Escola Infantil - Um Espaço para Práticas e Vivências Sustentáveis

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Escola Infantil Um Espaço para Práticas e Vivências Sustentáveis


Juliana Costa Correia

Escola Infantil - Um Espaço para Práticas e Vivências Sustentáveis

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado ao Centro Universitário Senac, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Msc. Maurício Miguel Petrosino



À todos que contribuíram para a realização deste trabalho. Ao meu filho, por ser minha maior inspiração. Aos meus pais, que sempre me apoiaram. À Deus, sem Ele nada seria possível. E aos meus mestres, por dividirem todo conhecimento e sabedoria.



“Comecemos pelas escolas, se alguma coisa deve ser feita para ‘reformar’ os homens, a primeira coisa é formá-los”. Lina Bo Bardi em Primeiro: Escolas, Habitat, n.4, 1951.



RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um projeto arquitetônico para uma escola infantil sustentável. Dessa forma, foram realizados estudos necessários para assegurar a educação de qualidade juntamente com a consciência ambiental não apenas para as crianças, mas também de toda a região na qual o projeto está inserido, além de dados e características urbanísticas do entorno, como, fluxos, localização, zoneamento, uso do solo, e estudos baseados nos parâmetros básicos do Ministério da Educação. Por fim, a criação de um programa e partido de projeto necessários para atender as demandas e necessidades das crianças, pais e funcionários.

Palavras-chave: Projeto arquitetônico, escola infantil, espaço consciente, arquitetura sustentável, sustentabilidade.



ABSTRACT

The following work aims to develop an architecture project for a sustainable school. For this, a study assuring quality education and environmental awereness to all parts involved was developed. The project takes into account local urbain characteristics and the analyses of collected data such as location, zones, ow, soil exploitation, Ministry of Education standards. Finally, the creation of a program and project party necessary to meet the demands and needs of children, parents and employees.

Key words: Architectural design, children’s school, space conscious, sustainable architecture, sustainability.



INTRODUÇÃO

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1 | ESCOLAS SUSTENTÁVEIS Definição Tabela Sustentável

14 14 15

2 | EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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3| ESTUDO DE CASO 3.1 Escola Yutaka 3.2 Escola Infantil Burgenland 3.3 Escola Maple Street 3.4 Escola Kindergarten Kekec 3.5 Escola Ary Payet

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4 | LEVANTAMENTO DE DADOS 4.1 Localização 4.2 Zoneamento 4.3 Uso do solo 4.4 Estudos Bioclimáticos 4.5 Materialidade 4.6 Estrutura 4.7 Teto Verde

30 30 31 33 34 36 38 39

5 | PROPOSIÇÃO 5.1 Memorial Descritivo Conceitual 5.3 Projeto

40 40 43

6 | CONSIDERAÇÕES FINAIS

53

7 | REFERÊNCIAS

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SUMÁRIO



INTRODUÇÃO A educação infantil inicia-se em seu convívio familiar, sua continuidade passa a ser dividida junto à escola, que participa cada vez mais cedo do processo educacional. Nos dias atuais, houveram muitas mudanças no dia-a-dia dos pais, onde ambos são provedores do lar, com menos tempo de dedicação aos filhos. Porém, por outro lado, este ingresso precoce, conscientiza e influência desde cedo o desenvolvimento da criança, com atividades pedagógicas voltadas ao meio ambiente e sustentabilidade. Por se tratar do primeiro contato da criança no ambiente escolar, a escola tem o papel de proporcionar espaços tanto internos, quanto externos, organizados, adequados, sendo estes lúdicos, convidativos, exploráveis, brincáveis, dinâmicos e, principalmente, acessíveis à todos, estimulando assim a curiosidade, interesse e prazer na busca do saber. Propondo espaços adaptados, acolhedores e alegres, no qual a qualidade favorece o desenvolvimento adequado para cada criança. No primeiro capítulo, serão abordados os temas de escolas sustentáveis, suas definições, espaços, gestão e currículo, e também uma tabela que apresenta como a sustentabilidade influencia na educação e na rotina escolar. No segundo capítulo, explica como educação ambiental pode ser entendida com toda ação educativa e como contribui para a formação de cidadãos conscientes da preservação do meio ambiente e aptos a tomar decisões coletivas sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Dessa forma, sua aplicação não se restringe ao universo escolar, mas deve permear este para facilitar o entendimento dessas questões e suas aplicações no dia a dia. No terceiro capítulo, serão apresentados os estudos de casos que foram necessários para desenvolvimento e entendimento do projeto, escolas infantis de vários países, provando que é possível ser sustentável, criativo e responsável pelo meio ambiente em qualquer lugar. Já no quarto capítulo, começam-se os levantamentos de dados e estudos onde o terreno escolhido está localizado, como por exemplo, zoneamento, uso do solo, fluxos e entorno, para que no capítulo cinco seja explicado o projeto final, abordando o partido, os aspectos construtivos, materialidade, estudos de massa e programa.

