Conheça as empresas especializadas em projeto, engenharia, instalação e manutenção de sistemas de detecção e combate a incêndio, bem como as soluções capazes de aumentar a eficiência e segurança das unidades.
O artigo explora como as novas tendências afetam o gerenciamento de ambientes críticos em data centers, fornecendo estratégias para otimizar a eficiência, a segurança e a sustentabilidade, e compara os métodos de construção convencional e modular.
GuiaderacksparaLANs,servidoreseacessórios
Com a expansão da IA – Inteligência Artificial, das aplicações em nuvem e dos edge data centers, os racks e gabinetes serão cada vez mais demandados para assegurar o adequado desempenho da rede e dos equipamentos.
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Cabossubmarinos
Os cabos submarinos são sistemas de comunicação vitais, compostos por fibras ópticas capazes de transmitir dados por longas distâncias sob o mar em alta velocidade entre continentes. A instalação e manutenção requerem tecnologia avançada e embarcações especializadas.
GuiadeDWDM
Com crescente aplicação em sistemas de transporte e interligação de data centers, o DWDM permite a transmissão de vários feixes de luz em comprimentos de onda sobre uma mesma fibra. Veja quem fornece os equipamentos no Brasil e seus recursos.
A discussão da regulamentação da reforma tributária deverá trazer aumento imediato de carga sobre os serviços de telecomunicações. O artigo detalha os principais pontos da reforma.
LEGISLAÇÃO48
VantagensedesvantagensdeadotarDMVPNouSD-WAN
O artigo analisa as vantagens e desvantagens das tecnologias DMVPN - Dynamic Multipoint Virtual Private Network e o SD-WAN - Software-Defined Wide Area Network para conexão de redes distribuídas.
SEÇÕES
Editorial4
Informações6
Interface54
Em Rede58
Segurança60
Produtos62
Publicações65
Índice de anunciantes65
ISP em Foco66
As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas.
EDITORIAL
s data centers reúnem o que há de mais avançado em tecnologia, tanto pelos sofisticados servidores que abrigam quanto pelas informações que armazenam e pelos serviços que possibilitam um mundo cada vez mais digital. No entanto, um incêndio pode colocar tudo a perder. Além do fogo, a fumaça, os gases, o calor e até mesmo a água do sistema de combate são capazes de destruir dados e equipamentos.
Data centers apresentam elevado risco de incêndio devido às altas concentrações de carga nas salas de TI, UPS e geradores, criando um ambiente propício para defeitos elétricos, aquecimento de superfícies, curtos-circuitos e faíscas. Com a transformação digital, a crescente demanda por serviços em nuvem e a expansão da IA - Inteligência Artificial, os ambientes terão densidades cada vez maiores, chegando a 30, 50, 70 kVA e até 120 kVA por rack, exigindo mais capacidade de energia e refrigeração.
Um levantamento do Instituto Sprinkler Brasil mostrou que notícias de incêndios estruturais atingiram marcas históricas em agosto, com 234 ocorrências capturadas, representando um aumento em comparação com o mesmo mês de 2023 (164 ocorrências) e 2022. Esses “incêndios estruturais” ocorrem dentro de ambientes construídos, como depósitos, hospitais, hotéis, escolas, prédios públicos e museus, sem considerar incêndios residenciais.
Além dos riscos internos, as mudanças climáticas representam outra preocupação significativa no Brasil, com um aumento alarmante no número de incêndios florestais que podem ameaçar instalações de telecomunicações e data centers, muitas vezes localizados em pontos remotos e desassistidos. Esses eventos extremos estão se tornando mais frequentes e severos, afetando diversas regiões do país. Nos últimos dois anos, o Brasil registrou um aumento preocupante nos incêndios florestais no país. Em 2023, foram detectados 137.699 focos de incêndio. Já em 2024, até 6 de setembro, o número já havia alcançado 152.383 focos, segundo o INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Esta edição traz uma reportagem especial com as empresas especializadas em engenharia e instalação de sistemas de prevenção e combate a incêndio em data centers. Esse cuidado é fundamental para garantir a segurança e a continuidade das operações de missão crítica. Mesmo com o backup e espelhamento das unidades, a interrupção das atividades pode trazer prejuízos incalculáveis, além de danos à imagem das corporações. As opções de proteção se destinam não apenas para grandes hyperscales, mas também para pequenas salas de TI, provedores de Internet e edge data centers, com soluções plug and play e de baixo custo.
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RTI - Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de RTI Redes, e Instalações, revista de revista de comunicação, é comunicação, comunicação, é comunicação, uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Técnica Cultural Ltda. Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Técnica Cultural Ltda. Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Publicidade, Circulação e Correspondência: Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Publicidade, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 01155-900 São Paulo SP Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br
A revista RTI - Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica.
Ascenty, uma joint venture entre a Digital Realty e a Brookfield Infrastructure, demonstra confiança no crescimento do mercado de data centers. Atualmente, a empresa conta com 34 data centers, sendo 24 em operação, totalizando 333 MW, e 10 em construção no Brasil, Chile, México e Colômbia, que elevarão a capacidade energética para 495 MW. “Isso é o começo. O setor está em uma onda positiva, e a perspectiva é promissora, especialmente com a expansão da IAInteligência Artificial. Com a crescente demanda de clientes, certamente teremos mais investimentos”, afirmou João Walter Bio Razori da Silva, diretor de Produtos, Soluções e Estratégias de Edge da Ascenty, durante o Futurecom 2024.
a Ascenty opera um data center em Fortaleza, CE, com capacidade de 10 MW. Com espaço territorial disponível, matriz energética robusta e potencial para geração de energia limpa e renovável, o Brasil tem os requisitos básicos para aproveitar as oportunidades que a IA está proporcionando ao mercado de data centers. O país poderá se tornar um polo da tecnologia não apenas para treinamento de IA, baseado em data centers hyperscale, mas também para inferência, que precisa estar próximo do local de consumo e garantir baixa latência.
A maior concentração de data centers da Ascenty está na região metropolitana de São Paulo e interior, nas cidades de Jundiaí, Sumaré, Hortolândia, Vinhedo, Campinas e Paulínia. Na capital paulista, a empresa possui quatro unidades operacionais (SP1, SP2, SP3 e SP4) e quatro em construção ou planejadas (SP5, SP6, SP7 e SP8). “Assim que a demanda atingir um determinado ponto, iniciaremos a expansão para os próximos sites. Já estamos estudando espaços para novas expansões na região”, acrescentou o executivo. Há ainda duas unidades no Rio de Janeiro. No Brasil, além do Sudeste,
“O edge tradicional, usado para distribuição de conteúdo, não suportaria aplicações de inferência, que exigem alta capacidade, de cerca de 15 a 30 kW por rack. Então o melhor cenário é um mega campus capaz de agrupar os dois ambientes, além de oferecer conectividade e acesso aos principais pontos de troca de tráfego, às operadoras de mercado, aos provedores e todos os ecossistemas que levam essa informação até o cliente”, afirmou.
Segundo o diretor, os data centers da Ascenty estão se preparando para garantir que o ecossistema esteja amplamente capacitado para ajudar essas empresas a mandarem seus conteúdos para onde precisam. “Além de capacidade, o mais importante é poder conectar isso ao mundo”, afirmou. As 24 unidades em operação são interconectadas por 5000 km de rede de fibra óptica proprietária e, recentemente, a empresa lançou o
ServiceFabric, com investimentos de US$ 2 milhões, uma plataforma de orquestração desenvolvida pela Digital Realty capaz de conectar aplicativos, inteligência artificial e cargas de trabalho de alto desempenho, nuvens e mais de 500 data centers ao redor do mundo. Isso permite que empresas e provedores de serviços se conectem com clientes a partir de um único ponto, aproveitando oportunidades de interconexão local, regional e internacional, especialmente com os EUA e o sul da Europa, para alcançar redes de conteúdo, nuvem e outras redes que ainda não estão disponíveis no Brasil. “Com o ServiceFabric, estamos abrindo a porta do mundo para o mercado brasileiro. A tendência é que no futuro tudo se conecte. E o meio de conexão é o data center”, afirmou.
Segundo o diretor, a plataforma possibilita um ecossistema de negócio, não somente de conectividade. “As empresas podem anunciar os serviços e entregar para qualquer cliente no mundo inteiro a dois, três cliques”, disse. A Ascenty já tem relatos de clientes que se conectaram no ServiceFabric, anunciaram seus serviços e conseguiram novos negócios dentro de outros data centers interconectados. Com o sucesso dos cases, a empresa espera um aumento de 25% a 30% no número de conexões no primeiro ano de lançamento do serviço. Em 2023, a Ascenty teve um crescimento de 20% em relação a 2022. Em 2023, foram investidos R$ 1,085 bilhão em infraestrutura, TI, saúde e segurança, meio ambiente, auditorias e certificações. 100% da energia utilizada nos data centers da Ascenty no Brasil provém de fontes renováveis. Este marco é comprovado pelos certificados iREC - Certificado Internacional de Energia Renovável. A empresa alcançou um índice PUE (Power Usage Effectiveness) de 1,41 em 2023, abaixo da média do mercado, de 1,6. Desde o princípio, a companhia adotou projetos de data centers que não consomem água, utilizando centrais de água gelada em circuito fechado. Como resultado, o WUE - Water Usage Effectiveness dos seus data centers é igual a zero.
Intelbras está consolidando sua presença no mercado de redes enterprise com o lançamento de um portfólio direcionado a data centers, grandes empresas, bancos, hospitais, indústrias e governo. As soluções para esse segmento foram desenvolvidas em parceria com a H3C, uma das principais empresas globais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), sediada na China.
“Estamos há mais de um ano trabalhando em conjunto”, afirmou Amilcar Scheffer, diretor de soluções e produtos da Intelbras, durante o Futurecom 2024, que marcou o retorno da Intelbras ao evento, cuja última participação havia sido em 2019. “Com o lançamento, temos um portfólio com muito mais musculatura para atender projetos de qualquer magnitude”, acrescentou. O novo portfólio se completa com as soluções de segurança, conectividade e energia que a empresa já entregava para o mercado de pequenas empresas.
De acordo com Scheffer, a Intelbras desenvolve os produtos em colaboração com a equipe de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da H3C, adaptando-os às necessidades específicas do mercado brasileiro e fabricando localmente os equipamentos, com os benefícios da produção nacional. “Isso traz um grau de competitividade bastante significativo a esse mercado, pois a parceria vai muito além da relação fornecedor/cliente, abrangendo o desenvolvimento conjunto de produtos e mercado”, afirmou.
Entre os destaques do novo portfólio estão soluções Wi-Fi 7 para grandes densidades, como estádios de futebol e eventos, incluindo versões indoor e outdoor e software de gerenciamento. Uma das principais novidades é o AP 7739, capaz de realizar 1500 conexões simultâneas com alta velocidade, indicado para cenários com elevada concentração de pessoas e onde a continuidade e a velocidade da conexão são essenciais para as operações.
A companhia também apresenta controladoras que suportam até 2000 pontos de acesso, tornando possível o gerenciamento de projetos de redes maiores, como empresas com mais de um escritório, grupos hospitalares e redes de agências bancárias, entre outros cenários críticos.
Outra novidade são os switches de acesso e distribuição multigiga com empilhamento virtual de até nove equipamentos, além de opções para soluções mais complexas, com portas de 100 GB de uplink. “Passamos a fazer parte do rol dos grandes projetos de integradores e marcas renomadas de TI para fazer uma oferta também consolidada, inclusive complementando, com a questão da segurança eletrônica. Já participávamos de alguns projetos de segurança de alta criticidade, mas agora podemos entregar a solução completa em turnkey,” afirmou Scheffer. No ano que vem, a empresa lançará roteadores de grande porte.
Além das soluções de ativos com o parceiro chinês, a Intelbras conta com um portfólio de produtos periféricos para o mercado de data centers, como racks, cabeamento estruturado e sistemas de energia (UPS). “Com isso, a empresa se posiciona cada vez mais no mercado brasileiro como uma opção nacional para atender à demanda de data centers e TI em 360 graus”, disse o diretor.
Segundo ele, a iniciativa de entrar no mercado de projetos de redes enterprise coloca a Intelbras em uma posição única no mercado, pois traz um incremento no portfólio com soluções de alto va lor a gregado. “Além de ser uma fabricante nacional presente em 98% dos municípios brasileiros com potencial de consumo de tecnologia, a companhia é capaz de oferecer suporte técnico por meio de um relacionamento estreito com integradores e clientes”.
O Programa de Canais da Intelbras, que completou 10 anos de atuação, também está focado no mercado de redes enterprise. Ele oferece suporte completo aos integradores desde a fase conceitual dos projetos, proporcionando segurança e rentabilidade para os parceiros por meio de compromissos e diversos benefícios que apoiam diretamente nos resultados dos negócios.
Focando nos integradores de TI, a Intelbras está desenvolvendo um novo ecossistema, com processos bem definidos de gestão de registros de oportunidade para cenários de alta complexidade. Além disso, a companhia conta com um programa de certificação e cursos técnicos desenvolvido pela Academia do Conhecimento ITEC. No total, já foram disponibilizadas seis certificações especificadas para o segmento de redes enterprise, bem como treinamentos semanais oferecidos aos integradores. Somente em 2023, a Intelbras investiu mais de R$ 17 milhões em capacitações profissionais, beneficiando 59.611 pessoas em todo o Brasil, com 783 mil horas de conteúdo.
om a consolidação das redes ópticas, a FonNet Networks, uma extensão da Precision Optical Technologies no Brasil, uma das maiores fabricantes do mundo especializada em soluções de telecomunicações e infraestrutura óptica, quer aumentar sua presença em novos segmentos de mercado, como governo, redes privadas, data centers e pequenos provedores. Para isso, a empresa realizou no Futurecom 2024 o anúncio oficial da sua nova política de alianças, com o objetivo de cadastrar representantes de integradores e revendas de valor agregado de todas as regiões.
Desde o início de agosto, os canais de contato da FonNet já estão aceitando agendamento para o Programa de Canais com representantes de empresas
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que atuam nos nichos de operadoras móveis e pequenos e médios provedores. No evento, detalhou aos interessados em uma composição comercial estratégica os termos de habilitação técnica de quadros, apoio a projetos de pré-vendas, estratégias de captação de negócios, oportunidade de upselling e modelos de análise de tendências comerciais no mercado de redes ópticas.
Márcio Cachapuz, diretor de mercado da FonNet Networks, ressalta a importância do Futurecom para compartilhar a estratégia de negócios da empresa com o ecossistema de entrega e aquisição de ativos de comunicação óptica. Segundo ele, o mercado se habituou a encarar a FonNet como um player de alta legitimidade em redes ópticas para o segmento de operadoras de telecom, data centers e operadoras de televisão, mas agora este leque está se ampliando, devido à expansão e diversificação da demanda. “Iremos alavancar novas frentes de negócios, através da parceria com canais de distribuição e integradores com conhecimento e relacionamento dentro dos novos mercados que pretendemos atingir”, disse.
Além do fortalecimento dos canais, a FonNet quer se posicionar como uma empresa que melhora a performance das redes e trabalha a gestão da construção de rede óptica, uma vez que as redes estão consolidadas e oferecem menos espaço de crescimento.
Entre os lançamentos estão novos produtos da família de transceivers 400G ZR/Open ZR+ e as últimas tendências em redes DWDM com amplificadores EDFA, capazes de ampliar substancialmente o alcance das redes de fibra. Para outra faixa do mercado, de provedores operacionais e para a
expansão de bordas de redes ópticas, a FonNet apresenta os transceivers bidirecionais de taxas de 100 Gbit/s, voltados ao melhor retorno de investimento e balanceamento de custos. A proposta, em linhas gerais, é mostrar soluções articuladas para impactar a receita e a qualidade de entrega dos provedores de tráfego, bem como para a conectividade pública e privada, nas várias faixas do mercado.
A empresa faz uma avaliação otimista sobre o ritmo de expansão das redes de 5G para 2025 e 2026 e a ampliação de data centers, que demandará conexão com infraestrutura de alta performance, como a oferecida pela família 400G. “O Brasil passou a ser um foco de aumento de capacidade de data center. Queremos justamente ajudar essas empresas a melhorar a performance das suas redes e gestão das suas redes”, afirmou.
FonNet - Tel. (85) 3494-2077 n Site: https://fonnet.com.br/
de distribuição e integradores”, disse Mauricio Takashima, gerente de Parcerias na Furukawa.
“A parceria tem sido um sucesso e ainda tem muito a crescer, com a migração das redes de cobre para fibra em todos os segmentos”, disse Sergio Calado, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Nokia – Fixed Networks.
Nokia e a Furukawa Electric LatAm, parceiras desde 2022 na oferta de tecnologias POL - Passive Optical LAN para o mercado empresarial, anunciaram a ampliação do acordo para atender o setor de data centers. As empresas apresentaram a novidade e as oportunidades de negócios para integradores e distribuidores brasileiros em um evento realizado no dia 15 de outubro na sede da Nokia, em São Paulo, com apoio da UBIC – União Brasileira de Instaladores de Cabeamento.
O anúncio é motivado pelo sucesso da parceria inicial, que combina a linha de infraestrutura passiva Laserway da Furukawa, como fibra óptica, rosetas e splitters, com os equipamentos ativos da Nokia (OLTs e ONTs). “Nesses últimos 14 meses, finalizamos cerca de 30 projetos em conjunto e temos muitos outros em prospecção e negociação. O mercado continua crescendo e vemos boas perspectivas de crescimento para a indústria, empresas
Para data centers, a solução inclui a linha de cabeamento ITMax da Furukawa e os equipamentos IP da Nokia, como switches e roteadores, além da plataforma para automação de data centers (Event-Driven Automation - EDA), o sistema operacional de redes e roteadores baseados em Linux (SR Linux, 7750 SR e 7220 IXR) e o software DeepField Defender para detecção e mitigação de ataques de tipo Distributed Denial of Service (DDoS). “A ideia é oferecer uma solução completa em turnkey para data centers, assim como fazemos hoje com o Laserway”, destacou Calado. As empresas estão otimistas. “Temos 64% de mercado em cabeamento óptico e metálico no Brasil e podemos seguir esse exemplo também em data centers. Dos últimos 10 grandes data centers construídos no Brasil, a Furukawa participou em sete”, afirmou. Além disso, a empresa está realizando um trabalho global junto aos principais hyperscales. Um outro potencial de mercado são os data centers on premises. Muitas empresas estão saindo da nuvem ou mantendo nuvens híbridas, com estruturas também locais devido ao custo/benefício e segurança dessas informações. “Há também os data centers edge e os provedores de Internet investindo nessa área para ofertar serviços de colocation e nuvem”, acrescentou Takashima. Para o início de 2025, a parceria vai incluir também os pontos de acesso da Ruckus (CommScope). A Nokia e Ruckus estão trabalhando para ter uma interoperabilidade total entre todos os equipamentos. “Em um projeto futuro de POL, agregar os equipamentos será quase um plug in play, sem necessidade de muitas configurações ou ajustes nas redes”, disse o executivo da Furukawa.
