A Ordem
Natal-RN, 05 de julho de 2015
Arquidiocese de Natal - Ano XLIII - N0 27
Exemplar avulso: R$ 1,00
Nova encíclica do Papa Francisco propõe cuidado com a natureza Foto: www.ariasko.files.wordpress.com
Camisetas para show do Padre Manzo podem ser adquiridas a par r do dia 8
Encontro de formação para seminaristas do Nordeste debate Igreja em saída
As camisetas que darão acesso ao show do Padre Reginaldo Manzo poderão ser adquiridas, a par r do dia 8, no subsolo da Catedral Metropolitana e com os comissários credenciados, nas paróquias. PÁG. 5
Natal sediou o 7º Formise do Nordeste - Formação Missionária para Seminaristas, que teve como tema “O missionário presbítero para uma Igreja em saída”. Cerca de 70 seminaristas participaram do evento. PÁG. 10 Foto: Luiza Gualberto
Foto: Cacilda Medeiros
Laudato si, a nova encíclica do Papa Francisco, publicada no dia 18 de junho, propõe um olhar sobre o cuidado com o planeta, tendo em vista a crise ecológica, enfrentada por todo o mundo, como a seca, vivenciada pela população nordes na. Leia mais nas págs. 6 e 7
Ordem Editorial Conversão do predador Existe uma “senhora”, já com alguns bilhões de anos, mãe de trilhões de filhos, que necessita urgentemente de cuidados. Você é um dos relacionados para cuidar desta “senhora”, a “mãe” Terra, “casa comum” de todos os viventes. “Ela” necessita de cuidados porque a “sugaram tanto que ela enfraqueceu” e porque “explodiram seus ventres, queimaram com força seu rosto bonito, sem pestanejar”, como denuncia o Pe. Zezinho, na música “Oremos pela Terra”. O Papa Francisco denuncia: “A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm8, 22), diz o Papa, na carta encíclica Laudato Si. A você também é dirigido o convite do Papa: “Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta”. O maior predador da “mãe” Terra, o ser humano, deve se converter no zelador da “casa comum”, para não sofrer os impactos da degradação ambiental irresponsável que vem provocando.
05 de julho de 2015 Palavra do Arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha
“Laudato si”: por uma ecologia integral Queridos irmãos e irmãs! A encíclica “Laudato si”, a segunda do Papa Francisco (a primeira foi “Lumenfidei”, de 29 de junho de 2013), apresenta para toda a Igreja o tema da “ecologia integral”. Para Francisco, cuidar da natureza e cuidar dos irmãos e irmãs mais frágeis está em intima relação. Não se pode esquecer essa relação, quando se fala de ecologia. Para uma ecologia integral, o Papa chama a atenção para a contribuição das diversas riquezas culturais dos povos, ressaltando que existe uma relação entre ciência e religião, pois ambas podem entrar num diálogo intenso e frutuoso (cf. FRANCISCO. Encíclica Laudato si, n. 62), Francisco apresenta uma reflexão sobre a sabedoria religiosa argumentando: “se tivermos presente a complexidade da crise ecológica e as suas múltiplas causas, deveremos reconhecer que as soluções não podem vir duma única maneira de interpretar e transformar a realidade” (idem, n. 63). Ele reconhece que as diversas riquezas culturais dos povos podem contribuir para essa urgente tarefa. E, como não podia deixar de ser, já que o texto é um documento pontifício, Francisco, no segundo capítulo, apresenta o “Evangelho da criação”, com uma teologia da criação que reconhece que a fé cristã tem motivações altas para assumir uma ecologia integral. Citando São João Paulo II, Francisco lembra que “os cristãos, em particular, advertem que a sua tarefa no seio da criação e dos seus deveres em relação à natureza e ao Criador fazer parte da sua fé” (FRANCISCO. Idem, n. 64). Desde o primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, encontramos na Palavra de Deus uma relação forte entre a natureza e o homem, chamado a guardar e cultivar a terra, respeitar as leis da natureza, respeitar a bondade própria de cada criatura, ver e defender a relação entre natureza e fraternidade, justiça e fidelidade aos outros, receber a ação de Deus que renova a face da terra e chama o homem à redescoberta e o respeito pelos ritmos inscritos na natureza pela mão do Criador (cf. FRANCISCO. Idem, nn. 65-71). Numa página cheia de contemplação, mostrando que a harmonia entre homem e mundo, entre ser humano e natureza, foi rompida pelo pecado, o Papa evoca o testemunho de São Francisco de Assis, considerando-o exemplo de sanação daquela ruptura. Um dos biógrafos do santo de Assis, afirmava que, através da reconciliação universal com todas as criaturas, Francisco voltara de alguma forma ao estado de inocência original (SÃO BOAVENTURA, citado por FRANCISCO. Idem, n. 66). O pecado, ao romper a harmonia querida por Deus, possibilita guerra, violências e abusos, abandono dos mais frágeis, ataques contra a natureza. Eis que, à luz da fé e da Palavra de Deus, somos chamados a viver uma ecologia integral que nos leve a lutar contra tudo isso, pois como redimidos por Cristo, somos criaturas novas e entendemos mais ainda o significado da criação.
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EXPEDIENTE Jornal Semanal da Arquidiocese de Natal Endereço: Pastoral da Comunicação Av. Floriano Peixoto,674 Tirol 59020-500 - Natal-RN pascom@arquidiocesedenatal. org.br
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A Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta, Natal, dispõe de espaço para a realização de eventos. Trata-se do Centro Pastoral Dom Heitor Sales, que está situado na Rua da Conceição, 615, pertinho da antiga Catedral. Reservas pelos telefones: (84) 2020-9085 / 8822-2742
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Notícias
Lagoa Nova festeja São Camilo
Foto: José Bezerra
A comunidade católica do bairro de Lagoa Nova, em Natal, festeja o padroeiro, São Camilo de Léllis, no período de 5 a 14 de julho. A abertura, neste domingo, 5, acontece às 19h, com
Igreja Matriz de São Camilo de Léllis
hasteamento das bandeiras e missa. A par r desta segunda-feira, todas às noites, às 19h30, será celebrada missa. Na quinta-feira, 9, a celebração será presidida pelo Arcebispo emérito de Natal, Dom Ma as Patrício de Macêdo. A missa de encerramento, no dia 14, será presidida pelo Padre Ednaldo Virgílio da Cruz, pároco da Paróquia da Sagrada Família, nas Rocas. Ainda como parte dos festejos, a Paróquia promoverá uma festa dançante, dia 26 de setembro, no La Moue e Recepções, animada pela Orquestra Los Manos. A senha individual custa R$ 70,00 e já pode ser adquirida na secretaria paroquial.
