5 minute read

Artigo - Frequência de Passos na Corrida: desempenho vs. prevenção de lesões

“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

Prof. Dr. Rodrigo Bini (EsEFEx)

Advertisement

A corrida é um esporte que capta anualmente um contingente crescente de adeptos devido ao baixo custo para o praticante e aos inúmeros benefícios para a saúde física e mental. Esta atividade tem sido historicamente associada às ações mais primitivas do ser humano, como a caça e a fuga de situações perigosas. Isto tem motivado estudos visando identificar como o corpo humano se adapta ao gesto da corrida, visto que a maior parcela dos deslocamentos ocorre utilizando a caminhada.

Entre os fatores mais importantes da corrida, o ritmo é fundamental para o desempenho em diversas durações da corrida. Correr com passos excessivamente curtos ou demasiadamente longos eleva o gasto energético, induzindo a fadiga prematura dos músculos acionados. Isto tem sido observado devido à relação ótima utilizada pelos músculos para produzir força em uma velocidade de contração específica. Aqui, pode-se fazer uma relação com um motor de combustão, o qual possui uma faixa ótima de rotação que minimiza o gasto de combustível.

Nesta perspectiva, a mudança da frequência de passada (ritmo) e sua relação com o comprimento do passo afetam a dinâmica de contração dos músculos e o gasto energético. Diversos estudos apontam que a frequência de passadas preferida de corredores experientes se aproxima da ótima e que variações de 10% ainda podem resultar em manutenção do gasto energético. Qualquer mudança acima desta faixa resultaria em aumento do gasto energético e antecipação da fadiga.

Da mesma forma, as articulações dos membros inferiores sofrem com mudanças no ritmo de corrida. Estudos recentes estimaram que a força de compressão na articulação entre a patela e o fêmur, componentes do joelho, pode chegar a 3-4 toneladas durante a fase de apoio do pé com o solo na corrida. Obviamente, as articulações do corpo humano possuem estrutura capaz de acomodar esta magnitude de forças, mas a repetição de cargas aplicadas acima do limite fisiológico das articulações resulta em lesão por uso repetitivo. Neste cenário, a corrida gera um risco de lesões no joelho de forma bastante objetiva.

Quando o corredor opta por utilizar um ritmo de corrida 10% mais lento e uma passada 10% mais longa do que o habitual, as forças no joelho aumentam na ordem de 15%, o que gera um risco de lesão nas cartilagens articulares. A razão para este aumento é justificada pelo aumento da força por passo necessária para desacelerar o corpo quando o corredor opta por uma frequência de passada mais lenta para manter uma determinada velocidade na corrida.

Desta forma, é recomendado que corredores de rua novatos controlem seu ritmo de passadas para uma frequência maior possível. Corredores experientes devem atentar para sinais de dor e desconforto nas articulações, os quais podem ser indicadores de que o impacto durante a corrida está excessivo. O aumento da frequência de passada é uma estratégia recomendada para reduzir os riscos de lesões.

Para saber mais, leia também:

Hafer, J.F., Brown, A.M., deMille, P., Hillstrom, H.J., Garber, C.E. The effect of a cadence retraining protocol on running biomechanics and efficiency: a pilot study. Journal of Sports Sciences, v.33, n.7, p.724-731, 2015.

Hamill, J., Derrick, T., Holt, K. Shock attenuation and stride frequency during running. Human Movement Science, v.14, n.1, p.45-60, 1995.

Lenhart, R.L., Smith, C.R., Vignos, M.F., Kaiser, J., Heiderscheit, B.C., Thelen, D.G.. Influence of step rate and quadriceps load distribution on patella femoral cartilage contact pressures during running. Journal of Biomechanics, v.48, n.11, p.2871-2878, 2015.

“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

A ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO ESTEVE LÁ!

Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício

A Prof.ª Dra. Claudia Meirelles ministrou a palestra intitulada “Espectroscopia no infravermelho próximo em estudos com treinamento contrarresistência na presença de restrição de fluxo sanguíneo”.

I Simpósio Paradesportivo Carioca

A Prof.ª Míriam Mainenti participou de mesa redonda ministrando palestra voltada à Avaliação da Capacidade Cardiopulmonar de paratletas. A seção de pôsteres contou com o trabalho de conclusão de curso (TCC) do Ten Alexssander Mello, aluno da EsEFEx, bem como o trabalho da Professora Dra. Angela Neves que recebeu um prêmio por estar entre os três melhores trabalhos do evento.

XVI Congresso Brasileiro de Biomecânica

Palestra “Ciclismo: esporte, saúde e reabilitação”, ministrada pelo Prof. Dr. Rodrigo Bini.

I Encontro Internacional de Psicologia do Esporte e da Atividade Física

A Prof.ª Dra. Angela Neves ministrou a palestra “Aplicação da análise fatorial confirmatória e modelagem de equações estruturais em psicologia do esporte”. No I Congresso Internacional de Psicologia do Esporte, Desenvolvimento Humano e Tecnologia. A Prof.ª Dra. Angela Neves, ministrou a palestra “Resiliência no contexto do esporte de rendimento”.

62° Congresso Anual do Colégio Americano de Medicina do Esporte

No 62° Congresso Anual do Colégio Americano de Medicina do Esporte (American College of Sports Medicine 62nd Annual Meeting, and 6th World Congress on Exercise is Medicine) em San Diego, CA, EUA, o Major Keese teve a oportunidade de representar a EsEFEx e o Exército Brasileiro, estabelecendo contato com profissionais de importantes universidades internacionais, estreitando laços entre instituições.

“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”

II Fórum Científico da Escola de Educação Física do Exército

(“Ciência aplicada ao treinamento físico e gestão esportiva”)

Nos dias 12 e 13 de junho reuniram-se na EsEFEx palestrantes de grande importância no meio acadêmico, como os Professores Doutores Leonardo Mataruna, Maria Regina Ferreira Brandão, Antonio Carlos Gomes, Estélio Dantas, Rodrigo Bini, entre outros que ministraram palestras e discutiram temas como “A Gestão Esportiva em grande eventos”, “A Multidisciplinaridade no treinamento e desempenho esportivo”, e “Ciência e Gestão no apoio ao esporte de alto rendimento”. Abrilhantando ainda mais o evento, o medalhista olímpico Giovane Gávio proferiu uma palestra sobre Motivação no esporte.

Jornada Pedagógica de Educação Física

Na semana em que se comemorou a contagem regressiva de 1 ano para as Paralimpíadas 2016, a Escola de Educação Física promoveu a Jornada Pedagógica de Educação Física, com o tema “Gestão aplicada ao Esporte Adaptado”. O evento contou com a participação do vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Prof. Ivaldo Brandão, e o Prof. Dr. Ian Brittain, da Coventry University (Inglaterra). O final da jornada foi marcado por um grande interesse dos nossos alunos e dos participantes externos que realizaram diversas perguntas sobre o tema.

This article is from: