Revista A Ordem - Maio/2017

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A Ordem

Fundação Paz na Terra Ano LXV - Nº 13 Natal-RN / Maio de 2017 / R$ 7,00

VIDA PASTORAL

Conheça o trabalho das Equipes de Nossa Senhora

MÁRTIRES DE CUNHAÚ E URUAÇU Canonização acontecerá em outubro

EMPREGO

Casa do Menor Trabalhador capacita jovens para o mercado de trabalho

CENTENÁRIO DE FÁTIMA Natal ganhará réplica da Capelinha das Aparições


a ordem | Assunto

2 | Maio de 2017


Outubro de 2016 | 3


a ordem | Editorial

A criatura, a oração e o trabalho

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

Conselho curador: Pe. Charles Dickson Macena Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra Conselho editorial: Pe. Paulo Henrique da Silva Pe. Júlio César Souza Cavalcante Vicente Neto Luiza Gualberto Adriano Charles Cruz, OFS Cione Cruz Hevérton Freitas Josineide Oliveira Edição e Redação: Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) Luiza Gualberto (DRT-RN 1752)

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entrevista

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ARTIGO

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EM AÇÃO

Subcoordenadora do Sine/RN fala sobre cenário atual do mercado de trabalho

Duas matérias relativas a datas históricas pautam as reportagens desta edição. Uma sobre o centenário das aparições de Nossa Senhora, em Fátima, Portugal, em maio de 1917, e outra sobre a situação do trabalhador, hoje. O ponto comum nas duas matérias é a relação com a vida das pessoas. O ser humano é essencialmente religioso e originalmente trabalhador, quando visto como criatura originária da gênesis bíblica. “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”(Gn 1,26) e “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto...” (Gn 3,19). A Mãe de Jesus “aparece” a três crianças humildes e lhes pede para rezarem pela paz entre os povos, originando as fórmulas do Rosário e do Terço. Hoje, milhares de fiéis seguem a tradição difundida pelos “pastorinhos”, inclusive através das “capelinhas” de Nossa Senhora. Por sua vez, os homens e as mulheres de hoje não tiveram o que comemorar, no Dia do Trabalhador. Paira sobre os trabalhadores e trabalhadoras de hoje as ameaças das reformas trabalhista e previdenciária. Elas ameaçam a retirada de direitos e potencializam precarização do trabalho e dos salários. Nestes tempos de crise, não basta orar e trabalhar. É preciso mobilizar as massas trabalhadoras e lutar por direitos trabalhistas, previdenciários e salários justos.

Expediente

08

Temos boas notícias para contar?

Hospital da Igreja católica leva atendimentos para população de São Gonçalo

22 paróquias

Você vai conhecer as comunidades paroquiais de Ponta Negra e Nazaré

30 PARA CONHECER

Nesta edição, vamos te levar para Juazeiro do Norte

FOTO DA CAPA: João Felipe Revisão: Milton Dantas (LP 3.501/RN) Colaboradores: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal Projeto e diagramação: Terceirize Editora (84) 3211-5075 www.terceirize.com

Comercial: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 Impressão: Unigráfica - (84) 3272-2751 Tiragem: 2.000 exemplares Assinaturas: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 - Tirol - Natal/RN - (84) 3615.2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br


| a ordem

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a ordem | Palavra da Igreja

Carta sobre os Santuários Foi promulgada, dia primeiro de abril, no Vaticano, a Carta, em forma de Motu Proprio, do Papa Francisco para a “transferência das Competências sobre os Santuários ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. “O Santuário possui na Igreja um “grande valor simbólico” e ser peregrino é uma profissão de fé genuína. Assim inicia o Motu Proprio do Papa Francisco, dividido em cinco pontos: Primeiro: o Santuário é expressão de devoção, oração e confiança na misericórdia de Deus na vida do povo de Deus. Ao longo dos séculos, os fiéis sempre acorreram aos lugares sagrados onde Jesus viveu, aos túmulos dos Apóstolos e aos concernentes à Mãe de Deus, aos Santos e Bem-aventurados. Segundo: os Santuários permanecem, desde sempre, sinais de evangelização, mas também da fé simples e humilde dos fiéis, que ali encontram a dimensão da sua devoção e da presença divina. Terceiro: apesar da crise de fé que se alastra no nosso mundo, os Santuários são vistos como espaços sagrados, verdadeiros refúgios, onde os peregrinos encontram paz, silêncio e contemplação, apesar da sua vida frenética. Neles, os fiéis recebem a força e a ajuda espiritual para o seu caminho eclesial e pastoral.

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Papa francisco Chefe de Estado do Vaticano

Quarto: por sua natureza, o Santuário é o lugar sagrado onde se pode ouvir a Palavra de Deus, participar dos Sacramentos e fortalecer sua ação evangelizadora, catequética. Nos Santuários, os enfermos, pobres, marginalizados, pessoas necessitadas encontram refúgio e coragem. Enfim, o quinto ponto do Motu proprio ressalta a vocação dos Santuários, que continuam a dar impulso à Nova Evangelização, na sociedade e na Igreja, e ao desenvolvimento da pastoral devocional. Por isso, querendo favorecer o desenvolvimento da pastoral nos Santuários da Igreja, o Santo Padre decidiu transferir, ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, as competências, que até agora eram atribuídas à Congregação para o Clero, e as que se referem aos deslocamentos, devido à piedade popular. Portanto, o Papa Francisco estabelece as tarefas do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, entre as quais a criação de novos Santuários e a aprovação dos seus estatutos; criar instrumentos para favorecer a evangelização e a religiosidade popular; promover encontros nacionais e internacionais para a renovação da pastoral da piedade e devoção popular; dar assistência espiritual e eclesial aos peregrinos e, enfim, dar maior valor cultural e artístico aos Santuários. Fonte: Portal da Rádio Vaticano


A voz do pastor | a ordem

Maio, mês de Nossa Senhora

Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

Queridos irmãos e irmãs! Na piedade popular, o mês de maio é consagrado a Nossa Senhora. Três momentos são significativos: o dia 13, aniversário das aparições de Nossa Senhora, em Fátima, Portugal, este ano comemorando o centenário, o dia das mães, em que podemos lembrar da Mãe de Deus e nossa, e o dia 31, encerramento do mês e festa da Visitação de Nossa Senhora a Isabel. Em muitas paróquias e comunidades o Terço de Nossa Senhora é rezado todos os dias. E, em algumas comunidades, a imagem de Nossa Senhora é levada de casa em casa, para rezar o Terço em família. Maio é uma oportunidade especial para refletir sobre a importância da Virgem Maria na vida e na missão da Igreja. O Papa Francisco, devoto de Nossa Senhora, manifesta sua confiança na intercessão de Maria, em várias ocasiões, por exemplo, quando viaja sempre vai à Basílica de “Santa Maria Maggiore”, oferecer um ramalhete de flores e agradecer pela viagem. Na Solenidade da Mãe de Deus, em 1º de janeiro deste ano, fez a seguinte declaração: “Nos Evangelhos, Maria aparece como mulher de poucas palavras, sem grandes discursos nem protagonismos, mas com um olhar atento que sabe guardar a vida e a missão do seu Filho e, consequentemente, de tudo o que Ele ama. Soube guardar os alvores da primeira comunidade cristã, aprendendo deste modo a ser mãe duma multidão. Aproximou-se das mais diversas situações, para semear esperança. Acompanhou as cruzes, carregadas no silêncio do coração dos seus filhos. Muitas devoções, muitos santuários e capelas nos lugares mais remotos, muitas imagens espalhadas pelas casas

