Supermix 179 - 2021 Ano de mudanças

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Órgão oficial de divulgação da Associação Paranaense de Supermercados | nº 179 | jan fev mar | 2021

Mudanças nas categorias Veja o que mudou com a pandemia, o que veio para ficar e quais as dicas para uma gestão eficaz em 2021

Mercosuper Digital Saiba os que os especialistas apresentaram no evento e quais as principais tendências para o setor



SUMÁRIO POR DENTRO DO SETOR (18)

DE OLHO NO VAREJO

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NOTÍCIAS

PONTO DE VISTA

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ENTREVISTA

VEJA AS DICAS PARA 2021 QUE O ESPECIALISTA EM VAREJO DA UNITRIER PREPAROU PARA OS LEITORES DA SUPERMIX

A CEO DA P&G CONTOU SOBRE SUA TRAJETÓRIA E EXPEC TATIVAS DA EMPRESA EM ENTREVISTA À DRA SANDRA COMODARO

PERFIL

CONHEÇA A TRAJETÓRIA DE SUCESSO DA RP INFO, ESPECIALISTA EM SISTEMAS PARA GESTÃO E AUTOMAÇÃO PARA O VAREJO

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MERCOSUPER DIGITAL ACADEMIA APRAS CONFIRA O QUE OS ESPECIALISTAS APRESENTARAM NA FEIRA E SAIBA COMO SE ADAPTAR PARA O VAREJO DO FUTURO

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ENTREVISTA

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ACADEMIA APRAS

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NOVIDADES NA GÔNDOLA

ASSOCIAÇÃO SE REINVENTOU CONHEÇA OS LANÇAMENTOS PARA CONTINUAR PROMOVENDO A CAPACITAÇÃO PREPARADOS PELAS EMPRESAS PARA O MERCADO E PROFISSIONALIZAÇÃO DO SETOR SUPERMERCADISTA 3 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179


PALAVRA DO PRESIDENTE Caro leitor, Finalmente, iniciamos 2021! Junto com um ano novo vem a renovação das nossas forças e, principalmente, da nossa esperança. Mas não é um ano novo qualquer, pois todos esperam ansiosos pela mesma coisa: o fim da pandemia. 2020 foi um ano difícil, mas também nos proporcionou muito aprendizado. Os hábitos mudaram, toda a população precisou se adaptar e o setor supermercadista se reinventou para continuar atendendo o consumidor. Inovação deixou de ser um diferencial e virou uma palavra de ordem para o varejo. Mas apesar deste cenário desafiador, a batalha foi vencida e muitas empresas demonstraram o seu poder de resiliência. E digo que a transformação foi democrática, pois vi mercearias e pequenos mercados vendendo online e estabelecendo um canal de comunicação com seus clientes até mesmo pelo WhatsApp. O olhar do empresário precisou ser direcionado ao consumidor e este é um caminho sem volta. Sem dúvidas, as empresas que conseguiram vencer 2020 saíram mais fortalecidas e preparadas para as incertezas do futuro. Vimos também a força do nosso setor no Paraná, que se uniu por meio da Apras para trocar informações e vencer os obstáculos. A diretoria da Apras participou de reuniões semanais para discutir as melhores estratégias em prol dos supermercados e de toda a sociedade. Mais uma vez, mostramos que o coletivo é mais importante que o individual e que juntos somos mais fortes. Uma prova disso foi a realização da primeira Mercosuper Digital. O evento foi um verdadeiro sucesso e trouxe conteúdos essenciais para varejistas de todos os tamanhos e de todas as regiões. Com o empenho da diretoria da Apras, foi possível realizar uma feira histórica. Agradeço a cada supermercadista que tornou este evento possível e também a cada expositor e patrocinador que acreditou na Mercosuper Digital. Para este ano que se inicia, desejo aos meus colegas supermercadistas e fornecedores muita saúde, força, alegrias e realizações. Um excelente 2021 a todos e que Deus nos abençoe!

CARLOS BEAL ​PRESIDENTE DA APRAS EM EXERCÍCIO



DIRETORIA EXECUTIVA TRIÊNIO 2019/2021

EDITORIAL Caro leitor,

A primeira edição da Revista Supermix de 2021 traz muito conteúdo importante para os supermercadistas organizarem as suas operações e negociações. Uma entrevista exclusiva com o CEO da Unitrier, Lauro Júnior Bueno, abordou sobre as mudanças enfrentadas nas categorias em 2020 e o que esperar de 2021. Apesar das incertezas, o especialista em varejo fez algumas previsões e sugestões bem importantes para uma gestão eficaz. Além disso, preparamos uma cobertura especial da Mercosuper Digital, realizada em novembro pela Apras. Então, não deixe de conferir o que os principais especialistas apresentaram no evento, pois o conhecimento gerado foi de suma importância para que as os profissionais tenham insights de inovação para o negócio. Confira também as principais notícias e novidades do setor e aproveite para utilizar este momento de leitura para refletir sobre o próprio negócio e para agarrar as oportunidades abordadas nas matérias.

Presidente Pedro Joanir Zonta Primeiro Vice-Presidente Carlos Beal Vice-Presidente de Patrimônio Rodolfo Pankratz Vice-Presidente de Jurídico Cesar Moro Tozetto Vice-Presidente de Segurança Alimentar Everton Muffato Vice-Presidente de Capacitação José Fernando Brecailo Junior Vice-Presidente de Eventos Carlos Alberto Tavares Cardoso Vice-Presidente de Segurança Luiz Alberto Leão Vice-Presidente Financeiro João Jacir Zonta Vice-Presidente Relações Públicas Wanclei Said Vice-Presidente Relações Sindicais Luiz Mauricio Kurshaidt Hyczy Vice-Presidente Regional Campo Mourão Alvaro Machado da Luz Vice-Presidente Regional Cascavel Rudimar Erbert Vice-Presidente Regional Guarapuava Wilmar Millrath Vice-Presidente Regional Irati Mateus Vinicius Bobato Vice-Presidente Regional Londrina Marcelo Gasparoto Vice-Presidente Regional Maringá Roberto Burci Vice-Presidente Regional Norte Pioneiro José Carlos Molini Vice-Presidente Regional Paranaguá Roberto Bavaresco Vice-Presidente Regional Pato Branco Fernando Delazeri Vice-Presidente Regional Ponta Grossa Lilian Cristiane Cataneo Conselho Fiscal Efetivo Nelvir Rickli Junior Conselho Fiscal Efetivo Eder Stedile Perboni Conselho Fiscal Efetivo Adailton Santos Conselho Fiscal Suplente João Batista Moreira dos Santos Conselho Fiscal Suplente Joraci Boza Diretor (a) Adjunto (a) Paulo Beal Diretor (a) Adjunto (a) Ademar Vedoato Diretor (a) Adjunto (a) Claudio José Tissi Diretor (a) Adjunto (a) Carlos Roberto do Vale Diretor (a) Adjunto (a) José Bruno Diretor (a) Adjunto (a) Helton Jorge Parizotto Diretor (a) Adjunto (a) Paulo César Ivasko Diretor (a) Adjunto (a) Carlos Ely Diretor (a) Adjunto (a) Marco Antonio Michaelsen Conte Diretor (a) Adjunto (a) Noroli do Nascimento Diretor (a) Adjunto (a) Atanazio dos Santos Netto Diretor (a) Adjunto (a) Arlei Luiz Camilo Diretor (a) Adjunto (a) Clemente Bahniuk Diretor (a) Adjunto (a) Vinicius Lachman Diretor Assuntos Representação Comercial Ottilio Monaco Diretor Relações Internacionais Celso Luiz Gusso

E não se esqueça que a Apras está à disposição dos seus associados para o que precisarem. Procure os nossos canais de comunicação, como o site, WhatsApp e newsletter para receber as informações sobre as nossas palestras, cursos e eventos online ofertados pela Academia Apras.

Boa leitura! Veronica Gavloski

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Vice-Presidente de Relações Públicas Wanclei Said Superintendente Valmor Rovaris Conselho Editorial WBC Comunicação Departamento Comercial Khailany Cardoso e Rinaldo Dalaqua - Fone: (41) 3263-7000 E-mail: supermix@apras.org.br | comercial2@apras.org.br Diagramação Renata Toscano Pré-Impressão (CtP) e Impressão Tuicial Indústria Grafica Tiragem Distribuição Nacional Enviada aos supermercados e atacadistas do Brasil. A revista Supermix é patrimônio da APRAS – Associação Paranaense de Supermercados – e também seu órgão oficial de divulgação. Rua Santo Antônio, 917 – CEP 80230-120 Fone: (41) 3263-7000 – Fax: (41) 3362-8513 – Curitiba – PR supermix@apras.org.br / www.apras.org.br/supermix Os artigos assinados são de total responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. JORNALISTA RESPONSÁVEL Produção editorial: WBC COMUNICAÇÃO Rua - Pedro Américo, 505 Bloco A - Conj. 301 Bairro - Novo Mundo - Curitiba - PR. Cep. 81.110-010 Editora e jornalista responsável: Veronica Gavloski E-mail : wbc.ai@terra.com.br


ENTREVISTA

O que esperar de:

Especialista fala sobre o comportamento das categorias em 2020 e como estar preparado para a imprevisibilidade de 2021 Muitas categorias tiveram um desempenho incomum em 2020 e, apesar do cenário incerto, o especialista em varejo e CEO da Unitrier, Lauro Júnior Bueno, acredita que muitas mudanças vieram para ficar. Além disso, os supermercadistas devem priorizar a eficiência de suas lojas e investir em ações de prevenção de perdas. Uma gestão eficaz será o maior diferencial de um negócio. Confira a entrevista na íntegra e esteja preparado para as possíveis surpresas de 2021. SuperMix: Quais categorias se destacaram em 2020 e por quê? Lauro Bueno: Durante a pandemia, muitas pessoas evitaram sair de casa e isso teve um impacto muito forte no comportamento do consumidor. Nas várias fases da pandemia para o varejo, destacamse o período de estocagem de insumos, como commodities e produtos de limpeza, além da época mais atual em que o consumidor tem preocupações com as finanças e está optando por produtos mais em conta.

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ENTREVISTA O shopper ficou em isolamento e isso fez com que as pessoas passassem a cozinhar ainda mais em casa, e com a preocupação com a imunidade, buscaram produtos melhores para fazer as refeições, aumentando a venda de produtos frescos e perecíveis, por exemplo. Além disso, o consumidor em isolamento tentou trazer a sensação de comer fora, em restaurantes, para dentro de casa e isso também influenciou na compra de produtos melhores. Exemplo disso, segundo pesquisa da Nielsen publicada na SA Varejo, são as bebidas alcoólicas que tiveram aumento na procura, destacando o gin que teve crescimento de 111,8% e o vinho que cresceu 39%. As categorias de limpeza e higiene pessoal também tiveram aumento, pois os consumidores tiveram a preocupação em manter a casa, roupas e mãos sempre limpos e esterilizados, e entre as categorias desses setores, as mais procuradas foram papel higiênico, álcool em gel e produtos multiuso. SM: Você aposta em quais categorias em 2021? LB: É difícil fazer previsões em meio a uma pandemia onde tudo muda rapidamente, entretanto, algumas suposições podem ser feitas. Acredita-se que as categorias de limpeza e alimentos continuarão tendo destaque no ano de 2021, pois algumas pessoas ainda estão em isolamento e a preocupação em manter tudo esterilizado e limpo permanece, porém, estas categorias

devem sofrer com mudanças se a pandemia perdurar por mais tempo, afinal, como já foi dito anteriormente, o consumidor vai preferir produtos com preços menores e isso deve impactar no comportamento das categorias. SM: Quais os possíveis cenários para 2021 e como eles podem impactar os supermercados? LB: Apesar de vários estudos e estimativas de como será no próximo ano, tudo pode mudar com a disponibilização ou não, da vacina, com o aumento do índice do desemprego e sem o auxílio emergencial que deverá ser encerrado. Entretanto, algo que já está sendo visto e poderá ser intensificado em 2021, é a questão de que caso a pandemia continue por mais tempo, a preferência dos consumidores por produtos ou marcas mais baratas será algo ainda mais frequente. De maneira geral, todos os setores dos supermercados vão sentir com este possível cenário, por exemplo, o preço alto do arroz fez com que houvesse a substituição por macarrão, ou ainda, as carnes estão com valor mais alto, por isso as pessoas preferiram optar por outros alimentos como ovos e embutidos. SM: Como os supermercados devem se preparar para 2021? LB: O supermercadista precisa trabalhar com a hipótese de que em 2021 o varejo alimentar não terá

“Algumas dicas fundamentais para se preparar para 2021 é preparar o setor financeiro, utilizar ferramentas como a DRE, Fluxo de Caixa, Gestão orçamentária e o Balanço Financeiro.”


ENTREVISTA

a expansão financeira que teve neste ano. Por isso será importante rever o gerenciamento do supermercado e identificar possíveis gastos desnecessários, como por exemplo o excesso de estoque, algo que foi realidade de muitos supermercadistas neste final de ano e que pode prejudicar as finanças devido aos gastos com as mercadorias paradas por muito tempo no depósito. Além disso, verificar e gerir as perdas e avaliar a exposição dos produtos nas gôndolas para perceber quais produtos estão tendo mais saída e quais estão parados, algo que acaba impactando negativamente a rentabilidade do supermercado. SM: Quais as principais tendências para o setor supermercadista em 2021? LB: A pandemia potencializou muitos comportamentos que levariam anos para acontecer. Hoje é muito importante o supermercado ter um formato multicanal para atender o cliente de diversas maneiras, ter hábitos de higiene potencializados para que o consumidor se sinta seguro no momento das compras físicas, e trabalhar a equipe de colaboradores junto ao departamento de gestão de pessoas para que todos trabalhem melhor e de forma segura. Outra tendência é ter maior dedicação na gestão de processos e resultados, e por fim, utilizar a tecnologia como parte fundamental para realizar os planejamentos e divulgação.

SM: Quais suas dicas para os supermercadistas neste ano? LB: Algumas dicas fundamentais para se preparar para 2021 é preparar o setor financeiro, utilizar ferramentas como a DRE, Fluxo de Caixa, Gestão orçamentária e o Balanço Financeiro. Elaborar estratégias para as finanças do comércio e colocar em prática estes planejamentos e num âmbito global do negócio a aplicação da análise SWOT para reavaliar as oportunidades, ameaças, forças e fraquezas do supermercado. Outra dica é reavaliar as categorias de maior destaque do estabelecimento, pois muitas tiveram aumento e outras encolhimento de vendas na pandemia, e o supermercadista precisa estar aberto para as mudanças que vão acontecer no próximo ano, pois algumas delas deverão ser permanentes. Além disso, vale novamente falar da importância da gestão de perdas, que será fundamental para balancear os lucros do supermercado, entender quais setores estão com mais perdas e auxiliar a gerir os prejuízos. A Unitrier preparou um conteúdo com análises e dicas para o supermercadista acerca das expectativas para o próximo ano: “O Especial Unitrier: preparando o varejo para 2021”, é um material dividido em três edições, que aborda sobre perdas, categorias e finanças. Mais informações sobre o assunto podem ser encontradas no site www.unitrier.com.br ou nas redes sociais Linkedin, Instagram, Facebook e Youtube da Unitrier.

Lauro Júnior Bueno Especialista em Varejo

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ENTREVISTA

DE ESTAGIÁRIA A CEO DA

P&G

JULIANA AZEVEDO A Dra. Sandra Comodaro conduziu uma entrevista com a CEO da P&G, Juliana Azevedo. A executiva falou sobre a sua trajetória profissional, além dos projetos e perspectivas da P&G.