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1 | ESCOLAS SUSTENTÁVEIS 1.1 Definição Escolas sustentáveis são definidas como aquelas que mantêm relação equilibrada com o meio ambiente e compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a garantir qualidade de vida às presentes e futuras gerações. Esses espaços têm a intencionalidade de educar pelo exemplo e irradiar sua influência para as comunidades nas quais se situam. A transição para a sustentabilidade nas escolas é promovida a partir de três dimensões inter-relacionadas: espaço físico, gestão e currículo. • Espaço físico: utilização de materiais construtivos mais adaptados às condições locais e de um desenho arquitetônico que permita a criação de edificações dotadas de conforto térmico e acústico, que garantam acessibilidade, gestão eficiente da água e da energia, saneamento e destinação adequada de resíduos. Esses locais possuem áreas propícias à convivência da comunidade escolar, estimulam a segurança alimentar e nutricional, favorecem a mobilidade sustentável e respeitam o patrimônio cultural e os ecossistemas locais. • Gestão: compartilhamento do planejamento e das decisões que dizem respeito ao destino e à rotina da escola, buscando aprofundar o contato entre a comunidade escolar e o seu entorno, respeitando os direitos humanos e valorizando a diversidade cultural, étnico-racial e de gênero existente. • Currículo: inclusão de conhecimentos, saberes e práticas sustentáveis das instituições de ensino e em seu cotidiano a partir de uma abordagem que seja contextualizada na realidade local e estabeleça nexos e vínculos com a sociedade global.

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1.2 Tabela Sustentável Baseada no desempenho dos alunos e da construção, da pedagogia voltada na ciência e arte na educação, da importância da comunidade participar do crescimento na educação e a responsabilidade e conscientização em relação ao meio ambiente, foi criada a seguinte tabela mostrando como esses aspectos influenciam no desenvolvimento e rotina escolar:

DESEMPENHO

Ar fresco, luz natural, melhorando a performance dos alunos em sala de aula. Eficiência da água e da energia durante a obra.

ALUNOS E CONSTRUÇÃO

PEDAGOGIA CIÊNCIA E ARTE NA EDUCAÇÃO

COMUNIDADE CRESCIMENTO NO EDUCAÇÃO

Sustentabilidade e ciência, ensinando as crianças a terem sensibilidade com os aspectos ambientais.

Compartilhando conhecimento junto à escola, alcançando os parentes e comunidades vizinhas.

RESPONSABILIDADE RELAÇÃO COM MEIO AMBIENTE

As crianças aprendendo a ter responsabilidade com suas próprias ações e preocupações com o ambiente onde vivem.

Imagem 01: Tabela de benefícos da sustentabilidade na escola.

Escolas Sustentáveis | 17


2 | EDUCAÇÃO AMBIENTAL A definição de educação ambiental, segundo o 1º artigo da Lei n 9.795/99 são “Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” Sendo um componente essencial e permanente na educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Estas ideias surgem a partir da necessidade de transformação para superarmos as injustiças ambientais, a desigualdade social, a apropriação da natureza, e da própria humanidade, como objetos de exploração e consumo. Estamos dentro de uma crise ambiental nunca vista antes na história, por tanto, é necessário que haja um compromisso com as mudanças de valores, comportamento, sentimentos e atitudes, onde exista o respeito à diversidade biológica, cultural, ética, relação dos seres humanos entre si e com o meioambiente. Na Constituição Federal de 1988 diz: A educação ambiental é um componente essencial para a qualidade de vida, garantindo maior parte dos direitos individuais, sociais e difusos por estar relacionada à dignidade humana, à sustentabilidade da vida e ao desenvolvimento sadio da personalidade. Na educação infantil é importante enfatizar a sensibilidade com a percepção, interação, cuidado e respeito das crianças para com a natureza e cultura destacando a diversidade dessa relação. “Tanto nas redes públicas, quanto privadas, devem adequar seus currículos escolares e complementar a formação dos seus professores” artigo 12 da Lei n 9.795/99. A educação ambiental inserida nas práticas escolares pode significar, portanto, a inserção da escola e dos saberes que processam em seu exterior num movimento de análise e reflexão profunda do sentido de estar no mundo, vendo-o como potência e possibilidade. A realização de uma proposta de educação ambiental envolve processos de construção e reconstrução de saberes entrecruzados. Não basta professar uma opção teórica, é necessário perceber a materialização dessa opção em termos de organização. Uma escola com um currículo organizado a partir da educação ambiental precisa anunciar essa 18 | Escola Infantil - Um Espaço para Práticas e Vivências Sustentáveis


opção em suas rotinas e vivências cotidianas, em suas formas de organização e desenvolvimento das práticas pedagógicas, de sua proposta curricular, enfim, precisa demonstrar-se a partir de seu fazer cotidiano. Como por exemplo, uma horta que propicia ao aluno vivências práticas e teóricas sobre educação ambiental. A horta é uma espaço pedagógico que, como atividade curricular, possibilita ao educando conhecimentos teóricos e prático fundamentais para a interação com o seu meio de forma lúdica e prática, bem como favorece ao professor tecer teias curriculares no fazer pedagógico. Algumas atividades que podem ser realizadas na horta são: o semeio, observação do processo de germinação, o replantio, colheita, e debates. Outra proposta para a rotina escolar é a reciclagem, que envolve não apenas a escola como também a comunidade na reflexão sobre os diferentes problemas ocasionados pela geração de lixo e sobre as possíveis soluções. Incentivando a redução do consumo, a reutilização e a coleta seletiva do lixo produzido na escola. Nas pré-escolas, temos, todos os dias, a oportunidade de oferecer sensações, interações, condições materiais e imateriais que contribuam para a formação das crianças, criando espaços privilegiados para aprender-ensinar, voltados para a formação de pessoas íntegras, solidárias e comprometidas com a manutenção da vida em nosso planeta. Dessa forma, a proposta da escola infantil sustentável deste livro é dar a liberdade e integração das crianças com a natureza, mexer na terra, correr na grama, jogar bola, pular, saltar, subir em árvores, e estimular a paixão pelos espaços abertos, onde elas vivam interessantemente, satisfatoriamente, alegremente - as primeiras experiências de suas vidas. A ecologia pessoal diz respeito às relações de cada um consigo mesmo, às conexões, de cada pessoa com o seu próprio corpo, com o inconsciente, com os mistérios da vida e da morte, com suas emoções e sensações corporais, com sua espiritualidade. A ecologia social está relacionada às relações dos seres humanos entre si, às relações geradas na vida em família, entre amigos, na escola, no bairro, na cidade, entre os povos, entre as nações. A ecologia social retrata a qualidade destas relações. A ecologia ambiental diz respeito às relações que os seres humanos estabelecem com a natureza. Reflete as diferenciadas maneiras como os grupos humanos se relacionam com a biodiversidade, de maneira sustentável ou predadora: com o objetivo de satisfazer suas necessidades fundamentais, ou com o objetivo de apropriaçãotransformação-consumo-descarte [...] GOUVEA; TIRIBA, 1998, p. 26 Educação Ambiental | 19