CNBB promove formação em comunicação A Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Rede de Informá ca da Igreja no Brasil (RIIBRA) e com a Rede Século 21, promove um treinamento em comunicação para bispos, padres, agentes da Pastoral da Comunicação e demais pessoas interessadas. A proposta é estudar o Diretório da Comunicação da Igreja
no Brasil, lançado no ano passado. O curso acontece em EAD, através da internet. Na Arquidiocese de Natal, os interessados em par cipar devem entrar em contato com a coordenação arquidiocesana da Pascom, ou enviar uma mensagem, solicitando o formulário de inscrição, para o e-mail atendimento.ead@rs21.com.br.
Paróquia faz re ro para agentes pastorais
Canguaretama celebra festa dos Már res
Padres e agentes de pastorais, serviços e movimentos da Paróquia de São José de Anchieta, no bairro de Lagoa Nova, em Natal, par ciparão de rero espiritual, dia 19 de julho, das 8 às 17 horas, na casa dos Filhos de Santana, situada na Av. Prudente de Morais, no Tirol. Os interessados em par cipar devem fazer inscrição, na secretaria paroquial, no horário das 13 às 17 horas. A taxa de inscrição é R$ 35,00, que dá direito à alimentação. Mais informações: 36152857.
A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Canguaretama, promove ,entre os dias 5 e 19 de julho, a festa dos Már res de Cunhaú. Neste ano, a festa lembra os 370 anos do mor cínio de Cunhaú e celebra os 157 anos da paróquia, com programação especial. No dia 16, data dos 370 anos do mor cínio, das 9h às 17h, haverá momentos de adoração ao San ssimo Sacramento, encenação do mor cínio e show louvor e missa solene no Campo dos Már res, na Fazenda Cunhaú. No dia 19, dia do aniversário da paróquia, haverá um 'encontrão' com as crianças, às 9h; missa solene, às 19h, e Chá Par lhado, às 20 horas. Na quinta-feira, 23, será celebrada missa com oração de cura e libertação, no Santuário Chama de Amor, na Comunidade de Cunhaú, presidida pelo Padre Ânderson Marçal, da Comunidade Canção Nova.
Agenda do Arcebispo . 05/07 - 19h – Missa, na Catedral Metropolitana . 06 a 10/07 - Re ro do clero, no Santuário Nacional de Aparecia, em Aparecida (SP)
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Amigos organizam show para Casa do Terço Um grupo de amigos está organizando um show beneficente em prol da Casa do Terço. O evento acontecerá dia 18 de julho, às 17 horas, no Colégio Nossa Senhora das Neves, no bairro do Alecrim, em Natal. O show contará com a par cipação do Padre Humberto Negreiros, a dupla Léia e Sônia, Fá ma Santos, Lyssa Dantas, Evaltércio do Céu, Sandro Menezes e Banda Divina Luz. As senhas estão à venda nas livrarias Paulinas e Paulus, no valor de vinte reais.
Paróquia promove Arraiá do Soveral A Paróquia do Beato André de Soveral, de Emaús, promove o 'Arraiá do Soveral', dia 11 próximo, a par r das 20 horas, no largo da Igreja Matriz, no Jardim Aeroporto. A programação constará de forró pé de serra, apresentação de quadrilhas es lizadas, casamento matuto e pescaria para as crianças.
Agentes do Dízimo têm formação Agentes da Pastoral do Dízimo das paróquias do 11º Zonal par ciparam de um momento de espiritualidade, neste domingo, 5. A a vidade acontece das 7h30 às 12 horas, na Igreja Matriz de Santa Maria Mãe, no Conjunto Santa Catarina, zona norte de Natal.
Comunidade festeja São Tomé A comunidade São Tomé, da Paróquia de Santo Antônio de Pádua, no Parque dos Coqueiros, zona norte de Natal, festeja o padroeiro, São Tomé, no período de 2 a 5 de julho. A programação consta de recitação do O cio de Nossa Senhora e missa. Neste domingo, 5, às 17 horas, há celebração de missa, seguida de procissão. Também, na Paróquia de Santo Antônio de Pádua, na úl ma quarta-feira, primeiro de julho, às 19h30, aconteceu show-louvor, na Igreja Matriz. A organização foi da equipe da Pastoral da Saúde.
