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Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo Centro Universitรกrio Senac
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revista do tcc
#08 > 2020
Centro Universitário Senac, ARQLAB Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo Revista do TCC 2020 | 1 / ARQLAB. Centro Universitário Senac - São Paulo (SP), 2020. 222 f.: il. color. ISSN: xxxx-xxxx Editores: Ricardo Luis Silva, Valéria Cássia dos Santos Fialho Registros acadêmicos (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2020. 1. Divulgação Acadêmica 2. Produção discente 3. Trabalho de conclusão de curso 4. Graduação 5. Arquitetura e Urbanismo I. Silva, Ricardo Luis (ed.) II. Fialho, Valéria Cássia dos Santos (ed.) III. Título
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
REVISTAS DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO revista do tcc 2020_1 edição #08 FICHA TÉCNICA: Coordenação de curso: Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho
Editor da revista, diagramação e programação visual: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva Produção e organização: ARQLAB
Apresentação
Este volume apresenta os Trabalhos de Conclusão de Curso das turmas 2015-2 (TCC 2) e 2016-1 (TCC 1) do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac, sintetizados pelos seus autores na forma de pequenos ensaios (TCC 2) e pranchas conceito (TCC 1).
Os trabalhos estão organizados em 6 Linhas, sob orientações dos professores abaixo listados: L1: Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo Profª. Drª. Myrna de Arruda Nascimento (TCC 1 e TCC 2) Prof. Dr. Ricardo Luis Silva (TCC 1) L2: Arquitetura do Edifício Prof. Esp. Artur Forte Katchborian (TCC 1 e TCC 2) Prof. Ms. Marcelo Luiz Ursini (TCC 1) Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino (TCC 2)
L3: Patrimônio Arquitetônico e Urbano Prof. Dr. Marcelo Suzuki (TCC 2) Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres (TCC 1 e TCC 2)
L4: Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem Profª. Dra. Beatriz Kara José (TCC 1 e TCC 2) Profª. Ms. Marcella de Moraes Ocké Mussnich (TCC 1)
L5: Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto (TCC 1) Prof. Dr. Nelson José Urssi (TCC 1 e TCC 2)
L6: Tecnologia aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo Prof. Dr. Marcelo Suzuki (TCC 1 e TCC 2) Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino (TCC 1)
Os trabalhos de TCC 2, na íntegra, podem ser acessados no endereço virtual abaixo: https://issuu.com/tcc2020-1 Profª. Drª. Valéria Cássia dos Santos Fialho
TCC 2 ensaios
Linha 1 Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
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MODULAR: Intervenção em espaço interior residencial Antônio Attademo Junior
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Corpo e arquitetura: A imagem fotográfica como forma de perceber o lugar do corpo na arquitetura Danielle Macedo Oliveira
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Ao Cubo: Aprender vivenciando experiências com/no espaço Victória Cavalcanti de Arruda
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MEMFIS: espaços para convívio em ambientes prisionais Vyctória Gonçalves Araújo Santos
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Linha 2 Projeto do Edifício
33
Centro Cultural M'Boi Mirim Antônia Adriana da F. Feitosa
35
Hospital de Oncologia Pediátrica: Humanização da arquitetura hospitalar Caroline Romana Santos da Cunha
41
Complexo multifuncional e cultural na favela Zavuvus Eduardo Vásquez Morillo
47
Centro Cultural Billings Gabriela Gomes Bitencourt Varjão
53
Complexo multifuncional: Coliving - Coworking Gustavo Zerrenner Clemente
59
Centro de Treinamento de Artes Marciais Iandra Larise de Souza Rocha
65
Aprimoramento do Autódromo de Interlagos Leonardo Augusto Menossi Pereira Medeiros
71
Teia Cultural: uma costura entre cidade, cultura e patrimônio Luiza Azevedo Silva
77
CCPL - Centro Cultural Pedra Lisa: Lazer, cultura e memória em Itapecerica da Serra Pedro Venilson Dias Santana
83
Linha 3 Patrimônio Arquitetônico e Urbano
89
Requalificação do Mercado Municipal de Santo Amaro - SP Mirivaldo Douglas Cândido Moraes
91
São Luiz do Paraitinga: Plano de gestão para Patrimônio Cultural Stephanie Faraco Tisovec
97
Linha 4 Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
103
Arte urbana e espaços públicos: Intervenção Minhocão Letícia da Costa Oliveira
105
Requalificação e ampliação do Parque da Abolição em Mogi Guaçu, SP Mariana Cavassini Vallim
111
VER(A)CIDADE: Leituras e propostas para transformação da paisagem urbana no centro da cidade de São Paulo Marina Silva Melo
117
Parque Memorial Fundação Paola Gomes de Araújo
123
Linha 5 Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
129
Arquitetura comercial e a essência da marca no ponto de venda Danielle Santos Pereira
131
Neuroarquitetura: estímulo e bem-estar no ambiente corporativo Jaqueline Soares e Silva
137
Arquitetura e a Tecnologia Comercial João Z. M. Nishimura
143
Linha 6 Tecnologia Aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo
149
Habitação Open Source: Aldeia Guarani TEKOA PYAU Fiama Dias de Souza
151
Habitação mínima feita com encaixes de madeira Gabriela Leonel Guindo
157
TCC 1 pranchas conceito
Linha 1 Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Camila Brandão Nunes da Silva João Pedro de Góes Moura Luiza Facó Franklin de Oliveira Maria Eduarda Senger Gioia Mariana Chagas Ferreira Rodrigo Queiroz Nunez
Linha 2 Projeto do Edifício
Amanda Karoline da Silva Zillig Amanda Yamamoto Valdemar Bianca Castro da Silva Danielle dos Santos Santana Gabriela Corrêa Heloísa Helena Reis Ferreira Laiz de Souza Fernandes Larissa Barbosa Silvestre Leopoldo Alberto Teixeira Mendes Cruz Marian Victória El Soumaili Ramiro Lopes Nepomuceno Schmitz
Linha 3 Patrimônio Arquitetônico e Urbano
Aline Yuri Tsushima Menezes Ana Carolina Poli da Silva Ana Clara Ávila de Macedo Beatriz Prete Ramos
163
171
185
Linha 4 Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
Bruna de André Moreira Caroline de Fátima Marques Tramontin Fernanda Pereira da Silva Guilherme Rodrigues Oliveira Iman Abou Mahmoud Juliana da Silva Paschoal Natália Cristina Freitas Lima Victória de Almeida Arruda
Linha 5 Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
Ângela Knijnik Burgos Henrik Schwarz Maria Elisa de Lima Gragnani Natália Cristina Sousa do Nascimento Paula Renata Leme do Prado Tatiana Silva Nakashima Vanessa dos Santos de Jesus
Linha 6 Tecnologia Aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo
Ariane Lopes Silva Asaph Nícolas Almeida de Souza Júlia Resende Rocha Mayara Ferreira Gonçalves Michael Vinícius de Lima Raquel Ferreira Melo Vinícius Marin Cardozo
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201
211
ensaios
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
TCC 2
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MODULAR Intervenção em espaço interior residencial Antonio Attademo Junior
Resumo Este TCC teve como objetivo estudar os ambientes construídos em residências, a fim de entender a condição física e material das moradias da população de renda baixa. Propõe, através da pesquisa sobre materialidades inovadoras possíveis de serem aplicadas em revestimentos de ambientes residenciais, encontrar soluções que apresentassem um menor custo de produção sustentável e com um menor valor de custo. A ênfase dessas experimentações voltou-se a concepção de um módulo com a finalidade de qualificar as ocupações existentes em nossas cidades.
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Figura 01 : disposição visual do painel. Fonte: acervo do autor
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Orientadora: Prof. Dra. Myrna de Arruda Nascimento
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Introdução Este Trabalho de Conclusão de Curso desenvolveu uma intervenção em espaço interior residencial, privilegiando uma experiência sensorial sensível e espacial, a partir da aplicação de materiais inovadores especulados em experimentações com técnicas e desenhos alternativos, para gerar novas materialidades que pudessem qualificar de forma singular moradias de baixa renda na cidade de São Paulo. Afirma-se, portanto, não só a intenção de investigar opções sustentáveis (materiais acessíveis, reaproveitados, baixo custo e alto rendimento) nas experiências a seriam realizadas no Laboratório de Design do Centro Universitário SENAC, mas também procurou sinalizar o desejo de encontrar uma solução identificada com o contexto do design social, qualificando o espaço interno das residências do bairro Jardim Monte Kemel em São Paulo.
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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Figura 02 : fotografia do local da intervenção. Fonte: acervo do autor
Observamos neste momento que devido a pandemia foi impossível realizar as experiencias no laboratório e, portanto, testar da forma desejada inicialmente a eficácia eficiência e o desempenho do módulo x proposto neste trabalho de conclusão de curso. Sabe-se que o desafio de transformar e modificar realidades sociais, através da produção de arquitetura de qualidade, com comprometimento profissional, tem sido uma atitude colaborativa que privilegia mão de obra e materiais locais, em consonância com valores que estão cada vez mais presentes na atuação do arquiteto contemporâneo. Investigar soluções de materialidade levando em consideração fatores ecológicos, econômicos e demanda energética foi, portanto, uma condição fundamental deste TCC, que também procura estudar o padrão das características espaciais dessas residências, bem como seus reflexos no uso observado a
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partir da escala do corpo humano, discutindo, através desse estudo, a qualidade do espaço interno das moradias e as possibilidades de ressignificá-lo através de alternativas de revestimentos sustentáveis. Assim, os levantamentos de estudo de caso, tratados como fontes de pesquisa neste trabalho, revelaram o interesse do autor em projetos que exploram sensações do espaço e do conforto de áreas internas residenciais, priorizando as relações flagradas entre o usuário e o espaço habitado sob o ponto de vista perceptivo e simbólico.
Figura 03 : Estudo da intervenção em 3D. Fonte: acervo do autor
Outro objetivo deste TCC foi o estudo do ambiente construído em nossas cidades, a fim de entender a condição física e material das moradias da população de renda baixa, propondo, através da pesquisa sobre materialidades inovadoras aplicáveis em revestimentos de ambientes residenciais, soluções que apresentassem um valor de produção sustentável e de baixo custo. Apresentamos levantamentos e propostas de especulações projetuais que procuraram qualificar as ocupações existentes em nossas cidades, particularmente, no bairro Jardim Monte Kemel, na cidade de São Paulo, as quais
projetar uma intervenção em ambiente residencial determinado, e discutir seus resultados e futuras aplicações. Proposição Em termos gerais, os objetivos que motivaram este Trabalho de Conclusão de Curso pretenderam: investigar materiais que possam ser utilizados como revestimento no espaço interno das moradias; levantar informações sobre o custo de produção e métodos que tornem mais acessível a realização do revestimento, bem como promover a realização de testes que indiquem a durabilidade e resistência do material; e possibilitar a elaboração do projeto de intervenção a fim de conferir qualidades para o ambiente construído, pensando a relação objeto e espaço sob a perspectiva do usuário.
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experimentações com materiais alternativos, e as materialidades propostas a partir de como finalidade
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
privilegiam análises sobre a condição espacial de habitações com o perfil definido neste TCC.Portanto, as
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O trabalho teve como meta a definição de um material para revestimento interno de moradia de baixa renda.No entanto não podemos afirmar até a conclusão deste TCC a eficiência e o desempenho do material derivado de compósito cujo a premissa deveria ser a condição sustentável da sua composição e a facilidade de sua aplicação nas condições dos revestimentos das residências estudadas. Incluímos também no escopo da investigação o levantamento e análise de revestimentos para interiores residenciais, focados na análise de dados técnicos de materiais; nas experiências com materialidades e na aplicação em ensaios digitais como recurso para indicar instalações, aproveitamentos e resultados. Em termos de metodologia, optamos por: pesquisa bibliográfica, experimentações em laboratório que não puderam ser executadas, e que se encontram apenas sinalizadas como intenções futuras, exploração bidimensional dos resultados do projeto dos módulos com o intuito de considerar a adequação das aplicações, ensaios escultóricos com estruturas tridimensionais modeladas no laboratório feitas neste momento apenas na condição de modelo digital e programas de produção e edição visual.
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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Figura 04 : fotografia do painel com disposição regular. Fonte: acervo do autor
Figura 05 : fotografia do painel com disposição irregular. Fonte: acervo do autor
Figura 06 : fotografia dos módulos selecionados. Fonte: acervo do autor
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2020_1
Devido aos acontecimentos da pandemia o trabalho se voltou para a elaboração do módulo a ser utilizado no interior das residências. A situação que estamos passando, ressalta a relevância e importância de realizarmos projetos que visem o espaço interior residencial. Uma das premissas deste trabalho era a viabilidade de produção em relação ao custo para garantir o usufruto do revestimento em moradias de baixa renda. A intenção do projeto é qualificar o espaço interior de residências que possuem características simulares com as qual foi estudada neste trabalho, com a intenção de ordenar o espaço e trazer diferença significativa para o interior das moradias. Em todo contexto apresentado, levou-se em consideração questões ambientais procuram trazer soluções que se atentem a sustentabilidade, visando suprir as necessidades atuais da população, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Referências VILANOVA, Artigas. Caminhos da arquitetura. 4ed., São Paulo: Cosac Naify, 2004. THOMPSON, Martin. Materiais sustentáveis, processos e produção. 1ed., São Paulo: Senac, 2013. IBGE, Censo Demográfico. Tabela de dados IBGE. São Paulo 2013, agosto. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1617. Acesso em: 30 de agosto de 2019. FACHIN, Gabriela Domingues; BRUNO, Mari. Isolamento térmico: como manter sua casa aquecida. São Paulo: 2016, jun. Disponível em: https://casa.abril.com.br/bem-estar/isolamento-termico-comomanter-sua-casa-aquecida/. Acesso em: 30 de agosto de 2019. EMPRESA, Ceusa Revestimentos Cerâmicos. 6 normas de revestimento cerâmico para conferir antes de colocar a mão na massa. São Paulo: 2018, jun. Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/norma-revestimento-ceramico/.Acesso em: 30 de agosto de 2019. ASPACER. Como escolher o revestimento cerâmico para cada ambiente? São Paulo: 2016, out. Disponível em: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/especial-publicitario/aspacer/ceramica-derevestimento/noticia/2016/10/como-escolher-o-revestimento-ceramico-para-cada-ambiente.html em: 30 de agosto de 2019.
Acesso
G1. Apenas 52,5% das moradias do Brasil têm condições adequadas, diz IBGE. São Paulo: 2012, out. Disponível em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/10/apenas-525-das-moradias-do-brasil-temcondicoes-adequadas-diz-ibge.html Acesso em: 30 de agosto de 2019. FREITAS, Eduardo. Problemas relacionados à moradia no Brasil. São Paulo. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/problemas-relacionados-moradia-no-brasil.htm Acesso em: 30 de agosto de 2019. SILVA, Débora. Falta de moradia: um problema comum no Brasil. São Paulo, 2016, out. Disponível em: https://www.estudokids.com.br/falta-de-moradia-um-problema-comum-no-brasil/ Acesso em: 30 de agosto de 2019.
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EMPRESA, porto de Souza. Descrição dos padrões construtivos. São Paulo: 2010, set. Disponível em:http://portodesouza.com.br/descricao-dos-padroes-construtivos/ Acesso em: 30 de agosto de 2019.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
USP, Universidade de São Paulo. Escolha do revestimento cerâmico. São Paulo: 2016, out. Disponível em: https://www.iau.usp.br/pesquisa/grupos/arqtema/ceramica/principal6.htm Acesso em: 30 de agosto de 2019.
Corpo e arquitetura A imagem fotográfica como forma de perceber o lugar do corpo na arquitetura Danielle Macedo Oliveira Orientadora: Prof. Dra. Myrna de Arruda Nascimento
O objetivo do presente trabalho foi realizar uma análise da presença do corpo e sua relação com a arquitetura através de uma comparação de fotografias autorais e de outros autores que flagram essa relação, de forma pensada ou não, com base no estudo de autores e fotógrafos que falam sobre o assunto. Essa relação se dá através dos sentidos, que são a maneira como o corpo percebe e se apropria do elemento construído, o que gera experiências e significados para aquela arquitetura. Para isso, foram escolhidos cinco espaços culturais da cidade de São Paulo e seus usuários como objeto de estudo.
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Resumo
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Figura 01: o corpo e a arquitetura. Fonte: acervo do autor.
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Introdução O nosso corpo é a nossa referência, memória, e fonte de imaginação de tudo o que vivenciamos e percebemos quando entramos em contato com um ambiente construído. Assim, toda nossa experiência com uma edificação acontece de forma multissensorial. A fotografia é uma imagem obtida através de um aparelho artificial que nos possibilita enxergar mais detalhadamente o quanto nossos sentidos estão vinculados à percepção do espaço em que estamos. A presença (ou a ausência) da luz faz com que o ambiente se transforme em contato com objetos, obstáculos e elementos da estrutura arquitetônica, nos transmitindo uma ideia de frequência e repetição, ausência e intervalo. Esse trabalho tem como objetivo analisar essa relação da arquitetura com o corpo enquanto gerador de experiências e de significados através da fotografia, adotando como metodologia a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo para levantamento de referências.
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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Para o levantamento teórico deste trabalho, as principais referências utilizadas foram as teorias dos arquitetos Juhani Pallasmaa (1936-) e Peter Zumthor (1943-), sobre a experiência sensorial gerada pela arquitetura; o fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004), com o conceito do “momento decisivo” que utiliza do acaso e dos elementos visuais posicionados no lugar certo; e o arquiteto e fotógrafo Cristiano Mascaro (1944-), conhecido como o fotógrafo de São Paulo, que faz com que o corpo torne-se parte do todo em suas fotografias.
Figuras 02 e 03: fotos de Cristiano Mascaro, mostrando a relação dos habitantes com o espaço construído. Fonte: acervo do autor.
O trabalho foi dividido em quatro capítulos. O primeiro trata da cidade de São Paulo como “palco” de acontecimentos das relações entre corpo, arquitetura e cidade. O segundo apresenta a relação do olhar fotográfico com o acaso e como é exigido do fotógrafo um apurado senso de atenção e composição. O terceiro mostra os centros culturais da cidade de São Paulo escolhidos para a análise da relação da arquitetura com o corpo. O quarto e último capítulo é feita através da imagem fotográfica uma análise e reflexão dos nossos espaços arquitetônicos culturais e como se relacionam com a presença do corpo e com as sensações produzidas por e através das qualidades destes espaços.
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Proposição De início, com o propósito de produzir um ensaio fotográfico mostrando a relação da arquitetura com o corpo que a utiliza, foram escolhidos cinco espaços culturais na cidade de São Paulo, cada um com um enfoque diferente em sua concepção e com arquiteturas que possibilitam uma diversidade de ações pelos seus usuários. São eles: Sesc 24 de Maio (2017), Instituto Moreira Salles (2017), Instituto Tomie Ohtake (2001), Museu Catavento (2009) e Praça das Artes (2012).
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Figuras 04 e 05: crianças no espelho d’água do Sesc 24 de Maio. Respectivamente, foto de Meri Oliveira, que mostra que a presença da água faz com que as pessoas (principalmente crianças) tomem conta desse espaço, que serve também de mirante do centro da cidade, e as linhas da arquitetura estão bem marcadas pela água; e foto de Danielle Macedo Oliveira, com a imagem capturada com o intuito de mostrar que aquilo que criamos pode ser apropriado de formas que não foram nossa primeira intenção de projeto. O espelho d’água convida as crianças a utilizá-lo em dias quentes como uma piscina. É interessante ver como as linhas do limite da água e do guarda-corpo se integram com as linhas criadas pelas crianças. Fonte: acervo dos autores.
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Porém, devido a impossibilidade percorrer todos esses edifícios em decorrência da pandemia de Covid-19 que ocasionou no fechamento de todos os museus e espaços culturais da cidade, e com apenas um terço da produção das fotografias pretendidas, viu-se necessário então alterar a proposta do trabalho. Para isso, foi realizada uma busca pela internet de fotografias de autores desconhecidos contendo pessoas, realizadas no Sesc 24 de Maio, no Instituto Moreira Salles e no Instituto Tomie Ohtake, a fim de analisar a presença do corpo e sua relação com a arquitetura, fazendo uma comparação com fotografias de produção autoral, que foram realizadas motivadas em flagrar essa relação, e as demais não pensadas de tal forma.
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Figuras 06 e 07: Instituto Moreira Salles. Respectivamente, foto por Léo Ferreira, mostrando a relação das pessoas com o mirante criado pelo rasgo no meio do edifício. A arquitetura aqui não tem muita evidência, já que não é possível ver muito dela; e foto por Danielle Macedo Oliveira, mostrando a arquitetura vista do mirante, que contém uma série de informações com suas janelas bem marcadas, o que entra em contraste com a pessoa que não está totalmente ereta e com as curvas do corpo. Fonte: acervo dos autores.
Figuras 08 e 09: Instituto Tomie Ohtake. Respectivamente, foto de C. Cagnin, evidenciando o teto em relação ao espaço. Apesar de ter uma figura humana no quadro, ela aparece mais como uma forma de mostrar a escala da arquitetura em relação ao corpo; e foto por Danielle Macedo Oliveira, coloca a escada como elemento principal, mostrando a relação entre os níveis e as pessoas utilizando ambos os espaços. Fonte: acervo dos autores.
O conjunto de fotografias foi dividido em duas partes: O Outro, com imagens de autoria de fotógrafos desconhecidos encontradas na internet; e O Eu, com imagens de autoria própria. Com isso, foi possível observar a importância que a figura humana tem em uma composição fotográfica e a qualidade arquitetônica dos espaços, levando a refletir como precisamos projetar levando em consideração o indivíduo e como esse espaço criado pode gerar e estimular experiências humanas.
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Referências BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Edição especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. BRISSAC, Nelson Peixoto. Paisagens Urbanas. 4ª edição. São Paulo: Editora Senac, 2003. CARVALHO, A. C.; FAGGIN, C. São Paulo: olhar os museus, olhar a cidade. São Paulo: Dialeto Latin American Documentary, 2012. CRISTIANO Mascaro - fotografar como caminhar. [S. l.: s. n.], 2009. https://www.youtube.com/watch?v=FqEDmZIIlac. Acesso em: 14 out. 2019.
Disponível
em:
FONTCUBERTA, Joan. Estética fotográfica. 1ª edição. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2003. _____. Indiferencias fotográficas y ética de la imagen periodística. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011. MASCARO, Cristiano. Luzes da Cidade. São Paulo: DBA Dórea Books and Art, 1996. PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011. ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. 1ª edição. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2006.
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_____. Pensar a arquitectura. 2ª edição. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2009.
Ao Cubo Aprender Vivenciando Experiências com/no Espaço Victória Cavalcanti de Arruda Orientadora: Prof. Dra. Myrna Nascimento
A escolha do tema deste Trabalho de Conclusão de Curso deu-se pelo interesse em mostrar a importância de um espaço que estimule o aprendizado na fase inicial da vida através das experiências arquitetônicas. Utilizou-se como instrumento metodológico a consulta, análise e interpretação da Base Nacional Comum Curricular, com a finalidade de conhecer o contexto da intervenção proposta e o usuário, além de uma revisão bibliográfica especializada e levantamentos de dados e análises dos estudos de caso. Com o objetivo de promover experiências por estímulos sensoriais no espaço, desenvolveu-se uma estrutura lúdica destinada ao uso por crianças na faixa etária de 1 a 3 anos.
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Resumo
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Figura 1: Objeto “Ao Cubo”. Fonte: Acervo da autora.
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Introdução A escolha do tema deste Trabalho de Conclusão de Curso deu-se pelo interesse em mostrar a importância de um espaço que estimule o aprendizado na fase inicial da vida através de experiências arquitetônicas. Levando em consideração formulações baseadas no método de pedagogia Waldorf, desenvolvida por Rudolf Lanz (1979) – inspirada pela teoria da Antroposofia de Rudolf Steiner – o primeiro setênio se mostra muito importante para o desenvolvimento da criança, pois nessa fase ela utiliza toda a sua energia e atividade corporal direcionada a percepção do mundo e seus diversos materiais. Propõem-se através da revisão bibliográfica especializada e de levantamentos e análises de estudos de caso, que tenham como prioridade promover experiências por estímulos sensoriais no espaço, desenvolver uma estrutura lúdica destinada ao uso por crianças na faixa etária de 1 a 3 anos. Como estratégia metodológica iniciou-se a pesquisa com a consulta, análise e interpretação da Base Nacional Comum Curricular, com a finalidade de reconhecer o contexto da intervenção proposta e o usuário. Assim, este Trabalho é elaborado a partir da intenção de considerar a importância da experiência arquitetônica (corpo X espaço X motricidade X interação) para a formação do indivíduo (percepção pessoal e subjetiva), e da sociedade, através de vivencias (interação com "o outro" e convívio coletivo). Consiste, portanto, no desenvolvimento de uma estrutura lúdica capaz de estimular o aprendizado das crianças na fase inicial de suas vidas.
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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Diagrama 1: Relação dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil.
Diagrama 2: Relação entre os Campos de Experiência e os Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento.
Diagrama 3: Destaque das palavras-chave dentro de cada Campo de Experiência e como estão todas relacionadas com o Brincar.
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Proposição Os estudos realizados a partir de ambientes apresentados no capítulo “Estudo de Documento Oficial” serviram de referência para a seleção de atividades que a Estrutura Lúdica projetada se propôs a promover. Portanto, a partir deste momento assumimos a necessidade de concentrar a atenção do projeto na elaboração do “objeto/estrutura” responsável por oferecer as crianças os estímulos definidos, voltados ao desenvolvimento infantil, e que pode ser instalado em qualquer ambiente que comporte suas dimensões, tais como: escolas, playgrounds, shopping centers,
espaços sociais particulares
características reveladas em cada Campo de Experiência através dos estudos de caso, sendo eles: 1. A relação da estrutura com a escala da criança; 2. A madeira como materialidade principal; 3. A possibilidade da movimentação corporal através da manipulação de materiais leves, encaixáveis e interativos; 4. Planos e níveis com relação de “em cima” e “embaixo”, dos níveis da estrutura; 5. A interação do professor junto com o aluno; 6. A possibilidade de instalar a estrutura em ambiente externo. Após estudos, desenhos e experimentações em maquete, surgiu o primeiro modelo da Estrutura Lúdica. Através da execução do modelo 1 percebeu-se a dificuldade na produção das peças e foi
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Para a elaboração do Objeto Final (uma estrutura independente), foram consideradas
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(condomínios, buffets, espaços recreativos) e até ambientes residenciais (quartos, sala, etc.)
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desenvolvido o modelo 2 que remanesceu a ser o objeto final. Sendo assim, o objeto “Ao Cubo” foi desenvolvido para ter a sua composição flexível, podendo ser composto por um, dois, três ou mais módulos, possibilitando o acoplamento gradativo de acordo com o interesse do usuário em relação aos painéis interativos.
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Figura 2: Estrutura Modelo 1. Fonte: Acervo da Autora.
Figura 3: Modelo 2 com dois módulos. Fonte: Acervo da Autora. Os painéis interativos foram desenvolvidos para combinar diversas ações voltadas para o desenvolvimento infantil e também para ter a possibilidade da criação de diferentes atividades.
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Figura 4: Modelo 2 com os painéis interativos. Fonte: Acervo da Autora
Figura 5: Modelo 2 com dois módulos e os painéis interativos. Fonte: Acervo da Autora
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017. Disponível em:<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> Acesso em 5 set 2019 LANZ, Rudolf. A pedagogia Waldorf: caminho para um ensino mais humano. São Paulo: Summus, 1979.
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ANDRADE, Nara Sena; CRUZ Silvia Helena Vieira; OLIVEIRA, Mônica Regina Lima. Pedagogia Waldorf: Uma Avaliação Qualitativa do Processo Ensino-Aprendizagem. São Paulo. 2006. Disponível em: <http://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/37745/1/2006_eve_mrloliveiransandrade.pdf> Acesso em 7 set 2019
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Referências
MEMFIS Espaços para convívio em Ambientes Prisionais Vyctória Gonçalves Araújo Santos Orientadora: Prof. Dra. Myrna de Arruda Nascimento
Figura 01 : Projeto com representação gráfica (CDP Pinheiros II), produzido pela autora.
multifuncional e flexível, com infraestrutura sustentável (MEMFIS), possível de ser adaptado a Centros de Reabilitação e Penitenciárias, com base no novo conceito de métodos corretivos do sistema da entidade APAC – Associação de Proteção e Apoio aos Condenados, a partir de instrumentos proporcionados pela arquitetura. A partir de levantamentos de estudos de caso de projetos que já adotam o conceito, desenvolveuse nesta primeira etapa do TCC pesquisa, análise, cruzamento de referências de projeto e investigação sobre estruturas efêmeras, montáveis e modulares, como estratégia para definição de programa (da unidade espacial e das ações que a APAC propõe, desenvolve e sedia) específico para a MEMFIS.
