A Ordem
Fundação Paz na Terra Ano LXV - Nº 18 Natal-RN / R$ 7,00 Outubro de 2017
Nossa Senhora
Aparecida: 300 anos
de bênçãos
a ordem | Assunto
2 | Outubro de 2017
Outubro de 2016 | 3
a ordem | Editorial
Entre a docência e a indecência
A comemoração de um dia dedicado ao professor, no Brasil, está diretamente ligada à criação do Ensino Elementar no País, ocorrida em 15 de outubro de 1827, por decreto de Dom Pedro I. Mas foi o Professor paulista Salomão Becker, junto com dois colegas, quem idealizou a primeira “confraternização em homenagem aos professores”, no dia 15 de outubro de 1947. A oficialização da data só ocorreu em 1963, pelo Decreto Federal 52.682, que determina: “para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”. A profissão de Professor é uma das mais importantes do mundo, não só pela apreensão de conhecimentos, mas por transmiti-los às novas gerações. Já se perguntou o que seria você se não tivesse apreendido os conhecimentos transmitidos pelos seus professores? Infelizmente, a docência nem sempre é tratada com a decência que merece. Não raramente, ver-se professor sendo agredido em sala de aula, em pleno exercício da docência, enquanto o Estado precariza a profissão, pagando salários nem sempre decentes e com atraso!
Expediente
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
Conselho curador: Pe. Charles Dickson Macena Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra Conselho editorial: Pe. Rodrigo Paiva Pe. Paulo Henrique da Silva Pe. Júlio César Souza Cavalcante Luiza Gualberto Adriano Charles Cruz, OFS Hevérton Freitas Josineide Oliveira Cione Cruz Vicente Neto Filipo Cunha Edição e Redação: Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) Luiza Gualberto (DRT-RN 1752)
4 | Outubro de 2017
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ENTREVISTA
Técnica da SESAP fala sobre estoque do banco de leite no Estado
18 OUTUBRO ROSA
Ações marcam mês de conscientização sobre o câncer de mama
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PARÓQUIAS
Nesta edição, você conhece as comunidades paroquiais de Tangará e Cidade Satélite
29 PERSONALIDADE
Noilde Ramalho e seu legado na educação potiguar
ARTE DA CAPA: Terceirize Editora Revisão: Milton Dantas (LP 3.501/RN) Colaboradores: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal Projeto e diagramação: Terceirize Editora (84) 3211-5075 www.terceirize.com
Comercial: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 Impressão: Unigráfica - (84) 3272-2751 Tiragem: 1.000 exemplares Assinaturas: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 - Tirol - Natal/RN - (84) 3615.2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
| a ordem
Outubro de 2017 | 5
a ordem | Palavra da Igreja
Ciências sobre o Matrimônio e a Família Foi publicada, dia 19 de setembro, uma Carta Apostólica do Papa Francisco em forma de “Motu próprio” a respeito da família. Com a Summa familiae cura, o Papa institui o Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família que, ligado à Pontifícia Universidade Lateranense, substitui o Pontifício Instituto João Paulo II para os Estudos sobre o Matrimônio e Família. Portanto, o que era “Estudo” agora se torna “Ciência”, pois, para Francisco, é importante prosseguir a intuição de João Paulo II, ampliando o raio de pesquisa sobre a família, seja no que diz respeito à sua dimensão pastoral e eclesial, seja no campo da cultura antropológica. Em 1981, com base na Exortação apostólica pós-sinonal Familiaris consortio e na Constituição Apostólica Magnum Matrimonii sacramentum, o Papa João Paulo II conferiu uma forma jurídica estável sobre o Pontifício Instituto para Estudos sobre Casamento e Família. “Desde então, desenvolveu um trabalho rentável de educação teológica e pastoral tanto em sua sede em Roma quanto nas seções não-urbanas, presentes em todos os continentes,” explica Francisco, na carta publicada dia 19 de setembro.
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francisco Papa
O Papa considera que a mudança antropológico-cultural da sociedade requer uma análise analítica e diversificada da questão familiar, que não se limite a práticas pastorais e missionárias que refletem formas e modelos do passado. “No límpido propósito de permanecer fiéis ao ensinamento de Cristo, devemos, portanto, olhar, com intelecto de amor e com sábio realismo, para a realidade da família, hoje, em toda a sua complexidade, nas suas luzes e sombras”, escreve o Pontífice. O novo Instituto constituirá, no âmbito das instituições pontifícias, um centro acadêmico de referência, a serviço da missão da Igreja universal, no campo das ciências que dizem respeito ao matrimônio e à família e acerca dos temas relacionados com a fundamental aliança do homem e da mulher para o cuidado da geração e da criação. O Instituto Teológico tem a faculdade de conferir iure proprio aos seus estudantes os seguintes graus acadêmicos: Doutorado, Licenciatura e Bacharelado em Ciências sobre o Matrimônio e a Família. A carta, na íntegra, está disponível em latim e em italiano no portal: http://w2.vatican.va Fonte: Portal da Rádio Vaticano
A voz do pastor | a ordem
A Mãe Aparecida:
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
sinal de Deus para o nosso povo
Queridos irmãos e irmãs! No dia 12 de outubro celebramos o dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e dia das crianças, quero enviar uma mensagem a todas as crianças do nosso País, e invocar as bênçãos da Mãe Aparecida sobre a nossa nação, sobre as nossas famílias. Estamos vivenciando a graça das comemorações dos 300 anos daquele encontro maravilhoso, no qual os pescadores, homens simples do nosso povo, receberam a imagem de Nossa Senhora da Conceição, depois proclamada como Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Desde 1717, Nossa Senhora Aparecida é sinal de ternura e amor pelos brasileiros. Papa Francisco quando esteve em Aparecida, em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, afirmou: “Em Aparecida, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe. Mas, em Aparecida, Deus deu também uma lição sobre Si mesmo, sobre o seu modo de ser e agir. Uma lição sobre a humildade que pertence a Deus como traço essencial e que está no DNA de Deus. Há algo de perene para aprender sobre Deus e sobre a Igreja, em Aparecida; um ensinamento, que nem a Igreja no Brasil nem o próprio Brasil devem esquecer” (PAPA FRANCISCO. Encontro com o Episcopado brasileiro. 27 de julho de 2013). Esta é uma exortação importante para todos nós. A humildade é a rainha das virtudes. E ela é uma necessidade hoje para o Brasil e o mundo. Recentemente, em sua viagem apostólica à Colômbia, o Papa Francisco se referiu à Aparecida: “Há quatro
anos, no Rio de Janeiro, tive a oportunidade de vos falar sobre a herança pastoral de Aparecida, último evento sinodal da Igreja da América Latina e do Caribe. Então destacara a necessidade permanente de aprender com o seu método, baseado essencialmente na participação das Igrejas locais e em sintonia com os peregrinos que caminham em busca do rosto humilde de Deus, que quis manifestar-se na Virgem pescada nas águas” (PAPA FRANCISCO. Discurso no Encontro com o Comitê Diretivo do CELAM. Bogotá/Colômbia, 7 de setembro de 2017). Este “rosto humilde de Deus”, manifestado na Virgem Aparecida, ilumine a nossa vida. A devoção à Nossa Senhora Aparecida é um patrimônio da religiosidade popular, está enraizado em nosso povo. Ao olhar para a pequenina imagem de nossa Padroeira, somos chamados a nos deixar envolver pela ternura divina pois, o encontro da imagem de nossa Mãe do Céu é para nós um impulso à missão, alicerçada no discipulado do seu Filho, manso e humilde de coração. Celebramos também o dia das crianças. Sobre elas o próprio Jesus declarou: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Essa palavra de Jesus serve como paradigma de toda a atenção que devemos ter para com as crianças. Que Nossa Senhora Aparecida abençoe nossas crianças e o nosso Brasil, para que todos nós vivamos dias melhores, e que a nossa esperança nunca morra.
