PI - Maio - 2021

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Aranda Editora - Ano 23 - No-- 269 - Maio 2021

Especial sustentabilidade e economia circular

O mercado de plásticos em direção a uma economia mais limpa Indústria automobilística, potencial usuária de reciclados com certificação

Redução de peso em automóveis, uma missão para o polipropileno

Guias: PVC Reforma e retrofitting


LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS DO FUTURO

A VALEU petroquímica é uma distribuidora de resinas de origem brasileira, com atuação em todo território nacional. Possui amplo portfólio de resinas nacionais e importadas, produzidas pelas maiores petroquímicas do Brasil e do mundo. A nossa cadeia de suprimentos e logística são focadas no futuro, o que nos permite ser uma distribuidora flexível, com maior poder de negociação com os fornecedores e possuir maior diversidade e disponibilidade de resina.

PORTFÓLIO PEBD PEAD PEBDL PP PS

O FUTURO DA DISTRIBUIÇÃO DE RESINAS

(11) 3777-4901 www.valeupetroquimica.com.br valeu@valeupetroquimica.com.br

Localização

Matriz Av. Macuco, 726 - Cj. 2001 Moema - São Paulo CEP 04523-001


DESTAQUES MAIO 2021

O mercado de plásticos em direção a uma economia mais limpa A cadeia produtiva dos plásticos está engajada na criação de soluções para tornar a rota de obtenção de resinas mais limpa, além de promover a reciclagem como meio de dar destinação correta aos produtos em final de vida útil.

SUSTENTABILIDADE

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Insumos para fabricação de produtos de PVC Resinas, aditivos específicos e aditivos de uso geral são listados em uma relação de fornecedores voltados para o mercado de PVC.

GUIA I

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A indústria automobilística como usuária de plásticos reciclados certificados

ÍNDICE Pág. Editorial

4

Notícias e curtas

6

Matéria-prima

12

Impressão 3D

14

Reciclagem

42

O plástico na embalagem

44

Aplicações

45

Produtos

46

Atendimento ao leitor

47

Eventos

49

Literatura

50

Anunciantes

50

A maneira mais rápida de a indústria automotiva fomentar a reciclagem de resíduos plásticos e a utilização regular deles é exigindo de seus fornecedores a adoção de plástico reciclado certificado para determinados projetos.

ECONOMIA CIRCULAR

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Reforma e retrofitting de máquinas e periféricos Um guia com as empresas que executam a reforma e modernização de equipamentos usados no processamento de plásticos, incluindo a instalação de recursos de automação e conectividade.

GUIA II

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Desenvolvimento de graus de PP para a construção de automóveis mais leves A redução de peso é um dos grandes requisitos a serem atendidos pelos componentes automotivos, e um dos materiais mais leves em questão atualmente é o polipropileno (PP).

FORMULAÇÃO

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Capa - Shutterstock Layout de Alvaro Luiz Alves Piola e Pedro Franco de Moraes.

As opiniões expressas nos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por Plástico Industrial, podendo mesmo ser contrárias a estas.


EDITORIAL

Chamada à responsabilidade, a cadeia do plástico tem apresentado propostas para os impasses ambientais criados ao longo de sua trajetória.

ARANDA EDITORA TÉCNICA CULTURAL LTDA. Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam)

REDAÇÃO: Diretor: José Roberto Gonçalves Editor técnico: Antonio Augusto Gorni Editora: Hellen Corina de Oliveira e Souza (MTb 21.799) Repórter: Adalberto Rezende (MTb 78.879) Jornalista responsável: Hellen Corina de Oliveira e Souza

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO E PESQUISA: Tais Caetano e Milena Venceslau

ESPECIALISTA EM POLÍMEROS: MSc. Elias Augusto Soares

Um novo modelo se impõe Os plásticos já provaram ser indispensáveis para o modo de vida da sociedade atual, mas o fato é que décadas de descaso com o seu descarte resultaram em um passivo ambiental considerável, a ser gerenciado com urgência. Atentas a essa questão, as empresas da segunda geração se movimentam há, pelo menos, uma década em direção a um modelo mais sustentável de atuação, muito antes de a Fundação Ellen MacArthur propor, em 2018, a criação do compromisso global denominado Nova Economia do Plástico. Esta iniciativa, no entanto, foi um marco na formalização de ações envolvendo os diferentes elos da cadeia, que vão desde os desenvolvedores de resina até grandes marcas usuárias dos produtos finais. Muitas delas têm metas de obter melhor reputação junto aos consumidores pelo compromisso com a questão ambiental. Entre essas duas pontas está a indústria de transformação de plásticos, que é responsável simplesmente por fazer isso tudo funcionar, tanto adaptando-se tecnicamente para o uso dos novos materiais propostos pela segunda geração quanto atuando como facilitadora para que as grandes marcas atinjam as suas metas de sustentabilidade. Pode-se dizer que este ciclo, ao unir todas as pontas e gerar valor para todos os envolvidos, consiste na chamada economia circular. E este é o assunto da matéria especial desta edição (página 16), que trata de iniciativas de pesquisa e desenvolvimento de grandes empresas, mas também aponta caminhos para a transformação encontrar o seu lugar nesse novo contexto. Segmentos representativos como a indústria automobilística, por exemplo, podem igualmente estar presentes nessa luta adotando o uso de material reciclado certificado, como é mostrado no artigo que começa na página 28. Independentemente de iniciativas de fomento, nada é mais efetivo para criar um mercado dinâmico do que abrir frentes de demanda. E isso está ao alcance dos grandes consumidores de produtos plásticos, que têm em suas mãos o poder de acelerar a transição de toda a cadeia para um modelo de economia circular. Hellen Corina de Oliveira e Souza – Editora hellen.souza@arandaeditora.com.br

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Estúdio AP SERVIÇOS: Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S/A Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima

PLÁSTICO INDUSTRIAL, revista brasileira sobre o processamento de materiais plásticos, é uma publicação mensal de Aranda Editora Técnica Cultural Ltda.

ISSN 1808-3528 Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315, 01155-900, São Paulo (SP), Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 info@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br É enviada mensalmente a 12.000 homens-chave de empresas de transformação e processamento de materiais plásticos, fabricantes e importadores de máquinas, equipamentos e matéria-prima para a indústria do plástico e também para usuários de peças e produtos plásticos em todo o Brasil e demais países do Mercosul.



NOTÍCIAS

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Masterbatches mais sustentáveis para a área de plásticos A fornecedora de aditivos para plásticos Colorfix, com matriz situada no município de Colombo (PR), lançou recentemente a sua linha de masterbatches Revora, a qual consiste em diferentes séries de produtos obtidos a partir de formulações contendo resinas recicladas e materiais orgânicos. Quatro séries pertencentes à nova linha passaram a ser comercializadas pela empresa: “Bio”, que conta com concentrados compostáveis e biodegradáveis, indicados para veiculação em biopolímeros; “PCR”, composta por aditivos produzidos com resinas recicladas pós-consumo; “Adi”, com masterbatches desenvolvidos para a formulação de resinas virgens; e “Verde” que, segundo a fabricante, é uma série de concentrados produzidos a partir de fontes de origem vegetal como a cana-de-açúcar. Além disso, o desenvolvimento dessas linhas é parte de uma iniciativa que abrange a criação de parcerias com instituições de pesquisa e ensino, fornecedores de matérias-primas e entidades que atuam nas áreas de reciclagem e sus-

Grupo Gerdau inicia negócio voltado para o grafeno

A produtora de aços Gerdau anunciou o lançamento de uma nova empresa do grupo dedicada à pesquisa, desenvolvimento e comercialização de produtos com o uso do grafeno, incluindo masterbatches para formulações de termoplásticos.

tentabilidade. Esse projeto também tem como premissa o desenvolvimento de programas visando orientar a população quanto ao descarte correto de materiais pós/uso e pós/consumo, além de assuntos relacionados à economia circular e preservação do meio ambiente.

Empresa brasileira lança linha de concentrados que têm materiais reciclados em sua composição. Imagem: Pixabay

Francielo Fardo, diretorsuperintendente da companhia, explicou algumas das frentes desse trabalho: “Estamos desenvolvendo parcerias com universidades

A nova companhia terá operação independente das divisões de negócios voltadas para a produção de aços, e atuará no desenvolvimento de mercado para o grafeno em escala, tanto no Brasil como em nível global. Com escritório principal em São Paulo e uma filial nos Estados Unidos, a nova unidade deverá oferecer tecnologia para

para o desenvolvimento de soluções para os desafios do aumento da proporção de plásticos reciclados, e para a utilização de biopolímeros como alternativa a produtos de uso único e/ou descartáveis”. E ele complementou: “Também estamos formando parcerias com as universidades para desenvolver material didático sobre os conceitos de sustentabilidade e também sobre a importância do plástico em nossa rotina, bem como a sua reciclabilidade. O objetivo desse material é levar conhecimento a respeito desse tema para as escolas de ensino infantil e fundamental”. Segundo informações da empresa, as séries de aditivos ainda podem ser aplicadas em produtos customizados conforme a necessidade dos clientes, o que irá depender do tipo de projeto e das aplicações às quais eles serão direcionados. Um vídeo sobre as novas linhas de masterbatches pode ser visto pelo link https://url.gratis/ k8ZmfE. Colorfix – tel. (41) 99159-8049, www.colorfix.com.br

os setores da construção civil, lubrificantes industriais e automotivos, borracha, termoplásticos, tintas e sensores. Para acelerar o desenvolvimento de novas aplicações, a nova companhia vai colocar em operação ainda este ano um laboratório próprio, que dará apoio, por exemplo, ao estudo de aplicações


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como os masterbatches para aditivação de termoplásticos, que provavelmente serão lançados no mercado em setembro próximo. Nascida por meio de uma cooperação com a Universidade de Manchester, a Gerdau Graphene faz parte do portfólio de empresas da Gerdau Next, divisão lançada no segundo semestre de 2020, que tem o objetivo de empreender em novos segmentos, além do aço, com participação relevante nas receitas do grupo. “A Gerdau Graphene entra no mercado de forma singular por sua aposta em tornar a produção do material viável comercialmente e em larga escala. Estamos chegando ao mercado com o diferencial de sermos parte de um grupo sólido e de forte credibilidade internacional, mas com a filosofia embarcada de open innovation, em colaboração com múltiplos ecossistemas. Vamos comercializar tanto o produto quanto o serviço e know-how em grafeno e, para isso, contamos com alianças estratégicas com parceiros globais e nacionais. Temos como primeiro cliente a própria Gerdau e suas usinas de

Tratamento superficial de moldes com laser e robôs

Uma parceria formada entre o Instituto Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser (Joinville, SC), o distribuidor do software para programação offline de robôs RobotMaster V7 no Brasil, da empresa Hypertherm, com matriz nos Estados Unidos, e a fabricante

Gerdau Graphene é a nova divisão da empresa, que vai atuar nas Américas no desenvolvimento de aplicações em grafeno, a começar pela produção de masterbatches

aço, que permitem a criação e testes de novos produtos e soluções com velocidade e intimidade de aplicação”, explicou Alexandre de Toledo Corrêa, diretor-geral da Gerdau Graphene. Nessa primeira etapa, a empresa se concentrará nos mercados da construção civil, lubrificantes industriais e automotivos, borracha, termoplásticos, tintas, baterias e sensores. Pesquisa e parcerias A Gerdau pesquisa grafeno há cerca de quatro anos, e em 2019 firmou uma parceria com o Centro de Inovação de Engenharia de Grafeno (GEIC, na sigla em inglês) da Universidade de Manchester, no Reino Unido, entrando para o seleto grupo

alemã de robôs industriais Kuka, com subsidiária em São Bernardo do Campo (SP), levou à criação de projetos voltados para o desenvolvimento de sistemas de tratamento de superfícies metálicas usando laser. Reunindo sua expertise, as entidades realizam trabalhos que envolvem pesquisa e aplicação de laser em operações de, por exemplo, remoção de impurezas resi-

global de empresas com cadeiras exclusivas na instituição para o desenvolvimento de pesquisa com o material. Para iniciar uma unidade de negócio com um bom posicionamento estratégico, foram feitas parcerias estratégicas com grandes desenvolvedores de grafeno, em cooperação com centros de pesquisa brasileiros, como o UCSGraphene (Caxias do Sul, RS), o MacGraphe, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e o CTNano, da Universidade Federal de Minas Gerais. Também já estão firmadas parcerias estratégicas no setor automotivo com Baterias Moura e SKF do Brasil para desenvolvimento de aplicações em armazenagem de energia, artefatos de borracha, compósitos e tintas. Para saber mais sobre o grafeno e suas aplicações no setor de plásticos e compósitos, assista ao webinar promovido pela revista Plástico Industrial sobre o tema, com a participação de pesquisadores brasileiros que são referências mundiais na pesquisa com o material, pelo link: https://url.gratis/iUlCg. Gerdau – tel. 0800-722-3322, www2.gerdau.com.br

duais que eventualmente possam estar presentes em cavidades de moldes após o processamento de resinas termoplásticas. Além disso, seus projetos abrangem a área de manufatura aditiva de materiais metálicos como pós e arames, processos de soldagem a laser e tratamento de superfícies texturizadas, entre outros. Em entrevista concedida à Plástico Industrial, Alexandre


