Semestrário 2020 | 01 - v. 5 n. 10 - 2020

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Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo Centro Universitรกrio Senac

V. 5, N. 10 - 2020

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Centro Universitário Senac, ARQLAB Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo SENAC - Volume 5 número 10. Semestrário ARQLAB 2020|1. Centro Universitário Senac - São Paulo (SP), 2020. 412 f.: il. color. ISSN: 2675-2247 Editores: Ricardo Luis Silva, Valéria Cássia dos Santos Fialho Registros acadêmicos (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2020. 1. Divulgação Acadêmica 2. Produção discente 3. Anuário 4. Graduação 5. Arquitetura e Urbanismo I. Silva, Ricardo Luis (ed.) II. Fialho, Valéria Cássia dos Santos (ed.) III. Título

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC REVISTAS DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO SENAC v. 5 n. 10 SEMESTRÁRIO ARQLAB 2020 | 1 REGISTRO DE DISCIPLINAS ISSN - 2675-2247 FICHA TÉCNICA: Coordenação de curso: Prof. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho Coordenação e edição do Semestrário : Prof. Dr. Ricardo Luis Silva Produção e organização: ARQLAB Projeto gráfico: Gabriel Serra Rodrigues Natasha Venegas Revisão do projeto gráfico edição 10 anos: Prof. Ms. João Yamamoto

CORPO DOCENTE BAU Ms. Ana Carolina Mendes Esp. Artur Katchborian Drª. Beatriz Kara Ms. Caio Faggin Ms. Carlos Ferrata Ms. Carlos Medeiros Ms. Dani Hirano Dr. Fabio Robba Dr. Gabriel Pedrosa Ms. João Yamamoto Drª. Jordana Zola Drª. Katia Pestana Dr. Lázaro Moura Ms. Marcella Ocke Dr. Marcelo Suzuki Ms. Marcelo Ursini Ms. Maria Stella Tedesco Ms. Mauricio Petrosino Drª. Milene Soares Ms. Moracy Amaral Drª. Myrna Nascimento Ms. Nathalia Cunha Dr. Nelson Urssi Dr. Paulo Barreto Ms. Paulo Magri Ms. Ralf Flôres Dr. Ricardo Dualde Dr. Ricardo Silva Ms. Rita Canutti Ms. Rodrigo Gutierrez Dr. Sérgio Matera Drª. Valéria Fialho Ms. Vinicius Fragata Dr. Walter Galvão


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> editorial

Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo Senac 2010|2020 - 10 anos! Demos início ao primeiro semestre letivo de 2020 recebendo um grupo de egressos de nossa primeira turma (2010|2014) para nossa Aula Inaugural. Este evento seria o primeiro de uma série de ações comemorativas (iniciadas já no final de 2019 com a realização do 10* Simpósio + Exposição Comemorativa – eventos registrados na nossa edição anterior) por conta da passagem dos 10 anos de existência do curso do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Porém, veio a pandemia e tivemos que nos reinventar. Devido à emergência sanitária e à necessidade do isolamento social tivemos que nos adaptar (instituição, alunos e professores) ao ensino remoto e o mês de março foi marcado por reuniões, discussões, questionamentos, mas, sobretudo, pelo engajamento de todos envolvidos para chegarmos ao melhor modelo possível, sem interromper a trajetória de aprendizado de nossos alunos. Foi um semestre difícil e desafiador, mas produtivo e, sim, memorável! Reaprendemos a aprender, reaprendemos a ensinar e sobretudo, reaprendemos a partilhar. O engajamento e a conexão criados neste período certamente deixarão marcas em todos. Transformamos o espírito de comemoração do início do semestre em parceria e resiliência e superamos o desafio, como podemos perceber ao percorrer o relato das disciplinas ofertadas no semestre, registrados nesta edição, na qual deixamos o formato mais indiciário da edição passada abrindo mais espaço para a apresentação e reflexão dos resultados obtidos. E se tínhamos motivo para celebrar antes, estes só foram reafirmados. E é por isso que este número é tão especial ! E, por isso, celebramos nossa trajetória na Seção Memória, com 8 textos especiais de docentes do curso refletindo sobre a vivência acadêmica de cada um durante estes anos.


E encerramos o número inaugurando uma nova seção especial, na qual um docente do curso assume a edição e apresenta uma série de artigos de convidados. Neste número, a Profª. Drª. Beatriz Kara José nos apresenta 4 artigos de autoria de Ermínia Maricato e Paolo Colosso, Rosana Denaldi e Flávia Feitosa, Talita Gonsales, Lizete Maria Rubano e Antonio A. Fabiano Junior, fruto da colaboração e participação destes colegas na nossa 4* Semana de Arquitetura e Urbanismo. 10 anos de curso, 19 turmas ofertadas, 10 turmas formadas, 400 TCCs apresentados, 10 Simpósios, 4 Semanas de Arquitetura, 34 docentes, 280 alunos matriculados em 2020 _ 1, 400 páginas destes semestrário... Os números não conseguem contar nem uma pequena parte desta aventura ! O aprendizado continua e que venham mais 10 anos desta preciosa parceria. Os editores

// Nota sobre as imagens: As figuras de referência das disciplinas são de domínio público e os registros dos trabalhos e atividades foram cedidos pelos autores (alunos e professores).


>índice

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1º período (matutino e noturno) construção geométrica da forma desenho de observação física aplicada à arquitetura história da arte (matutino) história da arte (noturno) projeto de arquitetura: abrigo (matutino) projeto de arquitetura: abrigo (noturno) projeto integrador 1: teorias de cidade 3º período (matutino e noturno) computação gráfica aplicada: representação bidimensional desenho do objeto: mobiliário e interiores (matutino) desenho do objeto: mobiliário e interiores (noturno) desenho urbano: loteamento (noturno) história da arquitetura moderna padu 3 - projeto de arquitetura: habitação multifamiliar + desenho urbano: loteamento (matutino) projeto integrador 3: leituras urbanas resistência dos materiais aplicada às construções topografia, cartografia e geoprocessamento (matutino) topografia, cartografia e geoprocessamento (noturno)

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4º período arquitetura brasileira computação gráfica aplicada: representação tridimensional modelos tridimensionais aplicados ao projeto dopadu 4 - projeto de arquitetura: escola + desenho urbano: bairro + desenho do objeto: mobiliário urbano projeto itegrador 4: utopias urbanas sistemas estruturais

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5º período apresentação e finalização arquitetura contemporânea conforto ambiental desenho urbano: operações urbanas mecânica dos solos e fundações paisagismo: local projeto de arquitetura: equipamento cultural projeto integrador 5: patrimônio, teorias e conceitos

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6º período comunicação imagem paisagem luminotécnica paisagismo: regional planejamento urbano: estatuto da cidade / plano diretor projeto de arquitetura: equipamento cultural e patrimônio projeto integrador 6: patrimônio, práticas e intervenções teoria da arquitetura: método e projeto

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7º período atelier de modelagem cenografia instalações prediais: elétrica instalações prediais: hidráulica planejamento urbano: regional projeto espaço objeto projeto de arquitetura: edifício multifunção projeto integrador 7: fluxos _ mobilidade


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9º período bim - modelagem da informação da construção // eletiva desenvolvimento sustentável: desafios e perspectivas para as cidades // eletiva trabalho de conclusão de curso - tcc 1

245

10º período pesquisa aplicada trabalho de conclusão de curso - tcc 2

memória aulas inaugurais | aulas magnas - 10 anos de aprendizado e troca de experiências! profª. drª. valéria dos santos fialho

cidade enquadrada

profª. drª. jordana alca barbosa zola

desenhos da cidade

prof. dr. lázaro elizeu moura

263 271

didática como experimentação: invenção, intervenção e cognição. da primeira aula ao tcc, 10 anos de docência no curso de arquitetura e urbanismo do senac-sp profª. drª. myrna de arruda nascimento

293

255

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lar - laboratório de arquitetura responsável: retrospectiva 2014-2020 profª. ms. marcella de moraes ocke müssnich

305 313

maquetes coletivas do bacharelado em arquitetura e urbanismo do senac-sp prof. ms. paulo h. gomes magri

o professor e seus professores: da sala de aula para o mundo, somos todos interatores prof. ms. ralf j. castanheira flôres

321 331

(re)conhecendo brasília com o senac - estudando os espaços construídos prof. ms. maurício miguel petrosino

semanas de arquitetura e urbanismo senac 2016|2020 profª. drª. valéria dos santos fialho

seção especial de artigos com autores convidados profª. drª. beatriz kara josé (org.)

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balanço e perspectivas sobre a crise urbana ermínia maricato e paolo colosso

a produção da informação para planejar a intervenção em assentamentos precários – o caso da região do grande abc rosana denaldi e flávia feitosa

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338 355

experiências em pesquisa-ação no planejamento urbano: resistindo à processos de remoção forçada talita anzei gonsales

387

luz de dentro: trabalho empírico e teoria de projeto lizete maria rubano e antonio a. fabiano jr.


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CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA​ da forma ​

DESENHO​

de observação ​ ​

FÍSICA​

aplicada à arquitetura​ ​

HISTÓRIA​ da arte ​

PLÁSTICA​

e expressão ​

PROJETO DE ARQUITETURA:​ abrigo​ ​

PROJETO INTEGRADOR 1:​ teorias de cidade

período


> CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA​ da forma

prof. ms. dani hirano //

A Construção “do Espaço” A construção da FORMA na arquitetura, independentemente de sua escala - desde um mobiliário milimétrico, a uma cidade quilométrica é fundamentalmente definida a partir das diferentes estratégias projetuais de organização e construção física de um ESPAÇO VAZIO. Existem diversas ferramentas, técnicas e metodologias que auxiliam este processo de construção do espaço e da forma, onde o DESENHO aliado ao manuseio adequado e controle GEOMETRICO é parte fundamental para a materialização de uma ideia até que se torne um OBJETO no espaço que permita uma adequada e respeitosa ocupação do homem ao respectivo meio de inserção. A INSTRUMENTALIZAÇÃO básica (1) para esta materialização da forma se inicia com o manuseio de ferramentas fundamentais do desenho com o uso e expressão do lápis-grafite manipulado a mão, com ou sem o suporte (esquadros, compasso e etc.). A construção do desenho, também está diretamente relacionada com a escala e proporção do corpo humano, sendo considerado cada vez mais a diversidade e a adaptabilidade universal do espaço, tendo como referência de proporcionalidades não mais as colunas e construções gregas ou antigas, mas sim as obras e equipamentos de nosso cotidiano e convívio local diário (2). Em um segundo momento, após o início do isolamento social estabelecido todo o centro universitário e todos alunos já “preliminarmente alfabetizados” com as técnicas iniciais, foi iniciado um processo de produção e exercício de modelagem de diferentes modelos geométricos, iniciando com os SÓLIDOS GEOMÉTRICOS (3) construídos através de modelos físicos (maquete de papel simples) sendo reconstruídos digitalmente (4) com a devida precisão e proporção. A partir destas duas bases construídas, o físico e o digital, para facilitar a visualização e compreensão do “sistema mongeano”, inicia-se a compreensão e o desenvolvimento dos abstratos, mas fundamentais desenhos de representação através das

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// escala - eliane estanqueiro //


projeções ortogonais (5). Tendo conhecimento destas ferramentas básicas e complementares de desenho, foram então desenvolvidos outros exercícios de modelagem utilizando diferentes técnicas de construção e concepção de espaço vazio: um através da SUBTRAÇÃO DE UM VOLUME SÓLIDO (6), e outro exercitando a construção do vazio pela DISTRIBUIÇÃO DE VARIOS VOLUMES (7). Ambos exercícios focam no desenvolvimento da construção do espaço/ vazio através de diferentes estratégias projetuais sendo também introduzidas e adquiridos conhecimentos técnicos de representação simples de desenhos em CORTE (8), ELEVAÇÕES (9)e PERSPECTIVAS isométricas, cavaleira e militar (10). Ao fim a base da LINGUAGEM ARQUITETÔNICA foi introduzida, experimentada e aflorada, sendo um dos passos iniciais para a construção da arquitetura.

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// sólidos - bruna numakura // composição volumes vanessa de oliveira //

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// perspectivas - heloisa soares / giovanna ramalho / francini melo / melissa frança / leticia montemagni // linguagem arquitetônica //

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> DESENHO​ de observação​

prof. dr. lázaro elizeu moura //

Aulas práticas sobre o desenho de observação e interpretação utilizando referências tridimensionais, tais como objetos, estruturas arquitetônicas, detalhes de ambientes internos e espaços abertos. Representações de áreas externas e paisagens. Desenhos de figura humana enquanto escala no espaço e na composição. As aulas iniciaram no ano de 2020 com a presença de professor e alunos(as) em salas tradicionais. A partir do momento em que foi necessário o isolamento social, decorrente da Pandemia do Corona Vírus, as atividades acadêmicas foram transferidas para aulas virtuais. Isto teve início em 17 de março de 2020. A partir desse momento os alunos acessaram seus computadores e os trabalhos foram desenvolvidos com orientações do professor por meio de câmeras digitais.

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Ao se iniciar o trabalho em sistema de home office foi necessário encontrar metodologias que facilitassem o entendimento das propostas e a possibilidade em se realizar os trabalhos em ambientes domésticos. Para tanto o professor orientou seus alunos(as) a buscaram referências tridimensionais, dentro de suas casas, que fossem próximas aos utensílios, objetos e detalhes internos usualmente representados no curso de Arquitetura. O curso de desenho utilizou algumas imagens digitais para auxiliar na reflexão de elementos gráficos com foco em estudos sobre a perspectiva, proporcionalidade e volumetria. Alunos(as) compreenderam os princípios técnicos, sob esse ponto de vista, realizando desenhos com composições que envolveram as técnicas do desenho e da interpretação sobre formas e estruturas. A conclusão desse modelo de trabalho, embora com seus obstáculos e limites, foi acima da expectativa. Naturalmente que a aula presencial tem um aspecto técnico e de fácil compreensão, considerando a presença de professor e alunos(as), no entanto o esforço e a dedicação de todos repercutiram num resultado satisfatório.

// vitoria milheiro // bianca m b santos //

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// bruna arissa // melissa frança // bruna arissa //

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As aulas virtuais proporcionaram uma autonomia, por parte do desenvolvimento dos alunos(as), aumentando a credibilidade em si mesmos. Muitas vezes o professor percebe que os estudantes se mantêm na condição confortável ao serem orientados em todas as atividades propostas. Quando a presença física do professor não acontece, os alunos(as) necessitam alcançar uma capacidade independente para concluir as atividades propostas. Desta maneira as aulas virtuais serviram como estímulos para aqueles que se dedicaram e procuraram soluções alternativas para apresentar os exercícios de forma competente. Sobre esse período inusitado de aprendizagem e desenvolvimento gráfico, por meio da linguagem do desenho e da interpretação, os desenhos anexados ilustram e comprovam a eficácia da participação dos alunos(as) no curso de Arquitetura durante o ano de 2020/1.

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// bruna numakura // eliane estanqueiro // larissa gonรงalves // bruna arissa // melissa franรงa // melissa franรงa //

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prof. ms. paulo h. gomes magri //

> FÍSICA ​ aplicada à arquitetura​

A disciplina Física aplicada à arquitetura teve como conteúdo os sistemas estruturais básicos e, como de costume, no primeiro mês estudamos os fenômenos físicos envolvidos nos sistemas estruturais básicos e passamos a desenvolver um exercício de treliças planas. Em 18 de março estávamos desenvolvendo o exercício e fomos surpreendidos pela quarentena devido à pandemia da Covid-19 e passamos a adotar as aulas em modo remoto. Frente a este desafio, determinamos o aprofundamento aos sistemas estruturais básicos em modo de videoaulas e exercícios propostos via Blackboard. Desta forma pudemos abordar as questões sobre cabos, arcos, vigas de alma cheia, vigas vierendeel, pilares e treliças planas, considerando um primeiro bloco avaliativo, no qual os alunos executaram maquetes improvisadas com materiais que encontrassem disponíveis em suas casas. Em um segundo bloco avaliativo, abordamos as associações entre sistemas estruturais e as treliças espaciais. Para a associação entre sistemas, foi proposto um exercício no qual o aluno deveria identificar o tipo de associação a partir de imagens pré-selecionadas pelo professor. Para iniciarmos os estudos de treliças espaciais, propusemos a construção de um dodecaedro com canudos, permitindo o domínio espacial pelos alunos. O último exercício proposto foi a execução de uma maquete de um trecho de uma treliça espacial na escala 1:100. Este exercício permitiu que utilizassem como matéria-prima materiais disponíveis em casa, o que fez com que surgissem maquetes feitas com cotonetes, palitos de fósforos, jornal enrolado e o tradicionalmente utilizado palito de madeira (churrasco ou algodão doce). Todas as aulas tiveram atendimento on-line no horário previsto da aula, momento em que o professor fez explicação dos elementos construtivos, materiais e associações possíveis entre eles, orientou sobre os trabalhos e esclareceu as dúvidas dos alunos. Turma do período da manhã BAUCAS1MA (aula 1226) - apenas uma aluna de um total de 34 alunos não entregou os trabalhos propostos. Turma do período da noite BAUCAS1NA (aula 1234) - apenas um aluno de um total de 21 alunos não entregou os trabalhos propostos.

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// figuras 1 e 2 - lucas chausse lima //

CABO - Utilizando materiais improvisados, faรงa uma maquete de um sistema de cabo e indique o tamanho da flecha.

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VIGA DE ALMA CHEIA - Utilizando materiais improvisados, faça uma maquete contendo uma viga de alma cheia. Fotografar e indicar a força cortante, momento fletor e tensões envolvidos.

// bianca monteiro de barros dos santos // associação contínua cabo x viga de alma cheia breno vieira bogoni //

Baseando-se no terceiro capítulo do livro “A concepção estrutural e a arquitetura”. (Rebello, Y.1996) - disponível no link “Biblioteca”, cite um exemplo com foto para cada uma das situações abaixo:

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// figuras 5, 6 e 7 - bianca monteiro de barros dos santos // TRELIÇA - Fazer o dodecaedro de canudos e fotografar. (vídeo explicativo disponível no link “aulas”). Calcular a área e o volume de acordo com arquivo disponibilizado no link “aulas” (análise do dodecaedro).TRELIÇAS ESPACIAIS - Foi proposto que os alunos lessem determinadas páginas do livro do Yopanam Rebello, 1996. A partir das informações do livro e de dados passados via blackboard, os alunos deviam executar um trecho de treliça espacial na escala 1:100.

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// treliça marcell // treliça // treliça //

feita com palitos de algodão doce – fernando fernandes feita com cotonetes – larissa rua gonçalves feita com jornal enrolado – fernanda kalenik

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// matutino

> HISTÓRIA​ da arte

// figuras 1, 2 e 3 - páginas do caderno digital de leticia montemagni pereira sobre o exercício “visita virtual” ao acervo e à exposição temporária de um museu //

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profa. dra. myrna de arruda nascimento //

Estudamos a produção artística desde seus mais remotos vestígios na civilização, o que significa resgatar manifestações pré-históricas e discutir o significado de Arte em distintos contextos e abordagens, desde o primeiro dia de aula. O período tratado no curso ministrado no primeiro semestre abrange uma ampla gama de exemplos, conceitos, técnicas e procedimentos construtivos de objetos artísticos, que se estende até os dias atuais. Discute-se na disciplina o campo de conhecimento da arte e da cultura material, explorando elementos que manifestam a dimensão social, humana, cognitiva, e comunicacional dos fenômenos artísticos. Essa reflexão, presente em todas as aulas e, por vezes, oferecida aos alunos como forma de participação ativa e interativa, pretende estimular a compreensão da importância dos meios de representação para comunicar ideias e intenções, associando os procedimentos de criação em arte com a especulação criativa. A experiência com a diversidade de produções artísticas que, no período da pandemia, também se traduziram em uma série de iniciativas e providências para manter o mercado e a produção cultural ativa, permitiu a proposição de novos exercícios na disciplina , mencionados abaixo, entre eles o exercício de “visita virtual” a acervos permanentes e exposições temporárias, oferendo aos alunos a oportunidade de conhecer a diferença entre esses conceitos e vivenciar uma nova experiência de aprendizado.(Figuras 1 , 2 e 3) Os alunos, como de hábito em todas as turmas que cursaram a disciplina, registraram o conteúdo ministrado no caderno digital, entregue no final do curso de História da Arte, na forma de anotações das aulas, no qual também incluíram os exercícios


VISITA VIRTUAL AO MUSEU

ART INSTITUTE OF CHICAGO

O MUSEU O Museu Art Institute of Chicago (AIC), localizado em Chicago, Illinois, no Grant Park, nosEstados Unidos, foi fundado em 1879 e é conhecido por abranger um acervo de obras impressionistas. OBRA DO ACERVO “Nightlife” de Archibald John Motley Jr. (1891-1981) , 1943, óleo sobre tela91.4 × 121.3 cm O artista é conhecido por representar a vibração da cultura Afro-americana. Em Nightlife, ele descreve um cabaré cheio, no Sul de Bonzeville, com pessoas sentadas ao redor das mesas e no bar, e também dançando e bebendo. A obra é representada com cores vivas, buscando expressar a vivacidade da cena.

VISITA VIRTUAL AO MUSEU

ART INSTITUTE OF CHICAGO

OBRA DA EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA Exposição - “Bauhaus Chicago: Design in the City” Obra - “Chicago”, de Harry Callahan (1912-1999), 1948, fotografia 24.4 x 19.4 cm Harry Callahan foi conhecido por suas fotografias e por ser educador pelo Instituto de Design e pela Escola de Design de Rhode Island. O artista captava inúmeras fotos por dia; entre elas, retratos de sua esposa e temáticas urbanas.

VISITA VIRTUAL AO MUSEU

ART INSTITUTE OF CHICAGO

A EXPOSIÇÃO A renomada escola Bauhaus de ensino progressivo do design, que foi fechada pelo regime nazista, fora restaurada após a Segunda Guerra Mundial, quando vários designers e educadores deixaram a Europa e foram para Chicago, assumindo posições na New Bauhaus, mais tarde no Institute of Design (ID) e no Illinois Institute of Technology (IIT). Sendo assim, os ideais de vanguarda da Bauhaus ao meio-oeste americano foi proposto, e também traduzidos nos espaços, materiais e indústrias urbanas da região. Portanto, a exposição pretende celebrar esse momento de tradução, em que instrutores e estudantes do ID e IIT adaptaram métodos de design e estética da Alemanha para os Estados Unidos. Estruturada em torno de temas e oficinas educacionais importantes, como luz, materiais e abrigo, a exposição reflete dinamicamente a natureza do ensino de design no estúdio, na cidade e nos espaços de produção, destacando o legado contínuo da Bauhaus em Chicago e em torno o mundo.

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realizados, e postados individualmente no Blackboard. As aulas expositivas são desenvolvidas com solicitações à reflexão e participação dos alunos, e, no caso das aulas online isso se manteve, seja pela manifestação dos alunos por microfone ou pelo chat, por escrito. Dentre os exercícios propostos como alternativa ao modelo online, estão: 1. Arte em tempos de Corona Vírus – a partir das primeiras conversas sobre novos procedimentos e cuidados com o início da pandemia, os alunos fizeram intervenções com desenhos e montagens nas obras de arte dos períodos estudados, refletindo criativamente sobre as recomendações da OMS (Figuras 4,5 e 6); 2. O que eu vejo e o que eu aprendo, exercício que solicita ao aluno comentar o que percebe em uma obra de arte à primeira vista, e depois de pesquisar sobre ela na Internet ampliar essa percepção com novas informações sobre a obra (Figura 7); 3. Pesquisa sobre Iluminuras; 4. Visita virtual a Museu(s): seleção de uma obra de acervo e de uma obra de exposição temporária, para apresentar dados técnicos da obra e comentar sobre sua relevância; 5. Desenvolvimento do Caderno Digital desde o primeiro ao último dia de aula. (Figuras 8, 9 e 10)

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// carolina alves // isabele de souza martins // ygor dantas cruz //

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e so uma gripezinha!

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O que vejo, o que aprendo Eu percebo nesta obra um enorme contraste cromático entre o lado direito e o lado esquerdo da obra. Enquanto no lado esquerdo há uma predominância de cores quente, no direito, há uma maior presença de cores frias. Eu aprendi que a obra foi pintada enquanto Van Gogh visitava o sul da França, no mesmo período em que pintou Noite estrelada Sobre o Ródano e Quarto em Arles. O artista não utilizou a cor preta na pintura, apesar de ser uma cena noturna,, pois, para Van Gogh, “a noite é mais rica em cores do que o dia”, o que explica o contraste cromático que observei anteriormente. Além disso, aprendi que o conhecido céu estrelado do pintor apareceu pela primeira vez nesta obra. The Cafe Terrace Van Gogh 1888

// larissa ordoñez de salles maciel // capa do caderno digital de vitoria cacerez milheiro // figuras 9 e 10 - páginas do caderno digital de sara carvalho de souza // Anjo caído (1868) Alexandre Cabanel Imagem em recorte

HISTÓRIA DA ARTE Vitória Cacerez Milheiro

Professora: Myrna Nascimento Arquitetura e Urbanismo, 1° semestre de 2020.

Centro Universitário Senac

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NEOCLÁSSICO séc XVIII

Na arquitetura os edifícios grandiosos; na escultura a representação fiel do corpo com realismo psicológico, e na pintura o formalismo, racionalidade, harmonia e equilíbrio.

1,55 m x 1,68 m

Psique Reanimada pelo Beijo do Amor Museu do Louvre, Paris, França

Escultura em mármore de Antonio Canova

DADAISMO

• Originário em Zurique, no ano de 1916, é considerada a mais radical das vanguardas. Tem como proposta o fim da estética e a desvinculação daquilo que se entendia como arte até o momento.

“Esta é a cor dos meus sonhos”, Joan Miró Coleção privada

1925

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A disciplina de história da arte do primeiro semestre do curso noturno estava inicialmente prevista para se desenvolver alternando aulas expositivas temáticas e seminários apresentados em dupla sobre artistas brasileiros contemporâneos. Ao final do curso, em novas duplas, cruzando os artistas pesquisados anteriormente, os alunos fariam uma prova. Os temas de aula, como na edição anterior, foram: 1 - incertezas; 2 - narrativas; 3 - discurso; 4 - as coisas mesmas; 5 - maneiras; 6 - gesto; 7 forma pura; 8 - espaço; 9 - o teatro do mundo; 10 movimento. As aulas partiam de obras paradigmáticas das vanguardas e neo-vanguardas do século XX, e a partir delas desenvolviam livremente sua questão central com idas e vindas cronológicas que buscavam estimular reflexões críticas sobre linguagem, mas, sobretudo, sobre o lugar da arte na cultura e na vida. Se o distanciamento social, por um lado, afetou pouco as aulas expositivas, por outro inviabilizou o desenvolvimento em dupla dos trabalhos iniciais, bem como as apresentações, que se tornaram individuais. Com isso, os seminários foram substituídos por entregas das apresentações acompanhadas de textos explicativos. Outra mudança de forma de avaliação foi a substituição da prova final por um trabalho escrito. A alteração dos seminários, mesmo tendo sido disponibilizados posteriormente para a sala, prejudicou seu papel de construção de um panorama coletivo sobre parte da produção recente, é certo. No entanto, a pesquisa bibliográfica e a produção textual foram valorizadas. O trabalho final mostrou-se uma forma de avaliação muito mais acertada para o curso que a prova desenvolvida para a edição anterior, pois, ainda que as questões quase não tenham mudado e que já houvesse consulta na prova, o tempo de preparo foi decisivo para que as comparações que estruturam a avaliação final fossem mais bem desenvolvidas. No primeiro item do trabalho, os alunos desenvolveram análises comparativas de obras (ou séries) dos artistas que tinham estudado para os seminários; no segundo, fizeram novas análises, desta vez comparando obras de cada um dos artistas estudados com obras de artistas apresentados nas aulas expositivas; no último item deste trabalho, os alunos situavam uma obra de cada um dos artistas trabalhados anteriormente em alguma das aulas expositivas, justificando sua escolha. A seguir destaco algumas das comparações desenvolvidas nos itens 1 e 2 das entregas finais.

> HISTÓRIA​ da arte // noturno

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// ex.1 débora fernandes: a denúncia, e a enorme variação de linguagem possível dentro dela, em rebelião dos animais (1973), de nelson leirner, e uma foto sem título da série maciel (1979), de miguel rio branco //

/ e f p s c e o l c b /

prof. dr. gabriel pedrosa pedro //


// ex.1 larissa gonçalves: feminismo e ativismo político na dimensão simbólica de elementos cotidianos. obras: exposição eat-me – a gula ou a luxúria (1976), de lygia pape; e livro de carne (1978), de artur barrio //

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// ex.1 melissa franรงa: o perigo sussurrado e o gritado, melancolia e elogio, duas formas muito distintas de tratar um tema: o perigoso (1992), de leonilson; e real people are dangerous (2008), de carmela gross // // ex.1 vanessa de oliveira: as tramas (tri ou bidimensionais) configurando os espaรงos em dengo (2010), de ernesto neto; e armadilha fantรกstica (2007), de regina silveira //

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// ex.2 débora fernandes: o forte discurso político nas colagens de ascendência pop de nelson leirner e bansky, em assim é se lhe parece (2003) e napalm (2004) // ex.2 larissa gonçalves: a passagem do bi para o tridimensional e a interação com o público em livro da criação (1960), de lygia pape, e na série bichos (1960-65), de lygia clark // ex.2 melissa frança: os jogos de palavras e de sentidos da representação em a traição das imagens (1929), de rené magritte, e escada de emergência (2012), de carmela gross //

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// ex.2 vanessa de oliveira: que futuro teremos? respostas de bansky, em our future (2020), e de regina silveira, em brazil today (1977) //


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// matutino

prof. ms. moracy amaral e almeida

> PROJETO DE ARQUITETURA​ prof. // abrigo​

// colagem de estudo ex1.1 (espacialidade x vazio) //

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dr. sergio matera

A disciplina de introdução ao curso de Projeto está estruturada na prática de projeto através de estudos volumétricos e seus processos de projeto, dividida em três exercícios principais: espacialidade, estudo de caso e pesquisa. O exercício de espacialidade busca uma reflexão do processo de projeto através do desenvolvimento de um projeto de espacialidade livre e suas relações com o corpo humano. As etapas do exercício estão divididas em: EX.1.1 – espaço em corte / diagrama do cheio e do vazio; EX.1.2 – maquete


do espaço vazio em papelão, EX.1.3 – maquete do espaço vazio em argila, EX.1.4 – molde do espaço cheio em papelão, EX.1.5 – maquete da espacialidade em gesso. O exercício de estudo de caso EX.2, busca uma reflexão do processo de projeto através da utilização de um projeto de referência e seus desdobramentos no desenvolvimento de um projeto. O exercício de pesquisa visa uma introdução da pesquisa em projeto (Arquitetura x Espacialidade), a partir de obras de referência, que buscam auxiliar o aluno na construção da linguagem arquitetônica do desenho e sua leitura através dos temas articulados com o ESPAÇO: síntese do partido, espacialidade e luz, estrutura, circulação e cobertura. As atividades da disciplina de projeto 1 – PA1 / Abrigo foram realizadas através do ambiente virtual em web conferências, tanto para aulas expositivas de referências e pesquisa dos alunos, como em grupos de debates e avaliação das etapas de desenvolvimento. A disciplina incorporou a possibilidade de utilização de materiais reciclados no exercício EX.2 existentes nas casas dos alunos, como uma alternativa para a execução dos modelos de estudo. Assim cada aluno vem registrando através de imagens digitais seus processos e etapas de trabalho. No exercício EX.3, buscamos uma maior integração entre os alunos através do desenvolvimento do trabalho de pesquisa em grupo e suas orientações debatidas coletivamente no ambiente digital. As etapas do exercício EX.1 iniciada e finalizada antes da quarentena, propiciou uma aproximação entre os temas da disciplina, assim como uma reflexão dos processos de investigação do fazer arquitetônico através dos modelos tridimensionais e a representação de suas espacialidades. Os modelos de estudo e do processo de trabalho formaram assim uma exposição coletiva.

// figuras 2 e 3 - maquete final da espacialidade livre / ex1.5 // figuras 4 e 5 - maquete estudo de caso / ex.2 //

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Os alunos finalizaram todas as etapas do EX.2 – Estudo de Caso, apresentando as imagens que registram o processo de elaboração dos modelos de estudo individuais, enfatizando as etapas do processo e suas relações com estratégias projetuais, que definem suas espacialidades. Os trabalhos do EX.3 (Pesquisa em projeto), tiveram como resultado uma leitura coletiva dos projetos estudados, construindo uma interlocução entre os projetos através de um olhar analítico e crítico.

// figuras 6 e 7 - desenho pesquisa em projeto ex.3 //

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// figuras 8, 9 e 10 orientações / web conferência //

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> PROJETO DE ARQUITETURA​ abrigo​ prof. ms. caio luis mattei faggin //

// noturno

A disciplina de projeto de arquitetura combina dois objetivos centrais, iniciar no estudante a sensibilização para a relação do corpo humano com o espaço e instrumentá-lo para a diversidade de linguagem e escalas de representação do espaço construído. Para os exercícios propostos parte-se da ideia do abrigo essencial, cotado em suas dimensões para ter relação próxima com a escala do corpo, por uma jornada através da experimentação com modelos, em um processo iniciado na concepção da ideia, representação em croquis livres e posteriormente em desenho técnico instrumentado e então na criação de modelos em escala das propostas apresentadas, concebidas sempre tendo em conta as condicionantes do material utilizado na modelagem, que variou de gesso, cartão, papelão, escultura em sabão. Os estudantes tomam primeiro contato com as ações projetuais presentes em arquitetura, junção, justaposição, acoplamento, modelagem e modulação para criação do objeto construído e com esse a intrínseca criação do espaço arquitetônico.

// figuras 1, 2 e 3 desenhos de estudos para o abrigo //

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FRONTAL

LATERAL

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LATERAL DIREITA

A

Scanned by TapScanner

EM PERSPECTIVA

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// figuras 4, 5 e 6 - desenho e maquete de estudos para o abrigo //

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> PROJETO INTEGRADOR 1​ teorias de cidade prof. dr. ricardo luis silva //

O primeiro PI do curso, que ganha o cenário “Teorias de Cidade”, tem como premissa apresentar e desenvolver, juntamente com os alunos, uma pesquisa introdutória sobre os conceitos de cidade, considerando a presença do homem (indivíduo) e do coletivo nos espaços urbanos. Se estrutura em um convite à “olhar a cidade” e, perante a mesma, desenvolver a percepção espacial no contexto de toda sua complexidade inerente. Ao abordar a compreensão do ambiente urbano, do lugar, do público x privado e das possibilidades de leitura que esta paisagem polifônica oferece, a disciplina se debruça sobra as várias possibilidades de interpretação e apropriação contextualizada da cidade.

// figuras 1 a 18 - coleção de medianeras - ananda isaias paula // figuras 19 a 22 - ensaios “solidão” - bruna arissa, fernando marcell, karen mayumi, melissa frança // figuras 23 a 40 - coleção de personagens urbanos vitoria milheiro //

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Essa disciplina foi estruturada a partir de algumas premissas e métodos pedagógicos fundamentais e desencadeadores de toda e qualquer ação pontual dentro dela: as pedagogias do oprimido (1987) e da autonomia (1996) de Paulo Freire; o entendimento do corpo como receptáculo, catalisador e agenciador de experiências; a preferência pelo “aprender do estudante” ao invés do “ensinado pelo professor”; o saber heterogêneo amparado na subjetividade da vida humana; uma aproximação exploratória entre arte, ciência e conhecimento; a construção de ambiente para amplo debate e reflexões; preocupação constante com a intersubjetividade entre os estudantes; um exercício dialético entre o fazer e o pensar, sempre rebatidos em explorações de técnicas de representação tanto verbal como visual, sonora e/ou audiovisual. Mesmo com a chegada da pandemia do COVID-19, e nosso necessário distanciamento social e a adoção da quarentena, foi possível dar continuidade aos debates e reflexões acima elencados. Algumas dinâmicas pontuais foram revisadas e convertidas em ações virtuais temporárias, principalmente as tradicionais caminhadas exploratórias das “aulas peripatéticas” pelo centro da cidade. As alternativas encontradas, sempre parciais, foram o uso dos recursos imagéticos do Google Street View, onde os alunos puderam experimentar, mantendo pelo menos algum contato com o espaço urbano, as questões colocadas e debatidas nos encontros síncronos via plataforma digital.


Centro Universitário – Senac Arquitetura e Urbanismo – Noturno 1º Semestre

Ananda Isaías Paula

Coleção de Medianeiras

Projeto Integrador I – Teorias de Cidade Professor – Ricardo Luiz

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Apesar do ceticismo inicial das primeiras semanas de atividades remotas, os resultados apresentados pelos alunos foram bastante satisfatórios, dentro de suas restrições técnicas e operacionais exigidas de imediato. Vale destacar o exercício de arqueologia dos elementos ordinários e dos personagens urbanos cotidianos, “resgatados” via captura das imagens fornecidas pelo Google Street View.

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0

//


/

COMPUTAÇÃO GRÁFICA APLICADA ​: representação

bidimensional ​

DESENHO DO OBJETO:​ mobiliário ​

e

interiores ​

DESENHO URBANO:​ l o t e a m e n t o​ ​

HISTÓRIA DA ARQUITETURA​ moderna ​

PROJETO DE ARQUITETURA:​ habitação

multifamiliar ​

PROJETO INTEGRADOR 3:​ leituras ​

u r b a n a s​

aplicada

às

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS​ construções

TOPOGRAFIA, CARTOGRAFIA​

e geoprocessamento

período


> COMPUTAÇÃO GRÁFICA APLICADA:​ representação bidimensional Disciplina voltada para o desenvolvimento de desenhos bidimensionais, utilizando o software AutoCAD. O conteúdo da disciplina foi disponibilizado por meio de vídeo aulas (Blackboard e Youtube) e o acompanhamento foi feito via web-conferência e e-mail. Assuntos abordados: Instalação do software, Interface do software, configuração de layers e penas, inserção de imagens, controle de escalas, comandos para o desenvolvimento do desenho, blocos, hachuras, configuração de folha, plotagem e parametrização. Todas as aulas tiveram atendimento on-line no horário previsto da aula, momento em que o professor fez explicação dos recursos do software, orientou sobre os trabalhos e esclareceu as dúvidas dos alunos. Foi permitido o desenvolvimento do trabalho em duplas para suprir o atendimento aos alunos que não possuem meios de desenvolver o trabalho em casa. Projeto selecionado para desenvolvimento no semestre: Residência Marubá / Padovani Arquitetos Associados (2011) Campinas.

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prof. ms. paulo h. gomes magri //

// video-aula // web-conferência do dia 30 de março de 2020 // desenhos base da residência marubá //


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// implantação, cortes aa e cc, pavimento superior e pavimento tÊrreo giovanna hasimoto e matheus michelato //

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// modelos desenvolvidos pelos alunos braulo vitorino e raul scanavino //

> DESENHO DO OBJETO: mobiliário e interiores prof. ms. joão yamamoto //

// matutino

Com a disciplina Desenho do Objeto - Mobiliário e Interiores, busca-se construir a noção de que a linguagem do projeto se estrutura sobre a sintaxe dos materiais que emprega, criando, a partir de suas potências e limitações, as características formais e funcionais dos objetos construídos. Para isso, as propostas são elaboradas a partir de modelos físicos em escala. Na etapa inicial, trabalhamos com a experimentação de uma lógica construtiva dada (encaixes de planos rígidos - placas). A seguir, as peças obtidas são traduzidas para outros modos de construção (planos dobrados - chapas, e estruturas lineares - tubos), complexificando o raciocínio de projeto, que deve conservar um diálogo formal entre os três objetos, respeitando e explorando, porém, a especificidade de cada material e técnica. Por conta da pandemia e do necessário regime de isolamento social, a dinâmica da disciplina foi profundamente afetada. Sendo baseada na experimentação material e no diálogo entre alunos e professor através da manipulação dos modelos testando e intervindo diretamente nos experimentos realizados - foram necessárias algumas adaptações à comunicação por videoconferência, demandando por parte dos alunos o registro fotográfico semanal do trabalho realizado e, por parte do professor, a construção de pequenos modelos para ilustrar determinadas questões de estrutura ou de montagem.

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> DESENHO DO OBJETO: ​ mobiliário e interiores​ // noturno

Nesta primeira oferta da disciplina desenho do objeto – mobiliário e interiores no período noturno, seguimos com o trabalho desenvolvido ao longo destes dez anos inicias de curso matutino, buscando construir a noção de que a linguagem do projeto se estrutura sobre a sintaxe dos materiais que emprega, para criar, a partir de suas potências e limitações, as características formais e funcionais dos objetos construídos. Esta compreensão gerou exercícios que se desenvolvem quase exclusivamente por meio da elaboração de modelos físicos, deixando à representação bidimensional apenas alguns aspectos secundários de projeto e informações para a apresentação dos trabalhos que os modelos físicos em escala não permitem elaborar ou mostrar com clareza. Esta centralidade do modelo físico na elaboração dos projetos e nas discussões coletivas e atendimentos foi o grande desafio da passagem da disciplina para o ensino remoto em função das medidas de distanciamento social adotadas ainda antes da apresentação dos resultados do primeiro trabalho.

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prof. dr. gabriel pedrosa pedro //

// ex.1 - david samir e fernanda ajzen: poltrona, mesa de centro e banco com estruturas em compensado // ex.2 - david samir e fernanda ajzen: tradução da mesa de centro do exercício 1 para chapa de aço dobrada // ex.3 - david samir e fernanda ajzen: tradução da poltrona do exercício 1 para estrutura de tubos de aço //


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O exercício 1 (planos rígidos/encaixes) seria apresentado na primeira semana de ensino remoto e, portanto, foi pouco afetado pelo distanciamento. Este conhecimento prévio dos trabalhos ajudou a criarmos, coletivamente, novos modos de conduzir a discussão dos projetos, que, em sala, seria fortemente apoiada na manipulação dos modelos, para, por exemplo, testar a estabilidade de encaixes ou comparar diferentes vistas de um mesmo objeto. Precisamos recorrer a uma quantidade generosa de fotos dos modelos – às vezes tiradas durante a aula, em função de uma dúvida minha que as já trazidas para o atendimento não elucidavam – bem como a sofríveis croquis desenhados com mouse, e, sobretudo, à paciência e ao empenho dos alunos, fundamentais para o bom resultado obtido. Ainda em adaptação, iniciamos o exercício 2 (tradução das peças do exercício 1 para planos flexíveis/dobras), habitualmente trabalhado com cartões, material disponíveis em todas as casas, o que facilitou a execução dos modelos. As forças que nossas mãos fariam sobre os modelos para testar a adequação das dobras estruturais criadas aos esforços decorrentes do uso foram substituídos pelo peso de pequenos objetos, telefones celulares por exemplo, e fotos das eventuais flexões das peças. Cabe observar que o fato de os exercícios terem muitas edições prévias ajudou bastante na condução dos

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atendimentos. O terceiro exercício prometia um impasse: como traduzir as peças anteriores para estruturas lineares, se habitualmente o fazemos com arames (em geral comprados para este trabalho), e muitas vezes no laboratório de design do campus? Aberta a discussão para a sala, descobrimos que todos os trabalhos tinham alguma alternativa viável de material para a elaboração dos modelos, o que nos permitiu manter a abordagem dos exercícios anteriores e com alguns resultados que, sem favor nenhum, poderiam constar entre os melhores das últimas edições.

// ex.1 - luana trivelato e patrícia maceno: mesa de centro em estrutura de placas de compensado // ex.2 - luana trivelato e patrícia maceno: tradução da mesa de centro do exercício 1 para chapa de aço dobrada // ex.3 - luana trivelato e patrícia maceno: tradução das mesas de centro dos exercícios 1 e 2 para estrutura em tubos de aço //

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prof. dr. ricardo dualde //

> DESENHO URBANO: ​ loteamento​ // noturno

A disciplina Desenho Urbano 3 inicia um grupo de disciplinas orientadas à produção e qualificação do espaço urbano consideradas as econômicas, sociais e ambientais que orientam o processo de transformação desse espaço com vista a ampliar o suporte as atividades econômicas e a qualificar o ambiente, orientar sua construção e favorecer as condições de habitação, em atenção as demandas sociais presentes. Em vários desses processos observa-se a percepção do aluno em relação as condições desiguais em que se realiza a ocupação e o aproveitamento do espaço “da cidade”. As condições de precariedade e escassez de grandes conjuntos destinados à habitação; as diferentes tipologias, a existência de bairros “ricos” e “pobres”. Mais difícil, entretanto é a percepção do papel do Estado nesse processo, a influencia de condicionantes expressos na legislação relacionada ao parcelamento, uso e ocupação do solo. A motivação inicial é a da realização do “projeto” em resposta a qualificação das condições presentes ou ao aproveitamento das potencialidades existentes e que podem sugerir futura utilização para uma área. Para abranger a complexidade que resulta das condições de uso da cidade são trabalhadas diferentes dimensões temporais onde se analisa o ambiente construído e se procura identificar a composição da infraestrutura, parcelamento e ocupação de áreas da cidade. A apropriação de “loteamento” – conceito que compõe o subtítulo da disciplina – não é apresentado apenas sob abordagem formal, como operação resultante da transformação de um espaço ou gleba, mas como o resultado de uma construção histórica, com antecedentes em diferentes épocas e transformações que muitas vezes carregam o parcelamento original e dão suporte a futuras transformações. Essa análise é realizada com base em imagens de diferentes épocas e nelas se analisam componentes de iniciativa individual e coletiva que estruturam as áreas urbanas com diferentes funcionalidades. A identificação dos componentes dispostos no tecido urbano, percebida nas diferentes paisagens que o compõem orienta estudo no campo da morfologia urbana. Nesse contexto procura-se uma abordagem abrangente de modo a incorporar a escala de abordem da paisagem (local / bairro / cidade) e a dimensão temporal a sua transformação.

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// imagens retiradas do vídeo entre rios de caio ferraz (2009). figura 1 - o vale do itororó em 1937. figura 2 - av. 23 de maio sobre o córrego do itororó, em 2009 //

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O planejamento original foi alterado pelas necessidades decorrentes do isolamento social. Com isso, a maneira de apropriação do conteúdo inicial traduzidos na análise da paisagem, identificação dos componentes que compõem a sua estrutura foi originalmente realizada, mas a bibliografia e referencias que permitiam identificar a construção de espaços urbanos, suas características e relações com aspectos sociais e econômicos originalmente prevista para ser desenvolvida coletivamente e em sala de aula foi substituída pela seleção de temas chaves como “as formas da cidade”; “a evolução do conceito de quadra”; “a produção do espaço urbano” e “índices urbanos”. A partir da apropriação de conceitos chave foi lançado um exercício projetual que desenvolveu os conteúdos analisados composto pelas atividades de “diagnóstico”; “diretrizes volumétricas e a definição de um programa urbanístico”; “definição de uma quadra típica”; “estudo de massa”; “parcelamento e produção de índices urbanos”. Como resultado foi possível identificar um aumento na percepção das causas e na motivação dos agentes, aspectos que resultam das forças atuantes na cidade. A ação de se incorporar as diferentes percepções no exercício projetual demandariam um resultado maior e foram parcialmente apropriadas. Contribuiu para essa dificuldade as diferentes condições de apropriação do conteúdo, mas sobretudo o aprendizado decorrente das novas condições de trabalho e estudo. Houve grande esforço por parte dos alunos para se adequar a nova situação, a medida que a nova condição de trabalho exigiu uma rápida (re)adequação. Foi uma situação inédita; gerou aprendizado e resiliência.

// as imagens apresentadas utilizam o suporte do Google Earth e correspondem a área de estudo e a indicação de parâmetros urbanísticos no piu arco jurubatuba (sp urbanismo), com projeto em análise na cmsp //

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// reorientação do viário e distribuição dos usos - estudo preliminar de luana trivelato e patrícia maceno // quadra típica - estudo preliminar de luana trivelato e patrícia maceno //

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> HISTÓRIA DA ARQUITETURA​ moderna

prof. dr. nelson josé urssi //

Como discutir a arquitetura moderna no contexto da sociedade industrial até o pós 2a Guerra Mundial a partir do olhar do século XXI? O que é relevante na condição moderna para estruturar o projeto da arquitetura contemporânea? Os problemas decorrentes da Revolução Industrial e seus desdobramentos urbanos pelas diversas vertentes do movimento moderno moldaram o século XX. A vida nunca mais foi a mesma com a experiência de Bauhaus e seus contemporâneos, da estruturação das linguagens, a compreensão da percepção humana e a prática em ateliês e laboratórios foram fundamentais para a ideia de sociedade emancipada. A compreensão da Arquitetura Moderna e do Urbanismo se desdobrou temporalmente pelos acontecimentos históricos, pela ciência na vida cotidiana na produção das coisas e do sentido, e na evolução tecnológica dos materiais e processos. As experiências urbanas do século XX, os arquitetos e designers como Richard Morris, Frank Lloyd Wrigtht, Walter Gropius, Mies van der Rohe, Le Corbusier, Alvar Aalto, Louis Kahn e Buckminster Fuller são fundamentais para compreendermos a importância da atividade de projeto voltado para a construção de uma nova sociedade. Os produtos finais da disciplina, fichamentos e projetos, pretenderam sintetizar as características sociais, culturais, estéticas e espaciais da modernidade. As dinâmicas propostas, segundo feedback do(a)s aluno(a) s envolvidos, ampliaram a compreensão do pensamento moderno.

