Revista A Ordem - Maio/2016

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A Ordem

Fundação Paz na Terra Ano XLIV - Nº 01 Natal-RN / Maio de 2016

MUDANÇA

Arcebispo de Natal fala sobre Revista A Ordem

DESAPEGO

Práticas que podem ajudar a reduzir o consumismo

MERCADO IMOBILIÁRIO

Setor se mantém otimista

Irmãos nas ruas Periferias de Natal são espaços para a evangelização e solidariedade


a ordem | Assunto

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Editorial | a ordem

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a ordem | Editorial

De cara e corpo novos

Neste mês de maio, o jornal A Ordem, da Arquidiocese de Natal, muda de “cara” e de “corpo”. Migra do formato “jornal” semanal para revista mensal, mantendo o mesmo nome, mas com linha editorial diferente e conteúdo mais denso e diversificado, agora sob a responsabilidade da Fundação Paz na Terra, pois compete a ela, de acordo com a sua constituição e estatuto social, assumir a responsabilidade de meios de comunicação como Rádio, Televisão, Jornal e Revista, conforme finalidade, definida no Capítulo I, Artigo 3º: “(...) propugnar pela educação, formação moral, cívica, cultural e religiosa, e pela promoção social do povo, através dos meios de comunicação falada, escrita e televisada, (...) podendo, para tanto, manter emissoras de rádio e televisão (...), jornais e revistas”. A razão da mudança editorial também é simples. Através de um layout moderno, mostrar o “rosto” da Igreja através do seu agir social, religioso e peregrino em todo território arquidiocesano.

Expediente

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

Conselho curador: Pe. Charles Dickson Macena Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra Conselho editorial: Pe. Edilson Soares Nobre Pe. Carlos Sávio da Costa Ribeiro Pe. Paulo Henrique da Silva Pe. Matias Soares Diác. Francisco Teixeira Luiza Gualberto Adriano Charles Cruz, OFS Josineide Silveira Gabriela Olivar Ítalo Amorim Edição e Redação: Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) Luiza Gualberto (DRT-RN 1752)

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FOTO DA CAPA: Brunno Antunes Revisão: Milton Dantas (LP 3.501/RN) Pe. Francisco Fernandes Colaboradores: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz Arthur Gonçalves Edvanilson Lima Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal Projeto e diagramação: Terceirize Editora (84) 3211-5075 www.terceirize.com

Comercial: Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 Impressão: RN Econômico (84) 3201-2630 Tiragem: 2.000 exemplares Assinaturas: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN assinante@arquidiocesedenatal.org.br


Sumário | a ordem

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Apresentação: uma Paróquia com 419 anos de história

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Paróquia de Santa Rita de Cássia: 181 anos de história

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POLÍTICA

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CELEBRAÇÃO

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ESPORTE

CNBB divulga mensagem para eleições deste ano

Famílias e deficientes celebram jubileu

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Pastoral Carcerária acompanha realidade dos apenados

Ciclismo: um esporte completo

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a ordem | Palavra da Igreja

CNBB divulga mensagem

para eleições deste ano

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, no dia 13 de abril, a mensagem para as eleições municipais deste ano. O texto foi aprovado durante a 54ª Assembleia Geral da entidade, que aconteceu em Aparecida (SP), de 06 a 15

do mês passado. A mensagem aborda o momento atual, ressalta o papel dos leigos como sujeitos na política e apresenta os critérios que podem ajudar os brasileiros a escolher seus prefeitos e vereadores neste ano. Confira parte do texto:

MENSAGEM DA CNBB PARA AS ELEIÇÕES 2016

“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca.” (Amós 5,24)

Neste ano de eleições municipais, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB dirige ao povo brasileiro uma mensagem de esperança, ânimo e coragem. Os cristãos católicos, de maneira especial, são chamados a dar a razão de sua esperança (cf. 1Pd 3,15) nesse tempo de profunda crise pela qual passa o Brasil. Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência discriminação e mentiras; e com oportunidades iguais para todos. Só com participação cidadã de todos os brasileiros e brasileiras é possível a realização desse sonho. Esta participação democrática começa no município onde cada pessoa mora e constrói sua rede de relações. Se quisermos transformar o Brasil, comecemos por transformar os municípios. As eleições são um dos caminhos para atingirmos essa meta. A política, do ponto de vista ético, “é o conjunto de ações pelas quais os homens buscam uma forma de convivência entre indivíduos, grupos, nações que ofereçam condições para a realização do bem comum”. Já do ponto

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de vista da organização, a política é o exercício do poder e o esforço por conquistá-lo1, a fim de que seja exercido na perspectiva do serviço. Confiamos que nossas comunidades saberão se organizar para tornar as eleições municipais ocasião de fortalecimento da democracia que deve ser cada vez mais participativa. Nosso horizonte seja sempre a construção do bem comum. Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira dos brasileiros, nos acompanhe e auxilie no exercício de nossa cidadania a favor do Brasil e de nossos municípios, onde começa a democracia. Texto na íntegra disponível em: www.cnbb.org.br Aparecida - SP, 13 de abril de 2016 Dom Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília / Presidente da CNBB Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ Arcebispo São Salvador da Bahia / Vice-Presidente da CNBB Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília / Secretário-Geral da CNBB


A voz do pastor | a ordem

Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

Queridos irmãos e irmãs!

No conjunto da nossa história, sempre é possível mudar. Há mudanças drásticas, algumas são para pior; outras são totalmente inovadoras. A melhor mudança é aquela que ajuda-nos a ser melhores, a ser mais felizes e, o que é mais precioso ainda, quando fazemos a felicidade de outros. O Jornal “A Ordem”, nos seus 80 anos, passou por muitas mudanças. Desde o grande jornal dos inícios, formador de homens e mulheres comprometidos com o desenvolvimento da sociedade, nos seus aspectos fundamentais, como o social e o religioso, passando pelo texto mais enxuto do “boletim informativo”, até a sua atual configuração, fruto do trabalho de agentes mais especializados e profissionais. Agora, o jornal “A Ordem” passará a ser “Revista A Ordem”. Não mudará a sua inserção e o seu valor na Igreja e na sociedade. Uma revista dará mais qualidade e um aporte mais dinâmico ao sentido do meio de comunicação que, com a criação e crescimento da Pastoral da Comunicação, tornou-se, nos últimos anos, um instrumento valioso na difusão da vida, do pensamento e das ações dos diversos atores do cenário eclesial de nossa cidade e de toda a Arquidiocese de Natal. A Revista “A Ordem” nos introduzirá num novo aspecto e visibilidade de nossa comunicação. Desejo que todos os agentes da PASCOM sejam difusores da Revista e usem-na para animar e fortalecer as comunidades no seguimento a Jesus, como homens e mulheres convictos e determinados a ser sal da terra e luz do mundo.