Outubro de 2017 | 7
Luiza Gualberto
a ordem | Entrevista
Aleitamento materno
contribui para desenvolvimento saudável da criança, afirma técnica da SESAP
8 | Outubro de 2017
Entrevista | a ordem
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que, durante os seis primeiros meses de idade, os bebês devem ter exclusivamente leite materno como alimento. Após esse período, outras dietas complementares devem ser introduzidas, mas a amamentação precisa prosseguir até os dois anos ou mais. Só que tem mães que não conseguem produzir o leite materno e precisam recorrer ao banco de leite. Aqui no RN, a Secretaria Estadual de Saúde gerencia seis bancos de leite nos seguintes locais: Hospital Santa Catarina, Hospital da Polícia, Maternidade Januário Cicco. Em Parnamirim na maternidade Divino Amor. Em Mossoró no banco de leite e no hospital do Seridó em Caicó. Raissa Arruda, enfermeira e técnica do programa de aleitamento materno da Secretaria Estadual de Saúde (SESAP). Nesta entrevista, ela explica a importância do aleitamento materno e quais os benefícios para a criança. A Ordem: Quais os benefícios do leite materno para o bebê? Raissa: Existem estudos na Genebra, que mostram que o bebê que mama no peito até o sexto mês, se desenvolve até a fase adulta com mais saúde e menos propenso a doenças, principalmente as doenças infecciosas e respiratórias, que são as que mais se desenvolve em nosso Estado. O colostro, que geralmente aparece no último trimestre da gravidez é o que consideramos a primeira vacina do bebê, pois é rico em nutrientes essenciais para a saúde e desenvolvimento da criança. Muitas mães se preocupam porque o bebê não engorda e fica mudando de lado da mamada. Mas, não é isso. Existe o leite do início da mamada, que é rico em anticorpos e mata a sede do bebê, protegendo ele contra infecções. No final da mamada, o leite é rico em
gordura, carboidratos e lactoses e é o que, de fato, vai engordar o bebê. A hora e quantidade que o bebê deve mamar é de livre demanda. É o que a gente reflete nos 10 passos para o sucesso do aleitamento materno. O bebê pode mamar quantas vezes ele quiser e na hora que ele quiser. Hoje, abolimos a questão da mamada de 3 em 3 horas. Tem alguns bebês que tem mais fome que outros. Então, aconselhamos que a mamada seja algo livre, já que cada criança tem um organismo diferente. A Ordem: Porque existem algumas mães que não conseguem produzir o leite materno? Raissa: Em geral, as mulheres que não conseguem produzir leite são aquelas que fizeram mastectomia, que é a cirurgia de diminuição de mamas. Mesmo com essa condição, é possível que a mãe possa
amamentar, desde que seja feito um trabalho psicológico. Quando a mãe vai ter o bebê, ela está com o nível de prolactina alto, que é o que produz o leite. Durante a gestação, vamos trabalhando com a mãe, para que ela libere endorfina e serotonina, que são hormônios que são a sensação de bem-estar e a partir daí, ser possível a produção de leite materno. A Ordem: Em contrapartida, existem aquelas mães que produzem uma quantidade maior de leite, sendo possível fazer a doação para um banco de leite. Neste caso, como ela deve proceder? Raissa: Ela pode ligar para um banco de leite ou posto de coleta do nosso estado. Lembrando que o banco de leite e posto de coleta não são lugares somente para retirar o leite. A família pode buscar o local para obter informações e tirar dú-
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a ordem | Entrevista Luiza Gualberto
vida sobre o aleitamento materno e técnica de manejo para retirada do leite. Temos um grupo de whatsapp, onde as mães também podem tirar dúvida. O número é: (84) 999935880. As mães também podem entrar em contato pelo número da Coordenação de Aleitamento no RN, que é: (84) 3232-2576. O leite também pode ser coletado em casa, caso a mãe saiba o manejo para sua retirada. Mas, são exigidos alguns cuidados, como por exemplo, prender os cabelos com um gorro, proteger a boca com uma máscara, lavar as mãos e braços com água e sabão e a mama somente com água. É preciso também lavar e esterilizar um recipiente de vidro com tampa plástica, que é próprio para armazenar esse leite materno. A Ordem: Existe algum tipo de campanha, no sentido de arrecadar o recipiente de vidro com tampa plástica? Raissa: Durante a Semana Mundial de Amamentação deste ano, que aconteceu no mês de agosto, a Secretaria de Estado da Saúde Pública renovou o convênio com os Correios para a campanha “Doe vidro, salve vidas”, cujo objetivo é arrecadar depósitos de vidro com tampa plástica para acondicionar o leite materno. As doações podem ser feitas em uma das 29 agências de Natal, bem como nas agências de Mossoró, Caicó e Santa Cruz. A Ordem: Para quem é destinado o leite que é arrecadado nos bancos e postos de coleta? Raissa: Se os estoques do banco de leite estivessem todos completos, distribuiríamos para todo mundo. No momento, o leite que
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é arrecadado é destinado para os bebês que estão na UTI, que nasceram de forma prematura. Constatamos que com a má alimentação que muitas mães têm, as crianças estão nascendo com menos de 37 semanas, ou seja, elas nascem prematuras, o que leva a preocupação de muitas mães. Devido à preocupação, à ansiedade e outros fatores, ocorre que o leite termina não sendo produzido. A Ordem: Atualmente, como está o estoque dos bancos de leite em nosso estado? Raissa: No momento, a nossa situação de doação está baixa. Todo os anos são em torno de 7 mil bebês que precisam dessa doação de leite, para apenas 2 mil doadoras em todo o Estado. Lembrando que quando temos leite em estoque, não distribuímos so-
mente para a rede pública, mas também para a rede privada. A Ordem: Pelo fato de não conseguir amamentar, muitas mães recorrem ao complemento para alimentar o bebê. Como você vê essa prática? Raissa: O aleitamento materno é uma prática que a gente não pode e nem deve se furtar, porque nós somos mamíferos. Muitas mães se preocupam e acham que a criança dorme melhor dando esse suplemento à noite. Devemos entender que o suplemento não é absorvido muito bem no estômago da criança. Portanto, se for o caso do uso efetivo deste complemento, o bebê deve ter um acompanhamento diferenciado com o pediatra, que vai monitorar a ação deste suplemento no organismo do bebê.
Entrevista | a ordem
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a ordem | Capa
Nossa Senhora Aparecida:
300 anos de bênçãos
Santuário Nacional
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A12
Capa | a ordem Por Luiza Gualberto Neste mês de outubro, a Igreja de todo o Brasil celebra os 300 anos em que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por pescadores às margens do Rio Paraíba do Sul, no ano de 1717. Desde o ano passado, uma programação especial vem sendo desenvolvida nas Dioceses e Arquidioceses de todo o Brasil, no sentido de preparar os fiéis para o tricentenário. Nestes dias, muitos fiéis se dirigem ao Santuário Nacional, para festejar a padroeira. Ano Mariano No contexto das Comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no rio Paraíba do Sul, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) instituiu o Ano Nacional Mariano. Em mensagem, a presidência da entidade destacou que a celebração dos 300 anos é uma “grande ação de graças”. Desde 2014, as dioceses do Brasil se preparam para esta comemoração, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida. Para os bispos do Brasil, o gesto de percorrer cidades e periferias, lembra aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus. Segundo o presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha, a cele-
bração dos 300 anos é uma grande ação de graças. “Todas as dioceses do Brasil, desde 2014, se preparam, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus. O Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser”, disse. A Arquidiocese de Natal recebeu a peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no ano de 2015, encerrando no ano passado. No território da Arquidiocese de Natal e no estado do Rio Grande do Norte, apenas uma Paróquia é dedicada a Nossa Senhora Aparecida, a do bairro Neópolis, na capital. Por ocasião desta iniciativa, o Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, publicou um decreto, no dia 24 de dezembro do ano passado, determinando que a Paróquia fosse proclamada como lugar de peregrinação e romaria, durante o ano Mariano, que vai encerrar no dia 11 de outubro deste ano. Neste período, diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços, se dirigiram à Paróquia para exercer este ato de fé e devoção à padroeira do Brasil.