lembram-nos esta grande verdade. Maria deu-nos o calor materno, que nos envolve no meio das dificuldades; o calor materno que não deixa, nada e ninguém, apagar no seio da Igreja a revolução da ternura inaugurada pelo seu Filho. Onde há uma mãe, há ternura. E Maria, com a sua maternidade, mostra-nos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes; ensina-nos que não há necessidade de maltratar os outros para sentir-se importante (cf. Exortação Apostólica Evangelii gaudium, 288). E o santo povo fiel de Deus, desde sempre, A reconheceu e aclamou como a Santa Mãe de Deus” (FRANCISCO. Homilia da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. 1 de janeiro de 2017). Na nossa espiritualidade cristã, a Virgem Maria não é mais uma devoção. Ela é o sinal mais eloquente de relação com Cristo. De fato, em Maria, a Igreja proclama que a sua fé não é algo que se perde no vazio, ou que desaparece na escuridão. Pelo contrário, o “princípio mariano”, tão evocado pelos papas, lembra a todos nós que o seguimento a Jesus passa pelas características da vida de Maria de Nazaré: em primeiro lugar, uma vida cheia da graça divina, que envolve todo ser humano, o reconhecimento de que Deus nos chama para fazer a sua vontade, a disponibilidade para escuta da Palavra e para o seguimento confiante na ação do Espírito, a vida de atenção ao sofrimento do outro, “estar” junto à Cruz do Filho, permanecer na oração com os irmãos e irmãs. Essas características estiveram presentes em Maria. Elas também precisam estar na nossa vida. Celebrar a devoção à Mãe de Deus é deixar-se conduzir pelo Espírito, é aceitar que Deus olha para nós e nos convida ao seguimento do seu Filho. Maria viveu tudo isso e é exemplo para todos nós.

EDUCAÇÃO INFANTIL | FUNDAMENTAL I | FUNDAMENTAL II | ENSINO MÉDIO

projetos interdisciplinares | aulas em campo | Robótica jogos internos | jerns | olimpídas recreativas | esportes

Rua Brasília, 712 - Alecrim - Natal/RN - (84) 3222-3539 | 3221-6033 contato@institutoreismagos.com.br / www.institutoreismagos.com.br Maio de 2017 | 7


José Bezerra

a ordem | Entrevista

Qualificação é fator decisivo para inserção no mercado de trabalho

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Entrevista | a ordem O Rio Grande do Norte encerrou o mês de março com o fechamento de 569 postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no último dia 20 de abril. No dia 28 de abril o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um balanço dos três primeiros meses de 2017, em que bateu o recorde da série histórica, apresentando o número de 14,2 milhões de brasileiros desempregados. O contingente cresceu 14,9% (mais de 1,8 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior e 27,8% (mais de 3,1 milhões de pessoas em busca de trabalho) em relação ao mesmo período do ano passado. A taxa de desocupação foi estimada em 13,7% no trimestre, com altas de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior. Essa foi a maior taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012. O cenário de crise econômica acaba por contribuir com o desemprego, mas, segundo a subcoordenadora do programa de Intermediação de Mão de Obra (IMO), do Sistema Nacional de Emprego (Sine/RN), Miranilma Santiago, a baixa escolaridade e falta de qualificação são fatores determinantes na hora de conseguir se inserir no mercado de trabalho. Nesta entrevista, ela esclarece as atividades desenvolvidas pelo Sine e dá orientações aos trabalhadores que buscam um emprego.

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a ordem | Personalidade

A Ordem: Um dos programas do Sine é a Intermediação de Mão de Obra (IMO). Como funciona esta atividade? Miranilma: O trabalhador vem até um posto do Sine, trazendo carteira de trabalho, RG, CPF, comprovante de residência e comprovante de escolaridade. Faz um cadastro presencial e se tiver alguma vaga no perfil daquele trabalhador, a gente encaminha para a empresa. Lá é feita a seleção e a entrevista. Depois a empresa retorna para a gente as pessoas que ficaram no mercado de trabalho. Semanalmente, divulgamos em nossos meios de comunicação, as ofertas de emprego que estão disponíveis, mas é importante que o trabalhador sempre mantenha contato conosco.

A Ordem: Estamos vivendo em um contexto de crise econômica nacional, que tem contribuído para o desemprego. Como a senhora avalia esta realidade? Miranilma: O contexto atual de crise econômica tem contribuído de forma muito negativa para a geração de emprego. Apesar da crise, o que temos como maior dificuldade hoje é a falta de qualificação e baixa escolaridade, o que termina por não atender às vagas que aparecem aqui. Já apareceram vagas aqui, por exemplo, de auxiliar de cozinha e que exigiam ensino médio completo e a gente questionou o porque. A empresa diz que é necessária essa formação, porque para a função era preciso que se soubesse escrever o pedido dos clientes. Nos deparamos, todos os dias, com inúmeras realidades, de pessoas que não tem sequer a alfabetização, mas que se encontram precisando de um emprego. As empresas exigem muito e nós temos essa dificuldade de colocar o trabalhador no mercado, por essa falta de qualificação. A situação já está difícil por conta da crise econômica e piora ainda mais por falta de instrução dos candidatos às vagas de emprego.

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A Ordem: O Sine pretende desenvolver outros tipos de atividades? Miranilma: Estamos em processo de implantação da modalidade de cursos à distância e acreditamos que daqui uns 15 dias iremos divulgar para a população. O trabalhador vai poder vir até o Sine, fazer o cadastro e escolher o curso que se encaixe no seu perfil profissional e assistir às aulas em casa. São cursos em diversas áreas e esperamos que possam contribuir para uma melhor qualificação do trabalhador. A Ordem: Que orientações a senhora poderia dar para aquele trabalhador que se vê desempregado? Miranilma: Eu posso dizer que ele procure um posto do Sine, porque eu sempre digo que o Sine ainda é uma porta de esperança para quem está desempregado. Procure manter sempre o cadastro atualizado, porque as vezes surge uma vaga e tentamos contato por telefone e é preciso que estes contatos estejam atualizados. Funcionamos em todas as centrais do cidadão, além do Sine matriz, na rua Adolfo Gordo, na Cidade da Esperança. Funcionamos de segunda a sexta-feira, das 08h às 15h. Outras informações podem ser conferidas em nosso site: www.sine.rn.gov.br.


Homenagens | a ordem

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a ordem | Capa João Felipe

Comissão responsável pela escolha do projeto arquitetônico do Complexo

Natal vai ganhar réplica da

capelinha das aparições A previsão é que a obra seja inaugurada ainda em 2017, quando se comemora os 100 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima

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Capa | a ordem Há 12 anos, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, situado no Parque das Dunas, zona norte de Natal, é celebrada uma missa, sempre no dia 13, ao meio dia, que, arrebanha centenas de fiéis e devotos. De acordo com o pároco, Padre João Maria do Nascimento, diante do crescimento do número de devotos à Virgem de Fátima, surgiu a ideia de construir uma réplica da capelinha das aparições, cuja original está no Santuário de Fátima, em Portugal.