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Outro destaque é o Nokia EDA (Event-Driven Automation), projetado para a era da IAInteligência Artificial, capaz de elevar o nível das operações de rede de data centers com uma abordagem baseada em Kubernetes para fornecer uma gestão de ciclo de vida confiável, simplificada e adaptável. A nova plataforma reduz a zero o erro humano nas operações de rede, diminuindo interrupções e o tempo de inatividade dos aplicativos, além de diminuir o esforço operacional em até 40%.
“Hoje, a fabricação do hardware para data centers é crucial, mas precisamos de automação e otimização de processos em multivendor. Os grandes provedores de serviços não têm um único vendor, têm mais de um. A Nokia surgiu com a EDA para transformar toda a parte de hardware de maneira agnóstica e ter uma plataforma de high level que possa fazer essa orquestração”, explicou Maxwell Oliveira, desenvolvedor de negócios de Produtos IP da Nokia.
Com a parceria junto à Furukawa, os integradores poderão ter acesso à tecnologia e novos produtos, proporcionando soluções avançadas aos clientes finais.
Nokia - www.nokia.com/pt_br/ Furukawa - www.furukawalatam.com/
avançados na fase de projeto, inclusive com alternativas de funding em estudo interno pela companhia e junto ao mercado também”, disse Guilherme Vieira, Líder Comercial da TelCables Brasil, operadora Latam da Angola
Cables. Os investimentos totais são estimados em mais de R$ 250 milhões. Além da sua relevância em termos de conectividade e de tecnologia, a capital cearense pode se destacar ainda mais com a expansão da IA - Inteligência Artificial, abrindo novas perspectivas de negócios para os data centers e atraindo empresas interessadas em rodar aplicações de treinamento e inferência. “Fortaleza é a bola da vez, o spot dentro do setor sulamericano e que demandará muitos investimentos”, afirmou o executivo. A cidade é hoje o segundo maior hub de Internet no Brasil, com tráfego de pico de 4 Tbit/s, ficando atrás apenas de São Paulo, e tem potencial para se tornar um polo de IA no futuro.
Outro destaque de Fortaleza é o posicionamento geográfico privilegiado para a chegada de cabos submarinos. O data center AngoNAP faz parte do complexo de cabos submarinos SACS, que se liga a Luanda, em Angola, e o Monet, ligado a Miami, nos Estados Unidos, ambos operados pela Angola Cables. Além disso, o AngoNAP conta com um Ponto de Intercâmbio de Tráfego de Internet (PIX), integrado à malha de conectividade do IX.br (Brasil Internet Exchange).
segundo data center que a Angola Cables, multinacional africana provedora de serviços de rede e soluções digitais, vai construir em Fortaleza, CE, terá uma capacidade energética de 25 MW, ou seja, 25 vezes superior ao atual data center, AngoNap, inaugurado em abril de 2019 e hoje praticamente 100% ocupado.
Localizado ao lado do AngoNap, na Praia do Futuro, o data center ocupará uma área de 900 m 2 e tem previsão de entrega para 2026. “Estamos bastante
Por meio da infraestrutura fornecida pela Angola Cables, a TelCables Brasil possui um amplo portfólio com 60 serviços, incluindo cloud e de integração, redes IP, transporte internacional e data centers conectados, que fornecem acesso direto e de baixa latência para os IXPs, operadoras e provedores de conteúdo global. No setor de atacado, os provedores de Internet Tier 1 e 2 estão entre seus principais clientes. No universo de quase 8 mil provedores no Brasil, a TelCables atende os maiores, cerca de 300, que se conectam aos centros de conteúdos,
financeiros, gaming, redes Tier 1 e mercados globais como a Europa por meio da estrutura da multinacional.
“Nosso objetivo é simples: queremos liderar a conectividade digital no Atlântico Sul e potencializar o crescimento dos mercados emergentes”, afirmou o executivo. No começo do ano passado, a empresa iniciou importantes projetos, como a ampliação da presença no Centro-Oeste do Brasil, por meio de POPs - pontos de presença nas cidades de Brasília, Cuiabá e Goiânia, que, juntos, já representam quase 10% do tráfego de dados da região.
A Angola Cables também comprou capacidade no cabo submarino Ellalink, viabilizando uma rota direta de IP trânsito para Lisboa e Madrid, que, agora, conta com uma redução de latência de até 60%, já que não precisam mais estar na América do Norte para acessar conteúdo europeu.
Uma outra novidade é a solução AntiDDoS Arbor, que oferece uma capacidade de mitigação global de mais de 15 Tbit/s em mais de 15 centros na nuvem, com 100% de automação e disponibilidade nos cinco continentes onde a Angola Cables atua.
Essas ações fizeram com que a empresa subisse oito posições no último ranking Internet Service Provider promovido pelo CAIDACenter for Applied Internet Data Analysis, que classifica as melhores operadoras de telecomunicações mundiais. A companhia possui mais de 70% do tráfego de Internet do continente africano e responde por quase 2% do tráfego mundial de Internet. “Somos, hoje, uma empresa global com negócio local em cada subsidiária na África, Europa e América do Norte, a TelCables Brasil by Angola Cables. Contamos com uma equipe de engenharia brasileira, responsável pela distribuição de tráfego significativo que liga o Brasil a uma rede de data centers interligados por mais de 33 mil km de cabos submarinos, proporcionando resiliência, qualidade e segurança para operadores e fornecedores de conteúdo locais e globais”, concluiu.
Angola Cables – Tel. (85) 99645-4143
Site: https://angolacables.co.ao/
INFORMAÇÕES
Venko Networks, empresa especializada em soluções disruptivas de conectividade baseadas em padrões abertos e desagregação dos equipamentos e aplicações, está lançando uma ONU híbrida com múltiplas abordagens de acesso, incluindo GPON/XGS-PON, 4G/5G e Ethernet, garantindo alta disponibilidade do serviço.
Desenvolvida pela Azores Networks, dos EUA, a CPE é indicada a provedores de Internet. “Muitos pequenos negócios dependem hoje primariamente da conectividade, e a solução pode oferecer um diferencial para esses empresários atendidos no footprint residencial”, diz Ricardo Pianta, CEO da Venko Networks. O equipamento opera sobre fibra óptica, como uma unidade PON, mas em caso de falha do circuito principal, chaveia automaticamente para uma rede wireless, 4G ou 5G. “Há ainda a possibilidade de uma terceira WAN, ou seja, a CPE consegue fazer uma tripla abordagem”, diz. O processo é transparente para o usuário, que não percebe a queda no sinal nem a mudança de conexão de Internet. O equipamento testa continuamente a conectividade do canal e comuta para o canal secundário, retornando quando o link original é restabelecido.
A ONU também funciona como uma CPE de FWA. “Se o provedor não conectar a fibra, o equipamento busca automaticamente a rede móvel”, diz. Dessa forma, o cliente pode contratar o serviço na loja do provedor e sair com seu plano ativo, independente de ter fibra disponível ou não. “O cliente sai da loja já com o serviço ativo, e depois o técnico conecta a fibra. Isso eleva bastante a qualidade de experiência do usuário”, diz.
Uma vantagem adicional é com relação ao SLA - service level agreement: em caso de rompimento da fibra, a falha é imperceptível para o usuário, que segue conectado. “A central sabe que houve um problema na fibra, mas o provedor não precisa enviar um técnico com urgência para restaurar o serviço”, diz o CEO.
A Venko também está homologando duas CPEs compactas e de baixo custo
para FWA sobre redes 4G, destinadas a comunidades rurais ou áreas sem a presença das grandes operadoras. “Identificamos uma lacuna no mercado para uma versão que entregue o básico da conectividade”, diz Pianta. Os produtos incluem um modem Cat. 4 capaz de atender até 150 Mbit/s, com Wi-Fi de 2,4 GHz e bateria interna com autonomia de 6 horas. E o outro modelo é um Cat. 7, com Wi-Fi 5 dual band.
Nutanix, especializada em computação multicloud híbrida, lançou pesquisa focada em melhorar a sustentabilidade em data centers. O relatório da Atlantic Ventures, “Melhorando a sustentabilidade em data centers 2024”, revela como as arquiteturas de data center de última geração, incluindo nuvem híbrida e infraestrutura hiperconvergente (HCI), podem reduzir significativamente o consumo de energia, diminuir as emissões de carbono e gerar economia de custos na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África).
Em apenas seis anos, o relatório conclui que a modernização de data centers com soluções baseadas em HCI pode economizar até 19 milhões de tCO 2 e na região EMEA, o equivalente às emissões de quase 4,1 milhões de carros. Também pode economizar B 25 bilhões até 2030 (cerca de R$ 150 bilhões) com eficiência operacional e de energia aprimoradas.
À medida que as empresas enfrentam a digitalização pós-Covid e as demandas por tecnologias que exigem muitos dados, como IA – Inteligência Artificial e IoT –Internet das Coisas, o relatório identifica uma urgência crescente por ação. Os desafios duplos do aumento dos custos de energia e da pressão regulatória de reduzir seu impacto ambiental estão tornando a gestão do ambiente mais difícil aos líderes de TI. Como resultado, a eficiência energética se tornou uma prioridade aos CIOs e gerentes de data center.
“Os data centers são essenciais para a economia digital global, mas estão entre os maiores consumidores de energia”, diz Sammy Zoghlami, vice-presidente sênior EMEA da Nutanix. “Só na região da EMEA, os data centers demandam mais de 98 TWh de energia anualmente, o equivalente ao consumo de um país inteiro como a Bélgica. As descobertas deste relatório mostram que, ao alavancar soluções baseadas em HCI, as empresas podem fazer uma contribuição poderosa à ação climática, ao mesmo tempo em que reduzem significativamente os custos operacionais”, diz.
“CIOs e executivos estão enfrentando desafios para fornecer a infraestrutura digital a fim de lidar com a demanda crescente por poder de computação e capacidade de armazenamento, especialmente com o surgimento de aplicações de IA”, diz Carlo Velten da Atlantic Ventures. “Como os orçamentos de TI estão sob pressão e os preços da eletricidade estão subindo, as operações de data center em nuvem com eficiência energética são impulsionadores essenciais para lucratividade e sustentabilidade. A infraestrutura hiperconvergente está na vanguarda da transformação de data centers visando operações mais eficientes em termos de energia e favoráveis ao clima, como este relatório confirma.”
O relatório ainda aponta que mudar de arquiteturas tradicionais de três camadas para uma plataforma baseada em HCI pode reduzir o consumo de energia em mais de 27% ao ano, ajudando as empresas a cortar custos operacionais e emissões, somente no Reino Unido. Em toda a região EMEA, uma transição em larga escala poderia economizar até 92 TWh e eliminar 19 milhões de toneladas de CO2e entre 2024 e 2030, comparável às emissões de 4,1 milhões de carros.
INFORMAÇÕES
A receita financeira inesperada da redução do consumo de eletricidade pode chegar a B 25 bilhões até 2030, oferecendo às empresas uma rara oportunidade de alinhar sustentabilidade com lucratividade.
Migrar plataformas HCI para ambientes de colocation ou nuvem pública amplia esses benefícios, com economias potenciais de energia chegando a 54% em comparação com data centers tradicionais on premises. Isso se deve ao baixo PUE (eficácia do uso de energia) dos provedores de nuvem pública, bem como à flexibilidade em fornecer capacidade de computação sob demanda.
A arquitetura baseada em HCI também permite sistemas de recuperação de desastres enxutos e com baixo
consumo de energia na nuvem, reduzindo a pegada de infraestrutura e mantendo a escalabilidade e a capacidade de resposta.
As descobertas e previsões no relatório patrocinado pela Nutanix são baseadas em uma análise aprofundada conduzida pela empresa de pesquisa independente Atlantic Ventures. A análise modela um data center empresarial típico da Europa Ocidental, comparando a infraestrutura tradicional de três camadas com sistemas baseados em HCI em termos de consumo de energia, emissões de carbono e custos operacionais. Pela primeira vez, o relatório fornece uma previsão abrangente de economia de energia e emissões para a região EMEA como um todo e para países individuais, incluindo o Reino Unido, Alemanha, França e Holanda.
O estudo pode ser acessado no link: www.nutanix.com/uk/go/improvingsustainability-in-data-centers.
(Sebrae NA) e Sebrae Distrito Federal (Sebrae DF). Os projetos foram projetados e implementados pela Trusted Data, com foco em modernizar e fortalecer a infraestrutura tecnológica da instituição para suportar suas soluções de HCIInfraestrutura Convergente Hiperconvergente. Um dos diferenciais desses projetos é o modelo de contrato adotado para o setor público, que se baseia no Opex (despesas operacionais). Este formato permite ao Sebrae pagar mensalmente pela utilização dos recursos como serviço, ao invés de um investimento inicial único em capital (Capex). A abordagem traz uma série de benefícios, como flexibilidade financeira, melhor controle de custos, garantia de manutenção da solução e a capacidade de adaptação rápida às mudanças tecnológicas. Link: https://abrir.link/jOCgq.
Data center – O Sebrae - Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas anunciou a inauguração de dois novos data centers em Brasília, DF, localizados nas unidades Sebrae Nacional
Aquisição - A Brasil TecPar recebeu a aprovação definitiva do Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica para a aquisição das operações da ALT, GGNet e ItelFibra, consolidando o maior movimento de expansão em volume de faturamento e extensão de rede de longa distância (backbone) da companhia. A validação sem restrições marca o fechamento de uma importante etapa do processo, que já contava com o
MELHOR DO BITS
aval da Anatel. Com essa incorporação, a Brasil TecPar reforça sua presença estratégica no Sul do país, abrangendo os estados de Santa Catarina e Paraná. A integração adiciona à empresa mais de 133 mil novos clientes e 720 colaboradores, além de 50 mil km de rede de longa distância e 59 cidades cobertas por fibra óptica. Ao todo, são agora mais de 820 mil clientes atendidos, 3900 colaboradores e uma infraestrutura que soma mais de 130 mil km de rede sob gestão, distribuída por 170 unidades de atendimento e 2620 sites operacionais, agregando uma receita bruta anualizada de mais de R$ 384 milhões. Link: https:/ /abrir.link/aiDVe.
Wi-Fi 7 - Com o objetivo de promover novas pesquisas e projetos de inovação com Internet de alta performance, a Unifor - Universidade de Fortaleza, em parceria com a Huawei e a EXH Tecnologia, anunciou a adoção em seu campus do Wi-Fi 7, tornando-se uma
das primeiras universidades do mundo a entrar na nova era da Internet móvel. O Wi-Fi 7 oferece alta performance de conexão, com velocidade quatro vezes maior do que o Wi-Fi 6; operação MultiLink, com o uso da tecnologia MLOMulti-Link Operation, possibilitando que dispositivos se conectem com maior velocidade, estabilidade e baixa latência; e segurança com padrão WPA3, enquanto gerações anteriores utilizam a versão WPA2. Link: https://abrir.link/idxyK.
Parceria - A Multi PRO, especialista em telecomunicações do Grupo Multi, e a ZTE, empresa global de tecnologia, firmaram uma parceria com a Vero, empresa de telecomunicações, para instalação da solução FTTR-B - Fiber to the Room for Business em seu escritório, em São Paulo. Com a inauguração do ponto, a Vero necessitava de uma infraestrutura de rede robusta para atender um elevado padrão de desempenho e estabilidade. O objetivo
era proporcionar uma conectividade estável e rápida para os colaboradores, além de garantir a expansão fácil e rápida conforme as demandas da empresa. Pensando nisso, foi escolhida a solução FTTR-B - Fiber to the Room for Business da ZTE, que é capaz de levar fibra óptica até cada ponto de acesso WiFi projetado para o escritório. Essa abordagem garante a eficiência na distribuição de Internet de alta velocidade, ideal para o perfil de trabalho intensivo da Vero. Link: https:// abrir.link/xJPZz.
O melhor do Bits traz um resumo das principais notícias sobre o mercado publicadas no RTI in Bits, boletim semanal enviado por e-mail para os leitores de RTI. Mais notícias podem ser encontradas no site: https:// www.arandanet.com.br/revista/rti/noticias.
Proteção contra incêndio em data centers
Para garantir a disponibilidade e confiabilidade das instalações de missão crítica, a proteção contra incêndio deve ser prioridade nos data centers. Conheça as empresas especializadas em projeto, engenharia, instalação e manutenção de sistemas de detecção e combate a incêndio, bem como as soluções capazes de aumentar a eficiência e segurança das unidades.
Ofogo está entre os principais riscos à integridade e operação de um data center. As chamas, o calor e a fumaça podem destruir equipamentos de alto valor agregado e informações, ameaçar vidas e causar danos permanentes à infraestrutura. A interrupção ou descontinuidade das operações causam prejuízos incalculáveis à imagem da empresa. Segundo o INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Brasil registrou 152.383 focos de incêndio entre 1º de janeiro e 6 de setembro deste ano, um aumento de 103% em relação ao mesmo período de 2023. Para evitar riscos como esses, é fundamental contar com o suporte de empresas especializadas em engenharia de incêndio e que possuam, além de experiência, conhecimento técnico, treinamento e os softwares de cálculo hidráulico para o dimensionamento da infraestrutura, sempre em conformidade com as normas vigentes, as nacionais ABNT/NBR e a internacional NFPA 2001. A seguir são apresentadas as principais empresas do Brasil que atuam no segmento de proteção contra incêndio em data centers.
C3 Consulting
A C3 Consulting, localizada em São Paulo, é especializada em projetos de engenharia, consultoria e assessoria com foco em soluções para incêndios e data
centers. “Temos um time de especialistas com experiência combinada de mais de 30 anos em diversos segmentos, como civil, arquitetura, ar-condicionado, elétrica, cabeamento, incêndio, controle de acesso e automação, ou seja, um pacote completo para projetar e construir um data center”, afirma o consultor sênior Claudio Cardoso, engenheiro com mais de 25 anos de experiência no setor. Em pouco mais de dois anos de atuação, a C3 Consulting executou mais de 50 projetos e serviços para empresas como V.Tal, Taesa, Microsoft, GM, Furnas e Vale. “Com nossa articulação e networking comercial, estamos realizando importantes projetos e conquistando clientes renomados, que buscam o atendimento a normas internacionais e certificações técnicas que podemos oferecer”, destaca.
Para estar alinhada aos padrões de segurança e desempenho, a C 3 Consulting é membro de diversas entidades, como a ABDC - Associação Brasileira de Data Centers, a NFPANational Fire Protection Association e a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, além de contribuir no Comitê Técnico CB-021 (Tecnologias da Informação e Transformação Digital) e da Comissão de Estudo 39, que está elaborando a norma brasileira de data centers, a NBR ISO/IEC 22237.