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a ordem | Capa
comemoração dos 300 anos. Festa da padroeira No Santuário Nacional, em São Paulo, a programação da festa de Nossa Senhora Aparecida contempla várias atividades, entre elas o tradicional novenário. No dia 05 de outubro, o pregador será o Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. Na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, no bairro Neópolis, na
capital, a programação envolve a celebração de novenas, além de recitação do Ofício de Nossa Senhora, terço mariano. Dentro da programação, haverá o lançamento de um selo festivo dos Correios, em comemoração ao Jubileu de 300 anos de bênçãos. A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte vai realizar uma sessão solene, alusiva à comemoração. O evento será realizado no dia 09 de outubro, às 09h, na sede do Legislativo Potiguar. Brunno Antunes
Peregrinação nos hospitais O Santuário Nacional de Aparecida doou uma réplica da imagem da padroeira do Brasil à capelania dos hospitais, da Arquidiocese de Natal. A imagem foi entregue ao capelão dos hospitais, Padre Francisco Lima, no início deste mês. Segundo o Padre Francisco, em Natal, a imagem peregrinará pelos hospitais e, por fim, será entronizada no Hospital Mons. Walfredo Gurgel. Segundo o capelão, “será um marco da
Missa de encerramento da peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida na Arquidiocese de Natal
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Pascom Neópolis
Capa | a ordem
Peregrinação da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Ceará-Mirim
Devoção mariana Diversas são as graças alcançadas pelos fiéis devotos da padroeira do Brasil. Rayanne Medeiros, ministra da Eucaristia na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, no bairro Neópolis, conta que sua devoção a Nossa Senhora surgiu por meio da relação de amor e confiança na intercessão dela. “Nossa Senhora Aparecida me ensina, me encaminha e me dá fortaleza, diante das dificuldades do caminho”, relata. Há cerca de dois anos, a irmã de Rayanne, Rosineide, que mora em um convento no estado do Ceará, descobriu um nódulo no pescoço, considerado pelos médicos como algo delicado e que precisaria ser removido através de um procedimento cirúrgico. Em virtude desta condição de saúde, a mãe delas conversou com a madre do convento e pediu para que Rosineide pudesse se afastar do
convento, para vir fazer o procedimento em Natal. “Lembro bem que neste período pedi com muita fé e confiança a Nossa Senhora Aparecida, para que curasse minha irmã. Minha mãe estava muito aflita por conta da saúde de Rosineide e eu disse a ela, que acreditasse, que Nossa Senhora iria interceder a Deus e que Rosineide ficaria curada”, conta. Rosineide veio para Natal e foi junto com sua mãe ao médico. “Antes da consulta, fui à missa de cura e conversei com Nossa Senhora. Fui atendida em minha prece. Após a consulta, minha mãe me ligou chorando e disse que o médico não havia encontrado nada onde estava o nódulo e que minha irmã estava bem de saúde. Foi uma graça alcançada pela intercessão maternal de Nossa Senhora Aparecida”, comemora Rayanne. E complementa: “Só tenho que agradecer a Nossa Senhora por tudo
que ela representa em minha vida. Ela está sempre à nossa frente, intercedendo a Deus, diante de alegrias e dificuldades”. Iara Galvão, coordenadora da Pastoral da Música na Paróquia de Neópolis também é devota de Nossa Senhora Aparecida e tem um testemunho de graça alcançada. “Conto esse testemunho há todo mundo. Há mais de 40 anos eu fumava. Quando era solteira, meu pai tentou me fazer parar, mas não consegui. Quando casei, meu marido tentou fazer a mesma coisa, mas sem êxito. Tivemos casos de câncer de pulmão na família e isso me assustou. Resolvi parar de fumar, mas não conseguia sozinha. Foi aí que no dia 06 de dezembro de 2015, fui consagrada a Nossa Senhora Aparecida e de lá para cá, não fumei mais, o que pra mim, é motivo de render graças a Nossa Senhora Aparecida”, celebra.
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a ordem | Artigo
Criança ontem e hoje
Deixai vir a mim as criancinhas... não poderia ser melhor escolha começar esta conversa pensando nestas figuras tão importantes para todos nós. Elas são o alívio que nossa alma reclama, são as imagens que inundam nosso olhar, nosso ser, nossa pátria interior: a vida; porque delas é o Reino dos Céus. Ocupam os espaços a elas dedicados, ocupando a nossa certeza de que é preciso voltar a ser criança para contemplar um Reino de liberdade e de paz em meio à guerra. São olhos, são corações, é alma em brandura enaltecendo o caminho a ser percorrido em alma e divindade. Não as impeçais! Mesmo que queiramos retirar a imagem pueril de nossas lembranças, ficaria difícil, tendo em vista a leveza com a qual lidamos no dia a dia se fazendo remédio para a cura do mundo adulto. As crianças são, por natureza, a unidade da alma repleta de sentimentos, de ansiosa presença do Deus leve e solto, interno e externo ao mundo nosso de cada dia. Ao longo do tempo, muitas são as reflexões em torno da criança, tratando-a desde um ser “homúnculo”, ou seja, caracterizado como alguém sem capacidade de pensar e se dirigir - até a criança do mundo tecnológico, dominador de ambientes, do hoje da sociedade. Em meio a isto, é importante observar que o nascimento biológico deste ser e o nascimento psicológico não coincidem no tempo. O biológico tem sua delimitação, dramática e observável, enquanto o psicológico se dá num processo de lento desdobrar, atendendo a aspectos vários do seu crescimento e desenvolvimento. Aqui se encontra o ontem e o hoje desta criatura que tudo vê, tudo transforma, independente do tempo vivido e do espaço ocupado. É muito comum, nas rodas de conversa que versam
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Milton Dantas Coordenador Estadual da Pastoral da Criança
sobre tal conteúdo, aparecerem afirmações como: tempo bom era o de antes, as crianças eram diferentes, comportavam-se com educação, não eram tão trabalhosas. Longe de nós ficar parado no tempo de outrora, apenas contemplando o seu marasmo e afastando o dinamismo natural na criança. Não seria esta a característica principal da criança? Naturalidade e dinamismo? É preciso que se reflitam as ações para que o ciclo da vida seja vivenciado a partir da concepção de criança e não do tempo. Não se deseja a existência de uma criança adultizada, onde sonhos, fantasias sejam algo do mundo palpável, preocupante, educado na medida da concepção de educação adulta para responder a caprichos de um mundo maduro, de adultos metódicos e “enformados” como que tijolos em empilhadeiras. Em cada tempo, uma forma de ver o mundo; porém, em cada criança, o mesmo sentimento de imaginação capaz de realizar transformações construtivas e adentrar a situações não preestabelecidas como forma mágica do viver. As crianças de ontem são as mesmas crianças de hoje; no entanto, seus espaços contextuais são o que a palavra define: contextualização. Personalidades vivenciam um tempo e um espaço de mesma dimensão, porém com hábitos diferentes. A necessidade cria o hábito; o ter e o ser existem numa dança de valores e contravalores que vão definindo formas de lidar com a realidade. Talvez sejam as crianças de hoje, mais plenas de desejos e realizações em detrimento de um mundo dinâmico e propulsor de uma adversidade cultural, social e econômica que reclama pela corrida do técnico, sobrepondo-se ao emocional. Criança ontem e hoje: mesmos sonhos, mesmas fantasias; hábitos, costumes diferentes.
Assunto | a ordem
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Rivaldo Junior
a ordem | Em ação
Outubro Rosa
contribui para aumentar o índice de cura de câncer de mama
Liga contra o câncer, em Natal
Por Cione Cruz
Responsável por um dos maiores índices de câncer do Brasil, o câncer de mama é, de fato, o mais comum entre as mulheres, afirmou a Mastologista da Liga Norterio-grandense Contra o Câncer, Juliana Lopes Aguiar, especialista em Mastologia e membro da Sociedade Brasileira de Mastologia. Segundo Juliana, o índice da doença no Rio Grande do Norte “é compatível com a realidade brasileira e o percentual de casos diagnosticados em fase avançada é muito alto”. Daí a importância da prevenção para diminuir a incidência. Juliana Aguiar também reconhece a im-
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portância de movimentos como o Outubro Rosa, que, além de informar, serve para estimular a população a procurar o diagnóstico e tratamento da doença. O Outubro Rosa foi iniciado nos Estados Unidos, quando o Congresso Americano aprovou e instituiu o mês de outubro como o mês de prevenção de câncer de mama. Esse movimento foi adotado pela maioria dos países do mundo e, no Brasil, ganhou a adesão de toda a população à causa, assim como das instituições públicas e filantrópicas, empresas privadas, entidades e Organizações Não Governamentais (ONGs).