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A Igreja
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Comentário Litúrgico Pe. Edilson Soares Nobre, Vigário Geral e Coordenador Arquidiocesano do Setor de Comunicação (14º Dom. Tempo Comum - Ez 2,2-5 / Sl 122/ 2Cor 12,7-10 / Mc 6,1-6)
Em Nazaré, houve um choque entre a humildade e o orgulho No Evangelho deste domingo, encontramos Jesus em sua terra acompanhado pelos os seus discípulos. Cumprindo o costume do seu povo, Ele vai à sinagoga e começa a ensinar. A sua fama, a fama dos seus milagres, a notícia dos seus extraordinários discursos despertaram a curiosidade em todos os habitantes das cidades em torno ao Lago da Galileia, inclusive em Nazaré. Mas, eis o impacto: uma coisa é falar de Deus, outra coisa é encontrar-se com Deus; uma coisa é falar de fé, outra coisa é crer; uma coisa é dizer-se cristão, outra coisa é ser cristão. Os habitantes de Nazaré reconheciam que o “fenômeno Jesus” é humanamente inexplicável. De certo modo se sentem admirados: “Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E estes prodígios realizados por suas mãos, como se explicam?” (Mc 6,2). Portanto,
os prodígios existem e são reconhecidos. No entanto, estes habitantes de Nazaré não creem, não querem tirar as consequências da admiração. É o mistério da liberdade! Na verdade, Deus não obriga ninguém a crer. Existe luz suficiente para quem quer ver e existe penumbra suficiente para quem não quer ver. Podemos nos perguntar: O que causa dificuldade aos habitantes de Nazaré de crerem? É certamente a humildade de Deus que se torna visível e perceptível em Cristo; é a paciência de Deus que permite o mal, guiando o mundo com uma misteriosa providência. Não é possível, segundo eles, que Deus chegue a tal pobreza de apresentar-se na fragilidade de um homem nascido em Belém e vivido em meio a uma família simples, cujo “pai” era um carpinteiro. Em Nazaré se antecipa o escândalo do lava-pés e, sobretudo ,o escândalo da cruz. Esta humildade, esta paciência
de Deus são também a nossa dificuldade. Hoje, também nós cristãos muitas vezes não sabemos perceber a presença de Deus na vida quotidiana: reduzimos a nossa fé a uma grande cerimônia, a grandes eventos. No entanto, ou a fé é o estilo de todos os dias, ou é uma terrível hipocrisia. Ou cremos na presença de Deus em todos os momentos da nossa vida, com a consequência de que nada é banal e nada é sem sentido; ou, então, somos como os habitantes de Nazaré que refutam Deus em veste quotidiana, refutam Deus na vida de cada dia. Como entender um homem vivido em uma terra “insignificante” daquela região, ter transformado e ter revolucionado a história? O fato é que há mais de dois mil anos uma série ininterrupta de pessoas o encontram, o sentem e o creem. E nós? Encontramo-Lo? Sentimo-Lo? Acreditamos e abraçamos a causa de Jesus?
Doutrina da Igreja
Compêndio, Cap.XII: Doutrina Social e Ação Social Chega-se, em fim, à Terceira Parte do Compêndio que, também, é a última, e a menos extensa, contendo, apenas, o Cap XII, seguindo-se da Conclusão. Nessa parte encontra-se aquela característica da DSI ser menos uma teoria e mais um corpo de princípios que fundamentam, motivam e orientam a ação da Igreja na esfera social. Viu-se e, esse Capítulo reforça, ainda mais, os imperativos renovadores, atualizadores, junto à cultura e a realidade social e política que a Igreja dispõe em decorrência de sua missão evangelizadora, junto às comunidades, desde aquelas, locais, regionais ou globais. A partir da última década do Séc, XIX, com a publicação, por Leão XIII, da encíclica Rerum Novarum-1891-, abriu-se caminho para a “Evangelização Social,” em meio a muitas variáveis da vida pública, a Igreja Católica ergue o “Estatuto da cidadania,” passando a ser mais profética e abrindo o caminho para a atuação mais intensa no social e no político. Entendida essa atuação, como processo de formação de uma consciência cidadã e cristã e, não da Igreja como Instituição a envolver-se na política partidária. Essa atividade deve ser ocupada pelos cristãos leigos. Com essa nova atitude e empenho social, a vida dos cristãos passa a ser mais integral, cobre todas as dimensões
da pessoa humana, dando um passo largo e radical para afirmar sua dignidade, conduzindo a pessoa humana para o centro de toda ação humana, depois de Deus. É o homem situado, que manifesta a presença viva do Criador se faz o apelo sócio antropológico para a formação de um povo que persegue construir uma sociedade onde todos são levados em conta e ninguém se sinta apenas um número estatístico. Da parte da Igreja se recupera, sobretudo, para os operários mais explorados, uma Igreja que se apresenta sempre mais como “Mater et Magistra,”como sonhava São João XXIII e, também, uma Igreja ousando lutar para que se afirmem, efetivamente, os Direitos Humanos como propôs mesmo “Papa Bom” e Santo, na “Pacem in Terris.” Essa Igreja com face de mãe é vista por Paulo VI como: “perita em humanidade,” porque ela está atenta á dignidade do ser humano independente de todos os adjetivos que o intentem desqualificar. Perseguir esse objetivo é atualizar-se numa nova “inculturação”, procurando reencontrar o “Direito e a Justiça” de que os profetas bíblicos se fizeram paladinos em nome de Jaweh, o “Deus dos pobres,” como os Santos Padres da Patrística e, na continuidade, o Magistério Vivo da Igreja, principalmente a partir da Rerum Novarum, com destaque para os
pontífices, do meado do Século XX, aos nossos dias. Este Magistério atuante que anuncia, mas que também denuncia, encontra resistências por parte dos regimes de exploração, do capital pelo trabalho, de que os trabalhadores são as vítimas mais vulneráveis. Resta extirpar preconceitos de que certos grupos de Igreja ainda se deixam aprisionar, resistindo às práticas sociais da Igreja, todas elas demandadas, do cerne mesmo, dos princípios e fundamentos dessa Doutrina. “No anúncio de Evangelho, a dimensão social é essencial e inalienável” (Compêndio, nº 526). A Igreja deve assumir esse imperativo, como dever histórico, como missão irrestrita. Onde se encontra a verdade do homem, a Verdade de Deus deve ter “voz” e “vez!” A luta pela Justiça e pelo Direito coincide com a luta, pelo Reino de Deus. Aquele que deu a sua vida por esse Reino é o mesmo que nos adverte: “procurem primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça, porque as outras coisas vos serão dadas por acréscimo!” Que a Doutrina Social da Igreja, de que tratou esse Compêndio, em análise, contribua para uma Educação para a solidariedade, a Justiça e a Paz!