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Poderia nos contar sobre a sua trajetória? Nasci em São Paulo, sou casada e tenho um filho de 10 anos. Quanto à formação, cursei Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP e Direito pela PUC. Meu sonho sempre foi liderar uma grande corporação, e graças ao apoio dos meus pais, minha vontade de aprender e pelo fato de ter essas duas formações – que são tão distintas – eu percebi que estava no caminho de conquistar esse grande sonho. Iniciei minha carreira profissional na P&G, em 1996, como estagiária na área de Marketing, trabalhando com os produtos de cuidados femininos e para bebês. Em 1998 fui efetivada e, naquela época, a marca Pampers, por exemplo, ainda não era tão reconhecida e forte no Brasil. Foi um trabalho de formiguinha para conquistarmos a liderança do mercado, algo que temos até hoje. Trabalhamos muito, construímos essas marcas e investimos em versões dos nossos produtos que eram mais acessíveis aos brasileiros, como Pampers e Always básicos. Foi então, que assumi a posição de gerente de Produto para as marcas de cuidados femininos, tendo Always como principal. Foram projetos de muito sucesso e que levaram as marcas à liderança dos seus mercados. É um case que Harvard ensina até hoje em seus cursos de marketing, algo do qual tenho muito orgulho de ter criado junto com pessoas extraordinárias. Depois, assumi o posto de diretora para as marcas de beleza da empresa aqui no Brasil, cuidando de Pantene e Head&Shoulders. Na época, lembro que tínhamos o desafio de mostrar para as consumidoras que Pantene era um produto ótimo e também acessível, feito no Brasil. Precisávamos quebrar a barreira de que era algo importado, pois isso distanciava a marca das consumidoras. Com base nisso, resolvemos trazer a Gisele Bündchen como nossa embaixadora. Foi uma reviravolta para a marca, uma estratégia que funcionou muito bem. Pantene, desde então, só tem crescido e demonstra ser uma das principais marcas da companhia. Logo após, acumulei a função de diretora de vendas e nesse período comecei a ter uma experiência fora do mercado de marketing. Alguns anos depois, fui promovida a VP de Beleza para América Latina e nesse momento foi quando eu passei a ter uma visão de operação mesmo, entrando nas questões de fábricas, supply e RH etc. Por último, antes de voltar ao Brasil, atuei como VP Global para as marcas de cuidados femininos da P&G, coordenando desde estratégias até desenvolvimento de produtos e comunicação em mais de 152 países. Foi um grande desafio, já que tinha um objetivo de, a curto prazo, transformar os resultados dessa unidade de negócios. A meta foi alcançada e mudamos o cenário


ENTREVISTA global dessas marcas até os dias de hoje, em que a categoria continua crescendo fortemente. E agora, estou no lugar que sempre sonhei, com muito compromisso e dedicação, cheguei a Presidência da nossa operação do Brasil, outro grande desafio profissional, mas que estou certa de que será e está sendo cheio de conquistas e aprendizados. A senhora é uma das mulheres CEOS eleita líder com a melhor reputação inúmeras vezes. Até hoje são poucas no mundo e aqui no Brasil é uma porcentagem ínfima de mulheres na presidência ou na diretoria das empresas. Perguntamos: Como foi para você assumir a presidência do Grupo teve que passar por várias áreas da empresa antes? A senhora teve que se provar mais que os outros, principalmente do que os homens, como executiva? Quais as características para ser uma líder como a senhora? Qual seu conselho para quem uma carreira de sucesso numa das maiores multinacionais Brasileiras. Tornar-me Presidente de uma grande multinacionalcomo a P&G sempre foi um sonho e um objetivo pelo qual venho trabalhando há muito tempo. Sempre fui muito dedicada ao trabalho e focada em resultados. Entendi que para crescer precisava mostrar para a companhia que faço a diferença, não só em gestão, como também trazendo resultados expressivos para o negócio. Além disso, sempre fui muito próxima da minha equipe e das áreas parceiras, buscando aprender com todos. Isso também foi fundamental nesse caminho. Sobre ser líder, eu sigo a linha do servant leadership e busco todo dia entender onde ajudar. Estou aqui para trabalhar com e para meu time, eliminando barreiras para conquistar resultados para a companhia e para o desenvolvimento pessoal de cada um. Temos muitos desafios, mas uma equipe supertalentosa que, trabalhando sincronizados, conseguirá o impossível. Além disso, acredito muito na nossa capacidade e necessidade de estar aprendendo todos os dias, com os consumidores, clientes e nós mesmos. Quero criar uma cultura de pessoas curiosas e com disciplina. Claro que enfrentei alguns desafios ao longo da minha carreira, mas todos foram desafios de negócios e não por ser mulher. E sempre tive muito apoio para resolvêlos. Ao longo do tempo precisei de bastante auto clareza para seguir em minha trajetória. As decisões da minha vida pessoal e profissional puderam me levar para caminhos diferentes do que eu havia idealizado. Por exemplo, eu já havia recebido uma proposta de vice-presidência mais cedo na minha carreira e que

exigia que eu saísse do Brasil. Na época, por questões pessoais, não aceitei e muitas vezes me questionei por essa decisão. Entretanto, esse “problema” se transformou em uma oportunidade. Foi quando assumi, além de Marketing, a área de Vendas, uma das mais valiosas experiências da minha carreira. Tenho certeza que foi muito mais precioso do que ter assumido a vice-presidência naquele momento. E a P&G foi fundamental nessa fase. A empresa entendeu o meu momento, ao mesmo tempo que não me estagnou ao me dar a oportunidade de assumir outra área (Vendas) – segmento esse que eu já havia sinalizado em meu plano de carreira que eu gostaria. Assim, me tornei uma das primeiras pessoas a assumir uma posição sênior em Vendas, envolvendo Marketing junto. Quer dizer, quando você tem claro o que quer e a empresa sabe o que é importante para você, o crescimento acontece. Acredito que a maior lição que aprendi foi não cair na armadilha de fazer o trabalho da mesma maneira que sempre foi feito. Por exemplo, na minha posição anterior, de vice-presidente na América Latina, eu morava no Panamá, mas minha família no Brasil. Nessa fase a P&G foi essencial! Como a empresa tem uma visão muito diferenciada, pautada por resultados e não necessariamente pela maneira como você entrega esses resultados, me ajudou muito, isso porque, nesse esquema, eu não conseguiria trabalhar da mesma maneira que o meu predecessor. EMPODERAMENTO FEMININO – qual o percentual de mulheres que há no quadro de pessoal da Cia? Existe um programa para treiná-las para se tornarem líderes? Nós mulheres representamos 66% da força de trabalho mundial e somos responsáveis por 85% das decisões de compra em bens de consumo. Porém, menos de 1% dos gastos das multinacionais em compras são destinados a empresas lideradas por mulheres. Pensando nisso, a P&G, em parceria com a organização não governamental WEConnect International, realizou em 2019 o I Programa P&G de Desenvolvimento de Fornecedoras, voltado para o fortalecimento de empresas pertencentes a mulheres no Brasil. Por aqui, 25 empresas de pequeno e médio porte, que tenham pelo menos 51% da propriedade e controle na mão de uma ou mais mulheres, passaram pelo programa. O processo seletivo teve como critério principal o potencial de crescimento, a motivação e o alinhamento aos conteúdos e segmentos de mercado estratégicos identificados pela P&G. Essa iniciativa faz parte do compromisso da P&G de direcionar 2 bilhões de dólares de seu orçamento de compras a empresas pertencentes 11 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179


ENTREVISTA a mulheres e fornecedores de diversidade nos próximos 6 anos, sendo 100 milhões de dólares destinados a países com exceção dos Estados Unidos até 2020. Já pensando a longo prazo, temos um processo de recrutamento intencional de 50% de mulheres e 50% de homens desde os níveis de estágio para garantir um crescimento equilibrado de ao longo de toda a carreira dos funcionários na companhia. O que trouxe resultados significativos, já que, hoje, cerca de 40% do nosso quadro de funcionários é composto por mulheres e 50% está no nível gerencial. Também temos programas de mentoria, que busca uma conexão entre o funcionário e um colega de trabalho onde há um ambiente seguro para discussão de problemas e buscar conselhos. O objetivo da mentoria é avaliar resultados e habilidades desenvolvidos pelo funcionário. Qualquer um que quiser ter um mentor pode escolher uma pessoa que seja um nível hierárquico acima do seu e fora da sua cadeia de gerenciamento. Sobre a P&G, é uma empresa que a grande maioria sonha em trabalhar lá. Como é a história no Brasil? Por que Louveira? Quantos funcionários diretos? Quais são os produtos que fabricam? Estamos no Brasil há 32 anos e já contamos com um total de 4 mil funcionários diretos nas fábricas do Rio de Janeiro, Louveira e Manaus, além dos centros de distribuição. O país foi escolhido pela P&G Global após análise de vantagens estratégicas para a companhia, que incluem, dentre outros pontos, ser o 3º maior mercado potencial para as categorias que atuamos, talento técnico de alto padrão, potencial de crescimento e infraestrutura adequada. Em 2019, inauguramos o primeiro Centro de Inovação no Brasil. O país foi o 8º a receber um Centro de Inovação da P&G - este é o 14º construído pela companhia. O espaço é dedicado para Pesquisa & Desenvolvimento para toda a América Latina. Nós investimos mais de R$ 200 milhões em instalações, operações, contratação de mão de obra especializada, tecnologia de ponta, entre muitos outros detalhes. Já a escolha de Louveira se deu, principalmente, pela forte vantagem competitiva para a P&G. O local está localizado em uma região industrial em franca expansão, além de estar em uma posição geográfica privilegiada, que facilita o transporte, com ligação direta para algumas das mais importantes malhas rodoviárias e perto de excelentes faculdades. O LAIC está localizado dentro de uma planta consolidada. Fora os Estados Unidos, Louveira é o único Campus que possui no mesmo espaço toda a cadeia de desenvolvimento de produtos, com centro de inovação, 12 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

fábrica e centro de distribuição juntos, e é o único no mundo que é multi-categoria – acreditamos que isso irá agilizar e melhorar nosso processo de inovação. Isso aumenta a nossa competitividade e permite estarmos ainda mais próximos dos nossos consumidores. O time do Centro de Inovação conta com 150 cientistas, de mais de 10 nacionalidades (brasileiros, venezuelanos, peruanos, chilenos, italianos, suíços, portugueses, mexicanos e outros). Eles são responsáveis por ouvir, vivenciar e entender tudo sobre o consumidor latinoamericano para que a P&G continue entregando soluções sob medida, realmente pensadas para as necessidades, hábitos e características das diferentes famílias que usam diariamente nossos produtos. A P&G é reconhecida mundialmente por ser um espaço de talentos e com o Centro de Inovação esse conceito estará ainda mais evidente. Nós queremos reunir nesse ambiente os melhores profissionais, trocando experiências e conhecimentos. O Centro de Inovação é responsável por abrigar pesquisas para as unidades de cuidados com bebês, beleza, casa e higiene, femininos e orais com o objetivo de desenvolver produtos, embalagens e processos produtivos cada vez mais sustentáveis. É dedicado também a pesquisas com consumidores, que vão desde focus groups até sessões de realidade virtual. O centro ainda conta com tecnologias de ponta e as melhores máquinas. Existem equipamentos, muitos deles desenvolvidos exclusivamente para a P&G, que simulam condições climáticas, águas de diferentes países e até mini linhas de produção, para testar a viabilidade de um novo produto e desenvolver protótipos, antes que sejam aprovados e desenvolvidos os processos de produção para esses novos produtos e embalagens. Usamos também impressoras 3D e IoT em diversos dos nossos testes. O que a P&G leva em consideração na hora de desenvolver um produto para os brasileiros e suas peculiaridades? Nosso segredo é que somos obcecados – sim, obcecados é a palavra certa – por sempre estar em contato e conhecendo nosso consumidor, com o intuito de satisfazê-los da melhor forma possível. Nós queremos ouvir quais são suas necessidades e desejos para que eles tenham o melhor, até porque as pessoas estão no centro de tudo o que fazermos. A partir disso, desenvolvemos produtos – que não apenas os satisfazem mentalmente – mas que ganhe seus corações e também que caiba em seus bolsos. O brasileiro tem um perfil que é o que a gente busca com nossos produtos e ações, eles são conhecidos por ser um povo que valoriza a higiene,


ENTREVISTA

beleza, saúde e autoestima e a P&G quer dar o melhor para esses consumidores, crescendo e impactando socialmente. Já faz tempo que vemos que a Senhora direciona sua energia, sua experiencia para ajudar o próximo. Além de geração de milhares de empregos que a Senhora disponibiliza, a cultura de doação tem sido uma ascendente na Cia. A desigualdade, questões raciais, desempregos em especial nesta época. Qual o ensinamento tem a dizer a respeito? Na P&G, nós criamos o pilar Impacto na Comunidade que foca no desenvolvimento integrado da infância, por meio de programas de educação, saúde e bem-estar. Pensando nisso, iniciamos o programa Água Pura para Crianças que permitiu transformar 15 bilhões de litros de água suja em água pura, em âmbito global, para pessoas sem acesso à água potável, desde 2004. No Brasil, o programa foi implantado no Brasil em 2014 e já atende mais de 38 mil pessoas nas comunidades ribeirinhas do Amazonas, Vale do Jequitinhonha e comunidades no extremo sul da Bahia. E, é executado por meio de alianças com mais de 150 organizações reconhecidas, como ONGs, entidades governamentais, entre outras, que ajudam a distribuir os sachês do Purificador de Água P&G em 85 países em desenvolvimento. A P&G também acredita que a educação é um dos principais caminhos para transformar vidas e que, para vencer no Brasil, o país também precisa vencer. Com isso, a companhia reforça seu compromisso e investimentos através programa P&G pela Educação, que visa ajudar a melhorar os indicadores macroeconômicos do país e oferecer educação de qualidade a crianças de todas as faixas etárias, por meio de parcerias com o Instituto Ayrton Senna e a organização United Way Brasil. O programa funciona a partir do engajamento dos funcionários da P&G que colaboram com doações financeiras, sendo que a cada valor doado, a companhia doa a mesma quantia, somando os dois montantes e dividindo igualmente entre as duas instituições. Com diferentes áreas de conteúdo e competências, cada instituição possui uma especialidade, ou seja, enquanto o Instituto Ayrton Senna foca na qualidade do ensino curricular, a United Way possui foco no desenvolvimento integrado da infância e juventude. Com a pandemia, a P&G também iniciou o projeto da Aceleradora Social, uma plataforma que busca apoiar projetos inovadores focados nas necessidades geradas pela pandemia COVID-19 no país. As ideias recebidas serão avaliadas por uma comissão da

companhia e das suas marcas, que poderão entrar no apoio do projeto. A plataforma receberá por esse site as inscrições de consumidores, ONG’s, pequenas empresas ou profissionais de qualquer setor. Os principais critérios são a inovação da ideia, que ela esteja no estágio final de implementação, isto é, esteja madura para ser lançada com uma estrutura sustentável e que contribua para reduzir o impacto do cenário que estamos enfrentando em curto, médio e longo prazo. Os projetos selecionados poderão ser acelerados com aporte de verba, conhecimento e/ou conexões, unindo quem precisa de ajuda com quem quer ajudar. Além das próprias marcas da P&G, outras companhias e instituições podem se tornar parceiras, como a AMCHAM, que contribuirá com a curadoria e divulgação da Aceleradora P&G Social em sua rede, oferecendo conexão com as empresas associadas. Preconceito racial está super em voga, começou forte nos EUA, está acontecendo um movimento grande a respeito. Como é a forma de lidar com este assunto na P&G? A P&G quer dar o exemplo e promover importantes discussões que gerem confiança para as pessoas independentemente de raça, religião, gênero, orientação sexual e cultura. Nós reconhecemos que ainda há muito a ser feito, mas trabalhamos constantemente para estimular a diversidade e inclusão, não apenas dentro da empresa, como além de suas paredes. Na P&G, temos o pilar de Diversidade e Inclusão Racial, constituído há aproximadamente 2 anos e composto por pessoas de diversas áreas e níveis da empresa, que coordena junto ao RH esforços intencionais ao logo do ano. Com isso, passamos a promover mais ações de desenvolvimento profissional para alcançar a igualdade racial no acesso a oportunidades de trabalho e renda. Um exemplo disto é o programa “P&G Para Você”, que visa capacitar os participantes do processo seletivo da companhia com aulas de inglês e mentoria. O objetivo é estimular a diversidade social e racial em seu quadro de funcionários e, assim, estabelecer mais representatividade a longo prazo. A companhia também fechou parcerias com os coletivos negros das universidades e, mais recentemente, com a Empregueafro para a divulgação de suas vagas de emprego. Se olharmos a representatividade de pretos e pardos no escritório central de SP, nos últimos 2 anos tivemos um crescimento de 63%. Quando olhamos Total Brasil, a representatividade é de 32%. Além disso, 47% dos 13 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179


ENTREVISTA candidatos aprovados no último processo seletivo Relâmpago realizado em maio de 2020, são negros. A P&G também tem entre seus compromissos sensibilizar e educar para o respeito e a promoção da diversidade racial, por isso, a companhia promove treinamentos frequentes do time de liderança e com a organização como um todo, assim como atividades de engajamento e educação durante a semana da Diversidade e Inclusão, em março, e semana da Consciência Negra, em novembro. Com a responsabilidade de ser um dos maiores anunciantes do mundo, a companhia também promove discussões sobre Igualdade Racial através de campanhas publicitárias que visam incentivar a luta contra a discriminação e promover o respeito à diversidade racial na comunicação e marketing. Exemplo disso é a “The Talk”, a campanha premiada no Emmy, “The Look” e “My Black is Beautiful”. Com os últimos acontecimentos no Brasil e no mundo envolvendo questões raciais fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a P&G lançou a campanha “The Choice”, um convite à população branca norte-americana a usar a sua posição de poder para combater o racismo de maneira proativa. Também, todas as marcas da P&G Brasil garantem representatividade de raça nas suas comunicações; um exemplo disso é a campanha “Um cabelo Pantene diz tudo”, que enaltece a diversidade e o empoderamento feminino. As marcas de beleza da P&G também trabalham a diversidade em sua comunicação e no portfólio de produtos, com itens para todos os tipos de cabelo, do liso, ao crespo. Desde 2017, a atriz Sharon Menezes faz parte do time de embaixadoras, que conta ainda com Duda Almeida e MC Soffia, além de influenciadoras digitais que trabalham ou já trabalharam para as marcas de shampoo da P&G em campanhas esporádicas. Recentemente, a marca Head&Shoulders lançou um clipe com a MC Soffia intitulado “Raízes”, que busca celebrar a ancestralidade e as raízes afro-brasileiras. Com o refrão “Eu respeito a minha raiz e ninguém vai me parar”, a canção passa uma mensagem de força e resistência. DIVERSIDADE DE GENERO e INCLUSÃO, como a P&G lida com estas questões? Nos últimos três anos, eu e meu time intensificamos os esforços para promover a diversidade, principalmente de gênero, racial e LGBTQI+, mudando a comunicação de suas marcas e revisando suas políticas internas de inclusão. Além das ações já comentadas quanto a diversidade racial e igualdade de gênero, a P&G trabalha para que todos se sintam bem com eles mesmos e ainda 14 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

garante um ambiente confortável que se materializa com a cultura organizacional e esforços institucionais na estimulação e apoio de grupos de afinidade dentro da P&G sobre questões: D&I Racial (pilar com pauta étnico-racial), GABLE (pilar que busca impelir os direitos das pessoas LGBTQI+), PCDs (pilar focalizado na inclusão, acessibilidade e acolhimento de pessoas com deficiência) e Mulheres (pilar que trabalha na garantia de equidade de gênero). A última ação da companhia foi expansão do apoio à licença paternidade, com a aplicação da nova Política de Licença Parental. Isso significa que nossos (as) funcionários (as), quando se tornarem pais (pais biológicos, adotivos, casais homo ou heteroafetivos), poderão tirar até 8 semanas de licença totalmente remunerada e ainda escolher se preferem se afastar continuamente ou fazer um intervalo, em até 18 meses a partir da data do evento. Essa medida permite que os pais possam alocar sua licença no momento familiar que fizer mais sentido para o cuidado com a criança. Essa não é só uma alteração de política, é uma mudança cultural. A licença paternidade dá a oportunidade para que o cuidado com a criança seja proporcionado por ambos os pais, complementando o suporte dado na licença maternidade. Essa mudança altera o paradigma de que o cuidado é uma responsabilidade associada à mãe/mulher, e passa a ser uma responsabilidade sem viés de gênero, beneficiando a família como um todo. Agora sobre COVID-19, a crise chegou de forma avassaladora, nos conte um pouco sobre o momento. Vocês não chegarem a ter receita zero, correto? Pode comentar? Correto, não tivemos receita zero. O que analisamos é que no mês de março tivemos um pico de vendas, já nos meses de abril e maio houve um ajuste, até mesmo pelo auxílio do governo Sobre a preservação de empregos, o que o Grupo tem feito neste sentido, além do home office? Desde o início a P&G criou um comitê de crise que está atento a tudo que está acontecendo. O principal objetivo é entender o andamento da situação, criar planos de mitigação e pensar na melhor forma de atender nossos colaboradores, parceiros, consumidores e a comunidade. Fazemos uso de nossa presença internacional em mais de 170 países e trazemos aprendizados do que está acontecendo em países que estão em fases mais adiantadas da pandemia para que melhoremos nossos planos. Nosso lema é “planejar para o pior, trabalhar para o melhor”. Também estamos realizando nosso all-hands, reunião


