos técnicos. Para a utilização em fábricas haverá que tratar ele for-ma exaustiva as novas tecnologias e os carnpos complementares da indústria têxtil como são a electrónica, o processo electrónico de dados e as questões elo nieio ambiente (energia, águc~. ar, rníelo, ]JÓ, etc.).
ponder, os receptores do BTI receberão, com cada edição do boletim, de 30 a 40 informações ele Documentação («páginas verdes»), que poderão arquivar-se num classificador com a ajuda de um registo com mhneros de classificação. Forma-se assim, a curto prazo, Documentação Têxtil ITS constantemente actualizada.
Os Programas de Ensino e Aperfeiçoamento
Para a redacção dos Programas de Ensino e Aperfeiçoamento ITI tem-se examinado a fundo,
O Serviço de Envios Complementares e lle Actualização do l .T.I.
Atende11do a que os Programas ITI estão também concebidos para serem utilizados na produção, haverá que tratar a fundo neles as causas elos defeitos nos fiados e nos produtos em têxteis, as causas de perturbações, as perdas ele produção, etc. Mediante fichas de verificação para cada um.a elas operações ele fabricação e recomendações especiais, (k11ow liow) podem evitar-se erros por vezes dispencliosos. Nesse aspecto serão muito
valiosas as experiências de assessores industriais que actuarão como colaboradores do ITI. Como o fim de que os Programas ITI se encontrem sempre ao mais recente nível da técnica, criou-se o Serviço de Envios Complementares de actualização do ITI. Enviam-se a todos os assinctntes de mn Programa ITI folhas de textos e de ilustrações sobre os mais novos desenvolvimentos na sua especialidade. O sistema de f ollias soltas e os números de registo permitem a inclusão destas folhas nos correspondentes capítulos. De acordo com a nossa própria experiência e baseando-nos em niuitas solicitações dos círculos técnicos, a comissão de inquéritos ITI concluiu de que vara satisfazer as nmnerosas necessidades da indústria não só era necessário estabelecer mn programa clássico de ensino modernizado, como também será necessário criar uma obra muito variada, que facilitará à indústria têxtil os conhecimentos técnicos necessários, e tratará também as modernas técnicas de procedimento.
Dita obra deve situar a direcção em condições ele manter-se à altura do rápido desenvolvimento ela técnica. Para aléni disso, ela concepção inteiramente nova da actividade do ITI e dos Programas ITI, tem-se traçado novos caminhos com o mencionado Serviço de Envios Complementares, para uma permanente act1lalização, e com o Sistema de Documentação l'l'S. Os Programas de Ensino são comvostos pela Comissão Técnica ITI. A Com.posição dos vrogramas estabelece-se de acordo com as especialidades desejadas (Fiação, Tecelagem, Tinturaria, etc.) e de acordo com o nível de ensino ou aperfeiçoamento desejados (contramestre, técnico, director, etc.). Assim, como a instrução nas escolas técnicas se inicia com várias inscrições, também se dá início às entregas dos textos com vários campos especiais dos Programas ITI. Cada programa de estudos vode ampliar-se mediante envios comvlementares, a níveis superiores, a outros ramos ou a cmnpos especiais. Os envios escalonados do material de estudo pode ordenar-se com a ajuda dos nlÍ:meros de registo, num classificador para o efeito.
INSTITUTO TÊXTIL INTERNACIONAL PARA A TECNOLOGIA E DIRECÇÃO (I'l'I) Kesslerstrasse 9. CH-8952 Schlleren I.T.S.
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Alguns Tópicos de Reflexão sobre as linhas gerais
de um Estatuto do Técnico Têxtil
por
I.