Dividida em sete partes, a norma NBR ISO/IEC 22237 abordará os
Sandra Mogami, da Redação da RTI RTI
diferentes aspectos relacionados a data centers, desde o design até a gestão e operações. As partes 1, 3, 4 e 5 já foram publicadas pela ABNT. A parte 6 trata de segurança em data centers, incluindo proteção contra incêndio, controle de acessos não
autorizados e segurança patrimonial e ambiental. “Contribuímos com a tradução da ISO/IEC 22.237 e estamos incluindo adaptações”, diz Cardoso, coordenador da parte 6.
C3 Consulting: crescimento dos gases inertes
Segundo ele, depois a norma seguirá para consulta pública e a expectativa é que até o início do ano de 2025 seja publicada. A proteção contra incêndio compreende aspectos como a detecção de fumaça, detecção precoce, combate por gás e combate por watermist (água em névoa). A segurança patrimonial está ligada ao controle de acesso, liberação e travamento de portas e uso de câmeras de CFTV capazes de detectar riscos e focos de incêndio. Por fim, a segurança ambiental compreende o monitoramento de parâmetros como a temperatura e umidade do ar. O time da C3 Consulting também participa do CB 24 - Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio da ABNT, que publicou recentemente a NBR 17186/2024 –Sistema de proteção contra incêndio por watermist Para extinção do incêndio, com a decisão da 3M de encerrar a fabricação do agente extintor limpo Novec 1230 a
partir de 2025, a C³ Consulting tem especificado agentes extintores gasosos limpos, como IG-1 (argônio), IG-100 (nitrogênio), IG-55 (nitrogênio e argônio) e IG-541 (52% nitrogênio, 40% argônio e 8% de CO2).
“Os gases inertes voltaram a ser uma opção muito interessante. A tecnologia evoluiu. Antes o sistema era complexo, com muitas válvulas de redução de pressão, cilindros apenas a 200 bar, tubulações Sch 80 a Sch 120 e uma série de questões técnicas que tornavam o sistema caro de instalar e manter. Hoje, todas as tecnologias de gases inertes usam descarga controlada de baixa pressão. As válvulas são diferentes e as tubulações são Sch 40. Então hoje projetamos muito mais os agentes extintores gasosos inertes, que realmente são da atmosfera”, diz.
Estudos mostram que agentes extintores químicos como FK 5-1-12 ou FM 200 são mais caros na recarga, além de a cada cinco anos ser necessário realizar o teste hidrostático da NR-13. “Ao longo de 10 anos, o usuário vai ter que custear recarga parcial pelo menos duas vezes. Se ele implantar o agente extintor inerte, daqui a cinco anos ele pode repor com custo irrisório quanto ao gás propriamente dito”, diz. A figura abaixo
mostra que vale a pena pensar no TCO –Total Cost of Ownership na hora de se decidir entre químicos e inertes.
Segundo o consultor sênior, na Europa e EUA muitos projetos voltaram a preferir o uso da água para extinção de incêndio, com sprinklers com pre-action ou watermist, sendo que este último não danifica, não causa curto-circuito e é aprovado para uso em data centers por vários órgãos. “Há novas formas de ver o data center em função da velocidade da troca de tecnologias. A cada cinco anos os equipamentos já foram todos trocados. Então o uso de caros e complicados sistemas de combate está sendo repensado”, finaliza.
Site: www.c3consulting.com.br
EcoSafety
Fundada em 2003 e com sede em São Paulo a EcoSafety conta com mais de 4000 projetos realizados em diversos segmentos, incluindo indústrias e data centers, que seguem elevados padrões de segurança e normas internacionais. Juliano Barros, CEO e sócio da EcoSafety, destaca a especialização da empresa em soluções de engenharia de incêndio, abrangendo desde o projeto até a instalação e manutenção de sistemas de detecção e alarme, além de combate com agentes limpos, aerossóis e água, seguindo os padrões da NFPA 2001, seguradoras e gerenciadoras de riscos. A EcoSafety é responsável pela instalação de mais de 500 sistemas de detecção e supressão em data centers no Brasil, alguns com certificação Tier III. Os projetos incluem todo o sistema necessário para atendimento do Corpo de Bombeiros, como hidrantes, reservatórios de água e bombeamento, e testes de estanqueidade das instalações com sistemas de extinção por gases.
Barros observa que o mercado de data centers no Brasil passou por uma transformação significativa nos últimos anos, com uma migração de muitos pequenos data centers para poucos e enormes data centers. “Com a computação em nuvem, os dados estão replicados em vários locais, mitigando os riscos e reduzindo o nível de exigência de segurança das instalações. Mas na questão dos sistemas específicos de proteção contra
Claudio Cardoso, da
de combate a incêndio em data center executado pela EcoSafety
incêndio, houve uma perda de qualidade. A especificação de equipamentos e a qualificação de fornecedores se tornaram mais permissivas”, alertou. Ele destacou a preocupação com a escolha inadequada de equipamentos e sistemas, que muitas vezes não possuem certificação internacional adequada para o conjunto como um todo, apenas para algumas peças ou componentes.
A EcoSafety trabalha com sistemas 100% integrados e certificados. “Desde um detector de fumaça que se comunica com o painel e comanda um cilindro com gás, tudo é certificado com FM Global e UL. Notamos que muitos fornecedores hoje trabalham com componentes que não possuem essa certificação”, ressaltou. O executivo também observa a deterioração da qualidade dos projetos que utilizam sistemas à base de água. A diminuição dos agentes limpos e a inserção dos sprinklers é uma realidade que tende a aumentar nos projetos de data centers, especialmente com a decisão da 3M de descontinuar a fabricação do agente supressor Novec 1230 a partir de 2025. O gás possui PFAS (Per-and Polyfluoroalkyl Substances), um grupo de substâncias químicas sintéticas que contêm cadeias de carbono parcialmente ou completamente fluoradas. Devido à sua durabilidade e potenciais riscos à saúde, a eliminação e
gestão de PFAS no meio ambiente são um desafio significativo.
Seu uso em sistemas de supressão está gravemente ameaçado, uma vez que a 3M é não só a sua inventora, mas também a maior fabricante e fornecedora mundial do insumo para as empresas fabricantes de sistemas, como a Kidde Fire Systems e Tyco-Ansul”, disse Barros.
A China continuará fabricando o agente genérico do Novec 1230, o fluido FK 5.1.12, garantindo, pelo menos por ora, o abastecimento da indústria de proteção contra incêndio. No entanto, com a pressão atual sobre os governos para um novo Protocolo Ambiental Internacional, não se sabe até quando essa situação se manterá. O tema vem sendo amplamente discutido nos EUA e estudado pela EPA. Com essas decisões, o agente supressor FM 200, o mais usado em toda a história da indústria de proteção contra incêndio, deve voltar a ganhar mercado e a preferência dos usuários, além de outras opções listadas na NFPA 2001, como os gases inertes e os sistemas à base de água, como o watermist, desde que os custos sejam reduzidos no futuro. “Mas os agentes limpos são indubitavelmente a solução mais usada desde os anos 60. Acreditamos que o mercado deve desenvolver um novo gás ou fluido como agente supressor”, conclui o CEO.
Site: https://ecosafety.com.br/
Firelock/Protecta
Fundada em 1993 na Suécia e representada no Brasil pela Firelock, de São Paulo, a Protecta conta com planta industrial na Inglaterra e é especializada no desenvolvimento e fabricação de produtos e sistemas de proteção passiva contra incêndio. “O mercado brasileiro demandava produtos de qualidade. Em nossa busca por parceiros comerciais, encontramos em 2020 a Protecta, empresa com uma das mais abrangentes linhas do setor, um programa contínuo de pesquisas e testes nos principais laboratórios, com diversos certificados internacionais”, conta Gabriel Julio, diretor da Firelock.
Segundo ele, a empresa oferece suporte técnico local com um time de engenheiros especializados, preços competitivos e agilidade no atendimento, com produtos a pronta entrega em qualquer estado do Brasil.
“Comercializamos soluções de primeira linha, fabricadas conforme as
normas internacionais e de acordo com as legislações vigentes, para atender as especificidades de cada projeto, do mais simples ao mais complexo”, diz.
A linha de proteção inclui produtos como argamassa projetada, tinta ablativa, selante intumescente e corta-fogo. Entre os destaques está o selante intumescente com base acrílica ou grafite. Ambos são muito utilizados em data centers, onde cabos são removidos e novos cabos são inseridos frequentemente.
Outro destaque são as fitas intumescentes instaladas em volta de tubos do PVC. Em caso de incêndio essas fitas crescem 30 vezes o seu volume original, assim fechando as aberturas deixadas pelo material combustível amolecido e evitando a propagação do fogo através das paredes e pisos. Da mesma forma, funciona para as juntas e fendas da porta corta-fogo.
A linha compreende ainda produtos como a tinta intumescente para aplicação em estruturas metálicas, com resistência ao fogo por até 120 minutos.
A Firelock possui diversos parceiros e clientes que atuam no mercado brasileiro há muitos anos, oferecendo serviços de engenharia e proteção passiva contra incêndio para data centers, hospitais e edifícios comerciais em todo o país, como Vivo, Oi, Embraer e Claro, Hospital Sírio Libanês, Hospital Albert Einstein, Rede D’or, Aeroporto de Congonhas e o museu do Instituto Moreira Salles.
Muitos clientes exigem produtos com certificação reconhecida internacionalmentedaí a opção pelos produtos da Firelock. “Um grande data center pode envolver valores da ordem de até R$ 300 milhões, considerando as informações que estão armazenadas nele”, diz. Por isso, as exigências são muito maiores do que as previstas pelo Corpo de Bombeiros. Um exemplo é a parede corta-fogo, que deve suportar 120 minutos diante de um
Sistema
Selagem corta-fogo da Firelock
incêndio, mas em um data center a exigência é de 240 minutos, duas vezes maior. “É por isso que produtos mais rigorosos, como da Firelock, estão conquistando espaço cada vez maior nesses projetos de missão crítica”, finaliza Gabriel Julio.
Site: https://firelock.com.br/
Hydor
A Hydor é uma empresa brasileira especializada em tecnologia de supressão contra incêndios, com sede em Valinhos, SP. Fundada em 2021, a empresa se baseia em três pilares: engenharia, tecnologia e inovação. “A Hydor nasceu da necessidade de expandir o acesso a produtos de tecnologia para o mercado brasileiro, dentro do setor de prevenção contra incêndios, trazendo acessibilidade através do desenvolvimento de portfólio próprio”, diz Pedro Morato, gerente de produto. Segundo ele, o objetivo da Hydor é oferecer as melhores práticas e soluções no mercado de proteção contra incêndio. “Enxergamos que o Brasil possui muitas oportunidades de melhoria e avanços no setor. Nosso corpo técnico e expertise dos colaboradores nos permitem apoiar tecnicamente clientes e empresas de engenharia parceiras para fazer do Brasil uma referência no mercado de incêndio”, afirma.
Um dos desenvolvimentos da Hydor resultou na solução para combate a incêndio Hallós, indicada para áreas que exigem alta disponibilidade operacional e mínima interrupção, como data centers, salas elétricas e instalações industriais vitais. O sistema utiliza o agente limpo FK 5-1-12, fluido que não conduz eletricidade nos níveis de sua aplicação, dispensando limpeza após o disparo, pois não deixa resíduos e não gera corrosões ou oxidações a circuitos eletrônicos, comparado com outras soluções de supressão baseadas em sais de potássio.
A linha Hallós está disponível em cilindros atualmente com volumes de 20, 45, 70, 120, 200, 300 e 360L. Toda a concepção do produto, engenharia, desenhos, prototipagem e testes são desenvolvidos e testados pela Hydor com base nos parâmetros dos principais laboratórios internacionais, além da NFPA 2001, norma específica para este tipo de sistema. Os cilindros são um desenvolvimento da Hydor. “Possuem todas as patentes aplicáveis e seu sistema possui garantia de cinco anos, garantindo confiabilidade e robustez no sistema”, diz Morato. A empresa também enfatiza o emprego de tecnologias que são ambientalmente sustentáveis em sua aplicação. “O uso de gases HFCs como agentes extintores ainda gera como efeito questões ambientais negativas. Empresas que possuem políticas de ESG e controle de pegada de carbono têm migrado seus sistemas para as soluções Hallós com agente FK 5-1-12”, complementa.
A Hydor também possui um portfólio completo de válvulas de incêndios certificadas pelos principais laboratórios do segmento, como a UL e FM. “Os sistemas baseados em água sempre foram muito empregados em nosso mercado e, por mais que muitas vezes sejam apenas mecânicos, possuem muita tecnologia empregada, tornando possível
Cilindros Hallós da Hydor com agente limpo FK 5-1-12
sua aplicação também no mercado de data centers”, afirma.
Com atuação também nos segmentos de mineração, petróleo, óleo e gás, a Hydor possui um novo lançamento de uma linha completa de combate com espuma sem flúor. “Está ocorrendo uma migração global para soluções de combate a incêndio limpas em sua aplicação”, diz Morato.
A ampliação de portfólio tem o objetivo de atender com soluções completas o aumento de demanda desse mercado. “Historicamente, estamos no melhor momento do mercado de dados. Em termos de valores para Brasil, estima-se que até 2030 sejam investidos até US$ 6,5 bilhões no segmento. Os investimentos de novos ativos e demanda energética irão alavancar também o setor de prevenção contra incêndios. Nosso objetivo é oferecer aos data centers e provedores de Internet produtos robustos e que entregam tecnologia e acessibilidade para a preservação dos ativos das empresas,
do patrimônio e consequentemente das pessoas que trabalham nesses locais”, finaliza o gerente.
Site: https://hydor.com.br/
Roxtec
A Roxtec é uma multinacional sueca especializada no desenvolvimento e fabricação de soluções de vedação para transições de cabos e tubulações entre paredes e lajes. Com mais de 300 certificações internacionais, suas soluções garantem a proteção contra fogo, gases, água, poeira, ATex - atmosfera explosiva, pestes, mudanças de pressão e temperatura. Também reduzem ruído, vibração e fadiga de material e estão disponíveis em versões para compatibilidade eletromagnética (EMC) e proteção de equipotencialização, aterramento e contra descargas atmosféricas (raios).
A empresa foi fundada em 1990 com a invenção do Multidiameter , uma solução baseada em módulos de vedação de
borracha EPDM com camadas removíveis que possibilitam fácil adaptação de cabos e tubulações de diferentes tamanhos; basta remover ou acrescentar as camadas de borracha conforme necessidade. Os kits padronizados da Roxtec são fornecidos com estruturas retangulares ou redondas, indicadas para tubulações metálicas ou plásticas. As vedações podem ser usadas em instalações novas ou existentes e oferecem capacidade de expansão futura. “Esse conceito flexível revolucionou o processo de cabeamento e instalação de tubulações, simplificando o projeto e reduzindo os custos operacionais com a menor necessidade de estoque, material e mão de obra”, afirma Marcio Linhares, gerente do Segmento de Indústria & Infraestrutura da Roxtec no Brasil, com escritório no Rio de Janeiro desde 2002.
Segundo o anexo D da norma ABNT NBR 16415 – Caminhos e Espaços para Cabeamento Estruturado, todas as aberturas, perfurações e cortes para
Solução da Roxtec é baseada em módulos de vedação com camadas removíveis, permitindo o encaixe para qualquer tamanho de cabo ou tubo
passagens de caminhos devem prevenir a propagação de gases tóxicos e fogo através deles, como eletrodutos e calhas com cabos, espaços técnicos, quadros e painéis. Quaisquer aberturas em paredes e lajes que permitam a comunicação direta entre áreas contíguas devem ser vedadas com material de proteção capaz de evitar a propagação de fumaça ou fogo por pelo menos 60 minutos (recomenda-se até 120 minutos). Além disso, a norma menciona que o IP das vedações seja IP66 e IP67.
A Roxtec fornece as soluções de vedação para diversos setores, como telecomunicações, data centers, marítimo, petróleo e gás, energia, indústria e infraestrutura. Basicamente, o produto é o mesmo (elastômero intumescente), o que muda são as aplicações e o acréscimo de barreiras de materiais condutores ou magnéticos.
Por exemplo, no caso do sistema de vedação ES , uma lâmina no molde da borracha faz a blindagem dos sinais eletromagnéticos e bloqueio do campo. A blindagem também funciona ao contrário, impedindo que sinais e campos eletromagnéticos deixem uma área protegida.
Já as vedações BG oferecem equipotencialização e aterramento para drenar tensões transitórias que podem ser causadas por curtos-circuitos ou raios, garantindo a segurança pessoal e proteção de equipamentos sensíveis dos efeitos de tensões transitórias e correntes de falha. “A lig ação de objetos metálicos evita o acúmulo de energia elétrica e minimiza o risco de perigo quando uma pessoa entra em contato com vários objetos com potencial diferente ao mesmo tempo”, diz. O sistema consiste em uma estrutura de aço ou alumínio
eletricamente condutiva, módulos de vedação Roxtec, placas de retenção e unidade de compressão e lubrificante para uso durante a instalação. Segundo Linhares, foi publicada recentemente uma norma internacional de proteção contra interferências eletromagnéticas (EMI), que deverá impulsionar a demanda por sistemas de vedação em data centers. Esses ambientes concentram elevado volume de equipamentos e cabos de energia e de dados (UTP) de alta frequência, o que eleva os riscos de interferência. Além disso, o Brasil é um dos países com maior incidência de raios no mundo. Testes realizados no CPQD, de Campinas, SP, demonstraram a eficiência do sistema da vedação da Roxtec de 99,4%. “Uma vez instalado, se não for preciso substituir os cabos por outros maiores ou menores, o produto pode ficar por 30 anos sem nenhum problema. E se precisar abrir e fechar a solução, quantas vezes precisar, a borracha pode sofrer compressão e descompressão sem perda de elasticidade, facilitando a manutenção ou ampliação da quantidade de carga”. Uma outra vantagem é que o produto não cria fungo, ao contrário de soluções convencionais como a espuma, podendo ser aplicado em ambientes limpos, em indústria alimentícia e farmacêutica.
Além de data centers, o sistema de vedação pode ser usado em estações radiobase e sites remotos, que muitas vezes ficam distantes e desassistidos. Em uma inundação, suporta até 4 bar de pressão. “O técnico não tem que ficar toda hora fazendo manutenção. Uma vez aplicado, não precisa se preocupar porque o sistema está vedado”, conclui o gerente.
Site: www.roxtec.com/br
SMH Sistemas
A SMH Sistemas é uma empresa nacional com sede em São Paulo e 32 anos de atuação no mercado de proteção e combate a incêndio para ambientes de missão crítica e riscos especiais, atendendo clientes das áreas de telecomunicações, provedores de Internet, data centers hyperscale, colocation, eletrocentros, instituições financeiras, indústrias e ambientes hospitalares. “Realizamos desde o estudo de viabilidade técnica e econômica para a implantação de um novo projeto de proteção contra incêndio até manutenções preventivas, corretivas, recarga de agentes limpos e retrofit de sistemas existentes. A proteção de um ambiente de missão crítica requer um estudo rigoroso, uma análise de risco e a definição do melhor tipo de proteção para cada risco”, diz Claudemir Mantovam, diretor técnico e comercial da SMH Sistemas.