ENTREVISTA mensal com a participação de toda a organização para conversar de forma transparente, atualizar a situação da companhia e responder perguntas e dúvidas. Além disso, estamos revisando as prioridades dos próximos meses, simplificando ainda mais nossos processos, para garantir que as pessoas foquem naquilo que é mais importante nesse momento. Já nas plantas, como os produtos que a P&G produz e comercializa itens considerados essenciais, não suspendemos as atividades, mas adotamos diversas medidas adicionais para garantir a segurança dos nossos colaboradores e parceiros, que é a nossa primeira prioridade. Dentre estas medidas se encontram: o aumento dos protocolos de limpeza; medição de temperatura em todas as portarias e encaminhamento para serviços de saúde no caso de pessoas com febre; uso obrigatório de máscaras em todos os funcionários; comunicação de medidas preventivas como lavar as mãos, usar álcool gel, manter distância, limpar as áreas de trabalho; entre outros. Para aquele colaborador, tanto da fábrica quanto administrativo que é considerado grupo de risco, teve a opção de trabalhar de casa, e os demais fazem revezamento. Além disso, a P&G conta com um ambulatório médico com enfermeiras e médicos em todas nossas fábricas, centros de distribuição e escritório central para que façam esse “primeiro atendimento” aos funcionários, caso sintam algum desconforto ou sintoma. Sendo assim, se tivermos algum caso confirmado, nosso colaborador já será encaminhado para uma unidade de saúde, particular ou pública, com um relatório feito pelo médico da P&G. Nós também iniciamos o programa Vibrant Living, na qual agregamos uma série de atividades de meditação, ginástica, entre outras. São atividades bem bacanas, pois muitas delas são feitas em família (pais e filhos) para que todos possam ter um momento mais divertido, calmo e, principalmente, de união. Como está o abastecimento de produtos? Desde as primeiras notícias relacionadas à pandemia, na China, observamos como o mercado iria se comportar. Quando percebemos a crise na Europa, principalmente na Itália, nos antecipamos e investimos em matériaprima e em estoques, para garantir o abastecimento de nossos produtos. Estamos monitorando rupturas diariamente, pois precisamos garantir que nossos produtos cheguem aos consumidores. Com isso, mantivemos nossos esforços de cidadania mais intensos e assumimos nossa missão de cuidar e abastecer as pessoas com nossos produtos que desempenham um papel essencial de levar saúde,

higiene e autoestima para dentro de casa. Não sabemos quanto tempo essa crise irá durar, mas nos comprometemos em fazer parte da solução. Para nós, as pessoas são nossa grande prioridade. Nosso compromisso é cuidar, principalmente, dos nossos colaboradores, consumidores e comunidade que atuamos, sendo uma força para o bem. Sabemos da importância de estamos conectados ao momento e não vamos medir esforços para ajudar as pessoas a passarem por isso. Temos a missão, junto com os varejos e indústrias, de cuidar e abastecer as pessoas com nossos produtos que desempenham um papel fundamental de levar saúde, higiene e autoestima para dentro de casa. Não só garantindo que eles cheguem aos seus mercados próximos de suas casas, mas indo além. Garantindo que eles cheguem àqueles que mais precisam nesse momento. Por isso, já doamos mais de R$ 40,000.000 em produtos de todas as nossas marcas para as comunidades mais vulneráveis aos impactos da pandemia e para profissionais de saúde e de hospitais que estão na linha de frente do combate à Covid-19. E para que essas doações chegassem ao maior número de pessoas, fizemos doações diretas para o Hospital Albert Einstein, Hospital São Paulo, hospitais do Paraná e do Ceará e quatro hospitais em Manaus (João Lúcio, Delphina Aziz, 28 de Agosto e Fundação de Pesquisa Tropical), e utilizamos a força de nossos parceiros como Cruz Vermelha e United Way, que já desenvolvem todo um trabalho de mapeamento das comunidades e instituições que mais estão precisando nesse momento. Nós também doamos 78 toneladas de cestas básicas para Paraisópolis e Capão Redondo, em São Paulo, via Projeto Vida Corrida e Associação das Mulheres de Paraisópolis e Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, via United Way e Gerando Falcões. O equivalente a R$ 360 mil. O futuro será com vendas via internet? Como a empresa se preparou para as transformações digitais e inovações? Nesse momento de crise, a P&G Brasil está se reinventando para entender melhor nossos consumidores por meio de algumas iniciativas. Sabemos que existem quatro ondas de picos de demanda e que em cada uma delas um canal de vendas diferente se destaca, passando pelo hipermercado, farmácias, atacarejo e o pequeno varejo. O e-commerce, por exemplo, está crescendo muito aqui. Por isso, nosso time de vendas, inteligência de mercado e desenvolvimento de categoria está monitorando diariamente a situação e trabalhando muito próximo dos nossos clientes para recomendar ações que impactem positivamente 15 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179


ENTREVISTA em seus negócios e satisfaçam às necessidades dos consumidores. Além disso, contamos com todo apoio e trabalho do Centro de Inovação da P&G, em Louveira, que é responsável por abrigar pesquisas para as unidades de cuidados com bebês, beleza, casa e higiene, femininos e orais com o objetivo de desenvolver produtos, embalagens e processos produtivos cada vez mais sustentáveis. É dedicado também a pesquisas com consumidores, que vão desde focus groups até sessões de realidade virtual. O centro ainda conta com tecnologias de ponta e as melhores máquinas. Existem equipamentos, muitos deles desenvolvidos exclusivamente para a P&G, que simulam condições climáticas, águas de diferentes países e até mini linhas de produção, para testar a viabilidade de um novo produto e desenvolver protótipos, antes que sejam aprovados e desenvolvidos os processos de produção para esses novos produtos e embalagens. Usamos também impressoras 3D e IoT em diversos dos nossos testes. O Quais as suas expectativas e da Cia daqui para a frente? Como disse, é um sonho liderar uma grande empresa como a P&G. O que eu quero é mais do que entregar as métricas, meu time e eu temos um projeto para o Brasil. Nós queremos crescer, colocar o país cada vez mais como protagonista e ser o terceiro maior mercado em potencial. Nós também queremos servir de inspiração para a P&G no mundo, tendo um centro de inovação, com todos os desafios macroeconômicos para crescer de forma rentável, isso permite demandas e que a gente crie soluções inovadoras. Temos o desejo de transformar desafios em uma motivação para que seja uma inspiração para o mundo e que as minhas pessoas sejam reconhecidas por isso no mundo. Qual o seu plano de futuro, sucessão? Pensa em parar de trabalhar breve? Eu venho de uma família que é muito trabalhadora e acredito que ser ativa é muito importante. O que eu penso é de sempre estar definindo o próximo degrau da Juliana, isso me ajuda desde sempre. É importante ter autoconhecimento, além de buscar e trabalhar sempre para a melhor versão de mim mesma através de experiências, contatos e conhecimentos. Acredito que o mais importante é hoje ser melhor do que ontem e assim vai.

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O que nos espera no pós pandemia na sua avaliação? A P&G tem a inovação em seu DNA e esse momento foi uma grande prova disso. Nós conseguimos nos adaptar muito rapidamente à situação, criando soluções internas e externas, e isso, com certeza, terá um legado positivo na cultura da nossa companhia quando tudo se normalizar. Um dos principais aprendizados tem sido a união do varejo e da indústria em prol de um objetivo comum, a missão de cuidar das pessoas e abastecer a população. Esta união tem estreitado nossos relacionamentos num nível que certamente perdurará após a crise. Outro aprendizado importantíssimo tem sido a viabilidade de utilizar ferramentas digitais tanto entre colegas da empresa como em contatos com nossos clientes. Essas ferramentas nunca substituirão a importância da presença física na construção de um relacionamento de confiança, mas trarão produtividade e um aumento na frequência de contatos. A situação também está trazendo aprendizados importantes relacionados ao comportamento dos consumidores e como o varejo deve se portar diante desse cenário. Sabemos que existem quatro ondas de picos de demanda e que em cada uma delas um canal de vendas diferente se destaca, passando pelo hipermercado, farmácias, atacarejo e o pequeno varejo. O e-commerce, por exemplo, está crescendo muito aqui. Por isso, nosso time de vendas, inteligência de mercado e desenvolvimento de categoria está monitorando diariamente a situação e trabalhando muito próximo dos nossos clientes para recomendar ações que impactem positivamente em seus negócios e satisfaçam às necessidades dos consumidores. Outro grande legado que essa crise irá deixar é a solidariedade e a colaboração. Esperamos que isso seja um legado para a economia como um todo. Que a colaboração e a solidariedade façam parte dessa economia nova que vai emergir depois dessa crise Qual a mensagem que gostaria de deixar aos leitores da Revista Supermix? Nós sabemos que os próximos meses ainda serão de muita volatilidade e vão demandar de todos nós três coisas: adaptabilidade, resiliência e empatia, e eu espero que esse momento faça com que a gente desenvolva essas competências tão úteis e importantes. E, principalmente, que mesmo com toda essa situação difícil, a gente consiga resgatar alguma coisa positiva.



POR DENTRO DO SETOR Marilan adquire Casa Suíça e expande atuação para o mercado de panettones e bolos A Marilan, especialista em biscoitos e a segunda maior fabricante da categoria no País, anuncia a aquisição da empresa Casa Suíça, uma das principais do mercado de panettones e bolos. A transação marca a entrada da companhia nestas categorias de alto valor agregado. A compra da Casa Suíça está alinhada aos planos da Marilan de alcançar crescimentos expressivos nos próximos anos. “Assim como a expansão orgânica no mercado de biscoitos, as aquisições de empresas e a entrada em novas categorias e mercados também fazem parte da nossa estratégia de crescimento. Acabamos de inaugurar nossa nova unidade industrial em Igarassu/ PE, e agora com esta aquisição, a Marilan, que está presente em mais de 70% dos lares brasileiros, ampliará a distribuição da marca Casa Suíça, atualmente concentrada nas Regiões Sul e Sudeste”, explica Sérgio Tavares, presidente da Marilan. A Casa Suíça foi fundada em 1996 pelo mestre confeiteiro suíço Emile Otto Eichenberger com o objetivo de levar a confeitaria suíça para a mesa de milhões de brasileiros. Sua excelência em confeitaria está presente em um amplo portfólio de panettones e bolos de qualidade incomparável. Atualmente, emprega mais de 800

pessoas em suas duas unidades industriais, em Jandira e Itapevi/ SP. Fundada pela família Garla em 1957, a Marilan reforça seu espírito empreendedor ao fazer sua primeira aquisição e amplia seu portfólio de produtos forneados (biscoitos, torradas, snacks e agora com bolos e panettones). “Assim como a Marilan, a Casa Suíça tem a qualidade como um valor central”, aponta Rodrigo Garla, presidente do conselho de administração. A transação será concluída após a aprovação do CADE.

Transparência sobre emissões de gases de efeito estufa leva JBS à categoria Ouro no Selo Clima Paraná Participante da iniciativa do Governo do Paraná desde 2016, empresa recebe a outorga pelo quinto ano consecutivo e integra, pela primeira vez, a categoria Ouro A JBS recebeu o Selo Clima Paraná, iniciativa do governo paranaense que reconhece o esforço das empresas que reportam de forma voluntária à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) as informações referentes à contabilização de emissão de gases de efeito estufa (GEE). Com a verificação por terceira-parte de suas emissões de GEE nesse ano, a JBS passou a fazer parte da categoria Ouro. A 6ª edição da iniciativa contou com a participação de 115 unidades produtivas, agregadas por 46 empresas e teve cerimônia on-line de premiação. Para o reporte, foram coletados dados relativos à utilização de combustível para geração de energia nas plantas, consumo de energia elétrica, análise dos efluentes gerados pelas plantas e consumo dos combustíveis 18 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

utilizados para transportes. “O Selo Clima Paraná reconhece o nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e os nossos esforços de transição para uma economia de baixo carbono”, comenta Claudia Jardim, gerente de Sustentabilidade da JBS. “A cada ano temos reduzido nossas emissões no estado por meio de ações como o uso exclusivo de combustível renovável em nossas caldeiras e a busca constante por soluções inovadoras em nossos processos produtivos”, completa. A JBS possui oito unidades produtivas no estado paranense, nos municípios de Campo Mourão, Carambeí, Jacarezinho, Jaguapitã, Lapa, Rolândia, Santa Fé e Santo Inácio, além de fábricas de ração e incubatórios.


POR DENTRO DO SETOR

Varejistas podem aderir ao PIX via sistema RP Info Com o objetivo de ajudar os varejistas a aderirem ao PIX, a RP Info lança uma atualização do seu sistema que permite pagamentos por meio desta nova modalidade. De maneira rápida e prática, a ferramenta da RP Info permite que os clientes paguem as suas compras 24h por dia, sete dias por semana, com o valor transferido para o recebedor em até 10 segundos. Além da rapidez, a principal vantagem é a redução de custos, já que o varejo costuma trabalhar com taxas elevadas nas operações via cartão. Segundo o diretor de desenvolvimento da RP Info, Leandro Berres, esta é uma das novidades de 2020 motivadas por um cenário de pleno desenvolvimento tecnológico. “A pandemia acabou agilizando a implementação de diversas tecnologias, entre elas o PIX. Esta evolução vai proporcionar que os supermercados possam adotar estratégias mais agressivas, já que a economia poderá ser repassada em forma de investimentos ou de ofertas aos clientes”. O gerente de desenvolvimento da empresa, Emerson Frigo, destaca a importância de os supermercados utilizarem o PIX como estratégia de negócio. “Além de toda a economia de recursos e de tempo, a nova modalidade de pagamento passa a ser um diferencial na escolha dos estabelecimentos pelos consumidores, já que é algo super prático e que não exige contato físico com equipamentos, cartões ou dinheiro”. Os clientes da RP Info que utilizam Sitef e que tenham o módulo CardSE contratado junto ao Software Express

estarão aptos a utilizar. Basta solicitar a atualização do sistema de Frente de Caixa. A atualização não terá custo ao consumidor. Caso não utilize módulo Sitef CardSE, basta solicitar a aquisição. A expectativa é que 90% da base de clientes aptos da RP Info façam a adesão. Para efetivar o processo, o supermercado deve cadastrar as chaves PIX na sua instituição financeira. PIX na prática nos supermercados O cliente solicita ao operador de caixa para efetuar pagamento de compra via PIX; O operador de caixa aciona forma de pagamento PIX (via Sitef); A Frente de Caixa inicia comunicação com Sitef, que faz a comunicação com o Banco Central para iniciar a transação PIX; A Frente de Caixa monta QR Code para pagamento que pode ser visualizado tanto na tela do operador de caixa quanto na tela do cliente e no Pinpad (equipamento ligado fisicamente ao PDV para pagamento com cartão de Crédito/Débito); Cliente aciona a forma de pagamento via aplicativo instalado em seu celular (aplicativo do banco, fintechs, etc) e efetua leitura do QR Code gerado pela Frente de Caixa para efetivar pagamento via celular; Frente de caixa consulta se o pagamento está ok junto ao Sitef (que por sua vez comunica com o Banco Central para validações da transação de pagamento); O pagamento estando ok, a Frente de Caixa finaliza processo com Sitef efetivando pagamento no cupom. 19 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179


POR DENTRO DO SETOR

uma iniciativa da Nestlé para apoiar o pequeno varejista A Nestlé criou o aplicativo Mercado Até Você para ajudar os pequenos comerciantes de todo o país, que podem montar um e-commerce sem custo de entrada e mensalidade. A iniciativa foi desenvolvida pelo time de Transformação Digital da companhia após a identificação de uma série de dificuldades enfrentadas por estes lojistas. Uma pesquisa divulgada em outubro deste ano pelo Sebrae aponta que entre os pequenos negócios no país, mais de 70% tiveram queda de faturamento. A companhia acredita que a digitalização pode ajudar estes comerciantes a manterem os negócios. “Aplicamos o conhecimento que temos acumulado em transformação digital para desenvolver esta iniciativa com o objetivo de apoiar os pequenos varejistas, que fazem parte de uma rede de parceiros muito importantes para a Nestlé. Queremos dar todo suporte para uma operação que é nova para eles, ajudando nesta jornada de reconstrução que tem se revelado estratégica para a manutenção dos negócios. Estamos juntos neste processo e nos conectando cada vez mais com nossos parceiros”, explica Carolina Sevciuc, diretora de Transformação Digital da Nestlé. Com o serviço, o lojista oferece uma espécie de mercado de bairro online para os consumidores da região, que ganham, com ele, comodidade, praticidade e segurança. E os clientes, por sua vez, prestigiam os lojistas que conhecem e sentem confiança. Assim, eles valorizam o comércio local, promovendo geração de renda e negócios onde moram. Para o varejista: • A loja é simples de ser criada • Comerciante define o preço, horário e a forma de entrega para clientes que ficam de 1 a 8 km da loja física • O dinheiro das vendas cai na conta do comerciante 20 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