Em ação | a ordem A Ordem: Qual o índice de câncer de mama no RN, atualmente? Juliana: O câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. No Brasil, em 2016, foi estimado cerca de 58.000 novos casos (28% de todos os cânceres de todas as localizações, excetuando-se o câncer de pele não melanoma). No RN a expectativa foi de 720 novos casos, sendo metade concentrados em Natal. São cerca de dois casos de câncer por dia diagnosticados no estado! O índice no RN é compatível com a realidade brasileira, entretanto no nosso estado ainda temos um percentual muito alto de câncer diagnosticado em estágios mais avançados da doença - cerca de 35% dos pacientes têm doença avançada ao diagnóstico, diminuindo bastante a chance de cura. O acesso à mamografia, as campanhas de conscientização, podem melhorar esses números. A Ordem: Existe alguma forma de prevenção desse tipo de câncer? Juliana: A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível pelos inúmeros fatores relacionados ao surgimento dele. Sabemos que alguns fatores de risco podem ser evitados e outros não, conferindo a ele uma
dificuldade em atingir uma prevenção eficaz. Por isso os exames de rastreamento, como a mamografia, são tão importantes para conseguirmos uma detecção precoce e maior chance de cura e de tratamentos menos agressivos. Sabe-se que obesidade após a menopausa, alguns casos de reposição hormonal, hábitos de vida não saudáveis como o sedentarismo e o consumo de álcool podem aumentar o risco da doença. Assim, manter um estilo de vida saudável diminui o risco e ajuda de certa forma na prevenção do câncer de mama. A Ordem: Quais fatores podem desencadear essa doença? Juliana: Sabemos que há fatores ligados com o surgimento do câncer de mama. O mais importante é a história familiar positiva para câncer de mama, incluindo parentes de primeiro grau que tiveram a doença, ou homens acometidos por câncer de mama na família. Essas pacientes podem ter alterações genéticas que aumentam a probabilidade de vir a ter a doença. Outros fatores também implicados são obesidade após a menopausa, o avançar da idade, sedentarismo, terapia de reposição hormonal com medicações específicas e por
tempo indiscriminado, alguns fatores reprodutivos como não ter amamentado, não ter filhos; dentre outros fatores mais raros. A Ordem: Em que o Outubro Rosa tem contribuído para o esclarecimento do câncer de mama? Juliana: A campanha do Outubro Rosa tem uma dimensão nacional e é bem enfatizada nos meios de comunicação, fazendo com que cada vez mais as mulheres entendam a importância de fazerem exame, mesmo sem apresentar sintoma. A mamografia é um exame simples, rápido, e responsável por aumentar o diagnóstico da doença em estágios bem iniciais, poupando a paciente de cirurgias e tratamentos agressivos, como a quimioterapia. É muito importante falar sobre uma doença que pode ser curável se diagnosticada cedo, e por isso o Outubro Rosa tem cada dia mais espaço. As mulheres precisam saber que o câncer pode não dar sintomas, e por isso é tão importante a mamografia anual a partir dos 40 anos, e buscar consulta com o médico especialista, e o Outubro Rosa vem lembrá-las disto. Nossos atendimentos aumentam bastante nesse mês, e temos tido uma adesão muito boa da mídia e da população, conseguindo curar cada dia mais pacientes.
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a ordem | Informe
Saúde da mulher é destacada por deputada na Assembleia Legislativa A atenção com a saúde da mulher sempre foi um das bandeiras de atuação da deputada estadual Cristiane Dantas (PCdoB). Em seu mandato na Assembleia Legislativa, a parlamentar tem promovido com frequência debates, através de audiências Públicas, sobre temas que envolvem os direitos e a saúde da mulher, como a prevenção do câncer de mama e o direto ao parto humanizado para combater 20 | Outubro de 2017
a violência obstétrica. “As abordagens desses temas tem se intensificado com a criação da Frente Parlamentar da Mulher da Assembleia Legislativa. Através da Frente, estamos levando informações e conscientizando as mulheres sobre diversos temas, principalmente os ligados à prevenção da saúde”, diz Cristiane Dantas que preside a Frente Parlamentar da Mulher.
Informe | a ordem
Com início de mais uma campanha Outubro Rosa, a deputada estadual tem levado ao conhecimento das mulheres a importância da prevenção do câncer de mama e apoia as iniciativas de grupos de apoio às mulheres com câncer, como o Grupo Reviver. Ciente da dificuldade das mulheres em ter de acesso ao exame de mamografia pelo SUS, Cristiane destinou emendas parlamentares para a compra de mamógrafos no município de Alexandria, na região do Alto Oeste, e também para São José de Mipibu, na Grande Natal. A parlamentar também incentivou a celebração do convênio entre a Assembleia Legislativa e o Grupo Reviver para a realização de mamografias gratuitas que acontecerá de 4 a 12 de outubro, na Cidade Alta, em Natal. “Nossa proposta é trazer uma mensagem de alerta para todos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a cada dois minutos uma
mulher é diagnosticada com câncer e devemos ser multiplicadores na prevenção e alertar para a importância da detecção precoce do câncer”, disse Cristiane Dantas. Outro tema que mobiliza o mandato da parlamentar é o combate à violência obstétrica e o direito ao parto humanizado. No início deste ano a deputada realizou uma audiência pública sobre o assunto e apresentou na Assembleia Legislativa um projeto de lei que permite a entrada de doulas nas maternidades públicas do Rio Grande do Norte. “O projeto de lei visa assegurar a melhoria da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-nascido. Tendo acesso à informação e a esse direito elas poderão compreender a importância da humanização do parto e combater a violência obstétrica”, justifica Cristiane Dantas.
Deputada estadual, Cristiane dantas
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Gemaia
a ordem | Paróquias
Igreja Matriz
São Francisco de Assis, padroeiro de Cidade Satélite Há cerca de 30 anos, na expansão da cidade do Natal, foi criado um conjunto habitacional, que no seu início contava com aproximadamente 3.545 casas. O Conjunto Cidade Satélite está inserido no bairro Pitimbu e desde a sua fundação, foi se expandindo, com o surgimento de novas edificações. De acordo com o livro “Paróquias potiguares – uma história”, de autoria do Pe. Normando Pignatato
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(in memoriam), na evolução do conjunto habitacional, também foram construídas Igrejas, uma delas dedicadas a São Francisco de Assis, que é o padroeiro do conjunto. No dia 30 de setembro de 1988, por decreto do então arcebispo, Dom Alair Vilar Fernandes de Melo, foi criada a Paróquia de São Francisco de Assis. A comunidade paroquial foi desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da
Candelária, no bairro Candelária e teve como primeiro pároco, o padre José Zilmar de Andrade. Atualmente, quem está à frente dos trabalhos paroquiais é o padre José Nazareno Vieira da Nóbrega. Vida Pastoral Dinamismo pastoral. É assim que o padre Nazareno avalia a atuação dos grupos de pastorais, movimentos e serviços da Paróquia. Segundo
ele, hoje, a comunidade paroquial conta com seis setores missionários e além da Igreja matriz, conta com duas capelas, uma dedicada à Santa Luzia e outra dedicada a Frei Galvão. “No contexto do que nos pede o Papa Francisco, de sermos uma Igreja em saída, todos os meses, realizamos celebrações nos condomínios que estão inseridos no território paroquial. A Paróquia cresceu junto com o povo do conjunto Cidade Satélite e isso é motivo de alegria para nós, de sermos essa presença de Deus junto à comunidade”, diz. Festa de São Francisco De 28 de setembro a 08 de outubro, a Paróquia festa o padroeiro, com uma programação diversificada, com novenas, missas e momentos de oração. No dia 08 de outubro, encerramento dos festejos, a programação vai contar com procissão, às 16h e, após, celebração de missa, presidida pelo arcebispo emérito, Dom Matias Patrício de Macedo. Neste ano, a festa tem como “Vai e reconstrói casa comum”, fazendo uma referência à encíclica do Papa Francisco Laudato si. “São Francisco é uma referência luminosa em nossa Igreja, porque ele conseguiu dialogar com a sociedade e com a natureza através
Cacilda Medeiros
Paróquias | a ordem
do seu testemunho”, destaca. Neste período festivo, a Paróquia vai lançar uma campanha para auxiliar na reforma da Igreja matriz. Social Embora ainda não exista uma pastoral dedicada somente ao social, a Paróquia de São Francisco tem grupos que desenvolvem essa ação junto aos menos favorecidos. “O grupo dos Vicentinos da Paróquia desenvolve um trabalho no Planalto, onde fazem um pouco do mapeamento das casas, identificando quantas pessoas existem lá, crianças que ainda não receberam o sacramento do batismo e eles também levam roupas, cestas básicas, além, é claro, a Palavra de Deus. Outro grupo que também tem um trabalho neste campo do social é a Renovação Carismática Católica, que todos os meses desenvolve uma ação com os irmãos em situação de rua, junto com a Toca de Assis, no bairro da Ribeira. Nessa atividade, eles levam alimentos, material de higiene pessoal, roupas e tudo que possa dar um pouco mais de conforto e dignidade às pessoas que se encontram nesta realidade”, explica. Ainda de acordo com o Pe. Nazareno, a Paróquia já está trabalhando para implantar a Pastoral Social.