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a ordem | Informe

Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho:

163 Anos Semeando a Paz e o Bem Anadir Pessoa Cavalcante

Assessora pedagógica do Colégio de Nossa Senhora de Fátima

Nos idos anos de 1853, no nordeste brasileiro, mas especificamente na cidade de Bom Conselho, antiga Papacaça, por inspiração do grande missionário Capuchinho Frei Caetano de Messina, nasceu a CIFNBC (Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho). Em 5 de fevereiro de 1853, usado pela misericórdia divina, Frei Caetano de Messina chegou ao povoado de Papacaça e ao se deparar com uma comunidade em estado de degradação humana e social, orou, pediu a intercessão de Nossa Senhora do Bom Conselho, pedindo misericórdia para aquele povo desprovido, rogando forças para iniciar ali a que seria a maior missão de sua vida, de preservar a vida sob a égide do amor, da paz e do bem. A intuição profética, fez acontecer a primeira Congregação Religiosa Franciscana para mulheres nas terras do Brasil. A Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho surgiu quando quatro jovens do lugarejo de Papacaça, Tereza Teixeira Vilela, Natália Gomes Brasileiro, Isabel Gomes Brasileiro e Maria de Jesus Camello, foram acolhidas por Frei Caetano de Messina e se uniram a causa da paz e do bem, a causa incansável de amor. No Rio Grande do Norte o carisma da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho se instalou por meio de três colégios e em três cidades diferentes, o Colégio de Santa Águeda em Ceará Mirim, O Colégio de Nossa Senhora do Carmo em Nova Cruz e o Colégio de Nossa Senhora de Fátima em Natal. O Colégio de Nossa Senhora de Fátima foi fundado na cidade de Natal, na Av. Rodrigues Alves, nº 646, em 19 de março

Colégio de santa águeda Pça. Barão de Ceará-Mirim, 236 Ceará-Mirim - RN, 59570-000 Telefone:(84) 3274- 2033

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de 1952 e com o lema “Educando com Ciência e Amor”. Hoje com 64 anos de existência é referência no município, sobretudo por ter em sua base teórico-metodológica a ciência que apresenta os caminhos e o amor que revela a melhor forma para se percorrer estes caminhos. Com uma atitude acolhedora, inclusiva, desenvolve experiências de formação continuada da comunidade escolar. Todo fazer educativo é desenvolvido considerando o homem como um sujeito que se reconhece, se constitui diariamente a partir do outro, com o outro numa interdependência humana e espiritual. E assim O COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA vem fazendo história na cidade de natal, formando ao longo de mais de seis décadas cidadãos com bagagem científica que lhe proporciona conhecimento dos mais diversos caminhos mais também a melhor forma de percorrê-lo, sem fugir da sua natureza humana e espiritual.

Colégio de nossa senhora do carmo R. Prof. Josépio de A. Duarte, 155 - Centro, Nova Cruz - RN, 59215-000 Telefone:(84) 3281-2231

Colégio de nossa senhora de fátima Av. Rodrigues Alves, 646 – Tirol Cep: 59020-200 - Natal/RN Fone : 3222.2961 / 8765-6214 Site : www.cnsfnatal.com.br Email: cnsf@cnsfnatal.com.br


Assunto | a ordem

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a ordem | Entrevista

Foto: Cedida

Empresário do ramo imobiliário

faz avaliação do setor

O mercado imobiliário é um dos setores que mais vem se desenvolvendo ao longo dos anos. No contexto de crise econômica que o país vem enfrentando, é preciso se manter atualizado e antenado nas mudanças e perfil do consumidor. O empresário Caio Fernandes, presidente da Caio Fernandes Imobiliária, tem vasta experiência neste ramo de atuação e fala sobre os desafios e perspectivas para o setor.

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Entrevista | a ordem A Ordem: De que forma você analisa o mercado imobiliário atual? Caio Fernandes: O mercado imobiliário é regido por fatores indiretos como economia, necessidades de moradia, mão de obra, clima e demandas de oferta e procura. Portanto no momento político e econômico indefinido e assustador em que vivemos, ele se encontra em marcha cuidadosa e bem mais lenta que o normal, fazendo com que as construtoras e incorporadoras analisem melhor e planejem mais pra liberar qualquer lançamento; também faz com que os compradores sejam mais criteriosos e escolham com mais cuidado na hora de sua compra. No entanto, hoje, o mercado imobiliário está excelente para o comprador de imóveis, seja para moradia ou investimento, pois as negociações diante do momento em que atravessam estão favorecendo 100% ao comprador. É quase que um momento de mão única, onde o comprador é tratado como sua majestade e deve aproveitar o momento, pois quando tivermos novamente a estabilidade econômica e financeira, com certeza os preços dos imóveis serão atualizados para acompanhar a valorização e repor eventuais perdas; daí as negociações e preços ficaram mais salgados. Por isso tudo, esse momento é do comprador. A Ordem: Que evoluções você percebeu no ramo imobiliário, ao longo dos anos, já que tem experiência na área? Caio Fernandes: Em primeiro lugar, tem se profissionalizado, formando corretores mais técnicos e profissionais para atendimento ao cliente. Como Natal vinha com uma necessidade grande de moradia vertical, também trouxe muitas novi-

dades e projetos super modernos de empreendimentos imobiliários, além da abertura de financiamento por praticamente todos os bancos terem facilitado bastante a aquisição de imóvel por parte dos compradores, e crédito mais farto para construtores e incorporadores. A Ordem: Quais as suas expectativas para o setor, diante deste contexto de crise econômica? Caio Fernandes: Primeiro, precisamos ter definição política e econômica na atual circunstância que atravessamos; de uma ou outra forma, precisamos ter a certeza de um rumo (bom ou ruim) a seguir, mas a tendência é que no segundo semestre as coisas comecem a voltar ao normal. Ainda temos muito campo e compradores para lançamentos dos mais diversos padrões. A Ordem: Qual o perfil do consumidor, em relação aos empreendimentos imobiliários, na atualidade? Caio Fernandes: Temos dois tipos de compradores: os que precisam de moradia, que vão desde o Minha Casa Minha Vida subsidiado, até as outras modalidades do Minha Casa Minha Vida, que é quase um formato que alcança as categorias de classe média, até aqueles de classe média e média alta que querem buscar maior conforto que o que tem atualmente ou tem necessidade, mesmo por diversos motivos de ir para um empreendimento com a planta maior que onde mora. E os investidores que normalmente adquirem os imóveis para ter uma carteira de aluguéis (muitos) ou os que compram na planta e depois vendem ganhando a valorização que, historicamente, sempre foi muito maior que qualquer aplicação financeira.