Construção da capelinha A pedra fundamental para a construção da réplica foi lançada em dezembro de 2015, em um terreno amplo, situado próximo ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, na zona norte da capital. “Em 2016, o ano todo trabalhamos para a definição do projeto do complexo, onde vai a capelinha vai ser construída. E o projeto arquitetônico foi definido em fevereiro deste ano. Promovemos um concurso, do qual participaram 18 projetos e desses foi escolhido um”, explica Padre João Nascimento. O projeto vencedor é de autoria do arquiteto potiguar, Ciro Otho Costa de Lyra. A partir de agora, de acordo com o pároco, o desejo é iniciar a construção da obra, concretamente. Para isso, a Paróquia consta com o apoio da comunidade, da Arquidiocese e de parceiros. A perspectiva, segundo Padre João Nascimento, é inaugurar a capelinha, no último trimestre deste ano. “O complexo, como todo, é algo bem maior. Então, vamos construir por etapas. A primeira, então, é a capelinha junto com o caminho do peregrino, que vai ligar o Santuário à réplica”, esclarece. Os fiéis podem colaborar com a construção da capelinha, depositando uma doação, em quantia, no Banco do Brasil, Agência 2870-3,

“Essa será a segunda réplica a ser construída em todo o mundo. A primeira está no Rio de Janeiro”, conta o sacerdote. “Imaginamos a construção também como uma forma de ligar a nossa cidade ao Santuário de Fátima, em Portugal. Muitas pessoas que não podem ir a cidade de Fátima, terão o marco das aparições de Nossa Senhora aqui mesmo, na zona norte de Natal. Além de ser, também, um símbolo da devoção mariana”, comenta. Cacilda Medeiros

Lançamento da pedra fundamental da capelinha, em dezembro de 2015

Conta Corrente 6932-9, em nome da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. Os interessados em saber mais sobre o projeto, podem entrar em contato com a secretaria paroquial, através dos telefones (84) 3663-2166 / 3615-2882.

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a ordem | Capa Um pedido de Nossa Senhora Em seu lugar de origem, a capelinha das aparições está localizada na Cova da Iria, no Santuário de Fátima, em Portugal. Foi construída em resposta ao pedido de Nossa Senhora do Rosário, quando apareceu aos três pastorinhos de Fátima, no dia 13 dos meses de maio, julho e setembro de 1917. Conta a história que Nossa Senhora fez o seguinte pedido às crianças: “Quero que façam aqui uma capela em minha honra.”

A capela foi construída no ano de 1919. Em 6 de março de 1922, foi dinamitada por desconhecidos, mas foi reconstruída nesse mesmo ano. A primeira réplica da capela foi inaugurada no dia 28 de maio de 2011, em um Santuário dedicado a Nossa Senhora de Fátima, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Rivaldo Júnior

Nas missas votivas, no dia 13, Padre João Nascimento apresenta as crianças a Nossa Senhora

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Capa | a ordem

João Felipe

Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Parque das Dunas

Festa e devoção à Virgem de Fátima Neste mês de maio, a paróquia do Parque das Dunas celebra a festa da padroeira, Nossa Senhora de Fátima. Segundo pároco, a festa será especial, tendo em vista a celebração dos 100 anos das aparições da Virgem de Fátima. Em preparação à festa, desde o dia 17 de abril, capelinhas com a imagem da padroeira peregrinaram por todas as comunidades que compõem a Paróquia. De primeiro a 13 de maio, na Igre-

ja Santuário, é celebrada a trezena em honra da Santa. No dia 14, acontece o encerramento dos festejos, às 16 horas, com missa e procissão. “Tenho um carinho e um amor muito forte a Nossa Senhora. Como uma criança, sinto todo conforto quando estou abraçado com a mãe. Quando nos aproximamos de Nossa Senhora, nos aproximamos cada vez mais de Jesus Cristo”, finaliza Padre João Maria.

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a ordem | Artigo

Temos notícias boas

para contar?

Você provavelmente já disse ou já ouviu alguém dizer que não aguenta mais ver nos jornais tanta notícia ruim. Violência, corrupção, tragédias... “Quanto pior, tanto melhor” parece ser o lema daqueles que trabalham selecionando o que vamos ver nos jornais. Diante de tanta tristeza, faltam palavras de esperança e de alguma motivação. É sobre isso que o Papa Francisco nos convida a refletir na mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano celebrado no dia 28 de maio. Estaria o Papa querendo que os meios de comunicação funcionassem como proteção para nos alienarmos da realidade? Estaria o Papa nos querendo alheios aos problemas de corrupção que, especialmente no Brasil, tem ceifado nossas esperanças de um país melhor, mais justo e mais solidário? Pelo contrário! O que Francisco nos pede é que superemos a lógica de que apenas o que é ruim merece nossa atenção. Quanta coisa boa acontece ao nosso redor, em nossas comunidades, e nem nos damos conta? Na verdade, é preciso entender a mensagem do Papa Francisco deste ano, a quarta que ele escreve no seu pontificado, no conjunto de suas manifestações sobre comunicação. Nas três primeiras mensagens, Francisco falou sobre a comunicação como um “poder” de fazer estar junto. Os mais modernos meios de comunicação só

Novembro de 2017 de 2016 16 | Maio

por Rafael Alberto Secretário Executivo do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo

estão verdadeiramente a serviço do homem se são capazes de criar vínculos e fazer com que as pessoas estejam mais próximas. O que significa dizer que o smartphone que o isola não está ao seu serviço. Pelo contrário, ele o escraviza e o afasta até das pessoas que fisicamente estão mais próximas de você. O que Francisco quer, portanto, é uma comunicação verdadeiramente humana, que seja capaz de promover a solidariedade e a misericórdia entre as pessoas. Na mensagem deste ano, o Papa fala em “óculos” que usamos para ler os fatos do mundo. Ora, é Francisco mesmo quem explica que nossos óculos, como cristãos que somos, não poderiam ser outros que não os do Evangelho. Temos aí maior de todas as boas notícias – Deus amou-nos de um modo tal que nos entregou seu único Filho feito homem para morrer por nós na cruz. E ele venceu a morte! Vencendo a morte, Cristo quebra a lógica do mal que sempre prevalece. É o bem quem vence. E nos mostra que é possível, também para nós que seguimos o Cristo, vencer as dores, os sofrimentos, as corrupções. Se o mundo tem muita tragédia, também tem muitos bons exemplos. Que tal mostrarmos e valorizarmos esses bons exemplos? Quem sabe eles não dão frutos?! Comecemos!



a ordem |

Em ação

Cacilda Medeiros

Visita do Arcebispo ao Hospital Belarmina Monte, no dia 10 de abril

Hospital gerenciado pela Igreja católica oferece serviços de saúde para

população de São Gonçalo

Criado no ano de 1976, graças ao trabalho da congregação das Filhas do Amor Divino, unidade hospitalar foi erguida por meio da doação de voluntários e passa por necessidades

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Em ação | a ordem

A Igreja católica atua em diversas camadas da população, levando não só o apoio espiritual, mas se engajando nos serviços sociais, que beneficiam a todos. No município de São Gonçalo, a Igreja tem levado esses serviços sociais à população, por meio do Hospital Maternidade Belarmina Monte. A unidade hospitalar foi criada no ano de 1976, graças ao trabalho das irmãs da congregação das Filhas do Amor Divino. Hoje, o hospital é gerenciado pela Sociedade Beneficente de São Camilo e passa por dificuldades. No mês de abril, o Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, juntamente com a primeira dama do Estado e secretária estadual do Trabalho, Habitação e Assistência Social, Julianne Faria e o prefeito de São Gonçalo, Paulo Emídio, além de outras autoridades municipais, visitaram o hospital. O local atende a todo população do município e, por dificuldades financeiras, não atende à demanda de forma adequada. Atualmente, a casa de saúde se mantém com recursos do SUS, do município e do Instituto de São Camilo, mas não são suficientes para a manutenção da instituição. O prefeito de São Gonçalo, Paulo Emídio, tem se preocupado em tentar mobilizar o governo do estado para contribuir também na manutenção do hospital. Hoje, são diversas as necessidades e quem desejar colaborar com o local, pode entrar em contato através do número: (84) 3278-2234. Saiba mais Em 13 de fevereiro de 1966 chega a São Gonçalo do Amarante-RN a congregação Filhas do