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// isabelly zillig // fernanda ajzen // raul scanavino // katia gaspar //

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profa. ms. katia bomfim pestana profa. dra. jordana alca barbosa zola //

O planejamento inicial do curso de PA (Projeto Arquitetônico) +DU (Desenho Urbano) tem como desafio, a compreensão dos vários tecidos urbanos que compõem a cidade, os bairros e as quadras e, ao mesmo tempo, a elaboração de um projeto de um edifício habitacional em um tecido pré-existente. Na parte inicial do curso, ainda em sala de aula, foram propostos exercícios nestas duas escalas: estudos de caso de edifícios de habitação, dimensionamento e arranjo espacial das unidades, e a conceituação dos vários elementos que permitem analisar a morfologia da cidade, com aulas expositivas e textos para fundamentação desses conceitos. Na adaptação da disciplina para o meio remoto procurou-se manter a programação original do Plano de Ensino, com algumas adaptações cronológicas. Disponibilizamos os Fóruns no Blackboard para dúvidas pontuais ao longo do processo e apresentação de seminários de entrega e discussão coletiva dos trabalhos.

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// matutino

> PADU 3 ​ projeto de arquitetura + desenho urbano


O começo das aulas remotas coincidiu com a etapa em que os grupos de alunos realizariam levantamentos de campo no bairro de Santa Cecília. A visita à área de estudo não foi realizada, mas procurou-se compensar a falta dessa atividade através de pesquisas on-line e observações nas plataformas Google Earth/ Google Street View e Geosampa. A segunda etapa da disciplina é concentrada no projeto do edifício e na aproximação da escala ao objeto construído, o que conferiu maior materialidade às práticas de projeto e, com isso, pôde contribuir de maneira mais assertiva para um melhor aproveitamento do curso. O desenvolvimento do exercício de projeto é bastante apoiado na produção de maquetes em diversas escalas, e busca, na integração com a disciplina de Topografia, discutir as relações entre o tecido urbano, o terreno do projeto e o edifício. Procuramos sempre contornar as dificuldades encontradas pelos alunos com discussões coletivas dos trabalhos, estudos de caso e percebemos, com o andamento do curso, a necessidade de decompor o projeto em partes, por ex.: cortes (mostrar cortes como tema da aula); pav. tipo; plantas do térreo /implantações, na procura de aumentar a percepção dos alunos às exigências do projeto e dar sentido ao desenho como construção.

// exercício de estudo das unidades habitacionais - análise gráfica do edifício gemini do arq. eduardo de almeida gabriela beletatti // exercício de estudo das unidades habitacionais - redesenho da unidade de habitação do ed. seguradora brasileira de rino levi jade grigoletti spedo //

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// mapas de leitura das quadras de estudo no bairro de santa cecĂ­lia - barbara cruz, beatriz bezerra silva, deborah faria de melo, gabriela cristina silva beletatti, graziela zanella oliveira dalgĂŞ, raul emanuel scanavino //

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O desenvolvimento do exercício de projeto é bastante apoiado na produção de maquetes em diversas escalas, e busca, na integração com a disciplina de Topografia, discutir as relações entre o tecido urbano, o terreno do projeto e o edifício. Procuramos sempre contornar as dificuldades encontradas pelos alunos com discussões coletivas dos trabalhos, estudos de caso e percebemos, com o andamento do curso, a necessidade de decompor o projeto em partes, por ex.: cortes (mostrar cortes como tema da aula); pav. tipo; plantas do térreo /implantações, na procura de aumentar a percepção dos alunos às exigências do projeto e dar sentido ao desenho como construção. Durante o semestre, com a ausência dos modelos físicos e dos desenhos à mão, os alunos precisaram buscar meios digitais para melhor compreender e apresentar as relações estabelecidas em seus projetos. Muitos alunos direcionaram seus esforços no domínio das ferramentas de desenho digital, em diferentes programas. Sem conhecer ainda os fundamentos básicos de projeto (espacialidade, construção, estrutura etc.), tais esforços mostraramse, de alguma forma, o recurso possível para refletir sobre a cidade e sua relação com o edifício. Consideramos que as atividades de construção de maquetes físicas poderão ser mais exercitadas nos semestres seguintes.

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// análise dos terrenos escolhidos para o desenvolvimento do projeto do edifício barbara cruz, beatriz bezerra silva, deborah faria de melo, gabriela cristina silva beletatti, graziela zanella oliveira dalgê, raul emanuel scanavino //

// análise de “campo” – visita virtual ao bairro com elevação da rua baronesa de itu - ana luiza ferreira, arthur breda, braulo vitorino, elizabeth sinto, gabriela reis raimundo, isadora cruz //

// desenho feito à mão, indicando o lote escolhido para o projeto do edifício - ana luiza ferreira, arthur breda, braulo vitorino, elizabeth sinto, gabriela reis raimundo, isadora cruz //

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Nas semanas finais do curso, quando os alunos já estavam um pouco mais familiarizados com as ferramentas de desenho digital e os trabalhos concentraram-se nos aspectos construtivos dos edifícios, os projetos tiveram uma evolução mais significativa, pois os alunos passaram a compreender melhor as relações entre topografia, volumes, morfologia urbana e construção. O acompanhamento da disciplina de Topografia, a partir do meio do mês de maio, ajudou bastante na construção dessas relações. Por fim, vale dizer que houve um bom empenho dos alunos para ultrapassar essas dificuldades e superar as lacunas provocadas pela ausência das aulas presenciais, visitas e maquetes.

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// projeto final com a implantação dos edifícios no alinhamento do lote e pequenos platôs de acomodação nas áreas livres para vencer o desnível entre as duas ruas - beatriz bezerra silva, gabriela beletatti, graziela zanella // projeto final com a vista do edifício e seu entorno - barbara cruz, deborah de melo, raul scanavino //

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Considerada como uma espécie de “vórtice” dos debates e reflexões promovidos pelas disciplinas de PI do primeiro ciclo do curso, este Projeto Integrador 3, se dedica a promover a investigação urbana por meio de textos e experiências relativas à leitura do espaço e a compreensão empírica da cidade como fenômeno expressivo da vida cotidiana. Buscando estabelecer relações de proximidade entre as diferentes escalas de percepção do espaço público e as possibilidades de sua apropriação, os conteúdos debatidos em sala pretendem incentivar pesquisas bibliográficas e de campo sobre o tema, buscando esclarecer questões contemporâneas da cidade desde a sua imagem e o impacto de suas dimensões para o cidadão. O que se estabelece nesta disciplina é um campo de contrapartida a uma forma objetiva e acelerada de ler a Cidade. A proposta é apresentar um caminho alternativo ao processo hegemônico, anestesiador e pacificador dos dissensos típicos da presença do corpo que é empreendido pela estratégia diagnóstica do Urbanismo contemporâneo, tão preocupado com a transformação da cidade em algo inteligente, eficiente, espetacular, veloz, como um produto, uma

> PROJETO INTEGRADOR 3:​ ricardo // leituras urbanas

prof. dr. luis silva

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marca. No primeiro momento da disciplina são apresentados e discutidos alguns exemplos conceituais que servirão para “modelar” o corpo anestesiado dos estudantes. Os paradigmas discutidos dão corpo e sentido ao discurso experimental que virá na sequência. É preciso estar com o corpo atento, preparado conceitualmente, para ir à Cidade e incorporála. Vários autores são apresentados e deles tomados alguns conceitos

// guilherme barbosa wiebbeling // david samir - placebo //

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LAZER - TRABALHO? e explicações para se tornarem os ditos “paradigmas”. Para exemplificar tais dinâmicas, são apresentados ainda alguns artistas-antropofágicos e suas obras onde se percebem aplicações possíveis dos paradigmas. Tendo como resultado o corpo do estudante abalado e questionado, o segundo momento da disciplina provoca e solicita a experimentação de leituras urbanas “desorientadas, lentas e incorporadas”. Mas o fato de termos entrado em quarentena por conta da pandemia do COVID-19, e obrigado a todos a permanecerem em casa, distantes de qualquer possibilidade real de experimentação do espaço urbano, e consequentemente, de possíveis leituras da realidade vivida, colocou em questão o próprio conteúdo da disciplina. A solução adotada foi a ressignificação do que a disciplina entedia por “território urbano”. O cotidiano que antes era feito na cidade, agora estava sendo completamente realizado dentro de casa. Por isso, a alternativa encontrada foi o de experimentações espaciais desse “novo território urbano-doméstico metamorfoseado”. Leituras urbanas do cotidiano domesticado em pandemia.

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TRABALHO – LAZER?

TE VE

// david samir - cartografias do cotidiano //

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// diagramas de esforços solicitantes para um pórtico plano de três pavimentos no programa ftool //

> RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS aplicada às construções

prof. ms. carlos alberto medeiros //

Os alunos da disciplina Resistência dos Materiais Aplicada às Construções desenvolveram uma modelagem e análise estrutural com o programa Ftool para um pórtico de três pavimentos com o objetivo de traçar os diagramas de esforços solicitantes.

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// orientações com web conferência / ex.1 estudo de caso // perspectiva / ex.1 estudo de caso //

> TOPOGRAFIA, CARTOGRAFIA e geoprocessamento prof. ms. moracy almeida e amaral //

// matutino

A disciplina busca consolidar os principais fundamentos da topografia e sua relação com o partido arquitetônico, através de aulas teóricas e dos seguintes exercícios de modelagem: EX01 – Estudo de caso em maquete / diagrama (partido arquitetônico X construção do chão); EX02 – intervenção no PTL Plano Topográfico Local (integração com as disciplinas de projeto e urbanismo - PADU); As aulas teóricas foram realizadas anteriormente à quarentena, construindo assim uma base teórica para o desenvolvimento dos exercícios e uma reflexão sobre os temas da topografia e do geoprocessamento, que possam contribuir com as demais disciplinas e posteriormente com a prática profissional. As atividades da disciplina de Topografia forma realizadas, a partir do início da quarentena através do ambiente virtual em web conferências, tanto para aulas expositivas de referências e pesquisa dos alunos, como em grupos de debates e avaliação das etapas de desenvolvimento.

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// modelo eletrônico / ex.1 - estudo de caso // maquete / ex.1 - estudo de caso // perspectiva / ex.2 - projeto do chão (integração PADU) // orientações / web conferência / ex.1 estudo de caso //

Os exercícios EX.1 e EX.2 foram realizados através do ambiente virtual em web conferências, tanto para aulas expositivas de referências e pesquisa dos alunos, como em grupos de debates e avaliação das etapas de desenvolvimento. A disciplina incorporou a possibilidade de utilização de materiais reciclados existentes nas casas dos alunos, como uma alternativa para a execução dos modelos de estudo, assim como os materiais de desenho, para a execução dos estudos gráficos. Os alunos finalizaram todas as etapas do EX.1 – Estudo de Caso (obras selecionadas pelos grupos de estudo), apresentando as imagens que registraram o debate em classe e o processo de elaboração dos modelos e dos desenhos de leitura e análise através de diagramas, enfatizando suas relações com o espaço arquitetônico. A disciplina buscou a integração dos temas estudados com a prática projetual, destacando as estratégicas da construção do desenho do Chão, através da integração com as disciplinas de PADU (Projeto e Desenhos Urbano).

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As avaliações das etapas de desenvolvimento do exercício EX.2 foram realizadas durante o processo de orientação, auxiliando os alunos na reflexão crítica e na construção do processo de trabalho, através do registro dos desenhos do projeto dos grupos de PADU.

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// noturno

> TOPOGRAFIA, CARTOGRAFIA e geoprocessamento Os alunos da disciplina Topografia Cartografia e Geoprocessamento desenvolveram um exercício de cálculo de volume de corte e de aterro para implantar uma casa em um terreno representado por curvas de nível.

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prof. ms. carlos alberto medeiros //


// cĂĄlculo de volume de corte e de aterro para implantar uma casa em um terreno representado por curvas de nĂ­vel //

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0

//


/

ARQUITETURA​ brasileira ​

COMPUTAÇÃO GRÁFICA APLICADA:​ representação ​

t r i d i m e n s i o n a l​

MODELOS TRIDIMENSIONAIS​ aplicados

ao

projeto ​

PROJETO DE ARQUITETURA + DESENHO URBANO + DESENHO DO OBJETO escola + bairro urbano ​

+

mobiliário

PROJETO INTEGRADOR 4:​ utopias ​

u r b a n a s​

SISTEMAS​

estruturais

período


> ARQUITETURA brasileira profa. ms. maria stella tedesco bertaso // A disciplina tem como objetivo o estudo da arquitetura brasileira desde as manifestações vernaculares até os projetos contemporâneos. A partir da discussão dos principais conceitos e das motivações dos arquitetos em relação a seu tempo, apresenta uma série de projetos, de técnicas empregadas e das influências históricas presentes em cada um deles. O conteúdo foi ministrado de maneira cronológica iniciado a partir da arquitetura indígena, dos projetos existentes no Brasil colônia e dos projetos neo clássicos. O movimento moderno foi introduzido com a produção de Gregori Warchavchik e Rino Levi, evoluindo para o estudo dos projetos desenvolvidos nas chamadas escola carioca e escola paulista. Os concursos de arquitetura foram estudados desde o plano piloto de Brasília até os concursos de arquitetura contemporâneos e a produção atual exposta em aulas teóricas, complementada estudos de casos desenvolvidos em grupos. No primeiro semestre de 2020 iniciou-se as aulas presencialmente, continuando de maneira remota. A introdução do conteúdo e o projeto de montagem da linha do tempo de arquitetura Brasileira, ainda presenciais estruturaram a disciplina.

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// linha do tempo história da arquitetura brasileira - participação de todos os alunos // figuras 02 a 04 - páginas do caderno individual de rafaela rodrigues //


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Às aulas remotas, além do conteúdo ministrado via plataforma educacional, foram adicionados textos e vídeos para complementação dos assuntos propiciando melhor entendimento global. Os exercícios foram propostos em caráter coletivo (de toda a turma e de grupos pré-determinados) e individual. O exercício individual, a composição de um caderno autoral (manual ou digital), foi composto a partir das anotações dos conteúdos de aula no decorrer do semestre, além de oito ADOs (atividades à distância orientadas), visando a complementação e sedimentação do conhecimento das fases abordadas nas aulas remotas. Entre o primeiro e segundo bimestres os cadernos foram avaliados coletivamente permitindo aos alunos revisarem suas produções à luz da análise dos estudos da classe como um todo. Os exercícios coletivos foram divididos em duas etapas: a primeira delas consolidada em trabalhos de análise de uma obra de arquitetura contemporânea e a segunda com a seleção do material da linha do tempo. A análise da obra, feita a partir de desenhos de plantas, cortes e fotos, apresentou caráter satisfatório ao provocar leitura de projeto dirigida, abordando os aspectos contextuais desde a implantação e distribuição de programas às volumetrias e materialidades. O comparativo entre os resultados dos grupos ofereceu uma perspectiva crítica da produção. Em relação à linha do tempo - feita com colagem manual em turmas anteriores, sem maior preocupação com aspectos gráficos – desenvolveu-se projeto gráfico coletivo. Cada grupo foi responsável por escolher imagens representativas do contexto sócio econômico de uma década e de imagens de arquitetura do período. Ambos acompanhados por textos descritivos. O exercício permitiu a montagem do mosaico e a possibilidade de identificar e relacionar a produção arquitetônica em cada momento histórico.

// figuras 05 a 07 - páginas do caderno individual de valquíria de oliveira alves //

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> COMPUTAÇÃO GRÁFICA APLICADA: ​ representação tridimensional​

prof. ms. dani hirano //

Simulação tridimensional O PROJETO ARQUITETÔNICO é parte fundamental no processo de desenvolvimento e planejamento de uma obra arquitetônica. Através dele se estruturam as ideias e necessidades humanas para a ocupação do espaço construído por meio de diferentes procedimentos e estratégias projetuais desde a sua CONCEPÇÃO inicial, passando pelo processo de EXPERIMENTAÇÃO e desenvolvimento até a SIMULAÇÃO espacial e formal definitiva

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// montagem domino - jean carlos da silva //


que permite não só a visualização dos diferentes pontos de vistas mas também a previsão dos recursos necessários para a sua MATERIALIZAÇÃO FÍSICA. As ferramentas e sistemas de produção da forma ou do espaço tridimensional são muitas não sendo exclusivamente digitais, podendo ser simulada por meio de protótipos e modelos físicos, desenhos bidimensionais e tridimensionais sendo uma ferramenta complementar a outra que permitem uma melhor compreensão do objeto e dos elementos arquitetônicos projetados sendo observado sob diferentes aspectos (visuais, espaciais, técnicos, construtivos etc...). Nota-se assim o quão benéfico e necessário é o conhecimento das diferentes ferramentas de desenvolvimento, modelagem e produção de espaço devendo ser maximizado seu uso NÃO SE LIMITANDO SOMENTE PARA A UMA REPRESENTAÇÃO SIMPLES E ILUSTRATIVA, mas para a compreensão dos mais diversificados elementos e componentes arquitetônicos, como são e como funcionam aplicados em uma obra arquitetônica. No processo de capacitação estabelecida conforme planejamento, inicia-se como a instrumentalização básica das ferramentas do software SKETCHUP (escolhido pelas facilidades no manuseio da plataforma de disponibilidade de versões e suporte de tutoriais avançados), iniciando com modelagem de elementos simples

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// projeto - gabriela forte, caio pavan, leonardo macedo, rafaela de andrade // montagem rietveld fernando cazuza, carina andreotti //

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do cotidiano como a escultura do CUBO VAASTU (1). É fundamental a compreensão logo no início da possibilidade de uso da plataforma para a concepção e experimentação da construção de uma grande espacialidade interior gerada por um VAZIO PROJETADO (2) por um simples croqui, manuseando as aberturas de acordo com a orientação solar controlando da insolação que invade e integram no espaço produzido. Observa-se a aplicabilidade nas mais diferentes escalas sendo utilizada na construção e montagem precisa e milimétrica de um mobiliário como a CADERIA AZUL-VERMELHA DE RIETVELD (3) até a construção topográfica complexa de um bairro como a BELA VISTA (4). Posteriormente, já no período de quarentena estabelecido, inicia-se o processo de modelagem de componentes e ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS (5) não só para representação, mas para compreensão dos mesmos, iniciando com a geometrização os diferentes sistemas estruturais (concreto, metálica, madeira e blocos), de elementos de vedos e aberturas (paredes, esquadrias e portas), escadas e coberturas para a enfim a modelagem completa de um projeto da autoria dos próprios alunos.

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> MODELOS TRIDIMENSIONAIS ​ aplicados ao projeto​

prof. ms. paulo h. gomes magri // A disciplina trabalha as propriedades dos diversos materiais e processos de fabricação (manual e digital) utilizados na elaboração de modelos tridimensionais, com ênfase nos aspectos relativos à tradução e compreensão impostas por cada materialidade e processo. Aborda a possibilidade de utilização do modelo como ferramenta de desenvolvimento de projeto. Os alunos produziram os desenhos para fabricação digital das maquetes e a execução física das mesmas deve ser planejada com o retorno presencial. A orientação aconteceu na maior parte das vezes por e-mail, complementado por plantão em web-conferência no horário da aula. Neste semestre, o produto da disciplina foi entregue de modo digital.

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// modelagem para impressão 3d - palácio da alvorada - fernando cazuza, gabriela forte e ana sofia negri // planificação para corte laser - jean costa, hingrid brito, leonardo alves, bruna medeiros // planificação para corte laser - ana caroline de jesus, ana paula nunes, carolina marinho, georgia lopes // modelagem para impressão 3d - palácio do itamaraty - caio pavan, laís bazalha, jamilly santos, rafaela rodrigues //

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// figuras 1 a 4 - aula de apresentação de produção coletiva: corte na grota do bixiga //

prof. ms. marcelo luiz ursini

> DOPADU​ projeto de arquitetura + desenho urbano + desenho do obejto

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prof. ms. carlos augusto ferrata prof. dr. gabriel pedrosa pedro //


Pela primeira vez no curso experimentamos uma integração horizontal entre as disciplinas de Desenho Urbano- Bairro; Projeto de ArquiteturaEscola e Desenho do Objeto- Mobiliário. Para tanto, estabelecemos um exercício comum que procurava abarcar as especificidades e ênfases de cada uma das disciplinas. O lugar escolhido para desenvolvermos essa experiência foi a Grota do Bixiga no bairro da Bela Vista. Ao contrário de semestres anteriores, procuramos estabelecer um recorte mais definido de aproximação e leitura onde os alunos, organizados em grupos, deveriam definir as áreas de intervenção e o projeto a ser desenvolvido, sempre tendo em vista a necessidade de abarcarem as três escalas de projeto. Para a disciplina de Desenho Urbano cabia aos alunos fazer um exercício de aproximação ao bairro, tentando extrair dessa análise as características de seu relevo, hidrografia, sistemas de áreas verdes, ocupação, densidade, sistemas de circulação, principais acessos e morfologia. Algumas leituras foram sugeridas como suporte teórico para estimular essa aproximação, dentre as quais alguns capítulos de “Morte e Vida nas Grandes Cidades” de Jane Jacobs.

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A partir dessa aproximação os grupos deveriam propor o Redesenho das ruas Rocha, Cardeal Leme e Almirante Marques Leão que são as principais vias da Grota. Além disso, deveriam propor conexões transversais às quadras, conectando as três ruas tanto horizontalmente como verticalmente, tendo em vista o acentuado desnível entre elas. Outra premissa importante era a de que os alunos deveriam propor, no caso da Rua Cardel Leme , a mais baixa e a mais nova das três, sob a qual passa o córrego do Saracura Mirim, um artifício que pudesse trazer a água de volta à superfície. Para cada um dos lugares os alunos deveriam sugerir, em função das especificidades de cada um deles, um equipamento urbano articulado a um espaço livre público. Nesse sentido, como demanda específica da disciplina de projeto, casa grupo deveria escolher, dentre as áreas e os equipamentos propostos, a partir de uma lista prévia que contemplava desde um pequeno Mercado, uma escola, uma biblioteca, um centro comunitário, dentre outros, qual seria o projeto a ser desenvolvido.

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// grota do bixiga: mapa ocupação e áreas livres // grota do bixiga: proposta preliminar de conexões transversais e oportunidades de transformação //


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Ao mesmo tempo, os grupos organizados deveriam, além de desenvolver os projetos específicos, entendendo-os como partes inerentes do desenho da cidade, articulados ao sistema de espaços livres públicos, (ruas e praças), propor e desenhar as peças do Mobiliário Urbano, integrados também ao projeto como parte indissociável do conjunto.

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// proposta carina ruiz, mariana lacerda, nubia lira e valquíria alves // mercado e praça: // implantação // corte transversal // elevação rua cardeal leme // vista lateral // quiosque: // planta // corte // perspectiva da praça sobre o mercado //

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prof. dr. ricardo luis silva //

> PROJETO INTEGRADOR 4: ​ utopias urbanas

Esta disciplina se configura como a continuidade das questões elaboradas na disciplina do 3º semestre – Projeto Integrador III – Leituras Urbanas. Como segundo momento de reflexão e apropriação da metrópole contemporânea, esta disciplina se propõe a resgatar os conceitos utilizados nas vanguardas arquitetônicas da segunda metade do século XX, principalmente entre os anos 1960 a 1975 (transformados em revistas tipo “zine”). Os alunos são colocados a refletir sobre possíveis intervenções e apropriações espaciais no território urbano utilizando o exercício projetual conceitual proposto pelos arquitetos daquela geração mencionada. Tendo como fundamento a experimentação corporal debatida na disciplina anterior e acrescentando questões de utopia, cidade genérica, urbanismo tático e smart city, espera-se como resultado uma apropriação e incorporação conceitual apresentando possibilidades reflexivas de uma visão de mundo futura, de uma CIDADE daqui a 50 anos, tanto do uso do espaço, quanto da sociedade e do indivíduo.

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// todas as imagens fazem parte de edição da revista “utopias urbanas” de jamilly santos alves // metabolistas // documentário “urbanized” // ville spatiale // capa da revista //

A dinâmica central da disciplina é a constituição crítica do estudante perante as possíveis utopias urbanas, as cidades imaginadas. Debater ideias, especular imagens, criar representações, metaforizar. Durante todo o semestre, em cada aula são apresentados conceitos e visões de mundo específicas, e os debates são transformados em pequenas revistas, tipo zine, onde cada aluno estabelece e constrói várias cidades possíveis, cidades imaginadas. Apesar da necessidade de isolamento social decorrente da pandemia do COVI-19, as atividades da disciplina se mantiveram, na medida do possível, dentro do programado. Os debates sobre as ideias apresentadas e suas interpretações metafóricas seguiram normalmente, mesmo com as atividades remotas. Uma das questões discutidas em sala – algo bastante em voga durante os primeiros meses da quarentena – foi as possíveis transformações que ocorreriam no entendimento do espaço urbano pós-pandemia. Algo ainda em suspensão, com percepções extremas, parciais e claramente tendenciosas – por estarmos ainda “dentro” da pandemia – fez com que a turma optasse por não tratar do tema nos debates. Além dos resultados esperados, algumas perguntas ficaram ressoando ao término da disciplina. Perguntas-reflexões, sem necessárias respostas: como o distanciamento social afeta nossas percepções sobre o viver urbano? Apartados dessa vida urbana, como interpretamos e especulamos nossos desejos e ideais de cidade? É possível pensarmos verdadeiramente em uma cidade pós-pandemia? Até onde nosso sistema e constituições urbanas podem chegar? Eles podem mudar? Seremos capazes de mudar ou, ao menos, caminhar para uma outra cidade desejada, imaginada?

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// new babylon // filme “truman show” // filme “fight club” // filme “her” // filme “micmacs” //

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// filme “blade runner” // superstudio // sociedade do espetáculo // house of the future //

// 5 peles de hundertwasser // exodus de rem koolhaas // generic city // archigram //

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> SISTEMAS​ estruturais prof. ms. carlos alberto medeiros //

Os alunos da disciplina Sistemas Estruturais desenvolveram um pré-dimensionamento estrutural para os elementos de viga, laje e pilar de uma edificação residencial em concreto armado com objetivo de estimar as dimensões geométricas das seções transversais de vigas e pilares e de espessura de laje.

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// prÊ-dimensionamento estrutural para os elementos de viga, laje e pilar de uma edificação residencial em concreto armado //

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0

//


/

APRESENTAÇÃO​

e finalização ​

ARQUITETURA​

contemporânea ​ ​

CONFORTO​ a m b i e n t a l​ ​

DESENHO URBANO:​ operações

urbanas ​

MECÂNICA DOS SOLOS​ e fundações ​

PAISAGISMO:​ l o c a l​ ​

PROJETO DE ARQUITETURA:​ equipamento

cultural

PROJETO INTEGRADOR 5:​ patrimônio, conceitos

teorias

período

e


// exercício 1: barbara giacchetto moreira // exercício 1: caiã rocha dos reis // exercício 1: ewerton suenaga silva // exercício 1: isabella borba andrade //

// exercício 2: ana carolina dourado silva // exercício 2: isabelle zanoni // exercício 2: leticia de lima cabral // exercício 2: raquel rebequi de sousa //

// exercício 3: gabriela ribas carnevalli, isabelle zanoni, raquel rebequi de sousa, samanta arissa itimura // exercício 3: aldo otavio bezerra oliveira, caiã rocha dos reis, ewerton suenaga silva // exercício 3: anna beatriz de paulo dudly, barbara giacchetto moreira, leticia de lima cabral, lidia rodrigues goncalves // exercício 3: henrique carvalho rabelo, eliane hottgen //

> APRESENTAÇÃO ​ e finalização prof. ms. joão yamamoto // Tendo como objetivos da disciplina o desenvolvimento de habilidades de representação, de seleção de material e de montagem de apresentações de projeto de arquitetura, assim como a introdução aos princípios do design gráfico, desenvolvemos nesta edição marcada pelo regime de isolamento social e pela comunicação exclusivamente feita por ferramentas eletrônicas - três exercícios com o mesmo objetivo, o de síntese e expressão gráfica. No primeiro, um conjunto de quatro peças gráficas feitas à mão de leitura de um dos edifícios visitados na disciplina de Projeto de Arquitetura (PA). No segundo, acompanhando o desenvolvimento das propostas em PA, colagens para visualização de aspectos volumétricos e de implantação e, no terceiro, diagramas de síntese sobre volumetria, programa e circulação.

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> ARQUITETURA ​ contemporânea​ profa. ms. maria stella tedesco bertaso //

A disciplina tem como objetivo o estudo da arquitetura contemporânea a partir do término da segunda guerra mundial. Foram apresentados os principais conceitos e as motivações dos arquitetos à luz dos acontecimentos sócio econômicos e culturais em vários países e discutidos uma série de projetos e estratégias arquitetônicas adotadas desde 1945 até a segunda década dos anos 2000. O conteúdo abordado foi embasado em três diretrizes: cronologia, localidade e relevância de produção dos arquitetos, partindo da Inglaterra e Itália logo depois da segunda guerra. Em seguida foram estudadas as obras de arquitetos dos Estados Unidos, da América Latina e do Japão. No primeiro semestre de 2020 as aulas foram iniciadas presencialmente, tendo continuidade e encerramento de maneira remota. As aulas presenciais de introdução do conteúdo e discussão do trabalho coletivo de montagem de uma linha do tempo, se assemelham à metodologia adotada no semestre anterior na disciplina de Arquitetura Brasileira. Às aulas remotas além do conteúdo ministrado via plataforma educacional foram adicionados textos e vídeos para complementação dos assuntos, propiciando melhor entendimento global.

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// linha do tempo da história da arquitetura contemporânea a partir do pós segunda guerra mundial - participação de todos os alunos (continua...) // figuras 2 a 4 - estudo de caso pavilhão nórdico bienal de veneza, de sverre fehn - gabriela ribas, isabelle zanoni, raquel rebequi, samanta arissa //


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Os exercícios desenvolvidos tiveram caráter coletivo (de toda a turma e de grupos pré-determinados) e individual. O conteúdo das aulas somados aos estudos de caso individuais foram registrados em um caderno autoral desenvolvido em meio manual ou digital. Os exercícios coletivos foram divididos em duas etapas: a primeira delas consolidada em trabalhos em grupos de análise de uma obra arquitetônica contemporânea previamente selecionada, apresentada em aula, e a segunda realizada em função da escolha criteriosa do material da linha do tempo. A análise da obra, feita a partir de desenhos de plantas, cortes e fotos apresentou caráter bastante satisfatório ao provocar leitura de projeto dirigida e detalhada, abordando os aspectos contextuais desde a implantação e distribuição de programas às volumetrias e materialidades. O comparativo entre os resultados dos grupos ofereceu uma perspectiva crítica da produção. Em relação à linha do tempo, houve cuidado compositivo e de seleção de imagens, além de projeto gráfico específico. Cada grupo foi responsável por escolher imagens representativas da arquitetura de uma década, associando-as ao contexto sócio econômico por meio de textos. O exercício permitiu a montagem de um panorama década a década dos exemplos estudados em aula.

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// continuação da linha do tempo da história da arquitetura contemporânea a partir do pós segunda guerra mundial participação de todos os alunos // figuras 6 a 8 - estudo de caso marika-alderton house de glenn murcutt anna beatriz dudly, bárbara moreira, letícia de lima, lidia rodrigues //

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// pรกgina de caderno de caiรฃ rocha // pรกgina de caderno de ewerton suenaga //

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Desde os primórdios, quando o homem produzia o abrigo fundamental para se proteger das intempéries, necessariamente adaptava-o ao clima onde estava inserido, buscando transformar os ambientes interiores em espaços agradáveis para a permanência das pessoas. Igualmente, o uso dos princípios da acústica nos ambientes construídos remonta às civilizações antigas, em templos para impressionar súditos ou, nos teatros gregos e romanos, para otimizar a recepção do som pela assistência. Deste modo, tendo o arquiteto como função primária criar ambientes construídos para que o homem use com eficiência, segurança e comodidade, vê-se premente que o tema do conforto ambiental seja inserido como premissa na sua atividade profissional. Tendo como objetivo a incorporação pelos alunos dos fundamentos do conforto ambiental nas práticas acadêmicas e futuras práticas profissionais de projeto, a disciplina trabalha o conhecimento e uso das tecnologias passivas para prover Conforto Ambiental Térmico, bem como os aspectos da acústica e suas aplicações no projeto arquitetônico. Tudo é baseado em conhecimentos científicos consolidados e de validade reconhecida, bem como deliberações de normas técnicas brasileiras vigentes sobre os temas. Estes fundamentos são repassados e discutidos não só nos seus aspectos técnicos-quantitativos, mas também qualitativos (por meio de critérios de projeto). De mesmo modo, é meta a construção de um repertório amplo e crítico na área para aplicação direta em atelier, objetivo último de qualquer disciplina de tecnologia. A partir da sexta semana de aulas, portanto com 30% da disciplina, as aulas que deveriam ser presenciais passaram a ser ministradas de maneira remota para atender às recomendações sanitárias das autoridades estaduais e municipais de saúde para prevenção da Corona vírus. Assim, foram feitas as adaptações dos métodos de ensino à nova realidade de ensino virtual que se apresentava. Salvo alguns pequenos percalços de adaptação, tanto do docente, bem como do grupo discente à excelente ferramenta oferecida pelo SENAC (collaboratte), as aulas transcorreram adequadamente,

prof. dr. walter j. ferreira galvão //

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// prancha projeto escola pelotas - anna beatriz dudly, bárbara moreira, letícia de lima, lidia rodrigues //

> CONFORTO ​ ambiental​


sendo mantida a qualidade dos produtos avaliativos elaborados pelos alunos. O produto final da disciplina trata-se de uma proposta de ações no projeto arquitetônico (módulo escolar), tendo como premissa a adaptação de uma edificação ao clima onde está inserida, a partir da determinação da zona bioclimática específica citada na norma brasileira NBR 15220 e a escolha de materiais constituintes das vedações externas, assim como a cor das superfícies exteriores. Estas escolhas são baseadas nos limites máximos preconizados na referida norma, usando indicadores como Transmitância Térmica – U (W/m²K) e absortância (α) de raios solares. Ainda, são dimensionadas as aberturas dos ambientes para privilegiar a ventilação natural e definidos elementos de sombreamento (brise soleil). Também, são determinadas as vedações verticais internas divisórias entre as salas de aula para prover a privacidade de ambientes contíguos. Igualmente são escolhidos os materiais de acabamento para adequação acústica dos espaços interiores, a partir da regulação do Tempo de Reverberação (TR) adequado.

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profa. ms. ana carolina ferreira mendes profa. dra. jordana alca barbosa zola //

> DESENHO URBANO: operações urbanas A disciplina é estruturada em duas etapas principais: a primeira, com elevada carga de conteúdo conceitual e de bibliografia sobre os processos de produção do espaço urbano, coincidiu, majoritariamente, com as atividades ainda presenciais, o que permitiu a adequada fundamentação conceitual para o desenvolvimento da etapa posterior, concentrada no desenvolvimento de um exercício prático de análise e projeto. A segunda etapa da disciplina é dirigida à região Faria Lima/ Berrini. Nessa área, os alunos estudam os recentes processos de transformação urbana, analisando seus diferentes setores, a partir do conceito de vetores de desenvolvimento. Após analisar as principais questões urbanas e ambientais de cada setor, os alunos desenvolvem um projeto de escala urbana, inserido no contexto das Operações Urbanas Consorciadas. A transição para a atividade remota coincidiu com a visita de campo a uma área de Operação Urbana, na região da Água Branca, dias antes da suspensão das aulas presenciais. As observações da visita permitiram que os alunos identificassem o impacto da flexibilização da legislação urbanística no espaço construído. O resultado da monitoria na disciplina foi fundamental para garantir a transição para a atividade remota. A monitoria montou as bases de estudo e projeto, consolidando os mapas utilizados pelos grupos, o que poupou a turma de um trabalho considerável e tomou uma importância maior ainda nesse momento de adaptação para todos. As atividades previstas no plano inicial foram adaptadas à atividade remota, mantendo a sequência de entregas e seminários conjuntos, de forma a estimular a participação dos alunos e a troca de experiências. Os grupos de trabalho iniciais foram mantidos até o final do semestre, para facilitar a comunicação e o entrosamento entre os alunos.

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// exercício intermediário // localização da área de estudo / principais infraestruturas de transporte e assentamentos precários // setorização da área de estudo / áreas prioritárias para intervenção // aldo otávio oliveira, caiã reis, ewerton suenaga silva, gabriela carnevalli, isabelle zanoni, matheus aith de souza, samantha itimura //

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// exercício final // aproximação da área de estudo / meio físico, linhas de drenagem e possibilidades de intervenção // detalhe da proposta / dispositivos de controle de cheias associado à implantação de parque e equipamentos públicos // detalhe da proposta / soluções para qualificação da habitação existente e provisão habitacional associadas a parque e áreas livres // aldo otávio oliveira, caiã reis, ewerton suenaga silva, gabriela carnevalli, isabelle zanoni, matheus aith de souza, samantha itimura //

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O Plano de Ensino original da disciplina foi pouco impactado pelo distanciamento e pela necessidade de aulas e atividades remotas. Ao longo do semestre, foram feitas adaptações nos prazos inicialmente estipulados para as diversas atividades, mas, o conteúdo e o plano foram cumpridos. Apesar de alguns problemas individuais para o acompanhamento das atividades remotas (problemas de conexão, dispositivos, etc), a turma foi bastante presente nas aulas e demonstrou empenho na elaboração dos exercícios propostos. Os exercícios foram realizados em grupo (de acordo com a sistemática da disciplina) e alguns tiveram desempenho notável, o que demonstrou satisfatória apreensão do conteúdo, apesar do distanciamento. A monitoria da disciplina também cumpriu seu plano original e contribuiu com a produção de uma base de dados, informações e cartografia que se constituirá como banco de dados de apoio para os próximos semestres.

// exercício intermediário // análise do vetor faria lima / características da ocupação e fluxos // anna dudly, barbara moreira, eliane hottgen, henrique rabelo, leticia cabral, lidia gonçalves, raquel de sousa //

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// exercício final // nova setorização para a área de estudo / concentração de áreas livres e sub-utilizadas // identificação de áreas livres e sub-utilizadas passíveis de adensamento e verticalização // planta / proposta de adensamento e verticalização nas áreas sub-utilizadas e manutenção das áreas livres // maquete eletrônica / detalhamento da proposta de adensamento e verticalização nas áreas sub-utilizadas // anna dudly, barbara moreira, eliane hottgen, henrique rabelo, leticia cabral, lidia gonçalves, raquel de sousa //

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> MECÂNICA DOS SOLOS ​ e fundações Os alunos da disciplina Mecânica dos Solos desenvolveram o prédimensionamento da fundação por sapata isolada retangular para um pilar de uma edificação residencial. A partir de resultados de resistência do solo (sondagem SPT) e da carga atuante na fundação de um pilar foi determinada a área e altura da sapata.

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prof. ms. carlos alberto medeiros //


// Pré-dimensionamento de fundação por sapata isolada //

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// exercício de representação gráfica aplicada ao paisagismo ana carolina dourado //

> PAISAGISMO: local

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profa. ms. marcella de moraes ocke müssnich //


A disciplina trabalha na escala do parque de caráter local, com influência numa determinada área dentro do tecido urbano e propõe aos alunos o desenvolvimento de projetos de espaços livres de edificação. Iniciamos o semestre com a proposta de um exercício gramatical de identificação dos espaços livres de edificação, públicos e privados, em um raio de 500m da moradia de cada um. Montamos um grande mapa da cidade para verificar a heterogeneidade do nosso tecido urbano e a desigualdade de distribuição e áreas livres em determinadas regiões da Grande São Paulo. O segundo exercício foi de representação gráfica aplicada ao paisagismo e usamos o jardim entre os prédios acadêmicos do Centro Universitário para a realização do exercício. Além da visita ao local, foram passadas algumas técnicas de representação gráfica da vegetação. Esta atividade foi finalizada de forma remota por conta da necessidade de isolamento social em função da COVID-19 em março deste ano e os alunos realizaram as entregas virtuais dos desenhos em três escalas diferentes: 1:200, 1:500 e 1:1000. (imagem 1) O terceiro exercício do semestre foi iniciado e finalizado de forma totalmente remota e a proposta era a partir de uma metodologia de projeto redesenhar o mesmo local utilizado no exercício dois. A metodologia proposta foi a do Grant Reid do

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livro From Concept to Form in Landscape Design onde a partir de um mesmo partido de projeto o aluno aplique uma malha baseada em formas geométricas para gerar novos desenhos para o espaço. (imagens 2 e 3) O último exercício foi o desenvolvimento do Projeto do Parque Augusta em pequenos grupos de alunos. As aulas síncronas e de atendimento de projeto foram fundamentais para desenvolver propostas interessantes e discussões muito produtivas sobre o desenho dos espaços públicos. (imagem 4) Nos encontros presenciais até 13 de março as dinâmicas adotadas foram as aulas expositivas dialogadas com o desenvolvimento de atividades em sala de aula e atendimento de projeto. A partir de 16 de março iniciamos o formato remoto pelo Blackboard Collaborate Ultra com aulas assíncronas de indicações de leituras de texto e atividades individuais e aulas síncronas com exposições dialogadas para subsidiar o desenvolvimento de projetos e com a participação dos alunos apresentando projetos e interagindo via chat ou microfone e câmera. Algumas atividades de desafios também foram produtivas e estimularam a interação com os alunos. (imagem 5 ) Os resultados obtidos foram muito satisfatórios, considerando a situação remota, e mesmo com a dificuldade de orientação de projeto à distância utilizamos as orientações coletivas como forma de aprendizado e troca entre os alunos. Aproveitamos o tempo da aula para desenvolvimento das atividades e para discutir sobre o futuro do desenho dos espaços públicos pós pandemia. BAUCAS5MA PROFº MARCELA OCKE ISABELLE ZANONI PAISAGISMO: LOCAL INTERVENÇÃO NO INTER ACADÊMICOS SENAC-SP A PARTIR DAS NOVAS DIRETRIZES DO SENAC NA IMPLEMENTAÇÃO DO ENSINO MÉDIO QUERIA RESGATAR UM AMBIENTE MENOS ESTÁTICO DE POUCA PERMANÊNCIA ATRAVÉS DE UMA MALHA HEXAGONAL E CORES PARA UM AMBIENTE MAIS LÚDICO E INTERATIVO

MALHA ORTOGONAL ESC 1:200

DESENHO DE PISO ESC 1:200

INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA ESC 1:200

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// exercício das malhas isabelle zanoni // exercício das malhas ewerton suenaga silva // exercício parque augusta - bruna diniz e thiago cezaro vieira // registros das aulas remotas - orientação de projeto da aluna barbara giacchetto moreira //

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> PROJETO DE ARQUITETURA: equipamento cultural

prof. dr. marcelo suzuki prof. ms. maurício miguel petrosino //

// figuras 1 e 2 - visita técnica ao sesc pompéia //

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// figuras 3 e 4 perspectiva e planta n+764,01 do projeto final de aldo oliveira, andré nicolas, caiã rocha, ewerton suenaga //

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Neste semestre específico começamos a ministrar a disciplina em fevereiro como o planejado no início do ano. Em março a mudança radical na aplicação das aulas: todas seriam via WEB-conferências, remotas, em contra-posição às habituais aulas, atividades externas e atendimentos presenciais. Essa alteração no modo de aplicação das aulas se deveu ao distanciamento social em função do atendimento às determinações oficiais para conter o avanço da pandemia do novo coronavirus. Em fevereiro e março foram feitas duas visitas a edifícios de uso cultural com soluções arquitetônicas diferentes: Centro Cultural São Paulo, no Paraiso e ao SESC Fábrica da Pompéia, no bairro da Pompéia. Os edifícios visitados estabelecem conexões sobre o que se entende por cultura e como a arquitetura contribui e participa com essa tipologia edificada no espaço urbano adjacente, na escala de bairro e em última análise, sua participação no contexto cultural da cidade. Essas atividades externas, aulas para estudo de casos, foram realizadas para provocar a reflexão e estruturação sobre o projeto de arquitetura para equipamento cultural numa cidade consolidada e do porte de São Paulo. Aos alunos coube as tarefas de formularem relatórios das visitas, em grupos e com incremento do trabalho via pesquisas em bibliografias pertinentes a cada caso. O exercício principal da disciplina foi o desenvolvimento de anteprojeto de arquitetura, de um equipamento cultural, na escala de bairro, com um programa de necessidades diversificado. Deveria ser adotado o pressuposto da existência de outros equipamentos como esse em outros bairros, fixando a abrangência do edifício como integrante de uma rede de equipamentos similares em conceito funcional na cidade e que fornecesse o suporte às manifestações artísticas e culturais das comunidades locais, de vizinhança próxima. Para aplicação do exercício foi escolhido o bairro de Santo Amaro, na Av. Adolfo Pinheiro esquina com Rua Conde de Itú, próximo ao teatro Paulo Eiró. A aproximação com o teatro já possibilita a idéia de se promover a criação de um conjunto de equipamentos culturais de bairro, próximo à estação de metrô, de pontos de ônibus e que atende os moradores da região e/ou de outras vizinhas. A partir de meados de março de 2020 até o final do semestre, todas as aulas expositivas, aulas com apresentação de edificações para estudos de casos e atendimentos aos alunos foram via WEB, ora gerais, ora separados por grupos em horários previamente agendados. Os resultados foram muito bons, com trabalhos densos em qualidades técnicas e conceituais.


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// prancha projeto final de anna beatriz dudly, bĂĄrbara moreira, letĂ­cia de lima, lidia rodrigues // figuras 6 e 7 perspectiva e diagramas do projeto final de gabriela ribas, isabelle zanoni, raquel rebequi e samanta arissa //

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> PROJETO INTEGRADOR 5: patrimônio, teorias e conceitos prof. ms. ralf j. castanheira flôres //

Abordar a preservação do Patrimônio Cultural, mais especificamente o patrimônio arquitetônico e urbano, requer uma revisão histórica que tem como objetivo recuperar os contextos em que esta preservação, enquanto prática, constituiu-se e permitiu a criação de políticas públicas visando a conservação e o compartilhamento desta herança. Nesta disciplina nos aproximamos de momentos definidores para tal processo, que podem ser localizados no Renascimento, inicialmente, e nos contextos das revoluções Francesa e Industrial e suas conexões com o ideário Romântico. Posteriormente, focamos em John Ruskin, Eugène E. Viollet-le-Duc, Cesari Brandi, Camillo Boito e Gustavo Giovannonni, os cinco grandes teóricos que, com suas práticas, alimentaram as bases para as cartas patrimoniais e as legislações definidas nas diversas instâncias das políticas culturais. Deste momento, partimos para o caso específico do Brasil, investigando como a institucionalização destas práticas está historicamente associada ao movimento modernista e à constituição de uma identidade e patrimônio nacionais, marcada pela criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A estrutura da disciplina, em termos de conteúdo, foi facilmente transposta para o BlackBoard, nosso ambiente virtual de aprendizagem, de modo que as aulas expositivas, momentos de debate e apresentação de trabalhos aconteceram de forma satisfatória. Como suporte às necessidades para além da sala de aula, momentos para atendimento em grupo, na mesma plataforma, além de e-mail e o contato direto, via representante, por WhatsApp. O encerramento do semestre baseia-se em dois grandes pontos (1) recuperar o conteúdo trabalhado de modo que os alunos se posicionem criticamente sobre as condutas e práticas de preservação possíveis e (2) criar repertório em termos de referências em projetos de intervenção arquitetônica ou urbana - estabelecendo conexão com o semestre seguinte, através das disciplinas Projeto Integrador VI e Projeto de Arquitetura 6. A proposta, regularmente executada através de modelos tridimensionais, foi adaptada para uma versão analítica e iconográfica, apresentada em pranchas.