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a ordem |

Liturgia daPalavra

Pe. Elielson Cassimiro de Almeida Vigário paroquial da Paroquia da Catedral

Festa de Pentecostes Para nós cristãos, hoje, a solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para a Igreja: a sua manifestação. O Pentecostes marca o nascimento oficial da Igreja para o mundo, embora essa já esteja no mundo com a vinda e o ministério de Cristo que associa a si os doze e os demais discípulos. Essa concepção é correta, embora limitada, pois a compreensão desse mistério de modo algum pode estar separada da visão global do mistério pascal de Cristo. O próprio termo latino “quinquagésima”, correspondente ao grego “pentecostes”. Desde o primeiro Pentecostes cristão, se refere à celebração da “quinquagésima pascal”, ou seja, a unitária celebração solene do mistério pascal que se prolonga por cinquenta dias, desde o domingo da ressurreição até o seu quinquagésimo dia quando o Espírito foi manifestado aos discípulos (cf. At 2,1-11), no dia em que se celebrava o antigo Pentecostes (cf. Ex 19,16-20; Dt 5,4-5). Embora os testemunhos sobre as celebrações pascais nos quatro primei-

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ros séculos da história do cristianismo e, naturalmente, da liturgia cristã, sejam muito escassos, as fontes do período posterior, dos séc. V-VII, são mais ricas de dados e mostram como esse processo de esfacelamento da celebração “global” do mistério pascal de Cristo já se fazia perceber. Faço essa breve exposição a fim de que, na conclusão do tempo Pascal, nós possamos celebrar esse mistério no seu todo, comprometidos com a missão de testemunhar que o Ressuscitado é verdadeiramente o único Senhor de nossas vidas, e, assim, nos abrirmos mais profundamente ao mistério derivado do mistério pascal de Cristo que é a Igreja. Esta, a partir de nós, tem a missão de continuar no mundo a obra de Jesus Cristo, “efetivando” a salvação dada na Páscoa do Senhor na vida de todos aqueles que ouvindo e, convertendo-se à Palavra, desejam fazer o Reino de Deus já presente, operando na vida dos homens e mulheres de hoje, na prática da justiça e no testemunho do amor.


Notas | a ordem

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a ordem | Socioambiental Fotos: Elisa Elsie

Refugo Brooklyn

Consumo e desapego Por Adriano Cruz

Há três meses, mudei de casa para um apartamento. Diante da redução de espaço era preciso gerenciar os objetos, abrir os armários e caixas antigas. Então, tive uma surpresa: pilhas de papeis, roupas esquecidas, livros do ensino médio e até uma velha cuscuzeira perdida nas tralhas. A primeira tentação foi jogar tudo no lixo. E esse é um problema. A quantidade de resíduos e objetos que o brasileiro descarta aumenta a cada ano. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) de 2014, a geração de lixo cresceu 10,36% de 2010 até a data da publi-

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cação. O estudo aponta também que mais de 40% dos resíduos sólidos gerados no país são jogados em lixões e aterros inadequados. E foi revistando o lixo que a fotógrafa natalense Elisa Elsie desenvolveu o trabalho intitulado Refugo, durante uma residência artística em Nova Iorque. Revirando as latas e os sacos em Ponta Negra e no Brooklyn, Elisa apresenta um conjunto de fotografias que nos permitem imaginar o perfil dos moradores, a partir dos vestígios deixados e das fachadas das casas. A curiosidade sobre as coisas abandonadas vem desde a infância. Ela lembra que recolhia restos de tecidos jogados por uma vizinha costureira para usar nas roupas das

bonecas. “O projeto Refugo deu continuidade à minha curiosidade e iniciou uma busca pessoal em descobrir o outro através do lixo depositado na rua. O que descartamos diz muito sobre nós mesmos”, conta. O lixo e a forma como lidamos com o consumo estão ligados, segundo a fotógrafa. “O descarte exagerado é um reflexo da possibilidade de consumo quase que ilimitada dos tempos atuais, estimulado pelas inúmeras facilidades de pagamento, como as infinitas parcelas de crédito”, afirma Elisa. Se há os que descartam facilmente os objetos, sobram os apegados. Sabe aquela camisa amarela que você deixa guardada há anos e nunca usa? Ou aquele vinil arranhado e esqueci-


Socioambiental | a ordem

Refugo Ponta Negra

do num canto? Para a japonesa Marie Kondo, autora do best-seller A mágica da Arrumação (Sextante) podem ser sinais de indecisão na vida. “Selecionar e descartar seus pertences é um processo contínuo de tomada de decisões baseadas nos próprios valores. O ato de descartar aprimora a capacidade de decidir”, afirma. Para a escritora, a forma como sentimos e dispomos as coisas estão integradas. Ela nos ensina que devemos descartar tudo o que não usamos e ficar apenas com as coisas que nos tornam felizes. Para isso, ela propõe o seguinte exercício: segure um objeto, feche os olhos e sinta se ele traz ou não contentamento. Se a resposta for negativa é necessário desapegar-se. “Não consigo imaginar felicidade maior na vida do que estar cercada pelas coisas que adoro. Para chegar a esse estágio, tudo o que você tem a fazer é livrar-se daquilo que não

lhe faz se sentir assim”, afirma Kondo. Ela lembra que o desapego e a diminuição do consumo são exercícios que devem ser cultivados com frequência. Pensando nisso, selecionei alguns livros que já tinha lido e outros que jamais me interessei e decidi participar da Feira Grátis da Gratidão, no Parque dos Eucaliptos, em Candelária. A iniciativa começou em Buenos Aires e se espalhou pelo Brasil. Em Natal, o evento começou no ano passado e tem como o lema “leve o que quiser ou nada, pegue o que quiser ou nada”. O participante pode ir sem nenhum objeto e ainda assim participar. “Eu levei só abraços, mas comi brigadeiro e melancia”, brinca a servidora pública Geórgia Fernandes, participante da última edição. Segundo uma das organizadoras, Pollyanne Azevedo, além de estimular o desapego, a feira reflete sobre

o consumismo exacerbado. “Os bens materiais expostos são doações, desapegos de pessoas que sentem que tem mais do que precisam e, com isso, acabam prolongando a vida útil desses objetos. Conseguimos amenizar o acúmulo de coisas desnecessárias, além de propor vivências onde todos dão e recebem ao mesmo tempo”, disse. Ao terminar esta matéria, olho as prateleiras e sinto que preciso destralhar e reduzir meu hábito de comprar livros, nunca lidos. Lembram da velha cuscuzeira? Ela virou um jarro com ares retrô, uma dica que vi numa página de reciclagem e decoração do Facebook. Ganhei elogios dos visitantes e entendi que o consumo consciente se aprende no dia a dia, como disse o poeta Antonio Machado, “faz-se caminho ao caminhar...”.

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a ordem | Artigo

Comunicação e Misericórdia A comemoração do Dia Mundial das Comunicações Sociais foi instituída pelo Concílio Vaticano II, através do decreto Inter Mirifica, no ano de 1963. A ideia é sempre provocar uma discussão no mundo todo sobre a comunicação, seus protagonistas e seus efeitos. A comemoração acontece sempre na Festa da Ascenção do Senhor, que este ano é dia 8 de maio. Para 2016 o Papa Francisco resolveu acentuar ainda mais a temática da Misericórdia, tema do Ano Jubilar que vive a Igreja Católica. A princípio, você se pergunta: misericórdia e comunicação? O que tem a ver? Não vamos mais discutir o beabá de que toda pessoa é ser de comunicação. Vivemos em plena era digital onde todos já têm consciência de seu papel. O que a mensagem traz para o centro da discussão é a sua responsabilidade em meio a tudo o que é veiculado. Seja profissionalmente ou no uso cotidiano das redes sociais, o que você semeia? De pequenos conflitos em grupos familiares, de amigos, da Igreja até discussões políticas que envolvem todo o bem comum é preciso que haja discernimento para que a semente do amor e da misericórdia sejam presentes,

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Márcia Marques Coordenadora da Pascom no Regional NE 2 - CNBB

favorecendo a paz e a reconciliação. Diz o Papa na mensagem: “Por isso, queria convidar todas as pessoas de boa vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se”. Quando as pessoas se abrem para a misericórdia, para o amor, elas, inevitavelmente, comunicarão mensagens construtivas e semearão a positividade. O avanço tecnológico que nos permite comunicar para e entre um número de pessoas cada vez maior nos chama à responsabilidade e é nesse ponto que o encontro da comunicação com a misericórdia é fecundo. “O encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gera uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade”.