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Este trabalho de Conclusão de Curso propõe a criação de um módulo espacial neutro,
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RESUMO
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO
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Historicamente, o espaço prisional tem em sua objetividade promover a punição através da detenção dos indivíduos que infringem leis da sociedade. Esta premissa levou muitas interpretações ao longo do desenvolvimento da humanidade de acordo com a cultura local. Mas na atualidade vem crescendo significantemente a quantidade de presos no cárcere brasileiro, chegando à superlotação de prisões no Brasil. O objetivo do TCC é projetar um equipamento modular, multifuncional e flexível, com infraestrutura sustentável (MEMFIS), possível de ser adaptado a Centros de Reabilitação e Penitenciárias, com base no novo conceito de métodos corretivos do sistema da entidade APAC – Associação de Proteção e Apoio aos Condenados. O Sistema Prisional Tradicional tem como via de regra, privar o infrator da liberdade para permitir que o indivíduo possa refletir sobre o erro e poder ser reinserido na sociedade. Mas, segundo o coordenador dos Departamentos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, Luís Lanfredi, os presos terminam por viver em celas superlotadas, sujeitos a péssimas condições de higiene, a torturas e outras violações, o que coopera para frequentes rebeliões. 1 Em 2016 a ONU levantou que a ocupação dos presídios estava 265% acima da capacidade, com 40% dos detentos ainda à espera de julgamento. Na APAC o número de ocupantes não passa de 200 detentos, por centro, o que permite a esses lugares promover a recuperação do presidiário como ser humano e como cidadão construtivo na sociedade. Tanto é assim que os funcionários da APAC não se referem a eles como detentos, mas como recuperandos. Dados comprovam que a taxa de reincidência dos presos que passam pelo sistema comum é de 85%, contra 15% no caso da APAC. (El País, 2017) Em vista deste cenário, e considerando a ênfase que o tema tem recebido na atual realidade mundial, optamos por trabalhar este tema no TCC. Adicionamos à problemática de projetar um espaço destinado a abrigar essa reinserção social uma solução arquitetônica industrial, efêmera e autossuficiente (MEMFIS), em sintonia com os desafios assumidos no cenário contemporâneo pela arquitetura, e que a caracterizam como minimalista e nômade, sustentável e acessível. O trabalho de conclusão de curso será desenvolvido a partir da pesquisa bibliográfica especializada, da comparação entre dados obtidos sobre os estudos de caso levantados, e da pesquisa exploratória de opções de soluções (materiais, estruturais, tecnológicas, etc.).
Figura 02 : Linha do Tempo sobre a Arquitetura Prisional, elaborado pela autora. 1
Em Discussão! A vida social do preso. Senado Federal. 2018. Artigo disponível em: <https://www12.senado.leg.br/emdiscussao/edicoes/privatizacao-de-presidios/privatizacao-de-presidios/a-visaosocial-do-preso.> Acesso em: agosto de 2019
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PROPOSIÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso concentrou-se em definir o programa do módulo das atividades, que norteiam o andamento da proposta como projeto conceito. Para essa concepção exploramos um programa de atividades dentro de uma estrutura independente e itinerante, que pode chegar a qualquer momento no terreno, e ocupar o perímetro do edifício prisional, podendo ser nômade ou permanente, dependendo dos desenhos das prisões que se interessarem por utilizá-lo. A proposta foi elaborada para que este espaço otimize as diferentes funções, algumas, inclusive, que já acontecem atualmente nos espaços prisionais estudados, com objetos que aparecem e desaparecem, pois seria um lugar flexível. O objetivo deste projeto foi desenvolver um módulo espacial neutro, multifuncional e flexível, com infraestrutura sustentável (MEMFIS), possível de ser adaptado a Centros de Reabilitação e Penitenciárias.
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Para definir o sistema construtivo adotado no projeto, foi necessário desenvolver um estudo de composição modular, baseando-se em todas as referências e fundamentos vistos até então, com a finalidade de proporcionar a melhor solução de viabilização projetual. \ A composição desse acoplamento deve seguir a proporção do entorno. Para haver diálogo entre os ambientes externo e o interno, as aberturas devem funcionar como forma de conexões entre fluxos de ações simultâneas. A iluminação natural deve ser preservada e priorizada para a maior parte do dia, possibilitando um projeto sustentável e natural, mesmo que efêmero. Isto se aplica à ventilação no módulo, pois, optou-se por aberturas horizontais e/ou verticais que auxiliam no sistema natural de ventilação cruzada. As aberturas verticais são, por sua vez, estabelecidas de acordo com a cobertura inserida. No entanto, ela necessita de materiais e elementos que auxiliam na contribuição da ventilação, por isso, o uso de placas solares e um equipamento de deposito de água com sistema de reuso, facilita o desempenho do modulo MEMFIS. Abaixo está representado como um módulo pode se expandir apresentando a possibilidade de existir uma composição inserida num espaço com entorno, um terreno com desnível e as consequências naturais de ventilação e iluminação solar no objeto modular. A seguir, mostramos as variações modulares baseadas nas hipóteses de aberturas de acordo com a estrutura inserida.
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Figura 02 : Programa Explorando no projeto MEMFIS. Elaborado pela autora.
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Figura 03 :Diagramas produzidos pela autora. Elaborados os modos de ocupar com atividades, e alinhando esses módulos com as possibilidades que o sistema steel framing oferece, optamos por aplicar a solução em um estudo de caso, o CDP de Pinheiros, já apresentado neste trabalho (capítulo 4 página 50). Porém, utilizaremos três pavilhões deste complexo como hipótese de implantação, tendo em vista as informações obtidas pelo funcionário de supervisão Ivan Moreira Jr. sobre a pertinência do uso do módulo para o perfil dos pavilhões. Esses estudos simulam qual seria uma possibilidade de, considerando a edificação existente, implantar a chegada ou permanência provisória de um MEMFIS.
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Figura 04 :Variações de aberturas modulares. Produzido pela autora..
Figura 05 : Implantação do Projeto. Produzido pela autora.
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Referências Ministério da Justiça. Diretrizes básicas para Arquitetura Penal. 2011. Brasília-DF. 111f. Disponível em: <http://www.criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/ExecucaoPenal/CNPCP/2011Diretrizes_ArquiteturaPen al_resolucao_09_11_CNPCP.pdf >. Acesso em: set. 2019 Os Demagogos do Sistema Penitenciário. Dráuzio Varella. Brasil; Uzumaki, 2019. Duração: 6min58s. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wDcu4HUGVz0. Acesso em: setembro de 2019. Portal da Fraternidade Brasileira de Assistência <http://www.fbac.org.br>. Acesso em: ago. 2019
ao
Condenados.
Disponível
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Disponivel
em:
<
https://www.cbca-
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FRANCO, José Tomás; Movimento “Tiny House”: É mais sustentável viver em menor escala?; Archdaily.2020. Disponivel em: < https://www.archdaily.com.br/br/01-159987/movimento-tiny-house-emais-sustentavel-viver-em-menor-escala>. Acesso em fev. 2020.
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CAMPOLINA, Felipe. Ecobitat. Behance.2009. Disponivel em: < https://www.behance.net/fpcamp>. cesso em: abril, 2020.
ensaios
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TCC 2
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Centro Cultural M’Boi Mirim Antônia Adriana da F. Feitosa Orientador : Prof. Mestre Maurício Petrosino
Figura 01 : Vista da praça cívica e do edifício cultural. Fonte: acervo do autor Resumo A cultura é uma importante ferramenta de transformação social. E é por meio dela os indivíduos têm a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e se tornar cidadãos mais críticos e consequentemente, mais envolvidos nas questões políticas e socioeconômicas do lugar onde vivem. Atualmente os centros culturais são um dos principais instrumentos responsáveis por disseminar a cultura, contribuindo para a melhor formação dos indivíduos dentro da sociedade que estão inseridos, independentemente da condição ou classe social.
Cultural M’ Boi Mirim, que está às margens da Represa Guarapiranga e da Avenida Guarapiranga. Pois o terreno está localizado no distrito do Jardim São Luís, zona sul da cidade de São Paulo e é considerada uma das regiões mais densas e povoadas da capital paulista, segundo os dados do Censo de 2010 do IBGE, apresentando também carências sociais, econômicas e de equipamentos de grande porte, com caráter cultural e inclusivo.
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localidade do Jardim São Luís, contribuíram para o desenvolvimento da proposta de implantação do Centro
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Assim os estudos sobre a importância dos centros culturais, junto com as análises e diagnósticos sobre a
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Diante de todas as reflexões e estudos o Centro Cultural M’ Boi Mirim tem como objetivo trabalhar as potencialidades urbanas, sociais e culturais que a localidade e um equipamento cultural oferecem, agregando valores qualitativos para a região, através de um espaço arquitetônico democrático, que irá trabalhar por meio de sua arquitetura a diversidade de usos, além de proporcionar uma maior possibilidade de percurso pelo lote. Pois foi desenvolvida uma rua interna que organiza os fluxos, além de incentivar o caminhar e vivenciar o espaço, fazendo uma referência ao SESC Pompeia. O projeto também explora a memoria, a partir do regate das culturas de oficio, oferecendo as oficinas de artesanato e cursos profissionalizantes, além de dar continuidade às manifestações artísticas já trabalhadas na Casa de Cultura M’ Boi Mirim, como a dança e a música. Já a proximidade com a Represa Guarapiranga foi explorada a partir da inserção no terreno, que por meio de sua arquitetura ressalta a paisagem e as visuais com um anfiteatro e um mirante voltados para a represa. Introdução Durante muito tempo, houve a construção de espaços destinados à cultura separadamente, como bibliotecas, museus, teatros, entre outros, no entanto, o espaço caracterizado como centro cultural, ou seja, um edifício que reúne todas as atividades, só passou a ser construído durante o século XX, após o pioneirismo francês com a construção do Centro Georges Pompidou, que ganhou muita visibilidade e influenciou diversos países, com a proposta de democratizar a cultura para além das tendências da cultura de massa. Já no Brasil a história dos centros de cultura é recente. Embora já houvesse o interesse nessa tipologia desde a década de 60, mas os primeiros centros de cultura brasileiros surgiram somente na década de 80, na cidade de São Paulo, financiados pelo Estado, como o Centro Cultural do Jabaquara e o Centro Cultural São Paulo. Pois no início dos anos 90, não era mais possível construir uma biblioteca pública e um centro de cultura, como espaços distintos, surgindo assim, o espaço multifuncional, lugar que integra o acesso ao conhecimento e ações de discussão, com a criação de novos conhecimentos e a difusão de novas informações, ou seja, é um instrumento de diferentes fluxos e atores sociais, que contribui para uma melhor fruição, difusão, formação e reflexão dos cidadãos dentro da sociedade. Embora a cidade de São Paulo seja um grande polo cultural, com uma enorme quantidade de equipamentos culturais e manifestações artísticas, conclui-se através de estudos e pesquisas, que esses equipamentos não são suficientes para suprir as necessidades e carências de toda à população, por diversos fatores.
Algum desses fatores é o difícil acesso, que envolve questões econômicas e de
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mobilidade urbana, outro fator importante é a escassez dessa tipologia nas regiões periferias da cidade de São Paulo, pois a grande maioria desses equipamentos se concentra nas regiões centrais, ou em áreas que possuem uma infraestrutura de transporte urbano melhor. Baseado em todas as análises e relevância do espaço Centro Cultural e a carência dessa tipologia nas áreas periféricas, o presente trabalho traz a proposta de um Centro Cultural. Onde a escolha do terreno se desenvolveu baseado nas análises e estudos sobre esse espaço, com o objetivo de oferecer um espaço
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de caráter cultural, produtor e disseminador de informação, que possa contribuir para formação do individuo como ser social e intelectual. Sendo assim, o sítio escolhido para implantação do Centro Cultural M’Boi Mirim fica localizado no Jardim São Luís, Zona Sul da cidade de São Paulo, paralelo a Avenida Guarapiranga e as margens da Represa Guarapiranga, em uma região periférica, caracterizada com uma das regiões mais densas da cidade e com uma população jovem.
Proposição A proposta do Centro Cultural M’Boi Mirim visa desenvolver através de sua arquitetura um espaço produtor e disseminador de informação, criando uma atmosfera inclusiva, que tem como uma de seus objetivos suprir a de um espaço cultural, onde serão ofertados espaços para a convivência e atividades culturais multidisciplinares como: oficinas artísticas, oficinas artesanais, workshops com temas variados, entre outros atividades. Essas atividades, além de contribuir para a formação do individuo, como ser social e intelectual, também tem o poder de incentivar e conscientizar a importância da cultura na sociedade. A escolha do local de inserção do projeto ocorreu a partir de análises importantes, como o fácil acesso ao local que está inserido o projeto, além da proximidade de importantes elementos urbano da zona sul, a Represa Guarapiranga o e Parque Guarapiranga, possibilitando trabalhar conceitos urbanos frente à questão da água, além da visão panorâmica da represa. Outro ponto importante na escolha do lote, foi que o terreno é uma área subutilizada, com grandes potenciais, como já foi citado. Além de ser um terreno muito arborizado. O partido do projeto tem com premissas usufruir todos os espaços do terreno, não edificando, mais dando uma função para cada área específica, com o objetivo de qualificar e tornar os espaços fluídos, inclusivos e acessíveis. Pois proporcionar uma arquitetura convidativa, oferecendo sensações visuais e sensorial ao usuário é mais que o dever da arquitetura. E com base em todos os ideais e reflexões, já descritos até o presente momento, nasce o partido arquitetônico do projeto entro Cultural M’Boi Mirim, que irá trabalhar as seguintes premissas: flexibilidade, sustentabilidade e a integração de seus espaços. As premissas do projeto possibilitou o desenvolvimento da utilização de cheios e vazio através de formas arquitetônicas simples, com a intensão de potencializar o movimento e o fluxo dentro do projeto. Pois assim, como o Centro Cultural Georges Pompidou não edifica o lote todo, preservando um espaço para a convivência e manifestações, o Centro Cultural M’Boi Mirim, também cria uma grande praça cívica, lugar destinado as manifestações culturais e populares, encontros, feiras e exposições de artesanato, esse
tem a função de distribuir o fluxo do projeto é uma referência ao SESC Pompeia, proporcionando a experiência do caminhar e a apropriação do espaço físico para o usuário. Além do edifício cultural e da grande praça cívica na entrada do lote, o projeto do Centro Cultural M’Boi Mirim, também traz o conceito de um anfiteatro ao ar livre e um mirante, que se aproveitam da proximidade com a Represa Guarapiranga
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diversas manifestações culturais, já trabalhadas na Casa de Cultura M’ Boi Mirim.. Já a rua interna, que
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espaço também tem o objetivo de trabalhar a memoria, de forma a regatar a identidade do distrito e das
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e da declividade de 23 metros existentes no terreno, criando um espaço marcado pela visual da represa e da cidade.
Figura 02 : Vista da praça e do edifício cultural . Fonte: acervo do autor
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Figura 03 : Vista do anfiteatro. Fonte: acervo do autor
Figura 04 : Vista da rua interna. Fonte: acervo do autor
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Referências BARDI, Lina Bo. Sesc Fabrica da Pompeia/ Textos de Lina Bo Bardi, Marcelo Carvalho Ferraz e Cecilia Rodrigues dos Santos; Organização de Marcelo Carvalho Ferraz. São Paulo: Edições Sesc São Paulo; IPHAN,2015. BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. BOTELHO, Isaura. Os equipamentos culturais na cidade de São Paulo: um desafio para a gestão pública. Revista Espaço e Debates. São Paulo: Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos. v.23. n.43-44. jan/dez, 2003 CARVALHO, Ana Cristina. São Paulo: olhar os museus, olhar a cidade. São Paulo: Dialetos Latin American Documentary, 2012. CASTELLS, M. Fluxos, redes e identidades: uma teoria crítica da sociedade informacional. In: CASTELLS, M. et al. Novas perspectivas críticas em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. (A era da informação: economia, sociedade e cultura; 1) CHAUÍ, Marilena. A Cultura. In: Convite à filosofia. 3ª. Ed. São Paulo: Ed. Ática, 2009. COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural. São Paulo: Iluminuras, 1997. NASCIMENTO, Flávio Martins. Ação e Informação em Centros Culturais: Um estudo sobre o Instituto Tomie Ohtake. 2004. Dissertação de Mestrado em Ciência da Informação junto ao Programa de Pós – Graduação em Ciências da Informação – PUC – Campinas. SERAPIÃO, Fernando. Centro Cultural São Paulo: espaço e vida. 1° Ed. São Paulo: Edição; Monolito, 2013. SILVA, Maria Celina Soares. Centro cultural – construção e reconstrução de conceitos. 1995. Dissertação de Mestrado em Memória Social e Documento - Centro de Ciências Humanas - UNI-RIO.
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RAMOS, Luciene Borges. O centro cultural como equipamento disseminador de informação: um estudo sobre a ação do Galpão Cine Horto. 2007. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação da Escola de Ciência da Informação – UFMG
Hospital de Oncologia Pediátrica Humanização da arquitetura hospitalar Caroline Romana Santos da Cunha Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian
Figura 01: Perspectiva Hospital. Fonte: produzida pelo autor.
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Este trabalho aborda o processo de estudo e projeto de um Hospital de Oncologia Pediátrica, na região do Sacomã. No decorrer deste serão apresentadas informações pertinentes para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso I, que explorará um breve histórico da arquitetura hospitalar, que visa o entendimento da visão do modelo atual de hospital, assim como as atividades mínimas desenvolvidas dentro de hospital infantil especializado junto ao apoio pedagógico. Analisando as problemáticas do universo de estudo, utilizando de estudos de caso, leis e portarias que direcionam os projetos hospitalares, dados socioeconômicos e espaciais do terreno, para chegar a um estudo inicial de implantação de um complexo hospitalar e estudos de como o ambiente auxilia na cura, trazendo ambientes mais humanos, promovendo locais de lazer para pacientes e família, sem perder a funcionalidade que um programa e fluxo hospitalar exigem.
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RESUMO
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INTRODUÇÃO Atualmente no Brasil, o número de hospitais especializados em câncer é muito baixo e menor ainda, quando falamos em hospitais de oncologia pediátrica, fazendo com que o tratamento na maioria das vezes, seja feito em hospitais não especializados que dispõe de equipamentos. O projeto do Hospital visa a criação de um complexo hospitalar, que contempla um centro especializado de oncologia pediátrica, um alojamento de apoio aos pacientes, auditório, centro de convenções e um espaço ecumênico, buscando a relação humana entre paciente e o local de tratamento, melhorando a qualidade de vida dos internados, trazendo a ideia de lar, pois muitos pacientes passam de 1 a 3 anos em tratamento, morando em casas de apoio de hospitais e ao mesmo tempo sem perder a funcionalidade que o ambiente hospitalar deve ter. O terreno que está localizado na região do Sacomã e foi escolhido devido a sua localização e as suas dimensões em área, um hospital especializado tem uma demanda diferente de um hospital geral, devendo ter sua área construída em metros² sendo metade da área total
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do terreno, permitindo expansões futuras.
Figura 02: Hospital GRAAC- Brinquedoteca . Fonte ( GRAAC)
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Figura 03: Localização macro da àrea do projeto Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020
PROPOSIÇÃO O terreno mostrou a necessidade da criação de um grande eixo central, dividindo e setorizando o terreno e cada edifício, tomando forma o resultado foi a criação de quatro blocos setorizados, o hospital, que conta com todo atendimento especializado como urgência e ambulatório, unidades de tratamento e diagnóstico, centro cirúrgico e internação. O alojamento, que visa acolher pacientes em tratamento, o auditório junto com centro de convenções com dois blocos separados e o espaço ecumênico, com a utilização de áreas verdes e espelhos d’água, com ambientes que tornassem o ir e vir dentro do complexo mais harmônico, devido ao tamanho
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Figura 04: Implantação nível térreo Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020
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do terreno.
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Figura 05: Perspectiva Hospital. Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020
Figura 06: Perspectiva alojamento Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020
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Figura 07: Perspectiva Auditório Fonte: Elaborado pela autora Caroline Romana - 2020
REFERÊNCIAS
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http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx Apresentação de números 2019 GRAAC http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/programacao_arquitetonica_somasus_v1.pdf
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www.archdaily.com.br/br/781646/hospital-infantil-lady-cilento-lyons-plus-conrad-gargett
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bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_basica_2006.pdf
Complexo multifuncional e cultural na favela Zavuvus Eduardo Vázquez Morillo Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian
Fachada principal do centro cultural e esportivo, com as torres de HIS atrás.
O projeto de intervenção arquitetônica tem como objetivo revitalizar a área de favela da Vila Joaniza, no bairro Americanópolis, localizado na zona sul da cidade de São Paulo, na Avenida Yervant Kissajikian, paralela à Rua Carlos Facchini. A região do entorno da favela é carente de equipamentos públicos destinados a práticas de esporte, cultura e lazer. A favela possui 532 domicílios em condições vulneráveis, com materialidade precária e muito
utilizado, servindo para despejo de lixo e esgoto, tornando o local ainda mais insalubre e perigoso para a saúde e circulação de pedestres. A partir do levantamento de informações sobre o local, foi possível definir as necessidades que o projeto arquitetônico precisaria ter em seu programa, visando atender de forma eficiente a população regional. Dentre as premissas do projeto está: a remoção das habitações precárias e vulneráveis para
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maior para essas residências, pois podem facilmente desabar. O córrego não foi estruturado e é sub
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próximas ao córrego Zavuvus, que atravessa o miolo das quadras, tornando a situação de risco ainda
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construir três torres de Habitação de Interesse Social, localizadas na Rua Carlos Facchini, com diferentes tipologias de planta de apartamento, atendendo diversos tamanhos de família, possibilitando assim a realocação dos residentes. Foi ideado um centro esportivo e cultural em frente a um segmento da Avenida Yervant Kissajikian, com quadra poliesportiva, piscina semi-olímpica, academia de ginástica, um mezanino com arquibancadas, sala para prática de artes marciais, salão para prática de dança artística, vestiários para os usuários e funcionários, salas de aula destinadas para cursos e workshops gratuitos, um laboratório de informática e um restaurante. Além das edificações propostas acima, o projeto contará com uma praça com vegetação, como espaço de lazer e de convívio; e ainda a reestruturação do córrego Zavuvus, tornando-o um elemento seguro de circulação e paisagístico. Essa reestruturação terá um caminho de passeio adjacente à margem do córrego, facilitando assim a permeabilidade e fluxos de pedestres para acessar as habitações, o centro cultural e esportivo, a praça, e o miolo da quadra, ou simplesmente para tornar a caminhada, de quem por ali passa, mais agradável e segura.
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Implantação. À esquerda está o centro cultural esportivo e acima a praça. À direita estão as habitações sociais.
Torres de Habitação de Interesse Social propostas pelo projeto.
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Piscina climatizada semiolímpica proposta pelo projeto.
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Entrada do centro cultural e esportivo.
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Vista do espectador partindo das arquibancadas do centro cultural e esportivo.
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Referências NEUFERT, Peter. Arte de projetar em arquitetura. Brasil: Editora Gustavo Gili, 18ª Ed. 2013. BOSCH, Francesco Perrotta. Biselli Katchborian Arquitetos. São Paulo: Editora Acácia Cultural, 2019. PONCINO, Leviano. São Paulo. 450 bairros, 450 anos. São Paulo: Editora Senac, 2004. BURGUIERÈ, Elsa et al. Produção Social da Moradia no Brasil: Panorama recente e trilhas para práticas autogestinoárias. Rio de Janeiro: Editora Letra Capital, 2016. https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/cidade_ademar/historico/
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acessado dia 20/09/2019 https://www.archdaily.com.br/br/926198/ginasio-pompidou-enia-architectes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects - acessado dia 03/02/2019 https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-13092018-151643/pt-br.php
-
acessado dia 03/10/2019 https://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2017/368.pdf http://elitoarquitetos.com.br/sesc-santo-amaro.html - acessado dia 08/04/2020 https://miltonjung.com.br/2016/01/21/conte-sua-historia-de-sp-462-anosvila-joanina-meu-lugar-
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no-passado/comment-page-1/ - acessado dia 20/09/2019
Centro Cultural Billings Gabriela Gomes Bitencourt Varjão Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino
Figura 01 : Implantação Fonte: acervo do autor
Resumo Este trabalho é sobre um Equipamento Cultural Para Jovens localizado no Bairro da Pedreira, zona sul de São Paulo. No qual a carência de equipamentos culturais para jovens nessa região foi descoberta por meio de pesquisas e estudos da região. A importância desses equipamentos culturais para a formação e desenvolvimento sociocultural de jovens foi determinante para a escolha do tema.
margens da Represa Billings. Palavras Chaves: Equipamento Cultural, Jovens, Periferia, Represa
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apresentar uma proposta de projeto para implantação e edificação desse equipamento as
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Após fazer análise teórica e apresentado alguns estudos de casos, o objetivo é
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Introdução A região do Bairro Pedreira, localizado na zona sul de São Paulo, possui grande carência de espaços culturais, principalmente, se levarmos em consideração o elevado número de habitantes. Graças à maneira como foi sendo ocupado (ocupações irregulares e favelas), o local, ainda hoje, não possui infraestrutura adequada e equipamentos que atendam a demanda populacional. Além disso, existe um grande número de jovens nesta região, que carecem de infraestrutura cultural e educacional fora do horário letivo. Desta forma, iremos desenvolver um projeto de equipamento cultural, que tem como prioridade o acolhimento desses jovens, que estão em fase de desenvolvimento, e necessitam de aulas e oficinas para seu melhor desempenho e conhecimento fora das escolas. Assim, o trabalho se dá a partir de um recorte estratégico, que tem como objetivo a requalificação urbana, além de propor um projeto arquitetônico de um equipamento cultural para jovens. O projeto será desenvolvido às margens da Represa Billings, com o objetivo de trazer mais entretenimento e cultura para a população mais jovem do bairro. Como o programa será implantado em um terreno às margens da Represa algumas questões de sustentabilidade como energia solar, reaproveitamento de água e coleta de lixo serão incorporadas.
Proposição
O terreno se localiza às margens da represa Billings na zona sul de São Paulo, no distrito de Pedreira, próximo à Rua do Mar Paulista e Estrada do Alvarenga. Nessa região existem cerca de 102 bairros, que foram criados nas décadas de 1960 e 1970. Parte deles surgiram de invasões e ocupações irregulares de áreas de mananciais e de risco às margens da Represa, que foi construída nos anos 1920 pelo engenheiro norte americano Asa White Kenney Billings. A represa é um dos maiores reservatórios de água da cidade de São Paulo, com 9,8 bilhões de litros de água e com 127 km² de superfície.
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O terreno fica localizado na Rua do Mar Paulista, próximo ao Autódromo de Interlagos e da estação Autódromo da linha 9 da CPTM. As principais vias são:AV Interlagos,que leva em direção ao autódromo; Rua Miguel Yunes; Av Nossa Senhora do Sabará e Estrada do Alvarenga.
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Figura 02 : Foto aérea / Fonte: Google Earth /Elaborado pela autora Gabriela Bitencourt 2019 A princípio, a ideia era ter dois blocos ao centro do terreno. O terreno, teria uma rua principal que daria acesso para os dois blocos, que se conectariam com uma cobertura formando uma praça entre eles. Ao final dessa rua, ficaria um estacionamento, e logo na entrada do terreno, a área técnica com a caixa d'água e a base de tratamento de água. Ao lado desses dois blocos, ficaria o auditório que tem o palco retrátil
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Figura 03 : Croqui Evolução do Projeto Primeiro estudo/ Elaborado pela autora Gabriela Bitencourt 2019
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virado para a represa e, em frente, um anfiteatro com uma forma de arco.
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Após fazer todos esses estudos de implantação e volumetria chegamos em um layout bem interessante. Mantivemos os prédios no formato quadrado e intercalados, só o prédio do auditório que modificamos seu formato e rotacionamos para para dar uma quebrada na repetição dos prédios. Já a parte da área técnica achamos melhor colocar próxima a entrada do terreno e criar um rua só para esse serviço.
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Figura 04 : Implantação Elaborado pela autora Gabriela Bitencourt 2019
Figura 05 : Render Implantação Elaborado pela autora Gabriela Bitencourt 2019
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Referências COELHO, Teixeira. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 1989. MEDEIROS, José Luan da Costa. Estado, cultura e mercado: políticas culturais no Brasil (1930-2010). Paraiba: Monografia (gestão Pública Ead), 2015. MIRANDA, Elis de Araújo; ROCHA, Elisabeth Soares; EGLER, Tamara Tânia Cohen. A Trajetória das Políticas Públicas de Cultura no Brasil. Novos Cadernos Naea, v. 17, n.1, 2014. NEVES, Renata Ribeiro. Centro Cultural: a Cultura à promoção da Arquitetura. Revista Especialize Online Ipog, Goiânia, v. 01/2013, jul. 2013. RAMOS, Luciene Borges. Centro Cultural: Território privilegiado da ação cultural e informacional na sociedade contemporânea.Terceiro Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador 2007
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SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.