143


// figuras 1 a 3 - pratt institute, higgins hall - steven holl (projeto de intervenção) - gabriela ribas, samanta arissa //

144


// figuras 4 a 6 - cais do sertão – brasil arquitetura (projeto de intervenção) - ana dourado, bruna diniz // figuras 7 a 9 - kraanspoor – oth architekten (projeto de intervenção) - ana carolina ferreira Barelli, isabella borba //

145


146


0

//


/

COMUNICAÇÃO IMAGEM PAISAGEM​ LUMINOTÉCNICA​ ​

PAISAGISMO:​ r e g i o n a l​ ​

PLANEJAMENTO URBANO:​ estatuto d i r e t o r​

da

c i d a d e / plano

PROJETO DE ARQUITETURA:​ equipamento cultural patrimônio ​

e

PROJETO INTEGRADOR 6:​ patrimônio, práticas i n t e r v e n ç õ e s​ ​

e

TEORIA DA ARQUITETURA:​ método

e

projeto

período


> COMUNICAĂ‡ĂƒO IMAGEM PAISAGEM profa. dra. myrna de arruda nascimento //

// atmosferas do cas - beatriz furtuoso alexandre // atmosferas do cas - maria alice demetrio pacheco //

149

// atmosferas do cas - bruno kenzo marques hokama // atmosferas do cas - hieda cristina yoshioka iarossi //

// atmosferas do cas christiano de feo cintra do prado // atmosferas do cas gustavo henrique rossati bunesi //


Comunicação, Imagem e Paisagem apresenta aos alunos uma perspectiva particular de estudar, conhecer e refletir sobre arquitetura a partir da experiência e da compreensão dos espaços construídos, como fenômenos comunicacionais , disponíveis à experimentação corpórea, ao convívio rotineiro ou facultativo, ou mesmo ao imaginário responsável pela construção de significados, muitos destes reféns de memórias afetivas ou simbólicas , eventos marcados pela lembrança pessoal ou pelas conexões de significância que geraram na vida dos usuários/ visitantes/ frequentadores destes lugares. Públicos ou privados, concebidos na escala das vivências individuais corpóreas ou coletivas, como paisagens urbanas ou entornos naturais definidos e orquestrados a partir da intervenção humana, estes fenômenos arquitetônicos são os objetos de observação e estudo que desencadeiam a reflexão e a cognição motivada por vivências e pelo compartilhamento das sensações e significados que tais espaços permitem conceber. Como fenômeno não verbal/icônico, a arquitetura e os espaços que a qualificam foram discutidos a partir dos conceitos fundamentais da Teoria da Comunicação e da Semiótica Peirceana, presentes nas obras de Décio Pignatari e Lucrécia Ferrara. Tratamos dos conceitos de código e linguagem (Marshall MacLuhan, Norbert Wiener), cultura/repertório/arquitetura (Juhanni Pallasmaa), atmosferas dos lugares/sensação/ produção da imagem/fenomenologia da percepção (Peter Zumthor e Merleau-Ponty), relações entre comunicar espaços, construir imagens, imaginar paisagens. A compreensão e estudo dos fenômenos não verbais são tratados a partir dos postulados da lógica da linguagem/semiótica peirceana e aplicados no exercício da Leitura da Arquitetura*.

*retomado depois de um intervalo de 5 anos, devido à impossi-

bilidade de realizarmos o exercício interdisciplinar Eventos

Urbanos, com a disciplina PI-VI

– Patrimônio: Práticas e Intervenções ministradas pelo prof. Ralf Flores.

150


Nas aulas expositivas com participação e intervenção dos alunos, nas reflexões e diálogos e nos atendimentos coletivos sobre os espaços arquitetônicos que selecionaram para estudar/explorar e representar nos trabalhos, discutimos temas como: a cidade/ a arquitetura/eventos e intervenções que transformam a percepção e o significado do lugar ( sensíveis e memoráveis). Produção e apresentação coletiva dos exercícios Atmosferas do CAS (apenas as imagens, sem o texto dos alunos), proposto antes da pandemia (Figuras 1 a 6), e Absolut Covid 19 (Figuras 7 a 10). Os resultados do exercício de Leitura da Arquitetura foram apresentados em seminários individuais, com a opcional produção de um vídeo, cujo roteiro e montagem foram discutidos em atendimentos coletivos. Assim pratica-se também a aplicação de conteúdos de Teoria da Comunicação e de Semiótica nos produtos gerados pelos alunos. Seguem abaixo links de três trabalhos sobre a leitura da arquitetura. Foi autorizado o uso de imagens disponíveis na rede digital, tendo em vista a natureza acadêmica dos trabalhos e a impossibilidade de se obter novas imagens em espaços públicos, no entanto, ter vivenciado o espaço selecionado era condição sine qua non para a seleção dos projetos da leitura. SESC POMPÉIA (Thalia Cassia – pdf https://drive. google.com/file/d/1Ey0WEQsI-VX3vvUXV9hZlHMkgAxtrfp8/ view?usp=sharing) JAPAN HOUSE (Nádia Bezerra Costa – vídeo https://drive.google.com/file/d/1Ey0WEQsIVX3vvUXV9hZlHMkgAxtrfp8/view?usp=sharing) MASP (Suynara Oliveira da Silva – vídeo https://drive. google.com/file/d/1KNJOo2O1RfsciEjOTdYty8OZb8ln8EJW/ view?usp=sharing)

// absolut - jéssica de souza ramos // absolut - palloma patrício paulo // absolut - bruno kenzo marques hokama // absolut - michael lara terra //

151


152


> LUMINOTÉCNICA ​ ​

prof. dr. walter josé ferreira galvão //

Sendo a visão o principal sentido da espécie humana, é grande a importância da iluminação para a nossa visão, já que nossos olhos são especializados em obter da luz reações comportamentais e metabólicas. Assim, é correto dizer que para haver visão é necessário existir luz. Complementando os conteúdos relativos ao Conforto Ambiental na Arquitetura, a disciplina “Luminotécnica” trata de Conforto Visual que, juntamente com o Conforto Ambiental Térmico e a Acústica Arquitetônica abordadas no semestre anterior, compõe o arcabouço de ações que devem ser tomadas pelos arquitetos para prover bem-estar dos usuários nos ambientes construídos. Nesse sentido, sendo a luminotécnica o estudo e a aplicação das fontes artificiais de luz, o objetivo da disciplina foi a incorporação de seus fundamentos nas práticas acadêmicas e futuras atividades profissionais dos alunos. Foi abordado o projeto de iluminação artificial, tanto para os ambientes interiores dos edifícios, assim como os exteriores (particularmente fachadas e monumentos), considerando critérios de desempenho, tendo como base o saber de grandezas e unidades fotométricas, sistemas de iluminação, tipos de lâmpadas e luminárias (características e aplicações), bem como métodos de cálculo e normas técnicas. Estes fundamentos foram apresentados e discutidos não só nos seus aspectos técnicos e quantitativos, mas também qualitativos (por meio de critérios de projeto). Particularmente nesse primeiro semestre de 2020, em determinado momento as aulas passaram a ser ministradas de maneira remota, atendendo às recomendações sanitárias das autoridades estaduais e municipais de saúde para prevenção da Covid19. Assim, foi feita rapidamente ajustes dos métodos de ensino à nova realidade de ensino virtual que se apresentava. Salvo alguns pequenos percalços de adaptação, tanto do docente, bem como do grupo discente à excelente ferramenta oferecida pelo SENAC (collaboratte), as aulas transcorreram adequadamente, sendo mantida a qualidade dos produtos avaliativos elaborados pelos alunos.

153

// planta geral - ana paula freitas, maria alice pacheco, matheus garcia // projeto final de iluminação de fachadas leopoldo alberto teixeira mendes cruz //


As imagens a seguir demonstram os produtos da disciplina. Tratase, primeiramente, de um projeto executivo luminotécnico para ambiente interior, também de uma proposta de iluminação para edifício histórico e tombado, tendo como premissa a valorização, com a iluminação, dos elementos arquitetônicos e, consequentemente, do patrimônio edificado. Vale acrescentar que o segundo exercício atende aos princípios de integração com a disciplina de Projeto Arquitetônico (PA) que têm como tema “Equipamento Cultural e Patrimônio”.

Centro Universitário Senac

Planta Geral

Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Ana Paula Freitas, Maria Alice, Matheus Garcia

Luminotécnica 08/05/2020

01/01

154


Curva de Luz Luminária circular para piso EP-21 da Lumalux com Lâmpada LEDspot 70W PAR30S 827 100-277V 25D ND da Philips Wallwashing Luminária LED linear de luz branca eW Graze Powercore Cod. BCS419 60x30/4000 L305 da Philips Luz Geral Luminária LED de luz branca e alta dencidade eW Blast Powercore gen4 BCP481 36xLED-HB/4000K 100-277V BK da Philips Luz Estrutural Mangueira de LED cor azul e verde

2.25

6.50

7.70

Prever estrutura metalica para apoiar holofote, na cupula

FACHADA ESQUERDA

155


2.50 CURSO:

Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo

DISCIPLINA:

Luminotécnica

DOCENTE:

ASSUNTO:

TURMA:

A

Walter Galvão FOLHA:

Entrega Final Iluminação de fachadas

ALUNO:

Leopoldo Alberto Teixeira Mendes Cruz

DATA:

29/11/18

ESCALA:

01 156

1:75


> PAISAGISMO: ​ regional​ prof. dr. fabio robba profa. ms. marcella de moraes ocke müssnich //

157

A disciplina aborda a relação entre o programa de funções de um parque e a população beneficiada pelo mesmo e problematiza a demanda para um equipamento na escala de Parque Regional, permitindo ao aluno refletir sobre o seu dimensionamento. Iniciamos o semestre de forma presencial com algumas aulas iniciais expositivas dialogadas sobre os espaços livres da edificação e a proposta de desenvolvimento de um parque com caráter regional. Para esta atividade utilizamos a área existente do Centro Desportivo Municipal (CDM) Maria Felizarda nas imediações do Centro Universitário Senac. Após uma


Parque CDM PASSARELA DE PEDRESTRE E ESPAÇO RECREATIVO

GRAMA

PISO EMBORRACHADO

ESPELHO D`ÁGUA

PISO CIMENTÍCIO DRENANTE

ESCADARIAS E RAMPAS

50

100

500

N

visita ao local e reconhecimento do entorno (imagem 1) os alunos começaram a desenvolver uma maquete em equipes com a topografia da área. O exercício seria desenvolvido na maquete para posterior desenho do projeto, mas com a necessidade do isolamento social por conta da COVID-19 fizemos uma reformulação da atividade e trabalhamos apenas o projeto através do desenho. As aulas remotas iniciaram na semana do dia 16 de março e num primeiro momento passamos atividades assíncronas para a continuação do desenvolvimento do projeto do CDM e na semana seguinte iniciamos as aulas síncronas com estudos de caso atendimento de projeto para subsidiar exercício (imagem 2). O segundo exercício da disciplina foi o Parque Jurubatuba. Como estávamos impossibilitados de fazer uma visita ao local trouxemos as imagens da área de visitas anteriores realizadas com outras turmas e “passeamos” virtualmente no local. A área apresenta topografia desafiadora e trabalhamos com os alunos através de cortes o entendimento do local (imagens 3 e 4) Tivemos algumas aulas expositivas dialogadas com estudos de caso de áreas semelhantes junto aos cursos d´água para ampliar o repertório projetual da turma. Reservamos boa parte das aulas para os atendimentos de projeto coletivo (imagem 5), pois consideramos a área com desafios topográficos e de escala que demandaram uma quantidade maior de atendimentos. Apesar dos desafios remotos que a escala do projeto do Parque Jurubatuba impôs, os resultados foram muito bons e mesmo à distância, com a dificuldade de orientação de projeto, utilizamos os recursos de desenho da plataforma do Blackboard para poder avançar no desenvolvimento das propostas e desenhar junto com os alunos. Também foi um momento importante de reflexão sobre a importância dos espaços públicos nos centros urbanos e considerações sobre os projetos de parques pós pandemia (imagem 5).

06.2020

projeto: CDM

PAISAGISMO Fábio e Marcela/ 6º SEM. Aluna: Tamires Regina Teixeira

// visita técnica cdm maria felizarda // exercício cdm maria felizarda - tamires regina teixeira //

158


13 8

12

11

725

.95

.50

728

726

.65 722 725

.60

725

725

.34

.37

19 .10

17

725

.20

18

729 .15

728 .63

728

.48

19

729

729

.27

728

.35

726

.32

726

19

726

.35

727

.10

724 .74

.23

724

727 .83

17

.28

2

3

728

1

727 .42

5

724 .85

724

4.3 72

1

3

724 .35

.40

2

.90

724

724.40

4

724

16

.40

721

.35

13

724

.05 725

8

.83

727 .85

724

7

.50

.83

724.38

TIPOLOGIAS VEGETACIONAIS

ESPORTIVO

TIPOLOGIA DE VIAS

ÁREA DE BOSQUE

ÁREA DE PERMANÊNCIA

HORTA URBANA

CIRCULAÇÃO

GRAMADO

CICLOFAIXA

ARBUSTOS (LINHÃO)

PIER (DEQUE)

WETLANDS PARA TRATAMENTO DE ÁGUA

ACESSOS DO PARQUE

1. 2. 3. 4. 5. 6.

724

.50

725

.05

724

.83

PLANTA GERAL ESC.: 1.2000

LUGARES DE ENCONTROS E SHOWS 9. ÁREA PARA ENCONTROS E 10. TELÃO

QUADRA DE FUTSAL QUADRA DE VOLEI QUADRA DE BASQUETE PISTA DE SKATE E PATINS ACADEMIA CAMPO DE FUTEBOL

PERMANÊNCIA

11. PLAYGROUND 12. ÁREA DE ESTAR E CONTEM 13. PASSARELA ELEVADA COM

HORTA URBANA 7. 8.

ARBUSTOS (BEIRA DO RIO)

HORTA COMPOSTEIRA

733 732

728

724 723

BOSQUE

9. ÁREA PARA ENCONTROS E SHOWS(PIER)

ARBUSTOS (LINHÃO)

PASSEIO + CICLOFAIXA

GRAMA + PISCINÃO VERDE

ÁREA DE ESTAR E CONTEMPLAÇÃO

ACESSO AO PARQUE

CORTE A - A ESC.: 1.250

737

731 729

725

722

ÁREA DE ESTAR E CONTEMPLAÇÃO

CORTE B - B ESC.: 1.250

BOSQUE

725

PASSEIO + CICLOFAIXA

ÁREA DE PERMANÊNCIA

ARBUSTOS (LINHÃO)

GRAMA + PISCINÃO VERDE

BOSQUE

DISCIPLINA: PAISAGISMO DOCENTES: ASSUNTO:

PROF. MS. MARCELA OCKE E PROF. DR. FABIO ROBBA

PROJETO - PARQUE REGIONAL

ALUNAS: HIEDA

159

- PARQUE REGIONAL

YOSHIOKA E NADIA COSTA

FOLHA: 02/02 TURMA: BAUCAS6M ESCALA: 1.250 DATA: 17/06/2020


A

17

.48

10

725

14 725

724

9 15

730

725

730

735

725

.47

724

.67

12

724

.39

B

725

13

725

.80

732

.30

727

.29

732

.29

730 .43

726

.74

18

725

725

.40

17

6

.29

725

729

.93

732

.29

A

727

.15

730 .17

727 .62

733

.21

726

.95

726

.73

12

0

3.4

729

732

.87

.42

730

.45

733

.38

730

73

15

739

5

74

0

73

.62

731

.78

741

.63

735

.26

734

.77

B

BOSQUE / INFRAESTRUTURA VERDE SHOWS

14. WETLANDS PARA TRATAMENTO DE ÁGUA 15. REDÁRIO 16. ÁREA PARA PIQUE NIQUE

ESCALA GRÁFICA

0

50

100

250

500

INFRA ESTRUTURA

MPLAÇÃO M ÁREAS DE PERMANÊNCIA

17. SANITÁRIOS E BEBEDOUROS 18. ÁREA PARA QUIOSQUES 19. BICICLETÁRIO

DISCIPLINA: PAISAGISMO DOCENTES: ASSUNTO:

- PARQUE REGIONAL

PROF. MS. MARCELA OCKE E PROF. DR. FABIO ROBBA

PROJETO - PARQUE REGIONAL

ALUNAS: HIEDA

YOSHIOKA E NADIA COSTA

FOLHA: 01/02 TURMA: BAUCAS6M ESCALA: 1.2000 DATA: 17/06/2020

// figuras 3 e 4 - parque jurubatuba - hieda yoshioka, nadia costa // exercício parque jurubatuba - atendimento remoto de projeto //

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prof. dr. ricardo dualde

> PLANEJAMENTO URBANO: estatuto da cidade / plano diretor

profa. ms. ana carolina ferreira mendes //

A disciplina Desenho Urbano 6 percorre o processo de planejamento territorial com foco prioritário para os processos pós Constituição 1988 e no âmbito do Estatuto da Cidade. Devido a abrangência dos assuntos utiliza as disposições do Plano Diretor e Legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo. O desenvolvimento projetual é aplicado sob áreas do Arco Jurubatuba – perímetro pertencente a Macroárea de Estruturação Metropolitana estabelecida pelo Plano Diretor atual.

// setores da macroárea de estruturação metropolitana e o arco jurubatuba - maria alice pacheco, nicole alves da silva, diane de souza dias, izabela jorge, ana paula de freitas //

161

O curso apresentou um quadro sobre a evolução de cidades brasileiras e concentrou sua análise em planos e dinâmicas ocorridas na Cidade de São Paulo. Os processos ocorridos, a normativa aplicada ao desenvolvimento de sua porção urbana e a construção de planos de desenvolvimento em diferentes períodos ao longo do sec. XX são condições para a construção de um legado de difícil tratamento. São analisadas as condições para a construção da “ordem urbana atual” com início fixado no marco constitucional atual e diretrizes de política urbana estabelecidas no Estatuto da Cidade. São retomados e desenvolvidos os conceitos de propriedade, sua função social, renda (da terra), localização (infraestrutura e serviços) e os parâmetros para o aproveitamento econômico e/ou social a partir do parcelamento, uso e ocupação do solo. No âmbito do Estatuto da Cidades são analisadas as características do instrumento, conforme previsão legal e sua aplicação, tendo como base a Cidade de São Paulo; o Plano Diretor Estratégico / 2014 e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Seguidamente é desenvolvido um exercício projetual que envolve o Arco Jurubatuba. Além da base conceitual apresentada, o curso desenvolve a aplicação de instrumentos e sua interpretação na área do Arco Jurubatuba. O Exercício passa por diferentes fases que vão da contextualização a aplicação. Devido a necessidade de isolamento social, esta fase que normalmente é desenvolvida com a dinâmica de ateliê onde se analisam as proposições apresentadas. Nesta edição o atendimento presencial foi substituído pelo


remoto, condição que exigiu maior coordenação dos discentes, organização e objetividade dos grupos no desenvolvimento do programa. Os resultados obtidos foram muito bons. Verificouse uma superação das dificuldades não previstas pelos grupos. Os resultados inspiraram considerar a importância da manutenção de registros a distância, mesmo quando existir a possibilidade do retorno presencial. Algumas dinâmicas deverão ser aperfeiçoadas e o sentido não é o da substituição da atividade presencial, mas o seu complemento. Esperase desse modo o desenvolvimento de um curso que aproveite as diferentes possibilidades oferecidas.

162


163


VILA DA PAZ - O desenvolvimento do exercício foi apresentado em 10 lâminas. Percorreu o conteúdo da disciplina com uma análise iniciada em diretrizes do Plano Diretor Estratégico. Para a área de análise foi apresentado o “percurso histórico”; “características atuais”; “legislação”; “pré-existências”; “proposta”; “estudo de caso” e, por fim os elementos aqui apresentados: Analise tipológica com diferentes cenários (parte superior), e; Vista geral da proposta.

// maria alice pacheco, nicole alves da silva, diane de souza dias, izabela jorge, ana paula de freitas //

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VILA BAYER - O desenvolvimento do exercício foi apresentado em 41 lâminas com a caracterização de vários pontos do perímetro, tipologia e situação de vacância. Com base na situação atual, análise do uso, gabarito e tendência de uso futuro com base no Zoneamento e em disposições do PIU foram identificadas e desenvolvidas propostas de transformação e qualificação que resultaram no produto na parte superior e avaliação da ocupação.

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// bruno kenzo, gustavo bunese, michael lara, nadia costa, thalia cĂĄssia //

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> PROJETO DE ARQUITETURA: ​ equipamento cultural e patrimônio

prof. dr. marcelo suzuki profa. ms. katia bomfim pestana //

A ideia original da disciplina de projeto Patrimônio é a de que os alunos produzam maquetes de seus projetos em escala 1:50, a começar da maquete base, que é o imóvel tombado representado com bastante rigor, detalhes, ornamentos etc. E isso eles conseguiram, fizeram maquetes muito boas, ainda no presencial e contando com o Laboratório. O planejamento inicial previa que essa base seria empregada com constância e que, no último mês do curso, os alunos estivessem explorando desenhos e maquetes em escalas maiores, discutindo de que modo o edifício histórico poderia receber a nova intervenção, aprofundando os aspectos construtivos. Com um programa pré-estabelecido, propõe-se a implantação de uma biblioteca de médio porte e atividades variadas. O exercício implica, além do entendimento do ambiente urbano e suas relações, o pleno entendimento entre imóvel tombado como patrimônio histórico e seu potencial novo uso. Como o novo programa demanda mais áreas de uso do que as pré-existentes, impõe-se a presença de mais construção para sua resolução adequada, presença afirmativa e inter-relação funcional com o imóvel antigo. Foram disponibilizados 3 imóveis, com seus levantamentos cadastrais, os mesmos já utilizados em anos anteriores. – 1o Exercício: entendimento do imóvel histórico existente, conhecimento de sua história e interpretação espacial (maquete base). – 2o Exercício: desenvolvimento do projeto, com Estudo Preliminar que demonstre a implantação do programa, tanto na área existente quanto na área nova a acrescentar. Coerência entre as partes do programa implantado em um ou outro local, resolução estrutural de intervenções na edificação antiga e no projeto novo. Funcionalidade das interligações entre um e outro.

// figuras 1 e 2 - grupos e as maquetes dos imóveis históricos existentes //

167


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Procuramos disponibilizar uma série de atividades para serem feitas em casa, ainda em equipes, buscando manter a estrutura do curso e a elaboração das etapas pensadas no Plano de Ensino. Quando começamos nossa comunicação via web conferência foi positivo, pois permitiu aos alunos participarem, esclarecer dúvidas e planejar atendimentos virtuais de seus projetos. Prevíamos, inicialmente, visitas pelo bairro de Higienópolis e Av. Paulista, a fim de ilustrar algumas características dos imóveis ecléticos existentes nessas áreas e de intervenções feitas em alguns deles. Como as visitas não aconteceram, mostramos apenas os estudos de caso, que acabaram por fazer esse papel, de mostrar e analisar intervenções contemporâneas feitas em imóveis históricos. Uma das maiores dificuldades encontradas no início, foi estabelecer com os alunos o limite entre o receio deles de estarem à deriva, com muitas tarefas sem o apoio lado a lado que caracterizam as disciplinas projetuais, e a necessidade dos professores de acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos e, portanto, de que os alunos fizessem entregas sistemáticas e evolutivas, como uma forma de se aproximar do processo de construção do projeto. PROCESSO 1. Bruno Kenzo Marques Hokama; Gustavo Henrique Rosatti Bunese; Thalia Cassia Ribeiro da Silva. O grupo evoluiu com a implantação inicialmente proposta, aperfeiçoando o volume e a maneira de encostar no edifício existente. A valorização da fachada principal do imóvel histórico foi uma das condicionantes para a implantação do projeto no fundo do terreno.

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// primeiros croquis de estudo da implantação e distribuição do programa, onde o novo edifício tem a altura da antena da torre do casarão // maquete feita em casa // primeiros estudos volumétricos //

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2. Ana Paula Silva de Freitas; Michael Lara Terra; Nadia Bezerra Costa. O Grupo trabalhou com o casarão onde atualmente funciona o Iphan, e propôs a manutenção da edícula existente e tombada pelo patrimônio histórico no final do terreno. Os alunos apresentaram estudos com as primeiras aproximações ainda com timidez e dificuldades esperadas para as primeiras propostas, inclusive assimilando bem os comentários feitos pelos professores na devolutiva. As dificuldades mostradas nos projetos foram as previstas, naturais para a abordagem do tema. A aceitação da classe sobre as devolutivas foi muito positiva, com reconhecimento de deficiências e aceitação da necessidade de se elaborar mais alternativas para a decisão sobre o melhor caminho a seguir, sempre com potencial de desenvolvimento. Bom empenho geral e demonstração de interesse e participação, assim como um bom encaminhamento para a apresentação final, seja pela presença e participação nas aulas on line, seja pelas contribuições individuais dentro dos grupos. A falta da maquete base diminuiu possibilidades de operação na passagem da escala 1:200, desenhos gerais, para uma escala onde as questões construtivas aparecem mais claramente, mas, por outro lado, os alunos empenharam-se em definir e representar todas as peças gráficas para compreensão do projeto, esmeraram-se em perspectivas eletrônicas, definiram sistemas estruturais e materialidade, e acabamos por ter um resultado muito satisfatório. O curso funcionou bem, os alunos participaram e conseguiram evoluir satisfatoriamente com cada proposta.

// figuras 6 e 7 - primeiros croquis de estudo da implantação do grupo 2 // diagrama de estudo do programa da biblioteca // figuras 9 a 12 - foto da edícula e estudo de sua incorporação no projeto // estudo das alturas entre os edifícios // maquete eletrônica do projeto final do grupo 2 //

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// ana paula silva de freitas, michael lara terra, nadia bezerra costa // planta do térreo com a implantação do anexo se aproximando do casarão através de um corredor de serviços // corte longitudinal definindo alturas e terraços de contemplação do casarão // maquete eletrônica do projeto final //

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// bruno kenzo marques hokama, gustavo henrique rosatti bunese, thalia cassia ribeiro da silva // planta do térreo com as projeções dos pavimentos e cobertura // a circulação entre os blocos acontece na altura do térreo elevado // vista da praça de chegada à biblioteca //

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prof. ms. ralf j. castanheira flôres //

> PROJETO INTEGRADOR 6: patrimônio práticas e intervenções

Esta disciplina avança na questão do Patrimônio Cultural e pretende dar continuidade ao Projeto Integrador V: Patrimônio – teorias e conceitos, na medida em que, de posse dos referenciais históricos e conceituais, os estudantes devem neste momento focar em duas vertentes que orientam o semestre. A primeira delas dá continuidade ao estudo das políticas públicas culturais e as práticas preservacionistas no Brasil ao longo do século XX e início do século XXI. A segunda visa o enfrentamento do projeto arquitetônico caracterizado pela proposta de intervenção em edifício de interesse histórico, exercício desenvolvido na disciplina Projeto de Arquitetura 6: Equipamento Cultural e Patrimônio. O direcionamento do estudo a ser desenvolvido ao longo do semestre foi em sua totalidade transposto para o modo remoto, que recebeu muito bem as aulas expositivas e os processos dinâmicos voltados para os debates em torno das práticas, tanto quanto as aulas alinhadas ao desenvolvimento do projeto de intervenção. Deste modo, ao longo das aulas trabalhamos com textos de apoio e fundamentação para o olhar crítico que deve ser direcionado para as práticas patrimoniais no país, em termos de políticas culturais voltadas para a preservação do patrimônio. Foram ponderados desde os programas de maior impacto e abrangência, implementados em capitais ou nas cidades históricas já consolidadas, até aqueles de impacto midiático secundário, porém de extremo valor para a área em estudo. Aqui foram estabelecidas relações com os métodos de levantamento e

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// projeto de intervenção em patrimônio, equipamento cultural - memorial + partido arquitetônico - ana paula freitas, michael lara, nadia costa //

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definição do que é digno de preservação, formas de documentação, relações entre as práticas políticas e o marketing urbano, desenvolvimento local a partir da economia voltada para o patrimônio. Ainda no campo das práticas, e na interlocução com a disciplina de projeto, recuperamos elementos do Ecletismo no Brasil, com abordagem para as concepções programáticas e suas relações com os modos de viver da época. Em seguida, uma discussão sobre como a intervenção pode se dar: a definição de um partido arquitetônico alinhado a uma postura que conserva as referências ao artefato original e o atualiza, ao mesmo tempo, para novos usos: aqui, há um casarão eclético, antigamente uma residência, que deverá abrigar uma biblioteca. Neste mesmo contexto, os estudantes foram levados a definir o caráter da intervenção proposta a partir de seus aspectos materiais, pautada pelo diálogo “novo X velho” e os desdobramentos estéticos.

biblioteca henrique DUMONT

PI - Projeto Integrador: Patrimônio - Práticas e Intervenções Profº. Ralf José Castanheira Flores Alunas: Izabela Jorge, Maria Alice Demetrio Pacheco e Nicole Alves da Silva

DIAGRAMA - PROCESSO PROJETUAL

TEÓRICOS DE RESTAURAÇÃO Ao longo da história, a noção sobre o patrimônio mudou muito, conforme a visão contextual estabelecida naquele determinado momento. Com isso, diversas abordagens e teorias surgiram, como forma de estabelecer critérios para a preservação e conservação do patrimônio cultural.

VIOLLET-LE-DUC Arquiteto francês, muito influenciado pela obra do arquiteto Henri Labrouste, trabalhou na comissão encarregada da preservação dos monumentos históricos, participou da restauração de projetos importantes como a Sainte-Chapelle e a Catedral de Notre Dame. Seus pensamentos sobre o restauro se baseiam-se em “Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento “com propostas polêmicas o restauro não se limitava as formas originais. Acréscimo e intervenções desprezados em função da busca pela unidade estilística, reconstituição daquilo que deveria ser feito em uma reformulação ideal do projeto de projeto através de correções, ou seja, a história do monumento era deixada de lado em função da prioridade da reconstituição estilística.

Estação Júlio Prestes Sesc Bom Retiro Implantação Biblioteca Instituto Árvores Vivas Espaço Cultural Porto Seguro Teatro Porto Seguro

JOHN RUSKIN

Entorno Imediato

Escritor e crítico britânico com postura clara e pensamento ligado ao Romantismo, que enfatiza a sensibilidade em detrimento da razão. “A restauração é a destruição do edifício, é como ressuscitar os mortos. É melhor manter uma ruína do que restaurá-la”. Para Ruskin a restauração seria uma alteração na história escolhida e determinada de acordo com a vontade de quem está restaurando ele acreditava que com a intervenção a história seria falsificada e reduzida a um mero pedaço do seu significado. A proposta ideal de fundamenta em conservar evitando degradações e consequente arruinamento ou para simples contemplação, respeitando a matéria original levando em consideração a história do bem e suas transformações ocorridas.

Importância do Patrimônio Histórico Todo edifício carrega uma bagagem histórica, o monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa. Nele estão impregnados sensações e sentimentos que vão além da materialidade do edifício. A sua conservação exige manutenção permanente, e visa salvaguardar tanto a obra de arte quanto o testemunho histórico. Um edifício histórico nos faz repensar o passado, nos faz refletir sobre o que ocorreu ali e o que aquilo representa no âmbito social, político e cultural. Portanto ele deve receber uma destinação que o favoreça e atribua uma função útil à sociedade em uma intervenção que vise respeitar e proteger a preservação dessas construções em meio ao caos urbano.

CAMILLO BOITO

Situação e Locação

IMAGENS DO PROJETO

Diagnóstico O bairro Campos Elíseos foi o primeiro bairro planejado da cidade de São Paulo, surgiu a partir da inauguração da ferrovia São Paulo Railway em 1870 por conta da chegada dos serviços de abastecimento domiciliar de água da companhia Cantareira em 1882. Nessa época a economia paulista era pautada na produção e venda de café, portanto os fazendeiros se ocuparam os terrenos dessa região. O Palacete da Alameda Cleveland faz parte da história do centro de São Paulo. Sua presença começou como residência do Henrique Santos Dumont - irmão do aviador Alberto Santos Dumont. Viu diversos cenários da história - abrigou o colégio Stafford, a Sociedade Pestalozzi - sendo desapropriado pela Secretaria da Fazenda em 1961 quando foi negativamente afetado, sendo alvo de diversas invasões e reintegrações de posse de 1983 até os anos 2000, quando finalmente passa a pertencer a Fundação do Patrimônio Histórico de São Paulo.

Ao estudar o Palacete da Alameda Cleveland nota-se que uma das suas principais características é o estilo eclético. O mesmo seguia as tendências da arquitetura europeia, possuindo traços refinados e pé-direito alto. A maioria dos pisos era revestido por assoalho de madeira e as paredes cobertas por pinturas decorativas. No período que Blandina Ratto foi proprietária do terreno, mais um imóvel foi construído, este seguia o mesmo padrão arquitetônico do casarão original. Entretanto, mesmo que o Palacete tenha se ajustado à vida atual ainda está sujeito às barreiras físicas, sociais, econômicas, simbólicas e culturais que inibem o seu verdadeiro potencial como ponto de interesse da cidade. Sendo assim estabelecemos nosso partido levando em conta essas características construtivas da época e inserindo um contraste através do uso de uma linguagem arquitetônica abstersa e minimalista. Partindo do pressuposto que a Alameda Nothmann é uma via de alto fluxo, também se pretende implementar uma faixa elevada, criando uma conexão direta com outro equipamento cultural da região, o Sesc Bom Retiro.

Justificativa A noção de monumento histórico compreende a criação arquitetônica isolada, com uma significação cultural. A conservação e a restauração dos monumentos constituem técnicas que possam contribuir para o estudo e a salvaguarda do patrimônio monumental e visa a salvaguarda tanto a obra de arte quanto o testemunho histórico, para que isso ocorra, antes de tudo deve existir a manutenção permanente. A conservação do monumento é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil à sociedade, mas segundo a carta de Veneza, não pode nem deve alterar à disposição ou a decoração dos edifícios. Levando em consideração, buscamos criar uma identidade com o pré-existente através do gabarito, aberturas e ritmo, valorizando os elementos decorativos, escultóricos e a pintura pré existente. O monumento é inseparável da história e do meio em que se situa, fazendo parte da memória individual e coletiva, partindo desse pressuposto o projeto tem por objetivo conservar e revelar os valores estéticos e históricos de ambos os edifícios.

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GUSTAVO GIOVANNONI

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DO LOCAL

Partido

Arquiteto, engenheiro escritor e crítico de arte, como arquiteto trabalhou principalmente no restauro de monumentos. Parte do princípio de que se as intervenções se fizerem indispensáveis, as adições devem se distinguir da obra antiga, afirmando-se como novas propostas às atuais, destruindo o falso histórico e respeitando a matéria original. Os complementos das partes danificadas ou faltantes mesmo se seguirem as formas primitivas devem-se diferenciar pelo material com inscrição da data de restauração respeitando as várias fases do monumento. A remoção de elementos somente deve ser aceita em caso de qualidade inferior à do edifício.

Engenheiro civil italiano, foi professor de história da arquitetura e restauração de monumentos na escola de Arquitetura de Roma, em 1920. Participou da Redação da Carta de Atenas em 1931 e da Carta Italiana de Restauro de 1932. Em continuidade a linha de pensamento de Camillo Boito, acredita no acréscimo e inovações quando extremamente necessários e com concepção moderna, estendeu os cuidados com os monumentos ao seu entorno, separar o bem do entorno é destruir a sua essência, o conceito de monumento histórico não pode ser isolado de seu contexto. Por este motivo, é o raciocínio que mais se aproxima do utilizado no processo projetual da bilioteca.

CESARE BRANDI “Restauração é qualquer intervenção destinada a devolver a eficiência a um produto da atividade humana“. Incorporações de novas intervenções arquitetônicas de qualidade, nas obras originais “A restauração deve objetivar restabelecer a unidade potencial da obra de arte até onde for possível, sem produzir falsificação histórica ou artística e sem apagar todo traço da passagem do tempo deixado na obra de arte”. A reintegração deve ser facilmente reconhecida sem romper com a unidade do bem, valorizando a matéria, facilitando as futuras intervenções, se possível deixar as partes do bem antes da restauração, acréscimo completando a obra podendo ter função diferente da original. Se for necessária a reconstrução da parte danificada não se deve imitar o antigo contudo a intervenção deve ter relação harmoniosa com o todo.

REFERÊNCIA - COBERTURA DE VIDRO Parque das Ruínas - RJ


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BIBLIOTECA PALACETE FRANCO DE MELLO INTRODUÇÃO Nossa proposta de intervenção tem como objetivo fundamental transformar o casarão eclético em uma biblioteca pública, respeitando os aspectos arquitetônicos e históricos do local, a arborização já existente e os elementos do entorno (Parque Mário Covas). A partir do novo uso proposto procuramos estabelecer um diálogo de tempos, sem imposições nem submissões, que e é organizado por meio de ações de recuperação e valorização do casarão, da preservação da vegetação e de um novo desenho do espaço público no nível térreo. Com sua localização na Avenida Paulista, o projeto requisitado abrange um espaço bem acessível ao pedestre, já que está entre as estações de Metrô Consolação e Trianon-Masp, e participa de um eixo urbano bem consolidado do ponto de vista de equipamentos culturais.

IMPLANTAÇÃO Devido a demanda do projeto foi necessário a implantação de um anexo e a escolha do posicionamento desse novo edifício na parte posterior do terreno foi pautada por um conjunto de intenções: 1. abrir espaço para uma praça de entrada, o palacete está implantado em um terreno que abriga um jardim composto por árvores de grande porte que formam uma massa vegetal contínua, junto do Parque Mário Covas no terreno ao lado. 2. aumentar a visibilidade dos ornamentos e aberturas na fachada lateral da casa, evidenciando-os para a praça de entrada e, simultaneamente, para o Parque Mario Covas.

3. transformar a fachada posterior da residência em uma parede interna do edifício, possibilitando diversas ligações internas com fluidez e acessibilidade. Uma rampa suave vence o desnível entre a Avenida Paulista e o térreo do novo edifício e guia o visitante pela praça até o acesso principal do anexo.

DESCRIÇÃO No porão, o rebaixamento do piso permitiu inserir parte dos setores administrativos e de serviço do programa nele. Já no nível superior situam-se os espaços com caráter mais público, onde o café, a loja e uma área expositiva permanente (que continuam em funcionamento mesmo em situações nas quais a biblioteca estiver fechada) se relacionam diretamente com a Avenida Paulista. No nível da cobertura, será introduzido um novo volume de concreto na parte posterior do teto, que receberá uma área multiuso e uma área expositiva, já na mansarda, na parte frontal do teto, receberá uma área administrativa. O novo volume vertical que é constituído por uma estrutura metálica, abrigará em seus pavimentos superiores o acervo e as áreas de leitura principais da biblioteca, além da leitura infantil. No térreo abrigamos um extenso espelho d’água em uma área de acolhimento e de encontro, que se estende para a praça de entrada, que propõe sombras e espaços de descanso para o pedestre da Avenida Paulista. Já no subsolo do novo edifício estão localizadas as áreas de livros raros e mapoteca, juntamente com alguns depósitos.

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VISTA LATERAL 2

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SITUAÇÃO

MODELO TRIDIMENSIONAL IMPLANTAÇÃO - ANTES

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LOCALIZAÇÃO: AVENIDA PAULISTA, 1919 CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC DOCENTE: RALF FLÔRES BACHARELADO ARQUITETURA E URBANISMO PROJETO INTEGRADOR VI: PATRIMÔNIO - PRÁTICAS E INTERVENÇÕES ALUNOS: BRUNO, GUSTAVO E THALIA

PRANCHA: A1 FOLHA: 1/2 15/05/2020

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Sob esta perspectiva, o fim do semestre e o trabalho final sintetizam o percurso pelos Projetos Integradores V e VI através da apresentação de uma prancha que contém a essência do projeto desenvolvido em Projeto de Arquitetura. Com argumentação histórica e conceitual que embasa o partido arquitetônico e justifica a forma final proposta, é possível entender as possibilidades em termos de soluções arquitetônicas e o direcionamento, através de intervenções e novos usos, dos artefatos remanescentes do passado - nos quais são reconhecidos valores a serem repassados às gerações futuras através de apropriações cotidianas.

// projeto de intervenção em patrimônio, equipamento cultural - memorial + partido arquitetônico - izabela jorge, maria alice demetrio pacheco, nicole alves da silva // projeto de intervenção em patrimônio, equipamento cultural - memorial + partido arquitetônico - bruno kenzo, gustavo bunese, thalia ribeiro //

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Esta disciplina, inserida na linha de formação “História e Teoria”, complementa os conteúdos ministrados em História da Arte, História da Arquitetura e da Cidade, Arquitetura Moderna, Arquitetura Brasileira e Arquitetura Contemporânea, ministradas do 1* ao 5* período do curso, e prepara o aluno para as disciplinas de Crítica Arquitetônica e Pesquisa Aplicada (8* período). Após os cinco primeiros semestres, que estabelecem uma relação mais descritiva e narrativa da história, a disciplina em questão apresenta ao aluno métodos de análise e ferramentas de linguagem e representação que serão fundamentais para o desenvolvimento de um olhar crítico, baseado na atribuição fundamentada de valor no campo da arquitetura e urbanismo, seja na análise de projetos referenciais e construção de repertório, seja na elaboração de seu próprio discurso arquitetônico. Desta forma, a primeira parte da disciplina trabalha com autores como Clark, Pause, Ching, Cullen, Lynch, Venturi, Scott Brown e Izenour, entre outros, como referências de métodos de análise, complementados por textos referenciais de Eisenmann, Pallasmaa, Abalos e pela fala de arquitetos como Piano, Holl e Zumthor. Este arcabouço vai guiando uma série de exercícios rápidos de análise de obras (em diversas escalas), sempre mediados pela produção de textos e diagramas autorais dos alunos, buscando desenvolver autonomia de discurso e reforçando a importância da retórica (dos textos e desenhos) na produção arquitetônica. O trabalho final da disciplina, aqui registrado, propõe aos alunos o projeto de um pequeno “Templo”, exercício inspirado pela experiência das Capelas do Vaticano, construídas para a Bienal de Veneza de 2018. Este exercício tem como objetivo revelar ao aluno novas possibilidades metodológicas para o ato de projetar (propondo um projeto que parte de uma premissa “não programática” – um lugar, uma sensação, uma memória, determinada liturgia ...).

> TEORIA DA ARQUITETURA método e projeto

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profa. dra. valéria cássia dos santos fialho //


// figuras 1 a 3 - jéssica ramos: meditação no campo (filosofia hermética) //

Baseada em aluas expositivas, leituras e exercícios rápidos, foi possível adaptar satisfatoriamente o conteúdo e objetivos da disciplina ao cenário inesperado da pandemia. As aulas expositivas aconteceram de modo remoto, com aulas sincrônicas mediadas pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem e as ferramentas do Fórum e de Exercícios permitiram que os alunos trocassem experiências, referências e vivências durante o semestre.

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A produção dos exercícios rápidos de análise foi efetiva e o conjunto dos projetos finais apresentados pelos alunos revelou resultados promissores, sobretudo no processo de construção de uma linguagem projetual própria de cada aluno (desde a busca de referências e pesquisa tecnológica para concepção dos projetos até o desenvolvimento de um discurso autoral – textos e desenhos – revelando novos aspectos de linguagem e recursos narrativos).

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// figuras 4 a 6 - bruno kenzo hokama: capela ecumênica (movimento “free space”) // figuras 7 a 9 - matheus garcia: sinagoga oásis (o templo, a história e a água) //

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//


/ ATELIER​

de modelagem ​

CENOGRAFIA​​ ​

INSTALAÇÕES PREDIAIS: e l é t r i c a​ ​

INSTALAÇÕES PREDIAIS:​ hidráulica ​

PLANEJAMENTO URBANO:​ regional ​

PROJETO ESPAÇO OBJETO​ ​

PROJETO DE ARQUITETURA:​ edifício

multifunção

PROJETO INTEGRADOR 7:​ fluxos_mobilidade

período


> ATELIER​ de modelagem​ prof.

ms. paulo h. gomes magri prof. ms. rodrigo minot gutierrez //

Trabalha os processos de modelagem tridimensional real e virtual com base nos exercícios desenvolvidos nos componentes de projeto. Aborda as possibilidades de tradução da linguagem bidimensional para a tridimensional. Utiliza os recursos de modelagem para desenvolver e apresentar projetos. Utilizando os softwares Rhinoceros e Grasshopper, aborda-se a utilização da modelagem paramétrica na Arquitetura. O conteúdo da disciplina foi disponibilizado por meio de vídeo aulas e o acompanhamento foi feito via webconferência e e-mail.

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// vídeo-aulas e webconferência // figuras 2 a 4 - exercícios de larissa duarte vidal //

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// figuras 5 a 10 exercĂ­cios de larissa duarte vidal //

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// figuras 11 e 12 exercĂ­cios de larissa duarte vidal //

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O objetivo da disciplina é elaborar o arcabouço teórico para discussão das interfaces geradas entre espaço construído hospedeiro e o espaço resultante do projeto efêmero de cenografia. Trabalhouse na compreensão dos espaços cenográficos/ expográficos em relação às narrativas, às questões sensoriais e interativas e às coleções. Durante o curso foi desenvolvida a habilidade para enfrentar o projeto do espaço a partir da coleção de objetos e da estória que se deseja narrar. Os assuntos explorados foram a cenografia de teatro e a expografia.

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> CENOGRAFIA ​

profa. ms. maria stella tedesco bertaso //

// figuras 1 a 3 - páginas do caderno de laura carvalho //


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O conteúdo foi apoiado em um tripé: 1. Abordagem histórica comparativa entre cenografias de palco e desenhos de exposições de coleções de arte; 2. Apresentação de elementos estruturadores do espaço cenográfico; 3. Discussão de projeto expográfico e suas interfaces com meios variados. No primeiro semestre de 2020 as aulas foram iniciadas presencialmente, tendo continuidade e finalização de maneira remota. Estabeleceu-se três momentos específicos com aulas expositivas, discussões de projeto e dinâmicas de apresentações dos alunos. As aulas presenciais foram de introdução do conteúdo histórico comparativo até a seleção individual de um projeto de cenografia teatral e análise coletiva em classe. A partir desse conhecimento, já em modo remoto, reforçou-se o conteúdo com vídeos de cenógrafos, apresentação de expografias diversas e fundamentos do projeto expográfico. Os exercícios desenvolvidos tiveram caráter individual e coletivo, propostos em função de escalas crescentes de conhecimento e desafios. Durante o desenvolvimento dos projetos as aulas foram intercaladas entre expositivas (docente) e orientação de projeto em diversas fases.

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// caderno de andrĂŠ lippelt // figuras 5 e 6 - pĂĄginas do caderno de bruno tiburtino //

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Os exercícios individuais foram elaborados em duas etapas: 1. A composição de um caderno autoral (manual ou digital) com anotações dos conteúdos de aula no decorrer do semestre, visando a complementação e sedimentação do conhecimento das fases abordadas em aula. Entre o primeiro e segundo bimestres os cadernos foram avaliados coletivamente permitindo aos alunos revisarem suas produções à luz da análise dos estudos da classe como um todo. 2. A apresentação e análise de um projeto cenográfico de teatro (ainda no modo presencial).

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// exercício 1 - matheus joris e rafael pereira // exercício 1 - bruna sampaio e laura monteiro // exercício 2 - bruna feitosa, caroline ribeiro, evelyn ferreira, fernanda casemiro // exercício 2 - felipe dans, laura carvalho, marcela pires //

Os exercícios coletivos foram divididos em dois projetos distintos: Na primeira proposta desenvolveu-se um projeto expográfico de pequena escala em uma parede dos corredores do SENAC. O exercício foi desenvolvido em duplas a partir do conteúdo estudado individualmente em relação à cenografia de palco. A dupla definiu uma coleção de objetos e/ou imagens e propôs um projeto de expografia sobre uma peça teatral ou sobre o trabalho de um cenógrafo. O segundo projeto foi elaborado em grupos de quatro ou cinco alunos tendo como temática uma exposição de

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arquitetura para o atrium central do edifício 1 do Campus. O tema da exposição explorou o uso de tecidos na arquitetura e os eixos foram determinados como pressupostos. Os alunos selecionaram as coleções e elaboraram projetos de maneira livre dentro do espaço indicado e da temática e eixos sugeridos. A linguagem adotada por cada grupo tanto em relação às soluções projetuais como em relação à linguagem de apresentação foram decididas pelos grupos. O resultado final foi um mosaico de projetos com visões distintas e bastante interessantes.

// figuras 11 a 13 exercício 2 - amanda sampaio, bianca leal, fernanda kim, victoria oliveira // figuras 14 a 16 exercício 2 - aline, eliza, nathany // figuras 17 a 19 exercício 2 - andré lippelt, larissa nascimento, lucas matias, raphael nanni // figuras 20 a 22 exercício 2 - debora santos, geovana roma, joyse cavalcante, raquel tanaka //

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// prancha de projeto elétrico - debora santos, geovana roma, raquel tanaka //

prof. dr. walter josé ferreira galvão //

> INSTALAÇÕES PREDIAIS: ​ elétrica​

A tecnologia trata-se de produto da ciência e da engenharia que envolve um conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de problemas e seu desenvolvimento tem como meta principal a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido, as edificações cada vez mais são sustentadas por um arcabouço tecnológico maior, com a crescente inserção de equipamentos e materiais que tendem a tornar o cotidiano de seus usuários mais simples, seguro e confortável. Isto, naturalmente aumenta a demanda por energia elétrica, sendo premente a necessidade de os arquitetos conhecerem e dominarem seu provimento nos edifícios em todas as etapas, desde o projeto, até o uso e manutenção dos sistemas. Assim, o objetivo da disciplina é que os alunos incorporem nas suas práticas acadêmicas e futuras práticas profissionais de projeto o saber específico de instalação elétrica. Trabalha o conhecimento e uso das tecnologias relativas aos equipamentos elétricos, com suas potencialidades e limitações, tudo baseado em trabalhos científicos consolidados e de validade reconhecida, bem como as deliberações de normas técnicas vigentes. Estes fundamentos foram repassados e discutidos ao longo do semestre, não só nos seus aspectos técnicos-quantitativos, mas também qualitativos (por meio de critérios de projeto). Igualmente buscou-se que se construísse um repertório amplo e crítico na área para aplicação direta em atelier, objetivo último de qualquer disciplina de tecnologia.