3 | ESTUDO DE CASO 3.1 Escola Yutaka A escolha deste exemplo é a similaridade com o terreno do projeto proposto neste livro, tanto na topografia quanto na implantação. O espaço oferece diversidade de experiências através da simulação das crianças a explorar e desenvolver esse pensamento. Para responder à estas necessidades, foi rastreada a palavra jardim de infância até sua origem e convertida ao terreno em uma coleção de jardins para diversas atividades para crianças.

Imagem 02: Linearidade e interação do interno com externo.

Escritório: Sugawaradaisuke Localização: Saitama, Japão Equipe: Daisuke Sugawara, Masayuki Harada, Noriyuki Ueakasaka, Hiroshi Narahara Área: 812.0 m² Ano do projeto: 2014

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É essencial perceber as transições de ambientes, enquanto naturalmente as crianças geram e expandem sua percepção. Além disso, ao observar o movimento que são refletidos no teto, as crianças são incentivadas a compreender o senso de distância entre as pessoas, estabelecendo seu comportamento em sociedade.

Imagem 03: Teto brilhando refletindo e absorvendo o externo para o interno.

As camadas estão voltadas para introduzir a sensação de movimento nas crianças, através do controle de suas vistas, onde em alguns lugares são bloqueadas, e em outros abertas. Embora as vistas das crianças variam de acordo com suas coordenadas, as aberturas nas paredes com uma determinada escala permite que as vistas dos adultos se abram em todas as direções como uma forma de controle. Imagem 04: Camadas de divisórias inspiradas nas montanhas.

Estudo de Caso

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Na primeira imagem podemos ver a implantação da escola destacando os jardins que estão expandidos nos interiores e exteriores, estimulando os instintos humanos a buscar um ambiente adequado, desenvolvendo as percepções e experiências das crianças. A variedade de brincadeiras que são estimuladas e as próprias atividades que elas descobrem de maneira ativa, é exatamente o ambiente para educar as crianças através da experiência e criação. Na segunda imagem, enxergamos através deste corte, o jardim coberto com hall, sala, banheiro e o jardim estático, com área livre, aberta e playground. Na terceira, o jardim coberto com divisórias de vidro e paredes inspiradas nas montanhas.

Imagem 05: Implantação com os três jardins.

Imagem 06: Corte apresentando o jardim coberto e o jardim estático.

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Imagem 07: Jardim coberto e suas divisões.


Três abordagens foram adotadas para a realização dos jardins de aprendizado através de brincadeiras.

Imagem 08: Esquemas demonstrativos de mobiliário, divisões e conforto térmico.

Em segundo lugar, temos as paredes que se parecem com montanhas. As paredes estruturais com aberturas na metade superior são posicionadas como camadas, criando luz, cores, sensação de espaço e relações variadas entre as salas de aula livremente separadas. As camadas estão voltadas para introduzir a sensação de movimento nas crianças, através do controle de suas vistas, onde em alguns lugares são bloqueadas, e em outros abertas. Por último está o teto com acabamento brilhante. O ambiente externo está pensado para se tornar uma floresta de biodiversidade e contribuir com o programa educacional, a medida que muda sua expressão a cada estação e também durante o dia, o teto reflete e os absorve para o interior.

A primeira abordagem é o desenho de densidade. O mobiliário, as paredes, os equipamentos de playground estão distribuídos interna e externamente, como podemos ver nas imagens ao lado, cuidadosamente projetados para criar três jardins diferentes com densidades diferentes: Jardim do Movimento, Jardim Estático e Jardim com cobertura. Estes três jardins são desenvolvidos continuamente no terreno, o que permite que crianças de diferentes idades e capacidades corporais coexistam, interajam ou estejam separadas.

Estudo de Caso

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3.2 Escola Infantil Burgenland Neste estudo de caso, o que mais inspirou o projeto da escola, foram os pergolados e as grandes janelas de vidro, suas ampliações, sem interrupções no dia a dia das atividades. As áreas externas são definidas a partir da implantação leste-oeste do volume, enquanto na direção norte a edificação permanece fechada - área onde se concentram os acessos de veículos e o estacionamento. Como resultado, os espaços abertos nas faces sul e oeste são reservados exclusivamente para as crianças, totalmente livres do tráfego.

Imagem 09: Pergolado e deck de madeira para uso livre das crianças.

Escritório: SOLID Architecture Localização: Eisenstadt-Umgebung, Áustria Área do Terreno: 4.68Om² Área Construída: 1.24Om² Ano do Projeto: 2O16

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A relação entre iluminação natural e o espaço arquitetônico é um elemento essencial do projeto. Nos espaços internos, as áreas de serviço e salas de apoio estão voltadas para o norte. Um espaço aberto central marca todo o conjunto edificado. Na face sul as salas de aula se destacam do conjunto edificado, com grandes áreas em vidro, que permitem o máximo aproveitamento da iluminação natural. Aberturas na cobertura e sua relação com o exterior permitiram novas possibilidades espaciais entre o espaço interno e externo. A partir da implantação das unidades ao longo do eixo norte-sul, foi possível estabelecer conexões visuais entre os espaços, que podem ser integrados, conforme as atividades educacionais.