Direito & Cidadania

A Reforma Eleitoral

realmente muda a dinâmica das Eleições de 2016? O país passa por um dos momentos mais delicados da sua recente democracia e, em meio à situação vivenciada pela crise política que o assola, enxergamos o eclodir de novas eleições, agora em âmbito municipal. O brasileiro irá novamente às urnas, em 02 de outubro de 2016. Diante deste contexto, apresenta-se uma nova situação, já que as Eleições de 2016 serão as primeiras depois da recente Lei N.º 12.135, de outubro de 2015, intitulada de Reforma Eleitoral. Mas afinal, o que muda de fato para as novas eleições municipais? A primeira grande modificação objetivou a diminuição dos custos das campanhas eleitorais, já que esta será reduzida pela metade, deixando de ser de 90, para 45 dias, que iniciam em 16 de agosto. O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV também foi diminuído de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto, no primeiro turno. Assim, a campanha terá dois blocos no rádio e dois na televisão com 10 minutos cada. Outro ponto importante diz respeito à impossibilidade da doação de empresas às campanhas, as quais serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário. Muda também prazo de filiação, seis meses antes; o prazo das convenções partidárias,

Leonardo Palitot Advogado Eleitoral

entre 20 de julho e 05 de agosto, e, ainda, o de registro dos candidatos, que deve ocorrer até às 19h do dia 15 de agosto de 2016. Apesar destas e de outras modificações, tem-se a impressão de que a reforma imposta ainda não foi suficiente para garantir a oxigenação das eleições, sobretudo diante da dificuldade ao surgimento de novos nomes para a política. Assim, é bom que o eleitor esteja atento e vigilante, já que mudar um pouco a forma não significa alterar a essência, que é o que, de fato, precisamos.

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Foto: Brunno Antunes

a ordem | Vida Pastoral

Atuação da Pastoral

Pastoral vai ao encontro dos

irmãos em situação de rua

Agentes promovem a evangelização e levam solidariedade para pessoas que vivem esta realidade das ruas na capital potiguar Uma palavra de conforto, o pão, a Palavra, o gesto solidário. Essas são algumas das atitudes esperadas da sociedade por aqueles que vivem a realidade das ruas. Um grupo pastoral da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, no bairro Mirassol, em Natal, decidiu ser presença na vida

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das pessoas que vivem esta situação, promovendo a evangelização e levando a solidariedade. A Pastoral dos irmãos em situação de rua da paróquia foi fundada em abril do ano passado e conta com aproximadamente 20 agentes, que se revezam, quinzenalmente, para realizar um


Foto: Brunno Antunes

| a ordem trabalho junto às periferias da capital. A atividade acontece sempre à noite, na quarta ou sexta-feira, iniciando com um momento de oração, na Igreja matriz de Santo Afonso. Em seguida, os agentes saem em caravana com destino aos bairros da Ribeira, Alecrim, Barro Vermelho, entre outros, para visitar os irmãos de rua. Durante a visita, é distribuído um lanche, momento em que os agentes também podem conversar com essas pessoas e descobrir a realidade de vida que enfrentam. Muitos pedem para sair desta condição. Pedem um emprego, uma consulta médica, uma roupa, ou, simplesmente, um abraço. O grupo é coordenado por um casal e dois jovens, que preferiram não ser identificados nesta matéria. A cada visita é realizado o atendimento de cerca de 40 irmãos de rua. As pessoas que são atendidas pela pastoral, vêem os agentes como anjos. É o que afirmou Marcílio Ferreira da Silva, de 43 anos, que vive nas ruas do bairro Ribeira. “Deus colocou estas pessoas em nossas vidas. Só tenho a agradecer. Graças ao trabalho deles, estou conseguindo fazer um tratamento dentário. Consegui fazer meu RG. Sem contar no apoio emocional que recebemos. Tenho fé que um dia vou sair dessa condição”, relata. Atualmente, Marcílio faz “bico” como pastorador de carro no bairro do Alecrim. Mas, seu desejo é de estudar e atuar no mercado de trabalho. Segundo o grupo que desenvolve o trabalho, o que eles percebem em relação aos irmãos de rua, é que, muitas vezes, o que falta para uma mudança de vida, são as oportunidades. “Percebemos que eles querem sair dessa vida, mas, o governo, as instituições e a sociedade de um modo geral, não proporcionam esta mudança.

Isto pode acarretar no aumento da violência, porque essas pessoas podem ingressar no mundo da criminalidade e marginalização”, enfatiza a coordenação. O grupo tem atraído a participação de diversos jovens, vindos, principalmente dos encontros, como Segue-me, EJAC, entre outros. Amanda Nobre (21) é uma dessas jovens que se sentiu motivada a participar do trabalho, principalmente pela proposta e atuação que representa para a vida da Igreja. “Quando ouvi no Segue-me sobre este tipo de trabalho, fiquei empolgada em participar. Ajudar o próximo, seja da forma que for, é uma maneira de colocarmos em prática a nossa fé”, diz.

Grupo com o vigário paroquial, padre Carlos Sávio

SAIBA MAIS O trabalho da pastoral acontece a cada 15 dias, com visitas as quartas e sextas-feiras, a partir das 19h30, saindo da Igreja matriz de Santo Afonso, no bairro Mirassol, em Natal. Aqueles que desejarem participar podem procurar o grupo nestes dias e horário. Outras informações ligue: (84) 3615-2855.

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a ordem | A Parรณquia

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A Parรณquia | a ordem

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Fachada da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação

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Foto: José Bezerra

a ordem | Paróquias


Paróquias | a ordem

Uma Paróquia com

É possível imaginar uma época em que a cidade de Natal não contava com nenhum padre? Sim, e isso foi durante 1645 a 1656, logo após a invasão holandesa. E uma época em que, no Rio Grande do Norte, havia apenas uma paróquia? Atualmente, só a Arquidiocese de Natal conta com mais de cem paróquias e áreas pastorais. A primeira paróquia criada, no Rio Grande do Norte, foi a de Nossa Senhora da Apresentação, que, hoje, se resume ao território da Cidade Alta, em Natal. Segundo pesquisas feitas pelo Padre Normando Pignataro Delgado (in memorian), no livro “Paróquias potiguares – uma história”, a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação foi criada através de um alvará régio, datado do ano de 1597. A Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, também conhecida como antiga Catedral, é a edificação mais antiga do Estado, depois da Fortaleza dos Reis Magos. A construção foi acontecendo conforme o crescimento da cidade de Natal. As dimensões da igreja primitiva eram correspondentes à capela-mor da atual edificação. Atualmente, somente os alicerces podem ser vistos, preservados sob um vidro.