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NOTÍCIAS facilidade em se executar a sua processamento dependem dos Cunha, coordenador de inovação operação de forma remota. requisitos técnicos especificados, em sistemas de manufatura e Neste caso, é preciso haver o que inclui alguns fatores como processamento a laser do Instimeios de observação e monienergia e taxa de repetição de tuto Senai, e os pesquisadores toramento do processo, como pulso, velocidade de varredura do Jhonattan Gutjahr e Thiago sensores de posicionamento, feixe e distância do plano focal. A Soares Pereira, que também câmeras, entre outros. Este tisoldagem a laser com ou sem atuam na mesma instituição po de operação pode ser superadição de material (autógena), ou integrando a equipe responsável visionada ou não, a depender do pelos projetos, explicaram como de forma híbrida (laser-arco), nível de automação e autonomia alguns processos são realizados e também foi mencionada pelos empregado no sistema”. falaram sobre as vantagens que entrevistados como exemplo de Outra possibilidade é o desenproporcionam. trabalho que pertence ao escopo Segundo eles, o processo de dos projetos que executam. volvimento de processos de limpeza de superfícies limpeza a laser para metálicas com laser conaplicações em superfícies siste na incidência e plásticas. A instituição varredura de um feixe tem interesse em estaque pode ser pulsado ou belecer parcerias para a contínuo, podendo ser criação de projetos para otimizado de forma que esse setor. O uso de laser, não ocorram anomalias nesse caso, poderia ser nas áreas submetidas ao pensado para a remoção processamento, levando de impurezas e/ou resítambém em conta as duos, além de correção Instituições desenvolvem processos de tratamento a laser de superfícies características do matede deformida des de metálicas e projetam equipamentos para trabalho nessa área rial. Esse tipo de aplicação superfícies de peças feié indicado para a remoção de tas com material polimérico. Processamento de laser à agentes contaminantes, óxidos “O processo a laser permite distância provenientes de processos de selecionar uma menor ou maior A possibilidade da realização de laminação a quente, revestimenprocessamento a laser de forma interação (absorção) entre o feixe tos e/ou resíduos de polímeros. remota, um tipo de demanda que e o material alvo através do cresceu com o advento da panEm se tratando de limpeza de comprimento de onda do feixe de demia de Covid-19, também foi matrizes com acabamento de laser. Desta forma, dependendo uma das questões tratadas junto polimento espelhado, por exemdo tipo de contaminação, podeao time de especialistas do Insplo, o processamento a laser pode se utilizar um laser de compritituto Senai. Entretanto, para que causar o fosqueamento da área mento de onda específico para isso seja possível, é necessário que que terá contato com o feixe. que ocorra a remoção de agentes equipamentos ópticos voltados Alexandre falou mais sobre esse contaminantes, por exemplo, para a aplicação de laser, dispoassunto: “A otimização dos pasem deteriorar o polímero. Além sitivos que permitam a coleta e o râmetros de processamento a laser disso, os ajustes adequados da armazenamento de dados, entre densidade de energia e outros é essencial para tornar este efeito outros sistemas, façam parte do parâmetros de processamento mínimo. Entretanto, esta alteaparato técnico da unidade fabril ração visual não necessariamente possibilitariam um processo de onde os processos serão execuestá relacionada com um aumento remoção bem controlado”, disse tados. Também devem ser estabeo pesquisador Thiago. Interessignificativo da rugosidade, sem lecidos protocolos de segurança. sados em formar parcerias podem gerar problemas de extração das O pesquisador Jhonattan deu obter mais informações pelos peças injetadas, rebarbas ou alguns exemplos: “Como os sistecontatos mostrados a seguir. desgaste do molde”. mas laser são predominantemente No entanto, é necessário saSenai – tel. (48) 3231-4100, automatizados, há uma maior lientar que os resultados do https://url.gratis/y71Uj



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NOTÍCIAS Estabilizantes para PVC com nova marca A Sun Ace, desenvolvedora japonesa de estabilizantes para PVC com unidade brasileira em Sumaré (SP), anunciou o novo nome comercial para sua linha de produtos, que passou a denominar-se Ecostab. O nome é uma alusão à composição dos estabilizantes, livres de metais pesados em sua formulação. Ao comercializá-los, a subsidiária brasileira também coloca à disposição de seus clientes serviços de acompanhamento pós-venda, dispondo de corpo técnico para orientar sobre a aplicação de seus produtos, inclusive quanto ao ajuste de maquinário para obter melhor desempenho. Caio Marcondes, gerente de vendas da Sun Ace no Brasil, informou que os estabilizantes são desenvolvidos na unidade brasileira, visando atender às particularidades da demanda local. Entre elas estão ajustes na formulação Fornecedores de aditivos ampliam comercialização na América Latina

Linha de estabilizantes sem metais pesados em sua formulação receberá o nome de Ecostab

para que as linhas de fabricação se tornem mais produtivas, ou a quantidade de carga inerte tipicamente empregada nos forros de PVC brasileiros, por exemplo. O uso de matéria-prima importada na produção dos estabilizantes, porém, tem exigido muito planejamento devido ao atual aumento dos

custos do frete marítimo e complicações logísticas associadas à pandemia de Covid-19. No entanto, a crise sanitária também abriu mercado para os estabilizantes. O ano passado foi excepcionalmente bom para a empresa, que viu o consumo de estabilizantes subir, muito provavelmente em razão do auxílio emergencial e da adoção do home office por boa parte dos trabalhadores. “Esses fatores levaram muitas pessoas a investirem na reforma de suas casas, o que elevou o consumo de tubos e demais produtos de PVC destinados à construção civil”, avaliou Caio. O aumento do consumo de embalagens de todos os tipos também teve efeito positivo na demanda pelos estabilizantes. Sun Ace – tel. (19) 4042-1188, www.sunace.com.br

de fornecimento de aditivos nas regiões mencionadas, foram comentados por Israel de la Torre, diretor do departamento de compras da Chemo: “Estamos ansiosos A Songwon Industrial, desenvolpara expandir nossos negócios e vedora de especialidades químicas apresentar os produtos da Songwon indicadas para a formulação de para nossos clientes em todas plásticos, com matriz na Coreia as regiões que nos foram dedo Sul, firmou uma parceria signadas. Seu excelente suporte com a fornecedora de aditivos e portfólio de produtos são Chemo International, que tem complementos perfeitos para as sede em Miami (EUA), para a linhas da Chemo”. comercialização de seus proParceria entre empresas vai aumentar a oferta de agentes estabilizantes, absorvedores de radiação UV e De acordo com Sean Steres, dutos na América do Sul e antioxidantes na América Latina diretor do departamento de também na América Central. priedades específicas e adequadas O consórcio foi oficializado vendas da Chemo para as Amériàs aplicações para as quais foram recentemente e a partir daí uma cas, a consolidação da parceria projetados, que podem consistir, também poderá contribuir para variada gama de aditivos como por exemplo, em resistência meantioxidantes pertencentes à série o atendimento de demandas que cânica e/ou térmica, assim como Songnox, absorvedores de radiação possam surgir na América Latina. resistência à ação de intempéries. ultravioleta da linha Songsorb, Chemo – www.chemo.com Alguns pontos dessa iniciativa, estabilizadores de luz e fotoinibidoSongwon – www.songwon.com que tem foco na ampliação da rede res vendidos sob a marca Songcure, entre outros, passaram a ser vendidos em território latino-americano. A adição de agentes desse tipo à cadeia polimérica de produtos como embalagens, autopeças, utensílios domésticos, brinquedos, entre outros, permite que eles obtenham pro-


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Fabricante de chillers vai aumentar produção em SP

A Mecalor, fornecedora de equipamentos e sistemas de refrigeração indicados para linhas de processamento de resinas termoplásticas, anunciou que vai aumentar a capacidade produtiva de sua fábrica, situada em São Paulo (SP). A iniciativa tem como um de seus objetivos a expansão da área da unidade fabril, o que vai possibilitar um aumento da produção de chillers e de outros equipamentos que compõem o mix de produtos comercializados pela companhia. Além disso, o projeto inclui o lançamento oficial de uma linha de chillers chamada Presys-Klima. Sobre este assunto, János Szegö, CEO da Mecalor, forneceu mais informações: “Contare-

Expansão de fábrica de chillers está prevista para ser concluída no final de 2021

mos com uma linha completa desses chillers, projetada do zero. Serão cinco famílias de produtos. Já terminamos a reformulação e começamos a oferecer esses novos equipamentos para o segmento de ar-condicionado de precisão”. De acordo com o executivo, dois laboratórios voltados para ensaios e estudos também serão construídos no novo espaço da fábrica, sendo um deles

destinado à realização de testes de chillers e outro voltado para simulações de desempenho de equipamentos adjacentes. “Poderemos provar para os clientes que nossas máquinas fazem o que falamos”, concluiu ele. Segundo informações da companhia, a previsão é que a expansão de sua fábrica seja concluída em novembro deste ano. Mecalor – tel. (11) 2188-1700, https://mecalor.com.br


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MATÉRIA-PRIMA Policarbonato (PC)

A elevada resistência ao impacto associada à sua transparência tornaram o policarbonato (PC) um dos polímeros de engenharia mais relevantes para o setor de materiais plásticos, sendo empregado muitas vezes como um substituto de materiais como, por exemplo, vidro e outros plásticos. Por volta de 1898 um químico alemão observou a formação de um sólido insolúvel e infusível enquanto se

transmitância na versão transparente pode superar o de alguns vidros, além de poder ser fornecido em cores (translúcidas ou opacas). H. Wiebeck e J. Harada, autores do livro Plásticos de Engenharia: tecnologia e aplicações, exploram a respeito da história desse polímero, bem como aspectos referentes às suas principais características, tais como precisão dimensional, altos índices de transparência, boa tenacidade e elevada resistência ao impacto, além da faci-

Além da injeção, esse material é fortemente empregado na manufatura de peças produzidas por sopro e por extrusão. É possível ainda utilizá-lo na extrusão de semiacabados voltados para cortes, usinagem, colagens, soldagem e até metalização, a fim de se criarem componentes específicos para projetos de substituição ou criação de peças. Mais recentemente, o PC também passou a ser empregado na manufatura de componentes fabricados por impressão 3D, em equipamentos por FDM que

esforçava para preparar carbonatos cíclicos. A partir daí, as pesquisas e experimentos continuaram a ser executados por diversos cientistas. Entretanto, foi apenas em 1953 que laboratórios produziram policarbonato termoplástico linear de alto peso molecular e, cerca de sete anos mais tarde, foi iniciada sua produção comercial. O policarbonato apresenta maior índice de resistência ao impacto do que qualquer outro plástico rígido e transparente (é considerado virtualmente inquebrável). É bom isolante térmico e elétrico. Em alguns casos, seu índice de

lidade de processamento de um material termoplástico, as quais são um pontochave para seu emprego na indústria. O método mais comum para sua moldagem é o processo de injeção, no qual é facilmente moldado quando submetido a níveis adequados de temperatura e pressão. Nesse processo são produzidas peças técnicas que contenham designs complexos e/ou que necessitem de estabilidade dimensional e produção em grande escala. Como se trata de um plástico de baixa fluidez, recomenda-se uma espessura de parede não muito fina.

utilizam filamentos como matéria-prima. Os grupos carbonatos deste polímero são sensíveis à hidrólise (degradação por presença de umidade a altas temperaturas) e, como estão ligados à cadeia principal (veja mais no box “A ciência do material”), podem provocar a degradação do material. Por esse motivo, é recomendado que o PC passe por secagem antes de ser processado. O policarbonato é disponibilizado em diversos grades, em versões com diferentes índices de desempenho mecânico e sob exposição ao fogo, de características ópticas, com fibras ou


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cargas e, até mesmo, voltado à fabricação de espumas. Além disso, como o material apresenta boa compatibilidade com determinados polímeros, é amplamente utilizado em compostos e blendas, como PC/ABS, PC/PET, PC/PMMA, entre outras. Embora o PC possua alta resistência ao impacto, apresenta baixa resistência à abrasão e é facilmente sulcado (riscado). Para certas aplicações, tais como lentes de farol automotivo e de óculos, por exemplo, é necessária a aplicação de um revestimento. Sua resistência química é moderada. Outras desvantagens são sua degradação após exposição prolongada à água quente e a tendência ao amarelecimento sob longa exposição aos raios UV, o que felizmente pode ser resolvido por meio do uso de aditivos. Existem pesquisas que indicam que o PC seja possivelmente tóxico devido à migração de BPA (veja mais no box “A ciência do material”) para alimentos, por conta da degradação do material em contato com água quente. Entretanto, diversas agências e laboratórios de pesquisa estudam o potencial de migração e de toxicidade

desse monômero, e mostram que ele é tão baixo que não representa risco conhecido à saúde humana. Eles reconheceram, por fim, o uso seguro de PC em aplicações para contato com alimentos. As aplicações mais icônicas do PC são os discos de CD’s ou DVD’s, lentes de farol automotivo, janelas de avião, laminados à prova de balas (“vidros” blindados), óculos de proteção, galões de 20 L para água mineral e mamadeiras. Além dessas, diversas outras aplicações também utilizam o policarbonato, tais como peças para eletrodomésticos (por exemplo, em condensadores de ar, máquinas de café, copos de processador e liqui-

dificador, micro-ondas, batedeiras, lavaroupas, lava-louças, ferros de passar e secadores de cabelo), componentes elétricos (disjuntores, interruptores, plugues, envólucros de baterias etc.), componentes internos e periféricos de smartphones, itens de iluminação, filmes plásticos, embalagens à prova de roubo, chapas alveolares, chapas para estufas e coberturas, telhas, móveis transparentes, viseiras de capacete, defletor para motocicletas, peças para aeronaves, cobertura de cockpit de avião a jato, escudos policiais e instrumentos cirúrgicos. O PC possui todas as vantagens de um termoplástico, inclusive a possibilidade de ser totalmente reaproveitado pelo método de reciclagem mecânica (desde que seja desumidificado), e é categorizado pelo símbolo “ ” (sete) na simbologia da ABNT para reciclagem, devendo ser descartado nas lixeiras de cor vermelha. Confira os fabricantes e fornecedores desse polímero em nosso Guia de Resinas Termoplásticas. Para saber mais, consulte a seção de Literatura em nosso site www.arandanet.com.br/revista/pi.

A ciência do material O policarbonato recebe esse nome por se tratar de um polímero que contém o grupo carbonato ( O (C=O) O ) . Os processos mais conhecidos para a obtenção do PC são o intercâmbio de ésteres e a fosgenação. Este último é o mais utilizado na indústria por resultar em um PC com intervalos mais amplos de massa molar. Ambos utilizam o bisfenol-A (BPA)

(difenilol propano) como um de seus precursores. Atualmente, diversas metodologias são utilizadas na produção do PC, dentre elas, algumas a partir de fontes renováveis e que não utilizam BPA. A presença dos anéis benzênicos na cadeia é responsável pela rigidez do material e também torna seu

empacotamento mais difícil, resultando em um material amorfo, transparente e com baixa contração volumétrica. Apesar dessa rigidez intrínseca, os outros grupos presentes na estrutura possuem mobilidade interna suficiente para absorver a tensão aplicada, a temperatura ambiente e dissipar a energia de impacto.

Propriedades típicas* Nome e sigla: ................................................... policarbonato (PC) – [en. polycarbonate] Classificação: ..................................................... polímero de engenharia O r i g e m : ................................................................ sintético (policondensação) Fórmula química: .............................................. (C16H 14O 3) n Comportamento mecânico: .......................... termoplástico Organização molecular: .................................. amorfo Densidade (sólido): ....................................... 1,2 g/cm³ Contração volumétrica: .................................. 0,8 % Temperatura de transição vítrea (Tg): .... 150 °C Temperatura de escoamento: ...................... 270 °C Temperatura de processamento: ............... de 290 a 320 °C, dependendo do processo Temperatura de uso contínuo: ................... 130 °C S e c a g e m : ............................................................. recomenda-se 120 °C, durante 3 a 4 horas * Os dados atribuídos às propriedades do polímero são valores médios obtidos na literatura e junto a fornecedores de materiais.