Imagem 10: Sala de aula com aproveitamento máximo da luz natural.

As dimensões dos espaços são adaptáveis e os limites entre interior e exterior são facilmente modificados. Cada sala, equipada com instalações sanitárias e espaços de armazenamento forma uma unidade independente. Paredes de vidro, iluminação zenital e a relação com os jardins criam espaços preenchidos pela luz do dia. Todos os espaços são acessíveis.

Imagem 11: Elevações com fachada norte e fachada sul.

A área de alimentação é localizada próximo à entrada e pode também ser utilizada como área de café para os pais. As aberturas de grande parte da cobertura permitem a iluminação natural da área central e dos núcleos sanitários. Na face sul a cobertura recebe uma pérgola em madeira, que ajuda a proteger a fachada contra o calor excessivo. Estudo de Caso

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3.3 Escola Maple Street As portas com cortes irregulares em diversas alturas foi a grande sacada deste projeto para a escola sustentável. A pré-escola se vê como uma extensão da casa, onde a cooperação e o envolvimento são enfatizados, onde cada criança é alimentada em uma atmosfera calorosa e atenciosa, e onde a curiosidade e o jogo são fundamentais para aprender. Esses conceitos moldaram o processo de design e seu resultado, já que os designers procuram soluções altamente funcionais para atender às suas necessidades.

Imagem 12: Salas de aula integradas e portas com aberturas irregulares.

Escritório: BFDO Architects Localização: Brooklyn, EUA Área: 532m² Ano do Projeto: 2016

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Imagem 13: Mobiliário, pias e banheiros à altura das crianças.

Uma sensação leve e arejada foi alcançada com paredes brancas e madeira de maple, que é usada para pavimentos, móveis e portas. Essas portas deslizam para dentro das paredes para abrir cada uma das três salas de aula principais, e apresentam recortes de forma irregular para que os colegas de classe possam visualizar, essas salas se interligam em uma área multifuncional completa com uma cozinha, que hospeda um “tempo café” diário para todo o grupo para participar. O objetivo é promover hábitos alimentares saudáveis e incentivar o engajamento social. Os banheiros semiabertos estão posicionados entre os diferentes espaços, com superfícies coloridas em tons pálidos de verde e azul / cinza. Os acentos mais brilhantes são fornecidos pelas guarnições ao redor dos orifícios da porta e parede. Estudo de Caso

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3.4 Escola Kindergarten Kekec Neste anexo, podemos ver como as lâminas coloridas de madeira contribuem com a iluminação e diversão, foi pensando nisso que visualizamos as mesmas no projeto final. Sendo uma extensão de um jardim de infância esloveno típico da década de 1980. Situado em uma das áreas residenciais de Liubliana, Kekec responde à crescente demanda por jardins de infância. Isto vem como resultado de Ljubljana ter testemunhado um crescimento considerável da população, bem como mudanças legislativas e um aumento planejado na densidade do edifício dentro do anel da rodovia que circunda a cidade.

Imagem 14: Fachada do anexo com lâminas de madeira para controle da luz e diversão para as crianças.

Escritório: Arhitekture Jure Kotnik Localização: Ljubljana, Slovenia Área: 130m² Ano do Projeto: 2010 Imagem 15: Corte da sala e circulação do novo anexo.

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Imagem 16: Sala de jogos com abertura de vidro para os banheiros.

Imagem 17: As três imagens representam algumas das diversas criações com cores e aberturas na fachada.

A construção é feita de madeira préfabricada e foi construída somente em três dias. O conceito de design principal deriva do equipamento de falta de jogo do jardim de infância existente. A nova fachada resolve essa fraqueza, oferecendo um elemento de jogo ao longo das três paredes exteriores. É composto de áspero marrom escuro e lâminas de madeira girando em torno de seu machado vertical. As lâminas são a cor da madeira natural de um lado, mas pintadas em nove diferentes cores brilhantes do outro lado. Além de servir como elemento de sombreamento, as lâminas de brinquedo proporcionam brincar e aprender das crianças: à medida que manipulam as tábuas de madeira coloridas, conhecem cores diferentes, experimentam a madeira como um material natural e mudam constantemente a aparência do jardim de infância, tudo ao mesmo tempo. O novo anexo de jardim de infância está ao lado sul do edifício existente e se estende no jardim, o que ampliou o volume em 130m² adicionais de superfícies de salas de jogos.

Estudo de Caso

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3.5 Escola Ary Payet

Imagem 18: Vista do jardim para a escola, mostrando suas cores e estruturas de madeira.

Escritório: 2APMR Localização: Saint André, França Área: 1.912m² Ano do Projeto: 2015 30 | Escola Infantil - Um Espaço para Práticas e Vivências Sustentáveis

Sem dúvidas, a estrutura de madeira, os espaços abertos e alguns sistemas utilizados nesta escola será grande inspiração para agregar na escola infantil sustentável. A escola infantil Ary Payet School, está localizada na cidade de Saint André, na ilha Reunion, França, utilizando a cor como um elemento essencial em sua fachada, composta por elementos em madeira e alumínio, tratados com acabamento natural. Em uma área de 1.912 metros quadrados, o prédio possui dois andares, com classes no piso térreo do berçário e classes do ensino primário no andar de cima, com uma passarela protegida por guarda-corpo, além de dois playgrounds, dividido pela idade das turmas. O arquiteto responsável Antoine Perrau, do estúdio 2APMR, projetou a escola usando uma abordagem bioclimática, que combinasse a escolha de volumes, orientação e materiais.