Foto: Cacilda Medeiros

419 anos de história

ENDEREÇO A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação fica situada na Praça André de Albuquerque, s/n, na Cidade Alta, Natal. Está aberta para visitação, de segunda a sexta-feira, das 9 às 13h e das 15 às 19h

Padre Flávio Herculano, pároco

Uma Igreja Catedral A Diocese de Natal foi criada a 29 de dezembro de 1909, pela Bula Apostolicam in Singulis, do Papa Pio X, desmembrada da então Diocese da Paraíba. Com a criação da Diocese, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação foi sagrada Catedral. Em 1988, quando o templo já se tornara pequeno para acolher os fiéis, foi inaugurada a Catedral Metropolitana. No decorrer de mais de quatro séculos, muitos padres já passaram pela administração dessa paróquia. Entre eles, Padre Ambrósio Francisco Ferro, cujo nome consta hoje entre a lista dos Bem-Aventurados Mártires de Cunhaú e Uruaçu; e o Padre João Maria Cavalcante de Brito, conhecido como o ‘santo de Natal’. Desde 23 de junho de 2013, a Paróquia tem como pároco o Padre Francisco Flávio Herculano.

MISSAS: Segunda a sábado: 17h30 Domingo: 6h, 9h, 17h30

SECRETARIA PAROQUIAL: Funciona no Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo Sales, na Rua da Conceição, 615, Cidade Alta, de segunda a sextafeira, das 9 às 13h e das 14h30 às 19 horas, e aos sábados, das 9 às 12 horas.

SAIBA MAIS: www.apresentacao.org.br www.facebook.com/ apresentacaonatalrn Tel.: (84) 2020-9085

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Foto: Cacilda Medeiros

a ordem | Paróquias

Paróquia de Santa Rita de Cássia

181 anos de história Fachada da Igreja Matriz de santa cruz

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É tradicional na fé católica, a devoção a Santa Rita de Cássia, conhecida com a padroeira das causas impossíveis. No território da Arquidiocese de Natal, apenas duas paróquias são dedicadas à santa. Uma delas está situada no município de Santa Cruz, distante 115 Km de Natal, que conta com 181 anos de história e devoção. De acordo com o livro “Paróquias potiguares – uma história”, de autoria do Pe. Normando Pignataro Delgado (in memoriam), em 27 de março de 1835, pela Lei Provincial nº 24, a capela foi elevada à condição de Igreja matriz da freguesia de Santa Rita da Cachoeira. Logo depois, a sede da paróquia foi transferida para a outra margem do rio, com o nome de Santa Cruz do Trairi ou Santa Rita da Cachoreira. A paróquia teve como primeiro pároco, o Pe. Camilo de Mendonça Furtado. Da criação até os dias atuais, já foram 29 párocos que passaram pela comunidade. Atualmente, quem está à frente dos trabalhos paroquiais é o padre Vicente Fernandes da Silva Neto. Segundo Pe. Vicente, no período de 1952 a 1962, a paróquia teve como pároco o Mons. Emerson Deodato Negreiros que, na época, fez uma reforma de proporções amplas, na Igreja matriz, aumentando a sua estrutura. “Contam que, na época, o Mons. Emerson foi consi-


Paróquias | a ordem Foto: Rivaldo Jr.

ENDEREÇO Praça Presidente Vargas, 80 – Santa Cruz.

padre Vicente Fernandes da Silva Neto, pároco

derado como um louco, porque com a reforma, a Igreja matriz ficou grande para o número de fiéis daquele tempo. Na verdade, ele foi um revolucionário, pois pensou no futuro e não naquele momento. Hoje, a Igreja se torna pequena para o número de pessoas que a frequentam”, conta. Santuário de Santa Rita No ano de 2010, a Paróquia ganhou um Santuário dedicado à padroeira da comunidade. A cada final de semana, cerca de 4 mil fiéis visitam a imagem, que mede cerca de 56 metros, sendo considerada a maior estátua das Amé-

ricas, desbancando a do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que mede 30 metros e até imagens não católicas, como a Estátua da Liberdade, em Nova York (EUA), que mede 46 metros. Todos os finais de semana, o Santuário conta com uma programação própria de atividades. O Complexo de Santa Rita de Cássia conta com capela, sala de promessas, sala do Santíssimo, praça do romeiro, auditório, restaurante, lanchonete, lojinhas, mirante, banheiros e estacionamento. Está em processo de construção, um teleférico que levará os peregrinos até o Santuário. A previsão de entrega é em dezembro de 2018.

MISSAS: Igreja matriz: Terça, quinta e sexta-feira – 18h; Sábado – 10h; Domingo – 07h e 19h. Todo dia 22, Missa da Coroa de Santa Rita, às 12h Santuário de Santa Rita: Quarta – 16h; Sábado – 11h; Domingo – 10h e 14h

SECRETARIA PAROQUIAL: Terça a sexta-feira, das 08h às 12h e das 14h às 18h. Sábado, das 08h às 12h e domingos, das 06h30 às 09h.

SAIBA MAIS: Tel.: (84) 3291-2112

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a ordem | Artigo

Segurança Pública:

José Dantas de Paiva Coordenador Estadual da Justiça da Infância e da Juventude do RN

o contexto social em que vivem crianças e adolescentes. O que fazer?

Hoje, mais que ontem, vive-se um momen- ato infracional. São muitos os adolescentes mortos to social de intensa ebulição, sem que a família, pela violência. Mensalmente, os cartórios de Natal a comunidade, a sociedade em geral e o poder informam à Coordenadoria da Infância e da Juvenpúblico tenham se preparado para enfrentá-lo e tude os nomes deles. É um caminho “quase” que conduzi-lo. As mudanças foram “muito mais rápi- sem volta. Os adolescentes, por várias razões, estão das” que as iniciativas do Poder Público, trazen- sendo seduzidos pelo tráfico. Os adolescentes também são vítimas do uso do fatos que comprometem a estabilidade social como, por exemplo, o aumento de crimes contra inconsciente e desassistido da internet e das recrianças e adolescentes, quando não são estes os des sociais. Aqui, percebem-se várias situações. próprios autores de condutas infracionais; o tráfico Primeiro, a possibilidade de serem vítimas de pedófilos, sequestradores, estelioe o uso de álcool e outras drogas, natários, exploradores sexuais e muitas vezes em casa e nas escooutros criminosos que “rondam” las; a exploração e o abuso sexual; esses instrumentos de comunio trabalho precoce; o uso inconscação social. Depois, “a inclusão” ciente e solitário das redes sociais, em um mundo virtual, imaginádentre outros fatos que alteram o Os adolescentes rio, de ficção. Alguns adolescencomportamento humano. também são tes chegam a relatar as frustraSão várias as causas que comvítimas do uso ções que sentem depois de “uma prometem a segurança social inconsciente e viagem” pelo mundo virtual das e que atingem, diretamente, a redes sociais e ante a impossibicriança e o adolescente. No endesassistido da lidade de ter aquela “felicidade” tanto, duas são atuais e merecem internet e das ou os bens materiais das pessoas destaque tanto na reflexão de redes sociais”. que ali se expõem. Muitos são cada cidadão quanto na elabotentados a conseguir “pelo meio ração de políticas públicas: a vimais fácil”, cometendo atos intimização de crianças, em menor fracionais. número, de adolescentes e de joO caminho da prevenção é promover os Direivens envolvidos com o tráfico e o uso de álcool e outras drogas; e o outro é o uso inconsciente tos Fundamentais na área da saúde, do respeito, à e desassistido da internet e dos demais serviços liberdade, à dignidade da pessoa humana, à conprestados pelas redes sociais, como o Facebook, vivência familiar e comunitária, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à profissionalização e a Instagram, o WhatsApp e outros aplicativos. Quanto às drogas, a experiência como Juiz da proteção no trabalho, com qualidade. A criança e o adolescente só buscam “lá fora” Infância e da Juventude tem mostrado que a droga, ilícita, é, de fato, uma das causas que levam o aquilo que eles não conseguem dentro de casa, ou adolescente tanto ao óbito quanto à prática do da escola.