CI APETT
Introdução
A indústria têxtil desempenhou indubitavelmente um papel da maior relevância, designadamente a Norte do Douro, no crescimento e no desenvolvimento económico e social do País, elas regiões e das suaas gentes. A promoção do 1úvel de vida dos seus servidores, o impulso ao crescimento urbano e ao processo de urbanização das pequenas comunidades locais, e a criação de verdadeiros pólos de desenvolvimento e de progresso contam-se, por certo, entre as vantagens maiores que, historicamente, o País ficou a dever a este sector de actividade económica. Na verdade a Indústria Têxtil (fiação, tecelagem, acabamentos, malhas, confecções, tapeçaria, cordoaria, passamanarias) reserva ainda hoje
para si um lugar da maior importância no conjunto das actividades transformadoras nacionais. Assim se compeende que o Sector tenha, em 1973, contribuído para o P.N.B. com cerca de 17 milhões de contos (6,7 % do total), e comparticipado para a formação bruta do capital fixo com cerca de 3 milhões de contos (perto de 20 % do valor relativo das indústrias transformadoras). Em finais de 1975 verificou-se que, no tocante à Balanç<' Comercial, a secção de matérias têxteis apresentava um saldo favorável rondando os 70 % do valor das correspondentes importações. Nesta data o Sector é formado por cerca de 500 empresas (das quais 35 são fiações autónomas, 76 são unidades completas, e 318 são tecelagens), empregando cerca de 97.000 trabalhadores. As actividades afins, complementares ou
31
acessórias da têxtil empregam, por sua vez, cerca de 130.000 pessoas . Assim, atentos os agregados populacionais dependentes daquelas unidades, a A.N.I.T.A.F. calculava, em 1976, que o número de pessoas directa e indirectamente dependentes do Sector ultrapassava já um milhão. Fácil é, por isso, entendermos a importância e a acuidade da procura de soluções para alguns dos problemas que afligem a A.P.E.T.T. e que hoje estarão, uma vez mais e de modo talvez mais significativo, em debate.
II. Radiografia do Secfor
ITI.
Dados para \un Perfil Síntese
Em 1976, uma monografia do Fundo de Fomento de Exportação apontava, além das virtudes e potencialidades do Sector, o que emergia como a ingente necessidade de se proceder a uma «ponderada reestruturação do sector». Em tal quadro há que fazer sublinhar, desde logo, as seguintes questões: a) excesso de mão-de-obra; b) baixa produtividade; c) produção demasiado diversificada; d) obsolência do equipamento. Ora, sem invasão das áreas de jurisdição e competência próprias de outras entidades, públicas ou privadas, a A.P.E.T.T. pode e deseja ter uma presença significativa na resolução daquelas questões, designadamente no tocante à mão-de-obra e à produtividade.
Precisando - embora necessariamente em termos muito sumários - o que atrás ficou registado, convirá sublinhar alguns números e dados essenciais. Assim :
IV. A Questão da l\Ião-de-obra Para além das 500 empresas dos têxteis de algodão e fibras, haverá que alargar o âmbito do sector a outras tantas unidades de laboração de malhas e lanifícios. O volume de emprego rondará hoje os 100.000 cerca de 130.000 absorvidos em actividades dependentes. Geograficamente as empresas localizam-se de modo predominante nos distritos do Porto e de Braga. Mas existem manchas características nos distritos de Castelo Branco e da Guarda. A produção atingiu, em 1976, as 283.900 tonela das, das quais 132.822 de fios, 107.379 de tecidos, 8.508 de malhas em peça, 30.224 de cordoaria, 4.545 de telas de redes. A participação do Sector na exportação total foi de 16 %, sendo mercados externos preferenciais o Mercado Comum (Reino Unido, Dinamarca e República Federal Alemã), a E.F.T.A. (Suécia, Finlândia e Noruega) , Angola, Moçambique e Estados Unidos da América. 3_2
Constata-se ainda hoje uma carência quase total de serviços de formação, aperfeiçoamento e reciclagem de mão-de-obra, de nível geral insatisfatório. Daí, aliás e desde logo, o baixo nível de produtividade. A criação dos necessários centros de formação profissional poderá obviar aos problemas da baixa produtividade e mesmo do desemprego oculto. Mas não será tudo. De facto e do ponto de vista da A.P.E.T.T., a questão ora introduzida pela presente epígrafe prende-se e prender-se-á cada vez mais com o problema global da formação e recrutamento dos técnicos (de nível médio e superior) responsáveis pela melhor gestão e planeamento da actividade de qualquer unidade industrial moderna. Reconhece-se o alto papel desenvolvido pela iniciativa privada no sector - que aliás se pretende ver mais e mais aprofundado --, mas deseja-se sublinhar a cada vez maior contribuição prestada pelos qua dros (e pelos quadros médios) na economia da organização empresarial.