Amor Divino” formada por Irmã Amália, Irmã Istanisláva e Irmã Corina com o objetivo de coordenar os serviços apostólicos e sociais que a população necessitava. Precursoras em serviços de saúde no município, as Irmãs buscavam condições para atender as pessoas necessitadas de atenção a saúde, pois até aquela data a cidade não tinha médicos, postos de saúde e nem energia elétrica. Além disso, apresentava um índice alarmante de morbidade e mortalidade infantil. A construção do Hospital se deu por meio de mutirões e voluntariado. Ao longo dos anos, o Hospital passou por modificações e reformas. Ele foi concluído e inaugurado oficialmente no dia 8 de dezembro de 1976 após dez anos da chegada das Irmãs ao município. O empreendimento recebeu o nome de Hospital Maternidade Belarmina Monte instituição de caráter filantrópico. Após vários anos de dedicação e compromisso com a sociedade sãogonçalense, as Irmãs “Filhas do Amor Divino”, junto com a Arquidiocese de Natal firmam em 01 de novembro de 2008, um Contrato de Comodato com a Sociedade Beneficente São Camilo, entidade filantrópica especializada em gestão hospitalar no Brasil a qual dirige o Hospital até os dias atuais. A unidade hospitalar disponibiliza diversos serviços à população, como clínica médica, cirúrgica (geral, urológica e ginecológica), clínica pediátrica e obstétrica. Nos ambulatórios e exames é também disponibilizado atendimento a pacientes de planos de saúde e particulares.

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a ordem | Assunto

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Assunto | a ordem

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Brunno Antunes

a ordem | Paróquias

Ponta Negra: uma paróquia com

35 anos de história e ação evangelizadora

No final da década de 1970, começaram a ser criadas paróquias na zona sul de Natal. Uma delas foi a de Ponta Negra, que se desmembrou da Paróquia de Nossa Senhora da Candelária, no bairro da Candelária. De acordo com o atual pároco da Paróquia de Santa Rita de Cássia dos Impossíveis, no ano de 1978, o

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então pároco da Candelária, Padre Antônio Vilela, iniciou um trabalho de evangelização na Vila de Ponta Negra e no Conjunto de Ponta Negra, que estava sendo construído naquela época. “A pedra fundamental para a criação da nova paróquia foi lançada em 5 de janeiro de 1980, até a paróquia ser instalada em 18

de abril de 1982, sendo a maior da zona sul, em termos territoriais, contemplando os bairros de Mirassol, Capim Macio, Pirangi, Neópolis, Ponta Negra e se estendia até a Praia de Cotovelo”, conta Padre Alcimário, que está em Ponta Negra desde 2004. O primeiro pároco foi o Cônego José Mário de Medeiros.


A escolha da padroeira De acordo com o livro de tombo da Paróquia, por volta de 1979, o Padre Antônio Vilela começou a celebrar na comunidade, mesmo antes de a Igreja ser construída. Na época, no espaço das celebrações havia uma imagem da Imaculada Conceição. Quando do lançamento da pedra fundamental, foi apresentada à comunidade a imagem de Santa Rita de Cássia. Foi colocado em votação para a comunidade escolher quem seria a padroeira e o povo escolheu Santa Rita de Cássia. “Quando da criação da Paróquia, por se tratar de uma área territorial grande, onde haviam outras igrejas, foi feito um acordo entre o Arcebispo, Dom Nivaldo Monte, o Cônego José Mário e a comunidade de que a Igreja Matriz seria dedicada a Santa Rita de Cássia e a Paróquia como um todo será dedicada a Cristo Ressuscitado”, explica Padre Alcimário.

Ação pastoral Padre Alcimário conta com o apoio do Conselho Pastoral para acompanhar as ações da Paróquia. Atualmente, o Conselho é formado por 30 membros, que se reúnem, mensalmente, no primeiro sábado, às 14h30. Ponta Negra é um bairro onde acontece o maior fluxo de turistas, na

Cacilda Medeiros

Paróquias | a ordem

ENDEREÇO Rua Praia de Itamaracá, 18 Ponta Negra, Natal

Pe. Alcimário Pereira, pároco

Com o tempo, outras paróquias foram sendo desmembradas da do Cristo Ressuscitado, de forma que atualmente se restringe apenas ao Conjunto Ponta Negra. Em 2010, o Padre Alcimário pediu ao Arcebispo, Dom Matias Patrício de Macêdo, para a Paróquia passar a ser dedicada a Santa Rita de Cássia dos Impossíveis.

capital. Por isso, a Paróquia de Santa Rita se preocupou em realizar um trabalho junto a essas pessoas. Desde 2013, há celebração eucarística, todos os domingos, às 11 horas, no Hotel Praia Mar, situado na Via Costeira. Além disso, na missa, às 18 horas, na Igreja Matriz, também sempre conta com a participação de turistas.

CONTATOS: (84) 3615-2840 secretariaparoquialpn@gmail.com SECRETARIA PAROQUIAL Funciona no complexo onde está a Igreja Matriz, de terça a sexta, das 14 às 19 horas; aos sábados, das 15 às 18h; e, aos domingos, das 7 às 9h e das 17 às 19 horas. MISSAS Igreja Matriz - De terça a sexta – 18h - Sábado – 17h - Domingo – 8h e 18h Capela de Nossa Senhora do Líbano (Praia Mar Hotel) - Domingo – 11 horas (missa para turistas) SAIBA MAIS http://ritadosimpossiveis.com.br @paroquia.santaritacassiaimpossiveis ritadosimpossiveis_pn app. vc/paroquiaritadosimpossiveis

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Rodrigo Galvão

a ordem | Paróquias

Uma Paróquia dedicada

aos futuros santos do RN No próximo dia 15 de outubro, o Rio Grande do Norte ganhará seus primeiros santos, com a canonização dos mártires de Cunhaú e Uruaçu. Na capital potiguar, a Arquidiocese de Natal criou um santuário para devoção aos Protomártires do Brasil. A Paróquia do Santuário dos Mártires foi criada no dia 12 de outubro de 2009, pelo então arcebispo da época, Dom Matias Patrício de Macedo. Atualmente, a comunidade

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paroquial tem como pároco, o padre Fábio Pinheiro. Segundo o sacerdote, que chegou à Paróquia há menos de um mês, o seu objetivo, até a data da canonização é de incentivar práticas que dinamizem ainda mais a devoção aos futuros santos. “Além da programação que já existe na paróquia, como a celebração que acontece todo dia 03, às 19h, na Igreja matriz e a procissão com o quadro dos mártires, que é reali-

zada antes da missa, vamos inserir atividades devocionais diversas em nossa paróquia, como novenas, recitação do terço dos mártires, adoração ao Santíssimo Sacramento, bem como, acolhimento aos romeiros”, diz. Todas as atividades estão sendo pensadas de forma conjunta por uma comissão arquidiocesana, que está programando ações nas paróquias e locais de devoção aos mártires de Cunhaú e Uruaçu.