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Digno de nota que a partir da sexta semana de aulas os encontros presenciais foram substituídos por aulas online, para atendimento às recomendações sanitárias das autoridades estaduais e municipais de saúde para prevenção da Corona vírus. Assim, foram feitas as adaptações dos métodos de ensino à nova realidade de ensino virtual que se apresentava. Salvo alguns pequenos percalços de adaptação, tanto do docente, bem como do grupo discente à excelente ferramenta oferecida pelo SENAC (collaboratte), as aulas transcorreram adequadamente, sendo mantida a qualidade dos produtos avaliativos elaborados pelos alunos. A imagem a seguir demonstra o produto final da disciplina. Trata-se de um projeto elétrico de baixa tensão para uma residência, onde o aluno determina, com base no uso dos ambientes, a locação dos equipamentos, dimensionando os circuitos elétricos e escolhendo eletrocondutores (fios e cabos elétricos) e disjuntores que atendam aos princípios de segurança de cada um desses circuitos.

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> INSTALAÇÕES PREDIAIS:​ hidráulica

// figuras 1 a 3 - visita técnica ao sesc pompéia //

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prof. ms. maurício miguel petrosino //

O semestre letivo começa sem sobresaltos. A epidemia do novo coronavirus ainda era uma ameaça distante, mas, já preocupante, pois chegava à Itália, França e Espanha, numa trajetória incerta a partir da China continental. A programação para a disciplina considerava visitas a edificações na cidade de São Paulo em que se pudesse obsevar as instalações prediais de hidráulica que ajudariam na percepção dessas importantes instalações para o edifício. Ainda no período de aulas presenciais foi possível realizar uma das visitas programadas. Foi ao SESC Fábrica da Pompéia, no bairro da Pompéia, em São Paulo, onde a significativa didática das instalações aparentes das redes de água, gás, esgoto, de combate à incêndios e de climatização puderam ser vista estudads e compreendidas suas aplicaçoes no contexto daquele complexo de edifícios recuperados ou construídos segundo projeto de arquitetura de Lina Bo Bardi na década de 1980, porém de importância ímpar como edificação de um equipamento cultural urbano, com características contrutivas peculiares que se prestam a inúmeros estudos de casos. Mesmo com o início das aulas remotas via WEB, foi dada ênfase à compreensão dos alunos de projetos de instalações prediais de hidráulicas relacionados aos projetos executivo de arquitetura, com a disciplina trabalhando os conceitos das instalações


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hidráulicas. Foi mantida e aprimorada a interface desta discipina com a de projeto de arquitetura para edifícios multifuncionis, proposta que visa horizontalizar as informações interdisciplinares do semestre, principalmente destas duas disciplinas. Os alunos aprenderam a cálcular o consumo de água por habitante / edificação, o volume de reservação desta água e a de reserva de combate à icêndios, o cálculo de volume de água de chuva para captação e dimensionamento das descidas dessas águas, o dimensionamento da quantitade necessária das peças sanitárias pertinentes a algumas tipologias de edificação. Estudos de casos e discussão de projetos conceituais desde habitação de interesse social, habitação de alto padrão, edificios comerciais, clubes e outros. Antes do desenvolvimento dos trabalhos finais de representação de desenhos específicos de projetos de arquitetura para áreas com equipamentos de hidráulica, os alunos fizeram monografias sobre instalações de esgotos prediais conforme dado em aulas remotas sobre o tema. Desenvolver projeto de arquitetura para ambientes com instalações hidráulicas e os estudos preliminares até a apresentação de desenhos técnicos de pontos de hidráulica em pisos, paginação de pisos e paredes e escolha e especificação de louças e metais sanitários dos ambientes projetados para um sanitário do local de moradia de cada um, foi o trabalho principall e derradeiro da disciplina. Para tanto, os alunos tiveram que relizar levantamento situacional dos ambientes com equipamentos sanitários para se familiarizarem com os mesmos e propor as ações desse exercício, que, a despeito das dificuldades de comunicação devido ao formato de aulas remotas ser uma novidade inesperada, os resultados dos trabalhos todos foram muit bons.

// trabalho de bruna sampaio e laura monteiro // trabalho final do projeto de arquitetura detalhamento de sanitário - fernanda kim nishida //

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profa. ms. rita cássia canutti

> PLANEJAMENTO URBANO: ​ regional A disciplina de Planejamento Urbano Regional tem buscado ampliar as percepções das mais variadas escalas de levantamento, análise, formulação e proposição de intervenções urbanas. As contradições e conflitos entre as delimitações políticoadministrativas dos municípios e a conformação do ambiente urbano construído se fazem presentes em todo o processo de leitura e reconhecimento das nossas metrópoles. Diante dos caminhos percorridos no campo do desenho urbano pelos nossos alunos entendemos que a disciplina Planejamento Urbano Regional abarca o conteúdo previamente assimilado, assim como nos permite dar luz sobre temas mais complexos e que perpassam mais de um município como transportes, habitação, saneamento urbano e meio ambiente. Temas relevantes na escala local e metropolitana, dando subsídios para pensarmos e refletirmos sobre a trajetória de formação das grandes cidades brasileiras, mais especificamente, São Paulo. Esse conjunto de elementos nos levou, em janeiro de 2020, a propor uma carga maior de leitura e debates relacionados aos temas supracitados, pensando na importância da consolidação de conceitos, na compreensão dos impasses federativos para a formulação e implementação do planejamento regional, bem como alguns dos efeitos perversos frente a deficiência de políticas de saneamento e habitação, considerando, neste ponto, que a ausência de acesso à terra urbanizada para grande parte da população urbana pode tem implicado no comprometimento dos recursos naturais e da manutenção das áreas

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profa. dra. beatriz kara josé //


// poluição das águas no abc - felipe dans, izabela borghoff, laura carvalho, marcela pires // favelas no abc - débora santos, geovana roma, larissa duarte, raquel tanaka // solos ontaminados no abc - bruno tiburtino, eliza megumi misawa, joyse cavalcante, marina fedalto // inundações no abc bianca casagrande, milena andrade, matheus joris, rafael pereira //

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ambientalmente protegidas. Assim a disciplina foi estruturada a partir de três módulos sendo: a) Infraestrutura e desenvolvimento regional, b) Meio ambiente e ocupação urbana e c) Gestão e planejamento no espaço regional. Como suporte para as análises e proposições foi definida como área de estudo a região do ABC Paulista, composta pelos municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. Inicialmente, as duas turmas fizeram uma visita a região do ABC, com a finalidade de trazer as percepções apreendidas no trajeto de trem entre as estações Brás e Rio Grande da Serra, de modo a discorrer brevemente sobre os padrões de uso e ocupação, densidade, continuidade ou não da ocupação urbana ao longo do percurso. Tais aspectos foram compatibilizados com dados e informações sobre a infraestrutura urbana e desenvolvimento socioeconômico disponibilizadas em fontes oficiais sobre os municípios. Prevíamos debater os “resultados” em sala de aula, no modo presencial, para alinhamentos, construção coletiva de indagações e reflexões sobre o objeto de leitura, tendo também como suporte os textos temáticos selecionados para as aulas expositivas. A metodologia implementada no modo presencial com a realização de aulas expositivas, atendimentos e entrega de exercícios foi adaptada para as aulas síncronas, demandando adequações das professoras e alunos para o novo formato com a finalidade de manter ativo o acesso e compartilhamento do conteúdo, bem como manter a clareza dos processos avaliativos. O curto período de adaptação para o formato remoto, num contexto global de incertezas e inseguranças, demandou um esforço extra dos alunos e professores, de modo que ressaltamos os aspectos positivos desse processo como, por exemplo, a qualidade dos materiais apresentados nos atendimentos, a preocupação e o cuidado com o tratamento das fontes secundárias, as interpretações e as peças gráficas. O andamento dos trabalhos pelos grupos foi contínuo e permanente e os atendimentos compartilhados pelas turmas enriqueceram os debates e contribuíram para que as atividades fossem mais produtivas para todos. Apesar do distanciamento social foi possível dar prosseguimento ao conteúdo previsto no começo do semestre, que teve como elemento estruturador a discussão de textos que trouxessem questões chave sobre os processos de formação do espaço metropolitano, aplicados por meio de trabalhos práticos para fixação dos conteúdos. Foram necessárias algumas adaptações no formato dos trabalhos práticos

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na fase final da disciplina, com a finalidade de estimular os alunos a desenvolverem análises mais consistentes sobre temas relacionados aos conflitos entre o padrão de ocupação urbana e meio ambiente, e dos dilemas institucionais na e da gestão do planejamento regional, tendo como objeto de estudo a região do ABC. Se por um lado observamos que a aderência dos alunos nos debates sobre os textos foi menor no ambiente virtual, por outro observamos maior envolvimento deles no desenvolvimento dos trabalhos práticos, com apresentação semanal das evoluções na fase final da disciplina, um ponto positivo para as análises e reflexões coletivas sobre as questões metropolitanas. Mesmo diante da complexidade dos temas e das circunstâncias atuais, o conteúdo da disciplina foi absorvido pelos alunos.

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profa. dra. myrna de arruda nascimento //

// proposta de intervenção em ambiente residencial covid-19 - joyse cavalcante silva // proposta de intervenção em ambiente residencial covid-19 - clarissa teixeira, thalita salvioli //

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> PROJETO ESPAÇO OBJETO Projeto Espaço Objeto trabalhou com os alunos questões como: a interdependência entre espaços e objetos; a qualidade da materialidade dos objetos e elementos arquitetônicos em geral, relacionandoos aos efeitos que produzem no projeto, flagrado pela forma como os usuários, receptores e frequentadores e visitantes dos espaços internos reagem e se relacionam com os ambientes. Com ênfase em ambientações e interiores, discutimos a importância de experimentar materiais e procedimentos para inovar e sistematizar conhecimentos, associando a exploração de sistemas de representação para desenvolver e aprimorar procedimentos projetuais Estudamos a dimensão sensível e cognitiva dos ambientes; analisamos projetos existentes e definimos parâmetros para propor intervenções que mudassem a natureza dos projetos residenciais apresentados para outros usos , inclusive estabelecendo nesta operação um campo de reflexão sobre o momento de home-office e adaptações de espaços existentes para gerarem oportunidade de negócios e recursos.


Readequação do exercício apresentado antes da pandemia (objetos inusitados) para o formato remoto; desenvolvimento de exercício de intervenção em espaço residencial próprio (um ambiente), aplicando conhecimentos tratados na disciplina sobre mudanças sensíveis a partir de mudanças mínimas ou econômicas, além de conceitos sobre sustentabilidade, upcycling, flexibilização, imaterialidade e multifuncionalidade. Também foi sugerido um exercício extra, não obrigatório, sobre intervenções nos ambientes residenciais e públicos a partir da problemática vivenciada com a pandemia. (Figuras 1 a 3) As aulas expositivas, a partir da apresentação de projetos de ambientes de inúmeros usos e finalidades (a ênfase da disciplina é em interiores), tiveram participação ativa e dialogada com os alunos, que trouxeram muitas contribuições de suas vivências e exemplos que colaboraram para ilustrar as questões e temas em discussão. Para o trabalho final (Figuras 4 a 10) foram apresentados dois projetos residenciais diferenciados: um em volumes fragmentados e outro uma “cabana” construída em sistema modular, itinerante e sustentável. A proposta foi sugerirem outro uso para o espaço (eles escolheram de qual projeto “partir”, e apresentam um projeto para o novo espaço: comercial, de serviços, de trabalho, institucional etc.) Este exercício substituiu a intervenção que os alunos concebiam e executavam em espaços reais, no curso presencial. Os trabalhos finais, das intervenções dos grupos em um dos dois projetos apresentados para serem submetidos à reforma/intervenção, sem mudança estrutural, foram desenvolvidos em atendimentos coletivos com amplas e irrestrita troca de sugestões e colaborações entre os alunos. Experiência inédita na disciplina, os resultados foram sem dúvida, dignos de serem celebrados como um ponto alto na formação destes futuros arquitetos.

Armário para higienização

Clarissa Teixeira e Thalita Salvioli

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// proposta de intervenção em ambiente público covid-19 - andré lippelt dias, larissa martiniano nascimento, lucas mathias de oliveira, raphael dos santos gonçalves nanni // figuras 4 e 5 - proposta de intervenção na casa - café expo - bianca casagrande, matheus joris, milena andrade, rafael pereira // proposta de intervenção na cabana leve frutaria no parque do povo camila bequette, giovanna hellu, julia carlucci, letícia lima //

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// figuras 7 e 8 - proposta de intervenção na casa - coletivo mundo em foco - bruna feitosa, caroline ribeiro, evelyn ferreira, fernanda casemiro // proposta de intervenção na cabana - biblioteca - amanda sampaio, bianca leal, fernanda kim, victoria oliveira // proposta de intervenção na cabana - vinilteca na praça da república - andré lippelt dias, larissa martiniano nascimento, lucas mathias de oliveira, raphael dos santos gonçalves nanni //

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Vista para รกrea de leitura da cabana e entrada do acervo

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> PROJETO DE ARQUITETURA: edifício multifunção prof. esp. artur forte katchborian prof. dr. sérgio matera prof. ms. rodrigo minot gutierrez // A disciplina trabalha o desenvolvimento de um projeto para um complexo multifuncional inserido em um contexto urbano consolidado, o objetivo é pensar e propor soluções de desenho para o problema proposto e questões relacionadas, como porosidade ou fruição, relações entre os diferentes usos, entre espaços privados, coletivos e públicos, entre novas construções e pré-existências. O exercício de projeto proposto para o semestre busca a reflexão sobre a problematização da inserção do projeto em uma quadra urbana. O terreno escolhido, localizado no bairro da Santo Amaro, se configura pelo remembramento de lotes pouco ocupados ou vazios em um entorno de ocupação consolidada. O desafio inicial que se apresenta para a classe é a decisão da geometria de sua intervenção. O desenvolvimento enfatiza soluções técnicas, volumétricas, superposição de superfícies e novas topografias projetadas.

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// figuras 1 a 3 - aulas via blackboard com interação a partir de chat e desenhos em tela //

Dada a situação de isolamento social, imposto pela pandemia de COVID-19, logo nas primeiras semanas já iniciamos as atividades usando recursos digitais disponibilizados pelo SENAC, como o BlackBoard, plataforma para videoconferências e gerenciamento de atividades de aula. Dessa forma, já no dia 20/03/2020, foram publicadas as primeiras recomendações via Black Board, instruindo os alunos sobre como procederíamos no período de afastamento. Sessões de teste foram realizadas antes das aulas para ajustar os procedimentos das atividades não presenciais. E no dia 27/03/2020 a aula de projeto iniciou diretamente através de web-conferência do Black Board, quando tivemos a oportunidade de sanar as dúvidas dos alunos presentes e dar início às assessorias de projeto. Também foi mantido um fórum, do menu Interações no Black Board, criado para compartilhamento de dúvidas, assim como Instruções para os encontros subsequentes. O e-mail e WhatsApp foram ferramentas complementares importantes para o processo de planejamento e acompanhamento das atividades. O uso das ferramentas de interação e desenho em tela, com suporte de tablet ou com o mouse, foram instrumentos bastante explorados para os diálogos com os alunos.

222


A primeira entrega, como resultado da aplicação prática das discussões em sala de aula e da visita de campo (que, em período de pandemia, foi feita de modo remoto com as ferramentas eletrônicas disponíveis), e a apresentação da resposta da equipe para seu projeto às condicionantes legais determinadas pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, Código de Obras e Edificações e Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros. Como produto de síntese, os grupos produziram plantas de situação e estudo de massas a partir do potencial obtido pela escolha do terreno, mais estudos gráficos das variadas circulações. A entrega seguinte consistiu em um primeiro estudo do projeto de intervenção com desenhos das propostas iniciais de espaços construídos e vazios entre massas edificadas, além de maquete eletrônica. Como sistema de avaliação, são analisados os seguintes aspectos: implantação do complexo na quadra e sua relação com o entorno; solução para as circulações pública, coletiva e privada; propostas para os diversos

Processo

// figuras 4 e 5 - izabela maria borghoff de paula, laura cervi carvalho, felipe alonso dans, marcela pires silveira // figuras 6 e 7 - matheus joris de paulo, bianca casagrande, milena andrade de oliveira, rafael pereira vieira //

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// figuras 8 e 9 - laura toledo monteiro, bruna costa sampaio, eduardo garcia rocha amaro // figuras 10 e 11 - joyse cavalcante silva, marina fedalto baptista, bruno dias grajau tiburtino de sousa // PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

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FAC H A DA R U A D R A N TÔ N I O B E N TO

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E S Q U I N A R U A S Ã O J O S É X R U A D R A N TÔ N I O B E N TO

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tipos de acessos de pedestres e veículos e partido estrutural. A conclusão do exercício se dá com uma entrega digital de projeto e apresentação para a classe por meio de seminário, onde além da evolução de todos os aspectos arquitetônicos cobrados na entrega anterior devidamente evoluídos em escala e detalhamento a um nível de Estudo Preliminar. Os professores consideram o melhor parâmetro de aferição da compreensão da disciplina a evolução média dos trabalhos: o desempenho da classe foi bastante positivo, com uma produção final do projeto uniforme. O formato de “entrega digital” possibilita ampla liberdade de representação às equipes, que exploram diferentes possibilidades como suporte ao discurso do projeto. É considerado o desempenho individual e do grupo na apresentação do trabalho em aspectos tais como coerência, retórica e vocabulário.

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volume residencial e corporativo | esquina av. joão dias com rua são josé

226 volumes | vista praça interna


Como compreender a cidade por meio de seus fluxos sociais, culturais econômicos, tecnológicos e de mobilidade? A cidade contemporânea é a expressão do uso de sua geografia/topografia pós suas comunidades e por isso apresenta características plurais. Suas edificações deram fisicalidade às necessidades humanas e determinaram os espaços que transitamos diariamente. Com o uso das tecnologias de informação e comunicação e principalmente a computação urbana e geolocalizada, seus fluxos puderam ser mensurados e articulados o que trouxe ao projeto urbano contemporâneo a potência fluida e inovadora. É possível sentirmos o pulso da cidade e de seus cidadãos em tempo real. O projeto inicial, ainda em momento presencial do semestre trouxe aos alunos a possibilidade de refletir e propor soluções para nossos estensos deslocamentos diários e o tempo perdido destes deslocamentos. Com o isolamento social, pudemos observar as alternativas para uma outra cidade. Tudo o que observávamos no tecido urbano industrial assumiu qualidades instantâneas e fluidas. No Projeto Final observamos a cidade de São Paulo, agora pandêmica, com necessidades diversas e fundamentais para este novo status. As necessidades deste indivíduo urbano em isolamento em seu ambiente doméstico em contra ponto ao espaço urbano esvaziado trouxe às nossas dinâmicas de aprendizado a possibilidade de refletir sobre uma outra realidade urbana. Os produtos finais da disciplina, pesquisas, diagnósticos e projetos, pretenderam sintetizar as características sociais, culturais, estéticas e espaciais do ambiente urbano em suas novas características do isolamento social. As dinâmicas propostas, segundo feedback do(a)s aluno(a) s envolvidos, ampliaram a compreensão do pensamento projetar urbano.

> PROJETO INTEGRADOR 7: fluxos_mobilidade prof. dr. nelson josé urssi // // alice acioly, clarissa teixeira, sara zoghbi, thalita salvioli // amanda sampaio, bianca leal, fernanda kim, victoria oliveira //

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// ana clara, marcos rangel, tรกbata marinho, thainรก vieira // bruna feitosa, caroline ribeiro, evelyn ferreira, fernanda casemiro //

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0

//


/

BIM - MODELAGEM DA INFORMAÇÃO​ da construção

//eletiva// ​

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL​ //eletiva// ​ ​

TRABALHO DE CONCLUSÃO​ de curso

-

TCC

1​

período


// eletiva

> BIM - MODELAGEM DA INFORMAÇÃO​ da construção

Os alunos da disciplina eletiva Modelagem da Informação da Construção - BIM elaboraram uma modelagem BIM 3D para uma edificação residencial e de sua estrutura em concreto armado no ambiente do programa REVIT. Em seguida foi feita uma simulação BIM 4D para o cronograma de execução dos elementos da estrutura da edificação no ambiente do programa NAVISWORKS.

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prof. ms. carlos alberto medeiros //


// modelagem bim 3d e 4d para uma edificação residencial nos ambientes dos programas revit e navisworks //

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> DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: ​ desafios e perspectivas para as cidades // eletiva

O Planejamento das aulas dessa disciplina esteve baseado em aulas expositivas do professor e seminários presenciais dos alunos, leitura de textos e ou assistir filmes orientados pelo professor, além de visitas a edificações com soluções factíveis e realistas de uma arquitetura ecologicamente correta, economicamente sustentável e realistas inseridas no contexto e ambiente urbano de uma metropole como a cidade de São Paulo. Com a suspensão das atividades presenciais em toda a cidade, as visitas foram canceladas e subsituídas, quando possível, por aula expositiva remota dada pelo professor, atigindo resultados aceitáveis e surpreendentes na compreensão das mesmas pelos alunos. Diagrama da internet: O peso maior foi dado, então, às atividades de leitura de textos pelos alunos e discussão coletiva nos encontros via WEB-aulas, além de palestras ou documentários indicados, que foram assistidos pelos alunos como atividades orientadas extra classe para fichamento e posterior discussão em sala de aula virtual, como se fórum fossem.

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prof. ms. maurício miguel petrosino //

// figura 1 // figura 2 // imagens da Internet, conjunto residencial sustentável, cingapura cidade inteligente e permacultura // cidade sustentável, o exemplo em dubai, eau //


A parte teórica continuou a ter referência de importantes filmes ou trabalhos específicos sobre cidades sustentáveis, “smart cities” e estudos de casos reais existentes no Brasil ou no exterior, além da bibliografia específica. As dinâmicas de debates e seminários em salas de aulas, mesmo que remotamente, ajudaram na compreensão dos assuntos apresentados semanalmente para as tarefas dadas aos alunos. Estudos de casos de edificações sustentáveis foram analisados para avaliação do sucesso de propostas para a sustentabilidade nas cidades contemporâneas, de forma pontual em projetos de edificações ou propostas urbanísticas. As discussões de estudos de casos enriqueceram o repertório dos alunos com relação às possibilidades de enfrentamento desse tema contemporâneo para arquitetos e urbanistas em todo o mundo. O rebatimento de questões pertinentes à sustentabilidade na construção civil de modo geral e nas cidades inteligentes, possibilidades alternativas de baixo custo e escala ainda pequena, como a permacultura, levou em conta o momento de pandemia do novo corona virus e as possíveis influências no comportamento das pessoas com restrições de deslocamentos ou de interações sociais diversas.

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> TRABALHO DE CONCLUSÃO ​ de curso - TCC 1​

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// figuras 1 a 6 pranchas dos alunos joão pedro moura (fundamento), victoria arruda (plamejamento urbano), leopoldo cruz (arquitetura do edifício), beatriz prete (patrimônio), vanessa santos (objeto), asaph souza (tecnologia) //

Professores orientadores: Artur Katchborian, Beatriz Kara José, João Yamamoto, Marcella Ocke, Marcelo Suzuki, Marcelo Ursini, Maurício Petrosino, Myrna Nascimento, Nelson Urssi, Ralf Flôres e Ricardo Luis Silva. Gestão do TCC: Profa. Dra. Valéria Fialho Acompanhando as orientações, como parte da disciplina, foi criado o módulo “Gestao do TCC”. Neste módulo de atividades os alunos apresentaram mensalmente, em forma de painéis resumo, os resultados de cada etapa do trabalho: fundamentação, referências, estudos de caso, levantamento de dados e proposição preliminar. Estes produtos foram compartilhados com a utilização da ferramenta “Fórum” do Ambiente Virtual de Aprendizagem. Ao final do semestre os alunos entregaram o “Arquivo Único” com a organização de todas as etapas desenvolvidas, produto que foi avaliado, através de pareceres, pelos orientadores e professores convidados. Complementando ainda os produtos desenvolvidos neste semestre, cada aluno entregou uma Prancha Conceito, na qual buscou sintetizar as intenções do trabalho em formato para exposição digital. As pranchas também foram publicada na edição da Revista do TCC. Tanto os painéis desenvolvidos como as Pranchas Conceito não receberam notas para compor a nota final do aluno, mas contribuíram para a construção dos produtos finais desejados para a disciplina.

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1//


/

IMAGEM FOTOGRAFIA​ arquitetura

//eletiva// ​

PROJETO ARQUITETÔNICO:​

da concepção eletiva// ​ ​

ao

mercado

PESQUISA APLICADA​ ​

TRABALHO DE CONCLUSÃO​ de curso

-

TCC

período

2

//


profa. dra. valéria dos santos fialho //

> PESQUISA APLICADA​

Esta disciplina acompanha os alunos do 10* período no desenvolvimento e finalização do Trabalho de Conclusão de Curso. Os dois primeiros meses de aulas são dedicados a rever a fundamentação do trabalho (TCC1), organizando a apresentação do levantamento de fontes, referências estudos de caso e dados dos trabalhos. Os alunos desenvolvem painéis sintetizando, com auxílio de ferramentas gráficas, os grupos de informações levantados, produzindo material que será incorporado na apresentação dos trabalhos. Normalmente estes resultados são partilhados com a turma em seminários e discussões coletivas, porém, com a interrupção das atividades presencias por conta da pandemia, estes produtos foram partilhados e avaliados utilizando as ferramentas do ambiente virtual de aprendizagem (fórum e entrega de exercícios). Após esta primeira fase, as atividades da disciplina se voltaram para o apoio aos alunos, auxiliando na gestão e planejamento da reta final do trabalho, o que se mostrou muito importante pois vários trabalhos passaram por adaptações (sobretudo na forma dos produtos finais desejados) por conta do desenvolvimento e das orientações em modo remoto. Para encerrar o semestre os alunos produziram ensaios, pequenos textos de 5 páginas, apresentando a síntese dos trabalhos e compilados na Revista do TCC, publicados no perfil ISSUU do ARQLAB. https://issuu.com/arqlabsenac/docs/revista _ do _ tcc _ 2020-1

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// figuras 1 a 3 - painéis apresentados pela aluna mariana vallim //


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Professores Orientadores: Artur Katchborian, Beatriz Kara José, Marcelo Suzuki, Maurício Petrosino, Myrna Nascimento, Nelson Urssi, Ralf Flôres. Vencido o desafio da adaptação aos atendimentos remotos e à dificuldade na realização de visitas técnicas e entrevistas complementares, assim como experimentos em laboratório previstos nos planos iniciais de trabalho e modelos de apresentação, o conjunto de trabalhos apresentou foi bastante exitoso. Por conta da pandemia, as bancas de avaliação foram realizadas no ambiente virtual, em salas abertas ao público. Uma experiência nova que se mostrou interessante ao ampliar o alcance das apresentações.

> TRABALHO DE CONCLUSÃO ​ de curso - TCC 2​

// figuras 1 a 6 - bancas no formato remoto //

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m e//


/ Profa. Dra. Valéria dos Santos Fialho

AULAS INAUGUR AIS | AULAS M AGNAS 10 anos

de

aprendizado

e

troca

de

experiências!

Profa. Dra. Jordana Alca Barbosa Zola

CIDADE ENQUADR ADA Prof. Dr. Lázaro Elizeu Moura

DESENHOS DA CIDADE

Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento

DIDÁTICA COMO EXPERIMENTAÇÃO: IN VENÇÃO, INTERVENÇÃO E COGNIÇÃO Da primeira aula ao TCC, 10 anos curso de Arquitetura e Urbanismo

de do

docência Senac-SP

no

Profa. Ms. Marcella de Moraes Ocke Müssnich

LAR - LABOR ATÓRIO DE ARQUITETUR A RESPONSÁVEL retrospectiva

2014-2020

Prof. Ms. Paulo H. Gomes Magri

M AQUETES COLETIVAS do Bacharelado Senac-SP

em

Arquitetura

e

Urbanismo

do

Prof. Ms. Ralf J. Castanheira Flôres

O PROFESSOR E SEUS PROFESSORES: da sala de aula interatores

para

o

mundo,

somos

todos

Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino

(RE)CONHECENDO BR ASÍLIA COM O SENAC estudando

os

espaços

construídos

Profa. Dra. Valéria dos Santos Fialho Profa. Dra. Beatriz Kara José (org.)

SEM ANAS DE ARQUITETUR A E URBANISMO SENAC 2016|2020 seção especial

com

artigos

de:

Ermínia Maricato e Paolo Colosso Rosana Denaldi e Flávia Feitosa Talita Anzei Gonsales Lizete Maria Rubano e Antonio Aparecido Fabiano Junior

memória


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profa. dra. valéria dos santos fialho //

> AULAS INAUGURAIS | AULAS MAGNAS 10 anos de aprendizado e troca de experiências!

Desde a primeira oferta do curso, em fevereiro de 2010, o curso recebeu diversos palestrantes convidados - profissionais da área, pesquisadores, professores - em eventos (como os Simpósios de Arquitetura, cujo retrospecto está relatado na edição n* 9 deste Semestrário), Semanas de Arquitetura (relatadas neste número), Aulas Magnas e Aulas Inaugurais. A seguir, um breve registro destas ocasiões. Infelizmente alguns registros fotográficos se perderam, mas certamente a experiência permanece na memória de todos que participaram deste percurso. Em 2011 o curso contava apenas com 2 turmas, os ingressantes de fevereiro de 2010 e fevereiro de 2011. Um grupo pequeno de alunos e docentes, mas muito ativo. Nestes primeiros anos de oferta recebemos em março de 2011 o pesquisador e Arquiteto Ruy Eduardo Debs Franco, que falou sobre a obra de Artacho Jurado. No mesmo ano, em setembro recebemos o Professor Eder Ribeiro, da Escola de Arquitetura Paris Malaquais. No início do semestre letivo 2012 _ 1, recebemos, no dia 24 fevereiro, o arquiteto português Pedro Antonio Janeiro, parceiro de inúmeras atividades, que apresentou a palestra intitulada “O Patrimônio do Gesto: o desenho na/da/sobre Arquitetura”. A conversa com os alunos foi mediada pela professora Myrna Nascimento.

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A historiadora Profa. Dra. Maria Lucia Perrone Passos, coordenadora do Centro de Referência Arqueológica da Cidade de São Paulo, no Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, proferiu a palestra “Desenhando São Paulo – Mapas e Literatura”, na aula inaugural do semestre letivo 2013 _ 1.

A parceria com a FAUUSP para a realização do evento internacional Latitudes trouxe para o Campus os arquitetos paraguaios Solano Benitez e Javier Corvalan para a aula inaugural de 2013 _ 2.

Em 2014, recebemos para abertura do primeiro semestre o Prof. Flávio Villaça e em agosto o professor Josep Maria Montaner, duas ocasiões muito marcantes para a consolidação do curso.

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A partir de 2015 as aulas inaugurais foram planejadas para apresentar aos alunos o trabalho profissional de seus professores. Neste ano, no primeiro semestre, ao evento de recepção dos alunos foi dividido em 2 dias. Na primeira manhã foi dedicada à apresentação do Anuário 2014 e o segundo dia à apresentação dos Arquitetos Professores Artur Forte Katchborian, Carlos Ferrata, Juliana Braga e Marcelo Ursini.

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Em 2016 _ 1 se apresentaram os Arquitetos Professores, Sergio Matera e Maurício Petrosino.

Em agosto de 2016 recebemos no Campus o Arquiteto Nabil Bonduki para uma conversa sobre o trabalho das assessorias técnicas e auto gestão.

Em 2017 _ 1 tivemos a apresentação do Anuário 2016 e a palestra da professora Beatriz Kara José.

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Em maio de 2018 nosso convidado foi o arquiteto Marcelo Ferraz, do escritório Brasil Arquitetura.

Em setembro de 2018 ouvimos as experiências dos Professores Arquitetos, Caio Luis Mattei Faggin e Katia Bomfim Pestana.

E neste mesmo semestre recebemos também o arquiteto Marcos Acayaba.

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Inauguramos 2019 com a palestra da Professora Arquiteta Jordana Alca Zola.

Em 2019 _ 2 foi a vez dos Professores Arquitetos, João Carlos Amaral Yamamoto e Gabriel Pedrosa Pedro.

E para comemorar nosso 10º ano recebemos para a aula inaugural de 2020 _ 1, oito ex-alunos de nossa primeira turma (2010 – 2014) : Jovens Arquitetos Senac! Ana Kajya, Andressa Cardoso, Bruno Ribeiro, Felipe Lopes, Leonardo Moraes, Rafael Zaia, Ramon Souza e Thiago Nadal.

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Estes momentos configuram oportunidades ímpares de aprendizado e de convivência, nos quais a troca de experiências e a possibilidade de um contato mais próximo funcionam como amálgama e catalizador de aprendizado mútuo. E que nos próximos semestres possamos receber mais convidados para novas e produtivas conversas!

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// detalhe abertura projeto de edifício para habitação multifamiliar (exercício padu 3º semestre 2020-1) giovanna yumi hasimoto, leticia alves silva, matheus michelato barreiros //

profa. dra. jordana alca barbosa zola //

> CIDADE ENQUADRADA

Algumas datas, alguns anos e algumas épocas são imediatamente associados a acontecimentos extraordinários e que marcaram a vida de quem vivia naqueles tempos. Quando me vi na situação de escrever alguma memória sobre o Senac, era – e ainda é – o tempo da pandemia COVID 19. Quando esse texto for publicado, ainda estaremos longe do Campus, com um horizonte incerto de retomada de nosso convívio presencial. De uma hora para outra, fomos para casa e lá permanecemos. Em casa, tinha que caber o lugar de trabalho, a sala de aula, a escola e a cidade. A cidade em que cada um de nós vivia, que se estendia até o Campus, até o emprego e até as festas. Às vezes, esses lugares não cabiam na casa; às vezes tinham que ser espremidos até caber no quarto ou

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na tela do celular. A tela de 2 ou 3 polegadas ou, quando muito, a janela de 1,20m x 1,20m tinha que enquadrar a cidade toda. Os fenômenos que os estudiosos recentes do urbanismo traduziam como desterritorialização, supressão do espaço e descaracterização do lugar assumiram outra dimensão. Há uma década e meia, Massimo Canevacci era um daqueles que reclamava como a velocidade das transformações urbanas eliminava a memória do passado das cidades, tornando “casa e não-casa faces da mesma moeda”, pouco importando o espaço onde se desenrolavam os acontecimentos. O que diria agora? Poderíamos embarcar nessa visão pessimista sobre as cidades – e certamente não nos faltam elementos para isso – e, se (quase) toda a vida cabe na tela, voltar a especular que podemos, de fato, viver como nas cápsulas de Kisho Kurokawa. São indagações interessantes, para nós, dados à arquitetura e ao urbanismo. A relação do corpo humano com seu espaço circundante é ponto central da arquitetura. Desde que a perspectiva, revelada no Renascimento, colocou o indivíduo no centro do mundo construído (e a construir), a história da arquitetura ocidental não tem sido mais do que uma sucessão de propostas para enquadrar o mundo de acordo com os desejos e angústias do homem (e da mulher?) de cada tempo. O ensino em arquitetura e urbanismo, particularmente em projeto, é complexo. Em um primeiro momento, nos estágios iniciais do curso, “ensinamos” como as coisas foram e como são, mas, o que realmente queremos que os alunos “aprendam” – e nos ensinem – é como poderiam ser. Isso nunca se ensina ou se aprende completamente; projeta-se. Por se tratar de um campo de atuação multidisciplinar, presumese que a incorporação de novas tecnologias, fazeres e metodologias é inerente a nossa formação. Isso é parcialmente verdade, porque, enquanto o corpo humano e sua percepção forem nossa matéria-prima, a “presença” no processo de ensino e aprendizado é fundamental. É a presença no espaço que permite desenvolvermos a percepção e a sensibilidade espaciais, ferramentas elementares para trabalharmos nosso objeto primordial – o ambiente em que vivemos e queremos viver. Dada a excepcionalidade do momento que atravessamos, todos acordamos em ensinar/aprender arquitetura sem vivenciar os espaços, seja em campo ou em maquetes. Por outro lado, talvez nunca tenhamos tido tamanha oportunidade de perceber, de tantas formas, o pequeno espaço ao qual nos restringimos. Enquanto ler a cidade construída ou experimentar materiais no canteiro ficou mais difícil nesse período, os alunos, mesmo sem muita clareza agora, exercitaram diariamente a compreensão das dimensões, da distribuição das aberturas, dos elementos que contribuem para o conforto ambiental e da adequada disposição do mobiliário. Como a relação de nosso corpo com o espaço é nosso ponto central, todos nós nos esforçamos para explorar ao máximo essa

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situação. Usar os exemplos do cotidiano de cada um, com suas dificuldades e confortos, foi um caminho que esperamos dar resultados na formação técnica dos futuros arquitetos. “É preciso treinar o olhar!” já disseram muitos arquitetos professores (a voz que entoa esse mantra em minha memória é a de Paulo Mendes da Rocha), para destacar a necessidade de para tudo olharmos e compreendermos: como está ordenado, como foi construído, se nos faz tropeçar, se nos permite descansar, se poderia ser melhor ou executado de outra forma. Em 2020, temos um pequeno enquadramento para olhar incessantemente e, com ele, aprender continuamente. Mas, se essa abordagem da arquitetura pode ser aplicada à escala doméstica ou do objeto, poderia também valer para a macroescala, que deixamos, em grande medida, de experimentar? Da escala do micro objeto à da cidade, o projeto é uma resposta crítica a uma questão. À medida que nos distanciamos do espaço e deixamos de vivenciálo, ainda que temporariamente, nossas ferramentas de percepção e reflexão sobre ele diminuem, tornando os caminhos do raciocínio projetual mais áridos e difíceis. Por fim, desde que Vilanova Artigas consagrou a indissociabilidade entre casa e cidade, é possível pensarmos em soluções para uma sem a outra? E mais: se o olhar enquadrado pode nos ensinar muito, esse aprendizado só pode ser comunicado e aprimorado pelas linguagens próprias do arquiteto: o desenho e o modelo. A falta do campo, das maquetes e do desenho à mão configuravam outra barreira que parecia intransponível. Em 2020, os desenhos digitais e modelos eletrônicos não foram escolhidos como ferramentas mais adequadas ao problema de projeto e a sua escala; foram escolhidos apenas porque eram as ferramentas mais adequadas a uma forma de comunicação mediada pela tela. Nesse enquadramento, a diferença entre montar uma lâmina de apresentação ou uma prancha A0 esvaziou-se. Especialmente para os alunos que estão no início do curso e, portanto, ainda estão construindo formas próprias de compreensão e representação, a adoção das ferramentas de desenho digital foi trabalhosa e, num primeiro momento, desestimulante. Se nos faltam elementos de análise e domínio de suas formas de representação, seria legítimo imaginar que os resultados propositivos seriam inócuos ou, no mínimo, insuficientes. Se permitimos, essas indagações podem se somar a tantos outros elementos que nos arrastam àquela visão negativa sobre o futuro das cidades e sobre o exercício de nossa profissão. Uma vez que assumimos o projeto como ofício, não parece coerente deixarmos de especular soluções capazes de reverter um quadro indesejável. O desempenho dos alunos nesse último semestre foi uma aula de como pouco importam as adversidades; acho que em poucas ocasiões vi tamanho esforço reunido para continuarmos projetando.

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// sequência de desenhos produzidos ao longo do semestre para a integração das disciplinas padu 3º. semestre (projeto de arquitetura e desenho urbano). autores: giovanna yumi hasimoto, leticia alves silva e matheus michelato barreiros. 1. elevação de uma quadra da área de estudo: desenho de leitura e reconhecimento à mão; 2. corte de um trecho do projeto em desenvolvimento: inserção do edifício de habitação multifamiliar em quadra existente. a simplificação dos elementos representados demonstra a dificuldade de adaptação ao desenho digital e, por consequência, do exercício projetual. 3. elevação de trecho do projeto em fase de conclusão: a evolução no domínio da ferramenta de desenho digital passou a permitir a incorporação de diversos elementos de análise e projeto, contribuindo para o aprimoramento das soluções propostas ao final do exercício. //

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E continuamos projetando o quê, em um momento de tantas incertezas? Continuamos, como sempre, buscando soluções para enquadrar o mundo de acordo com nossos desejos e angústias. A única certeza é que a casa vem sofrendo transformações para se adequar a nossas necessidades atuais; a redistribuição do mobiliário e o compartilhamento do espaço entre todos alterou nossa relação com o espaço doméstico. Enquanto enxergamos com clareza a importância do espaço da casa e da relação espacial entre os diferentes objetos que a compõem, deixamos de olhar para as cidades e para seus espaços públicos? Ainda não vi ninguém capaz de desvincular a casa da cidade. Não foi agora, quando estamos resguardados em casa, que fomos até a praça, derrubar estátuas e reivindicar outra história, outras possibilidades de futuro? Não foi a imposição de um novo enquadramento que fez com que os alunos se esforçassem muito para conseguirem apenas projetar? As transformações inesperadas nos obrigam a olhar o mundo de outra forma, através de lentes que não conhecíamos ou que não queríamos. Marcel Proust afirmava que “a inteligência não conhece situações sem saída” e foram vocês, futuros arquitetos, que nos lembraram disso! Então, ninguém melhor do que vocês para nos dizer: qual a saída para nossas casas e nossas cidades?

// reestruturação do vetor avenida jornalista roberto marinho/ córrego água espraiada: sequência de cortes da versão final do projeto elaborado para a disciplina desenho urbano/ operações urbanas. autores: aldo otavio oliveira, caiã reis, ewerton suenaga silva, gabriela carnevalli, isabelle zanoni, matheus aith de souza, samantha itimura //

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// lara surkova //

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prof. dr. lázaro eliseu moura //

> DESENHOS DA CIDADE

A cidade desperta o interesse em seus transeuntes pois ela é o espelho de todos os seus habitantes, visitantes e efêmeros apreciadores. É na cidade que os iguais se encontram, também, aqueles que parecem tão distantes. Entre corredores desenhados por edifícios e fachadas de concretos passam automóveis, motocicletas, bicicletas, patinetes, monociclos, skates entre outros, que transportam pessoas de todas as origens, de diferentes lugares. Em suas ruas, publicamente abertas e frágeis, circulam um infindável número de cidadãos que se aglomeram em determinadas áreas ou dispersam-se por entre seus bairros, suas praças e seus tantos outros desconhecidos espaços. A cidade reúne grupos que se manifestam de forma autêntica, destemidos e despreocupados com a imagem que se faz sobre si, tampouco sobre os demais. Ela é a “Babel” dos tempos atuais, à qual todas as línguas são possíveis, todos os ruídos são ouvidos, todos os movimentos são vistos e todas as expressões são prováveis. Em rodovias, avenidas, ruas e ruelas, o trânsito mostra sua organização, por vezes sob controle e por vezes absolutamente descontrolado, gerando um sistema que a própria metrópole não domina. Nesse complexo movimento urbano, homens, mulheres e crianças protagonizam seus distintos papéis em atitudes que compõem o enredo de um território comumente incerto. Artistas em diversas categorias passeiam pela cidade observando trejeitos e sons, se alimentando de fontes potencialmente sugestivas ao crescimento de seus repertórios culturais e, consequentemente, o desenvolvimento de seus processos criativos. Cada olhar curioso desperta um ponto específico que, em função da magnitude e interesse, poderá resultar em trabalhos artísticos, em poéticas visuais. O estímulo que a cidade oferece, a todos os seus observadores, se expande diariamente por meio de movimentos que percorrem sua grade de vias, constantemente

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alimentada por inéditas referências e desafios. Entre obras que despertam a contemplação e exercícios decorrentes do despretensioso interesse em serem aceitos como trabalhos artísticos, cruzam atividades resultantes de projetos educacionais propostos por docentes e orientadores acadêmicos. A memória sobre a metrópole se manifesta a partir de sua existência, seus movimentos de rupturas e modernizações, suas inovações e buscas por soluções alternativas à obstáculos erguidos nos episódios diários de uma cidade que avança extraordinariamente em direção ao inesperado. Observar a textura de concreto, metal e vidro, que edifica um cenário urbano com dimensões além da capacidade visível, promove a configuração de um lugar que somente a imaginação é capaz de construir. Duas disciplinas do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Senac, se juntaram numa única proposta, traçando um roteiro pela cidade de São Paulo, onde professores e alunos do primeiro período do curso, percorrem bairros tradicionais e marcantes na metrópole paulistana. Por um ângulo, a disciplina Projeto Integrador I (prof. Ricardo Luis Silva) realiza uma leitura arquitetônica, conceitual e cultural sobre a estrutura da capital, seus edifícios, vias, monumentos, arte pública e praças, enquanto, por outro ponto de vista, a disciplina Desenho de Observação propõe o registro gráfico da cidade, seus detalhes, suas características físicas e sua poética visual. O grupo de professores e alunos caminham pelo centro histórico, pela região da avenida Paulista e pelo elevado Presidente João Goulart, popularmente conhecido como “Minhocão”, mostrando os aspectos essenciais da maior cidade do País, suas qualidades e seus problemas habitacionais, sua fascinante aparência heterogênea, bem como o decepcionante segmento de áreas que requer atenção e reestruturação. O propósito é perceber a estética, analisar a história, discutir o conceito urbano, além de interpretar e representar as formas, cores, texturas, materialidades e natureza por meio do desenho. Rumo a esse desafio educacional, poético e ilustrativo, as imagens abaixo são fragmentos representativos desses passeios urbanos decorrentes de conversas, discussões, contemplações e encantamentos. Todos os registros foram realizados com materiais gráficos tradicionais, tais como grafites, canetas tinteiro, suportes de papeis próprios para essa atividade e, eventualmente, pinceis e tintas como aquarelas e nanquim. Os exercícios correspondem a observações e desenhos diretamente nos locais os quais o grupo percorreu. Se tratando de temas culturais, neste caso em especial a história da cidade, com seus personagens inseridos em suas épocas e datas, o aprendizado torna-se mais rico, despertando o interesse aos detalhes que contribuem à narrativa sobre as particularidades dos bairros, dos edifícios, das ruas. Os alunos recebem as informações que valorizam

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os ambientes percorridos, ora por meio dos contos, dos relatos que constroem a identidade desses lugares, ora pelo entendimento sobre os estilos arquitetônicos que definem a estética dessas áreas. A todo instante os professores orientam os olhares, chamam a atenção sobre minúcias as quais se debruçam tesouros históricos, poesias e artes.

Os edifícios parecem convidar os caminhantes curiosos a observar suas dezenas de janelas, suas sacadas, seus terraços, suas cores e texturas. No meio do público, que corre de um lado para o outro, sempre apressados, como se na busca de algo que fora perdido, os alunos desenham o que lhes parecem mais significativo. O tempo para a atividade é curto e o surpreendente detalhe adiante também precisa ser retratado. Correm as pessoas por entre os estudantes, olhares se cruzam, esbarra aqui, encosta lá e, nessa aglomeração de tipos, sons e coisas, os pequenos registros gráficos são postos em folhas de papel.

// jade gringoletti sreto // rafael copa // beatriz silva // kátia gaspar //

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Muitas vezes as informações soam de forma tão extraordinária que se percebe a mesma expressão de surpresa e atração em todo grupo. Professores e alunos parecem estar diante de um grande cenário por onde transitaram inimagináveis figuras. A cidade se torna o palco de um espetáculo que não tem fim onde, a cada instante, um novo personagem deverá atuar. Na urgência de receber a informação, proveniente dos relatos e explicações, sobram apenas alguns minutos para a realização dos desenhos. Nesses casos, a técnica da frottage (do francês frotter, em português friccionar) se torna a solução imediata. Os alunos apoiam seus papeis sobre um detalhe e deslizam seus grafites na superfície da folha, extraindo e carregando uma impressão gráfica do motivo escolhido.

As ruas são as salas no moderno modelo de aulas teórico-práticas. Por vezes a concentração é extraviada para outros lugares, afinal são ininterruptas distrações que ocupam esse novo sistema de espaço educacional. Na incessante corrida pública, onde ninguém parece querer parar, aumenta a ansiedade dos alunos em se construir os desenhos.

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Para alguns isso está associado ao desconforto em deixar seus exercícios expostos a apreciações, mas também a críticas, para outros, o ritmo acelerado do ambiente metropolitano provoca o desejo em se desenhar com rapidez, na concorrência com a própria capacidade técnica.

