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Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo Centro Universitรกrio Senac
V. 2, N. 2 - 2017
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revista do tcc
#02 > 2017
Centro Universitário Senac, ARQLAB Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo Volume 2 número 2 - Revista do TCC 2017 | 1 / ARQLAB. Centro Universitário Senac - São Paulo (SP), 2017. 150 f.: il. color. ISSN: xxxx-xxxx Editores: Ricardo Luis Silva, Valéria Cássia dos Santos Fialho Registros acadêmicos (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2017. 1. Divulgação Acadêmica 2. Produção discente 3. Trabalho de conclusão de curso 4. Graduação 5. Arquitetura e Urbanismo I. Silva, Ricardo Luis (ed.) II. Fialho, Valéria Cássia dos Santos (ed.) III. Título
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
REVISTAS DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO v. 2 n. 2 - revista do tcc 2017_01 edição #02 FICHA TÉCNICA: Coordenação de curso e Editora da revista: Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho Edição e programação visual: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva Produção e organização: ARQLAB
Apresentação
Este volume apresenta os Trabalhos de Conclusão de Curso da Turma 2012-2 do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac, sintetizados pelos seus autores na forma de pequenos ensaios. Os trabalhos estão organizados em 6 Linhas, sob orientações dos professores abaixo listados: L1: Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento L2: Arquitetura do Edifício Profa. Dra. Valéria Fialho e Prof. Esp. Artur Katchborian L3: Patrimônio Arquitetônico e Urbano Prof. Me. Ralf José Castanheira Flores L4: Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem Profa. Me. Rita Canutti L5: Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro L6: Tecnologia aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo Prof. Me. Ricardo Wagner Martins
Os trabalhos na íntegra podem ser acessados no endereço virtual abaixo: https://issuu.com/senacbau_201202 Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho
Linha 1 Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
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Polis Palimpsesta: Os resquícios da metrópole industrial Karina Ribeiro Cardoso da Silva
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A Casa da Alice: identidade do imigrante Larissa Duarte Fernandes
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Sardezas: espaços e expressões artísticas e culturais Stephanie Garcia Dragan
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Linha 2 Projeto do Edifício
Arena de Eventos Caio Cezar Espindola
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Residência Voltero: a fuga do indivíduo urbano para o meio rural Caroline Queiroz Nascimento
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GAXT: Intervenção de caráter efêmero em edifício garagem no centro da cidade de São Paulo Daniela Ciarvi Martins
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COworking | COliving João Marcos Adorno Guirau
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Complexo de uso misto em São Paulo -‐ Pinheiros Marina Pires Burjato
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Vila João Gregório -‐ ILPI Norma Leticia Camargo Gregório
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Centro de referência para deficientes visuais Dorina Nowill Paola Ferraresi
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Habitação de Interesse Social: Conjunto Habitacional Campo Grande Paulo Roberto Martins Lopes Montinho
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Linha 3 Patrimônio Arquitetônico e Urbano
Laranjeiras | SE -‐ Entre o efêmero e o histórico Amanda Menezes Santiago
Cidade Fragmentária: Bom Retiro como paisagem e colagem Bárbara Moraes Ferreira
Linha 4 Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
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Operação Urbana consorciada Água Espraiada: Habitação Social no Jabaquara Danielle Braga de Melo
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Requalificação do Eixo Tamanduateí em Santo André Lucas Lohengrin Pereira Wochnik
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Linha 5 Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
UBUNTU - Mobiliário urbano em processos coletivos Alexandre Monteiro da Cruz
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Mobiliário de Encaixe Matheus de Luca Ferreira Ota
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Reflexos do imensurável: reflexões de um urbanista solitário. A luz e monumentalidade em Kahn Natalia Yumi Deodoro Imasaki
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FICA : Entre Momentos Urbanos Renata Moutinho Arriola
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Nasce uma Estrela: do cinema ao teatro Thila Bartolomeu de Oliveira
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Linha 6 Tecnologia Aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo
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Complexo Estudantil Lavapés Carol Ramos Silva
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Reuso de Container: do abandono à cultura Luane Bregola Rodrigues
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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
L1
Polis Palimpsesta Os resquícios da metrópole industrial Karina R Cardoso Orientadora: Prof. Dra. Myrna de Arruda Nascimento
Figura 01: 10001 Fonte: acervo da autora
Resumo Este Trabalho de Conclusão de Curso estuda causas e efeitos do processo de transformação das zonas destinadas a produções industriais, na cidade de São Paulo, que hoje se localizam
urbanos metropolitanos. Tais objetos territoriais permanecem vazios e sujeitos a deterioração causada pelo tempo e pelo abandono, enquanto o entorno urbano que lhes é adjacente, se mantem ativo e metamórfico, em busca de conteúdos e (res) significações. Assim, identificamos pontos do eixo NE-SE do município de São Paulo, selecionados através de contextualização histórica, como espaços que nos permitem flagrar e trabalhar os fragmentos industriais através de levantamento fotográfico e experimentação em fotomontagem. Palavras chave: São Paulo; áreas industriais; fragmentos urbanos; signos; fotomontagem.
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produções iconográficas, construir um olhar crítico sobre as atuais contradições dos centros
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em regiões consolidadas e próximas aos centros urbanos, possibilitando, através de reflexões e
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Introdução O trabalho pretende investigar a obsolescência das estruturas industrias inativas existentes em polos que obtiveram sua ascensão na metrópole paulistana. Essas sequencias de conjuntos fabris são entendidas como resquícios de um território em transição, “vazios construídos” resultantes do processo de falecimento da metrópole industrial, que geram espaços negligenciados nas zonas densas da cidade. Estes espaços são estímulos possíveis para subversão de voltar o olhar para o abandono das edificações industriais; são argumentos a favor da intervenção artística visando tecer um horizonte crítico, de resistência e atuação para transformação e apropriação estética desses lugares supostamente invisíveis da cidade. Os efeitos éticos, políticos e estéticos da permanência do vazio nestes resíduos, encontram ressonância na cultura urbana, dependentes da ideia que se tem de paisagem e de seus significados. Assim, pretende-se incorporar a problemática teórica no objeto territorial de estudo, considerando possibilidades de reinvenção que as subversões do olhar sobre os lugares abandonados dentro do espaço metropolitano podem provocar. O entendimento das causas e efeitos do processo de transformação das zonas destinadas a produções industriais, que hoje se localizam em regiões consolidadas e próximas aos centros urbanos, permite um olhar crítico sobre as atuais contradições dos centros urbanos metropolitanos. Observamos que, ao mesmo tempo em que tais objetos territoriais permanecem vazios e sujeitos a deterioração causada pelo tempo e pelo abandono, seu entorno urbano se mantém ativo e metamórfico, em busca de conteúdos e (res) significação. Este trabalho, portanto, identifica pontos do eixo NE-SE do município de São Paulo, selecionados através da contextualização histórica, espaços que permitem flagrar e trabalhar os fragmentos industriais pelo levantamento fotográfico e recurso da fotomontagem. Proposição Na estruturação do trabalho, o primeiro capítulo apresenta dados históricos que relacionam a cidade de São Paulo e as transformações que esta passou ao longo do século XX. O segundo capítulo abrange as transformações da paisagem urbana afim de nos permitir compreender e discutir os cenários da imagem contemporânea. O terceiro capítulo subsidia a discussão da imagem como resultado da acumulação temporal e a formação de sobreposições do que compreendemos da paisagem através da linguagem fotográfica. Por último, o quarto capítulo, traz o conceito da cultura do fragmento capaz de representar as questões da composição da imagem como simples materialidade, e evidencia-las como realidades possíveis de serem reconstruídas através da experimentação em fotomontagem.
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I.
São Paulo do século XX
Comparando as plantas da cidade de São Paulo referente ao cenário industrial do século XX com as que correspondem às diversas etapas de vida da urbe paulistana no século atual, observamos que sua expansão dado a concentração gradual de atividades facilitada pelas vias férreas, decorreu ao longo dos eixos, e seu crescimento foi simultâneo ao surgimento de áreas relativas a proliferação, como, Brás, Belém, Mooca, Ipiranga, entre outros. A decisão do território parte do pressuposto das atividades industriais que tiveram influência sobre a composição da metrópole desde a sucessão histórica e, que ainda reside na formação da paisagem e na prática socioespacial enquanto vida, formas, e momentos de apropriação do espaço como elemento característico da atual imagem da cidade de São Paulo. Dado os fatores, a decisão pelo eixo NE-SE (Nordeste-Sudeste). Concluindo as definições prepositivas para o eixo, atribuímos um mapeamento geral das edificações industriais resistentes na paisagem, sob a junção de diversos dados físicos equivalentes a fontes primárias, secundárias até a atribuição de levantamento “in loco”, a fim de produzir uma base assídua com as questões de compreensão do território atual. Deste modo, constituir os aspectos da formação do eixo proposto, compreendemos o raciocínio em dois momentos. O primeiro, destaca-se pela temporalidade e a influência das industriais que tiveram sua funcionalidade na formação do território como produto histórico social e, que atualmente tem seu
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reconhecimento como patrimônio da cidade ou símbolo da formação da paisagem. O segundo momento, forma-se pelo processo quantitativo, comportando as características proliferativas da produção industrial desde sua ascensão e suas potenciais atividades que abrigou, e concretizada como realidade espacial de um movimento acumulativo ao longo de umas séries de gerações.
Figura 02: Mapa quantitativo. Fonte: acervo da autora. II. Imagem da Paisagem
III. Polis Palimpsesta
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Figura 03, 04: Trabalhador, grade. Fonte: acervo da autora E esse ponto, neste espaço que se expõe em forma estrutural do traço do urbano, se apresenta como uma incógnita a ser interpretada e sobre ela incidem as possibilidades de se formar uma nova percepção do que compreendemos deste espaço pulverizado, mas composto sob a invocação e transformação do que entendemos por segmento da metrópole. Espaço revelado através dos vestígios, por vezes imperceptíveis, mas ainda assim, passíveis de serem resgatados por meio das interpretações que conduzimos na nossa atividade intelectual.
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O espaço como dado da regulação dos modos de produção e de sua formação social, se transmuta em um cenário de fluxos com diferentes níveis, imensidades e orientações, do qual verificamos como o resultado da paisagem. Nesse sentido, o espaço advertido se traduz de redes desiguais que, emaranhadas em diferentes escalas e níveis se sobrepõem e formam uma composição do lugar de todas as ações decorridas do tempo. Dimensões que se apresentam como uma provocação, começamos pelo espaço, entendido tanto como território da cidade – apropriado e transformado pelo homem – quanto como espaço construído- materialidade edificada- que se reveste de forma, função e significado. Neste momento esta dimensão espacial que se oferece ao olhar no contexto urbano, tem marcada sobre si a passagem do tempo, uma vez que se trata de buscar, na cidade, sua história e memória.
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Palimpsesta, de origem, palimpsesto, é uma palavra grega surgida no século V a.C., depois da adoção do pergaminho para o uso da escrita. A palavra veio a significar aquilo que se raspa e escreve de novo, recurso que permite a reutilização. Esta definição nos fornece um horizonte crítico do olhar para o antepassado. A superposição de camadas de experiências e lembranças de vida instigam o desfolhamento daquilo que se encontra oculto ou disperso, embora, muitas vezes imperceptíveis, mas ainda suscetíveis de ser descoberto.
Figura 05, 06:Degradação, quebra. Fonte: acervo da autora
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A resposta é uma verdadeira fragmentação, cada lugar é desse modo uma paisagem em palimpsesto, o resultado de uma acumulação, na qual a composição da imagem se forma através da materialidade do espaço construído, por sobreposição, substituição ou composição. Nesta medida, a passagem do tempo influi na alteridade das formas, se permanecem ou são modificadas desde o desgaste até a adaptação dos novos segmentos da contemporaneidade. Deste modo, colocado em relação aos elementos de outras camadas, cada pedaço do passado pode revelar-se como fonte de conhecimento dado a aglomeração do tempo. E nesta medida, o espaço contido em palimpsesto, continuará sendo palimpsesto de outras composições significantes, que influem na sua própria composição. Pois o palimpsesto, é um fenômeno que instiga a descoberta, e o interprete sentese estimulado a ler e ver este evento sob as representações que o configuram e que incessantemente estarão sujeitas à modificação. Portanto, a abdução da paisagem sob todas as formas fragmentadas, se fixa sob o que se observa. Das texturas; dos sentidos; do escuro; da luz; do ocluso; da abertura; do oculto; das semelhanças; do reflexo; da presença ou visão do homem;
Figura 07,08: Materialidade interna, sinalização. Fonte: acervo da autora IV. Cultura do Fragmento Na cultura do fragmento, tudo se desmembra, se desloca, se sobrepõem e fragmenta para ser mais consumível, manipulável e montável; cada elemento agora, visto como descoberta tem autonomia sobre sua identidade, para dizer e assumir-se como representação de suas raízes e suas qualidades críticas, e concentra processos de reconstrução dos significados desses pedaços de realidade. A atitude do observador se revela nos processos de captura da paisagem e na capacidade de organizar (hierarquizar, selecionar e aproximar) os objetos (ou melhor, os fragmentos). Cabe o euespectador articular os fragmentos ou, os episódios assistidos em um discurso linear ou não, conferindo-lhes um novo sentido depois do percurso do espaço sobre as partes que foram desencadeadas.
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Em síntese, a narrativa da realidade visível no sentido do palimpsesto, está ligada pela formação de uma identidade de sobreposições que se encaminham como interpretações do tempo sincrônico, a qual contribui para a construção de novos pontos de vista, dado um espaço onde os significados são adquiridos sobre a presença desses resquícios. Neste momento, a materialidade surgida se articula em um único projeto, fundindo abstração, figuração, historicismo e o diálogo com a linguagem fotográfica, que assim vinculados, superam as diferenças entre imagem e realidade, reprodução e original, e alcançam ao máximo sua expressão metafórica, dada a abrangência de significação que promovem, e finalizam numa imagem atemporal e anacrônica as suas origens. Portanto, concluímos o trabalho pela experimentação da fotomontagem, que se comporta como técnica empregada sobre formas materiais, e resultam em produções icônicas por assumir alto grau de qualidade e representação do objeto como algo que orquestra sua sintaxe de forma única, portanto, adotando o caráter de signo em estágio de maior significação. É a resultante do espaço criado por imagens abduzidas que, sobre tantos ensaios, previamente elaborados e testados, não apenas se tornaram como único gesto de um único ponto de vista do eu-espectador, mas também são capazes de dizer muito mais do espaço real que a cidade ainda exibe em seu contornos e cantos ocultos. O produto da imaginação trabalhando como uma ponte para a compreensão do espaço e do lugar que vivemos.
Figura 09,10: 1000,10011. Fonte: acervo do autora Referências AGAMBEM, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Trad. Vinicius Nicastro. Chapecó- SC: Argos, 2009 AUGÉ, Marc. Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus, 2004.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto,1997; DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico. São Paulo: Editora Papirus. 1994 FERRARA, Lucrécia D’Alessio. Comunicação Espaço Cultura. São Paulo: Annablume, 2008. FERRARA, Lucrécia D’Alessio. Olhar periférico: informação, linguagem, percepção ambiental. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999. FOCAULT. Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2000. GOMBRICH, Ernst. Arte e Ilusão. São Paulo: Martins Fontes. 2007. MONTANER, Maria Josep. As formas do século XX. São Paulo: DG. 2002. PEIXOTO, Nelson Brissac. Intervenções Urbanas: Arte/Cidade. São Paulo: Senac, 1996.
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BERGSON, Henri. Matéria e Memória. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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CHOAY, Françoise. Alegoria do Patrimônio. São Paulo: Editora Unesp. 1999
A Casa da Alice Identidade do Imigrante Larissa Duarte Fernandes Orientadora: Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento
Resumo Este trabalho de conclusão de curso pretende estudar a essência do morar e pertencer relacionado ao ambiente em que vivemos, mais especificamente, a casa e como o arquiteto deve considerar a identidade tão peculiar de cada pessoa nos projetos de interiores. Propõe-se desenvolver dois projetos de reforma para a mesma edificação, fazendo a atualização da residência selecionada, no bairro Vila Mariana, com uma decoração baseada em paletas de cores específicas e inspirada na cultura e arquitetura de cada nacionalidade, bolivianos e haitianos, o que resulta em projetos com identidades próprias onde o morador sinta a sensação de pertencer ao lugar.
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Figura 01: A Casa da Alice em 2016. Fonte: acervo do autor
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Introdução Neste trabalho de conclusão de curso foi estudado a essência do pertencer e morar, a relação ao ambiente em que habitamos, como traduzir a identidade em uma arquitetura de interiores. Propõe-se a reforma para imigrantes em um sobrado da década de 30, localizado na Vila Mariana. Denominado A Casa da Alice, o sobrado pertence à minha família, Alice é minha avó de consideração com quem compartilhei momentos maravilhosos, minhas memórias na casa são de aconchego, brincadeiras e muito amor. Uma casa relativamente grande e bem estruturada, composta por três salas, uma cozinha ampla com despensa, três quartos, dois banheiros, uma edícula e uma lavanderia. Vazia há mais de um ano e sem intervenção alguma, os móveis permanecem em seus lugares, fotografias, quadros e objetos. Em 10 anos o número de imigrantes aumentou 160% no Brasil e este contingente revela que essa corrente imigratória é liderada por Haitianos, Bolivianos, Colombianos e Argentinos. Portanto foi escolhido propor dois projetos distintos para moradores haitianos e bolivianos. Dentre os objetivos desse trabalho estão compreender como o espaço se qualifica através de objetos mobiliários e elementos vinculados a memórias, culturas e lembranças de cada morador; estudar o conceito de identidade e refletir como traduzi-lo e aplica-lo no projeto; estudar recursos do projeto de interiores aplicados nas arquiteturas haitianas e bolivianas e propor intervenções flexíveis destinadas a espaços residenciais. Para concretizar esses objetivos foi usado como base teórica a obra “Identidade”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que apresenta uma entrevista de Bauman à Benedetto Vecchi, onde conta sua própria experiência de refugiado, com essas experiências de não pertencer ao lugar novo os deram embasamento para relacionar com o mundo moderno e nos faz pensar muito sobre a relação imigrante x sociedade, como é importante buscar sua essência e transporta-la para um novo lugar. Com todo esse embasamento teórico de Bauman e minhas referências arquitetônicas e culturais da Bolívia e Haiti, traduzi as duas nacionalidades nos projetos.
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Proposição Para estudo de caso pensamos na elaboração de paletas de cores baseadas em tecidos característicos de cada país, na segunda etapa estudamos alguns projetos de Tricia Guild, uma designer de interiores, Britânica, conhecida pelo seu trabalho único e marcante, cheio de cores, texturas e personalidade e de Dado Castello Branco, um arquiteto brasileiro, conhecido por respeitar e refletir o perfil e personalidade de cada cliente em seus projetos.
Figura 02 : Tecido Bolívia. Fonte: google
Figura 03 : Tecido Haiti. Fonte: google
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Figura 04: Paleta Bolívia. Fonte: acervo da autora
Figura 05: Paleta Haiti. Fonte: acervo da autora.
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Em ambos projetos decidimos manter a maior parte estrutural da casa já existente, apenas com algumas alterações como abertura de arco entre a cozinha e a sala de jantar, troca de janela por porta no ateliê e deslocamento de parede no segundo pavimento para que aumentasse o escritório e transformasse o quarto em banheiro para melhor comodidade aos moradores. O programa permaneceu o mesmo, menos a edícula que transformamos em um ateliê musical (Haiti), equipado de revestimento e porta acústicos e ateliê de artesanato (Bolívia). Outro ponto importante para ser destacado é o depósito que deixamos como área destinada de forma particular de atender as demandas dos habitantes. Escolhemos deixar este ambiente “vazio” e “indefinido” como um convite à contribuir com as necessidades do morador em estágio de “passagem” pelo lugar da moradia. Para finalizar, outra decisão, a fachada será mantida original para que seja preservado uma parte da identidade da casa.
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Figura 06: Planta Bolívia. Fonte: acervo da autora.
Figura 08: Planta Haiti. Fonte: acervo da autora.
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Figura 07: Colagem Bolívia. Fonte: autora
Figura 09: Colagem Haiti. Fonte: autora
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Referências BAUMAN, Zygmunt, Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi, 1925. DADOS IMIGRATÓRIOS. Disponível em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/em-10-anosnumero-de-imigrantes-aumenta-160-no-brasil-diz-pf.html
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HABITARE E HABITUS: um ensaio sobre a dimensão ontológica do ato de habitar por Adson Bozzi – Vitruvius.
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Sardezas: Espaço de expressões artísticas e culturais. Stéphanie Garcia Orientadora : Prof. Dra. Myrna de Arruda Nascimento
Figura 01 : Atelier de Grafiti. Sala educacional do Museu Sardezas. Fonte: acervo do autor.
Resumo Este trabalho compreende estudos sobre o espaço arquitetônico, sua relação com o indivíduo e com o entorno, de forma a compreendê-los com maior domínio, para desenvolver uma proposta arquitetônica qualificada, adequada à paisagem, às demandas Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
da população local e às necessidades da área. Como objeto de estudo selecionou-se um terreno no centro de São Paulo, próximo à estação de Metrô Sé, para propor um projeto de Museu de Artes Contemporâneas destinado a abrigar expressões das artes plásticas, dança, música e fotografia. O projeto se desenvolveu a partir do estudo das teorias da fenomenologia do espaço, tendo como base autores como Merleau Ponty e Juhanni Pallasmaa. O projeto busca gerar ambientes sinestésicos, explorando textura, cor, dimensões, luz e outras variáveis projetuais com o intuito de proporcionar experiências sensíveis. Palavras chave: Fenomenologia, Museu de Artes Contemporâneas, Projeto de arquitetura, Merlau Ponty, Juhanni Pallasmaa
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Introdução A fenomenologia é uma forma de entender o pensamento, cujo estudo se relaciona a temas arquitetônicos lecionados ao longo do curso de arquitetura e urbanismo. Isto posto, propicia a oportunidade de colocar em prática projetual e teórica, diversos assuntos abordados pelo curso. A fenomenologia do espaço é um estudo imprescindível para a construção de edificações qualificadas para a cidade e, portanto, é necessária à sua discussão. O seguinte trabalho propõe aplicar a fenomenologia e a percepção do espaço sobre um museu, cuja escolha se dá pela facilidade da aplicação destes conceitos sobre o programa da arquitetura museológica e introduz a criação de um espaço expositivo, o qual usufrui da percepção do espaço e da experiência sensorial para acontecer. Estamos em constante movimento devido a necessidade de produzir e criar com agilidade e com isso nos deslocamos da mesma forma. O percurso deixa de ser notado passando a ser um intermédio entre localidades e as relações sociais do cotidiano são breves. Tendo isso em vista, a arquitetura deve assumir a necessidade de desenvolver áreas que permitam o ócio e a pausa de se viver em uma metrópole. Carecemos de áreas em que haja convívio e a troca social, locais de permanência e ambientes de qualidade para desenvolver nossas atividades cotidianas, sejam eles escritórios, casas, escolas ou praças. Para isso é preciso compreender o espaço, avaliar o entorno e a necessidade do público ao qual a edificação pretende atender. É primordial, portanto, analisar a relação entre espaço X indivíduo X arquitetura. Estudar a fenomenologia do espaço aplicada projetualmente é uma forma de compreender como esta interrelação ocorre. A arquitetura possui a capacidade de gerar abrigo assim como de transmitir sensações, dessa forma torna-se possível criarmos espaços que condigam com a sua função abrangendo elementos estruturais, dimensões, cores e texturas. Logo, adquirindo consciência do espaço e seu entorno, constrói-se arquiteturas mais qualificadas influindo no desenvolvimento de melhores cidades. O seguinte trabalho possui como objetivo: produzir análise crítica sobre a fenomenologia do espaço na arquitetura partindo do princípio de que a mesma pode influenciar o estado de espírito dos indivíduos; aplicar os princípios da fenomenologia projetualmente sobre a forma de um Museu para melhor compreensão da relação entre o espaço, usuário e a arquitetura. Esta aplicação tem como intuito buscar
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a produção de melhores espaços arquitetônicos visando valorizar o usuário da edificação; produzir espaços públicos de permanência e de atividades culturais; através do desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso, colocar em prática o que foi aprendido neste período usufruindo no respectivo trabalho de questões como conforto ambiental, estrutura, teoria, paisagismo, plasticidades e urbanismo. Como metodologia, foram realizadas análises sobre o terreno escolhido para a avaliação do entorno quanto as deficiências, determinantes e condicionantes de forma a desenvolver o projeto da melhor forma possível atendendo as demandas da área; embasamento teórico e projetual através de estudos sobre obras que abordem a fenomenologia do espaço e suas teorias.