O Santuário Conhecido como uma das maiores Igrejas do Rio Grande do Norte, o Santuário dos Mártires tem estrutura para abrigar até 700 pessoas sentadas. Uma peculiaridade do local é que lá se encontra a ilustração original do morticínio de Cunhaú e Uruaçu, pintada pelo artista plástico Gilvan Lira, que mostra os principais personagens do martírio. A pintura encontra-se fixada na parede do centro do altar. No dia 03 de março de 2000, a imagem foi usada durante o anúncio oficial do então papa, hoje São João Paulo II, o qual proclamou os mártires como bem-aventurados. A solenidade foi realizada na Praça São Pedro, no Vaticano. O padre Agustin Calatayud y Salon, atual pároco emérito da Paróquia de Nossa Senhora da Esperança, da qual a Paróquia do Santuário foi desmembrada, idealizou o Santuário. As obras iniciaram no ano de 2005 e foram concluídas em 2009. A Paróquia integra o roteiro do turismo religioso do estado para quem deseja conhecer a história dos mártires. Além de visitar a capela de Cunhaú, no município de Canguaretama e o monumento em Uruaçu, distrito de São Gonçalo do Amarante, o fiel pode conhecer o Santuário, que se encontra central a essas duas localidades, tornando-se um espaço para oração e reflexão.

Rivaldo Júnior

Paróquias | a ordem

Pe. Fábio Pinheiro, pároco

Vida Pastoral Pastoralmente e estruturalmente em ação, a Paróquia do Santuário possui quatro setores territoriais de evangelização e conta com diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços. Atualmente, são 15 pastorais em funcionamento (batismo, catequese, criança, acolhida, família, liturgia de acólitos, liturgia de leitores, liturgia do canto, liturgia dos ministros extraordinários da Eucaristia, dízimo, comunicação, eventos, encena Cristo e sobriedade), 8 movimentos (coral mariano, legião de Maria, renovação carismática, apostolado da oração, terço dos homens, terço das mulheres, Jesus Misericordioso e Mãe Rainha), 3 equipes de serviço (encontro de casais com Cristo, segue-me e encontro de jovens em busca da paz) e 3 obras pontifícias (infância e adolescência missionária, juventude missionária e família missionária).

Endereço: Avenida Miguel Castro, 1002 – Bairro Nossa Senhora de Nazaré – Natal/RN CONTATOS: 3646-3189 paroquiasantuariodosmartires@yahoo.com.br Horários de missa: Terça a sexta-feira: 19h Domingos: 07h/17h Missa com oração de cura e libertação (1ª sexta de cada mês): 19h *Somente em maio – 1ª quinta do mês SAIBA MAIS www.psmartires.com.br Santuário Dos Mártires santuariodosmartires @psmartires Santuário dos Mártires

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a ordem | Emprego

Turma do curso de assistente administrativo

Em tempos de crise econômica

profissionais investem em qualificação na busca por emprego

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Rivaldo Júnior

Emprego | a ordem Por Luiza Gualberto O Brasil vive o que pode ser considerada a pior crise econômica dos últimos tempos. Com a dificuldade financeira, muitas empresas de pequeno, médio e até grande porte, se viram na situação de fechar as portas, acarretando no aumento do desemprego do país. Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados registraram o percentual de 12,6% de desempregados no Brasil, no trimestre encerrado no mês de janeiro deste ano, 0,8 ponto percentual a mais que no mesmo período do ano passado. Com a alta do último trimestre, o país registrou 12,9 milhões de desempregados, maior taxa de desemprego da série histórica, iniciada em 2012. Para conseguir se inserir ou se manter no mercado de trabalho, os profissionais estão buscando cada vez mais se qualificar. Carteira assinada Os dados da Pnad Contínua indicam que o contingente de pessoas ocupadas foi estimado em aproximadamente 89,9 milhões no trimestre de novembro do ano passado a janeiro deste ano, dos quais 33,9 milhões eram empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada. Esse número ficou estável em relação ao trimestre de agosto a outubro, mas, em um ano, o número de trabalhadores com carteira assinada caiu 3,7%, o equivalente a 1,3 milhão de pessoas - quando a comparação se dá com o trimestre encerrado em janeiro do ano passado. Os dados do IBGE mostram ainda que a categoria de trabalhadores domésticos, estimada em 6,1 milhões de pessoas, manteve-se estável tanto em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2016 quanto ao de novembro de 2015 a janeiro de 2016.

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“Portas abertas para o futuro” Apesar do cenário econômico atual, a Casa do Menor Trabalhador segue seus trabalhos, investimento na educação profissional, capacitando jovens de 16 a 22 anos para o mercado de trabalho. Em funcionamento há aproximadamente 30 anos, a iniciativa surgiu através do trabalho social da Ir. Lúcia Montenegro, junto à Arquidiocese de Natal. Em 1987, a Campanha da Fraternidade teve como tema “Quem acolhe um menor a mim acolhe” e a partir desta temática, a religiosa criou a instituição, que além dos jovens, atende o público infantil, por meio de uma parceria com o governo do estado. A casa fornece a estrutura e alimentação para os alunos e a secretaria de educação disponibiliza os professores. Atualmente, a casa tem como diretora a Ir. Márcia dos Santos, vinda do estado de Pernambuco. Segundo a religiosa, atualmente a casa oferece cursos profissionalizantes de assistente administrativo, auxiliar de limpeza, turismo, garçom, hotelaria e auxiliar de produção. “Atualmente, temos 838 alunos matriculados nos cursos de capacitação, que oferecemos nos três turnos. O nosso diferencial é a formação conjunta. Não trabalhamos apeDinâmica A Casa do Menor Trabalhador abre seleção para os cursos duas vezes ao ano e as formações são voltadas para jovens carentes. Os cursos duram em média cinco meses e após este período, os alunos formados seguem para o estágio nas empresas parceiras da casa. Mesmo participando do estágio, o jovem precisa estar na casa uma vez na semana para dar continuidade ao aprendizado, em que eles podem aprender sobre ética, regime CLT e o manual de aprendizagem do governo federal. Essa fase dura por 1 ano e 4 meses, período em que dura o estágio. Após esta fase, a empresa pode contratar o jovem. Segundo dados da casa, de 2014 para cá, 1.589 jovens estão inserido no mercado de trabalho. Para a realização dos cursos, a casa conta com uma parceria com o Instituto IGMK, que custeia o pagamento dos professores, bem como dos uniformes dos alunos. Mas, para custear as demais despesas, a casa conta com o apoio da população, bem como, de outras entidades. Aqueles que de28 | Maio de 2017

Rivaldo Júnior

a ordem | Emprego

Ir. Márcia dos Santos, diretora da Casa do Menor Trabalhador

nas o jovem profissional, mas também a inserção dele na sociedade e junto de sua família”, diz. Ainda de acordo com a diretora, diversos jovens estão inseridos hoje no mercado de trabalho, graças à formação oferecida pela casa. “Muitas empresas que nos procuram para preenchimento de vagas nos contam que os nossos jovens são diferentes, que sabem se portar como profissional na empresa e isso a gente atribui ao ensino que oferecemos. Prezamos pela qualidade da formação e isso vai desde o próprio conteúdo que é repassado, até a forma como os alunos se portam e se vestem”, afirma. sejarem contribuir, podem ligar para: (84) 32234924. A instituição funciona na rua Presidente José Bento, 927, no bairro do Alecrim. Segundo Ariadne de Souza, que participou do curso de assistente administrativo, participar da qualificação a ajudou na aquisição de conhecimento. “Aqui temos a oportunidade de nos formar, de conhecer coisas novas e ganhar novas perspectivas. Tive a oportunidade perder a timidez e poder ser uma pessoa mais articulada. Hoje estou na fase do estágio e acredito que a formação que recebi aqui, me ajudará a ser efetivada na empresa onde trabalho e conseguir outras oportunidades posteriormente”, relata. De acordo com Heberton Miguel, que também participou do curso de assistente administrativo, até fazer a formação ele estava desempregado. “Pude perceber neste curso que o profissional qualificado tem mais chances no mercado de trabalho. No momento, estou fazendo estágio, mas acredito que as oportunidades vão aparecer e eu terei estarei mais bem preparado para estas vagas”, analisa.