Segundo ele, os projetos elaborados pela SMH Sistemas utilizam equipamentos certificados de detecção e combate a incêndio. Cada projeto implantado é submetido a rigorosos testes, comissionamento e aprovação junto às seguradoras nacionais e internacionais e ao Corpo de Bombeiros.
Para os ambientes protegidos por agentes limpos (gases), são realizados os testes de estanqueidade e onde necessário é aplicado o Firestop para a vedação nas passagens de cabos, leitos e eletrocalhas, assegurando que o ambiente ofereça a estanqueidade necessária.
“Para os projetos onde os estudos de riscos apontam como a melhor solução sistemas hidráulicos, à base de água, como sistemas de sprinklers wet pipe ou dry pipe, implementamos toda a solução com o completo fornecimento dos equipamentos necessários e infraestrutura (tubulação), incluindo a casa de bombas atendendo às recomendações das normas NFPA, NBR e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros vigentes”, diz.
A SMH Sistemas possui mão de obra qualificada e certificada como integrador pelos principais fabricantes internacionais de equipamentos, como Notifier, Simplex, Bosch, Xtralis, entre outros.
Desde 2014 a SMH Sistemas oferece ao mercado uma linha própria de sistemas de supressão de incêndio, sob a marca CDI
Sistema fixo de combate por agentes limpos implantado pela SMH Sistemas
Fire, composta por cilindros para sistemas fixos carregados com os agentes químicos e inertes HFC-227/FM 200, HFC-125/ FE-25, fluido FK 5.1.12 e IG-541/ Inergen e CO2 para a supressão do fogo. A linha foi desenvolvida em conformidade com as legislações nacionais e normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros e atende às normas da NFPA 2001 - National Fire Protection Association com a utilização de equipamentos certificados. A empresa possui uma estação de recarga localizada na Grande São Paulo desenvolvida conforme as especificações de normas nacionais e internacionais. Para a maior agilidade no atendimento dos clientes, a SMH Sistemas mantém um estoque de gases para o pronto atendimento às demandas do mercado.
A empresa desenvolveu e já conta com diversas instalações no mercado brasileiro o Compact Fire System, um sistema de combate a incêndio pré-dimensionado, capaz de proteger uma área de até 220 m3 ou 80 m2, com pé direito de 2,7 m, aproximadamente. Equipado com rodízios, o sistema permite fácil instalação e deslocamento dentro do ambiente protegido, ocupando um espaço no piso elevado de 60 x 60 cm no máximo. O rack é composto pelo cilindro carregado com o agente limpo, painel de controle de liberação do agente limpo pré-cabeado e programado, atuador elétrico, alarme
sonoro e visual, dispositivos de acionamento (release) e bloqueio (aborto), além de chave de serviços para desativar o painel de controle de liberação do agente limpo para eventuais manutenções no ambiente protegido. “Basta fazer a alimentação elétrica e acionar o disjuntor que o sistema já se torna operacional e pronto para proteger o data center”, afirma Mantovam.
O maior benefício da solução é o custo atrativo, a ausência de necessidade de grande infraestrutura elétrica e hidráulica e a mínima permanência das equipes de serviço dentro de data centers em operação, reduzindo riscos de incidentes ou acidentes. O produto é indicado para todos os tipos de ambientes de missão crítica construídos em abrigos metálicos ou alvenaria, além das salas de controle, provedores de Internet, salas limpas, salas de geradores, salas de testes de máquinas, centros cirúrgicos, acervos culturais e eletrocentros.
Segundo o diretor, o mercado brasileiro de data centers está em franca expansão. “Estimamos que continuará bastante aquecido pelos próximos 10 anos. A SMH vem protegendo os maiores data centers que estão em construção no Brasil na atualidade, bem como realizando retrofits nos ambientes de missão crítica /sites que têm algum tipo de proteção e precisam ser modernizados”, conclui.
Site: www.smh.com.br
Tec and Tec
A Tec and Tec é uma multinacional especializada em soluções de prevenção e combate a incêndios. Estabelecida no Brasil desde 2013, a empresa conta com escritório e base industrial em São Paulo, oferecendo uma ampla gama de soluções e serviços, como distribuição e fabricação de produtos, projetos personalizados, instalação, comissionamento, treinamento e startup, recarga de gases, testes hidrostáticos de cilindros, testes de estanqueidade e manutenção de sistemas.
Segundo o diretor comercial e sócio João Xavier, a Tec and Tec se destaca no mercado de data centers devido à sua expertise em supressão de incêndio com agentes limpos, como o FK-5-1-12, HFC-277ea e HFC-125. “Trabalhamos para que instalações possam operar 24x7 com o máximo de disponibilidade e segurança”, diz.
A empresa conta com mais de 1000 clientes atendidos no Brasil e países vizinhos como Colômbia, Chile e México.
A Tec and Tec representa marcas internacionais como a SEVO Systems, Klents, Fireblocker, Solo, C-Fire, STI Firestop, Notifier by Honeywell, Xtralis by Vesda e Kentec. Uma recente parceria foi assinada com a empresa dinamarquesa FireKill, que fornece a solução de watermist , um sistema automático de baixa pressão (2 a 16 bar) indicado para áreas de missão de crítica com redução de uso de água.
Também novidade é o sistema sem fio K-Mesh, de fabricação Kentec, homologado pela Anatel para operar na frequência de 918 MHz, sistema aprovado pela norma EN54. “A tecnologia mesh proporciona redundância e expansão do sistema, garantindo maior alcance e segurança”, afirma.
Além de representar marcas internacionais, a Tec and Tec desenvolve soluções próprias para atender às demandas locais. Um exemplo é o T-Box, um sistema compacto de detecção e supressão de incêndios, projetado para instalação em racks 19”. “O T-Box é um produto plug and play, equipado com sistema extinção mediante agente limpo FK 5-1-12. Dispõe de um sistema detecção e alarme incêndio integrado que permite atuar de forma autônoma, ou seja, sem intervenção humana. Possui também, uma tela em touchscreen intuitiva, saídas para sirenes, acionadores, detectores, intertravamento com sistema de ar-condicionado e controle de acesso, com capacidade de armazenamento de até 10 mil eventos no histórico”, detalha Xavier.
T-Box, da Tec and Tec: sistema compacto de detecção e supressão de incêndios para instalação em racks 19”
Esse sistema já é utilizado por operadoras de telecomunicações e provedores de Internet como ClickIP, Vivo, TIM, Claro, American Tower, especialmente para instalações de edge computing e sites de 5G. Com apenas 2U de altura, o T-Box pode proteger áreas de 1 a 1,5 m² e volumes de 1,5 a 3 m³. Segundo Xavier, o T-Box é escalável, e a empresa está trabalhando em uma nova versão capaz de proteger até oito racks com uma única unidade inteligente. “Com a tecnologia já desenvolvida, basta aumentar a parte mecânica e o número de cilindros de gás para atender a diferentes necessidades”, explica. Com a transformação digital, a crescente demanda por serviços em nuvem e o aumento do volume de dados, o mercado de data centers vive uma fase de expansão acelerada, criando diversas oportunidades de negócios. “A infraestrutura de data centers está em plena expansão, e esse é um momento muito promissor para o setor,” afirma Xavier, que também foi eleito para a diretoria de Relações Institucionais da ABDCAssociação Brasileira de Data Centers.
Site: https://tecandtec.com.br/
Otimização de infraestrutura de data centers para um futuro sustentável
Leonardo Guerra de Rezende Guedes, Doutor em Engenharia Elétrica e de Computação/Unicamp, Professor Titular da UFG, Professor Titular de PUC Goiás, Editor da Revista Brasil Pós/Instituto Brasil Pós
Abusca por IA – Inteligência
Os data centers estão na vanguarda da evolução tecnológica, enfrentando desafios e oportunidades que exigem inovação contínua em projeto, gerenciamento e operações para atender às demandas atuais e futuras. Este artigo explora como essas tendências afetam o gerenciamento de ambientes críticos em data centers, fornecendo estratégias para otimizar a eficiência, a segurança e a sustentabilidade, e compara os métodos de construção convencional e modular, com base em um estudo de caso real.
Artificial está remodelando a infraestrutura dos data centers, demandando atualizações para oferecer suporte aos requisitos de processamento da nova tecnologia. Isso levou a maiores investimentos em data centers hyperscale e a uma reavaliação na estratégia de infraestrutura dos sites para incorporar refrigeração líquida, tendo em vista que soluções tradicionais podem não ser suficientes para dissipar o calor gerado pela IA. Segundo a consultoria McKinsey, a demanda energética pode chegar a 35 GW até 2030 no Brasil, ressaltando a importância de também modernizar a rede elétrica para atender à demanda futura [1].
Além disso, a automação está se tornando cada vez mais fundamental para lidar com a escassez de mão de obra e a pressão por maior produtividade, permitindo que os data centers operem com mais eficiência e menos mão de obra [2]. Ela abrange desde programação e acompanhamento a manutenção e entrega de aplicativos. Tecnologias emergentes, como análise preditiva, IoTInternet das Coisas, blockchain e 5G estão remodelando os data centers. A análise preditiva tem melhorado a manutenção e a segurança, enquanto a
IoT aperfeiçoa o monitoramento e a eficiência operacional. O blockchain oferece novas soluções para a segurança de dados e armazenamento, e o 5G promete acelerar velocidades de transferência de dados e habilitar o processamento em tempo real, algo crucial para aplicações como veículos autônomos e cidades inteligentes [3]. A crescente complexidade dos dados de data centers contemporâneos, juntamente com o avanço da digitalização de serviços, coloca a gestão de ambientes críticos como um dos temas mais prementes do campo da tecnologia da informação. A escolha deste tema decorre da necessidade urgente de desenvolver estratégias de gestão de infraestrutura de TI que não apenas atendam às crescentes demandas operacionais, mas também sejam alinhadas com a sustentabilidade e eficiência energética. Nesse cenário, surgem os desafios diários relacionados a limitações de espaço físico, alto consumo de eletricidade, complexidades na capacidade de resfriamento e custos operacionais elevados.
Tecnologias de data centers
Uma das tendências mais significativas que moldam o futuro dos centros de
dados é a integração da IA - Inteligência
Artificial, responsável por continuar a impulsionar a inovação do data center, particularmente com a necessidade de acomodar demandas de processamento substanciais de linguagem de grandes modelos (LLMs). Esses modelos demandam extensa conectividade por fibra e métodos inovadores para alimentar e refrigerar equipamentos. Os data centers tradicionais podem não estar equipados para tal tarefa. Como a indústria evolui do desenvolvimento para a inferência, uma mudança para edge computing é antecipada, permitindo que o processamento dos dados ocorra mais perto de onde é necessário [5].
Tal transição pode tornar os data centers de menor porte mais prevalentes, oferecendo alto poder computacional em configurações localizadas como centros acadêmicos ou instalações médicas.
Paralelamente a esses avanços computacionais, há um foco crescente na sustentabilidade. Os data centers hyperscale estão se voltando para os produtos modulares para atender às crescentes demandas de forma eficaz. Isso inclui sistemas de energia integrados que otimizam o espaço e reduzem os prazos de entrega e sistemas de refrigeração inovadores. Data centers pré-fabricados também estão se tornando uma tendência, encurtando cronogramas de construção e oferecendo suporte rápido, implantação ágil e escalabilidade.
Os avanços da tecnologia óptica são cruciais para responder a uma demanda cada vez maior por processamento e transmissão de dados. Operadores de data center estão implantando transceptores ópticos de 800 Gbit/s para suportar aplicativos de computador de alto desempenho orientados por IA e ML –Machine Learning, com a expectativa de ver protótipos de 1,6 Tbit/s em breve. Esses avanços ajudam a lidar com mais dados em menos fibras, o que é inestimável, dadas as restrições físicas que enfrentam [4].
A sinergia da integração de IA somada à sustentabilidade na tecnologia dos data centers está mudando a própria arquitetura dessas infraestruturas críticas. Ao aproveitar
o poder da IA, os sites podem otimizar o gerenciamento de recursos e o uso de energia, ao mesmo tempo em que avançam em direção a uma abordagem mais sustentável em suas operações. A demanda por processamento em tempo real e edge computing está levando ao desenvolvimento de data centers menores e mais eficientes, que podem fornecer alto poder computacional exatamente onde é necessário. Isso se alinha com os objetivos de reduzir a latência e fornecer serviços mais rápidos e confiáveis.
Em resumo, os data centers estão evoluindo rapidamente, adotando tecnologias de ponta que oferecem potência e eficiência. A IA é um impulsionador significativo dessa transformação e deverá moldar a forma como os data centers são projetados e gerenciados. Produtos modulares e avanços na tecnologia óptica estão fornecendo soluções para atender às demandas desse cenário dinâmico. Como os sites continuam a crescer em importância, essas tendências serão cruciais para aqueles que operam na indústria.
Energia e gestão térmica
O sistema de energia e os mecanismos de controle de calor dentro dos data centers são fundamentais para sua operação, afetando desde o sistema de desempenho aos resultados financeiros e impacto ambiental. À medida que os sites continuam a evoluir, a adoção de tecnologias inovadoras em infraestrutura de energia e refrigeração serão fundamentais para atender às crescentes demandas de processamento de dados minimizando o consumo de energia e maximizando a eficiência operacional. Os data centers têm sido historicamente construídos com significativa tolerância operacional e capacidade de expansão futura. No entanto, tais práticas têm se tornado obsoletas, uma vez que conduzem a ineficiências no consumo de energia elétrica. Geralmente, apenas uma fração da eletricidade que alimenta um data center é usada por sistemas de TI. O restante é consumido por outros subsistemas que o compõem, com uma
parte dessa energia perdida devido à ineficiência de certos componentes. A maioria dos data centers em operação consomem quantidades significativas de energia geralmente para fornecer níveis mais altos de confiabilidade. Além disso, os sistemas de TI costumam funcionar com uma baixa utilização da capacidade de processamento disponível de servidores.
Dada a natureza dos data centers, essenciais para gerenciar grandes quantidades de dados gerados e utilizados por empresas em todo o mundo, seus sistemas de energia são projetados para serem eficientes e confiáveis. Os UPS, geradores de backup e unidades de distribuição de energia são componentes integrais que garantem a operação dos data centers sem interrupção. Esses elementos funcionam em conjunto para fornecer um ambiente estável, onde os servidores e equipamentos de rede podem operar de maneira ideal, mesmo em casos de falhas de energia externas.
Os sistemas de resfriamento são igualmente cruciais, à medida que abordam o calor significativo gerado por operação contínua de equipamentos de TI. Soluções avançadas de resfriamento, como em linha, sistemas de água gelada e tecnologias de resfriamento evaporativo, são implantadas para gerenciar a carga térmica do data center. São escaláveis e adaptáveis, permitindo a remoção eficiente do calor em pontos quentes e garantindo que a temperatura ambiente dentro do site permaneça dentro do limite operacional seguro.
O aspecto financeiro de manter e expandir operações de data centers, particularmente subsistemas de energia e mecanismos de refrigeração, é uma das principais considerações para as empresas. Tecnologias de eficiência energética não apenas reduzem custos, mas também se alinham com as metas de sustentabilidade. Data centers modulares, por exemplo, oferecem um ambiente flexível e econômico e são uma solução para dimensionar sua capacidade. Eles permitem uma implantação rápida e são frequentemente mais eficientes em termos energéticos do que os projetos tradicionais, utilizando sistemas de refrigeração integrados e fontes de energia renováveis.
TENDÊNCIAS
No mercado de data centers, o gerenciamento de calor e a otimização do consumo de energia são desafios fundamentais devido à alta densidade de equipamentos eletrônicos. Inovações em tecnologias, como sistemas de refrigeração líquida e técnicas avançadas de gerenciamento de ar, desempenham um papel crítico na dissipação do calor gerado por servidores e equipamentos de rede. Tais tecnologias não só evitam o superaquecimento, mas também contribuem significativamente para a economia de energia, reduzindo a dependência de métodos tradicionais de resfriamento.
Modelo tradicional x modular
A seguir serão avaliados fatores envolvidos na expansão de um data center ao comparar o modelo operacional tradicional com uma abordagem modular. Tal metodologia permite entender as complexidades da expansão de um data center, fornecendo insights sobre a operacionalidade e os impactos financeiros.
A metodologia de pesquisa envolve a coleta de dados de um data center operacional. Entende-se que o principal consumidor de energia e geradores de carga térmica são equipamentos de TI e sistemas de refrigeração, incluindo UPS, destacando a criticidade de previsões precisas para TI, alojamento de equipamentos e futura ocupação, influenciando o direcionamento do data center.
O planejamento e a execução do projeto de expansão para o site estudado revelaram que uma solução híbrida com expansões modulares é mais eficiente. Características como o tempo necessário para a expansão e Capex demonstram que as soluções modulares demandam menos tempo para tornarem-se operacionais e podem ser implantadas em etapas.
A solução híbrida pode ser recomendada tanto sob a perspectiva operacional quanto financeira. A relevância do estudo é confirmada ao analisar uma situação real não só pela empresa foco do estudo, mas por diversas outras atuando em setores que
passam por expansões. Essa perspectiva exige constantes avaliações de desempenho, seja para manutenção ou para melhorar o desempenho, enfatizando a relevância do tema de pesquisa e sugerindo áreas para investigações futuras.
Metodologia
O método consiste em analisar a expansão da infraestrutura do data center e envolve um processo de análises qualitativas e quantitativas, com foco em cálculos de carga terminal e consumo de energia.
Esta comparação preliminar procurou compreender os aspectos necessários para o dimensionamento da infraestrutura física em data centers. A comparação utilizou dados reais coletados de um site operacional e aplicou-os a fórmulas, resultando em insights representados por meio de números que demonstram a distribuição de cargas dentro do data center estudado. Apesar do uso de resfriamento típico no objeto estudado, conhecido por consumir 30% mais energia do que o método por resfriador, os resultados foram considerados bastante semelhantes. Esta validação foi obtida recalculando o consumo de energia com 100% de disponibilidade e confirmando os dados observados: a carga térmica produzida pela distribuição de energia diminuiu de 4% para 3% e a carga térmica da iluminação também apresentou um impacto significativo.
O objetivo da metodologia era explorar a expansão da infraestrutura de data centers utilizando soluções tradicionais ou modulares, com a intenção de reduzir o tempo de implementação e expansão, aumentar a eficiência no uso da infraestrutura física e seus recursos (energia elétrica, refrigeração, espaço físico) e diminuir custos com implementação e manutenção. Esta abordagem abrangente mostra a contribuição para o campo prático, oferecendo uma compreensão diferenciada sobre a expansão de um site. Para o dimensionamento do subsistema elétrico, o processo envolve diversas etapas,
começando com a coleta de dados necessários para o dimensionamento. Isso inclui definir a topologia do serviço elétrico e de refrigeração necessária (por exemplo, N, N+1, 2N) de acordo com o tipo de processamento usado, a disponibilidade necessária e outros fatores. A principal preocupação, independentemente da topologia do UPS projetado para o sistema, está em fornecer energia suficiente para a carga crítica e manutenção do resfriamento.