Isso mesmo compreenderam já os empreendedores, sendo por isso bem natural que esta jovem Associação chame, agora, a atenção das Entidades responsáveis para a questão. Sofrendo um larguíssimo leque remuneratório (variando com as regiões e até com as empresas), não dispondo ele uma estrutura de educação e ensino dimensionada à medida das necessidades, o Técnico Têxtil, autodidacta por força das circunstâncias, poderá ver-se a breve prazo confrontado com novas dificuldades. A adesão ao Mercado Comum e a conquista de novos mercados ti ad uzir-se-ão a curto prazo em rápidas e sucessivas inovações tecnológicas no equipamento das unidades industriais, demandando não apenas esforços perma nentes de reciclagem de uma mão-de-obra pouco qualificada, mas principalmente o encontro de uma verdadeira carreira profissional especializada, apoiada em convenientes «ClllTicula» escolares de nível médio e superior .
V.
A Questão do Estatuto
reduzido a futurn projecto de diploma legal. A tanto se poderá, no momento oportuno e ouvidas as diversas entidades interessadas, chegar. Mas o que para já se pretende é tão simplesmente alertar e sensibilizar o técnico têxtil para um conjunto ele questões que, por individualismo e comodismo, têm vindo a ser esquecidas. As reflexões que sinteticamente e como temas de discussão adiante se apresentam, valem e hão-de ser entendidas como temas e tópicos de uma problemática que, sentida embora por todos nós, não encontrou ainda a formulação mais justa e adequada.
VI - Tópicos de Reflexão
1. O Estatuto dos Técnicos Têxteis deveria definir o seu campo preciso de aplicação, o seu âmbito. Parece adequado defini-lo : 1.1. Em termos de Sector Têxtil, abran-
Por outra via, o Técnico Têxtil tem hoje direito a ser reconhecido - mesmo quando despido de formação académica da especialidade - como um dos elementos mais importantes ela estrutura empresarial. A A.P.E.T.T. recusa a defesa da formação ele qualquer tipo de elitismo ou tecnocracia no sector; como não aceita assumir as tarefas e responsabilidades próprias das competentes estruturas sindicais. Mas deseja apresentar-se como parceiro social dialogante e participante, motor ele estudo e reflexão elos problemas de todo o Sector e elas áreas conexas, prestigiando e defendendo o que hoje não pode deixar de considerar-se urna profissão de desenvolvida especialidade. Neste contexto, a apresentação de algumas linhas gerais de um estatuto elo Técnico Têxtil não traduz, naturalmente, qualquer preocupação de conformar imediatamente um conjunto de medidas concretas, vale dizer, um corpo de normativos
gendo; as empresas têxteis (fiação, tecelagem e acabamentos), malhas, confecções, tapeçarias, cordoarias e passamanarias; 1.2. Em termos de dimensão empresarial· abrangidas seriam as empresas de produção, manutenção e aprovisionamento dispondo de pelo menos 20 assalariados; 1.3. Em termos de qualificação técnica de cada agente: habilitações académicas, especialização, expenenci::t profissional, distinguindo-se : a) formação básica; b) formação média; c) formação superior; d) especialização. 33
2. O Estatuto dos Técnicos Têxteis deveria prever mecanismos de aplicação gradual, prevenindo situações de facto existentes.
d) Corporizar um mecanismo preferencial de utilização de mão-de-obra portuguesa;
3. O Estatuto dos Técnicos Têxteis deveria ainda consignar determinadas regras gerais válidas para todo o Sector de actividade, em particular :
e) Estabelecer um esquema de correspondência e equiparação entre diplomados por escolas nacionais e estrangeiras.
a) Definir as habilitações, deveres e direitos do agente de formação média e superior; b) Definir um quadro completo de «CmTicula» académicos da especialidade; c) Incentivar a contratação por parte das empresas com dimensão adequada de técnicos legalmente habilitados;
VII Nota Final Cabe em última instância ao Técnico Têxtil assumir, na quota parte que lhe diz respeito, a responsabilidade de definição de um futuro para toda a classe. E não apenas como Técnico. Mas ainda - e talvez principalmente - como cidadão.