Pe. José Nazareno, pároco
ENDEREÇO Rua Cisnes, 8024 Conj. Cidade Satélite Pitimbu – Natal/RN Contato (84) 3615-2834 Horários de missas Igreja matriz - Segunda a sexta: 6h e 17h30 - Sábado: 6h e 16h - Domingo: 7h e 18h secretaria paroquial De segunda a sexta-feira, das 07h às 11h30 e das 13h30 às 17h30 Sábados, das 08h às 12h
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Fotos: Robson Freitas
a ordem | Paróquias
Tangará:
paróquia dedicada à padroeira das missões Em 12 de abril de 1996, o então arcebispo de Natal, Dom Heitor de Araújo Sales, criou a Paróquia de Santa Teresinha, abrangendo os municípios de Tangará, Sítio Novo e Lagoa de Velhos, desmembrando-a da Paróquia de São José, em São José de Campestre. Hoje, Lagoa de Velhos pertence à Paróquia de São Paulo Apóstolo, em São Paulo do Potengi. O primeiro pároco foi o Padre
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Severino dos Ramos Vicente, que ficou à frente da paróquia até o ano 2000. De 2000 a 2004, o pároco foi o Padre Tarcísio Pereira de Carvalho; de 2005 a 2007, Padre Darci Lopes de Araújo, e, de 2008 a 2017, Padre João Batista de Lima. Em 8 de setembro deste ano, o Padre Lenilson Silva das Chagas assumiu o governo da paróquia. “Fui muito bem acolhido pelo povo tangaraense. Sinto-
Igreja Matriz de Santa Teresinha
-me muito feliz. O essencial existe, que é o povo. O resto, a gente constrói. E gosto muito de trabalhar com o povo de Deus”, diz Padre Lenilson. Segundo o atual pároco, mais de dez grupos de pastorais e movimentos atuam na paróquia. “Atualmente, a Paróquia de Santa Teresinha é formada por 19 comunidades, sendo 15 em Tangará e quatro em Sítio Novo”, diz o Padre Lenilson.
Paróquias | a ordem
Cruzeiro de São Francisco Na comunidade Serrote Branco, no município de Tangará, há um cruzeiro dedicado a São Francisco de Assis, construído por um morador, chamado João Nascimento. Devoto do santo de Assis, ele ia, todos os anos, a Canindé (CE), onde está a Igreja de São Francisco e para onde acorrem centenas de peregrinos, em romaria. Com idade avançada e problemas de saúde, João comunicou a um padre, em Canindé, que estava preocupado porque não tinha mais condições de fazer a romaria. O padre orientou-o a cons-
truir um cruzeiro onde morava em homenagem a São Francisco. O local escolhido por seu João para construir o cruzeiro foi a pedra do Serrote Branco, por ter uma pedra imponente. Em 1963, foi construído o cruzeiro, que, desde então, sempre recebe a visita dos devotos de São Francisco de Assis, especialmente no dia 4 de outubro. De acordo com o Padre Lenilson, tradicionalmente, no dia de São Francisco, o povo de Deus sai, às 5 horas da manhã, em caminhada e oração para o cruzeiro, onde é celebrada a missa.
Endereço: Paróquia de Santa Teresinha, Praça Major Lula Gomes, 54, Centro, Tangará (RN) CEP 59240-000 CONTATOS: (84) 3292-2263 Horário de missa: Tangará (Matriz) - Domingo – 7h e 19h - Quarta-feira – 19h (com o terço dos homens) - Última segunda-feira do mês – 19h (com as mães que oram pelos filhos) Primeira sexta-feira do mês – 6h Sítio Novo - Domingo – 16h - Primeira sexta-feira do mês – 19h
Pe. Lenilson Silva, pároco
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cedida
a ordem | Professor
Professora Mayara Bezerra na sala de recursos pedagógicos
Profissão: professor Por Adriano Cruz
O professor é um dos profissionais que a maioria de nós encontra em diversas etapas da vida: desde a infância até os cursos livres. Entre encontros e desencontros, alguns marcam a nossa memória: a professorinha da alfabetização, o “carrasco” da matemática ou o “teacher” que não saia do verbo “to be”. O fato é que a profissão de professor é uma das mais elogiadas nas redes sociais. Em uma pesquisa rápida na Internet, encontrei diversas imagens que homenageiam a
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“transmissão do conhecimento” e o poder de “transformação do mundo” que o professor teria. O verso do poema Exaltação de Aninha, de Cora Coralina, “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” é um dos que mais aparecem em postagens, especialmente preparadas para o dia dos professores, celebrado no dia 15 de outubro. Na vida real, é difícil exercer o magistério no Brasil. Fatores já conhecidos tornam a empreitada árdua: salários baixos e, ainda por cima
Professor | a ordem
pagos em atraso; poucos recursos em material didático; falta de laboratórios; formação inadequada; excesso de alunos nas turmas e prédios depredados ou em mal estado. Somente 4,5% do total das escolas brasileiras possuem os itens mínimos de infraestrutura, segundo o Plano Nacional de Educação. A consequência disso é má qualidade no ensino. Os dados são preocupantes, segundo o Ideb/2015. O teste avalia o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e o desempenho dos alunos em português e matemática. É dividido em ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio. E foi justamente nesse último que o Rio Grande do Norte teve um desempenho nada satisfatório: a segunda pior nota na avaliação para a rede estadual, superando apenas Sergipe. O índice alcançado foi 2,8, bem distante do 3,9 alcançados por São Paulo e por Pernambuco. Outra fonte de preocupação docente é a violência. De acordo com a pesquisa “violências na Escola” publicada pela Unesco e disponível gratuitamente na internet (http:// unesdoc.unesco.org), há uma sensação de desconforto dos professores na sala de aula “muitos sentem que os alunos lhe faltam com o respeito”, diz o documento. Esse fato se agrava ainda mais nas escolas particulares, conforme depoimento de um dos entrevistados pelos pesquisadores. “Os alunos que acham que, pelo fato de pagarem o estudo, têm o direito de enfrentar os professores e funcionários”. Essa situação de violência simbólica é apenas um dos tipos que acontece nas escolas.
Um caso recente de violência física movimentou as redes sociais este ano, a professora catarinense Márcia Friggi foi agredida por um aluno de 15 anos. As imagens da brutalidade percorreram o país e provocaram reflexão sobre os desafios da educação na família, na escola e nos demais espaços da sociedade. Muitos docentes acabam mudando de profissão. É o caso da artesã Sônia Silva, que trocou o giz e a lousa por linhas e tesoura. Ela conta que o desgaste na sala de aula, a falta de recursos e o desrespeito de parte de alguns alunos a fizeram repensar a profissão. “Não estava feliz e satisfeita”, disse. Remando contra todas essas dificuldades, há os professores que persistem e se destacam até nacionalmente na área. É o caso de Bruno Lima, um dos ganhadores do Prêmio Professores do Brasil do Ministério da Educação em 2012 e 2013. Em um dos seus projetos, o professor da rede estadual de ensino abordava os temas de Filosofia e Sociologia no ensino médio por meio do teatro, contando com a participação dos alunos-atores numa abordagem interdisciplinar. “Não há maior gratidão ao saber que um ex-aluno tenha se tornado um cidadão e tenha conquistado espaço na sociedade, tendo um dia construído conosco os ensinamentos e conhecimentos que utilizou para alcançar tal condição”, disse. Quando pergunto o que é ser professor, responde que é preciso ter paciência e perseverança na profissão “Muitos são os desafios e duradouro o processo educativo, enquanto que os resultados mais significativos do nosso trabalho não aparecem de imediato”, finalizou.