Resultados
Neste estudo de caso, foi explorada a otimização de dimensionamento do sistema de resfriamento em um ambiente típico de data center. Os dados coletados para este estudo têm como base dados típicos do sistema de data center, características comuns encontradas em sites operacionais de uma empresa de telecomunicações atuando em território brasileiro.
Data center típico
Os dados coletados mostram que o centro de dados estudado pode ser considerado típico, como a maioria dos construídos na mesma época. Tem uma sala individual para equipamentos de TI, um subsistema de potência elétrica com topologia N+1, um subsistema de arrefecimento baseado na topologia de chiller N+1 e outros subsistemas.
Durante a entrevista com um profissional do local com mais de 20 anos de experiência no setor, constatou-se que apenas a carga térmica produzida pelos equipamentos de TI e pelo UPS são usados para estimar o dimensionamento de um sistema de refrigeração. Comparando o método utilizado na prática por profissionais e o apresentado por Dunlap e Rasmunssen [6], observa-se uma carga 20% maior do que a dos profissionais devido ao cálculo da iluminação, distribuição de energia e pessoal. As características obtidas são mostradas na tabela I.
O estudo de caso apresentado na tabela I fornece uma análise aprofundada de um data center com o intuito de compreender as características essenciais e capacidades
TENDÊNCIAS
necessárias para uma operação eficiente e futuras expansões. Esta tabela descreve os fundamentos e atributos do data center, incluindo o total de área construída de 5 mil m2, com 1750 m2 alocados especificamente para os equipamentos de TI. A instalação de energia elétrica é feita com quatro unidades de 1000 kW cada, alimentando diretamente a demanda de energia dos equipamentos de TI. Adicionalmente, a potência de resfriamento é instalada em quatro unidades de 1050 kW, indicando um investimento significativo para manter ótimas condições de temperatura.
A tabela lista ainda o espaço disponível para racks em 820 unidades, mostrando a capacidade do data center em abrigar infraestrutura de TI. A densidade de potência suportada para equipamentos de TI é destacada como 1100 W/m2, que se alinha com os padrões da indústria para sites modernos, garantindo que a instalação possa atender adequadamente às
foram coletados de um data center tradicional e de um modular da Sun Microsystems. A solução da Sun Microsystems oferece módulos de data centers em contêineres de 48,77 m 2 com 7,5 racks de 40 U cada, capazes de suportar uma densidade de 25 kW por rack.
A solução modular proposta é dividida em duas contêineres, um para equipamentos de TI e outro para dispositivos que compõem a infraestrutura para sistemas elétricos.
Tab. I - Características do data center analisado. Fonte: Entrevistas do autor
Descrição Descrição Descrição Descrição
Valor Valor Valor Valor
Área total construída5000 m2
Área de equipamentos de TI1750 m2
Capacidade elétrica instalada4 x 1000 kW
Energia elétrica para equipamentos de TI 1980 kW
Potência de resfriamento instalada4 x 1050 kW
Espaço disponível para racks 820 unidades
Densidade de energia suportada para equipamentos de TI1100 W/m2
Carga atual usada por equipamentos de TI 790 kW Número de pessoas15
demandas de energia e resfriamento de ambientes de computação de alta densidade. Além disso, o carga atual utilizada pelos equipamentos de TI é mencionada como 592 kW e o número de pessoas que trabalham no site é 15. Esses dados fornecem um retrato do estado operacional do data center e sua preparação para aumentar a escala em resposta a demandas futuras.
Data center híbrido
Com o objetivo de comparar um data center tradicional e um híbrido, dados
Com base nas informações da tabela II, foi dimensionado um modelo modular com a mesma capacidade elétrica disponível para equipamentos de TI. Uma vez que o tempo para a implementação de uma solução modular é significativamente mais curto do que os métodos tradicionais, partiu-s e do pressuposto de que o centro de dados teria uma ocupação linear e crescente nos próximos 10 anos, atingindo 80% de utilização no fim do período. A solução modular exigirá quatro meses para a implantação de cada módulo de 400 kW. O custo da energia foi obtido no site da concessionária CEB, onde o valor do kWh é de US$ 0,04. Neste estudo, o valor é de US$ 2 milhões para cada módulo com capacidade de 400 kW [4]. Para os cálculos da tabela II, as seguintes formulações foram utilizadas, considerando inclusive a IEInfraestrutura Elétrica ordinária:
• Capacidade em kW – A eletricidade disponível no data center para equipamentos de TI.
• Utilização em kW - Aplicação média anual de energia elétrica por equipamento de TI.
TENDÊNCIAS
• Utilização em % - A energia elétrica usada por equipamento de TI em relação a energia elétrica disponível no data center para os equipamentos de TI.
• Utilização anual de TI em MW –(utilização em kW) x (365 dias) x (24 horas) / (1000 kW).
• Utilização anual do IE em MW (data center modular) - Potência nominal fornecida pelo fabricante.
dados coletados indicam que o método dos profissionais resulta em uma carga térmica aproximadamente 20% menor do que o calculado pelo método de Rasmussen [6]. Essa diferença pode ser atribuída principalmente à exclusão de fatores como iluminação, potência de distribuição e cálculos na área de atuação dos profissionais.
II – Avaliação de custos. Fonte: Autor
da área dos equipamentos de TI
Energia demandada pelos equipamentos de TI
Densidade de energia suportada pelos equipamentos de TI1000
Custo total da expansãoUS$ 20 milhões Prazo para conclusão e início operacional2 anos
• Custo anual de energia em US$ - (TI anual utilização em MW) + (utilização anual do IE em MW) * (1100 para converter em kW) * (valor de kWh fornecido pela concessionária).
A comparação entre o dimensionamento do sistema de refrigeração e os cálculos utilizados pelos profissionais e o método apresentado [6] revelaram discrepâncias significativas. Os
A precisão dos cálculos de dimensionamento do sistema de refrigeração foi avaliada com base nos requisitos reais do ambiente de data center [7]. Os resultados mostraram que, embora os cálculos dos profissionais subestimaram a carga térmica necessária, o tamanho do sistema de refrigeração ainda atendeu adequadamente às demandas de gerenciamento do sistema térmico do data center.
O desempenho do sistema de resfriamento foi avaliado em termos de controle de temperatura, consumo de energia e confiabilidade operacional [8]. Apesar da subestimação inicial da carga térmica, o sistema de resfriamento demonstrou eficiência na manutenção de temperaturas dentro de limites aceitáveis, garantindo a operação confiável dos equipamentos de TI.
Conclusão
A importância deste estudo de caso reside em sua apresentação detalhada das capacidades atuais e infraestrutura do data center, servindo como referência para avaliar estratégias de expansão, particularmente quando comparamos o método tradicional com o modular. A ênfase em energia e capacidade de resfriamento ressalta a importância crítica desses sistemas na manutenção da eficiência e confiabilidade do data center, impactando diretamente os custos operacionais e a pegada ambiental global.
A análise dos resultados destaca a importância de uma abordagem precisa e abrangente para o dimensionamento do
Tab.
sistema de resfriamento em data centers. Ao considerar todos os fatores relevantes, os operadores de sites podem garantir que seus sistemas de refrigeração sejam dimensionados adequadamente para atender às demandas térmicas do ambiente operacional, garantindo assim a eficiência e confiabilidade do data center.
Com base nos resultados, foram feitas recomendações para otimizar o dimensionamento do sistema de resfriamento. Isso inclui ajustes nos métodos de cálculo, considerando fatores adicionais como iluminação e distribuição de energia, para garantir uma estimativa precisa da carga térmica. Adicionalmente, é recomendado o monitoramento contínuo do desempenho do sistema de refrigeração e alterações conforme necessário para garantir a eficiência operacional contínua do data center.
REFERÊNCIAS
[1] Ursic, Marcello. Mobile Food Displacement and Formalization: A Case Study of Portland’s Block 216 , 2024.
[2] Caufild, J. Data center sector trends for 2023-2024 . https://www.bdcnetwork.com/ data-center-sectortrends-2023-2024.
[3] Wesco, Dirk Naylor. Three trends that will shape data centers in 2024 and beyond https://www.da tacenterdynamics.com/en/opinions/thr ee-trends-that-will-shape-datacenters-in-2024-andbeyond/.
[4] Data Center Knowledge. Key Data Center Sustainability Trends in 2022.
[5] Corning. 2024 Data Center Trends and Industry Predictions. https:// www.corning.com.
[6] Dunlap, Kevin; Rasmussen, Neil. Choosing between room, row, and rack-based cooling for data centers . APC White Paper, v. 130, 2012.
[7] Mendonça, Ricardo; Álvares, Delaine de Sousa Silva; Guedes, Leonardo Guerra de Rezende Guedes. Editorial: A Complexidade e a Evolução dos Datacenters no Cenário Atual, Revista Brasil Pós: Engenharia, Tecnologia e Gestão: v. 1 n. 1 (2024): Revista Brasil Pós: Engenharia, Tecnologia e Gestão, v.1, n.1, 2024.
[8] Guedes, Leonardo Guerra de Rezende Guedes. Uso do Ciclo PDCA para Melhoria da Eficiência Energética em Datacenters. (2024). Revista Brasil Pós: Engenharia, Tecnologia e Gestão, v.1, n.2, 2024.
Artigo resumido e baseado em projeto de pesquisa conduzido no âmbito do MBA em Infraestrutura de Ambientes Críticos, com Ênfase em Data Centers, ministrado pelo Instituto Brasil Pós.
Guia de racks para LANs, servidores e acessórios
Com a expansão da IA – Inteligência Artificial, das aplicações em nuvem e dos edge data centers, os racks e gabinetes serão cada vez mais demandados para assegurar o adequado desempenho da rede e dos equipamentos. O guia apresenta a oferta nacional desses produtos, com informações como modelos, material, estrutura e capacidades, além dos contatos com as empresas.
Entrada de cabos Pelo teto Pelo piso Cabeamento (LAN) Industrial Aberto Aplicação Laterais removíveis
Capacidade (kg) Portas Fechado Mini-rack Tipo Alumínio
Sistema de monitoramento Sistema de aterramento Espaço para inclusão de ventilação Confinamento de corredores Dutos para controle de fluxo de ar Alto desempenho Em circuito fechado Refrigeração Marcação de U Parede Piso
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Fibracem (41) 99946-0613 n
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GP Cabling (11) 2065-0800 n ••••••••••••••••••• contato@gpcabling.com.br
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Capacidade (kg) Portas Fechado Mini-rack Tipo Alumínio
Regras de tomadas Com monitoramento Material Estrutura Servidores (Data center) Sistema de monitoramento Sistema de aterramento Espaço para inclusão de ventilação Confinamento de corredores Dutos para controle de fluxo de ar Alto desempenho Em circuito fechado Refrigeração Marcação de U Parede Piso Pintura
Aço Perfis soldados Perfis aparafusados Perfuradas Vidro de segurança Bi ou quadripartidas Eletrostática Líquida ≤ 1000 ≥ 1000 Passivas Fecho e porca-gaiola Base antitombamento
Inteiras
Proteção contra Fogo Água Guia de controle raio de curvatura Realiza projeto personalizado?
Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 120 empresas pesquisadas.
Fonte: Revista Redes, T Redes, Telecom e Instalações elecom elecom e Instalações elecom elecom , novembro de 2024.
Este e muitos outros Guias de RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira.
Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
Cabos submarinos
OOs cabos submarinos são sistemas de comunicação vitais, compostos por fibras ópticas capazes de transmitir dados por longas distâncias sob o mar em alta velocidade entre continentes. Para suportar as condições adversas do ambiente marinho, os cabos são revestidos por múltiplas camadas de proteção. A instalação e manutenção requerem tecnologia avançada e embarcações especializadas, como mostra o artigo a seguir.
s cabos submarinos são fundamentais para a infraestrutura de comunicação global, conectando continentes e permitindo a troca rápida de informações. Desde o século 19, quando os primeiros cabos telegráficos foram lançados, eles evoluíram para sistemas de fibra óptica que suportam uma quantidade imensa de dados. Com mais de 1,2 milhão de quilômetros atualmente em funcionamento, eles são responsáveis por uma parte significativa do tráfego de Internet mundial. Esses cabos são instalados no fundo do mar e projetados para resistir a pressões e condições ambientais severas, garantindo comunicação estável e contínua (figura 1).
Conceitos e características
Os cabos submarinos são infraestruturas
Carvalho, da Telefonica – Vivo
críticas, que transportam mais de US$ 15 trilhões em transações diárias.
Em 1995, a distribuição entre o uso de cabos submarinos e satélites para a transmissão de dados era equilibrada, com uma proporção
Fig. 2 - Seção transversal de um cabo submarino: (1) polietileno, (2) fita de mylar, (3) fios trançados de metal (aço), (4) barreira de alumínio à água, (5) policarbonato, (6) cobre ou tubo de alumínio, (7) geleia de petróleo (vaselina) e (8) fibras ópticas
Leandro
Fig. 1 – Cabo submarino
de 50:50. No entanto, em 2024, essa proporção mudou drasticamente para 98:1 a favor dos cabos submarinos. Atualmente, existem 559 sistemas de cabos ativos e mais de 600 estão planejados. Além disso, estima-se que aproximadamente 100 mil km de novos cabos sejam instalados anualmente.
Os cabos submarinos possuem várias características importantes que garantem sua eficácia e durabilidade:
• Estrutura em camadas: os cabos submarinos são compostos por várias camadas, incluindo fibras ópticas, que transmitem dados através de luz, permitindo altas velocidades e grandes capacidades de transmissão; revestimento de polietileno, que protege contra a água e danos físicos; e camadas de aço ou Kevlar, que proporcionam resistência e proteção contra impactos e predadores marinhos.
• Resistência à pressão: projetados para suportar a pressão do fundo do mar, os cabos são testados para resistir a profundidades extremas.
• Revestimento anticorrosivo: os materiais utilizados são resistentes à corrosão para garantir longevidade em ambientes aquáticos.
• Capacidade de transmissão: com alta capacidade de banda larga, os cabos podem transmitir grandes volumes de dados simultaneamente.
• Sistema de repetidores: em cabos longos, repetidores ópticos são usados para amplificar o sinal, garantindo que os dados cheguem de forma clara e eficiente.
• Tecnologia de monitoramento: muitos cabos são equipados com sensores para monitorar condições ambientais e detectar falhas.
Operadora Operadora Cabo Cabo s submarinos submarinos V.tal Globenet, Malbec Google Junior, Tannat, Humboldt, Firmina e Monet EllaLinkEllaLink Telxius
Marea, Dunant, Brusa, Tannat, Junior, Mistral, SAM-1, PCCS, Unisur, Sat-3, Est-Tet, Alpal-2 Angola CablesSACS, WACS e Monet
• Design modular: permite que diferentes segmentos dos cabos sejam rapidamente interligados, facilitando a instalação e manutenção.
Essas características fazem dos cabos submarinos a espinha dorsal da comunicação global moderna. A figura 2 apresenta a seção transversal típica de cabo submarino.
Fig. 3 – Planta seca e planta molhada
Fig. 4 – Sistema de cabo submarino
Tab. I – Principais empresas de infraestrutura e cabos submarinos
Plantas
Um sistema de cabo submarino compreende duas plantas: molhada ( wet plant) e seca (dry plant), como apresentado nas figuras 3, 4 e 5.
A planta molhada ( wet plant ) refere-se a todos os componentes submersos no mar. O cabo físico, instalado debaixo d'água, é composto por várias camadas que fornecem isolamento contra a água e proteção, transporta energia elétrica para acionar os repetidores e abriga os fios de fibra óptica que transmitem dados. Perto da costa, o cabo tem um diâmetro maior
para proteger contra atividades como pesca e ancoragem de barcos, enquanto em águas profundas, ele é mais fino para reduzir os custos de construção. A planta molhada inclui o próprio cabo, os repetidores (ou amplificadores) e a BU – Branch Unit (unidade de ramificação), conforme figuras 6 e 7.
A planta seca ( dry plant ) refere-se a todos os componentes localizados em terra. Cobre a BMH (um bueiro de praia que é uma espécie de caixa de passagem), a CLS – Cable Landing Station (estação de aterrissagem de cabos), o PFE – Power Feed Equipment (equipamento de alimentação de energia) e o SLTE (equipamento terminal de linha submarina).
Fig. 5 – Diagrama de conexão de cabos submarinos
Fig. 6 – Repetidor. Foto: PadtecFig. 7 – BU – Branch Unit
Repetidor e branch unit
Os repetidores são conectados no cabo e responsáveis por amplificar o sinal óptico para garantir que ele permaneça potente o suficiente para detecção na extremidade receptora após viajar milhares de quilômetros. São alojados em um invólucro de titânio para evitar corrosão e suportar as enormes pressões de água em profundidades de até 9000 metros.
A BU - Branch Unit é usada para dividir o sinal óptico do cabo principal e enviar parte dele para outro local enquanto o resto viaja. É assim que um cabo submarino pode “ramificar-se” para atender outros países ao longo de seu caminho entre dois pontos
Fig. 8 – Sistemas de enterro
INFRAESTRUTURA
finais. Uma BU é, essencialmente, um OADM - Optical Add-Drop Multiplexer ou um ROADMReconfigurable OADM. Ele pode ser alimentado ou passivo.
Um navio de cabo é o fator-chave para a instalação e layout de lançamento cabos submarinos. As capacidades de carregamento e lançamento de um navio de cabos submarino sempre determinam a velocidade e os custos da engenharia de construção de cabos correspondente, o que afetará significativamente a transmissão de dados entre
A BMH é uma estrutura de concreto construída e enterrada na praia (figura 9) onde o cabo submarino é terminado e roteado
continentes, ilhas, parques eólicos e outras engenharias de telecomunicações e da indústria de óleo e gás offshore.
Sistemas de enterro –ROVs e PLOWs
O enterramento de cabos continua sendo o método de proteção mais eficaz e econômico (figura 3). Os cable Burial - Plows arados marinhos rebocados (PLOW) continuam sendo o padrão da indústria para enterramento de cabos (tipicamente de 1 a 3 m em locais de maiores ameaças aos cabos) identificados pela engenharia de rotas (figura 8).
para o CLS - Cable Landing Station. Tradicionalmente o ponto onde ocorre a transição/ conexão entre o cabo submarino e o cabo terrestre em um processo chamado shore-end . Uma câmara é construída perto do ponto de aterrissagem ( land point) e os beach joints são construídos em seu interior.
A CLS é uma estrutura onde todos os equipamentos da planta seca são instalados e as fibras ópticas dentro do cabo submarino são conectadas para serviço. Um CLS pode ser um edifício de tijolos e motores ou um contêiner móvel pré-fabricado e autônomo.