• Comerciante paga só 3,9% sobre o que vender e nada mais • Lojista escolhe quais produtos vender, independentemente de serem Nestlé • A Nestlé investe em mídia para ajudar o varejista a vender ainda mais • Ajuda de profissionais para desenvolver o negócio online Para o consumidor: • Poderá pagar com cartão de crédito no ato da compra, o que também lhe trará mais segurança. • Comodidade de receber em casa • Apoiar comércio local Ajuda e Ganhe A Nestlé criou uma dinâmica que pode beneficiar o consumidor ainda mais. Com a promoção Ajude e Ganhe, ele pode indicar comerciantes do bairro para o Mercado Até Você. E quando eles aceitarem, recebe até 100 reais em compra para cada nova loja que fez cadastro a partir de seu convite. O passo a passo é bem simples para quem deseja ajudar um varejista de seu bairro: • Baixar o APP Mercado Até Você • Clicar no banner da promoção Ajude e Ganhe no APP para indicar um varejista • O lojista indicado deve preencher o formulário no site e colocar o código de quem indicou • A loja virtual indicada será montada em poucos dias • Na primeira venda, a loja lucra e o consumidor também lucra com a indicação (50% da 1a venda da loja, limitado a R$100 de crédito para o consumidor) Serviço Mercado Até Você - www.mercadoatevc.com.br Ajude e Ganhe - https://www.mercadoatevc.com.br/ ajudeeganhe


POR DENTRO DO SETOR Grupo HEINEKEN recebe um ouro e outros oito troféus no prêmio POPAI Brasil 2020 O Grupo HEINEKEN no Brasil, segunda maior cervejaria do País, comemora este ano a conquista de nove troféus em oito categorias diferentes do Prêmio POPAI Brasil, número recorde para e empresa desde que começou a concorrer ao prêmio. Todos os projetos foram criados por agências e fornecedores parceiros, que inscreveram suas criações no concurso, conhecido como o “Oscar do Varejo”. O prêmio está em sua 20ª edição e tem como missão reconhecer os melhores projetos, materiais e ações de merchandising realizadas nacionalmente nos pontos de venda. Este ano, primeira vez em versão totalmente on-line, foram avaliadas 67 categorias diferentes. “Nós buscamos constantemente a qualidade em nossas entregas para oferecer a melhor experiência aos nossos consumidores e, ser reconhecido por um prêmio tão importante para o segmento varejista, ajuda-nos a entender que estamos no caminho certo, além de nos motivar a continuarmos inovando em nossas comunicações no ponto de venda”, comenta Jussara Calife, gerente de Trade Marketing do Grupo HEINEKEN no Brasil. Os prêmios conquistados pelo Grupo e seus parceiros foram: 1. Ouro na categoria: “Ponta de Gôndola – Semi permanente ou permanente” Marca: Heineken® 0.0 Criação: Integer/OutPromo e Promo2Go Case: Ponta de Gôndola sob medida – Lançamento Heineken 0.0 2. Prata na categoria: “Bebidas Alcoólicas & Tabaco - Temporário” Marca: Heineken® Criação: Agência EA e Promo2Go Case: Display Estrelas UEFA 3. Prata na categoria: “Customer Experience” Marca: Heineken® Criação: Agência EA e Casion Case: Chegadeira 4. Prata na categoria: “Ilhas Promocionais P Temporário” Marca: Heineken®

Criação: Agência EA e Promo2Go Case: Display Heineken F-1 S 5. Bronze na categoria: “Ilhas Promocionais M – Temporário” Marca: Amstel Criação: Agência EA e Arquifoam Case: Arquibancada Amstel 6. Prata na categoria: “Campanha Promocional – Ação Promocional” Marca: Heineken® Criação: Agência EA e Gravotech Case: Tacelaria Heineken® 7. Prata na categoria: “Materiais Leves / Sinalização - Temporário” Marca: Heineken® Criação: Agência EA e Promo2Go Case: Glorifier Heineken® F-1 8. Bronze na categoria: “Materiais Leves / Sinalização - Temporário” Marca: Amstel Criação: Agência EA e ArquiFoam Case: Arquibancada de Gôndola 9. Bronze na categoria: “Materiais Leves / Sinalização – Semi-Permanente ou Permanente” Marca: Heineken® Criação: Integer/OutPromo e Promo2GO Case: Moldura de gôndola – Heineken® 0.0

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94,4% das pessoas consultadas afirmaram que recomendariam o produto Frimesa que experimentaram.

Iogurtes Frimesa. Quem experimenta, recomenda.

Os Iogurtes Frimesa são a alegria em qualquer hora do dia. São seis sabores na linha de Iogurtes Tradicionais, quatro sabores na linha de Iogurtes Grego, três sabores na linha de Iogurtes Camadas e muito mais. Escolha o seu preferido! Com certeza, você também vai recomendar.


frimesa.com.br

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NOTÍCIAS

João Galassi é eleito presidente da Abras O empresário e líder setorial João Galassi é o novo presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) para o biênio 2021/2022. Ele foi eleito por unanimidade durante Assembleia Geral realizada nesta segunda-feira (30), que reuniu toda a diretoria da entidade nacional. O empresário assume o cargo em janeiro de 2021. Natural de Campinas, interior de São Paulo, Galassi é formado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e possui MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Iniciou sua carreira empresarial nos negócios da família, contribuindo com o desenvolvimento da rede de Supermercados Galassi, com mais de 50 anos de existência na sua terra natal. “É uma grande honra presidir a Associação de Brasileira de Supermercados e poder contribuir com o fortalecimento dessa entidade tão representativa no cenário empresarial do país. Assumo esse novo desafio com muita responsabilidade e com o objetivo de trabalhar pela evolução e competitividade do ambiente de negócios no Brasil”, declarou João Galassi. Entre os principais pleitos da nova gestão estão a volta da comercialização dos medicamentos seguros nos supermercados, os Mips, a Reforma Tributária, e a chegada do Pix na forma de pagamentos de vouchers (valealimentação). João Galassi também ressaltou como prioridades de seu mandato o fortalecimento institucional da

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ABRAS e a reestruturação/modernização interna da entidade, investindo em pessoas, processos, tecnologia e estrutura. “Queremos que a ABRAS se torne referência em associação setorial e amplie a capacitação profissional virtual no setor supermercadista, reforçando os conteúdos nas áreas social, ambiental e de governança”, completou. Outras atuações João Galassi foi presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS) de 2010 a 2014. É também empreendedor na área educacional e eventos corporativos, e atua no Conselho de Administração de empresas de diferentes setores.


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ABRAS e GfK iniciam pesquisa inédita com as redes supermercadistas A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) em parceria com a GfK está iniciando uma pesquisa inédita com as redes supermercadistas de todo o Brasil para identificar o que elas esperam da entidade nacional nos próximos anos. De acordo com o presidente eleito da ABRAS para o biênio 2021-2022, João Galassi, a ação faz parte da nova pauta de trabalho da entidade, que prioriza a aproximação com os empresários de supermercados e maior participação da ABRAS no dia a dia das empresas, buscando auxiliar no desenvolvimento dos negócios, na melhoria dos resultados e na preparação de uma nova agenda. “Estamos muito empenhados em buscar diretamente com as empresas supermercadistas novas soluções que possam contribuir com o desenvolvimento e a modernização do setor. Uma parceria fundamental para a evolução do autosserviço brasileiro”, declara Galassi. A pesquisa acontece até o final de fevereiro. A expectativa da diretoria da Associação Brasileira de Supermercados é reunir informações de todas as empresas participantes do Ranking ABRAS.

Abras pede ao Governo Federal prioridade de vacinação contra a Covid-19 para trabalhadores essenciais A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) participou de reunião com o Ministro-Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, General Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, no dia 15/12, em Brasília, e aproveitou a oportunidade para entregar ao ministro dois ofícios solicitando a vacinação prioritária contra a Covid-19 para os trabalhadores das atividades essenciais, e ofertando os supermercados como posto de vacinação. Participaram da reunião o então presidente da Abras, João Sanzovo Neto, o presidente eleito da Abras para o biênio 2021-2022, João Galassi, o vice-presidente, Antônio Cesa Longo, que é também presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), e o deputado Ubiratan Sanderson (PSL/RS).

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NOTÍCIAS

Vendas do autosserviço nacional acumulam alta de 5,94% O setor supermercadista acumula alta real (deflacionada pelo IPCA/IBGE) de 5,94% até outubro na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), apurado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade. Em relação a outubro de 2019 a alta foi de 12,43%, e de 7,35%, quando comparado ao mês de setembro de 2020. “O nosso resultado acumulado reflete o comportamento do consumidor adquirido na pandemia, que continua priorizando o consumo dentro do lar, e a continuidade do auxílio emergencial. Um crescimento acima do esperado pelo setor para o ano. A projeção inicial da ABRAS, divulgada em janeiro de 2020, estava em 3,9%. Acreditamos que nos próximos meses os números devem se manter no patamar de 5%”, destaca o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto. *A cesta Abrasmercado não é a cesta básica, mas, sim, uma cesta composta por 35 produtos mais vendidos nos supermercados: alimentos, incluindo cerveja e refrigerante, higiene, beleza e limpeza doméstica.

Abrasmercado Em outubro, o *Abrasmercado registrou alta de 3,56% na comparação com setembro, passando de R$ 576,40 para R$ 596,93. No acumulado dos 12 meses (outubro2019/outubro2020), o valor da cesta subiu 26,49%. As maiores quedas nos preços foram registradas nos produtos: cebola, -20,71%, farinha de mandioca, -7,98%, desinfetante, -2,93%, leite longa vida, -2,86%, e biscoito cream cracker, -2,57%. As maiores altas foram nos itens: batata, 40,27%, tomate, 20,21%, óleo de soja, 20,07%, arroz, 12,37%, e frango congelado, 8,12%. Regiões No mês de outubro todas as regiões brasileiras registraram alta no preço da cesta Abrasmercado. A Região Nordeste foi a que apresentou a maior variação positiva, 4,29%, e passou de R$ 503,56, em setembro, para R$ 525,16, em outubro. Veja mais na tabela abaixo. 26 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

Índice de Confiança Os empresários de supermercados estão mais otimistas, de acordo com o último Índice de Confiança do Supermercadista, elaborado pela ABRAS em parceria com a GfK, em outubro, que chegou a 60,8 pontos (numa escala de 0 a 100) ante 59,1 pontos registrados em agosto. O resultado foi impactado pelas perspectivas de retomada da economia.


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PERFIL

uma trajetória de 30 anos em prol do desenvolvimento do varejo A RP Info iniciou a sua trajetória no dia 1º de abril de 1991, fundada pelos irmãos Ricardo, Ronaldo e Roberto Pocai. Inicialmente, a empresa começou as suas atividades em Clevelândia, no Paraná, e depois manteve as suas operações em Pato Branco. Atualmente, possui uma matriz em Mariópolis e unidades em Curitiba e São Paulo, além de contar com núcleos técnicos em 17 estados. A empresa atende mais de 1.800 lojas, realiza mais de 500 projetos por ano e conta com aproximadamente 100 colaboradores. Pensando nos supermercados que atende, a RP INFO apoia o HIPE Innovation Center, um espaço colaborativo de 2 mil m² localizado em Curitiba, no Bairro Rebouças, coração do Vale do Pinhão. Este é um novo conceito para empreendedores “fora da caixa”, que acreditam que a colaboração e a inovação aberta são o futuro do setor. Com esta grande inovação, a empresa vai poder, de maneira colaborativa, desenvolver e atualizar soluções acompanhando as tendências e acontecimentos do Novo Varejo (New Retail). Além de ser especialista em supermercado, a RP também conta com sistemas para centrais de negociação e automação de processos de loja e para centros de distribuição. Outros segmentos também

Tiago Nascimento Diretor Comercial

podem ser integrados ao mesmo sistema, como postos de combustível, panificadora e centrais de negociação. A inovação está no DNA da RP Info, por isso, seus processos estão sempre em constante evolução, sendo adaptados e atualizados para aumentar a eficiência, a produtividade e, consequentemente, a lucratividade dos seus clientes. São diversas soluções desenvolvidas com as últimas tecnologias disponíveis no mercado. Além disso, a empresa se preocupa em garantir sistemas seguros e ágeis, que proporcionam praticidade e flexibilidade nas operações do dia a dia. ERP: a inteligência de dados para o varejo A migração das planilhas para um ERP representa uma transformação total e é o sinal de que a empresa atingiu maturidade necessária para repensar o próprio negócio e criar planejamentos assertivos, baseados em dados e informações reais da própria empresa. Com a pandemia, os ERP’s se tornaram ainda mais essenciais, pois mais do que nunca os supermercados tiveram que se ater aos dados para conhecer as mudanças no comportamento do consumidor, podendo, assim, planejar suas operações comerciais de acordo com o “novo normal” do seu cliente. O cenário incerto e a pandemia não impediram a RP Info de conquistar excelentes resultados em 2020, motivados pelo fato de os supermercados permanecerem na linha de frente e acelerarem os investimentos em tecnologia. Neste cenário, o sistema ERP se tornou peça-chave para as lojas acompanharem as mudanças no perfil do consumidor. As turbulências coincidiram com uma mudança na diretoria comercial da empresa, assumida por Tiago Nascimento após uma trajetória de 15 anos na RP. “Os supermercados não pararam e precisávamos dar munição para eles manterem o abastecimento para a população. Muitos varejistas necessitavam de um software de gestão de qualidade para conseguir visualizar todos os números da empresa, além de deter o controle de todo o negócio”, disse o diretor comercial.


DE OLHO NO VAREJO

Grupo Ivasko inaugurou Mariano Atacadista em São Mateus do Sul Em uma área total de 5 mil m², sendo 2 mil m² de área de vendas, o Grupo Ivasko inaugurou o Mariano Atacadista no Município de São Mateus do Sul. Amplo e moderno, o novo supermercado gerou 70 empregos diretos e oferece bons preços e serviços para os consumidores. A loja é uma das maiores do grupo e foi construída

em tempo recorde: apenas cinco meses. Participaram da inauguração o fundador do Grupo Ivasko, Mariano Ivasko, que foi homenageado pelos filhos Zeka e Paulo, além de outros membros da família que também atuam nos empreendimentos – como Edna Ivasko, responsável pelo acompanhamento da obra do novo supermercado.

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DE OLHO NO VAREJO

Condor inaugura novo conceito de loja O perfil do novo consumidor motivou o Condor a se reinventar e lançar um novo conceito de loja, o Condor Express, localizado no Auto Posto Condor da Rua General Mario Tourinho, 2066, em Curitiba-PR. O empreendimento, que recebeu um investimento de R$ 1,5 milhão, une a praticidade das lojas de conveniência, a funcionalidade de um supermercado compacto e os diferenciais de uma loja gourmet. O espaço de 350 m² conta com com açougue, padaria, confeitaria, hortifruti, perecíveis, adega e bebidas geladas. “O consumidor quer encontrar tudo o que precisa em um único lugar e fazer uma compra rápida, prática e assertiva. Por isso, criamos um conceito que coloca os itens de um supermercado dentro de uma loja de

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conveniência, com características intimistas de uma loja de vizinhança, mas com o diferencial de um espaço gastronômico aconchegante”, afirma o presidente do Condor, Pedro Joanir Zonta. Entre os diferenciais do Condor Express está o espaço gastronômico, que oferece um cardápio que resgata as receitas da culinária de boteco de Curitiba, como o tradicional pão com bolinho, além de dadinhos de tapioca e uma linha gourmet de sanduíches, com ingredientes como presunto royale. O local também vai contar com um café colonial durante o período da manhã e da tarde. O Condor Express conta com um estacionamento para 500 vagas rotativas por dia.


DE OLHO NO VAREJO

Lojas Beal passam a se chamar Festval Em um projeto de reestruturação de marca, as cinco lojas Beal de Cascavel passaram a se chamar Festval. Ambas as marcas pertencem à Companhia Beal de Alimentos e, agora, serão chamadas pelo mesmo nome. A história do grupo começou em 1972 com um pequeno supermercado da Família, que sempre teve um propósito muito claro: encantar os clientes e proporcionar experiência. A preocupação da rede com o bem-estar dos clientes a fez ir além de oferecer produtos de qualidade, criando um ambiente aconchegante e acolhedor. Em 2003 surgiu a oportunidade de adquirir a marca Festval em Curitiba, na época com 3 lojas, permitindo levar todo o conceito a um novo patamar. Com o “jeito Beal de atender” proporcionando

experiências e sabores ainda mais encantadores, passou a contar com a fabricação própria de uma série de produtos, como bolos, pães, pizzas, entre outros, prezando pelo cuidado, carinho e a seleção de ingredientes. Além dos produtos de importação própria, que vêm da América, Europa, Ásia e Oceania, O Festval também introduziu marcas próprias, como a Mamma Bia, Festval Natural e Dia a Dia, que vêm se consolidando entre os clientes como produtos realmente diferenciados. Hoje, passados 48 anos desde que tudo começou, é uma das maiores redes supermercadistas do Paraná, com 20 lojas no total, sendo 14 em Curitiba, 1 em Pinhais e 5 em Cascavel, além de um centro de distribuição, também em Curitiba.

Rede Verona inaugura supermercado gourmet no Boulevard Londrina Shopping O Grupo Verona inaugurou em Londrina a sua primeira loja dentro de um shopping. Em um espaço de 6.020 m², no Boulevard, a unidade recebeu um investimento de R$ 10 milhões e conta com 180 novos colaboradores. O novo modelo Gourmet vai priorizar a excelência no

atendimento e qualidade de carnes e verduras. O Verona é atualmente a sexta rede do setor do Paraná em faturamento e está entre os 100 maiores supermercadistas do Brasil. O Grupo tem 16 lojas multicanais em oito cidades do Paraná e mais de 1,4 mil funcionários.