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Assunto | a ordem

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a ordem | Para conhecer

Turismo & Cultura

Rosângela Farias

Diretora Comercial Dandara Turismo Viagens e Eventos Diretora de Cursos ABAV / RN

Foto: José Bezerra

Turismo religioso

fé e devoção

Santuário de Santa Rita em Santa Cruz

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Livros&Filmes O Circuito Turístico Religioso apresenta-se de várias formas de manifestação da Fé, dentre elas peregrinações, caravanas, romarias compostas por jovens, melhor idade e pastorais. São milhares de pessoas que, diante de um Santuário, Paróquia ou gruta, clamam aos pés do santo por um milagre ou agradecem por bênçãos concebidas. Os representantes da igreja acolhem os grupos com narrativas bíblicas que marcaram a história do Cristianismo, referências que levam o devoto, o peregrino, o turista, a vivenciar uma experiência de Fé e União. No Estado do RN, podemos citar Santa Cruz, terra de povo hospitaleiro, conhecida como Cidade Santuário,onde está erguida uma estátua com 56 metros de altura que homenageia Santa Rita de Cássia, história marcada por milagres e perseverança a Deus. Aos pés da estátua, pode-se contemplar e rezar diante de uma relíquia de 1º Grau Ex – Ossibus - Fragmento de osso de Santa Rita de Cássia. Além da imagem, o santuário é composto por capela, sala dos milagres, praça do romeiro, auditório, restaurante e estacionamento. É um lugar, que abriga uma série de referências que conduz o devoto a vivenciar um momento de renovação. O turismo religioso é o principal elo de desenvolvimento econômico da cidade, como a presença de museus, cachoeiras, espaços culturais e outros monumentos, que vão além do aspecto religioso, propiciando ao visitante a interação com a comunidade através da cultura popular expressa na criatividade do artesão, na música e danças folclóricas, misturando talentos nas mais variadas artes. É o Turismo Religioso acolhendo o visitante de todos os “cantos” do mundo, tornando o sertanejo conhecido e valorizado por aquele que decidiu ir além do mar... um sertão de “terra rachada”, rico de pessoas que tem Fé e Devoção como alimento espiritual e cultural.

Viver com fé, o livro escrito a quatro mãos por Cissa Guimarães e Patrícia Guimarães, apresentadora e diretora do programa de mesmo nome, exibido pelo canal pago GNT. O livro relata as histórias de pessoas que tiveram suas vidas transformadas, a partir de suas experiências de fé. Uma leitura agradável e ao mesmo tempo emocionante. (Sugestão do Pe. João dos Anjos – Pároco da Paróquia de São Miguel Arcanjo – São Miguel do Gostoso)

O livro “A história da cidade do Natal”, se trata de uma obra do pesquisador potiguar, Luiz da Câmara Cascudo. Nesta obra, ele faz um apanhado histórico acerca da edificação e consolidação da capital potiguar chamada de Nova Amsterdã. (Sugestão de Thiago Marques – turismólogo)

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Foto: Cedida

Foto: Cedida

#SELIGAAI

Estudo do Youcat

Arthur Cabral Gonçalves Agente pastoral da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório

A ideia de estudar o Catecismo surgiu em 2012, quando dois amigos, que comigo participavam do Segue-me da paróquia de Santo Afonso, no bairro Mirassol, em Natal, se mostraram interessados em conhecer melhor sobre a fé da Igreja. Convidamos alguns amigos seguidores e, desde então, começamos o estudo do texto integral do Catecismo, em consonância com o que pediu o Papa Bento XVI aos jovens: “Estudai o Catecismo! [...] Estudai-o no silêncio do vosso quarto, em duplas, formai grupos e redes de estudo, trocai ideias pela In-ternet. Permanecei em diálogo sobre a vossa fé!”. Em 2015, outros jovens de nossa paróquia se interessaram em iniciar o mesmo estudo, inspirados no grupo que até hoje persevera neste caminho. Hoje, ambos os grupos contam, ao todo, com cerca de 25 jovens e adultos, que a cada encontro quinzenal buscam compre-ender e viver melhor a riqueza da fé católica. O objetivo dos grupos de estudo é ajudar aos jovens para que, uma vez esclarecidos sobre a fé que receberam no batismo, possam ser agentes de pastoral atuantes e comprometidos na paróquia e propagar tudo aquilo que foi refletido no grupo, além de inspirar e auxiliar na formação de outros. A cada dia que nos encontramos é um novo aprendizado e um revigoramento e se torna ainda mais profundo o significado da frase do nosso co-padroeiro Santo Agostinho: “Crê para compreender, compreende para crer”. 30 | Maio de 2016

Ilumina Fé está de volta!

Edvanilson Lima – integrante da equipe organizadora do IluminaFé

O Ilumina Fé é uma vigília organizada pelos jovens da Arquidiocese de Natal, que oferece momentos de adoração, intercessão e catequese. Participei pela primeira vez dessa vigília, em 2013, quando estava na expectativa para a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), do Rio de Janeiro. Sem dúvida, foi um dos momentos mais especiais que vivi em preparação para o tão esperado encontro com o Papa Francisco. A vigília foi organizada com esse objetivo: preparar os jovens de nossa Arquidiocese para a JMJ. Durante as edições do Ilumina Fé, que na época era realizado somente na Catedral Metropolitana de Natal, pude conhecer outras realidades juvenis, partilhar experiências e fazer novas amizades, o que enriqueceu a minha caminhada como jovem engajado em pastoral. Em 2016, estamos voltando a realizar o Ilumina Fé, com uma nova proposta. A vigília, agora, não tem mais como única motivação a preparação para a JMJ e vai passar a ser realizada também nas paróquias. Então, fica o convite a todos os jovens para que venham participar conosco deste momento que foi tão especial na minha vida e na vida de tantos jovens de nossa Igreja arquidiocesana. O próximo Ilumina Fé está marcado para o dia 21 de maio, iniciando com Celebração Eucarística, às 22h, na Catedral Metropolitana de Natal.


