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Artigo - Motive-se e diga não ao overtraining
1º Ten Lermen, 1º Ten Kasai e 1º Ten Moreira Cunha (alunos da EsEFEx)
Em alguma oportunidade, você já deve ter ouvido falar em overtraining. O overtraining (excesso de treinamento) tem haver com sobrecarga. Mas a sobrecarga por si só não faz mal ao atleta ou ao praticante de exercícios: pelo contrário ela é necessária para uma melhora da aptidão física. Sessões de treinamento devem ter a sobrecarga (distância percorrida, peso levantado, número de sessões, intensidade do exercício...) combinadas com um tempo adequado de descanso para recuperação. Quando esse equilíbrio entre treino X descanso é violado temos dois resultados possíveis: nenhuma melhora da aptidão física (muito descanso e pouco estímulo) ou... overtraining!... levando a uma queda do rendimento e a uma perda da aptidão física, pois houve pouco tempo de descanso programado entre um estímulo e outro, como você pode ver ilustrado no gráfico.
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Os sintomas do overtraining incluem: ocorrência de lesões, irritabilidade, aumento da frequência cardíaca basal e de treino, apatia, queda de rendimento.
Nível de aptidão física inicial Recuperação??
Exercício Recuperação??
Exercício Recuperação??
Exercício Overtraining
Exercício
TEMPO
Afastamento da atividade para recuperação
Sgt Yane Marques PENTATLO MODERNO
“Berço do Ensino Metódico e Racional da Educação Física no Brasil”
Evitar que haja esse desequilíbrio entre o descanso e o estímulo do exercício é uma questão central no equilíbrio do treinamento. Há algumas atitudes que podem ajudar o técnico a monitorar o risco de seus atletas atingirem o overtraining. Pode-se controlar com avaliações regulares o estresse, o humor, a ansiedade, a percepção do atleta/aluno. Aumento dos níveis de intensidade ou alterações bruscas destas variáveis podem indicar problemas. Uma boa atitude para o técnico nesse momento, ao perceber esses aumentos, é parar, conversar com seu atleta, reavaliar seu treinamento e descobrir o que está acontecendo.
Mas há algo que deve ser destacado: atletas intrinsecamente motivados (aqueles que tem prazer e por realmente gostar da tarefa) são também menos propensos ao overtraining. Assim, estabelecer objetivos em curto prazo, metas “divertidas” (especialmente no fim da temporada), mudar o local do treino (nem sempre possível), realizar clínicas de imersão (nas quais atletas visitam e treinam por um período de tempo em outra equipe), mudar a sequência de exercícios são exemplos de ações que ajudam a aumentar a motivação intrínseca. Para fazer estes ajustes e não comprometer o rendimento, é necessário que o treinador tenha uma boa percepção e conhecimento do atleta para não frustrá-lo, caso não atinja o objetivo. Em uma outra perspectiva, devemos buscar uma variação no programa para que o treinamento não caia na “mesmice”, levando aquele esportista a ficar desmotivado e sem confiança na eficácia da rotina de treinos.
Assim, sabendo que a motivação pode estar relacionada ao overtraining, cabe a nós criar soluções criativas e inovadoras como treinador para afastar tal síndrome da nossa preparação.
Sgt Franck Caldeira ATLETISMO
Para saber mais, leia também:
Deci, E. L., Ryan, R. M. Intrinsic motivation and self-determination in human behaviour. Nova Iorque: Plenum, 1985.
Dosíl, J. The sport psychologist’s handbook: a guide for sport-specific performance enhancement. West Sussex: John Willy & Sons, 2006.
Hagger, M.S., Chatzisarantis, N.L. D. Intrinsic motivation and self-determination in exercise and sport. Champaign Human Kinetics, 2007.