Imagem 19: Estruturas de madeira e sistema Safetyline.

A escola foi concebida com uma estrutura de madeira, que faz uso de diversas tecnologias para assegurar o conforto climático. O principal deles - instalado na maioria das paredes - é o sistema “louvre” Safetyline, que permite que a temperatura interna seja regulada por meio do controle da entrada do sol e da ventilação natural. Graças a esta solução, ao uso generalizado da madeira e à orientação otimizada das salas de aula, a utilização de ar condicionado é necessário apenas em certas áreas, como a cozinha e salas de TI. Estudo de Caso

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4 | LEVANTAMENTO DE DADOS 4.1 Localização

Imagem 20: Imagem aérea através do Google maps com localização do terreno.

A área do terreno foi divida com o supermercado WallMart, criando uma via para divisão dos lotes. Os bairros mais próximos são, Chácara Flora, Jardim Marajoara, Granja Julieta, sendo estes também, bairros predominantemente residenciais.

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O terreno está localizado no Bairro Alto da Boa Vista, zona sul de São Paulo, entre as Ruas Leme do Prado X Rua Belterra X Rua Adornos, tanto no sentido bairro, quanto no sentido centro encontram-se condomínios residenciais como vizinhos, justificando a demanda de escolas na região devido ao crescimento verticalizado no bairro. O Alto da Boa Vista é um bairro nobre situado no distrito de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. O nome corresponde a uma antiga parada de bondes, que funcionou até 1968, ano da última viagem desse tipo de transporte na capital de São Paulo. É um bairro, como o próprio nome indica, de grande altitude, um dos mais altos da capital. Tanto que o antigo Departamento de Águas e Esgotos (DAE), atual Sabesp, construiu um enorme reservatório no bairro e está situado nas extensões da Avenida Adolfo Pinheiro com Rua Padre José de Anchieta até a Avenida Roque Petroni e Avenida Washignton Luiz e terá entre sí duas novas estações de Metrô com sua inauguração primeiramente planejada para 2014, a Estação Alto da Boa Vista e a Estação Adolfo Pinheiro. O bairro atualmente encontra-se em grande expansão imobiliária com lançamentos de apartamentos de alto padrão e com valorização extrema do metro quadrado da região.


4.2 Zoneamento O terreno está situado em uma zona de centralidade, sendo áreas centrais ou de subcentros regionais ou de bairros, em que se pretende promover majoritariamente os usos não residenciais, com densidades construtiva e demográfica médias e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos. A ZC está dividida em: - ZC: porções do território localizadas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana com atividades de abrangência regional; - ZCa: porções do território localizadas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental com atividades de abrangência regional; - ZC-ZEIS: porções do território formadas pelos lotes lindeiros às vias que exercem estruturação local ou regional, lindeiras a ZEIS1, destinadas majoritariamente a incentivar os usos não residenciais, de forma a promover a diversificação dos usos com a habitação de interesse social, a regularização fundiária de interesse social e a recuperação ambiental.

Imagem 21: Mapa de zoneamento apontando dentro do círculo o terreno em questão.

Levantamento de Dados | 33


Baseada nas informações levantadas no site da Prefeitura do Estado de São Paulo, segue tabela de taxas e limitações viáveis para construção da escola:

TIPO DE ZONA

C.A. MÍNIMO

C.A. BÁSICO

C.A. MÁXIMO

T.O. PARA LOTES IGUAL OU SUPERIOR À 500m2

GABARITO DE ALTUTA MÁXIMA (METROS)

FRENTE

ÁREA PERMEÁVEL

ZC

0,3

1

2

0,70

48

5

0,20

Imagem 22: Tabela geral com dados legais para construção no terreno.

Realizando os cálculos legais para o projeto ser inserido dentro das normas e legislações urbanas, chegamos à conclusão de tais valores: A.T.: 4.234m², área total do terreno. T.O.: 2.963m², sendo o máximo da taxa de ocupação. C.A. Máx.: 8.468m², sendo o máximo que poderá ser construído em m².

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4.3 Uso do Solo Como citado anteriormente, o bairro é predominantemente de uso residencial, apesar de muito arborizado conta com apenas duas praças existentes, encontramos alguns comércios e serviços dentro do bairro, porém, são mais concentrados nas vias principais. como podemos ver nas imagens a seguir:

1

2

3

Imagem 24: Vista da Av. Washington Luís x Rua Belterra.

Imagem 25: Rua Belterra sentido bairro e terreno.

Imagem 26: Rua Belterra, lado esquerdo terreno.

4

5

6

Imagem 27: Rua Adornos x Belterra.

Imagem 28: Rua Lemes do Prado sentido bairro, lado direito o terreno.

Imagem 29: Rua Lemes do Prado com vista para o Wallmart.

4

3 5 7 6

Imagem 23: Mapa de uso do solo do entorno imediato do terreno.

Igreja

2 1

7

Residencial Serviços Comercial Áreas Verdes

Imagem 30: Vista do Wallmart para o terreno.

Levantamento de Dados | 35


4.4 Estudos Bioclimáticos O estudo de conforto ambiental envolve a coordenação e o fornecimento de orientações de projeto baseada em análise térmica e lumínica, estudos de sombreamento e insolação, ventilação natural, proteção solar, análise bioclimática, ente outros, para assegurar a qualidade do ambiente aos ocupantes da edificação. Através da análise bioclimática do local onde o projeto será inserido, são propostas diretrizes a fim de criar condições mais propícias ao conforto das crianças e funcionários da escola. Alguns aspectos abordados são a orientação e o dimensionamento das ruas, o acesso ao sol e a iluminação natural, o direcionamento dos ventos e outras estratégias passivas e ativas, de acordo com o clima. A temperatura na região é em média 18.5 °C, podendo variar ao longo do ano devido às mudanças de estações, como representadas no gráfico ao lado. A tabela apresentam a temperatura ao longo do ano. Podemos ver que em Janeiro, a temperatura média do mês é de 21.5 °C, sendo mês mais quente do ano. Ao longo do mês de Julho a temperatura média é de 15.4 °C, sendo a temperatura média mais baixa do ano. Imagem 31: Gráfico com variações de temperaturas ao longo do ano.