IMPRESSÃO 3D

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De acordo com Diogo, boa parte dessas questões são resolvidas com o uso da impressão 3D: “Posso começar o canal com um círculo e terminar com um quadrado, por exemplo; posso derivar, entrar A manufatura aditiva, ou impressão 3D, trouxe em um ângulo e derivar novamente, criando uma para os processos produtivos uma flexibilidade de estrutura como se fosse uma árvore, cheia de projeto impossível de ser alcançada por outros galhos”, informou. meios de forma tão rápida. O problema das primeiras máquinas para Quando utilizados substratos metálicos para a impressão de metais era a área de impressão impressão, é possível obter peças finais não pequena, o que tem sido contornado por diversos seriadas com propriedades mecânicas que não desenvolvedores de equipamento. As séries deixam nada a desejar para processos mais antigos TruPrint 3000 e 5000, por exemplo, possuem e consolidados como a usinagem. áreas de trabalho que vão até 300 mm de diâmetro Um dos usos para a impressão 3D de metais é por 400 mm de altura, com vários sistemas de a confecção de matrizes e moldes para a transcontrole integrados, que garantem a qualidade formação de plásticos. O processo torna possível uniforme no corpo todo da peça, levando em conta construir os canais de resfriamento de resina de aspectos como densidade, propriedades meforma otimizada, com a geometria que melhor cânicas, quantidade de pó disponível, qualidade atender ao projeto da peça final. da peça camada a camada etc. A tecnologia ainda é pouco conhecida do merAlém de serem muito produtivos devido à opção cado brasileiro, mas é basde se utilizar mais de um tante promissora. Conforme laser na mesma máquina, os explicou Diogo Corazza, equipamentos são congerente de aplicação na trolados remotamente. No alemã Trumpf, desenvolentanto, na opinião do vedora da máquina para gerente de aplicação, trataimpressão 3D TruPrint, “é se de uma tecnologia que muito mais simples fazer a exige o estudo de custos impressão 3D dos diversos mais apurado, devido ao canais, o que não se consecusto inicial do equipaguiria fazer ou seria imposmento, que ainda não se sível fazer com o processo compara ao de um centro normal de usinagem”. A impressão 3D de metais permite a confecção de de usinagem, por exemplo. Os moldes com múltiplos Deve-se considerar, pomoldes com canais de refrigeração incorporados canais são indicados para a rém, a qualidade superior injeção de peças que exigem resfriamento rápido da peça processada, o que também impacta na para alcançar a qualidade desejada. Quanto maior o aceitação do mercado. A Trumpf tem oferecido número e melhor a localização dos canais para total suporte às empresas que possuem interesse passagem da água, mais rápido será o resfriamento. na tecnologia de construção de moldes com canais A execução desses canais pode ser feita por de resfriamento já incorporados por impressão 3D, usinagem, mas demanda muitas horas de trabalho abordando desde o cálculo do custo da peça até a e em alguns casos não é possível a construção da fabricação de um protótipo em tamanho real sem geometria ideal, tendo como agravante a perda custo para o cliente, dependendo do material a de material que é típica de processos subtrativos ser usado. e a impossibilidade de executar trajetórias curvas com as brocas. Tr umpf – tel. (11) 4133-3560, www.trumpf.com/pt_BR/

Moldes com canais de resfriamento ilimitados

Acordo de integração visa aumentar a eficiência da manufatura aditiva industrial

A norte-americana Siemens Digital Industries Software e a alemã EOS North America anunciaram a expansão de sua parceria, que poderá melhorar a eficiência e a lucratividade da manufatura aditiva industrial, estimulando a sua adoção em diversos setores.

Segundo informações da Siemens, a parceria entre as empresas começou em 2016, quando a EOS integrou seu software EOSPRINT ao NX da Siemens, e desde então vem sendo ampliada. Com o acordo mais recente, a alemã poderá revender as soluções de software da Siemens para manufatura aditiva (MA) industrial – as quais fazem parte do portfólio Xcelerator –

em suas máquinas e os clientes terão os benefícios de preparação e otimização de construção, além de conectividade com projeto (processos upstream) e produção (processos downstream). De acordo com a norteamericana, este é um grande negócio, tendo em vista que a EOS é um grande fornecedor de equipamentos para impressão 3D industrial de


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metais e polímeros. Para e otimização da estrutura de Andrew Snow, vice-presuporte para clientes de masidente sênior da EOS, “A nufatura aditiva de metal. possibilidade de oferecer Aaron Frankel, vice-preaos nossos clientes uma sidente do Programa de MA combinação do software de da Siemens, comentou que MA da Siemens nas má“Com este acordo, podequinas é um passo impormos melhorar consideraveltante para a industriamente a eficiência e a lucralização da manufatura tividade da fábrica com MA. EOS integrará o software de manufatura aditiva da Siemens aditiva para produção em em suas máquinas de impressão 3D, visando melhores índices Em vez de fornecer apenas escala ainda maior”. a preparação da construção de produtividade a nível industrial A integração do software para apenas uma máquina, NX AM (Siemens) com o software hachura camada por camada de suas os clientes agora têm um processo de gerenciamento de trabalho e partes impressas antes de gerar os unificado upstream para transformar processo EOSPRINT 2 (EOS) perarquivos para EOSPRINT. o projeto, e um processo downstream mite aos usuários gerar arquivos de No blog da companhia é possível para a produção da fábrica MA de construção diretamente no NX, assistir um vídeo que mostra a alto volume”. Para Frankel, o definindo material, conjuntos de integração. Além dessa integração sistema unificado é fundamental exposição e valores de compenentre softwares, a EOS começará a para o avanço da manufatura aditiva sação de feixe, entre outras variárevender o software de preparação industrial. veis. Os usuários também podem de construção NX AM e AM Build EOS – www.eos.info/en obter visualizações do padrão de Optimizer para orientação de peças Siemens – www.sw.siemens.com/en-US


SUSTENTABILIDADE

16 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

O mercado de plásticos em direção a uma economia mais limpa Já faz algum tempo que os materiais plásticos foram oficialmente declarados vilões ambientais, passando a enfrentar a rejeição de parcelas da população e o ataque de instituições de defesa do meio ambiente. A cadeia produtiva, porém, engajou-se na criação de soluções para tornar a rota de obtenção de resinas mais limpa, além de promover a reciclagem como meio de dar destinação correta aos produtos em final de vida útil.

P

or mais que se comprove o quanto os materiais plásticos são indispensáveis para o modo de vida da sociedade atual, o fato é que toda a sua cadeia produtiva precisou agir para remediar décadas de descaso com o passivo ambiental gerado pelo descarte inconsequente, sobretudo de embalagens não retornáveis. A cadeia atentou para isso há pelo menos uma década, ao se dar conta de que havia um preço a pagar pelo longo período de prosperidade vivido antes que a fatura ambiental

chegasse, e chegasse alta. A indústria petroquímica já se movia em direção a um modelo mais sustentável antes mesmo de a Fundação Ellen MacArthur propor, em 2018, durante a conferência Our Ocean, em Bali, a criação de um compromisso global denominado Nova Economia do Plástico, que tem por objetivo acelerar a transição da cadeia do plástico para um modelo de economia circular, com base nos cinco princípios apontados na figura abaixo.

Cinco pilares do compromisso global denominado Nova Economia do Plástico

Por Hellen Souza, da redação

Um pouco de história recente Entre as edições de 2007 e 2010 da feira K, um termômetro dos ânimos desta indústria, foram registradas iniciativas das empresas no sentido de tornar as atividades que envolvem o plástico mais amigáveis do ponto de vista ecológico. Mesmo em meio à grave Crise do suprime, que em 2008 derrubou as cotações do petróleo, sua principal matéria-prima, importantes players do setor petroquímico seguiram seus planos em direção a um futuro mais verde. Data daquele período a iniciativa da Braskem no desenvolvimento de rotas independentes para a obtenção de matérias-primas, com a síntese do etileno a partir do etanol de cana-de-açúcar, obtendo-se assim o monômero para a síntese do chamado polietileno “verde” que mais tarde levaria o selo I’m Green, identificável em muitos produtos finais tanto no Brasil quanto no exterior. Até 2025, a proposta da empresa é a ampliação


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deste portfólio, além de incluir 300 mil toneladas de resinas termoplásticas e produtos químicos com conteúdo reciclado, como parte de seu posicionamento em economia circular. O caminho para a “economia de baixo carbono” entre as petroquímicas recebeu pavimentação ainda mais sólida com um megaprojeto de pesquisa apoiado pelo governo alemão e denominado CO 2 RRECT: CO 2 -reaction using regenerative energies and catalytic technologies (reações com gás carbônico usando energias regenerativas e tecnologias catalíticas), anunciado na K 2010, envolvendo recursos da ordem 18 milhões de euros e propondo aproveitar as flutuações extremas da oferta de energia produzida por fontes alternativas para utilizar o gás carbônico como matéria-prima(1). O projeto tinha como objetivo tornar viável técnica e economicamente o uso da sobra de energia de torres eólicas e painéis fotovoltaicos, de modo a neutralizar a ação de um dos principais gases geradores de efeito estufa, contando com três poderosos parceiros industriais: RWE Power, Siemens e Bayer MaterialScience. Cabia então à RWE Power, empresa de energia elétrica que opera usinas termelétricas na Alemanha, separar o gás carbônico a partir dos fumos gerados em uma de suas termelétricas, liquefazê-lo e fornecê-lo como matéria-prima para o projeto. À Siemens foi dada a tarefa de desenvolver instalações especiais de eletrólise que pudessem usar o excesso de energia elétrica gerado pelas fontes alternativas para produzir hidrogênio de forma econômica, um elemento-chave para a transformação do gás carbônico em matéria-prima para a indústria química. Já a Bayer MaterialScience (atual Covestro)

ofereceu sua experiência na operação de sistemas industriais de eletrólise e como consumidora potencial das matérias-primas geradas, não só para a obtenção de monômeros para a síntese de polímeros, como também para uso em química fina e na indústria farmacêutica. À época o projeto contou com alguns parceiros acadêmicos para prestar assessoria na área de catálise, engenharia de processos, otimização de reatores e avaliação global do processo: Invite, Instituto Max Planck, Instituto de Tecnologia de Karlsruhe e as universidades RWTH Aachen, Rostock, Ruhr-Bochum, TU Dortmund, TU Dresden, Stuttgart, e TU Darmstadt. Surgiriam dali iniciativas visando alcançar um sonho para a indústria petroquímica: a síntese de matérias-primas diretamente a partir do gás carbônico, cumprindo duas tarefas importantes: aprisionar o vilão da atmosfera e usá-lo em substituição aos insumos petroquímicos, com a vantagem adicional de melhorar a imagem institucional dos produtos finais.

Rumo à economia de carbono neutro

em Dormagen (Alemanha) e enviado para a suíça FoamPartner, que comercializa sua nova linha de produtos de espuma flexível sob o nome de OboNature. A empresa segue pesquisando a extensão desse conceito a outros produtos. Já a também alemã Evonik trabalha atualmente em conjunto com a Siemens no projeto Rheticus, visando obter produtos químicos e matéria-prima a partir do CO2, com base em processos de eletrólise e fermentação com a ajuda de bactérias, uma espécie de fotossíntese artificial que ajuda a fechar o ciclo do carbono e reduzir a poluição na atmosfera. A planta piloto foi comissionada no final de 2020, na cidade de Marl, Alemanha, produzindo matérias-primas para plásticos especiais. Cerca de 20 cientistas das duas empresas estão envolvidos no projeto. Outras iniciativas consistem em usar energia limpa na produção convencional dos petroquímicos. A saudita Sabic, por exemplo, assinou recentemente um acordo conjunto com a Basf e a Linde para desenvolver soluções para fornos de craqueamento a vapor com aquecimento elétrico para a produção de eteno, matéria-prima para a produção de polietilenos. Esses fornos requerem uma quantidade significativa de energia para quebrar os hidrocarbonetos em

O cenário evoluiu desde então e a indústria petroquímica caminha hoje a passos firmes para economia de baixo carbono, baseada no uso de tecnologias limpas e de energias renováveis. A Covestro teve êxito no desenvolvimento de espumas de poliuretano a partir do poliol à base de CO2 denominado cardyon, fabricado na unidade da empresa Espuma de PU da Covestro, obtida a partir de poliol à base de CO2


SUSTENTABILIDADE

18 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

O importante papel da terceira geração

No processo de fermentação – mostrado aqui em escala laboratorial -, bactérias convertem CO2 em produtos químicos valiosos por meio de processos metabólicos

olefinas como o eteno. Normalmente, a reação é conduzida sob temperaturas de cerca de 850 °C em fornos que funcionam pela queima de combustíveis fósseis. Ao usar eletricidade de fontes renováveis, a tecnologia tem o potencial de reduzir as emissões de CO 2 em até 90%, de acordo com informações divulgadas pela empresa. Iniciativa similar está sendo conduzida pela Borealis (Áustria), que anunciou a criação, em parceria com a belga Qpinch, de uma tecnologia de recuperação de calor residual nos processos petroquímicos. O método imita as reações naturais que ocorrem no corpo humano ao usar um processo químico para aumentar a temperatura do calor residual, que de outra forma não poderia ser utilizado. Ao contrário do uso de bombas de calor convencionais, este processo ocorre em circuito fechado e minimiza os custos operacionais, bem como o uso de eletricidade. A tecnologia é escalonável de um a 50 megawatts (MW) e, portanto, é capaz de processar altos níveis de

calor residual industrial, que é reaproveitado nos reatores, reduzindo as emissões de CO 2. A entrada em operação da unidade de recuperação de calor é uma das várias iniciativas que aproximam a empresa de sua meta de ser 20% mais eficiente em energia até 2030 em comparação a 2015. Outra forma de se engajar na corrida verde é melhorando a qualidade dos produtos reciclados mecanicamente ou atuando na produção dos bioplásticos. A Basf está em ambas as frentes, e lançou recentemente uma linha de aditivos denominada B_Cycle, voltada para a reciclagem mecânica, com produtos que agem como facilitadores na triagem, lavagem dos resíduos e na extrusão dos plásticos reciclados, visando à obtenção de material de melhor qualidade. Uma linha adicional, denominada Joncryl, foi desenvolvida para auxiliar especificamente no processamento do PET. A empresa também foi pioneira no desenvolvimento de bioplásticos, com a linha Ecovio de polímeros certificados com conteúdo biológico.