A COMISSÃO INSTALADORA DA A.P.E.T.T.
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A Chefia e o Técnico
Cada conjunto organizado representa uma unidade económica, social e frequentemente técnica. Corno tal, cada conjunto deverá observar as relações entre cada elemento do conjunto, sejam entre colegas ou entre chefes e subordinados. Os custos ele pessoal, por se tornarem cada vez mais elevados, especialmente no que respeita a quadros médios e superiores exigem que o f actor de produção «TRABALHO» se torne cada vez mais consciente e eficiente. Por outro lado, todos nós reconhecemos lwje quanto é importante não só a CAPACIDADE (intelectual e profissional), corno também o INTERESSE (motivação e rendimento), f1mdamentais para garantir um trabalho economicamente válido. Não esqueçamos ainda a tendência cada vez maior de se procurarem metas não só económicas mas tambéni humanas, pois cada vez 111.ais se unem essas duas metas. Daqui resulta a importdnc'ia que assume o estilo de c11efia a imprimir a cada empresa, como conjunto económico, socia l e técnico. A chefia 11ão só orienta o conjunto para os objectivos que llle são propostos, como influi os colaboradores 110 caminho para as metas que se estabelecem. Em todos os sectores da Humanidade existe urna chefia, seja na Família, na Escola, no Clube, na Igreja, na Economia, 11a Política, na Empresa, etc. Há porém que considerar que o chefe (como condutor que deverá ser) não só irá orientar hierarquicamente o seu subalterno, como este o seu superior. O primeiro, vela orientação recebida; o segundo pelas infarmações e sugestões que apresenta. Quem considerar nula a influência ele baixo para cima, não é certamente realista.
A importância da chefia é evidente quando observamos que um chefe, conforme a sua posição hierárquica, gasta 50 % do seu tempo de trabalho com tarefas de chefia, orientação e influência. E o que acontece é que a maioria dos agentes de chefia (administradores, directores, chefes de secção, etc.) poderão estar vrofissionalmente bem f armados sem que no sector da chefia propriamente dita essa formação se manifeste . Evidentemente que cada chefe, i1ídependentemente da sua posição hierárquica, desenvolve ao longo da sua actividade os seus próprios 1nétodos para chefiar os seus colaboradores, e até terá sucesso. Mas o risco de se desenvolver à imagem de outros (mn Oll mais) é grande e há que ordenar os seus métodos conforme o lugar ocupado, pois que a forma como chefiava uni determinado grupo de determinado grau intelectual ou de formação profissional, voderá não ser exactamente o mesmo para chefiar mn grupo diferente. Há vois que desenvolver o método de chefia que se enquadre em qualquer grau hierárquico 11as empresas.
Estilos de Chefia
Há vários estilos de chefe ou vários modos ele orientar as pessoas, tais como : ~Estilo autoritário Oll absolutista, com ou sem tendências paternalistas. Com este estilo, chefia-se com orde11s que deverão ser rigorosamente res-
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peitadas pelos chefiados. A ordem deve ser cmn· prida, mesmo que errada, vor e11ga110 ou desco· n11ecimento de pormenores. - Estilo parlamentar democrático que clá relevância à tomada de decisões em grupo. - Estilo indefinido (um vouco laisser-faire) que não chega a ser estilo mas é frequentemente e11contrado e que é praticado entre os dois extremos, on seja, entre o autoritário e o parlamentar, conforme a circunstância ou a disposição o motive. - Estilo de relação de colaboração, (a que clíamaria estilo de chefia cooperativo se não fosse esta palavra 11a nossa língua estar tão marcada vor excessos ideológicos). Com este estilo procura-se mn meio termo coerente que nem é autoritário nem parlamentar, 11em se move entre estes dois. Não encarna um princípio apenas, mas representa uma necessidade de manutenção de uma hierarquia que fomente o rendimento e conceda ao sultalterno on colaborador um camvo de acção próprio como meio de realização profissional que o motive, mas que igualmente o enquadre nmn grupo (Temn) onde efectivmnente colabora e recebe colaboração (Teamwork). Reflectindo sobre qual destes estilos devemos adaptar, devemos 11ão perder de vista dois gmpos de interesse, além de outros factores :
- O interesse legítimo da Empresa (o sen rendimento económico, poder de resposta em tempos de crise, rápido poder de decisão). - O interesse do Colaborador (motivação pela realização profissional e pessoal, necessidade de se recriar a si próprio vara desenvolver os seus valores criativos e ele eficiência, etc.). São estes 2 factores, quanto a nós de enorme importância, que o estilo de chefia em relações de colaboradores pretende considerar e atingir. Para a sua realização há a considerar alguns aspectos fu11clame11tais : - Cada lugar deverá estar organizado ou i11stalado no organismo geral conforme a meta a atingir. Esta existirá talvez, mas deverá ser for· mulada e enquadrada na meta de conjunto. O seu preenchimento deverá considerar as tarefas e as competências, vartindo destas a responsabilizw;ão pelos actos assumidos.