Imagem 32: Tabela apresentando as diversas variações de temperatura a cada mês do ano.

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Com a finalidade de um projeto com menor impacto ambiental e com maior conforto aos usuários, foram criadas algumas diretrizes de modo a auxiliar o projeto conforme as condições climáticas de onde a edificação será inserida, já apontado anteriormente. Alguns aspectos abordados são: orientação, proteção solar, sombreamento, ventilação natural e acessibilidade.

Imagem 33: Esquema para apresentar o controle de luz solar através de diferentes fechamentos.

Imagem 34: Dimensões para banheiros acessíveis.

Imagem 33: Corte da salas de aula com ventilação cruzada.

Levantamento de Dados | 37


4.5 Materialidade O principal material do projeto é a madeira, por ser o único material renovável do mundo e ser produzida através apenas da fotossíntese. Além de estarmos no “século da madeira” como dizem diversos arquitetos e engenheiros, ela também é considerada o material do futuro. Construir com a madeira pré-fabricada traz diversos benefícios ao projeto, como, rápida montagem, menor impacto ambiental, variação de formas em curvas, leveza, baixa energia aplicada e a mínima probabilidade de erro. Existem plantações próximas ao terreno com cerca de 200km de distância, contribuindo com o transporte até a obra. A Madeira Laminada Colada (MLC) reúne duas técnicas antigas, como o próprio nome já diz, a colagem e a laminação, ou seja, a reconstituição da madeira a partir de lâminas, ficando dispostas de tal maneira que suas fibras estejam paralelas entre si. Isso só foi possível na construção civil com o surgimento de colas de alta resistência. A aplicação da MLC pode ser vista sob as mais variadas formas estruturais. O seu emprego vai desde pequenas passarelas, escadas e abrigos até grandes estruturas concebidas sob as mais variadas formas estéticas. Algumas de suas vantagens são: - Grande envergaduras, caracterizando-se por uma alta capacidade de carga e um baixo peso próprio, o que nos permite componentes de pequenas dimensões e grandes envergaduras. - Formas livres, proporcionando uma grande flexibilidade com curvaturas, arqueadas e dobradas em sua forma. - Altas resistência ao fogo, sendo mais segura que um aço desprotegido em caso do incêndio. Nesses casos, a camada carbonizada é formada ao redor do núcleo reduzindo a entrada de oxigênio e calor, atrasando assim o colapso. - Estabilidade dimensional, produzida em umidade de 12% o que corresponde a uma umidade de equilíbrio de 20C e 65% de umidade relativa. O comportamento de inchamento se reduz ao mínimo. - Leveza, obtendo maior facilidade na montagem, desmontagem e possibilidade de ampliação, economizando nas fundações. - Matéria prima renovável, fabricada a partir de florestas manejadas, funcionando sob o princípio da sustentabilidade para as gerações.

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- Resistência mecânica, uma viga de madeira e uma de aço, com a mesma massa, observa-se a mesma capacidade de resistência. Da mesma maneira, se for feita a comparação entre uma viga de madeira e uma de concreto, com o mesmo volume, observa-se que as duas possuem o mesmo poder de resistência, sendo que neste caso a de madeira fica aproximadamente cinco vezes mais leve que a de concreto.

Imagem 36: Gráfico representativo do estoque que a madeira retira da atmosfera.

Imagem 37: Comparação do consumo de energia dos materiais citados.

Na construção, temos a chance de utilizar o único material renovável, a madeira. Extraída da forma correta (madeira certificada), consome poucos recursos na sua produção, a maior parte da energia vem de uma fonte virtualmente inesgotável, o sol, e gera pouquíssimos resíduos. Além disso, para o seu crescimento a madeira necessita de carbono para a estrutura, que é retirado da atmosfera na forma de CO2. O conhecimento atual aponta esse gás como o principal causador do aquecimento global. Utilizada em estruturas, a madeira sequestra o carbono num ciclo de longa duração, ajudando assim na redução do aquecimento do planeta, como apresenta o gráfico a cima. A comparação de consumo energético para a realização de um pilar de 3 metros de altura, à mesma solicitada de carregamento, apontado no gráfico ao lado.

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4.6 Encaixe Estrutura

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4.7 Teto Verde Este sistema de teto verde foi desenvolvido para reter o volume de água necessário às espécies vegetais, ao mesmo tempo que drenam o excesso. Este modelo foi concebido para funcionar naturalmente. As plantas recebem um ambiente estável, sem interferir negativamente na impermeabilização: 1.Vegetação: Camada de vegetação com plantas robustas e exigentes como espécies de sedum, arbustos e até mesmo árvores. 2. Solo: Camada de solo leve, feito com uma porcentagem específica de matéria orgânica para colocar no telhado. 3. Filtro: Impede que as partículas finas sejam lavadas para fora do substrato, assegurando assim a eficiência da camada de drenagem.

4. Reservatório de água: Mantém a água da chuva em compartimentos, enquanto o excesso de água é drenado de maneira segura. A ventilação necessária para a área da raiz também é garantida. 5. Manta de proteção: Barreira que protege a raiz contra danos mecânicos e também armazena água e nutrientes. 6. Impermeabilização: Membrana que protege a cobertura contra raízes de plantas invasoras.