O conceito de economia de baixo carbono está um pouco acima do campo de ação das empresas transformadoras de plásticos, também conhecidas como a terceira geração da cadeia petroquímica. Porém, há ações viáveis para que elas iniciem sua jornada rumo à economia circular com a reciclagem de materiais, que já é prática recorrente quando se fala no reaproveitamento de sobras de processo, tais como borras, galhos e canais de injeção. Recuperar essas sobras é uma atividade quase intrínseca à transformação, por se tratar de material puro, com baixíssimos índices de contaminação, para os quais a simples moagem e reinserção no processo de moldagem em determinadas frações já é uma solução satisfatória.

Orientação para começar Para a terceira geração, encampar ações voltadas para os propósitos de sustentabilidade e engajamento na economia circular pode ir além, conforme comenta Beatriz Luz, fundadora da Exchange4change Brasil (E4CB), organização criada em 2015, que busca impulsionar a transição de empresas brasileiras para a economia circular e que tem trabalhado de forma bastante próxima da indústria de transformação de plásticos: “Trata-se de novas relações comerciais que serão baseadas em 3 “Rs”: reavaliar processos produtivos, redefinir produtos e serviços e rever sua forma de atuação. A economia circular rompe com a lógica linear de exploração, produção, consumo e descarte, sempre focada no lucro. Lá na frente, as empresas vão precisar pagar a conta da escassez de recursos e dos riscos tomados”, resumiu.



SUSTENTABILIDADE No caso particular das resinas recicladas, esta revisão de conceitos envolve uma quebra de paradigma por parte da indústria de transformação. Com a capacitação do setor e o advento de aditivos e modos de processamento que melhoram a sua qualidade, o material reciclado não é mais necessariamente barato e ruim, como foi no passado. Os esforços das grandes empresas da segunda geração inclusive, visando reinserir conteúdo reciclado em suas matérias-primas, mostram o quanto essa visão está mudando: “Há também grandes marcas de produtos finais com metas ambiciosas, e com uma demanda crescente pela inserção de conteúdo reciclado em suas embalagens, como forma de cumprir compromissos estratégicos dentro da proposta de sustentabilidade”, comentou Beatriz. A E4CB atua conectada a uma rede internacional de especialistas para adaptar soluções globais à realidade brasileira, oferecendo treinamentos, capacitando profissionais e elaborando diagnósticos visando ao desenvolvimento de estratégias circulares para negócios e cidades. Desde 2020, o seu principal eixo de atuação é o Hub de Economia Circular Brasil (Hub-EC), um ecossistema que reúne empresas líderes determinadas a estabelecer parcerias, promover engajamento, mudar processos produtivos e fomentar a transição circular em larga escala no País. Criado para estreitar o relacionamento entre os elos dessa cadeia, o hub integra empresas de vários portes e setores. Ao todo são 16 membros que vêm unindo esforços para transformar suas cadeias produtivas: Electrolux; Gerdau; Nespresso; Covestro; Tomra; Plastiweber;

20 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

RCR Ambiental; Wise; Sinctronics/ Fit/Flextronics; Equipa Group; Cempre; Rhein Advogados; Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI); Casa da Moeda do Brasil; Senai CETIQT; e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Os subgrupos de trabalho atualmente estabelecidos são: Novas Cadeias de Fornecimento de Plástico Filme, L ogística Reversa de Linha Branca, Resina Reciclada e Design Circular. O objetivo do primeiro subgrupo é potencializar o reaproveitamento do plástico filme, material que muitos consideram não reciclável. Os membros participantes estão unindo esforços para aumentar o volume de material coletado, otimizar a cadeia e consolidar a circularidade do plástico filme, atraindo inclusive novos atores da cadeia para o debate. Já o segundo subgrupo trabalha para identificar oportunidades para ampliar o reaproveitamento de eletrodomésticos de linha branca e a sua transformação em novos produtos. Para isso, estuda-se como viabilizar a logística reversa para que os materiais retornem para novos ciclos produtivos. O subgrupo dedicado à resina reciclada visa agregar valor a esse insumo, considerando sua aplicação em produtos com garantia de qualidade e desempenho. Nele, as empresas membros buscam compreender os desafios e contextos da cadeia de resinas recicladas para identificar possíveis oportunidades de melhoria a serem aplicadas individualmente em suas operações. Já o quarto cluster é voltado para o design tendo em vista o propósito da economia circular. O intuito é trabalhar o alumínio como um material circular, valorizando seu desempenho e



SUSTENTABILIDADE design. Essa solução já é aplicada por empresas na Europa, e o Hub-EC busca trazê-la para a realidade brasileira.

300 anos de experiência Criada em 2020, a PlasticXperience é uma plataforma idealizada pelos professores Manoel Lisboa, Júlio Harada e Cláudio Marcondes, com vasta experiência no mercado de plásticos e em seu universo acadêmico. A ampla vivência do trio no segmento de plásticos levou-o a identificar a plataforma pelo slogan “Mais de 300 anos acumulados de experiência no setor de plásticos”, com os quais os profissionais se propõem a apoiar indústrias do setor que buscam conhecimento sobre fontes de matéria-prima e a sua reinserção no processo produtivo. São oferecidos serviços de consultoria, treinamento e levantamentos como estatísticas do setor, simulações de impacto ambiental (reciclagem e economia circular) por meio de treinamentos planejados conforme a necessidade de cada empresa.

22 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

Já o Movimento Plástico Transforma, iniciativa da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e da Braskem, tem ação mais voltada para o público em geral, visando esclarecer e educar a população para o uso consciente dos plásticos e para o seu potencial de reciclagem.

Reciclagem avança em meio à pandemia Mesmo diante do difícil cenário atual, decorrente da pandemia de Covid-19, a atividade de reciclagem está avançando e se aprimorando no Brasil. A fabricante de sistemas para triagem para resíduos sólidos Tomra Sorting Recycling tem acompanhado a melhoria do ambiente produtivo desse setor e por isso é uma das empresas envolvidas nos projetos da Exchange4Change. Seu desempenho é também um termômetro do interesse das recicladoras em automatizar e tornar mais produtivas as suas instalações, com a consequente melhoria da qualidade dos reciclados.

Carina Arita, diretora comercial da Tomra no Brasil, destacou que, apesar da pandemia, os últimos doze meses surpreenderam positivamente, pois o segmento de resíduos sólidos avançou bastante para destravar questões legislativas e realmente tirar a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) do papel. “Esse cenário vai ampliar a oferta de materiais disponíveis para a indústria recicladora, que realmente vai devolvê-los para a cadeia produtiva. Além disso, a situação da Covid-19 trouxe preocupações e incertezas sobre a propagação do vírus através do material no momento da triagem, o que favoreceu os sistemas de seleção da Tomra, que evitam ou reduzem a necessidade de contato dos operadores com os resíduos”, informou. Recentes mudanças na legislação sobre o comércio de resíduos sólidos favoreceram os mercados locais de reciclagem. Durante a Conferência da Basileia, realizada em 2019, muitos governos concordaram em alterar a Convenção da Basileia, que


23 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

Economia circular x sustentabilidade Para se situar dentro das propostas da Nova economia do plástico é importante que as empresas diferenciem os conceitos de sustentabilidade e de economia circular. Beatriz Luz, do Exchange4change resume essas diferenças da seguinte forma: “A sustentabilidade está mais associada às ações que ocorrem dentro das fronteiras de cada empresa, no sentido de causar menos impacto e promover a maior eficiência dos seus processos. Já a economia circular diz respeito ao ecossistema em que as empresas estão inseridas. É algo que não se faz sozinho, pois demanda a cooperação e a disseminação de conhecimento para que o ganho seja maior, proporcionando escala e mais retorno financeiro, criando-se uma verdadeira cadeia de valor”.

versa sobre o trânsito de resíduos em nível global, para incluir os resíduos plásticos em uma nova estrutura legal: 186 países concordaram com a emenda que impõe novas restrições à movimentação de sucata plástica que não seja destinada à reciclagem ambientalmente correta. As

alterações passaram a vigorar no dia 1 de janeiro deste ano. Carina comentou que essas mudanças na legislação pressionam o mercado em direção à comercialização de matériaprima, ao invés de resíduos, forçando que cada região trate seus resíduos e extraia deles

materiais com qualidade, promovendo consequentemente melhorias ambientais. “O Brasil é importador de alguns materiais secundários, sobretudo plástico, e essas novas diretivas evitarão que cheguem aqui resíduos que trazem consigo o passivo de tratamento ou disposição. Ou seja, essas legislações trazem a responsabilidade do tratamento e processamento mais próximo da geração do resíduo, com reflexos positivos para o Brasil e para o mundo”, concluiu.

REFERÊNCIA: 1) Antonio Augusto Gorni, “K 2010, a onda verde que virou tsunami”, revista Plástico Industrial, edição 149, janeiro de 2011.


GUIA I

24 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

Insumos para fabricação de produtos de PVC As empresas constantes deste guia atuam como fornecedoras de resinas, aditivos específicos e aditivos de uso geral usados na produção de artigos em poli(cloreto de vinila), um dos mais versáteis materiais plásticos.

Adolpho Mayer

(47) 99984-0187 n

• •

(11) 95085-6381 n

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Solventes

Outros

Redutores de viscosidade

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Retardantes de chamas

Pigmentos

Promotores de adesão

Modificadores de fluxo

Modificadores de impacto

Espessantes

Lubrificantes

Deslizantes

Desmoldantes

Cargas reforçadoras

Cargas inertes

Auxiliares de processamento

Biocidas

Antioxidantes

Absorvedores de UV

Antiestáticos

Antifogging

Agentes de expansão

Aditivos em geral

Antibloqueio

Aditivos específicos para PVC Plastificantes

Estabilizantes

Nanocompostos de PVC

Blendas de PVC

Compostos de PVC Flexível

Rígido

CPVC

PVC copolímero

Empresa, telefone e e-mail

PVC homopolímero

Resinas

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vendas@adolphomayer.com.br Advtec

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william@advtecaditivos.com.br Alfavinil – Coltok

(19) 98105-4685 n

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regis@coltok.com Avient

(11) 99601-6866

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carolina.morais@avient.com Braschemical

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braschemical@braschemical.com.br Braskem

(11) 3576-9439

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karina.suehiro@braskem.com Brenntag Química

(11) 5545-2100

jsales@brenntagla.com Buntech

(11) 99478-3722 n

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rdias@buntec.com Cadium

(11) 97587-7837 n

cadium@cadium.com.br Carbomil

(85) 99169-5648 n

contato@carbomil.com.br CCP Indústria

(47) 98441-0517 n

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sandra@ccp.ind.br Colortrade

(11) 99922-3144 n

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contato@colortrade.com.br Cristal Master

(47) 3451-5000

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(11) 3658-9490 n

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contato@cristalmaster.com.br Dacarto marketing@dacarto.com.br

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A nova marca de estabilizantes para PVC livres de metais pesados da Sun Ace Brasil

Tubos e conexões

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GUIA I

26 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

Dry Color

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Outros

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Modificadores de impacto

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Lubrificantes

Deslizantes

Desmoldantes

Cargas reforçadoras

Cargas inertes

Auxiliares de processamento

Biocidas

Antioxidantes

Absorvedores de UV

Antiestáticos

(19) 99698-2746 n

Antifogging

Agentes de expansão

Aditivos em geral

Antibloqueio

Aditivos específicos para PVC Plastificantes

Estabilizantes

Nanocompostos de PVC

Blendas de PVC

Compostos de PVC Flexível

Rígido

CPVC

PVC copolímero

Empresa, telefone e e-mail

PVC homopolímero

Resinas

vendas@drycolor.com Entec do Brasil

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vendas@entecpolimeros.com.br Ferplas

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contato@fgresinas.com.br FS Tecnologia

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gotalube@gotalube.com.br Inbra

(11) 4061-9002

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(11) 99710-4933

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marcelo.melo@ineos.com Kaneka

(11) 3286-0081

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rafael.bortoluzzi@kaneka.com.br Karina Plásticos

(11) 99799-0553 n

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vendas@karina.com.br Link Plásticos vendas@linkpvc.com.br Liton Chemicals

(11) 4636-8256 n

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liton@liton.com.br Midland

(11) 97494-8247 n

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vendas@midland-quimica.com.br Neotrade

(11) 96641-2674 n

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sylvio.carmo@neotrade.ind.br Netplas

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vendas@petrom.com.br Polifibras

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27 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – ABR. 2020

RES Brasil

Solventes

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Promotores de adesão

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Desmoldantes

Cargas reforçadoras

Cargas inertes

Auxiliares de processamento

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Biocidas

Antioxidantes

Absorvedores de UV

Antiestáticos

Antifogging

Agentes de expansão

Aditivos em geral

Antibloqueio

Aditivos específicos para PVC Plastificantes

Estabilizantes

Nanocompostos de PVC

Blendas de PVC

Flexível

Compostos de PVC

(19) 3871-5185

Rígido

CPVC

PVC copolímero

Empresa, telefone e e-mail

PVC homopolímero

Resinas

resbrasil@resbrasil.com.br Retilox

(11) 4705-9460 n

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suporte@retilox.com.br Sun Ace Brasil

(19) 98864-0943 n

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vendas@sunace.com.br Thor Brasil

(11) 4133-4155

adrianab@thorchem.com.br Tiken

(11) 5555-2080 n

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vendas@tiken.com.br Unipar

(11) 96448-1327 n

(11) 94160-1406 n

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(11) 98165-0854 n

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jessica.jabur@unipar.com Valeu Importação ariel@valeuquimica.com.br Vinyl Arena

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vinylarena@vinylarena.com.br Wacker Químida

(11) 4789-8300

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pedro.vitorino@wacker.com Work Plastic

(11) 97695-5884 n

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comercial@workplastic.com.br

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 426 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Plástico Industrial, maio de 2021. Este e outros 69 Guias PI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/pi e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.


ECONOMIA CIRCULAR

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A indústria automobilística como usuária de plásticos reciclados certificados O. C. C. Dorneles & D. C. Dorneles A maneira mais rápida de a indústria automotiva fomentar a reciclagem de resíduos plásticos e a utilização regular deles é exigindo de seus fornecedores a adoção de plástico reciclado certificado para determinados projetos. E isso já é possível se for considerada a certificação dos materiais reciclados pelo selo Senaplas.