Personalidade | a ordem

Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal

Ulisses de Góis

Líder, leigo católico e empreendedor

Nascido em Natal, aos 25 de abril de 1896, Ulisses Celestino de Góis deixou um rastro marcante de líder leigo católico e empreendedor de obras que tiveram grande importância para o Rio Grande do Norte. Com apenas o Curso Científico, concluído no Atheneu Norteriograndense, mereceu o reconhecimento de sua importância pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que lhe concedeu o título de ‘Doutor Honoris Causa’. Homem de visão, na sua época, foi responsável pelas várias obras. Uma delas foi a Escola de Comércio de Natal, destinada aos empregados do comércio, que poderiam trabalhar o dia e estudar à noite. Também fundou a Caixa Rural e Operária de Natal, em 1926, e que funcionou até 1970. Esse empreendimento visava favorecer a população pobre, que não tinha acesso aos dois únicos bancos existentes na capital, na época. No campo da comunicação, Ulisses fundou o jornal A Ordem, em 1935, quando era presidente da Congregação Mariana dos Moços. Nesse trabalho, como em vários outros, ele contou com a ajuda de Otto Guerra e Francisco Veras, que dirigiram o Jornal por 20 anos. Posteriormente, Ulisses criou a Fundação Padre João Maria, responsável pela publicação do jornal A Verdade e da revista Século, que circulou por vários anos. O professor Ulisses de Góis também teve participação ativa no processo que culminou com a vinda da energia de Paulo Afonso para o Rio Grande do Norte. Em 1951, durante uma visita do Presidente Café Filho, incentivou a criação de uma sociedade de economia mista para explorar o serviço da eletrecidade. Logo depois foi convocada

Otto Guerra, Dom Eugênio e Ulisses Góis. reinauguração A Ordem em outubro de 1960

uma assembleia, na qual foi constituída uma comissão, sendo eleito Café Filho como presidente de honra; o então governador, Dix Sept-Rosado, como presidente, e Ulisses de Góis como secretário geral. Dez anos depois do início da luta, a energia de Paulo Afonso chegou ao Estado. (Fonte: Jornal A Ordem – edição de 6 de maio de 2001)

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a ordem | Para conhecer

Turismo & Cultura

Juazeiro do Norte Por Pe. Andreson Madson

Juazeiro do Norte é um lugar especial. Onde se mistura facilmente a Fé, a cultura e alegria do povo nordestino. Pessoas simples vindas das diversas partes da nossa região. Vem para pedir, celebrar e agradecer. Há muito tempo que praticamente todos os anos me dirijo ao Juazeiro como romeiro, como devoto de Nossa Senhora das Dores e admirador do Pe. Cícero Romão Batista. Do alto da Colina do Horto está a estátua do Pe. Cícero. Um espaço muito agradável, onde vislumbramos, além da própria estátua, uma vista belíssima do vale do Cariri cearense. A Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. Como não se emocionar com as celebrações que lá se realizam. Os cânticos, os benditos, os rostos tristes e alegres, que na oração se entregam à intercessão da Virgem Mãe de Deus, que com as dores do mundo, enche o nosso coração de amor, solidariedade e paz. A Igreja do Perpétuo Socorro. Lá onde está sepultado o corpo do Pe. Cícero Romão Batista, aos pés do altar. Descansa aí o “padrinho” do povo sertanejo. A Igreja

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dos “Franciscanos”. Enorme construção onde se percebe a grandeza da humildade de São Francisco de Assis. Ali, na chegada, todos os ônibus dão três voltas ao redor do monumento dedicado a São Francisco de Assis. São tantas expressões, locais, que fazem do Juazeiro do Norte, no Ceará, uma espécie de Jerusalém do sertão, onde vamos nos encontrar com o sagrado, na perspectiva de nos tornarmos, cada vez mais, humanos e porque não dizer mais divinos.


Pastoral do Dízimo | a ordem

Randenclécio Xavier Coordenador Arquidiocesano da Pastoral do Dízimo

Dízimo: 20 anos

Nesta caminhada de 20 anos de Evangelização da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo na Arquidiocese de Natal, podemos citar vários momentos que marcaram ao longo desta caminhada, no primeiro momento a implantação da Pastoral do Dízimo na Arquidiocese, com o apoio na formação e animação missionária do Instituto MEAC (Missionários de Evangelização e Animação de Comunidade), com a presença de vários missionários que veio às terras potiguares, através do convite feito pelo Arcebispo na época, Dom Heitor de Araújo Sales, neste período a sua grande preocupação era a dificuldade de conseguir recursos no exterior e como seria a sustentabilidade das Paróquias no trabalho de evangelização. Nesta fase inicial, aproximadamente quinze paróquias aderiram a formação feita pelos missionários do Instituto MEAC, que era composto de palestras com os agentes de todas as pastorais e a participação nas missas com reflexões dentro da liturgia referente ao Dízimo. Neste mesmo período, o casal Fernando e Sânzia, foi convidado para articular e estruturar a Pastoral do Dízimo enquanto Equipe Arquidiocesana, tendo o objetivo de animar e implantar a Pastoral do Dízimo nas diversas paróquias da Arquidiocese. Com tudo, estamos neste grande ano celebrativo, rendendo graças a Deus pela ação pastoral e missionária que a Igreja particular de Natal está desenvolvendo com a Pastoral do Dízimo, criando uma Igreja comprometida e manifestando nos fiéis este sinal de pertença Eclesial.

Direito Canônico Por Pe. José Valquimar Nogueira do Nascimento – promotor de justiça do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano O culto à Virgem Maria

Aproveitando o mês mariano, podemos recordar, no âmbito da missão de santificar o povo de Deus, legada à Igreja, um aspecto importante presente no Código de Direito Canônico: Maria. Ela está presente nessa tarefa que tem sua expressão máxima na liturgia da comunidade cristã, também celebrada no culto aos santos. A Bem-aventurada Virgem Maria tem o seu culto expressamente recomendado no cân. 1.186. O que a Sagrada Escritura, a Tradição e o Magistério proclamam, foi codificado na legislação eclesiástica para assegurar que a “Mãe de todos os homens” tenha especial veneração. De fato, ao proclamarmos nossa fé rezamos que cremos “(...) em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus (...), que se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria”. Ela é o espelho da nossa realidade futura, pois “exalta o mais excelso fruto da Redenção, em quem contempla o que ela deseja e espera ser” (SC, 103). Essa dinâmica divina, eminentemente trinitária, realizada em Maria, realiza-se na vida da Igreja quando, com o culto a ela celebrado, tudo é relativo a Cristo e depende d’Ele que, no Espírito, eleva ao Pai as nossas orações. A afirmação de Maria nas bodas de Caná – “Eles já não têm mais vinho” (Jo 2, 3) –, a qual se torna súplica em favor dos necessitados, é o exemplo de como a ela nos dirigimos e qual o seu papel: “Fazei o que ele vos disser”(Jo 2, 5).