Complexo multifuncional Coliving - coworking Gustavo Zerrenner Clemente Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian
Figura 01: modelo 3D. Fonte: acervo do autor.
Através dessa análise ambiental da região, o projeto pretende promover também um adensamento urbano de modo a preservar a sustentabilidade e o desenvolvimento tecnológico, gerando uma maior convivência social não só na área do projeto em si, mas na cidade como um todo.
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A Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini sofreu uma forte pressão provocada pela urbanização na metrópole de São Paulo. A consequência econômica da região da Berrini está presente no paradigma da relação entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente que resulta na perda da qualidade ambiental, refletindo no aumento dos congestionamentos, poluição atmosférica e sonora, o aumento no número de edificações, arborização reduzida e pouco espaço de lazer.
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O projeto é a proposta de um conjunto multifuncional localizado na Avenida Doutor Chucri Zaidan, na região da Berrini, visando promover a integração de espaços de trabalho, moradias e áreas de convivência e lazer, preservando a sustentabilidade, o meio ambiente e o convívio social e coletivo.
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Introdução Através de uma pesquisa realizada na matéria de P.I. no oitavo semestre, onde foi realizado um estudo das variantes ambientais ocasionadas pelo desenvolvimento econômico na região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, e tendo como princípio o conceito de arquitetura sustentável, pretendo desenvolver um projeto arquitetônico, que visa promover a integração de espaços de trabalho, moradias e áreas de convivência e lazer, preservando a sustentabilidade, o meio ambiente e o convívio social e coletivo. Com a crescente conscientização das pessoas a respeito do ambiente em que vivemos e de como nossas ações afetam o futuro, a humanidade tem cada vez mais o dever de encontrar uma forma de desenvolvimento que atenda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das próximas gerações de suprir as próprias necessidades, preservando seu padrão de vida e mantendo o desenvolvimento tecnológico sem exaurir os recursos naturais do planeta. Pela região do Brooklin ser um dos principais polos econômicos da cidade de São Paulo e uma área de grande visibilidade, demonstrar como é possível manter o desenvolvimento tecnológico ligado a preservação do meio ambiente é fundamental atualmente. A arquitetura sustentável busca o máximo de sustentabilidade e eficiência em todo o ciclo de vida da edificação, ou seja, construção, uso, manutenção e demolição. Desde o processo construtivo o meio ambiente será zelado, criando soluções para reaproveitamento de água da chuva, economia de energia, descarte correto de materiais e lixo devidamente reciclado. O desenvolvimento do projeto terá como base pesquisas sobre referências de projetos, análise das variantes ambientais para onde o edifício será implantado, pesquisas sobre sistemas estruturais e meios de fontes de energia renováveis.
Proposição
A partir dos fatores apresentados no capítulo anterior, meu projeto pretende abordar esses problemas ambientais por meio de alguns conceitos que sejam capazes de amenizar ações de degradação do meio ambiente. Promovendo também um adensamento urbano de modo a preservar a sustentabilidade e o desenvolvimento tecnológico, gerando uma maior convivência social não só na área do projeto em si, mas na cidade como um todo.
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O terreno escolhido para a implantação do projeto foi escolhido por pertencer à área de estudo realizado, descrito no capítulo 1. Localizado na Avenida Doutor Chucri Zaidan, uma importante via da Zona Sul de São Paulo. Pela região ser um dos principais polos econômicos da cidade e fortemente visada, a escolhe deu-se com o intuito de trazer uma maior visibilidade aos projetos de sustentabilidade e preocupação com o meio ambiente, além de proporcionar uma aproximação e adensamento da moradia com o trabalho junto de desenvolvimentos tecnológicos e preservação do meio. O programa básico se resume em um edifício residencial, um edifício corporativo com o conceito de coworking, um centro gastronômico com comércios e serviços, um parque e uma via de pedestres que servirá de conexão entre todo o complexo. Após realizar os estudos de implantação dos edifícios, a questão dos volumes, gabaritos de altura e programas internos começaram a ser desenvolvidos. A princípio, o edifício corporativo ficou sendo o maior entre os outros. A flexibilidade de usos foi uma importante premissa para a definição de suas lajes, que vão diminuindo ao longo que o prédio cresce, podendo ter variados usos em cada andar do edifício.
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Para os andares onde o prédio abre para a cobertura dos blocos menores, o objetivo é fazer um andar de convívio e lazer, contando com alguma área de alimentação, descanso e uma abertura para um terraço verde. O bloco de circulação central, tanto quanto a estrutura externa, ajuda no maior aproveitamento do espaço das lajes, podendo assim ter uma maior variedade de layouts. Outra premissa importante adotada, não só neste edifício como nos outros, foi a transparência interna e externa, mantendo sempre uma fluidez visual e física. O centro gastronômico foi pensado tendo uma estrutura interna separada da externa, que traz o conceito de geodésicas. O térreo totalmente livre e permeável pretende conter áreas de alimentação, um mercado e áreas verdes. Nos andares superiores da estrutura central foram pensados para uma área gastronômica contendo restaurantes e bares e, no último andar, uma escola de gastronomia. Como dito anteriormente sobre a fluidez visual, a estrutura que envolve o centro gastronômico é pensada totalmente de vidro com uma estrutura vazada permitindo uma grande transparência entre o interno e o externo. Como a via de pedestres é a principal conexão de todo o complexo, áreas de permanência, aberturas para espaços verdes, iluminação ao longo de todo o percurso e uma identidade visual através de pórticos foram pensados para promover sempre uma caminhada segura e aconchegante para todos os usuários que transitarem e/ou utilizarem a via.
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Figura 02: implantação geral ESC 1:1000. Fonte: acervo do autor.
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Por fim, o residencial teve alguns critérios adotados como o gabarito de altura, pretendendo manter-se não muito distante do centro gastronômico mantendo um padrão visual entre eles e respeitando o entorno que consiste de residências baixas. Outro critério é estabelecer uma conexão entre os três blocos tendo uma maior interatividade entre os moradores.
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Figura 03: definição dos usos ESC 1:1000. Fonte: acervo do autor.
Figura 04: modelo 3D. Fonte: acervo do autor.
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Figura 05: modelo 3D. Fonte: acervo do autor.
Referências https://www.archdaily.com.br/br/tag/arquitetura-sustentavel https://www.archdaily.com.br/br/803760/30-esquemas-e-detalhes-construtivos-para-uma-arquiteturasutentavel https://www.arquitetobignotto.com.br/arquitetura-sustentavel/projetos-sustentaveis-arquitetura/ https://www.archdaily.com.br/br/01-39533/eco-berrini-aflalo-e-gasperini-arquitetos https://www.archdaily.com.br/br/884706/projeto-da-mini-living-transformara-antiga-fabrica-em-edificioresidencial-de-uso-misto-na-china https://www.mini.co.uk/en_GB/home/mini-news/mini-living-shanghai-press-release.html https://www.ufrgs.br/propar/dissertacoes/thc/fr_dziura.htm https://worldarchitecture.org/architecture-news/eezcv/italian-architecture-enters-the-50-s-most-iconicskyscrapers-list-with-bosco-verticale.html
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http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#
Centro de treinamento de Artes Marciais Iandra Larise de Souza Rocha Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino
Figura 01 : Imagem ilustrativa das modalidades de luta. Fonte: Google imagens
Resumo O presente Trabalho de Conclusão de Curso constitui em um Centro de Treinamento de Artes
Partindo da necessidade de equipamentos para academia na região, o projeto refere-se a um conjunto de edificações que atrai uma variada gama de pessoas, classes e interesses diversos. Tendo como proposito apresentar uma construção de pensamento para a edificação que tem como premissa oferecer uma estrutura adequada para diversas modalidades de luta.
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Paulo.
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Marciais que visa atender aos praticantes do esporte, localizado no bairro da Cidade Dutra, São
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Introdução A prática de artes marciais é um fenômeno crescente no Brasil. Segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2018, o número de pessoas que praticam esse esporte dobrou nos últimos 11 anos, apresentando um aumento significativo de 109% entre os anos de 2006 e 2017. Segundo a mesma fonte, essa modalidade já representa 2,3% da preferência do público. Com isso percebe-se que muitos brasileiros têm ingressado nas artes marciais e estão conquistando títulos internacionais com seus golpes e grande competência para o esporte. A Feplam - Federação Paulista de Lutas e Artes Marciais, registra em sua página digital 13 diferentes modalidades, mas é possível encontrar registros de muitas outras práticas por todo o Brasil. Logo, devido a essa maior exposição do esporte ao público e consequente aumento no número de pessoas que ingressam na prática esportiva, observa-se uma demanda por novos e mais bem elaborados centros de treinamento. Para que assim haja uma melhor acomodação dos atletas e também o fortalecimento dos trabalhos que já vem sendo realizados. Em um estudo publicado pela consultoria legislativa da câmara dos deputados, ainda em 2002, Emile Boudens destaca a questão da localização e dos equipamentos apropriados como uma das três condições indispensáveis para um padrão mínimo de qualidade. E é nesse sentido que o presente trabalho se justifica, no intuito de contribuir com a propagação e prática do esporte de forma segura e bem estruturada. Tendo em vista a carência de instalações adequadas diante desse novo cenário de propagação do esporte no Brasil, o projeto aqui apresentado constitui em um centro de treinamento de artes marciais, que visa atender os praticantes do esporte oferecendo uma estrutura adequada, para assim fortalecer e difundir os trabalhos já realizados com os atletas da cidade de São Paulo. Sendo de caráter público, a proposta prevê espaços para atuação de projetos sociais que auxiliam na melhoria da formação de crianças e jovens, baseando-se em todos os benefícios que o esporte proporciona. Dentre eles destaca-se a prática desportiva como importante mecanismo de ascensão social, a melhoria de qualidade de vida, o reconhecimento e realização profissional, além de ser um espaço para aulas, cursos de capacitação e sede de eventos, garantindo entretenimento à população. Um lugar de excelência onde atletas de diversas modalidades treinam juntos aperfeiçoando técnica e crescendo no esporte. Outra motivação para o desenvolvimento deste projeto é o fato de muitos atletas só alcançarem um alto nível de treinamento e de profissionalismo quando saem do país. Mesmo com resultados muito satisfatórios de eventos realizados na cidade de São Paulo que tem sido reconhecidos nacionalmente, como o UFC, a taxa de migração de atletas para outros países ainda é muito grande. Portanto, o objetivo geral deste trabalho é criar um centro treinamento de artes marciais com ampla estrutura para sediar campeonatos e eventos, que reúna em um único espaço diversas modalidades do esporte, e ofereça também todo o suporte necessário ao atleta, seja ele amador ou profissional, tornandose assim um local de referência para o esporte.
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O projeto visa também: (i). Oferecer espaços que promovam a conscientização sobre os benefícios do esporte, através de palestras, reuniões, seminários e mídia; (ii). Proporcionar instalações necessárias que acomodam os atletas e treinadores de outras cidades; (iii). Embasar projetos sociais que proporcionam às crianças e jovens novas oportunidades de vida. Para o desenvolvimento de um bom programa de necessidades, foi preciso analisar uma grande quantidade de eventos de MMA, Jiu-jitsu e Muay Thai, além da vivência em ambientes correlatos que também foi de grande valia para o direcionamento do tema. Nesse sentido a metodologia consistiu então na observação, acompanhamento e análise da rotina de atletas profissionais, ocasionado pela vivência diária no mesmo ambiente, e nos referenciais projetuais que embasam a criação dos espaços, assim como a estética do projeto. Este projeto foi feito através da descrição do tema abordado, justificativa do tema, estudo preliminar e objetivos, incluindo pesquisas bibliográficas e pesquisas de referências formais e temáticas. Também foram feitas visitas a comunidades próximas, visitas a academias e centros de treinamento de artes marciais, conversas com professores e atletas das modalidades que o projeto atende, e também com organizadores dos campeonatos de tais modalidades.
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Proposição O Centro de treinamento foi localizado na zona sul de São Paulo, com o objetivo de facilitar o acesso a população do município. Tendo como conceito a transparência física e visual do local. O projeto nessa área tem fácil acesso ao transporte coletivo, pode estimular o crescimento dos comércios, levando a uma participação da iniciativa privada para manutenção e suporte nos equipamentos, sua participação seria de suma importância já que o município não dispõe de tanto investimento para o esporte. O programa conta com academia estruturada e adequada para os atletas e alunos. Alojamento para suportar os atletas e treinadores que virão fazer camp. Clínica médica para dar todo o suporte aos atletas. Ginásio com infraestrutura para aulas, workshop, seminário e toda parte educacional para a formação de um atleta. E uma arquibancada para aproximadamente 3.000 pessoas para prestigiar os eventos que ali acontecerá.
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Figura 03: Fachada – Av. Lourenço Cabreira. Fonte: acervo do autor
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Figura 02: Implantação. Fonte: acervo do autor
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Figura 04: Planta primeiro pavimento - Ginásio. Fonte: acervo do autor
Figura 05: Corte BB. Fonte: acervo do autor
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Figura 06: Corte CC. Fonte: acervo do autor
Figura 07: Corte DD. Fonte: acervo do autor
Referências DORINI, GUILHERME; MINOTAURO. "Falta de estrutura e dinheiro ao MMA nacional". 2014a. Terra. Disponível em: https://www.terra.com.br/esportes/lutas/mma/minotauro-falta-estrutura-e-dinheiro-aomma-nacional,3f0d98788dc7410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html LAUER, R. N. et al. O esporte como meio de prevenção e combate ao uso de drogas. 2009. Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: http://bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5156 MINISTÉRIO DO ESPORTE. A prática do Esporte no Brasil. 2013. Disponível em: http://www.esporte.gov.br/diesporte/2.html
VICTOR, M. Corrida e artes marciais crescem entre os brasileiros. 2018. Disponivel em: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45003-corrida-e-artes-marciais-crescem-entre-osbrasileiros
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EMILE B. Academias de lutas e de artes marciais. 2002. Disponivel em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/estudos-e-notas-tecnicas/publicacoes-da-consultorialegislativa/arquivos-pdf/pdf/201345.pdf
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SCHULER, S.; BRANDENBURG, L. E.; RODOLPHO, A. L. Judô e jiu-jitsu e o desenvolvimento integral de crianças em séries escolares iniciais. 2007. Dissertação (Mestrado) - Faculdade EST. Disponível em: http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=85
Aprimoramento do Autódromo de Interlagos Leonardo Augusto Menossi Pereira Medeiros Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian
Figura 01 : panorâmica da pista
O trabalho propõe a requalificação e aprimoramento do Autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Autódromo de Interlagos, que está localizado na zona sul da cidade de São Paulo. Partiremos do levantamento atual do autódromo, desenvolver novas instalações, tais como: Hotel, Centro de convenções, Museu, Centro tecnológico, Centro comercial, além do aprimoramento de áreas específicas. Compreender as funcionalidades, disponibilizar o com tecnologias atuais.
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equipamento para a cidade, gerar renda, atrair novos eventos e implantação de um novo design
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O Autódromo de Interlagos tem grande importância econômica, cultural e histórica para o automobilismo mundial, principalmente para a cidade de São Paulo. Trata-se de uma referência local de grande influência para seu entorno, com significativo potencial de desenvolvimento urbano. Atualmente, encontra-se com partes desatualizadas para os padrões de seu principal evento, a competição de Fórmula 1, pois a renda anual arrecadada com as competições de Fórmula 1, festival musical LollaPalooza, Competição de Stock Car e outros. Pensando em ampliar o potencial e gerar recursos tanto para o autódromo, quanto para o contexto urbano do local, o projeto propõe ações a serem desenvolvidas por meio de estratégias de adequação do local para atrair novos públicos, implantando demais usos com projetos que irão atingir desde turistas até a população que reside nos arredores do equipamento. O Autódromo apresenta um grande potencial de desenvolvimento tanto para o setor social, quanto para o setor financeiro da cidade de São Paulo, podendo ser um equipamento de uso democrático, atendendo a todos da cidade e do mundo, não só por meio de eventos automobilísticos, mas também com eventos voltados à cultura, incentivo ao aprendizado e formação de caráter socioeducativo, bem como atividades de lazer e entretenimento disponíveis para o coletivo. O Projeto Arquitetônico proposto para o aprimoramento do Autódromo de Interlagos tem como objetivo a elaboração de um complexo atrativo, vislumbrando ampliar o potencial turístico da cidade, explorar o potencial financeiro da região, além de promover a empregabilidade local durante eventos que irão ocorrer no complexo. Sua composição propõem a construção de Hotel, Centro de Convenções, Centro Tecnológico, Museu, Complexo Comercial, além de revitalizar pontos cruciais do Autódromo e criar micro usos distribuídos estrategicamente ao longo do autódromo. O Programa Arquitetônico foi desenvolvido com base nas características pretendidas a serem aplicadas ao Autódromo e distribuído de forma a não obstruir a visibilidade da pista e não intervir de forma agressiva no terreno e seu entorno. O projeto proposto para o autódromo visa atingir pontos cruciais para aprimoramento do mesmo, são eles a elaboração de um hotel que irá hospedar turistas do mundo todo que vem todos os anos para assistir a Fórmula 1 e outros eventos como o LollaPalooza e também visando hospedar desde pilotos, equipes, artistas, e o público em geral.
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O projeto do centro de convenções pretende juntar o uso das pistas e dos outros equipamentos para proporcionar convenções voltadas ao tema de automobilismo e entre outros visando eventos como o Salão do automóvel e Salão Duas Rodas que são grandes eventos da cidade de São Paulo e fazem todo o nexo em estarem no berço do automobilismo no Brasil que é Interlagos. Já o centro tecnológico tem o intuito de abrigar e desenvolver tecnologias do mundo do automobilismo seguindo assim a referência do icônico autódromo de Nürburg, Alemanha onde praticamente todas as novas tecnologias do mundo automobilístico passa por lá, interlagos sendo um autódromo de traçado desafiador e muito dinâmico proporcionando testes de alto desempenho. O centro tecnológico contará com espaços especialmente destinados a população local para ministrar cursos e aulas já que o autódromo tem grande influência em seu entorno.
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O museu se conecta ao centro tecnológico uma vez que ambos são interligados para gerar um espaço cultural de ensino e também contemplação, o museu pretende homenagear grandes nomes do automobilismo mundial. A parte dedicada ao comércio se baseia em atender não só o público em um dia de evento mas também a população que transita pela Av. interlagos que tem grande fluxo em dias de eventos e também em dias normais, sendo um dos principais eixos de locomoção do extremo sul de SP trazendo assim estabilidade financeira ao autódromo e o fazendo gerar renda em dias mais monótonos e de baixo movimento. O setor destinado à população local se baseia em "micro-usos" que serão divididos em um pequenos equipamentos ao longo do percurso sendo eles: velódromo, pista de skate, ciclovia, entre outros distribuídos ao longo do autódromo, assim conectando todos os pontos do complexo e também disponibilizando o mesmo as pessoas que ali moram.
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Figura 02 : implantação
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Fig.03: Hotel, centro de convenções e centro comercial
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Fig. 04: Centro de Convenções , centro tecnológico e Museu
Fig. 05: panorâmica *todas as imagens neste arquivo são de autoria do autor.
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Referências Biselli, Mario & Katchborian Artur: Biselli Katchborian Arquitetos (2019). LEHBRINK, HARTMUT: 90 years of nurburgring (2016). Lewis, Paul Manual of Section (2016). Neufert Ernst: arte de projetar em arquitetura / Ernst Neufert" 18 edição (2015). Piano, Renzo: The Complete Logbook (2017). Scali, Paulo: Interlagos Autodromo Internacional da Cidade de São Paulo 1940 a 1980 (2004).
http://www.capital.sp.gov.br/turista/atracoes/ar-livre/autodromo-de-interlagos https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/governo/projetos/desestatizacao/interlag os/index.php?p=287584 http://www.capital.sp.gov.br/noticia/concessao-do-complexo-interlagos-pmsp-republica-edital http://www.autodromodeinterlagos.com.br/wp1/ https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/11/1376077-obras-em-interlagos-custarao-r-130milhoes.shtml
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https://www.gpbrasil.com.br/pt-br
Teia Cultural | uma costura entre cidade, cultura e patrimônio Luiza Azevedo Silva Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian
Figura 01: elevação fachada frontal Centro Cultural Villa da Cidade. Fonte: desenho autoral
Resumo O seguinte trabalho tem por finalidade explorar o patrimônio histórico da cidade de Taubaté junto aos espaços culturais, a fim de criar uma rede, que interliga as novas e antigas construções, destacando o valor patrimonial e arquitetônico de cada uma. A partir de um levantamento de pontos de interesse histórico e cultural para a cidade, dois locais foram escolhidos para desenvolver projetos que dialogam com o ambiente construído, criando novas possibilidades de uso para esses espaços. O primeiro, trata-se do terreno ocupado pela Villa Santo Aleixo, antigo palacete de estilo eclético. Já o segundo prédio escolhido foi o atual Centro Cultural Toninho Mendes. Ambos receberam propostas de intervenção e o projeto do Centro Cultural Villa da Cidade e Teatro da Cidade, respectivamente. Palavras-chaves: patrimônio, centro cultural, teatro, percursos, Taubaté Introdução
O antigo, que já não possui função, não exerce atividade, não abriga vida; este, está morto, esquecido e em degradação. No entanto, uma vez que se cria possibilidades de aplicar novos usos ao objeto tratado, ele não apenas revive suas características anteriores, como também é preparado para um novo momento. Se tratando de
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ou à uma renúncia para com o presente e futuro, mas sim à requalificação de um objeto de outro tempo.
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O sentido real do ato de preservação não deve estar relacionado ao sentimento nostálgico sobre o passado
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construções, uma arquitetura contemporânea pode somar características válidas às construções já existentes. Por um lado, a história, tradições, a autêntica representação de uma época, de um ciclo econômico e técnicas construtivas. Por outro lado, a ressignificação do espaço, a implementação de novas ferramentas e tecnologias a aplicação de um novo uso. Uso este, imediatamente ligado às necessidades atuais, qualificando o passado para o presente. Neste sentido, como é possível fazer esse resgate do passado para o contemporâneo respeitando as limitações do patrimônio cultural? E mais do que isso, quais são as possibilidades de não apenas obter uma resposta positiva sobre um projeto de restauro e intervenção em patrimônio, mas também ser bem-sucedido ao aplicá-lo como espaço público e cultural de forma a introduzi-lo no meio urbano com interação e atratividade para seus usuários? Além de tudo, seria possível que essas construções não estivessem isoladas — referindo-se não apenas às distâncias físicas, mas também ao isolamento programático em seus usos — de outros espaços de mesma ou semelhante características e função na cidade? Na tentativa de responder tais inquietações o trabalho propõe dois projetos de espaços culturais para a cidade de Taubaté, junto à um conjunto de três circuitos que fazem a ligação dos projetos desenvolvidos aos demais pontos de interesse histórico e cultural mapeados pela cidade. O primeiro projeto é desenvolvido a partir de uma intervenção no palacete eclético denominado Villa Santo Aleixo, localizado na área central da cidade, fazendo parte do entorno da Praça Santa Terezinha. A partir da intervenção, dois novos prédios foram projetados no terreno para abrigarem as atividades do Centro Cultural. O segundo projeto trata-se de um Teatro, que passou a ocupar o prédio atualmente denominado Centro Cultural Toninho Mendes. Localizado também na área central da cidade, mas com uma distância aproximada de 1,5 quilômetro do primeiro terreno. A partir do desenvolvimento dos projetos e circuitos pretende-se explorar a valorização dos espaços culturais e buscar um diálogo entre criação e tradição, de modo que a reflexão sobre a questão patrimonial se entrelace com a utilidade social e cultural do ambiente construído. Contudo, os resultados apresentados mostram ao leitor uma das possíveis formas de interpretar as questões iniciais propostas pelo trabalho. Proposição Apesar da diversidade de seu patrimônio histórico, arquitetônico, cultural e imaterial, a Cidade de Taubaté
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possui certa carência em seus espaços públicos dedicados a atividades que envolvem dança, música, pintura, teatro, shows e manifestações culturais no geral. Com o intuito de suprir as necessidades espaciais para essas atividades, foi feito um mapeamento dos pontos de interesse histórico cultural na cidade, além de pesquisas sobre os locais que já exercem a função de equipamento cultural para melhor entendimento de suas reais deficiências.
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Atualmente a cidade possui um Centro Cultural, conhecido como Centro Cultural Toninho Mendes, que se tornou o local dedicado para atividades culturais na cidade, junto ao Teatro Metrópole, único lugar que oferece equipamentos de som e iluminação para peças teatrais, apresentações de dança e grupos musicais. Ambos são edifícios públicos, mas por serem construções antigas, foram adaptadas para os usos atuais, mas são considerados impróprios para algumas situações. Para se compreender melhor a necessidade espacial para o desenvolvimento das atividades oferecidas atualmente no Centro Cultural, assim como a percepção dos usuários sobre a edificação, foram realizadas visitas em diversas salas onde acontecem as aulas, conversas e entrevistas com alunos e professores que participam da rotina de atividades e registros fotográficos como parte do processo de entendimento do uso do espaço.
Figuras 02 e 03 : fachada e corredor do Centro Toninho Mendes. Fonte: fotografia autoral
Figuras 04 e 05 : Estante da sala de artes, com produções feitas pelos alunos do Centro Toninho Mendes. Foto do pátio que visualiza pinturas dos alunos ao fundo. Fonte: fotografia autoral
Após levantar as informações para a análise e entendimento das atividades, do funcionamento e do espaço do Centro Cultural, verificou-se que a construção que hoje recebe esse uso não tem capacidade de ampliação ou adequação completa que possa suprir os espaços faltantes para as atividades ali
fazer uso e anexar ao novo edifício o patrimônio arquitetônico Villa Santo Aleixo. A localização, as expectativas de uso para o bem tombado e as diretrizes de sua resolução de tombamento reforçam a justificativa para incluir ao projeto a construção que se encontra atualmente em situação de abandono.
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Em meio ao processo de busca por um terreno para o projeto do Centro Cultural, surge a oportunidade de
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desenvolvidas, fazendo deste um objeto candidato a estudo e desenvolvimento de projeto.
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Figura 06: Pavimento térreo do projeto Centro Cultural Villa da Cidade. Fonte: desenho autoral
Figura 07: Corte perspectivado do projeto. Fonte: desenho de projeto autoral
Por outro lado, nota-se que a construção que hoje abriga o Centro Cultural Toninho Mendes possui uma conformação que possibilita a transformação do edifício em um novo teatro para a Taubaté, o Teatro da Cidade. A fim de atender as expectativas espaciais e técnicas de artistas e público, este projeto surge como espaço complementar às atividades oferecidas pelo Centro Cultural, uma vez que este estará localizado em novo endereço.
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Figura 08: Planta do pavimento térreo do projeto Teatro da Cidade. Fonte: desenho autoral
Figura 09: Corte longitudinal do projeto Teatro da Cidade. Fonte: desenho de projeto autoral
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Por fim, fazendo a união, não apenas das novas construções propostas, mas também dos demais locais de interesse de uso cultural e histórico existentes na cidade, três circuitos foram criados a partir do levantamento feito como parte do estudo do trabalho. Os três caminhos contam diferentes histórias sobre o desenvolvimento da cidade e propiciam interação com o meio urbano.
Figura 10: Mapa dos percursos desenvolvidos e cada um dos três circuitos separadamente com seus respectivos pontos de paradas. Fonte: autoral
Referências ALVES, Giovana Cruz, Arquitetura, Linguagem e Percepção em Museus e Centros Culturais Contemporâneos – Polissemias no Oi Futuro Flamengo, Tese (Mestrado), FAU – UFRJ, Rio de Janeiro, 2013. ESPOLADOR, Thais Cristina; BORGES, Fabrícia Dias da Cunha de Moraes Fernandes, Centro Cultural: evolução e importância no Brasil, Artigo Científico, FAU – UNOESTE, Presidente Prudente, SP. FERRAZ, Marcelo Carvalho, Arquitetura Conversável, Editora Azogue, São Paulo, 2014. JUNIOR, Antonio Mello; NEPOMUCENO, Hugo de Araújo, Asilo de Mendigos de Taubaté, Editora “O Taubateano”, Taubaté, 2002 LEITÃO, Daniela Filipa Castro, Construir no construído - a ruína como instrumento de projeto: proposta de intervenção e reconversão em Lamaçais, Tese (Mestrado), FAUP, São Paulo, 2016 RIOS, Maira Francisco, Intervenção na Preexistência, Tese (Mestrado), FAU USP, São Paulo, 2013
YURGEL, Marlene, Urbanismo e Lazer, Editora Nobel, São Paulo, 1972.