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a ordem | Professor
Outra experiência interessante, aqui no RN, é a do professor de Biologia da rede estadual, Raphael Bender, que desenvolve diversas “engenhocas” para as aulas de ciências: material reciclado vira lupa, aparelhos celulares se tornam microscópios artesanais. Isso aconteceu graças à formação docente. Raphael estudou Psicobiologia no mestrado e fez doutorado em Neurociências pela UFRN. Daí foi fácil constatar o abismo entre a produção científica de ponta nas universidade e a realidade de boa parte da escola pública. “Durante esse processo, percebi que construir alguns equipamentos para pesquisa era possível e muito divertido. É uma atividade que une a descoberta científica ao desenvolvimento tecnológico, trazendo inovação para a sala de aula”, disse. A pedagoga Mayara Bezerra também trabalha na rede pública de ensino. Ela conta que ensinar é um ato político na dimensão do que defende Paulo Freire. “Ajudamos a construir o cidadão crítico preparado para a vida, para o mercado. mediamos a construção do a aprender a ser, a conhecer, a fazer”. Mayara trabalha em um projeto, sala de recursos, que atende alunos com deficiência e
Microscópio produzido com material reciclável
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transtornos de aprendizagem. Os estudantes são atendidos pedagogicamente no turno inverso ao das aulas regulares. “Não é reforço”, enfatiza a professora. “Atendo alunos com autismo, deficiência intelectual, cegueira, baixa visão”, disse. O ensino-aprendizagem depende da necessidade do aluno, explica. Assim, os cegos a procuram para usar o notebook, por exemplo; outros desejam melhorar a mobilidade ou a comunicação em Libras. Além dessas tarefas, a professora também desenvolve um projeto de arteterapia com adolescentes da escola. São atendidos alunos com histórico de indisciplina que concordaram em desenvolver atividades expressivas (colagens, pintura, teatro etc) para melhorar o autoconhecimento e o relacionamento interpessoal. “Acredito que vamos conseguir dar uma contribuição para que esses jovens se percebam. Talvez não resolvem todas os conflitos deles, nem é essa a proposta, mas saber que há uma formas de superá-los ou conviver com eles, inclusive com ajuda. Está sendo uma experiência rica e de aproximação”, concluiu. O professor da UFRN Ruy Rocha já recebeu dezenas de homenagens pelos alunos, seja como paraninfo ou professor da turma. Conhecido pelo entusiasmo com o audiovisual, ele afirma que o professor não é o protagonista do ensino. “É um incentivador no processo de ensino/aprendizagem. É um parceiro na construção do conhecimento. Para alcançar este objetivo, pode assumir diversas faces: a face do pesquisador, artesão, do curador, do sistematizador, do motivador, do crítico. Todas estes perfis dependem do diálogo contínuo com o estudante”, disse. É possível ouvir os ecos do educador Paulo Freire, que influenciou gerações de professores. No livro Extensão ou comunicação?, Freire defende que a educação não é a transmissão de saberes, mas um processo de diálogo e comunicação que cria sentidos para os interlocutores. Portanto, atravessa a vida, a memória e os afetos dos estudantes bem além da sala de aula. É um encontro. E como diz Cora Coralina, na última estrofe do poema: “A estrada da vida é uma reta marcada de encruzilhadas. /Caminhos certos e errados, encontros e desencontros /do começo ao fim.”.
Personalidade | a ordem
Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal
Noilde Ramalho
Natural de Nova Cruz (RN), Noilde Pessoa Ramalho nasceu em 19 de julho de 1920. Aos 16 anos de idade, ingressou na Escola Doméstica (ED), em Natal, no 2º ano do Curso Doméstico, concluindo-o em 1939. No ano de 1945, assumiu a direção da Escola Doméstica, função que desempenhou e se dedicou até o fim de sua vida. Foram 65 anos zelando pela educação. Noilde Ramalho fundou o Colégio Henrique Castriciano, em 1987, e a FARN (hoje, Uni-RN), em 1999. À frente da Escola Doméstica, imprimiu, durante mais de seis décadas, a marca da eficiência e do amor ao ensino. Entre tantas iniciativas, inaugurou o pavilhão de puericultura; fundou a Associação das Ex-alunas e revalidou o curso doméstico de nível colegial. Por isso, podemos dizer até que a história da ED se confunde com a biografia da professora Noilde. É válido lembrar que a Escola foi palco de grandes eventos históricos, recebendo altas personalidades políticas, civis e religiosas do País e até do exterior. Atualmente, as três escolas juntas recebem o nome de “Complexo de Ensino Noilde Ramalho ED/HC/UNI-RN.” Durante sua vida, recebeu dezenas de comendas e homenagens, com destaque para a medalha Imperatriz Leopoldina, entregue pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1955; a medalha de Pacificador, concedida pelo Ministério do Exército, em 1965; a medalha Alberto Santos Dumont, outorgada pelo Ministério da Aeronáutica, em 1973; a comenda da Ordem do Mérito do Estado do Rio Grande do Norte, no grau de grande oficial, em 1999, e a comenda de Mérito Naval, conferida pelo Presidente da República, em 2003. Noilde Ramalho faleceu no dia 25 de dezembro de 2010, vítima de um edema pulmonar, en-
Cedida
e seu legado na educação potiguar
quanto fazia um cruzeiro pelo sul do Brasil, aos 90 anos de idade. A ela, nossa homenagem póstuma, pelo legado que nos deixou, na educação, e por ter sido uma cristã atuante, colaboradora das ações da Arquidiocese de Natal.
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a ordem | Para conhecer
Turismo & Cultura
Rio Grande da Fé:
a devoção do vale do Cunhaú
Por João Marcos Martins Ramos, acadêmico em Gestão do Turismo - IFRN O turismo religioso é compreendido como uma atividade desenvolvida por pessoas que se deslocam por motivos religiosos ou para participar de eventos de significado religioso. Este eixo do turismo abrange peregrinações, romarias, visitas a locais com atrativos de cunho histórico/religioso. Pesquisas atuais indicam a influência que práticas espirituais, como manifestações de fé, auxiliam no bem-estar, com emoções vividas através das experiências com o sagrado. (Maio, 2003). Estudos estatísticos recentes demonstram que, no Brasil, em 2015 cerca de 18 milhões de peregrinos motivados pela fé se deslocaram para localidades com atrativos religiosos. No Rio Grande do Norte, esse segmento desponta como o
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segundo maior roteiro turístico, ficando atrás apenas do turismo de lazer. Poucos anos após o Martírio em Cunhaú, peregrinos de comunidades circunvizinhas que visitavam a capela de Nossa Senhora das Candeias, nas dependências do antigo engenho, buscavam o testemunho de homens e mulheres, mortos naquela igreja. A partir destas peregrinações à capela, os devotos dos mártires iam surgindo, intitulando-os como “almas do Cunhaú”. Séculos depois, gerações tinham os mártires como intercessores, alcançando graças, muitas vezes impossíveis. A partir de 1990, aconteceram deslocamentos em massa para Cunhaú. Com a beatificação dos Mártires, no ano 2000, houve a necessidade
de ampliar o complexo turístico de Cunhaú; com este objetivo, em 2001 foi construído o Santuário Chama de Amor, inaugurado a 02 de fevereiro de 2004, um projeto do movimento húngaro, do Imaculado Coração de Maria, coordenado no Brasil pelo Padre Antônio Maria, e aceito pela Arquidiocese de Natal, no Arcebispado de Dom Heitor Sales. Com a canonização dos Mártires, neste mês, o turismo em Cunháu, bem como em Uruaçu, terá uma maior amplitude e visibilidade, com os peregrinos que visitarão a terra dos primeiros Mártires Brasileiros, homens, mulheres, jovens e meninos que surgiram como um milagre, que deram ao mundo uma mensagem de perseverança, nos verdes vales do Cunhaú e Uruaçu.
Espiritualidade | a ordem
A Espiritualidade da Rosa (Santa Teresinha) Monjas Carmelitas Descalças Carmelo de Nossa Senhora do Sorriso e Sta. Teresinha. “Uma chuva de rosas (graças) derramarei sobre a terra.” O mês do Rosário, como um buquê de Rosas dado à Virgem Maria, se abre com uma pequena Rosa, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, a “La petite Thérèse” (a pequena Teresa) que passou sua breve vida (24 anos) a lançar flores para Jesus. Em uma de suas poesias, ela diz: “ Jesus, meu único Amor, ao pés do teu Calvário Como gosto, à tarde, de lançar-te flores Desfolhando por ti a Rosa primaveril Eu quisera enxugar tuas lágrimas...” A Espiritualidade de Sta. Teresinha é mesmo este lançar flores para Jesus, flores estas que são os seus sacrifícios diários, os sofrimentos e alegrias. É também dar a Jesus a conversão dos pecadores alcançada por sua vida de santidade. Como vemos, a santinha das coisas pequenas é uma Santa grande no esforço cotidiano de viver a santidade, nos mínimos acontecimentos. Assim, Sta. Teresinha deseja ensinar-nos que todos podemos oferecer nossas “Rosas” (vidas) ao Bom Deus, pois Ele em seu amor misericordioso nos amou por primeiro. Em seu leito de morte Sta. Teresinha disse às suas Irmãs: “Quero passar meu céu fazendo o bem sobre a terra... não posso repousar enquanto houver almas (pessoas) a serem salvas.” E: “ No céu o Bom Deus fará todas as minha vontades, pois aqui na terra procurei unicamente a Sua Vontade! Que a Pequena Teresa continue a derramar sobre a humanidade e a todos os que recorrem à sua intercessão essa “chuva de Rosas”! Do teu trono de glória fulgente, Já, ó Teresa, na Pátria gozando, tua chuva de rosas envia aos fiéis que te estão suplicando, Sejam símbolo, pra nós, tuas rosas, De que podes prestar-nos auxílio! Junto a Deus, firma a nossa esperança Na alegria e na dor, neste exílio. (Hino de vésperas) Liturgia do Carmelo.