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DE OLHO NO VAREJO

Inovações Tecnológicas para o varejo A RenovRetail, empresa especializada em soluções inovadoras para o varejo, inaugurou um centro tecnológico dentro do Shopping Aurora, em Londrina. O diretor-geral Álvaro Farana explica que o laboratório terá como foco produtos que “de fato enderecem às questões do dia a dia dos clientes” do setor. Serão soluções que vão ajudar os varejistas a controlar melhor suas empresas, aumentar a rentabilidade através dos nossos produtos. Temos produtos baseados em várias tecnologias, de inteligência artificial (IA), análises preditivas, câmeras inteligentes, machine learning, checklist digital gerenciando automaticamente atividades da loja, sistema PDV, Shop Go, analises baseado em neurociência entre outros, é uma gama extensa de produtos detalha o Diretor Geral. “A gente não vai entrar no modismo, nós vamos criar nossas próprias opções”. Londrina, foi escolhida para a implantação do centro de soluções tecnológicas pelo seu grande ecossistema de inovação, com startups, apoio do poder público e das universidades e empresas multinacionais instaladas no município. “Esse foi um dos motivos, além do fato importante de nós termos um grande cliente e parceiro, que é o Grupo Muffato”, diz Farana. “Eles serão incubados dentro da RenovRetail, onde terão uma célula de desenvolvimento e inovação com

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a gente. Obviamente, como vamos estar dentro do mesmo espaço, no Shopping Aurora, onde eles têm uma loja Super Muffato Gourmet, isso vai facilitar muito para desenvolvimento e eventuais testes dos nossos produtos na loja deles”, além de outros varejistas do shopping, justifica o diretor. Farana tem 30 anos de experiência em tecnologia para varejo, incluindo a presidência da Tlantic, uma empresa de tecnologia criada pela rede de supermercados portuguesa Sonae, além da Tlantic, Farana também tem passagens como VP de TI na varejista de material de construção Dicico, WalMart Brasil, presidência Construsoftware empresa varejista do Grupo Construdecor, e atualmente como diretor executivo de outras empresas de tecnologia voltada para o varejo. Atualmente, o Grupo Muffato é a quarta maior rede varejista do setor de alimentos do Brasil, com 17 mil funcionários diretos, 10 mil empregados indiretos e 10 milhões de consumidores mensais. Ele conta com 67 lojas (entre varejo e atacado), que estão espalhadas por 25 cidades; cinco Centros de Distribuição; nove postos de combustíveis; dois shoppings centers. O Grupo Muffato conquistou o prêmio Advantage/ SA Varejo de Colaboração 2020, como a rede supermercadista que mais evoluiu na geração de soluções centradas no consumidor.


DE OLHO NO VAREJO

Supermercado Rickli reinaugura loja em Arapoti O Supermercado Rickli reinaugurou a sua filial de Arapoti após uma reforma e modernização da unidade. Foi trocado todo o piso e alguns equipamentos para diminuir o consumo de energia, também foram instalados novos painéis para dar uma visão mais moderna. O supermercado passa a contar com mais 100 vagas de estacionamento e o depósito também recebeu investimento em uma reestruturação para garantir a qualidade dos produtos.

A loja de Jaguariaíva também foi reinaugurada após passar por uma ampliação e adequação de comunicação visual, disposição de gôndolas, troca de pisos e mobiliários. Localizado em Jaguariaíva na área central da cidade, a loja possui uma grande área construída, amplo estacionamento e oferece grande variedade de produtos e um ambiente moderno, que traz muito conforto para os clientes. O empreendimento gerou mais 40 empregos diretos.

Creditos : Voz do Povo - Arapoti 33 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179




PONTO DE VISTA

Estudo de Valuation é a base para uma boa negociação A situação de algumas empresas por conta da crise provocada pelo novo coronavírus está sendo um grande desafio para sua perpetuidade e ao mesmo tempo, a crise desenha uma excelente oportunidade para outras. Entre os principais fatores de sucesso para uma parte dessas empresas está a possibilidade de cada uma delas ser negociada neste momento tão delicado, o que, por vezes, acaba gerando um ganho para os acionistas em valores talvez sequer imaginados pelos investidores, sócios ou simplesmente donos. Contudo, esse valor considerado previamente como portentoso poderia, sim, ser muito maior. Isso ocorre porque muitas empresas simplesmente desconhecem as suas próprias informações. Alguns empresários não sabem ou não possuem informações básicas sobre os seus negócios. Sim, é a mais pura realidade. Informações como a expectativa de faturamento da empresa para os próximos anos, qual o seu ponto de equilíbrio, qual estratégia operacional ou tática que deve ser empregada nos exercícios são alguns exemplos de informações que muitos proprietários de empresas desconhecem. Geralmente, na visão do dono, existe um “achômetro” do valor ideal de venda de sua empresa, não levando em consideração informações técnicas como as fornecidas durante um processo de Valuation. Valuation é o termo em inglês para “Avaliação de Empresas”, “Valoração de Empresas” e “Arbitragem de Valor”. Normalmente é a área de Finanças que estuda o processo de se avaliar o valor de determinado ativo, financeiro ou real. Segundo o “Papa do Valuation”, Aswath Damodaran, saber o valor de um ativo não é um pré-requisito para sucesso nos investimentos, mas ajuda o investidor a tomar decisões mais inteligentes. Assim, ele é capaz de compor a base de informações técnicas e evidentes para um boa negociação entre as partes pois, afinal, o futuro é sempre incerto e possibilidades de erros e estimativas sempre irão existir. Hoje, com a covid-19, podemos perceber que todo o planejamento que uma empresa possa ter definido no final de 2019 ou início de 2020, dificilmente se concretizou. Foram tantas variáveis que as empresas, mesmo corrigindo os desvios, dificilmente conseguiram atingir as metas e planos elaborados. Independentemente de qualquer definição estratégica, o Valuation é apenas uma das etapas que um empresário deve seguir para pensar na negociação e venda de um negócio. É necessário avaliar alguns outros pontos, como potenciais interessados com capacidade de execução do negócio, elaboração de prospectos da empresa, acordos de confidencialidade, recebimento de propostas, processos de Due Diligence (Diligência Prévia, referese ao processo de investigação de uma oportunidade de negócio que o investidor deverá aceitar para poder avaliar os riscos da transação) e, finalmente, assinatura 38 36|| SUPERMIX SUPERMIX || EDIÇÃO EDIÇÃO 169 179

de contratos, sendo esse último tão importante quanto os outros. Em anos de experiência profissional tive a oportunidade de participar e acompanhar desdobramentos muito interessantes quando o contrato já estava assinado e a empresa havia entendido que o negócio estava realizado mas…não era bem assim. O fato é que muitos problemas acabam sendo detectados e reconhecidos pelo comprador somente quando este passa a dirigir de fato a nova organização. E, por vezes, são problemas trabalhistas, operacionais e tributários que, durante o processo de Due Diligence, não foram encontrados e acabam voltando a ser pauta e ajuste dos valores a serem pagos pelo negócio. Por essa razão, contratar uma empresa de consultoria séria e com capacidade de avaliar e direcionar corretamente os proprietários da empresa a ser vendida, minimiza riscos e reduz a exposição da gestão anterior. Além de que, praticamente, garante que a negociação com base no Valuation faça sentido. Quando comparamos a venda de uma empresa com a venda de uma casa, concluímos que não adianta nada contratar o corretor de imóveis para vender a casa, se a casa está em péssimo estado. Por mais que o dono queira um valor maior, esse valor não é sustentado pelo estado da casa. Nas empresas, a situação é similar, pois o processo de Due Diligence refere-se a essa visita do possível comprador. Se fisicamente, aos olhos do comprador, as informações não condizem com a documentação apresentada, dificilmente o negócio será realizado. Ou, se fechado, será por um valor menor do que o estabelecido no Valuation. Por fim, a pergunta que cabe para um processo de Valuation é: qual o valor justo de uma empresa? E a resposta é: aquele valor que satisfaz a expectativa do vendedor e possibilita um retorno adequado do capital investido do comprador. Eduardo Belli Neto Gerente de Controladoria e Planejamento Financeiro da Hesselbach Company.


PONTO DE VISTA

Interatividade é a bola da vez: 3 dicas para a estratégia da sua empresa Estamos na década do Social Marketing, rumo a um mercado conduzido por pessoas e não mais por empresas. Pensando nisso, fica o questionamento: como prender a atenção do público? Afinal, em uma sociedade que consome informação o tempo todo e que está cada vez mais organizada dentro de comunidades virtuais, fica ainda mais difícil conquistar a tão desejada lembrança de marca. A resposta para essa pergunta é simples: chame seu público para participar. As pessoas estão cada dia mais sedentas por relacionamentos, principalmente após um longo período de pandemia e isolamento social. E elas querem conversar com outras pessoas, não com

empresas. O Social Marketing, ou Marketing Interativo, é um conjunto de práticas e técnicas que visam incentivar a interação do público com a sua empresa. Uma estratégia extremamente assertiva para aumentar o engajamento e, assim, aproximar o cliente final da sua marca. Acabou a era em que a estratégia mais eficiente era aquela que ‘empurra’ o produto para cima do cliente. Agora, precisamos ‘puxar’ o público para um diálogo. Mas cuidado: não basta só sair distribuindo interatividade para todos os lados. Para gerar engajamento de verdade é preciso conhecer o seu consumidor e personalizar a conversa com ele.

Confira 3 dicas importantes para dar início a uma estratégia de Social Marketing no seu negócio: 1. Entenda o tom de voz da sua marca Como o seu cliente se expressa? Ele é mais paciente ou dinâmico? Precisa de explicações em detalhes ou você pode ir direto ao ponto? Quais são os valores que o guiam? 2. O básico funciona Comece com enquetes e caixas de perguntas no Instagram. O básico funciona e pode ser um ótimo teste para entender como seu público pensa e o que ele espera de você. 3. Para vender mais, pare de vender Responda perguntas, mostre os resultados dos seus serviços ou produtos, fale sobre assuntos relacionados e mostre que está disposto a entender e resolver os problemas do seu consumidor.

Fernando Faiad Soni Sócio fundador da agência de marketing digital Stardust

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PONTO DE VISTA

Inovação e tecnologia: Novos desafios das organizações pós pandemia O novo cenário com o coronavírus muda os hábitos, e as prioridades de consumo são alteradas. Com a pandemia de COVID-19, houve uma aceleração vertiginosa de principalmente dois pilares, a Inovação e Tecnologia, tanto para as empresas como para os consumidores. A crise da pandemia gerou perda de faturamento, queda nas vendas, isolamento social, insegurança do consumidor, e o investimento em Inovação e Tecnologia foi acelerado. Nesse novo mercado, se adaptar é a única forma de permanecer competitivo no mercado, onde os empresários, executivos e gestores precisam estar mais conscientes da importância do investimento em Inovação e Tecnologia. O pilar Inovação, as vezes é confundido com o termo “invenção” ou “investigação”, e inovar significa traduzir ideias novas em utilização prática, tanto do lado técnico, quanto comercial. A Inovação, enquanto processo competitivo, está voltada para orientação ao mercado, envolvendo principalmente três P’s, Produto, Processo e Pessoas. Segundo a pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as soluções inovadoras serão decisivas para as empresas enfrentarem os efeitos da COVID-19. Ainda, de acordo com a pesquisa, que envolveu mais de 400 corporações, 83% responderam que precisarão de mais inovação para crescer ou mesmo permanecer no mundo pós-pandemia. De uma forma simples, inovar significa fazer algo novo, de forma sustentada. Numa visão empresarial, a palavra “novo” é geralmente atribuída um significado de melhor ou diferente, tanto do ponto de vista de produtos ou serviços, como de processos. E não deve ser feita uma única vez, mas de forma continuada, pois a pista é rápida e a verdade é sempre provisória, e o mundo continua mais VUCA ou VICA- Volátil, Incerto,

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Complexo e Ambíguo, com a pandemia de COVID-19. E de outro lado, além da necessidade de uma contínua estratégia focada na Inovação, aparece a Tecnologia, como um dos pilares fundamentais para a sustentação das empresas. Aliás, a Tecnologia sempre foi um dos pilares estratégicos das empresas, mas a pandemia acelerou o seu avanço ao apresentar grandes necessidades para o mercado. As Tecnologias como big data, inteligência artificial e computação em nuvem se destacam no combate ao vírus e aprimoram a eficiência operacional de diversos setores. Em 2020, o comércio, empresas, restaurantes, bares e hotéis fecharam suas portas para o público e muitas salas de casa viraram home office. Neste cenário, a Tecnologia se mostrou uma protagonista importante para a transformação digital imposta, assim como no combate e prevenção da doença. Realmente, o vírus está sendo um grande acelerador do futuro, antecipando tendências e coisas que se acreditava que viriam muito mais para a frente. Uns dos principais avanços da Tecnologia na pandemia foi a adoção de aplicativos de delivery, que se tornaram vitais para as empresas. Outro grande avanço de tecnologia foi a popularização de aplicativos de comunicação digital, como o Zoom, Skype e outros. Na prática, eles se tornaram a via de conexão entre pessoas de todos os tipos e para todos os fins, tanto para reuniões de trabalho, para o Ensino à Distância, reuniões pessoais e familiares. E, não poderíamos esquecer das plataformas de streaming, tecnologia que envia informações multimídia, através da transferência de dados, que também se tornaram vitais na pandemia, pois com o cinema fechado, assim como o teatro e outros espaços


PONTO DE VISTA

de entretenimento, toda a demanda por distração foi para os aplicativos com Netflix, Amazon Prime, You Tube, entre outras. Com o aumento do consumo por meio digital, a Tecnologia é, sem dúvida, o ponto-chave da empresa que precisa se manter no mercado e inovar. De acordo com Comitê Gestor da Internet no Brasil, com a população em distanciamento social, permanecendo mais tempo em suas casas, o consumo pela internet e a busca por serviços de entrega aumentaram significativamente. Essa nova situação mostra que as empresas, independente do porte, precisam se adequar às novas formas de consumo. Um estabelecimento que depende da venda no balcão, por exemplo, precisa inovar e investir em tecnologia para continuar atendendo a demanda do seu público. E a interação por meio digital é o inicio das ações estratégicas que a loja pode tomar. O mercado empresarial como um todo passa por uma fase de adaptação para que os negócios possam manter as demandas dos clientes e manter as suas contas em dia. Agora, em um cenário crítico, é preciso repensar as estratégias e inovar até mesmo nas ferramentas já disponíveis, para que se adequem cada vez mais às mudanças do mercado consumidor. Devemos estar conscientes que investimento em Inovação e em Tecnologia terá, cada vez mais, forte influência para tornar o futuro das organizações mais seguro. E, principalmente, entender que todo o recurso aplicado em Inovação e Tecnologia é um investimento e não uma despesa, pois garante a permanência das empresas e seus negócios, mantendo as vendas e fidelizando os clientes. E a pesquisa do Grupo Datacenso, realizada em julho de 2020, com 200 comerciantes paranaenses, mostrou que mais da metade dos entrevistados ainda estava se preparando

para investir em Inovação e Tecnologia. Se, por um lado, a crise gera uma questão de aumentar o propósito do seu negócio, no sentido de que estamos todos enfrentando o mesmo problema, então os setores precisam se unir e trabalhar juntos. Por outro lado, a mudança na forma de trabalhar e se relacionar com o consumidor, ainda está em plena transformação. E, partindo da perspectiva de incerteza da duração desse cenário, não é possível prever o que mais pode surgir. Porém, de uma coisa eu tenho certeza: as coisas nunca mais serão como foram anteriormente, no que tange ao propósito das organizações para a manutenção dos clientes. A Inovação e Tecnologia serão grande aliadas para a manutenção dos negócios, principalmente para a área de comunicação, marketing e vendas. Pense nisso!!

Claudio Shimoyama CEO do Grupo Datacenso.