A

crescente demanda por plásticos reciclados fez surgir a necessidade da identificação de organizações que trabalham com gestão da qualidade, processos e controle de seus produtos e serviços, e que também se preocupam não só com seus shareholders, mas também com seus stakeholders, além da reputação positiva de suas

Ormene Carvalho Coutinho Dorneles é mestre em Hospitalidade (UAM), bacharel em Administração de Empresas e certificada em gestão de feiras e exposições. Atualmente é empresária na AcePlas, empresa de auditoria para certificação de plásticos reciclados, consultora de gestão e novos negócios, coordenadora e professora de pós-graduação no Senac. Daniel Coutinho Dorneles é pós-graduado em Inteligência de Mercado (FIA-USP) e bacharel em Administração de Empresas. Atualmente é auditor e gerente de novos negócios na AcePlas. Reprodução autorizada.

atividades. Este artigo é uma reflexão sobre a iniciativa e relevância que a certificação do Senaplas pode ter na utilização de novas aplicações automotivas – via plásticos reciclados –, impactando positivamente a agenda de sustentabilidade junto ao mercado automotivo (montadoras, sistemistas, sub sistemistas, moldadores e mercado de reposição), recicladoras e a sociedade como um todo, principalmente no cenário nacional, onde a reciclagem possui papel financeiro e social direto na parcela mais carente da sociedade. O selo de certificação Senaplas Produto, criado em conjunto pela Abiplast e pela Câmara Setorial de Plásticos Reciclados, com auditoria e certificação da Aceplas (acreditada pela EuCertPlast – Entidade Certificadora da União Europeia), e em parceria com o Senai (laboratório independente), tornou possível a implantação deste projeto, que possui como pilares conceitos da EuCertPlast, do marketing 4.0 (Kotler, Kartajaya e Setiawan), de projetos ágeis (PMI, 2017), da matriz de materialidade e da economia circular. Os objetivos macro da certificação Senaplas são a validação, a garantia da qualidade do produto final, com controles e processos auditados (gerando valor, não apenas ao produto final, mas à imagem da organização), e acesso às

melhores práticas de gestão. Concomitantemente, a certificação busca promover a demanda por materiais reciclados, incentivando os recicladores a investir na produtividade de processamento, impactando o mercado em todos os níveis, com divulgação em âmbito nacional pela Abiplast. Por último, e não menos importante, mostra que o aumento da reciclagem automotiva é benéfico para recicladores,

Fig. 1 – O selo Senaplas visa certificar a garantia da qualidade do produto final, com controles e processos auditados (fonte: Abiplast, 2021)


29 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

indústria de plásticos (em meio a crises frequentes de falta de produtos intermediários), meio ambiente e para a sociedade como um todo. As organizações estão expostas a um turbulento cenário, com um alto volume de informações e constante alteração de padrões de exigência mercadológica e social. O modelo organizacional tradicional dos anos 1990 e 2000, com foco no resultado, ou no cliente, ainda é praticado atualmente por um número considerável de empresas. Por outro lado, organizações pioneiras estão trabalhando com afinco na oportunidade de buscar um equilíbrio entre lucro e sustentabilidade, em todos os níveis, e buscando o foco do cliente. Já não basta apenas um portfólio com produtos e serviços de qualidade. A conectividade e a sinergia entre gerações, alteraram e alterarão de forma radical o ambiente de gestão organizacional, forçando as empresas a buscarem novas ferramentas, práticas e métricas (Kotler, Kartajaya e Setiawan) para que estejam mais aderentes às necessidades e tendências de comunicação, de segurança, de saúde, sociopsicológicas, espaciais, ambientais e mercadológicas. O principal questionamento sobre as novas ferramentas de gestão está baseado em como mensurar e comunicar os diferenciais que este novo modelo de gestão provê. Este artigo traz uma das possibilidades emergentes para essa questão: as certificações como objetivo de salvaguardar o melhor do conteúdo das atividades produtivas em relação às novas tendências trazidas pelas mais recentes conquistas tecnológicas, novos problemas (como a Covid-19) e atuais desafios dos contextos social, ambiental, econômico e político. Nesse sentido, uma abordagem sobre a crescente preocupação com

a segurança, a saúde, a condição sóciopsicológica, o espaço de trabalho, o meio ambiente e a sustentabilidade como um todo, deve direcionar missão, visão, valores e planos estratégicos corporativos para a necessidade de reciclagem de materiais plásticos, especialmente para as mais de 1.000 empresas atuantes neste segmento no Brasil. Porém, essa reciclagem precisa seguir processos robustos e continuamente controlados, o que permite sua confiabilidade e qualidade assegurada. Assim, a certificação é uma forma de comprovar esses aspectos, proporcionando também um documento que pode ser amplamente divulgado, criando um círculo virtuoso e incentivando outras empresas a se engajarem no mesmo sentido. Esse movimento tem repercutido em companhias de pequeno, médio e grande porte em todo o mundo. Exemplo disso é a certificação EuCertPlast para plásticos reciclados. A agenda de certificação abrange toda a gestão corporativa, assegurando a constância de processos, desde logísticos até os relacionados à qualidade final do reciclado. Assim, a gestão, meio ambiente, saúde, condição sóciopsicológica, segurança dos trabalhadores, comunidade e modelo de negócios são auditados e controlados, permitindo cumprir uma agenda econômica, agora sempre aliada à governança sustentável. Diante de tantas demandas, as empresas recicladoras necessitam definir uma ordem de prioridades na gestão de seus processos e ainda identificar os aspectos mais relevantes para atuar, de acordo com critérios estratégicos de sua organização. Nesse sentido, a Fundação Dom Cabral sugere a utilização da matriz de materialidade, que temse mostrado uma ferramenta muito útil, ao fornecer parâmetros de análise e validação dos principais

focos de atuação no que se refere a uma agenda sustentável, respeitando o cenário e os objetivos específicos de cada organização. Ou seja, o cenário atual da indústria de plásticos aponta para a clara oportunidade de reciclagem de materiais, levando em conta a lucratividade aliada à governança sustentável da empresa, assim como garantir os aspectos básicos de segurança e saúde de todos os seus colaboradores, especialmente em tempos de crise sanitária como a pandemia atual.

Aplicação da matriz de materialidade Transformar em ações as intenções de responsabilidade socioambiental exige que a empresa se dedique a identificar os fatores que criem valor agregado ao negócio. Ou seja, é preciso priorizar as oportunidades e envolver toda a liderança no sentido da sustentabilidade, perpassando os temas ambientais e sociais, além da necessária e complexa lucratividade organizacional. Com o objetivo de auxiliar as empresas nessa tarefa, a Fundação Dom Cabral lançou um guia, chamado de “How-to de Sustentabilidade”, apresentando a “matriz de materialidade” (figura a seguir) para identificar os temas mais relevantes para cada empresa, em quatro etapas consecutivas: 1. Identificar os temas relevantes com os principais stakeholders (partes interessadas) que tenham impacto direto no negócio; 2. Avaliar o benefício de cada tema para o negócio (por exemplo, custos, participação de mercado, preço etc.); 3. Analisar a percepção dos stakeholders, identificando os temas de maior relevância para cada um deles (como clientes, distribuidores, governo, entre outros, conforme


30 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

ECONOMIA CIRCULAR

Na prática, os dados apresentados pela pesquisa de 2019 são mais representativos e mais adequados, pois consideram também os segmentos mais visíveis como, por exemplo, o de embalagens (biscoitos, alimentos, garrafas e recipientes) e artigos de consumo em geral (filmes, chapas, mangueiras, utensílios domésticos, cápsulas etc.). Além disso, outros segmentos mais técnicos ainda permanecem invisíveis às estatísticas, tais como os industriais, da construção civil, automotivos, eletroeletrônicos etc., indicando que mais estudos devem ser realizados para um melhor entendimento desse mercado. Fig. 2 – Matriz de materialidade de projeto (fonte: Fundação Dom Cabral, 2016)

o ramo de atuação da empresa); 4. Montar uma matriz de “impacto no negócio” versus a “importância para os stakeholders”. A identificação dos principais temas pode levar em conta alguns parâmetros já utilizados, como o mapa de materialidade do Sustainable Accounting Standards Board (SASB), ou até mesmo exemplos de empresas que já realizaram o mesmo exercício, divulgados amplamente na mídia e na Internet. A partir de então, são definidos relatórios de controle específicos, visando ao gerenciamento de riscos e ao aproveitamento de oportunidades sustentáveis de negócio.

Necessidade de reciclagem: fator ambiental Com a necessidade de diminuição de resíduos sólidos, a reciclagem surge como uma grande alternativa para a mitigação e tratamento do legado gerado por centenas de anos de deposição de lixo no meio ambiente sem o devido tratamento,

e principalmente devido ao amadorismo com que o assunto é gerenciado por parte de governos, indústrias e sociedade. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de plástico, e em contrapartida possui um índice de reciclagem de 1,28% (ou por volta de 10%, segundo artigo da Universidade Federal de Minas Gerais) contra uma média mundial de 9% nos principais países industrializados, como apontado por um estudo da WWF em março de 2019. Este mesmo estudo aponta o Brasil com o pior índice de reciclagem dentro do grupo dos BRICS. Po r o u t r o l a d o , s e g u n d o a Abiplast, apoiada em pesquisa de 2019 da Maxiquim e encomendada pelo Picplast, o índice de reciclagem pós-consumo no Brasil foi de 24%, comparado a 22,1% em 2018. Essa discrepância aponta para a não consideração do volume não oficial de reciclagem. Coletores, cooperativas e recicladores não regulamentados são desprezados nas estatísticas internacionais.

Necessidade de reciclagem: fator mercadológico O mercado de plástico reciclado no Brasil não possui incentivos relevantes por parte dos governos. A complexa estrutura tributária, por exemplo, hoje faz com que uma recicladora seja tratada como indústria de transformação, pagando os mesmos impostos sobre matériaprima como se consumisse plástico virgem. Vale mencionar a inexistência de uma linha de crédito governamental para aquisição de maquinário para a mecanização da coleta, separação e processamento da matéria-prima. Uma desvantagem quando se compara com os países da Europa e o maior país entre os BRICS, a China, que já possuem tecnologia avançada dedicada ao setor de reciclagem de plásticos. Outro agravante são os custos de transporte: produtores de matériaprima e cooperativas em geral possuem produção limitada e com baixo padrão de qualidade, o que acaba forçando as organizações a buscar matéria-prima em locais mais distantes e, quando se excede o limite estadual, a tributação pode ser ainda mais complexa.



32 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

ECONOMIA CIRCULAR

Em consequência da baixa qualidade no padrão de fornecimento, gerado pela falta de uma certificação que garanta a qualidade exigida em seus processos de produção de plásticos reciclados, a indústria automotiva, uma das mais atuantes e exigentes do mercado nacional, acaba não tendo opção, a não ser especificar o plástico virgem para todos os seus projetos, inclusive para aqueles que poderiam utilizar plásticos reciclados, mais uma vez deixando de alimentar este importante elo da cadeia onde se encontra o conceito da economia circular. A grande oportunidade de mercado está em alterar a percepção do plástico reciclado de “refugo” para “recurso”, até mesmo para diminuir os custos e ajudar nos constantes descontroles do mercado de plásticos virgens, sempre impactados pela instabilidade na produção dos intermediários petroquímicos, necessários à sua manufatura, causando constantes crises de falta de insumos e aumentos de custos junto ao setor.

A certificação O projeto de certificação Senaplas para plástico reciclado na indústria

automotiva foi desenvolvido para garantir a qualidade dos processos de coleta, segregação e reciclagem de autopeças plásticas de forma sustentável e economicamente viável, buscando conceitos de gestão e ferramentas atualizados e baseados em referência internacional, conforme explicados a seguir.

EuCertPlast Principal referência do Senaplas, a EuCertPlast é uma certificação da Comunidade Europeia adotada pela maioria das empresas de reciclagem de plásticos europeias, cujo mercado é considerado padrão de excelência mundial nos quesitos de boas práticas e tecnologia para a reciclagem em geral. Pode parecer algo longínquo para as empresas nacionais mas, do ponto de vista da reciclagem, 100% das empresas são elegíveis à admiração da sociedade, apenas por conta de seu negócio principal: estarem totalmente incluídas na economia circular. É possível identificar variáveis no sistema de gestão e divulgação das ações da organização como, por exemplo, pelo entendimento de um

problema social a resolver, que pode ser considerado seu propósito ou missão no que concerne à governança sustentável. Assim, é possível medir não somente o sucesso pelo retorno financeiro, mas também pela contribuição ao bem-estar geral no Planeta. No final das contas, uma empresa certificada pode ser considerada uma empresa que está do lado certo: do bem e da cura do Planeta.

Fig. 3 – Modelo de certificação do EuCertPlast (fonte: EuCertPlast, 2021)


33 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

O selo Senaplas O selo de certificação Senaplas Produto, criado em conjunto pela Abiplast e a Câmara Setorial de Plásticos Reciclados, com auditoria e certificação da Aceplas (acreditada pela EuCertPlast – Entidade Certificadora da União Europeia), e em parceria com o Senai (laboratório independente), tornou possível a implantação deste projeto, que possui como pilares conceitos da EuCertPlast, do marketing 4.0 (Kotler, Kartajaya e Setiawan), de projetos ágeis (PMI, 2017), da matriz de materialidade e da economia circular. Os objetivos macro da certificação Senaplas são a validação, a garantia da qualidade do produto final, com controles e processos auditados (gerando valor não apenas para o produto final, mas para a imagem da organização), e acesso às melhores práticas de gestão. Concomitantemente, a certificação busca promover a demanda por materiais reciclados, incentivando os recicladores a investir na produtividade de processamento e impactando o mercado em todos os níveis, com divulgação em âmbito nacional pela Abiplast.

Conclusão Tendo analisado os cenários local e internacional, faz-se entender que independentemente das ações e incentivos governamentais, a maneira mais rápida de a indústria automotiva fomentar a reciclagem

de resíduos plásticos é exigindo em seus projetos e de seus fornecedores a adoção de plástico reciclado certificado. A grande oportunidade de mercado está em alterar a percepção do plástico reciclado de “refugo” para “recurso” na percepção dos principais stakeholders do setor automotivo.