Direito Canônico Pe. Júlio César Vigário Judicial da Arquidiocese de Natal
Educação A cultura atual é permeada por várias problemáticas que provocam uma difusa “emergência educativa”. Com esta expressão, nos referimos à dificuldade em estabelecer relações educativas que, para serem autênticas, devem transmitir às jovens gerações valores e princípios vitais, não só para ajudá-las a crescer e amadurecer individualmente, mas também para contribuir na construção do bem comum. A educação católica, com as suas numerosas escolas e universidades espalhadas pelo mundo, dá um contributo relevante às comunidades eclesiais comprometidas na nova evangelização, e contribui também para que as pessoas e a cultura assimilem os valores antropológicos e éticos que são necessários para construir uma sociedade solidária e fraterna. (Congregação Para a Educação Católica, Educar hoje e Amanhã: uma paixão que se renova).
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a ordem | Vida Pastoral
uma aliança de amor
O Movimento Apostólico de Schoenstatt pertence à Igreja Católica Apostólica Romana e faz parte da Obra Internacional fundada em 18 de outubro de 1914, pelo Pe. José Kentenich, em Schoenstatt, na Alemanha. Schoenstatt – cuja palavra significa belo lugar – é o bairro da cidade de Vallendar, às margens do Rio Reno, onde estava localizado o seminário dos padres Palotinos. O ato da Fundação da Obra Internacional de Schoenstatt é a Aliança de Amor com Maria, firmada pelo Pe. José Kentenich, juntamente com um grupo de seminaristas palotinos. Por meio desse ato, a Mãe de Deus é convidada a estabelecer-se na capelinha existente junto ao Seminário Palotino de Schoenstatt e fazer dela um Santuário de graças, de onde partisse um movimento de renovação religioso e moral para o mundo (fonte: www.schoesntatt.org.br). Hoje, o movimento está presente em mais de 90 países e milhões de pessoas são ligadas à atividade, formando uma família espiritual, composta por sacerdotes, leigos,
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cedida
Movimento Apostólico de Schoenstatt,
Romaria ao Santuário de Olinda (PE) no mês de setembro, que contou com a presença de 30 ônibus da Arquidiocese de Natal
famílias, jovens e crianças. Na Arquidiocese de Natal, o movimento está inserido na maior parte das paróquias do território arquidiocesano
e tem como assistente eclesiástico, o padre Fábio Pinheiro, pároco do Santuário dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, no bairro Nazaré, em Natal.
Vida Pastoral | a ordem
Campanha da Mãe Peregrina No Brasil, o movimento de Schoenstatt teve início quando o padre Kentenich enviou Irmãs de Maria como missionárias para terras brasileiras em 10 de junho de 1935. Mais tarde, em 1947 e 1952, Padre Kentenich esteve no Brasil para estimular a construção de Santuários de Schoenstatt. Participou da inauguração do Santuário Tabor em Santa Maria (RS) em 11 de abril de 1948. Alguns dias após a inauguração, escreveu uma carta incentivando a levar a Imagem da Mãe de Deus às famílias católicas. A Campanha da Mãe Peregrina
se difundiu no país, nos anos 50, por meio do empenho do diácono João Luiz Pozzobon, membro do Movimento Apostólico de Schoenstatt, na cidade de Santa Maria (RS). Convidado pela Irmã M. Teresinha Gobbo, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt, Pozzobon assumiu a tarefa de levar a Imagem Peregrina da Mãe e Rainha de Schoenstatt às famílias e exerceu esse apostolado durante 35 anos, até a data de seu falecimento, que aconteceu no dia 27 de junho de 1985. Com a imagem que possuía, o diácono Pozzo-
O Movimento na Arquidiocese de Natal Segundo o padre Fábio Pinheiro, a Campanha da Mãe Rainha, na Arquidiocese de Natal, está presente em 95% de das Paróquias e Áreas Pastorais, promovendo a oração, a evangelização na família e pela família e ajuda a fortalecer a relação pessoal com Maria e seu Filho Jesus e a vida na comunidade paroquial. “A Mãe de Deus, a partir da imagem de graças que as pessoas recebem, quer nos abrigar espiritualmente, transformar-nos interiormente para vivermos a fecundidade apostólica. Na Campanha nós temos modelos de peregrinas diferentes, para as crianças, para
os enfermos, a peregrina das famílias, a peregrina paroquial e a peregrina diocesana, todas essas expressões estão presentes em nossa Arquidiocese visitando, lares, escolas, hospitais, escritórios, prisões, fábricas e em qualquer lugar que se abra uma porta para ela”, destaca. Para as famílias que fazem parte da Campanha da Mãe Peregrina, o padre Fábio diz: “Que a partir do Santuário, que chega aos nossos lares possamos irradiar para o mundo as glórias de Maria, deixando-a gerar e formar Cristo em nós. Com o seu divino Filho, abençoa-nos Virgem Maria!”
bon percorreu mais de 140.000 Km, levando a evangelização para as famílias da comunidade. Em 1959, a pedido dele, foram enviadas do Santuário, na Alemanha, as pequenas imagens da Mãe peregrina na forma atual, que visitam mensalmente as famílias. Durante essas visitas, acontece recitação do terço mariano. Cada imagem conta com um zelador. São 23 santuários no Brasil, nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal. José Bezerra
Pe Fábio Pinheiro, assistente eclesiástico do Movimento de Schoenstatt na Arquidiocese de Natal
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a ordem | Artigo
A missão com a alegria do evangelho para uma igreja em saida faz a diferença A Igreja peregrina é por natureza Missionária (AG 2). Todos os cristãos pela força do batismo, somos membros da Igreja, corresponsáveis pela atividade missionária em nossas comunidades. A participação das comunidades de cada fiel neste direito–dever é o que se chama cooperação missionária (RMi 77). É essencial termos o entendimento, sejamos pastores, ou povo de Deus, que a Igreja é chamada a estar “em saída” como Jesus, missionário do Pai, que “sabe ir à frente, sabe tomar iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e desanimados, chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Papa Francisco nos lembra de que a alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontraram com Jesus Cristo (EG 1). Essa alegria é Missionária e precisa ser anunciada a todos que encontrarmos no caminha da Missão, pois a própria Missão acontece no caminho, daí a razão para o discernimento de uma igreja em saída. O 4º Congresso Missionário Nacional que realizou-se de 07 a 10 de setembro em Recife, o qual tive oportunidade de participar, trouxe como tema central o mesmo tema da Campanha Missionário de 2017 “A alegria do Evangelho para uma Igreja em Saída” e tem como maior objetivo impulsionar as igrejas do Brasil para um dinamismo de saída e caminhar juntos no testemunho da alegria do evangelho, da comunhão e do profetismo, no compromisso com “as alegrias e esperanças, as tristezas e as angustias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e todos aqueles que sofrem” (cfe. GS1). Quando falamos de alegria do evangelho, estamos falando de uma real boa notícia da parte do cria-
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Diác. Haroldo Lima Coordenação da Comissão Missionária Arquidiocesana
dor nosso Deus, que, em sua infinita bondade e Misericórdia, envia o Emanoel “Deus Conosco”, que, em sua humanidade, experimenta a realidade da vida como um todo. “nasce, vive, morre e ressuscita para a Vida Eterna, daí a nossa compreensão da palavra Jesus (Deus Salva para a Vida Plena, e Cristo, (Ungido de Deus), como povo eleito à vida plena, confirmado pelo nosso batismo, em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, que é o mesmo batismo de Jesus, temos em nossa caminhada missionária o protagonista da missão, “O ESPÍRTO SANTO“ precisamos urgentemente levar adiante essa alegria Missionária do Evangelho, que nos propõe e garante vida plena naquele que está vivo e ressuscitado entre nós. Portanto, a última palavra é Vida no Cristo Ressuscitado que, com a ação do Espírito Santo, caminhará conosco até o fim em nossa Cooperação Missionária nesta vida. É de extrema importância gerarmos uma consciência Pastoral e Paroquial, que as estruturas da Igreja, tão essenciais e necessárias nesta peregrinação rumo ao reino definitivo, deve estar a serviço permanente para uma igreja que sai de si mesmo para ir ao encontro de todos que estão em missão no caminho. NÃO NOS DEIXEMOS ROUBAR O ESTUSIASMO MISSIONÁRIO, É O QUE NOS CLAMA O PAPA FRANCISCO. É com bastante entusiasmo e alegria do evangelho, que a Comissão Missionária Arquidiocesana partilha todo o material para o mês Missionário, para uma vivência real de Cooperação Missionária em todas as nossas paróquias, queremos estimular e motivar as nossas comunidades a viver intensamente no seguimento do Missionário do Pai, Jesus Cristo.