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5 | PROPOSIÇÃO 5.1 Memorial Descritivo Conceitual A proposta inicial do projeto, além de ser sustentável, é a integração das áreas internas com as áreas externas, criando espaços agradáveis, dinâmicos, funcionais que contribuem naturalmente com uma continuidade entre os ambientes. Na entrada é proposto um alargamento de calçada e parqueamento para os carros. Ao entrarem, as crianças se encontram em um ambiente criado para o acolhimento das mesmas, onde terão propostas de diversas atividades e brincadeiras, um espaço coberto porém com a liberdade de estarem ora dentro, ora fora. Neste mesmo volume, encontram-se também um núcleo de banheiros, sendo um feminino, um masculino e dois acessíveis; o refeitório com horta, a cozinha possui uma parede de vidro para as crianças participarem da preparação dos alimentos e a área de serviço com acesso restrito. O fluxo se dá em dois corredores principais que dá acesso ao outro volume horizontal, mantendo a linearidade do terreno; nele estão inseridas a área administrativa, as salas de aula, com estruturas individualizadas, contendo um banheiro feminino e um masculino em cada sala e o acesso à biblioteca e o laboratório, onde além de aulas da grade curricular, também será utilizado aos finais de semana para toda a comunidade ter aulas e experiências. O jardim da escola é uma área criada para trazer diversas sensações, como, tranquilidade, bemestar e conforto. As árvores estrategicamente plantadas contribuem diretamente para este ambiente criando sombreamento, no lado oposto do jardim, encontra-se o lago de peixes, para as crianças cuidarem e aprenderem na prática sobre tratamento de aula. Nas coberturas foram utilizados painéis fotovoltaicos e teto verde. A escola foi criada para atender a demanda da região e criar um espaço onde as crianças se sintam confortáveis, seguras e estimuladas à aprender, criar, compartilhar, vivenciar e se conscientizar com os aspectos importantes do meio onde vivem, do nosso meio ambiente. O conceito sustentável se dá ao projetar de forma consciente e menos agressiva ao meio ambiente, utilizando a captação e reutilização de água, iluminação natural maximizada, ventilação cruzada, plantação de novas vegetações e painéis fotovoltaicos para geração de energia. 42 | Escola Infantil - Um Espaço para Práticas e Vivências Sustentáveis


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5.2 Projeto

A escola possui duas entradas, a principal para os alunos, pais e funcionários e a de serviço, para manutenção na escola e coleta de lixo. Foi proposto um alargamento de calçada e um parqueamento para os carros e vans escolares. Ao entrarem na escola, com a sensação de continuidade do jardim, as crianças são acolhidas em um espaço de atividades diversas e brincadeiras, ao lado deste ambiente, encontra-se o refeitório com horta, voltado para uma alimentação equilibrada e balanceada sendo um dos fatores fundamentais para o bom desenvolvimento físico, psíquico e social das crianças. A cozinha será outra diversão para as crianças, pois terão total visão de como estão sendo preparados os alimentos e poderão participar deste momento, criando vínculos com a refeição.

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A área de serviço será um local restrito, apenas os funcionários terão acesso à despensa, lavanderia, depósito de limpeza, sala de segurança, vestiários e lixeira. Ao lado, em um módulo separado encontrase a área administrativa, contendo recepção, enfermaria, secretaria, coordenação, direção e sala dos professores e banheiros para pais e funcionários.

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A circulação se dá por meio de corredores principais, que levam as crianças para as salas de aula, cada sala possui estrutura independente podendo ser alterada em futuras modificações, e possui também banheiros para atender os alunos, exceto a sala dos bebês de 0-1 ano, que contém um fraldário e um lactário. Ao lado oeste, foi criado um mini lago para peixes, além das crianças cuidarem dos mesmo, aprendem sobre o tratamento da água, proposto dentro da grade curricular.

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No lado leste temos um espaço criado para leitura, trazendo conforto, tranquilidade e conhecimento, juntamente com o laboratório, onde além de aulas para as crianças, aos finais de semana é aberto para toda comunidade, participar, aprender, reciclar e colocar em práticas suas experiências. A escola é uma grande diversão, e mesmo assim, ainda tem o playground para gastarem a energia e interagirem entre si.

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6 | CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de dados para projetar uma escola infantil sustentável, dentro de diversos assuntos abordados, como, educação, meio ambiente, conforto ambiental e conscientização. Algumas escolas foram analisadas dentro dos estudos de caso, para que então, fosse criado um ambiente agradável, confortável, divertido, funcional e sustentável. É importante destacar, que a partir do terreno escolhido, foi possível iniciar os estudos de iluminação natural, ventilação e disposição dos ambientes. A primeira parte do trabalho foi um estudo sobre a definição de escolas sustentáveis, sua relação equilibrada com o meio ambiente, o desenvolvimento de tecnologias, os espaços físicos, a gestão e o currículo, seguindo para um pesquisa relacionada a educação ambiental e sua importância na formação de seres humanos com qualidade de vida e uma sociedade sustentável, exemplificando algumas atividades na rotina escolar. Na terceira parte, os estudos de caso foram de extrema importância para entendimento do programa e das necessidades no dia-a-dia dos alunos, professores, funcionários, pais e toda a comunidade. Na quarta parte foi desenvolvido os levantamentos de dados, como, localização, zoneamento, entorno, uso do solo e estudos bioclimáticos para melhor implantação e maximização dos recursos naturais. E por fim, o partido de projeto, que apresenta a essência da escola, onde é apresentado o programa e desenhos finais.