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PONTO DE VISTA

O Reflexo Atual da Judicialização do Direito Tributário no Supremo Tribunal Federal Em linhas gerais, com a promulgação da Constituição Federal em 1988, a estrutura organizacional do Estado brasileiro ganhou uma nova formatação que, pela necessidade, exigiu adequação dos entes federados em relação gestão de gastos públicos, uma vez que aumentou-se as despesas do Governo como um todo (União, Estados e Municípios) em virtude de ter o Texto Maior outorgado ao Estado a função de garantidor da ordem econômica, política e social, com o fim de efetivar na prática os direitos fundamentais individuais e coletivos estabelecidos. De igual modo, reduziu-se indiretamente a arrecadação de receitas fiscais para a União Federal ante a previsão expressa de que fossem divididos os valores arrecadados entre os Estados e Municípios por meio da divisão de competências para arrecadação dos tributos. Assim, antes de adentrar especificamente ao objeto de análise do presente trabalho, parte-se da ideia de que o Governo de um modo geral não teve outra alternativa senão a de buscar meios eficazes de elevar suas receitas como meio de equilibrar as contas públicas e cumprir com as finalidades constitucionais estabelecidas. Dessa maneira, outra alternativa não teve senão a de se utilizar da arrecadação tributária, em determinados pontos, agressiva como meio elementar para o funcionamento da máquina estatal. Alinhado a isso, a Constituição Federal destinou grande parte dos seus dispositivos para sistematizar a tributação nacional e, para tanto, foi necessário estabelecer determinadas especificidades relativas às regras tributação adotadas para cada tipo de tributo. Ou seja, mesmo com o modelo de competências tributárias adotadas entre União, Estados e Municípios, foi imperativo destinar parte da Constituição para prever e especificar critérios para instituição de cada tipo de tributo e prever materialidades econômicas peculiares e, por fim, definir as fontes de receitas para o custeio da Seguridade Social. Por essa e por outras características – não pertinentes de análise no presente momento – é que o Sistema Tributário adotado no Brasil ganha contornos de elevada complexidade em sua instrumentalização, 38 40|| SUPERMIX SUPERMIX || EDIÇÃO EDIÇÃO 169 179

seja pelos legisladores no momento da instituição dos tributos, seja pelos Órgãos Fazendários no momento da aplicação da regra matriz tributária, seja pela própria pessoa física ou jurídica destinatária da norma no momento da aplicação e interpretação da fato jurídicotributário decorrente das atividades econômicas realizadas. Em virtude disso, evidente que o contexto jurídicotributário nacional é repleto de posições conflitantes entre os intérpretes da legislação devido à complexidade da das fontes legais utilizadas, sem esquecer que o próprio Poder Legislativo não é dotado de rigor técnico adequado ao se tratar de matéria tributária, tratam-se de representantes populares que encontramse passíveis de cometer equívocos no momento da interpretação da Constituição Federal e na atividade legislativa de moldar a incidência tributária sobre a realidade econômica social. Em razão do contexto apresentado, é uma consequência lógica o fato de que as divergências interpretativas entre os interessados e as decorrentes posições conflitantes serão, ao final, reduzidas à termo pelo entendimento adotado no Supremo Tribunal Federal, em virtude de sua elementar função de ser o garantidor da manutenção ordem constitucional, seja por meio do Controle de Constitucionalidade Difuso ou do Controle de Constitucionalidade Concentrado, para o fim de colocar em prática a técnica constitucional de interpretação da norma jurídica tributária. Assumir a condição apontada é reconhecer ao Supremo Tribunal Federal a função de ser o intérprete sênior da intenção normativa por meio da criação de entendimento jurisprudencial vinculante a todos baseado na interpretação sistemática do Pretório Excelso sobre os limites, definições e intenções do texto vigente, em apreço ao rigor técnica e à segurança jurídica. Especialmente, ao se falar de matérias de Direito Tributário, que são as ações com maiores repercussões de cunho econômico. Para mensurar seu grau de importância perante o


PONTO DE VISTA Supremo Tribunal Federal, é imprescindível destacar que, a título ilustrativo, do total de Súmulas Vinculantes editadas pelo Supremo Tribunal Federal, 25% versam sobre questões relacionadas ao Direito Tributário e, com relação as Recursos Extraordinários com repercussão geral reconhecida, o índice chega a 28% dos casos com reconhecimento perante a Suprema Corte Constitucional, conforme estudos realizados pelo Ministra do Superior Tribunal de Justiça, Regina Helena Costa . A gama de temas discutidos no Supremo Tribunal Federal é enorme, vai desde questões relacionadas a definições constitucionais de competência até a instituição de contribuições para seguridade social, se estão ou não de acordo com a regra matriz constitucional prevista para cada tributo, garantias dos contribuintes em relação a cobranças e atos praticados pela Fazenda Pública. Os motivos da predominância da matéria tributária perante o Supremo Tribunal Federal não são de difícil identificação, eis que, na maioria das vezes, o objeto de discussão das ações se referem à grandes montantes de dinheiro advindos das atividades empresariais realizadas e a maneira com que estes valores são tributados, razão pela qual é sempre de interesse do advogado público e do particular que tais ações, nos casos de resultados improcedentes nas instâncias ordinárias, sejam efetivamente levadas ao Supremo Tribunal Federal para dar a “última palavra” em razão de os valores discutidos e os possíveis benefícios serem suficientemente elevados, no que se refere à possibilidade de alteração do entendimento, e acaba por valer a pena serem suportados os custos e os possíveis riscos de condenação. Assim, a visão geral do direito tributário perante o Supremo Tribunal Federal é a de que o tema é o de maior relevância do ponto de vista econômico, tanto para o contribuinte que acredita ser injustiçado por determinada cobrança que considera inconstitucional, quanto para o ente tributante que além de postular a legitimidade da cobrança do tributo ainda busca levar o judiciário a crer que o indébito relacionado à tal tributo poderá ocasionar crises na estrutura de funcionamento do Estado em virtude do “rombo financeiro” decorrente

de possível condenação. Como exemplo prático atual, não se pode deixar de falar do Recurso Extraordinário 574.706 que julgou a exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, cuja repercussão econômica gira em torno de R$ 2 bilhões para a parte vencedora. Em síntese, o ponto que se busca atingir é o de que o cenário atual de falta de segurança jurídica em relação a interpretação de determinadas questões tributárias em trâmite no Judiciário aumenta indiretamente o próprio custo dos negócios realizados pelas empresas e limita os investimentos devido à necessários provisionamentos para possíveis condenações de ações tributárias e, por certo, acaba por onerar ainda mais os custos das atividades empresariais. Por essa e por outras razões, é que no cenário empresarial atual torna-se elementar a realização de boas práticas tributárias e manutenção de assessorias especializadas constantes, por escritórios de advocacia, para o fim de alcançar níveis de eficiência empresarial satisfatórios, no que se refere à possibilidade de reduzir a carga tributária por meio de atos de gestão inteligentes e pontuais com resultados objetivos e previsíveis perante a Fazenda Pública em todas as esferas, como meio essencial a otimizar não só a minoração dos custos tributários envolvidos como a majoração da lucratividade, sem que se faça necessário adentrar em todas longas batalhas judiciais para ter acesso aos valores recolhidos indevidamente no passado ou garantir o direito de não ser tributário por questões logradas em inconstitucionalidades. Andre A. Dias de Oliveira Advogado Tributário - Nelson Willians Advogados e Associados

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Apras comemora resultado da Mercosuper Digital A Mercosuper Digital foi um sucesso e registrou números que superaram a expectativa da Apras (Associação Paranaense de Supermercados). O evento reuniu grandes nomes do varejo, além de 50 palestrantes que abordaram 30 temas essenciais para o planejamento de 2021. De 18 a 19 de novembro, a Mercosuper registrou 6.839 visitas na plataforma, mais de 22 mil cliques, 1.200 interações e uma audiência nacional e internacional. Devido ao sucesso do evento, a Apras confirmou a próxima edição digital, independentemente da realização da feira física. “O Digital veio para ficar e para nos aproximar. Empresas menores do interior conseguiram participar e se aprimorar em função da praticidade e da democratização da plataforma”, afirma o presidente da entidade, Carlos Beal. A plataforma, desenvolvida pela Megamídia, proporcionou uma experiência real aos expositores, congressistas e visitantes, que interagiram em um ambiente virtual e totalmente imersivo nos dias 18 e 19 de novembro.

Apesar do cenário incerto, supermercadistas projetam 2021 favorável O planejamento dos supermercados para 2021 é um grande desafio devido ao cenário de incertezas em função da pandemia. Porém, os maiores supermercadistas do Paraná – Festval, Condor, Muffato e CSD – chegaram à conclusão de que as perspectivas são favoráveis. Os empresários à frente destas redes estiveram reunidos em um painel na Mercosuper Digital, no dia 18 de novembro, para falar sobre o futuro pós pandemia. O presidente da Apras, Carlos Beal destacou que 2020 foi um ano de dificuldades, mas também de oportunidades. “O setor contratou aproximadamente 15 mil pessoas desde o início da pandemia e o objetivo desta feira é facilitar o acesso ao conhecimento para que os varejos de todos os portes e regiões saibam o que fazer de 2021”. Um dos participantes, Pedro Joanir Zonta, fundador e presidente do Condor Super Center, contou que durante a trajetória de 46 anos da rede enfrentou diversas crises, entre elas os pacotes econômicos 42 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

e o congelamento de preços. Segundo ele, a crise pandêmica trouxe a necessidade de se reinventar rapidamente e colocou a segurança no centro das operações. “O consumidor mudou e está buscando loja limpa, arrumada e que note o cuidado com a higienização. O ano de 2021 promete ser excelente porque os números estão mostrando que o PIB vai ser positivo, o que vai gerar emprego e renda. Estou fazendo o planejamento dentro desta linha, mas com a ressalva de que se tivermos uma segunda onda da Covid, tudo muda”. O empresário também lembrou que a realidade de 2020 foi completamente diferente do planejado, mas que os supermercadistas conseguiram se reinventar. Esta resiliência do setor também foi ressaltada por Everton Muffato, diretor do Muffato. “Os protocolos que os supermercados implantaram nortearam os demais setores para a reabertura do comércio em geral”. O empresário sugeriu que as empresas planejem o ano que vem de acordo com os anseios do


consumidor e com a compreensão de que o mundo está mudando e que o momento é um divisor de águas para a inovação e a tecnologia. Carlos Tavares, presidente do CSD (Companhia Sulamericana de Distribuição), disse que, apesar de o setor supermercadista ter sido um dos menos prejudicados devido a sua essencialidade, também enfrentou diversas dificuldades, mas que o ano que vem promete uma recuperação. “2021 não será um ano fácil para o Brasil, mas acredito que será um ano de crescimento, onde vamos poder recuperar grande parte do que a economia regrediu em 2020”. Também participou da cerimônia de abertura o governador do Paraná, Ratinho Junior, que destacou a importância do setor supermercadista para a economia do estado. “Este é um ano atípico e a Mercosuper é muito importante para o Paraná, pois o setor supermercadista paranaense gera muito emprego e potencializa uma cadeia produtiva importante no estado, além de ser uma referência para o Brasil, já que vários grandes grupos brasileiros são paranaenses”. Já o vice-governador do Paraná, Darci Piana, falou sobre a organização do setor supermercadista paranaense, que possui grande respeito nacional, e da importância da antecipação do 13º pelo Governo do Estado para

a recuperação econômica, principalmente neste momento de final de ano. A importância do setor paranaense também foi destacada pelo presidente de Abras (Associação Brasileira de Supermercados), João Sanzovo Neto, que também falou sobre o momento atual e a necessidade de reinvenção. “O setor vem mostrando a força de ser essencial, é um dos setores mais fortes da economia brasileira e vamos continuar trabalhando para que a nossa essencialidade seja reforçada”. Até o mês de agosto, o setor supermercadista registrou um crescimento de 3,94%. A expectativa é de fechar o ano com crescimento real de mais de 3%.

Consumidor Multicanal Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostrou que o consumidor brasileiro abraçou o online diante do isolamento social. Compras de alimentos e bebidas cresceram 79% no período. Outra pesquisa, do Instituto Locomotiva, mostrou que as compras por aplicativo de celular cresceram 30%. Everton Muffato, diretor do Muffato, disse que a pandemia antecipou seis anos de tendência em um ano. “Tivemos muito aprendizado e ainda temos muito o que aprender. O cliente se tornou muito mais multicanal e ainda está se adaptando, assim como as empresas, que estão tendo que se adaptar para o consumidor neste momento. Vejo um consumidor híbrido, criando o hábito do online devido à necessidade. Estamos em um filão muito competitivo e o nível de serviço e maturidade do setor paranaense é superior da média nacional”. Esta transformação é uma necessidade para manter a competitividade. Segundo Carlos Beal, diretor do Festval, o consumidor se tornou multicanal e o supermercado passou a ter mais concorrentes que nem imaginava que existia, como pequenos empreendedores e produtores. “O cliente está querendo novas oportunidades e um novo formato e o varejo antigo não tem como sobreviver se não se adaptar”.

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Abertura de capital na Bolsa de Valores O CSD (Companhia Sulamericana de Distribuição) decidiu adotar o IPO (Oferta Pública Inicial) há cinco anos e, segundo o presidente da rede, Carlos Tavares, esta não chega a ser uma tendência, mas uma oportunidade para as empresas e seus dirigentes. “Isso avançou muito no Brasil e existem pré-requisitos, como ter vários sócios, ou seja, você tem o ônus de ter um capital mais barato, além de ter auditorias, governança mais forte e conselheiros independentes interferindo na estratégia e sócios ávidos por resultados e pela valorização das ações”. De acordo com Tavares, a quantidade de empresas de varejo negociadas em bolsa praticamente dobrou em um ano, apesar da pandemia. O empresário afirma que 2020 foi um momento ímpar para o Brasil em

termos de abertura de capital, provocado basicamente pelos juros muito baixos, com a queda na Selic, o que fez as pessoas físicas mudarem parte dos seus investimentos de renda física para renda variável. “É um aprendizado, ainda vai evoluir muito e é algo que vai perdurar no país. Tivemos momento de aumento na procura, mas também tivemos investidores estrangeiros não estando presentes. Quando passar este momento e o investidor estrangeiro voltar, tenho certeza que serão abertas novas janelas e oportunidades para que as empresas possam fazer o IPO no Brasil”, explica. Tavares sugeriu que para abrir capital na Bolsa de Valores, primeiramente a empresa precisa estar preparada e com um mercado ávido por comprar.

Consumidor do Futuro foi um dos temas abordados na Mercosuper Digital O comportamento de compra das pessoas já demonstra sinais de como será o consumidor do futuro. Ele tende a ser cada vez mais conectado, empoderado, seletivo e exigente. Para que os supermercados consigam se adaptar a este novo consumidor, a Mercosuper Digital realizou uma palestra com a sócia fundadora da Connect Shopper e especialista em varejo e comportamento do consumidor, Fátima Merlin. Fátima afirmou que para maximizar resultados é crucial colocar consumidores e shoppers no centro das decisões dos supermercados. “Entender o cliente, as suas necessidades e os novos valores passaram a ser cruciais para o sucesso de um negócio”. O consumidor assume um papel de protagonista do varejo, que se reinventa e se adapta conforme a necessidade dos seus clientes. Mais do que apenas vender produtos, os supermercados precisam entregar soluções às necessidades de seus clientes, tornando-se pontos de experiências.

Segundo a palestrante, um novo fator de escolha do consumidor que passa a ser mais forte é o alinhamento da marca com os seus valores, com propósitos claros de responsabilidade social e ambiental. Além da escolha do estabelecimento, o cliente possui um processo mental para a escolha de um produto no supermercado. Para facilitar essas escolhas, a loja deve ter uma estratégia de Gerenciamento de Categoria que reflita esta hierarquia (árvore de decisão do cliente). “A maneira com que as pessoas compram produtos em um supermercado é muito particular. Diferentes shoppers, diferentes necessidades e um processo de escolha específico para as diferentes necessidades”, explicou. Para comprar itens de primeira necessidade, como arroz e feijão, o consumidor costuma levar em conta menos atributos para a escolha do produto e o preço passa a ser um fator decisivo. Já em outras categorias, atributos como tipo, sabores, fragrâncias, marcas e embalagens são levados em conta. Tudo isso interfere na escolha do mix e na organização dos produtos nas gôndolas, que passam a ser realizadas com o objetivo de criar soluções efetivas para os clientes. “Esta questão de entregar soluções já era importante, mas ganha ainda mais relevância no cenário atual, pois os clientes querem uma compra rápida, prática e resolutiva, ele quer entrar e sair rapidamente e agora com segurança, até pelo medo do contágio”, concluiu a especialista.


Supermercado do Futuro foi apresentado na Mercosuper Digital O cenário de pandemia acelerou os investimentos em tecnologia e o supermercado do futuro passou a ser o do presente. Para que os supermercados de todos os portes consigam se reinventar e manter as portas abertas, a Mercosuper Digital realizou um painel sobre tecnologia focada na gestão do TI. Segundo o moderador do painel e CEO da Gama Advisory, Gilberto Dutra, atualmente, os recursos tecnológicos e as necessidades das empresas têm crescido numa velocidade impressionante. “Em 2020 algumas soluções precisaram entrar em vigor por conta da transformação que ocorreu no mundo em função da pandemia”, afirma. Esta transformação, de acordo com Dutra, também foi motivada por lançamentos que proporcionam mais eficiência e produtividade ou para que os supermercados acompanhem a concorrência e a legislação. Entre as mudanças que foram aceleradas neste ano estão as vendas online ou por aplicativos, o Drive Thru, lojas em condomínios e novos hábitos de consumo. “Estar atualizado é fundamental, principalmente no

dinamismo do Varejo. Com todo este cenário, cada vez mais a profissionalização e a cultura de investimentos no setor de TI estão crescendo no país”, destacou Dutra. A Gama Advisory integra as soluções em tecnologia para o Varejo e atua com o objetivo de aumentar a eficiência reduzindo custos para melhorar a lucratividade e proporcionar uma melhor experiência de compra aos consumidores. Segundo o diretor de TI do Condor, Vladimir Torres, a rede já estava pensando no online, mas não era a prioridade no momento. Sobre o e-commerce, além da infraestrutura, é primordial ter um recursos humanos forte. “Precisamos cada vez mais de um Recursos Humanos alinhado às necessidades que você tem”. O gerente de TI do Jacomar, Edson Voitexem, falou que colocar um e-commerce rapidamente no ar foi um desafio e que precisou do envolvimento de todas as áreas, além de passar a pensar como consumidor. “Capacitamos o nosso colaborador para ele escolher o produto de acordo com a vontade do cliente”.

Mercosuper Digital reuniu especialistas e profissionais do varejo em fórum sobre o CRM Para que o varejo consiga alcançar bons resultados é essencial realizar uma boa gestão de relacionamento com o cliente. O CRM veio para facilitar isso com uma combinação de práticas, estratégias e tecnologias que colocam o foco no consumidor. Ele beneficia empresas por meio de informações que são utilizadas para oferecer um atendimento melhor, além de identificar as tendências e percepções do cliente. O assunto foi abordado em um fórum na Mercosuper Digital, no dia 18 de novembro. O CEO HPP IT da In Company, Heitor Paulo Pinto, destacou que já não é mais possível fazer a interação como antigamente e que os recursos tecnológicos devem ser usados para promover esta aproximação. “Não importa o tamanho do seu negócio. Buscar um relacionamento mais intenso de maneira produtiva, objetiva e de qualidade vão mostrar resultados efetivos para qualquer empresa”. Já a sócia da PRG Brasil, Mirian Schimitt, deixou uma mensagem de praticidade e sugeriu ao público do evento que comecem amanhã. “Pense em uma estratégia, avalie os dados que tem em sua empresa, revise seus processos de interação, avalie se as tecnologias que possui atendem ou não e se precisa de uma tecnologia nova. Inicie imediatamente para entregar uma experiência melhor para o seu cliente, pois o ele não espera e vai para o concorrente”, ressaltou.

Outro participante foi Fabiano Szpyra, gerente de marketing do Festval, que sugeriu que o primeiro passo seja estabelecer uma equipe e definir objetivos. “Comece com o mínimo viável possível, vá construindo isso, chame pessoas que conhecem mais sobre o assunto para te ajudar, não tenha vergonha disso, porque o sucesso vai acontecer. O varejo precisa disso, ele não foi concebido com essas bases. O TI vai nos ajudar a desenvolver e o marketing irá transformar dados em informações e alimentar todas as áreas da empresa. Com isso, o cliente vai sair ganhando e, consequentemente, a empresa também”. O moderador do fórum, Claudio Shimoyama, CEO do Grupo Datacenso, falou da necessidade de acompanhar as mudanças de comportamento do consumidor. “Precisamos nos reinventar para continuar sobrevivendo neste momento do novo normal, que o cliente muda sua forma de comprar, está revendo as suas necessidades e a gente precisa entender este novo momento de compra deles”, conclui.