Liturgia daPalavra Diác. EDMAR DE ARAÚJO CONRADO Diretor da Escola Diaconal Santo Estêvan
O Sacramento da Crisma ou, como afirmamos, da Confirmação, nos aperfeiçoa na fé e na caminhada de nossa peregrinação na terra. Nossa jornada, ora iniciada no Batismo, se conclui no ato voluntário e consciente do nosso sim ao chamado ao discipulado de Nosso Senhor, para que, enraizados fortemente a Jesus, possamos, de maneira sólida testemunharmos a força do Evangelho e a força do Espírito Santo em nossas vidas, vinculando-nos a Igreja e a sua missão. De forma indelével, a confirmação imprime em nossa alma a marca do nosso Salvador, revestindo-nos da armadura do soldado de Cristo e de defensor da fé. Em nossa Igreja, especialmente, a Igreja Católica do Ocidente, o cristão em “idade da razão”, por volta dos 14 anos, recebe sobre si a imposição das mãos do pastor que, em um diálogo livre e aberto, unge o crismando na fronte com o óleo do Crisma, autenticando o caminho da iniciação cristã, ora começado no Batismo, e, sobre a sua confirmação de fé, afirma as palavras: “Recebe por este sinal, o Dom do Espírito Santo”, dando ao neocrismado uma força especial, revestindo-o ainda mais com os sinais sagrados: o dom da sabedoria, da inteligência, do conselho, da fortaleza, da ciência, da piedade e do temor de Deus. Como em nossa Igreja Católica do ocidente, geralmente a Crisma é celebrada em separado ao sacramento do batismo, é necessário que aquele que voluntariamente, sentindo-se chamado à confirmação, expresse de forma clara e pública sua fé, professando os artigos do nosso Credo e reafirmando sua negativa ao maligno em sua vida.
Notas
A Crisma:
sinal de confirmação e confissão de uma fé pública
O Bispo é o ministro por excelência do sacramento da confirmação, sendo ele investido do “múnus docendi”, ou seja, da função de ensinar. Confirma ao crismando o nome de católico, porque ninguém pode assim ser considerado, nenhuma instituição pode receber este nome, se não por uma concessão direta do Bispo ou de outros órgãos da própria Igreja que a ele estão vinculados1. Convém para o crismado buscar a ajuda de um padrinho que, sendo ele adulto, católico, confirmado, e levando uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir, possa lhe acompanhar na caminhada cristã a ser confirmada e leve uma vida de acordo com o sacramento recebido e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes ao compromisso assumido.2 Nós que fomos crismados e confirmamos livre e espontaneamente a nossa fé em acolher o nosso Salvador como nosso Mestre e Senhor, precisamos como discípulos e missionários deste Deus testemunharmos a alegria do Evangelho e de sermos cristãos propagando cada vez mais esta alegria pelos quatro cantos do mundo. “Ide, pois, e anuncia o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Isto sim é verdadeiramente expressar na vida o “sacramento da maturidade cristã”, recebendo cada um de nós “o poder de confessar a fé de Cristo publicamente, e como que em virtude de um ofício (‘quase ex ofício’)3.
1 Cf. Diretório Pastoral da Arquidiocese de Natal 2 Cf Cân. 874 do Código de Direito Canônico 3 Cf São Tomáz de Aquino, Suma Teológica 3, q.72, a.5, ad 2
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a ordem | Notas
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Notas | a ordem
Revista vai abordar o tema
Protomártires
A edição Especial Mártires será lançada dia 28 de outubro Nestas últimas semanas, o Setor de Comunicação da Arquidiocese de Natal tem focado suas ações em prol da divulgação da canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, os Protomártires do Brasil, que acontecerá na Praça de São Pedro, no Vaticano, dia 15 de outubro, às 10 horas (5 horas da manhã, horário do Brasil), presidida pelo Santo Padre, o Papa Francisco. Entre as ações estão a produção e veiculação de spots para a Rádio Rural de Natal e para outras rádios; envio de releases (matérias) para meios de comunicação do Rio Grande do Norte e de outros estados; produção e publicação de vídeos e cards nas mídias digitais da Arquidiocese, e a produção de uma revista especial. No dia 28 de outubro, durante a festa em ação de graças pela canonização, no monumento dos Mártires, na comunidade de Uruaçu, no município de São Gonçalo do Amarante, será lançada a revista A Ordem – especial Mártires. Será uma edição especial, com 60 páginas e uma tiragem de dois mil exemplares. As pessoas poderão adquirir o exemplar, no valor de dez reais. “Pensamos em uma revista atemporal, na qual o leitor vai poder encontrar textos e fotos que relatam fatos da história dos massacres, ocorridos no Rio Grande do Norte, no ano de 1645, passando pela beatificação, que aconteceu
no ano 2000, até chegar à canonização”, adianta a editora do impresso, jornalista Cacilda Medeiros. Artigos, entrevista e reportagens sobre temas relacionados aos Mártires de Cunhaú e Uruaçu serão encontrados na revista. “A Igreja de Natal sente satisfação e alegria pelo testemunho dos Santos Mártires. De fato, nosso desejo é que aumente cada vez mais a devoção e, sobretudo, a vontade de testemunhar a fé em Jesus Cristo,” escreve o arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, em artigo publicado logo no início da revista. O Padre José Pereira Neto, pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Canguaretama, é o responsável por cinco páginas com texto e fotos que contam a história dos primeiros Mártires do Brasil. Outras oito páginas são dedicadas às quatro paróquias que têm os Santos Mártires como padroeiros: Beato André de Soveral, em Emaús; Beato Ambrósio Francisco Ferro, no Planalto; Beato Mateus Moreira, em Cidade Verde, e a do Santuário dos Mártires, no bairro de Nazaré, em Natal. A coordenadora do arquivo da Arquidiocese de Natal, Irmã Vilma Lúcia, preparou um artigo sobre a devoção aos Mártires. “O martírio de Uruaçu e Cunhaú evoca um legado profético de uma religiosidade, que perdura na memória de boa parte da comunidade eclesial
potiguar. É sinal de uma devoção que suscita um retorno às fontes originantes do cristianismo”, escreve a religiosa. Três páginas são dedicadas a informações sobre o processo da beatificação e o da canonização. O impresso também traz uma entrevista com o Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. Ele foi responsável por apresentar ao Papa Francisco o pedido da canonização dos mártires potiguares. Padre Murilo Paiva, capelão dos Mártires, relata como se deu a iniciativa e construção do monumento, na comunidade de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante, que atrai milhares de devotos, todos os anos. A jornalista e escritora, Auricéia Antunes de Lima, escreveu um artigo que traz reflexões sobre os massacres ocorridos em Canguaretama e em São Gonçalo do Amarante, no ano de 1645. Uma reportagem especial vai relatar a celebração da canonização, que acontece de 15 de outubro. Será escrita pela jornalista Cacilda Medeiros, enviada da Arquidiocese de Natal para cobrir a celebração, no Vaticano. Após o lançamento, dia 28 de outubro, a revista poderá ser adquirida, no valor de dez reais, na sala do Setor de Comunicação da Arquidiocese, situada no Centro Pastoral Pio X (subsolo da Catedral Metropolitana). Outubro de 2017 | 37
, a Arquidiocese de No dia 03 de setembro u ariato Social realizo Natal, através do Vic e. ad ied ar ada da Solid a 3ª edição da Caminh a celebração m co u A atividade inicio lo Arcebispo de missa, presidida pe ime Vieira Rocha Ja m Metropolitano, Do
Rivaldo Júnior
Cacilda Medeiros
Galeria
cedida
Após a celebração, os participantes seguiram em caminhada pelas ruas de Natal, culminando na Catedral Metropolitano. Mais de cinco mil pessoas participaram desta edição, que vai beneficiar as ações com crianças, jovens e dependentes químicos, como a Comunidade Boa Nova e Casa do Menor Trabalhador
A Comissão Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Natal participou do 2º Encontro Provincial da Catequese, no dia 16 de setemb ro, na cidade de Caicó. No encontro, foi apresentado um resumo do documento 107 da CNBB - “Iniciaç ão à vida cristã – Itinerário para formar discípulos missionário s”. A explanação foi conduzida pelo diácono Edmar Conrado, da comissão de Natal
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