A caminhada é longa e os professores fazem as paradas pontuais nos espaços que permitem as melhores vistas da cidade. Não é incomum notar que alguns alunos desejam ficar mais tempo na atividade de representação, considerando a beleza da paisagem urbana, dessa forma, a observação e ilustração de apenas alguns detalhes soa como um tímido trecho da dimensão visual que a cidade mostra. Por vezes o desejo em reproduzir fielmente, ruas, praças e monumentos públicos, leva alunos a finalizar os croquis em outro momento, portanto, as propostas são trabalhadas com mais técnicas gráficas, como o uso de tintas e caneta nanquim, a partir das referências inicialmente realizadas no decorrer do trajeto.

// giulia santos // rafael copa // lara surkova // david samir // giulia santos // figuras 11 e 12 - beatriz silva //

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O despertar do gosto pela ilustração e a expectativa em melhorar sua qualidade gráfica, são respostas que se percebem quando os alunos apresentam, ao final de cada roteiro pela cidade, a potencialidade do desenho manual, ou poeticamente chamado, desenho artístico. É ele, a ferramenta mais imediata e autêntica capaz de transpor, de forma expressiva e original, as primeiras intensões que rondam o pensamento e a criatividade. O desenho da cidade se configura pela sua mais conhecida estruturação, seja por meio das representações lineares, das formas, dos volumes, das proporções e dos planos em perspectiva. O desenho também é visto pelo percurso, pela linha que delimita uma área, o contorno de um campo espacial. As vias públicas desenham a cidade, assim como seus rios, suas brilhantes lâmpadas no alto dos postes sequenciais dispostos em suas calçadas. A cidade é maior instalação na planta da ocupação territorial. O desenho das estradas liga cidades dentro de um mesmo continente e a movimentação de todos os seres vivos, estejam soltos ou fechados em seus veículos de transportes, também caracterizam desenhos que se multiplicam e destorcem rumos e destinos. Para se desenhar a cidade, suas dimensões horizontais ou verticais, seus caminhos retilíneos ou tortuosos, suas massas escuras ou cristalinas, seus odores, seus sons, seu espírito... basta olhar.

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// victoria teixeira ferraz // david samir //

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profa. dra. myrna de arruda nascimento //

> DIDÁTICA COMO EXPERIMENTAÇÃO: INVENÇÃO, INTERVENÇÃO E COGNIÇÃO da primeira aula ao tcc, 10 anos de docência no curso de arquitetura e urbanismo do senac - sp

Esse texto transita por atividades vivenciadas com os alunos e colegas, nos primeiros dez anos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Senac. Participo desde o primeiro dia de aula do curso, com a primeira turma, em uma tradicional segunda-feira, ministrando a primeira aula, de História da Arte. Em 2010 o grupo de docentes era reduzido, e participávamos ativamente da construção do curso com a nossa coordenadora (parceira de várias ações e projetos), sugerindo, colaborando e inaugurando oportunidades para o envolvimento dos alunos com trabalhos, ações e temas diversos, que ampliassem o repertório da formação tradicional em arquitetura, aproveitando o ensejo do curso novo, a vibração pela criação que caracteriza todo arquiteto e todo docente inspirado, e, sobretudo, o incentivo que o Senac sempre nos deu para estratégias de ensino e aprendizado, inovadoras. Sempre acreditei no aprendizado traduzido em produtos concretos; nas lembranças, advindas do construído e lapidado com as mãos e com a mente, convocadas como conhecimento impregnado e “sabido”; na imaginação estimulada por relações associativas inusitadas; no diálogo intenso e generoso entre disciplinas, entre áreas de conhecimento, entre conversas e trocas com os colegas de semestre, de curso, de café da manhã madrugador na lanchonete do Centro Universitário, onde alunos sempre foram bem-vindos, e também marcam seu espaço, deixam suas opiniões, trazem suas inquietações juvenis e levam nosso parecer experiente. O título desta breve reflexão traduz o modo de ver minha trajetória no curso, até hoje, como um processo em contínua transformação, orgânico e flexível, com experiências de ensino multifacetadas, interdisciplinares, interinstitucionais

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e internacionais, concebidas a partir de contextualizações claras e definidas, convidando os alunos a experimentar comigo, e a aprender com os resultados de suas criações, as possibilidades da reflexão sensível, crítica, ímpar, humanista e social que a Arquitetura exige daquele que a escolhe como profissão. Assim, esse percurso de imagens documenta minhas experimentações como docente-arquiteta de um curso de Arquitetura e Urbanismo, iniciadas em 2010, depois de 19 anos de docência universitária em cursos de Design. A opção pelo ensino foi sempre, para mim, o grande argumento para continuar aprendendo e estudando e pesquisando. Portanto, traçar este percurso com algumas das inúmeras fotos guardadas desta década foi prazeroso e gratificante, ao que agradeço à coordenação pela oportunidade. Fiz a opção pelas legendas generosas, facilitando a compreensão das imagens em sintonia com essa mensagem. A ideia não foi enfatizar as disciplinas, os conteúdos, os autores e os produtos, mas destacar o que fez a diferença, na minha opinião, dentro desse exercício crítico e autocrítico, dessa forma de priorizar as interlocuções entre pessoas de distintos cursos/instituições como forma de crescimento mútuo e conjunto, e desse modo de entender e estabelecer parcerias como compromissos selados pelo respeito, pela cumplicidade sincera, e pelo bem comum. Interessa ver essa seleção como uma generosa trama, da qual alunos, colegas e instituição são peças chave para representar a imagem complexa, repleta de rostos, vozes e nomes, gestos e presentes, concretos e metafóricos, que revejo quando minha memória evoca esse decênio. Espero que essa reflexão iconográfica sinalize de algum modo, para o leitor dessa publicação, o quanto foi autêntica e emocionante essa história.

2011 - Trabalho interdisciplinar da disciplina História da Arquitetura (única vez em que colaborei no curso) com Modelos Tridimensionais. As maquetes devem mostrar porque a obra é um marco arquitetônico. Refletir sobre o detalhe da sua especificidade, e evitar mimetizar a obra.

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Exercício 01: Finalizado

2012 - Visita ao centro da cidade com o professor Gabriel Pedrosa (História da Arte + PI) e nossos alunos comuns do 1º semestre. Caminhada recheada de histórias dos edifícios antigos, observações sobre equipamentos urbanos, obras de arte e outros sinais urbanos.

A partir do momento em que a primeira pessoa pisar no retângulo o jogo se forma, a pirâmide cresce de modo invertido, ou seja, se forma para baixo, dando início ao jogo.

Desse modo, cada jogador deverá escolher uma cor (vermelho, verde, azul ou amarelo) para que a partida e o cronometro serem ativados. Cada jogador fará uma escolha por vez.

2013 – Exercícios da disciplina Projeto Espaço Objeto (8º semestre da primeira turma do curso) inspirados nas visitas ao VELHÃO (ocorridas anualmente com alunos da Arquitetura e do Design Industrial, de 2013 a 2017) - Relógio de sol - Rafael Zaia e Tamara Nadais; Serve torradas e patê- Daniela e Caroline Manuela; e Jogo da Pirâmide - Débora Sobral do Rio e Flávia Galimberte Bozeda. Dar atenção ao objeto, à cenografia, à ambientação, ao produto gráfico, a artefatos e acessórios que qualificam o corpo etc., confere ao arquiteto “o papel de transformador cultural”, segundo Manfreide Martínez (2000), conceito alinhado ao “racionalismo pedagógico”, almejado por Walter Gropius, no Bauhaus.

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2017 – Revolução do 3º exercício de Projeto Espaço Objeto para intervenção em espaços “reais” Allan, Isabella, Júlia, Lucas propõem, e executam a reforma na churrasqueira e área social da casa da avó de um deles, que agradece. A intervenção em um espaço possível de ser transformado e utilizado pelos alunos (e/ou por seus familiares, amigos e conhecidos que emprestaram o “estudo de caso para o exercício”) é fundamental. Projetam e podem experimentar o resultado do projeto. Como consequência seus portfolios foram enriquecidos e a expectativa da finalização do curso aumentou, revelando possibilidades e nichos de atuação no mercado profissional ainda não cogitados.

2018 – Revolução do 1º exercício da disciplina Projeto Espaço Objeto: a partir de um conjunto de objetos obsoletos formado coletivamente, todos manipulam e propõem novos usos simultaneamente. Todos avaliam os resultados, reconhecem as melhores sugestões, renunciam a alternativas menos promissoras, e se subdividem para executar as propostas votadas. Uma experiência educativa que dialoga com o conceito de Educação para a Cidadania Global, destinado a pensar a formação de profissionais para o século XXI, que “reconhece o papel da educação em ir além do desenvolvimento do conhecimento e de habilidades cognitivas e passar a construir valores, habilidades socioemocionais (soft skills) e atitudes entre alunos que possam facilitar a cooperação internacional e promover a transformação social.” (UNESCO, 2015, p. 9)

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2013 – Workshop “O Papel do Desenho” ministrado pelo Prof. Dr. Pedro Antônio Janeiro da Universidade de Lisboa. Evento do 2º Seminário Internacional REPRESENTAR Brasil 2013, do qual docentes do curso de Arquitetura participaram da comissão organizadora e alunos foram monitores, em parceria com docentes e discentes da USP, Universidade Presbiteriana Mackenzie e Universidade São Judas Tadeu. A atividade relaciona-se ao Projeto de Pesquisa “Arquitecturas Imaginadas”, da Universidade de Lisboa, do qual participamos (professoras Myrna e Valéria) de 2010 a 2018.

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2014 - Alunos da Arquitetura trabalhando no laboratório com alunos dos cursos de Design Industrial, Gráfico, Digital e Moda, no Workshop Bauhaus, ministrado pelos professores da casa (Myrna e Ricardo Silva) e pelo professor Torsten Blüme (Bauhaus Dessau). Alunos da arquitetura apresentando trabalho do Workshop: “Praça das Artes”, com alunos da Faculdade KEA -Copenhagen/DIN e alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design da USP. Os workshops anuais, frutos da parceria Senac /KEA iniciados em 2013, reúnem alunos e professores de diversos cursos de graduação. Atividade inédita em cursos universitários, considerando-se a dimensão interdisciplinar, o convívio, e a experiência cultural, como diferencial na trajetória acadêmica e formação dos alunos participantes.

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2015 - Calouros visitam a exposição “Burle Marx, uma vontade de beleza”, atividade frequente da disciplina História da Arte,que ministro desde 2010. Ver arte para aprender sobre arte. O contato com a arte ensina a perceber as sutilezas das experiências com qualidades estéticas como as do contato com o espaço arquitetônico. Não é possivel ensinar a sentir, mas é possível estimular a sensibilidade ao promover tais experiências e discutir seus efeitos e as sensações que delas emanam.

2015 - “Deriva na Barra” –Workshop Senac proposto pelas professoras Myrna e Valéria, como atividade do evento científico IIIº ENANPARQ, no qual ambas participaram de mesa temática “A Experiência do lugar”. Atividade com alunos dos cursos de Arquitetura e Design do Senac e de pesquisadores de Instituições parceiras, explorando aspectos da percepção/sensação/ representação da vivência urbana na Barra Funda. O resultado foi o artefato construído e experimentado pela comunidade acadêmica no Senac.

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2016 - Visita ao SESC POMPÉIA com alunos participantes do Workshop KEA – “Cidade Viva: Vivacidade”, guiada pelo Prof. Marcelo Suzuki e visita ao Centro Universitário Maria Antônia, objeto de estudo/lugar da proposta do Exercício Eventos Urbanos (6º semestre), concebido desde 2015 como parceria entre a disciplina Comunicação Imagem e Paisagem (Myrna) e a disciplina PI-VI ministrada pelo Prof. Ralf Flores. Trabalhar com colegas é aprender com colegas; integrar disciplinas é elevar a experiência do aprendizado a várias potências.

2016 - Parceria com o professor Ralf Flores na equipe do Senac selecionada para participar do Projeto Rondon 5. Preparativos, treinamento e equipe. Ida ao Butantã, com Luciana Mara e Mariana Zagatti (Equipe Projeto Extensão no Senac), viagem, reconhecimento do local, recepção pelos representantes, prefeito e equipe, e docentes da Escola em Novo Mundo/MT.

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2016 – Em Novo Mundo: o que é uma máscara tridimesional? Como vamos montar e pintar especialmente a sua máscara? Que nome você quer que eu anuncie quando você se apresentar no desfile das máscaras? Ensinar e aprender que a diferença faz a diferença em qualquer lugar do (velho e Novo) mundo.

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2017 - Alunas da Arquitetura, Tatiana Assef e Bruna Perez, apresentando o resultado do WS KEA, “Cidade orgânica: cruzando memórias e tecendo o amanhã”, cujo tema foi o Museu da Cidade de São Paulo, parceiro do Projeto de Extensão Patrimônio Cultural e Práticas da Memória, coordenado pelo professor Ralf Flores. Visita à Brasília com os professores Ralf Flores e Maurício Petrosino. Presença notável da comunidade do Senac na capital do país, ocupando o espaço urbano e seus acessos, com mais de 100 pessoas distribuídas na famosa escadaria de acesso à Rodoviária. Visitamos o edifício do SEBRAE, projeto do escritório de docente do curso de Arquitetura e Urbanismo do SENAC. Alunos celebram a experiência da vivência da obra e do talento do mestre.

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2018 – Aula de História da Arte visitando as obras do Campus com os calouros; visita à exposição Julio Le Parc, da Forma à Ação, no Instituto Tomie Ohtake com alunos da Arquitetura e os professores Luciana Chen e Paulo Magri. Exercício Eventos Urbanos, parceria com o professor Ralf no 6º semestre, no bairro Santo Amaro, terminando em visita ao Mercado improvisado. Orientação de TCCs que exploram materialidades, experimentações, fotografia, cinema e história em quadrinhos, relações entre corpo X espaço X arquitetura X experiência sensível e estética. Um repertório cultivado em aulas e atividades extras se manifesta na criação dos alunos.

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2019 - Oficina Kinesferas com alunos de diversos cursos e professores Luciana Chen e Ralf Flores. Reprodução em miniatura dos Figurinos do Ballet Triádico para exposição 100 anos de Bauhaus no Senac. Projetos de Extensão e Pesquisa trabalhados em ações alinhadas.

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2018-2019 - O painel Grafite Santo Amaro, resultado de WS na Semana da Cidadania, ministrado pelos membros do Grupo Educação que queremos, do qual os professores Myrna e Ralf participam desde 2016, passou a habitar a sala de apoio logístico do Academico II do CAS. Todo gesto ou ação didática tem consequências possíveis de serem reconhecidas na formação do profissional, de cuja companhia usufruimos, ao longo de pelo menos 5 anos entre 2010/2019. Ensinar a aprender é também aprender a ensinar. No tempo fugaz desta extensa e complexa experiência docente, posso afirmar que os sinais ficam, evidentes ou subentendidos, na expressão, no senso crítico, na consciência e atitude criativa dos estudantes que formamos. Reconhecê-los tem sido uma nova e boa surpresa, a cada vez.

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profa. ms. marcella de moraes ocke müssnich //

> LAR - LABORATÓRIO DE ARQUITETURA RESPONSÁVEL retrospectiva 2014-2020

O Senac acredita no poder transformador da educação e na relação ensino, pesquisa e extensão e dentro deste contexto o Projeto de Extensão Universitária é um conjunto de ações, com duração de um ano, de caráter educativo, social, tecnológico, artístico ou científico, com objetivo específico, a curto e médio prazo, visando fomentar a relação entre teoria e prática, envolvendo a comunidade acadêmica e a sociedade. O Projeto LAR| Laboratório de Arquitetura Responsável foi criado em 2014 com o objetivo de propor atividades de integração e educação junto às comunidades e grupos organizados que buscam orientação sobre questões relacionadas a qualquer ação coletiva, de cunho social, para promoção de melhorias na qualidade dos espaços habitados e/ou espaços públicos. Nesta sessão “Memória” apresentamos um panorama do Projeto LAR e todas suas frentes de atuação de 2014 a 2020. No final de 2013 o Senac foi procurado pela Rede Santo Amaro para uma possível parceria de pesquisas sobre o Eixo Histórico de Santo Amaro. Para iniciar as reflexões sobre essa região reunimos um grupo de docentes e um grupo de alunos que já estavam envolvidos com outros projetos de pesquisa e extensão universitária. Ao final de quinze dias de intenso trabalho apresentamos uma análise da situação existente e um diagnóstico preliminar das potencialidades e problemas da região. Neste contexto de pesquisa e identificando a potencialidade de continuidade do trabalho o Projeto LAR – Estudo para requalificação do eixo histórico de Santo Amaro foi oficialmente formatado e aprovado em 2014 para aprofundar as análises realizadas em 2013 e propor diretrizes de intervenção no Eixo Histórico de Santo Amaro. O grupo de trabalho considerou as análises realizadas no ano anterior e ampliou a pesquisa em três frentes: levantamento histórico, entrevistas com público que frequenta a região e levantamento de uso e ocupação do solo para identificar problemas locais e verificar possibilidades de intervenção no território.

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rua capitão tiago luz . 2014 foto por ELOISA AGIANI

largo 13 de maio . 2014 foto por equipe LAR

torre da igreja matriz de santo amaro . 2014 foto por MATHEUS LEITZKE

largo 13 de maio largo . 2014 13 de maio . 2014 foto por equipefoto LARpor equipe LAR

Ao final do trabalho elaboramos um programa de ações e diretrizes a partir de uma lista de necessidades observadas ao longo do ano, levando em consideração o tempo hábil, os custos e recursos necessários para executá-las, e período de elaboração e aprovação dos projetos junto aos órgãos competentes de preservação de patrimônio. Essas diretrizes foram previstas em ações de curto, médio e longo prazo. Muros Praças e áreas livres Necessidade de recuperação de fachadas Calçadas danificadas e estreitas Gradil Eixo viário segregador Áreas em abandono Edifício histórico com necessidade de recuperação

praça marcos manzini

biblioteca prestes maia Praças existentes sem utilização. Áreas muradas que impossibilitam a relação entre a quadra e a rua e prejudica a segurança pública.

casa de cultura de santo amaro Mau conservada, gradeada e praças subutilizadas

painel júlio guerra

Calçamento inadequado para pedestres, acúmulo de lixo, estreitamentos e más condições. Painéis com necessidade de restauro.

PROBLEMAS

rua tenente coronel da silva araújo.

fábrica york

rua ten. coronel da s. araújo

Fábrica abandonada. Um problema visual para a rua além de juntar ratos. Apresenta problemas estruturais devido ao crescimento de árvores nas paredes.

rua paulo eiró

“casa amarela”

rua ten. coronel da s. araújo Praça recuperada, antes ocupada por comerciantes, agora com inadequada estrutura de permanência. Muitos muros e calçadas estreitas.

praça floriano peixoto Áreas gradeadas que limitam a circulação e a relação com a quadra.

rua ten. coronel da s. araújo

avenida adolfo pinheiro Calçadão com necessidade de recuperação.

igreja matriz de santo amaro.

O gradil da igreja limita o campo de visão, espaço subutilizado e calçadas estreitas e degradadas. fotos por: equipe LAR

O programa de ações e diretrizes apresentava possibilidades de intervenção no espaço urbano considerando as seguintes necessidades: 1. Reafirmação da existência do Eixo Histórico; 2. Reorganização de fluxos de pedestres e transportes; 3. Proteção dos edifícios históricos e melhor manutenção e utilização dos mesmos; 4. Estreitar as relações entre o público flutuante (que utiliza a área sazonalmente apenas para comércio) com os moradores e comerciantes do eixo; 5. Tornar o local mais convidativo à escala do pedestre e criar mais espaços de permanência e não só áreas de passagem e; 6. Estimular o uso do local por outras pessoas a fim de preservar o patrimônio e trazer maios visibilidade para essa área de importância histórica e comercial da cidade. Elaboramos um caderno virtual1 com toda a documentação do trabalho e entregamos para a

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Prefeitura Regional de Santo Amaro como possível suporte para a implementação de projetos no local. No ano de 2015 a parceria do Projeto LAR foi com a Organização Não Governamental (ONG) TETO que atua na América Latina e no Caribe com a construção coletiva de residências emergenciais em parceria com voluntários e com as próprias famílias que vivem em condições de extrema pobreza e em áreas vulneráveis de grandes centros metropolitanos. O Projeto LAR – Projeto TETO fez uma aproximação inicial da ONG para conhecer melhor a instituição e entender as tipologias de moradias emergenciais propostas por eles. A partir desse reconhecimento, realizamos pesquisas sobre materiais para construção das casas rápidas para situações de emergência e tipos de construções semelhantes às executadas pelo TETO para ampliar o repertório da pesquisa. Ainda nessa etapa de trabalho elaboramos maquetes das edificações implantadas nas construções coletivas, realizamos estudos de layout e pesquisas pós ocupação em moradias implantadas pelo TETO que já estavam sendo utilizadas por algumas comunidades.

// figuras 1 a 3 levantamento iconográfico do eixo histórico de santo amaro // mapa de problemas da região // figuras 5 a 7 - maquetes das tipologias das moradias e estudos de layout //

No segundo semestre de 2015 as atividades tiveram um caráter mais prático com a implantação de protótipo em tamanho real do modelo de casa tipo “L”. Essa atividade contou com a parceria de um grupo de alunos da Universidade de Cambridge denominado EcoHouse. Essa equipe era formada por uma sociedade

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estudantil que desenvolvia produtos inovadores e sustentáveis para melhorar a qualidade de vida das comunidades urbanas em toda a América Latina. A possibilidade de executar o protótipo no Centro Universitário Senac propiciou aos alunos dos dois grupos (LAR e EcoHouse) a vivência de parte das dificuldades enfrentadas pelo TETO na construção das moradias e possibilitou muitas reflexões sobre como melhorar o processo compilando diretrizes para novos modelos de moradias emergenciais. Podemos elencar as principais diretrizes: 1. Pensar em um projeto de moradia modular: dessa forma existiria a possibilidade de adaptação da moradia ao terreno e às necessidades específicas de cada família; 2. Revisão dos tamanhos das telhas para que se encaixem no eixo de cada caibro sem necessidade de sobreposição e desperdício de material; 3. Reavaliação dos materiais fornecidos para a montagem das casas: o material recebido para a montagem do protótipo veio com várias medidas inexatas e o pensamento modular facilitaria o desenho das peças e o material fornecido viria de acordo com a especificação do projeto. Isso facilitaria muito a implantação da moradia em sistema de mutirão no curto espaço de tempo (dois dias) que é o prazo estabelecido pelo TETO. 4. Layout das moradias: analisar as unidades já ocupadas junto aos moradores para identificar padrões existentes de distribuição do mobiliário, e considerar medidas usuais de moveis e eletrodomésticos seriam possíveis pontos de partida para uma proposta de moradia mais adequada ao público alvo. 5. Conforto ambiental: com a casa implantada fizemos análises de conforto térmico e ambiental e verificamos possibilidades melhores de ventilação cruzada e acabamentos para uma moradia mais confortável em termos de luminosidade e temperatura. O caderno final2 com a documentação completa do processo foi disponibilizado para o TETO como material de apoio para novas concepções de moradia emergencial.

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// figuras 8 a 10 - registros fotográficos da montagem do protótipo da casa modelo “l” em tamanho real // figuras 11 e 12 - equipe lar antes e depois da pintura do protótipo // equipe lar produzindo mapa de uso e ocupação do solo // fotos do levantamento de campo da região de estudos //

Em 2016, a preocupação crescente com a segurança nos grandes centros urbanos fez com que o Centro Universitário Senac, especificamente o Campus Santo Amaro (CAS), considerasse uma necessidade real de integração do Campus ao seu entorno. Respondendo à demanda, que partiu não apenas do alunado, mas também da direção do Centro Universitário Senac, o Projeto LAR – Estudo para requalificação urbana CASJurubatuba iniciou uma série de estudos sobre a região onde o Centro Universitário está implantado e identificou possibilidades de aumento da segurança e uma relação mais humanizada do Campus com seu entorno imediato. Inicialmente, apresentamos alguns autores fundamentais para a discussão sobre requalificação dos espaços livres públicos e após essa primeira abordagem mais teórica delimitamos uma área de intervenção projetual partindo do Centro Universitário Senac (Campus Santo Amaro) e recortando nos marcos urbanos da Ponte do Socorro e a Estação Jurubatuba da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Fizemos visitas de campo para identificar o uso e ocupação do solo e depois levantar os problemas e as potencialidades do local, aplicamos pesquisas com os alunos e funcionários do Senac para mapear problemas ligados ao entorno industrial que estava se transformando e tivemos contato com softwares de geoprocessamento para ver a potencialidade da ferramenta em estudos de grandes áreas.

cultura do medo registrada no entorno do SENAC. por LAR 2016. 74

cultura do medo registrada no entorno do SENAC e calçadas irregulares. por LAR 2016. 75

A partir das informações levantadas foi possível inserir a área de estudos no contexto urbano delimitado pela Prefeitura Regional de Santo Amaro e verificar as diretrizes públicas estabelecidas para a região no Plano Diretor Estratégico (PDE). Como uma ação importante do projeto e inserido no evento universitário da Semana da Cidadania o LAR propôs o fechamento de uma rua com a transformação de um espaço, preferencialmente do automóvel, em um local de lazer para as pessoas. A ação denominada OCUPALAR aconteceu no dia 16/09/2016 e foi uma primeira oportunidade de um evento de rua onde a equipe propôs e coordenou atividades ligadas à gastronomia, moda, cultura e teve como objetivo principal fortalecer os laços da comunidade local

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e transformar, através de ações diversificadas, um espaço urbano da cidade. Após esse ano de pesquisa algumas diretrizes foram estabelecidas e a proposta de continuidade do projeto para 2017 também foi articulada. A área apresentava muitas frentes de trabalho e necessitava de reflexão continuada sobre as possibilidades de intervenção urbanística e paisagística. As diretrizes de 2016 foram: 1. Revisão da largura e qualidade da pavimentação das calçadas, localização de faixas de pedestre; arborização urbana; proposta para implementação de mobiliário urbano; 2. Revisão da iluminação pública que estava muito direcionada para o leito carroçável e pouco para as calçadas; Corpo na Cidade (Yoga) - OCUPALAR. Gastronomia - OCUPALAR. 3. Implementar desenhos deOficina Traffic Calming para foto por LAR 2016. foto por LAR 2016. diminuir a velocidade dos veículos motorizados e aumentar a segurança dos pedestres e ciclistas; 4. Ações rápidas de urbanismo tático, como pintar e sinalizar as ruas poderiam ser implementadas e testadas antes de uma intervenção definitiva; 5. Revisão da malha cicloviária da cidade para conectar espaços atualmente desarticulados e incluir o Senac e a Estação Jurubatuba neste circuito. Pensar Roda de Conversa realizada pelo Luis Henrique Dias com o tema A São Paulo que Queremos na possibilidade de bicicletas compartilhadas para e pela FAUSOCIAL com o tema: O Espaço Público em Questão- OCUPALAR. Espaço brincar - OCUPALAR. foto por LAR 2016. foto por LAR 2016. realizar o curto trajeto do Centro Universitário até a Estação da CPTM de forma segura e rápida e, também pensar essa rede cicloviária como área de lazer aos finais de semana. 6. A ampliação de pequenos comércios de rua ainda não é uma realidade para a região sob a ótica do Plano Diretor, mas seria possível que algumas premissas da Operação Urbana Água Espraiada pudessem ser implantadas em direção à Zona Sul. Neste contexto, seria interessante incorporar comércios 114 efêmeros, que poderiam trazer uma feira livre, feira de produtos orgânicos, ações com food bikes e food trucks para aumentar o comércio de rua e maior circulação e permanência de pessoas nos espaços públicos das ruas, praças e calçadas do entorno. 7. No evento OCUPALAR foi possível constatar que o fechamento da Rua Rosa Galvão Bueno Trigueirinho o dia todo não causou impacto no trânsito motorizado e eventos de feiras e comércio efêmeros (que montam e desmontam no mesmo dia) poderiam beneficiar as pessoas que moram e trabalham na região. O caderno da produção de 20163 foi disponibilizado para a Prefeitura Regional de santo Amaro como possível material de apoio às intervenções projetuais Oficina Corpo na Cidade (Yoga) - OCUPALAR. Gastronomia - OCUPALAR. Apresentação e Oficina de Parkour foto por LAR 2016. região. foto por LAROficina 2016. Corpo na Cidade (Yoga) - OCUPALAR. na Gastronomia - OCUPALAR. OCUPALAR.

Oficina Corpo na Cidade (Yoga) - O foto por LAR 2016.

Espaço brincar - OCUPALAR. foto por LAR 2016.

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Apresentação e Oficina de Parko OCUPALAR. foto por LAR 2016.

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Suporte para a oficina de Sketchb ministrada pora aluna -O Suporte para oficinadodeSenac Sketchb foto por LARpor2016. ministrada aluna do Senac - O foto por LAR 2016.

Encontro dos alunos - OCUPALA foto por LAR 2016.

Suporte para exposição - OCUPAL foto por LAR Suporte para 2016. exposição - OCUPAL foto por LAR 2016.

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foto por LAR 2016. foto por LAR 2016.

Espaço brincar - OCUPALAR. foto por LAR 2016.

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Roda de Conversa realizada pelo Luis Henrique Dias com o tema A São Paulo que Queremos e pela FAUSOCIAL com o tema: O Espaço Público em Questão- OCUPALAR. foto por LAREspaço 2016. brincar - OCUPALAR. foto por LAR 2016. Encontro dos alunos - OCUPALAR. foto por LAR 2016.

Apresentação e Oficina de Parko OCUPALAR. foto por LAR 2016.

foto por LAR 2016. Gastronomia - OCUPALAR. foto por LAR 2016.

Roda de Conversa realizada pelo Luis Henrique Dias com o tema A São Paulo que Queremos e pela FAUSOCIAL com o tema: O Espaço Público em Questão- OCUPALAR. 113 114 foto por LAR 2016.

Doação e troca de livros - OCUPALAR. foto por LAR 2016.

Encontro dos alunos - OCUPALA foto por LAR 2016.

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// figuras 15 a 23 registros do ocupalar 2016 com as atividades físicas, culturais, gastronômicas e de lazer // figuras 24 e 25 desenhos colaborativos de sugestões de mudanças urbanas – croquis sobre foto // figuras 26 a 28 registros do ocupalar 2017 //

Dando continuidade ao LAR 2016 o ano seguinte continuou pesquisando a mesma região e desenvolveu a pesquisa Projeto LAR –requalificação urbana CASJurubatuba. Propôs inicialmente um novo mapa de uso e ocupação do solo mais específico e com esse material de base a equipe estudou formas de intervenção urbana com um olhar mais prático e de curto prazo entendido como Urbanismo Tático. Metodologicamente, foram identificadas ações propostas pelo Urbanismo Tático que poderiam ser implementadas na área de intervenção dessa pesquisa e procedimentos de Safari Urbano para pensar em espaços públicos mais ativos. Também foram realizados desenhos colaborativos com croquis sob fotos de áreas com problemas a fim de mostrar suas potencialidades.

Em 21/06/2017 a Equipe LAR participou de uma ação do evento anual do Senac o Design Essencial. Com o tema “Espaços de Convivência” o grupo coordenou a criação de áreas de convívio com funcionários de várias unidades do Senac no auditório da unidade Lapa Faustolo. A atividade foi uma oportunidade de estimular a criação de espaços de convivência de forma colaborativa em áreas públicas das cidades e de testar mobiliários de papelão que poderiam ser usados em atividades futuras do LAR. No final do primeiro semestre daquele ano as pesquisas realizadas foram apresentadas para a diretoria do Senac e a Equipe LAR solicitou áreas dentro do Campus para uma atividade de ocupação no espaço livre de edificação que seria realizada novamente na Semana da Cidadania no final do mês de setembro com a segunda edição do OCUPALAR. A equipe propôs e coordenou atividades ligadas à gastronomia, educação e cultura e teve como objetivo principal fortalecer os laços da comunidade local e transformar um espaço de estacionamento dentro do Campus em espaço de convivência. Ainda com esse olhar de transformação de espaços no dia 22/10 o grupo trouxe para o Festival da Vida Universitária uma atividade de pesquisa sobre uso dos espaços públicos. Essa ação ocorreu em um Parklet (estrutura originalmente criada para ampliação de calçadas e criação de espaços de pedestre) que foi trazido para dentro do Centro Universitário em parceria do Senac com a empresa Soul Urbanismo.

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A pesquisa e as ações práticas de 2017 estabeleceram algumas diretrizes para continuidade do projeto em 2018: 1. Necessidade de revisão de calçadas e iluminação pública; 2. Possibilidade de transformar áreas de estacionamento de veículos em áreas de pedestres com alargamento das calçadas; 3. Implantação de equipamentos urbanos temporários para criar a ideia de “lugar” e estimular a permanência das pessoas nos espaços; 4. Estimular atividades esportivas no Centro Universitário Senac que trouxessem a comunidade do entorno para participar e começar a fortalecer os laços dessa comunidade; 5. Através do Programa Ecoeficiência do Senac estabelecer programas de reciclagem com envolvimento da comunidade; 6. Transformação de espaços com estratégias de urbanismo tático criando eventos temporários para fortalecimento da comunidade local. A pesquisa completa4 também foi disponibilizada para a Prefeitura Regional de Santo Amaro como continuidade da pesquisa do ano anterior. Além do trabalho realizado no biênio 2016/2017 o Prefeito Regional de Santo Amaro solicitou uma proposta projetual para uma Avenida Engenheiro Alberto Zagottis dentro da área de intervenção do Projeto LAR e essa demanda, além das necessidades de estudos contínuos no local, propiciou a continuação da pesquisa em 2018 e 2019. Considerando o aumento das demandas da pesquisa e a complexidade da região, em 2018 o Projeto LAR se uniu ao Projeto Padrão e Representação: O Arco Jurubatuba e centralidades da Cidade de São Paulo. A região de estudos do LAR está dentro do Arco Jurubatuba e a interface dos dois projetos possibilitou esse trabalho conjunto. A Equipe do Projeto LAR realizou pesquisas e análises no entorno do Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, investigando problemas e potencialidades da região e a equipe do Projeto ARCO desenvolveu duas maquetes em escalas e com áreas distintas do local de estudo e com a técnica da “Projeção Mapeada” e montou dois vídeos que apresentam o resultado do trabalho nos anos de 2018 e 2019. Um novo mapa de uso e ocupação do solo foi montado para incorporar a Avenida Engenheiro Alberto de Zagottis ao perímetro original e fizemos um levantamento mais preciso da história da região incluindo informações sobre a hidrografia e áreas verdes existentes no perímetro. Foram elaborados mapas de fluxos e análise de critérios do bom espaço público e a metodologia de Safari Urbano também foi aplicada no local. Esses procedimentos metodológicos foram aplicados em um trecho do perímetro que faz a ligação da Estação Jurubatuba da CPTM com o Senac passando pela Rua Rosa Galvão Bueno Trigueirinho (adotada pelo Senac em um Projeto de Parceria Público

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Figuras 91 e 92 - Proposta de intervenção. Fonte: Produção Equipe Lar 2017

Outro espaço interessante é do outro lado apresentada. Hoje usada como // área de carga figuras 29 e 30 uma porta de entrada para o Campus. Inicialm registros do festival da entrada e saída e, caso desses bons resultados vida universitária entrada definitiva do outro lado. // fotomontagem com sugestão de transformação de área de estacionamento em local para atividades de lazer // figuras 32 a 34 - projeção mapeada com análise e diagnóstico da área de estudos //


Privada) e pela Nações Unidas. Essas vias terminam na Rua Octalles Marcondes Ferreira que é o final da Avenida Zagottis. O urbanismo tático aplicado na pesquisa de 2017 também foi resgatado em 2018/2019 e os eventos OCUPALAR também aconteceram nesse biênio na Semana da Cidadania Senac. Em 2018 novamente na Rua Rosa Galvão Bueno Trigueirinho e em 2019 dentro do Centro Universitário Senac. Nos dois encontros, além das atividades a projeção mapeada e a maquete desenvolvida pelo Projeto ARCO foi apresentada aos alunos, funcionários e professores do Campus. Em 2018 a maquete compreendia a área de estudos com a Avenida Zagottis e mostrava todo o levantamento histórico do local, seus problemas e potencialidades e em 2019, um recorte mais específico em escala maior, dava um zoom no trecho supra citado entre Senac e Estação Jurubatuba.

da EDS, na mesma rua da área anteriormente e descarga da Editora, mas que poderia ser mente poderia ser um espaço experimental de s para segurança, poderíamos implantar uma 65

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Posterior ao evento da Semana da Cidadania as equipes LAR e ARCO receberam a Prefeita Regional de Santo Amaro e apresentaram a projeção mapeada como forma de contribuir para reflexões urbanas e paisagísticas da região. Essa ação iniciou uma relação mais estreita entre o Senac e a Prefeitura Regional e possibilitou novas ações para discutir o local com um grupo mais amplo de pessoas envolvendo o poder público, privado e a comunidade local. Todo o projeto foi enviado para a Prefeitura Regional de Santo Amaro5. No início de 2020 continuamos a aproximação junto à Prefeitura e ao empresariado local e tivemos algumas reuniões com todos os envolvidos. O Projeto LAR 2020 – Cidade para todos propunha pequenas frentes de trabalho com temas específicos sobre a cidade para serem discutidos com a sociedade civil, poder público e entidades privadas. Essas atividades abriram uma frente importante de trabalho junto ao poder público e estreitou a parceria do Senac com a Prefeitura Regional de Santo Amaro. Em fevereiro de 2020 algumas reuniões com a Prefeitura e com empresários da região dariam início à várias frentes de diretrizes projetuais para o ano vigente, mas em março de 2020 fomos surpreendidos com a necessidade do isolamento social em função a pandemia da COVID-19 e tivemos que reorganizar nossas atividades para um trabalho remoto. Considerando a situação e as premissas do projeto, a equipe LAR achou pertinente discutir o futuro dos espaços públicos pós pandemia e contribuir para a permanência das pessoas em casa e evitar a disseminação do novo vírus. Assim sendo, produzimos folders e vídeos para divulgação nas redes sociais do Senac e como contribuição ao contexto mundial vivenciado. A equipe também elaborou colagens especulativas imaginando uma retomada gradual da cidade e seus espaços públicos.

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// figuras 35 a 37 - série de folders para divulgação nas redes sociais // colagem especulativa de uma retomada gradual dos espaços públicos // perspectiva com proposta de salas de aula abertas para o espaço externo como forma de ampliação dos espaços de aprendizagem //

O trabalho, ainda em andamento remoto neste segundo semestre do ano, está estudando possibilidades de reocupação dos espaços do Centro Universitário Senac e entorno de forma gradual e segura para alunos e funcionários. Essa foi a retrospectiva deste Projeto de Extensão Universitária que a cada ano apresenta um conjunto de ações específicas com o objetivo de fomentar a relação entre a teoria e a prática, e envolver a comunidade acadêmica e a sociedade em reflexões projetuais para melhoria da qualidade de vida e dos espaços da cidade. NOTAS: 1. Disponível em: https://issuu.com/arqlabsenac/docs/ caderno _ final _ - _ lar _ 2014 2. Disponível em: https://issuu.com/arqlabsenac/docs/ caderno _ final _ - _ lar _ 2015 3. Disponível em: https://issuu.com/arqlabsenac/docs/ cadernolar2016 4. Disponível em: https://issuu.com/arqlabsenac/docs/ caderno _ lar _ 2017 5. Disponível em: https://issuu.com/arqlabsenac/docs/ caderno _ lar _ 2018 _ 2019

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// maquete do elevado costa e silva na escala 1:1000 - acesso pela avenida francisco matarazzo sentido bairro / centro foto acervo do curso //

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prof. ms. paulo h. gomes magri //

> MAQUETES COLETIVAS do bacharelado em arquitetura e urbanismo do senac-sp

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X Bienal de Arquitetura de São Paulo 2013 Sob o elevado – desdobramentos de pesquisa Coordenação: Valéria Cassia dos Santos Fialho Pesquisa: João Sodré e Juliana Braga Orientação: Paulo Henrique Gomes Magri Alunos participantes: Aline Barros, Fernando Pesente, Fiona Platt, Luana Pedrosa, Marcio Sampaio, Matheus Leitzk e Rafael Scarpa

Os arquitetos João Sodré e Juliana Braga faziam parte do corpo docente do curso quando fomos procurados pelo empresário Athos Comolatti, integrante da Associação Parque Minhocão, que propunha uma ação com alunos para exposição na X Bienal de Arquitetura de São Paulo. Nossos professores são autores de pesquisas relacionadas ao tema e propuseram um desdobramento sobre sua pesquisa. Alocamos um professor para orientar a execução de uma maquete na escala 1:1000, exibindo o minhocão como uma cicatriz cortando a cidade. A volumetria dos prédios foi executada em impressão tridimensional por jato de tinta sobre pó e acabamento em cianoacrilato, o que conferiu uma textura polimerizada com pouco brilho sobre o branco característico do pó da impressora, enquanto as pistas do minhocão foram cortadas em acrílico escuro, com uso de cortadora a laser. Dessa forma, utilizamos o contraste como representação do ruído visual causado pelo minhocão na paisagem urbana. Naquele ano, a Bienal de arquitetura de São Paulo assumiu um tom urbanista e se espalhou pela cidade, sendo assim, em 27 de outubro de 2013 foi aberta a exposição da Associação Parque Minhocão com a maquete desenvolvida pelos professores e alunos do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac Santo Amaro. Aconteceu no segundo andar do edifício Maria Teresa, número 1896 da Avenida São João, bem de frente ao Elevado.

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// na montagem da exposição alunos com a professora juliana braga - foto acervo do curso // do minhocão, o aluno fernando pesente observa o movimento em volta da maquete e em toda a exposição - foto acervo do curso // maquete do elevado costa e silva na escala 1:1000 - acesso pelo viaduto júlio de mesquita filho sentido centro / bairro foto acervo do curso //


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Maquete do Centro Universitário Senac Campus Santo Amaro - 2014 Coordenação: Valéria Cassia dos Santos Fialho Orientação: Paulo Henrique Gomes Magri Alunos participantes: Allan Fredianelli Xavier, Augusto Lotufo de Assis, Bruna Araújo Roqueti, Carlos Eduardo, Fiona Platt, Gabriela Pivaro, Gabriella Neri, Guilherme Parra, Gustavo Ramalho, Isabelle Ribeiro, Jéssica Caroline, João Voss, Luan Souza, Lucas Heringer, Luís Garcia, Maria Kiraly, Marlucy Marques, Paola Palmieri, Phillip Schmidt, Rafael Scarpa, Vander Xavier de Macedo

O curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac possuía uma maquete do Campus no Laboratório de Arquitetura, porém, esta representava a primeira fase de construção do Campus, que contemplava apenas o Prédio Acadêmico 1, o Prédio da Gastronomia, Prédio da Reitoria, Centro Esportivo e Centro de Convenções. O prédio Acadêmico 2 acabava de ser inaugurado e o Bacharelado em Arquitetura em Urbanismo propôs um projeto de extensão que visava o desenvolvimento da maquete atualizada do Campus, utilizando recursos próprios de fabricação digital, contando com a cortadora a laser e com uma impressora 3D a jato de tinta sobre pó. Contávamos com uma safra volumosa de alunos que, inspirados pelo trabalho realizado no ano anterior, se inscreveram com muito interesse. Foi necessário criar uma fila de espera e por fim 21 alunos participaram da construção desta maquete. Os prédios foram construídos em acrílico 2mm cortado a laser. O terreno foi representado em MDF 3mm cortado à laser e as esculturas e caixas d’água foram impressas em 3D com uso de pó apropriado de uso específico, acabado com cianoacrilato. Para esta maquete foram considerados os prédios Acadêmico 2, o Laboratório de Design e o setor de Engenharia, que não apareciam na primeira maquete., mas sem dúvida, o que deixou de mais importante foi a experiência do trabalho em equipe, pois formamos uma equipe unida e o resultado foi estimulante.

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// paola palmieri e phillip schmidt trabalhando na montagem da maquete, ao fundo aline barros ao computador // maquete do campus do centro universitário senac em exposição no prédio acadêmico 2 //


// maquete em construção, em primeiro plano: cubo vaastu (chico niedzielski); plano intermediário: praça de alimentação 2 (giga); ao fundo: engenharia / portaria 2 //

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Maquete da Escola Normal Caetano de Campos (1894) - 2015 Coordenação: Valéria Cassia dos Santos Fialho Orientação: Paulo Henrique Gomes Magri Alunos participantes: Fiona Platt, João Voss e Luís Garcia

A maquete foi construída em 2015 em apoio à pesquisa de Patrícia Golombek para o livro “Caetano de Campos: A Escola que mudou o Brasil (Edusp, 2016)”. A pesquisa descreve breves biografias de diretores e funcionários da escola Caetano de Campos, apresenta documentos históricos, reproduções e originais de artigos da época e a maquete do prédio construído por Ramos de Azevedo entre os anos de 1890 e 1894, na atual Praça da República, que posteriormente foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). A mostra “Ramos de Azevedo e a Escola Caetano de Campos” aconteceu no arquivo histórico de São Paulo entre os dias 11 de outubro e 29 de novembro de 2015, reuniu, além da maquete desenvolvida pelos professores e alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, réplicas dos uniformes da época, confeccionados pelos alunos do Bacharelado em Design de Moda do Senac. A mostra e a maquete fizeram tanto sucesso que fomos parar na mídia, e hoje é possível encontrar diversas matérias na internet que falaram a respeito na época. Ao final do processo, o Senac doou a maquete para a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e o então Secretário estadual de educação, Herman Voorward, compareceu ao Campus Santo Amaro para recebê-la. Para os alunos foi uma experiência muito enriquecedora, pois tiveram intenso contato com tecnologias de fabricação digital, participaram de uma exposição de médio porte e puderam ver seu trabalho aparecendo em revistas e blogs.

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// da esquerda para a direita: herman voorward (secretário de educação), patrícia golombek (pesquisadora), dr sidney zaganin latorre (reitor do senac-sp), dr. ricardo luis silva (professor), ms. paulo magri (professor), luis garcia (aluno), dra. valéria fialho (coordenadora do curso), dr. paulo de tarso oliva barreto (professor), dr. eduardo ehlers (diretor de graduação), dr. esmeraldo batista de oliveira (diretor do senac-sp) foto acervo do curso // maquete da escola caetano de campos, 1894 - foto acervo do curso // matéria publicada na revista veja em são paulo - edição 11 a 17 de outubro de 2015 // Maquete em execução // maquete exposta na mostra “ramos de azevedo e a escola caetano de campos”, no arquivo histórico do estado de são paulo em outubro de 2015 //


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// viagem de estudos a minas gerais - grande hotel de ouro preto: aula lúcio costa, oscar niemeyer, modernismo e patrimônio, 2016 - foto roberto nepomuceno // visita técnica museu de arte contemporânea da universidade de são paulo, 2014 - foto do autor // oficina patrimônio cultural em são bento do sapucaí, mg, 2019 - foto victor leite //

prof. ms. ralf j. castanheira flôres //

> O PROFESSOR E SEUS PROFESSORES: da sala de aula para o mundo, somos todos interatores

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A docência pode ser entendida, contemporaneamente, como uma escolha profissional que vai para além do entendimento em grande parte ultrapassado que determina e responsabiliza o docente como aquele que detém conhecimento ilimitado e preciso. Deste modo, o mesmo exerceria sua prática em momentos de revelação unidirecional, com lugar de fala preeminente e fonte única do conhecimento que cabe aos alunos e alunas absorver e processar passivamente. Há cerca de quatro anos o Senac São Paulo iniciou o Projeto Educação no Futuro com o objetivo de investigar e se preparar para o futuro com o envolvimento de suas partes administrativa e educacional, dos gestores aos alunos. Do amadurecimento deste projeto nasceu a Frente de Trabalho Educação que Queremos, de ação local, no Campus Santo Amaro, que alinha suas ações a quatro iniciativas: educação pela vivência, educação colaborativa e cidadã, educação investigativa e, por fim, a ideia de que somos todos interatores: Interatores promovem interatividades e isto significa incorporar em nossa comunidade a interdependência entre indivíduos e coletivos que alimentam suas experiências informacionais de forma recíproca, compartilhando oportunidades de trocas ou de comunicação de ideias, conhecimentos, expressões artísticas e sentimentos, visando experimentar construções coletivas e vivências continuamente. (Frente de Trabalho Educação que Queremos, 2019)

Existem fontes e modelos diversos para repensarmos os meios e processos de aprendizagem, voltados para os diferentes níveis educacionais. Fato é que devemos sempre estar atentos ao universo contido em uma sala de aula e, mais ainda, devemos entender que sala de aula hoje é muito mais uma referência e ponto de partida do que um espaço propriamente dito. Logo, romper com as quatro paredes tradicionais é um desafio que, à medida que é enfrentado, revela caminhos e rompe amarras que fazem com que o professor se metamorfoseie, cada vez mais, em educador. Este material traz uma amostra de experiências realizadas fora da sala de aula, em ensino, pesquisa e extensão. Mais do que sintetizar, as ideias aqui apresentadas em texto e imagem são um convite para que se imaginem dois caminhos que se cruzam em vários momentos: de um lado temos os passos do professor-educador, ciente das suas escolhas e sempre questionando futuros possíveis; de outro, complexo e multifacetado, o caminho dos alunos e alunas, com todas as bifurcações possíveis. Em comum, os pontos de convergência promovidos a partir do Centro Universitário Senac, que acontecem desde o ano de 2010, quando nasceu o Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo e quando o docente iniciou sua trajetória na instituição.