Pe. Vicente Laurindo de Araújo, MSF Vigário Paroquial de São Pedro - Alecrim - Natal
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Notícias
Camisetas para show do Padre Reginaldo Manzo podem ser adquiridas a par r do dia 8 As camisetas que darão acesso ao show do Padre Reginaldo Manzo poderão ser adquiridas a par r da próxima quarta-feira, 8, das 9 às 17 horas, no salão de eventos do Centro Pastoral Pio X, situado no subsolo da Catedral Metropolitana, no centro de Natal. A camiseta custa R$ 30 reais e também poderá ser adquirida com os comissários credenciados, nas paróquias. O evento acontecerá dia 8 de agosto, na área externa da Arena das Dunas, um espaço com capacidade para 30 mil pessoas.
O show
Padre Reginaldo Sacerdote,
escritor,
músico,
compositor, cantor e apresentador de rádio e TV, o paranaense Reginaldo Manzotti reuniu 1,8 milhão de pessoas, em Fortaleza (CE), no ano de 2014. Já lançou sete livros, nove CDs e três DVDs, com mais de um milhão de cópias vendidas. Indicado ao Grammy Latino, em 2013, pelo trabalho "Paz e Luz", apresenta programas de rádio e TV que são exibidos em mais de 1.500 emissoras do país, além de outros países como Inglaterra, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Atualmente, é reconhecido como o padre que mais arrasta multidões. Mais informações sobre a aquisição da camiseta e da programação do show podem ser ob das na Rádio Rural de Natal, situada na Rua Açu, ao lado da Catedral Metropolitana, ou através do telefone: (84) 3615-2800.
Foto: Cacilda Medeiros
Os portões serão abertos ao meio dia e a programação contará, também, com a par cipação do Padre Nunes, do Padre Humberto Negreiros, da dupla Leia e Sônia, Bandas Missão de Cristo, Divina Luz e Swuing do Alto, Clênio Maciel (da banda Uskaravelho), Emanuel Stênio (da Comunidade Can-
ção Nova) e Sandro Menezes. Além dos shows, haverá pregações e missa. Outro momento marcante será a chegada da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida. A peregrinação faz parte da preparação para os 300 anos do encontro da imagem da padroeira do Brasil, no Rio Paraíba, em Aparecida (SP). O ponto alto será a apresentação do Padre Reginaldo Manzo , no show ‘1º Evangelizar é Preciso em Natal’. O evento é organizado pela Rádio Rural de Natal AM 1090, que, em agosto, completa 57 anos de história, e marca o lançamento do Projeto Sintonia do Bem. A renda do show será des nada aos gastos com a transição da frequência de AM para a FM. Com isso, a Rádio Rural será a primeira FM católica da capital po guar.
Padre Reginaldo reuniu mais de 100 mil pessoas, em Uruaçu, São Gonçalo do Amarante, em 3 de outubro de 2013
Comissão organiza Dia do Catequista A Comissão para a Animação Bíblico-Catequé ca, da Arquidiocese de Natal, já definiu a programação alusiva à comemoração do Dia do Catequista, celebrado no úl mo domingo do mês de agosto. Na Arquidiocese de Natal, a data será dia 22 de agosto, das 8 às 12 horas, no Colégio Salesiano São José, no bairro da Ribeira, na capital po guar. A programação constará de apresentação de coral infan l e de coreografias, um momento de formação, dirigido pelo Pa-
dre Iranildo Augusto, pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fá ma, em Passa e Fica, encerrando com a celebração eucarís ca, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha. O evento é aberto a todos os catequistas e coordenadores da Iniciação à Vida Cristã. Os interessados podem obter mais informações com o Diácono Fábio Esteves, coordenador arquidiocesano da Comissão para a Animação Bíblico-Catequé ca.
Paróquia forma duas turmas da Escola da Fé A Paróquia de São José de Anchieta, no bairro de Lagoa Nova, em Natal, tem duas turmas da Escola da Fé, para fortalecer o estudo da Bíblia e do Catecismo da Igreja Católica. Ambas funcionam às quartas-feiras, às 19 horas. Uma turma funciona na Igreja Matriz, sob a orientação do pároco, Padre Francisco Lucas, e a outra na Capela de São José Operário, sob a coordenação do vigário paroquial, Padre Lourival Liberato.
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Capa
Nova encíclica do Papa Francisco propõe cuidado com a natureza Laudato si foi dividida em seis capítulos, representando uma contribuição para a Doutrina Social da Igreja Católica. A intenção do Papa é chamar a atenção dos fiéis quanto à crise ecológica
Foto: www.libertar.in
Laudato si, a nova encíclica do Papa Francisco, publicada no dia 18 de junho, propõe um olhar sobre o cuidado com o planeta, tendo em vista, a crise ecológica, enfrentada por todo o mundo, como a seca, vivenciada pela população nordes na. No início do texto, o pon fice explica a origem do nome “Laudato si”. “Laudato si, mi'Signore – Louvado sejas, meu Senhor”, cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cân co, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar, ora a uma irmã, com quem par lhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços. Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”, diz o papa na apresentação da encíclica, que é dividida em seis capítulos. Durante a audiência geral no dia 17 de junho, o Papa Francisco disse que a terra tem sido maltrada e saqueada. “Esta nossa casa está sendo arruinada e isso prejudica a todos, especialmente os mais pobres. Portanto, o meu apelo é à responsabilidade, com base na tarefa que Deus deu ao ser humano na criação: cul var e preservar o jardim em que ele o colocou. Convido todos a acolher com ânimo aberto este documento, que está em sintonia com a Doutrina Social da
Na encíclica, Papa exorta fiéis à preservação do meio ambiente
Igreja”, exortou Francisco. Abordagem da encíclica Os capítulos que compõem a encíclica são os seguintes: O que está acontecendo à nossa casa; O Evangelho da criação; A raiz humana da crise ecológica; Uma ecologia integral; Algumas linhas de orientação e ação; e Educação e espiritualidade ecológica. Na úl ma edição do jornal A Ordem, a sessão “Palavra do Arcebispo”, o Arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha fez uma síntese dos capítulos. “Inserida no magistério social da
Paulus Livraria Rua Cel Cascudo, 333 - Cidade Alta - Natal Tel: (84) 3211-7514 E-mail: natal@paulus.com.br
Igreja, a encíclica faz, no primeiro capítulo uma breve resenha dos vários aspectos da atual crise ecológica, procurando assumir os melhores frutos da pesquisa cien fica atual, deixar-se tocar por ela em profundidade e dar uma base concreta ao percurso é co e espiritual que devemos seguir. No segundo capítulo, o Papa apresenta a tradição judaico-cristã, com o obje vo de dar maior coerência ao nosso compromisso com o meio ambiente. No terceiro capítulo, o pon fice analisa as raízes da situação atual, apresentando sintomas e causas. No quarto capítulo, o ensinamento do Papa traz
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Capa
Foto: José Bezerra
Para Dom Jaime, encíclica representa contribuição para a Igreja no campo social
Avaliação da CNBB No mesmo dia de lançamento da encíclica, 18 de junho, a presidência da CNBB concedeu uma entrevista cole va, para esclarecer os tópicos abordados pelo documento. Aos jornalistas, foi apresentada a Laudato si. Para o Arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha, o tema da encíclica é de grande atualidade e os problemas são urgentes. “Nós temos a esperança de uma acolhida atenta da reflexão que é proposta, mas também das inicia vas, das propostas que aqui vamos encontrar. E é claro que essa a tude de gra dão e esperança também se manifesta como a tude de responsabilidade, diante daquilo que o Papa apresenta, porque aqui são diversos níveis de a vidades, propostas e, consequentemente de responsabilidades”, afirmou.