rem e não ad personan). Compromissos pessoais são de evitar. - A tare/a individual deve ser reduzida ao máximo no seu âmbito de modo a que não se tome 1m11w carga para quem ocupa o lugar. A tarefa diversificada cria situações ele cruzamento de competências, é difícil de entender 110 seu conjunto e, vior ainda, vor vezes não é entendida vor outros. Repare-se que uma só pessoa poderá ter mais do que uma t.aref a mas esta deverá estar definida tal como mn lugar. - O âmbito de cornpelências (não no sentido ele conhecimento mas sim de limites de acçiío) deverá ser correctamente definido. Na maioria dos casos encontramos situações de i11definição que criam duas situações a evitar a todo o custo: - Falta ele delegação de competências, transformando-se o colaborador em executor avenas sern rnargem vara desenvolvimento elas suas próprias aptidões. - Incompreensão das competências criando zonas de tensão onde elas se cruzem ou avenas pareçam cruzarem-se. Estas duas sit.uações não só se tornam 71011erosas para as metas do grupo, pois criam m01nentos de dú.vida e co11seque11teme11te de im.passse e atrazo na execução de uma tarefa, como são deprimentes para quem ocuva o lugar p01· não ver desenvolvidas as suas aptidões nem compree11didas as suas acções. Cada colaborador deverá sentir os efeitos da responsabilidade que lhe é atribtdcla, vois só assim operará conscientemente. Estamos habituados a ver organigrmnas graficamente bem ou mal executados, mas f u11cio11almente errados. Errados por apresentarem apenas uma orientação lzierárquica, quando rnuito com indicação de circuítos. Mas o que nos adiantará um organigrama «bonito», colocado pomvosamente no gabinete do chefe, se não são consideradas as regras ele relação entre os colaboradores? Antes de pintarmos quadros e círculos, barras horizontais e verticais, devemos tratar ele definir os lugares e seus limites ele comvetência ou responsabilidades; depois colocar nesses lugares as pessoas; só depois se pinta o organigrmna. É isso que veremos no próximo artigo.
FERNANDO PINTO FERREIRA - A delegação de responsabilidades deverá ser especificada pelo sector e não vela vessoa (ad
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Eng.º Químico-Têxtil
CADERNO DA ASSOCIACÃO PORTUGUESA DOS ENGENHEIROS E TÉCNICOS TÊXTEIS - APETT I
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,
NOTICIARIO
da Associação Portuguesa dos Engenheiros e Técnicos Têxteis •
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b) O debate de comunicações apresentadas, versando assuntos de actualidade nas áreas da indústria têxtil e do ensino.
Aos cinco dias do mês de Agosto de 1980 ficou, legalmente constituída, a Associação Portuguesa dos Engenheiros e Técnicos Têxteis.
No encontro foi inserida uma conferência de imprensa para dar público conhecimento da nossa existência.