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// design weekend 2014 - design transverso: crossover - intervenção e performance na praça victor civita, 2014 foto adriana dias // oficina patrimônio cultural, vila de paranapiacaba, 2015 foto do autor // viagem de estudos a minas gerais, ouro preto, 2013 - foto do autor //

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// arquivo histórico de são paulo – reunião de trabalho, projetos de pesquisa e extensão, 2016 - foto do autor // viagem de estudos a minas gerais, belo horizonte, casa do baile, 2016 foto do autor // jornada do patrimônio, são paulo, 2019 - foto victor leite //

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// oficina patrimônio cultural em higienópolis e santa cecília, 2015 foto do autor // viagem de estudos a salvador, bahia, 2018 foto do autor // visita técnica casa de vidro, são paulo, 2013 foto leonardo nones //

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// design weekend 2013 – design transverso intervenção e performance estação sé do metrô, 2013 - foto leonardo nones // figuras 14 a 16 - oficina patrimônio cultural em são luiz do paraitinga, 2015 - foto do autor // viagem de estudos a brasília, 2014 - foto matheus leitzke // projeto rondon – operação serra do cachimbo, novo mundo, mt, 2017 - foto do autor //

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// dia 1 (fotos 1 a 8) // foto 1 – museu nacional da república e biblioteca nacional de brasília // foto 2 – palácio do itamaraty – ministério das relações exteriores //

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prof. ms. maurício miguel petrosino //

> (RE)CONHECENDO BRASÍLIA COM O SENAC estudando os espaços contruídos Manhã do dia 04 de maio de 2017. Professores Myrna Nascimento, Ralf Flores e eu, Mauricio Petrosino, chegamos a Brasília com mais 90 alunos do Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do SENAC, Santo Amaro, São Paulo. Estávamos todos igualmente ansiosos para desvendar a Capital Federal do Brasil, com traçado do Plano Piloto proposto pelo arquiteto Lúcio Costa e os vários edifícios de arquitetura interessante, alguns projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. De que maneira seríamos recepcionados e acolhidos pela cidade, seus palácios monumentais, por suas igrejas e edifícios institucionais? Eram enormes as expectativas por interatividades sensoriais diversas. Este singelo documento histórico registra a memória de uma viagem incrível, parte da programação anual de atividades programadas com alunos do curso, e contribui para a celebração dos dez anos de criação do mesmo e se consolida como um importante centro formador de profissionais bem capacitados para o mercado de trabalho. Esse registro se dará por imagens fotográficas na maior parte P&B, todas de minha autoria, exceto a que eu me encontro, claro. As fotos foram tiradas com uma câmera Panasonic DMC-FZ18, e se apresentam na sequência cronológica dos eventos ocorridos na viagem.

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// foto 3 – palácio do itamaraty – escada helicoidal do sagão de acesso // foto 4 – palácio do itamaraty - escultura em bronze “as gêmeas”, de alfredo ceschiatti // foto 5 – vista do congresso nacional a partir do palácio do itamaraty //

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// foto 6 – rodoviária de brasília e teatro nacional cláudio santoro // foto 7 – torre de tv de brasília ao pôr do sol, vista dos jardins de burle marx // foto 8 – eixão, jardins de burle marx e esplanada dos ministérios à noite //

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// dia 2 (fotos 9 a 16) // foto 9 – congresso nacional – acesso frontal / espelho d’água // foto 10 – congresso nacional – acesso pelo pavimento inferior // foto 11 – congresso nacional câmara federal // foto 12 – praça dos três poderes palácio do supremo tribunal federal //

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// foto 13 – congresso nacional / senado // foto 14 – praça dos três poderes palácio do supremo tribunal federal // foto 15 – panteão da pátria e da liberdade memorial tancredo neves // foto 16 – panteão da pátria e da liberdade memorial tancredo neves //

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// dia 3 (fotos 17 a 24) // foto 17 – igreja e santuário de são joão bosco // foto 18 - igreja e santuário de são joão bosco // foto 19 – capela n sra de fátima, painel externo em azulejos azuis de athos bulcão // foto 20 – capela nossa senhora de fátima // foto 21 – sede do sebrae //

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// foto 22 – torre de televisão // foto 23 – entardecer no eixão // foto 24 – anoitecer //

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// dia 4 (fotos 25 a 32) // foto 25 – memorial jk // foto 26 – quartel general do exército brasileiro // foto 27 – quartel general do exército brasileiro, teatro pedro calmon //

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// foto 28 – capela do palácio da alvorada // foto 29 – palácio da alvorada // foto 30 – lago paranoá, 3ª ponte // fotos 31 e 32 – centro cultural banco do brasil //

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profa. dra. valéria dos santos fialho

> SEMANAS DE ARQUITETURA E URBANISMO SENAC 2016|2020

profa. dra. beatriz kara josé (org.) //

As Semanas de Arquitetura configuram oportunidade única de reunir e engajar alunado, docentes e convidados na discussão de temas emergentes do cotidiano de nosso ofício. Além disso são também momentos preciosos de encontro e troca de experiências. Abaixo, um breve registro destes momentos: 1* Semana de Arquitetura e Urbanismo Senac | 2016 : Patrimônio (3 a 5 de maio de 2016) Organização: alunos bolsistas do projeto de extensão Patrimônio Cultural e Práticas da Memória, coordenado pelo professor Ralf Flôres. Programação: Abrindo a Semana a historiadora Marly Rodrigues apresentou um panorama das políticas de preservação contemporâneas nas esferas nacional, estadual e municipal. O arquiteto Marcelo Suzuki, professor do curso, apresentou a prática da arquitetura nesse campo, usando como exemplo os projetos de intervenção dos quais participou. O cineasta Rogério Nunes compartilhou com o público sua atuação no campo do documentário-animação, que tem a memória da cidade de São Paulo como foco, abordando rios e a época dos trens e bondes. Alunos também ministraram oficinas para refletir sobre patrimônio arquitetônico. Entre os assuntos em debate estavam educação patrimonial, modelagem 3D de edifícios históricos e xilogravura evidenciando a memória dos espaços que circundam o campus. Os professores da área de gastronomia João Máximo e Marcella Lage realizaram uma oficina que teve o prato virado à paulista como exemplo de patrimônio imaterial.

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2* Semana de Arquitetura e Urbanismo Senac | 2017 : Habitação em São Paulo (17 a 20 de abril de 2017) Organização: coordenação de curso, Prof. Valéria Fialho Programação: Os arquitetos e professores Artur Katchborian e Ana Carolina Ferreira Mendes apresentaram, representando o escritório Biselli Katchorian, o projeto da PPP Julio Prestes, que foi discutido também pelos professores Fabio Robba e Felipe Noto, participantes da mesa redonda que seguiu a apresentação. O arquiteto Alexandre Hoddap, representando a Peabiru Assessoria Técnica, colocou em discussão o importante papel das assessorias na produção de projetos e iniciativas sociais. A professora Beatriz Kara conduziu a mesa redonda na qual convidados, professores da casa e alunos discutiram a questão. O arquiteto e professor Felipe de Souza Noto apresentou diversos projetos de seu escritório B Arquitetos, que foram discutidos e comentados pelos professores Rita Canutti e Marcelo Ursini. Finalizando a Semana, foi realizada a exibição do Making Off do filme “Era o Hotel Cambridge” com a presença da cineasta Carla Caffé, que conversou com os arquitetos professores mediadores Cesar Shundi, Katia Pestana e Marcelo Suzuki.

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3* Semana de Arquitetura e Urbanismo Senac | 2018: Tecnologia Aplicada ao Projeto (14 a 18 de maio de 2018) Organização: coordenação de curso, Prof. Valéria Fialho Programação: O tema da Semana surgiu de consulta aos alunos, que demonstraram o interesse em se profundar nas questões tecnológicas e seus impactos nas práticas de projeto. A partir desta demanda a Semana promoveu 2 blocos de atividades, com uma série de palestrantes convidados no período da manhã e realização de oficinas no período da tarde.

A semana teve início com a palestra sobre “Arquitetura em Madeira”, ministrada pelo Arquiteto Helio Olga, seguida de uma conversa sobre “Conforto ambiental aplicado ao Projeto” com o arquiteto e professor Walter Galvão. No segundo dia da Semana o professor Arq. Moracy Amaral apresentou o projeto para o Senai de Santos, com foco nas diversas fases do projeto, desde o estudo preliminar até o projeto executivo. No terceiro dia da Semana recebemos o arquiteto Anderson Freitas com a palestra “Industrialização da construção”, seguida de bate papo com o ex-aluno Arq. Thiago Nadal que compartilhou com os alunos suas experiências de início da vida profissional. No quarto dia da semana recebemos o Arquiteto Roberto Fialho, da Nave Arquitetos Associados, com a palestra “Diário de Obra: Hotel Delfiol”, seguida da palestra “Desafios do Retrofit: projeto e construção do

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Shopping Jardim Pamplona”, proferida pelo professor e engenheiro Carlos Medeiros e pela engenheira convidada Marcia Ito Medeiros. Encerrando o ciclo de palestras a professora Arq. Ana Carolina Ferreira Mendes, com a palestra “Diário de obra: PPP Julio Prestes” discutiu o processo de detalhamento e execução de obras de grande porte. Complementando o escopo da Semana, foram realizadas oficinas, no período da tarde. Atividades de cunho prático, ministradas pelos docentes da casa, propostas a partir das demandas encaminhadas pelos alunos. • Vidros eficientes e projeto de elementos de proteção solar. Prof. Walter Galvão. • Tecnologia BIM na Concepção Estrutural de Edificações Residenciais. Prof. Carlos Medeiros e Eng. Valério Melo dos Santos (docente convidado) • Projeto de auditórios e teatros: elementos de conforto ambiental. Prof. Walter Galvão. • Infraestrutura verde: Biovaletas. Prof. Marcella Ocke. • QGIS. Prof. Ricardo Dualde. • Argamassa Armada. Prof. Ricardo Silva.

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4* Semana de Arquitetura e Urbanismo Senac | 2019: Urbanismo Evento integrado à Semana Juntos (22 a 26 de abril) Coordenação e organização da Semana Juntos: Prof. Cassimiro Carvalho e alunos do Bacharelado em Publicidade e Propaganda. Organização da programação específica: Prof. Beatriz Kara José A 1* Semana Juntos promoveu diversas atividades integradas (palestras, mesas redondas, rodas de conversa e oficinas) dos cursos das áreas de Comunicação e Artes, Moda, Design e Arquitetura. Inserida nesta programação o grupo de alunos capitaneados pela professora Beatriz, organizou uma programação para discutir a importância das ações na escala da cidade, com atividades ofertadas nos três períodos – manhã, tarde e noite, abertas a todos os alunos dos cursos envolvidos, mas direcionadas às questões discutidas em sala de aula no curso de Arquitetura e Urbanismo. Programação: A semana recebeu, em sua abertura, no período da manhã, a Arquiteta Erminia Maricato , que proferiu palestra sobre “Um projeto para as cidades do Brasil”. Neste mesmo dia, no período da noite, os professores Gabriel Pedrosa e Ricardo Luis Silva promoveram a exibição do filme ELEVADO 3.5, seguida de debate com os alunos. No segundo dia do evento foi realizada uma mesa redonda com o tema “Intervenção em Favelas” e que contou com a participação da Arq. Rosana Denaldi (UFABC), de Edilson Henrique Mineiro (União de Moradia) , mediada pela Prof. Rita Canutti. Logo após o debate aconteceu a roda de conversa “Prática Profissionalizante em Assessoria e Assistência Técnica” com a participação dos arquitetos João Paulo Vera, Marcela Santos e Lais Coelho, da Peabiru. No período da tarde deste dia os professores Marcella Ocke, Ricardo Dualde e Paulo Magri apresentaram os resultados dos projetos de extensão LAR e ARCO Jurubatuba. No terceiro dia do evento a mesa redonda “Intervenções em área central” com Nunes Lopes dos Reis (Peabiru) e Ivanete Araújo (Ocupação Mauá),

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mediada pela Prof. Beatriz Kara José. Logo após o debate foi exibido o filme São Vito, com comentários dos professores Felipe Noto e Marcelo Ursini. No período da tarde recebemos para uma roda de conversa com o coletivo EntreFAUs, que partilharam experiências com a professora Marcella Ocke e alunos envolvidos em projetos de extensão. No período noturno os ex alunos Fiona Platt, Luana Pedrosa, Matheus Alexandre, Alexandre Monteiro e Amanda Miyazaki participaram da roda de conversa “Jovens Arquitetos do SENAC!” No quarto dia de atividades da semana a mesa redonda “Pesquisa-ação” contou com a participação da arquitetas Lizete Rubano (Laboratório Mosaico/ Mackenzie) e da engenheira Talita Gonzales (Observatório de Remoções/UFABC), com mediação do Prof. Ricardo Dualde. O debate foi seguido de uma nova roda de conversa com Jovens Arquitetos do SENAC!, do qual participaram Fiona Platt, Luana Pedrosa, Thamara Nadais e Amanda Miyazaki. No período da tarde os professore Ricardo Luis Silva e Lazaro Moura promoveram uma caminhada no centro da cidade, denominada “Caminharinventariar: coletando fragmentos de um dia cotidiano do centro”. Encerrando as atividades da Semana os arquitetos Andre Luis Lima, João Paulo Serraglio e Guilherme Freitas apresentaram o trabalho de pesquisa e catalogação que resultou no livro Hans Bross: Memória de uma Arquitetura.

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profa. dra. beatriz kara josé (org.) //

> ARTIGOS

Foi com grande satisfação que recebemos o pedido dos alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac em dar ênfase aos assuntos do planejamento urbano e do urbanismo na tradicional Semana da Arquitetura de 2019, que integrou a programação do evento “Juntos”. A ideia surgiu do desejo de tratar com mais profundidade temas relacionados aos embates que permeiam a produção do espaço urbano brasileiro e, ao mesmo tempo, a vontade de conhecer formas alternativas de intervenção neste espaço, que tenham como foco a democratização e a melhoria das condições de moradia da população de baixa renda, para a qual tem sido destinada a precariedade habitacional e a ilegalidade. Foram quatro sessões de palestras muito instigantes, que deixaram frutos nos debates que vieram depois em sala de aula. Aproveitando as comemorações dos 10 anos do BAU e a criação dessa seção especial com a MEMÓRIA do curso, estendemos o convite e trouxemos textos de alguns dos palestrantes que estiveram no evento, para continuar estimulando a reflexão sobre a produção do espaço urbano. Em seu texto Balanço e perspectivas sobre a crise urbana a professora Ermínia Maricato e o urbanista Paolo Colosso fazem um balanço crítico sobre como as teses desenvolvimentistas, num primeiro momento, e a retórica da crise, num segundo, direcionando as decisões governamentais e as políticas públicas, têm impactado no tratamento das questões urbanas.

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Mesmo com diferenças bastante explícitas em suas perspectivas políticas, os resultados de tais vertentes têm acirrando desigualdades e a degradação ambiental. Os autores explicam como, num contexto de acirramento das desigualdades políticas e econômicas, a política urbana é transformada em instrumento para criação de bons negócios imobiliários. Ao mesmo tempo, como horizonte positivo, destacam o potencial de criação de um novo ciclo democrático a partir das forças populares e da juventude urbana, que também entraram em cena nos últimos anos. Neste sentido, apresentam o BrCidades - um projeto de cidades para o Brasil, como caminho para construção coletiva de uma agenda urbana que parta e se sustente nas camadas populares, com influência, mas independente de planos de governo para partidos. O texto A produção da informação para planejar a intervenção em assentamentos precários – O caso da Região do Grande ABC, de Rosana Denaldi e Flávia Feitosa, traz uma valiosa contribuição para o âmbito da pesquisa e da gestão urbana ao apresentar a metodologia utilizada para elaboração do Diagnóstico Habitacional da Região do Grande ABC. Dar visibilidade aos vários tipos de assentamentos precários e/ou irregulares consolidados no tecido urbano das cidades brasileiras, é uma estratégia para se desencadear processos que levem à melhoria das condições de moradia de milhares de pessoas. O levantamento e sistematização das informações sobre os assentamentos precários dos sete municípios da Região do Grande ABC possibilitou estimar o déficit habitacional total regional, quantitativo e qualitativo, subsidiando a formulação das políticas habitacionais na região. Não menos importante é o fato de que este Diagnóstico foi realizado a partir de uma parceria entre a Universidade Federal do ABC (UFABC)/ Laboratório de Estudos e Projetos Urbanos (LEPUR) e o Consórcio Intermunicipal Grande ABC; demonstrando o papel da universidade e da produção do conhecimento acadêmico para a formulação das políticas públicas. Os dois textos seguintes apresentam a forma de atuação de laboratórios universitários que, através de trabalhos de pesquisa e extensão, têm atuado diretamente no espaço urbano ao contribuir para a organização de formas de resistência a processos de exclusão social, e ao propor projetos alternativos aos apresentados por agentes produtores do espaço, sejam públicos ou privados. No texto Experiências em pesquisa-ação no planejamento urbano: Resistindo à processos de remoção forçada, Talita Gonsales apresenta experiências desenvolvidas no âmbito do projeto Observatório de Remoções, que tem como base metodológica a pesquisa-ação. Na pesquisa-ação, o pesquisador se torna parte da ação desenvolvida no território. O objetivo do Observatório de Remoções

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é identificar e mapear comunidades atingidas por processos de remoção na Região Metropolitana de São Paulo. Com base na metodologia da pesquisa-ação, o projeto busca priorizar a perspectiva dos atingidos no processo de remoção a partir de trocas que ocorrem em campo, construindo uma leitura coletiva do território e buscando responder às demandas ali encontradas. Esta forma de atuação tem mobilizado a criação de redes de proteção e resistência e também a formulação de propostas alternativas às intervenções propostas pelos governos. Em Luz de dentro: trabalho empírico e teoria de projeto, a arquiteta e professora Lizete Rubano levanta a discussão sobre o horizonte emancipatório do projeto urbano e de arquitetura ao apresentar a atuação do Escritório Modelo Mosaico da FAUMackenzie na experiencia Fórum Mundaréu da Luz. O Fórum é um coletivo de entidades formado em 2007, em reação às ações violentas realizadas pela Prefeitura Municipal de São Paulo nos bairros Campos Elíseos e Luz, da região central da cidade de São Paulo. De forma semelhante à da pesquisa-ação, as atividades desenvolvidas nessa experiência tiveram como objetivo levantar as situações de moradia existentes em três quadras designadas como Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), próximas ao Largo Coração de Jesus, atualmente alvo de intervenção da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado de São Paulo. As dinâmicas descobertas e reconhecidas neste levantamento, realizado de forma muito próxima aos usuários daqueles espaços, deram base para a formulação de um método projetual construído no local, apresentados no artigo. Que estes textos inspirem as reflexões sobre a construção democrática e socialmente justa de nossas cidades!

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Ermínia Maricato e Paolo Colosso //

> BALANÇO E PERSPECTIVAS SOBRE A CRISE URBANA

Neste texto defendemos que, para enfrentar as tendências que aprofundam a crise urbana, é preciso fazer um balanço crítico sobre as teses desenvolvimentistas que desconsideraram os impactos territoriais das políticas econômicas contracíclicas, entre os anos 2007 e 2014. Em seguida, é preciso compreender em que medida, no cenário conformado após 2016, uma retórica da crise econômica – que justifica as decisões governamentais e dá direção das políticas públicas - tem servido para um abandono das questões urbanas, para o acirramento de desigualdades e, ainda, para a degradação ambiental. Este diagnóstico é feito na primeira parte de nosso artigo. Na segunda parte argumentamos pela necessidade de construirmos coletivamente um projeto para as cidades do Brasil, que se ligue ao caldo de cultura política das forças vivas que, embora heterogêneas e relativamente dispersas, aproximam-se nos anseios por cidades mais justas.

CRISE URBANA E DESAFIOS DAS FORÇAS DEMOCRÁTICAS Se quisermos que as cidades realizem seu potencial de garantir uma democracia efetiva, com qualidade de vida em termos de acesso a bens e serviços, participação ativa de todas e todos nas decisões coletivas, isto é, se quisermos que se realize o direito à cidade, temos nesse momento uma dupla tarefa. A primeira é fazer o balanço do período do que podemos denominar com o cientista político Armando Boito de “neodesenvolvimentismo” ou com André Singer de um “ensaio desenvolvimentista”, cujo arco temporal se estende entre 2007 e 2014. Trata-se de um período em que o governo federal, sobretudo depois da crise econômica global de 2008, passa a ter presença ativa na recuperação do crescimento econômico, baseado em políticas contracíclicas, com investimentos estatais maciços em setores considerados estratégicos, como infraestrutura, no setor imobiliário e subsídios ao setor automobilístico1. Este marco em 2007 se deve ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-1). Fundamental para os investimentos em infraestruturas, o PAC 1 ainda seguiu orientações projetuais das prefeituras municipais; isso é notável no PAC-UAP (Urbanização de áreas Precárias ou urbanização de favelas)2. A

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partir de 2009, com o PAC2, além da ampliação da escala dos investimentos há uma evidente orientação das grandes empresas de construção no tipo de obra e dos capitais imobiliários e proprietários de terra na localização das mesmas. Muitas vezes, os investimentos não atenderam a quem mais precisa, mas se deram em áreas já valorizadas e usadas para especulação. São casos importantes o metrô de Salvador, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do Rio de Janeiro, VLT de Fortaleza, o VLT de Cuiabá (inacabado) e, sobretudo, as obras para a Copa. Somam-se a isso os incentivos fiscais a automóveis e motocicletas e entendemos que tais políticas reforçaram um padrão de espaço urbano e interurbano marcado por: 1) reprodução do crescimento urbano desigual; 2) hegemonia do automóvel de cidades dispersas, mesmo que tal padrão não seja o mais eficiente, nem justo, nem ecologicamente justificável; 3) uma adesão à lógica do denominado “planejamento estratégico” voltado a megaeventos e obras espetacularizadas distantes do cotidiano vivido pela maioria da população3. Já o programa Minha Casa Minha Vida, iniciado em 2009, foi uma importante política contracíclica, que reativou setores da construção civil, de infraestruturas e imobiliário. Mas como na maior parte do programa a localização escolhida, os projetos e a execução ficaram por conta da iniciativa privada, reproduzimos os erros de políticas habitacionais anteriores. As camadas populares foram lançadas para a periferia da periferia, sem infraestrutura. Com o mercado aquecido e pelo menos metade dele alavancado pelo MCMV, houve um boom imobiliário excepcional, que aumentou em muito o custo da moradia e dos alugueis em geral. Em SP e no Rio de Janeiro, entre 2009 a 2015 esse aumento já era da ordem de 200%, quando a inflação acumulada de 55%. E não por acaso, mesmo depois da produção de mais de 5 milhões de unidades, o déficit habitacional no país continua em mais de 7 milhões, o mesmo patamar anterior ao MCMV. Só que agora não mais no fator envolvendo moradias precárias, mas naquele que contabiliza o ônus excessivo com aluguel. Já nos apenas 2% do orçamento do MCMV que foram destinados aos movimentos sociais, mostrou-se que estes podem fazer construções maiores, com mais espaços coletivos. Nesse período entre 2007 e 2014, tivemos o que podemos denominar de um neodesenvolvimentismo anti-urbano, na medida em que os instrumentos estatais ao mesmo tempo reativaram a economia e deterioraram fatores centrais para as condições de vida nas cidades. O mais intrigante é o fato de que os marcos da política urbana bem sucedida nos governos municipais democrático-populares nos anos 80 e 90 foram ignorados, cedendo lugar a um processo que acirrou problemas históricos, sob o comando dos capitais que se apropriam de juros, lucros e rendas ligadas à produção do espaço urbano. Todavia é importante salientar que tais desvios não podem

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ser imputados apenas ao governo federal, mas também aos governos estaduais e sobretudo aos locais, que são responsáveis pela implementação dos princípios e instrumentos da política urbana, bem como por enfrentar a força social dos proprietários fundiários e imobiliários. Mas com a ruptura institucional de 2016, impõese às pesquisas sobre o urbano uma segunda tarefa, esta muito mais árdua. Com tal mudança de cenário, não podemos nos dar ao luxo de nos restringir ao pedido de correção de rumos. Com Michel Temer e em seguida Jair Bolsonaro – e nesses pontos há uma nítida continuidade entre eles – a retórica da crise econômica, a necessidade de “austeridade fiscal” e “enxugamento do Estado” se tornam os pretextos fundamentais para o abandono de uma agenda urbana transformadora. Todavia a nova direita vai adiante, elevando à segunda potência outros nexos importantes explorados pelos partidos e analistas alinhados à oposição dos governos Lula e Dilma4. Com seu simplismo característico, a nova direita tende a associar toda e qualquer política redistributiva a uma forma de cooptação de camadas vulneráveis e à estratégia de obtenção de interesses particulares dos agendes públicos, isto é, de corrupção do Estado. Tem-se aí o pacote discursivo que justifica a “desestatização” e o “Estado mínimo”5. E tal pacote, com grande adesão, chega aos pleitos municipais, alimenta e reforça a orientação política impressa no governo federal. Do ponto de vista econômico, portanto, a nova direita assume uma agenda neoliberal stricto sensu. Embora o discurso oficial tente distorcer a realidade, os números não deixam dúvida. A aposta de que o Brasil voltaria a crescer depois do golpe de 2016 não se verifica nos anos a seguir; oscila-se entre estagnação e crescimento pífio. Obviamente, o que volta a crescer é a iniquidade e a pauperização. Relatório de 2018 já atesta pelo índice Gini que, pela primeira vez nos últimos 15 anos, a relação entre renda média dos 40% mais pobres e da renda média total foi desfavorável para a base da pirâmide. Importante notar também um conteúdo racial. De 2011 a 2016 se mantinha uma proporção constante, em média negros tinham rendimentos de 57% daqueles da população branca. Em 2017, esse número regride para 53%6. Há também um recorte de gênero, em 2016 mulheres ganhavam cerca de 72% dos rendimentos dos homens, proporção que caiu para 70% em 2017. Trata-se do primeiro recuo em 23 anos. Há ainda um retorno da pobreza extrema, com a volta do país ao mapa da fome, retorno de doenças tropicais consideradas extintas7. E como o sistema de seguridade social no Brasil ainda é frágil, as externalidades negativas das políticas de austeridade se tornam visíveis nas cidades. Cresce o número de moradores de ruas, acampados em baixo de viadutos e canteiros de avenidas8. Mas além da retórica da austeridade e seus impactos, há ainda outro nexo importante para

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entender a nova direita e seus impactos nas políticas urbanas. Na retórica desses atores, toda política de redução de desigualdade é tida como forma de cooptação das camadas populares, que aceitam estes desvios porque são desinformadas ou porque a necessidade material é maior do que a moral, temse uma aproximação de significados nos quais os subalternos, os periféricos majoritariamente negros ou os nordestinos são também os “vagabundos”, culpados pelas próprias adversidades, os que não se esforçaram o suficiente9. Como tem uma moralidade fraca, são também os desviantes, criminosos, a “classe perigosa”; e mais, são tidos ainda como os incômodos da sociedade, entraves ao crescimento10. Tais nexos, assentados numa noção seletiva de corrupção, legitimam preconceitos de classe e fraturam o tecido social11. Obviamente não são elementos novos, mas sim uma sobrevida dos estigmas mais profundos do imaginário escravocrata brasileiro. Esse conjunto de valores para orientação de conduta e leitura da realidade se torna ainda mais perigoso, porque a nova direita – como lembra Angela Alonso – opera em binarismos simplistas, os “cidadãos de bem” contra esses outros sujeitos que não merecem respeito, porque ligados – direta ou indiretamente aos governos petistas (a imagem do mal maior)12. Nesse cenário, a política urbana é distorcida dos objetivos fundamentais de redução de desigualdades, da segregação socioespacial, da reversão da degradação ambiental e da ampliação do direito à cidade. A direção geral é fazer do solo urbano oportunidade para um ambiente de negócios aos grandes players do setor imobiliário e da construção civil e aos proprietários de terra, isto é, os que compõe o setor eficiente da sociedade. Tenta-se privatizar equipamentos públicos e facilitar a construção nos entornos. Limpa-se das áreas valorizadas e com perspectiva de valorização a população pobre e sem importância, a fim de abrir terreno para novas operações de embelezamento. Tenta-se flexibilizar os Planos Diretores13 que regulariam a função social do solo urbano. Terras públicas, que poderiam ser destinadas a usos coletivos, são colocadas à disposição dos interesses privados14. Conselhos e outras instâncias participativas são vistas como empecilhos, que como os anteriores, precisam ser “destravados”15. São desidratados, implodidos, desativados institutos, secretarias e empresas públicas que trazem pesquisas e dados incômodos sobre desmatamento ou gestão metropolitana16. Decorre desses mesmos fundamentos e imaginário conservador não aceitar que os subalternos se insurjam para pressionar as instituições no cumprimento da função social da cidade e no sentido redistributivo do solo urbano. Restabelecer a ordem e a autoridade, premissas conservadoras por excelência, significa devolver a legitimidade aos mesmos setores sociais e instâncias que usam instituições públicas como instrumento da classe dominante17. Significa

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conter essas “classes perigosas”. Organizações populares deixam de ser entendidas como atores legítimos que atuam nos conflitos intrínsecos à política, pois estão criadas na opinião pública as condições para que estas organizações populares sejam tratadas como casos de polícia. É o que tem ocorrido com movimentos de sem-teto, sobretudo com os que disputam as áreas centrais mais valorizadas. Nesse quadro, o núcleo de uma agenda transformadora para as cidades é ora ignorado, ora ocultado ou silenciado. Somem propostas de mobilidade urbana, de saneamento e preservação do meio ambiente. As pautas de habitação aparecem somente quando são demandas diretas do mercado, com respostas ineficientes, porque esgarçam a noção de “habitação de interesse social”, de modo a usar o termo e as prerrogativas para a produção de unidades destinadas a famílias de renda média18. Não atentam para a diversidade das necessidades habitacionais - a regularização e urbanização de assentamentos precários, bem como o ônus excessivo com aluguel. Mas a população urbana não sofre apenas com a ocultação da política urbana. Não menos importante é atentar para números do IBGE nos quais se aponta que, nas grandes cidades, a crise econômica e social se acirra. Em 19 capitais o desemprego é maior do que a média nacional, que em 2018 chegou a 12,3% da população economicamente ativa brasileira - 24 milhões de pessoas. Esse número é de 12,6% no Rio de Janeiro, 14,2% em São Paulo, 16,1% em Salvador, 16,7% em Maceió e 18,1% em Manaus19. Temos, assim, uma máxima para a nova direita em ascensão: o que não é rentável, é descartável. Vale para os pobres, vale para o patrimônio cultural urbano, vale para o meio ambiente urbano e, também, para a educação pública. Outra síntese importante é a de que as cidades mostram as feições concretas de uma “desdemocrartização”, na qual o “Estado mínimo” é, na realidade, aquele que intervém na economia e no cotidiano – através da militarização ou de determinados setores do judiciário – no sentido de garantir as condições de acumulação das classes proprietárias20.

FORÇAS VIVAS E AS POSSIBILIDADES AO DIREITO À CIDADE Desde 2013 a conjuntura evoluiu para um cenário mais controverso, mas saber pensar contradições implica ver aberturas no momento de crise. É possível construir um novo ciclo democrático junto das forças populares e da juventude urbana que também entraram em cena nos últimos anos. Isto porque a nova direita não recoloca horizontes para a maioria da população urbana. É bom lembrar que nesses mesmos últimos seis anos, tivemos grandes mobilizações marcadas por uma plêiade de forças sem unidade, mas cuja heterogeneidade tem confluência na ação, tem

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conexões geracionais e percepção partilhada sobre os impactos negativos das políticas de austeridade e do conservadorismo cultural. A Greve Geral de 28 de abril de 2017 levou milhões de pessoas às ruas de mais de 150 cidades. O #EleNão de 2018 foi muito expressivo e central para a maturação da primavera feminista. Os estudantes secundaristas que em 2015 e 2016 ocuparam suas escolas, em 2019 se somaram a muitos outros e retomaram as ruas em defesa da educação. Ainda que poucas tenham tido vitórias diretas, essas manifestações massivas marcaram muitos e politizaram tantos outros. Em 2002, 3,4 milhões de jovens ingressavam no ensino superior; em 2015, esse número subiu para 8 milhões21. As universidades se capilarizaram por territórios periféricos, por cidades pequenas e médias. A ampliação do acesso modificou em muito o perfil das universidades, não por acaso entre os jovens formados em 2015, 33% eram os primeiros de suas famílias a ter um diploma de curso superior. Famílias cujos pais estavam em funções subalternas formam advogadas/os, engenheiras/os, médicas/os, assistentes sociais, professoras/es. Com a mudança em postos de trabalho que essas/es jovens passam a ocupar, muda também o horizonte de necessidades e expectativas, o auto-respeito que têm consigo, a relação com seus círculos familiares e meios mais amplos. Ao ascenderem a essas novas condições, esses jovens participam de questões coletivas de igual para igual com as autoridades políticas e elites econômicas. Com o aumento exponencial das universidades particulares, cujas matrículas passaram de 3 milhões em 2004 para 5,86 milhões no ano de 201422, estudantes das classes trabalhadoras passaram a frequentar os espaços elitizados das particulares existentes e, também, enfrentar a precarização do ensino das novas empresas de educação. Passaram a lidar com as dificuldades da permanência na universidade, com a sobrecarga da dupla jornada feita de estudo e trabalho, além da frustração com empregos precários após a conclusão do curso. Atentos a esse cotidiano sofrível, forças do movimento estudantil passaram a politizar a realidade de jovens em espaços da FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas, da Uninove, UNIP etc. Além disso, nesse período surgiram novas forças jovens a partir do diagnóstico partilhado de que era urgente retomar trabalhos de base não só nas universidades, mas também nos territórios periféricos das cidades desiguais e segregadas. Estava claro que formou-se nos anos 2000 uma juventude periférica fora da órbita do Partido dos Trabalhadores. Para ficarmos em apenas algumas dessas novas forças de alcance nacional, capilaridade em universidades e periferias, vale lembrar do Levante Popular da Juventude, do Movimento Rua e do Coletivo Juntos. Soma-se a estes fatores as políticas afirmativas de cotas sociais e raciais – esta última se torna lei federal 12.711/2012 - que foram resultantes de

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esforços persistentes do movimento negro, que é por si só transversal e heterogêneo, presente nos movimentos acima e em muitos outros autonomistas. Essa juventude negra escolarizada e politizada saíra do silenciamento imposto por séculos de violência institucional, segregação e estigmatizações características do racismo estrutural. É irreversível o fato de que esses contingentes de jovens lutam para contar suas próprias histórias e transformar as condições de vida de seus pares. Há outro elemento menos estudado, mas perceptível nas ruas em luta pela educação. O aumento da procura pelas universidades públicas e privadas fez multiplicar as iniciativas dos denominados “cursinhos populares”, voltados para juventudes urbanas de baixa renda. Estes estão distribuídos pelos territórios periféricos, são organizados e geridos por essas forças de juventude e do movimento negro, por igrejas remanescentes da teologia da libertação. Movimentos de sem teto sediam cursinhos, universidades federais da nova geração também. Vale lembrar de exemplos da Rede Emancipa, da UNEAFRO, do Podemos + e dos cursinhos da Universidade Federal do ABC e da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo23. São estes jovens que ocupam as ruas ao lado de seus professores, de sindicatos, de movimentos por direito à cidade – moradia, mobilidade, espaços públicos. Esses jovens nasceram e cresceram nas cidades, nas periferias e também nas áreas centrais. É de se esperar que seus repertórios de luta se apropriem do espaço urbano; e de fato isso acontece. Diferente de uma greve fabril, em que se bloqueia a produção, nas cidades o bloqueio se dá em avenidas e eixos viários; trava-se a circulação de capitais, mercadorias e pessoas. Esse modelo de protesto foi utilizado pelo Movimento Passe Livre, mas também pelos secundaristas e por movimentos de moradia. Outro ponto. Como nos grandes centros urbanos se concentra a imprensa, entidades técnicas produtoras de dados sobre a realidade e, ainda, o emergente midiativismo, é impossível que os centros de decisão controlem os fluxos de informação. Por mais que se esforce, nos grandes centros urbanos o poder não dá conta de ocultar seus erros e insuficiências – como tentaram os regimes autoritários do século passado. Pelas mesmas razões, mas agora do ponto de vista do repertório de protestos, uma ação pontual tem impacto muito superior na opinião pública. Mas como dissemos, essas forças recolocam horizontes de esperança, são necessárias, mas não suficientes diante do momento histórico tão adverso. Ainda é necessário reabrir diálogos com entidades técnicas e profissionais, ONGs, associações de bairros e sindicais, encontrar consensos mínimos, princípios fundamentais entre as forças comprometidas com avanços democráticos. Há um caminho a ser construído no sentido um novo projeto de sociedade atento às possibilidades e conflitos das cidades.

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BRCIDADES: O PROJETAR CIDADES COMO CONSTRUÇÃO SOCIAL A evidência de que estamos vivendo o fim de um ciclo político, econômico e social não vem apenas dos eventos pós-golpe de 2016, mas nos remete também à retomada da hegemonia agrário exportadora e queda da produção industrial (que tem início em 1980), às mudanças demográficas e regionais (o que inclui mudanças nos fluxos migratórios, na ocupação do território nacional e na rede de cidades) ou mesmo à regressão vivida pelas cidades com o boom imobiliário de 2009 a 2015. A dispersão urbana se acentuou com aumento da especulação fundiária, aumento do custo da moradia, dos aluguéis, além do aumento do custo/preço dos transportes e tempo das viagens diárias. Cabe às forças vivas, populares e democráticas o trabalho de reformular desde baixo o horizonte de superação dessa crise, que é econômica, social e de representação. O BrCidades – um Projeto para as cidades do Brasil -, que está sendo elaborado junto ao Projeto Brasil Popular da Frente Brasil Popular, parte dessa posição e vem crescendo muito, o que reforça nossa avaliação. Em dois anos, já temos 15 núcleos estruturados: Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiânia, Vitória, Salvador, Fortaleza, Recife, João Pessoa, Campina Grande, Manaus e Belém. Todos eles são constituídos por movimentos sociais, entidades técnicas e universidades. Na metrópole mineira e em Curitiba já tivemos disciplinas com os eixos do BrCidades, em parceria com a UFMG e a UFPR. Do Rio vêm grandes contribuições para o tema da cidade antirracista. Na capital paulista, fizemos cursos de extensão e debates em universidades, assim como cursos de formação em comunidades de bairros. O primeiro se deu em Itaquera com militantes de movimentos de semteto e de juventude, em parceria com a Igreja Povo de Deus em Movimento, a UNIFESP e o Levante Popular da Juventude. Como fazemos o caminho no próprio caminhar, essas experiências tem nos fornecido subsídios para visualizar o que o BrCidades vai seguir no próximo período. A formação em Itaquera foi bastante exitosa e gerou demandas nas regiões sul e norte da cidade. Os momentos de síntese são os Fóruns Nacionais. Já no primeiro conseguimos trazer mais de 600 pessoas entre lideranças sociais, professoras/es universitários, técnicos e profissionais. Outro elemento importante do repertório do BrCidades é a participação nos debates públicos, a respeito de temas conjunturais que tocam as cidades. Já temos colunas nos sites da Carta Capital, GGNLuis Nassif, Justificando, Outras Palavras e Brasil de Fato. Todos esses materiais produzidos vão para nossa plataforma. Vale lembrar, ainda, que em 2018 o BrCidades ganhou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), na categoria urbanidade. Entre 2019 e inicio de 2020, concentramos

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esforços para produzir uma agenda que contemple os consensos mínimos, as linhas mais fortes das proposições. Os núcleos produziram contribuições debatidas no II Fórum Nacional, enviaram documentos que foram sistematizados por uma coordenação. A agenda volta aos núcleos, para que estes identifiquem questões regionais. Com essa agenda, pretendemos incidir na conjuntura do próximo período. Nesse processo recente, alguns Grupos de Trabalho se estabeleceram entre núcleos. Um primeiro deles visa trazer as experiências de Assessoria Técnica em Habitação Social (ATHIS), que é um modo por meio do qual arquitetas/os e urbanistas possam atuar junto às populações que mais necessitam das transformações urbanas. Um segundo GT gira em torno da ideia de Parcerias Público-Populares, as PPop’s. O GT partiu de formulações da Frente de Luta por Moradia (FLM), que é um exemplo de capacidade técnica e de autogestão de edifícios ocupados. No seio do BrCidades, a proposta é criar instrumentos jurídicos que reconheçam os movimentos sociais urbanos como entidades que podem fazer avançar pautas que o Estado não dá conta. Essas triangulações podem gerar saberes e práticas muito transformadoras, em pelo menos três aspectos: conectar as forças vivas, incidir nas narrativas sobre a cidade que moldam a opinião pública e, ainda, formar estudantes, cidadãs e cidadãos com disposição para as lutas por uma democracia densa e ampla. O BrCidades não vai se envolver em planos de governo para partidos, mas seu caráter político se centra numa aposta de médio prazo, a saber, reconstruir coletivamente uma agenda urbana que parta e se sustente nas camadas populares. Nesse sentido, é um projeto de redemocratização desde as cidades, ou se quisermos, é um projeto de sociedade para o Brasil urbano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse texto buscou fazer um balanço histórico que diante do qual se mostra urgente pensarmos num projeto para um novo ciclo de ampliação do direito à cidade, no interior mesmo da crise econômica, social e de valores humanitários. Noutros termos, uma construção social de ampla envergadura e convergência. Trata-se de uma construção que não se dá, obviamente, nos centros de decisão, mas nas redes da sociedade civil. Mas tal projeto precisa ter bases sociais, com as quais recolocamos coletivamente horizontes para todas e todos - algo que a política do ódio conservador não consegue realizar. Tendo em vista o caldo de cultura urbana dos últimos anos, uma ideia com esta envergadura não pode parecer utópica, mas como único caminho possível. Precisamos abrir espaço para formulações sobre o futuro em comum, em ações confluentes e com

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heterogeneidade, inclusive geracional, capazes de se alimentar dos ânimos da juventude urbana que se politizou nos últimos anos. Para além de propostas setoriais, é preciso compor de modo transversal com as forças que têm a cidade ora como pauta, ora como palco e, ainda, valem-se dela em seu repertório de ação.

NOTAS

1 - Cf. SINGER, A. O Lulismo em crise – um quebracabeça do período Dilma (2011-2016). São Paulo: Cia. das Letras, 2018. Boito justifica o prefixo “neo”, por “ser a política de desenvolvimento possível dentro dos limites dados pelo modelo capitalista neoliberal”. Isto significa, lembra o autor, que tal política tem um crescimento mais modesto do que o velho desenvolvimentismo; atribui menor importância ao mercado interno e ao desenvolvimento do parque industrial; aceita os constrangimentos da divisão internacional do trabalho, reativando a função primárioexportadora do capitalismo brasileiro; é dirigido por uma fração burguesa que não age como força anti-imperialista, ou seja, não aposta que haja uma “burguesia nacional” como outrora se acreditou que existisse. Cf. Reforma e Crise Política no Brasil – os conflitos de classe nos governos do PT. Campinas: ed Unicamp,2018, p. 160-161. 2 - Cf CARDOSO e DENALDI, 2018. 3 - Esse balanço sobre o PAC e MCMV já foi desenvolvido em MARICATO, E. O impasse da política urbana. E também está sintetizado em Para entender a Crise Urbana. 4 - Vale conferir SOLANO, Esther et. al. (org). Ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil. São Paulo: ed. Boitempo, 2018. Uma passagem de Luis Felipe Miguel elucidativa a este ponto e estruturante para nosso argumento a seguir: “De 2006 em diante, após cada eleição presidencial os analistas se debruçavam sobre os mapas de votação para constatar que a vantagem eleitoral do PT provinha das regiões mais pobres do país, em particular do Nordeste. Seria sintoma de que o eleitorado pobre era desinformado ou, pior, carente de ética, disposto a votar em “ladrões” desde que eles lhe oferecessem ganhos, como os programas de garantia de renda”. Op.cit., p.25 5 - Vale lembrar que a ideia de “desestatização” foi utilizada sem receios na criação de uma secretaria da gestão de João Dória Jr. em São Paulo; também no governo federal. 6 - OXFAM Brasil. Relatório desigualdade 2018. 7 - ONU-FAO, 2018. O Brasil tinha saído do Mapa da Fome, quando menos de 5% da população ficou abaixo da linha da miséria. Em 2016, esse número sobe para 5,6%, o que significa 11,7 milhões de brasileiros vivendo com menos de U$ 1,90/dia. A mortalidade infantil também voltara a crescer. 8 - BERGAMO, M. “População de rua deve chegar a 20 mil e faz prefeitura antecipar o senso”. Folha de São Paulo, 2018. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ monicabergamo/2018/07/populacao-de-rua-deve-chegar-a-20mil-e-faz-prefeitura-antecipar-o-censo.shtml 9 - Ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil. São Paulo: ed. Boitempo, 2018

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10 - Importante notar, ainda a respeito desse ambiente do debate político brasileiro, que esta estigmatização ao que é publico e aos pobres se estende também como ódio a todos aqueles que defendem pautas redistributivas, sociais, ambientais e urbanas ou mesmo de direitos humanos, como ONGs, entidades técnicas e profissionais. Uma busca rápida pela internet identifica um número enorme de notícias de ataques do presidente Bolsonaro e seus ministros a essas instituições. 11 - Vale conferir o Ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil e, em especial, o capítulo de Luis Felipe Miguel. São Paulo: ed. Boitempo, 2018. 12 - “Essas clivagens simbólicas simplificam a realidade, reduzindo sua complexidade a estereótipos administráveis, e ativam sentimentos coletivos de alta voltagem — o afeto, o medo, o ódio. Seu manejo reforça o senso de pertencimento a uma comunidade de semelhantes e estigmatiza os diferentes. A violência — física, simbólica ou política — protege o grupo, que se sente ameaçado desde o início dos governos petistas. A eleição do capitãodeputado é a vitória da comunidade moral bolsonarista sobre sua sucedânea inimiga, a ‘petralhada’. Nesse terreno adubado frutificaram disjuntivas polarizadoras — corruptos e éticos, pacíficos e vândalos etc. — e brotaram elites sociais “íntegras”. Juízes, empresários, militares, festejados em mídias sociais e manifestações de rua, se consolidaram como moralmente superiores aos partidos e mais aptos a exprimir a nação e comandar o Estado”. ALONSO, Angela. “A comunidade moral bolsonarista”. In: Democracia em risco? Companhia das Letras. Kindle Edition. 13 - Planos Diretores são os maiores instrumentos da legislação urbanística. 14 - Cf. CARVALHO, Celso. “O entreguismo cínico dos imóveis públicos”. Justificando, 9 de abril de 2019. http:// www.justificando.com/2019/04/09/o-entreguismo-cinico-dosimoveis-publicos/ 15 - Vale lembrar que, em abril de 2019, o presidente assina um decreto extinguindo cerca de 650 instâncias participativas entre conselhos, fóruns e outros colegiados. A medida foi parcialmente barrada no Supremo Tribunal Federal, mas até o momento Bolsonaro segue sua empreitada: https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/22/bolsonarodiz-que-quer-extinguir-a-grande-maioria-dos-conselhosformados-por-governo-e-sociedade-civil.ghtml 16 - Sobre desmatamento estamos nos referindo ao caso do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que identificou o aumento em 278% na área da Amazônia e teve seu diretor demitido. Sobre a dissolução da EMPLASA, importante órgão de planejamento metropolitano, vale conferir: https://jornalggn.com.br/cidades/governo-doriaignora-45-anos-de-memoria-tecnica-e-pretende-pulverizar-aemplasa/ 17 - Vale cf. MILANO, Giovanna. Conflitos fundiários urbanos e poder judiciário. Curitiba: ed. Íthala, 2017. Neste a autora demonstra de que maneiras uma construção extrajurídica de opiniões e juízos que influenciam diretamente a tomada de decisão de operadores do direito, em processos de conflitos fundiários. O fenômeno não é novo, mas acirrado na conjuntura mais conservadora de 2019. 18 - Vale lembrar que, no Estado de São Paulo, o

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secretário de Habitação da gestão Dória é ex-presidente do SECOVI, sindicato patronal do setor imobiliário. Sobre a distorção da ideia de habitação de interesse social, vale conferir Rede Brasil Atual. “Covas propõe habitação de interesse social a quem ganha até seis salários mínimos”. https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2019/04/covaspropoe-2018habitacao-de-interesse-social2019-a-quem-ganhaate-seis-salarios-minimos/ consultado em 15/08/2019. 19 - Cf. IBGE. “Desemprego é o maior dos últimos sete anos em 13 capitais do país”. https://agenciadenoticias. ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/ noticias/23844-desemprego-e-o-maior-dos-ultimos-sete-anosem-13-capitais-do-pais consultado em 15/08/2019. 20 - Esta compreensão sobre o “Estado mínimo” neoliberal como o que intervém no sentido da desdemocratização foi amplamente desenvolvida por Wendy Brown, em Undoing the demos: Neoliberalism’s Stealth. Cambridge/Massachusetts/London, 2015. E também em DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A Nova Razão do Mundo. São Paulo: ed. Boitempo, 2016. 21 - VENTURI, G.; RISCAL, J.R.; BOKANY, V. “Mobilidade econômica e classes sociais: transformações da classe trabalhadora”. In: Classes? Que classes?. Org.: Fundação Perseu Abramo e Fundação Friedrich Ebert. São Paulo, 2013. 22 - CALDAS, Andrea e ARAÚJO, Luiz. “Na educação, avanços e limites”. In: Cinco mil dias: o Brasil na era do lulismo. Org. de Gilberto Maringoni e Juliano Medeiros. São Paulo: ed. Boitempo, 2017. 23 - COLOSSO, Paolo. Disputas pelo direito à cidade: outros personagens em cena. Tese de doutorado. Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2019.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRANCHES, Sérgio et. al. Democracia em risco? 22 ensaios sobre o Brasil hoje. São Paulo: ed. Cia. das Letras, 2019. BROWN, Wendy Brown: Undoing the demos: Neoliberalism’s Stealth. Cambridge/Massachusetts/ London, 2015. BOITO, Armando. Reforma e crise política no Brasil: os conflitos de classe nos governos do PT. Campinas, ed. UNICAMP, 2018. CANO, Wilson. Ensaios sobre a crise urbana no Brasil. Campinas/SP: Editora da UNICAMP, 2011. CABANES, R. (Org.); Georges, Isabel (Org.); RIZEK, Cibele (Org.); TELLES, V. S. (Org.). Saídas de Emergência - ganhar/perder a vida na periferia de São Paulo. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011. CALDAS, Andrea e ARAÚJO, Luiz. Na educação, avanços e limites. In: Cinco mil dias: o Brasil na era do lulismo. Org. de Gilberto Maringoni e Juliano Medeiros. São Paulo: ed. Boitempo, 2017. CASIMIRO, Flávio Henrique. A nova direita: aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo. São Paulo: ed. Expressão Popular, 2018. COLOSSO, Paolo. Disputas pelo direito à cidade:

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outros personagens em cena. Tese de doutorado. Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2019. DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A Nova Razão do Mundo. São Paulo: ed. Boitempo, 2016. MARICATO, Ermínia. Metrópole na periferia do capitalismo. São Paulo: Hucitec, 1996. _ _ _ _ _ _ _ . O impasse da política urbana. Petrópolis: Vozes, 2011. _ _ _ _ _ _ _ . Para entender a Crise Urbana. São Paulo: ed. Expressão Popular, 2015. MARICATO, Ermínia; COLOSSO, Paolo; COMARU, Francisco. Um projeto para as cidades do Brasil e o lugar da saúde pública. Revista CEBES. MERCADANTE et al(org). O Legado dos governos do PT. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2018. MILANO, Giovanna B. Conflitos fundiários urbanos e poder judiciário. Curitiba: ed. Íthala, 2017. POCHMANN, Márcio. Nova classe média? São Paulo: ed. Boitempo, 2012. SINGER, André. O Lulismo em crise – um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016). São Paulo: Cia. das Letras, 2018. SOLANO, Esther et. al. (org). O ódio como política: a reinvenção da direita no Brasil. São Paulo: ed. Boitempo, 2019. VENTURI, G.; RISCAL, J.R.; BOKANY, V. “Mobilidade econômica e classes sociais: transformações da classe trabalhadora”. In: Classes? Que classes? Org.: Fundação Perseu Abramo e Fundação Friedrich Ebert. São Paulo, 2013.