Espiritualidade | a ordem

Coluna da Misericórdia Dom Heitor de Araujo Sales Arcebispo Emérito de Natal

Devoção

Mariana

Há poucos dias, ouvi em Aparecida que, no ano passado, doze milhões de devotos de Nossa Senhora visitaram o belo Santuário dedicado à Mãe de Jesus. É impressionante ver, aos domingos, o número de pessoas, que chegam de ônibus ou em automóveis. Uma peregrinação oficial da Arquidiocese do Rio de Janeiro se compunha de mil ônibus. Podemos nos perguntar por que tanta gente é atraída por uma pequena imagem de 33 centímetros de altura, sem beleza artística. Sobre esta pequena imagem sabemos que, no próximo ano, se celebra com grande programação, o terceiro centenário do seu encontro por pescadores. Seria um fato sem importância. Mas há algo muito mais importante a considerar: a Mãe de Jesus, desde o começo da Igreja, deve ter tido a mesma atenção, amor e veneração como a mãe de qualquer amigo nosso o tem para nós. Assim é que no ano 431, houve o terceiro Concílio Ecumênico na história da Igreja, realizado na cidade de Éfeso proclamando Maria Theotókos, palavra grega que significa Mãe de Deus. Houve grandes comemorações naquele dia em Éfeso para confirmar a fé na maternidade divina de Nossa Senhora. Nós consideramos o mês de Maio, como um mês em que, de maneira especial, queremos homenagear a Mãe de Deus. É uma alegria prestar louvores a essa pessoa tão importante para nós, pois nos deu o Salvador, Jesus Cristo. Também, nos dá uma grande confiança, quando nas dificuldades nos lembramos das palavras de Jesus no Calvário, dirigidas a São João: “Eis aí tua mãe”. E a Maria: “Eis aí teu filho”. Desde os primeiros anos, sempre se acreditou no que João representava para todos nós.

Caríssimos irmãos e irmãs, O Papa Francisco convocou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia e a Santa Sé programou diversas iniciativas sob o tema ‘Misericordiosos como o Pai’ que, para além do Vaticano, refletem-se nas dioceses, com um calendário e programação próprios. Em nossa Arquidiocese, o nosso Arcebispo D. Jaime publicou, em sua carta pastoral para o Ano da Misericórdia, o calendário das celebrações e atividades próprias para o Ano da Misericórdia. Dentro deste calendário já celebramos o Jubileu dos Funcionários, no dia 29 de dezembro de 2015, na Catedral Metropolitana, que contou com a participação de centenas de colaboradores da Arquidiocese, das Paróquias e Instituições que servem a Igreja em Natal. No dia 5 de março aconteceu a celebração das 24 horas para o Senhor, com um grande mutirão de confissões que aconteceu na Catedral e em todos os outros lugares que tinham a Porta Santa. Milhares de fiéis buscaram realizar peregrinações e confessar-se para passar na Porta da Misericórdia. Os Sacerdotes se dividiram nos santuários de cada zonal para atender os que buscaram o Sacramento da Reconciliação. No último dia 24 de abril, na Capela de Nossa Senhora das Candeias (Porta Santa) e no Santuário Chama de Amor (Celebrações), em Canguaretama, centenas de crismandos, catequistas e tantos fiéis leigos, juntamente com os Padres e o Arcebispo, celebraram o Jubileu daqueles que se preparam para receber o Sacramento da Maturidade. Foi um momento intenso de reconciliação, louvor e Eucaristia. Neste mês de maio, especialmente dedicado a Nossa Senhora, dois jubileus serão celebrados: o Jubileu das Famílias, dia 15 de maio, e o Jubileu dos Portadores de Deficiências, Enfermos e seus cuidadores, no dia 29 de maio, no Santuário dos Mártires, em Nazaré. À Virgem da Apresentação confiamos todos os que irão viver com alegria e fé estes momentos intensos de celebração e fé. Comissão Arquidiocesana do Ano Jubilar da Misericórdia Maio de 2016 | 31


a ordem | Espaço Infantil

‘Vivenciando com os Pais’

O espírito de família é uma das principais características do estilo marista de educar. Neste sentido, o Colégio Marista de Natal vem cada vez mais investindo na aproximação entre a família e a escola, ciente de que esta parceria é essencial para formar bons cristãos e virtuosos cidadãos. O projeto ‘Vivenciando com os Pais’, voltado às famílias dos educandos da Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental, segue essa premissa. A atividade reforça a parceria escola-família e, este ano, tem como base o tema da Unidade Educacional: ‘por uma escola que cuida ao redor de uma mesma mesa’. A ideia é que os pais dos educandos vivenciem as experiências e os processos vividos pelos filhos. “Os pais vivenciam, na prática, a rotina dos filhos, que vai desde a acolhida, passando pelas atividades pedagógicas, intervalo para lanche e atividades com os educadores especialistas”, explica Olga Mourad, coordenadora da Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental. Há ainda: intervalo para lanche, lições de casa com a participação e envolvimento de toda a família e piquenique literário (neste momento será permitido a interação com o filho para um momento lúdico de leitura). “A nossa intenção é

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Irmão José de Assis Elias de Brito, diretor do Colégio Marista de Natal

que os pais compartilhem suas habilidades com o Colégio, executando um papel ativo no processo educacional”, diz Olga. O projeto, segundo o Irmão José de Assis, diretor do Colégio Marista de Natal, contribui significativamente para enriquecer a parceria escola-família. “Sendo uma das principais características do nosso jeito de pensar e viver a educação, a relação entre escola e família contribui diretamente para o sucesso educacional de nossos educandos, uma vez que facilita o estabelecimento de parcerias, acordos e experiências pedagógicas diversas”.

Foto: Assecom Marista

Marista reforça parceria escola-família no projeto


Em ação | a ordem

Pastoral Carcerária O cárcere é considerado uma realidade difícil para aqueles que o enfrentam, mas, a vivência neste ambiente pode ser amenizada com o apoio humano e espiritual. Esta é uma das linhas de atuação da Pastoral Carcerária nos centros de detenção, em todo o Brasil. No território da Arquidiocese de Natal, um grupo, composto por aproximadamente 65 agentes, faz o acompanhamento dos apenados, em 14 unidades prisionais, com a realização de visitas e celebrações de missas. Além disso, o grupo também presta assistência nas audiências de custódia, na 3ª Câmara cível, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, que funciona no bairro Ribeira, na capital potiguar. Segundo Guiomar Veras, coordenadora arquidiocesana da pastoral, o trabalho tem gerado resultados positivos. “A pastoral tem uma credibilidade, tanto por parte do preso, quanto por parte dos servidores do próprio sistema prisional, que, mesmo com todas as dificuldades, vê no grupo um ponto de apoio, dentro dessa realidade tão difícil, tão árdua, que é a realidade carcerária”, frisa. No próximo mês de novembro, será realizado o jubileu dos presos, inserido nas comemorações alusivas ao Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. Como preparação para a vivência desta atividade, a cada mês está sendo realizada uma missa em cada unidade prisional, inserida no território da Arquidiocese de Natal. No último mês de abril, a celebração aconteceu no pavilhão feminino, do Complexo de Detenção Dr. João Chaves, na zona norte de Natal. Para Daffny K. S. D, de 24 anos, que está presa na unidade, o apoio da pastoral tem contribuído para uma mudança de vida. “Estar aqui não é fácil. Temos consciência do que cometemos e que devemos pagar por isso, mas, a pastoral nos dá fortaleza e apoio, para conseguirmos nos reabilitar”, destaca. Na Central de Custódia, na Ribeira, o trabalho da pastoral é feito junto aos presos em flagrante, com acompanhamento das audiências. É aplicado um questionário socioeconômico, elaborado pelo próprio grupo, além da assistência espiritual. Este apoio religioso também é dado aos familiares dos flagranteados. O questionário é enviado para os programas desenvolvidos pelo Tribunal, que visam a reabilitação dessas pessoas. As audiências aconte-