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Proposição
O projeto possui como partido desenvolver áreas de permanência na zona central da cidade de São Paulo através de espaços sensíveis que gerem a percepção do entorno, do espaço e do indivíduo na cidade. Foi criada uma praça, que se estabelece em desníveis aproveitando a própria topografia do terreno, cujo desnível varia 7.20m. O programa educacional da edificação, que engloba atelier de artes, sala de música e de dança e área de estudos situamse ao longo da praça gerando um percurso ao usuário, que percorre o espaço por inteiro através das atividades. A área de estudo possui um mobiliário feito de três peças que podem se unir ou não. Dentro do banco existe uma cobertura retrátil com uma lousa. O intuito é propor um espaço em que os usuários o definam da forma que preferirem, por isso o mobiliário permite ser unido criando ambiente para mais de uma pessoa ou não. Na praça existem três intervenções, que possuem a intenção de aguçar os sentidos. Próximo ao atelier está a primeira que propõe um emaranhado de materiais de diferentes texturas que servem para serem escalados. A segunda, inspirada na obra Beam Drop do artista Chris Burden, situada em Inhotim, MG produz sons e acende luzes quando jogado pequenas pedras sobre as barras de aço corten que a compõe. A última escultura é um pergolado, no qual está prendido diversos tecidos. São dispostas essências numa bancada, que permite a criação de fragrâncias para serem espirradas sobre os tecidos. Conforme venta, o cheiro sobre o tecido se espalha. No último desnível, por o terreno estar localizado numa ZEIS-3 foi criado uma HIS, a qual possui comércio no térreo, que pode ser acessado pela praça. Para que não fossem criados muros, o próprio desnível cria uma limitação
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a esta parte do terreno, além da inserção de um espelho d’água.
Figura 02 : Planta do térreo, que mostra a ocupação do terreno como praça .Fonte: acervo do autor.
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A ocupação da edificação sobre o terreno se dá de forma orgânica e linear com o objetivo de se contrapor aos edifícios modernos do centro, que se estabelecem ortogonalmente. A estrutura é de concreto e a laje é nervurada devido a possibilidade de suportar maiores vãos. Foi criada uma fachada dupla de vidro de baixa incidência solar para que as obras não sejam afetadas. A segunda fachada é composta por painéis móveis de madeira que permitem o controle maior da iluminação e proporciona certa liberdade para a criação da luz ao longo das exposições. Foi escolhida uma fachada dupla, pois esta ameniza o uso de ventilação artificial, que é indispensável nas áreas expositivas para controle de temperatura das obras. No núcleo técnico foi utilizado cobogós.
Figura 03: Imagem da recepção do museu com passagem de luz pelos cobogós e zenital. Fonte: acervo do autor. Figura 04: Imagem da fachada. Fonte: acervo do autor.
A passagem de luz e por consequência a criação de sombras faz parte da leitura
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projetual e da composição sensível dos ambientes.
Figura 05: Desenho da fachada oeste. Fonte: acervo do autor.
A edificação possui dois pavimentos sendo que o primeiro abriga a exposição temporária, uma oficina de grafite e o núcleo técnico composto de sala de restauro, manutenção, sala de apoio, administração, curadoria, sala de técnica e diretoria. O segundo pavimento possui o acervo expositivo do museu, um café que cria um espaço fluido permeado por esculturas e um cinema ao ar livre. A intenção desse programa é valorizar diferentes expressões artísticas e expandir espaços culturais abertos a todos na área central da cidade.
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Referencias
MONTANER, Josep Maria. A Modernidade Superada. 2ª ed. São Paulo: ed. G.Gili, 2012. MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. 4ª ed. São Paulo: ed. WMF Martins Fontes, 2011. PALLASMAA, Juhani. Os Olhos da Pele. Porto Alegre: Bookman, 2011 NESBITT, Kate (Org.). Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo: Cosac Naify. SARTORELLI, Cesár Augusto. As Exposições das arquitetas curadoras Lina Bo Bardi e Gisela Magalhães como linguagem da Arquitetura. Tese de doutorado FAU USP, São Paulo, 2014
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Figura 06 : Cinema ao ar livre localizado no ultimo pavimento. Fonte: acervo do autor.
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Arena de Eventos Um projeto de arquitetura Caio Cezar Espindola Orientador: Prof. Esp. Artur Katchborian
Figura 01: Render da Arena. Fonte: Acervo do Autor
Resumo São Paulo é uma das cidades brasileiras mais conhecidas mundialmente. Sua influência tanto nacional como internacional tem despertado, cada vez mais, o interesse do setor de entretenimento. Diante deste cenário, anualmente, São Paulo vem recebendo diversos eventos
conclusão de curso tem como finalidade propor soluções espaciais para atender esta crescente demanda. Para tanto, foi desenvolvido um projeto para um espaço de eventos que busca através da arquitetura, proporcionar aos seus estimados 18 mil usuários, uma experiência única. 1
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A partir da análise de informações e referências projetuais acerca deste tema, este trabalho de
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esportivos e musicais, configurando um próspero mercado.
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Introdução Pouco conhecido no Brasil, devido à sua não existência no país, uma arena de eventos tem como finalidade, receber eventos que necessitam uma quantidade intermediária de pessoas, entre casas de shows comuns e estádios de futebol. Suas características arquitetônicas que lembram ginásios poliesportivos, se diferenciam através de estruturas voltadas para receber também, em sua maioria, concertos musicais. O projeto consiste então em uma arena com um salão com capacidade aproximada para 18 mil pessoas, em diferentes setores. Para diferentes opções de eventos, a arena apresenta um palco móvel com 3 diferentes opções de localização, podendo receber eventos com palcos centrais, ou tradicionais, ao fundo da arena. O espaço da pista, e a estrutura da casa, permite receber também eventos esportivos. O programa atende à todas as necessidades do evento, como camarins para os artistas, vestiários para os atletas, e todas as áreas de suporte para os mesmos com toda sua equipe. Bares e banheiros espalhados em cada setor, hall de entrada e áreas comuns ao longo da arena. Cozinhas, estoques, enfermaria e área administrativa, também complementam o projeto. Sua área externa foi pensada de forma que crie uma grande praça, onde pode ser usada também em dias em que a arena não está recebendo eventos. Área para Food Truck, e um eventual palco externo foram criadas, para obter mais usos ao local. Segundo estudos, São Paulo contém inúmeros espaços de eventos, com capacidades diversificadas. Desde bares e salões de festas com capacidades inferiores à 1.000 pessoas, até grandes estádios de futebol, com capacidades superiores à 40.000 pessoas. Dentre esses inúmeros espaços estudados, foram relatadas as principais casas de grandes eventos em São Paulo, levando em conta os espaços mais usados para os principais eventos na cidade. Os espaços então foram divididos em 3 grupos, sendo:
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Tabela 01: Lista de Casas Estruturadas em São Paulo. Fonte: Acervo do Autor
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Proposição Localização Localizado na zona sul de São Paulo, no bairro do Morumbi, a escolha se deu por conta de sua proximidade com a estação de trem Morumbi da CPTM. A intenção de construir a edificação em um terreno de fácil acesso, era o fator principal na escolha do mesmo. Dar a opção de chegar à arena por transporte público, atrai mais frequentadores ao espaço. O terreno fica a 900m da estação Morumbi da CPTM, na Av. Roque Petronio Jr. X Rua Santo Arcadio.
Figura 02: Imagem de Satélite via Google Maps Mostrando o Caminho Entre a Estação Morumbi da CPTM e o Terreno do Projeto. (FONTE: Google Maps) Setores A arena dispõe de 7 setores fixos, e uma arquibancada móvel, podendo chegar à sua lotação máxima de 18.476 pessoas.
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Com a opção de palco móvel, que pode ser implantado de 3 diferentes formas, a arena então dá a possibilidade de 5 layouts de setores diferentes, conforme a necessidade do evento.
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Referências “Acústica aplicada ao controle de ruído - 2ªEd” (Sylvio R. Bistafa – editora Blaucher) http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/ https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/08/H%C3%A1-terrenos-vazios-em-S%C3% A3o-Paulo.Ainda-assim-locais-para-constru%C3%A7%C3%A3o-s%C3%A3o-tema-de-disputa http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/zeladoria/psiu/index.php? p=8831 http://urbanidades.arq.br/2007/11/zoneamento-e-planos-diretores/ http://www.planesporte.com.br/arquibancadas.php https://sergionobre.wordpress.com/2013/01/ http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-taxa-de-ocupacao/
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http://www.brasil.gov.br/turismo/2016/08/eventos-internacionais-no-brasil-crescem-em-400 http://www.visitesaopaulo.com/press-releases-detalhe.asp?press=1273 http://www.abeoc.org.br/2017/05/brasil-cai-4-posicoes-no-icca-e-chega-ao-fundo-do-poco/
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http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/zoneamento/0001/parte_II/ mapas_baixa/04-PI-PRE%2820-08-04%29_B-eps.png
Residência Voltero A fuga do indivíduo urbano para meio rural. Caroline Queiroz Nascimento Orientadora: Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho
Figura 01: perspectiva eletrônica criada pela autora. Fonte: acervo da autora.
Resumo A saturação e superpopulação das grandes cidades atualmente tem sido motivo de busca por pontos de fuga e locais de lazer e relaxamento. O indivíduo urbano vive uma rotina desgastante e tem deixado se perder a concepção e o entendimento do papel da arquitetura na sua relação com o meio em que habita. O aprofundamento sobre as residências unifamiliares, o programa rural resultam num projeto, implantado no município de Populina, divisa do estado de São Paulo com Minas Gerais, sendo uma residência para lazer com objetivo de propor uma relação saudável entre o homem oriundo dos centros urbanos com uma área rural praticamente inexplorada, através de uma arquitetura pensada e construída de forma racional, com utilização de materiais e técnicas construtivas respeitosas ao meio.
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que as compõe, juntamente com estudos sobre sustentabilidade, êxodo urbano e meio ambiente
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Introdução As cidades próximas à capital do estado de São Paulo são refúgios de lazer e turismo para os cidadãos cansados de suas rotinas na cidade grande. A busca por uma casa onde se possa descansar e desligar-se de toda movimentação urbana tem sido cada vez mais comum. Prova disso são os quilômetros de trânsito formados nas rodovias em feriados prolongados e férias escolares. O presente trabalho é resultado da soma de conhecimentos adquiridos durante o curso de Arquitetura e Urbanismo com alguns temas aprofundados e decorrido nos próximos capítulos. A abordagem do tema de casas de lazer é abrangente, considerando que existem várias tipologias, estilos e localizações. Através de uma simples pesquisa de boca a boca entre amigos foi possível deixar clara a diferenciação do cenário brasileiro de turismo: no verão, os indivíduos buscam viajar, alugar casas ou se hospedar em hotéis no litoral. No inverno, a busca gira em torno de locações no campo ou na serra. Aqui, alguns critérios foram estabelecidos, e ligados um ao outro, resultaram numa casa de lazer em ambiente rural. A residência fora implantada no município denominado Populina, na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. O motivo da escolha por essa localização foi que a cidade se encontra afastada a quilômetros de distância de centros urbanos desenvolvidos.
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Figura 02: mapa de delimitação do município de Populina. Fonte: acervo da autora. Apesar do afastamento de grandes centros urbanos, foram levantados dados que comprovam que a cidade tem infraestrutura para receber novas construções, pois conta com redes de abastecimento em cerca de 99% dos seus terrenos. Outra informação importante é sobre o crescimento da cidade em termos de população. Tal crescimento, caracterizado como baixo segundo os levantamentos, foi de extrema importância na escolha do município para a implantação do projeto. O objetivo foi adotar uma região fora dos olhares turísticos e do possível interesse de outras pessoas em tornar a cidade em um novo polo urbano. Além da implantação, foram estudados e analisados diversos tópicos com o intuito de justificar as escolhas de programa e materialização da residência e ao final, compreender qual a relação do indivíduo urbano com o meio rural e qual o papel da arquitetura ao servir de agente intermediador dessa relação.
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Proposição
Figura 03: mapa de implantação do projeto. Fonte: acervo da autora. A cidade de Populina foi escolhida por permitir a abordagem de temas fundamentais para o projeto, como a relação com a natureza, a possibilidade de construção em terreno plano e a distância de grandes centros urbanos. Por se tratar de uma região rural, que se quer conta com loteamento de terras, não foram obtidos quaisquer tipos de informações à respeito de limites construtivos, como gabaritos, áreas máximas, etc.
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Todos os assuntos decorridos durante o trabalho foram imprescindíveis para o desenvolvimento de projeto dessa residência e serão pontuados a seguir. Seguindo uma ordem de raciocínio, o primeiro passo dado para elaborar esse projeto foi entender o que caracteriza um espaço privado, mais especificamente uma residência. Partindo desse assunto, foi necessário um aprofundamento sobre a evolução arquitetônica das residências no Brasil, para que houvesse maior compreensão em relação aos elementos que compõem uma residência, não apenas no sentido de materialidade, mas também no sentido de fluxos, aproveitamentos, relações internas e externas, etc. Após a análise desses levantamentos, surgiu um questionamento sobre o quanto a cidade de São Paulo está saturada de construções, sejam elas residenciais ou não e, ainda por cima, sobre o quão raro tem sido ver novas construções residenciais nesse cenário na categoria casa. Esse questionamento despontou uma grande vontade de entender o que vem acontecendo na cidade, mas principalmente, de entender como as pessoas estão lidando com isso. Para onde elas fogem? O que elas buscam com essa fuga? Os indivíduos estão saturados de trânsito, restaurantes e shopping centers lotados, entre tantas outras problemáticas das grandes cidades, eis que um exemplo de ponto de fuga chamou a atenção: a residência projetada por Angelo Bucci, chamada de Casa de Fim de Semana em São Paulo. Compreender que nessa residência, o programa de morar fica em segundo plano, atrás do programa de lazer, foi fundamental para entender o que um indivíduo urbano busca ao fugir da cidade e o que era necessário implantar nesse projeto de residência. Partindo dessas reflexões, o projeto criou uma identidade: uma residência com objetivo de desligar o sujeito de suas relações com a metrópole enquanto estiver presente nela. A escolha de um terreno localizado em um município afastado de qualquer cidade considerada superdesenvolvida foi primordial, além disso, se fez necessário também que o terreno mantivesse total relação e respeito com a natureza. Outro ponto importante na escolha do terreno foi que o mesmo necessitasse o mínimo possível de alterações, como movimentação de terra e remoção de vegetação, com o objetivo de respeitar a natureza local e manter um critério sustentável cabível ao projeto.
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Dessa forma, um dos critérios ao iniciar o projeto foi respeitar o terreno, tanto em relação à área que fora ocupada, quanto às técnicas construtivas e os materiais utilizados. O método construtivo foi fundamentado na ideia de que a construção deverá ser rápida e racional, de modo a evitar desperdícios. Foram adotados materiais pré-fabricados, a fim de diminuir os impactos na área de intervenção.
Figura 04: perspectiva explodida do método construtivo. Fonte: acervo da autora. Figura 05: detalhe da estrutura e fundação. Fonte: acervo da autora.
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Foram adotadas duas tipologias de estrutura: de concreto e de madeira. A estrutura de concreto faz parte exclusivamente da área interna da residência. Foram escolhidos elementos de concreto préfabricados pois esses não teriam seu processo de confecção durante a obra, o que diminui substancialmente a quantidade de resíduos gerados, restando apenas o processo de montagem para a obra. A madeira entra com várias funções nesse projeto, além de sua função estrutural para a grande cobertura da residência, ela funciona também como um ótimo isolante térmico. E ainda possui uma grande vantagem em relação à construção sustentável, pois é um material renovável, permite um processo construtivo rápido e eficaz, já que suas peças vêm pré-moldadas de fábrica e seu processo de produção gera baixíssimo impacto ambiental, dado que existem enormes áreas de reflorestamento voltado à extração. Dentre diversas espécies, foram pesquisados fatores importantes que contribuíssem na decisão de qual seria a madeira correta para o projeto. Sendo assim, com base no desenho da residência, na necessidade de vencer um vão grande e um pé direito duplo e também levando em conta a questão ambiental, fora escolhida a madeira Eucalipto. O projeto e o programa da residência foram desenvolvidos baseados nos estudos descritos no trabalho. Levando em consideração a sustentabilidade, não se trata de um projeto com intenção de desmaterialização. Pelo contrário, um dos objetivos é que a residência ultrapasse décadas de uso, de forma saudável e não descartável.
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Figura 06: elevação 1. Fonte: acervo da autora. Figura 07: elevação 2. Fonte: acervo da autora. O programa se divide em duas partes, denominadas lazer e morar. O programa lazer conta com uma ampla sala de estar para convivência, a ideia ao cria-la foi que sua amplitude, tanto em área quanto em pé direito fosse um reflexo do exterior da casa. Esta sala é interligada através de grandes caixilhos com o deck externo. No deck existem áreas secas e molhadas e uma piscina encaixada no centro dele, voltada ao lazer e relaxamento, com espaço denominado lava-pés, onde existe espaço para colocação de espreguiçadeiras. Em um espaço um pouco mais reservado, o programa de lazer inclui uma sala de tv/cinema, para total aproveitamento da residência, seja em dias quentes ou frios. O programa voltado ao morar é composto por uma suíte no piso térreo, para eventuais visitas ou ocupação por pessoas com dificuldades de locomoção, e duas suítes no piso superior, como suas camas voltadas para os grandes caixilhos, possibilitando uma conexão plena entre interior x exterior. A residência é abraçada por uma grande cobertura de madeira, trazendo a sensação de aconchego, nos braços da natureza e respeitando-a. A proporção da cobertura com relação à área interna da residência permitiu que não fossem utilizados brises para proteção contra a insolação. Dessa forma, a vista para o terreno é totalmente desobstruída. Referências ACAYABA, Marlene Milan. Residências em São Paulo: 1947 – 1975. São Paulo, Romano Guerra, 2011. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Estruturas de aço, concreto e madeira: atendimento da expectativa dimensional. São Paulo: Zigurate Editora, 2005. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Zigurate Editora. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Fundações - Guia Prático de Projeto, Execução e Dimensionamento. São Paulo: Zigurate Editora. MELHADO, Ana Rocha. Arquitetura e Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, 2013. Disponível em < http://proactiveconsultoria.com.br>
ARGOLLO FERRÃO, André Munhoz de. Arquitetura Rural e o espaço não-urbano. Labor & Engenho, Campinas [Brasil], v.1, n.1, p.89-112, 2007. Disponível em: <http://www.conpadre.org> ROSSETTI, Eduardo Pierrotti. Morar brasileiro - Impressões e nexos atuais da casa e do espaço doméstico. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 169.01, Vitruvius, jun. 2014. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.169/5220>
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HECK, Marcia. As Casas Cariocas e a Arquitetura Moderna – Panorama da Arquitetura de Residências Unifamiliares no Rio de Janeiro: 1945-1975. Em: Seminário Docomomo, Brasil, 5., 2003, São Carlos. Disponível em: < http://www.docomomo.org.br/>
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G.A.X.T. Intervenção de caráter efêmero em edifício garagem no centro da cidade São Paulo Daniela Ciarvi Martins Orientadores: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva e Profa. Dra. Valeria Cassia dos Santos Fialho
Figura 01: Vista frontal do Edifício Garagem Automática Xavier de Toledo. Fonte: acervo da autora.
Resumo
e parasitário no edifício Garagem Automática Xavier de Toledo (GAXT), localizado na região central da cidade de São Paulo. Ela parte do princípio de que os pedestres, através de seus percursos têm o poder de apreender o espaço e perceber novas perspectivas antes desconhecidas de lugares já existentes. Apresenta também uma análise da tipologia dos edifícios garagem e sua configuração na cidade, passando pela escolha e o porquê do GAXT servir como objeto de interferência até a proposta em si.
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Este trabalho de conclusão de curso propõe uma intervenção arquitetônica de caráter temporário
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Introdução
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Tema da exposição “Garagem Automática” (2016) de Felipe Russo (figura 2), na Casa da Imagem, localizada na região central da cidade de São Paulo, os edifícios garagem são construções de caráter monumental que se espalharam pela cidade por diversos motivos, como incentivos fiscais através de leis criadas pela prefeitura e a problematização da frota de veículos crescente, nas décadas de 1950 até 1970. Através de um levantamento dos edifícios garagem existentes no centro da cidade de São Paulo, foi possível realizar caminhadas a fim de descobrir mais sobre essa tipologia e compreender as relações do pedestre e do corpo humano com o edifício e da cidade com o mesmo. Essas experimentações indicaram que em comum, em sua maioria, eles possuem uma ocupação hostil em relação aos 3 sujeitos citados anteriormente, empenas e gabaritos que ultrapassam os 30m de altura, criando assim espaços insalubres e considerados inseguros, conforme relatos de transeuntes que passavam ao redor. A escolha do edifício Garagem Automática Xavier de Toledo (GAXT), situado na rua de mesmo nome, se deu por sua localização privilegiada tanto no contexto em que está inserido no espaço urbano, centro com infraestrutura consolidada, quanto no da quadra, cruzando a mesma. Contudo, essa escolha pode ser considerada complicada pelo ponto de vista projetual, visto que a entrada no mesmo foi negada pelo gerente. Entretanto, devido as potencialidades já mencionadas, a proposta mesmo que “as cegas” no seu interior e na área externa que circunda as construções, foi considerada correta. A opção escolhida foi por trabalhar com uma intervenção efêmera e que pudesse ser replicada, com a duração de alguns meses e que tivesse a capacidade de se conectar com a 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, a ser realizada neste mesmo ano. Como o projeto possui caráter temporário, o uso do andaime como método construtivo, tanto por sua facilidade de montagem e desmontagem, como pela possibilidade da entrada de luz e interferências intempéricas foi adequado. Ele possibilita, devido à essas características, novas experimentações tanto para quem frequenta a nova praça, incluída no projeto, tanto por quem visita o novo edifício. A premissa do projeto, a ser explicada com mais detalhes em “Proposição”, foi a possibilidade de realização de diversos percursos como forma de apreensão do entorno sob diferentes perspectivas. Em virtude desse partido, distintos meios de circulação foram utilizados, como escadas, rampas e elevadores, adequando a entrada do pedestre na garagem a fim de apreciar a vista do centro da cidade como um mirante e que é até então, restrita aos automóveis que ali estacionam. Importante mencionar que com o local determinado e o início do desenvolvimento da produção da proposta, diversas referências foram utilizadas, porém por razões de tempo, espaço e objetividade, apenas 3 são detalhadas no volume final. São elas: a tese de doutorado do arquiteto Angelo Bucci “São Paulo: Razões de arquitetura [da dissolução dos edifícios e de como atravessar paredes]” (2005), o pavilhão “Humanidade 2012” (2012) da arquiteta Carla Juaçaba, ambos com uma abordagem projetual mais objetiva e o “Projeto Cães de Caça” (1961) do artista Hélio Oiticica, este com uma abordagem mais subjetiva e sobre a experimentação dos espaços. Assim como proposto nessa intervenção, diversos caminhos foram percorridos durante o processo de desenvolvimento do trabalho, agregando novos conhecimentos sobre uma tipologia já existente há décadas em São Paulo. Esses itens levaram a uma maior percepção da cidade tanto quanto usuária, quanto futura arquiteta, o que é exposto nas páginas a seguir.