SITES E RELATÓRIOS CONSULTADOS INESC/OXFAM. “Monitoramento dos direitos humanos em tempos de austeridade no Brasil”. São Paulo, maio 2018. Disponível em: https://www.inesc.org.br/wpcontent/uploads/2018/08/Rel _ Dir _ Hum _ Temp _ AustNOVO-1- _ V3.pdf?x63825. Acesso em 10 de fevereiro de 2019 IPEA. Atlas da Violência 2017. Disponível em: http:// www.ipea.gov.br/portal/images/170609 _ atlas _ da _ violencia _ 2017.pdf Fundação Getúlio Vargas. “A escalada da desigualdade: qual foi o impacto da crise sobre a desigualdade, o crescimento e a pobreza”. Agosto de 2019. Disponível em: https://cps.fgv.br/desigualdade Rede Brasil Atual. “Covas propõe habitação de interesse social a quem ganha até seis salários mínimos”. https://www.redebrasilatual.com.br/ cidadania/2019/04/covas-propoe-2018habitacaode-interesse-social2019-a-quem-ganha-ate-seissalarios-minimos/ .Consultado em 15/08/2019 IBGE. “Desemprego é o maior dos últimos sete anos em 13 capitais do país”. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencianoticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/23844desemprego-e-o-maior-dos-ultimos-sete-anos-em-13capitais-do-pais.Consultado em 15/08/2019

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G1 Globo. “Bolsonaro quer extinguir a grande maioria dos conselhos formados por governo e sociedade civil”. 22 de julho de 2019. Disponível em: https:// g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/22/bolsonarodiz-que-quer-extinguir-a-grande-maioria-dosconselhos-formados-por-governo-e-sociedade-civil. ghtml

Ermínia T. Menon Maricato é arquiteta e urbanista, professora titular aposentada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Foi Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo e vice-ministra no Ministério das Cidades. Atualmente está na coordenação do BrCidades – um projeto para as cidades do Brasil. Paolo Colosso é arquiteto e urbanista, bacharel em Filosofia pela Unicamp, mestre e doutor em Filosofia pela USP. Atualmente, é professor na Universidade Federal de Santa Catarina, pesquisador no Instituto de Estudos Avançados da USP e compõe a coordenação do Projeto BrCidades – um projeto para as cidades do Brasil.

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Rosana Denaldi e Flávia Feitosa //

> A PRODUÇÃO DA INFORMAÇÃO PARA PLANEJAR A INTERVENÇÃO EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS o caso da região do grande abc1

Este capítulo apresenta o mapeamento e caracterização dos assentamentos precários realizada no âmbito do Diagnóstico Habitacional da Região do Grande ABC, produzido por meio de uma parceria estabelecida entre a Universidade Federal do ABC (UFABC)/Laboratório de Estudos e Projetos Urbanos (LEPUR) e o Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Objetiva-se divulgar alternativas de produção da informação sobre assentamentos precários2 do tipo favelas e loteamentos irregulares e discutir sua relevância.

INTRODUÇÃO A formação de favelas constituiu-se historicamente no processo brasileiro de urbanização como parte da formação de cidades desiguais. Estimativas oficiais apontam que 41,4% da população brasileira viviam em assentamentos ou habitações precários, inadequados ou informais em 2010 (IBGE, 2019). Embora o total de habitantes em favelas seja desconhecido, o Censo Demográfico de 2010 revela a existência de ao menos 11,4 milhões de brasileiros em 6.329 aglomerados subnormais (favelas e assemelhados). Esses aglomerados situam-se em 323 municípios, sendo que 88% de seus domicílios estão localizados em Regiões Metropolitanas com população superior a 1 milhão de habitantes (IBGE, 2011a). A Política Nacional de Habitação utilizou a denominação “assentamentos precários” para fazer referência, principalmente, às situações das áreas ocupadas irregularmente e que apresentam deficiências de infraestrutura e de acessibilidade. Cardoso et al (2009, p. 93) propõem entender os assentamentos

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precários “como aglomerações com delimitação mais ou menos precisa no tecido urbano, em geral, distintas do entorno quanto às suas características físicas e sociais; e com ocupação inequívoca e majoritária por população de baixa renda”.3 A consolidação desses assentamentos no tecido urbano das cidades brasileiras demandou a formulação de respostas por parte do Poder Público que mudaram ao longo do tempo. De projetos higienistas de erradicação de favelas que vigoraram até os anos 60, passou-se a admitir a sua presença na cidade e depois a implementar programas de urbanização visando a sua consolidação. Uma importante estratégia para o tratamento dessa realidade é torná-la visível. Maricato (1996) alerta que historicamente grande parte das áreas urbanas ocupadas informalmente não existia nos cadastros municipais e não era representada nas cartografias urbanas elaboradas pelos municípios. Para a autora: Essa cidade ilegal inexiste, frequentemente, para o planejamento urbano oficial. Embora as grandes cidades brasileiras contem com respeitável número de profissionais envolvidos com o tema, não raramente estes trabalham com uma realidade virtual mediante representações nos gabinetes, longe do território sem lei, sem segurança ambiental, sem saneamento, constituído pelas áreas de moradias pobres. (MARICATO, 1996, p. 22)

Em que pese os avanços observados, principalmente nas duas últimas décadas, relacionados com o reconhecimento e tratamento dos assentamentos precários na regulação e planejamento urbano, a informação disponível, de forma geral, ainda é muito limitada. Um dos fatores que explica essa limitação é a reduzida capacidade institucional da maioria dos municípios brasileiros que não dispõe de informações atualizadas e muitas vezes desconhecem alternativas e estratégias para sua produção. Observa-se que nem todos os municípios contam com uma Planta Cadastral atualizada e com o mapeamento dos assentamentos. Poucos municípios dispõem de levantamentos cadastrais dos assentamentos, sendo que alguns sequer possuem uma base cartográfica de todo seu território. Outros possuem apenas referenciais cartográficos de uma parcela dos assentamentos e raros contam com informações georreferenciadas de todos os assentamentos em sua Planta Cadastral. A utilização de dados do Censo Demográfico do IBGE4 relativos aos setores subnormais é uma possibilidade, mas existem limitações e incompatibilidades, em nível nacional, para a quantificação dos assentamentos precários. Inúmeros autores apontam que esses dados tendem à subestimação (TASCHNER, 2008; AZEVEDO; ARAÚJO, 2008; CARDOSO et al, 2009; MARQUES et al, 2007; DENALDI et al, 2013a; CDHU/UFABC, 2019; FRIZZI et

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al, 2019). Aponta-se como principais limitações metodológicas que podem levar a distorções da realidade e subestimação da população que reside em assentamentos precários: a) o estabelecimento dos setores subnormais é um processo administrativo; para estabelecer setores considerados subnormais, o IBGE baseiase em informações municipais que, muitas vezes, não estão atualizadas; ademais, muitos municípios não fornecem os perímetros dos assentamentos (favelas e seus assemelhados); b) o IBGE não considera como setores subnormais aqueles que tenham menos do que 51 domicílios. Assim, setores considerados como não precários podem abranger favelas inteiras. Recomenda-se que o Município produza sua própria informação sobre a precariedade e o déficit (quantitativo e qualitativo) dentro dos assentamentos precários. O planejamento da intervenção municipal requer conhecer o conjunto dos assentamentos precários existentes no município e para tanto se recomenda: (i) identificar e mapear os assentamentos precários; (ii) quantificar os domicílios (estimativa) e (iii) caracterizar os assentamentos precários. Este texto apresenta a metodologia utilizada para elaboração do Diagnóstico Habitacional da Região do Grande ABC – doravante DH –, que teve como um dos objetivos dimensionar e caracterizar os assentamentos precários na Região do Grande ABC. Essa região abriga cerca de 2,5 milhões de habitantes em 865.145 domicílios (IBGE, 2011b) e é formada por sete municípios: Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul. De acordo com DH, em 2016, essa região possuía 788 assentamentos precários (favelas e loteamentos irregulares) com 190.194 domicílios e que correspondiam a aproximadamente 25% do total de domicílios da região (CIGABC, 2016). O levantamento e sistematização desse conjunto de informações possibilitou estimar o déficit habitacional total regional, quantitativo e qualitativo, dos assentamentos precários e/ou irregulares e da Região. Observou-se que os sete municípios da Região do Grande ABC encontravam-se em diferentes estágios de produção e gestão da informação, além de não apresentarem a mesma capacidade institucional para planejamento habitacional. Para lidar com essa realidade, foi necessário adotar diferentes estratégias para coleta e produção de informação sobre a precariedade habitacional nesses territórios. Em alguns casos, a informação foi produzida pela equipe municipal a partir de uma base de dados já consolidada. Os Municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema enquadram-se nessa categoria. Já os Municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que não dispõem de dados sistematizados sobre os assentamentos precários e/ ou irregulares, demandaram a produção de informação conjunta entre técnicos municipais e pesquisadores.5

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DIAGNÓSTICO HABITACIONAL DO GRANDE ABC: A PRODUÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS O DH buscou dimensionar e caracterizar o problema habitacional na Região do Grande ABC, identificar as necessidades habitacionais, bem como compreender a intervenção governamental nos sete municípios. Para identificar as necessidades habitacionais, os assentamentos precários foram mapeados e caracterizados. Estimou-se o número de domicílios e o tipo de déficit (qualitativo ou quantitativo) dentro dos assentamentos.

MAPEAMENTO

O primeiro passo foi mapear os assentamentos e produzir uma base regional com sua localização e poligonal. Para realizar essa tarefa, foram efetuadas consultas a diferentes bases de dados e documentos. Inicialmente, buscou-se conhecer as informações municipais disponíveis e os dados sobre aglomerados subnormais disponíveis no Censo Demográfico de 2010. Entretanto, como mencionado anteriormente, as informações produzidas pelo IBGE têm limitações. No caso da Região do Grande ABC, havia inúmeros assentamentos não mapeados ou com perímetros imprecisos, que não correspondiam à totalidade do território dos assentamentos. Os Municípios de São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema possuíam bases cartográficas atualizadas. Foram utilizadas técnicas de geoprocessamento para comparar essas bases municipais às censitárias, de maneira a compatibilizar e complementar as informações. Para os demais municípios, adotou-se uma combinação de estratégias para produzir o mapeamento dos assentamentos precários. Nesses casos, os dados foram produzidos a partir de informações obtidas com os municípios, ortofotos e imagens orbitais de alta resolução, dados censitários e levantamentos de campo. No caso dos Municípios de Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, que não dispunham de informações sistematizadas sobre a precariedade habitacional em seus territórios, a relação de perímetros delimitados como Áreas ou Zonas Especiais de Interesse Social (AEIS / ZEIS) tornou-se uma fonte de informação complementar. Outra importante fonte de informação para a pesquisa foram planilhas de monitoramento e controle de intervenções em andamento ou levantamentos subsidiários ao planejamento habitacional ou às ações de urbanização e regularização de assentamentos precários e/ou irregulares. A Figura 1 apresenta o resultado do mapeamento regional.

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Figura 1 - Assentamentos precários na Região do Grande ABC. Fonte: CIGABC (2016).

QUANTIFICAÇÃO DE DOMICÍLIOS

Diferentes estratégias para quantificar os domicílios foram utilizadas. Para municípios como Santo André e São Bernardo do Campo, adotou-se como principal fonte de informação o banco de dados municipal (planilha eletrônica) que reúne informações tais como: número de domicílios, tempo de ocupação, estágio de intervenção das obras de urbanização e das ações de regularização fundiária nesses assentamentos. Nesse caso, as fontes de informação municipal utilizadas pelos municípios para alimentar os bancos de dados municipais eram diversas: levantamento socioeconômico cadastral, contagem de domicílio, cadastro de concessionárias de água e de energia elétrica e estimativa municipal baseada em levantamentos realizados em períodos anteriores, além de observações de campo. Para os municípios que não contavam com informações municipais para o conjunto dos assentamentos, estimou-se o total de domicílios a partir de informações disponíveis no Censo Demográfico 2010 e imagens de alta resolução. Como a geometria dos setores censitários não coincide com a dos polígonos dos assentamentos precários, adotou-se um método dasimétrico de desagregação de dados (LANGFORD et al, 1991). Esse método recorre à utilização de variáveis auxiliares, indicadoras da presença humana, para distribuir dados populacionais nas áreas ocupadas (Figura 2). No caso do DH, a delimitação da área ocupada foi realizada a partir de imagens de alta resolução. O procedimento adotado transforma dados originalmente discretos (total de domicílios do setor censitário) em dados propícios à representação

359


domicílios do setor censitário) em dados propícios à representação contínua (densidade de Figura 2 - Ilustração domicílios), o que permite sua reagregação para os polígonos dos assentamentosdo precários. A dasimétrico. método contínua de domicílios), que permite (a) do setor densidade de(densidade domicílios é calculada por meio daodivisão do total de domicílios setor censitário sua reagregação para os polígonos dos assentamentos com dados domiciliares censitário pela área efetivamente de ocupada em seu interior. Em seguida, a estimativa do total de (b) informação precários. A densidade domicílios é calculada agregados; por meionos daassentamentos divisão doprecários totalé de domicílios domultiplicação setor auxiliar domicílios realizada por meio da desse valor desobre áreas censitário pela área efetivamente ocupada em seu ocupadas (em amarelo) densidade pela área do assentamento precário. Para os novos assentamentos ou grandes porções e perímetro do interior. Em seguida, a estimativa do total de de assentamentos não existiam emprecários 2010 foi atribuída uma densidade assentamento estimada de domicílios nosque assentamentos é realizada precário (em vermelho); por meio que da considerou multiplicação valora de densidade domicílios, o tecidodesse da ocupação, partir da qual se estimou o total de (c) domicílios distribuídos somente pela área do assentamento precário. Para os novos domicílios. assentamentos ou grandes porções de assentamentos nas áreas habitadas, que não existiam em 2010 foi atribuída uma densidade permitindo estimativa do Identificou-sede quedomicílios, a região possui 788 precários que abrigam cerca de 190de mildomicílios no total estimada queassentamentos considerou o tecido da ocupação, a partir da qual se estimou o total de assentamento precário. domicílios. A Tabela 1 apresenta o número de assentamentos e domicílios por município. domicílios. Fonte: Elaboração própria. Identificou-se que a região possui 788 assentamentos precários que abrigam cerca de 190 Tabela 1 - Assentamentos precários na do Grande ABC mil domicílios. A Tabela 1 Região apresenta o número de assentamentos e domicílios por município. Total de

Total de Domicílios em

Assentamentos

Assentamentos

Precários

Precários

Diadema

229

25.697

Mauá

105

26.822

Ribeirão Pires

29

3.454

15

1.733

161

39.365

249

93.123

788

190.194

Município

Rio Grande da Serra Santo André São Bernardo do Campo Região Fonte: CIGABC (2016)

Tabela 1 - Assentamentos precários na Região do Grande ABC. Fonte: CIGABC (2016).

CARACTERIZAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS

A caracterização dos assentamentos precários deve ter correspondência com as categorias de 2.3 Caracterização dos Assentamentos intervenção, permitindo a identificação do que falta realizar para que seja alcançado o patamar básico

360


de qualidade urbana e habitacional (BRASIL, 2009). A publicação Curso à Distância: Ações Integradas de Urbanização de Assentamentos Precários (BRASIL, 2009) sugere a classificação dos assentamentos em três tipologias gerais: “Consolidados”, “Consolidáveis” e “Não Consolidáveis”. Assentamento Consolidado é aquele urbanizado, dotado de infraestrutura básica, regularizado ou não. Assentamento Consolidável é aquele que apresenta condições favoráveis de recuperação urbanística e ambiental e de reordenamento urbano (abertura ou readequação de sistema viário, implantação de infraestrutura básica, regularização urbanística do parcelamento do solo), com ou sem necessidade de remoção (reassentamento ou remanejamento) de parte das famílias moradoras. Já o Assentamento Não Consolidável é aquele que não apresenta condições de recuperação urbanística e ambiental e de reordenamento urbano, ou seja, é o núcleo comprometido por situações de risco e insalubridade não solucionáveis, sendo, portanto, passível de “remoção” com solução de reposição da unidade habitacional (reassentamento). Para a elaboração da política habitacional, propõe-se que os assentamentos sejam classificados segundo: o tipo de intervenção indicada – urbanização simples, urbanização complexa, reassentamento (ou realocação); e em relação às intervenções realizadas ao longo do tempo – urbanizados, urbanizados parcialmente, em processo de urbanização, com intervenções pontuais, sem intervenção (BRASIL, 2009).6 Denaldi e Akaishi (2013) apresentam as alternativas de agrupamento de assentamentos urbanos propostas por municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em seus Planos de Habitação de Interesse Social (PLHIS). Os municípios que definiram tipologias de assentamentos levaram em conta diversas variáveis para a classificação: localização no território; possibilidade de consolidação do assentamento; percentual estimado de reassentamento; características e restrições ambientais; densidade e tecido urbano; tipo de procedimento para regularização; porte do assentamento ou complexo; entre outras. A classificação dos assentamentos foi definida, na maioria dos casos, pela identificação das ações necessárias: reassentamento; execução de obras pontuais de urbanização; execução de obras de infraestrutura e saneamento; execução de obras de urbanização de grande complexidade; regularização de áreas públicas; e regularização de áreas privadas. Os Municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema e Ribeirão Pires, no âmbito de seus PLHIS, classificaram os assentamentos precários em tipologias, segundo diferentes critérios. Considerando a diversidade de classificações e de tipologias identificadas no contexto regional, buscou-se definir uma nova classificação regional para possibilitar que os municípios reagrupassem seus assentamentos, segundo os mesmos parâmetros e tipologias.

361


A tipologia definida no DH dialoga com a referida proposta do então Ministério das Cidades, que classifica os assentamentos do tipo favela e loteamento irregular como consolidados, consolidáveis e não consolidáveis (BRASIL, 2009). Os assentamentos precários identificados foram classificados de acordo com a condição de consolidação e tipo de ações necessárias. Foram definidas quatro tipologias de assentamentos precários (Figura 3): T1 – assentamentos urbanizados, consolidados e irregulares: demandam ações de regularização fundiária7; T2 – assentamentos precários, irregulares e consolidáveis: demandam obras de infraestrutura, podendo necessitar de alguma remoção; T3 – assentamentos precários, irregulares e consolidáveis: demandam obras complexas de urbanização e/ou percentual elevado de remoção; T4 – assentamentos precários, irregulares e Não Consolidáveis: a solução é a remoção total dos domicílios. Essa classificação apresenta limitações. Sob a denominação de “urbanização de favelas”, há iniciativas muito distintas, resultando em diferentes padrões de qualidade de ambiente construído. Essa classificação dos assentamentos em tipologias adota a percepção do município em relação às características do território e tipo de ação necessária, o que pode se diferenciar de um município para outro. Portanto, é possível que, em alguma medida, situações diferentes tenham sido classificadas em uma mesma tipologia. Destaca-se também que os assentamentos classificados como T1 (urbanizados) podem ainda apresentar características diferenciadas. A maioria dos assentamentos urbanos recebeu intervenções pontuais ao longo de décadas ou passou por processos de urbanização parcial, compondo “camadas de urbanização” temporalmente diferentes. É comum encontrar nessas áreas habitações muito precárias ou situações de risco que se reproduzem ou, ainda, setores sem intervenção (ocupações existentes ou novas). Portanto, assentamentos considerados “consolidados” ou “urbanizados” podem demandar intervenção física (como reassentamento e remanejamento) e, portanto, a necessidade de combinar a execução de obras de urbanização com produção de novas moradias. A Tabela 2 apresenta os assentamentos precários da região por tipologia de intervenção. Essa classificação permitiu construir um panorama geral das condições de urbanização dos assentamentos e intervenções necessárias (Tabela 3). Do universo de 788 assentamentos precários existentes na região, 331 assentamentos (42% do total dos assentamentos), que abrigam 24,6% dos domicílios, encontram-se consolidados e demandam ações de regularização fundiária. Esse conjunto de assentamentos, portanto, deveria ser priorizado para atendimento por programas de regularização fundiária.8

362


com produção de novas moradias. A Tabela 2 apresenta os assentamentos precários da região por tipologia de intervenção. Tabela 2 - Assentamentos precários por tipologia

Tabela 2 - Assentamentos precários por tipologia. Fonte: CIGABC (2016).

Município

Número Total

T1

T2

T3

T4

assentamentos

170

17

33

9

domicílios

13.794

3.282

8.345

276

assentamentos

22

61

21

1

domicílios

1.043

6.590

18.869

320

assentamentos

6

16

6

1

domicílios

719

1.497

1.098

140

Rio Grande da

assentamentos

s/i

2

1

12

Serra

domicílios

s/i

1.214

95

424

assentamentos

69

19

43

30

domicílios

11.648

2.430

22.759

2.528

assentamentos

64

81

76

28

domicílios

19.673

28.201

42.498

2.751

assentamentos

331

196

180

81

domicílios

46.877

43.214

93.664

6.439

Diadema Mauá Ribeirão Pires

Santo André

Figura 3 – Tipologias de assentamentos precários na Região do Grande ABC. Fontes: Imagens orbitais dos perímetros dos assentamentos Google Earth (s/d) e fotos dos assentamentos precários LEPUR/UFABC (2015-2016). Tipologia 1: Sacadura Cabral - Santo André

Tipologia 2: Bananal São Bernardo do Campo

Tipologia 3: Jardim Zaíra - Mauá

Tipologia 4: Oratório Santo André

363

S. B. do Campo Região

Fonte: CIGABC (2016)


Cerca de metade desse universo – 376 assentamentos, classificados como T2 e T3 – é Consolidável e demanda ações de urbanização e regularização. Por fim, 81 assentamentos (10,3% do total dos assentamentos), que abrigam 3,4% do total dos domicílios, foram considerados Não Consolidáveis e demandam ações do tipo remoção e reassentamento (CIGABC, 2016)). Município

nº de

Consolidados Consolidáveis

Não Consolidáveis

assentamentos

(T1)

(T2 + T3)

Diadema

229

170

50

9

Mauá

105

22

82

1

Ribeirão Pires

29

6

22

1

15

0

3

12

161

69

62

30

249

64

157

28

788

331

376

81

Rio Grande da Serra Santo André São Bernardo do Campo Região do Grande ABC Fonte: CIGABC (2016)

(T4)

Tabela 3 – Assentamentos precários: tipologias. Fonte: CIGABC (2016).

O cálculo do déficit total regional demandou conhecer, de total forma complementar, do a estimativa O cálculo do déficit regional demandou conhecer,adeestimativa forma complementar, número total de remoções previstas, necessárias à do número total de remoções previstas, necessárias à urbanização e à regularização fundiária urbanização e à regularização fundiária do conjunto do conjunto de assentamentos precários. NoNo casocaso dos assentamentos precários, o déficit de assentamentos precários. dos assentamentos quantitativo corresponde ao número de domicílios que não serão consolidados precários, o déficit quantitativo corresponde ao e para quais número de de domicílios nãoe reposição serão por consolidados deles a solução atendimento é aque remoção uma nova moradia. Trata-se de e para quais deles a solução de atendimento é a informação relevante para o planejamento municipal, uma vez que demanda a captação de remoção e reposição por uma nova moradia. Trata-se de recursos para produção de novas moradias sempre, disponibilização de terra. informação relevante para e,oquase planejamento municipal, uma vez que demanda a captação de recursos para produção de novas moradias e, quase sempre, O número do déficit quantitativo, nesse contexto, corresponde ao número total de domicílios disponibilização de terra. em T4 (remoção total) e o número total de remoções necessárias à implantação das obras de O número do déficit quantitativo, nesse contexto, urbanização simplesao (T2)número e complexas (T3). de domicílios em corresponde total T4 (remoção total) e o número total de remoções necessárias à implantação das obras de urbanização Para estimar esse número, pode-se tanto trabalhar com as estimativas produzidas para cada simples (T2) e complexas (T3). assentamento especificamente, como previu o Município de Santo André, ou por tipologia de Para estimar esse número, pode-se tanto assentamento, como casoestimativas do Município de São Bernardo do Campo. caso dos demais trabalhar comno as produzidas paraNocada municípios da Regiãoespecificamente, do Grande ABC, optou-se como por estimar o númeroo deMunicípio remoções a partir de assentamento previu de Santo André, ou por atribuído tipologia de assentamento, um fator de remoção (porcentagem) por tipologia de assentamento e que leva em como no caso do Município de São Bernardo do Campo. No caso dos demais municípios da Região do Grande ABC, optou-se por estimar o número de remoções a partir de um fator de remoção (porcentagem) atribuído por tipologia de assentamento e que leva em consideração a realidade de cada município. Assim, os fatores de remoção por tipologias T2 e T3 variaram de um município para outro. Estimou-se que para promover a urbanização e requalificação dos assentamentos na região será

364


consideração a realidade de cada município. Assim, os fatores de remoção por tipologias T2 e T3 variaram de um município para outro. Estimou-se que para promover aeurbanização e requalificação dos assentamentos44 na região será necessário remover reassentar aproximadamente mil famílias ou seja, do(domicílios), total de necessário remover e (domicílios), reassentar aproximadamente 44 mil 23% famílias ou seja, 23% domicílios localizados nos assentamentos do tipo do total de domicílios localizados nos assentamentos do tipo Consolidável e Não Consolidável. Consolidável e Não Consolidável. Essa remoção pode Essa remoção pode ser necessária para eliminar situações de risco, adequar densidade, executar ser necessária para eliminar situações de risco, intervenções densidade, urbanas ou, ainda,executar como resposta a restrições legais urbanas à ocupação. ou, Esses dados adequar intervenções ainda, como resposta a restrições legais à ocupação. mostram a necessária articulação, na urbanização de favelas, entre as melhorias na implantação Esses dados mostram a necessária articulação, de infraestruturas e a provisão e melhoria habitacional. na urbanização de favelas, entre as melhorias na implantação de infraestruturas e a provisão e melhoria habitacional. Tabela 4 - Região do Grande ABC: déficit dentro dos assentamentos Municípios

Déficit dentro dos assentamentos precários Déficit

Déficit Qualitativo

Déficit Qualitativo

Quantitativo

nº de unidades

nº de unidades

nº de

habitacionais

habitacionais

remoções

Consolidáveis

Consolidáveis

(T2 e T3)

(T1, T2 e T3)

Diadema

3.620

8.701

22.495

Mauá

5.484

20.650

21.693

Ribeirão Pires

279

2.456

3.175

Rio Grande da

652

1.081

1.081

Santo André

15.124

17.214

28.862

S. B. do Campo

18.809

56.713

76.386

Região

43.968

106.815

153.692

Serra

Tabela 4 - Região do Grande ABC: déficit dentro dos assentamentos. Fonte: CIGABC (2016).

Fonte: CIGABC (2016)

Nesse contexto, o déficit quantitativo soma 43.968 Nesse contexto, oedéficit quantitativo soma 43.968 domicílios e o déficit qualitativo totaliza domicílios o déficit qualitativo totaliza 153.692 domicílios incluindo a tipologia T1, que 153.692 domicílios incluindo a tipologia T1, que demanda apenasdemanda ações de regularização, e apenas ações de regularização, e 106.815 considerando 106.815 considerando apenas as tipologias T2 e T3. apenas as tipologias T2 e T3. Também foram levantadas informações sobre as características físicas dos assentamentos, intervenções realizadas e planejadas, bem como dimensões da regulação urbana. A Tabela 5 apresenta informações sobre a densidade de domicílios nas favelas dos quatro municípios da Região do Grande ABC com maior concentração de assentamentos precários: Diadema, Mauá, Santo André e São Bernardo do Campo. Esses municípios apresentam densidades médias que variam de 81,9 a 169,71 domicílios por hectare (dom/ha). Embora Diadema destaque-se como o município com maior densidade média (169,81 dom/ha), o assentamento com maior densidade de domicílios da região, com cerca de 1000 dom/ha, situa-se em Mauá. Informações sobre gravames ambientais, tais como a presença de curso d’água e localização em área de proteção de mananciais, também foram levantadas e sistematizadas. Constatou-se, por exemplo, a presença de curso d’água em 72% dos assentamentos precários da região. Em relação à localização, um terço dos assentamentos de interesse social (267 assentamentos) situa-se em área de proteção de mananciais e abriga

365


o município com maior densidade média (169,81 dom/ha), o assentamento com maior densidade de domicílios da região, com cerca de 1000 dom/ha, situa-se em Mauá.

Tabela 5 – Densidade de domicílios nas favelas na Região do Grande ABC Densidade Município

Densidade

Densidade Média

Mínima (dom/ha)

(dom/ha)

584,38

13,12

169,71

1.020,10

7,82

81,90

481,25

7,68

131,00

330,19

1,20

95,45

Máxima (dom/ha)

Diadema Mauá Santo André São Bernardo do Campo

Fonte: Elaboração própria com base em CIGABC (2016).

Tabela 5 – Densidade de domicílios nas favelas na Região do Grande ABC. Fonte: Elaboração própria com base em CIGABC (2016).

aproximadamente 33% do total dos domicílios (61.911 Informações sobre gravames ambientais, tais como a presença de destaca-se curso d’água e localização domicílios). Das informações levantadas, oemnúmero expressivo de também assentamentos área de proteção de mananciais, foram levantadase e domicílios sistematizadas. Constatou-se, em área de proteção de mananciais no Município deda região. Em por exemplo, a presença de curso d’água em 72% dos assentamentos precários São Bernardo do Campo: 155 assentamentos que abrigam relação à localização, um terço dos assentamentos de interesse social (267 assentamentos) situa49.055 domicílios. A Figura 4 apresenta a localização se em assentamentos área de proteção de mananciais e abriga aproximadamente 33%os do total dos domicílios dos precários, distinguindo localizados na área urbana daqueles em área de expressivo de (61.911 domicílios). Das informações levantadas, destaca-se o número proteção de mananciais. assentamentos e domicílios em área de proteção de mananciais no Município de São Bernardo do Campo: 155 assentamentos que abrigam 49.055 domicílios. A Figura 4 apresenta a localização dos assentamentos precários, distinguindo os localizados na área urbana daqueles em área de proteção de mananciais.

Figura 4 – Assentamentos Precários na Região do Grande ABC segundo localização – área urbana ou área de proteção de mananciais. Fonte: CIGABC (2016). Noventa a cinco por cento dos assentamentos precários da Região do Grande ABC foram gravados como Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) ou Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS). Cabe destacar que apenas o Município de Santo André não gravou como ZEIS os assentamentos precários Não Consolidáveis, isto é, aqueles assentamentos que demandam a remoção total.

366


CONSIDERAÇÕES FINAIS A produção da informação sobre os assentamentos precários confere visibilidade ao problema e é importante insumo de planejamento e gestão das políticas de urbanização de assentamentos precários. Esse conhecimento, entretanto, ainda se apresenta muito limitado. A demanda de elaboração de Planos Locais de Habitação de Interesse Social (PLHIS), condição obrigatória para Estados e Municípios aderirem ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), estimulou estes últimos a produzirem informações e diagnósticos habitacionais. Entretanto, constatou-se que muitos municípios produziram Planos apenas para cumprir a exigência formal e que, de forma geral, não alcançaram a qualidade adequada. Muitos Planos simplesmente reproduziram as informações de fontes nacionais e não realizaram, de forma apropriada, o mapeamento e caracterização dos assentamentos precários que precisa ser permanentemente atualizado. O conhecimento dessa realidade era limitado na Região do Grande ABC, pioneira na área de urbanização de favelas e que agrega municípios com capacidades institucionais muito distintas. Nesse contexto, o DH viabilizou tanto a produção da informação para os municípios que não possuíam mapeamentos e levantamentos completos como a atualização da informação para os demais. As informações produzidas no âmbito do DH permitiram a construção de um panorama das necessidades regionais que pode ser utilizado para priorizar as ações na região e para fortalecer a articulação regional para obtenção de recursos. Para Bresciani (2019), o estudo é um instrumento de gestão regional porque “coloca a própria entidade regional e os Governos Municipais em condições de desenhar políticas habitacionais adequadas para o Grande ABC, especialmente no diálogo com Governo Federal, Governo Estadual e órgãos de financiamento”. A maioria dos municípios tem utilizado as informações do Diagnóstico Habitacional da Região do Grande ABC (DH) para o planejamento das ações e, em alguns casos, também como subsídio para a formulação de leis. Foi importante fonte de informação para definição do conteúdo das leis de regularização fundiária da região e, no caso de Rio Grande da Serra, as informações foram utilizadas no processo de regularização fundiária para caracterizar Áreas de Recuperação Ambiental 1 (ARA1) no processo de licenciamento ambiental (Licença Prévia) vinculado ao Programa Recuperação de Interesse Social (PRIS) e junto à Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA) e à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). O estudo foi amplamente divulgado, por meio da disponibilização do documento e realização de oficinas e seminários, para representantes dos Governos Municipais e Estadual, Ministério Público e

367


Movimento de Defesa do Direito dos Favelados. Esperase que essa divulgação também fortaleça o controle social das políticas e projetos habitacionais. A limitada e desigual capacidade institucional dos municípios brasileiros demanda maior investimento em capacitação e desenvolvimento institucional e em articulação regional. Nesse sentido, os Governos Estaduais e consórcios intermunicipais assumem um papel fundamental.9 As instituições de ensino e pesquisa com experiência na área de desenvolvimento urbano têm importante papel de capacitação, produção e disseminação de alternativas de produção da informação sobre assentamentos precários. Como mencionado anteriormente, o estudo desenvolvido, entre 2014 e 2016, e descrito neste capítulo, foi viabilizado por meio de uma parceria firmada entre UFABC/LEPUR e o Consórcio Intermunicipal Grande ABC e contou com participação ativa dos municípios que integram essa região. É um importante exemplo de integração regional e, em que pese as limitações relacionadas à sua produção, representa uma relevante referência para outras instituições.10 Esperase que iniciativas como essa tenham continuidade nessa região e sejam praticadas em outras regiões brasileiras.

NOTAS

1 - Agradecemos pela contribuição de Matheus Graciosi e Gabriel Marques. 2 - No caso deste trabalho a denominação “assentamentos precários” também abarca assentamentos irregulares e urbanizados e consolidados, os quais podem, portanto, não apresentar precariedade habitacional. 3 - Vale ressaltar que essa definição não se mostra adequada para todas as situações e regiões. Pode não ser suficiente, por exemplo, nos casos de muitas cidades pequenas, com carência generalizada de infraestrutura e saneamento ambiental; de setores com baixa densidade ou ainda, de assentamentos precários localizados em áreas periféricas de grandes centros urbanos. 4 - Para realização do Censo 2010, o IBGE adotou novas metodológicas e procedimentos com o objetivo de atualizar e aprimorar a identificação dos aglomerados. Foram utilizadas imagens de satélite de alta resolução e levantadas características morfológicas das áreas – Levantamento de Informações Territoriais (LIT). Em virtude desses aperfeiçoamentos, os resultados não são diretamente comparáveis com os obtidos em censos anteriores (IBGE, 2011b). 5 - O Município de São Caetano do Sul não

apresenta assentamentos precários do tipo favela ou loteamento e classificados, segundo IBGE, como setores censitários especiais de aglomerados subnormais. O município possui habitações precárias do tipo cortiços, mas não foi possível, no âmbito do DH, conhecer a dimensão do problema. 6 - Sobre esses conceitos ver também Denaldi (2009; 2013).

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7 - A tipologia T1 inclui conjuntos habitacionais de interesse social irregulares, produzidos pelo Poder Público. 8 - Sobre as tipologias de assentamentos precários, condicionantes físicas e a aplicação da Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017, que trata da regularização fundiária urbana, ver Ferrara e Denaldi (2019). 9 - Registra-se que a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) desenvolveu uma metodologia de mapeamento colaborativo de assentamentos precários em regiões metropolitanas paulistas (SOUZA et al, 2018). Essa metodologia foi aplicada em caráter piloto na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS). Para esse trabalho, coordenado pela CDHU e com apoio da Agência Metropolitana (AGEM), estabeleceu-se uma plataforma de mapeamento sobre a qual os municípios atuaram ativamente no registro de informações sobre assentamentos precários. O processo de mapeamento contou ainda com a participação da UFABC, no âmbito do projeto “Desenvolvimento e Aplicação de Metodologia para Identificação, Caracterização e Dimensionamento de Assentamentos Precários” (CDHU/ UFABC, 2019). 10 - Vale ressaltar que a metodologia apresentada neste capítulo aplica-se principalmente a realidades metropolitanas ou a cidades médias e grandes. A realidade de pequenos municípios e de outras regiões brasileiras impõe a necessidade articular essas estratégias com outras como aquelas observadas no estudo Metodologia de identificação e dimensionamento da precariedade habitacional em pequenos municípios brasileiros: uma leitura a partir dos diagnósticos habitacionais desenvolvidos em cidades da Bahia (DENALDI et al, 2013b).

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Rosana Denaldi é doutora em Arquitetura e Urbanismo pela USP, professora do programa de Pós graduação em Planejamento e gestão do território e do Bacharelado em Planejamento Territorial da UFABC. Flávia da Fonseca Feitosa é doutora em Geografia pela Universidade de Bonn e professora do programa de Pós graduação em Planejamento e gestão do território e do Bacharelado em Planejamento Territorial da UFABC.

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Talita Anzei Gonsales //

> EXPERIÊNCIAS EM PESQUISA-AÇÃO NO PLANEJAMENTO URBANO: resistindo à processos de remoção forçada

O texto tem como objetivo apresentar algumas experiências que se utilizam da metodologia de pesquisa-ação aplicada ao planejamento urbano, por meio da atuação e análise de processos de resistências a remoções forçadas de comunidades vulneráveis de seus locais de moradia. Para isso o texto irá abordar três experiências práticas que se deram o âmbito do projeto de pesquisa e extensão Observatório de Remoções, que atua em processos de remoção forçada no Brasil.

INTRODUÇÃO Pauta frequente nos noticiários nacionais durante as últimas décadas, cenas de remoções forçadas, sobretudo aquelas que condensam situações de violências e violações extremas, vem se tornando cada vez mais frequentes. Trata-se de um processo global, segundo estimativas do Centre of Housing Rights and Evictions (COHRE), grupo que reunia levantamentos internacionais sobre remoções forçadas, entre 1998 e 2008, cerca de 18 milhões de pessoas foram atingidas por remoções em todo o mundo. Entende-se as remoções forçadas como processos coletivos que implicam no deslocamento imposto, e, portanto, que não parte da vontade dos atingidos, de pessoas e famílias, em geral de baixa renda, de seus locais de moradia, seja qual for a justificativa deste deslocamento. Entende-se que as imposições podem acontecer em diferentes formas e graus, resultando também em diferentes níveis de violações de direitos, seja ele o direito à moradia adequada, o direito à gestão democrática das cidades ou o direito à informação. Tratam-se de processos que partem da pressuposição do não-reconhecimento do direito à permanência plena dos atingidos, ou seja, o reconhecimento e a normalização de que os atingidos não possuem o direito à permanecer em seus locais de moradia, impactando frequentemente a população de baixa ou baixíssima renda em territórios populares,

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como favelas, ocupações, loteamentos clandestinos ou outros tipos de assentamentos precários. Territórios quase sempre enquadrados como ilegais, informais ou até mesmo criminosos nos casos mais graves, e que apresentam uma série de condições de precariedade e vulnerabilidade (ROLNIK, 2015). Trata-se de milhares de famílias em situação de precariedade, insegurança habitacional que estruturam suas vidas a partir de uma condição de completa incerteza, a qual Rolnik (2015) chamou de transitoriedade permanente. Tais condições representam impactos diretos e indiretos na vida destas famílias. Além disso, trata-se também de elementos estruturantes da política urbana e da habitacional que, na maioria das vezes, desconsideram as necessidades habitacionais da população de menor renda. Ainda na década de 80, Valladares (1979) discutia, no Brasil, os impactos da política de remoção, apresentando alguns impactos como a desestruturação socioeconômica da população atingida por remoções, já que a necessidade de morar em outros locais (comumente mais distantes) representavam o aumento de gasto com transporte, habitação e outros custos, sendo consequência deste processo, a queda da renda familiar. As experiências a serem abordadas neste texto se dão no âmbito do projeto de pesquisa-ação intitulado Observatório de Remoções, que tem como objetivo mapear processos de remoção forçada de comunidades vulneráveis num primeiro momento, bem como a atuar numa escala aproximada em alguns casos, com a finalidade de compreender como se dão estes processos para os atingidos, quais seus impactos, e sobretudo como buscar alternativas de resistência a estes processos. Dentro do tripé da universidade, composto pelos campos de ensino, pesquisa e extensão, o projeto se debruça, sobretudo, nos dois últimos, entendo-os como campos de atuação que se retroalimentam, sob a perspectiva do planejamento territorial e da (re) produção de territórios mais justos. Neste sentido, as diretrizes que norteiam o projeto buscam priorizar a perspectiva dos atingidos por processos de remoção, sejam eles ameaçados ou removidos, a partir de uma troca que ocorre em campo, entendendo o território em sua complexidade e dinamicidade. Sendo assim, busca-se construir uma leitura territorial a partir de questões encontradas a partir da atuação dos pesquisadores envolvidos em campo, bem como responder às demandas ali encontradas. Busca-se também olhar para determinado território a partir de uma perspectiva multidisciplinar, entendendo ser necessário que diversos campos de conhecimento troquem entre si, com a finalidade de construir uma leitura, e consequentemente uma proposta de atuação que dê conta da realidade, diversidade e complexidade encontrada no território.

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PESQUISA-AÇÃO ENQUANTO ABORDAGEM METODOLÓGICA E DE ATUAÇÃO A principal estratégia a ser utilizada é a pesquisa-ação de (THIOLLENT, 1996; FALS BORDA, 1978), na qual o pesquisador participa diretamente em uma ação junto com outros integrantes de um determinado coletivo, onde pesquisa e ação coexistem através da participação mútua. A pesquisa-ação é caracterizada pelo engajamento e compromisso do pesquisador com a transformação social através do seu envolvimento num conflito ou processo social, cultural ou político, assim como no uso adequado de seus resultados para as comunidades e/ou causas em questão. Fazendo com que o pesquisador se torne um sujeito ativo que colabora com as ações em andamento. Dessa forma, os grupos sociais envolvidos tomam um caráter de interlocutores, e não de objetos de pesquisa. Um dos benefícios da utilização de uma abordagem metodológica participante é a obtenção de dados empíricos através da participação direta do pesquisador no seu objeto de pesquisa, ou seja, sem a necessidade da dependência de intermediários ou interlocutores, fazendo com que o pesquisador vivencie diretamente os processos que busca analisar, proporcionando um aspecto de riqueza de significados para a pesquisa. Por outro lado, Thiollent (1996) e Tripp (2005) ponderam os limites desta metodologia, expondo a necessidade de critérios claros para garantir a cientificidade da pesquisa e o importante questionamento do papel do pesquisador durante todo o processo de ação. A pesquisa-ação reúne estratégias de investigação-ação participativas que tem início a partir de um tema de importância para os grupos sociais envolvidos (neste caso a ameaça de remoção), com o objetivo de combinar diferentes tipos de saberes e ações para a transformação social e a construção de um caminho para autonomia e empoderamento, nos termos de Berth (2018).

O OBSERVATÓRIO DE REMOÇÕES O Observatório de Remoções atua no sentido de identificar e mapear comunidades atingidas por processos de remoção na RMSP, e no aprofundamento da compreensão dos processos de remoção a partir do desenvolvimento de ações colaborativas junto às comunidades atingidas. A demanda pelo mapeamento de remoções surge em 2012, na forma de reivindicação dos movimentos de moradia que buscavam compreender os processos que estavam resultando em remoções, suas dinâmicas, justificativas e geografias. Esta ação tinha como objetivo a incidência na política pública, procurando evitar a acentuação do quadro de déficit habitacional daquele momento, caracterizado pelo grande número de remoções forçadas, bem como

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o grande número de incêndios que aconteceram em assentamentos populares. O mapeamento das remoções buscava também conferir visibilidade a estes processos e às constantes violações de direitos vinculadas a eles. Uma das reivindicações dos movimentos de moradia era olhar para além dos casos específicos, compreendendo onde esses processos estavam localizados e quais as justificativas e dinâmicas relacionadas a eles. Dessa forma, seria possível tanto analisá-los na escala da cidade, quanto construir uma base de dados que demonstrasse que se tratam de processos que sistematicamente atingem a população de baixa renda, piorando a crise habitacional. Assim, os movimentos teriam informações sistematizadas que poderiam ser utilizadas como argumentos para reivindicação, e para organização de sua própria base, a partir da criação de redes de proteção e resistência. Por fim, um dos objetivos em analisar sistematicamente remoções forçadas, trata-se também de levantar e compreender os impactos desses processos para os atingidos e para a produção da cidade. Para a construção dessa leitura, faz-se necessário o cruzamento entre um olhar aproximado no território, mas também uma análise numa escala ampliada, para que seja possível quantificar, ainda que preliminarmente, o impacto desses processos, desde os campos da saúde pública até a conformação dos territórios. Dados mais recentes do Observatório mostram que apenas entre janeiro de 2017 e junho de 2019, o Observatório de Remoções identificou que na Região Metropolitana de São Paulo ao menos 28 mil famílias foram removidas de suas casas e cerca de 170 mil famílias encontram-se ameaçadas de remoção por diferentes motivações, que variam dos mais tradicionais e conhecidos conflitos fundiários até a implementação de projetos ou processos de reestruturação urbana.