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VIERNO, Lívia; SOUZA, Olga Rodrigues Nunes de, Villa Santo Aleixo: um patrimônio abandonado, Taubaté, São Paulo, 2013
Arquitetura do Edifício
TAVARES, Rodrigo dos Passos; COSTA, Luciana Santiago, Cultura e Arquitetura: a metamorfose do tipo arquitetônico do edifício cultural, ARCHITECTON – Revista de Arquitetura e Urbanismo, Volume 3, Nº 04, 2013
CCPL – Centro Cultural Pedra Lisa Lazer, cultura e memória em Itapecerica da Serra Pedro Venilson Dias Santana Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino
Figura 01 : 3D Vista geral. Fonte: acervo do autor
Resumo O projeto do CCPL (Centro Cultural Pedra Lisa) no município de Itapecerica da Serra – SP, possuirá 3 características principais: Ser um espaço de lazer e encontro comunitário, ser um abrigo dos movimentos artísticos e culturais da região (incluindo a transferência e ampliação da EMAC, Escola Municipal de Arte e Cultura) e ser também o museu memorial da história da
cidade), consolidaria uma oportunidade de reconhecimento de uma identidade cultural itapecericana, podendo despertar na população a consciência da sua participação nessa história, o acolhimento desta como bela, importante e relevante no contexto regional, e o despertar do senso de preservação e zelo.
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contribuições da cultura local atual (dos inúmeros movimentos e grupos artísticos existentes na
Arquitetura do Edifício
cidade. A criação do CCPL resultará em um espaço onde a memória da cidade, atrelada com as
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Introdução
A escolha do tema não se deu meramente pela vontade da realização de mais um Equipamento Cultural. Surgiu do desejo de apresentar a cultura, não entendendo como a única, mas como uma via para unidade, ou ao menos de aproximação, de grupos, sim com realidades socioeconômicas diferentes, mas que se abrigam em um mesmo território, dividem a mesma história local e buscam a realização de suas mesmas necessidades
humanas
naturais:
O
lazer,
a
expressão
e
o
sentimento
de
pertença.
Para tanto, é necessário que a população compreenda e absorva o espaço público como não somente para os que não possuem condições de buscarem os grandes centros de serviços, comércios e cultura, e por isso necessitam de uma assistência do poder público, mas o entendimento de que esses espaços são de pertença de todos, assim como a sua criação, manutenção e utilização são direitos de todo cidadão. Para isso ser possível é necessário a identificação com esses espaços. O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro [...] contribua à
sua
maneira
para
um
ambiente
com
o
qual
possa
se
relacionar e se identificar. (HERTZBERGER. 2015, p.45) Neste processo, a memória (como elemento de reconhecimento do “fazer parte de uma história” e/ou do pertencer a ela) e a identidade cultural (como ferramenta que insere o indivíduo no contexto, pela participação ativa, na criação, ou passiva, na proximidade com o tema) se apresentam como as vias para a identificação da população com esses espaços e assim o uso do mesmo.
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Arquitetura do Edifício
Figura 02 : Diagrama - 3 pilares e relações. Fonte: acervo do autor.
O projeto, então, se fundamenta nesses 3 pilares: O lazer, a cultura e a memória.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2020_1
Proposição
O local escolhido para a realização do projeto fica no centro de Itapecerica da Serra. As 6 vias mais estruturantes da cidade convergem para esse ponto, local onde ocorre as principais manifestações sociais, culturais e econômicas.
Figura 03 - Vias estruturadoras. Fonte: Acervo do Autor Em 2013 inaugurou o “Itapecerica Shopping”, um empreendimento que gerou grande expectativa em toda a população por se apresentar como uma possibilidade de lazer e entretenimento que estaria surgindo na cidade. Bem localizado, (no imediato centro), próximo dos principais equipamentos (bancos, igreja matriz, mercados, etc.) e com boa acessibilidade tanto de carro quando via transporte coletivo. Contudo, hoje, na estrutura de cerca de 60 lojas, os únicos espaços que de fato são prestigiados pela população é o Cinema, a praça de alimentação (pela presença do Burguer King e, mais recentemente, Mc Donald’s) e algumas lojas como a Americanas e C&A.
a forma com que ele não soube aproveitar as potencialidades de sua implantação, uma vez que, situado em uma quadra inserida em 4 vias importantes do centro da cidade, poderia favorecer a fruição pública para os pedestres, porém, o acesso se dá unicamente por uma das frentes (da Av. XV de Novembro) e as outras faces são fechadas para o acesso do público, sendo uma delas empena cega.
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hoje fechados devido ao pouco lucro. Outro aspecto negativo do Shopping é o seu projeto arquitetônico e
Arquitetura do Edifício
As demais se encontram a maior parte do tempo sem grande movimento, e alguns pontos se encontram
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
O entorno dessa quadra se caracteriza por um uso predominantemente comercial e de serviços, além de alguns lotes com uso misto (comércio no térreo e residencial no primeiro andar.) Por essa razão um equipamento de cultura e lazer nessa zona atenderia não somente os moradores da região, mas também funcionaria como local de frequência e desopilação dos funcionários dos comércios e serviços no horário de almoço, como já acontece hoje na praça de alimentação do Shopping, porém o centro cultural ofereceria junto cultura e informação nesses intervalos. O local tem boa acessibilidade por transporte coletivo, uma vez que se encontra no cruzamento da Av. XV de Novembro e a Av. Eduardo Roberto Daher, duas avenidas com circulação de ônibus.
Figura 04 – Uso real do solo. Fonte: Emplasa, 2019 Dadas as três premissas para o CCPL (ser um espaço de lazer municipal, espaço de cultura local e museu memorial da história) dividimos o programa de maneira a destacar esses 3 pilares do equipamento em 3 volumes distintos, mas relacionados. São basicamente 3 volumes sobrepostos e organizados de maneira
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Arquitetura do Edifício
a constituir cheios e vazios “entre” e “sob” cada bloco.
Figura 05 – Diagrama volumes e usos gerais. Fonte: Acervo do autor.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2020_1
Referências SANTOS, Reinaldo Soares dos. O Encanto da Lagoa: O imaginário histórico-cultural como elemento propulsor para o turismo cultural na Lagoa Encantada. Dissertação (Mestrado em Cultura e Turismo) – Programa de Pós-Graduação em Cultura e Turismo, UESC/ UFBA, Ilhéus-Ba, 2004. PINTO, Gabriela Baranowski. PAULO, Elizabeth. SILVA, Thaisa Cristina. Os centros culturais como espaço de lazer comunitário: o caso de belo horizonte. Cultur, Bahia, Nº 2, p. 86 a 108, jan. 2015. Disponível em: http://periodicos. uesc.br/index.php/cultur/issue/view/35 ROLNIK, R. O lazer humaniza o espaço urbano. In: SESC SP. numa sociedade globalizada. São Paulo: SESC São Paulo/World Leisure, 2000
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Lazer
GOMES, Christianne Luce. Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte. Autêntica 2004. BATISTA, Cláudio Magalhães. Memória e Identidade: Aspectos relevantes para o desenvolvimento do turismo cultural. IVT. Rio de Janeiro, nº 3, p. 27 a 33, 2005. Disponível em: http://www.ivt.coppe.ufrj.br/caderno/index.php/caderno/issue/ view/17 NOGUEIRA, Maria de ouro: Itinerário ções Shalom, 2013.
Emmir Oquendo; LEMOS, Silvia Maria Lima. Tecendo o fio para o autoconhecimento e a liberdade interior. Aquiraz. Edi-
GOOGLE MAPAS, em set. de 2019.
Disponível
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http://www.google.com.br/maps
Acesso
EMPLASA. Disponível em: <https://emplasa.sp.gov.br/>. Acesso em out. de 2019. GEO EMPLASA. Disponível em: <https://geo.emplasa.sp.gov.br/Mapa?contexto=emplasageo> Acesso em out. de 2019. IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/ Acesso em out. de 2019. em:
http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/ SERRA.
Disponível
em:
Arquitetura do Edifício
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ITAPECERICA DA https://www.itapecerica.sp.gov.br/ Acesso em set. e out. de 2019.
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ATLAS BRASIL. Disponível sao-paulo_sp Acesso em out. de 2019.
ensaios
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
TCC 2
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Requalificação do Mercado Municipal de Santo Amaro - SP Mirivaldo Douglas Cândido Moraes Orientador: Prof. Ms. Ralf Castanheira Flôres
Figura 01: Mercado Municipal de Santo Amaro - Perspectiva novo anexo Fonte: acervo próprio - render
Temos o objetivo de tornar a área e seu entorno mais atrativa, promovendo um maior fluxo de pessoas, valorizando o comércio local, diversificando o tipo de produtos e serviços prestados e, em conjunto com a subprefeitura, transformar o espaço em um polo de cultura e arte. Ao reconstruir, partindo do prédio original, queremos preservar a história local, mantendo as
patrimônio para a cidade. Reconstrução, revitalização e atualização do Mercado Municipal em Santo Amaro, respeitando o conceito histórico, sua origem e finalidade. Com uma área aproximada de cerca de 9 mil metros quadrados, terá parte de sua estrutura preservada onde será integrada a criação de ambientes que fomentem alimentação, cultura, lazer, comercialização de mercadorias e, principalmente, que proporcione ao bairro a preservação de sua história.
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segurança e inovação, tornando o espaço uma referência. Com esse projeto, queremos devolver esse
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características do prédio histórico e unir elementos modernos que garantam conforto, acesso, mobilidade,
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Ao ser questionado sobre o meu projeto de TCC, me perguntei: Como escolher um projeto que resuma uma jornada de cinco anos? Como escolher um projeto que remeta á minha identidade como arquiteto? Percebi que ele não podia deixar de contar a minha própria história: São 30 anos no comercio, 30 anos no varejo, 30 anos no atendimento ao público. Foi quando me recordei: em 2017, já cursando arquitetura, uma notícia nos jornais chamou minha atenção: O incêndio no Mercado Municipal de Santo Amaro.
Figura 02: Mercado Municipal de Santo Amaro - Fonte: Luiz Carlos Barbosa / cod19/folhapress - Publicada pela Folha de São Paulo em 25/09/17
Esta lembrança me fez recordar o impacto direto que o fato acarretou na vida dos permissionários, de seus clientes e ao bairro. A região construída por imigrantes e migrantes, local de passagem e ponto de referência perdeu
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Patrimônio Arquitetônico e Urbano
seu ponto focal. O mercado com toda a sua história, representava um marco na região e no comercio. Os avanços imobiliários, a expansão de empresas e o crescimento da metrópole tornaram a região carente e deficitária, o espaço tornou-se uma sombra pálida do que fora antes e esta apatia estendeu-se aos comércios do entorno. Com isso em mente iniciou-se o desenho deste projeto: Uma Requalificação do Mercado Municipal de Santo Amaro. Desta vez não só com o objetivo de fornecer uma maior variedade de produtos e sim tornar a estrutura do mercado uma obra de arte. Arte útil, arte acessível, arte para todos.
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Um projeto que apresente a arquitetura como eu vejo: com todas suas nuances, suas curvas, suas funções, seu desenho. Arquitetura em seu sentido literal: "Arte técnica de organizar espaços e criar ambientes para abrigar diversos tipos de atividades humanas." Este projeto propõe exatamente isto: A união do passado e do presente, um novo futuro. Futuro este que está em mim e se abriga e desenha no na nova leitura do Mercado Municipal de Amaro. Espaço de sociabilidade. É o espaço físico onde se desenvolvem relações comerciais e sociais. Não se desenvolve apenas a troca de mercadorias, mas sim, de relações, experiências e sensações. Por que revitalizar o mercado municipal de Santo Amaro? a resposta é simples: o mercado será revitalizado pois ele é um marco. ele representa a história em uma região que é uma referência no comercio em Sao Paulo. Em virtude do incêndio a área ficou parte destruída, parte reaproveitada de forma precária, a oferta de produtos foi reduzida e o espaço deixou de atender a necessidade de seus frequentadores. O projeto não busca somente tornar o espaço util novamente, ele propõe uma nova finalidade, como já ocorre com os mercados internacionais. Em um primeiro momento o objetivo era restaurar somente o prédio antigo, afetado pelo incêndio os danos às paredes não foram estruturais, mas o teto, vigas e pilares estavam comprometidos, a ideia era refazer o teto, mantendo as condições arquitetônicas e propor uma nova distribuição interna de produtos e serviços. Mas com uma área de aproximadamente 9 mil metros, não fazia sentido apenas devolver o que antes ali já existia, precisávamos ampliar e agregar valor, como está localizado em cota mais alta, a partir do mercado, podemos observar todo o entorno, e esta visão não poderia deixar de ser aproveitada. As vias de acesso também estavam obstruídas de forma irregular, desde apropriações indevidas, até a disposição de entrada e saídas feitas de forma incorreta, iniciamos por definir os caminhos que levavam até o mercado e pudemos identificar 3 pontos: criação de 2 pátios de estacionamento e 1 destinado ao transito de mercadorias com acesso a área de carga e descarga. A restauração do prédio antigo precisava ser realizada de modo a não apagar sua história, mas implantar técnicas que tornassem o prédio funcional, acessível e com consumo consciente, a instalação
garantir que, uma estrutura que propõe a circulação de um grande volume de pessoas, se tornasse possível.
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iluminação e instalação de um piso funcional de baixo custo de manutenção foram pontos cruciais para
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
de calhas de coleta de chuvas, lanternins para ventilação, treliças com acabamento em vidro para
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Figura 03: Mercado Municipal de Santo Amaro - Implantação Fonte: acervo próprio
Figura 04: Mercado Municipal de Santo Amaro - Detalhamento telhado do projeto Fonte: acervo próprio
A decisão de descascar as paredes e deixar a estrutura de tijolos aparentes, foi tomada durante uma das visitas ao prédio, a técnica antiga mostra como todo o prédio foi construído e conta um pouco da história do bairro e da região. Manter essa história viva e visível aos frequentadores tornou-se ponto
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Patrimônio Arquitetônico e Urbano
importante.
Figura 05: Mercado Municipal de Santo Amaro - Perspectiva fachada frontal Fonte: acervo próprio - render
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Já o prédio novo foi proposto como uma forma de agregar valor e cultura ao bairro a ao local. Criado para ser um memorial de Santo Amaro o espaço foi desenvolvido de forma a apresentar o velho e novo, esta interligação está presente em sua passarela de vidro que une os dois prédios, no jardim central que propõe uma área de descanso e conversa como também em sua cobertura translucida com pilares de sustentação que permitem a passagem de luz natural em ambos os ambientes.
Figura 06: Mercado Municipal de Santo Amaro - Perspectiva interna Fonte: acervo proprio - render
Referências
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LAPA, José Roberto do Amaral. A Cidade: Os Cantos e os Antos: Campinas 1850-1900, Editora da
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Civilização Brasileira. 327 páginas
São Luiz do Paraitinga: Plano de Gestão para Patrimônio Cultural Stephanie Faraco Tisovec Orientador: Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres
Figura 01: Vista da cidade de São Luiz do Paraitinga. Fonte: acervo do autor.
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São Luiz do Paraitinga é um município do estado de São Paulo com quase 12 mil habitantes. Nascida em 1688, a cidade era considerada um centro de produção agrícola e hoje se tornou um local de urbanismo ilustrado. Banhada pelo rio Paraitinga, foi atingida por uma enchente em 2010, que assolou grande parte da cidade. As enchentes e a falta de prevenção e proteção com os patrimônios são problemas recorrentes em São Luiz. Este projeto tem como objetivo a realização de um plano de gestão para patrimônio cultural, que sugere 12 diretrizes que levam em conta a proteção patrimonial, social, cultural e ambiental, com base na história e estruturação da cidade. O plano gestor toma como partido o olhar de quem mora na cidade e de seus turistas, a fim de melhorar a ligação e relação entre as pessoas e os órgãos de proteção patrimonial (Iphan e Condephaat) e a qualidade de vida em São Luiz do Paraitinga, impulsionando a economia e turismo do município e, principalmente, a proteção e preservação do patrimônio histórico.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
Resumo
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Introdução Este trabalho tem como objetivo principal entender o processo histórico de formação da cidade de São Luiz do Paraitinga, para que se tenha um embasamento por completo das necessidades urbanas e patrimoniais da atualidade sem que se perca a tão importante ligação com o passado, por se tratar de uma preservação cultural. E a partir daí, gerar um plano de gestão de patrimônio, composto por diretrizes para que a cidade continue se desenvolvendo e evoluindo com a devida proteção. Foram registrados e levantados os processos de expansão urbana. Ao mesmo tempo que há uma discussão do seu impacto na paisagem urbana, ambiental, cultural, arquitetônica, e na vida dos moradores e turistas de São Luiz, é retratado com grande importância também a questão hídrica da região e as dificuldades e desafios que traz para a cidade e sua proteção. Com base principalmente nos aspectos históricos desde o início da formação da cidade até os dias atuais e a sua relação com o rio, o turismo, no patrimônio, e as enchentes recorrentes no local, foram pontuadas formas de minimizar ou evitar futuros problemas. Foi feita uma análise também da questão pós enchente de 2010, em particular, o ponto mais crucial para a elaboração deste projeto. Foram levantadas e analisadas as principais ações emergenciais tomadas pelo município e pelos órgãos de preservação, assim como quais foram as soluções propostas e realizadas para a recuperação do patrimônio histórico e como está a situação atual da cidade. Com o levantamento documental etnográfico e fotográfico –realizado in loco– do patrimônio e tombamento da cidade, além de pesquisas de campo, entrevistas e enquetes com os luizenses, realizados por mim entre 2019 e 2020, foram pontuados diversos olhares negativos e positivos sobre a cidade de São Luiz do Paraitinga. A partir disto, foi criado um plano de gestão urbana que visa a melhoria da cidade. Esse plano de gestão é composto pela junção de 12 diretrizes, que nascem da observação de preservação do patrimônio arquitetônico, cultural e ambiental, além da proteção ao turismo local e de seus moradores em relação com a cidade. Estas servem como referenciais para auxiliar os moradores, órgãos, investidores e organizações locais com a finalidade de desenvolver e valorizar o município com foco no bem mais precioso de São Luiz: a cidade como patrimônio. Será apresentado a seguir, no primeiro capítulo, a visão e localização da cidade, sua cronologia, análise territorial e histórico desde o surgimento, mostrando como se deu e é atualmente a ocupação urbana de São Luiz do Paraitinga. Em seguida, no segundo capítulo, é tratada a questão do rio para
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entendermos como se originam as enchentes e como se dá a questão de proteção ambiental, quais são seus impactos na vida dos luizenses e da cidade em si, para podermos entrar na questão crucial da discussão, que é a grande tragédia ocorrida em 2010. Passando desta, entraremos no tombamento, reconstrução e recuperação da cidade e de seu patrimônio, apresentando ações realizadas e planejadas, e se deu esse momento tão desafiador. Serão pontuadas quais foram as intervenções realizadas e de quais maneira (seja pelos órgãos responsáveis ou pela coletividade dos moradores da cidade), compreendendo os impactos negativos vindos de todo histórico existente. Trataremos então da importância do patrimônio, tanto material como imaterial, e as características que deixam marcas e impactos socioculturais e ambientais. Após esta análise, há um estudo da situação atual, com as condições de melhorias possíveis considerando os problemas que estamos enfrentando no cenário atual com a
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pandemia do covid-19, que impossibilitou certas questões de atualização em alguns mapeamentos e pontuais atualizações, mas nada que interferisse significativamente no projeto realizado, que foi concluído com êxito. Por fim, damos entrada no Plano de Gestão de Patrimônio para São Luiz do Paraitinga, que apresenta um compilado com todas as informações, discussões e aprendizados adquiridos até então, criando assim a apresentação de uma série de 12 diretrizes que sugiro a fim de expor soluções e possibilidades baseadas nos pontos positivos e negativos da cidade em sua situação atual, alertando quanto às deficiências e carências do município. O objetivo é seguir e colocar em prática o planejamento como um movimento de recuperação e restruturação local, com o objetivo de prevenir novos desastres e problemas, além de impulsionar a cidade em diversos meios.
Proposição A partir do levantamento documental iconográfico e fotográfico –realizados in loco– do patrimônio e tombamento da cidade, além de pesquisas de campo, entrevistas e enquetes com os luizenses, realizados por mim entre 2019 e 2020, foram pontuados diversos olhares negativos e positivos sobre a cidade de São Luiz do Paraitinga. Dentre estes, alguns não estão presentes no trabalho, como hotéis e pousadas, já que atendem às necessidades e atendem à demanda. A partir disto, foi criado um plano de gestão urbana que visa São Luiz do Paraitinga. Esse plano de gestão é composto pela junção de 12 diretrizes, que nascem da percepção de preservação do patrimônio arquitetônico, cultural, patrimonial, e ambiental, além da proteção ao turismo local e de seus moradores em questão com a cidade. São referenciais para auxiliar os moradores, órgãos, investidores e organizações locais com a finalidade de desenvolver a cidade valorizando o principal foco e o bem mais precioso de São Luiz: a cidade como patrimônio. A fim de impulsionar melhor São Luiz, foi feito um plano de gestão do patrimônio, que tem as seguintes diretrizes: melhoria da entrada e saída da região; proposta para mobilidade no trânsito; criação de ciclofaixas; nova identidade visual da cidade; aumento da vida noturna; áreas de lazer; disponibilização de guia turístico; aplicativo com informações gerais do município; melhoria nas reformas de edificações;
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criação de sede para gestão local e estruturação do rio Paraitinga.
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Figuras: retiradas do arquivo digital: “São Luiz do Paraitinga: Plano de Gestão para Patrimônio Cultural”. Tisovec, Stephanie, 2020
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Referências SANTOS, Carlos Murilo Prado; PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. “A espetacularização do patrimônio cultural de São Luiz do Paraitinga-SP”. Vitruvius, 08 de setembro de 2007. Disponivel em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.088/214 Acesso em setembro de 2019 MORADEIA, Natalia dos Santos. “A Grande Enchente de São Luiz do Paraitinga 2010”. 2016 Disponivel em: http://docplayer.com.br/51470873-A-grande-enchente-de-sao-luiz-do-paraitinga-2010.html Acesso em dezembro de 2019 “[dossiê] São Luiz do Paraitinga”. Iphan, (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Superintendência em São Paulo) Março, 2010. Disponivel em: https://casadopatrimoniovp.files.wordpress.com/2014/09/dossie-sc3a3o-luiz-do-paraitingaiphan.pdf São Luiz do Paraitinga (SP). Prefeitura. 2017. Disponível em: http://www.saoluizdoparaitinga.sp.gov.br/site/a-cidade/historico/aspectos-historicos-eeconomicos/ Acesso em: novembro, 2019. Carta de Restauro, abril, 1972. Carta do Restauro, do Ministério da Instrução Pública do Governo da Itália. Disponivel em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20do%20Restauro%201972.pdf Acesso em: outubro de 2019 Carta de Veneza, maio, 1964. II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos Disponivel em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Veneza%201964.pdf Acesso em: outubro de 2019 Carta de Burra, 2013. Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, na Austrália. Disponivel em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/The-Burra-Charter-2013-Adopted-31_10_2013.pdf Acesso em: outubro de 2019
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Conferência de Nara, novembro 1994. Conferência sobre a autenticidade em relação à Convenção do Patrimônio Mundial Disponivel em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Conferencia%20de%20Nara%201994.pdf Acesso em: outubro de 2019
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
Carta de Petrópolis, 1987. 1º Seminário Brasileiro para Preservação e Revitalização de Centros Históricos Disponivel em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Petropolis%201987.pdf Acesso em: outubro de 2019
ensaios
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
TCC 2
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Arte Urbana e Espaços Públicos Intervenção Minhocão Letícia da Costa Oliveira Orientadora: Prof. Dra. Beatriz Kara José
O trabalho trata de intervenções de arte urbana em espaços públicos que buscam iluminar questões voltadas ao processo de constituição da cidade. Trazendo a debate questões e reflexões ligadas à dinâmica social. A área de estudo escolhida foi o Minhocão como pelo debate recorrente e em curso sobre a sua destinação futura. O projeto consiste na criação de um percurso de arte urbana que procura transformar espaços subutilizados (terrenos vazios e estacionamentos) em espaços de interação e convívio social através da arte.
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Resumo
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
Figura 01 : Croqui – Intervenção terreno 3
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Introdução Este trabalho trata de intervenções de arte urbana em espaços públicos que buscam iluminar questões voltadas ao processo de constituição da cidade. Trazendo a debate questões e reflexões ligadas à dinâmica social, “a arte participa desta reflexão sobre o que é, o que deveria ser, o que têm sido os espaços de urbanidade” (PALLAMIN, Vera M., 2000). A escolha do Minhocão como área de estudo se deu pelo debate recorrente e em curso sobre a sua destinação futura. Desde a sua concepção questionável dada na ditadura militar no auge do planejamento funcionalista, quando o carro era sinônimo de progresso seguindo os modelos rodoviaristas americanos. E os resultados dessa política na atualidade, o consequente processo de desvalorização imobiliária, o abandono da região, o desconforto gerado e a formação de novos grupos sociais. Hoje observa-se uma tentativa de mudança de imagem do viaduto, que vem permeada pelo conceito de revalorização dos espaços públicos, o de contato com a natureza e lazer. A sua transformação em parque ou a sua demolição, em ambas observa-se que uma camada social mais frágil é excluída deste processo, está camada composta pelos mais pobres, os moradores, principalmente os não proprietários, as pessoas em situação de rua, os trabalhadores e os artistas. Juntamente a esse processo é observado o despertar de uma nova demanda de consumidores e unidades habitacionais que vem sendo produzidas. Anunciando a intenção de uma possível transformação da ocupação atual. Grupos sociais, organizações culturais que existem além das imagens que se projetam de transformação do espaço são esquecidos. Como aqueles que precisam permanecer ali em função da disponibilidade de trabalho, em geral de baixa remuneração copeiros, mecânicos, borracheiros, garçons, ambulantes etc. Também os grupos LGBT+, que tem sua ocupação histórica estabelecida no Largo do Arouche, refugiados de países africanos e trabalhadores da cultura como artistas de teatro, músicos, grafiteiros, pixadores, que também são atraídos pelo aluguel barato. Estes entre outros correm o risco de desaparecimento por esse processo de gentrificação, e não possuem políticas de proteção e visibilidade. Principalmente os que
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Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
ocupam "o chão", as "zonas das sombras", que abrigam as prostitutas, travestis, o consumo de drogas, a população de rua, que é decretada a sua invisibilidade por estes projetos. As intervenções propostas por este trabalho possuem a intenção de iluminar essas questões que muitas vezes ficam implícitas neste processo de produção da cidade e trazê-las ao debate público. Interromper o olhar viciado para o espaço e chamar atenção para as questões existe a intenção de serem esquecidas. O trabalho consiste na criação de um percurso de arte urbana que procura transformar espaços subutilizados (terrenos vazios e estacionamentos) em espaços de interação e convívio social através da arte. Criando "respiros" no perímetro com maior adensamento social do viaduto. Parte pela escolha de lotes próximos as habitações, observado a carência de espaços públicos na região. Lotes que fazem frente ao plano marginal do Minhocão e estão no nível da sua parte inferior, assim estão diretamente ligados.
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Proposição O presente trabalho está organizado da seguinte forma: 1. Arte Urbana e Espaços Públicos, que aborda a conceituação de Arte Urbana como uma produção social do meio urbano e seu papel como um instrumento de apropriação e debate sobre o espaço público. 2. O Minhocão, a sua concepção questionável, a imagem atual, suas ocupações, as mudanças de uso, os perfis dos moradores e as projeções de futuro e como essas implicam na realidade atual.
Figura 02: Construção do Minhocão, Agência Estado/Estadão Conteúdo
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Figura 03: Mapa de demarcação dos terrenos- Perímetro s/ escala (base Geosampa)
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3. A escolha das áreas de estudo, a partir das referências de Aldo van Eyck.
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4. Estudo de caso sobre arte urbana, que estão diretamente ligados aos debates sobre os espaços público. 5. O desenvolvimento das 4 intervenções de arte urbana propostas por este trabalho, que discorrem sobre as questões que implicam os processos de transformação do espaço ligadas ao Minhocão.
Figura 04: Corte intervenção terreno 01
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Figura 05: Corte intervenção terreno 02
Figura 06: Corte intervenção terreno 03
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Figura 07: Corte intervenção terreno 04 6. Estudo de caso sobre Isamu Noguchi, a concepção de mobiliários e a criação de praças secas nas áreas de estudo.