Análise do clero arquidiocesano A Laudato si já vem sendo estudada pelo clero arquidiocesano. Um dos que já leram o documento foi o padre Ma as Soares, pároco da Paróquia de Santana e São Joaquim, de São José de Mipibu. Segundo ele, o tema é mais que atual. "A preocupação com a Ecologia é um tema global. Não adianta ninguém querer dizer que é fantasioso o mal que assola a nossa Mãe Terra. Não precisa ser nenhum estudioso da área. Basta usar da experiência comum. Vejamos os nossos rios, matas, árvores, pássaros e tantas criações da natureza que sejam exntas e desaparecendo a cada dia! As questões hídricas que fazem sofrer, em nosso país, não só a nós nordes nos, mas outras regiões do nosso Brasil. A Humanidade tem que “respeitar e cuidar” da natureza e da vida! Neste sen do o que veremos num futuro não tão distante é que a é ca da vida tão defendida pela Igreja e com seus princípios teológicos terá um lugar precioso para a humanização da civilização", pontuou. Foto: Cacilda Medeiros
um percurso de renovação, a ecologia integral. Nos úl mos capítulos, o quinto e o sexto, o Papa apresenta linhas de diálogo e de ação, para cada um e para a polí ca internacional, e linhas de maturação humana, inspiradas no tesouro da experiência espiritual cristã”, sinte za Dom Jaime. Ainda de acordo com o Arcebispo de Natal, o texto demonstra uma contribuição para a Igreja, frisando a construção do material, que teve as Conferências Episcopais, inclusive a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), como contribuintes na elaboração da encíclica. “Papa Francisco nos surpreende ao publicar a sua segunda encíclica. É um exemplo daquilo que ele mesmo afirmou na exortação apostólica Evangelii gaudium – as conferências episcopais podem aportar uma contri-
buição múl pla e fecunda, para que o sen mento colegial leve a aplicações concretas”, destaca. Ao longo do documento, Francisco convida as pessoas a ouvirem os gemidos da criação, exortando todos a uma “conversão ecológica”, a “mudar o rumo”, assumindo a responsabilidade de um compromisso para o “cuidado da casa comum”. “Deus, que nos chama a uma generosa entrega e a oferecer-lhe tudo, também nos dá as forças e a luz de que necessitamos para prosseguir. No coração deste mundo, permanece o Senhor da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos, porque se uniu definitavamente à nossa terra e o seu amor nos leva a encontrar novos caminhos. Que Ele seja louvado”, disse o Papa ao final da encíclica. O texto completo pode ser acessado gratuitamente por meio do site: www.va can.va ou comprado em livrarias católicas.
Pe. Ma as Soares, pároco da Paróquia de Santana e São Joaquim, de São José de Mipibu
COLÉGIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA Dr. Sérvulo Pereira Paulino Dr. Fernando José Vieira de Sousa
Educação Infantil, Fundamental I e II
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ASSINE "A ORDEM" Procure a equipe da Pascom, em sua Paróquia, ou a coordenação arquidiocesana INFORMAÇÕES: pascom@arquidiocesedenatal.org.br
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Geral
Arraiá dos 'Piligrinos'
Festa de São Bento
Casamento Comunitário
A coordenação arquidiocesana do Movimento da Mãe Rainha promove o 2º Arraiá dos 'Piligrinos', dia 11 próximo, a par r das 15 horas, na Associação dos Moradores de Ponta Negra e Alagamar, em Natal. A programação constará de quadrilhas improvisadas e apresentação de grupos folclóricos. Para par cipar é necessário adquirir o bilhete de um balaio junino, no valor de dois reais.
A comunidade do assentamento rural Bonfim, no município de Angicos, festeja o padroeiro, São Bento, no período de 8 a 11 de julho. Durante o período fes vo, haverá recitação do terço e celebração da Palavra de Deus. No encerramento, no dia 11, às 16 horas, haverá missa, com a celebração do Sacramento do Ba smo, e procissão com a imagem do padroeiro.
A Paróquia de Nossa Senhora da Esperança, na Cidade da Esperança, na zona oeste de Natal, abriu inscrições para a celebração comunitária do casamento. A celebração acontecerá por ocasião da festa do co-padroeiro, Santo Inácio de Loyola. Os interessados devem fazer inscrição na secretaria paroquial. Mais informações pelo telefone: 36152853.