Foto: Cacilda Medeiros

acompanha realidade dos apenados

Pe. Hugo Galvão, assistente eclesiástico da Pastoral Carcerária

cem diariamente, a partir das 14h, e contam sempre com a participação de um agente da pastoral. Tennessee Mendes integra a atividade junto à Central de Custódia e fala que esta ação representa um apoio a essas pessoas que foram presas em flagrante. “É uma oportunidade de devolver a dignidade a estas pessoas. Estamos atendendo a um chamado da própria Igreja, do Papa Francisco, de ir ao encontro daqueles que necessitam. É uma forma de mantermos contato com estas pessoas e ajudá-las na reabilitação, para que se tornem cidadãos de bem”, enfatiza. No Brasil, a Pastoral foi implantada no ano de 1986 e tem como lema uma citação do Evangelho de Lucas: “Estive preso e vieste me visitar”. Maio de 2016 | 33


a ordem | Galeria Assunto

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Assunto | a ordem

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a ordem | Notas

Famílias e deficientes celebram Jubileu

Foto: Brunno Antunes

Neste mês de maio, dois segmentos celebram Jubileu, na Arquidiocese de Natal, por ocasião do Ano da Misericórdia. No dia 15, festa de Pentecostes, acontece o Jubileu da Família, no Ginásio do Colégio Sagrada Família, no Alecrim, em Natal. Já, no dia 29, será realizado o Jubileu dos Deficientes, no Santuário dos Mártires, no bairro Nazaré, também na capital. O primeiro segmento a viver o Jubileu foram os crismandos, dia 24 de abril, no Santuário Chamar de Amor, em Canguaretama. Ainda durante o ano, mais oito grupos viverão esta atividade: 3 de junho, sacerdotes; 12 de junho, diáconos; 31 de julho, juventude; 28 de agosto, associações, movimentos e institutos religiosos e novas comunidades; 4 de setembro, pastorais e instituições sociais; 25 de setembro, catequistas; 9 de outubro, movimentos leigos e grupos de espiritualidade mariana; e 6 de novembro, presos. O Ano Jubilar da Misericórdia foi proclamado pelo Papa Francisco, em 8 de dezembro de 2015, e está sendo vivenciado por dioceses em todo o mundo. Acesse http://arquidiocesedenatal.org.br/jubileudamisericordia e confira a programação organizada pela Arquidiocese de Natal para vivenciar este ano.

ECAN oferece Curso de Produção de Vídeo Como escolher o melhor ângulo para capturar as imagens; como produzir uma reportagem, um vídeo clipe, uma entrevista; como manusear a câmera; que programa usar para fazer edição de vídeo. Estes assuntos serão abordados no Curso “Produção de Vídeo”, oferecido pela Escola de Comunicação da Arquidiocese de Natal (ECAN), dias 14 e 21 de maio, das 8 às 17 horas, no Centro Pastoral Dom Heitor Sales, na Cidade Alta. O Curso será ministrado por Alexandre Santos, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ainda, neste ano, a ECAN vai promover mais dois cursos: “Fotografia: uma arte além da selfie”, dia 9 de julho, e “Implantação de Webrádio”, dias 3 e 4 de setembro. Os interessados podem obter mais informações com o Setor de Comunicação da Arquidiocese de Natal, pelo telefone (84) 3615-2800, ou através do e-mail: pascom@arquidiocesedenatal.org.br.

Paróquia recebe

relíquia de Santa Rita

Abertura da Porta Santa, na Catedral Metropolitana, no Ano da Misericórdia

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Neste mês de maio, a Paróquia de Santa Rita de Cássia dos Impossíveis, no bairro de Ponta Negra, Natal, recebe uma relíquia da padroeira. No início do mês, o pároco, Padre Alcimário Pereira, vai à cidade de Cássia, na Itália, a fim de receber a relíquia que, segundo ele, será de primeiro grau, ou seja, um fragmento do corpo da santa. No dia 22, marcando o encerramento da festa da padroeira, a relíquia será introduzida na Igreja Matriz. Ela ficará guardada em um relicário, que tem cerca de 200 anos, ao lado da imagem de Santa Rita. De acordo com o Padre Alcimário, a partir de agora, todo dia 22, haverá momento de veneração e bênção com a relíquia.


Assunto | a ordem

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Foto: Edvanilson Lima

a ordem | Viver

Ciclismo

um esporte completo

A prática esportiva tem se tornado uma rotina na vida das pessoas, que buscam, cada vez mais, qualidade e bem estar. O ciclismo é uma das apostas, já que o exercício é considerado benéfico para a saúde do corpo e da mente. Entre os benefícios da atividade, está a perda de peso, diminuição da pressão arterial, além de auxiliar na redução do estresse. A economista Marígia Santos é uma das pessoas que apostam nesta prática esportiva. Ela começou a fazer o exercício há aproximadamente dois anos e fala o que o ciclismo já proporcionou para a sua vida, além de dar dicas para aqueles que querem fazer a atividade. A Ordem: O que a motivou para praticar este tipo de atividade? Marigía: Parece brincadeira, mas o ciclismo entrou em minha vida como treino multidisciplinar para melhorar o meu condicionamento físico na corrida de rua. Nesse dia, um sábado, 05h30, antecedendo a minha estreia nas corridas, encontrei na Rota do Sol vários ciclistas, e descobri que naquele ambiente pulsava felicidade. Amigos se encontravam para pedalar nos lugares mais incríveis. Fiz amizades e, a partir daquele momento, dediquei-me ao novo esporte. A Ordem: De que forma você se prepara antes de pedalar? Marígia: Não pedalo sem me alimentar, como comidas leves, além de carboidratos do bem - tapioca e batata doce. Faço alongamento e tomo bastante água ao longo dos percursos, sejam longos ou curtos e independentemente de estar com sede ou não, para evitar câimbras.

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A Ordem: O que mudou na sua vida após a prática desta atividade? Marígia: Meu círculo de amizades aumentou, uma vez que os pedais ajudam a conhecer lugares e pessoas novas; além do que sedentarismo é uma palavra que foi riscada de minha vida. A Ordem: Na sua opinião, qual a contribuição do exercício físico para a qualidade de vida? Marígia: A prática de esportes, além de ampliar a longevidade do ser humano, proporciona, no meu ponto de vista, encontrar a felicidade nas pequenas coisas - a exemplo da contemplação da natureza.


Assunto | a ordem

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a ordem | Assunto

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