Figura 08: Croqui – Estudo de mobiliário Referências
abordagem para a permanência de grupos sociais no centro de São Paulo. O patrimônio contra a gentrificação: a experiência do Inventário Participativo de Referências Culturais do Minhocão. HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. KARA JOSÉ, Beatriz. Espaços Públicos e Manifestações Artísticas. LEFEBVRE, Henri. O Direito à cidade –industrialização e urbanização MARTINHO, Joana Isabel Peireira. O espaço para a criança na cidade – um estudo crítico a partir da experiência de Aldo van Eyck PALLAMIN, Vera M. Arte Urbana São Paulo: região central. PEIXOTO, Nelson Brissac. Intervenções urbanas: arte/ cidade ZAIDLER JUNIOR, Waldemar.Ratículas: as superfícies mudas como lugar da fabulação.
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CARMONA, Jaime Solares; NITO, Mariana; SCIFONI, Simone. Gentrificação e Patrimônio Cultural: uma
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AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade.
Requalificação e ampliação do Parque da Abolição em Mogi Guaçu, SP Mariana Cavassini Vallim Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Kara José
Figura 01: Vista de uma lateral da lagoa proposta. Fonte: acervo do autor.
Resumo O trabalho consiste em uma proposta de requalificação e ampliação de um parque existente, o Parque da Abolição, em Mogi Guaçu interior de São Paulo. A cidade é bem deficiente no quesito de espaços públicos livres, destinados ao lazer e convívio social, os existentes estão, em sua maioria, deteriorados. Sendo assim, o objeto principal é proporcionar para os moradores um
Para isso, foram estudados, aspectos que comprovam a importância dos espaços livres públicos e a requalificação desses espaços para as cidades, critérios essenciais para que seja um bom espaço público, estudo de referências de projeto de parques e praças, juntamente com o estudo da inserção urbana do local, e análises de como a população utiliza a área, com o intuito de que a proposta de projeto fique apropriado com as necessidades dos frequentadores. Em vista disso, o trabalho está estruturado de maneira a apresentar a escolha do tema, justificativa e os objetivos, a localização e análise da área, as fundamentações teóricas, estudos de casos e então a proposta projetual.
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toda a demanda da cidade.
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parque urbano, com qualidade, segurança e diversas funcionalidades, para que assim atenda
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Introdução 1.1 Apresentação do tema e terreno Este trabalho traz como tema a requalificação de espaços públicos no município de Mogi Guaçu, interior de São Paulo. Primeiramente foi realizado o estudo e levantamento de alguns espaços públicos, em que já são frequentados pela população, mas se encontram em más condições. Para que assim fosse determinado a área da proposta de requalificação. Á partir deste levantamento, foi determinado a área do Parque da Abolição, para o projeto de requalificação, está localizado no bairro Jardim Nossa Senhora das Graças, entre duas avenidas de grande fluxo de veículos e de sentidos opostos, que dão acesso a outras regiões da cidade, a Avenida Presidente Tancredo Neves e Avenida Brasil. O parque possui cerca de 60.000 m² de área, mas por ser o único na cidade, além da requalificação a proposta contém a ampliação do mesmo, com a integração a um terreno vazio na parte superior, localizado na Avenida Presidente Tancredo Neves e Avenida Paula Amorim, contendo aproximadamente 65.000m², para que assim possa ser proposto um parque de 125.000 m², com o propósito de atender a cidade toda. 1.2 Justificativa Como moradora da área de estudo, escolhi este tema por conhecer de perto as necessidades, problemas e potenciais da região. O Parque da Abolição, é o único na cidade, e é apenas um gramado, sem infraestrutura, apenas com uma academia ao ar livre, e um brinquedo infantil, e mesmo assim a população utiliza para fazer piquenique, churrasco, caminhadas, futebol ou apenas para encontrar com os amigos. Além da requalificação a proposta também apresenta a ampliação do local, com um terreno vago localizado na parte superior, oferecendo uso a um espaço vazio na cidade. O local escolhido para a proposta, é de fácil acesso, próximo se encontra o terminal rodoviário, onde está servido de várias linhas de transporte público. 1.4 Metodologia Os procedimentos metodológicos desta pesquisa são revisões bibliográficas com base em artigos, produções acadêmicas, e livros como “New City Life”, de Jan Gehl e outros autores, que diz 12 critérios
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para determinar um bom espaço público, Parques Urbanos no Brasil da Francine Sakata, que fala a definição de parque com vários exemplos, Praças Brasileiras, e muitos outros. Para entendimento da área, foi feito levantamentos fotográficos, elaboração de mapas, (uso e ocupação do solo, hierarquia viária, equipamentos de transporte, sentido viário, espaços livres públicos próximos), levantamento de dados climatológicos, (direção dos ventos, nascer e pôr do sol e chuvas médias em todas as estações do ano), levantamento do mobiliário, vegetação e iluminação existente, análise da legislação do Plano Diretor de Mogi Guaçu.
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Figura 02: 12 critérios essenciais Fonte: Archdaily, 2013.
Entrevistas e visitas, para elaboração do programa de necessidades, criando novas áreas de usos e permanecendo com os usos existentes considerados essenciais e desejados pela população, desenhos de cortes e maquete eletrônica para a compreensão do terreno escolhido, estudo de referências nacionais e internacionais, para a criação de repertório voltado ao tema de parque urbanos, foram muito utilizados para o desenvolvimento da proposta, Parque da Gare, Parque bicentenário de la infância, Parque do Flamengo, etc.
Área infantil
Quiosques para churrasco
Área para piquenique
Quadras e pista de corrida
Academia ao ar livre
Áreas para descanso
Mirante
Área para alimentação
Área para eventos
Brinquedo para cachorro
Banheiros
Bicicletário
Estacionamento
Á partir do partido inicial foi criado a proposta final, que da continuação aos mesmos objetivos de diversidade de usos, públicos, horários e acessos. O estilo adotado para todo o parque, como desenho de
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Proposição Em conjunto com o estudo sobre o tema, foi feito o levantamento da área, e realizadas entrevistas com os frequentadores do parque, e a partir disso definido programa de necessidades, abaixo:
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piso, mobiliários e equipamentos foi o contemporâneo, com intenção de desviar da generalidade dos Parques Urbanos no Brasil. O desenho de piso é formado por linhas retas, mas em vários ângulos diferentes, formando diferentes tipos de polígonos, originando uma característica forte para o projeto. As áreas e equipamentos foram definidos como já dito, de acordo com os resultados das entrevistas com os frequentadores. E são distribuídos de formas variadas, com o intuito de atender todos, em localidades diferentes dentro do
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parque.
Figura 03: Implantação, com a disposição de todos os equipamentos. Fonte: Acervo do autor.
Os equipamentos foram pensados em conjunto com o cenário encontrado, como aproveitamento do desnível do terreno, áreas infantis, de ginástica, quadras esportivas, brinquedo para cachorro e pequeno mercado próximo ao entorno, com maior número de possíveis frequentadores. O posicionamento dos quiosques com churrasqueira, de acordo com o sentido dos ventos, para que assim não se alastre as fumaças por toda a área. A disposição de brinquedos infantis, quadras esportivas e banheiro próximo a
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essas áreas, para melhor comodidade das famílias. As passarelas para pessoas, que conectam os dois terrenos para uma travessia com segurança. Além de área para food trucks, locais para eventos, arquibancada posicionada para ver o pôr do sol e com vista para a lagoa, redários e áreas para leitura, estudos ou apenas descansar.
Figura 05: Escorregadores em concreto, aproveitando o desnível do terreno. Fonte: Acervo do autor.
Figura 06: Concha acústica e acima, área de permanência com mobiliário, decks de madeira plástica com mesa e banco. Fonte: Acervo do autor.
Figura 07: Algumas áreas de permanência possuem redários.
Figura 08: Arquibancada/ mirante, com vista para lagoa e no sentido em que o sol se põe.
Fonte: Acervo do autor.
Fonte: Acervo do autor.
FERNANDES, Inês Neto Capaz Coutinho - Requalificação do Espaço Público: Caso de estudo - Bairro Olival de Fora. Universidade Técnica de Lisboa - Tese de Mestrado, Lisboa, 2012. GEHL, Jan; GEMZØE, Lars; KARNAES, Sai. 12 Critérios para um bom espaço público. 2006. Traduzido por Archdaily, In: Archdaily, maio de 2013. MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil: Brazilian Urban Parks. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2010. ROBBA, Fabio; MACEDO, Silvio Soares. Praças Brasileiras: Public Squares in Brazil. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 2003. SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil- 2000-2017. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, Tese de Doutorado, São Paulo, 2018.
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ABBUD, Benedito. Criando paisagens. São Paulo: Senac, 2006. 207 p.
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Referências
VER(A)CIDADE Leituras e propostas para transformação da paisagem urbana no centro da cidade de São Paulo Marina Silva Melo Orientadora: Prof. Dra. Beatriz Kara José
Este trabalho é a reflexão de questionamentos gerados a partir de observações praticadas em duas Iniciações Científicas. A abordagem central é referente aos motivos que levam aos processos de degradação na região da República, centro de São Paulo, onde são desenvolvidas as análises dos aspectos dessa problemática. O método empregado compreende abordagens empíricas e teóricas a respeito das questões históricas, culturais, econômicas e sociais da área. O objetivo principal é exercitar sugestões projetuais que sejam aplicáveis na área de estudo, com o intuito de transformações diretas e indiretas na paisagem urbana atual.
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Resumo
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Figura 01: Esquema de implantação e sugestão à mudança da paisagem. Fonte: acervo do autor.
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Introdução A região central da cidade de São Paulo, é fartamente ligada à diversas dinâmicas, palco de disputas e expressões culturais de várias ordens. Sofreu e ainda sofre com processos degenerativos, relacionados às mudanças de suas características de ocupação. Hoje a impressão de “esvaziamento” é uma das maiores patologias do território. Mas esse quadro realmente ocorre? Quais suas possíveis causas? Será possível algum tipo de reversão? Tais inquietações surgiram a partir de pesquisas relacionadas a leituras do território de uma região da República. Durante os últimos anos, duas Iniciações Científicas foram desenvolvidas a fim de analisar camadas não convencionais da dinâmica cotidiana do centro histórico. Sendo estas intituladas: “Etnografia dos tipos da rua Dom José de Barros” (2018) e “A fauna de objetos urbanos e o caráter do território” (2019). Uma única quadra foi destacada para análises no primeiro momento, sendo esta margeada pelas Avenidas Ipiranga e São João. Suas fachadas vazias de atividade, a falta de passantes, do convite ao permanecer, e até a ausência de objetos urbanos, trouxeram à tona a motivação necessária para início das observações para o entendimento desses fenômenos.
Figura 02: Quadra inicial de estudos Fonte: Google Earth, elaboração própria. Leituras e definições dos territórios de análise Partindo de uma quadra pré-identificada nas pesquisas, uma análise mais profunda é instaurada,
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a começar por levantamentos empíricos e fotográficos, com o intuito de observar o cotidiano e entender que ocasionaria o atual estado de degradação da paisagem. Passando então para definições em grande escala, incluindo os distritos Sé e República, para entender melhor as dinâmicas de fluxos que são relacionadas à esta região da cidade, incluindo eixos de transportes públicos, vias importantes, equipamentos à população e pontos notáveis. Com esses dados em mãos uma nova aproximação foi realizada, desta vez com o intuito de levantar as condições atuais das quadras em volta da primeira escolhida. Os levantamentos foram realizados a partir de visitas ativas a cada um dos lotes, diálogo com moradores e trabalhadores locais, e ainda consultas à base de dados da cidade de São Paulo.
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Mapa 01: levantamento do uso e ocupação do solo reais. Fonte: base Geosampa, levantamentos e elaboração própria. Os objetivos dessas leituras giram em torno de relacionar a degradação do centro histórico com as problemáticas do meio urbano identificadas. Entender as possíveis causas dos problemas identificados e sugerir melhorias para a região a partir de suas deficiências. Deste último recorte do território, com a junção de várias camadas de outros levantamentos, surgiram as questões que nortearam as definições projetuais adotadas neste trabalho, como os edifícios vazios, subutilizados e também as ocupações pelos movimentos por moradia no centro. Proposição As análises até este ponto deram suporte para a elaboração da narrativa seguida para as sugestões de transformação. A constatação alcançada foi que para uma mudança ser consolidada e efetiva, no contexto do centro da cidade, é necessário intervir em diversos níveis. Não restringindo intervenções apenas à um único, mas também atuar no lugar afim de legitimar a permanência desejada à população que já mora no centro, principalmente as vindas de ocupações não regulares.
escolha se deu a partir de um conjunto de disfunções diagnosticadas em cada uma das quadras, porém o intento maior parte da possibilidade de articular essas patologias e criar soluções que modifiquem a paisagem urbana e integrem esses lugares com o resto do centro da cidade. Tipologias de intervenção e escolha para desenvolvimento A partir deste recorte um levantamento de possibilidades foi realizado, com a intenção de atuar em um conjunto de lotes e edifícios dentro do setor escolhido. Cada um dos pontos demonstrou problemas, que podem ser ressignificados em potencialidades para transformação não apenas pontual, mas na paisagem do entorno. Como o que acontece com edifícios inabitados ou pouco utilizados, e até estacionamentos em grandes terrenos não edificados.
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desenvolvimento de uma proposta de intervenção, compreendendo cinco quadras. A motivação para essa
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O território de análise, que era constituído por treze quadras, foi reduzido a um setor favorável ao
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Então, dessas possiblidades para intervenção foram criadas três tipologias diferentes de ações transformadoras da paisagem, resultantes das análises das características de cada lote escolhido e do perímetro como um todo. Foram estas divididas entre: Intervir e Restaurar, Adequar e Ocupar, e o de Ampla Transformação. Para a tipologia 1 – Intervir e Restaurar – a sugestão é a de concentrar esforços nas ocupações de movimento pela moradia já identificadas. Já a segunda tipologia de intervenção – Adequar e Ocupar – o foco é dirigido para implantação de unidades habitacionais em edifícios hoje ociosos ou subutilizados, além de incentivos ao uso ativo das fachadas. Para a categoria de nível três – Ampla Transformação – a intenção central é a junção de lotes favoráveis a implantação de equipamentos que foram diagnosticados como necessários à região. Para a etapa de desenvolvimento projetual foi escolhida uma das tipologias, dentro das três possibilidades. Devido às restrições de circulação adotadas na cidade e no estado de São Paulo nos últimos tempos a Tipologia 3 se tornou mais acessível, pela pouca necessidade da visitação constante ou até mesmo da interação com órgãos governamentais e com o movimento de ocupações.
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Mapa 02: Esquema de distribuição de tipologias transformadoras. Fonte: base Geosampa, levantamentos e elaboração própria. Sugestões para transformação da paisagem Tendo em vista a tipologia de Ampla Transformação como enfoque de desenvolvimento, alguns estudos projetuais foram desenvolvidos para suprir as carências analisadas na região. Sendo assim, serão apresentados equipamentos públicos e moradias populares, que visam atender a população local, legitimando sua permanência na região, melhorando a qualidade de vida com novas possibilidades de ocupação do espaço urbano, o que impactaria diretamente em sua paisagem. A intenção das sugestões de transformação da paisagem são de adequar equipamentos conforme as necessidades da região e intensificar as dinâmicas de ocupação tanto do lote em si como do seu entorno. Com isso são desenvolvidos um telecentro e uma creche que unidos em um equipamento atentem a população infanto-juvenil das ocupações do entorno e um complexo com unidades de HIS, térreo ativo com comércio, passagem pública e ainda um centro de capacitação voltado à comunidade.
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Figura 03: Proposta de transformação com a creche pública e telecentro. Fonte: elaboração própria.
Figura 04: Proposta de transformação com o Complexo Multifuncional. Fonte: elaboração própria. Referências CAMPOS C. M., PEREIRA J. E. B. Da Segregação à Diversidade: Moradia e Requalificação Urbana na Área Central de São Paulo. editorarevistas.mackenzie.br, Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, v. 5 n. 1 (2005). Disponível em http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/ article/view/5963/4272. Acesso em: 20 out. 2019. CERTAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 3ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1998. COMIN, A, SOMEKH, N. Caminhos Para O Centro: Estratégias De Desenvolvimento Para A Região Central De São Paulo. São Paulo: PMSP/EMURB, 2004.
MARICATO, E. Para Entender a Crise Urbana. 1ª ed. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2015. MELO, M. S. Etnografia dos tipos da Rua Dom José de Barros. In: ICHT COLÓQUIO INTERNACIONAL IMAGINÁRIO: Construir e habitar a terra deformações, deslocamentos e devaneios, 3., 2019, São Paulo. Anais eletrônicos São Paulo: FAUUSP, 2019. p. 407-419. Disponível em: https://sites.usp.br/icht2019/wp-content/uploads/sites/416/2019/07/Book-1ICHT-2019-16.07.pdf. Acesso em: 20 nov. 2019. NOTO, F. S. O quarteirão como suporte da transformação urbana de São Paulo. Tese (Doutorado em Projeto de Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo 2017. SECRETARIA DE HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO – SEHAB, Caderno: Programa Morar no Centro, Prefeitura de São Paulo, São Paulo, 2004. VILLAÇA, F. Espaço Intra-Urbano no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Editora FAPESP/ Studio Nobel, 2001.
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KARA-JOSÉ, B. Políticas Culturais e Negócios Urbanos. São Paulo: Editora Anna Blume; FAPESP, 2007.
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KARA-JOSÉ, B. A população no centro de São Paulo: Um estudo de transformações ocorridas nos últimos 20 anos. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010.
Parque Memorial Fundação Paola Gomes de Araújo Orientadora: Prof. Dra. Beatriz Kara José
Este trabalho,finalizado no periodo de quarentena por conta do Covid-19, consiste no projeto de um parque em um terreno contaminado na região de São Caetano do Sul. O projeto tem como objetivo propor uma solução sustentável e rentável para a questão da contaminação e criar um espaço público de lazer para a região, já que esta é carente neste quesito. Alem disso, visa propor a valorização do espaço através do paisagismo, criar espaços com diversas funcionalidades e dar identidade para a região. Foram feitas análises do entorno através do levantamento de dados do local e, de opiniões e perfis dos moradores, com a finalidade de fazer um projeto condizente com a realidade da região e de possíveis frequentadores, além de promover uma discussão fundamentada nas pesquisas bibliográficas sobre a importância da requalificação destes espaços abandonados, chamados de “brownfields”, na cidade. Portanto, a partir das
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Resumo
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Figura 01: PMF. Fonte: feito pela autora.
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análises, entrevistas e do desafio da contaminação, será proposto o Parque Memorial Fundação, uma área verde pública que promove lazer, cultura e descanso. Palavras-chave: 1. São Caetano do Sul 2. Contaminação 3. Parque 4. Paisagismo 5. Espaço público 6. Vazio Urbano.
Introdução A degradação do meio ambiente tem sido considerada e discutida de todas as formas, porem o assunto “contaminação do solo” ainda é recente e mostra se importante gradualmente por conta da aparição de terrenos abandonados e contaminados em São Paulo. Na região metropolitana de São Paulo, a aparição dos “brownfields” tem sido constante devido á relocalização das indústrias, ou seja, a desindustrialização de algumas regiões e com isso estes lotes tornam se vazios urbanos negligenciados e em alguns casos, sem previsão de mudança, por conta da postura dos governos em relação à ocupação do espaço urbano. Portanto aumenta a necessidade da discussão política e inovação para a revitalização desses terrenos urbanos. Leite (2005, p.12) descreve essas áreas como: “[...] entraves espaciais, obstáculos que provocam descontinuidades urbanas, dificultando o uso mais eficiente do espaço, e dando a eles a aparência ultrapassada ou de abandono bastante característica, proporcionando um impacto visual negativo do ponto de vista urbanístico.” O objeto de estudo deste trabalho, traz consigo esta discussão, além de refletir sobre o papel do espaço público, Áreas de Preservação Permanente (APP) e serviços ambientais no tecido urbano. O terreno esta localizado na divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul, ás margens do rio Tamanduateí onde está sofrendo o processo de desindustrialização, deixando de ser um pólo industrial e caindo na monofuncionalidade residencial. Sendo assim a região possui diversos terrenos abandonados e contaminados pelas indústrias Matarazzo, como é o caso do lote estudado. Outro ponto importante da região é a falta de equipamentos públicos de lazer, já que a mudança de
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uso da região é recente. A predominância hoje é o uso residencial, e consequentemente a necessidade da região são áreas de lazer e a revitalização dos terrenos abandonados, já que estes podem gerar proliferação de animais prejudiciais á saúde dos moradores, acúmulo de lixo e invasões. Portanto, o conceito deste projeto é promover um espaço publico de lazer com diversas opções de recreação e aproximação dos habitantes com a natureza de forma segura. Alem disso, propor soluções rentáveis e ecológicas para o problema da contaminação do terreno. Proposição Através da analise das necessidades da região e das entrevistas feitas, o programa foi definido com as seguintes áreas: •APP (Área de Preservação Ambiental) •Área para comércio/serviços
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•Áreas de permanecia/ descanso •Área de skate •Área pet •Arquibancada •Deck/ Banho de sol •Espaço para estudo •Espaço para eventos •Estacionamento •Infantil
Figura 02: Projeto. Fonte: feito pela autora.
arquibancada que podem ser voltados para eventos ou para palestras e cursos incentivando a cultura. Os locais onde estarão os decks para tomar banho de sol foram escolhidos devido á posição do sol nas diferentes estações do ano. Já outros setores do programa, como áreas de permanência, área pet, arquibancada, espaços de estudo e área para skate foram colocados em lugares expostos ao sol,porem em alguns horários há sombras por conta da vegetação para garantir um lugar agradável de permanência.
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onde irá ter brinquedos e cores incentivando o lúdico, também se repetem os espaços de estudos e
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Ao longo do parque, alguns setores se repetem como as áreas voltadas para o publico infantil
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Figura 03: Decks. Fonte: feito pela autora. As praças secas, com diferenciação de piso, foram pensadas como lugares de passagem como no caso das que estão localizadas na passarela, e também como conexões até a praça principal para futuros
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eventos de grande porte como é o caso da Festa Italiana de São Caetano Do Sul.
Figura 04: Praça seca. Fonte: feito pela autora. Os principais materiais que serão utilizados são a madeira e concreto para piso, e aço para o sistema estrutural das passarelas. Em alguns locais como os espaços infantis e as quadras terão piso emborrachado para a diminuição do impacto na pratica de esportes e brincadeiras. O programa setoriza parcialmente o parque, pois o conceito é ser um parque fluido, onde os espaços se conectam e se misturam podendo ter diversos usos. O córrego recebe um projeto de wetland visando a melhoria das enchentes além de trazer um espaço de contemplação da natureza através da construção de uma passarela.
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Figura 05 : Ribeirão dos Meninos. Fonte: acervo do autor
Referências(você pode citar até 12 títulos – use o formato segundo o modelo abaixo) HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura/ Herman Hertzberger; tradução Carlos Eduardo Lima Machado- 3. ed. – São Paulo: Martins Fontes – selo Martins, 2015. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo, Martins Fontes, 2009. KLIASS, Rosa Grena. Rosa Kliass: desenhando paisagens, moldando uma profissão / Rosa Grena Kliass; texto de Ruth Verde Zein. – São Paulo, SP: Editora Senac São Paulo, 2006. LEITE, Tania Maria. Entraves Espaciais: Brownfields Caracterizados Por Aterros De Resíduos Sólidos
Urbanos
Desativados
No
Município
De
São
Paulo/Sp.
Disponivel
em:
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/104385/leite_tmc_dr_rcla.pdf>. Acesso em: 11 de setembro de 2019. MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Mariliz Gramacho. Parques Urbanos no Brasil / Brazilian Urban Parks. Edusp. 2ª edição, 2003. MASSAD,
Fredy.
Vazios
Críticos.
Disponível
em:
2003 ROWTHORN, R; Ramaswany, R (1999). “Growth, Trade and Deindustrialization”. IMF Staff Papers, Vol. 46, N.1. SAKATA, Francine Gramacho. Paisagismo Urbano: Requalificação e Criação de Imagens. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011. 272p WATERMAN, Tim. Fundamentos de Paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2010.
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ROBBA, Fábio; MACEDO Silvio Soares. Praças Brasileiras. Edusp. Imprensa Oficial: São. Paulo,
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http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/07.019/1719 . 2007. Acesso em 17 de setembro de 2014.
ensaios
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TCC 2
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Arquitetura Comercial E a essência da marca no ponto de venda Danielle Santos Pereira
Resumo O mercado de consumo está em constante transformação, devido a competitividade e necessidade de se adaptar aos padrões de consumo do cliente. Os consumidores estão cada vez mais exigentes, não buscam só funcionalidade do produto, querem envolvimento e identificação com a marca, sendo assim, os lojistas precisam se adaptar e entender como criar esse envolvimento através de experiências e diferenciação. Nesse cenário, surge a loja conceito, estratégia que envolve elementos como, arquitetura, design e marketing, com a intenção de fortalecer a identidade da marca, através da identidade visual, e propor a experiência que o consumidor tanto busca. Pensando na importância das necessidades contemporâneas, o trabalho propõe uma loja-conceito para a marca Converse, visando o fortalecimento da imagem da marca no ponto de venda.
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Figura 1: Fachada Rua Augusta, com materialidade de vidro
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
Orientador: Prof. Dr. Nelson Urssi
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Introdução Ao longo do tempo ocorreram muitas transformações na sociedade, principalmente no âmbito comportamental e de consumo, fatores que foram impulsionados pela economia capitalista, tecnologia e evolução do mercado varejista. Os comércios varejistas que antes exerciam exclusivamente o papel de compra e venda, no atual cenário, passaram a ter que pensar em instrumentos de diferenciação que gerassem experiências. A busca incessante pela diferenciação se dá ao fato de estarmos inseridos na era da experiência: não só consumimos um produto, mas consumimos a imagem do espaço onde ele está inserido. É nesse contexto que Baudrillard (2008) define que o consumo é confundido com a forma de ser e estar em sociedade, mostrando que o mesmo afeta a cultura e vida dos indivíduos. Assim, compreende - se o quão importante é a inserção da marca na cultura e vida dos consumidores, e é por meio dessa aproximação entre público e marca, que é possível tomar consciência de seus gostos, preferências e valores. A experiência, nesse caso, permite uma aproximação e identificação entre cliente e marca. Nessa circunstância, surge a loja conceito como ferramenta do marketing, que segundo Vigo (2015), estimula a experiência e o consumo, propondo um espaço de compras diferenciado, não só com produtos e serviços, mas com valores simbólicos que se pretende representar. É através da experiência nesses locais que essa ferramenta agrega associações positivas com relação a marca, aumenta a visibilidade e como consequência, fortalece a imagem da marca, e sua relação com o cliente. Apenas mecanismos de publicidade e comunicação convencionais não dão conta, eles têm encontrado dificuldades para concluir essa tarefa de gerar vínculo com a imagem do produto, marca ou serviço. A abordagem dessa ferramenta de marketing faz ligação direta entre espaço comercial e o cliente, e é por conta disso, que o arquiteto cumpre um papel importante no projeto arquitetônico desses espaços, para transmitir em projeto, uma proposta que vincule e unifique toda representatividade que a marca
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possui. Pensando nesse contexto, esse trabalho busca entender como a loja conceito influencia no fortalecimento da imagem da marca, e a partir dos conhecimentos adquiridos, propor um projeto. Para dar embasamento ao projeto, foi realizado uma análise acerca da marca Converse, utilizada como objeto de experimentação, e a partir dos conhecimentos adquiridos, foi proposto um espaço de loja, que transmitisse a identidade da marca no ponto de venda, e que o ambiente não só fosse voltado para a apresentação de produtos, mas também de experiências para o consumidor. Proposição Para definir o terreno que seria construído a edificação, foi necessário entender o conceito de comércio e considerar a marca Converse como objeto de identidade visual para a construção do ponto de venda. A marca Converse está relacionada aos quatro universos: música, arte, moda e esportes, sempre direcionado ao público jovem. A partir disso, veio ideia de encontrar um local que representasse a identidade da marca no espaço público, histórico e cultural. E que também tivesse um eixo comercial
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pré existente, para que garantisse o fluxo constante de clientes. A Rua Augusta foi escolhida por ser uma via comercial importante para a cidade de São Paulo, que tem como característica a jovialidade, além de ter um papel fundamental na diversidade cultural, pelo seu público heterogêneo. O partido do projeto tem como intenção ampliar a visão do edifício, que consegue ser visualizado de vários ângulos pelo pedestre. O edifício é encostado na empena de uma das laterais do terreno de esquina, e recuado em sua lateral direita. Com o recuo no projeto cria – se uma praça pública no térreo, que possui uma pista de skate, desenvolvida para atrair o interesse do público alvo da marca. A intenção desse recuo é criar um espaço de permanência para o público geral, e valorizar os praticantes do esporte, que são grandes consumidores.