A conexão do varejo com as inovações das startups Em palestra sobre a conexão do varejo com as inovações das startups, Paulo César Porto Martins, doutor e professor da PUC, falou que empreender é gerar uma oportunidade. Neste conceito, as startups atuam na dor dos negócios e, para isso, elas se especializam em entender a necessidade do cliente e gerar alto nível de satisfação. Em um cenário de extremas mudanças, cada vez mais as pessoas estão procurando por novas soluções. Antigamente, não existiam muitas opções de consumo e a velocidade do compartilhamento de informações muda este padrão de consumo muito rápido. Por isso, a reputação precisa ser trabalhada muito mais intensamente. “Gere algo que compartilhe valor com a sociedade. Assim, você vai entrar em uma espiral positiva de indicação. Dependendo do que você faça, ela pode ser positiva ou negativa”, disse Martins. Segundo ele, as pessoas compram de maneira emocional e apenas brigar por preço se encaixa na lógica de prostituição de mercado. “Trabalhe valor e faça o seu cliente ter empatia por sua marca”, sugere. Um padrão de sucesso encontrado nas startups é a transparência e a experiência diferenciada. Estas características garantem o sucesso de diversas startups

e sinaliza o caminho ideal para as empresas que desejam trilhar um caminho de sucesso sustentável. Ele falou de casos de empresas que entraram no mercado pela lógica de briga por preço e migraram para estratégia de valor e relacionamento. “Nada é engessado. É importante ter uma estratégia clara, saber qual é minha razão de existência, o que meus clientes querem e saber que os clientes mudam, pois a estratégia deve se adequar conforme a mudança no padrão de comportamento. Por isso, o sucesso de hoje não é garantia do sucesso de amanhã”, explicou o palestrante. A pandemia trouxe um desafio muito grande de mudanças. Neste cenário transformador, Martins falou sobre os dois tipos de inovação: incremental e disruptiva. A primeira é aquela que melhora um processo. A segunda quebra um padrão. A maioria das inovações são incrementais, ou seja, são apenas melhoramentos de algo já existente. Para trabalhar a lógica de valorizar o cliente, trazendo-o como estratégia, existem ferramentas e técnicas muito boas. Um exemplo é o design thinking, que tem como etapa a empatia, definição, ideação, prototipação e teste. “Às vezes a própria venda pode ser um produto. A automação é necessária, mas a personalização é um diferencial”, complementou Martins.

Negociação colaborativa Segundo ranking da Advantage, a colaboração é um tema que vem crescendo e ganhando relevância e em 2020 atingiu o 5º lugar nos fatores que devem ser considerados na negociação entre varejo e indústria. A moderadora Cibele Regis Vacchiano, diretora executiva de novos negócios da XL Consultoria, falou sobre a avaliação do varejo para a indústria e vice versa. “Quando pensamos em negociação colaborativa, precisamos ter conhecimento do outro lado”. A especialista questionou os participantes sobre as características ideais de fornecedor e varejista. Para o diretor do Grupo Ivasko, Paulo Ivasko, Atendimento, execução de loja, margens adequadas e bom plano de crescimento são fatores ideais em um bom fornecedor, segundo o. Alessandro Boa proposta de loja que conecta com

consumidor e que facilita o acesso das marcas ao consumidor final, está aberto aos lançamentos, trabalha as informações e define plano em quatro mãos. Cliente que oferece confiança e feedback Ivasko alertou os participantes com um case de estoque parado em um produto comprado com bonificação. Alessandro falou que a pandemia acelerou a colaboração e que o mercado está mais exigente. Eles também se uniram e passaram a discutir planos para encontrar uma nova forma de atender o consumidor, inclusive inovando em novos formatos. Ivasko destacou que a produtividade precisou aumentar e o varejo e a indústria precisaram se adaptar. No início da pandemia, nos apoiar na indústria foi um fator determinante. Os fornecedores trouxeram informações da experiência adquirida em outras regiões para adaptarmos o estoque e as compras conforme as mudanças nos hábitos dos consumidores. Alessandro acrescentou com o fato de que o alinhamento foi essencial. Segundo ele, em um primeiro momento foi priorizado o abastecimento das lojas para que não faltasse nenhum produto na gôndola, principalmente porque a frequência de ida ao supermercado diminuiu. “Com a colaboração conseguimos melhorar o nosso processo de planejamento de demanda”.



Mudança de época ou época de mudança? Romeo Deon Busarello iniciou sua palestra questionando se é possível fazer uma festa sem dinheiro. Ele respondeu que sim, mas que é impossível fazer sem amigos. Por isso, ele busca sempre desenvolver sua rede de relacionamentos. “A inteligência do grupo é mais inteligente do que o mais inteligente do grupo. A sala é mais poderosa do que o indivíduo”, explicou. Cada vez mais as empresas e os executivos sair dos seus egosystems para seus ecosystems. Sem fazer isso, é impossível avançar e para isso é preciso fazer um trabalho de construção. “Mais importante do que ter armas digitais, é preciso ter alma digital”, destacou. Neste conceito, é preciso ter hábitos digitais. Ele falou do processo de reeskilling, que é um novo conhecimento para realizar novas tarefas. Ele falou de como aprendeu durante a sua carreira: 1- Escola 2- Livro 3- Revistas 4- Empresa 5- Eventos Hoje em dia, a aprendizagem dele se dá por: 1- Hora Bar (relacionamento) 2- WhatsApp 3- Empresa 4- Youtube 5- Linkedin 6- Podcast 7- Cursos online 8- Eventos 9- E-books 10- Livros 11- Revistas Ele afirma que não é mais um profissional de marketing, mas de matemarketing. O que antes era comunicado via panfleto, hoje é preciso atuar em várias frentes e o nível de assertividade aumentou drasticamente.

Busarello falou da importância das martechs, que são startups de tecnologia que resolvem as dores do marketing. A gestão de executivo tornou-se mais fácil com a ciência de dados, pois agora o dataísmo assumiu o lugar dos palpites sem embasamento. Trabalhar com números é diferente do que trabalhar com dados, pois o primeiro pode ser resolvido em uma planilha no excel, já o segundo precisa de um auxílio tecnológico para processar as informações. O especialista falou que estamos saindo da Era da Intuição para a Era da Intimidade. Neste novo contexto, é observada a junção do Big Data e da Big Idea e o conteúdo passa a ser a nova publicidade. Na sua equipe, ele possui diversos profissionais que trabalham em outras cidades e que costumam conversar online. Para gerenciar esses profissionais ele precisou se adaptar. Antes, ele costuma ver a chegada como algo mais importante que a jornada, mas o consumidor de hoje prioriza a jornada. O profissional de hoje quer trabalhar em empresas universitárias, com líderes que inspiram e com oportunidades de aprendizado. Se antes era preciso aprender para trabalhar, hoje é preciso trabalhar para aprender. Por isso, é importante ter um mindset de iniciante e um coração de estagiário. “Não importa o negócio que você esteja, o difícil é a transformação e não o digital. Nos dias atuais, a curva de esquecimento é mais importante que a curva de aprendizado”, concluiu. Estamos saindo de uma sociedade de produtos para uma sociedade de usuários, em que o substantivo dá lugar ao verbo. Hoje, o consumidor gasta dinheiro para economizar tempo. “Ou você é uma Tech Company ou é uma Dead Company. Para isso, é preciso ser uma marca e ter uma cabeça de plataforma. Não existe planejamento a longo prazo, pois não estamos no fim, nem no princípio do fim, mas apenas no fim do começo”, concluiu Busarello.

Como fazer o trademarketing omnichannel O moderador do painel, Sergio Alvim – CEO da SA Varejo - iniciou falando que o assunto é um desafio, principalmente porque muitos varejistas iniciaram o e-commerce durante a pandemia e agora precisam de um direcionamento para ir adiante no projeto. O consumidor compra da marca e o varejista precisa saber como quer atender o seu cliente. Independentemente de loja física ou e-commerce, é preciso atentar para a marca. Bruno Balduccini, Sr. Digital Omnitrade Manager da Unilever, fez uma apresentação sobre o omni 48 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

trademarketing, que é a junção do mundo físico com o online. Segundo ele, 2020 foi um marco para o mundo digital e que houve uma evolução de três anos em oito meses. Foi atingido recorde de faturamento em 20 anos de e-commerce, com uma expectativa de ultrapassar R$ 100 bilhões. O grande motivador disso é a entrada de novos consumidores. A última barreira no digital é o supermercado, já que ele comercializa itens perecíveis. A partir do momento que o consumidor passa a comprar esses produtos online, ele pode comprar qualquer outra coisa pela internet.


O especialista apresentou os 7 KPI’s, que são os principais pontos de trademarketing digital quando você pensa na execução de um varejo online: 1 – Busca dentro do varejista (10 palavras-chave) 2 – Nome e-commerce 3 – Imagem principal (Hero) 4 – Conteúdos: - 6 tópicos de benefícios, conteúdos dos produtos; - descrição com mais de 200 palavras; - 6+ imagens secundárias/pack; - vídeos; - como usar e aplicar. 5 – Avaliações por estrelas 6 – Informações legais - Alergias ou avisos importantes; - informações; - lista de ingredientes. 7 – Recomendação de produto “Estamos na 3ª Era do Varejo Digital, que estamos vivendo há uns dois anos, é uma ase de experiência unificada, chamada por muitos de experiência omnichannel. Aí entra a importância de o trademarketing ser omnichannel também”, disse Balduccini. Ele falou do OtoO (Online to Offline), um conceito novo para o varejo alimentar. “Não existe mais essa história de canais de venda, mas uma experiência única. Independentemente do canal que a pessoa esteja, ela quer ser tratada como um indivíduo igual e não ter uma experiência diferente para cada canal”, explicou. A personalização pode ser uma alavanca de trade nova, saindo de algo massificado para algo personalizado. “No mundo online você tem a capacidade de influenciar com aquilo que faz sentido para a pessoa”. A Unilever está criando este conceito de omnitrademarketing no Brasil, em que se usa o digital como alavanca para impulsionar a venda na loja física. Neste conceito, a Unilever utiliza a geolocalização para impactar os consumidores de maneira personalizada e os direciona para um ponto de venda que trabalhe com os produtos de interesse deles. Além disso, a mesma comunicação empregada no online é utilizada nas lojas físicas. A grande dificuldade do OtoO é mensurar todo o processo e o projeto feito em parceria com varejistas é mensurado pela Unilever por meio da geolocalização do celular, que identifica se a pessoa impactada pela comunicação online entrou na loja física. Também é feito um comparativo entre as vendas das lojas

parceiras com as que não utilizam as mídias online. Resultados desde o início da campanha, em março: - + de 900 milhões de impressões nas campanhas realizadas - +3,7 milhões de consumidores levados até as lojas parceiras - 35% desses clientes vão a loja em até dois dias após virem o anúncio - 12% deles são novos clientes (não esteve naquele endereço nos últimos 60 dias - aumento de 2% em média no fluxo de loja - 8,8% de incremento médio nas vendas semanais de produtos veiculados nas mídias Debate Leonardo Raduy, diretor de marketing do Condor, destacou que o cliente é um só e que a implantação de um canal online é uma nova maneira de lembrar disso. O varejo costuma subdividir as coisas para conseguir lidar com a complexidade do setor, porém, é um erro subdividir o cliente. “Não podemos esquecer da grande intersecção entre o cliente online e físico. Ao cruzar os dados conseguimos enxergar que existe uma jornada online e física, ou uma jornada online que termina pela física, entre outras possibilidades. O consumidor é um só e ele vai recorrer ao que for mais adequado para ele naquele determinado momento”. Ele destacou o protagonismo da área de operações neste processo. “Podemos dizer que criamos uma startup dento do Condor para fazer isso acontecer”, disse Raduy. Segundo Carlos Beal, diretor comercial do Festval, a pandemia veio para chacoalhar o setor. “O nosso foco sempre foi trabalhar com a experiência na loja física e a pandemia nos mostrou que precisamos atender a este novo consumidor e trabalhar com multicanais”. Sérgio Alvim lembrou da importância de oferecer uma boa experiência e que os consumidores aprenderam que podem comprar online. “Hoje, o e-commerce é uma realidade que não pode adiar. Muitas mudanças vieram para ficar, entre elas o e-commerce”. Na opinião de Balduccini, o e-commerce é um caminho sem volta, pois as pessoas experimentaram o canal e eles vão continuar utilizando. Ele acredita que vai continuar crescendo por pelo menos os próximos 7 anos, mas que o varejista brasileiro precisa se defender para que os players internacionais não acabem pegando este espaço. Beal falou que quem não avançar vai ficar para trás, pois esta não é uma decisão do empresário, mas do cliente. “Esta mudança não é apenas para o grande, mas para o pequeno também. Inclusive, vejo muitos empórios e pequenas mercearias se comunicando de maneira preciosa com seus clientes”, acrescentou. 49 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179


Condor Connect apresenta as inovações do varejo inteligente na Mercosuper 2020 digital Conheça as novidades que prometem inovar o varejo em 2021 Este ano de 2020 colocou diversos setores da economia em conflito com o seu modelo de negócios. Neste cenário de incertezas e mudanças, o investimento em inovação e a proatividade em gerar soluções viáveis para um novo ambiente econômico se tornaram questões de sobrevivência. A aceleradora Condor Connect, com um Centro de Inovação voltado especificamente para o varejo supermercadista, parceira do evento Mercosuper viu este ano como uma excelente oportunidade de apresentar as inovações para um varejo inteligente. Voltada para a integração da solução de startups aos ambientes de negócio tradicionais das empresas do varejo supermercadista, a Condor Connect trouxe para este evento 5 startups com soluções inovadoras e disruptivas, além de uma palestra sobre como financiar estas soluções. A startup Zupa trouxe a sua solução de pesquisa de mercado como estratégia B2B e B2C para levantamento de dados estratégicos para a inteligência de negócios, oferecendo a oportunidade de entender o perfil do consumidor na concorrência e até o próprio posicionamento do negócio frente aos seus concorrentes locais. A startup Tropicália busca através de pratos tropicais saborosos e saudáveis, promover a alimentação inclusiva para além da propaganda, que realmente possa atender as necessidades dos clientes que dependem de uma alimentação restrita e controlada. A startup Meucompras busca através de uma plataforma intuitiva e facilitadora, estabelecer um canal de negociações online para consumidores de pequenos

varejos, criando uma praça de negócios virtual. A startup EcoBike Cargo traz uma solução de mobilidade urbana, com o princípio das Smart Cities, como alternativa economicamente viável e socio ambientalmente viável para o transporte de cargas e delivery. A startup AR3D busca através da realidade virtual, realidade aumentada e processamentos de inteligência artificial para criar cenários e interações com os clientes para proporcionar uma experiência mais imersiva e completa dos consumidores com as marcas. Com financiar as soluções das startups Tão importante quanto criar soluções inovadoras para o mercado, um dos maiores compromissos da Condor Connect é ajudar as empresas a encontrarem as fontes de financiamento para os investimentos em inovação. Com uma expertise de mercado de mais de 10 anos atuando neste mercado, a aceleradora apresentará a palestra de “Inovação para um Varejo Inteligente: Como investir em Startups pela Lei do Bem (PD&I)”. “Não basta apenas a gente dizer qual é a inovação que o varejo inteligente precisa, precisamos criar todo um movimento no ecossistema para que estas soluções possam ser viabilizadas financeiramente também”, disse o professor. Dornelles Vissotto, mentor de inovação. A ideia central é utilizar, de maneira inteligente, todos os canais possíveis e disponíveis para financiar as inovações para um varejo mais inteligente. Entre os principais, estão os fundos de investimento para as startups e os projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a lei de incentivo fiscal (Lei do Bem).

O futuro das empresas é analítico De maneira simples e traduzida, Ricardo Cappra, chef scientist Cappra Institute, mostrou a forma que os dados estão transformando os negócios. Os laboratórios Cappra possuem diversos pesquisadores que trabalham com o objetivo de promover a cultura de dados. Torturamos os dados até que eles confessem alguma informação importante”, brincou o especialista. Ele desdobrou o conteúdo para ajudar os participantes. Um dos estudos é a maneira que as pessoas tomam suas decisões no dia a dia. Na Era do Conhecimento, o excesso de conteúdo impacta nas tomadas de decisões das pessoas e o especialista reuniu as seguintes informações a respeito: • 66% dos entrevistados acham que não têm tempo suficiente para realizar todo o seu trabalho • + 50% dos entrevistados acham que a quantidade de 50 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

informações que recebem diariamente é prejudicial para a realização de seu trabalho • 94% dos entrevistados em algum momento se sentiram sobrecarregados de informações a ponto de ficarem incapacitados • 30% dos entrevistados não têm tempo algum para pensar e refletir durante o dia e 58% têm apenas entre 15 e 30 minutos Já em relação ao tempo do dia de trabalho dos entrevistados, as informações são ainda mais preocupantes: • 25% sobrecarga de informação • 19% criação de conteúdo • 19% leitura de conteúdo • 17% reuniões / interação social


• 10% procura e pesquisa • 5% tempo pessoal • 5% pensamento e reflexão Este excesso é chamado de “Infoxication”, que pode fazer o cérebro falhar em determinado momento devido à quantidade excessiva de informações. Com a tecnologia, houve aumento no número de dados. O Big Data é o crescimento de dados em quantidade, volume e variedade de formatos. No dia a dia do negócio, o que importa é quanto é possível analisar desta informação. Segundo pesquisas, é possível analisar apenas 3% da informação disponível no mundo. Por isso, é preciso transformar os dados em informações que ajudem nos processos de tomada de decisão. “A lógica da Amazon é quanto mais dados coletar, melhores análises poderá fazer, poderá ofertar melhores produtos e isso vai adquirir ais consumidores, que por sua vez vai gerar mais dados e, assim, sucessivamente”. A loja física da Amazon possui diversos sensores na loja física para coletar dados e as ofertas podem ser alteradas em tempo real. As decisões devem ser baseadas em dados e não em feeling, orienta Cappra. Para isso, existem diversos softwares que automatizam o processo de decisão. Ele destacou a importância de preparar as pessoas para uma mentalidade digital, pois isso empodera a tomada de decisão e cria oportunidade de inovação.