Figura 02: Interior de um edifício garagem. Fonte: Felipe Russo (2016)
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Proposição Após a lei nº4.784/55 que incentivou a construção de edifícios garagem na cidade de São Paulo, com a isenção de impostos aos investidores por dez anos, diversos estacionamentos verticais surgiram na capital paulista até a década de 1970. Foi nesse cenário e afim de suprir uma demanda por vagas para veículos de pessoas que trabalhavam ou moravam no local, que em 1965, o Edifício Garagem Automática Xavier de Toledo (GAXT) começou a ser erguido e entrou em operação em 1967. Situado na região do Anhangabaú, no centro da cidade, o projeto consiste de um conjunto de dois edifícios garagem, um faceando a rua Xavier de Toledo/da Consolação (1) e o outro a rua Álvaro de Carvalho (2) e ambos possuem uma conexão entre si, que ocorre no pavimento térreo do 1 com o quinto do 2. O 1 é constituído por um bloco de 28 pavimentos, sendo 4 desses no subsolo. Ele possui administração, banheiros, vestiários, atendimento ao público e os acessos para os 5 elevadores, tanto os 4 de automóveis quanto o último de pessoas, no piso térreo. Já os 3 pavimentos restantes são destinados à caixa d’água e casa de máquinas. Sua capacidade total é de 425 vagas. O 2, por sua vez, é constituído por um bloco de 31 pavimentos, sendo 2 desses no subsolo. O seu andar térreo possui o acesso para os 4 elevadores de automóveis e assim como o anterior, os 3 últimos pavimentos são destinados à casa de máquinas e caixa d’água. Sua capacidade total é de 426 vagas. Ambos têm pé-direito em torno de 2,00m de altura, a fim de aproveitar o máximo possível do potencial construtivo e por esta razão, eles também ocupam 100% do terreno dos lotes, sem recuos. Já no caráter construtivo, eles não possuem qualquer preocupação estética, ou seja, sem ornamentos, e foram erguidos com concreto armado e blocos de concreto nas vedações laterais. A única exceção fica nos dois primeiros andares de ambos, que possuem azulejos nas fachadas e nas faces viradas para rua com brises de alumínio.
Figura 03: Corte esquemático do GAXT (sem escala). Fonte: Flávio Carvalheiro (2001)
A premissa do projeto trata-se das possibilidades de realização de diversos percursos como forma de apreensão do entorno sob diferentes perspectivas. Esse conceito, também foi aplicado por Hélio Oiticica em “Projeto Cães de Caça” (1961), assim como Angelo Bucci em sua tese de doutorado “São Paulo: Razões de Arquitetura [da dissolução dos edifícios e de como atravessar paredes]” (2005) com “infiltrar”, “invadir” e “mirar”, itens explicados em seu trabalho. Para a criação desse espaço, os estacionamentos, um com 3 pavimentos localizado a frente à rua Xavier de Toledo/da Consolação e o outro ocupando o terreno também ao lado do GAXT, este só um terreno sem edificações, e de frente à rua Álvaro de Carvalho foram demolidos e apropriados para essa especulação. Com esses “restos”, de desnível total de 12m, uma praça se configurou através do desenho de patamares em diferentes níveis, a fim de vencer essa topografia (infiltrar), com o propósito de propiciar ao pedestre novas descobertas através de seu caminhar. No caráter das empenas, rasgos foram criados em determinados pontos, para que o transeunte possa perceber o que ocorre lá dentro e no resto da cidade conforme sobe ou desce os níveis da proposição. Também foi criado um apoio para projetores, para a eventual exibição de vídeos e filmes.
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Figura 04: Quadra onde está localizado o GAXT, em destaque (sem escala). Fonte: Google Earth (2016)
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No quesito estrutural, assim como o pavilhão “Humanidade2012” (2012) de Carla Juaçaba, andaimes modulares foram utilizados, aqui com vãos de 4,00m e 2,00m.
Figura 05: Localização do GAXT com edifícios do entorno apropriados para o projeto (sem escala). Fonte: Google Earth (2016)
Como implantação proposta ao GAXT, percebe-se o uso dos andaimes modulares de aço para a criação da construção efêmera. Também fica evidente como a praça foi resolvida: a fim de diminuir o desnível, de 12m para 9m, e de criar novas perspectivas aos pedestres, patamares foram criados e uma escada também em andaimes é “grudada” na empena do edifício lindeiro ao lote. Optou-se por uma praça seca devido à largura de 12m do terreno e as empenas ao redor de 33m de altura. Além disso, bancos foram posicionados estrategicamente criando áreas de permanência e que podem ser utilizados quando projeções ocorrerem.
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Figura 06: Elevação da praça, onde são propostos escada de andaimes, bicicletário, bancos e projeções nas empenas (sem escala). Fonte: acervo da autora.
Na cota 786, após o percurso do pedestre, seja através da rampa, ou escadas ou elevadores, aquele supera a altura de 34m entre a praça e o edifício garagem. É nesse nível em que é possível adentrar o GAXT. No bloco 2, o pé-direito de 2,00m original é mantido e um rasgo com piso de vidro é feito a fim de que o visitante possa visualizar o que ocorre em um dia normal de operações. Já no bloco 1, o pédireito proposto é duplo e o percurso continua através de uma passarela posicionada no exterior da construção existente. Também é utilizado o recurso do vidro, mas nesse caso, é na fachada. Na cota 790, há um desmembramento do parasita proposto, que supera o bloco 2 e “abraça” o bloco 1. Essa parte da intervenção também é de andaimes metálicos e segue a mesma modulação dos demais já apresentados. “Rasgos” são realizados nas empenas ao lado direito, a fim de criar uma transparência tanto para quem está dentro do edifício garagem, na cota 786 tanto para quem caminha pelo anexo exterior.
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Figuras 07 e 08: Corte AA (à esquerda) e elevação leste (à direita). Em ambos é possível perceber os diferentes percursos propostos e no segundo, a intervenção na fachada de placas metálicas coloridas (sem escala). Fonte: acervo da autora.
Figuras 09 e 10: Elevação leste (à esquerda) e elevação norte (à direita). Na primeira imagem, mostra-se o desmembramento que “abraça” o GAXT e invade o seu entorno. Já na segunda, é possível ver a passarela que liga o parasita com o existente (sem escala). Fonte: acervo da autora.
Referências BUCCI, Angelo, São Paulo: Razões de Arquitetura: Da dissolução de edifícios e de como atravessar paredes, FAU USP – Tese (Doutorado), São Paulo, 2005. CARVALHEIRO, Flávio, A implantação de estacionamentos em São Paulo, FAU USP – Tese (Mestrado), São Paulo, 2001. FINOTTI, Leonardo, Carla Juaçaba: Pavilhão Humanidade (2011/2012), Rio de Janeiro com Bia Lessa, in: Revista Monolito: Jovens Arquitetos n°11, São Paulo, nov./dez, 2012, pp. 77 a 83.
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O parasita proporciona e passa uma reflexão a quem faz uso do mesmo, sobre essa tipologia existente na região central da cidade de São Paulo, que mesmo ainda sendo ocupado, se tornou obsoleto sob o ponto de vista do pedestre na cidade contemporânea. Visto que a cidade hoje possui uma configuração diferente da época de construção desses edifícios, dos anos 1950 até 1970, devido ao deslocamento da elite paulistana do centro da cidade em direção à outras regiões e também a busca por novos meios de transporte sustentáveis, este trabalho lança uma questão sobre a utilidade que essas construções poderiam ter além de somente estacionamento. Esse novo uso, poderia beneficiar de forma mais apropriada o local em que estão inseridos. Além disso, por ser de fácil manuseamento, possibilitando a montagem e a desmontagem do mesmo, o projeto, dada as características de cada local, pode ser replicado e inserido em outros edifícios dos quais cabem esse questionamento. Trata-se de uma intervenção que devolve ao pedestre oportunidades que lhe foram tiradas por essas construções que de algum modo não se encaixam mais no contexto urbano em que estão localizados.
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COworking | COliving Compartilhando espaços do trabalho a moradia João Marcos Adorno Guirau Orientador : Prof. Artur Katchborian
Figura 01: Maquete Eletrônica. Fonte: acervo do autor
Resumo A partir das demandas que surgiram nos últimos dez anos, sobretudo como consequência do desenvolvimento da economia compartilhada ou criativa - coworking e coliving -, este trabalho novas relações entre espaços para moradia, trabalho e convivência. O processo de escolha do terreno levou em consideração os estudos teóricos sobre a evolução dos ambientes de trabalho e as transformações arquitetônicas dos edifícios residenciais. Afim de se buscar uma área que permitisse uma integração direta com a cidade, reforçando o partido do projeto, que visa áreas compartilhas e públicas que incentivem o uso e o convívio coletivo. 1 45
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de conclusão de curso propõe um projeto arquitetônico multidisciplinar que possa discutir as
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Introdução
A definição que conhecemos hoje de escritórios corporativos e residências familiares sofreram muitas transformações aos longos dos anos. Essas transformações estão diretamente ligadas as evoluções tecnológicas, sejam elas nas técnicas construtivas que permitiram a construção de edifícios maiores com maior aproveitamento da área interna, seja na tecnologia que a cada dia evolui mais e proporciona um novo modo de comunicação entre as pessoas, o trabalho e a moradia. Como resultado dos estudos, foi possível montar duas linhas do tempo, a primeira relacionada ao ambiente comercial e a segunda relacionada ao ambiente residencial. Nelas os conceitos e principais transformações são apresentados aos longos das décadas, até a chegar nos dias atuais, onde os novos conceitos de Coworking e Coliving são apresentados.
Figura 02: Linha do Tempo – Evolução dos escritórios. Fonte: acervo do auto
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Figura 03: Linha do Tempo – Transformações ambientes residenciais. Fonte: acervo do autor
Durante as pesquisas, vários foram os espaços que serviram de referência para elaboração do projeto. Os principais espaços estudados tanto de Coworking como de Coliving ficam em São Paulo e Nova Iorque, cidades que foram visitadas pessoalmente com o intuito de viver a experiência nesses ambientes.
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Proposição
A proposta de um projeto multifuncional que envolve trabalho, moradia e lazer tem como objetivo a interação entre as pessoas dentro dos espaços. Tendo como ponto de partida dois novos conceitos: o coworking e o coliving, que preveem áreas compartilhadas com diferentes propostas de usos, foi possível projetar um edifício que utilizou esses espaços para propor novas formas de convício. O partido do projeto está na unificação de três edifícios, comercial, residencial e cultural através de áreas compartilhadas presentes principalmente no térreo e na cobertura. Duas grandes praças aterradas permitem uma visão limpa do edifício ao mesmo tempo que promovem espaços de interação com usos diversos. O terreno escolhido para esse projeto fica no largo da Batata em Pinheiros, São Paulo, Capital e faz parte da Zona da Operação Urbana Faria Lima. Na questão estrutural e materialidade, o concreto é o elemento principal. Utilizado na forma de concreto armado para erguer o edifício com destaque para o revestimento externo ao natural. Por fim, os elementos anexos ao prédio como escadas e brises serão de estrutura metálica. Esses dois materiais juntos, proporcionarão uma leitura em conjunto do edifício, que a todo instante reforça um contraste da permeabilidade, presente no projeto. Durante o levantamento inicial, baseado nos estudos de casos e nas visitas, foi elaborado um programa mínimo no qual cada prédio deveria apresentar. Nesse programa mínimo, muitas áreas que aparecem são comuns aos três prédios, mesmo tendo usos distintos, uma vez que são usos imprescindíveis ao dia a dia. Uso Cultural Teatro Restaurante Praça Pública Academia Banheiros
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Uso Comercial Postos de trabalho compartilhados Salas privativas Salas e reunião e evento Cozinha Área de descompressão Banheiros
Figura 04: Estudo de Implantação e Volumetria. Fonte: acervo do autor
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Uso Residencial Studios individuais e coletivos Cozinha Sala de jantar/eventos Lavanderia Área de descompressão Banheiros
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Com a volumetria e a implantação definidas, o projeto interno de cada área começou a tomar forma. O que externamente parece um edifício único, na verdade são três prédios conjugados que tanto podem funcionar de maneira conjunta, como separados, uma vez que, os três edifícios apresentam infraestrutura mínima e circulações independentes. Para uma melhor compreensão nessa primeira planta foi colocando cor para identificar cada uso, sendo azul para o edifício residencial, cinza para o edifício cultural e por fim laranja para o edifício comercial.
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Figura 05: Implantação. Fonte: acervo do autor
Figura 06: Planta 2º Pavimento. Fonte: acervo do autor
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Figura 07: Corte AA. Fonte: acervo do autor
Durante a pesquisa, o ponto comum entre o surgimento dos coworkings e dos co-livings, foi a evolução tecnológica. Seja ela física ou virtual, o que permitiu que as relações entre as pessoas e o espaço se transformasse ao longo dos anos. Na questão dos espaços de trabalhos, houve uma evolução de conceitos, mas os estudos revelaram que desde o início do século XX já haviam áreas de trabalhando sendo compartilhadas. Na questão dos espaços residenciais, o que mais tem influenciado as transformações são as mudanças na estrutura familiar, cultural e a inflação imobiliária que elevou os preços dos imóveis dentro das metrópoles, ocasionando uma redução drástica no tamanho dos apartamentos. Todas essas transformações aconteceram com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas. A conclusão que tiro deste trabalho é que os espaços estarão sempre em constante transformações. Cabe ao projeto de arquitetura conseguir se adaptar as mudanças que devido aos avanços tecnológicos estão cada vez mais rápidas e propor áreas que facilitem o dia a dia.
Edifício Corujas, FMGF Arquitetos. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/787289/edificiocorujas-fgmf-arquitetos>. Acesso em: 27/11/16. SUÁREZ, Ramón. O Manual do Coworking: O Guia para donos e Gestores. Rio de Janeiro: Serendipity Accelerator Tm, 2016. 204 p. Tradução: Fábio Gatts. Plantas de apartamentos ao longo das décadas, O Globo. Disponível em: <http://infograficos.oglobo.globo.com/economia/exemplos-de-plantas-de-apartamentos-de-dois-quartosao-longo-das-decadas.html?mobi=1>. Acesso em 25/11/2016
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Referências ANDRADE, Cláudia Miranda Araújo de. A História do Ambiente de Trabalho em Edifício de Escritórios: Um século de Transformações. São Paulo: C4, 2007. 96 p.
COMPLEXO DE USO MISTO EM SÃO PAULO - PINHEIROS Marina Pires Burjato Orientador: Prof. Esp. Artur Katchborian
Figura 01: Maquete eletrônica – vista geral do complexo. Fonte: Autora
Resumo O presente trabalho pretende, através do desenvolvimento de projeto de um complexo de uso misto, abordar as transformações urbanas da cidade de São Paulo, caracterizado por por meio da intensificação das áreas periféricas ou revitalização das áreas urbanas. Dentre as questões discutidas estão: o edifício de uso misto de escala metropolitana e as questões urbanísticas do bairro. A partir dessas análises o trabalho propõe um projeto com programa misto como alternativa para espaços residuais localizados em São Paulo no bairro de Pinheiros, uma das principais centralidades de São Paulo.
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adensamento, verticalização e pela busca de soluções para as cidades contemporâneas, seja
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Introdução O processo de verticalização das cidades é um indício de modernização. A edificação vertical de uso misto tem sido recomendada como alternativa viável para os problemas da cidade contemporânea. O arquiteto britânico Richard Rogers, autor do livro Cidades para um pequeno planeta (2008), destaca que a edificação caracterizada pela multiplicidade de funções, ao sobrepor atividades de moradia, comércio e lazer, e adensar a população, reduz as distâncias e o tempo de transporte entre as atividades diárias e diminui o consumo energético e a poluição, promovendo a melhoria da qualidade de vida urbana nos projetos de cidades compactas. Seguindo uma linha de pensamento semelhante, Rem Koolhaas, arquiteto holandês, autor do livro Nova Iorque Delirante, comenta os aspectos positivos para a aproximação da diversidade de usos e funções no interior de um edifício específico. Mais recentemente, Mahfuz (2011) retomou a discussão sobre o edifício de uso misto inserido no espaço público atual, que já não se restringe aos tipos básicos de espaço aberto da cidade tradicional: rua, praça e pátio, mas que promove a transferência de muitas atividades públicas para o interior dos edifícios. Na sua relação com o entorno, o edifício de uso misto favorece a sociabilidade, pois promove o encontro entre os âmbitos público e privado e se caracteriza pela permeabilidade, além da possibilidade de funcionamento diuturno (MAHFUZ, 2011). Do ponto de vista urbano, podemos considerar que a existência de edifícios de programas híbridos seja fundamental à formação da metrópole contemporânea (MEDRANO, 2005). Este estudo adota então o termo “uso misto” para caracterizar as edificações que em sua concepção projetual tenham sido concebidas com duas ou mais funções, sejam elas, o comércio, a moradia, o trabalho e o lazer, apresentando-se de forma a promover a integração interna das funções com o contexto urbano imediato. Proposição Para aprofundar o tema, foi estudado o tecido urbano na escala da organização local, na escala das quadras urbanas. Fazendo uma leitura dos elementos morfológicos do espaço urbano nesta escala mais aproximada, temos o edifício como elemento mínimo e o lote como parcela fundiária em que ele se insere e que faz a divisão cadastral, separando o domínio público do privado. A quadra não é uma forma arquitetônica por si só, é um agrupamento daqueles edifícios autônomos em lotes delimitados e com leis de construções que condicionam a sua evolução e
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proporcionam, ou não, uma força de conjunto. A cidade tradicional pode apresentar diversas formas, mas tem como organização um sistema único: a rua. Ou seja, a quadra é o espaço delimitado pelo resultado do traçado das vias, e é parte independente, projetada por diferentes arquitetos, em diferentes tempos, dentro das limitações do lote. O urbanismo moderno aparece como mudança de papeis: a unidade habitacional, que antes era consequência da forma do edifício, hoje passa a ser o elemento base, o ponto de partida da arquitetura.
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Como elemento mínimo está o edifício, no caso deste trabalho e edifício de uso misto, que como o próprio nome diz, tem como caráter principal a mistura de funções num mesmo espaço, ou num mesmo edifício, sendo capaz de abrigar estabelecimentos residenciais, comerciais, de serviço, de lazer, cultura, entre outros. O compromisso desse edifício se destaca ao impor muitos aspectos no projeto em si, tais como circulações, permanências, atividades, equipamentos urbanos, como meta para o equilíbrio urbano. A coexistência de habitações, comércio e equipamentos culturais traz uma série de novos espaços e relações, onde as pessoas podem se utilizar e criar um constante movimento, resultando novas situações e dinâmicas que são parte da cidade. As ruas que conformam o desenho da quadra são Henrique Monteiro x Rua Dr. Fernandes Coelho x Rua Bianchi Bertoldi e com a Rua dos Pinheiros, após análise de normas previstas por lei, como uso do solo, zoneamento, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e recuos. Foi então proposto um complexo de uso misto, propondo o remembramento dos lotes, somando áreas demolidas com a área do lote vazio do estacionamento. Tendo como diretriz flexibilizar o uso do térreo, torna-lo permeável e disponibilizar áreas privadas ao uso público. O terreno conta com áreas públicas, áreas livres, um edifício residencial de sete pavimentos, um cultural de dois pavimentos e um coorporativo também de sete pavimentos formando um complexo de uso misto. A praça de acesso ao complexo acaba criando um espaço de estar. No térreo há uma concentração de comercio e serviços, além da entrada ao edifício cultural, o teatro, que acaba dando vida e segurança ao complexo. O miolo da quadra foi aberto, em uma praça. No térreo comércios e serviços ficam voltados a essa área central, criando a possibilidade de permeabilidade. Onde antes havia o estacionamento, criou-se uma praça de entrada para o edifício cultural, habitacional e coorporativo. O tecido Urbano de São Paulo é resultado da acumulação, segregação e coexistência de diversas épocas, pautadas por leis diferentes e diferentes momentos, e que ainda assim, apresenta vazios na cidade. Ao projetar em uma quadra parcialmente consolidada e com a premissa de romper a limitação dos lotes e a divisão entre os espaços públicos e privados, o resultado foi bastante enriquecedor. Permitiu pensar questões de acessos, escalas, como tornar uma área vazia (estacionamento) em um local público, semi-público e privado que promove a ocupação e vivência das pessoas naquele espaço, estimulando encontros e a relação entre pessoas. A partir disso, priorizou-se a fruição publica, através de eixos de conexão entra as ruas e a quadra, comercio e serviço. A importância do aproveitamento dos vazios urbanos para criação de espaços públicos de qualidade, combinados com o uso misto, são capazes de revitalizar as áreas centrais da cidade.
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criando praças e espaços de vivencia integrados, fachada ativa no térreo com uso de cultura, lazer,
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Figura 02 e 03: Vista da praça e Vista do edifício corporativo e edifício cultural. Fonte: acervo do autor
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Figura 04 e 05: Vista geral e Vista do edifício corporativo e edifício residencial. Fonte: acervo do autor
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Referências KOOLHAAS, Rem. Nova York Delirante: um manifesto retroativo para Manhattan. São Paulo: Cosac&Naify, 1978. MAHFUZ, Edson da Cunha. Tipo, Projeto e Método, Construção Disciplinar: quatro partidos em debate 1960/2000. Coleção Arquitetura Urbana Brasileira. Vol. IV. Porto Alegre: Marca Visual, 2011. MEDRANO, Leandro. Habitação coletiva, verticalidade e cidade. Modernidade sem estilo. FRAU, Fernanda Marafon. Conjunto Nacional: entre arquitetura e urbanismo modernos. Dissertação (mestrado). Pontifícia Universidade Católica de Campinas,2016. DZIURA, Giselle Luzia. Arquitetura Multifuncional como instrumento de intervenção urbana no século XXI.Dissertação (mestrado). Programa de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2003. Portal Geosampa. Disponivel em <Http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br> Acesso em 13/03/2017 Portal Gestão Urbana SP. Disponível em <Http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br> Ultimo Acesso em 20/03/2017 São Paulo, Lei 16.402 23 de março de 2016 - Lei do Parcelamento, uso e ocupação do solo.
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São Paulo, Lei 16.050 31 de julho de 2014 - Plano Diretor Estratégico de São Paulo.
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Vila João Gregório Instituições de Longa Permanência Para Idosos Norma Letícia Camargo Gregório Orientadora: Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho
Figura 01 : Idosos. Fonte: http://oencantonosso.blogspot.com.br/2011/07/
Resumo Sendo cada vez mais crescente o número de idosos no País, em decorrência ao aumento da expectativa de vida, é notada uma carência de locais apropriados para suprir uma demanda específica que é a qualidade de vida nessa faixa etária. Frente a tal constatação, este TCC (trabalho de conclusão de curso) apresenta um projeto de uma vila para idosos, que a princípio terá suas instalações localizadas no município de Cotia, São Paulo.
A instituição, terá como terreno de implantação uma área de 14.000m², onde foi distribuído todo o programa de necessidades que a vila oferecerá ao idoso. Toda a vila foi projetada e integrada às necessidades constantes no estatuto do idoso. Foi tomado assim como prioridade do projeto, o bem-estar, mental, físico e de saúde do idoso, projetado de forma moderna, elaborada e integrada com a sociedade.