Figura 03: Edifício encostado na empena
Figura 04: Praça e pista de skate.
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Figura 02: Volumetria do entorno, terreno em destaque
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A loja possui dois espaços destinados para a área de vendas, o térreo e primeiro pavimento, sendo ambientes amplos sem divisões que interrompam a circulação. No térreo da loja fica o café, vitrine, caixa e área administrativa. Já no primeiro pavimento fica o estoque, provadores e customização dos produtos. O acesso para a loja é feito nas laterais do edifício, sendo: através da praça, e pela lateral esquerda da loja.
Figura 4: Corte da área da loja Visando garantir o maior conforto e interação do púbico, foi desenvolvido mobiliários fixos, e os modulares flexiveis. A proposta do mobiliário flexivel visa permitir modificações no layout conforme a disponibilidade e mudança de coleções, já o fixo visa garantir a caracteristica conceitual do projeto. Considerando que os produtos da marca possuem estampas, e cores, foi utilizado mobiliários de linguagem minimalista, com estruturas aparentes e acabamento simples, que servem de plano de fundo para a organização e expisição dos produtos,sem que haja conflito visual. A ideia de utilizar cores neutras, no mobiliário, área interna e externa, sendo: o branco, o preto e tons
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de cinza, surgiu a partir da predominância dessas cores nas coleções da marca, logo e etc. Mesmo com a categoria de tênis customizados, e a mistura de cores primarias em suas coleções, a marca ainda prioriza uma paleta monocromática.
Figura 5: Expositores em diferentes escalas
Figura 6:Expositores dentro do projeto
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Figura 7: Área interna da loja Referências
BAUDRILLARD, J. A sociedade de consumo. Portugal: Edições 70, 2008. BAILEY, Sarah; BAKER, Jonathan. Moda e Visual Merchandising. São Paulo: Gustavo Gili, 2014.
BLESSA, Regina. Merchandising no ponto de venda. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2011.
SCHWARTZ, Letícia. A atmosfera do ponto de venda e sua influência no comportamento de compra do consumidor. Monografia (MBA em Marketing for 56Business Advancement) -Departamento de Administração Geral e Aplicada, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Tradução: Alexandre Salvaterra. - Porto Alegre: Bookman, 2011. VENTURA, Rodrigo. Mudanças no perfil do consumidor no Brasil: principais tendências nos próximos 20 anos. Macroplan - Prospectiva, Estratégia e Gestão, 2010. VIGO, Rafaela. Lojas-Conceito como fortalecimento da experiência de compra do consumidor no ponto de venda. Paraná. UFPR, 2015.
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GURGEL, Miriam. Projetando Espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas para áreas comerciais. 6 edição. São Paulo: SENAC, 2015.
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
DIAS, Sergio Roberto. Gestão de marketing, Saraiva, São Paulo. 2003.
Neuroarquitetura Estímulo e bem-estar no ambiente corporativo Jaqueline Soares e Silva
Um conteúdo sobre os conceitos da Neuroarquitetura, estudo que visa a qualidade de vida do ser humano no ambiente em que reside, trabalha ou mantém atividades de lazer, bem como o que estimula o cérebro a querer a permanência no local. Por meio de alguns estudos realizados com um grupo pessoas, foi analisado o comportamento do cérebro exposto à certas situações e ao ambiente, onde ficou constatado como este pode ser estimulante e produtivo, por meio do layout, cores, iluminação, temperaturas, aromas.
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Figura 01 Tradicional x Inspirador. Fonte: https://schoolmark.com.br/
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
Orientador : Prof. Dr. Nelson Urssi
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Introdução Quando se fala sobre ambientes corporativos, vêm à mente um número de pessoas em um determinado escritório, com cadeiras e mesas alinhadas lado a lado e em fileiras, cada um com sua posição de trabalho demarcada, não havendo possibilidade de desenvolver seu trabalho em outro lugar, e somos tomados pelo pensamento de que se passa o dia todo nesse local, como máquinas de trabalhar, muitas não podendo ver a janela e sentir o dia passar, com o mínimo aconchego ou espaço determinado para que se possa descansar o corpo e a mente no horário da pausa, por exemplo. Entenda então como é possível com a ajuda da Neuroarquitetura melhorar esses ambientes a ponto de haver um estímulo cerebral e desenvolvimento profissional e pessoal com um bom layout, iluminação e cores adequadas, revestimentos e texturas variadas, temperaturas e alumbramentos que não ativam negativamente certas áreas do cérebro. Mas o que é Neuroarquitetura? A Neuroarquitetura é um termo ainda não muito conhecido hoje em dia em meio aos arquitetos e designers de interiores, relativamente novo, que surgiu há pouco mais de 16 anos fora do Brasil. É a fusão dos conhecimentos de neurociência + arquitetura, que juntos ensinam como é possível um ambiente interno influenciar positiva ou negativamente no cérebro humano, a ponto de estimular o desenvolvimento cognitivo, melhorar a saúde e o bem-estar de quem ocupa, como também, se projetado de maneira impensada, pode causar grande estresse físico e emocional, bem como problemas de saúde que podem ser visuais, auditivos ou físicos. Esses estímulos se dão com os receptores remotos, que percebem à distância, e são os responsáveis por nossa visão, olfato e audição, bem como os receptores imediatos, que percebem com o
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contato físico, e são os responsáveis por nosso tato e paladar. Outro ponto importante sobre a Neuroarquitetura é como o contato com a natureza dentro dos ambientes pode ser benéfico, onde um estudo popularizado pelo entomologista e biólogo americano Edward O. Wilson, denominado Biofilia, explica da importância do contato do ser humano com elementos naturais e como estes estão ligados ao emocional, proporcionando diminuição do estresse e melhora no comportamento humano, por exemplo.
Proposição Localização O local escolhido como instrumento de projeto é o Edifício Continental Square Faria Lima, que está localizado na Rua Olimpíadas, 205, Vila Olímpia-SP, região conhecida por conter muitos edifícios corporativos e todos os dias concentrar uma grande circulação de pessoas que por ali habitam ou trabalham.
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Figura 02 : o sentido da vida. Fonte: acervo do autor
Figura 02 Localização. Fonte: Google Maps
A Construtora Vivaz que pertence ao Grupo Cyrela locou uma sala no 4º andar para que a central de treinamento a ocupasse, andar esse que é administrado pela Regus (locatária de espaços corporativos), e é dividido em 92 salas que são alugadas para empresas ou pessoas que desejam um espaço para trabalhar. A empresa optou pela locação por conta de a demanda de funcionários ser maior que a de posições no prédio que abriga o restante dos funcionários, na Rua do Rócio, 109, algumas ruas adiante. Porém, as salas desse andar, que já não possuem ventilação natural - por conta de a fachada do edifício ser totalmente envidraçada – são muito pequenas e as que se concentram no centro, não possuem contato algum com iluminação natural. Levantamento de necessidades A necessidade levantada para a Vivaz foi a de fazer com que todos os funcionários da empresa pudessem trabalhar no mesmo local, sem a obrigação de sair de um prédio para ir a outro para ter apenas
expediente, sendo que essa situação estaria resolvida se todos os funcionários trabalhassem no mesmo local, e também, a necessidade de descontrair e ter contato com a natureza e iluminação natural. Ficha técnica Projeto Arquitetônico: Aflalo & Gasperini Ano de construção: 2003 Administração: Regus Andar: 4º andar Forro (Andar Tipo): Forro Modular Vagas na garagem (por andar): 58 M² de área útil (andar): 1784.60m²
Figura 03 Localização. Fonte: http://www.spcorporate.com.br/
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em sair do edifício é grande, pois implica em perder tempo e se submeter a intempéries durante o
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uma reunião, por exemplo. Em dias de chuva ou de sol muito forte, o estresse gerado apenas por pensar
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Projeto
Figura 04: Planta Layout. Fonte: acervo pessoal
A planta do projeto para a empresa Vivaz foi pensada para que não houvesse ambientes isolados e a hierarquia de cargos e salas fechadas que comumente encontra-se nos projetos corporativos. O foco principal foi na obtenção de ambientes de descompressão e que possibilitem grandes reuniões, bem como uma melhor convivência e interação entre os colaboradores. O jardim é a grande fuga do espaço de
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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
trabalho, onde além do contato com a natureza, tem a função de equilibrar a temperatura e purificar o ar, pois a ventilação é totalmente artificial. Todas as funcionalidades foram posicionadas na periferia do andar para que tivessem contato com iluminação natural o dia inteiro. A parede verde das recepções possui a função de manter a natureza presente, purificar o ar nos arredores e delimitar o espaço de entrada. O piso das estações de trabalho faz a delimitação das pequenas ilhas, junto com o forro rebaixado de mesmo diâmetro, para que as pessoas se sintam acolhidas, e haja a divisão do espaço sem isolar. Os espaços que necessitam de privacidade foram divididos com painéis Athos do designer Thiago Silvestrini, pois são revestidos com madeira e de pintura com cores neutras, porém possibilita uma barreira visual sem bloqueio.
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Figura 05: Perspectivas. Fonte: acervo pessoal
Referências AMTHOR, Frank – Neurociência para Leigos. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2017 As estruturas cerebrais na formação das emoções - http://www.cerebromente.org.br/n05/mente/struct.htm - acesso em: 27 de setembro de 2019.
O que é neurociência? – Disponível em: <https://neurosaber.com.br/o-que-e-neurociencia/> acesso em: 21 de agosto de 2019. Redação do Diário da Saúde - A beleza está no córtex órbito - frontal medial de quem vê – Disponível em: <https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=beleza-esta-olhos-de-quem-ve&id=6682> acesso em 27 de setembro de 2019. SILVA, Roni – 13 de agosto de 2014 - Escritório: História e a sua relação com produtividade – Disponível em <https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/colunistas/gestao-rh/escritorio-historia-e-a-sua-relacaocom-produtividade/> acesso em: 27 de setembro de 2019. T2 Arquitetura Corporativa - 10 Maneiras de Utilizar Madeira em Seu Escritório - Disponível em: https://www.t2arquitetura.com.br/maneiras-para-utilizar-madeira-em-seu-escritorio/ Acesso realizado em 09 de junho de 2020.
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HUMAN SPACES: The GlobaI Impact of Biophilic Design in the Workplace – 2015 – Disponível em: <http://interfaceinc.scene7.com/is/content/InterfaceInc/Interface/Americas/WebsiteContentAssets/Documen ts/Reports/Human%20Spaces/Global_Human_Spaces_Report_pt_BR.pdf.> Acesso em 07 de junho de 2020.
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
Córtex orbitofrontal: a sede do nosso comportamento – 04 de maio de 2018 https://amenteemaravilhosa.com.br/cortex-orbitofrontal/ acesso em: 28 de novembro de 2019. Zald David, Rauch Scott (2006). La corteza del Orbitofrontal. Oxford University Press La corteza del Orbitofrontal.
Arquitetura e a Tecnologia Comercial João Z. M. Nishimura Orientador: Prof. Dr. Nelson José Urssi
Resumo Este trabalho estudará a relação da arquitetura com as tecnologias disponíveis na esfera comercial, na criação de espaços voltados ao consumo de produtos e serviços. O foco será nos meios de compra digitais e como essas plataformas têm transformado o modo como a sociedade consome. Dentro desse contexto, o projeto arquitetônico busca unir os benefícios oferecidos por uma loja física e a modernidade e praticidade da loja virtual, em uma única proposta de projeto. A concepção da loja foi pensada atendendo aos requisitos de que o projeto seja móvel, possa abrigar diversas marcas simultaneamente e ofereça uma experiência de compra ao consumidor que seja marcante.
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Fonte: acervo do autor.
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Figura 01: Fachada
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Introdução O desenvolvimento deste trabalho foi realizado com base em três diretrizes: pesquisa, referências e um questionário. Com a pesquisa foi possível, precisar o desdobramento da arquitetura comercial e do comércio – inicialmente de forma ampla – através da história. O comércio de produtos e serviços, data a o século X a.C, quando surgiam as primeiras aglomerações voltadas especialmente a venda de produtos. Seu desenvolvimento até os dias atuais, onde o nascimento da internet trouxe a explosão das lojas virtuais, evidencia o longo processo até hoje. O avanço das lojas virtuais não desqualifica a necessidade das lojas físicas. Ainda que gerem comodidade a rapidez nos processos de consumo, ter a vitrine aos olhos, ainda é um atrativo ao consumidor. A conceito das Guide Shops – lojas que possuem apenas mostruário e realizam as vendas por plataformas digitais – nasceu da necessidade de aproximar o cliente virtual da vitrine.
0A busca por referências de projeto, baseou-se em buscar marcas que construíram guides ghops no Brasil e como elas foram implementadas em seu processo comercial. As marcas de vestuário Amaro e Basico, são dois exemplos de empresas que atuam especialmente via e-commerce a possuem guide shops como meio de apresentam seus produtos. O uso de tecnologias no processo de venda de produtos auxilia a marca a criar uma atmosfera nova de possibilidades ao consumidor. O grupo Alibaba, usou telas de realidade aumentada para vendes produtos de beleza, a Amazon usou realidade virtual para criar passeios aos clientes, enquanto mostrava seu catálogo de produtos. Esses dois exemplos, evidenciam como a tecnologia pode qualificar a experiencia do consumidor na loja e foram essenciais para o desenvolvimento do projeto deste trabalho.
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Durante o desenvolvimento do projeto, foi identificada necessidade de realizar um questionário de pesquisa, para ter uma amostra sobre o como o conceito de uma guide shop é recebido pelos consumidores. O questionário foi conduzido pela plataforma do Google Forms e teve adesão de 196 voluntários. O resultado da pesquisa, mostrou que o comprador está feliz e e se sente seguro realizando compras online, e afirma que ver o produto antes de realizar uma compra online, lhe deixaria mais confortável. 79,4% dos entrevistados, iria a uma loja próxima de si, realizar a compra por meios digitais, com a vantagem de ver o produto pessoalmente. Este dado, monstra que o perfil adotado pelas guide shops, agrada o cliente. Ver o produto em uma loja física e usar sua plataforma digital para comprá-lo e recebê-lo em sua casa, é uma experiencia boa de consumo, pois une o melhor dos dois mundos.
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Preposição O projeto da guide shop foi pensando para atender alguns critérios básicos, que nortearam a criação do layout e concepção geral. Mobilidade: o projeto deve ser móvel, sendo assim, ter a capacidade de ser transportando para diferentes locais. Assim, seu processo de montagem e desmontagem deve ser simplificado ao máximo. Multimarca: com o uso de tecnologias e mobiliários, a loja deve ser capaz de abrigar diversas marcas ao mesmo tempo. Experiência do cliente: o ambiente deve ser criado pensando em construir uma atmosfera nova ao cliente, utilizando de seus recursos físicos e virtuais para promover uma experiência de compra marcante. O desenho tem a intenção de destacar-se na paisagem, independente do que existir em volta. Seu partido é simples, contudo, o uso pontuado de materiais e iluminação, projeta no observador a contemplação necessária para voltar seus olhos a loja. Cada componente que compõe o projeto, possui inspiração em linhas retas concorrentes,
em
alguns
momentos
perpendiculares e em outros não. Elas formam um
cubo,
que
é
replicado
em
outros
componentes do projeto. A visão externa da Figura 2: Visão externa. Fonte: acervo do autor
loja, simula que ela está acoplada em um bloco de metal e a partir dele ela se desprende e tenta
nascer. O projeto é composto em essência por 4 materiais: aço, alumínio, policarbonato e luz de LED. A
A parte interior da loja foi projetada para criar uma espacialidade singular ao observador, tirando-o de seu cotidiano, através da especulação de um ambiente tecnológico. Em todo o layout, mobiliário e adereços de decoração, é possível enxergar a presença dos mesmos materiais construtivos: aço, alumínio, e policarbonato, aliados ao uso de iluminações internas.
O espaço interno possui
170 m² (13mx13m), que são dispostos nos setores:
Produtos,
caixa,
permanência,
Figura 3: Planta térrea. Fonte: acervo do autor
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são compostas por 72 brises de policarbonato transparente.
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forma cúbica do projeto gera 4 fachadas, sendo 2 principais e 2 secundárias. As duas fachadas principais
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entretenimento e propagando. O desenho da planta segue a estética principal da loja em usar linhas retas para compor os objetos.
Figura 4: Corta AA. Fonte: acervo do autor
Figura 5: Corta BB. Fonte: acervo do autor
No interior da loja, foi proposta a criação de uma escultura em aço, que abriga a sua volta, seis bancos onde repousam os óculos de realidade virtual. Ao fundo, telas grandes de led em alta definição compõe parte do mobiliário usado na divulgação das marcas. O mostruário será disposto nos oito expositores disponíveis ao longo do layout. Figura 6: Interior. Fonte: acervo do autor
As
compras
são
realizadas
virtualmente
pela
plataforma digital de cada marca. Elas ser feitas por totens interativos fixados as paredes e através dos
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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
computadores ou tablets nas mesas. Para promover a permanência do cliente na loja, dois mobiliários são instalados: dois sofás na região próximas aos tablets e computadores e uma arquibancada com dois níveis.
Figura 7: Totens. Fonte: acervo do autor
Um dos pilares do projeto, é sua mobilidade. A loja foi desenvolvida para ser móvel, assim, sua construção foi pensada para simplificar os processos de montagem e desmontagem. Toda a estrutura é feita em alumínio baseando-se nos modelos de Light Steel Framing galvanizado. A escolha do modelo estrutural foi pautada na rapidez e limpeza de montagem e no grande potencial de aguentar cargas.
Figura 8: Arquibancada. Fonte: acervo do autor
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A estrutura é formada por diversos módulos cúbicos que são multiplicados no desenho. São 13 pilares, que sustenta 20 vigas e a estrutura secundária da cobertura de aço escovado. Toda a armação é conectada para garantir firmeza e estabilidade do projeto. A fachada/cobertura secundária, fica acoplada a estrutura central através de ganchos, parafusados diretamente nas vigas de apoio.
Figura 10: Planta Térrea. Fonte: acervo do autor
Figura 9: Estrutura. Fonte: acervo do autor Referências
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Trad. Artur Morão. Edições 70 Ltda., 1995. BAUMAN. Zygmun. Vida para consumo. Editora Zahar. 2008 BRITANNICA, The Editors Of Encyclopaedia. Morris Lapidus. Disponível em: <https://www.britannica.com/biography/Morris-Lapidus>. Acesso em: 15 nov. 2019.
MAHAJAN, Vijay; GUNTHER, Robert; WIND, Yoram (jerry). Marketing de Convergência: estratégias para conquistar o novo consumidor. São Paulo: Editora Pearson, 2013. 354 p. MORGAN, Blake. 10 exemplos de como a realidade virtual pode revolucionar o varejo. Forbes, 25 de setembro de 2018. Disponível em: <https://forbes.com.br/negocios/2018/09/10-exemplos-de-como-arealidade-virtual-pode-revolucionar-o-varejo/#foto9>. Acesso em: 05 abr. 2020 QUEIROZ, Maurício. Tendência do Guide Shop. Disponível em: http://mauricioqueiroz.com.br/artigos/tendencia-do-guide-shop/. Acesso em: 05 abr. 2020 RATTO, Luiz. Um mundo de negócios. São Paulo: Editora Senac, 2012. SANTOS, Samara Beatriz; AURÉLIO, Morsch Marco. Comportamento do Consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Editora Pearson, 2013. 288 p. SAIANI, Edmour. Loja viva: revolução do pequeno varejo no brasil. São Paulo: Senac Rio, 2007. 151 p.
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LUDWIG, Luciana. Como a arquitetura comercial impulsiona as vendas. Disponível em: <https://sebraers.com.br/alimento/como-a-arquitetura-comercial-impulsiona-as-vendas/>. Acesso em: 10 out. 2019.
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
DEMETRESCO, Sylvia. Vitrina: Construção de encenações. São Paulo: Editora Senac, 2000. 264 p.
ensaios
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
TCC 2
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Habitação Open Source Aldeia Guarani TEKOA PYAU Fiama Dias de Souza
Resumo Proposta de habitação social para a aldeia Tekoa Pyau, da etnia Mbyá- Guarani, situada no bairro do Jaraguá, zona noroeste de São Paulo. Reconhecendo as características da arquitetura tradicionalmente desenvolvida por essa comunidade indígena e o seu modo construtivo culturalmente diferenciado, tenho como objetivo formular uma proposta de opção viável de construção habitacional de baixo custo, que seja acessível a todas as camadas sociais, estudando técnicas construtivas, materiais e tecnologias universais e sustentáveis. Utilizando como base o conceito de arquitetura open source (código aberto), que visa viabilizar um método construtivo barato e compacto, passível de ser executado por qualquer pessoa.
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Figura: Perspectiva habitação
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Suzuki
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Introdução
Reserva indígena (área declarada), situada no bairro do Jaraguá, zona noroeste de São Paulo.
Localizada a 27 quilômetros do centro da cidade de São Paulo, a aldeia urbana do Jaraguá abriga cerca de 700 habitantes. A terra indígena é formada por cinco aldeias guarani, chamadas tekoá, e cada uma tem
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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
um grupo de lideranças responsável por organizar coletivamente a comunidade.
Semelhante a uma comunidade da periferia paulistana a aldeia indígena é classificada como área de favela pela atual legislação urbana, carente de infraestrutura e de condições básicas para sobrevivência. O processo de urbanização de seu entorno afetou o modo de vida livre dos indígenas, estereótipo construído a partir da imagem do indígena em contexto de território amazônico, idealização que não faz jus a realidade de muitos povos que vivem sobre a realidade urbana no Brasil.
Figuras - disponível em: https://www.pirituba.net/aldeiajaragu%C3%A1/
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Proposição Caracterizada por construções em madeira, suspensas, devido á topografia do terreno, a aldeia Tekoá Pyaú tem casas em situação de precariedade. Por conta da área reduzida das habitações os banheiros são comunitários.
Com o objetivo de manter os núcleos familiares existentes na aldeia, proponho a construção de habitações interligadas entre si e seguindo a tipologia existente no local. Com a implantação pensada para preservar os núcleos familiares e o terreno existente, acompanhando a topografia e mantendo a vegetação
infraestruturas" - ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) <https://www.archdaily.com.br/br/874064/pontede-bambu-na-indonesia-demonstra-alternativas-sustentaveis-para-infraestruturas> ISSN 0719-8906 Utilização de matéria natural para a construção das habitações, proponho para a estrutura o uso do bambu por suas características de caráter sustentável, por ser leve, flexível, estável e resistente, com a estrutura pensada em encaixes, utilizando a técnica do arquiteto Simón Vélez e para os fechamentos a utilização de painéis em BLC (Bambu Laminado Colado), utilizando o sistema de montagem wood frame. Como uma habitação Open Source a intenção é que os próprios habitantes possam realizar a montagem a partir de peças pré-fabricadas, utilizando de tecnologias modernas existentes, mas sempre
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Imagens: Zorn, Annalise. "Ponte de bambu na Indonésia demonstra alternativas sustentáveis para
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
local, implantando hortas e áreas reservadas para plantações.
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
buscando integrar a comunidade indígena localizada na zona urbana da cidade ao seu entorno de forma
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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
que mantenha suas características culturais.
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Referências CARDOSO JR, R. Arquitetura com Bambu. Dissertação de Mestrado. UNIDERP-UFRGS/PROPAR, 2000. DELGADO, E. S. Actualidad y Futuro de la Arquitectura de Bambu en Colombia, Simon Velez: “Simbolo y Busqueda de lo”. Tese de Doutorado. Universidad Politecnica De Cataluña, 2006. GONZALES, E. et al. Proyecto, Clima y Arquitectura. México: Gustavo Gili, 1986. JULES, J.A. Designing and Building with Bamboo. Janssen.Technical Report n. 20. International Network for bamboo and Rattan, 2000. LENGEN, Johan Van. Manual Prático do Arquiteto Descalço. Ed.: UFRGS, Porto Alegre, 2004. LÓPEZ, O. H. Manual de construcción com bambu. Editora Estudos Técnicos Colombianos Ltda, Universidad Nacional de Colombia y Centro de Investigacción de Bambu y Madera CIBAM. Cali, Colômbia, 1981. LÓPEZ, O. H. The gift of the gods. 1º Edição, D’VINNI LTDA. Bogotá, Colômbia,2003. PEREIRA, M. A. R.; BERALDO, A. L. BAMBU DE CORPO E ALMA. Bauru: Canal6, 2008. Priscilla L. D. David; Caversan L. A.; Pereira R. A. M.; UNESP-Bauru PANORAMA DA UTILIZAÇÃO DO BAMBU NA HABITAÇÃO
<https://www.funai.gov.br/projetos/Plano_editorial/Pdf/encarte_censo_indigena_02%20B.pdf> Acessado 01/10/2019 - https://geographo.webnode.com.br/products/a-presen%C3%A7a-indigena-no-brasil/
em:
Geosampa – Prefeitura do Estado de São Paulo http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx?id=61246 Instituto Socio Ambiental (ISA). Disponível em: https://www.socioambiental.org/pt-br Centro de Trabalho Indigenista (CTI). Disponível em: <https://trabalhoindigenista.org.br/home/> ALENCAR, J. de. O Guarani. São Paulo: Ática, 2003 COSTA, C. Z. O Desenho Cultural da Arquitetura Guarani. Revista do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, São Paulo, n.4, dezembro 1993.
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Fundação Nacional do Índio. O Brasil Indígena. Disponível em:
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
Oliveira, Diego Rodrigues de et al. Proposta de modelo construtivo em wood frame: bamboo frame no Brasil. 8º Congresso de extensão universitária da UNESP, p. 1-7, 2015. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/142024>.
Habitação mínima feita com encaixes de madeira Gabriela Leonel Guindo
Minimalismo é o princípio de reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos. Vivemos em um período de transição, onde ainda há diversos hábitos e valores excessivos, principalmente no que tange ao consumo. Frente a isso, esse TCC abrange uma habitação mínima, com encaixes de madeira, com apenas o essencial sem que comprometa o conforto e a qualidade de vida de seus indivíduos. Através da simplicidade, baixo custo, buscando acesso para todas as classes sociais, incluindo também o desenho do mobiliário fixo, para melhor aproveitamento dos espaços compactos. A habitação visa o reequilíbrio do homem com a natureza, gerando menos resíduos e espaços de acúmulo de materiais, incentivando o consumo consciente e uma propagação de valores e hábitos sustentáveis de seus habitantes.
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Figura 01 : 3D do projeto. Fonte: autoria da aluna
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Suzuki
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Introdução A arquitetura japonesa de encaixes é uma cultura milenar que é utilizada tanto em templos como em mobiliários, tendo variações de técnicas e escalas. Essa sabedoria é transmitida tradicionalmente por diferentes gerações da mesma família, que adotam cortes e juntas especificas. A simplicidade culturalmente passada pelo Japão em escolher poucos materiais para realiza um trabalho, tanto em construções até em algo menor e mais decorativo como o origami contrapõem a complexidade das obras finais, uma vez que focando em um único material, se consegue explorar ao máximo as possibilidades desse insumo. O que no caso de uma edificação, também o torna mais ecológico desde que a madeira utilizada seja de fontes renováveis, ou seja, a partir de árvores plantadas. Esse projeto de conclusão de curso parte de um conjunto de pesquisas que utiliza essas técnicas japonesas em encaixe de madeira, de forma simplificada para serem utilizados em escala industrial em uma edificação residencial compacta de baixo custo.
Justificativa da pesquisa A questão discutida nesse TCC coloca em pauta o consumismo excessivo que presenciamos atualmente, onde valorizamos grandes residências de alto padrão com recursos que não realmente necessitamos, sem respeitar o ecossistema em que vivemos. A intenção proposta nesse projeto seria duas opções de habitações que poderiam ser construídas em diversos tipos de terrenos e consumidas por diferentes classes sociais.
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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
Objetivo Esse TCC abrange um modelo de habitação mínima, utilizando encaixes de madeira que passam ser produzido em larga escala de maneira que incentive o consumo consciente. O custo da contratação de um arquiteto atualmente impede que uma grande parcela da população tenha acesso a um projeto residencial de qualidade, com um projeto modular mais acessível mais pessoas teriam essa possibilidade. Uma habitação compacta além de abaixar o custo dos materiais utilizados, auxilia no propósito de diminuir a quantidade de objetos que os residentes possuem, tendenciado a um estilo de vida mais minimalista e sem consumos desnecessários que problematizam nosso meio ambiente.