REFERÊNCIAS 1) ABIPLAST. Selo SENAPLAS Produto. Disponível em: http://www.abiplast.org.br/ senaplas/#. Acesso em: 15/fevereiro/2021. 2) ABIPLAST. Estudo encomendado pelo Picplast mapeia a indústria de reciclagem do plástico no brasil. Disponível em: http://www.abiplast.org.br/noticias/estudoencomendado-pelo-picplast-mapeia-a-industria-de-reciclagem-do-plastico-no-brasil/. Acesso em: 15/fevereiro/2021. 3) ACEPLAS. Economia circular, 2021. 4) CERTIFIED B CORPORATION. Disponível em: https://bcorporation.net/. Acesso em 14/fevereiro/2021. 5) DESENVOLVIMENTO ÁGIL. Scrum. Disponível em: https:// www.desenvolvimentoagil.com.br/scrum/. Acesso em: 14/fevereiro/2021. 6) EUCERTPLAST. European Certification of Plastics Recycling. Disponível em: https://www.eucertplast.eu/. Acesso em: 15/fevereiro/2021. 7) FUNDAÇÃO DOM CABRAL. Guia How-to Matriz de Materialidade. Núcleo de Sustentabilidade, 2016. Disponível em: https://www.fdc.org.br/conhecimento-site/nucleosde-pesquisa-site/Materiais/guia_howto_matriz_materialidade.pdf. Acesso em: 16/ fevereiro/2021. 8) KOTLER, P; KARTAJAYA, H; SETIAWAN, I. Marketing 4.0. São Paulo: Sextante, 2017. 9) MCDONOUGH, William; BRAUNGART, Michael. Cradle to Cradle: Remaking the way we make things. Edição 2 ed. Inglaterra: Vintage, 2008. 10) PMI. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK® 7a. ed. EUA: Project Management Institute, 2017. 11) SASB: Sustainability Accounting Standards Board. Materiality map. Disponível em: https://materiality.sasb.org/. Acesso em: 16/fevereiro/2021. 12) The Global Impact Investing Ratings System. Disponível em: http:// thenewmediagroup.co/the-global-impact-investing-ratings-system/. Acesso em: 15/ fevereiro/2021. 13) WWF-Brazil. Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo. Disponível em: https:// www.wwf.org.br/?70222/Brasil-e-o-4-pais-do-mundo-que-mais-gera-lixo-plastico. Acesso em: 15/fevereiro/2021.


GUIA II

34 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

Reforma e retrofitting de máquinas e periféricos Empresas do setor verificaram aumento da demanda por reformas de equipamentos usados no processamento de plásticos, e também uma maior procura por sistemas para coleta de dados e conexão com ambientes digitais. Os negócios de 57,14% das empresas constantes deste guia sofreram um impacto positivo em decorrência da pandemia de Covid-19. Esse dado foi fornecido por elas ao participar de uma pesquisa realizada no segmento de reforma e atualização (retrofitting) de máquinas e periféricos, as quais atribuíram o aumento da procura por seus serviços à redução da compra de maquinário novo durante o período da atual crise sanitária. No entanto, 28,57% delas informaram ter havido redução da demanda por esse tipo de serviço, em razão da diminuição do ritmo de produção das indústrias, ao passo que 14,29% das pesquisadas disseram que sua rotina não passou por muitas modificações. Quando questionadas sobre quais são os tipos de serviços de reforma e retrofitting de máquinas e periféricos que mais executam, uma parcela de 28,18% das participantes do levantamento apontou os reparos na parte elétrica, 26,71% delas mencionaram a manutenção de sistemas de

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contato@automataweb.com.br DK Solutions

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contato@dksolutions.com.br Itaserv

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arnaldo.itaserv@hotmail.com Mecânica Ruiz

(11) 99639-7487 n

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geraldo_ruiz@fruiz.com.br NW Automação

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noworry@noworry.com.br Olivertech

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wwman@onda.com.br

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 91 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Plástico Industrial, maio de 2021. Este e outros 69 Guias PI estão disponíveis online, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/pi e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão online de todos estes guias.

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Micronizadores

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Misturadores

Quantidade de máquinas reformadas

Desumidificadores

A empresa faz

acionamento e de motores, 23,15% comentaram sobre a instalação de dispositivos eletrônicos e a implantação de sistemas digitais que permitam a interconectividade entre maquinário e ambientes virtuais – informação que merece atenção especial tendo em vista que a modernização de parques fabris é um assunto que ganha cada vez mais relevância na área de plásticos –, além de reformas da parte mecânica dos equipamentos, que foi apontada por 21,96% das companhias pesquisadas. A respeito das vantagens proporcionadas pelo retrofitting de maquinário, as empresas entrevistadas disseram que uma delas é o ganho de desempenho, que, segundo elas, pode chegar a 53%, em média. Cerca de 42,89% delas informaram que já têm serviços contratados para o próximo semestre de 2021, 42,88% fecharam pedidos para os próximos quatro meses e 14,23% o fizeram para até os próximos doze meses. Seus serviços incluem assistência técnica e garantia que pode variar de três a vinte e quatro meses.


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FORMULAÇÃO

36 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

Desenvolvimento de graus de PP para a construção de automóveis mais leves A redução de peso é um dos grandes requisitos a serem atendidos pelos componentes automotivos – independentemente de em qual carro eles serão utilizados. Um dos materiais mais leves em questão atualmente é o polipropileno (PP). Ele também é adequado para componentes usados em veículos sofisticados, desde que usados os reforços adequados. Este fato é demonstrado, por exemplo, por seu uso como suporte do console central no veículo elétrico NIO ES8. G. Grestenberger e M. Kralicek

V

eículos conectados, eletrificação do acionamento, direção autônoma e compartilhamento de carros estão desafiando os fabricantes de automóveis e seus fornecedores a repensar os modelos comerciais vigentes e a desenvolver conceitos de mobilidade modificados. Em alguns casos essas tendências estão introduzindo tecnologias inteiramente novas no veículo. Embora estes desenvolvimentos geralmente estejam relacionados apenas a classes ou segmentos específicos de veículos, uma exigência permeia praticamente todas as áreas: a redução de peso para aumentar a eficiência. Georg Grestenberger (georg.grestenberger@ borealisgroup.com) é gerente de marketing de aplicações na Borealis AG. Markus Kralicek trabalha como gerente de desenvolvimento de negócios na Borealis. Este artigo foi publicado originalmente na edição de março de 2020 da revista alemã Kunststoffe. Copyright by Carl Hanser Verlag. Direitos para o português adquiridos por Plástico Industrial. Tradução e adaptação de Antonio Augusto Gorni.

No caso de carros com motores de combustão interna, uma redução de peso de 100 kg leva a uma diminuição do consumo de gasolina de 0,2 a 0,3 L/100 km. Isso pode ser convertido em uma redução de emissões de até 8 g CO 2 /km. Entretanto, a economia real depende muito do comportamento ao volante. Ao

se manter velocidade constante durante o trajeto, por exemplo, em uma autoestrada, o peso tem papel secundário no consumo de energia. Neste caso, a resistência do ar exerce influência significativa sobre o balanço energético. Ocorre exatamente o oposto no início do movimento e na frenagem.

A montadora automotiva chinesa NIO utiliza formulações de PP reforçadas com fibra de carbono para o suporte do console central em seu SUV elétrico ES8 (NIO)


37 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

O mesmo raciocínio se aplica Com densidade de 0,9 g/cm³, o Fração de cargas reduzida aos veículos elétricos: neles, parte polipropileno (PP) é mais leve do abaixo de 10% da energia da frenagem pode ser que a água e, portanto, um dos recuperada como energia elétrica materiais mais leves usados em A Borealis AG (Viena, Áustria) por meio da regeneração. Entreveículos. As altas exigências no setor tem trabalhado intensamente nos tanto, este processo não é isento automotivo geralmente não permiúltimos anos para reduzir a fração de perdas. Além disso, os veículos tem o uso de PP puro. Na maioria de materiais para reforço no caso elétricos geralmente das formulações de PP são mais pesados do que reforçadas com cargas os modelos análogos minerais. Por intermédio dotados de motores de da otimização apropriada combustão interna. No do projeto do polímero, caso de modelos idênfoi possível conseguir ticos, os carros eléuma redução significativa da densidade das tricos apresentam em média peso 15% supeformulações, mantendo rior. Embora muitos suas propriedades mecomponentes sejam elicânicas e melhorando a minados do conjunto processabilidade. Ao propulsor elétrico, as invés das formulações de baterias pesadas acarPP anteriormente utiretam no aumento de lizadas, com fração de Fig. 1 – A formulação PP Daplen EE001AI possui boa resistência a peso. É verdade que a cargas igual ou superior arranhões e qualidade superficial, apesar de sua baixa densidade, de 0,95 g/ densidade de energia a 20%, agora se enconcm³. É por esse motivo que a Skoda conta com esse material no interior de seu das baterias está aumentram em uso materiais modelo Scala – por exemplo, no painel da porta (Skoda) tando continuamente, com fração igual ou infemas a autonomia dos carros elérior a 10%. Os materiais atuais dos casos são utilizadas formulações tricos ainda é significativamente usados nas guarnições de portas de PP. Embora sua densidade aumenmenor do que a dos veículos apresentam valores de densidade de te um pouco devido ao uso de mateconvencionais. A construção leve, aproximadamente 1 g/cm³. Um riais de reforço como talco, fibras de portanto, continua sendo um dos exemplo disso é a formulação de vidro ou fibras de carbono, ela ainda se situa na faixa de 1,05 g/cm³ (±0,1). requisitos decisivos. PP Daplen EE001AI, com alta


FORMULAÇÃO

38 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

espera que desempenhe um papel importante nos futuros veículos elétricos. Um dos pontos focais na região externa dos veículos é a integração de vários sensores e da instrumentação que são necesFig. 2 – O PP reforçado com fibra de vidro é um substituto sários para os sistemas adequado para a PA e é atualmente utilizado, por exemplo, nos de assistência à conmódulos da extremidade frontal (front-end) dos modelos atuais dução e, no futuro, para de veículos (Borealis) a condução autônoma. Os fabricantes esperam que isso resistência ao impacto. Ela possui possa ser implementado sem qualdensidade de apenas 0,95 g/cm³, quer restrição em termos estéticos mas apresenta qualidade superficial ou do fluxo de ar (ou seja, do muito alta e resistência a arranhões. coeficiente de arraste cw). Esta Além de atender aos requisitos integração total funcionalizada estéticos, os materiais usados no requer materiais com propriedades interior dos veículos também conhecidas, mas que apresentem devem apresentar baixas emissões e ser inodoros, bem como estar em maior fluidez e menor coeficiente conformidade com os padrões de expansão linear. Esta comOEM, de acordo com as normas binação é obtida, por exemplo, com a técnicas VDA 278 e VDA 270. O formulação de PP Daplen EH227AE grau Daplen EE001AI atende a a qual oferece, ao mesmo tempo, qualidade superficial muito boa ambos os requisitos e permite para aplicações sem pintura. redução do peso do componente de Além das aplicações clássicas de até 6% em comparação com as poliolefinas, tais como para-choformulações de PP convencionais. ques, mini estribos e aerofólios, Esse material é utilizado em vários módulos inteiros da porta traseira modelos de diferentes fabricantes também são fabricados usando PP. de veículos, incluindo o Skoda Para isso são utilizados diferentes Scala (figura 1), e também se

Fig. 3 – Comparação dos valores de rigidez sob flexão (E1/3/p) de materiais para construção leve (o número nas barras indica a densidade, expressa em g/cm3): a fração de carga nos plásticos foi de 40% (fonte: Borealis)


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conceitos, como uma solução usando três cascas mais componentes para revestimento, ou uma solução com duas cascas mais estrutura de suporte visível. O suporte metálico que era usado até agora foi substituído por um quadro estrutural feito com PP reforçado com fibras.

módulos da extremidade frontal do veículo (front-end), entre outras aplicações (figura 2). O PP reforçado com fibra de carbono apresenta alta resistência mecânica, similar à do PP reforçado com fibra de vidro (figura 3). Além disso, ele apresenta densidade extremamente baixa, boa Fig. 4 – O console central do veículo elétrico NIO ES8 é feito processabilidade, além de com PP reforçado com 20% em peso de fibra de carbono. Sua expansão linear térmica e Substituindo PA por geometria complexa apresenta implementação mais fácil usando PP reforçado com tendência à deformação fibras de carbono ao invés das de vidro (Borealis) fibras de vidro muito baixas. A Fibremod materiais também são utilizados em CB201SY, uma formulação de PP travessas submetidas a pesadas Quando, como no caso das portas contendo 20% em peso de fibra de solicitações e para componentes traseiras, é necessário conseguir carbono, atinge módulo de flexão localizados no ambiente do motor. melhores índices das propriedades com magnitude de quase 10.000 Um exemplo dessa aplicação é o e da resistência mecânica para MPa sob densidade de 1 g/cm³. A grau PP Fibremod GB477HP da substituir, por exemplo, a poliamida montadora NIO, por exemplo, Borealis, que é reforçado com 40% (PA) ou materiais metálicos, as utiliza este material no suporte do fibras de vidro continuam sendo o console central de seus veículos em peso de fibras curtas de vidro. padrão para reforçar o PP. Tais elétricos NIO ES8 (figura 4) e Atualmente ele é utilizado para


FORMULAÇÃO

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mais precisas permite um projeto de componente específico para o material e abre um potencial adicional de economia. Entretanto, alcançar esse objetivo requer que os fabricantes de materiais criem modelos abrangentes para seus produtos. Para Fig. 5 – A fim de poder efetuar simulações de componentes de poder efetuar estudos forma realista, é necessário que os fabricantes procedam a uma desde casos complexos caracterização abrangente de seu material. Isso requer a de carregamento até execução de ensaios de materiais, como os de tração (Borealis) simulações de colisão, é necessário o desenvolvimento NIO ES 6. Além da complexa contínuo no campo da caracgeometria do componente, cuja terização de materiais (figura 5). Os manufatura seria difícil ao usar o comportamentos estático e dinâPP reforçado com fibra de vidro, a mico, assim como o relativo à fadiga adoção da formulação CB201SY do material, devem ser deterresultou em uma economia de peso minados ao longo de uma ampla faixa de 20% em comparação com um de temperaturas. Influências degrau de PP reforçado com fração de correntes do processamento, tais 40% de fibras longas de vidro com como orientações, linhas de solda nível de rigidez semelhante. etc., também devem ser levadas em Contudo, em muitos casos, a mera substituição de materiais não consideração. é conveniente. Para implementar Espumas de PP: 60% a componentes estruturais complexos é necessário dispor de sólido conhemenos de peso cimento básico em simulação o que, além dos modelos de material usados Além do peso do veículo, há em cálculo e previsão, também também um grande potencial para inclui o conhecimento no que diz o aumento da eficiência energética respeito ao seu processamento. O no condicionamento de ar nos desenvolvimento de ferramentas de veículos elétricos. Estudos desimulação e modelamento cada vez monstraram que mais de um terço da carga da bateria é usada pelo equipamento de ar-condicionado em um carro elétrico. Portanto, melhorias na gestão da temperatura dos veículos elétricos como, por exemplo, por meio de um maior isolamento térmico do interior do veículo, são uma chave para aumenFig. 6 – Os componentes expandidos apresentam peso reduzido tar sua autonomia. e, portanto, também diminuem o consumo de energia dos As espumas de PP são veículos. Portanto, o uso de componentes expandidos constitui uma possibilidade para uma opção interessante para veículos elétricos em particular (Borealis/Trexel) alcançar esse objetivo.