Palavras-Chave: Idoso/ Vila/ Moradia/ Acessibilidade
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O desenvolvimento do projeto teve como etapas, as bases em pesquisas bibliográficas, estudos de referências, visitas em locais já existentes, que oferecem um serviço com o qual está sendo proposto. Como principal diferencial, esta vila irá proporcionar ao idoso a sensação de estar integrado à sociedade, e ao mesmo tempo, ter o conforto de estar em um local em que se sintam habitando um lar com todo conforto e segurança.
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Introdução Na sociedade atual não existe uma preocupação muito grande com o idoso, e seu bem-estar, pelo fato do o idoso não ter significância na economia ativa no mercado, acabam sendo relegados a um segundo plano. Partindo desta vertente de estudo, o tema realizado neste trabalho de conclusão de curso é o desenvolvimento de uma vila para idosos, tendo como objetivo, a inclusão social, o bem-estar do idoso e sua acessibilidade no espaço. O desejo de projetar uma vila ideal para o idoso viver, surgiu após a perda do meu avô, que ficou cerca de cinco dias em um asilo com características comuns, como muitos existentes no mercado. Durante sua permanência no asilo, era nítido que estava lá contra sua vontade, assim como outros, sua única atividade diária era ficar olhando para um jardim, sentado o dia todo, tendo uma pausa ou outra, para um banho ou uma refeição, mas logo voltava para seu banho de sol, e sua inatividade física diária, sendo que em sua casa varrer o jardim, andar para todos os lados, ajudar em tarefas eram atividades diárias, não o faziam sedentário, e de um dia para o outro, sua rotina mudou. Nenhum idoso minimamente ativo durante a vida quer terminar desta forma. Diante desta necessidade, o projeto idealizou uma vila destinada a moradias coletivas, que possibilite melhores condições de conforto, acessibilidade e segurança que uma residência comum possa ter. O objetivo é incentivar ainda mais o convívio entre os idosos, proporcionando inúmeras atividades diárias, para que o idoso se sinta útil no seu dia-a-dia. Uma ILPI é culturalmente rejeitada socialmente, pelo símbolo que carrega, por outro lado, esta é cada vez mais a alternativa procurada, pois é mais fácil tocar a vida automaticamente, do que se adaptar para alguém e mudar sua rotina (Contexto Enferme 2008).
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Figura 02 : Vista do Projeto. Fonte: acervo do autor Proposição O programa foi pensado de forma a proporcionar o maior conforto e atendendo as necessidades do idoso, tanto na parte da locomoção e psicológica, pois o convívio e a socialização é muito importante para os idosos, com isso o programa foi direcionado ao lazer, saúde, habitação, serviço, comércios, junto a iteração com o pulico que já mora no entorno, e que também pode usufruir de alguns desses serviços.
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O terreno conta com uma topografia, acidentada e um platô em sua maior parte, neste platô acontece a maior parte do projeto, para assim facilitar a locomoção dos idosos. Na parte mais alta do terreno, que está voltada para a Rua Recife, está inserida a administração que controla os acessos. A administração está localizada na cota 785, através de escada ou elevador, existe a possibilidade e acessar o platô que se encontra na cota 781. No platô, estão implantados quatro conjuntos de casas, onde cada conjunto conta com oito residências com duas plantas tipo diferentes. Um tipo de residência conta com um dormitório e a outra com dois dormitórios, ambas com uma sala, cozinha e banheiro. A residência tem 50m², e foram pensadas para atender todas as necessidades do idoso, sendo um cadeirante ou um idoso com locomoção reduzida. A cota 781 conta também com uma lavanderia e serviços de apoio que oferecem esses serviços a qualquer idoso e aos utensílios utilizados de forma coletiva na vila, uma horta, um viveiro, um centro ecumênico, o edifício de serviço, que oferece uma academia, uma cozinha industrial, o refeitório que pode atender a todos os idosos, e que se transforma em um salão de festas, ainda dentro deste edifício de serviço, pode-se usufruir de uma biblioteca, uma sala de artesanato, uma piscina aquecida, uma sala de música e um centro de atendimento de saúde, que oferece atendimentos básicos e um acompanhamento constante com cada um dos idosos. Ainda no mesmo nível, temos o edifício comercial, que conta com uma banca de jornal, um salão de beleza, um mercado, um café/lanchonete, que tem uma varanda com um espelho D’agua. Neste edifício comercial pode-se chegar no ultimo nível do projeto, acessando-o através de escada ou elevador. Nesta última cota 776, está instalado o estacionamento com 70 vagas, para funcionários, visitantes, moradores e clientes da parte comercial. Os funcionários podem escolher acessar a vila pela cota mais alta ou pela mais baixa. As habitações foram instaladas em núcleos, para poder assim juntarem-se por grupos de afinidade de lazer e de cotidiano. A horta e o viveiro foram instalados pensando em ajudar os idosos em fins terapêuticos e de lazer.
Figura 04 : Planta Cota 785. Fonte: acervo do autor
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Figura 03 : Planta de Cobertura. Fonte: acervo do autor
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Figura 05 : Planta Cota 775. Fonte: acervo do autor Figura 06 : Planta Cota 772. Fonte: acervo do autor
Figura 07 : Vista Projeto. Fonte: acervo do autor
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Figura 08 : Vista Projeto. Fonte: acervo do autor
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Referências HOGEWEYK, Demente Village. Disponível em http://hogeweyk.dementiavillage.com/ IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/ CAMBIAGHI Silvana Desenho Universal: métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas Editora Senac. São Paulo 2007 HAZIN. Marcia M. V Os Espaços Residenciais na Percepção dos Idosos Ativos 2010 151f. Disser- tação [Pos-Graduação em Design). Universidade Federal de Pernambuco Recife 2012 IGARASHI. Clovis- A cultura do respeito ao idoso- Disponível em: <http://clovisakira.blogspot.com,br>. Acesso em: 06 de abr- de 2016.
NBR 9050, Norma de acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos. 3 ed. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2015
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MASC, Silvia. O olhar ao idoso no Japão e na China, 2013. Artigo. Laboratório de demografia e estudos populacionais. Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, 2013
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Centro de referência para deficientes visual Dorina Nowill Instituição para deficientes visuais Paola Ferraresi Orientador : Prof. Dra. Valéria Fialho
Figura 01 : Maquete eletrônica da instituição. Fonte: acervo do autor
Resumo O seguinte trabalho propõe uma instituição para deficientes visuais, localizado na zona oeste de São Paulo, no bairro de pinheiros, utilizando como referência a Fundação Dorina Nowill. O trabalho possui uma preocupação com a mobilidade, a educação do deficiente e sua inclusão
os quatro sentidos de diferentes formas e aprimorando o desenvolvimento pessoal, possibilitando uma integração social. Desse modo, essa proposta visa constituir auxílio na inclusão social das pessoas com deficiência visual, aprimoramento na condição espacial e contribuir no seu desenvolvimento pessoal, refletida na qualidade dos espaços projetados para tanto. 1 63
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possam realizar atividades de convivência, culturais e didáticas de maneira adequada, aguçando
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social. Neste sentido, é proposto o desenvolvimento de espaços onde os deficientes visuais
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Introdução
Segundo o IBGE (2010) o Brasil possui cerca de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil com cegueira e 6 milhões com baixa visão. No mundo são 285 milhões de pessoas vivendo sob mesma situação. Analisando os dados apresentados é pertinente nos questionarmos qual a preocupação da sociedade em incluir pessoas com este tipo de necessidade especial nas cidades e a importância de sua inclusão social e espacial. A preocupação com a acessibilidade na arquitetura vem se tornando crescente, o que torna necessário proporcionar a interação entre o deficiente e o espaço construído. O deficiente visual tem dificuldade de reconhecimento dos espaços, o que reduz a utilização e vivência espacial de forma eficaz. Neste sentido, se uma pessoa não vidente puder se locomover sem que haja empecilho ou incapacidade, poderá ter uma melhor inclusão e acabar influenciando no desenvolvimento das suas capacidades. De maneira geral, a percepção humana tende a valorizar e utilizar mais o sentido da visão, como Pallasmaa deixa evidente em sua obra Os Olhos da Pele, cuja teoria projetual está embasada. Entretanto, é importante que os demais sentidos sejam também explorados; e o deficiente visual, por ter o sentido da visão prejudicado, desenvolve mais os outros sentidos, aguçando-os, o que permite vivenciar experiências únicas de formas distintas. Neste sentido, a arquitetura deve buscar não apenas ser vista, mas sim experimentada pelo tato, olfato, paladar, audição e sensações térmicas. O objetivo deste trabalho é propor uma instituição para deficientes visuais, seja qual for a faixa etária. O projeto usufruiu como referência a Fundação Dorina Nowill, identificando os fluxos como algo primordial a se desenvolver no partido projetual, de forma que a mobilidade ocorra sem impedimentos e o deficiente visual possa vivenciar o espaço em sua totalidade. Além da Fundação Dorina Nowill, a pesquisa foi fundamendada sobre outras instituições similares como o Instituto Padre Chico e Laramara que serão alisados no capitulo 3 sobre os estudos de caso. Através do conhecimento sobre o mundo sensitivo dos deficientes visuais, foi possível compreender a forma como os seus sentidos atuam para se situarem em uma rua, ambiente ou cidade no geral. Assim, a fundamentação deste trabalho de conclusão de curso versa sobre a questão da percepção dos indivíduos cegos e com baixa visão. O programa da Instituição Dorina Nowill foi estudado, analisando-se o potencial do lugar e seus componentes. Com isso, foram estabelecidas diretrizes para apresentar um projeto arquitetônico da nova instituição aprimorado,
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utilizando novas tecnologias, texturas e sistemas de integração social.
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Proposição
O terreno, o qual foi escolhido como objeto de estudo está situado em pinheiros na zona oeste de São Paulo, especificamente entre as Rua Sumidouro, Rua Gilberto Sabino, Rua Conselheiro Pereira Pinto e Rua Eugênio de Medeiros, próximo a vias expressas e de grande fluxos como Marginal Pinheiros. O terreno possui uma leve declividade atingindo até 2 metros em sua totalidade. A área se caracteriza como uma zona mista de média densidade, cuja ocupação horizontal e vertical varia de 2 a 3 pavimentos na maioria dos lotes. Analisando o entorno da área escolhida conclui-se que existe um grande fluxo de pedestres no local, o qual o mesmo carece de espaços de permanências e praças ativas. Tendo isso em vista, o projeto possui como intuito a valorização do entorno, desenvolvendo o espaço atendendo dessa forma a população local, passantes e principalmente os portadores de deficiência visual.
Uma das
medidas para que este desenvolvimento da área aconteça é a inserção de uma área inclusiva na praça existente entre a Rua Gilberto Sabino e a Rua Gilberto Sabino e Rua Conselheiro Pereira Pinto. Neste local se concentra a maior circulação de pedestres, devido ao grande fluxo de transportes públicos e o terminal de pinheiros. Isto posto, serão desenvolvidos espaços públicos, embasados questões sensoriais e paisagísticas, que se correlacionam com o projeto. A topografia original do terreno foi modificada, segmentando-o em dois níveis com o objetivo de gerar uma melhor organização espacial da edificação, usufruindo dos diferentes níveis para a distribuição dos usos. O projeto dispõe de três edifícios: Edifício multiuso no nível zero do terreno; edifício escola e o centro esportivo na cota de nível dois metros. Com o propósito de unir os blocos, criou-se circulações verticais e horizontais entre eles. Com isso, para unificar o edifício multiuso ao edifício escola criou-se uma circulação vertical, para a unificação dos níveis demarcando a transição de uma edificação para outra. A circulação horizontal estabelecida por passarelas, unem o edifício escola ao centro esportivo. O programa do projeto é uma escola regular de ensino fundamental, comportando 450 alunos. O centro de ajuda com capacidade para atender 200 pessoas e uma área esportiva que pode ser utilizada tanto pela escola quanto pelo centro. Além disso, os programas são setorizados por funções e fluxos para que se tenha um melhor aproveitamento dos espaços e das relações espaciais entre eles. Neste sentido, conduzindo para a valorização da edificação. Com isso, o projeto arquitetônico deve contemplar a diversidade dos usuários incluindo pessoas
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videntes ou não-videntes.
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O partido do projeto possui como objetivo foco criar espaços tanto internos como externos que forneçam as instalações necessárias para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades dos portadores de deficiência visual, preparando os usuários para as situações comuns do cotidiano, tornando-os independentes e aguçando os sentidos. Tendo isso em vista, o projeto possui partidos arquitetônicos como: praças centrais que se relacionam com a importância da luz natural, que é uma relação de conforto térmico para os deficientes visuais; um terraço no edifício multiuso com cobertura translúcida e tanto as pessoas do centro de ajuda quanto da escola podem utilizar e se apropriar do espaço; a praça privada que seria de uso educacional e de lazer para os deficientes visuais que utilizam as áreas do projeto, que teria trilha podotátil, jardim sensorial, horta e animais vivos para aguçamento de sentidos cognitivos, e por fim, a importância da relação do projeto com o entorno, que tem como diretriz, a retirada dos muros que fazem divisa com as calçadas, os quais deverão ser substituídos por outras formas de fechamento, sem que haja bloqueio visual, estipulando relações, que possam se estabelecer entre as edificações e o entorno. Na questão estrutural, foi utilizado estrutura metálica com laje steel deck e para revestimento do projeto, de forma a gerar uma conversação entre interior e exterior através de grandes superfícies de vidro, equipadas com chapas metálicas perfuradas deslizantes e lâminas verticais de madeira. Com isso, os materiais das fachadas, no interior do projeto, serão utilizados também, metal e madeira proporcionando contrastes de cores, materiais
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e texturas.
Figura 02 : Relação do edifício multiuso com edifício escola . Fonte: acervo do autor
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Figura 03 : Edifício escola. Fonte: acervo do autor
Figura 04 : Centro esportivo. Fonte: acervo do autor
Figura 05 : Fachada oeste. Fonte: acervo do autor
Referências HERTZBERGER, Herman (Autor); MACHADO, Carlos Eduardo Lima (Tradutor). Lições de arquitetura. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015. 272 p. : il., plantas. Inclui bibliografia. PALLASMA, Juhani. Os olhos da pele: A arquitetura e os sentidos. 2. ed. Santana: S.a., 2011. 69 p. Fundação Dorina. Disponível em: http://www.fundacaodorina.org.br/ Acesso em: 05 Agosto 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
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LARAMARA - Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual. Disponível em: http://laramara.org.br/ Acesso em: 20 setembro 2016.
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Instituto de Cegos Padre Chico. Disponível em: http://www.padrechico.org.br/ Acesso em: 20 de agosto de 2016.
Habitação de Interesse Social Conjunto Habitacional Campo Grande. Paulo Roberto Martins Lopes Montinho Orientadora: Profa. Dra. Valeria Fialho
Figura 01: Maquete eletrônica / Perspectiva do Conjunto Habitacional Campo Grande. Fonte: acervo do autor
Resumo
A política pública voltada à Habitação de Interesse Social tem avançado bastante no país ao longo das últimas décadas, porém trazendo em sua base uma rigidez de programa e de requisitos a serem atendidos que vem propiciando uma produção massiva e de pouca eficiência e qualidade, além de pouca diversidade tipológica. Frente a esses constantes desafios da produção da habitação de baixo custo, esse trabalho busca uma solução de boa qualidade arquitetônica que empregue conceitos de habitação evolutiva, onde a unidade se desenvolva a longo prazo acompanhando a evolução do núcleo familiar e financeira dos mesmos, que aborde de maneira mais estreita a relação do espaço público e privado através de espaços que agreguem qualidade de vida não só aos moradores do condomínio como também aos moradores do entorno e transeuntes, respeitando as especificidades do local, pensada como uma nova abordagem que seja um contraponto a produção estigmatizada dos últimos anos.
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O aumento populacional e a constante migração de habitantes entre área rural e urbana resulta em um crescimento contínuo da demanda por habitação nos grandes centros das cidades. Com esse fenômeno fica evidenciado um grande desafio: a oferta de moradia que atenda aos requisitos de habitabilidade dentro de um custo viável à população de menor poder aquisitivo, que ofereça uma boa solução técnica/construtiva, boa divisão de ambientes, sem a perda da mobilidade, da privacidade e do conforto, e que respeite a diversidade dos núcleos familiares que atenderão.
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Introdução O acesso a moradia dos cidadãos é um direito reservado pela constituição, e é de grande importância.Com o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos e a migração constante entre área rural e urbana, faz do déficit habitacional um problema de difícil equação, obrigando muitas vezes a população a executar sua habitação por conta própria, quase em sua totalidade essa produção apresenta edificações sem nenhuma condição de habitabilidade, com técnicas construtivas precárias e de baixa qualidade. Essa produção de habitações muitas vezes expõe seus moradores a condições insalubres, que podem favorecer o aparecimento de epidemias que se alastram com muita facilidade entre a população mais carente, ocasionando muitas vezes crise no sistema de saúde. Nas tentativas de suprir o problema do déficit habitacional ao longo das décadas o governo implantou políticas habitacionais rígidas visando a otimização e facilitação da produção, resultando em repetições equivocadas e massivas de habitações de baixa qualidade arquitetônica e que não respeitavam a diversidade dos núcleos familiares brasileiros. Frente a todas as problemáticas vivenciadas na produção de habitação de baixo custo se faz necessário inovar, trazer novas abordagens que de fato atenda às necessidades dos moradores respeitando sua diversidade e de maneira criativa atender a essa demanda com um desprendimento e maior flexibilidade, sem ignorar fatores de grande importância e que hoje são vistos de maneira bastante superficial. Um fator muito importante a se considerar e que escritórios de Arquitetura premiados como o ELEMENTAL arriscaram usar a favor do projeto de maneira bastante satisfatória é a autoconstrução. A autoconstrução é um fator que tem sido evidentemente ignorado na produção habitacional brasileira e que pode ser usada em contraponto a rigidez programática das políticas habitacionais uma vez que a grande justificativa a essa rigidez sejam puramente de caráter mercadológicas. A partir dessas constatações fica evidente o poder do arquiteto perante essas problemáticas e se faz necessário projetos que atendam de maneira satisfatória a essas demandas sem ignorar fatores como a autoconstrução, a preocupação para com a diversidade da família brasileira, qualidade arquitetônica e o direito à cidade. O objetivo geral desse trabalho é a investigação de problemáticas na produção de habitação de baixo custo no Brasil e procurar respostas eficientes. Desenvolvendo um estudo de melhores técnicas construtivas, e posturas projetuais que integrem conceitos e fatores criativos em resposta ao quadro que
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vem se estendendo na produção de HIS no Brasil. A partir destas premissas o trabalho apresentado se organiza da seguinte maneira: O capitulo 2 apresenta o conceito de habitação Interesse Social, e sua produção no Brasil, levantando questionamentos acerca de sua qualidade e soluções projetuais que atendam ou não os habitantes em sua diversidade considerando as consequências do fenômeno apontado por Bonduki como estandartização, que são reflexos de questões mercadológicas e de otimização na produção a partir da padronização.
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O capítulo 3 apresenta estudos de casos de projetos que se contrapõe ao fenômeno da estandartização e apresentam conceitos que possam ser a respostas para as problemáticas identificadas na produção de habitação de baixo custo no Brasil. E por fim o 4º capítulo apresenta uma proposta concebida através destas análises aplicando conceitos que possam vir solucionar as problemáticas abordadas.
Proposição A partir da pesquisa, foi levantada problemáticas na produção habitacional que vieram a ser implantadas pós golpe militar de 1964 no Brasil, com relação a tipologia da produção habitacional e a maneira como foram implantadas, este trabalho apresenta uma proposição de projeto de Habitação de Interesse Social (HIS) que pretende se contrapor aos modelos que estigmatizaram a produção habitacional no país até os dias atuais buscando uma melhor integração com a cidade e que atenda às necessidades dos moradores em suas especificidades. A área de implantação do projeto se encontra no bairro Vila Campo Grande, próximo ao principal eixo de mobilidade da região, a Avenida Interlagos, localizado entre as ruas São Canuto e Domingas Galleteri Blotta, onde atualmente existe um degradado campo de futebol. Constatadas as especificações da área de implantação conclui se que a melhor tipologia a ser trabalhada no local é a que vise a verticalização, levados em considerações o melhor aproveitamento do terreno seguindo as especificações da legislação local. Projetado para ocupar um terreno cercado por uma grande área de preservação ambiental da zona sul de São Paulo o Conjunto Habitacional Campo Grande propõe em seu programa 120 unidades habitacionais de 46m², sendo 24 delas expansíveis à até 67m² com uma estreita relação entre o público/ privado. Aplicando o conceito de quadra aberta o conjunto converte todo o térreo em áreas públicas, criando espaços públicos de qualidade, que extrapolam os limites do conjunto habitacional e geram uma área de lazer voltada para toda a comunidade. Desta forma optou-se por criar um grande eixo que permeia a quadra passando por espaços bastante arborizados equipados com quadra, bancos e pista de skate, que organiza a relação público/privado e amplia as opções de lazer da região além de criar uma conexão
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com a área de preservação existente.
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Figura 02: Implantação do Conjunto Habitacional Campo Grande. Fonte: acervo do autor Aproveitando o desnível de 3 metros do terreno, o acesso as unidades é estabelecido na cota mais alta, possibilitando acrescentar um andar a mais dos cinco usuais de edifícios que não possuem elevadores. O programa se organiza em três laminas justapostas interligadas por uma grande passarela metálica.
Figura 03: Corte Longitudinal do Conjunto Habitacional Campo Grande. Fonte: acervo do autor A proposta do projeto é de um conjunto habitacional com moradias de baixo custo inicialmente de dimensões mínimas(46m²), de boa qualidade arquitetônica e que atendam as especificidades dos seus
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moradores, acompanhando o desenvolvimento do núcleo familiar e também acompanhe as melhorias das condições financeiras a partir do conceito de habitação evolutiva, que se utiliza da capacidade de evolução da edificação através da auto-gestão.
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Figura 04: Unidade tipo do Conjunto Habitacional Campo Grande. Fonte: acervo do autor Todas as circulações verticais se fazem por escadas abertas, e horizontais pela passarela elevada que garante a privacidade de cada unidade e ao mesmo tempo permite o contato visual com as áreas públicas do conjunto. Tanto o desenho do paisagismo quanto das fachadas seguem linhas ortogonais compostos de cheios e vazios conferindo uma unidade visual. Referências Rubin, G R; Bolfe, S A. Desenvolvimento da Habitação Social no Brasil [Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas - UFSM]. Santa Maria; 2014. BOTEGA, Leonardo da Rocha. De Vargas a Collor: urbanização e política habitacional no Brasil. Revista Espaço Plural. Ano VIII nº 17, p. 65 -72 2º semestre 2007. BONDUKI, Nabil. Origens da Habitação Social no Brasil. 4. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. CARDOSO, Adauto Lucio. Habitação Social nas Metrópoles Brasileiras. Uma Avaliação das Políticas Habitacionais em Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo no final do século XX. Porto Alegre: ANTAC, 2007. VILLAÇA, Flávio. O que todo cidadão precisa saber sobre habitação. São Paulo: Global, 1986. CHAFFUN, Nelson. Dinâmica global e desafio urbano. In. BONDUKI, Nabil. Habitat: As práticas bemsucedidas em habitação, meio ambiente e gestão urbana nas cidades brasileiras. São Paulo, Studio Nobel, 1997. P. 18 BONDUKI, Nabil. “Política habitacional e inclusão social no Brasil: revisão histórica e novas perspectivas no governo Lula”. In: Revista eletrônica de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, n.1,p.70–104,2008. Disponível em <http://www.usjt.br/arq.urb/numero_01/artigo_05 _180908.pdf>. FRANÇA, Elisabete. “Conceito de moradia popular reforça segregação”. São Paulo, Carta Capital, 2013.