O CLS termina ou inicia um cabo submarino, fornece alimentação para o cabo submarino e um local para o SLTE - Equipamento de Terminação de Linha Submarina.
O SLTE é o equipamento óptico DWDM - Dense Wave Division Multiplexing real que permite a conectividade com a Internet. Era considerado um dispositivo especializado até 2012. Como tecnologias coerentes, os SLTEs são agora exatamente o mesmo equipamento óptico que as operadoras de telecomunicações usam para construir redes de fibra terrestres (baseadas em terra).
Fig. 9 – BMH – Beach Man Hole
Fig. 10 – Mapa dos cabos submarinos
Fig. 11 – Instalação do cabo submarino
Transponders e gerenciamento de energia para cabos É o “DWDM” do cabo submarino. Utiliza a tecnologia fotônica mais recente para aproveitar ao máximo o cabo ciclo SLTE a cada aproximadamente cinco anos conforme a tecnologia avança (o cabo tem vida útil de 25 anos).
Ciclo de vários SLTE ao longo da vida útil do cabo PFE – Power Feeding Equipment
O PFE fornece eletricidade CC - corrente contínua para operar os repetidores. Os PFEs podem gerar entre 7500 V e 25 kV para suportar as longas distâncias que os sinais ópticos precisam percorrer. Mas apenas cerca de 1 - 2 A é usado. Entre quaisquer duas CLS, os PFEs podem fornecer energia de ambas as direções, igualmente. Se um PFE falhar, o PFE restante é projetado para alimentar todo o comprimento desse cabo. Para melhorar a confiabilidade da fonte de alimentação do sistema, conjuntos PFE capazes de fornecer
Fig. 12 – Etapas de instalação do cabo submarino
todos os requisitos de tensão do sistema são instalados nas CLS sem ambas as extremidades. As tensões a serem fornecidas aos repetidores submarinos são alocadas para fornecer PFE nas extremidades. Geralmente, cada um dos dois CLS fornece tensão positiva e negativa correspondente a ½ da tensão total do sistema. Se algum dos PFEs falhar, a CLS oposta fornecerá toda a tensão do sistema para permitir um fornecimento de corrente constante aos repetidores submarinos. Esta redundância do sistema tem como objetivo melhorar a confiabilidade do sistema.
A figura 10 apresenta a malha submarina internacional.
Instalação e proteção de cabos submarinos
Navios de instalação especializados são responsáveis por lançar cabos no fundo do mar, desenrolando-os de bobinas e posicionando-os com precisão. Dependendo das condições ambientais e da profundidade, o cabo pode ser afundado ou enterrado. Para enterrá-lo, técnicas como jatos de água ou equipamentos de escavação são frequentemente utilizados (figuras 11 e 12).
Ameaças e riscos aos cabos submarinos
Os cabos submarinos enfrentam várias ameaças e riscos. Entre eles estão a pesca comercial, ancoragem, dragagem e despejo, que são responsáveis por cerca de 70% das falhas anualmente. O desenvolvimento de recursos energéticos como petróleo, gás e energias renováveis, assim como a mineração de minerais do fundo do mar, areia e cascalho, também representam perigos significativos.
Eventos naturais como terremotos, tufões, tsunamis, deslizamentos de terra subaquáticos, correntes turvas e inundações em terra, além da geologia do fundo do mar, podem danificar esses cabos. As mudanças climáticas e as condições meteorológicas adversas acrescentam mais riscos. Outras ameaças incluem o roubo de equipamentos, artilharia não detonada e danos maliciosos, como vandalismo ou atos de guerra. Além disso, os cabos submarinos são vulneráveis a ataques cibernéticos, que podem comprometer a segurança e a funcionalidade das redes de comunicação globais.
Considerações finais
Desde o primeiro cabo submarino, as comunicações submarinas mundiais passaram por mais de 170 anos de história de desenvolvimento. Os sistemas de comunicação que utilizam cabos ópticos submarinos desempenham um papel vital nas telecomunicações internacionais, graças à sua superioridade sobre os sistemas de cabos metálicos ou de satélite em termos de estabilidade, latência e capacidade de transmissão e atualização.
Uma tendência emergente é que os países tratem os cabos internacionais em zonas marítimas nacionais como uma infraestrutura crítica que merece proteção para complementar a legislação internacional tradicional sobre cabos. O negócio de construção e manutenção e venda de capacidade sobre cabos submarinos de fibra óptica é fundamental para as comunicações modernas. São sistemas complexos, que exigem investimentos contínuos e novas soluções técnicas para atender às taxas de transmissão exigidas e aos parâmetros de usabilidade e qualidade dos sistemas atuais. Isso coloca demandas consideráveis na gestão e controle das redes ópticas submarinas, bem como na organização de sua manutenção.
Com a crescente aplicação em sistemas de transporte e interligação de data centers, a tecnologia DWDM – multiplexação por divisão densa de onda permite a transmissão de vários feixes de luz em comprimentos de onda sobre uma mesma fibra. Veja a seguir quem fornece os equipamentos no Brasil e seus recursos.
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Brazil Market (11) 97060-4522 n contato@brazilmkt.com.br 4LAN
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Connectoway (81) 99487-4998 n contato@connectoway.com.br OptiXtrans DC908
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Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 60 empresas pesquisadas.
Fonte: Revista Redes, T Redes, Telecom e Instalações elecom e elecom e , novembro de 2024.
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Reforma tributária sobre o consumo e os impactos no setor de telecomunicações
Milene Coscione e Camila Galvão, sócias, respectivamente, das áreas de Telecomunicações e Tributário do Machado Meyer Advogados, Leandro Vissechi, advogado tributário sênior do Machado Meyer Advogados
A discussão da regulamentação da reforma tributária deverá trazer aumento imediato de carga sobre os serviços de telecomunicações. A alíquota média do IVA –Imposto sobre Valor Agregado está prevista em 26,5%, mas no caso de telecom deve ser acrescida de quatro pontos percentuais referentes aos fundos setoriais, elevando a carga para mais de 30%. Hoje, com os fundos, a carga das operadoras é de 29,3%. O artigo detalha os principais pontos da reforma e como podem afetar as empresas do setor.
Osetor de telecomunicações, assim como outros da economia, vem sendo penalizado pelo sistema tributário brasileiro.
A estrutura do sistema tributário tem dado ensejo a diversas discussões, geradas por conflitos de competência, glosa de créditos sobre determinados dispêndios, indefinições acerca da tributação de receitas por tributos específicos, dentre outras que se arrastam por anos.
O cenário, evidentemente, agrega custos à atividade e gera insegurança jurídica. Alguns exemplos são:
1 - Conflito de competência entre Estados e municípios acerca da tributação dos SVAs - Serviços de Valor Agregado e de Telecomunicações;
2 - Glosa de créditos sobre diversos dispêndios. Ofensa ao princípio da não cumulatividade;
3 - Discussões sobre a natureza de receitas/serviços e como deveriam ser cobrados pelos tributos já existentes;
4 - Incerteza sobre o Estado competente para exigir o ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços sobre serviços de telecomunicações.
No que se refere ao potencial conflito de competência entre Estados e municípios para exigir tributos sobre os SVAs, ele ocorreu porque atualmente
temos a incidência do ICMS sobre comunicação e do ISS – Imposto Sobre Serviços sobre outros serviços que não sejam de comunicação e estejam previstos na lista taxativa da LC 116/2003. Em muitos SVAs se discute em qual das duas categorias a atividade se enquadraria. Controverteu-se ainda, por muito tempo, sobre a possibilidade ou não de se tributar por ISS ou mesmo ICMS a locação de equipamentos relacionados à prestação de serviços de comunicação. Seria a locação em determinados contextos parte do serviço de comunicação, um outro serviço, ou apenas uma cessão de direito não tributável por ISS nem pelo ICMS?
No mesmo sentido, no que tange às discussões acerca da natureza de receitas/ serviços de telecomunicações e como estes deveriam ser cobrados pelos tributos atuais, destaque para os debates sobre taxas de adesão, ativação, habilitação e assinatura cobradas e outras rubricas que, no entendimento dos Estados, estão intrinsecamente associadas aos serviços de telecomunicações e no entendimento dos contribuintes não.
Na mesma linha estão as controvérsias sobre receitas de cessão de infraestrutura (incluindo fibra apagada) e as receitas de interconexão (para fins
de PIS/Cofins, já que para ICMS há o diferimento previsto em Convênio).
Para PIS/Cofins, muitas discussões são ensejadas pelo fato de que os serviços de telecomunicações são tributados pela alíquota de 3,65% no regime cumulativo, e os demais serviços que não sejam de telecomunicações são tributados a 9,25% no regime não cumulativo.
Em decorrência da existência de dois tratamentos distintos, discutem-se o registro e tributação das receitas de interconexão e roaming, por exemplo, pela operadora de serviços de telecomunicações, que repassará os valores à prestadora de origem.
A verdade é que os conceitos de serviços de telecomunicações, outros serviços e mesmo de mercadorias, essenciais para a determinação da incidência dos tributos indiretos atualmente, não dão conta dos tipos de atividades e serviços que a inovação tecnológica traz ao mercado e aos consumidores.
O regime atual de ICMS e PIS/Cofins traz ainda questões complexas em relação à não cumulatividade, já que o direito ao crédito não é amplo e irrestrito e os conceitos para garanti-lo foram concebidos pensando na indústria de mercadorias, e não de serviços como os de telecomunicações.
Tal característica gera ainda mais discussões, longos contenciosos, insegurança jurídica e custos na cadeia. Isso sem falar nos resíduos tributários causados pela não cumulatividade limitada ou total, como ocorre com o ISS e o PIS/Cofins sobre serviços de telecomunicações.
Em relação à glosa dos créditos sobre diversos dispêndios incorridos pelas operadoras de serviços de telecomunicações, em evidente ofensa ao princípio da não cumulatividade, vale citar os debates sobre créditos do ICMS sobre energia elétrica; glosa de créditos do ICMS sobre equipamentos do ativo imobilizado remetidos em locação/comodato uma vez que estas operações não são tributadas pelo imposto, questionamento sobre o coeficiente de creditamento do ICMS sobre ativo imobilizado no CIAP; e
glosas de créditos de ICMS sobre combustível para veículos a serviço da empresa em atividades externas de instalação, reparo ou manutenção da rede de telecomunicação, dentre outros. No que se refere à discussão relativa aos créditos de ICMS sobre energia elétrica para o setor de telecomunicações, frequentemente questionada pelos Fiscos Estaduais com a lavratura de autos de infração, como sabido, o STJ – Superior Tribunal de Justiça fixou entendimento, consubstanciado no Tema repetitivo 541, de que o ICMS incidente sobre a energia elétrica consumida pelas empresas de telefonia, que promovem processo industrial por equiparação, pode ser creditado para abatimento do imposto devido quando da prestação de serviços. Portanto, o desfecho foi favorável aos contribuintes, inclusive com os Estados editando atos normativos nesse sentido fazendo referência ao Tema 541 (por exemplo, vide Decisão Normativa SRE 1/ 2023 editada pela Sefaz/SP). O creditamento, no entanto, depende da demonstração de utilização da energia consumida no processo, o que traz complexidade e dá margem a subjetividades. Por fim, em relação ao Estado competente para arrecadar o ICMS na prestação onerosa de serviços de telecomunicações, temos atualmente uma multiplicidade de critérios previstos no artigo 11, inciso III, da Lei Kandir acerca do local da operação ou da prestação, para fins da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, quais sejam: (a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção; (b) o do estabelecimento da concessionária, autorizatária ou permissionária que forneça ficha, cartão ou assemelhados com que o serviço é pago; (c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso XIII do art. 12; (c-1) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite; e (d) onde seja
cobrado o ser viço, nos demais casos. Ainda, o § 6o do art. 11 prevê que, tratando-se de serviços não medidos, que envolvam localidades situadas em diferentes unidades da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para as UFs onde estiverem localizados o prestador e o tomador. A multiplicidade de critérios gera proporcional variabilidade de entendimentos e potenciais conflitos de competência entre estados. Nesse sentido, destacamos a resposta à consulta 23.031/21 da Sefaz/SP referente a serviços de telecomunicações via satélite prestados por consulente sediada no Rio de Janeiro e com estabelecimento em São Paulo para adquirente localizado no território paulista. O entendimento foi de que o ICMS incidente deve ser recolhido integralmente para o Estado de São Paulo, pois não se tratava de operação interestadual de serviços de telecomunicações, mas sim prestação interna. Tanto a prestadora quanto a tomadora do serviço estão em São Paulo e há medição e faturamento para cada filial da contratante no Estado. Ainda, nestes locais é montada uma estrutura de comunicação, incluindo equipamentos e conexão.
Na resposta à consulta 24.541/21 da Sefaz/SP, a análise foi de serviço não medido de comunicação de acesso à Internet envolvendo a prestação em diferentes Unidades da Federação, e a conclusão foi de que metade do ICMS seria devido ao Estado de São Paulo, sem que fosse suscitado eventual direito do Estado de destino à integralidade do imposto.
As discussões sobre local da prestação muitas vezes influenciam até mesmo na forma que as empresas estruturam suas operações e aberturas de filiais. Vale mencionar que muitas das discussões se acomodaram com o tempo, em diversos estados, mas o fato é que o sistema brasileiro é dos mais complexos do mundo, e esperava-se há muitos anos uma reforma que pudesse simplificá-lo.
Nesse sentido, como é sabido, em 20 de dezembro de 2023 foi promulgada a Emenda Constitucional n o 132 trazendo
a tão discutida e esperada reforma dos tributos sobre o consumo. Dentre as mudanças mais relevantes trazidas e sem a intenção de esgotá-las, citam-se:
• A intenção de condensar os cinco tributos indiretos atuais (IPI, ICMS, ISS e PIS e Cofins), no IVA Dual (CBS e IBS), uniformizando as respectivas legislações.
• O deslocamento do eixo de tributação da origem para o destino.
• A incidência uniforme dos novos tributos sobre as diversas atividades econômicas, não importando seu enquadramento jurídico.
• A implantação da não cumulatividade plena.
Com a reforma tributária, há expectativa de que diversas discussões no setor de telecomunicações sejam resolvidas, e não haja mais a insegurança jurídica e contencioso tributário da forma como é atualmente. Por exemplo, as discussões sobre a natureza dos SVAs e como eles devem ser tributados (conflito de competência entre Estados e municípios) seriam resolvidas, já que todas as operações onerosas com bens e serviços terão incidência do IBS e CBS pelas mesmas alíquotas gerais.
Pós-reforma SVAs, serviços de telecomunicações, habilitação de acessos, locação de equipamentos, por exemplo, estariam sujeitos à mesma tributação, exceção feita a SVAs específicos sujeitos a tratamento diferenciado, como livros digitais, por exemplo.
Em relação à não cumulatividade como questionamentos acerca do aproveitamento dos créditos de ICMS sobre aquisição de energia elétrica, ICMS sobre ativo imobilizado, etc., a expectativa é de que, com a reforma tributária, a não cumulatividade plena resolva estas questões, bem como permita o creditamento de dispêndios que atualmente não são permitidos ou são questionados pelas autoridades fiscais.
Há também expectativa do setor de telecomunicações acerca da redução dos custos diante da eliminação de resíduos tributários existentes hoje no Capex e ao longo da cadeia, em decorrência de
custos e despesas que não geram direito a crédito e tributos que não são recuperáveis, como, por exemplo, ISS sobre mão-de-obra em ativo imobilizado que foi capitalizada, PIS e Cofins cumulativo, dentre outros.
No que se refere à carga tributária sobre os próprios serviços de telecomunicações (hoje em dia considerados essenciais pela população, como o SMP - Serviço Móvel Pessoal) e banda larga, como também, para certos SVAs (como streamings, por exemplo), cessão/locação de infraestrutura, comodato e alienação de equipamentos, dentre outros, há grande preocupação do setor de telecomunicações com o potencial aumento de carga tributária, especialmente considerando-se que os tributos já correspondem à parcela importante dos valores pagos pelos usuários desses serviços.
Como exemplo, um serviço de streaming tributado atualmente pelo PIS/Cofins a 9,25% e ISS a 5% (com cálculo gross-up) passaria a ter um aumento de carga tributária, assumindo que a alíquota combinada de IBS/CBS seja na faixa de 26,5% (sem cálculo gross-up e por fora). Como este serviço é contratado majoritariamente por pessoas físicas, o aumento de carga se daria no preço para o usuário final.
Destaca-se também o fim dos incentivos fiscais para o setor de telecomunicações na vigência do IBS e da CBS, como por exemplo, a redução de base de cálculo do ICMS no serviço de TV por assinatura, diferimento do ICMS na interconexão, crédito presumido de ICMS de 1% (Convênio ICMS 56/2012), dentre outros.
Algumas receitas, como locação de equipamentos, cessão de infraestrutura, interconexão, dentre outras, passarão a ter um aumento de carga tributária relevante na ponta, se comparada com a tributação atual.
Há também uma outra preocupação acerca da carga tributária dos serviços de telecomunicações pós-reforma, pois o setor terá a alíquota geral da CBS e do
IBS, mais os fundos setoriais que têm grande impacto na economia das operadoras e na conta dos usuários finais. O setor pleiteia, junto ao Congresso Nacional, uma garantia de que, considerando os fundos setoriais, a carga tributária do segmento não aumente. Em relação à fase de transição da reforma tributária, a expectativa para o setor de telecomunicações é similar ao que se verifica para outros segmentos da economia. Há um consenso de que a fase de transição será complexa. Poderá haver um avanço na simplificação a longo prazo, mas uma situação que hoje é difícil em termos de tributação/apuração e obrigações acessórias ficará mais difícil na transição.
Outra preocupação merecedora de destaque é a tributação dos serviços de telecomunicações no destino com a inclusão de municípios como sujeitos ativos, o que significa que as operadoras terão que identificar para qual município será devida parcela do IBS, muitas vezes conforme as diversas localizações de seus clientes. Como os serviços de telecomunicações são pulverizados, a inclusão do recolhimento direto aos municípios aumenta a complexidade para as operadoras definirem onde realmente vai incidir o tributo. Uma disputa que atualmente é entre Estados passa a envolver também os municípios. Nesse cenário, as definições e conceitos de destino para os serviços de telecomunicações precisam estar bem definidos. Deve-se ter também a definição do local do domicílio principal do destinatário, e que esta tarefa não seja atribuída às operadoras de serviços de telecomunicações, mas sim às autoridades competentes.
Em suma, nossa percepção é de que a reforma tributária no longo prazo tem o potencial de trazer melhorias e mais segurança jurídica, com o fim de discussões sobre conflitos de competência entre estados e municípios, da indefinição acerca da tributação de determinadas receitas pelos tributos existentes, das restrições à não
cumulatividade, dentre outras. Entretanto, alguns aspectos merecem atenção.