Artigo
A revolução pela conversão O tema da conversão sempre foi fundamental para o cristianismo. Não nos tornamos cristãos sem conversão. É o primeiro convite feito por Jesus Cristo para aqueles que querem segui-Lo. “Convertei-vos e Crede no evangelho, pois o Reino de Deus está próximo” (Ev. Mc 1,15). Não podemos dizer que é um tema específico do cristianismo, mas, como cristãos, podemos dizer que com os eventos da Encarnação e Páscoa do Filho de Deus há uma qualificação desta temática. Ela, para o cristianismo, implica a fé na presença do Reino de Deus; pois Ele está próximo. Se acompanharmos o caminho ministerial de Jesus, compreenderemos que este Reino identifica-se com a Sua pessoa. Neste sentido, o que é peculiar da espiritualidade do evangelista João, complementa o que é teológico dos evangelhos sinóticos, quando caracteriza que a conversão e reconhecimento do Senhor é fruto do encontro pessoal, íntimo e amoroso com a pessoa do Senhor (Ev. Jo 20,18). As propostas evangélicas mostram que, pela fé e pelo amor, o histórico e o eterno de Deus são um; e mostram que o convite à mudança (metanoia) é constante, pessoal e vital para todos os Seus filhos. A conversão, como gera uma mudança pessoal, também gera transformação comunitária. O que é vivido
pela pessoa tem repercussão social. Aqui entra a questão da revolução. Ela tem uma relação complementar ou dialética com a conversão. Em ambas existe uma tensão espiritual. O filósofo Michel Foucault, analisando o desenrolar histórico sobre a conversão, afirma que “não pode haver verdade sem uma conversão ou sem uma transformação do sujeito. (...) Essa verdade leva à ideia de uma posição de classe, de efeito de partido, o pertencimento a um grupo, a uma escola, a iniciação, a formação do analista, etc., tudo nos remete às questões da condição de formação do sujeito para o acesso à verdade, pensadas, porém, em termos sociais, em termos de organização. Não são pensadas no recorte histórico da existência da espiritualidade e de suas exigências” (Cf. Hermenêutica do sujeito). A ideia espiritual continua, mas o conteúdo que possibilita a mudança é diferente. A verdade pensada pelo filósofo não é a mesma revelada pelo cristianismo. Esta é fruto da fé e do amor na e à pessoa de Jesus de Nazaré, que é o Senhor. Ele é o caminho, a verdade e a vida (Ev. Jo 14,6). Essa não é condicionada, mas condiciona porque o seu conteúdo é único, universal e eterno. Essa forma espiritual cristã de conversão determina a revolução, porque transforma o sujeito que a aceita pela fé. As estruturas progridem
Jornal A Ordem - 80 anos de história -
a partir do sujeito que tem uma referência normativa, que é o mandamento do amor (Ev. Jo 13,15). A revolução proporcionada por Cristo é a do amor e do serviço, que pode humanizar e harmonizar todas as estruturas constituídas pelo humano. Enfim, a revolução feita pelas realidades coisificadas leva à violência. O princípio dialético é de negação da verdade do outro, e não de abertura ao encontro e ao serviço. Formas novas de verdade devem ser construídas; reestruturas e sobrepostas a outras. A conversão confunde-se com uma ideia e toma forma espiritual porque tem seu fi m. Não é o Reino de Deus que está próximo; é sempre uma utopia, ou seja, um não lugar. Diferente do cristianismo que tem o lugar defi nido para o encontro com a verdade, a revolução promovida pela ideia, que condiciona o humano, é um salto no que não sabemos que será humano. O humano será meio para o fortalecimento da estrutura, diferente da concepção cristã que deve condicionar o bem do estrutural ao bem do que é humano, centrando a história na dignidade da pessoa que é imagem e semelhança de Deus. Assim o seja!
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Pe. Matias Soares Vigário Episcopal Sul e pároco da Paróquia de São José de Mipibu
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9 - A Ordem
05 de julho de 2015
“A Igreja é lugar de par lha” A Igreja é “uma comunidade orante, dialogante e solidária”. A definição é de Dom Mauro Morelli, bispo emérito de Duque de Caxias (RJ). Ele esteve na cidade de Caicó (RN), no dia 17 de junho, para par cipar de um seminário sobre o combate à deser ficação. Na ocasião, ele conversou com a equipe do Jornal A Ordem sobre vários assuntos que dizem respeito à Doutrina Social da Igreja, incluindo os impactos sociais e econômicos causados pela transposição do Rio São Francisco e o convívio com o semiárido. Na conversa, o bispo fala sobre o papel da Igreja em meio a todas as questões, destacando que ela (a Igreja) é lugar de par lha, especialmente de ensinamentos, de sabedoria. A Ordem: Como o senhor analisa os impactos, do ponto de vista social, que o senhor faz em relação à transposição do Rio São Francisco? Dom Mauro: Vivemos em um tempo em que temos que ter consciência dos direitos de cada ser humano. Direitos a viver com dignidade. Para mim, há três palavras que englobam essa situação. Uma é o cuidado. Precisamos ter um cuidado muito grande com o dom da vida e com tudo aquilo que a sustenta, que a torna forte. Temos que ter capacidade de trabalhar os dons da criação. Somos chamados a ser par cipantes do processo de criação. Na Bíblia há duas palavras importantes: par cipação e comunhão. Fomos feitos seres inteligentes, capazes de amar, de criar, de produzir aquilo que é importante para a vida de cada um. Há uma dimensão que explica os nossos conflitos, que é a negação dos direitos de cada pessoa viver bem. Daí, eu insisto na dimensão do repar r. Porque o nosso trabalho é muito centrado no ‘o que eu ganho com isso’, com o ‘qual é o lucro que eu vou ter’. Nesse momento da história, o mais importante não é perguntar ‘qual é o lucro que vamos ter’, mas ‘como é que vamos par lhar?’ Então, em relação à transposição do São Francisco, eu lembro que a água precisa ser cuidada. Hoje, há uma interligação de todos os sistemas. Assim, ninguém pode dizer que isso é só meu, mas isso é nosso. Aquilo que hoje vai alimentar alguém, tem retorno pra nós. A Ordem: E, do ponto de vista econômi-