SINATURA, Cristiane. Padronização em casas populares ignora particularidade brasileira. São Paulo, Jornal do Campus, 2009. Disponível em http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2009/04/padronizacao-em-casaspopulares-ignora-particulariedade-brasileira/ Programa Minha Casa Minha Vida: a (mesma) política habitacional no Brasil Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.133/3936
Arquitetura do Edifício
Disponível em<http://www.cartacapital.com.br/politica/nao-existe-cidadao-de-primeira-e-segundacategoria201d-diz-arquiteta-sobre-moradias-populares-1167.html>
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LARANJEIRAS SE Entre o Efêmero e o Histórico Amanda Menezes Santiago Orientador: Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres
Figura 01: Personagem do Grupo Folclórico Cacumbi no Encontro Cultural de Laranjeiras 2017 sobre a Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus. Fonte: Acervo da autora
Resumo O município de Laranjeiras no Estado de Sergipe é apresentado como bem cultural. O
da cidade. O patrimônio cultural material e imaterial interfere no espaço territorial da cidade quando assume discussões sobre memória coletiva, práticas sociais, formação de tradição e identidade do espaço. A ação da conservação integrada volta o olhar para o monumento, a educação patrimonial e a intervenção. Propõe-se então uma série de diretrizes em um documento, como instrumento de auxílio a futuras ações, de forma a reestabelecer a relação entre o patrimônio cultural material e imaterial na cidade de Laranjeiras. 1 77
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forças no centro histórico de Laranjeiras ofereceu tensões que desconectou as relações culturais
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diálogo entre a cidade e as práticas culturais sociais, apresentou conflitos onde o campo de
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Introdução A escolha de um cenário cultural para absorver e experimentar vivências sociais, referente ao Trabalho de Conclusão de Curso, foi determinado na cidade de Laranjeiras em Sergipe, relacionada aos laços afetivos familiares que esta, apresenta de forma subjetiva. As experiências vividas ao longo de dois anos na Extensão Universitária prepararam o olhar para experimentar a cultura de uma cidade distante, com grande potencial histórico, cultural e turístico, tornando-se um desafio e uma oportunidade de reconhecimento e valorização do patrimônio cultural local. Justifica-se esse projeto de conclusão de curso como uma forma de comprovar a intrínseca relação entre a esfera do patrimônio cultural material e imaterial. A carga histórica de Laranjeiras, cidade integrante da região metropolitana de Sergipe, tornou seu riquíssimo patrimônio imaterial essencial para a relação entre o físico e o efêmero, pois suas representações permeiam a vida social dos laranjeirenses, deixando de ser apenas um fato mental passando pelo mundo da percepção e das sensações do mundo físico para criar significado e pertencimento sob o enraizamento social. Laranjeiras foi identificada como palco, receptor de cultura, abrigando formas de expressão e práticas culturais representando a identidade do lugar, transmitindo tradições e memórias através de manifestações, celebrações, festas populares, rituais, ou qualquer forma de transmissão de cultura na esfera imaterial, que são capazes de construir o espaço público, assim como qualquer edificação ou monumento. Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses, separa a ideia de cidade em três esferas: ARTEFATO, onde a cidade é coisa feita, de natureza física, fabricada pelo homem, não se limitando apenas aos monumentos, traçados urbanos, formas arquitetônicas, estruturas, equipamentos, topografia, infinitos objetos, mas também como cidade que é produzida em seu interior através das relações entre os homens, onde o artefato é um resultado desse campo de forças; CAMPO DE FORÇAS, é a esfera onde o espaço é definido pelos conflitos, tensões, interesses e energias em constante atrito, seja na natureza territorial, econômica, política, social, cultural e etc; e a esfera da REPRESENTAÇÃO SOCIAL, IMAGEM, que é a construção da imagem que os habitantes fazem da cidade ou de fragmentos. A partir dos levantamentos históricos e culturais da cidade de Laranjeiras, uma minuciosa análise dos problemas vivenciados no espaço foi elaborada, de forma a compreender as necessidades e especificidades em que, como estudante de Arquitetura e Urbanismo, pudesse vir a aplicar e exercer o entendimento profissional, para propor possíveis diretrizes e ações para tentar solucionar ou amenizar o
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efeito de algumas das questões observadas e intervir no espaço com o planejamento urbano, reorganizando o espaço e reconectando as esferas do patrimônio cultural material e imaterial levando ao equilíbrio social de Laranjeiras. O conceito de conservação integrada se mostra uma das principais ações para retomada dessa relação entre o patrimônio material e imaterial, voltando o olhar para o monumento, a educação patrimonial e a intervenção. Propõe-se então uma série de diretrizes apresentadas em forma de um documento que possa servir de instrumento para auxiliar futuras ações na conservação do patrimônio cultural de Laranjeiras. Possibilitando que os habitantes e visitantes tenham condições de fruir integralmente e continuamente da cidade como bem cultural, em uma relação de harmonia entre o artefato e as práticas sociais.
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Proposição A proposição tem como finalidade auxiliar na compreensão das questões relativas à valorização do patrimônio material e imaterial para uma melhor sociabilidade na cidade de Laranjeiras e diminuir os contrastes sociais bem como estreitar os laços entre o povo e seu lugar. A criação de um documento que atua como instrumento auxiliador para futuras ações do poder público sobre o patrimônio de Laranjeiras, fortalecendo a noção de pertencimento e reconhecimento do patrimônio cultural. O município é um dos mais antigos do país, sua importância histórica está relacionada com seus monumentos históricos e sua grande produção cultural e artística do povo laranjeirense. Preservando o patrimônio cultural há contribuição para a ampliação do exercício da cidadania e para a melhoria da qualidade de vida.
PROJETO DE RESTAURAÇÃO, REABILITAÇÃO E CONSERVAÇÃO INTEGRADA Ações de reorganização entre as esferas do patrimônio material e imaterial “A conservação é um conjunto de atitudes em uma comunidade, que tem como objetivo fazer com que o patrimônio e seus monumentos perdurem. Mantendo a autenticidade do patrimônio, e seus valores de identidade. E para uma conservação bem integrada, esses três componentes, monumento, intervenção e educação patrimonial devem estar bem definidos“ Lucília Belchior DIRETRIZ 01 | CONSERVAÇÃO INTEGRADA - MONUMENTO DIRETRIZ 02 | CONSERVAÇÃO INTEGRADA – INTERVENÇÃO E RESTAURO DIRETRIZ 03 | HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO DIRETRIZ 04 | ACESSO E SINALIZAÇÃO TURÍSTICA DIRETRIZ 05 | ESPAÇOS PÚBLICOS DIRETRIZ 06 | CONSERVAÇÃO INTEGRADA – EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
DIRETRIZ 09 | REABILITAÇÃO DO RIO COTINGUIBA DIRETRIZ 10 | PRESERVAÇÃO DE BENS NATURAIS
Através de pontos de problemáticas especificas, se assume algumas diretrizes e ações com o intuito de harmonizar novamente as esferas do patrimônio cultural, identificadas como gerador de conflitos no território histórico urbano. Resgatar e reestabelecer a harmonia da cultura em Laranjeiras é possibilitar
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DIRETRIZ 08 | PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL
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DIRETRIZ 07 | CAPACITAÇÃO DOS MORADORES
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que se recrie um ambiente urbano sustentável e melhor qualidade de vida aos que habitam na cidade. É reorganizar sua identidade, resgatar memórias e difundir a ideia de salvaguarda, conservação e preservação do patrimônio cultural, e como este, não se estabelece de forma isolada com cada uma de suas esferas, mas que necessita estar integralmente relacionadas. Laranjeiras foi compreendida em uma esfera entre seu lado efêmero e seu lado histórico, reestabelecendo novamente essa conexão sobre seu patrimônio cultural.
Figura 02: Diretriz 02 | Intervenção e Restauro. Fonte: Croqui da autora
Figura 03: Diretriz 03 |
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Hospedagem e Alimentação Fonte: Croqui da autora
Figura 04: Diretriz 04 | Acesso e Sinalização Turística Fonte: Croqui da autora Espaços Públicos Fonte: Croqui da autora
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Figura 05: Diretriz 05 |
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Figura 06: Diretriz 09 | Reabilitação do Rio Cotinguiba Fonte: Croqui da autora
Figura 07: Diretriz 10 |
Preservação de Bens Naturais Fonte: Croqui da autora
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ANDRADE, Mário. O Turista Aprendiz; edição de texto apurado, anotada e acrescida de documentos por Telê Ancona Lopez, Tatiana Longo Figueiredo; Leandro Raniero Fernandes, colaborador. – Brasília, DF: Iphan, 2015 BEZERRA, Ana Maria de França; NETO, Benício de Barros; BRANDT, Carlos Teixeira; BARBOSA, Dilosa Carvalho de A; BRAINER, Flávio Henrique; CARVALHO, Nelly Medeiros de; FERREIRA, Roberto Gomes; MARTIN, Gabriela; FERREIRA, Valderez Pinto. Gestão do Patrimônio Cultural Integrado; Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2002. BRAYNER, Natália Guerra. Patrimônio Cultural Imaterial: Para Saber Mais/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; Brasília, DF: IPHAN 2012. CHOAY, Françoise, Alegoria do Patrimônio, São Paulo, 2006. LEÃO, Lícia Cotrim Carneiro. O espaço livre público e a visão cotidiana da paisagem: O caso do centro histórico de Laranjeiras SE; São Paulo, 2011. MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. A Cidade Como Bem Cultural: áreas envoltórias e outros dilemas, equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental urbano; São Paulo, 2006. SANTOS, Aurea Jaciane Araujo. A importância da conservação do meio ambiente cultural para a construção de uma sociedade sustentável: O caso de Laranjeiras SE; São Cristóvão, 2015 TEIXEIRA, João Gabriel L. C. et al. (Org.). Patrimônio imaterial, performance cultura e (re) tradicionalização. Brasília: ICS - UnB, 2004. VELOSO, Mariza. Patrimônio imaterial, memória coletiva e espaço público; Brasília: EdUnB, 2003, v. 1, p. 31-36.
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Referências
Cidade Fragmentária Bom Retiro como Paisagem Colagem Barbara Moraes Ferreira Orientador : Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres
Figura 01: Croqui da Rua José Paulino. Fonte: acervo do autor
paisagem do bairro do Bom Retiro através da criação de um vídeo utilizando como ferramenta a colagem e a montagem, sugeridas pela teoria “Cidade Colagem”. O trabalho tem por objetivo entender uma identidade composta por fragmentos diversos dos diferentes tipos históricos que fazem da região uma importante herança urbanística da cidade de São Paulo, criando significados através de edifícios tombados, fachadas, jogo de escalas, cores, formas, texturas e marcos visuais que se configuram em fragmentações urbanas e que se conectam à metrópole cuja arquitetura revela o passado e presente juntos. 1 83
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Este Trabalho de Conclusão de Curso propõe a criação de uma nova maneira de observar a
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Resumo
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Introdução Cidade e Fragmento No século XX, a transformação urbana dos espaços, sua escala e velocidade implicam nos aspectos da paisagem resultante de hoje. Nesse período começou-se a pensar a estrutura dos espaços que buscasse os ajustes de acordo com os atributos da metrópole moderna, que era formada não só de elementos morfológicos como logradouro, avenidas, lotes, quarteirões, bairros, vegetação, edifícios e mobiliário urbano, mas também pelo reconhecimento de aspectos como suas relações sociais, econômicas e culturais que, em função dessas características, exprime as relações em sua esfera social e produtiva. Diante dessa “explosão” urbana, a paisagem moderna mundial é caracterizada por guiar a imagem do progresso urbano, a cidade metrópole torna-se objeto de remodelações e mudanças espaciais. Uma das consequências desse avanço na cidade de São Paulo se deu pela segregação urbana, bem como consequências acerca dos problemas mais graves da vida moderna influenciariam também na qualidade mental de seus habitantes. Percebe-se que muitos são os problemas acerca do planejamento urbano que se deu ao longo do século XX, possibilitando inúmeras análises micro e macro-urbanas, e que buscou o melhor entendimento e soluções morfológicas de acordo com as necessidades mais urgentes de cada cidade e seus habitantes. É da evolução desse pensamento espacial que o pensamento pós-moderno se instaura. A cidade pósmoderna acompanha o progresso na tecnologia dos transportes, no aumento da mobilidade e na reestruturação espacial que proporcionaram o aumento da diversidade e da fragmentação da estrutura social. Exemplo dessa fragmentação urbana são edifícios com a mistura de usos e a existência de enclaves na cidade, como implantações que possuem uma diferença brusca do tecido urbano em seu entorno, ou um centro comercial em uma periferia rural, ou um condomínio de luxo próximo a bairros populares. Essas e outras rupturas nos tecidos vão contra a linha e pensamento modernista que previa um plano ideal para a cidade. Diante desses processos de reorganização urbana e busca pela identidade, originou-se uma reflexão pós-moderna sobre a paisagem a partir da relação entre elementos figurativos e fragmentados, a teoria arquitetônica do fragmentário se consolidou por Colin Rowe (1920-1999) com colaboração de Fred Koetter, resultando no livro Collage City escrito em 1973 e publicado em 1978.
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Estudar o bairro do Bom Retiro a partir da teoria Cidade Colagem permite compreender alguns processos de desenvolvimentos pelos quais o bairro passou, analisando a sobreposição dos diferentes tipos históricos que fazem da região uma importante herança urbanística da cidade de São Paulo, criando significados através de edifícios tombados, fachadas, jogo de escalas, cores, formas, texturas e marcos visuais que se configuram em fragmentações urbanas e que se conectam à metrópole.
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Proposição Hoje convive no Bom Retiro a sobreposição dos diferentes tipos históricos que fazem da região uma importante herança urbanística da cidade de São Paulo, criando significados através de edifícios tombados, fachadas, jogo de escalas, cores, formas, texturas e marcos visuais que se configuram em fragmentações urbanas e que se conectam à metrópole cuja arquitetura revela o passado e presente juntos, onde apesar das sobreposições em suas transformações espaciais, sua base territorial não alterou a essência do bairro. Perceber o Bom Retiro como camadas de significações revela seu hibridismo através da convivência, valores, memória, identidade, ideologias, expectativas, mentalidades e transformação morfológica espacial. É nessa percepção que eu procuro aplicar o pensamento da teoria “Cidade-Colagem”, resultando na construção de uma arquitetura permeável que se encontra no presente e que, através da colagem e montagem, é possível articular as possibilidades de leitura desses fragmentos. Considerando que a teoria Cidade-Colagem busca uma leitura da cidade através do sistema figurafundo, representar as qualidades do Bom Retiro implica em separar os componentes de sua paisagem para começar a criar os possíveis resultados. Diante das inúmeras possibilidades de trabalhar com a colagem e a montagem, a opção de criar um vídeo foi tomada pela oportunidade de unir uma ferramenta atual e moderna, representando o profético, acrescentando memórias e valores de edifícios que configuram marcos visuais na paisagem, representando o nostálgico, compondo assim uma narrativa repleta de signos acerca do bairro. A técnica utilizada para criação do vídeo foi a partir de uma maquete já utilizando a colagem, gravação em vídeo da maquete, edição com inserção de áudio, colagem de cenas, etc. O processo trata-se do reconhecimento da identidade de um bairro que faz parte de uma cidade global, transformando o contexto onde está inserido cada um desses signos arquitetônicos presentes no Bom Retiro. Utilizar novos instrumentos de análise urbana em função da atual complexidade da cidade contemporânea permite que encontremos semelhanças mais que aparente em alguns centros e periferias de cidades distantes geograficamente. É nessa complexidade que a cidade-colagem poderia se inserir em outros contextos de diferentes cidades globais, mostrando a diversificação da cultura mundial. Na dissonante variedade tipológica fruto da intensa produtividade atual, essa leitura estabelecida da cidade contemporânea é, portanto, a vontade de se fazer presente ou ausente ao entorno. Esse
plano/massa, razão/emoção, abstração/empatia, agora não se preocupa tanto com a forma urbana, mas sim com a dinâmica do meio social que se desenvolve neste espaço urbano, e na qual a arquitetura tem papel substancial. O dualismo presença/ausência reflete uma arquitetura que não deixa de fazer parte da cidade, afinal, a cidade pode ser entendida como várias arquiteturas reunidas. Essa nova atitude de dicotomia perante a cidade que a teoria Collage City prevê, busca relacionar-se positivamente com o espaço a ser ocupado.
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nostálgico/profético, cheio/vazio, opacidade/transparência, simetria/assimetria, figura/fundo,
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dualismo que estabelece um conceito de análise segundo contraposições, tal como as relações
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No desenvolvimento do vídeo como produto final, a maquete não foi somente uma ferramenta para o vídeo, mas também uma representação dessa leitura diante do Bom Retiro. Elementos que configuram um bairro multicultural, porém vistos plasticamente em cores neutras como o preto, branco e cinza, destacando alguns edifícios escolhidos como marcos na sua identidade arquitetônica. O vídeo apresenta aproximação e afastamento, um dualismo que tem relação com os depoimentos dos indivíduos que frequentam o bairro e de cenas que acontecem nele, transformadas em duas linguagens representadas de maneiras diferentes, porém sutis. A estação da Luz ganha destaque ao representar o início do bairro, meio pelo qual chegaram os imigrantes que ajudaram no desenvolvimento do Bom Retiro. Os áudios e depoimentos complementam e comprovam um bairro híbrido, revelando sotaques, opiniões e memórias. Esses elementos resultam em um vídeo de estudo arquitetônico e plástico, que representa uma forma de observação sobre o desenvolvimento do bairro. Essa ferramenta que explora as morfologias urbanas e os indivíduos que fazem parte dela, sintetizados num video que entende o bairro como um patrimônio cultural, e que sendo assim, que não poderia deixar de resultar em uma obra artística. Assim, o Bom Retiro se relaciona e se integra ao ambiente contemporâneo. O bairro proporciona um ambiente espacial onde os indivíduos aceitam sua pluralidade, entrecruzando-as simultaneamente. Hoje o bairro é um exemplo de coesão, pela ênfase no espaço público e por sua capacidade de acumular
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vestígios e traçados na história, reelaborando constantemente sua memória.
Figura 02 : Maquete para desenvolvimento do video. Fonte: acervo do autor
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Referências
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SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio G. (Org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Guanabara, 4a. ed., 1987.
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Operação Urbana consorciada Água Espraiada Habitação Social no Jabaquara Danielle Braga de Melo Orientadora: Profa. Me. Rita Canutti
Figura 01
Os estudos preliminares mostram que dentro da OUCAE o Setor Jabaquara é o que possui a maior necessidade de investimentos em habitação social pela quantidade de favelas e áreas de risco. Com base em dados da Emurb, o crescimento da população segue desordenada, assim a cada dia ocupa áreas escassas de saneamento, infraestrutura e lazer pela falta de opção de moradia na região. O intuito é analisar como está sendo enfrentado o problema da habitação no Setor Jabaquara da OUCAE, compreender a postura da subprefeitura da região e dos agentes envolvidos sobre a implantação de projetos de habitação de interesse social. Analisar a relação entre o número de famílias a serem removidas e a área total destinada a Zona Especial de Interesse Social.
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Introdução | Processo de Formação dos Assentamentos Precários ao longo do córrego Água Espraiada As regiões cortadas pelo córrego Água Espraiada já passaram por diversas intervenções urbanas e estudos para melhorias viárias, sociais e ambientais. No início dos anos 70 o DER - Departamento de Estradas de Rodagem apresentou o projeto da Avenida Água Espraiada pela primeira vez. Pela proposta o córrego Água Espraiada seria canalizado e a avenida ligaria a Marginal do Rio Pinheiros com a Rodovia dos Imigrantes. Os terrenos necessários para a construção, ao longo do córrego Água Espraiada, foram desapropriados para a realização das obras, no entanto elas foram paralisadas tempo depois devido a falta de orçamento. A área desapropriada para a obra permaneceu abandonada, e assim imóveis e terrenos foram rapidamente invadidos, principalmente na região do Jabaquara. Assim foram criados assentamentos precários* que estão presentes até os dias atuais as margens do córrego Água Espraiada. Em 1991, a EMURB apresentou a publicação do estudo que fundamentava a aplicação da então denominada Operação Urbana Água Espraiada, acompanhando as margens do córrego que deu nome ao projeto de lei apresentado. O estudo tinha como proposta a abertura da Avenida Água Espraiada, a canalização do córrego e de seus principais afluentes e a realização de habitações de interesse social. Parte dos recursos para a execução dessas obras seriam financiadas pela contrapartida, com a venda de concessão de potencial construtivo. Era estimado a venda de 3,2 milhões de metros quadrados adicionais que seriam destinados a investidores e grandes incorporadoras da região. No entanto até o ano de 1993 o projeto de lei não havia sido votado e com a mudança de gestão e foi devolvido a EMURB para ser modificado. | Operação Urbana Consorciada Água Espraiada A Operação Urbana Consorciada Água Espraiada está implantada na Subprefeitura Jabaquara desde 2001. A OUCAE é um conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público Municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores, com o objetivo de alcançar transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental. Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
Em 2001 os estudos da EMURB foram retomados e aprovada a Lei n° 13.260 que institui a Operação Urbana Consorciada Água Espraiada, um conjunto de regras, aprovado por meio de um projeto de lei que estabelece diretrizes urbanísticas para a área de influência da Avenida Jornalista Roberto Marinho, de interligação entre a Avenida Nações Unidas e a Rodovia dos Imigrantes. Segundo a lei da OUCAE as favelas que não forem afetados diretamente pela construção do parque, mas fazem parte do perímetro da Operação Urbana Água Espraiada, também serão beneficiados com infraestrutura de saneamento. São eles: Pingo de Ouro, Vila Fachini, René Fernandes, Imprensa Nilópolis, Jardim Lourdes, Imprensa Colonos, Dersa, Cidade de Santos, Sinhazinha, Esmeralda Monteiro, Porto Seguro, Afonso XIII, Rua das Rolinhas, Túlio Teodoro de Campos e Dornas Filho. No ano de 2011 a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e pelo IAB/SP criou o Renova SP, um concurso público nacional para a requalificação de favelas e loteamentos irregulares do município de São Paulo.
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Para a decisão de qual favela deveria ser alvo de intervenção foi utilizado o método de critérios para a priorização empregado pela Sehab. Após a análise dos pontos como: rede de coletora de esgoto, áreas de risco, grau de precariedade dos assentamentos e IPVS - Índice Paulista de Vulnerabilidade Social foi possível constatar que a favela Imprensa Colonos possui os piores valores. A favela Imprensa Colonos não é abastecida por coleta de esgoto, possui área de risco de erosão do solo por conta da topografia acidentada e acúmulo de águas pluviais, álem da precariedade das moradias. | Proposta A favela escolhida para intervenção, a Imprensa Colonos tem como principais problemas a falta de áreas permeáveis, que causam inundações e erosão do solo além da insalubridade das edificações atuais. Para as intervenções necessárias para a área foi utilizado o Plano Municipal de Habitação como norteador das propostas, com a premissa de promover intervenções a fim de sanar as inadequações urbanísticas e
Figura 02
O projeto de baseou na linha programática de “Intervenção Integrada em Assentamentos Precários”, dentre os programas apresentados o que se encaixa na área de intervenção é o Programa de Urbanização, que prevê o atendimento a população em assentamentos precários passíveis de consolidação que apresente carência em relação a infraestrutura urbana como rede de esgotamento e drenagem. Para a
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possibilitando a consolidação e a permanência das famílias.