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Rivaldo Junior

a ordem | Vida Pastoral

Participação do grupo da Festa de Nossa Senhora da Apresentação

Equipes de Nossa Senhora:

Movimento​de Espiritualidade conjugal Em 1939, um jovem padre de Paris, na França, Henri Caffarel, criou o movimento das Equipes de Nossa Senhora, motivado por alguns casais, que buscaram o sacerdote para um acompanhamento espiritual e com eles, o padre empreendeu uma caminhada em busca de

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uma espiritualidade matrimonial. De lá para cá, o movimento se espalhou e hoje está presente em cerca de 70 países. No Brasil, a primeira equipe foi criada em 1950 e no Estado do Rio Grande do Norte está completando 30 anos de sua implantação.


Vida Pastoral | a ordem

Dinâmica A espiritualidade conjugal é o carisma do movimento, que tem como prática a oração pessoal e em casal, escuta da Palavra da Deus, partilha, diálogo conjugal, regra de vida que os faça progredir e, anualmente participam de um retiro espiritual em casal. Os casais se reúnem pelo menos uma vez por mês para oração, reflexão, partilha e ajuda mútua. Cada equipe tem de cinco a sete casais, que conta com o aconselhamento espiritual de um sacerdote.

A dinâmica dos encontros consiste em um guia para estudo, que é proposto a cada ano. Em 2017, o tema para estudo é “Pontes sim, muros não”, que contém reflexões retiradas das exortações apostólicas do Papa Francisco Evangelii gaudium e Amoris laetitia. Para participar das Equipes o casal deve estar disposto a seguir as orientações propostas pelo movimento. É necessário ser um casal que tenha recebido o sacramento do matrimônio e que siga as orientações e doutrina da Igreja católica, além de fazer um cadastro junto a um casal coordenador ou equipista. A partir daí, será constituído um grupo com aproximadamente sete casais, que viverão uma experiência comunitária, com 15 encontros, um a cada quinze dias. Após esta experiência, o casal deve discernir se deseja continuar e ingressar em uma equipe. Para Marta e Canindé, que integram o movimento há 12 anos, viver a espiritualidade do casal é o maior ganho que as Equipes de Nossa Senhora proporcionaram a eles. “A partir do momento em que ingressamos no grupo e passamos a seguir suas orientações, conseguimos exercer a prática da compreensão do outro, do orar juntos, de partilhar e esses são ensinamentos que vivemos não só como casal, mas que temos a oportunidade de passar para nossos filhos”, destacam. Além dos encontros mensais e vivência a dois, o movimento realiza outros tipos de atividades, como formações, momentos de espiritualidade e retiro. No dia 26 de agosto de 2002, o Vaticano publicou um decreto, em que reconheceu as Equipes de Nossa Senhora como associação privada internacional de fiéis leigos, de direito pontifício.

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a ordem | Vida Pastoral implantado de forma pioneira no município de Parelhas. A Região RN I tem como coordenadores o casal Marta e Canindé Oliveira, contando com aproximadamente 613 casais. Compõem o regional RN I, os municípios de Natal e região metropolitana, além das cidades de Santa Cruz, Santo Antônio, Ceará-Mirim, Monte Alegre e Vera Cruz.

Luiza Gualberto

Atuação As Equipes de Nossa Senhora chegaram ao Brasil em 1950 por iniciativa do casal paulista Nancy e Pedro Moncau. Com presença em 25 estados e no Distrito Federal, contam atualmente com 20 mil casais e 2.300 padres. No Estado do Rio Grande do Norte, o movimento tem, atualmente, duas regiões e foi

Casal coordenador da Região RN I

Sobre o fundador Padre Henri Caffarel acompanhou a caminhada dos primeiros casais do movimento. Nasceu em 03 de julho de 1903 e faleceu no dia 18 de setembro de 1996. Quando fundou as Equipes de Nossa Senhora, o sacerdote respondeu ao apelo dos casais. “Também de vocês exige-se a santidade. Para conseguir, vocês têm um sacramento especial, que é o sacramento do matrimônio”, disse. O número de equipes do movimento aumentou rapidamente e o padre Henri Caffarel procurou sempre dar-lhes uma orientação espiritual precisa, nascida da descoberta gradual da graça do matrimônio.

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Aos 70 anos, por livre e espontânea vontade, Pe. Caffarel deixou o serviço ao movimento, após assegurar sua sucessão. Até sua morte dedicou-se à Casa de Orações de Troussures. Está em curso o seu processo canônico. Mais informações: www.henricaffarel.org. SERVIÇO: Equipes de Nossa Senhora Casal coordenador Regional RN I: Marta e Canindé Oliveira Informações: 99986-3550/ 99984-1888 www.ens.org.br secretariado@ens.org.br


Marco Referencial da Ação Pastoral Arquidiocesana 2016-2019

O Reino de Deus

Assunto | a ordem

Diác. Paulo Felizola coordenador Arquidiocesano do Setor de Leigos

como eixo básico de uma necessária formação missionária integral Na 55ª Assembleia Pastoral Arquidiocesana, respaldada por um vasto referencial teológico-pastoral e baseada em um oportuno diagnóstico, a igreja de Natal teve a oportunidade de identificar suas fraquezas internas, suas ameaças externas e de discernir sobre as metas e estratégias necessárias para vir a “ser uma Igreja em permanente estado de missão” e, consequentemente, de desinstalar-se de certo comodismo, estancamento e tibieza para converter-se em um poderoso centro de irradiação da vida em Cristo, experienciando um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão e da acomodação, renovando as estruturas eclesiais e abandonando as ultrapassadas e, assim, possa passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. A lógica dessa exigência, aponta para duas implicações: a conversão pastoral e a renovação eclesial. Enquanto a conversão pastoral exige uma pastoral social estruturada, orgânica e integral que assuma os novos rostos da pobreza, à luz da opção preferencial pelos pobres, considerando a necessidade de uma renovada pastoral urbana, por outro lado, a necessária renovação eclesial, impõe a existência de uma paróquia renovada, a criação de Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), urbanas e rurais, o protagonismo dos leigos, em especial das mulheres, na evangelização e uma ação pastoral planejada. Observemos, portanto, que a Meta 01 e suas respectivas estratégias, ao prever o estabelecimento de uma Formação missionária integral aponta, inequivocamente, para o atendimento das exigências indicadas acima, na medida em

que faz a “opção pela formação dos membros de nossas comunidades, a favor de todos os batizados, qualquer que seja a função que desenvolvam na Igreja”, ou seja, com a Meta 01 a Arquidiocese de Natal almeja a formação do discípulo missionário para que esse seja, principalmente pelo seu testemunho, o continuador da obra missionária de Jesus, assim, portanto, que no seu cotidiano, com consciência e liberdade, viva os valores do REINO DE DEUS, entendido como “a vida tal como Deus a quer construir e tal como Jesus, de fato, a vai transformando” e que tem como traços principais ser um mundo onde se vive uma vida de irmãos e irmãs; onde impera a justiça e a dignidade para todos, a começar pelos últimos; onde se cuida da vida libertando as pessoas e a sociedade inteira de toda a escravidão desumanizadora; onde a religião está a serviço das pessoas, sobretudo das mais esquecidas; e onde se vive acolhendo o perdão de Deus e dando graças por seu amor insondável de Pai. Assim, ao optar, pelo Reino de Deus como eixo básico da formação missionária integral, a Igreja de Natal estará, de forma concreta, fortalecendo o compromisso missionário das comunidades, tornando-as centros irradiadores da vida em Cristo, na medida em que estará formando uma consciência eclesial crítica, que lhe permitirá discernir seus próprios limites e lhe possibilitando uma inserção, de modo qualificado, nas realidades urgentes de nossos dias, como “Igreja em saída”. Essa opção, necessariamente, também, permitirá o aprofundamento da Palavra de Deus e do conteúdo da fé, o que estimulará, sobremaneira, o crescimento espiritual, pessoal e comunitário.