Projeto O projeto se inspirou no conceito minimalista do Movimento Mini Casas com a intenção de ser compacto, levando em consideração a quantidade de materiais gastos e ter um baixo impacto ambiental
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2020_1
para ser aplicado em larga escala de forma mais sustentável, adaptado a uma realidade brasileira com mais membros na família. Para complementar a ideia minimalista do Movimento Mini Casas a residência foi projetada com uma base simplificada de encaixes inspirados na técnica tradicional japonesa. Dessa forma diminuiria a quantidade de materiais necessários deixando majoritariamente o uso da madeira.
Figura 02 e 03 : Foto do terreno e mapa: O terreno escolhido para projeto do TCC está localizado na zona Oeste da cidade de São Paulo, na região da Lapa, e foi escolhido por ter diferentes tipos de inclinações
área externa coberta para lazer de 7,5m², foi projetado para uma família melhor que prefira uma área externa de lazer ao invés de outro cômodo. Fonte: autoria da aluna.
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Figura 04 e 05 : Plantas do primeiro e segundo pavimento: O Layout com dois quartos com 62m² e uma
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
fazendo que o projeto possa ser aplicado em vários tipos de desníveis. Fonte: Google Maps.
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Figura 04 e 05 : Plantas do primeiro e segundo pavimento: O layout de 68,5m² foi projetado para uma família maior que tenha necessidade de mais um cômodo, seu terceiro quarto está localizado no térreo
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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
para melhor acessibilidade dos moradores caso necessário. Fonte: autoria da aluna
Figura 06 e 07 : Corte AA e corte BB. O material escolhido para realizar os vedamentos das paredes foi um assoalho pré-fabricado com juntas macho e fêmea, o que facilitaria a montagem e a manutenção futura se fosse necessário. Toda madeira que teria contato externo receberia tratamento com a técnica japonesa chamada Shou Sugi Ban, que consiste na de carbonização da camada externa da madeira, diminuindo os possíveis danos pelas intempéries da natureza, cupins e fungos. Os assoalhos que estão em área molhada receberiam uma camada de piso vinílico como forma de proteção a unidade, em seguida seria aplicado um revestimento cerâmico. Fonte: autoria da aluna
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2020_1
Mobiliário fixo interno O mobiliário foi projetado para seguir a linguagem estrutural da casa, somente com encaixes, para isso ser possível todas as portas são de correr, evitando corrediças. O mobiliário seria disponível em cinco cores, azul, verde, amarelo, vinho ou madeira natural envernizada.
Figura 08 : Detalhamento do armário dos quartos (superior esquerdo), do armário do banheiro (inferior esquerdo) e do armário auxiliar da cozinha. A cozinha conta com armário inferior com pia, armário superior e armário auxiliar com lixeira embutida e possibilidade de o balcão de trabalho servir de mesa para duas
Referências FILHO, Júlio de Mesquita. SISTEMA DE CONSTRUÇÃO JAPONESA EM MADEIRA. Trabalho de conclusão de curso de Engenharia. Campus Experimental de Itapeva UNESP, 2015. HELFRICH, Kurt. Crafting a Modern Worls. Princeton Architectural Press, 2006. MOTTA, Mariana da Silva. A APLICAÇÃO DOS ENCAIXES JAPONESES NA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA uma experimentação. Trabalho de iniciação científica em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2016. NOTO, Felipe Souza. Concurso dos Mellos-Conselho Técnico: Escola da Cidade, 2019. PEREIRA, Matheus. Madeira Carbonizada: A Técnica Japonesa Tradicional. Disponível https://www.archdaily.com.br/br/879519/madeira-carbonizada-a-tecnica-japonesa-tradicional-em-expansaomundial. Acesso: 05 abril 2020.
em:
SEIKE, Kiyosi. The art of japanese joinery. Nova Iorque: Weatherhill, 1977. SUMIYOSHI, Torashichi; MATSUI, Gengo. Wood joints in classical japanese architecture. Japão: Kajima Institute Publishing Co., Ltd., 1989. ZWERGER, Klaus. Wood and wood joints: building traditions of Europe, Japan and China. Basel: Birkhäuser, 2012.
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autoria da aluna
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
pessoas. O banheiro foi projetado junto com a para facilitar o direcionamento das roupas sujas. Fonte:
pranchas conceito
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
TCC 1
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CAPELA DE SÃO JOSÉ
UMA NOVA ARQUITETURA SOBRE UMA ANTIGA LEMBRANÇA
Memórias sem registro são vítimas do tempo que corre contra nós. O presente trabalho se trata do resgate histórico de tradições através de uma nova arquitetura, anexa a uma capela existente. Baseando estudos na fenomenologia e simbologia, sua materialização se mostra necessária a partir de analises documentadas, que apontam as carências de infraestrutura dos habitantes ao seu redor. Dessa forma, a arquitetura proposta terá caráter vernacular, utilizando-se da matéria prima e mão de obra local. TCC_1 ORIENTADORA PROFª. DRA. MYRNA NASCIMENTO
CAMILA BRANDÃO NUNES DA SILVA
Uma Epopeia na Liberdade Alegoria da memória, o teatro atropelado e as bacantes na paisagem urbana.
O bairro da Liberdade, lugar de variadas arquiteturas e personagens históricos distintos, sempre esteve vinculada com a especulação social e/ou econômica vigente. Hoje, é um bairro bem característico com raízes em uma história tendenciosa servindo de especulação do capital interno e externo da cidade de São Paulo. Essa pesquisa nasceu com a vontade de resgatar a memória de uma antiga praça e teatro do começo do século XX, demolidos para a construção da Radial Leste-Oeste. A Praça Almeida Jr e o Theatro São Paulo foram palcos para um cotidiano bem efervescente por conta da São Paulo Moderna e ao mesmo tempo nostálgico, devido aos constantes apagamentos que a cidade sofreu por conta do progresso. “A cidade de São Paulo é um palimpsesto” (TOLEDO, 1983, p. 67). Como um pergaminho antigo, sua história foi apagada de tempos em tempos para vincular-se com o interesse presente em determinado momento histórico. Porém, dentro de todo o perímetro central da cidade, que tem como âmago o triângulo histórico, a Liberdade é o lugar que mais sofreu raspagens propositais e que se escavarmos a fundo em sua história, enxegaremos no território presença destas ações. Os tempos em comum com a região da Liberdade, foram condensados em 3 tipos de espaços diferentes: O Espaço (Mal)dito?, O Espaço Extasiado! e O Espaço Genérico... Cada um desses tempos nasceu pela presença de um elemento incorporado no espaço ou a retirada do mesmo. O Espaço (Mal)dito? nasceu da mudança da Forca para a Liberdade em aproximadamente 1789. O Espaço Extasiado! nasceu na inauguração do Theatro São Paulo no antigo Largo São Paulo, em 1914. O Espaço Genérico... surgiu com a chegada da Radial Leste-Oeste e a demolição de várias arquiteturas no espaço em 1967. Importante deixar claro que, por mais que esses tempos se colocam em cena nos anos especificados, resquícios deles ainda se encontram espacialisados no bairro da Liberdade, por isso por hora não possuem uma data de término. Usar a heterotopia de Michel Foucault para caracterizar os tempos que formam a Liberdade é assumir esse território com seus nós embaraçados e construir uma nova imagem de alteridade múltipla no espaço. Esses nós não precisam ser desembaraçados, eles precisam ser expostos análogos a eles mesmos, ressignificando a Liberdade como o lugar da múltipla alteridade e potencializadora da vida civita. Os 3 Lugares/tempos que ocupam o espaço da Praça Almeida Jr e constituíram o bairro da Liberdade possuem uma amarração embaraçada, residual e constantemente torcida por elemento externos. Ao apresentar até aqui essas temporalidades, avisto uma oportunidade de transparecer esses tempos no território, por meio de uma arquitetura alegórica de um Teatro. Por isso, ao assumir a alegoria como representação das memórias trançadas da Liberdade, relaciono esses diferentes tempos com divindades/personagens e mitos clássicos do mundo grego. Hades representa o espaço maldito e seus direitos de repressão e expurgo dos condenados. Orfeu representa o espaço cordial e o êxtase da sociedade burguesa do século XX. Hermes representa o espaço genérico com sua especulação monetária e mensageiro dos Deuses. O espaço de especulação gerado pela criação de uma arquitetura representativa dos 3 espaços que compõem o bairro da Liberdade é a representação do Deus Dioniso, Deus do teatro, das festas e da contemplação da vida apagada pelo advento do Espaço Genérico e apresentada por Byung-Chul Han em Sociedade do Cansaço.
Aluno: João Pedro Moura Orientador: Professor Dr. Ricardo Luís Silva
O ESPAÇO GENÉRICO... 1967
O ESPAÇO EXTASIADO! 1885
O ESPAÇO (MAL)DITO? 1789
RADIAL LESTE - OESTE
BUSTO DE DIONISO
Fragmentos da Megaforma
uma possibilidade de ocupação urbana
(1)
(2)
(3)
SOBRE Esse manifesto tem como objetivo ser um ensaio das possibilidades de ocupação em um território urbano já bem estruturado. Como grande parte dos centros urbanos nas grandes metrópoles, trata-se de um território em constante mudança, adensado,congestionado e caótico. Com as investigações téoricas baseando-se em concetios de megaestruturas utópicas dos anos 60, como a Ville Spatialle de Yona Friendman (1) e principalmente no conceito de megaforma e da forma coletiva, ambas inauguradas por Fumihiko Maki, em “Investigações da Forma Coletiva” (3) em 1964, o projeto pretende ser uma releitura dessas referências para a metrópole contemporânea. O lugar escolhido para o ensaio e o futuro projeto, é o eixo da rua 25 de março (2), na cidade de São Paulo, por se tratar de um lugar que já é caótico e apresentar forte identidade no imaginário urbano, sendo um desafio ocupar e adensar ainda mais essa região. PROJETO O ensaio da imagem (perspectiva) na rua 25 de março em frente a praça fernando costa, é uma tentativa de implementação de conceitos como o descolamento do solo, a negação do edifício fechado e a adaptabilidade formal. O volume vazada possibilita “respiros”, para não fechar a rua, já estreita. O objetivo é a desconstrução do edifício, por isso elementos verticais são necessesários para contrapor os verticais de circulações e os edifícios existentes. Pretende-se utilizar edificíos garagens vazios, empenas cegas e, miolos de quadras. Os edifícios - ou fragmentos de edifícios - podem ser residenciais, corporativos, institucionais ou comerciais. Como trata-se de um projeto flexível, o uso depende da demanda. Para isso, pretende-se, em uma próxima etapa, formular experimentações formais que possibilitam tal flexibidade - em planta.
POSSIBILIDADE DE OCUPAÇÕES AÉREAS
EIXO DA 25 DE MARÇO
IMPLEMENTAR CORES
APROVEITAR MIOLOS DE QUADRA
A implantação (direita), proximo da rua Comendador Afonso Kherlakianda, foi usada para exemplificar uma estratégia inicial que pode ser usada em todo o eixo da rua, que inicialmente consiste em fazer “furos” em espaços mal aproveitados a fim de se ter cores (circulações verticais) viradas para a rua, e aproveitar os eventuais miolos de quadras. Esse primeiro passo vai ditar as possibilidade de ocupações aéreas, por uma questão formal e estrutural.
Texto Luiza Facó Franklin Projeto Gráfico Luiza Facó Franklin Trabalho de Conclusão de Curso 1 - Prancha Coniceito Faculdade Barcharelado de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac sob orientação do Prof. Ricardo Luís Silva.
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Simbolismo Religioso na Arquitetura
Trabalho de ConclusĂŁo de Curso I Orientadora Professora Dra. Myrna Nascimento Auna Maria Eduarda Senger Gioia
Construção Da Vestimenta
Ensaio Sobre a Arquitetura Moderna Paulistana Aluna
Orientadora
Mariana Chagas Ferreira
Professora Dra. Myrna Nascimento
Este Trabalho de Conclusão de Curso propõe aplicar premissas da Arquitetura Moderna Paulistana na composição de uma linha de vestuário a partir de uma narrativa estética e conceitual. A proposta pretende entender como o princípio Forma x Função do Modernismo pode ser aplicado no design de vestuário e, com isso, visa discorrer e ensaiar sobre as possíveis conexões artísticas entre arquitetura e indumentária, relacionando-as estética e conceitualmente.
Assim, o objetivo deste trabalho é produzir um ensaio sobre os conceitos da arquitetura moderna brasileira, mais especificamente, a paulistana, levando em conta aspectos como geometria, cor, texturas, elementos visuais, padrões e repetições, revestimentos e materiais, o peso e a leveza de elementos; além de princípios filosóficos e conceituais vigentes de três obras selecionadas da arquitetura brasileira desse período. Este ensaio assume a produção de uma coleção de peças de roupa inspiradas nessas edificações modernas: a Residência do arquiteto (1948) de Vilanova Artigas; a Casa Modernista (1923) de Gregori Warchavchik, e a Casa de Vidro (1950) de Lina Bo Bardi. Essas obras foram selecionadas por serem residências de arquitetos, pensadas por eles mesmos para seu próprio uso, sendo eles também pioneiros da Arquitetura Moderna no Brasil.
A simplicidade das formas geométricas, a racionalidade e a necessidade de mudança presentes na Arquitetura Moderna incorporam em sua matriz a ideia de modelo, molde, padrão e reprodução em série que o universo da Moda contempla. Estas questões norteiam o levantamento das referências escolhidas no campo da produção de vestuário, obtidas através da pesquisa do movimento moderno, sintetizando quatro segmentos de Giulio Carlo Argan que tiveram resultados imediatos na área de arquitetura, arte e design. Nessas áreas o modernismo se manifesta além da representação bidimensional, a fim de estabelecer as relações entre objeto e expressão, e, posteriormente, entre arquitetura paulistana e suas heranças.
ARQUITETURA DA NATUREZA A MIMESE DO CORPO AUTOR RODRIGO QUEIROZ NUNEZ ORIENTADOR RICARDO LUIS SILVA
É muito comum nas construções utilizarem materiais que são retirados da natureza e passam por diversos processos químicos para alcançar determinado acabamento, aumentar a durabilidade e outros atributos. No entanto, esses materiais não passam de simulações, limitando nossos sentidos a enxergar o belo sem permitir uma experiência real entre o corpo e o mundo. A cada novo projeto podemos escolher entre seguir os padrões estabelecidos ou ir além do habitual, quando nos permitimos experimentar o imprevisível a arquitetura pode nos surpreender emergindo da terra carregando a textura, as cores, as formas e o contexto que só faz sentido no local de sua origem, possibilitando experiências sensoriais que ultrapassam a simples imagem e afetam todos os nossos sentidos. Para o desenvovimento das peças, será necessário entender o comportamento do solo, sua transformação geológica, sedimentação, erosão, compactação, metamorfismo para cultivar as estruturas e simular efeitos reais que ocorre naturalmente durante a formação de uma rocha.
Naturalmente os resultados serão imprevisíveis, dando certo ou não, em ambos os casos podem ser benéfico para o desenvolvimento do trabalho. Aqui o erro não é descartado, mas reaproveitado, talvez a peça se torne uma estrutura totalmente diferente e melhor do que ela poderia ser caso não houvesse o imprevisto. O objetivo é promover uma arquitetura tátil e muscular, capaz de tocar os sentidos e fazer o corpo reconhecer sua existência no mundo por meio de uma atmosfera íntima, vivenciada em um encontro físico e real. Segundo Pallasmaa (2011) a arquitetura é a arte de nos reconciliar com o mundo, e esta mediação se dá por meio dos sentidos. A natureza tem muito a nos ensinar e, a cada experimento surgirão reflexões sobre como construir uma arquitetura viva, capaz de nos surpreender com as coisas cruas e imperfeitas que nos cercam, dialogando com nossos sentidos.
pranchas conceito
Arquitetura do EdifĂcio
TCC 1
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PROJETO CEMEI Trabalho de Conclusão de Curso Arquitetura e Urbanismo O trabalho tem como finalidade apresentar a proposta de projeto arquitetônico de um Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI). Tendo com base todo o processo de histórico escolar e sua evolução, com o propósito de desenvolver ambientes criativos, aconchegantes e estimulantes que auxiliem na formação, alfabetização e interação da criança nessa fase inicial. O Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) possui uma estrutura totalmente voltada para crianças e bebês de idade de 0 á 5 anos, com recursos de ensino e lazer durante a semana e espaço comunitário para o bairro durante os finais de semana. Com ambientes preparados e projetados de uma forma que traga conforto, diversão, interação e seja estimulante para o ensino e a alfabetização, O terreno do projeto CEMEI está inserido no Distrito Cidade Dutra no Bairro Jardim Edilene, qual pertence a Subprefeitura de Capela do Socorro. Possui 16.000m² e será divido entre o programa do projeto CEMEI e uma praça de uso público da escola e comunidade.
Autora: Amanda Zillig Orientador: Marcelo Ursini
COMPLEXO OLÍMPICO PARELHEIROS
AMANDA YAMAMOTO PROFESSOR ORIENTADOR: ARTUR KATCHBORIAN
DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA
ESCOLA TÉCNICA PROFISSIONALIZANTE VILA ANDRADE
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Aluno: Bianca Castro da Silva Orientador: Marcelo Ursini
DANIELLE DOS SANTOS SANTANA
CENTRO COMUNITÁRIO SUCUPIRA - SP ORIENTADOR ARTUR FORTE KATCHBORIAN
O Objetivo desse trabalho de conclusão de curso é a construção de um equipamento urbano, um Centro Comunitário. Esse projeto atenderá uma comunidade carente, localizada na zona norte de São Paulo, na Vila Nova Cachoeirinha. Buscando a superação de um conjunto de deficiências características das áreas de ocupação informal na cidade, como a falta de equipamentos, educação, degradação ambiental, falta de infraestrutura, ausência de espaços públicos de convivência, entre outros. O tema escolhido busca a diversidade no uso, com proposta de espaços multifacetado, voltados para cursos e oficinas relacionados a técnicas e temáticas diversas, uma grande biblioteca, espaços para exposições e áreas livres. O centro comunitário poderá desempenhar um papel fundamental para a consolidação e criação de laços a nível local, do bairro, do grupo, e assim reforçar o “laço social” onde são vividas as relações e onde podem ser descobertas as soluções.
MORADIA ESTUDANTIL NO CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC OBJETO DE ESTUDO: Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro. PROBLEMATIZAÇÃO: Um importante fator que dificulta o ingresso no campus é sua localização e acessibilidade. Embora a região de Jurubatuba possua linhas de ônibus e estações de trem, o campus se situa em um local sem qualidade urbana. Segundo informações obtidas, em média, 70% dos alunos matriculados moram na Zona Sul de São Paulo (predominantemente em Interlagos, Santo Amaro, Socorro e Grajaú), 29% se dividem entre Zona Leste, Oeste, Norte e Centro e apenas 1% são alunos de outros municípios ou estados. Visto que a universidade é um equipamento de ordem metropolitana, neste caso, o Senac atua de forma regional/ A proposta de moradia estudantil é que seja um equipamento institucional pertencente ao Senac cujo objetivo é ofertar habitações para alunos do campus, a fim de expandir sua infraestrutura, de modo a cumprir e incentivar a qualificação acadêmica. A moradia prevê a oferta de 332 vagas habitacionais de permanência constante e 50 unidades para permanência diária, gerida através de locação por dia de permanência. Como premissa projetual existe a preocupação com o entorno do campus, o que implica na implantação de um térreo livre, com acessos públicos para uso da comunidade existente, espaços para lazer, comércio, entretenimento e uma considerável área verde para infinitas apropriações. Com isso, foram definidos dois acessos principais para a moradia e um intermediário realizado pelo campus, além de uma quarta opção destinada para acesso de serviço e carga/ descarga.
LEGENDA Unidades habitacionais Uso público
TIPOLOGIA INDIVIDUAL
local, o que pode explicar o fato de que, atualmente, o campus possui apenas 1/3 de sua capacidade máxima. Com a falta de serviços de assistência à moradia, os ingressantes residentes de outras cidades ou estados optam pela moradia coletiva, de forma a transformar apartamentos, vizinhos ao campus, em república estudantil. Ainda que o Senac possua uma infraestrutura qualificada, com livre acesso ao público e oportunidade de uso extracurricular, nota-se a necessidade de uma moradia estudantil, dado à sua inserção urbana e as condições expostas. Além disso, essa implantação traria diversos benefícios aos estudantes e melhoraria a atratividade do campus, diferenciando-o dentre as universidades particulares de São Paulo.
Convivência
Comunidade Senac
Áreas técnicas/administrativas
TIPOLOGIA DUPLA
Circulação/Passarela
TIPOLOGIA COMPARTILHADA
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC | BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 01 | ORIENTADOR: MARCELO LUIZ URSINI AUTORA: GABRIELA CORREA
A partir de uma demanda local, proposição de um “retrofit” em uma academia de artes marciais que tem como principal atividade o Jiu-Jitsu; com acréscimo de programa de atividades correlatas e complementares. Transformando o edifício em um Complexo Esportivo completo dedicado a atletas de Artes marciais. O edifício traz todo cuidado e suporte para o atleta, há uma preocupação com o programa em centralizar todo suporte que o atleta necessitar no mesmo local onde ele habitualmente pratica suas atividades físicas.
Centro de Artes Marciais e Cuidado com o Atleta
Nome: Laiz Fernandes Orientador: Artur Katchborian
CENTRO DE MODA A moda não é somente algo para ves�r, a moda demonstra cultura, revela o es�lo de vida e suas origens, além de ser um mercado economicamente crescente no Brasil. A par�r disso, o intuito da proposta é desenvolver todos esses aspectos sobre a moda em um único complexo incen�vando seu contato com a sociedade. A região escolhida é no Distrito da Republica no Centro de São Paulo, ao lado do Distrito Bom Re�ro, polo forte no mercado têx�l. . Com isso a implantação de um Centro Rua Brigadeiro Tobias
de moda seria bastante oportuno para valorizar ainda mais a região. Neste Centro vai abrigar espaços educacionais, culturais, com possibilidade de abertura para eventos como desfiles e palestras, além dos espaços livres para diferentes possibilidades de uso. Portanto, através de pesquisas e diagnos�co da região, a proposta será um espaço que terá relação com o entorno de forma que rapidamente seja evidênciado com um Centro de Moda, onde terá suporte pra todo individuo aprender, criar, produzir e exibir seu trabalho. .
Avenida Casper Libero
Acesso 3
Acesso 1
POSSIVEIS ACESSOS INDICAÇÃO DE ACESSOS TERRENO
100m
N
50m
0
150m
Praça da Estação da Luz
Acesso 2
Larissa Barbosa Silvestre Orientador: Marcelo Ursini
Hotel Garden – Edifício Multifuncional
Centro Universitário Senac - BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
O objetivo deste trabalho é propor um Hotel Multifuncional, será um edifício voltado para o turismo de negócios, que além da hospedagem agrega funções atrativas para este público. As funções escolhidas foram: hotel de alto padrão, área para eventos, área para coworking e área de lazer com academia, piscina e área de massagem. O diferencial neste projeto é a valorização do espaço através do projeto arquitetônico.
Projeto
Mais especificamente o turismo de negócios, engloba algumas atividade e objetivos que se pretende realizar durante a viagem. Então, como qualquer turismo temos as atividades básicas: viagem, hospedagem, alimentação e lazer, porém, quem viaja a negócios possui objetivos específicos, seja vender ou comprar bensi/serviços, conhecer novas tecnologias, conhecer novos mercados, estabelecer contratos, realizar ou participar de eventos, dentre outras relações comerciais. O terreno escolhido para o desenvolvimento do projeto está localizado no município de São Paulo, no bairro Itaim Bibi, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, região que faz parte de uns dos mais recentes centros financeiros.
A principal referência é o edifico Corujas que é formado por escritórios diferentes dos habituais, o espaço é mais humanizado e a arquitetura vai além dos espaços fechados. Possui áreas avarandadas generosas e jardins.
Setorização do programa em andares:
Volumetria
Terraço Jardim
Figura Fonte: Imagens disponíveis em : https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos
Autora: Marian Victoria El Soumaili Orientador: Artur Katchborian Data: junho/2020
HABITAÇÃO MÍNIMA - EDIFÍCIO SANTO AMARO Este
trabalho
tem
como
objetivo
propor
um edifício que em um espaço mínimo consiga apartamentos habitáveis e práticos, atendendo a demanda de um novo público que vem crescendo nas grandes cidades. A escolha do tema foi tomada principalmente por dois dados levantados no Brasil, a diminuição das taxas de natalidade e o êxodo rural para os grandes centros urbanos, apesar desses índices apontarem pontos que podem ser encontrados em muitos outros locais do mundo. A partir disto, veio a busca por debates sobre habitação mínima já feitos por diversos autores nos séculos XX e XXI, como Le Corbusier e Raquel Rolnik.
PAVIMENTO TIPO
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Números Alcançados TO = 63% CA = 2,10 Índice Comparativo = 0,4 Área Construída = 3418 Ap 36 m² = 24 Ap 26 m² = 24 Ap 22 m² = 48 96 Unidades
Legenda Circulação Vertical Comércio Coworking Área Privativa dos Moradores Apartamento 22 m² Apartamento 26 m² Apartamento 35 m²
Acadêmico: Ramiro Lopes Nepomuceno Schmitz | TCC1 | Orientador: Artur Katchborian
pranchas conceito
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
TCC 1
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Eixo Cultural Santo Amaro: mobilidade urbana e a prática do cotidiano como (re)construção coletiva da paisagem cultural na metrópole paulista ALINE YURI TSUSHIMA Orientador: Prof. Ralf Castanheira Flôres
santo amaro embrionária [fragmentos históricos, políticos e geográfico]
A cidade de São Paulo, predominantemente marcada pela sua desigualdade social e geológica, é prova de que exercer o desejo cosmopolita, para muitos cidadãos, parece e é algo impossível. A cidade é também lugar de grandes fluxos e deslocamentos diários, em que os transporte coletivo e público se fazem mais que necessários, um direito e não apenas o de direito de “ir e vir”, usada muitas vezes como prerrogativa pela elite, mas que também [deveria ser] um direito de permanecer, habitar e pertencer a(s) cidade(s). A estrutura viária de Santo Amaro, desde o início, teve forte presença dos veículos privados. Mas também tem sua história marcada pelo conflito de espaço entre os carros e transportes coletivos. Apenas a partir da década de 1980 implantaram o corredor de ônibus, tornando o embarque e fluxo de ônibus mais rápidos e seguros. A implantação do corredor de ônibus, um marco para a mobilidade urbana de São Paulo, trouxe impactos positivos para a qualidade do transporte público na avenida, porém, mesmo com o aumento do fluxo de passageiros, grande maioria a classe trabalhadora, se vê cada vez menos a sua participação nos espaços públicos durante o percurso. Isso se dá em parte pelo processo de transformação de sua paisagem cultural e o progressivo desmantelo ao patrimônio ambiental, destruindo seus remanescentes históricos, sua memória coletiva, e junto, a imagem do trabalho e a vida cotidiana, os dois últimos como focos principais no desenvolvimento teórico da pesquisa. O trabalho, portanto, tem como objetivo identificar os potenciais equipamentos e espaços públicos e livres como espaço de permanência para os seus transeuntes, a fim de tornar mais participativo e democrático os usos dos espaços pelos usuários dos ônibus e metrô, ciclistas e pedestres e aproximar a identidade perdida pelo processo de transformação da paisagem, propondo uma intervenção que dê condições para as práticas públicas e culturais, e que esteja inserido e acessível no cotidiano dos trabalhadores, além de justificar a equidade e acesso ao transporte público e coletivo.
trecho de intervenção:
CENTRO CUSCUZEIRO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL EM ANALÂNDIA
ANA CAROLINA POLI DA SILVA ORIENTADOR PROF. MS. RALF FLÔRES
O café e as ferrovias foram responsáveis pelo surgimento de diversas cidades no século XIX, como é o caso de Analândia, que tem seu início relacionado à então Estação Cuscuzeiro da Companhia Rio Claro de Estradas de Ferro. Atualmente, o patrimônio edificado perde-se em meio à vida cotidiana e à precária relação de sua população local com o seu passado. Por isso, o presente trabalho tem o objetivo de implantar na Estaçãozinha programa cultural, necessário para o município, a fim de instigar a preservação do conjunto através de um novo uso e nova consciência patrimonial.