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área é proposto obras de complementação da infraestrutura como redes de águas e esgoto, pavimentação e micro drenagem.
|Drenagem
Para sanar o problema com drenagem na região é proposto o sistema de Micro drenagem, que coleta e conduzi a água pluvial até o sistema de macrodrenagem por meio de bocas de lobo, sarjetas e uso de superfícies permeáveis como o asfalto drenante e o piso intertravado para calçadas e praças propostas. Com a área mais permeável a coleta das águas pluviais se torna mais rápida e segura sendo encaminhada para a galeria coletora.
| Realocação dos domicílios removidos
Para realocar as 132 famílias removidas são propostos 4 edifícios de apartamentos de 2 e 3 dormitórios. A área removida que atualmente abriga domicílios em situação insalubre receberá dois edifícios de uso misto com lojas comerciais no térreo, a solução além de realocar os comércios locais removidos também viabiliza a utilização de elevadores nas edificações que possuem 12 e 14 pavimentos. O térreo também abrigará a nova associação de moradores de bairro, que já existe, porém não possui locais adequada para reuniões e atividades da comunidade que são realizadas em uma igreja local. O edifício contará com salas para reunião, projeção e uma pequena copa. A associação fica voltada a praça projetada para receber atividades externas da associação além de lazer e áreas permeáveis, já em que toda a extensão da praça é proposta o uso do elemento de piso intertravado. Os edifícios têm a mesma planta de pavimentos, porém variando o tamanho de acordo com o lote possível a ser implantado assim como o número de pavimentos. A circulação da edificação se dá por meio de
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elevadores e escada que são acesso aos corredores onde os apartamentos estão dispostos. Os apartamentos possuem dois dormitórios dispostos em 60 m2. Os dois edifícios projetados nessa área da intervenção totalizam 118 apartamentos.
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Referências BRASIL, Estatuto da Cidade, 201. Estatuto da Cidade Lei n°10.257, d 10 de julho de 2001, que estabelece diretrizes gerais da política urbana. Brasília: Câmara dos Deputados. FIX, Mariana. Parceiros da exclusão:duas histórias da construção de “uma nova cidade” em Sao Paulo: Faria Lima e Água Espraiada. São Paulo: Boitempo, 2001. SALLES, Pedro M. R. Operações Urbanas em São Paulo: crítica, plano e projeto. Parte I. Introdução”. Arquitextos, Texto Especial n° 295. São Paulo, Portal Vitruvius, abril 2005. Disponível em www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp295.asp. Acesso em outubro de 2016. ______________Empresa Municipal de Urbanização - EMURB. Operação Urbana Água Espraiada. São Paulo:PMSP/EMURB, 1991. ______________Prospecto de Registro da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada. São Paulo. ______________Suplemento do Prospecto da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada. São Paulo. ______________Lei n° 13.430, de 13 de setembro de 2002. Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo - PDE. Dados Geoespaciais. Disponível em: <hhttp://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx >. Acesso em: setembro de 2016
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Infocidade - Dados sobre a cidade de São Paulo. Disponível em: <hhttp://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/ >. Acesso em: setembro de 2016.
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Requalificação do Eixo Tamanduateí em Santo André Lucas Lohengrin Pereira Wochnik Orientador: Prof. Ms. Rita Canutti
Figura 01: Perspectiva de trecho da proposição de parcelamento do território. Fonte: O Autor, 2017
projeto urbano no final dos anos 1990. Considerando as transformações ocorridas ao longo destes anos e seguindo uma metodologia de caracterização de tipologias de uso e ocupação que expõe as particularidades deste território e o divide em seis setores, o trabalho propõe novas diretrizes de ocupação, sob o formato de Operação Urbana Consorciada. Elegeu-se, entre estes setores, o setor Tamanduateí (que engloba a Avenida dos Estados, o Rio Tamanduateí e a ferrovia), para que, além de receber diretrizes específicas, se desenvolvesse um plano urbanístico de redesenho do território, que ilustra os conceitos propostos.
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Este trabalho estuda o perímetro do Eixo Tamanduateí, local para o qual foi pensado um grande
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Resumo
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Introdução No final dos anos 1990, após um longo período de declínio econômico do setor industrial, surge no município de Santo André a busca por uma reconversão econômica, uma vez que parcela importante de sua economia estava comprometida. Esta proposta de reconversão ganha força durante os debates realizados pelo projeto “Santo André Cidade Futuro”, que envolvia estudiosos de diversas áreas, juntamente à sociedade civil, para discutir as possibilidades para o futuro do município. A base desta reconversão seria a construção de uma centralidade metropolitana, (no caso, a Avenida dos Estados e suas adjacências) que fizesse com que o poder público fosse um agente cujo propósito seria coordenar os investimentos privados através de parcerias e instrumentos urbanísticos que induziriam o desenvolvimento da cidade, buscando garantir a democratização dos espaços produzidos e os acessos aos benefícios urbanos para diferentes grupos sociais. Quatro equipes de arquitetos são organizadas para desenvolver planos urbanísticos para este espaço. Após estas proposições iniciais, foi elaborado um “projeto síntese”, que adaptava os conceitos e questões abordadas pelas equipes às possibilidades econômicas do município. Este projeto foi se adaptando ao longo do tempo, assim como o fomento para sua implantação foi diminuindo, diminuindo sua expressividade. Portanto, as intenções projetuais do Eixo Tamanduateí, que traziam à tona questões referentes ao direito à cidade e que foram amplamente discutidas no início do projeto, no final dos anos 1990, brandamente foram desaparecendo com o decorrer do tempo e os acontecimentos que se seguiram, tendo como ápice deste desaparecimento o Plano Diretor de Santo André, formulado em 2004, que colocava toda a área do Eixo Tamanduateí sobre um só parâmetro de ocupação. O perímetro do Eixo Tamanduateí é extenso e envolve diversas dinâmicas e características específicas que não são reconhecidas pela legislação atual, que apenas atribui parâmetros gerais para todo este território. Ao meu entendimento, era necessário olhar de maneira minuciosa para este território, reconhecendo suas características, para formular um estudo para uma legislação específica para esta Operação Urbana Consorciada - e foi o que optei por fazer. Para compreender as vocações existentes neste território e suas possibilidades, iniciei um
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processo de imersão, que se constituiu de diversas visitas para o levantamento de dados, registros e relatos que enriquecessem a construção da imagem e das singularidades presentes neste território. Para que este trabalho se desenvolvesse, os quatro planos urbanísticos realizados por arquitetos durante o projeto “Santo André Cidade Futuro” foram a primeira referência que optei por considerar, uma vez que os olhares de grupos diferentes de pessoas, propondo soluções para um mesmo território, me trouxeram apontamentos muito pertinentes. Outra referência que considerei importante e decidi incorporar foi a Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, uma vez que esta contempla o mesmo elemento ambiental principal do território em que se localiza a minha proposta (o Rio Tamanduateí). A partir disto, foi possível determinar diretrizes gerais para a OUCET (Operação Urbana Consorciada Eixo Tamanduateí), além de diretrizes específicas para cada um de seus setores. Entre eles, o setor Tamanduateí foi escolhido para a proposição de um plano urbanístico de redesenho do território.
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Proposição Como forma de compreender este espaço, foi necessário encontrar uma maneira de sistematizar os dados colhidos. A relação entre os espaços públicos e privados sempre foi uma questão de extrema relevância para mim e ao longo deste processo pude ter a percepção de que esta relação era determinante para as dinâmicas que eram encontradas neste território. Tendo isto em mente, optei por fazer uma caracterização do território a partir da relação entre as edificações e o espaço público - a rua, efetivamente. Durante esta caracterização, foi possível reconhecer alguns tipos de ocupação do território que eram bastante recorrentes e classifica-las foi determinante para a leitura deste espaço. A partir desta observação, passei a distinguir estas ocupações de acordo com suas tipologias de uso e ocupação. Organizei esta classificação entre tipologias progressivas que iam de 1 a 3, sendo que as tipologias 1 são aquelas em que a ocupação se dispõe de forma mais próxima do espaço da rua e as tipologias 3 de forma mais distante.
Figura 02: Escala de proximidade e relação utilizada para caracterizar tipologias. Fonte: O Autor, 2017. A partir destas tipologias, foi possível identificar regiões e áreas com dinâmicas comuns. Esta metodologia foi essencial para a compreensão do território, delimitação dos setores e definição das diretrizes propostas posteriormente, que tiveram como propósito qualificar as potencialidades encontradas
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Figura 03: Delimitação de setores feita a partir de identificação de tipologias. Fonte: O Autor, 2017.
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em cada um deles.
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Uma vez que as características e dinâmicas presentes ao longo deste território estavam mais claras, permitindo que um senso de localização e identificação deste espaço a partir dos setores delimitados surgisse em mim, a necessidade de estabelecer proposições para estes setores se fazia necessária, uma vez que o período de imersão explicitou os desafios e carências de cada um deles. Para que estas proposições surgissem, algumas referências teóricas foram revisitadas, em especial o livro “Morte e Vida das Grandes Cidades”, de Jane Jacobs e “Cidades para Pessoas”, de Jan Gehl, que abordam questões referentes à qualidade de vida na cidade e a maneira como estas refletem na escala dos espaços e do que pode ser apreendido a partir do nível do observador. Sendo assim, todas as diretrizes específicas estabelecidas para cada setor possuem o caráter de valorização dos espaços coletivos e da experiência do transeunte.
Figura 04: Intervenção sobre imagem que ilustra proposição feita para um setor. Fonte: O Autor, 2017. Entre os setores que por mim foram delimitados, o setor Tamanduateí mostrou possuir características que o diferenciam e, se assim é possível dizer, o colocam como protagonista da OUCET. Sua importância é nítida: em seu perímetro estão circunscritos a Avenida dos Estados, o Rio Tamanduateí e a ferrovia, importantes elementos de conexão metropolitana para o município de Santo André. Neste setor, a relação dos lotes com a rua é hostil, visto que o passeio público encontra-se constrangido entre os muros das industrias e a Avenida do Estado, que possui um alto fluxo de automóveis. A necessidade de uma reconversão de usos que reloque estas unidades produtivas para outros pontos, ou que as integre de modo a valorizar o espaço do pedestre se reforça e se mostra necessária. Justamente
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por isto, as diretrizes definidas para este setor visam uma reconversão de usos, com a pretensão de que haja uma ressignificação desta área como um todo. Além disto, desenvolvi uma proposta de redesenho deste espaço de acordo com as necessidades explicitadas anteriormente. Como partido, minha proposição visa consolidar todo o eixo da Avenida dos Estados em Santo André como um eixo de comércio e serviços, uma vez que esta vocação já havia sido reconhecida durante o projeto “Santo André Cidade Futuro”, no final dos anos 1990 e, ao meu entendimento, ainda permanecia pertinente. A da delimitação de quatro trechos, pude estabelecer que cada um deles teria um tratamento mais específico, de acordo com os setores com os quais faziam fronteira, suas características geográficas e com os empreendimentos existentes que eu julguei interessante que permanecessem. Estas características foram fundamentais para que eu pudesse estabelecer tipologias de quadra e parcelamento do solo e em que partes do território seria mais interessante que se tivesse um ou outro tipo de parcelamento.
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Figura 05: lustrações de síntese da proposição de parcelamento feita, que propõe passeios públicos amigáveis ao pedestre, uso misto com áreas comerciais nos térreos das edificações e preservação e implementação de áreas permeáveis e elementos naturais (como córregos já existetentes) que organizem dinâmicas e sejam elementos estruturadores de possíveis percursos. Fonte: O Autor, 2017. Referências ALVAREZ, Isabel Aparecida Pinto. A reprodução da metrópole: o caso do projeto Eixo Tamanduatehy. 2009. 252f. Tese (Doutorado em Geografia), Programa de Pós-graduação em Geografia Humana, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.
FERREIRA, Josué Catharino. Aspectos Históricos e Geográficos da Industrialização de Santo André. 2013. 223f. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal do ABC, Ciências Humanas e Sociais, São Bernardo do Campo, 2013. NOBRE, Cássia Calastri. Projetos urbanos ou empreendimentos imobiliários? O caso cidade Pirelli em Santo André. 2014. 230 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2014. SAKATA, Margarida Nobue. Projeto Eixo Tamanduatehy: uma nova forma de intervenção urbana em Santo André?. 2006. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. doi:10.11606/D.16.2006.tde18102006-103742. Acesso em: 2016-09-05. SOMEKH, Nadia; CAMPOS NETO, Candido Malta. Desenvolvimento local e projetos urbanos. Arquitextos, São Paulo, ano 05, n. 059.01, Vitruvius, 2005. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br /revistas/read/arquitextos/05.059/470>. Acesso em: 30/08/2016.
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FERRACINI, Kelly Roberta. Desafios do Consórcio Intermunicipal do ABC - De Articulador para Executor de Políticas Públicas de Interesse Comum. 2013. 24f. Artigo desenvolvido para Encontro Internacional Participação, Democracia e Políticas Públicas: Aproximando Agentes, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2013.
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CALDAS, Eduardo de Lima. Formação de Agendas Governamentais Locais: O Caso dos Consórcios Intermunicipais. 2007. 227f. Tese (Doutorado). Departamento de Ciência Política/FFLCH, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
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UBUNTU Mobiliário urbano em processos coletivos Alexandre Monteiro
Figura 1: Oficina no Goethe Institute. Fonte: https://www.facebook.com/zonadamatalab/photos
Resumo Essa pesquisa pretende discutir sobre mobiliário urbano focando nos processos e contextos de geração das peças dispostas em espaços de uso público. Indaga implicitamente sobre permanência, temporariedade e definição de intervenções por artistas, administradores públicos e frequentadores desses locais. Tais temas são abordados inseridos em processos participativos práticos realizados pessoalmente em locais de uso público, efetuando questionamentos em vista de informações obtidas nas pesquisas de repertório em cursos e eventos organizados por transformadores urbanos atuantes em diferentes formatações (facilitadores, acadêmicos, coletivos, ateliers, institutos, etc).
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Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa
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Introdução O planejamento urbano, no modelo atual, negligencia o nível do pedestre e sua necessidade de microcosmos. Este trabalho percorre a dinâmica de formação dos contextos urbanos como pano de fundo, contraponto e retroalimentação ao exercício da individualidade e da autonomia dos cidadãos enquanto frequentadores e usuários do espaço público. Mostra também as progressivas transformações nas visões de mundo dos indivíduos que dele desfrutam, comentando sobre suas reverberações no usufruto das áreas livres da cidade. O mobiliário urbano é analisado como resultante das interações já descritas e seu potencializador. O processo de sua definição, elaboração, inserção e adaptação junto aos munícipes é descrito a partir das relações com seus usuários finais. Tal pesquisa é oportuna em vista da carência de processos geradores de equipamentos urbanos que incluam os frequentadores específicos dos espaços públicos, ocasionando abandono, deterioração e conflitos entre partes. Observam-se prioritariamente as experiências realizadas nesse sentido posteriores à Segunda Guerra Mundial, atendo-me aos coletivos de artistas, arquitetos e entusiastas do espaço público, como Cobra, Fluxus e 3NÓS3. São incluídas, como estudos de caso, experimentações paulistanas recentes dos grupos Acupuntura Urbana, Bijari e Movimento Boa Praça. A última parte do trabalho, a seção projetiva, aborda o planejamento de processos de transformações urbanas a partir de um modelo de oficinas que trazem o usuário dos espaços públicos para o centro decisório da elaboração desses ambientes.
Proposição
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
O projeto pretende estudar as relações entre processo de geração de mobiliários, sua definição de formas e inserção no contexto urbano, fundamentando-se em dinâmicas cooperativas e lúdicas, examinando as interações estabelecidas por tais ações.
Fig. 2 – Aspectos da cidade e autores analisados. Fonte: acervo do autor.
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Tabela 1: Análise das oficinas como participante. Fonte: acervo do autor.
Fig. 3 – Aspecto de oficina Viveiro.
Fig. 4 – Mobiliário oficina Kuin,
Fonte: acervo do autor.
Fonte: acervo do autor.
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A participação nessas oficinas realizadas por outros proporcionou a percepção da necessidade de adequação de qualquer proposta de intervenção física nos espaços públicos aos contextos específicos aos quais ela está relacionada. O mobiliário urbano aparece nessas ações de transformação territorial como agente agregador da carga simbólica das intenções dos fomentadores desses processos. Foi percebida a necessidade de incluir na determinação das dinâmicas de realização a transmissão de noções de cidadania, adequação técnica, melhoria na relação entre os atores presentes no território que recebe o processo, prioridade ao uso de energias e recursos já presentes para que se evite gastos financeiros elevados e desperdício de tempo, evitando desagregar esforços e causar desentendimentos entre partes.
Fig. 5 e 6 – Mobiliário da oficina Viveiro. Fonte: Vinícius de Moraes.
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Fig. 7 – Mobiliários e alguns dos participantes da oficina Cursinho Pimentas. Fonte: acervo do autor.
Fig. 8 e 9 - Jogo elaborado para oficina Cursinho Pimentas. Fonte: acervo do autor.
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Ao realizar as oficinas foram confrontados aspectos como a compreensão dos propósitos da existência daquela ocupação humana no território específico, as necessidades decorrentes, a logística de provisão de insumos para os eventos e a caracterização das dinâmicas de transmissão de conhecimento por ferramentas lúdicas facilmente assimiláveis. Realizar esses processos de elaboração participativa de mobiliários à esfera pública me levou a formatar um modelo de oficinas de acordo com a Lei de Gestão Participativa de Praças, nº 16212 de 10/06/2015, certamente passível de constantes aprimoramentos e adequações às circunstâncias peculiares, onde constarão os seguintes elementos: A) reconhecer o sítio: isso pode ser feito por diversos processos de sensibilização dos envolvidos e coleta de dados sobre o microcosmo escolhido; B) apresentar os participantes mutuamente; C) realizar uma prática lúdica que incite a interação e relaxamento dos envolvidos: pode ser escolhida uma prática musical, dança, yoga, exercícios físicos de acordo com a circunstância específica; D) verificar recursos disponíveis localmente (humanos, materiais e tecnológicos); E) investigar e partilhar possibilidades, tipologias e repertório; F) definir qual processo adotar e como: de acordo com a quantia de participantes e a qualidade do impacto pretendido estabelecer uma organização das ações; G) instruir sobre materiais e ferramentas; H) definir desenho: essa etapa pode ocorrer por inúmeros processos lúdicos de apreensão e registro de possibilidades; I) formação de grupos e divisão de tarefas; J) elaboração com orientação durante andamento; K) refeição coletiva: pode ser fornecida por um agente organizador ou composta de contribuições dos participantes; L) finalizar peças; M) receber comentários de feedback dos participantes; N) documentar e divulgar a realização. O arquiteto é levado ao papel de gerador de sistemas de ação na esfera pública, pesquisador de novas metodologias de intervenção no espaço público. O decorrer dessa pesquisa, inicialmente voltada a elaboração participativa de mobiliários urbanos, me levou a indagar sobre as relações entre as definições de planejamento do ensino de Arquitetura nas escolas brasileiras e o modo como os profissionais nacionais atuam. Um currículo mais propositivo em
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relação aos espaços públicos levaria a melhores relações entre os projetos elaborados durante o curso, os espaços envoltórios, os desfrutadores finais dos ambientes gerados e os agentes decisórios financiadores das iniciativas. Outra questão importante é ver os espaços livres da cidade como seus grandes pontos de mutação. A forma como lidamos com eles repercute no modo geral de vida na cidade, sendo o que, de fato, a caracteriza, tanto ao público interno quanto externo, por expressar o espírito identificador do lugar.
Referências Arti Civiche (Laboratório de Arte Cívica; tradução livre do autor). CARERI, Francesco. Disponível em: << http://articiviche.blogspot.com.br/ >> Acessado em 25/Nov/2016. ASCHER, François (Autor); SOMEKH, Nadia (Tradutora). Os novos princípios do urbanismo. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2010. FERRARA, Lucrécia D´Alessio (Autora). Design em espaços. São Paulo: Perspectiva, 2002. GUATTARI, Felix (Autor); BITTENCOURT, Maria Cristina (Tradutora). As três ecologias. Campinas: Papirus, 1990. HUIZINGA, Johan (Autor). Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2012. LEFEBVRE, Henri (Autor); FRIAS, Rubens Eduardo (Tradutor). O direito à cidade. 2. ed. São Paulo: Centauro, 2001. SITTE, Camillo (autor); HENRIQUE, Ricardo. (tradutor) A Construção das cidades segundo seus princípios
Teses ANDÉS, Ana Mendez (Redatora). Urbanacción. La Casa Encendida, Madrid, pp. 25-39. Em: <<https://merijnoudenampsen.org/2013/03/27/aldo-van-eyck-and-the-city-as-playground/>> Acessado em 05/Mar/2017. GUARNACCIA, Matteo (Autor). Provos – Amsterdam e o nascimento da contracultura. Editora Baderna, capítulo 5. Em: <<trhttp://docslide.com.br/documents/provos-amsterdam-e-o-nascimento-da-ontraculturamatteo-guarnaccia.html>> Acessado em 17/Nov/2016. LIMA, Rodrigo Nogueira. Surrealismo e a Internacional Situacionista: deambulações e derivas. In: PEIXOTO, Elane Ribeiro; DERNTL, Maria Fernanda; PALAZZO, Pedro Paulo; TREVISAN, Ricardo (Orgs.) Tempos e escalas da cidade e do urbanismo: Anais do XIII Seminário de História da Cidade e do Urbanismo. Brasília, DF: UnB - FAU, 2014. Em <<http://www.shcu2014.com.br/content/surrealismo-einternacional-situacionista-deambulacoes-e-derivas>> Acessado em 10/Nov/2016.
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artísticos. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
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Mobiliário de Encaixe Matheus de Luca Ferreira Ota Orientador: Prof. Ms. Gabriel Pedrosa
Figura 01: Coleção finalizada, composta por banqueta, banco, cadeira e poltrona. Foto do Autor, 2017.
o mesmo traça um panorama de estudos sobre seus modos de produção, englobando referências que se iniciam no século XVIII e vão até os dias atuais, através de projetos que possuem distribuição digital. A partir disto, cria-se uma linha de mobiliário para sentar, construtivamente composta por encaixes e pensada para ser distribuída digitalmente para todo o mundo através de plataformas online.
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Este trabalho tem como questão principal a democratização do design de mobiliário. Para tanto,
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Resumo
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Introdução O tipo de mobiliário escolhido para um ambiente pode dizer muito sobre a pessoa que o escolheu. Durante os anos de estudo de Arquitetura e Urbanismo, criei a convicção de que de as experiências que o espaço construído da arquitetura oferece podem ser exploradas de forma muito mais estimulante a partir do design de mobiliário. Isto posto, é tocante perceber que, como reflexo das desigualdades sociais do país, o mercado do design de mobiliário, assim como o de arquitetura, ainda é acessível a uma pequena parcela da população que possui capital suficiente para o obter. Sendo assim, a maior parte da população se vê obrigada a adquirir móveis de produção em larga escala, em muitos casos, de baixa qualidade. Esta pesquisa surge então a partir da busca de um design de mobiliário acessível, que possa abranger ao máximo de pessoas possível através de um compartilhamento virtual, tornando o usuário parte do processo de produção e fabricação do design e oferecendo-o peças de mobiliário que se distinguem das que são vendidas em larga escala por um preço justo. Para construir esta linha de raciocínio, trabalho pontua o momento histórico da união entre o design e a indústria após a Revolução Industrial e os seus efeitos nos modos de produção do design para, a partir disto, comentar os principais projetos de referência que buscavam uma produção facilitada e a democratização do design. Após este primeiro referencial, o trabalho avança sobre a questão da democratização do design e sua relação com a tecnologia nos tempos atuais, através de projetos colaborativos que se efetivaram com o incremento do compartilhamento via internet. Além disso, pontua os principais processos de produção utilizados para esses projetos, que têm agido como facilitadores da propagação destas iniciativas. A partir disto, o trabalho analisa três projetos que se desenvolveram através de projetos
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colaborativos e de compartilhamento virtual, que se utilizam de processos de fabricação acessíveis.
Figura 02: Linha de mobiliário “Four Brothers”, de Seungji Mun. Fonte: Seungji Mun, 2016. Fundamentado nestas questões, propõe-se a criação de uma linha de mobiliário de sentar, que será apresentada a seguir.
