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Editorial

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Secção Jurídica

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A preocupação com os recursos estratégicos tem dominado o Mundo e a sua História ao longo dos milénios, seja qual for a natureza desses recursos e dessas preocupações, sendo certo que por serem classificados de estratégicos assumem uma dimensão especial e um significado próprio, que justificarão o seu trato com muita prudência e normalmente com grande reserva. Justifica-se a prudência por se tratar de recursos, e justifica-se a reserva pelo facto de serem estratégicos. A propósito deste tema, muitos falarão sobre as pessoas, outros falarão sobre a água, outros ainda falarão sobre os recursos geológicos, enfim, uma variedade grande de abordagens, sendo certo que não se tratará propriamente de uma questão de importância ou prioridade entre elas, antes sim o conhecimento científico que cada um detém, para em função disso se debruçar sobre a sua especialidade. Não é esse o meu caso pessoal, ainda que tenha a convicção de que, para além de todos os recursos estratégicos mais ou menos identificados, há um que é fundamental, singular e renovável, sendo tanto mais valioso quanto maior for o consumo que dele se fizer. Refiro-me à VISÃO dos Empresários e à sua capacidade de gestão, para a qual intervêm três ingredientes essenciais: aquilo que se sabe; aquilo que se aprende e a forma como se exercitam os dois anteriores. Considero que esse recurso é fundamental porque sem visão não há futuro, não há inovação, não há etapas para vencer nem oportunidades para ganhar; Mas é também singular porque esse recurso é de cada um, não é normalmente transmissível, e é tão pessoal que havendo o mesmo ponto de partida para vários investidores, o ponto de chegada será diferente para cada um deles, eventualmente até muito diferente, tudo dependendo do jeito, do gosto e da ambição com que se pode desenhar e agarrar o futuro. Digo ainda que é renovável porque sempre sujeito a atualizações, mudanças e avanços ou recuos, de modo a que a gestão nunca fique envelhecida com o tempo, nem desgastada pelos constantes desafios. Como todos sabem, estamos a atravessar uma fase muito delicada das empresas sejam elas pequenas, médias ou grandes, para a qual se torna fundamental pensar no futuro com arrojo e determinação, usando e se calhar até abusando dos recursos estratégicos de cada um, deixando que se consumam uns para que outros surjam e se desenvolvam sem atrofios nem deformações. E, se as houver, haja vontade e coragem para as retornar ao bom caminho e ao sucesso. Se tudo deve ser feito com moderação e bom senso, sugiro que sejamos consumidores intensivos dos nossos próprios recursos, sendo certo que também para estes e por princípio, se deva manter a mesma dose de bom senso.

Dr. José Luís Sequeira (Presidente da Direção da APICER)

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