Vale lembrar que além da oneração já existente em razão dos fundos setoriais, para determinados serviços haverá aumento de carga tributária, especialmente no caso de usuários finais pessoas físicas. No caso de usuário final pessoa jurídica, o fato de o IBS/CBS serem creditáveis trará o impacto positivo da não cumulatividade plena na cadeia.
Nesse caso, a fim de mitigar o aumento da carga tributária e considerando a relevância social e a essencialidade da conectividade aos serviços de telecomunicações em áreas como o acesso à educação e saúde, seria salutar a equiparação ao cashback concedido aos setores de água e energia na reforma tributária, visando uma devolução de 50%.
Conclusão
Diante da centralidade do setor de telecomunicações para a sociedade digital e economia nacional, é fundamental que a reforma tributária sobre o consumo traga impactos positivos e uma maior eficiência tributária para o setor de telecomunicações e todo o seu ecossistema.
Como o setor de telecomunicações é essencial, impulsiona diretamente o desenvolvimento social e econômico do país, além de ter impacto relevante no PIB - Produto Interno Bruto.
Qualquer distorção ou ineficiência tributária pós-reforma traria consequências indesejáveis e aumento de custos tributários para os players do setor, as quais, consequentemente, seriam repassadas ao preço dos serviços de telecomunicações dos usuários finais. Isto é o que se deseja evitar com a regulamentação da reforma tributária, para que se tenha maior justiça fiscal para serviços de telecomunicações, que são tão essenciais nos dias atuais.
Vantagens e desvantagens de adotar DMVPN ou SD-WAN
Com a crescente demanda por comunicação rápida e segura entre filiais, escritórios remotos e data centers, as empresas buscam soluções que atendam às suas necessidades específicas. O artigo analisa as vantagens e desvantagens das tecnologias
DMVPN - Dynamic Multipoint Virtual Private Network e o SD-WAN - SoftwareDefined Wide Area Network para conexão de redes distribuídas.
No cenário empresarial atual, a conectividade de rede desempenha um papel crucial na eficiência operacional e na competitividade das organizações. Com a crescente demanda por comunicação rápida e segura entre filiais, escritórios remotos e data centers, as empresas buscam soluções que atendam às suas necessidades específicas. Duas tecnologias que têm ganhado destaque nesse contexto são o DMVPNDynamic Multipoint Virtual Private Network e o SD-WANSoftware-Defined Wide Area Network. Ambas oferecem abordagens distintas para conectar redes distribuídas, cada uma com suas vantagens e desvantagens, como veremos a seguir.
O DMVPN é uma solução baseada em VPN que permite a criação de conexões seguras e dinâmicas entre múltiplos sites através da Internet pública. Utilizando protocolos como o GRE - Generic Routing Encapsulation e o IPsec para criptografia, o DMVPN facilita a comunicação direta entre filiais sem a necessidade de passar por um hub central para cada comunicação.
Vantagens do DMVPN
• Redução de latência: ao permitir que as filiais se conectem diretamente entre si (comunicação any-to-any), o DMVPN reduz a latência associada ao
Luiz Puppin, Head do Centro de Treinamento na FiberX
tráfego que, de outra forma, teria que ser roteado através de um hub central.
• Escalabilidade: o DMVPN suporta facilmente a adição de novos sites à rede sem a necessidade de reconfigurações complexas, tornando-o ideal para empresas em expansão.
• Economia: utiliza a infraestrutura de Internet existente, eliminando a necessidade de links dedicados caros como o MPLS - Multiprotocol Label Switching.
• Segurança: implementa criptografia IPsec para garantir que os dados transmitidos sejam protegidos contra interceptação e ataques maliciosos.
• Flexibilidade: compatível com diversos equipamentos e pode ser implementado em diferentes plataformas de roteadores que suportam os protocolos necessários.
Desvantagens do DMVPN
• Complexidade de configuração: a implementação inicial pode ser complexa, exigindo expertise técnica para configurar corretamente os túneis VPN e garantir a segurança.
• Dependência da Internet pública: o desempenho e a confiabilidade dependem da qualidade das conexões de Internet disponíveis em cada localidade, o que pode variar significativamente.
• Gerenciamento limitado: ferramentas de monitoramento e gerenciamento podem ser menos sofisticadas em comparação com soluções mais modernas, dificultando a resolução de problemas.
• Escalabilidade de manutenção: embora seja escalável em termos de adição de sites, a manutenção contínua e as atualizações podem se tornar complexas à medida que a rede cresce.
• Priorização de tráfego: pode ser desafiador implementar QoS - Qualidade de Serviço efetivo em uma rede DMVPN, especialmente em ambientes com largura de banda limitada.
SD-WAN - Software-Defined Wide Area Network
O SD-WAN é uma abordagem mais recente que utiliza a virtualização de rede para abstrair o hardware de rede subjacente, permitindo um gerenciamento centralizado e políticas de roteamento inteligentes. Ele otimiza o tráfego em várias conexões WAN, sejam elas MPLS,
banda larga, LTE ou outras, para melhorar o desempenho e a confiabilidade.
Vantagens do SD-WAN
• Otimização de desempenho: roteia o tráfego com base em políticas definidas, priorizando aplicações críticas e escolhendo o melhor caminho em tempo real.
• Gerenciamento centralizado: fornece uma interface unificada para configurar, monitorar e gerenciar toda a rede, simplificando as operações.
• Redução de custos operacionais: permite o uso eficiente de conexões de Internet de baixo custo em conjunto com links dedicados, reduzindo a dependência de serviços caros.
• Segurança avançada: muitas soluções SD-WAN incluem recursos integrados de segurança, como firewalls, detecção de intrusão e criptografia de dados.
• Escalabilidade simplificada: facilita a adição de novos sites e a implementação de políticas de rede sem a necessidade de configurações complexas em cada dispositivo.
• Visibilidade e análise: oferece insights detalhados sobre o desempenho da rede e das aplicações, permitindo ajustes proativos.
Desvantagens do SD-WAN
• Investimento inicial: pode exigir um investimento significativo em novos equipamentos e licenças de software, dependendo da solução escolhida.
• Complexidade de integração: a integração com infraestruturas legadas e outras tecnologias existentes pode ser complexa e exigir planejamento cuidadoso.
• Dependência do fornecedor: soluções proprietárias podem levar a um lock-in com o fornecedor, limitando a flexibilidade futura.
• Necessidade de conectividade confiável: embora otimize o uso de múltiplas conexões, o SD-WAN ainda depende da disponibilidade e qualidade dessas conexões para oferecer desempenho ideal.
• Treinamento e conhecimento: a equipe de TI pode necessitar de treinamento adicional para gerenciar e operar uma solução SD-WAN eficazmente.
Uma comparação direta entre DMVPN e SD-WAN deve ser feita com base em diversos critérios importantes, como tecnologia e arquitetura; desempenho e roteamento; segurança; custo; gerenciamento; e escalabilidade.
Considerações para a escolha
A escolha entre DMVPN e SD-WAN deve ser baseada em uma análise cuidadosa das necessidades específicas da empresa. Entre os fatores a serem considerados estão o tamanho e a distribuição geográfica. Empresas com muitas filiais dispersas geograficamente podem encontrar mais benefícios no SD-WAN.
O orçamento também é um fator crucial. Se o investimento inicial é uma preocupação significativa, o DMVPN pode ser mais atraente, especialmente se a infraestrutura existente for compatível. A disponibilidade de recursos de TI qualificados para implementar e manter a solução é outro aspecto importante a ser avaliado.
Conclusão
Tanto o DMVPN quanto o SD-WAN oferecem soluções viáveis para conectar redes empresariais distribuídas, mas cada um apresenta vantagens e desvantagens que devem ser cuidadosamente avaliadas. O DMVPN pode ser adequado para organizações que buscam uma solução comprovada e que possuam recursos limitados para investimentos iniciais. No entanto, pode enfrentar desafios em termos de escalabilidade e gerenciamento à medida que a rede cresce.
Por outro lado, o SD-WAN representa uma evolução na forma como as redes WAN são construídas e gerenciadas, oferecendo maior flexibilidade, desempenho otimizado e recursos avançados de segurança e gerenciamento. Embora exija um investimento inicial maior, os benefícios operacionais e a potencial redução de custos a longo prazo podem justificar a adoção dessa tecnologia. Em última análise, a escolha entre DMVPN e SD-WAN dependerá dos objetivos estratégicos da empresa, das necessidades específicas de conectividade e das capacidades internas de TI. É recomendável realizar uma avaliação detalhada, possivelmente com o apoio de consultores especializados, para determinar qual solução proporcionará o melhor retorno sobre o investimento e atenderá aos requisitos de negócio presentes e futuros.
Quais são os tipos de conectores circulares reconhecidos pelas normas de cabeamento estruturado industrial?
Onde são utilizados em sistemas de automação?
Conforme vimos na última edição da seção Interface, a NBR 16521 - Cabeamento
Estruturado Industrial está passando por uma revisão na comissão de estudo responsável por essa norma, a CE-003:046.005. A nossa norma de cabeamento estruturado industrial reconhece diversos padrões de conexão, inclusive os conectores circulares.
Aproveitando, outras normas de cabeamento estruturado, como a internacional ISO IEC 11801-3Information Technology – Generic Cabling for Customer Premises – Part 3:
1 - Exemplo de cabeamento horizontal industrial terminado diretamente em plugue
mencionadas anteriormente, ou seja, todas elas utilizam a série de normas IEC 61076-2, partes 101 a 109, cujo objeto é a especificação dos conectores circulares padrões M5, M8 e M12. Uma norma adicional, a IEC 61076-3-104 também faz parte das normas de referência a conectores circulares de aplicação em automação e adotada como referência normativa na nova NBR 16521.
Industrial Premises e a norte-americana
ANSI/TIA 1005-A - Telecommunications Infrastructure Standard for Industrial Premises também reconhecem conectores circulares.
A referência a esses conectores é a mesma para todas as normas
Esta seção se propõe a analisar tópicos de cabeamento estruturado, incluindo normas, produtos, aspectos de projeto e execução. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: info rti@arandanet.com.br.
• IEC 61076-2-103 - Connectors for Electronic Equipment – Part 2-103: Circular Connectors – Detail Specification for a Range of Multiple Connectors (type ‘XLR’).
• IEC 61076-2-104 - Connectors for Electronic Equipment – Product Requirements - Part 2-104: Circular Connectors – Detail Specification for Circular Connectors with M8 Screwlocking or Snap-Locking.
Essas referências normativas são listadas abaixo:
• IEC 61076-2-101 - Connectors for Electronic Equipment - Product Requirements - Part 2-101: Circular Connectors - Detail Specification for M12 Connectors with Screw-Locking.
• IEC 61076-2-102 - Connectors for Electronic Equipment - Part 2-102: Circular Connectors with Assessed Quality – Detail Specification for Plugs and Jacks for External Low Voltage Power Supply.
• IEC 61076-2-105 - Connectors for Electronic Equipment – Product Requirements - Part 2-105: Circular Connectors – Detail Specification for M5 Connectors with Screw-Locking.
• IEC 61076-2-106 - Connectors for Electronic Equipment – Product Requirements - Part 2-106: Circular Connectors – Detail Specification for Circular Connectors M16 x 0,75 with Screw-Locking and Degree of Protection IP40 or IP65/67.
• IEC 61076-2-107 - Connectors for Electronic Equipment – Product
Fig.
Fig. 2 - Exemplo de plugue circular M12 tipo AFig. 3 – Exemplo de plugue circular M12 tipo B
Requirements - Part 2-107: Detail
Specification for Circular Connectors M12 with Electrical and Fibre-Optic Contacts with Screw-Locking.
• IEC 61076-2-109 - Connectors for Electrical and Electronic EquipmentProduct Requirements - Part 2-109: Circular Connectors - Detail
Specification for Connectors M 12 x 1 Screw-Locking, for Data Transmission Frequencies up to 500 MHz.
• IEC 61076-3-104 - Connectors for Electrical and Electronic EquipmentProduct Requirements - Part 3-104: Detail
Specification for 8-way, Shielded Free and Fixed Connectors for Data Transmissions with Frequencies up to 2000 MHz. Embora estejamos familiarizados com as tomadas de telecomunicações estilo RJ45 (ISO IEC 11801-1) em cabeamento estruturado, em ambientes industriais esse padrão não
Muitos dispositivos e redes de automação utilizam conectores circulares padrão M12. Um subsistema de cabeamento horizontal industrial também é definido, como em qualquer sistema de cabeamento estruturado, e se estende entre um distribuidor horizontal industrial (IHD) e uma tomada industrial (IO), que é instalada em uma área de automação (da mesma forma que uma TO é instalada em uma área de trabalho) para a conexão de dispositivos individuais ou redes de automação. No entanto, em muitas instalações industriais, uma tomada padrão RJ45 não costuma ser o mais comum. É importante comentar que o mais comum é a terminação do segmento de cabo horizontal diretamente em um plugue, conforme mostrado na figura 1.
é o mais utilizado em espaços sujeitos às condições severas comuns às áreas industriais. Tais condições são especificadas na classificação MICE –Mecânico, Ingresso, Climático/ Químico e Eletromagnético, que discutiremos mais adiante, em uma próxima edição.
industriais, é padronizada em sistemas de cabeamento estruturado e definida como MPTL (modular plug terminated link , enlace terminado com plugue modular). Cabem alguns esclarecimentos nesse sentido quando o plugue utilizado não é padrão RJ45, mas esse é um tema para uma outra discussão.
A topologia mais comum em cabeamento estruturado industrial é a terminação do segmento de cabo horizontal industrial em um plugue padrão M12 e sua conexão direta ao dispositivo ou à rede de automação (figura 1).
Portanto, os conectores circulares encontram aplicação em redes industriais e podem ser utilizados em uma topologia de cabeamento estruturado. Apresento, a seguir, os padrões mais comuns.
Em situações nas quais o dispositivo a ser conectado opera um serviço de telecomunicações e redes (TIC) independente da rede de automação, mesmo que fisicamente nesse ambiente, o padrão RJ45 é utilizado.
A topologia apresentada na figura 1, comumente utilizada em redes
• M12 tipo A - Utilizado em sensores e atuadores para DeviceNet, IO link e Profibus (figura 2).
• M12 tipo B – Aplicado em redes Fieldbus, Profibus e Interbus (figura 3).
• M12 tipo D – Utilizado em redes Ethernet Industrial, Profinet, Ethernet/IP e Ethercat (figura 4).
Fig. 4 – Exemplo de plugue circular M12 tipo DFig. 5 – Exemplo de plugue circular M12 tipo S
Fig. 6 – Exemplo de plugue circular M12 tipo TFig. 7 – Exemplo de plugue circular M12 tipo X
Está em conformidade com as especificações da categoria 5e/ classe D de cabeamento.
• M12 tipo S - Aplicado em motores, conversores de frequência, PSUS de potência 63 V/12 A (figura 5).
• M12 tipo T - Utilizado em redes Fieldbus, caixas de distribuição passiva, motores, PSUS de potência, 63 V, 12 A (figura 6).
• Tipo X – Aplicado para sistemas de rede de alta velocidade, categoria 6A (500 MHz), classe EA, Ethernet a 10 Gbit/s e Ethernet industrial (figura 7).
Os padrões mostrados aqui não representam todos os tipos de conectores circulares utilizados em automação industrial. Há vários outros igualmente reconhecidos pelas normas de cabeamento estruturado industrial.
Embora as redes de automação normalmente não tenham altas taxas de transmissão, o padrão M12 tipo X atende aos requisitos da categoria 6A/classe EA, preparado, portanto, para 10GbE (10 Gigabit Ethernet).
Paulo Marin é engenheiro eletricista, mestre em propagação de sinais e doutor em interferência eletromagnética aplicada à infraestrutura de TI. Marin trabalha como consultor independente, é palestrante internacional e ministra treinamentos técnicos e acadêmicos. Autor de vários livros técnicos e coordenador de grupos de normalização no Brasil e EUA. Site: www.paulomarin.com.
Douglas Falsarella, designer de soluções da Deutsche Telekom
Inteligência artificial evolui as redes de telecomunicações MPLS
O uso das redes corporativas está em constante evolução. A ampliação do SaaS – Software as a Service, a adoção de redes públicas e o crescimento no volume de videoconferências alteraram a forma como as pessoas trabalham e a infraestrutura das redes precisa acompanhar essa tendência. Novas tecnologias como a IA - Inteligência
Artificial podem ser integradas a estruturas e sistemas legados para melhorar a performance e manter a segurança das informações, já fornecida por tecnologias como o MPLS - Multiprotocol Label Switching.
A integração da IA em um software SD-WAN aprimora a priorização no tráfego de informações críticas e sensíveis, a definição de métodos de transferência usados para cada aplicação e a segurança na proteção dos dados.
Essas soluções analisam o tráfego de rede em tempo real, identificam problemas potenciais de forma preditiva e redirecionam a troca de dados de forma autônoma para garantir o desempenho ideal, o que possibilita evoluir o SLA - Service Level Agreement (Acordo de Nível de Serviço, em português) com métricas focadas na experiência do usuário. Isso permite aos gestores ter uma melhor visão da experiência de ponta a ponta.
O SD-WAN com inteligência e capacidade aumentada segmenta o tráfego e procura, de forma contínua e
Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.
automática, múltiplas opções de conexão, como Internet banda larga, MPLS, 4G ou 5G. Se uma conexão apresentar alta latência, perda de dados de transferência ou ficar offline, a rede direciona o tráfego para outra disponível.
Manutenção e segurança
A IA, por meio dos dados de telemetria de aplicativos WAN - Wide Area Network (rede de longa distância, em português), ajuda a reduzir o tempo médio para o reparo de conexão entre as redes e também entre dispositivos com e sem fio conectados.
A inteligência embarcada encaminha recomendações proativas sobre questões que afetam o usuário final como problemas nos aplicativos, servidores, provedor de serviço de Internet, nas redes wireless ou cabeada. Isso permite às equipes de TI obter respostas rápidas, fornecidas pela própria rede, sobre o seu funcionamento sem a necessidade de consultar painéis de solução. Por ser capaz de aprender e se adaptar, a IA permite responder mais rápido às ameaças, antecipar ataques e reagir com antecedência. Isto possibilita identificar padrões indicativos de ameaças cibernéticas na própria rede ou em algum ponto de acesso, reconhecendo anomalias com mais rapidez e precisão.
De acordo com a consultoria inglesa Technavio, o mercado de cybersegurança baseado em IA deve crescer de 2022 a 2027 uma taxa anual composta de 22,3%, o que equivale a um investimento de US$ 28,29 bilhões na tecnologia.
As empresas trabalham com informações sigilosas e os colaboradores precisam trocar informações entre si e as companhias também hospedam dados sensíveis de clientes ou dos próprios funcionários. A IA pode determinar que esses dados recebam prioridade para trafegar via MPLS, seguindo as regras de compliance.