A 4 de Novembro de 1980 fomos recebidos, em reunião de apresentação, pelo Senhor Secretátário de Estado do Ministério do Trabalho. •
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Em 13 de Dezembro de 1980 realizámos o primeiro encontro da Associação Portuguesa dos Engenheiros e Técnicos Têxteis. Nele foram tratados assuntos de interesse para a A.P.E.T.T. nomeadamente : a) A sua projecção real e de facto em todos os domínios da Indústria Têxtil Nacional e Internacional através dos seus digníssimos associados.
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No dia 13 de Maio p. p.º reuniu o Sr. Matos Ferreira, em representação da A.P.E.T.'r., com : Direcção Geral de Qualidade (M. I.); L.N.E.T.; Direcção Geral de Qualidade/ Comissão Técnica Portuguesa de Normalização dos Têxteis; Instituto dos Têxteis ; Associações Industriais de Vestuário do Norte e Sul, e
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A ordem de trabalhos foi :
Aos dezasseis dias do mês de Julho p. p.º reuniu o Sr. Mário Joaquim Dias Balsa, em representação da A.P.E.T.T., com:
a) O levantamento da Qualidade;
As Associações dos Industriais do Vestuário e, a Direcção Geral de Qualidade (M. I.).
A.N .I.T.A.F.
b) Marcação dos Têxteis;
A ordem de trabalhos visava a formação de um Grupo de Trabalho «ad hoc» para, em conjunto com a Comissão Técnica Portuguesa de Normalização de Têxteis, criar as Normas Portuguesas de Antropometria.
c) Normalização e, d) Qualificação.
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A 22 de Maio p. p.º levámos a efeito um Seminário sobre Fibras Não-Naturais (Químicas), organizado pelo nosso Coordenador Geral dos Seminários, Sr. Eng.º Jorge Carmo Gonçalves. Este Seminário teve lugar no Hotel Castor nesta cidade do Porto. Foram conferencistas os Ex.mos Senhores: Eng.º Raúl Barroca, Eng.º Sarmento, Eng.º Sphor, Eng.º Duarte David e Raúl de Castro.
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No mês de Setembro/Outubro editou o seu primeiro número da Revista Técnica APETT.
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Vai levar a efeito, durante o quarto trimestre do ano em curso, o segundo Seminário sobre Fibras de Algodão, organizado pelo Sr. Eng.º Jorge Carmo Gonçalves.
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A A.P.E.T.T. mantém-se permanentemente mobilizada no sentido de concretizar a sua instalação numa sede condigna. Dificuldades de vária ordem, têm estado na base da impossibilidade da nossa instalação em termos definitivos. Actualmente e desde o princípio do ano em curso, a A. P. E . 1'.T. encontra-se instalada no n.º 222 - 2.º Dt.º da Rua de Carlos da Maia, nesta cidade do Porto, andar gentilmente cedido e a título provisório, pelo nosso associado Sr. Eng.º Carlos Guimarães.
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O horário de funcionamento da A. P. E. T.T. para os associados, processa-se entre as 17 h e as 19 h.
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A A.P.E.T.T. foi convidada, na pessoa do sr. Eng.º Jorge Monteiro presente na última conferência do Textile Institute, realizada na Universidade ele York, a tornar-se correspondente do Textile Institute em Portugal. Nesse sentido está a A.P.E.T.T. a desenvolver os devidos contactos.
Para este Seminário foram convidados: os Associados da A.P.E.T.T., as Empresas Têxteis, o I.A.P.M.E.I., o Instituto dos Têxteis, docentes da Universidade do Minho, alunos das Universidades do Minho e Porto, bem como alunos da Escola Secundária do Infante D. Henrique.
A adesão ao Seminário excedeu as expectativas dos mais directos responsáveis por tal organização. Tem-se plena consciéncia que no plano dos convites nem tudo esteve bem. Foi particularmente sentido o atrazo na emissão e expedição dos convites, o que deixou potenciais aderentes sem possibilidades de participação. Contudo, fazemos saber que tal responsabilidade não pode ser imputada à organização.
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Composto e impresso na Grรกfica Maiadouro -
1500 ex. -
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ROGERIO MARQUES, LDA.
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ROGERIO MARQUES & PEREIRA, LDA .
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