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Proposição Os primeiros esboços da proposição levaram em conta uma série de critérios, como:
Funcionalidade – peças em que fosse possível sentar-se de maneira confortável;
Materialidade – peças que fossem possíveis de serem produzidas em chapas de
compensado;
Viabilidade de Encaixe – peças que pudessem se estruturar unicamente a partir
de encaixes, que tem a função de facilitar o transporte e a construção pelo consumidor;
Estética – peças que possuíssem características formais que eu considerasse
interessantes, além de criar uma identidade entre todas as peças. Depois de muitos esboços, fiz uma seleção dos desenhos que considerei mais interessantes e aqueles em que o pensamento construtivo parecia ser mais viável. A partir disto, iniciou-se uma fase de execução de modelos de teste. Nesta etapa do trabalho, ainda que os modelos propostos fossem produzidos em escala reduzida e com materiais de menor resistência, as fragilidades de cada um deles tornaram-se mais perceptíveis – o que evidenciou os problemas de proporção e encaixes existentes.
estabelecido e, especialmente, pela forma agradável que o pé do móvel adquiriu com os ajustes feitos. Deste detalhe surgiu o partido do projeto, pois defini que este modelo de pé estaria presente em todas as outras peças desta linha de mobiliário. Depois desta definição, parti para o detalhamento do mesmo, assim como do encaixe, que seria oponto nodal do projeto. Definindo que a característica em comum das peças seriam os pés, iniciei os estudos sobre como seria a execução do encaixe entre os pés e se isto seria viável construtivamente. Para que houvesse clareza desta possibilidade, produzi um modelo em tamanho real deste encaixe em isopor, para que fosse possível estudar as medidas e também conversar com um técnico capacitado que pudesse avaliar sua viabilidade construtiva. Este processo exigiu que fossem realizados alguns ajustes de medidas e ângulos de encaixe, e outros específicos para o uso de uma fresadora cnc, como o diâmetro da fresa em todos os ângulos, até que se pudesse chegar em um modelo final de encaixe.
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Durante estes estudos, um dos modelos destacou-se por atender a todos os critérios que eu havia
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Figura 03: Esboços iniciais e estudos em modelos de escala reduzida. Foto do Autor, 2017.
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Figura 04: Modelagem 3d explodida do encaixe central. Foto do Autor, 2017. Quando este modelo final de encaixe foi resolvido, o trabalho prosseguiu estudando as mudanças necessárias em cada modelo, por motivos de proporção ou estética. Além disso, também foram feitos estudos para eventuais encaixes complementares que se faziam necessários em cada modelo. Em alguns casos, houve alterações em função do modo de produção, para que a execução das peças pudesse obter um melhor aproveitamento das chapas de compensado. Era preciso que cada peça ocupasse a menor área de chapa possível, para que houvesse um menor desperdício de material – o que
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as tornaria mais acessíveis, uma vez que afetaria diretamente no valor final do produto.
Figura 04: Modelos desenvolvidos: banqueta, banco, cadeira e poltrona. Foto do Autor, 2017. Entre os modelos desenvolvidos, elegeu-se a banqueta para a execução. Durante sua execução, ainda houveram alguns obstáculos em relação a sua produção por uma fresadora cnc, especialmente em relação aos ângulos do encaixe central. Ainda que o protótipo tivesse sido testado através de um modelo em isopor e por modelagem 3d, a peça final necessitou de alguns ajustes de medidas e angulações, que foram feitos à mão e revisados no desenho técnico final.
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Figura 05: Protótipo da banqueta. Foto do Autor, 2017.
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Acesso:
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FAB LAB. O que é. Disponível em: <fablablivresp.art.br/o-que-e> Acesso em: 12 de Novembro de 2016.
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DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgar Blucher, 2000.
Reflexos do Imensurável Reflexões de um urbanista solitário A luz e monumentalidade em Kahn Natalia Yumi Deodoro Imasaki
Figura 01 : Instituto Salk – vista do espelho d’agua. Fonte: retirada do site - http://www.trbimg.com/img541a1eda/turbine/la-keeping-it-modern-pictures-20140915-002
Resumo Sempre presente na vida do ser humano, a luz é um elemento que se faz necessário a todos, desde o princípio das civilizações. Presente também na arquitetura desde suas primeiras manifestações, a luz se faz um dos elementos de maior importância para a concepção de um projeto arquitetônico. Cria e modela espaços dando significado a eles, despertando a percepção sensorial das pessoas que os vivenciam. Louis Kahn, um dos mais importantes arquitetos da segunda metade do século XX, trabalha a luz em todas as suas obras como um de seus principais elementos. Cada espaço de toda a
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arquitetura de Kahn é pensado a partir da luz, trabalhada em conjunto com os demais elementos de concepção de um projeto, como o programa, o entorno e a materialidade. Outra característica central da obra de Kahn é sua monumentalidade, influência dada pela arquitetura grega e romana, com as quais o arquiteto teve contato no início de sua carreira. A partir do estudo dessas questões, será proposto o projeto de um pavilhão-memorial, implantado ao lado do Four Freedoms Park (parque projetado por Kahn), criando uma conexão entre os projetos. Ele traz em seu conceito a monumentalidade e o uso da luz para concepção de espaços, características marcantes nas obras de Kahn.
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Introdução Sempre presente na vida das pessoas, assim como na arquitetura, ela se faz necessária para a percepção dos espaços, da passagem do tempo e das cores. A luz constrói os espaços, revela e esconde formas, traz significados diversificados para cada ambiente, dependendo da percepção de cada indivíduo que os frequenta. Instigando os sentidos dos usuários, levando-os a transcenderem o material e alcançar algo emocional, torna a vivência em determinado espaço algo único para cada pessoa. A existência da luz automaticamente dá existência à sombra, um complementa o outro. A sombra é criada a partir do momento em que a luz entra em contado com alguma superfície, criando formas, revelando e escondendo detalhes. Sua incidência pode ser alterada de acordo com o material e cor da superfície que a recebe, podendo aumentar, diminuir, refletir ou não. Todas essas questões influenciam na formação da percepção do espaço. A luz está presente em toda arquitetura, porém nem todos os arquitetos a utilizam como principal diretriz. Alguns só a veem como uma resultante da arquitetura ou um elemento necessário somente para o conforto ambiental. Já outros arquitetos, como Louis Kahn, Le Corbusier e Tadao Ando, fazem dela o elemento essencial de suas obras, estabelecendo um diálogo dela com os demais elementos necessários para a realização de um projeto. Louis Kahn, o arquiteto foco deste trabalho, é um nome de grande importância na arquitetura da segunda metade do século XX, destacando-se por fugir de conceitos como “a função faz a forma” e por não ignorar o passado focando só no atual. Com grande parte das suas referências vindas da arquitetura antiga, grega e romana, Kahn sempre busca a monumentalidade unindo o antigo com as novas técnicas. Kahn utiliza da luz como uma de suas principais diretrizes. Para ele, um espaço não existe com sua ausência. Ele traz a monumentalidade para suas obras unindo a iluminação natural com seus grandes monólitos. Khan dá grande importância para o uso dos materiais, sempre usando os mais simples, como concreto, tijolo e madeira, empregando sua devida grandeza através de suas técnicas e estilo único de usar a luz. Através do estudo de um contexto geral da importância da luz na arquitetura e de uma análise mais focada nas obras e influências do arquiteto, esse projeto utiliza as técnicas do uso da luz concebidas por Louis Kahn aplicadas na concepção de um pavilhão expositivo em homenagem ao arquiteto, com o programa sendo formado por um espaço para exposição fixa, outro para exposições temporárias e um auditório, possibilitando o acontecimento de diversos tipos de eventos. O pavilhão busca explorar a percepção dos espaços através do estímulo dos sentidos dos usuários através da luz, trazendo esta importante diretriz da arquitetura de Kahn.
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Proposição A proposta do projeto é criar um pavilhão expositivo em homenagem ao arquiteto Louis Kahn, usando como partido algumas das principais diretrizes de projeto do arquiteto, que são a utilização da luz natural na concepção dos espaços e a ideia de monumentalidade encontrada nas formas geométricas simples, simetria e materialidade. O programa do projeto consiste em auditório, exposição permanente, exposição temporária e café. Essas atividades foram divididas em três blocos, um para o auditório, outro para a exposição permanente junto com a área técnica e banheiros e o ultimo para o café e exposição temporária onde pode vir a ocorrer outros eventos também. A composição geométrica do edifício traz o bloco principal centralizado, com dimensões de 324m² e pé direito de 13m, e os blocos laterais com dimensões 169m² e pé direito de 7m. Essa composição com foco no maior bloco e os dois menores nas laterais cria uma hierarquia entre eles e marca um eixo central, reforçando a sensação de monumentalidade pretendida. Podemos identificar essa composição em monumentos famosos como Taj Mahal, Basílica de Santa Sofia, o templo Angkor Wat, dentre outros. A entrada do pavilhão é feita pelo bloco central, onde os dois blocos laterais criam um espaço que recebe os visitantes, e leva eles até o interior do edifício, que se abre em um grande espaço utilizado para as exposições temporárias, complementando a sensação do monumental já criada pela sua forma externa. O ambiente é composto também por um elemento cilíndrico de concreto que vai do piso até a laje, conduzindo o olhar do usuário para cima, passando a sensação de grandiosidade diante daquele espaço. O interior do cilindro abriga a escada que leva ao mezanino onde está localizado o café, e também faz o papel de um grande pilar estrutural. Louis Kahn faz uso dessa escada cilíndrica fechada em uma de suas obras mais famosas, a Galeria de Arte da Universidade de Yale.
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No bloco da lateral esquerda se encontra a área de exposição permanente sobre o arquiteto Louis Kahn, nesse bloco também está localizada a área técnica e banheiros. Por último no bloco da lateral direita encontra-se o auditório, de 120 lugares, para eventos de pequeno porte. Ambos são acessados através de duas aberturas na entrada do bloco principal. A organização de toda a planta e o layout de sua ocupação convergem para o centro do edifício, reforçando ainda mais a ideia de monumentalidade.
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Aberturas: As disposições das aberturas nos grandes blocos de concreto armado também marcam a monumentalidade do projeto. Elas criam uma hierarquia que ressalta a hierarquia já criada pela volumetria do edifício, além de explorar situações variadas de iluminação natural. O bloco do auditório, por razões funcionais, não possui aberturas, podendo oferecer uma interessante experiência de se estar em um ambiente completamente escuro, quando fora de uso como auditório, além de servir também para exibição do acervo audiovisual. O bloco da exposição permanente apresenta sutis rasgos nas laterais, cortando as paredes na diagonal, proporcionando luz indireta. Esses rasgos sobem para a cobertura, numa iluminação zenital que se direciona para o grande cilindro do bloco principal, marcando-o ainda mais como o centro do projeto. No Museu de Arte de Kimbell, de Kahn, também podemos observar esse uso da iluminação zenital em linhas. O bloco central conta com grandes aberturas e paredes duplas, técnica muito utilizada por Kahn para criar iluminação indireta, como por exemplo no Instituto Indiano de Administração. As formas geométricas simples dessas aberturas exploram as formas utilizadas por Kahn na Assembleia Nacional de Bangladesh. O espaço dos corredores criado pelas paredes duplas pode ser usado como ambiente de contemplação em dias quentes, e são fechados em dias frios, para melhor conforto climático do edifício. Na cobertura do bloco maior, foi utilizada uma claraboia no cilindro central, iluminando a escada, remetendo à original utilizada por Kahn na Galeria de Arte da Universidade de Yale. Toda a Iluminação desse bloco central é feita através de uma luz difusa, que entra pelas frestas da parede interna, pela entrada do edifício e pelos corredores laterais que dão acesso as paredes externas. Materialidade: Kahn dava muita importância a uma materialidade mais simples, que só se faria grandiosa no diálogo com os demais elementos do projeto. Para o pavilhão, foi proposto uma combinação entre três materiais muito utilizados por Kahn, o concreto armado, a madeira e o vidro. Ele traz em suas obras o pesado do concreto com a sutileza da madeira, o que podemos observar no Centro Yale para a Arte Britânica, onde ele usa o concreto para a estrutura e a madeira como revestimento das paredes, ou na Biblioteca Exeter, usando o concreto mais uma vez na estrutura e a madeira para os guarda corpos, caixilhos e piso.
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O concreto compõe a maior parte da estrutura do projeto, as paredes estruturais e internas, e as lajes protendidas. A madeira foi utilizada para compor o piso do edifício e no mezanino. O vidro, para os fechamentos das aberturas propostas, completa a composição, protegendo o interior do edifício das baixas temperaturas e mantendo a transparência pretendida pelas aberturas. Estrutura: A estrutura do edifício é composta por lajes protendidas de 20 centímetros de espessura, para vencer vãos maiores, apoiadas nas paredes estruturais de 40 centímetros de espessura. Para apoio da laje do bloco central, além das paredes estruturais, foi utilizado o cilindro da escada como um grande pilar estrutural. O mezanino, onde se localiza o café, está apoiado nas paredes internas do bloco central e no grande cilindro, com a ajuda de duas vigas apoiadas em quatro pilares internos. As paredes duplas, além de servir como estrutura do edifício, diminuem a intensidade da luz (indireta, pois no hemisfério norte o sol é mais intenso na fachada sul), que entra pelas grandes aberturas das fachadas nordeste e noroeste.
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Implantação
Referências ALMEIDA, Lílian Borges. Poética em arquitetura. O arquiteto e as tendências: a obra de Louis Kahn no século XX. Pelotas 2012. KAHN, Louis. Forma e Design. Tradução por Raquel Peev. São Paulo: Martins Fontes 2010. ROSA, Joseph. KAHN. Tradução por João Bernardo Boléo. Lisboa 2007. SCHIELKE, Thomas. Light Matters: Louis Kahn e o Poder da Sombra, Maio 2013. http://www.archdaily.com.br/br/01-112181/light-matters-louis-kahn-e-o-poder-da-sombra SOUZA, Eduardo. AD Classics: National Assembly Building of Bangladesh / Louis Kahn. Outubro 2010. Inglês (Estados Unidos) http://www.archdaily.com/83071/ad-classics-national-assembly-building-of-bangladesh-louis-kahn SVEIVEN, Megan. AD Classics: Yale University Art Gallery / Louis Kahn. Outubro 2010. Inglês (Estados Unidos) http://www.archdaily.com/83110/ad-classics-yale-university-art-gallery-louis-kahn KROLL, Andrew. AD Classics: Indian Institute of Management / Louis Kahn. Outubro 2010. Inglês (Estados Unidos) http://www.archdaily.com/83697/ad-classics-indian-institute-of-management-louis-kahn
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A escolha do terreno ao lado do Freedoms Park como local de implantação do pavilhão se deu no intuito de criar um uso maior para aquele espaço, atualmente restrito à passagem de pedestres ao parque. A proposta aproveita a função de memorial das construções já existentes, criando uma conexão entre elas, começando pelo pavilhão em homenagem a Kahn, seguindo pelo memorial das ruinas do Hospital Renwick Smallpox e terminando no Four Freedoms Park. A implantação faz uso da linearidade do terreno para trazer a marcação de um eixo que reforça a monumentalidade pretendida para o projeto, além de criar uma ligação direta com uma obra de grande importância de Louis Kahn. O desenho de piso adotado, assim como a disposição da vegetação, conecta as três construções e reforça a marcação do eixo criado por elas.
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FICA: ENTRE MOMENTOS URBANOS Renata Moutinho Arriola
Resumo O trabalho apresentado tem como tema o uso do espaço público e a requalificação por meio de mobiliário urbano. Uma luminária urbana implantada pelo calçadão do Centro de São Paulo, trilhando os pedestres à canteiros projetados na calçada do Theatro Municipal, no qual a mesma luminária é usada de estrutura dos bancos, floreiras e pode ser adaptada para diversos outros usos. Com as áreas de permanência, pretende-se chamar a atenção do interesse populacional para a importância dos elementos históricos do centro da cidade, fazendo-os perceber a arquitetura, o espaço e a cidade além da insegurança, agito dos comércios e desordem do centro.
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Figura 01 : maquete banco. Fonte: acervo do autor
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Orientador : Prof. Gabriel Pedrosa
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Introdução A relação que as pessoas mantém com o espaço público mudou durante os anos. Antigamente, ele era palco para interações sociais e construção do homem público. Atualmente, o indivíduo tem as relações sociais fragilizadas, perdendo sua identidade construída nas relações com a cidade. Fato este gerou a impessoalidade e a incivilidade tanto com a cidade como com o outro. Nas cidades grandes como São Paulo, existem também muitas áreas que não são aproveitadas de acordo com seu potencial pela falta de interesse e estímulo à apropriação do espaço público. Região de importantes pontos turísticos e diversidade social, o centro da cidade tem um fluxo intenso de pessoas, porém pouca permanência e valorização ao turismo, reflexo este de um abandono à manutenção de monumentos. Os estudos feitos neste trabalho, procuram mostrar o centro como um espaço com potencial para reapropriação de estar, trazendo referências de mobiliários e intervenções urbanas que ajudaram na requalificação do espaço público. Por fim, a proposta um projeto de mobiliário urbano, desenvolvido no entorno do Theatro Municipal, criando áreas de permanência que aproximam a escala do centro à escala do indivíduo. O objetivo do mobiliário urbano no método construtivo foi o de produção em massa, no qual se aproveitasse
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um elemento, no caso a luminária, como elemento único de composição do objeto.
Figura 02 : implantação do mobiliário no calçadão.
Proposição O projeto no entorno do Theatro Municipal de São Paulo é a criação de novos espaços de permanência na região, articulados por caminhos de luz instaladas no calçadão que levam até áreas
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estratégicas dos pontos turísticos desvalorizados do centro. O balizador projetado como intervenção urbana que pode ser adaptada a diversas situações como bancos, canteiros e floreiras. Retomando o uso de permanência de uma área extremamente ativa como o centro de São Paulo, os espaços estabelecidos abrem a oportunidade para a permanência de pessoas também no período da noite, especialmente em noites de espetáculo no teatro, aumentando a sensação de segurança, aproximando a escala do centro à do indivíduo, e em todos os períodos do dia. Os canteiros e os balizadores foram pensados de forma a atrair pessoas, buscando, por meio de um bom design, tornar o espaço público inclusivo para todas as pessoas. No total, 4 canteiros são apresentados na proposta, com diferentes desenhos de banco, além de peças usadas apenas como iluminação, dependendo de sua localização. Todos os elementos buscam encorajar a permanência no local e chamar atenção para possibilidades de revitalização de espaços urbanos abandonados, como a praça Ramos de Azevedo. Como base do projeto, o paisagismo proposto unifica o piso da região, pela materialidade e desenho, unificando o conjunto do centro de São Paulo como um único projeto de requalificação que, em suas linhas, é a base para a instalação do objeto proposto. A materialidade do balizador e dos bancos foi pensada em conjunto com propostas já existentes para o calçadão, como as realizadas nos Largos, através da construção de decks de madeira com mobiliário móvel e diversas atividades de lazer propostas. A estrutura do balizador é feita de argamassa armada, pela facilidade de construção em formas e resistência do material. O LED é implantado por dentro e a fiação é instalada no piso junto com a base do objeto. A princípio, a instalação foi feita apenas no entorno imediato porém a proposta pode ser replicada facilmente em diversos pontos do calçadão, seguindo o mesmo conceito. A variedade de uso possibilitada pelo objeto abre um leque de opções para atrativos ao espaço, sendo convidativo à
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permanência, e não segregando usuários específicos como moradores de rua ou jovens.
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Figura 03 :paisagismo
Figura 04 :desenho técnico – luminária
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Figura 05 :desenho técnico – banco Referências SENNET, Richard, 1943- O declínio do homem público / Richard Sennet; tradução Lygia Araujo Watanabe. - 1a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2014.
LEFEBVRE, Henri, 1901 - O direito à cidade / Henri Lefebvre; tradução Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2001. LEFEBVRE, Henri, 1905 - A cidade do Capital / Henri Lefebvre; tradução Maria Helena Rauta Ramos e Marilene Jamur. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, 2a edição. GEHL, Jan, 1936- Cidades para Pessoas / Jan Gehl; tradução Anita Di Marco. 2ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. SERRA, Josep Ma.Elementos urbanos mobiliario y macroarquitectura = Urban elements furniture and microarchitecture. 3. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1998. 304 p. : il. RIVIERE D’ARC, Helene MEMOLI, Maurizio CAMPANARIO, Nicolas Nyimi (Tradutor). Intervençoes urbanas na América Latina: viver no centro das cidades . São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2012. 317 p. : il. Bibliografia Vários organizadores. BONSIEPE, Gui. Design, cultura e sociedade. São Paulo: Blucher, 2011. 270 p. : il.
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tradução Maria Lúcia Pereira. - Campinas, SP: Papirus, 1994 - (Coleção Travessia do Século)
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AUGÉ, Marc - Não-lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade / Marc Augé;
Nasce Uma Estrela Do cinema ao teatro Thila Bartolomeu de Oliveira. Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa
Resumo Com o intuito de desenvolver um projeto cenográfico de um filme inserido na Golden Age de Hollywood para o teatro, o trabalho retrata não só o processo de adaptação do filme escolhido, Nasce Uma Estrela, 1954, de George Cukor, por meio de simplificação de cenas, organização de espaço, produção de painéis, objetos e figurinos, mas também o estudo da origem, importância e desenvolvimento de dois assuntos que norteiam o trabalho: a cenografia e o cinema. Para entender as metodologias e as diferentes estruturações em uma montagem, foram levantados espetáculos localizados na cidade de São Paulo e filmes entre as décadas de 1930 e 1950 que serviram de referência para o desenvolvimento da proposta final. Palavras-chave: Dramaturgia do espaço; Arquitetura efêmera; Cenografia; Golden Age; Hollywood; Edifício Teatral; Mise-en-scène, Adaptação; Performance; máquina.
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Figura 01: Abertura do Medley. Fonte: acervo do autor.
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Introdução Com o propósito de desenvolver uma adaptação de um filme clássico da Golden Age de Hollywood para os palcos, por meio de uma proposta cenográfica, o trabalho traça um panorama desde a origem da cenografia, com os xamãs da Sibéria, até o próprio desenvolvimento do cinema como um meio de contar uma história, seja ela uma ficção ou não. A fim de identificar as diversas intenções teatrais e suas disposições cenográficas, é analisado desde os primórdios até a Contemporaneidade, apontando seus conceitos, tipologias de palcos e como se aproveitavam de estruturas existentes tanto para a transformação do edifício teatral quanto para evolução e criação de novos mecanismos para a ilustração de suas histórias. Assim como o estudo do teatro, o cinema também é averiguado por meio do relato de seu desenvolvimento desde a criação do cinetoscópio, que permitia retratos simples da vida cotidiana, passando pelos seus futuros aperfeiçoamentos que viabilizaram, ao longo do tempo, a criação do cinema mudo, a proveniência do som e técnicas de coloração, até as grandes produções repletas de efeitos especiais da atualidade. Para ilustrar e compreender as mais variadas estruturações de um cenário cinematográfico, são analisados os filmes ‘Festim Diabólico’ (1948) de Alfred Hithcock e ‘E o Vento Levou’ (1939) de Victor Fleming. Como referência de adaptação do cinema para o teatro, quanto o contrário, são estudadas as produções atuais presentes na cidade de São Paulo: os musicais My Fair Lady e Ghost e a peça O que terá acontecido a Baby Jane?, com o objetivo de entender as metodologias usadas e necessárias para a criação de uma adaptação e, também, para servir de parâmetro para o projeto cenográfico do filme selecionado a partir de uma lista de 8 diretores que apresentam importância no período da Golden Age, o Nasce uma Estrela, 1954, de George Cukor.