co, quais seriam os impactos ideais, com a transposição do São Francisco? Dom Mauro: Precisamos entrar numa compreensão de que o mercado não deve ser a alma condutora da sociedade. O mercado sempre houve, na face da terra. É a troca, é o escambo e isso é natural. O que não podemos é viver em uma economia de mercado. Temos que viver em uma economia com mercado. Precisamos de uma economia solidária, porque a solidariedade é o caminho mais avançado para um mundo justo. Na verdade, precisamos criar relações novas, sociais, solidárias, econômicas, polí cas, de forma que o fundamental é que o ser humano possa, com autonomia, viver com dignidade e em comunhão. A Ordem: Qual o papel da Igreja diante de tudo isso e, especialmente, no convívio com o semiárido? Dom Mauro: O Papa João XXIII dizia que a Igreja é mãe e mestra. As mães são iluminadas pela sabedoria do coração. Daí, a Igreja deve sempre se perguntar: ‘isso traz vida para o povo?’ E aquilo que traz vida para o povo deve ser apoiado, incen vado. A Igreja não é uma pessoa. A comunidade que peregrina no tempo, animada pela fé, adquire uma sabedoria e deve par lhá-la. A Igreja não tem resposta para tudo, mas deve ajudar as pessoas a fazerem perguntas. O mais importante não é dar respostas, mas saber perguntar. A Ordem: Estamos vivendo uma época em que ouvimos constantemente duas
Foto: Cacilda Medeiros
Entrevista
expressões: ‘crise hídrica’ e ‘mudanças climá cas’, que, obviamente estão ligadas à natureza. Como é que as religiões podem trabalhar a consciência das pessoas em relação ao cuidado com a natureza? Dom Mauro: Vivemos um tempo em que a crise hídrica ou qualquer outra crise é algo mais profundo. E tudo está muito ligado à iden dade do ser humano. Eu digo que somos um ponto de encontro entre o finito e o infinito, entre o visível e o invisível. Então, a pessoa, se não ver um espaço amoroso, de diálogo, ela se perde nesse universo que é o ser humano. Eu creio que vivemos, hoje, uma crise civilizatória. Os recursos naturais não sustentam mais a nossa civilização. Por exemplo: a questão do desenvolvimento nos levou a sermos uma sociedade em que todos queremos possuir um carro. Nossas cidades estão conges onadas. Você tem que abastecer o carro com o combus vel, que, por sua vez, é o etanol. Para isso, precisa ter plantações de cana, que suga muito a água e, consequentemente, seca as nascentes. Queremos ter o direito de ir e vir. Porém, temos que ter a consciência de perceber o modelo de sociedade e de consumo a que estamos atrelados. É a sociedade do consumo. Não corramos o risco de pensar que a Igreja é lugar de consumo. A Igreja é lugar de par lha. Ela é uma comunidade orante, dialogante e solidária.
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Virou notícia
Alvorada festeja padroeiros
Faleceu às 23 horas da última segunda-feira, 29, a Irmã Maria Salésia Fernandes, da Congregação das Filhas do Amor Divino. O corpo foi velado no Centro de Velório do Cemitério Morada da Paz, no bairro de Emaús, onde, às 16h, da terça-feira, foi celebrada missa, seguida do sepultamento. Irmã Salésia tinha 90 anos de idade e residia na Comunidade Vila Maria, das Irmãs do Amor Divino, em Emaús.
Foto: Rede Social Pe. Gleiber Dantas
Morre Irmã Salésia Fernandes
A comunidade do Alvorada, na zona norte de Natal, festejou os padroeiros, São Pedro e São Paulo Apóstolo, no período de 24 a 27 de junho, com uma programação religiosa e social. Em preparação para a festa, as imagens dos padroeiros peregrinaram pelos setores da comunidade, de 15 a 24 de junho.
Terço dos Homens faz aprofundamento
Irmã Salésia Fernandes
Paróquia da Catedral promove Jornada Missionária Padre Valdir Cândido. Fotos e vídeos da Jornada Missionária estão disponíveis na página da Paróquia, no Facebook: facebook.com/ paroquiadacatedral. Foto: Fanpage Paróquia da Catedral
Agentes de pastorais, serviços e movimentos, membros das Comunidades Católica Veni Creator, Maria Mater e Sen nelas par ciparam da primeira Jornada Missionária promovida pela Paróquia da Catedral, em Natal. A a vidade aconteceu no úl mo dia 20 de junho. Durante todo o dia os missionários realizaram visitas domiciliares, num trabalho de evangelização. “Foi simplesmente maravilhoso. Uma experiência única. Por tudo isso, louvado seja Deus”, descreveu Handrezza Siqueira, uma das missionárias. A jornada foi encerrada, à tarde, com a celebração eucarís ca, na Catedral Metropolitana, presidida pelo Padre Elielson Cassimiro, concelebrada pelo
Integrantes do Terço dos Homens da Paróquia do Bem Aventurado Ambrósio Francisco Ferro, no Planalto, Natal, par ciparam de aprofundamento, no úl mo dia 27. A formação contou com a par cipação do coordenador estadual do Movimento, João Pinheiro.
Mirassol realiza Segue-me A Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, de Mirassol, em Natal, realizou o 26º Segue-me, de 26 a 28 de junho. Cerca de 60 jovens par ciparam do encontro. Dez jovens da Paróquia de Santana e São Joaquim, de São José de Mipibu, também par ciparam do encontro. Posteriormente, a Paróquia vai implantar o Segue-me.