“Precisamos perguntar para os dados o que vai acontecer, que são os algoritmos, e o que eu devo fazer, que é a inteligência artificial. Isso é uma base de conhecimento”, afirmou. Ele citou o case do Muffato que atua de maneira que prevê o que vai acontecer e que utiliza o próprio aprendizado para criar inteligência artificial. É preciso criar uma maturidade ao olhar para os dados, utilizando o negócio como um laboratório de experimentos que cruza os dados para entender o que está acontecendo e o que pode ser feito. “Todos os processos precisam ser mais analíticos, descentralize o poder e democratize a informação”, aconselhou Cappra. Para implementar uma cultura analítica, é preciso se basear em quatro pilares, denominado de 3P1T, colocado a seguir em ordem de importância: 1 – Pessoas mais analíticas; 2 – Processos mais analíticos; 3 – Políticas (governança) para promover a cultura analítica; 4 – Tecnologia big data. Sobre a tecnologia, não é preciso contratar ferramentas muito avançadas e caras. “Por mais que vocês não usufruam, vocês já têm dados. A tecnologia está à disposição e você precisa saber o que pedir. Por isso, primeiramente deve ser trabalhada a cultura analítica”.

Walter Longo falou sobre o varejo do futuro Se a inovação costumava ser algo que diferenciava um negócio dos demais, hoje passou a ser uma obrigatoriedade para não estar fadado à falência. Walter Longo proferiu uma palestra sobre o assunto na Mercosuper Digital e destacou a importância de enxergar o cliente como indivíduo. Longo afirma que a sociedade passa a entrar, agora, na Era da Idade Mídia, em que cada pessoa pode escrever e expor a própria opinião. “Cada um de nós virou uma mídia e passou a influenciar a sociedade”, explica. No caso dos supermercados, isso também é muito evidente, pois os consumidores passaram a fazer exigências de acordo com a sua individualidade. Por meio do Big Data e das ferramentas de inteligência artificial, o especialista diz que é possível conhecer o cliente individualmente e que, com uma gestão de todo este conteúdo, as empresas devem se concentrar em oferecer uma experiência única e exclusiva para cada um, pois existem diversos tipos de consumidores nesta nova Era. “Daqui para frente não são as pessoas que

se adaptam às empresas, mas o contrário. O grande mantra na relação com seus clientes é que eles esperam mais simplicidade dos produtos e serviços, flexibilidade dos processos e mais individualidade na relação ou na comunicação”, destaca. Longo explica que a inovação é muito mais uma questão de ótica do que de fibra ótica, é mais a forma de se relacionar com as pessoas do que de investimentos em tecnologia. O especialista conta que com uma pequena mensalidade é possível adquirir um serviço de Big Data, além de diversas ferramentas que permitem ao pequeno empresário ter a mesma competência tecnológica que uma grande rede. “Daqui para frente o mundo vai querer o equilíbrio entre o High Tech e o High Touch. Os supermercados precisam entender que as empresas também morrem por fazerem as coisas certas por um período longo demais. Precisamos criar este desconforto saudável para todos e, cada vez mais, teremos que aceitar a mudança como único estado permanente”, sugere o especialista. 51 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179


ACADEMIA APRAS PROJETO ENCADEAMENTO PRODUTIVO BASE TECNOLÓGICA E NEGÓCIOS DIGITAIS 2019-2021 PARCERIA APRAS E SEBRAE Empresas que fazem parte de Central de Negócios Buscando a Informação e Preparação dos seus Profissionais! Os trabalhos da Apras e do Sebrae no projeto “Encadeamento Produtivo” foram concluídos no mês de outubro e darão sequência em 2021 com as atividades online. Os alunos tiveram aulas com o tema: “Curso de Cortes de Carne e Gestão do Açougue”, ministrado pelo professor Pedro Cipriano de Alencar, que possui mais de 30 anos de experiência em cortes de carnes. As aulas foram realizadas para os profissionais das lojas, mas os empresários participaram e acompanharam todo processo com seus colaboradores. Alencar iniciou as aulas com a apresentação de vídeos com toda a desossa de carne bovina, todo o aproveitamento que se faz desde o momento que se separa as carnes para uma desossa até o início dos cortes. Prosseguiu com a apresentação dos cortes de Traseiro e de Dianteiro e como fazer os melhores em carne com osso e sem osso. Foi uma aula totalmente diferente, onde os alunos mesmo em vídeos, puderam ver os diversos cortes de carnes. Para concluir ele apresentou os cortes especiais. Todo o curso foi intercalado entre apresentação e a explicação do professor para responder todas as dúvidas dos alunos. A última aula foi ministrada pelo professor Paulo Tadeu de Oliveira, que é Cientista Social, Pós-

Graduado Master in Business Administration em Gestão de Pessoas; Formação em Coaching; Analista comportamental; Especialista em Gestão de Açougues, com foco em resultados; Consultor em açougues, desenvolve a Gestão Estratégica de Açougue, com visão em Resultados. Ele abordou a função de um gestor de açougue e definiu como “aquele que tira o melhor proveito das estruturas tecnológicas do capital e das pessoas para alcançar as metas das organizações a curto, médio e longo prazo”. Oliveira destacou que a gestão está firmada em quatro pilares: Planejamento, Organização, Liderança e Controle, também acrescentou sobre a participação do setor de carnes dentro do mercado e deu um grande ênfase no controle do custo operacional do setor de açougue, os custos fixos e variáveis, ou em outras palavras, todas as despesas que mantem o seu negócio em funcionamento. Afirmou que o setor de açougue é um setor que precisa se sustentar e trabalhar de forma que o inventário seja o “SEGREDO da mina de OURO”.

CURSOS DE GESTÃO:

Curso Formação de Gestores do Varejo – Turma Curitiba – T52 O Curso de Formação de Gestores da Academia da Apras iniciou em março de 2020, mas em função da pandemia teve que ser suspenso e retomou de forma online com o Módulo de Gestão Estratégica de Marketing no Varejo, em que as matérias de Marketing e Propaganda e Trade Marketing foram ministradas para iniciar um novo ciclo. Ministrado pela professora Eliane Doin, a matéria de Marketing e Propaganda apresentou a melhor forma de organizar um atendimento direcionado e personalizado, buscando responder o questionamento do cliente sobre os produtos e a forma de trabalho utilizada pela empresa, visualizando as vendas e a lucratividade. Eliane é Mestre em Gestão de Negócios e especialista em Marketing 52 | SUPERMIX | EDIÇÃO 179

no Varejo a mais de 20 anos, com experiência internacional em comunicação e relacionamento no varejo. Ela também publicou o livro Marketing no Varejo pela Editora IBPEX. Os alunos puderam entender sobre o comportamento do consumidor e as diferentes formas de Comunicação no Varejo, como propaganda, promoções de vendas, eventos etc. A professora é idealizadora do projeto DNA da Marca e apresentou para os alunos os propósitos de um projeto totalmente inovador para o setor. Para concluir, ela abordou sobre o e-commerce, destacando que essa nova forma de vendas que veio para ficar.


ACADEMIA APRAS A matéria de Trade Marketing foi ministrada pela professora Cibele Vacchiano, que ensinou como aumentar as vendas através de diversos meios como: planejar calendários promocionais, segmentar clientes e canais, fazer planogramas e relatórios e acompanhar a evolução de cada campanha. Cibele é Diretora Comercial e Vendas – Varejo & Indústria, com 26 anos de experiência em Bens de Consumo, transformando e liderando departamentos de vendas, compras, trade marketing, inteligência de mercado, reabastecimento em empresas nacionais e internacionais, indústria, varejo e consultoria. Trabalhou na indústria e em varejo como Farmácias Nissei e foi diretora da rede Walmart. Os alunos tiveram grandes esclarecimentos sobre o relacionamento entre o cliente e o produto, além do conceito de cliente e de shopper. Conheceram o que é o Trade Marketing, como implantar e fazer a análise da

movimentação dos clientes em loja. Também ouviram sobre o conceito e o funcionamento do Merchandising e sobre a gestão de layout de acordo com a participação de venda dos produtos. A turma também iniciou o módulo Gestão Comercial, de forma online com o professor Christian Nogarotto que ministrou os temas Gestão de Compras e Vendas e Gestão de Categorias como objetivo de apresentar técnicas e ferramentas para uma gestão eficaz de compras e vendas que contribuam para o aumento de resultados na empresa. Nogarotto é Administrador de Empresas, Especialista em Gestão Empresarial, Controladoria empresarial e em Gestão de Custos, trabalhou como supervisor de Supermercado, foi diretor executivo da Mixx Consultoria, docente universitário, consultor de pequenas e médias empresas, além de professor na Academia Empresarial APRAS há mais de 10 anos.

CURSOS IN COMPANY: Vários supermercadistas que trabalham em cidades menores e mais distantes no Paraná aproveitaram o ano de 2020 para treinar seus colaboradores dos mais diversos cargos e funções, com cursos online da Academia da Apras. Os treinamentos nas áreas básicas, de gestão e técnico-operacionais foram realizados pelo professor Lourenço Silva, que é administrador com pós em Gestão de Varejo e em Marketing, formado em PNL e Coach Multifocal, com mais de 25 anos de experiência em varejo supermercadista. Ele também trabalhou com gerência de loja, de operação, expansão, montagem de lojas e realiza treinamentos há mais de 18 anos na Escola Técnica da Apras.

Curso atendimento frente Caixa O Supermercado Colli da região Oeste do estado que possui lojas na cidade de Tupassi treinou todos os seus colaboradores de frente de caixa nos dias 20 e 21 de novembro. Os alunos assistiram a aula em local organizado pela empresa e puderam conhecer muito mais sobre o atendimento que atrai os clientes, o curso foi ministrado pelo professor Lourenço Silva. Ele iniciou o curso abordando sobre a Cultura Organizacional; missão, visão, valores e propósitos da empresa que o colaborador precisa conhecer. Em seguida fez um trabalho de autoconhecimento com os alunos, que puderam identificar seus pontos fortes e o que precisam melhorar e acreditar. Também abordou sobre as atitudes do ambiente de trabalho que são abomináveis, como a competição desleal, a falta de colaboração, resistência às mudanças, vaidades e estar preso em zona de conforto. Ele reforçou que sempre deve prevalecer o respeito, o controle emocional, saber administrar seus conflitos

e aprender a demonstrar amor, pois a união de todas estas atitudes leva ao sucesso profissional. Ainda prosseguiu abordando sobre todas as atividades e responsabilidades dos profissionais de frente de caixa, os procedimentos padrão do setor e a rotina diária passo a passo. Falou sobre as atitudes que causam o aborrecimento e a insatisfação dos clientes como: a falta de atenção, gestos agressivos, ambiente desorganizado e a desatenção às necessidades dos clientes. Afirmou que a nossa postura não pode ser dirigida por emoções repentinas e lembrou que o nosso comportamento é a demonstração dos nossos valores. O professor também trabalhou sobre o relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho, em que conflitos são inevitáveis, porém é necessário aprender a “calçar o sapato do outro”, sem julgamento e preconceito. Saber ouvir é muito importante, ter o espírito de equipe e provocar a harmonia são exercícios diários que ajudam muito na satisfação com o trabalho.

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ACADEMIA APRAS Curso reposição e prevenção de perdas O Supermercado Amorezi da cidade de Icaraíma – Região Noroeste do estado, treinou seus colaboradores nos dias 27 e 29 de novembro com aulas virtuais, ministradas pelo professor Lourenço. O curso forneceu informações fundamentais sobre a importância da reposição atrativa, como quantificar e eliminar os desperdícios e perdas, visualizando resultados e lucratividade do supermercado. O professor iniciou definindo os processos operacionais mais importantes como o recebimento,

DPC e reposição. Continuou ensinando os critérios de abastecimento, o controle de estoque, rupturas e como eliminar os desperdícios e assim, realizar um real controle de Prevenção de Perdas. Ele finalizou falando sobre a importância do repositor conhecer o processo de inventário e que deve dar suas opiniões, baseadas em fatos e argumentos concretos, para ajudar diretamente o setor de compras, pois ele está em contato direto com os clientes e com a saída de mercadorias da loja.

Congresso Virtual: Em 2020 em função da pandemia a Apras se reinventou e realizou para seus associados um grande Congresso Virtual, em um ambiente 100% online. A associação trouxe especialistas de áreas como marketing, recursos humanos, tecnologia e inovação para discutir as mudanças e reinvenções que vêm sendo exigidas dos

supermercados para se manterem competitivos. Com o tema Inovação é o Negócio, a ideia foi de reunir diversas áreas e mostrar que a inovação está em toda parte. Ao todo, foram mais de 20 palestras e fóruns que reuniram todas as pontas do ecossistema supermercadista, dos fornecedores aos varejistas.

Procure a equipe da Apras para pedir uma proposta de curso. Nós iremos atendê-lo e focar os trabalhos na sua necessidade. Um trabalho que poderá ser realizado na sua cidade e dentro da sua loja A Programação dos Cursos da Academia Empresarial APRAS pode ser vista no site www.academiaapras.com.br

CONTATOS: Curitiba e litoral: Cristiane no fone (41) 3263-7000 / e-mail: academia@academiaapras.com.br Ponta-Grossa e Irati: Anita no fone (42) 3236-3077 / e-mail: pontagrossa@apras.org.br Pato Branco: Andréa no fone (41) 3263-7000 / e-mail: andrea@academiaapras.com.br Cascavel: Laila no fone (45) 3223-9995 / e-mail: cascavel@apras.org.br Londrina: Priscila no fone (43) 3323-7935 e-mail: londrina@apras.org.br Maringá: Andréa no fone (41) 3263-7000 / e-mail: andrea@academiaapras.com.br Guarapuava: Andréa no fone (41) 3263-7000 / e-mail: andrea@academiaapras.com.br Norte Pioneiro: Andréa no fone (41) 3263-7000 / e-mail: andrea@academiaapras.com.br Se você quer levar o curso para sua cidade, entre em contato com a regional mais próxima.

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NOVIDADES NAS GÔNDOLAS Mili lança papel higiênico Prime Comfort folha tripla A Mili lançou o papel higiênico Mili Prime Comfort folha tripla, fabricado com tecnologia 3D, que cria camadas de ar entre as folhas, proporcionando ultra resistência e maciez, textura aveludada e máxima absorção, sem soltar ou esfarelar o papel. Desde a fibra de celulose até o desenvolvimento da embalagem, tudo foi pensado buscando a perfeição em cada detalhe. Disponível nas embalagens de quatro e 12 rolos.

Isabela lança novo biscoito Isabela Cristal Líder em vendas nas categorias de massas e biscoitos na Região Sul do Brasil, a marca Isabela, que pertence ao grupo da M. Dias Branco S.A Indústria e Comércio de Alimentos e atua no mercado há mais de 65 anos, apresenta o biscoito Isabela Cristal, levemente doce e com cristais de açúcar derretidos por cima. O lançamento, além de ser exclusivo por possuir uma camada especial de cristais de açúcar derretido, é perfeito para qualquer momento do dia. Está disponível em duas versões de tamanho 450g e 150g, o que torna ideal para qualquer família.

Unilever lança Cafuné, sua primeira marca de produtos para pets A Unilever escolheu o Brasil para lançar Cafuné, sua primeira marca de produtos para pets com um portfólio completo em três linhas: uma de cuidados com os pets (com xampus, condicionadores e toalhas umedecidas), outra de higiene (com granulado sanitário e tapete higiênico) e uma de produtos de limpeza para a casa (desinfetantes, detergente multiuso e pó sem fragrância, limpa-pisos, aromatizador de ambientes e lava-louças sem fragrância para limpar utensílios). Cafuné é a primeira marca do mercado de pet care que traz produtos feitos com extratos naturais, livres de parabenos, corantes ou silicones, e ainda oferecem opções sem fragrância. Recomendada por veterinários, a marca é aprovada globalmente pela PETA e traz algumas embalagens sustentáveis.

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NOVIDADES NAS GÔNDOLAS Girando Sol tem novidades na linha de amaciantes A linha de amaciantes de roupas tradicionais da Girando Sol está com mais três novidades no mercado: as fragrâncias Pura Magia e Paixão Secreta e a versão hipoalergênico, que oferece todo o cuidado que as peles sensíveis precisam. Os produtos apresentam uma fragrância suave e duradoura, resultado da tecnologia de cápsulas ativas com óleos essenciais, além de deixar as roupas macias e mais fáceis de passar. São novas opções de essências inspiradas na perfumaria fina e que tornam a linha ainda mais especial. Além disso, os itens são dermatologicamente testados e têm o compromisso da Girando Sol de não realizar testes em animais.

Linha 1891 da Neugebauer renova a sua identidade visual e traz sabores com mais cacau Com o objetivo de reforçar o seu posicionamento no mercado de chocolates premium e dar mais evidência a toda sua linha de produtos, a marca 1891, que homenageia o ano de fundação da Neugebauer e é uma das mais tradicionais em seu portfólio, apresenta sua nova identidade visual ao mercado. Outra novidade da marca está no aumento do teor de cacau para 55% nos sabores avelã e damasco, oferecendo aos consumidores uma experiência ainda mais sofisticada e marcante, com a combinação do intenso sabor do cacau.

Baly lança energético de melancia A Baly lançou no mercado o primeiro energético sabor melancia do Brasil, perfeito para combinar com todos os drinks do verão. O sabor, que já era sucesso de vendas em vários países, agora também pode ser encontrado no Brasil. Disponível em embalagens de 2 litros, latas de 250ml e 473ml.

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