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Para tanto, a Borealis desenvolveu o PP Daploy, com cadeia longa ramificada. Ele combina alta resistência mecânica (High Melt Strength, HMS) e alta capacidade de estiramento no estado fundido. É por esse motivo que as espumas de PP com baixa densidade podem ser produzidas a partir desses graus. Além da redução de peso, essas espumas oferecem as vantagens habituais do PP: alta resistência à temperatura, excelente resistência química e fácil reciclabilidade. No setor automotivo, os forros de teto, barreiras contra vapor de água nas portas e dutos de ar, bem como várias outras peças, já são feitas com espumas leves de PP. Um estudo conceitual sobre um duto de ar feito com PP expandido e moldado por extrusão e sopro mostra como a combinação de métodos de processamento e materiais apro-

priados pode reduzir o peso dos componentes e o consumo de energia (figura 6). Em comparação com os modelos de referência, os dutos de ar expandidos apresentam peso 20 a 60% menor e características de isolamento acústico e térmico significativamente melhoradas.

Considerando a pegada total de CO2 do veículo As formulações de PP oferecem uma ampla gama de possibilidades para melhorar a eficiência energética dos veículos. No entanto, não basta apenas reduzir as emissões de CO2. Na verdade, o balanço energético deve considerar desde a extração da matéria-prima, passando pela produção e fase de utilização, até a reciclagem dos materiais ao final da vida útil do

veículo. A pegada global de CO2 do veículo está cada vez mais em foco. Os plásticos reciclados fazem uma contribuição importante para a redução das emissões de CO2. Portanto, a Borealis desenvolveu formulações elaboradas a partir de materiais reciclados pós-consumo. Por exemplo, os graus Borcycle ME2220SY, MD2550SY e MD3230SY contêm entre 25 e 50% em peso de conteúdo de materiais reciclados pósconsumo. As formulações de PP podem ajudar a implementar uma mobilidade mais eficiente. Devido à sua baixa densidade, moldagem simples, baixas emissões de CO2 e reciclabilidade relativamente fácil, o PP e suas formulações, ao substituir outros materiais, muitas vezes reduzem a quantidade emitida dos gases que promovem o efeito estufa.


RECICLAGEM

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Programa promove a reciclagem de dispositivos médicos de PVC

O programa VinylPlus – coalizão voluntária, fundada há dez anos na Europa, que auxilia a indústria local do PVC no desenvolvimento de

crucial desempenhado pelos dispositivos médicos plásticos de uso único na prevenção e controle de doenças. O aumento da necessidade de tais itens descartáveis lançou luz sobre os desafios de gerenciá-los e descartá-los adequadamente

e bolsas, por exemplo), muitos deles usados sem contato direto com os pacientes ou em contato por um curto período. Neste caso, não são potencialmente infecciosos, podendo ser reciclados. Tomando como base o sucesso do RecoMed –

Instituição europeia lança projeto colaborativo para promover a reciclagem de dispositivos médicos de PVC de uso único

técnicas a fim de estabelecer fundamentos de economia circular – lançou um novo projeto colaborativo para acelerar iniciativas de sustentabilidade na área de saúde em toda a Europa por meio da reciclagem de dispositivos médicos de PVC descartáveis. Chamado de VinylPlus Med, o novo projeto reúne hospitais, gestores de resíduos, recicladores e a indústria de PVC. De acordo com o programa, a pandemia de Covid-19 destacou o papel

após o uso. A triagem e a reciclagem adequadas dos resíduos plásticos não infecciosos podem reduzir significativamente o impacto ambiental dos hospitais e seu custo operacional e o VinylPlus ajuda essas entidades a separar e gerir seu fluxo de resíduos médicos de policloreto de vinila (PVC). Ainda segundo o programa, o PVC é o plástico mais comumente usado em dispositivos médicos descartáveis (como máscaras de oxigênio e anestésicas, tubos

Exemplos de dispositivos médicos de PVC de uso único. Imagens: Freepik, Pixabay e Medicalway Equipamentos Médicos

programa financiado pelo próprio VinylPlus, que destina dispositivos de PVC de uso único para reciclagem em novos produtos no Reino Unido –, o VinylPlus Med desenvolveu um esquema de reciclagem dos mesmos dispositivos médicos na Bélgica, para ajudar os hospitais a separar seu fluxo de resíduos. Resíduo hospitalar, mas ainda assim reciclável Para Brigitte Dero, diretora administrativa do programa, “No contexto da pandemia, o VinylPlus realmente queria ajudar os hospitais. Afinal, o PVC é o plástico mais utilizado na área da saúde. Muitos dos resíduos médicos de PVC não são infecciosos e podem ser reciclados quando devidamente separados e coletados. Estávamos ansiosos


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para aumentar a reciclabilidade do material neste setor crítico e estamos muito satisfeitos com o lançamento do VinylPlus Med. Começando com um projeto-piloto na Bélgica, estamos entusiasmados em tornar os plásticos médicos mais circulares junto com nossos parceiros”. O esquema se concentrará em resíduos limpos que podem ser reciclados em uma ampla gama de produtos de valor comercializados em toda a Europa. Além disso, o projeto também tem parceria com a belga Raff Plastics como recicladora e inclui empresas de resíduos, todas sediadas naquele país, em um raio de 120 km, para minimizar as distâncias de transporte e, assim, mitigar a pegada de carbono. Por meio da PVC Med Alliance, que pertence ao Conselho Europeu de Fabricantes de Vinil (European Council of Vinyl Manufacturers – ECVM), o qual faz parte da PlasticsEurope, os dispositivos médicos de PVC são reciclados em diversos

países. O produto reciclado, limpo e de alta qualidade é transformado em aplicações úteis como, por exemplo, calçados escolares, mangueiras industriais e de jardim, tapetes ergonômicos, entre outros. Capacete de PVC Programas similares a esses, por exemplo, poderiam se dedicar à reciclagem de equipamentos como as interfaces de ventilação mecânica não

invasiva (VNI), a exemplo das bolhas de PVC utilizadas no tratamento de pacientes infectados com o coronavírus,

que podem ser utilizadas associadas a um ventilador mecânico, como mostrado por Plástico Industrial no início da pandemia. De acordo com a Agile Med, desenvolvedora do 7Lives Helmet, marca fornecedora do capacete de PVC, sua estrutura permite a formação de um ambiente com pressão positiva e enriquecido com oxigênio. A maior parte do material usado em sua confecção é PVC atóxico e a membrana de vedação do pescoço é produzida com látex ou silicone, que garante conforto e ajuste adequado para diferentes pacientes. Para sua fixação na cabeça, duas alças de polipropileno (PP) com fechos ajustáveis e policloropreno dão segurança e conforto ao usuário. Agile Med – https://agilemed.com.br PVC Med Alliance – https://pvcmed.org VinylPlus – https://vinylplus.eu


44 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

O

na embalagem

Resinas para fabricação de embalagens rígidas com espessura fina

para aplicações muito semelhantes às mencionadas anteriormente, inclusive, ele também é indicado para a confecção de brinquedos e artigos esportivos. A Socar Polymer, empresa que atua no desenvolSegundo informações da companhia, ambos os vimento de resinas termoplásticas situada no Azerbaijão, copolímeros podem proporcionar a obtenção de criou dois grades de copolímeros que são indicados para peças acabadas com baixo índice de encolhimento e a fabricação de embalagens rígidas alta resistência térmica, além de com parede de espessura fina por bom equilíbrio entre rigidez e meio de processos de injeção. resistência ao impacto. Também Um deles é chamado de CB 4848 foi informado que devido à sua boa MO, que consiste em um copolímero fluidez, os dois grades permitem heterofásico nucleado que apresenta um processamento mais rápido boa rigidez e resistência ao impacto. em relação a outros tipos de Outras de suas características são resinas plásticas. densidade de 0,90 g/cm3, índice de Em comunicado à imprensa, a fluidez a 230 ºC de 48 g/10 min, Socar Polymer mencionou ainda Empresa desenvolve polímeros com módulo de tração de 1.500 MPa, propriedades de alta resistência ao impacto que o desenvolvimento desses índice de resistência à tração de polímeros é parte de um projeto e boa estabilidade térmica indicados para 27 MPa e de alongamento de 5%. que visa fornecer copolímeros a fabricação de embalagens Este é recomendado para a proheterofásicos isentos de peróxidos dução de recipientes opacos, utensílios domésticos e orgânicos, seguindo diretrizes embasadas no termo fechos, por exemplo. “zero-ftalato”, que significa que nenhum catalisador Há também o CB 6448 MO, que tem módulo de ou produto químico contendo compostos de ftalato flexão de 1.450 MPa e módulo de tração de 1.500 MPa. é usado na formulação das resinas. O trabalho contou Ele apresenta deflexão térmica sob temperaturas de com a colaboração da fornecedora de aditivos aproximadamente 105 ºC e seus índices de fluidez e Milliken Chemical. de alongamento correspondem a 64 g/10 min e 4%, Socar P olymer – www.socarpolymer.az Polymer respectivamente. Este copolímero é recomendado

Filmes biodegradáveis e compostáveis para embalagens A Celomax, empresa especializada em produtos de produto destinado ao recolhimento de fezes de animais celofane sediada em Araras (SP) – pertencente à de estimação, que se degrada junto com os resíduos dos pets. Nelxon –, fornece as linhas Além disso, o filme pode ser Biodeg e Organa, de filmes de aplicado em produtos alimencelofane voltados à confecção de tícios, artesanato, saboaria, floriembalagens, obtidos a partir de culturas, decorações, saquinhos celulose de eucalipto, capazes de para talheres, entre outros. Já a se decompor e ser incorporados linha Organa, de filmes bioao solo como adubo. degradáveis, pode se degradar De acordo com informações da no ambiente dentro do prazo de companhia, os filmes da linha um a três anos. Ambos os proBiodeg podem ser direcionados à dutos são obtidos a partir da compostagem e, quando destinados de maneira correta, se polpa de celulose. Empresa fornece filmes celulósicos para decompõem em até 180 dias (seEmbora tratado como “não embalar máscaras, alimentos ou resíduos de gundo a norma ASTM D6400), sendo plástico” pela companhia, pets, capazes de se decompor em gás é correto afirmar que o celofane é resultando em CO 2, H 2O e em carbônico, água e outros nutrientes para o solo outros resíduos orgânicos que um filme plástico obtido por meio podem ser incorporados ao solo como adubo. da polimerização da celulose proveniente de madeira, Dentre suas principais aplicações, destacam-se algodão, cânhamo ou outras fontes naturais. soluções como o invólucro compostável Prudent, para Celomax – tel. (19) 3542-0909, https://celomax.com.br o acondicionamento de máscaras, e do “Cocôzim”,


Nova linha de distanciadores de cerca fabricados em PP

aditivos que permitem a obtenção de propriedades como boa resistência à corrosão e às intempéries típicas do campo. Os produtos, cuja principal função é manter o espaçamento correto entre os arames de cerca, contam com um sistema de encaixe

“Sempre nos dedicamos a buscar soluções inovadoras para o segmento de cercas e alambrados, e percebemos Uma parceria entre a desenatravés de viagens a outros volvedora de resinas terpaíses que existe muita tecmoplásticas Braskem, com nologia que pode ser exploescritório comercial em São rada no Brasil. Enxergamos Paulo (SP), e a fornecedora um grande espaço para inode arames e telas para alamvações nessa e em tantas brados Insul, situaoutras áreas do agroda no município de negócio”, comentou Cachoeira do Sul Guilherme Ache, (RS), levou à criação diretor executivo de uma linha de disda Insul. tanciadores de cerca Ana Paiva, responsável por uma – equipamentos coplataforma digital mumente utilizavoltada para o agrodos em propriedades rurais e no agronegócio e gerenciaProdutos apresentam boa resistência a intempéries e são negócio – feitos de da pela Braskem, indicados para instalação em cercas e/ou alambrados eletrificados polipropileno (PP). também falou sobre A nova série recebeu o que possibilita a sua inteesse projeto: “Com base na nome de “Tramafácil” e será gração a cercas compostas relevância do agronegócio, a composta por distanciadopor quatro a sete fios de Braskem investe constanres com altura de 1.100 mm, arame, podendo ser usados temente em soluções e largura de 50 mm e proem arames lisos ou com tecnologias para apoiar o fundidade de 20 mm. Sua faformato ovalado e com esavanço das atividades agríbricação será feita por meio pessura de 2,20 a 3 mm. colas. É gratificante fechar do processo de injeção e em De acordo com as emparcerias que nos desafiam sua formulação serão usados presas envolvidas no projea desenvolver projetos inoto, os distanciadores de PP vadores, atrelados a diversos proporcionam vantagens benefícios ao setor e ao meio em relação aos seus simiambiente”. A previsão é que os molares fabricados com matedelos passem a ser comerriais convencionais. Por meio de um comunicado à cializados ainda no mês de imprensa foram listadas maio. Em um primeiro moalgumas delas: maior duramento eles serão fornecibilidade e inibição da ação dos em versões com cor de ferrugem e/ou de apopreta e apresentando as drecimento; menor peso; configurações mencionacompatibilidade com cerdas, mas há a possibilidade cas elétricas devido ao fato de serem fabricadas fude serem fabricados a partir turamente versões com de resina termoplástica; altura de 1.200 mm. Novo modelo de distanciador de possuem maior barreira cerca feito em polipropileno faz parte Braskem – tel. (11) 3576-9000,, de uma linha de produtos visual, evitando, por exemwww.braskem.com.br desenvolvidos a partir de uma plo, que animais ultrapasInsul – tel. (51) 3724-0808, parceria entre empresas brasileiras www.insulbrasil.com sem a área cercada.