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a ordem | Artigo

A maternidade da Virgem em relação a nós Já vemos brilhar a aurora do querido Mês Mariano, que de forma muito singular e forte, se constitui uma oportunidade para que cada um de nós e cada comunidade reafirme e incremente o seu amor e sua devoção à Santíssima Virgem Maria. Também faz-se o mês de maio uma ocasião para a reflexão e o aprofundamento da missão de Nossa Senhora em relação à Igreja, de quem é modelo e mãe solícita. Em virtude dessa maternidade inaugurada pelo Cristo pendente da cruz (cf Jo 19, 25-27), A Virgem mantém uma profunda relação com cada batizado, cada filho de Deus ao longo da vida. Para uma melhor compreensão dessa maternidade espiritual de Nossa Senhora, podemos compará-la com a maternidade física. A maternidade encerra em si uma relação única e irrepetível entre duas pessoas: a mãe e o filho. Mesmo quando há uma mãe para muitos filhos, a sua relação individual com cada um é expressão da maternidade em toda essência. Cada filho é concebido de modo único e irrepetível e, isto vale tanto para a mãe como para o filho. Cada filho experimenta pessoalmente o amor materno que lhe servirá de base nas suas relações

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Pe. Jailton da Silva Soares Pároco da Paróquia de São João Batista, em Pendências

com a sociedade e até com a própria família. Assim, na dimensão espiritual do nosso ser igreja, Nossa Senhora mantém uma relação materna única e irrepetível com cada um de nós, seus filhos no Filho. Esta maternidade na “ordem da natureza” espelha a maternidade na “ordem da graça”. Esta analogia ajuda a compreender o porque de no Calvário, o Deus encarnado a expressar no singular, em relação a um só homem: “Eis o teu filho” (cf Jo 19, 25-27). Além, do mais, essa comparação com a maternidade biológica ajuda a compreender a necessidade de cada um busque sempre mais uma espiritualidade que o aproxime sempre daquela convivência do discípulo amado, que ouvindo de Cristo a proclamação daquela nova maternidade da Virgem, a levou para casa (J0 19,27), ou ainda mais imitando o próprio Cristo, que antes de iniciar sua vida pública de três anos, por trinta anos quis conviver com ela. Portanto, que o Mês Mariano deste Ano Jubilar nos faça sempre mais experimentar a graça de ter como “Mãe na ordem da graça”, aquela mesma em que o Verbo se fez carne e habitou entre nós! (cf J0 1,14).


Liturgia daPalavra

Notas

Pe. José Nazareno Pároco da Paróquia de São Francisco de Assis – Cidade Satélite

O antigo e sempre novo Rosário da Virgem Maria

O capítulo 8º da Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II reconhece, confirma e assegura o lugar de destaque que a Virgem Maria possui no coração de Deus, do seu Filho amado e de toda a Igreja Católica. Todos os papas, com duas exceções apenas, desde Sixto IV no ano 1478, até o papa Francisco, enalteceram o Rosário. Muitos santos tiveram no Rosário a sua oração favorita: Sta. Teresa D’Ávila, S. Francisco de Sales, S. Luís Maria Grignion de Monfort, S. Afonso de Ligório, Santa Bernadette, S. João Paulo II e muitos outros. Em 23 documentos entre eles 10 encíclicas, totalmente dedicadas ao Rosário, o Papa Leão XIII estimulou os católicos de todo o mundo para promoverem esta devoção. Os papas Pio XI, Pio XII, S. João XXIII, Beato Paulo VI e S. João Paulo II foram unânimes em promover a devoção do Rosário. A devoção do santo Rosário deve a sua origem a Cristo. Esta devoção glorifica a Deus e honra a Maria, que assim o quer, e fica contente com ela. É uma devoção muito oportuna, claramente providencial, porque leva à imitação dos mistérios da vida de Jesus e de Maria, até ao momento da sua Assunção e Coroação no céu. Oração contemplativa que nos leva a aprender Cristo através de Maria. O Rosário nos ajuda a assimilar o Mistério. Através da recitação de cada Pai Nosso nos elevamos ao coração do Pai

amoroso; em cada Ave-Maria, nos unimos à voz do anjo Gabriel e de Santa Isabel; no Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, chegamos ao cume da contemplação cristã. Através da contemplação destes mistérios, convergemos para o crucificado. “O Rosário, de fato, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio. Nele ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão frequenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor” (Rosarium Virginis Mariae, n. 1). Em tempos de crescente ativismo, superficialidade e muita distração e entretenimento que as novas tecnologias podem proporcionar-nos, o Rosário garante-nos uma oração serena, contemplativa e de muita união a Cristo e à sua santíssima Mãe. Além de ser o instrumento mais eficaz para suplicarmos a paz e a concórdia para as nossas famílias e para o mundo.

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a ordem | Mártires

Santa Sé anuncia data da canonização dos Mártires potiguares

Os Padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, o leigo Mateus Moreira e mais 27 companheiros leigos serão canonizados, em Roma, dia 15 de outubro deste ano. A notícia foi confirmada no último dia 20 de abril, durante o Consistório Ordinário Público, formado por cardeais, presidido pelo Papa Francisco, no Vaticano. No dia 23 de março, o Santo Padre já havia aprovado os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação para a Causa dos Santos sobre a canonização dos beatos, padroeiros do Rio Grande do Norte.

“Ficamos muito felizes e agradecidos a Deus. É uma graça, é a prova do amor de Deus para com toda a nossa Igreja. É o reconhecimento desse gesto extremo, que é dar a vida em nome de Cristo”, comentou o Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, ao receber a notícia da data da canonização. “Agora, cabe-nos incentivar, cada vez mais, a devoção aos Santos Mártires, zelar por tudo aquilo que faça com que eles se tornem sempre mais conhecidos e que nossa Igreja adquira um rosto de uma Igreja de Mártires”, reforçou o Arcebispo.

O Papa Francisco presidiu, dia 20 de abril, o consistório (reunião de cardeais) que definiu a data da canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, marcada para o 15 de outubro, na Basílica Papa de São Pedro, em Roma. Na ocasião, o grupo definiu também, para 15 de outubro, a canonização de Christopher, Anthony e John, mártires adolescentes mexicanos; o espanhol Faustino Míguez, padre Piarist, fundador das Filhas Instituto Calasanziano de Divina Pastora, e o beato italiano Ângelo do Acre (Luca Antonio Falcone), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

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Serviço fotográfico do Vaticano

O Consistório

Ainda, no consistório, foi anunciada a canonização de Francisco e Jacinta Marto, pastorinhos, que será presidida pelo Papa Francisco, dia 13 deste mês de maio, em Fátima, Portugal. Os dois serão os mais jovens santos não-mártires da história da Igreja Católica.


Maio Abril de 2017 | 39


a ordem | Assunto

40 | Maio de 2017


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