EM - Julho | Agosto - 2021

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EM MÁSCARAS FACIAIS

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o m a pandemia, passamos a conhecer e seguir diversos procedimentos para dificultar a propagação do coronavírus. Além da frequente higienização das mãos, o uso de máscaras é fundamental. Mas as máscaras não são todas iguais. A tabela I mostra, de forma simplificada, a classificação delas. Uma equipe de pesquisadores da USP e do IPEN realizou um extenso estudo com os materiais típicos das máscaras usadas pelos brasileiros, que foi publicado na revista Aerosol Science & Technology. A pesquisa mediu a eficiência de filtração de aproximadamente 300 máscaras faciais, com diferentes combinações de tecidos, e comparou seu desempenho com o de máscaras cirúrgicas e N95. O resumo dos resultados está na figura 1. Mas a seção EM Ex não é sobre saúde; por que então estamos tratando de máscaras faciais? Porque há restrições ao uso de certas máscaras em atmosferas explosivas, como pode ser observado no aviso impresso na embalagem de algumas delas (veja a figura 2). E qual a razão da proibição? A recomendação é que somente roupas dissipativas sejam usadas em atmosferas explosivas. Se o material da máscara for isolante, dependendo

Tab. I – Tipos de máscaras De tecido

Produzida artesanalmente com materiais “não médicos”, como tecido de algodão, malha ou retalhos.

Cirúrgica

Produzida com materiais “não tecidos” (TNT), é para uso odontológico e médicohospitalar, sendo descartável (uso único) para proteção das vias de entrada do trato respiratório (boca e nariz), contra agentes contaminantes transmitidos por gotículas, mas não por aerossóis.

PFF2

Trata-se de um respirador, que filtra micropartículas de aerossóis, com eficiência de filtragem mínima de 94%. É um EPI e, portanto, precisa ter um número CA (Certificado de Aprovação) conforme a NBR 13698. Além da aprovação em laboratório, a PFF2 deve atender também às determinações expressas na Portaria SEPRT nº 11.437/2020.

N95

Também filtra micropartículas de aerossóis, e segue normas americanas. Para ser vendida no Brasil, precisa ter um CA, e recebe a denominação PFF2.

Fig. 2 – Proibição ao uso em atmosferas explosivas

das atividades desenvolvidas, pode haver formação de carregamento eletrostático, e assim, por prevenção, seu uso é proibido. Considerando que após algum tempo as máscaras ficam úmidas, a permissão para uso em zonas 1 e 2, nos grupos IIA e IIB, pode ser dada, desde que: 1- as atividades não promovam geração de carga elétrica significativa; 2- nenhum componente metálico esteja na superfície da máscara PFF2; e 3- as máscaras sejam colocadas e removidas fora da área classificada.

Dúvidas sobre uso de dispositivos em áreas classificadas podem ser enviadas para o e-mail em@ arandaeditora.com.br. O assunto pode ser novamente abordado em uma próxima edição.

Estellito Rangel Júnior Engenheiro eletricista e primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC

Fig. 1 – Resumo da eficiência de filtragem das máscaras

Esta seção propõe-se a informar e analisar temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos em análises de casos. Correspondência para Redação de EM, seção “EM Ex”; Alameda Olga 315; 01155-900 São Paulo, SP; e-mail: em@arandaeditora.com.br

JULHO/AGOSTO, 2021 EM

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