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7 | REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MÜLLER, Dominique, Arquitetura Ecológica. Editora: Senac São Paulo, 2011. KWOK, Alison e GRONDZIK, Walter, Manual da Arquitetura Ecológica. Porto Alegre: Bookman, 2013. Prefeitura de São Paulo, disponível em: <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/zona-de-centralidade-zc/> Acesso em 23/10/20717 Camara de São Paulo, disponível em: <http://www.camara.sp.gov.br/blog/especial-zoneamento-entenda-as-zonas-de-centralidade/> Acesso em 03/11/2017 Escolas sustentáveis, disponível em: <http://sustentarqui.com.br/construcao/10-escolas-sustentaveis/> Acesso em 17/09/2017 Regras ABNT, disponível em: <http://www.profemarli.com/regras-abnt-2017> Acesso em 15/09/2017 Escola Yutaka, disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/787601/jardim-de-infancia-yutaka-sugawaradaisuke> Acesso em 03/11/2017 Tratamento de àgua e reuso, disponível em <http://alfamec.com.br/produtos/tratamento-de-agua/eta-estacao-para-tratamento-de-agua-para-reuso/> Acesso em 16/01/2018 Madeira laminada colocada, disponível em: <http://www.carpinteria.com.br/madeira-laminada-colada-glulam/> Acesso em 03/02/2018

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Educação ambiental, disponível em < http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3. pdf> Acesso em 21/03/2018 Manual de Escolas Sustentáveis, disponível em <http://pdeinterativo.mec.gov.br/escolasustentavel/manuais/Manual_Escolas_Sustentaveis_v%2005.07.2013.pdf> Acesso em 08/09/2017 Escola Infantil Burgenland, disponível em <https://concursosdeprojeto.org/2012/06/16/jardim-de-infancia-austria-solid/#jp-carousel-19284> Acesso em 28/09/2017 Escola Maple Street, disponível em <http://barkerfreeman.com/portfolio/maple-street-school/> Acesso em 28/09/2017 Escola Kindergarten Kekec, disponível em < http://www.archdaily.com/117812/kindergarten-kekec-arhitektura-jure-kotnik> Acesso em 29/09/2017 Escola Ary Payet, disponível em <https://arcoweb.com.br/noticias/tecnologia/cores-vibrantes-fachada-escola-infantil-francesa> Acesso em 04/10/2017 Gráficos de materias, disponível em <http://www.itaconstrutora.com.br/por-um-mundo-sustentavel/> Acesso em 16/03/2018

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LISTA DE IMAGENS Imagem 01: Tabela de benefícios da sustentabilidade na escola. Imagem 02: Linearidade e interação do interno com externo. Imagem 03: Teto brilhando refletindo e absorvendo o externo para o interno. Imagem 04: Camadas de divisórias inspiradas nas montanhas. Imagem 05: Implantação com os três jardins. Imagem 06: Corte apresentando o jardim coberto e o jardim estático. Imagem 07: Jardim coberto e suas divisões. Imagem 08: Esquemas demonstrativos de mobiliário, divisões e conforto térmico. Imagem 09: Pergolado e deck de madeira para uso livre das crianças. Imagem 10: Sala de aula com aproveitamento máximo da luz natural. Imagem 11: Elevações com fachada norte e fachada sul. Imagem 12: Salas de aula integradas e portas com aberturas irregulares. Imagem 13: Mobiliário, pias e banheiros à altura das crianças. Imagem 14: Fachada do anexo com lâminas de madeira para controle da luz e diversão para as crianças. Imagem 15: Corte da sala e circulação do novo anexo. Imagem 16: Sala de jogos com abertura de vidro para os banheiros. Imagem 17: As três imagens representam algumas das diversas criações com cores e aberturas na fachada. Imagem 18: Vista do jardim para a escola, mostrando suas cores e estruturas de madeira. Imagem 19: Estruturas de madeira e sistema Safetyline. Imagem 20: Imagem aérea através doo Google Earth para localização do terreno. Imagem 21: Mapa de zoneamento apontando dentro do círculo o terreno em questão. Imagem 22: Tabela geral com dados legais para construção no terreno. Imagem 23: Mapa de uso do solo do entorno imediato do terreno. Imagem 24: Vista da Av. Washington Luís x Rua Belterra. Imagem 25: Rua Belterra sentido bairro e terreno.

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Imagem 26: Rua Belterra, lado esquerdo terreno, lado direito condomínio. Imagem 27: Rua Adornos x Belterra. Imagem 28: Rua Lemes do Prado sentido bairro, lado direito o terreno. Imagem 29: Rua Lemes do Prado sentido centro com vista para o Wallmart. Imagem 30: Vista do Wallmart para o terreno. Imagem 31: Gráfico com variações de temperaturas ao longo do ano. Imagem 32: Tabela apresentando as diversas variações de temperatura a cada mês do ano. Imagem 33: Esquema para apresentar o controle de luz solar através de diferentes fechamentos. Imagem 34: Dimensões para banheiros acessíveis. Imagem 35: Esquema explicativo do vento em relação à temperatura durante o dia na primeira imagem e durante a noite na segunda imagem. Imagem 36: Gráfico representativo do estoque que a madeira retira da atmosfera. Imagem 37: Comparação do consumo de energia dos materiais citados.

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A sensível degradação ao meio natural obriga tanto os profissionais da construção quanto os tomadores da decisão a empreender rapidamente medidas que se impõem para assegurar a qualidade de vida das futuras gerações. A iniciativa ambiental associa o conforto dos seres humanos à preservação das fontes naturais e ao gerenciamento de resíduos. A escola deste livro demonstra que é possível construir ecologicamente, com um custo adicional de investimento - que rapidamente retorna com as construções econômicas em termos de energia, permitindo um grande espaço aos materiais que não causam dano ao ambiente e aos recicláveis.


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