A solução permite implementar uma variedade de medidas de
segurança, como firewalls, VPNs, adoção de políticas de confiança zero e criptografia para que o tráfego de dados permaneça seguro mesmo quando é necessário trafegar por conexões públicas de Internet. Os níveis de segurança podem ser customizados conforme a aplicação usada ou perfil dos usuários.
Futuro do trabalho
A conectividade se torna cada dia mais crucial no trabalho, e a adoção da IA nas redes não é uma opção, mas uma necessidade. Ela é capaz de centralizar e simplificar o controle e gerenciamento da rede com escala ilimitada para novas implantações e conexões, mantendo a agilidade necessária para acompanhar o ritmo de crescimento dos negócios.
Por possibilitar a integração e automação de todas as redes e garantir a segurança nas conexões, uma rede gerenciada por IA é adequada para empresas com dezenas ou centenas de escritórios, plantas industriais, pontos de venda, entre outros pontos de acesso distribuídos pelo mundo. Essas empresas precisam de um sistema de orquestração central que gerencie os pontos de acesso sem a necessidade de assistência técnica com expertise no local, bem como uma rede inteligente é capaz de criar fluxos automatizados, permitindo que a infraestrutura das filiais seja gerenciada de forma unificada.
Para uma implantação eficiente as empresas devem procurar parceiros que ofereçam consultoria, implementação e testes que ajudam a avaliar tecnologias e desenvolver um plano para integrá-los à infraestrutura existente. Também é importante que estejam preparados para acompanhar a evolução da IA, aprimorando sua aplicação nas redes e atendendo as normas de compliance visando a segurança das informações trafegadas.
As senhas demandam um pouco de bom senso e modernidade?
A senha deve ser a mais antiga medida de segurança do mundo digital, existindo muito provavelmente antes mesmo de qualquer computador se conectar a outro. E, talvez, por causa disso, deve ser a que menos evoluiu ao longo das décadas. Você pode estar pensando, e o MFA – Múltiplo Fator de Autenticação? Bem, o MFA, ou o 2FA, o segundo fator de autenticação, não modernizaram o processo e as políticas de palavrachave especificamente. Eles são uma segunda senha, às vezes um identificador biométrico, ou alguma outra ação autenticadora, criados para contornar os problemas da senha, que são diversos, motivando fabricantes a investir na autenticação password-less, ou seja, sem senha.
O pior é que ao longo dos anos não se corrigiu uma série de políticas e regras criadas que visavam melhorar a segurança do uso das senhas. Não que sejam incorretas, apenas não servem para mais nada e até pioram o problema. Um grande exemplo, senão o principal, é a exigência de se alterar a senha a cada 30, 60 ou 90 dias. Ao ser perguntado, a resposta é que “é uma boa prática” apenas, mas nada sobre o efeito real. A questão é que, no mundo atual e na dinâmica atual das invasões, essa mudança é inócua. Finalmente, um dos principais formuladores de políticas e boas práticas de segurança, o NIST –National Institute of Standards and Technology, o equivalente norteamericano da ABNT brasileira, decidiu rever muitas dessas regras anacrônicas e eliminá-las. O instituto publicou o segundo rascunho para
revisão da norma SP 800-63-4. O documento está disponível em https://abrir.link/GXIYq. Uma das regras é justamente a da mudança periódica da senha, algo que leva os usuários a utilizarem senhas padronizadas ou mais fáceis para lembrar, uma vez que a quantidade de senhas a serem trocadas é bem alta hoje. Algumas pessoas usam o mesmo padrão trocando o último caractere. Assim a senha “Abcdef1” vira “Abcdef2”, e aí por diante. Um argumento de que isso não aconteceria é o uso de senhas geradas automaticamente, o que reforça ainda mais a falta de necessidade da troca. Uma senha automática será informada na autenticação pelo software que a criou. Será portando uma senha complexa a qual o invasor não irá adivinhar (e ele não precisa disso) e nem o usuário irá revelar a um terceiro. A exigência de alteração da senha deveria ocorrer só em suspeitas de vazamento ou comprometimento do processo de autenticação.
O NIST também questiona a exigência de determinados padrões de formatos, como uma letra maiúscula, um número ou um caractere especial, quando se usam geradores de senha. Se as organizações aderem aos sistemas de geração automática da senha, não há necessidade de se estipular regras. As senhas geradas automaticamente serão longas e complexas o suficiente, contendo variações de caracteres. Outro problema é que nem sempre sistemas de geração de senhas são compatíveis com as regras inventadas pela área de segurança. Assim, um usuário que pague por conta própria um gerador de senhas não consegue usá-lo e precisa ele mesmo criar uma senha que será com certeza menos segura que a automática. Mas, e se for um serviço ou software web, em que o usuário pode ou não usar um gerador de senha? Nesse caso, acho
que vale a pena estipular tais padrões, mas, para organizações e acesso a seus sistemas críticos, o melhor investimento é a adoção de um software que crie senhas automaticamente, que serão usadas junto com um MFA.
O documento lista o seguinte conjunto de regras para as senhas, no item 3.1.1.2. Notem que há uma diferença entre “devem”, que é algo obrigatório, e “deveriam”, que é recomendável. Em inglês utilizaram “shall” e “should”. Eu mantive aqui os verbos “devem” e “deveriam” em maiúsculo, tal qual no documento original. O termo CSP significa Credential Service Providers, ou provedores de serviços de credenciais e autenticação.
1 - Os verificadores e CSPs DEVEM exigir que as senhas tenham no mínimo oito caracteres e DEVERIAM exigir que as senhas tenham no mínimo 15 caracteres.
2 - Os verificadores e CSPs DEVERIAM permitir um comprimento máximo de senha de pelo menos 64 caracteres.
3 - Os verificadores e CSPs DEVERIAM aceitar todos os caracteres ASCII [RFC20] para impressão e o caractere de espaço em senhas.
4 - Os verificadores e CSPs DEVERIAM aceitar caracteres Unicode [ISO/ISC 10646] em senhas. Cada ponto de código Unicode DEVE ser contado como um único caractere ao avaliar o comprimento da senha.
5 - Os verificadores e CSPs NÃO DEVEM impor outras regras de composição (por exemplo, exigir misturas de diferentes tipos de caracteres) para senhas.
6 - Os verificadores e CSPs NÃO DEVEM exigir que os usuários alterem as senhas periodicamente. No entanto, os verificadores DEVEM forçar uma alteração se houver evidência de comprometimento do autenticador.
7 - Verificadores e CSPs NÃO DEVEM permitir que o assinante armazene uma dica que seja acessível a um requerente não autenticado.
8 - Verificadores e CSPs NÃO DEVEM solicitar que os assinantes usem autenticação baseada em conhecimento (KBA) (por exemplo, “Qual era o nome do seu primeiro animal de estimação?”) ou perguntas de segurança ao escolher senhas.
9 - Verificadores DEVEM verificar a senha enviada inteira (ou seja, não a truncar).
A sessão continua com uma série de outras recomendações e detalhes, seja para o processo de troca das senhas ou para o seu armazenamento. É interessante observar o item 8, algo criado como uma boa ideia, tendo em vista que é algo que apenas o usuário deveria saber, mas que em tempos em que nossa vida está completamente disponível nas redes sociais (há exceções, é claro), deixou de ser válido como segredo.
A grande lição é que, por mais que determinadas políticas ou regras estejam definidas em padrões ou conjuntos de certificação, devemos questionar sua validade frente ao que conhecemos. Invasores não se preocupam em seguir regras criadas há 30 anos. Eles se adaptam ao que enfrentam no dia a dia. Deveríamos fazer o mesmo.
Marcelo Bezerra é especialista em segurança da informação, escritor e palestrante internacional. Atua há mais de 30 anos na área, com experiência em diferentes áreas de segurança cibernética. No momento, ocupa o cargo de Gerente Sênior de Engenharia de Segurança na Proofpoint. Email: marcelo.alonso.bezerra@gmail.com.
Antena 5G
A Comba Telecom disponibilizou a antena verde Helifeed, com uma nova arquitetura que proporciona maior eficiência energética, resultado de quatro principais novidades. A primeira é a introdução de um defasador de baixa perda com alimentação direta integrada, que reduz de
maneira substancial as perdas de inserção. A segunda inovação é o design de dipolos de radiação. Por fim, o radome, desenvolvido com materiais recicláveis de baixa constante dielétrica, não gera poluição, contribuindo ainda mais para a sustentabilidade da solução. Na prática, sua implementação oferece vantagens tanto para estações BTS já existentes quanto para novas instalações. Nas estações BTS em operação, a antena gera uma economia de mais de 2200 kWh por ano em cada unidade. Para novas instalações, a solução possibilita a redução de 10% a 20% no número de sites necessários. Site: https:// comba-telecom.com.br/.
Chip
O Chip Multi reúne até quatro operadoras em um único SIM Card, garantindo mais opções de conectividade com alta disponibilidade em qualquer localidade com sinal de celular. Caso uma operadora
falhe ou não tenha cobertura em uma região, a conectividade é garantida pelas demais operadoras. Voltada para varejistas, instituições financeiras, indústrias e empresas de logística e transporte, a solução é indicada para dispositivos IoT - Internet das Coisas, como máquinas de cartão (POS), GPS, telemetria e controle remoto, oferecendo conectividade nacional sem custos adicionais de roaming. Comercializado pela TBNet, vertical de telecomunicações da TecBan. Site: https:// www.tbnet.com.br/.
Roteador
O AP 7739, da Intelbras, é um roteador Wi-Fi 7 para o mercado corporativo. Com tecnologia Wi-Fi 7, a solução é capaz de realizar 1500 conexões simultâneas com
velocidades de até 18,67 Gbit/s em frequências de 2,4, 5 e 6 GHz. Indicada para cenários com elevada concentração de pessoas e onde a continuidade e a velocidade da conexão são essenciais para as operações. Site: www.intelbras.com.br.
UPS
A nova linha de UPS DWTT-IP42 , da Engetron, está integrada com a
tecnologia IoT – Internet das Coisas do fabricante, que permite acompanhar em tempo real, via web ou aplicativo, a operação do UPS e facilita diagnósticos precisos e intervenções remotas nos dispositivos.
Modular, o equipamento pode ser disponibilizado em configurações monofásicas e trifásicas para aplicações de 6 a 160 kVA. Com fator de potência de 0,99, a linha reduz custos operacionais ao evitar desperdício de eletricidade, pois toda a energia é convertida em trabalho útil. Site: www.engetron.com.br.
Máquina de fusão
Comercializada pela Greatek, a X2 é uma máquina de fusão capaz de executar emendas em 8 segundos. Apresenta
sistema de administração remota para supervisão e controle de operações, otimizando a gestão de projetos, 6 motores, visor LCD colorido de 5,1” e resistência à água. Compatível
com fibras de 80-150 µm ou 100-1000 µm. Site: https:// www.grupogreatek.com.br/.
Monitoramento de energia
O Expert Power , da Frata, é uma plataforma de monitoramento capaz de analisar diversas grandezas elétricas a distância (plantas, lojas, etc.). A solução conta com recursos de análise gráfica, ferramenta de geolocalização e alarmes programáveis de eventos adversos. Entre seus principais benefícios estão o gerenciamento de campos harmônicos para identificar oportunidades de redução de perdas e melhoras na qualidade da energia da rede interna. Site: www.frata.com.br.
Gateway
O Nodegrid Link SR (LSR) é uma solução compacta de gerenciamento e conectividade de
infraestrutura voltada para ambientes branch, IoT –Internet das Coisas e M2M. A solução pode ser alimentada por PoE –Power over Ethernet e combina recursos de roteamento via ponto de acesso (PA), celular e Wi-Fi. Comercializada pela ZPE Systems. Site: https:// zpesystems.com/.
m A Odisseia da Transformação Digital , o autor Ricardo Mansur descreve as principais definições para a transformação digital de um modelo de negócio, incluindo abordagens para projetos, fatores externos, estrutura organizacional, estratégias de crescimento e métricas, além de trazer um conjunto balanceado de indicadores para medir o desempenho das atividades e elementos identificados no modelo. Editora Ciência Moderna (https://abrir.link/owjfQ), 386 páginas.
América Latina e no Caribe, nova análise da 5G Américas. O estudo explica que a abordagem Open RAN desagrega o software de hardware, permitindo que a plataforma RAN seja executada em hardware comum. Com 30 páginas, a pesquisa completa pode ser acessada pelo link: https://abrir.link/rDfku.
s redes abertas de acesso por rádio, chamadas Open RAN, redefinem os padrões e práticas da indústria de telecomunicações com base na evolução das redes tradicionais. Suas características técnicas e estado na América Latina e no Caribe podem ser encontrados em Open RAN na
Links Field, operadora brasileira de telecomunicações virtual (MVNO) focada em soluções M2M, e a Lyra M2M, empresa do Grupo Lyra dedicada a dispositivos e conectividade M2M, anunciaram uma parceria cujo objetivo é facilitar a transição decorrente do desligamento do 2G/3G. O acordo resultou no e-book O Impacto Econômico do Desligamento do 2G/3G no Brasil , com informações para empresas que terão suas operações impactadas por esta transição nos próximos anos. Segundo as companhias, estimativas do impacto para o mercado de IoT – Internet das Coisas são de R$ 10 bilhões, que deverão ser absorvidas por empresários de todo o país. A análise completa com 81 páginas pode ser baixada pelo link: https://abrir.link/saiiM.
om o objetivo de investigar temas ainda pouco explorados em pesquisas tradicionais, o CETIC.br - Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, o departamento do NIC.br - Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR ligado ao CGI.br - Comitê Gestor da Internet no Brasil, implementou o Painel TIC, uma pesquisa com usuários de Internet realizada através de questionários respondidos pela web. O estudo investiga atividades na Internet e dispositivos utilizados para acesso à rede, tendo como referência os indicadores da pesquisa TIC Domicílios. Nesta edição do Painel TIC , foi investigado o tema descarte de resíduos eletrônicos, que abrange a compreensão sobre o conceito, a posse de dispositivos e os hábitos relacionados ao descarte. Uma das descobertas foi com relação ao telefone celular, em que 32% dos usuários de Internet afirmaram possuir um aparelho de segunda mão. Essa proporção alcançou 41% entre os de 16 a 24 anos, 42% entre os que viviam em domicílios de classes D e E. O documento completo, com 20 páginas, pode ser acessado em: https://abrir.link/RxcNO.
Abrint .........................64
Agora Telecom .........29
ALT Telecom .............33
Brady ...........................40
C3 Consulting ............47
Cylo (Palo Alto) ........31
Datacom ....................44
..............................5
Brasil ..............21
Janyel Leite,
vice-líder do Conselho de Administração da Abrint
Expansão da conectividade regional: o papel das associações nas novas linhas de crédito
Temos presenciado que a crescente e inevitável demanda por conectividade digital, especialmente em áreas menos atendidas, tem impulsionado diversas iniciativas e políticas públicas voltadas à expansão da banda larga fixa no Brasil. Nesse cenário, a atuação setorial dos integrantes do Grupo de Trabalho das Associações de Provedores Regionais se tornou protagonista nas parcerias entre as instituições financeiras e o governo federal, incentivando a geração, o mapeamento e a captação de novos investimentos para o setor de telecomunicações no país.
Entre as principais movimentações recentes, destaco a colaboração técnica junto ao BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, que aprovou empréstimo de US$ 100 milhões destinado a melhorar a conectividade digital em municípios brasileiros com menos de 30 mil habitantes. Como representante dos provedores regionais de Internet, a Abrint foi naturalmente uma das principais articuladoras desse diálogo com o BID, colaborando com a apresentação de dados e pesquisas que revelaram um cenário promissor, mas ainda desafiador, para os provedores regionais.
O diálogo entre as associações auxiliou o lançamento do novo Programa Acessa Crédito Telecom, pelo Ministério das Comunicações, que utilizará recursos do
Esta seção aborda aspectos técnicos, regulatórios e comerciais do mercado de provedores de Internet. Os artigos são escritos por profissionais do setor e não necessariamente refletem a opinião da RTI
FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações. De maneira inédita e com execução prevista já para 2025, o programa também priorizará áreas com comunidades quilombolas, tradicionais e povos indígenas, assegurando que todos os brasileiros tenham acesso aos serviços ofertados e contribuindo progressivamente para a inclusão digital em todo o país, um dos principais pilares da nossa atuação enquanto entidade representativa. Com cerca de 100 empresas de telecom participando do levantamento, os estudos demonstraram o interesse de 88% dos provedores em solicitar novos empréstimos nos próximos 12 meses para investir na ampliação da infraestrutura, por exemplo. Entretanto, a pesquisa conjuntamente destacou os desafios recorrentes enfrentados pelos provedores regionais, como a falta de garantias, os juros desequilibrados e o acesso limitado a recursos financeiros, questões que já apontamos como uma das responsáveis pelas barreiras ao desenvolvimento do setor.
Portanto, logo percebemos que essa realidade evidenciou a importância de iniciativas voltadas à criação de novas linhas de crédito, com o potencial de desbloquear oportunidades para os provedores de Internet, especialmente aqueles que atuam em regiões mais remotas e isoladas. A expectativa é que a expansão da cobertura de conectividade digital nessas áreas beneficie aproximadamente 2,5 milhões de pessoas apenas com o Programa Acessa Crédito Telecom.
Nesse contexto, a Abrint também se posicionou como fonte de informações e ponte entre os provedores e as instituições financeiras, engajando e sinalizando-os acerca das possibilidades de acesso aos
recursos que serão importantes para a ampliação da infraestrutura de conectividade no país.
Presenciamos que, igualmente atento à crescente demanda por crédito, o Ministério das Comunicações anunciou, durante o Futurecom 2024, novas estratégias de financiamento para 2025, utilizando recursos do FUST da mesma maneira. Uma dessas estratégias consiste em mais uma linha de crédito a ser disponibilizada para micro, pequenas e médias empresas, com foco em provedores que tenham receitas anuais de até R$ 300 milhões.
Nesse sentido, reforçamos a importância dos provedores locais, responsáveis por mais de 50% da totalidade de acessos à banda larga fixa no Brasil, atualizarem documentações, certidões e dados contábeis de acesso junto à Anatel, para dessa forma estarem aptos a efetivarem o acesso ao crédito.
Sendo assim, fica evidente que a contínua atuação das associações em prol do setor tem contribuído para o desenvolvimento das telecomunicações, com a captação de iniciativas financeiras essenciais para a expansão da banda larga fixa, sobretudo nas regiões mais remotas. Com a crescente demanda por conectividade, notamos que o fortalecimento dessas parcerias será fundamental para garantir que o país continue avançando em direção à inclusão digital e ao desenvolvimento econômico sustentado pela infraestrutura tecnológica.
Janyel Leite é vice-líder do conselho de administração da Abrint. Graduado em Análise de Sistemas com pós-graduação em Segurança da Informação, atua no mercado de provedores de Internet há 21 anos através da empresa Avanza Telecom, de Conceição do Jacuípe, BA. Também atuou por 12 anos na área de auditoria interna e gestão de riscos.