Santo Amaro:
Santo Amaro: cultura, memória, (im)permanências cultura, memória, (im)permanências BEATRIZ PRETE RAMOS Orientação: Prof. Ralf Castanheira Flores
A globalização e seus resultados têm provocado a homogeneização dos espaços, a criação de cidades genéricas, onde reinam os condomínios fechados e as grandes avenidas. São cidades sem memória. No caso do Brasil a situação é ainda mais complexa, pois durante muito tempo cultuamos aqui o novo, “o progresso”, e muito de nossa memória urbana se perdeu. São Paulo é a cidade símbolo do progresso, a cidade “que não pode parar”. Esta ideologia, gera uma violência no tratamento do tecido e das camadas de tempo da cidade. Podemos talvez atribuir os nossos “insucessos” a uma falta de consciência quanto a questão do patrimônio e memória urbanos? Este trabalho busca enfatizar a valorização do cotidiano e da atribuição de significado aos locais do bairro de Santo Amaro como forma de resgatar seus lugares de memória, sua identidade e o pertencimento de seus habitantes. O foco está em compreender os pontos de contato entre um passado ameaçado e a dinâmicas urbanas de transformação e crescimento, alimentadas pelo mercado e vetores da cidade, que in-
viabilizariam esta permanência. A região considerada neste trabalho um importante remanescente histórico e de memória está sendo pressionada por vetores de crescimento urbano (vetor sudoeste Av. Faria Lima - Av. Santo Amaro) e por operações de transformações urbanas intensas (Operação Urbana Consorciada Água Espraiada e Arco Jurubatuba). A valorização da região gerada por tais operações, passa a atrair investimentos do mercado imobiliário. Uma grande tensão é gerada pela especulação imobiliária, presença das classes mais abastadas com a construção de condomínios fechados e a geração de eixos e tendências de verticalização na região. Situação que é agravada pelos espaços públicos desqualificados na área central do bairro, remanescentes históricos descaracterizados e mal preservados e a existência de uma “região nebulosa” repleta de lotes subutilizados que favorecem a formação de mais condomínios fechados e shoppings centers, alimentando a cidade genérica, e gerando o apagamento da memória local. A fundamentação da proposta está na ne-
cessidade de uma tomada de consciência e apropriação do do local pela população, que atualmente desconhece sua existência e importância, reforçando o potencial apagamento. Consideramos estas as condições precedentes a uma intervenção de requalificação efetiva. Sugerimos uma ampliação do Eixo Histórico para Quadrilátero Histórico, incluindo ao perímetro a Biblioteca Belmonte, o Teatro Paulo Eiró, o Mercado Novo de Santo Amaro e o Cemitério de Santo Amaro. Tal medida cria unidade, reforça a importância da região e estabelece o cenáriopara a intervenção que consiste na criação de estruturas efêmeras instaladas nos lotes ociosos e subutilizados levantados, de forma a deslocar o observador de seu lugar-comum e provocar reflexão, como um elemento catalisador da mudança cultural e comportamental que gostaríamos de estimular. Tais estruturas não têm como propósito resolver todos os problemas de Santo Amaro, que vão da escala urbana à preservação de fachadas, mas propõem o início de uma estratégia de revelação, conexão e unidade do Quadrilátero Histórico.
pranchas conceito
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
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Cartilha de Orientação para a Efetivação do Direito à Posse e Propriedade usucapião e regularização fundiária urbana
exemplos de ilustrações utilizadas na cartilha de orientação
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NÃO POSSUIR, A QUALQUER TÍTULO, OUTRO IMÓVEL URBANO OU RURAL
ÁREA MÁXIMA DE LOTE IGUAL A 250 m²
O IMÓVELDEVE APRESENTAR UM BOM PADRÃO CONSTRUTIVO.
POSSE MANSA E PACÍFICA SEM INTERRUPÇÕES
TER ATOS DE DONO PUBLICAMENTE
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UTILIZAR O IMÓVEL PARA SUA MORADIA
O IMÓVEL NÃO PODE PERTENCER AO GOVERNO
BOA FÉ E JUSTO TÍTULO
O IMÓVEL DEVE ESTAR EM UMA ÁREA CONSOLIDADA E SEGURA
O LOCAL DEVE SER BEM SERVIDO DE INFRAESTRUTURA BÁSICA
POSSE SEM INTERRUPÇÕES NEM OPOSIÇÕES POR NO MÍNIMO
5
anos
DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA
LEGISLAÇÃO VIGENTE
Orientadora: Marcella Ocke
Bruna de André Moreira
PARQUE LINEAR AVENIDA PAULISTA O partido do trabalho envolve estudos de como as cidades estão sendo construídas atualmente, priorizando o uso dos carros e pensando cada vez menos nas pessoas, e fazendo uma segregação entre cidade e seus usuários. Tendo como referencias alguns arquitetos urbanistas como Jan Gehl, Jane Jacobs, entre outros que discutem o espaço das pessoas na cidade, e projetos como a Times Square, do qual sofreu uma intervenção em uma de suas vias, fechando somente para pedestres e mostrando resultados positivos não só para as pessoa mas para o meio ambiente e pessoas, economia do local.
A finalidade do trabalho de conclusão do curso é desenvolver um projeto de uma NOVA AVENIDA PAULISTA, transformando esse importante eixo viário e centralidade da cidade de São Paulo em um grande parque linear que prioriza os pedestres e mobilidade ativa e mantem uma faixa de cada lado para transporte público, e ao longo do percurso amplia a ciclovia existente para transportes não motorizados. A ideia é pr projetar um parque incorporado ao dinamismo da cidade e mantendo o caráter atual da avenida que possua atividades ligada à serviços, comercio, moradia e lazer e que possa diminuir aglomerações e que priorize o uso do transporte público, assim diminuindo a poluição atmosférica e oferecendo um espaço mais qualificado para a cidade considerando possibilidades para o espaço público pós pandemia do C Covid-19.
Aluna: Caroline Marques Orientadora: Marcella Ocke
Inthera Square, Brooklin Paulista – SP
Requalificação das Praças O presente trabalho versa sobre a requalificação e proposta de projeto de um sistema de espaços livres que integre as Praças Acibe Ballan Casmamide, Praça Procópio Ferreira e a Praça Dr. Francisco Patti, localizadas em umas das avenidas principais da região do Brooklin Paulista em São Paulo, são elas a Av. Nova Independência, Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini e a Av. dos Bandeirantes, a região é conhecida por ser um dos bairros mais valorizados da cidade, com grandes conjuntos empresariais e uma agitada vida noturna. Considerada um dos centros financeiros da cidade, possui um tráfego de veículos intenso em dias úteis da semana, principalmente na avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini. Porém, por ser uma região comercial e de serviços, aos finais de semana, permanece livre de congestionamentos. Avenidas Principais: Por ser Avenidas Comerciais, de dia o fluxo de pedestres, ciclistas, veículos e caras é intenso. A maioria das pessoas que frequentam neste período, desenvolvem ações como comprar, vender, encontrar pessoas, esperar ônibus, entre outras. Já na parte da noite, concentra-se vários restaurantes e bares abertos, deixando-a ela devido as pessoas que saem do trabalho e param para comer e socializar com amigos, tornando-se um espaço propenso ao lazer.
Aspectos: Os mobiliários presentes são poucos, mesmo sendo praças mais para “passagem”, percebe-se que se elas tivessem uma maior quantidade de bancos e outros mobiliários teria uma permanência maior de pessoas na mesma, ainda mais se acrescentarmos o entretenimento para animais como os cães domésticos. Além de que estes equipamentos presentes, estão na maioria em condições ruins e são desconfortáveis.
Proposta: O propósito desse projeto é poder trazer a vitalidade que veio sendo tratada neste trabalho para as Praças do Brooklin Paulista, tornando-a um local propenso a permanência e descanso dos usuários, sem atrapalhar na suas fortes características de ser Praças de “passagem”. As intervenções serão feitas nas faixas de pedestres que acercam as praças e são de extrema importância, no paisagismo que não atende aos usuários no quesito conforto térmico, os mobiliários que são poucos e em condições ruins, uma melhoria na pavimentação tanto esteticamente quanto pela acessibilidade, a relocação das bancas de jornais por que onde estão inseridas acabaram atrapalhando na circulação das pessoas, uma melhoria na iluminação para tentar atrair usuários nos horários noturnos deixando a praça menos ociosa.
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Autor: Fernanda Pereira da Silva Orientador: Professora Ms. Marcella de Moraes Ocke Mussnich
1/1
PLANO URBANÍSTICO PARTICIPATIVO PARA FAVELA DO MORRÃO R E S UMO
Com a expansão de São Paulo em direção ao sul, a construção da então rodovia Washington Luís, ligando São Paulo a Santo Amaro (ainda um município), foi prolongada dando origem a novos bairros e equipamentos como o aeroporto de Congonhas, o Autódromo de Interlagos. Assim como a possibilidade de novos lugares para se morar na cidade de São Paulo, ao meio de duas represas Guarapiranga e Billings, idealizado pelo Urbanista francês Alfred Agache, nasce o bairro de Interlagos. Após a crise da quebra da bolsa nos Estados Unidos na década de 30, a implantação do projeto de construção do bairro foi abandonada e somente na década seguinte, Louis Romero Sanson pôde retomar seus projetos para a região. Projeto o qual não obteve sua conclusão total e assim muitos loteamentos irregulares até mesmo clandestinos. Onde então surgem nos pedaços de terra esquecidos pelos loteadores e assim nasce algumas favelas como Jd. Autódromo, Jd. Cristal, Vila da Paz e a Manuel de Teffé, hoje favelas localizadas no tão desejado e sonhado bairro Balneário Satélite da Capital, o qual tinha a o principal objetivo atrair pessoas de alto nível social, para tal foi criada praia artificial com areia vinda de Santos, junto às margens da Represa Guarapiranga. Este trabalho busca realizar uma breve análise histórica das favelas do entorno do Autódromo de Interlagos, apresenta todas ameaças de remoção e a luta por melhorias habitacionais e de vida. Apesar de toda evolução dos urbana muitas dessas comunidades ficaram esquecidas e não acompanharam o desenvolvimento. Será apresentado estratégias a serem aplicadas às comunidades como forma de melhoramento habitacional e de cidade para os moradores.
DIRETRIZES DE PROJETO
O objetivo da proposta parte da análise das visitas, entrevistas e vivencias dentro da comunidade Morro. A principal intenção do projeto é proporcionar melhor qualidade de vida através da qualificação da área, no desenvolvimento de projetos de acessibilidades nos acessos com escadarias e passagens adequadas e interativas, criando assim áreas de lazer, praças e áreas de estar. Será proposto o uso no pavimento térreo uso não residencial, promovendo assim comércios e serviços, também como telecentros e áreas para programas de educação e aprendizado. Para melhor adequação do projeto será necessário a remoção de grande parte da comunidade, onde estão as áreas de risco e maior adensamento (área vermelha do mapa), nesta região será proposto edificações verticais para melhor atender o nu, propondo assim o adensamento necessário.
Autor: Guilherme Rodrigues Oliveira / Orientadora: Beatriz K ara José
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBARNISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I , 2020 NATALIA CRISTINA FREITAS LIMA ORIENTADOR: PROF. MS. MARCELLA DE MORAES OCKE MÜSSNIC
REQUALIFICAÇÃO URBANA ANÁLISE DE TERRITÓRIO E REQUALIFICAÇÃO URBANA A PARTIR DA AVENIDA ATLÂNTICA.
Esse projeto parte da análise da Av. Atlântica com a represa Guarapiranga e seu entorno imediato que por muitos anos fora local de grande diversidade de uso desde casas noturnas, hotéis, garagens de barcos e comércios diversos. Porém desde os anos 70 a área vem sofrendo constante degradação e esquecimento. Partindo assim dessa situação atual do local espera-se que os dados aqui levantados sirvam de parâmetros para tomada de decisão entre as diversas variáveis disponíveis e dados esses adquiridos através de pesquisas.
AV . ATLÂNTICA A partir da perspectiva de constante transformação e crescimento das cidades, a Av. Atlântica, fora pensada a partir da análise de camadas de intervenção que compõe a pluralidade do tecido urbano que compõem o local. A combinação e sobreposição destas camadas, teria como objetivo trazer uma potencialização para as dinâmicas sociais, econômicas e urbanas da área, onde as relações entre essas camadas traduzem a relação entre os espaços. Neste sentido foram definidas camadas de intervenção, que são responsáveis por gerar uma proposta de requalificação para a área, seja ela desde uma nova diversificação dos usos existentes, uma revisão do desenho de vias e calçadas, oferecer infraestrutura para mobilidade ativa e restabelecer a conexão da paisagem urbana com a represa. A proposta para esse trecho será formada a partir da sobreposição destas camadas, com o objetivo de diversificar os usos, trazer novos programas e atividades, requalificar tanto o viário quando as calçadas, canteiros e ciclovias como também trabalhar a composição da paisagem e a relação entre a várzea da represa. Neste sentido o foco da proposta é retomar a conexão as frentes fluviais, potencializar o uso na área e proporcionar um local de passeio e estar junto a água, onde o principal protagonista desses espaços são os pedestres focando assim toda a escala para o olhar dele.
ESPAÇOS LIVRES
LAZER
MOBILIDADE ATIVA
LOTES
PATRIMÔNIO
PAISAGEM NATURAL
REPRESA
MOBILIDADE
PAISAGEM
UM TERRITÓRIO DE MUITOS E UMA CIDADE DE POUCOS
A atuação do capital na construção da paisagem urbana dos Bairros Jardins Referência a uma construção baseada nos moldes de vida da aristocracia paulistana, o perímetro compreendido como “Jardins”, consolida uma ocupação de residências soltas do lote, áreas bem arborizados e uso do solo homogêneo. A paisagem em questão faz parte de uma teia de articulações entre o Estado, a iniciativa privada e a uma pequena parcela da sociedade civil, onde a exploração do ambiente construído, é mascarado pelo instrumento de tombamento.
CENTRO
QUADRANTE SUDOESTE
PERIFERIA
O presente trabalho visa questionar e territorializar a segregação resultado destas ações, estabelecendo as conexões entre os bairros jardins e a metrópole paulistana. Desta forma o projeto surge a partir da categorização das vias que permeiam o território, a fim de reestruturar a configuração da paisagem urbana dos Jardins, se empenhando para respeitar o valor histórico do sítio, associado sobretudo a visão da cidade como prática social.
EDIFÍCIO DE USO MISTO TÉRREO COMERCIAL
CENTROS DE BAIRRO E PISO TÉRREO ATIVO
INCENTIVO A MOBILIDADE NÃO MOTORIZADA
USO DO SOLO DIVERSIFICADO EIXO DE MAIOR INFRAESTRUTURA
QUALIDADE CÊNICA E AMBIENTAL
TIPOLOGIAS
1
Imóveis ociosos Usos nR Resêndias com muitos altos
2
Edificações de uso misto; Baixa densidade arbórea
3
Viário com grande capacidade Uso diversificado; Conexão entre regiões da cidade;
4
Uso R; Muros altos; Alta densidade arbórea
VICTÓRIA DE ALMEIDA ARRUDA | ORIENTADORA: PROFª DRª BEATRIZ KARA JOSÉ
pranchas conceito
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
TCC 1
L5
Adequação da infraestrutura do sistema de ônibus para a perspectiva do pedestre na cidade de São Paulo
Aluna: Angela Knijnik Burgos Orientador: João Yamamoto
Investigação sobre o espaço da calçada e das paradas de ônibus na dinâmica urbana, assumindo os itens de mobiliário urbano – postes, lixeiras, bebedouros, bancos, abrigos, etc – como parte de um sistema integrado A pauta do planejamento urbano é relativamente recente no Brasil. Até pouco tempo atrás, as cidades vinham crescendo de maneira rápida e descontrolada, sem que nenhum plano urbano integrado fosse implantado pelo poder público. Essa falta de planejamento é muito notável quando se observa a mobilidade urbana na cidade de São Paulo, em uma realidade onde mais de 1 milhão de pessoas realiza um deslocamento diário até o centro da cidade, principalmente a motivos de trabalho (Censo Demográfico Brasileiro, 2010). Estima-se que até o ano de 2050, 75% da população mundial viverá em cidades, assim, as ruas urbanas precisarão equilibrar as demandas pela crescente mobilidade pessoal e o acesso à economia da cidade (NACTO, 2018).
A ausência de vias e calçadas desenhadas para o pedestre faz com este seja o grupo mais atingido pelas fatalidades no trânsito. Em 2016, esses acidentes constam em terceiro lugar entre as causas externas de mortalidade em São Paulo e em quarto entre as causas gerais pelo indicador de anos potenciais de vida perdidos (Plano Municipal de Segurança Viária, 2019). De 2018 para 2019, houve um aumento de 5% no total de mortes para a mobilidade ativa na cidade de São Paulo (Infosiga, 2019). Mortes de pedestres no trânsito – São Paulo
De acordo com o Relatório geral do Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da Associação Nacional de Transportes Público (Simob/ANTP) de 2016, 28% da população se locomove predominantemente por transporte coletivo na cidade de São Paulo. Outros 41% se locomovem exclusivamente a pé. No gráfico abaixo, se define como “viagem” o deslocamento de uma pessoa entre dois pontos, utilizando para isso um ou mais modos de transporte (ITDP, 2019). Fonte: ObservaSampa (2013)
Divisão de viagens por modo de transporte nos municípios brasileiros
Nas calçadas, o ponto de acesso do pedestre ao transporte público, há poucos espaços agradáveis para a permanência e passagem. Pouco se desenvolve no ramo do mobiliário urbano pelo medo do mau uso da estrutura e pela falta de manutenção do equipamento. Esses equipamentos beneficiam a vida do pedestre de inúmeras maneiras, trazendo pontos de sombra, cobertura para chuva e principalmente, locais para sentar.
Modos ativos (a pé e em bicicleta): 43%
Os benefícios do incentivo e utilização do transporte a pé são inúmeros e trazem impactos positivos globais: não polui o meio ambiente, não tem custo ao usuário, traz benefícios para a saúde do indivíduo e é essencial para a vitalidade econômica das cidades.
De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU, 2018), todos os dias ônibus, metrôs e trens urbanos transportam cerca de 50 milhões de pessoas no Brasil. O transporte público por ônibus é o principal meio de deslocamento motorizado utilizado pela população, respondendo por 86% de toda a demanda por transporte coletivo nas 3.313 cidades atendidas por sistemas organizados de ônibus. As redes de transporte coletivo urbano são consideradas serviço público essencial, e por isso precisam garantir um serviço universal que atenda grande parte do território urbano e sua população.
Foram realizados desenhos de estudo do espaço do pedestre em calçadas com diversas medidas, que contenham pontos de ônibus cujos modelos são encontrados na cidade de São Paulo. Para a definição das medidas da calçada, foi consultada a página “Largura Mínima Permitida Padrão Arquitetônico para as Calçadas”, disponibilizada no site da Prefeitura de São Paulo (2019). Para esse estudo, foi definida a medida mínima de 1,2 m, destinada à área da faixa livre na calçada.
Estudos com pontos de ônibus do tipo “Caos”:
Calçada de 3m
Calçada de 2m
Estudos com pontos de ônibus do tipo “Totem”: Calçada de 1,2m
Calçada de 2m
Estudos com pontos de ônibus do tipo “Minimalista”:
Calçada de 2m
Calçada de 3m
Calçada de 3m
Centro Universitário Senac
Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo
Trabalho de Conclusão de Curso 1
15 de junho de 2020
Mobiliario multifuncional
Centro Universitário Senac Santo Amaro
Orientador: Prof. João Yamamoto
Bacharelado em Aquitetura e Urbanismo Trabalho de Conclusão de Curso 1 2020_01 Data: 15/06/2020
Resumo
Referências
Henrik Schwarz
Esse trabalho tem como objetivo procurar soluções de mobiliário, práticas e criativas, para atender a demanda cada vez maior, por espaços pequenos em grandes metrópoles urbanas. A ideia é proporcionar que o mesmo espaço possa ser adequado a mais de uma possibilidade. Em caso de uso residencial que o ambiente possa ser transformado em dormitórios, sala de estar, sala de jantar, enfim entenda a necessidade do morador. E em caso de estúdio que o empresário possa ter versatilidade proporcionando várias opções de trabalho, de acordo com interesses particulares. A palavra-chave desta proposta, é praticidade associada a versatilidade. Algo dinâmico, com movimento que agrade o publico que busca simplificar sua vida em grandes centros urbanos. Por meio de técnicas criativas, foram desenvolvidos moodboards e mapa mental, que serviram de inspiração no desenvolvimento de alternativas, e auxiliaram na escolha da melhor alternativa, bem como materiais e processos de fabricação. A solução encontrada foi um móvel modular e minimalista, projetado principalmente para apresentar mais de uma função.
Figura: 2 Ergonomia e multifunção - O conceito serviu de inspiração uma vez que esse mobiliario oferece a possibilidade de transformação sem exigir grandes espaços. Atualiza design - Mesa de centro compacta que se transforma em uma mesa de jantar maior.
Figura: 1 Autoria própria - proposta para pequenos espaços. Cama de casal reversível.
Este mobiliário, conforme demonstrado na planta a baixo, apresenta três movimentos diferentes. Pode ser utilizada para uma refeição, para fazer uso de uma atividade com notebook e como cabeceira de cama. Enfim, é um mobiliário que possibilita a versatilidade em espaços restritos e de maneira fácil e descomplicada adequa as necessidades diárias do morado
Figura:3 Armazenamento - é uma possibilidade de adequação da proposta para quem necessita de mais opções de armazenamento. Submarino Cama de Casal de Madeira com 6 Gavetas Bali Meu Móvel de Madeira – Caramelo.
Ocupação
Modo dormir
Modo estar
Modo escritorio e jantar
O ESPAÇO DA SALA DE AULA NO ENSINO FUNDAMENTAL I NO BRASIL
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC BACHARELADO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I, 2020_1 MARIA ELISA GRAGNANI ORIENTADOR: JOÃO YAMAMOTO
O trabalho investiga o espaço da sala de aula de ensino fundamental I (de 6 a 11 anos) no Brasil e os seus padrões de organização e uso, a fim de propor um espaço interativo, democrático e que possa influenciar positivamente no desenvolvimento dos alunos.
ABORDAGENS PEDAGÓGICAS...
Padrão de sala de aula utilizado na maioria das escolas brasileiras
Para isso, foram levantados estudos sobre abordagens pedagógicas que adotam o espaço como uma ferramenta no aprendizado.
Pedagogia Waldorf Ambiente acolhedor, contato com a natureza, desenvolvimento da criatividade
EXPERIMENTAÇÕES PROJETUAIS... Foram feitos experimentos com a modificação de arranjos de mobiliário existente e a proposição de novas tipologias e conceitos de espaço, aumentando o repertório para o início do projeto.
Pedagogia Construtivista Experimentações, interação, liberdade
Método Montessori Independência da criança, mobiliário acessível
CENTRO CULTURAL BELMIRA MARIN
Terreno – Grajaú SP IMPLANTAÇÃO
Frente do terreno - Av. Belmira Marin
Fundos do terreno – Rua Elísia
- “ Sou contra ver a arquitetura somente como um projeto de status. Estou em desacordo com o meu querido amigo Kneese de Mello, quando diz que os predreiros não devem fazer arquitetura. Acho que o povo deve fazer arquitetura.” Lina Bo Bardi “ Lina por escrito”
IMPLANTAÇÃO FACHADA LESTE PRAÇA X AV. BELMIRA MARIN
O centro cultural Belmira Marin é para o povo e pelo povo da periferia.
IMPLANTAÇÃO FACHADA OESTE RUA ELÍSIA X GARAGEM DE ÔNIBUS
VISTA FACHADA LESTE PRAÇA DOS ESTUDANTES
Rua Elísia – fundos do terreno
Rua Antônio José Escudeiro Praça dos estudantes VISTA FACHADA SUL
Autor : Paula Prado Orientador: Nelson Ursi
CIDADE COMO CAMPO DE EXPERIMENTAĂ&#x2021;Ă&#x192;O
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ReferĂŞncias prĂŠvias para expografia
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Locais possĂveis
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Centro UniversitĂĄrio Senac Santo Amaro Arquitetura e Urbanismo - 9ÂşA Trabalho de ConclusĂŁo de Curso I Discente: Tatiana S. Nakashima Orientador: Nelson Jose Urssi
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
VANESSA DOS SANTOS DE JESUS Orientador: prof. Me. João Yamamoto.
Mobiliário artesanal O presente trabalho procura apresentar a relação entre artesanato e design de mobiliário, com atenção à sua produção moderna e contemporânea, implementando o uso de diversos materiais, técnicas e processos de produção, atribuindo as expressões, as relações regionais e aos novos paradigmas ambientais. Busca desenvolver o projeto de um conjunto de modelos levando em conta os elementos observados, tanto no processo de projeto, como na sua produção, a diferença de expressão do processo artesanal em relação ao industrial. A proposta desta pesquisa partiu da inspiração de primeira instância da arquiteta Lina Bo Bardi, junto de outros arquitetos citados, de encontrar caminhos que aproximassem o design ao artesanato, com o propósito de valorizar o processo de produção manual. A estruturação do trabalho nesta primeira fase proposta, se dá ao Design Centrado na produção manual, com relevância a compreensão do processo em seu conjunto, todavia possibilitando melhores decisões projetuais. Consequentemente o desenvolvimento desse trabalho difunde-se da interação do Design no Artesanato, visto que por meio dessa junção, o caminho à valorização do produto feito à mão.
acervo pessoal
acervo pessoal
Lina Bo Bardi Cadeira dobrável de madeira e Couro.
https://blogdaarquitetura.com/wpcontent/uploads/2016/03/cadeiras_05 _blog-da-arquitetura.jpg?x65176
Domingos Tótora Poltrona Leira
: https://memobrasil.com/wpcontent/uploa ds/2018/04/leira-totora-768x512.jpg
acervo pessoal
Carlos Motta Cadeira São Paulo
http://carlosmotta.com.br/design/wpcontent/thumb/timthumb.php?src=/wpcontent/blogs.dir/2/files/2012/03/Cadeir a-SP-assento-branco-frente.jpg
Sergio J. Matos Cadeira cobra coral
http://3.bp.blogspot.com/Q3zZm9IQ_6s/VuBrcy59 YAI/AAAAAAAAB64/1OJ 9CFRFGXM/s1600/Cadei ra%2BCobraCoral20.jpg
pranchas conceito
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
TCC 1
L6
Lasègue unidade terapêutica FAU | PRANCHA CONCEITO | TCC 01 ORIENTADOR | PROF. MAURÍCIO M. PETROSINO ALUNA | ARIANE LOPES OBJETIVOS
• • •
Promover a integração do paciente no ambiente da unidade e com outros usuários; Aumentar o número de leitos públicos disponíveis; Oferecer tratamento humanizado; Projetar um edifício acolhedor.
JUSTIFICATIVA A configuração de um espaço arquitetônico atua no comportamento humano, uma vez que a percepção sensorial do mesmo culmina em reações sobre o indivíduo. Um espaço estruturado, que atenda todas as necessidades dos pacientes e que, ainda sim, seja acolhedor, promove o bem-estar e segurança para que estes usuários resgatem sua autonomia e possam se recuperar mais rápido.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
•
PSYCHIATRIC HOSPITAL BALLERUP
OKURAYAMA APARTMENTS
Pousada
Recanto Águia O presente trabalho propõe uma nova solução para um terreno e uma casa existente localizados em São Lourenço da Serra. A proposta inicial se baseia em transformar os ambientes em uma pousada charmosa e aconchegante, com chalés e áreas de lazer próximos a natureza atribuindo um estilo rústico, acolhedor e moderno. Aluna: Julia Resende Rocha | Orientador: Marcelo Suzuki
Projeto de Arquitetura –Residência Unifamiliar Bioarquitetura Conceito
Benefícios
Bioarquitetura é a arte de projetar que tem por primícias o respeito e harmonia com o ecossistema em que será inserida, não deixando de lado o conforto, beleza e funcionalidade da edificação.
Se tem por inúmeras vantagens a aplicação dos conceitos da bioarquitetura na construção. Podendo ter por ponto de partida em sua construção a diminuição no uso racional de recursos naturais, na geração de resíduos, menor interferência no solo e ajuda na economia local. Na sequência, uma casa mais saudável, que não se utiliza de materiais que emitem contaminantes ao meio ambiente e usuário. Que permite a interação com a natureza que a cerca.
Proposição A proposta consiste em um projeto de arquitetura residencial unifamiliar, com a aplicação dos conceitos da bioarquiteura. O terreno escolhido está localizado em Embu das Artes um município da Região Metropolitana de São Paulo, na Microrregião de Itapecerica da Serra, no estado de São Paulo, no Brasil. Dados do terreno: -Terreno: 500m² | 20 frente x 25 profundida -Taxa de ocupação: 0.70 -Coeficiente de aproveitamento: 1,00 -Zoneamento: Residencial, comercial e serviço. -Vento dominante NO.
Características da Bioarquitetura
Integração com o entorno
Senac
Ventilação e Insolação natural
Arquitetura e Urbanismo
Materiais ecológicos
Michael Vinicius de Lima
Fonte de energia renovável
Aplicação da Permacultura
Orientador Mauricio Petrosino
01/01 TCC 1
Esta revista foi produzida em junho de 2020 pelo ARQLAB, com as famĂlias tipogrĂĄficas Arial, Cambria e Futura.
2020