Figura 1: Mapeamento colaborativo do Observatório de Remoções. Fonte: Observatório de Remoções (2019). Entre os motivos de remoção levantados a partir dos 820 casos mapeados, nota-se uma diferença entre aqueles em que a remoção já aconteceu, sendo justificados sobretudo pela existência de conflitos

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fundiários que resultam em processos de reintegração de posse (58 casos), seguidos de casos motivados por restrições de ordem ambiental. Já em relação aos ameaçados, nota-se que os principais motivos levantados foram a demarcação de áreas de risco para ocorrência de acidentes geotécnicos, seguidos de conflitos fundiários e projetos de urbanização de favela que pressupõem remoções, seja para desadensamento ou por conta da precariedade habitacional. A distribuição de todos os motivos levantados pode ser vista na figura 2.

Figura 2: Motivos de remoção levantados entre janeiro de 2017 e junho de 2019. Fonte: Observatório de Remoções (2019). Ainda que os números de processos de remoção levantados pelo Observatório de Remoções sejam alarmantes, é importante mencionar que se tratam de dados subdimensionados, já que por tratarse de processos historicamente e sistematicamente invisibilizados, há um grande desafio em relação ao levantamento de informações sobre remoções. O banco de dados do Observatório é composto por meio de uma plataforma colaborativa, na qual pesquisadores, atingidos, defensores populares ou outros perfis podem fazer uma denúncia com o objetivo de incluí-la no mapeamento. Até o presente momento, enfrenta-se uma série de desafios para aprimorar o caráter colaborativo da plataforma. Sendo assim, a maior parte dos dados que a compõem ainda são inseridos pela própria equipe do projeto, porém há diversas iniciativas para aprimorála. Dentre elas a ampliação dos parceiros, com o objetivo de fortalecer uma articulação que possa não apenas aprimorar o banco de dados, mas também apoiar atingidos nestes processos, por meio das mais variadas possibilidades de atuação. Já a segunda frente de atuação do Observatório, o chamado ‘Observando de perto’, debruça-se sobre a compreensão dos processos, seus contextos histórico e político, as correlações de forças existentes, a leitura e compreensão dos sujeitos que conformam os grupos passíveis de remoção, os impactos ocasionados por estes processos na vida dos atingidos, e por fim, a construção coletiva de estratégias de resistência a estes processos.

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Os relatórios de pesquisa do Observatório de Remoções (Observatório de Remoções, 2017; Observatório de Remoções, 2018) trazem relatos de diversas experiências ocorridas no âmbito do ‘Observando de Perto’ que demonstram exemplos deste acompanhamento aproximado em diversas comunidades na Região Metropolitana de São Paulo.

REMOÇÕES FORÇADAS E RESISTÊNCIAS POPULARES Se por um lado encontramos um cenário no qual milhares de famílias passam por um processo de insegurança habitacional, que pode apresentar impactos diretos e indiretos tanto na construção de cidades mais justas, quanto no cotidiano dos atingidos; por outro, é possível identificar alguns casos em que se logrou avançar na compreensão e na construção do que seria uma luta pela permanência, ou contra as remoções forçadas, conformadas a partir de um conjunto de estratégias de resistência (ou sobrevivência), entendidas aqui de forma ampla. Tais instrumentos ou estratégias da resistência podem ser consideravelmente diversos já que, a princípio, respondem à diferentes contextos e justificativas de remoção. A partir da atuação da autora no Observatório de Remoções, foi possível identificar previamente algumas estratégias de resistência utilizadas por atingidos e seus apoiadores frente à processos de remoção forçada. Em alguns casos, a resistência se inicia justamente pelo fato de constituir um campo de apoiadores, em busca do fortalecimento da comunidade, mas também de denunciar, e de alguma forma conferir visibilidade para determinada questão. A partir de então, foram identificados desde a escolha por processos de formação internos, até a mobilização de instrumentos urbanísticos ou construção de ferramentas técnicas enquanto espaços de disputa. De início, é possível perceber que estratégias de resistência à processos de remoção forçada podem se dar das mais variadas formas. Experiências recentes de luta pela permanência podem trazer insumos para analisar àquelas que se utilizam de práticas insurgentes de planejamento para se contrapor às justificativas de remoção, quase sempre iniciadas a partir de uma ameaça de remoção. Tanaka (2017) usa o conceito de planejamento alternativo para se referir às práticas construídas fora dos espaços institucionais do Estado, feita por grupos organizados, que podem ou não estar assessorados por técnicos apoiadores, enquanto uma forma de contestação política. A autora analisa experiências de planejamento alternativo sob a ótica das experiências de assessorias técnicas e do campo internacional do planejamento radical, que envolvem o planejamento insurgente, transformador e progressista. Nestas práticas, a educação popular (FREIRE,

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1996) se coloca como um dos elementos estruturadores para a conquista da autonomia. Através do planejar, questionam-se processos tidos como ‘naturais’, discutem-se o espaço coletivo e a construção do bem comum. Por outro lado, estes espaços de criação e de política se deram no âmbito local, e sabe-se que dificilmente os meios para transformação social e quebras de relação de poder se darão no âmbito local (TANAKA, 2017). Há de se questionar se experiências de resistência à remoção interferem em possíveis alterações da correlação de forças que estão postas nestes conflitos. Miraftab (2016) aponta que, na busca pela construção de um urbanismo humano, é necessário, primordialmente, reconhecer o conjunto de práticas que estão para além daquelas sancionadas pelo Estado, sobretudo aquelas que estão sendo experimentadas em movimentos anticoloniais e anticapitalistas de longa duração. Para a autora, as práticas insurgentes não buscam a inclusão por uma forma, ainda que democrática de representação, mas buscam a inclusão ‘autodeterminada’, ou seja, definida pelas próprias pessoas. Para a autora se faz necessário descolonizar a imaginação do planejamento, por meio do questionamento das escolhas hegemônicas. A leitura do conflito situado no território, dos atores envolvidos e da sua correlação de forças é essencial para compreensão sobre as perspectivas de avanço em relação às estratégias de resistências que podem se utilizar de instrumental do planejamento urbano, subvertendo-o para estimular a resistência e a disputa pela cidade. Importante notar, no entanto, que a maior parte das comunidades se encontra desorganizada ou em estágio bastante embrionário de organização. Para muitas comunidades ameaçadas de remoção ou em situação de conflito, deixar a invisibilidade e anonimato e passar a ter alguma visibilidade pode ser considerado um grande e importante passo no processo de resistência e fortalecimento. No ‘Observando de perto’, busca-se, por meio de um acompanhamento aproximado de comunidades ameaçadas de remoção, por um lado compreender como esses processos se dão, quais seus impactos, quem são os atingidos e as dinâmicas envolvidas. Por outro, busca-se construir colaborativamente estratégias de resistências por meio de iniciativas diversas, como mapeamentos colaborativos, leituras territoriais, contra-narrativas, propostas alternativas, entre outras possibilidades que podem vir a surgir com o objetivo de fortalecimento das resistências aos deslocamentos forçados. Para ilustrar como estas iniciativas se desenvolvem, serão relatados de forma bastante resumida, três experiências de pesquisa-ação aplicado ao planejamento urbano.

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FAVELA DA PAZ A Vila da Paz, como é chamada por alguns, está localizada em Itaquera, próxima ao Estádio do Corinthians, que recebeu a abertura e mais cinco jogos da Copa do Mundo da FIFA em 2014. Naquele momento a comunidade passava pela segunda ameaça de remoção, justificada pela implementação do Parque Linear Rio Verde, que seria construído na mesma área da comunidade, e que, portanto, a removeria completamente. Porém, a exemplo da Vila Autódromo, no Rio de Janeiro, moradores se organizaram junto à diversos apoiadores e construíram um Plano Popular de Urbanização, alternativo à proposta de remoção total, e propondo que o parque fosse implementado e a comunidade fosse mantida, tornando-se um dos exemplos do que denominamos como práticas insurgentes de planejamento. Tratava-se de um período com intensa mobilização popular contra as obras da Copa que removeram comunidades de seus locais de moradia nas diversas cidades-sede, sendo também um momento em que muitos olhos estavam voltados para os impactos do megaevento esportivo. Apesar dos avanços construídos pelas famílias da Comunidade da Paz, surge, em abril de 2017, uma nova ameaça de remoção, agora justificada pela proposta da Prefeitura de São Paulo de construção de um corredor de ônibus financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Mobilidade. O corredor passaria por três comunidades da região: Comunidade da Paz, Miguel Inácio Curi e Francisco Munhoz, as mesmas pelas quais o parque passaria anteriormente. Inspirados pela experiência anterior, moradores mobilizaram a rede de apoio e solidariedade que havia se formado e optaram por se utilizar da estratégia de construção de uma contraproposta técnica baseada nas necessidades e demandas populares para dialogar com o poder público. Dessa forma foi apresentado à Prefeitura de São Paulo um traçado alternativo para o corredor, no qual era possível manter as famílias da comunidade da Paz em seus locais de moradia sem deixar de viabilizar a construção do novo viário. O traçado alternativo constituiu-se numa ferramenta consideravelmente simples do ponto de vista técnico, porém, mais importante que a ferramenta foi o processo de sua construção, que teve como base a experiência anterior de construção do Plano Popular Alternativo de Urbanização. A estratégia foi, portanto, fruto de um aprendizado anterior: buscou-se a replicação da construção de uma ferramenta técnico-política a partir da ameaça de remoção que reuniu em sua construção moradores, universidade, defensores e assessoria técnica com a finalidade de resistir de forma propositiva, ou seja, repensando outras formas de intervenção no território.

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CAMPOS ELÍSEOS No dia 21 de maio de 2017, Prefeitura e Governo do Estado protagonizaram uma ação violenta no bairro de Campos Elíseos, região central de São Paulo, local que abriga o fluxo de usuários de diversos tipos de drogas, conhecido como Cracolândia. A ação, que surpreendeu, sobretudo, as pessoas que moram, trabalham e circulam pelo bairro histórico, ficou marcada pela truculência, falta de diálogo e desrespeito com os moradores da região, sob a justificativa da “guerra às drogas”. Nos dias que sucederam esta megaoperação, diversos episódios demonstraram os interesses do poder público sobre aquele território e caracterizaram inúmeras formas de violação de direitos. No dia 23 de maio, imóveis começaram a ser interditados pela prefeitura e a demolição de uma pensão com moradores dentro resultou em três pessoas feridas. Alguns meses antes da desastrosa ação, em março de 2017, a prefeitura já discutia uma proposta de “revitalização” para a área, lançada no dia o 22 de maio. A princípio, o projeto da prefeitura anunciava a desapropriação de quarenta imóveis distribuídos em duas quadras de Campos Elíseos, as chamadas quadras 37 e 38. Foi neste cenário de violência, atropelo, ilegalidades e falta de diálogo, que diversos grupos, entidades, coletivos, movimentos sociais e indivíduos se articularam no Fórum Aberto Mundaréu da Luz, para pensarem e formularem coletivamente estratégias de ação e resistência às remoções e às violações de direitos que estavam em curso naquele território. Uma das linhas de ação do Fórum foi a construção de uma proposta coletiva de intervenção urbanística e social: o projeto Campos Elíseos Vivo. A elaboração do projeto contou com a participação dos diversos atores que compõem o Fórum, e teve como ponto de partida o levantamento de necessidades e desejos das pessoas que moram, trabalham e circulam pela região. A ideia baseiase na diversidade encontrada no território, nas diversas formas de morar, trabalhar e ocupar, e tem como objetivo abarcar, além da questão urbanística, o campo da saúde, serviço social e cultura. Dessa forma, o projeto Campos Elíseos Vivo surge de uma análise aprofundada e interdisciplinar no território, realizada em inúmeros encontros com a população que ocupa o bairro. O resultado foi uma proposta alternativa, de contraposição ao plano da prefeitura para as quadras. A nova proposta mostrou a possibilidade de se construírem 3500 unidades habitacionais ou comerciais, apenas a partir de imóveis vazios ou subutilizados em Campos Elíseos, sem se precisar remover uma única família, nem demolir prédios tombados pelo patrimônio histórico. Assim como a Favela da Paz, a experiência do Campos Elíseos Vivo se coloca no campo das propostas

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alternativas, e tem como diretriz mostrar que há outras maneiras de intervir no território para além daquela apresentada pelo poder público como sendo a única solução possível. O projeto também pretende mostrar que propostas de intervenção ou planos urbanísticos construídos coletivamente e a partir das necessidades observadas em campo respondem com melhor qualidade às demandas do território.

FRENTE DAS OCUPAÇÕES Na madrugada do dia 1 de maio de 2018, o edifício Wilton Paes de Almeida, localizado no Largo do Paissandu, na região central de São Paulo, um curto-circuito no quinto andar iniciou um incêndio que não pôde ser controlado, culminando num incêndio que provocou o desabamento dos 24 andares que o formavam. A tragédia deixou cerca de 150 famílias que ocupavam o edifício há pelo menos dois anos desabrigadas e sete vítimas fatais. A ocupação era uma das cerca de 60 ocupações de edifícios abandonados que existem no chamado centro expandido de São Paulo. Logo após a tragédia iniciou-se um processo de questionamentos públicos sobre as condições de segurança em outras ocupações. Pressionados pela opinião pública, a Prefeitura de São Paulo iniciou um processo de avaliação das condições das ocupações que eram reconhecidas pela Prefeitura de São Paulo naquele momento. Paralelamente a isso, antecedendo-se à atuação da prefeitura, movimentos, ocupações, apoiadores e defensores populares se organizaram para pensar estrategicamente sobre o que poderia ser encaminhado a partir daquele contexto, já que a opinião pública apontava fortemente para um processo de criminalização, culpabilização e descrédito da legitimidade em se ocupar edifícios abandonados. Dessa forma, logo após o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida diversos grupos se reuniram na ocupação São João 588 para articular a resistência, o que resultou na publicação do manifesto “Quem ocupa, não tem culpa”. Nas semanas que sucederam este episódio a Secretaria de Habitação e a Defesa Civil do município apontaram para um possível ‘rankeamento’ das ocupações a partir da avaliação de suas condições construtivas, o que poderia levar a uma consequente interdição em massa de edifícios e a remoção de centenas de famílias. Porém, com a criação prévia de uma frente de ocupações envolvendo além dos próprios movimentos, assessores técnicos, universidade e defensores populares, foi possível construir uma argumentação técnica para contrapor o discurso do risco e avaliar como construir medidas que visassem a melhoria das condições de segurança nas ocupações. Sendo assim, das 51 ocupações visitadas pela comissão formada entre Defesa Civil, Secretaria da Habitação, movimentos e seus apoiadores indicados,

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apenas três foram interditadas, sendo que as famílias foram atendidas temporariamente pelo programa de auxílio-aluguel. Neste caso nota-se que a proposta alternativa se dá por meio da construção de uma outra forma de olhar para determinada questão, que utiliza-se da argumentação técnica para refletir e reivindicar outra forma de lidar com as ocupações de edifícios abandonados, num momento em que havia uma pressão pública muito grande sobre a condição de segurança das ocupações e, consequentemente, como a prefeitura iria responder a isso.

REFLEXÕES EM CONSTRUÇÃO A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS Faz-se necessário apontar que as três experiências expostas aqui, não se deram de forma linear ou simplificada, conforme é possível inferir a partir da exposição. Muito pelo contrário, tratase de processos conflituosos, contraditórios, cheios de percalços, idas e vindas e permeados de reflexões críticas sobre eles. Porém, optou-se por simplificálos neste artigo com o objetivo de ampliar a gama de exemplos nos quais a pesquisa-ação pode ser aplicada no campo do planejamento urbano para analisar e intervir sobre a produção do território. Nos três casos citados utilizou-se da argumentação técnica como instrumento na luta pela permanência das comunidades ameaçadas de remoção forçada, o que levanta indícios de que estas ferramentas não são apenas técnicas, mas sobretudo políticas. Além disso, reforça-se que nas três experiências, as respectivas ferramentas foram construídas de forma colaborativa; ainda que haja uma série de diferença entre elas, todas apontaram para uma construção compartilhada e coletiva do saber, com a participação de atingidos, técnicos, defensores e apoiadores, utilizando-se de metodologias experimentais de leituras territoriais. Consequentemente, as ferramentas construídas são consideravelmente diferentes entre si, inclusive se analisarmos seu processo de construção, o que nos indica que não há uma receita metodológica, mas princípios que norteiam a construção dessas estratégias. Um outro aspecto que se mostrou relevante, foi a atuação articulada com grupos que mobilizam diversos campos de conhecimento, com a finalidade de ampliar as perspectivas tanto na leitura e análise do território, quanto na proposta alternativa de intervenção. Nessa forma de atuar, conforme relata Miraftab (2016) o planejador profissional passa a ser mais um dos atores discutindo o território, por meio de seu saber técnico, porém em conjunto com outros saberes provenientes de outros atores, o que pode resultar numa riqueza de discussões para a construção da ferramenta. Em diferentes níveis, os casos relatados mostram

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que, além da luta pela permanência, os atingidos estão disputando também o direito de participar no processo de construção das cidades; assim, redirecionam as estratégias de resistência, que passam a ter um caráter propositivo. A experiência da Comunidade da Paz também levanta indícios acerca do aprendizado coletivo após a experimentação de construção de uma ferramenta técnica a partir de práticas insurgentes de planejamento, sendo que, quando a situação de ameaça se repetiu, ainda que por outra justificativa, a comunidade enquanto coletivo se colocou de outra forma, compreendendo que poderia participar tanto do processo decisivo pelo que poderia ou não acontecer em sua comunidade, mas também na construção da alternativa, agora protagonizada pelos moradores. Ainda há muitos aspectos a serem explorados nos exemplos tratados aqui, bem como contradições e complexidades a serem expostas. Porém, esperavase exemplificar algumas formas da aplicação de metodologias de pesquisa-ação no planejamento urbano, seja na escala da metrópole, com o mapeamento colaborativo de processos de remoção, seja na escala local. Entende-se essa forma de atuar como uma possibilidade de articulação entre os três eixos que compõem o tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão como campos que se retroalimentam.

RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTH, J. O que é empoderamento?. Belo Horizonte: Letramento, 2018. FALS BORDA, O. Por la práxis: el problema de como investigar la realidad para transformarla. Bogotá: Federación para el Análisis de la Realidad Colombiana (FUNDARCO), 1978. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MIRAFTAB, F. Insurgência, planejamento e a perspectiva de um urbanismo humano in Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 18, n. 3, p. 363–377, 2016. OBSERVATÓRIO DE REMOÇÕES. Observatório de Remoções 2015-2017: Relatório Final de Projeto. FAU-USP/ UFABC, 2017. Disponível em: http://www.labcidade. fau.usp.br/observatorio-de-remocoes-apresenta-orelatorio-final-de-projeto/ Acesso em: 14 nov 2019. _ _ _ _ _ _ . Observatório de Remoções 20172018: Relatório Bianual de pesquisa. FAU-USP/ UFABC, 2018. Disponível em: http://www.labcidade. fau.usp.br/observatorio-de-remocoes-apresenta-orelatorio-2017-2018/ Acesso em: 14 nov. 2019. ROLNIK, R. “Informal, ilegal, ambíguo”: a construção da transitoriedade permanente. In: Guerra dos Lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015. pp. 169-194.

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TANAKA, Giselle Megumi Martino. “Planejar para lutar e lutar para planejar”: Possibilidades e limites do planejamento alternativo. 2017. 287 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1996. TRIPP, David. Pesquisa-Ação: Uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p.443-466, dez. 2005. VALLADARES, L. do P. Passa-se uma casa. Análise do programa de remoção de favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

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Talita Gonsales é bacharel em Engenharia Ambiental e Urbana pela Universidade Federal do ABC, mestra e doutoranda no programa de Planejamento e Gestão do Território - PGT/UFABC. Pesquisadora do Laboratório Justiça Territorial - LabJUTA/UFABC e do Observatório de Remoções.

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Lizete Maria Rubano e Antonio A. Fabiano Junior //

> LUZ DE DENTRO: trabalho empírico e teoria de projeto

O SENTIDO DO PROJETO: UMA CONSTRUÇÃO A construção do sentido – ou de um outro sentido – do projeto urbano e de arquitetura passa, nos parece, pelo entendimento de seu papel para além das lógicas hegemônicas a que têm servido historicamente. Se o projeto e o plano são mecanismos operantes que efetivam materialmente o mundo (TAFURI, 1985), quando podem ser – já que expressão de lógicas sociais – ações emancipatórias a essas próprias lógicas? Como fazer desse instrumento uma possibilidade de apoio às alternativas voltadas à cidade da vida? A experiência do Fórum Mundaréu da Luz e, mais especificamente, a do Escritório Modelo Mosaico da FAU-Mackenzie aqui relatada, pretende colocar em discussão outras possibilidades ao projeto, considerando processos a que está submetido, outras possibilidades aos elementos constitutivos da disciplina, às maneiras de se aproximar e de reconhecer realidades, o fazer junto (participação e transdisciplinaridade), ainda que cada agente contribua de maneira própria com seu repertório e instrumental.

Figura 1: Produzida pelo EmauMosaico, 2017.

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O MUNDO URBANO NO BRASIL É DESIGUAL: A CONSTRUÇÃO IDEOLÓGICA VIA “REQUALIFICAÇÃO / REATIVAÇÃO DA LUZ / CAMPOS ELÍSEOS” Na disputa pela localização no mundo urbano há violência, expulsão, judicialização, matéria de jornal. E há políticas públicas na realidade brasileira, muitas vezes contrárias à universalização do acesso e do direito à vida nas cidades. Em torno dessa mercadoria (localização) – produzida coletivamente, mas não reprodutível e, por isso, nunca igual (VILLAÇA, 2001), gira a disputa pelas áreas da cidade. Estamos aqui tratando da disputa pelos recursos, “os recursos disponíveis à vida na cidade, que estão sempre sendo disputados entre os usos econômicos e os usos sociais. Como os recursos são os mesmos, a disputa é grande, a não ser que se produzam novos” (SANTOS, 1999, p. 15-26). A disputa pelo território urbano, por meio da propriedade privada da terra, sua valorização e pelos interesses de mercado, é fato declarado e constante nas lógicas das cidades e, essencialmente, nas desiguais cidades brasileiras. A arena da oposição entre o mercado – que singulariza – e a sociedade civil – que generaliza – é o território, em suas diversas dimensões e escalas (SANTOS, 2005, p. 207). Campos Elíseos/Luz, bairros da região central da cidade de São Paulo, abrigam uma população que vive em situação de extrema precariedade e vulnerabilidade. Algumas das possíveis perguntas que surgem quando se estuda essa área são: de que modo esse bairro, que compõe um dos maiores IDHs distritais, abriga esse tipo de informalidade e vulnerabilidade? Quais são os entraves que contradizem os números? A tentativa de resposta às questões colocadas baseia-se numa série de acontecimentos ao longo do tempo, permeados por diversos aspectos estruturais, como a guerra às drogas, a violência nas periferias, a territorialização do tráfico, o abandono do centro, entre outros. Há muitos anos vivem ali famílias de baixa renda e pessoas em situação de rua; mais um caso típico de centro histórico configurado como manifestação de uma nova periferia, cuja situação só foi possível porque o centro acabou por ser “abandonado” pelo Estado que acompanhou o deslocamento das elites e da cidade do negócio para o quadrante sudoeste da cidade, levando consigo os principais investimentos econômicos e de infraestrutura (VILLAÇA, 2001). Algumas áreas do centro histórico, por isso, continuaram a ser habitadas pela população pobre, pelo desinteresse do Estado e do mercado, que ali construiu suas possibilidades de vida, pelas condições formais e informais que o próprio território permitia: há a facilidade de acesso ao transporte público; oferta de equipamentos de saúde, transporte, educação, cultura e lazer; proximidade

Figura 1: Produzida pelo EmauMosaico, 2017. Figura 2: Instituto Pólis + LabCidade (observatório) + EmauMosaico, 2017.

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e possibilidade de relações de trabalho formal e informal; presença de infraestruturas urbanas, aglomeração e densidade para experiências de solidariedade e alternativas de sobrevivência. Os direitos na cidade se apresentam em áreas centrais, o que não se constitui é a cidade como direito para todos, pois sabe-se que essas características acabam por ser atraentes – em algum momento – também para o mercado e para o Estado, que, por meio do processo da chamada degradação urbana, tornam o espaço uma moeda de reprodução do capital, qualificando-o para, posteriormente, atuar de forma violenta e predatória. Campos Elíseos/Luz, representam, hoje, uma das áreas mais violentas do centro histórico da cidade de São Paulo, onde todos os tipos de conflitos se dão, onde inúmeros processos gentrificadores aconteceram e acontecem, onde há ações desmedidamente truculentas desencadeadas pelos aparatos de Estado e onde habita uma população de enorme fragilidade econômica e social. É nessa área que o trabalho de pesquisa e projeto se desenvolveu.

Figura 3: Elíseos e Luz. Em destaque com perímetro em vermelho, as ZEIS, objeto dessa pesquisa. Quadras 36, 37 e 38. Observatório das remoções, FAUUSP, LabCidade, 2017. Adentrar o Campos Elíseos e, essencialmente, as três quadras centrais na nossa atuação (as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) – 36, 37 e 38 próximas ao Largo Coração de Jesus) permitiunos descobrir algumas das dinâmicas sociais que preenchem aquele lugar, ainda que, por vezes, bastante invisibilizadas: • Os aluguéis de cômodos na área variavam (na ocasião, 2018) de R$ 400,00 a R$ 700,00 mensais, em média. • A população moradora conseguia um rendimento mensal de, no máximo, 3 salários mínimos (sendo que um terço dessa população obtém apenas um salário/ mês). • Os rendimentos mensais não são fixos, dado o caráter de trabalho informal que a maioria desempenha.

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• O aluguel pode ser de um pequeno apartamento de um quarto ou apenas de uma cama, por hora, dia, semana ou mês. • São muitos e diversos os arranjos “familiares” e sociais, os agrupamentos de pessoas morando juntas. • Ali a moradia não é apenas transitória: há pessoas que vivem na área, em média, por 6 anos (mas há, também, os que moram há 20 ou até há 30 anos). Algumas pessoas (hoje lideranças sociais), nasceram e viveram por toda a vida em área central. • As crianças estão matriculadas nas escolas da região; há oportunidades de emprego e renda claramente colocadas pelo fato de se tratar de área central (aglomeração e intensidade). • O espaço da casa também é, muitas vezes, o do trabalho: cozinham-se marmitas para venda, consertam-se objetos, vendem-se passagens de ônibus intermunicipais etc. • A área central é alternativa aos territórios periféricos, destino quase sempre determinado e certo da população pobre. (Todas as informações e os dados foram obtidos a partir do documento “Campos Elíseos Vivo”, produzido pelo Fórum Mundaréu da Luz em abril de 2018). Esse processo constituído no tempo – de vida e apropriação pelos mais pobres no bairro – também foi acompanhado por diversas ações e políticas de Estado que colocaram (e colocam), ao território, uma perspectiva de valorização que se anuncia na substituição de pessoas e de estruturas físicas que se apresentam como “frágeis, degradadas e obsoletas”: o final dos anos 1990 e início dos 2000 marcaram a realização de um eixo cultural – reestruturação da Pinacoteca, Estação Pinacoteca, construção da Sala São Paulo – que introduziria a esperada “transformação urbana”, sempre dentro da perspectiva de uma “Nova Luz” que deixaria a velha para trás. Essa “Nova Luz” ativaria um lugar “feio” – ocupado por botecos e hotéis decadentes que abrigavam originalmente os cafeicultores e, agora, a prostituição; edifícios históricos abandonados à própria sorte; pensões; ocupações pelos movimentos sociais – transformando-o. Pensar sobre essas relações entre cultura, intervenção urbana e política pública [...] significa lidar com o enfrentamento de dois mundos cravados num só: aquele dos que têm presença, visibilidade, fala, imagem e forma; e o mundo da ausência, do alheamento, dos nãodizeres [...] (PALAMIN apud KARA-JOSÉ, 2007, p. 16).

Radicalizando essa “Nova Luz”, agora em projeto aprovado pela Câmara em 2005, surgiu a parceria Estado-iniciativa privada e a utilização de instrumentos urbanísticos e fiscais os mais variados (Operação Urbana Centro, AIU-03, ZEIS 3) propondo, inicialmente, um “loteamento” da área – diga-se de passagem, já ocupada – com programas voltados a um polo tecnológico (lei e uma regulamentação estabelecendo incentivos fiscais para a instalação de

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empresas de tecnologia e outros serviços na região), projeto regido por um decreto declarando de utilidade pública algumas áreas passíveis de desapropriação. Estabelecendo, compulsoriamente, a concessão urbanística, o projeto “Nova Luz” acabou por ser inviabilizado pela Fazenda Pública que concedeu liminar em ação, sendo um dos argumentos o fato de o prefeito da cidade não ter promovido audiência com os moradores que seriam atingidos pelo projeto. Entretanto, a área continuou sofrendo ações que revelaram a invisibilidade em que é posta a população que vive seu cotidiano nesses bairros. Uma intervenção violenta na área, desencadeada pelo poder local, que atinge mais diretamente o território, radicalizando uma intervenção não mais travestida de projeto, desencadeou em 21 de maio de 2017, uma ação de demolição e remoção na região de Campos Elíseos nas quadras que são ZEIS, ferindo moradores e destruindo áreas habitadas. O argumento dessas ações violentas foi construído – indevidamente, é claro – considerando o que essa área tem de mais difícil e mais frágil que é a cena aberta do crack e, nela, os espaços públicos que são compartilhados entre o consumo de drogas e as atividades do cotidiano. Embrenhados nessa realidade estão mães maranhenses com seus meninos, mulheres que cozinham e vivem da venda de marmitas, administradoras de hotéis cujos donos estão bem longe dali, idosos que vivem sós, pessoas que passaram por experiências de encarceramento, usuários de crack. Reconhecer essa gente significa associar o estado de abandono de um lugar pelo poder público e pela iniciativa privada, à possibilidade das pessoas empobrecidas, deslocadas do mundo do trabalho formal, encontrarem nesse território suas possibilidades de vida. Essa relação se faz de maneira recorrente nas cidades: acentua-se a precariedade material quando se acentua a social. Do polo cultural, com equipamentos de exceção, passando pelo centro de tecnologia avançada e pela concessão urbanística, pela demolição e pelo desmonte, chega, na primeira década dos anos 2000, a política “habitacional” – que parece, inicialmente, reconhecer também o bairro da Luz como o lugar de moradia e da vida da população pobre – lançada pelo governo do Estado : a Parceria Público-Privada (PPP) da Agência Casa Paulista. O primeiro sorteio (das unidades habitacionais da PPP) foi realizado em 5 de setembro de 2017, com 601 apartamentos, dentre os 190 mil inscritos entre janeiro de 2016 e julho de 2017. [...] Os inscritos devem ter ao menos um dos membros da família trabalhando na área central, renda familiar bruta mensal de R$ 1.108,38 a R$ 5.724,00 e nunca terem possuído imóvel próprio ou financiado. Também não podem ter sido atendidos por programas habitacionais públicos anteriormente. Todos os 190 mil inscritos concorrem. [...] Conforme as regras previstas em edital, serão destinadas 80% das unidades para

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inscritos que moram fora da área central e 20% para interessados que moram na região central. A intenção do Governo é entregar até o fim deste ano 914 unidades habitacionais do Complexo Júlio Prestes. [...] No total, o Complexo compreende oito torres residenciais, com 1.130 moradias de interesse social e outras 72 unidades de mercado popular (Secretaria da Habitação da PMSP, 2018).

Entretanto, como era de imaginar, a PPP não representou uma alternativa para a população já moradora das quadras ZEIS de Campos Elíseos/Luz. Ninguém dali foi sorteado.

CARTOGRAFAR ESTAÇÃO 1: DESENHAR Papel craft (rolo) com perfil (skyline) das fachadas da quadra frontal ao largo Coração de Jesus. Ao longo do período esse skyline vai sendo preenchido com as fachadas de cada edificação. Por sobre esse registro gráfico vamos acrescentando percepções dadas pelo uso (Grupo Mosaico) e pelas pessoas que passarem e que quiserem inserir (com desenhos, pinceladas, recortes de revistas, faixas de cor etc.). Grupo: urbansketchers + André Marques + professores e estudantes Faumack (Emau Mosaico) + Instituto Pólis. Material: rolo craft/grafite 6b/magicolor/pincel/ rolinho de tinta/tinta guache/revistas. Período: 10h30 – 12h30.

Figuras 4a-4b-4c: Lizete Maria Rubano + EmauMosaico, 2017.

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ESTAÇÃO 2: CONVERSAR Cartõezinhos/convite: cada um vai ter uma imagem/elevação das edificações da quadra com endereço (rua e número). Atrás, um pequeno texto contando o que é o mutirão de desenho e desejos. Grupo: LabCidade (observatório) + IAB+ Instituto Pólis + professores e estudantes da Faumack Material: cartões/convite. Período: 10h – 16h.

Figura 5: Instituto Pólis, 2017.

Figura 6: Convites para o mutirão “desenhos e desejos”. Emau Mosaico, 2017.

ESTAÇÃO 3: ADENTRAR 3 grupos de 2 pessoas percorrem a quadra para desenhar esquinas, uso das ruas, ambientação urbana. 3 grupos de 2 pessoas percorrem a quadra com a perspectiva de adentrar (comércio, habitações, pensões, quartos) e desenhar detalhes /conversar. Grupo: LabCidade (observatório) + IAB + Instituto Pólis + professores e estudantes da Faumack. Material: blocos grandes para desenhos externos (ruas, praças, esquinas) + kit desenho (bolsinha com blocos pequenos de sulfite + hidrográficas + grafite 4b/6b). Período: 10h30 – 15h30 (a combinar cada desenho terá: nome da rua/número/nome do morador/tempo de moradia/trabalho/atividades de rotina no bairro.

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Figura 7: Instituto Pólis e Emau Mosaico, 2017. Para os geógrafos, a cartografia – diferentemente do mapa, representação de um todo estático – é um desenho que acompanha e se faz ao mesmo tempo que os movimentos de transformação da paisagem. Paisagens psicossociais também são cartografáveis. A cartografia, nesse caso, acompanha e se faz ao mesmo tempo que o desmanchamento de certos mundos – sua perda de sentido – e a formação de outros (ROLNIK, 1989, p. 15-16). As quadras que se defrontam com o Largo Coração de Jesus são do século XIX, têm edifícios ecléticos, alguns tombados, e pensões, várias reformadas e administradas cuidadosamente por mulheres. Também existem pensões bem precárias, com trincas e vazamentos, alguns edifícios pegaram fogo (casa de Dona Laide, ícone do Programa de Braços Abertos) e outros estão sem uso, esvaziados. Todos, entretanto, conformam a quadra – unidade urbana de referência (PANERAI; CASTEX; DEPAULE, 2013) – que marca e é marcada pelo período em que a cidade se fez ali. São quadras com edifícios geminados, sem recuo (que só vai aparecer com a Lei nº 7.805, de 1972 e que dispõe sobre Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Do Município).

DE FORA E DE LONGE Identificar essa construção da quadra e os arranjos encontrados, a partir dos edifícios geminados, foi fundamental para que se estabelecesse as condições primeiras de reconhecimento. Reconhecimento de que o pressuposto da geminação gerava – diferentemente das quadras do bairro de Moema, por exemplo – blocos construídos que, mesmo não sendo o que Berlage pressupunha para Amsterdã Sul1, acabaram por representar uma situação contrária à “dissolução da forma”. Olhar por fora também é reconhecer conteúdos. Uma de nossas aproximações (que foram acontecendo simultaneamente) foi a do reconhecimento das estruturas físicas, quase que residuais, das quadras conformadas por patrimônio histórico, galpões e pequenas pensões. Havia edifícios ajustados, adaptados e subdivididos em quartos, carcaças de incêndios de anos anteriores, comércios cotidianos, quase todos habitados.

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Lado a lado, os pequenos edifícios demandavam que fossem resolvidas ventilação e insolação, espaços livres e circulações, coberturas utilizáveis e aberturas. Nem sempre foi possível adentrar para conversar mais com os moradores ou para identificar condições de habitabilidade. Mas ainda assim, registramos as marcas de quem habita. Lado a lado, os pequenos edifícios/pensões, quando adentrados, revelaram, também, as maneiras de ocupar e de se viver: os quartos coletivos com camas beliche, os cômodos com móveis no perímetro, a ausência de janela, o fosso, o espaço de trabalho, o uso do corredor pelas crianças, do pátio como espaço gregário e dos terraços-coberturas.

Figura 8: Emau Mosaico, 2017.

Figura 9: Emau Mosaico e É de lei, 2017. Figura 10: Levantamentos de campo: Emau Mosaico.

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Figura 11: Levantamento de campo: Emau Mosaico, 2017.

DE DENTRO E DE PERTO Adentrar as casas, a moradia, que podia ser a cama alugada por algumas noites, significou, novamente, cartografar. Dessa vez a cartografia passava pelos dados a serem registrados de maneira sistemática (número de pessoas, trabalho, renda, relação com o bairro...) e pela folha – quadriculada ou não – que recebia o croqui da casa. A vida, que quase não se vê de fora, começou a ser registrada por duplas. Não era a foto o que nos interessava, mas o desenho que podia captar, num curto espaço de tempo, como cada um preenchia seu espaço, vivia seu cotidiano. E assim foi... Esses registros foram importantes para conduzir o processo de construção de uma ou mais possibilidades de projeto para a área, para reconhecer ali os agenciamentos sociais e espaciais, as pistasque poderiam ser pontos de partida na valoração dos modos de vida, na construção simbólica do habitar, nas efetivas necessidades e urgências de ajustes, no reconhecimento dos desejos que se manifestam e se expressam no espaço da casa, na vida cotidiana.

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Figura 12: Emau Mosaico, 2017.

Figura 13: Croquis – levantamento de campo. Emau Mosaico. Desenhos de Lizete Maria Rubano, 2017.

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UMA MANEIRA DE PROJETAR OU, AINDA, O MÉTODO Projeta-se, muitas vezes, “contra alguém ou alguma coisa: contra a especulação imobiliária e as leis ou as autoridades que a protegem, contra a exploração do homem pelo homem, contra a mecanização da existência, contra a inércia do hábito e do costume, contra os tabus e a superstição, contra a agressão dos violentos, contra a adversidade das forças naturais; sobretudo, projeta-se contra a resignação ao imprevisível, ao acaso, à desordem, aos golpes cegos dos acontecimentos, ao destino. [...] É, portanto, impossível considerar a metodologia e a técnica do projetista como zonas de imunidade ideológica. A sua metodologia e a sua técnica são rigorosas porque ideologicamente intencionadas. A ideologia não é abstrata imagem de um futurocatarse, é a imagem do mundo que tentamos construir lutando: planejando não se planeja a vitória, mas o comportamento que nos propomos manter na luta” (ARGAN, 2001, p. 53). Cabe, ainda neste artigo, apresentar o método projetual que construímos nessa experiência Campos Elíseos/Luz. Interessa-nos discutir e experimentar empiricamente o processo projetual, considerando a contribuição à população moradora na área e formação de profissionais arquitetos e urbanistas comprometidos com seu papel social. Pensa-se, assim, o projeto não como “um conjunto de símbolos com os quais tentamos fixar e comunicar nossa intenção arquitetônica” (GREGOTTI, 2004, p. 13), provido da particularidade de um ator da sociedade – o arquiteto –, como prega Gregotti, mas como função estratégica técnica, ética e estética vindoura, de grupos múltiplos movidos por ações diversas não subordinadas ao traço, mas aos desejos comuns, através da observação da vida como atividade cotidiana, no desejo de pensar a cidade como espaço múltiplo e infinito, livre e vivo, festivo e pulsante, como chamamento que incita a reflexão e a ação à procura de um mundo justo para todos. Como trabalhar com avanços na urgência? Foi a pergunta norteadora do desenvolvimento do projeto. Colocou-se a necessidade de conceber outras formas de produção do espaço, a partir de tantas possibilidades de relações sociais e espaciais – as contraformas –, não como estratégia propositiva assertiva, mas como contraponto à mercantilização do espaço e da vida. “É porque perdemos o contato com a realidade coletiva dos homens – a forma – que não podemos fazer sua contraforma” (VAN EYCK in LIGTELIJN, S. F; STRAUVEN, F, 2008). Nenhum sistema de produção de pensamento é independente dos fatos do mundo e, ao se trabalhar com uma comunidade vulnerável – habitação precária, trabalho informal e dependência química, na escala de saúde pública –, em um local com lógicas de tempo e intervenções no espaço tão imprevisíveis, o processo ganha destaque, uma vez que a ideia de

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Figura 14: Fosso, pátio, terraço, quintal e soleira. Emau Mosaico, 2017.

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produto final não existe. A lógica é outra quando se coloca como busca a proposição de espaços em suspensão em um mundo em queda. Visto que o projeto é tratado de maneira inalterável, tanto espacial quanto quantitativamente, pelos agentes envolvidos em uma Parceria Público-Privada (PPP), as etapas e o desenvolvimento de um trabalho que se construa de forma conjunta e atenda às demandas territoriais de uma população tão heterogênea não têm – como perspectiva – uma proposta fixa e imutável, mas a instrumentalização da comunidade na disputa diária pela permanência nas quadras e pelo direito à moradia digna e central. A partir das aproximações a que nos reportamos anteriormente, elencamos condições motivantes do processo de projeto. Em termos espaciais, foi gerada uma listagem de possibilidades encontradas nas quadras: • Um conjunto expressivo e diferenciado como desenho urbano e arranjo tipológico proveniente dos edifícios geminados, resultado do tempo histórico de constituição do bairro. • Existência de edificações de interesse histórico (com alguns exemplares tombados). • Convívio de funções (áreas de trabalho, sociabilidade, usos coletivos como lavanderias e varais e comércios/serviços) nas unidades de habitação. • As plantas de cada unidade se organizam de forma a abrigar, da melhor maneira, o maior número de demandas possíveis, articulando-se por meio de alguma divisão interna, feita principalmente por móveis, na busca pela construção de identidade nos pequenos espaços de habitação. • A presença de fossos, pátios e terraços, quintais e soleiras como resposta à geminação das construções. • Foram, assim, identificadas as clareiras como estruturas espaciais das quadras, que acabam por conformar, também, espaços de convívio, de estar e de uso coletivo.


Figura 15: Clareiras das quadras de Campos Elíseos: fosso, pátio, terraço, quintal e soleira. Emau Mosaico, 2018. O trabalho de projeto teve como característica intrínseca, a possibilidade de constituir um sistema aberto, constantemente ampliável de discussão e experimentação projetual conjunta, que se renovasse no processo de elaboração coletiva. Exercitouse, assim, o experimento de uma metodologia presidida pelos fatos do cotidiano, alimentando a teoria acadêmica com a pressão da urgência e de solidariedades que, apesar de tudo, resistem. Desse modo, colocou-se a necessidade de conceber outras formas de produção do espaço, relações sociais e contraformas que se opõem à mercantilização do lugar e da vida, no desejo de pensar a cidade como chamamento que incita a reflexão e a ação à procura de constituição de cidadania.

O PROJETO “Então tem qualidade onde a gente mora?”2 Sim, tem. Nos levantamentos realizados, foram reconhecidas e identificadas cinco potencialidades pelas possíveis explorações de áreas vazias intersticiais: a soleira, o pátio, o terraço, o fosso e o quintal.

Figura 16: Fotomontagem das pistas de projeto identificadas no território e desenhos dos levantamentos. Emau Mosaico, 2018. Chamamos de pistas de projeto o que encontramos adentrando os espaços das quadras. Nas clareiras – soleiras, pátios, terraços, fossos e quintais – foi

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possível identificar outros arranjos, para além das necessidades do morar. As soleiras de uso comum nas pequenas cidades, tramam uma relação franca com a rua, porque a casa é pequena, porque se oferece um comércio ou porque pode ser possível colocar um pequeno banco e relacionar o espaço das edificações com calçadas e ruas. Os pátios, áreas alargadas de luz, recebem as máquinas de lavar, as mesas feitas de vários objetos, os animais e as flores de plástico. Os terraços, quando em coberturas planas, possibilitam ver do alto, criar animais e plantas, além de sua função básica de área de secagem de roupa. Os fossos, ainda que dimensionados por lei, são os respiros e a luz; são as aberturas para os corredores longos. E os quintais, ainda que recriados nos corredores, são o espaço externo à casa, ocupados por cães vigias, máquinas e sofás velhos. Ventilação e sol são viabilizados por vazios fundamentais na forma de fossos, pátios, terraços e quintais. Foram encaixadas na lista as soleiras, como linhas da interseção limite entre o público e o privado, usadas como espaço de transição e sociabilidade. As pistas de projeto revelaram-se de maneira intensa e específica. As pistas que identificamos são daquele lugar e de nenhum outro. E como a questão não era valorar a precariedade, mas reinterpretar as possibilidades que se apresentavam ali, foi construída uma hipótese de projeto. O trabalho destaca a utilização das clareiras de luz como uma rede de vazios, criada como um elo de amparo social em um programa de vida, transformando uma resolução técnica da arquitetura – térmico-solar –em cidade ou, ao menos, nesse primeiro momento, em espacialidade coletivizada Essa passou a ser a chave para o entendimento do morar em Campos Elíseos/Luz: morar com luz. Assim, surge a ideia de ancorar o projeto nas cinco pistas encontradas no lugar. Na busca por respeito às dimensões do público e do privado potencializam-se as clareiras com aberturas de pátios e quintais na cota térrea e em altura, em terraços e fossos, impulsionando usos comuns como estruturadores de espaços de convívio nos pavimentos superiores e coberturas. Acredita-se que esses vazios em rede possam criar novas conexões, circulações e usos urbanos ao longo do tempo de apropriação dos espaços.

Figura 17: Estudos para novas densidades, a partir das preexistências. Emau Mosaico, 2018.

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Figura 18: Estudos para novas densidades, a partir das preexistências. Emau Mosaico, 2018.

Figura 19: Possibilidades de agenciamentos de espaços a partir do módulo de instalações sanitárias + vazio. Emau Mosaico, 2018.

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Figuras 20a-b-c: Diretrizes projetuais na escala da quadra. Emau Mosaico, 2018.

O QUE O INSTRUMENTAL DE PROJETO PODE REPRESENTAR (E PROPOR)? UM ENCERRAMENTO QUE CONTINUA A experiência do projeto como representação caracterizou-nos por muitos anos. Representação de um Brasil moderno em que a habitação social coletiva aparecia – e continua aparecendo – como política compensatória. Habitação como projeto, esteve – em alguns raros momentos – associada a “fazer cidade” e quase nunca enfrentando suas condições históricas. Habitação como política pública nasce na terra arrasada, onde todas as contradições são abstraídas (conjuntos do Banco Nacional da Habitação e do Programa Minha Casa Minha Vida e, agora, a PPP de Campos Elíseos, por exemplo) ou como monumento (os exemplares Pedregulho e Gávea, de Affonso Eduardo Reidy e Carmem Portinho), muitos deles nunca finalizados. Ainda que “teses” sobre o morar e enfrentar a cidade desigual nos interessem, cabe-nos, ainda, a tarefa posta pela crítica dos anos 1960 que, mesmo sendo excessivamente disciplinar, colocou a questão do reconhecimento das estruturas construídas historicamente (ROSSI, 1995) e o papel fundamental de uma disciplina que não tocou, na condição moderna, a cidade real, constituindo engrenagem de um mecanismo operante de reestruturação moderna dos territórios (TAFURI, 1985). Ainda que nossa questão, a partir de nosso tempo histórico e condições sociais, passe pelo nó da terra (MARICATO, 2011) e pelo patrimonialismo, os projetos de habitação que compõem as políticas públicas são instrumentos claros de um modus operandi da disciplina que raramente coloca hipóteses novas e estruturais para o tema do projeto de arquitetura e urbano. Algumas exceções são referências nessa pauta do território a partir de Milton Santos (1994, p.16) A experiência do Fórum Mundaréu da Luz /Emau Mosaico tem buscado colocar esse tema em discussão.

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NOTAS

1 - A ideia da construção do bloco foi amplamente defendida por Berlage quando de sua explanação da proposta de expansão para Amsterdã Sul, em 1915: o bloco contrapunha-se às construções isoladas, e garantiria, junto às quadras e ruas, uma definição de espaço urbano como reação à degeneração da forma que se dava com as construções pensadas individualmente, no lote (GRINBERG, 1982). 2 - Pergunta feita por um morador em uma das reuniões de projeto realizadas na área.

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Lizete Maria Rubano ĂŠ doutora em Arquitetura e professora na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Antonio Aparecido Fabiano Junior ĂŠ mestre em Arquitetura, professor na Faculdade de Arqutitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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