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Com o filme selecionado, foram levantados objetos, vestimentas e arquitetura do período no qual o filme está inserido a fim de transpor tal identidade para o projeto cenográfico. A partir disso, um desmembramento e simplificação do enredo foram feitos para tornar a adaptação possível até culminar na totalidade do projeto. Proposição Dos 26 filmes selecionados para estudo, foi escolhido Nasce Uma Estrela (1954), não só porque se trata de uma produção relevante no mundo cinematográfico, que teve várias adaptações (1937 com Janet Gaynor, 1976 com Barbra Stresand e uma nova adaptação prevista para 2018 com Lady Gaga) e pouquíssimas adaptações teatrais, que não passaram de seus workshops, mas também porque é uma história que oferece várias possibilidades interessantes para o desenvolvimento projetual da adaptação teatral já que possui caráter metalinguístico, mostrando claramente a máquina de fazer filmes em todo seu enredo. É neste caráter de metalinguagem que nasce o partido do projeto cenográfico. O intuito é escancarar a caixa cênica e os bastidores para o espectador, como se a plateia não estivesse somente
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de frente para a boca de cena assistindo ao espetáculo, mas também por trás dos segredos da máquina da produção teatral expondo varas, canhões de iluminação, membros do apoio entrando e saindo do palco com objetos de cena e até trocas de figurinos à vista durante um número musical, de modo que todos os presentes no teatro se engrenem nessa máquina como testemunhas de toda a produção, pois muitos não sabem o que acontece nos bastidores. Assim, tal escancaramento poderá instigar o espectador em futuras produções, fazendo-o pensar em como tudo foi criado.
Figura 02: Intenção. Fonte: acervo do autor
Porém, antes mesmo de começar o projeto cenográfico, foi preciso estudar o filme a fundo e desmembrá-lo em listas, com o objetivo de simplificar suas ambientações, já que ele apresenta uma grande complexidade, com inúmeras trocas tanto de lugar - que poucas vezes se repetem -, quanto de figurinos, sendo que os protagonistas mal saem de cena. Um exemplo claro dessa complexidade é a principal cena musical, que decorre como um medley; em cerca de quinze minutos, há quatorze cenários diferentes e a protagonista troca de figurino nove vezes.
em cenários montados ou locações existentes. Adaptar a mesma história em um teatro, com duração aproximada de duas horas, em dois atos, sem cortes, sem revisões, com um espaço limitado, ao vivo e buscando ser fiel ao enredo original revelou-se ser um grande desafio. Assim, viabilizar a adaptação foi, inicialmente, a principal preocupação. Por isso o primeiro passo foi separar os cenários que apresentam repetição na história e que são importantes para o seu desenvolvimento: Shire Auditorium - marca o início e fim do espetáculo-; Casa de Norman Maine; Hotel Ollander Arms; Olivier Studios; Estúdio de Gravação; Casa de Esther e Norman. Já os cenários que aparecem de forma bem pontual durante o enredo, como restaurantes, deslocamento dos personagens pela cidade, cartório, igreja, entre outros, foram pensados separadamente e, como solução, resolveu-se transferir algumas dessas cenas para uma outra ambientação que não prejudicasse ou alterasse o conteúdo. Quando a transferência não fosse possível, o proscênio seria utilizado para o seu desenvolvimento, juntamente com um painel que separa este espaço do restante do palco, assim, além de permitir que alguma troca de cenário aconteça por trás deste painel, evita-se interferência na história.
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No cinema são feitos cortes. As filmagens são não sequenciais e transcorrem em diversos dias e
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Há, no filme, ainda em seu início, sucessões de fotos mostrando de uma maneira mais rápida as transições na vida da protagonista, desde sua desistência da orquestra da qual fazia parte como cantora até sua mudança para os estúdios de Hollywood. Tais sucessões serão reproduzidas também utilizando o proscênio do palco juntamente com um painel de projeção que cobrirá toda a boca de cena. Com o objetivo de resgatar a identidade dos musicais da Golden Age, foi decidido que todos os painéis seriam caracterizados como aquarelas, que seriam criadas a partir de uma paleta de cores elaborada a partir da análise da sequência de cenas já citada antes: o Medley. Os objetos que também farão parte da composição cenográfica e figurinos serão coerentes com o período no qual o filme está inserido a fim de recriar um tempo passado e se aproximar ao máximo de sua história original: a década de 1950.
Com o partido definido, foi feito um storyboard do filme completo para facilitar a organização e a mensura de quantos cenários, painéis e objetos seriam necessários para toda a produção, além do
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gerenciamento de onde todo este material seria guardado e ordenado pelo palco.
Figura 03: Casa do Casal. Fonte: acervo do autor
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Figura 04: Cenário Studio. Fonte: acervo do autor
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BROOK, Peter. O teatro e seu espaço. São Paulo: Vozes, 1970.
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Complexo Estudantil Lavapés Sustentabilidade aplicada à edificações Carol Ramos Silva
Figura 01: o Complexo Estudantil. Fonte: acervo da autora
Resumo O trabalho tem como proposta o desenvolvimento do projeto de um complexo estudantil inserido em um parque urbano, localizado entre os bairros da Liberdade e do Cambuci, na região central de São Paulo. Após pesquisas bibliográficas sobre os temas da habitação estudantil, sustentabilidade e parques urbanos, o projeto foi concebido utilizando de sistemas préfabricados, estrutura metálica, geração de energia in loco, captação e manejo de águas para analisar os benefícios da aplicação de tais métodos na construção de habitações de grande porte.
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Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins
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Introdução Após as experiências vividas durante um intercâmbio para a Coreia do Sul (onde me hospedei no alojamento da universidade), surgiu o interesse em discutir os tipos de moradia disponíveis para estudantes no Brasil e a forma como as condições de tais habitações influenciam e têm papel importante na vida acadêmica e pessoal de seus moradores. Partindo desse novo interesse, da antiga preocupação ambiental e da relação entre áreas verdes, lazer e espaço público, veio a decisão por trabalhar a proposta do Complexo Estudantil. A criação de uma moradia privada (não vinculada à uma instituição específica) inserida em um parque urbano veio como forma de suprir a demanda popular local por áreas verdes para práticas de esporte e lazer bem como um lar para estudantes das mais diversas localidades. A necessidade de moradia para viabilizar o estudo vem desde a época de Platão e sua Akademia, onde seus discípulos residiam por conta da distância de sua região de origem (NAVES, 2016). Os edifícios cuja função essencial era a de abrigar estudantes são vistos com mais clareza a partir do século XIII e a posterior disseminação dos campus universitários. No exterior, alguns dos maiores expoentes das moradias estudantis são o Pavilhão Suíço, de Le Corbusier, e a Backer House, de Alvar Aalto. Em território nacional um dos maiores ícones dessa arquitetura é o Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo, de Eduardo Kneese de Mello, Joel Ramalho Júnior e Sidney de Oliveira. Importante não só como tipologia arquitetônica mas como símbolo dos movimentos estudantis, por
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diversas vezes servindo como base e palco de manifestações pertinentes à categoria.
Figuras 02, 03 e 04 : o Pavilhão Suíço, a Backer House e o CRUSP. Fontes: (Samuel Ludwig via Archdaily, Above Summit com Christopher Harting via MIT; Revista Acrópole)
O setor da construção civil é um dos grandes responsáveis por danos ao meio-ambiente em todo o planeta. O consumo é de em média um terço dos recursos naturais do mundo e 40% da energia produzida (CSILLAG, 2011). Tamanha é sua responsabilidade diante da questão da sustentabilidade que o setor vem se aprimorando na busca por formas menos agressivas de continuar se expandindo e participando ativamente da economia dos países. Começamos então a utilizar o termo “construção sustentável”, que poderia ser definido como:
[...] um sistema construtivo que promove intervenções no meio ambiente utilizando ecomateriais, soluções tecnológicas inteligentes, adaptando-os às necessidades de uso, produção e consumo humano, promovendo o bom uso e a economia dos recursos finitos
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(materiais, água e energia não-renovável), a redução da poluição e melhoria da qualidade do ar no interior da habitação, possibilitando conforto para o usuário, sem esgotar os recursos naturais e preservando-os para as gerações futuras. (ARAÚJO, 2006 apud SALA, 2006).
Considerando tais conceitos de construção sustentável e as demandas da moradia estudantil, o Complexo foi desenvolvido para servir de mediador ambiental e como um equipamento que satisfaça tanto seus moradores como seu entorno, trazendo pessoas e serviços para uma área atualmente sem uso.
Proposição
Localizado no centro de São Paulo, entre os bairros do Cambuci e Liberdade, encontra-se o terreno de projeto. Conhecido como Gleba da Eletropaulo, o local antes abrigava uma das primeiras
Figuras 05 e 06: o terreno, seu entorno imediato e implantação proposta. Fonte: Google Maps.
Com mais de 109.070m2 de área, optou-se pela implantação da moradia ao extremo leste do terreno para permitir que a área do parque fosse ininterrupta e evitasse sombreamento de edificações vizinhas para maior aproveitamento de energia solar. Por se tratar de uma área contaminada, a área do parque precisou receber uma camada nova de solo, conforme método de remediação já proposto pela CETESB, para que fosse possível utilizá-lo normalmente. A captação de água da chuva é e feita tanto pelas coberturas dos edifícios como pelas áreas verdes do parque que funcionam como elementos filtrantes que tratam a água e a direcionam para os reservatórios para posterior utilização nos espelhos d’água, rega e outros usos não potáveis. Os espelhos d’água ajudam a regular a temperatura ambiente por evaporação além de servirem como elemento participante do sistema de captação e reuso de água do Complexo.
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indústrias de São Paulo mas atualmente está vazio.
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Figuras 07 e 08: área das quadras e percurso dos espelhos. Fonte: acervo da autora.
A moradia estudantil é composta por 8 pavimentos, sendo os 2 primeiros destinados à espaços de comércio e serviços públicos para suprir tanto a grande demanda gerada pelos próprios moradores como para criar um polo de atração para os vizinhos e populações próximas. Com essa intenção de um térreo livre, optou-se pela implantação laminar dos blocos, criando entre eles uma grande rua de compras para acolher público interno e externo. Ambas as lâminas foram
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terraceadas para evitar que houvesse a perda do contato visual do usuário com o ambiente exterior.
Figuras 09 e 10: abertura da rua sem saída e vista do estacionamento. Fonte: acervo da autora. Para atender uma gama variada de perfis, foram desenvolvidos 8 tipos de unidades habitacionais com ocupação de 1 a 4 moradores, com quartos individuais, duplos ou triplos além da presença ou não de banheiros e cozinha privativos. Em todos os andares estão presentes salas de estudo, cozinha coletiva e ambientes de convivência com televisão, salão de jogos e espaços com sofás e mesas para reuniões. A cozinha se manifesta como um ambiente com grande potencial de criação de encontros entre os moradores então dedicou-se a ela um grande espaço diretamente ligado ao eixo de circulação vertical para proporcionar tais encontros de forma aleatória e seus equipamentos foram distribuídos de forma a
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criar diversos nichos diferentes e evitando divisórias para permitir a maior área de contato visual possível dentro dela. A edificação conta com quantidade suficiente de painéis solares para aquecimento de água de todas as unidades além de contribuir progressivamente com 60% da produção de eletricidade (considerando rendimento máximo e melhores condições climáticas possíveis). Tal metodologia foi aplicada para que a edificação fosse capaz de reduzir sua demanda da rede pública e utilizasse a quantidade mínima de recursos naturais possível. A aplicação dos estudos sobre sustentabilidade e energias renováveis mostraram como é possível tal redução numa edificação de grande por, além de destacar a importância dos espaços públicos de lazer para a população e para o meioambiente.
Referências (você pode citar até 12 títulos – use o formato segundo o modelo abaixo) ABRINSTAL; COMGÁS. Manual Técnico para Projeto e Construção de Sistemas de Aquecimento Solar & Gás Natural. São Paulo: IEE-USP, 2011
CONSELHO BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL. Aspectos da construção sustentável no Brasil e promoção de políticas públicas: subsídios para a promoção da construção civil sustentável. v.1. 2014. KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010. MACHADO, Otávio Luis. As Repúblicas Estudantis da Universidade Federal de Ouro Preto, Brasil. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº 66, 2003 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Resenha Energética Brasileira de 2015. Brasília, 2016. PEREIRA, Enio Bueno; MARTINS, Fernando Ramos; DE ABREU, Samuel Luna e RÜTHER, Ricardo. Atlas brasileiro de energia solar. São José dos Campos: INPE, 2006. PITA, Marina. Manejo de águas pluviais no estádio Mané Garrincha. Revista Infraestrutura Urbana ed.36. São Paulo: PINI, 2014. REN21. Renewables 2015 Global Status Report. Paris: REN21 Secretariat, 2015. SCOARIS, Rafael de Oliveira. O projeto de arquitetura para moradias universitárias: contributos para verificação da qualidade espacial. 2012. Dissertação de Mestrado - Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. VILELA JUNIOR, A.J. Uma Visão sobre Alojamentos Universitários no Brasil. In: DOCOMOMO Brasil, 5, São Carlos, 2003. Anais... São Carlos: USP, 2003.
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COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso Futuro Comum. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991
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Reuso de contêiner Do abandono à cultura Luane Bregola Rodrigues
Figura 01: Pátio interno do Espaço cultural
Resumo Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo criar um espaço cultural, multiuso e sustentável localizado na Rua Augusta – São Paulo, prioritariamente construído com materiais reutilizados, o projeto terá como proposta poder ser adaptado em diferentes terrenos. Entre os principais materiais utilizados se destacam o Contêiner, madeira de reuso e o concreto armado, além de moveis e forros feitos a partir do PET reciclado. O complexo será constituído por cinco blocos principais, criando um grande pátio interno de uso livre, levando como objetivo principal a possibilidade do usuário possuir um espaço multiuso na cidade, com isso o espaço se mostra adaptável, apresentando diferentes usos para o mesmo local.
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Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Martins
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Introdução Cada vez mais a arquitetura e a engenharia civil buscam alternativas de construção, e o reuso de materiais descartados para a utilização em projetos tem se mostrado muito presente nesses últimos tempos. Grande parte dos projetos arquitetônicos atuais, tem sido pensada voltada a sustentabilidade, visando o conceito dos três “R” de consumo consciente: reduzir, reutilizar e reciclar. Atualmente o contêiner tem tido uma grande aceitação no mercado da construção civil, já que é um material totalmente adaptável, modular e de fácil manuseio. Dados mostram que milhares de contêineres são descartados nos portos brasileiros por ano, muitas vezes sem nem chegar ao fim de sua vida útil para o transporte de cargas marítimas, o custo da compra de um contêiner descartado no porto varia entre mil reais e seis mil reais, isso acaba fortalecendo as vantagens de aproveitar o material para a construção civil, além de outras inúmeras vantagens. Ao longo do trabalho, será discutida a viabilidade, vantagens e desvantagens de utilizar o contêiner na construção civil, colocando em pauta também a questão da sustentabilidade nesse meio. Para concretizar a ideia, o tema será introduzido em um projeto arquitetônico, que será um espaço cultural. O espaço será dividido basicamente em cinco blocos, sendo eles um restaurante/bar, o hostel, dois espaços multiusos e uma área destinada a coworking, além de toda a infraestrutura necessária, como banheiros, administração e área técnica. A ideia do local é criar interação entre o público e adaptar o local a vários usos distintos, dependendo da necessidade do usuário. Referências Matilha Cultural: “A Matilha Cultural é um centro cultural independente e sem fins lucrativos localizado na região central de São Paulo. Fruto do ideal de um coletivo formado por profissionais de diferentes áreas, o espaço Matilha é preparado para apoiar e divulgar produções culturais e iniciativas sócio-ambientais do Brasil e do mundo. ” Hostel Casa de La Musica: O Hostel Casa de La Musica, localizado em Budapeste, é considerado uma Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
atração no centro da cidade com suas festas, bares e sua piscina, tudo aberto ao público. O Hostel mantém como proposta a convivência entre hospedes e moradores da cidade, o local já abrigou projetos sociais e pequenos eventos locais. A Casa de La Musica despõe de nove tipos de acomodações distintas e toda a infraestrutura necessária para seus hospedes e turistas que estão apenas de passagem. City A Docks: Concluída em 2010 pelo escritório Cattani Arquitetos, a cidade universitária está localizada em LeHavre, França. A cidade é resultado do reuso de containers abandonados que foram reformados e transformados em habitações estudantis modulares, equipadas com toda a infraestrutura e conforto necessário. Os containers embilhados, deram forma a um edifício de quatro andares, abrigando 100 apartamentos com 24m² cada. Foram utilizadas estruturas metálicas para fortalecer a estrutura do edifício e conectar ambas as torres, criando uma circulação entre elas, contribuindo ainda para novos espaços de lazer e passarelas. Tetris Contêiner Hostel: “Localizado em Foz do Iguaçu, o hostel foi concebido de forma funcional e criativa, com estrutura formada por 15 containers em mais de mil metros quadrados. Com capacidade total para 70 pessoas, os quartos são privativos ou compartilhados, cozinha compartilhada, lounge, piscina, varanda, jardim interno, bar e estacionamento gratuito. Além disso, tem como ponto alto um deck e dois amplos
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terraços, ideais para ver o pôr do sol, muitas das áreas são abertos ao público. Entre os recursos sustentáveis, baseados na proposta dos 3R’s – reduzir, reutilizar, reciclar – existe a captação da água da chuva, reutilizada nas descargas dos banheiros e todo efluente gerado nas pias, chuveiros e sanitários do hostel é tratado no local por um sistema eco-friendly chamado zona de raízes, onde as plantas fazem a filtragem da água que, na sequência, é utilizada para regar os jardins. Proposição O Espaço Cultural tem como objetivo criar um ambiente modulável, podendo assim ter vários usos dependendo da necessidade do visitante. O espaço é divido em cinco blocos principais, sendo eles o Bar/restaurante, o Hostel, dois espaços multiusos e um ambiente destinado a Coworking com um box privado integrado a ele. Entre os blocos criase um grande pátio interno de uso livre para a população, podendo eventualmente ser fechado para eventos, onde o usuário pode desfrutar de um ambiente ao ar livre e assim usá-lo da forma que quiser. Além dos blocos principais, o Espaço Cultural conta com uma estrutura de suporte para o usuário, como banheiros e camarim, o bloco da administração e bloco das caixas d’água. A ideia do pátio é que sua função seja criada a partir do que o visitante esteja fazendo dele, ou seja, inúmeras possibilidades de uso. O uso do Contêiner como material principal reforça a ideia de modularidade e adaptação, pois o contêiner possibilita com que este mesmo espaço seja recriado e adaptado em diferentes terrenos e até mesmo ser reformado, ampliado ou modificado com grande facilidade. Além do contêiner, concreto armado e madeira complementam a parte arquitetônica e ajudam a fixar e
Figura 02: O Espaço Cultural. Fonte: acervo do autor
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reforças as estruturas, criando um ambiente harmônico e amplo para o usuário.
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Figura 03: Cortes. Fonte: acervo do autor Bar/Restaurante: O Restaurante/bar aprece como sendo o primeiro bloco do Centro Cultura, virando um chamariz para as pessoas que não conhecem o local. No primeiro pavimento localiza-se o restaurante e a cozinha industrial destinada a ele, com duas entradas, uma entrada pela Rua Augusta e outra abertura para dentro do centro. O bar, localizado no pavimento superior tem como ideia ser um local mais despojado, onde tem uma passarela que o conecta com uma espécie de ‘camarote’ do espaço Multiuso1, o espaço se mostra mais aberto, com vista para os possíveis eventos que aconteçam no local, podendo eventualmente também ser fechado quando necessário.
Hostel: O Hostel tem como função atender as pessoas que procuram hospedagem próxima ao centro e as
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pessoas que precisam de hospedagem para eventos no Espaço cultural. No primeiro pavimento encontrase a recepção, área de convívio, cozinha comunitária e a área de funcionários e, no piso superior três dormitórios com capacidade para abrigar aproximadamente 18 hospedes simultaneamente, banheiro comunitário, além de uma varanda com uma área de convivência interna para os hospedes. O Hostel é composto por quatro contêineres de 12 metros, um de 6 metros e uma área entre contêineres em concreto armado, fazendo a ligação entre eles.
Espaço Multiuso2: O Espaço Multiuso2 é destinado a quem procura mais tranquilidade comparado ao resto do Espaço Cultural, ou seja, um local mais reservado, para quem procura um ambiente para ler, relaxar, fazer pequenas reuniões e, eventualmente ele pode ser fechado para pequenos eventos e exposições. O espaço contém portas de vidro que podem ser fechadas para eventos, ou mantidas abertas em dias comuns. Englobado a este espaço, existe uma biblioteca aberta ao público e a administração de todo o local. O Espaço Multiuso2 é composto por dois contêineres, onde estão a biblioteca e a administração e um vão em concreto armado que abriga o espaço em si.
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Coworking: O bloco do coworking, é basicamente um local destinado ao usuário que procura uma sala para reuniões, trabalhar, estudar e etc. A sala contem mesas, tomadas e internet gratuita, tudo feito com controle da administração. Neste mesmo bloco possuí em anexo um Box destinado a algo privado, como lojas, bares, e confeitarias, para contribuir com a renda do local. O coworking é constituído por dois contêiners de 12 metros e dois de 6, e o fechamento da sala é feito em concreto armado.
Espaço Multiuso1: O Espaço Multiuso1, deve ser considerado a parte mais significativa de todo o Espaço Cultural, pois ele permite com que o usuário crie diferentes funções ao mesmo espaço, dependendo da necessidade. Ele pode simplesmente ser um pátio coberto para uso livre, pode sediar eventos como shows, desfiles, cinema ao ar livre, teatro, exposições, entre outros. É constituído por apenas dez contêiners de 12 metros e, em seu interior encontra-se os banheiros, a casa de controle de luzes e som e uma área fechada para camarim ou deposito e, o desenho em “u” destes conteinêrs cria o pátio principal chamado de Espaço Multiuso. Estrutura metálica e vidro, contribuem com a amarração da estrutura e suporte de luzes e som e todo seu fechamento em vidro fosco, para contribuir com a luminosidade e temperatura.
Referências Canal de Decoração. Disponível em:< http://canaldadecoracao.com.br/moveis-reciclados-fotos-eideias/>.Acesso 20 de novembro de 2016. Casa de La musica. Disponível em: www.casadelamusicahostel.com>. Acesso em 10 de outubro de 2016. Cite a Dock. Disponível em: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattaniarchitects Acesso em 10 de outubro de 2016.
Estrutura do Contêiner. Disponível em: < www.residentialshippincontaineprimer.com> Acesso em 20 de novembro de 2016. Garrido Louis. Sustainable Architecture Containers. Instituto Monsa de Ediciones, 2011. Matilha Cultura. Disponível em: <www.matilhacultural.com.br>. Acesso em 18 de março de 2017. Piso Drenante. Disponível em: < http://jornaldaconstrucaocivil.com.br/wpcontent/uploads/2017/01/BASF.jpg>. Acesso em 18 de março de 2017. Piso Drenante. Disponível em: < http://www.maski.com.br/holland-drenante>. Acesso em 18 de março de 2017. Revista Hotel news. Disponível em: <http://www.revistahotelnews.com.br/portal/opiniao.php?get_op=258> Acesso em: 5 de março de 2017. Telhado Verde. Disponível em: < http://www.arquidicas.com.br/telhados-verdes/> Acesso em 20 de novembro de 2016. Tetris Hostel. Disponível em: <www.tetrishostel.com.br>. Acesso em 10 de outubro de 2016. The Container Traders, Nationwide Container Solutions. How to build a shipping container house, 2010.
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Contêiners abandonados. Disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,portosbrasileiros-tem-5-mil-conteineres-abandonados,405796 Acesso em 10 de outubro de 2016.
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