APLICAÇÕES

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PRODUTOS

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Moagem de tubos

tência de 1,5 cv. Há também versões com comprimento de 8, 10 e 20 metros e motor com potência de 2 e 5 cv, assim como esteiras de alimentação com comprimento de 5, 6 e 8 metros, configuradas com taliscas e com ou sem detector de metais. Tel. (47) 3224-1191, www.marlonmaquinas.com.br

A Seibt (Nova Petrópolis, RS) comercializa equipamentos voltados para a moagem de plásticos. Um exemplo é o moinho de tubos MHTS 420T (foto), que

conta com sistema de corte composto por três facas rotativas e duas fixas, além de possuir câmara de moagem bi-partida com sistema basculante. Ele conta ainda com sistema de dosagem por válvula e guilhotina automática, e sua estrutura é feita de aço-carbono. Segundo informações da empresa, esse modelo pode processar tubos plásticos com diâmetro de até 250 mm. Tel. (54) 3698-7000, https://seibt.com.br

têmpera, além de rotor com sistema de corte em tesoura, rolo puxador e um motor elétrico para a transmissão e outro para o corte. Possui também rotor equipado com sistema de inversão de frequência e variação de velocidade, rolo de pressão – pressionado por molas – com regulagem e rodízios, que permitem o seu deslocamento. Tel. (43) 3356-2456, www.plastimaxmaquinas.com.br

A Mackller (Goiania, GO) fabrica aglutinadores de materiais poliméricos. Os modelos das séries AGL e MCK, por exemplo, possuem motor com potência de 20 a 100 cv e são comercializados em versões com capacidade para processar de 50 a 300 kg de resinas no

Esteiras industriais

A Marlon Máquinas (Itajaí, SC) fabrica esteiras indicadas para trabalhos na área de plásticos. Sua linha é com-

Granuladores

A Plastimax (Londrina, PR) fornece linhas de equipamentos projetados para a reciclagem de plásticos. Entre eles estão granuladores em versões com uma faca fixa, feita em aço submetido a tratamento de

Aglutinadores de plásticos

posta por equipamentos que têm comprimento de cinco metros e largura de 800 mm, os quais possuem lona lisa e contam com motor com po-

período de uma hora. Além desses, são fornecidos equipamentos indicados para o processamento de plásticos como, por exemplo, extrusoras, sistemas de lavagem, moinhos e máquinas de desumidificação de materiais. Tel. (62) 3597-3637, www.mackller.com.br


INFORME PUBLICITÁRIO

Sustentabilidade e inovação na indústria plástica

Radici Plastics se destaca no mercado de fornecimento de matéria prima de transformação com sua política de sustentabilidade integrada que contempla aterro zero, logística reversa e redução energética Inovação, desempenho, segurança no trabalho e sustentabilidade são as palavras-chave da Radici Plastics, indústria italiana de tecnopolímeros, situada em Araçariguama (SP), que assumiu um sério compromisso com a responsabilidade social e a preservação dos recursos naturais, se destacando no mercado de fornecimento de plásticos de engenharia. Para se adequar a esse novo modelo de negócios, o grupo Radici investiu globalmente 7.5 mm de Euros em ações dirigidas a melhorar o desempenho das instalações com o uso de tecnologias de ponta, otimizando os processos, aumentando a segurança e promovendo a sustentabilidade de forma integrada, com destaque para a unidade Brasileira as ações de redução da quantidade de papel usado em impressos e os projetos deW logística reversa e aterro zero. “Esse comprometimento da indústria do plástico com a sustentabilidade é fundamental. Por isso, toda nossa gestão é baseada na segurança, na inovação e no crescimento equilibrado para manter uma relação harmoniosa entre o indivíduo e o meio ambiente, protegendo e preservando seus recursos naturais, bem como garantindo a segurança das pessoas que trabalham na empresa e para a empresa”, diz Jane Campos, Diretora Geral da Radici Plastics. Em 2020 a Radici certificou-se também na ISO 45001, que a coloca entre as empresas mais seguras para se trabalhar. A empresa instalada no Brasil desde 1998, possui há anos a certificações 14001, 9001 e IATF 16949. Ações simples, como a substituição da iluminação de LED no interior da fábrica, até a introdução de equipamentos e periféricos de produção mais eficientes, garantiram uma importante redução de consumo energético e hídrico na Radici Plastics. Para 2021, o projeto será de Aterro Zero – redução e conscientização a respeito de recursos –

que começa com um rígido controle de impressões e a reutilização de embalagens “big-bags” e pallets. “A logística reversa, além de promover o uso consciente dos recursos, traz o entendimento de que somos responsáveis pelos resíduos que geramos. Os benefícios são sentidos de todos os lados, como na geração de empregos, na imagem da empresa, na natureza e, obviamente, no caixa”, relata a Diretora Geral da Radici Plastics, Jane Campos. Já o projeto de aterro zero, garantirá que fábrica de Araçariguama (SP), a destinação ambientalmente adequada de todos os rejeitos gerados pelas atividades fabris e administrativas, sendo esses encaminhados para reciclagem, coprocessamento ou incineração. “Hoje, a Radici Plastics trabalha para garantir que todo seu resíduo seja comercializado, doado e trabalhado. Nenhum resíduo produzido deverá ser mais enviado para aterros sanitários”, comenta com orgulho Jane Campos.

Sobre a Radici Plastics Com sede em Araçariguama (SP), em uma área de 12 mil metros quadrados, a Radici Plastics, empresa do grupo italiano RadiciGroup, é um dos mais importantes produtores mundiais de tecnopolímeros de engenharia. Os polímeros de alto desempenho da Radici Plastics abastecem os mercados automobilístico, eletroeletrônico, de embalagens, E & E, entre outros. A empresa italiana que tem a sustentabilidade e a inovação em seus valores, aplica o conceito dos 5 Rs: Repensar os hábitos e atitudes de consumo; Reduzir a geração de resíduos; Reutilizar e aumentar a vida útil; Reciclar e transformar em matériaprima para outros produtos; Recusar e não consumir produtos que geram impacto.

Para maiores informações sobre Radici Plastics entre em contato com o Departamento de MKT da Radici Plastics Brasil.

11 4136-6500 - www.radicigroup.com/pt


A maior feira e congresso da América do Sul para o setor solar EXPO CENTER NORTE, SÃO PAULO

A COMPLETA CADEIA PRODUTIVA SOLAR – EM TRÊS DIAS DE MUITOS NEGÓCIOS A feira enfoca toda a cadeia produtiva solar, dos avanços na tecnologia de células aos componentes de equilíbrio de sistemas, passando por aplicações práticas e novas tecnologias. Em 2021, a Intersolar South America espera mais de 20.000 visitantes ao Expo Center Norte de São Paulo, onde mais 250 fornecedoras de soluções FV destacarão seus produtos. Além da feira em si, a INTERSOLAR oferece várias apresentações, workshops e mostras de produtos relacionados à cadeia produtiva FV. No Palco de Inovações e Aplicações, expositores e parceiros da Intersolar e da ees apresentarão novidades e tendências do setor solar e sessões de treinamento profissional. Serão também realizados vários workshops interativos. Profissionais gabaritados ensinam as melhores práticas, ilustrando-os com estudos de casos. Antecipe-se à concorrência acrescentando os mais atualizados conhecimentos teóricos e práticos dos líderes em energia solar e armazenamento de energia.


49 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

EVENTOS

Próximos cursos do setor de plásticos Em virtude da pandemia da Covid-19, com o cancelamento de muitos eventos e cursos presenciais, priorizamos aqui os que serão realizados à distância, nos próximos meses.

Curso

Período

Reciclagem de Plásticos

Cerca de 8 h

Reciclagem de Plásticos – Vol. 1 Polímeros Oxi e Biodegradáveis

Livre

Local

Informações

Online

Instituto Avançado do Plástico

Online

tel. (11) 4351-1266,

(apostilas)

https://url.gratis/nptlD Portal Curso – EAD

Reciclagem de Plástico

Cerca de 120 h

Online

Reciclagem de Materiais

Cerca de 165 h

Online

https://url.gratis/ExEDA iEstudar Cursos Online contato.iestudar@gmail.com, https://url.gratis/yHPhx Senai – Estante Virtual de

2021

Ensaios de Caracterização de Materiais Plásticos

Livre

Online (apostilas)

Gestão de Resíduos Sólidos Reciclagem – Reutilização de PU (Anexo de Química e

https://url.gratis/eGBWJ Vilar Poliuretanos

Livre

Online (e-book)

Tecnologia dos Poliuretanos) Treinamento NR12 e Segurança para

Livros Didáticos Digitais

tel. (21) 99632-3704, https://poliuretanos.com.br Escola LF

A combinar

In company

Operadores de Moinhos

tel. (11) 96260-2293, https://escolalf.com.br Instituto de Embalagens

Embalagens Flexíveis

7 a 11/06

Online

tel. (11) 2854-7770, https://url.gratis/NfKk5

Próximos eventos do setor de plásticos Evento

Data

Local

Contato

1 a 3/06

Online

tel. +44 (0) 117-924-9442,

Plastic Pouches Virtual Summit – Seminário Internacional

AMI

sobre Embalagens Plásticas

https://url.gratis/daFz7

Bio!Toy 2021 – Conferência Internacional

Bio Plastics Magazine

sobre Materiais de Origem Biológica e sua utilização na

7 e 8/09

Nuremberg

tel. +49 (2161) 688-4469,

(Alemanha)

mt@bioplasticsmagazine.com,

Fabricação de Brinquedos

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2021

Plastics Recycling Technology – Conferência Internacional sobre

AMI 20 e 21/10

Viena (Áustria)

Tecnologia para Reciclagem de Plásticos

info@ami.international, https://url.gratis/xWGTP Associação Brasileira de Polímeros – ABPol

16 o Congresso Brasileiro de Polímeros

24 a 28/10

Online

tel. (16) 3374-3949, https://cbpol.com.br Informa Markets

Fispal Tecnologia – Feira Internacional de Embalagens

3 a 5/11

Online e presencial (São Paulo, SP)

para Alimentos e Bebidas Plástico Brasil – Feira Internacional do Plástico

tel. (11) 4632-0200, https://url.gratis/MlAX4 Informa Markets

8 a 12/11

São Paulo, SP

tel. (11) 4632-0347, www.plasticobrasil.com.br


50 – PLÁSTICO INDUSTRIAL – MAI. 2021

SERVIÇOS

LITERATURA Economia circular

O livro Economia Circular: conceitos e estratégias para fazer negócios de forma mais inteligente, sustentável e lucrativa, publicado pela Autêntica Business – pertencente ao Grupo Autêntica – trata de um dos temas em franca ascensão nos últimos tempos dentro da indústria e cita a economia circular como uma nova arena, na qual os mais diversos tipos de negócios estarão inseridos em um futuro próximo. O título não trata especificamente de companhias da cadeia do plástico, mas estabelece as bases e definições de sustentabilidade e economia circular, e oferece uma perspectiva estratégica para que os profissionais e estudiosos, de empresas e organizações de diversos setores, se ajustem a fim de enfrentar essa nova realidade. Além disso, Catherine Weetman – especialista em modelos de negócios sustentáveis e autora do livro –, acentua que para lidar com a eminente exaustão de vários recursos naturais, aliada aos problemas decorrentes do excesso de resíduos gerados por um consumo que tende a aumentar (segundo a prospecção de aumento populacional mundial), impõe-se um novo paradigma de negócios: a economia circular. Os treze capítulos da obra são divididos em quatro partes. A parte

um aborda uma visão geral sobre essa economia, evolução, efeitos práticos e implementação. A segunda parte explora como as companhias estão adotando os modelos de negócios circulares. A parte três trata de como esse conceito impacta a cadeia de suprimentos. E, por fim, a última parte é composta por glossário e índice para consultas. O livro de 512 páginas foi traduzido para o português e está disponível para compra por meio do site da editora (www.grupoautentica.com.br/ autentica-business), nas versões física (pelo preço sugerido de R$ 119,80) e digital (R$ 59,80). Reciclagem

A Hanser Publications, subsidiária integral da editora alemã Carl Hanser Verlag, disponibilizou a segunda edição de Understanding plastics recycling: economic, ecological, and technical aspects of plastic waste handling, a qual aborda o universo que envolve toda a cadeia de reciclagem dessa classe de materiais e que, fiel à missão dos autores, foi impresso em papel reciclado. O livro – “Entendendo a reciclagem de plásticos: aspectos econômicos, ecológicos e técnicos do manuseio de resíduos plásticos”, em português – mostra o potencial, por vezes subestimado, do mercado de reciclagem de plásticos com análises das perspectivas econômicas, ecológicas e técnicas. É direcionado a leitores técnicos ou leigos, incluindo fornecedores de materiais, fabricantes de produtos plásticos, agências governamentais, educadores, estudantes, bem como

quaisquer interessados na reciclagem de plásticos. Como temas principais, o título discute “tudo sobre o lixo”, “aumentando o valor, diminuindo a vida útil”, “reciclagem de plásticos: conservação de recursos valiosos”, “análise econômica do manuseio de resíduos plásticos”, “análise ambiental do manuseio de resíduos plásticos”, “otimização da reciclagem de plásticos” e “resíduos de plástico em todo o mundo”. Cada tópico apresenta, além das estratégias mais comuns, novas abordagens para aumentar a taxa de reciclagem e melhorar seus aspectos técnicos e econômicos, uma vez que essa metodologia é essencial do ponto de vista ecológico. Além de incluir as propriedades de processamento dos materiais plásticos reciclados, a segunda edição – revisada e ampliada – contém uma nova seção sobre plásticos reforçados com fibra e considerações para reciclá-los. Planilhas utilizadas nas análises econômicas no decorrer do livro são oferecidas como um bônus para o leitor baixar como material complementar. Redigido em inglês por N. Rudolph, R. Kiesel e C. Aumnate, o livro de 152 páginas pode ser adquirido por meio do site da editora (www.hanserpublications.com), na versão física (US$ 89,99) ou em e-book (US$ 79,99), cerca de R$ 420,00 a R$ 470,00 em conversão direta.

ANUNCIANTES Empresa ............................................... Pág.

Empresa ............................................... Pág.

Empresa ............................................... Pág.

BBC ---------------------------------------- 20 Bramis ------------------------------------- 39 CPFL -------------------------------------- 05 Dynaflow ---------------------------------- 38 Extrunet ---------------------------------- 39 G3 Automation -------------------------- 43 Haidlmair --------------------------------- 41 Haitian ------------------------------------ 15 Instituto Brasileiro do PVC ----------- 23

Loti ---------------------------------------- 37 LS Injetoras ------------------------------ 11 Olifieri ------------------------------------- 38 Petromaster ------------------------------ 40 Radicci ------------------------------------ 47 Reagens ----------------------------------- 09 Replas ------------------------------------- 21 Resin Web -------------------------------- 40 RTP ---------------------------------------- 27

Soul Flex ---------------------------------- 41 Souza e Ramos -------------------- 3-a Capa Star Seiki --------------------------------- 32 Sun Age ----------------------------------- 25 Superfinishing --------------------------- 22 Tecmills ----------------------------------- 31 Valeu Química -------------------- 2-a Capa Vinyl Arena ------------------------------- 19 Woojin Plaimm ------------------- 4-a Capa




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