Durante a Jornada, os missionários farão visitas às famílias
Encontro de formação para seminaristas do Nordeste debate Igreja em saída Foto: Luiza Gualberto
Natal sediou de 30 de junho a 04 de julho, o 7º Formise do Nordeste - Formação Missionária para Seminaristas, que teve como tema “O missionário presbítero para uma Igreja em saída”. O evento teve como assessor, o padre Jaime Patias, secretário nacional da Pontifícia União Missionária, uma das quatro Pontifícias Obras Missionária. Participaram da atividade, 70 seminaristas, de sete estados do Nordeste: Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Ceará. Todas as atividades aconteceram no Seminário de São Pedro, situado no bairro Tirol, na capital. Segundo o padre Jaime, este po de evento vem para contribuir com a formação dos seminaristas, para que
Evento reuniu 70 seminaristas de setes estados do Nordeste
eles tenham a consciência da importância de seguir esta experiência da Igreja em saída, que vem sendo pedida pelo Papa Francisco. “Um dos desafios enfrentados pela Igreja, hoje, é a verdadeira conversão para uma Igreja missionária, então, essas a vidades vem para
reforçar e criar este espírito nos futuros presbíteros. Agora no mês de julho também teremos o 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas e, nesta perspectiva, vamos convocando este espírito missionário”, frisa. O 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas vai acontecer no período de 09 a 12 de julho, na Pontifícia Universidade Católica de Minas, em Belo Horizonte (MG). Da Arquidiocese de Natal, vão participar os seminaristas José Élikson, Willian Lamarck e Carlos Antônio, além do padre Edvaldo Brito, pároco da Paróquia do Bom Jesus dos Navegantes, de Touros, e coordenador da Comissão Missionária do Regional Nordeste 2.
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Geral Correio do clero
Fique por dentro
Parabéns!
Pe. Valdir Cândido de Morais Ecônomo da Arquidiocese de Natal
Documentação financeira das paróquias - 'obrigatoriedade' Alertamos às paróquias que a documentação necessária para a perfeita contabilidade inclui: os recibos de receita, os documentos de despesas, o relatório do caixa e os extratos de conta corrente, poupança e aplicação de todas as contas bancárias em nome das paróquias. Informamos que a Arquidiocese já está par cipando da escrituração contábil digital – ECD. Portanto, pedimos a devida atenção aos documentos que devem ser enviados para a contabilidade, no período necessário, ou seja, até o dia 15 do mês subsequente. É preciso que as paróquias se organizem e se estruturem para atender as demandas da escrituração digital, levando-se em consideração as orientações da CONTAB/RN. A documentação entregue em atraso acarretará no envio de informações incompletas, podendo assim, provocar fiscalizações, multas, falta de cer dões nega vas e possíveis problemas com a Receita Federal do Brasil.
Aniversário natalício: . 08/07 – Pe. Francisco de Assis Inácio – Pároco da Paróquia da Imaculada Conceição – Nova Cruz . 08/07 – Mons. Inácio de Loiola Bezerra – Confessor do Seminário de São Pedro Aniversário de ordenação: . 07/07 – Pe. Raimundo Lopes Ribeiro – Vigário paroquial de São Pedro Apóstolo –
Alecrim – Natal . 07/07 – Pe. Valdemar Fernandes de Pinho – Pároco emérito da Paróquia Bem Aventurado Padre Ambrósio Francisco Ferro – Planalto - Natal . 10/07 – Pe. Gilmar Pereira de Castro – Pároco da Paróquia de São Lucas – Conjunto Amarante – São Gonçalo do Amarante
Arcebispo e padres fazem re ro espiritual O Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, acompanhado de 120 padres, viajam a Aparecida (SP), nesta segunda-feira, 6, para par cipar de re ro espiritual. O re ro segue até o dia 10, com o tema: “Presbíteros na perspec va da Evangelli gaudium”, e terá como pregador Dom Joércio Gonçalves Pereira, CCSR, bispo emérito da Prelazia de Coari (AM). Durante o re ro, na terça-feira, 7, às 9 horas, os padres par ciparão da missa, presidida por Dom Jaime, no Santuário Nacional de Aparecida. Os fiéis poderão acompanhar a celebração, através da Rede Vida de Televisão, TV Aparecida, Portal A12 e demais meios de comunicação da Rede Aparecida. No mesmo período, outro grupo de padres também estará em re ro, no Centro de Treinamento de Ponta Negra, em Natal. O pregador será o Frei Evandro Fontes, OFMCap, de Maceió (AL).
Colaboração: CONTAB/RN
Viva bem Boas proteínas Ninguém vive bem sem proteínas. Elas ajudam a formar e a manter nossos músculos, pele, cabelos, e tem uma parcipação importan ssima no nosso sistema de defesa. Mas não basta procurar alimentos ricos em proteínas; é preciso saber se essas proteínas têm boa qualidade. Proteínas de origem vegetal, por exemplo, tendem a ser de mais fácil digestão, e com isso nosso organismo consegue aproveitá-las bem (não desmerecendo as proteínas de origem animal, como o ovo, por exemplo, que é bem nutri vo). Quinua, tofu (queijo de soja), leguminosas (feijão, grão de bico, ervilha), levedo de cerveja podem ser ó mas sugestões.
* E-mail: economato@arquidiocesedenatal.org.br
Dra. Márcia Roque Braz de Araújo Nutricionista, Natal/RN
Passatempo
Provérbios engraçados "Quem ri por úl mo é de raciocínio lento.” “Duas palavras abrem qualquer porta: puxe e empurre” “Há males que vêm para pior.” “No avião, o medo é passageiro.” “A vida é maravilhosa, sem ela estaríamos mortos.” “A noite é boa… para dormir.” “Se a montanha vem até , foge. Trata-se de um desmoronamento.” “Espelhos deveriam pensar duas vezes antes de refle r.” “A mais alta das torres começa no solo.” "Antes tarde do que mais tarde." " Diga-me com quem andas que eu te direi se vou con go." Fonte: h p://proverbios.frasesecitacoes.com
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NotĂcias
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