Revista A Ordem - Setembro/2016

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A Ordem

Fundação Paz na Terra Ano XLIV - Nº 05 Natal-RN / Setembro de 2016 / R$ 7,00

ELEIÇÕES

Saiba como funciona a Lei da Ficha Limpa

REGINALDO MANZOTTI

O padre que arrasta multidões

BEM ESTAR

Jardinagem combate o estresse

Ação social Igreja junto aos mais necessitados da sociedade potiguar


a ordem | Assunto

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Editorial | a ordem

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a ordem | Editorial

Vínculo de perfeição

A Igreja de Natal foi verdadeiramente protagonista de uma ação social de grande repercussão, chamada “Movimento de Natal”. Era um conjunto de atividades organizadas e postas em prática, no período de 1943 a 1964. A Igreja de Natal entendeu que a melhor prática da caridade ocorre através da ação social organizada. Afinal, a caridade,virtude teologal, é vínculo da perfeição, que é o Amor, primeiro e maior mandamento, ensinado por Jesus: “amar a Deus de todo coração, com toda a alma e todo o espírito” e “ao próximo como a si mesmo” (cf. Mt 22, 37-39). Quando a Igreja organiza ações sociais, seja através de pastorais ou de organizações como o SAR, o SAUR, o SEAPAC, os abrigos, pratica a caridade, de forma organizada, partindo dos princípios da sua Doutrina Social, com fundamentação bíblica. “Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição”(Col 3, 14). Se a caridade é o vínculo da perfeição, e sendo a ação social a prática da caridade, a Igreja de Natal busca na terra o que Jesus ensinou. “Portanto, sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito”(Mt 5, 48).

Expediente

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

Conselho curador: Pe. Charles Dickson Macena Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra Conselho editorial: Pe. Edilson Soares Nobre Pe. Carlos Sávio da Costa Ribeiro Pe. Paulo Henrique da Silva Pe. Matias Soares Diác. Francisco Teixeira Luiza Gualberto Adriano Charles Cruz, OFS Cione Cruz Hevérton Freitas Josineide Silveira Edição e Redação: Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) Luiza Gualberto (DRT-RN 1752)

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FOTO DA CAPA: Rivaldo Júnior Revisão: Milton Dantas (LP 3.501/RN) Pe. Francisco Fernandes Colaboradores: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal Projeto e diagramação: Terceirize Editora (84) 3211-5075 www.terceirize.com

Comercial: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 Impressão: Unigráfica - (84) 3272-2751 Tiragem: 2.000 exemplares Assinaturas: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 - Tirol - Natal/RN - (84) 3615.2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br


Assecom/Detran/RN

Sumário | a ordem

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Detran/RN orienta para educação no trânsito

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#seligaai

Cacilda Medeiros

Jovens falam sobre experiência de participar da JMJ

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Liturgia

Bíblia, comunicação de Deus com o povo

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artigo

Sobre Pokemon Go e sobre pessoas

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Literatura

Paixão que vem da infância

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Núncio participa da Festa dos Mártires

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a ordem | Palavra da Igreja

Papa francisco Chefe de Estado do Vaticano

Novo organismo para leigos, família e vida Por meio do Motu Proprio Sedula Mater, publicado no último dia 17 de agosto, o Papa Francisco instituiu o novo organismo da Cúria Romana responsável pelos leigos, pela família e pela vida. O departamento é a fusão dos antigos Pontifícios Conselhos para os Leigos e para a Família. Na ocasião, o Santo Padre também nomeou o prefeito do novo dicastério: Dom Kevin Joseph Farrell, até então bispo de Dallas, nos Estados Unidos. O novo organismo, segundo o decreto publicado pelo Papa, “será disciplinado por estatutos especiais. Competências e funções até então pertencentes ao Pontifício Conselho para os Leigos e ao Pontifício Conselho para a Família serão transferidas para o novo dicastério a partir de 1º de setembro, com a definitiva cessação dos supracitados Pontifícios Conselhos”. No documento publicado, Francisco explica que a Igreja sempre teve cuidado e um olhar dirigido para os leigos, a família e a vida, manifestando o amor de Deus para com a humanidade. Nesse sentido, os “pastores do rebanho” se esforçam para que as riquezas de Cristo pos-

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sam fluir sobre os fiéis. “A Igreja, mãe cuidadosa, sempre, ao longo dos séculos, tem tomado muito cuidado e respeito para os leigos, família e vida, manifestando o amor do Salvador misericordioso para a humanidade”, diz o Motu Proprio Sedula Mater. “Para tal fim – destaca o documento - providenciamos que os Dicastérios da Cúria Romana sejam conformados às situações do nosso tempo e se adaptem às necessidades da Igreja Universal. Particularmente, o nosso pensamento se volta para os leigos, para família e para a vida, aos quais desejamos oferecer sustento e auxilio, a fim de que sejam testemunha ativa do Evangelho no nosso tempo e expressão da bondade do Redentor.” O estatuto do novo organismo havia sido previamente aprovado pelo Sumo Pontífice, em junho deste ano, e mantém a ligação com o Pontifício Instituto João Paulo II de Estudos sobre o Matrimônio e a família, para o qual Dom Vincenzo Paglia (atual Presidente do Pontifício Conselho para a Família) foi nomeado como novo chanceler, tendo como diretor Dom Pierangelo Sequeri.


A voz do pastor | a ordem

Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

Queridos irmãos e irmãs! A busca pela paz é uma constante na vida dos cristãos e cristãs. Queremos viver na paz. É uma aspiração das mais belas e cheias de significado. Para a nossa fé é um dom do Ressuscitado: “a paz esteja convosco”, disse Jesus quando encontrou os seus discípulos, após a morte na cruz. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”, são também palavras do Mestre de Nazaré, mostrando que Ele dá a paz do encontro pessoal, da relação com Deus que apazigua o coração e da amizade com os outros que cria fraternidade e harmonia. A paz não gera indiferença, desinteresse ou egoísmo. Pelo contrário, a paz é um sentimento de alegria por saber ou desejar que o outro esteja bem. Preocupar-se com o outro, saber ou fazer algo pelo outro que o respeite, que defenda a sua dignidade e cuide de sua tranquilidade. Jesus mesmo afirmou: “felizes os pacíficos”. Buscar a paz não é tampouco sinal de fraqueza ou um irenismo acomodado ou preguiçoso. Os pacíficos são homens e mulheres que constroem um mundo melhor, uma sociedade que se desenvolve, uma Terra que grita pelos seus habitantes, moradores, filhos e filhas do Deus que cria e por isso, ama a vida. Quem ama a vida pede paz, busca a paz, luta pela paz. Há uma palavra de Jesus que parece intrigante e de difícil exegese. Diz Jesus, no Evangelho de Lucas: “Vós

Natal pede paz! pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão...” (Lc 12,51). Por acaso o Senhor se contradiz? A paz que Jesus traz não é um simples e falso conformismo. Na verdade, a paz nos coloca diante de um plus, isto é, diante da necessidade de criar condições de vida digna, de justiça, de igualdade e liberdade. Todos os que trabalham contra esses elementos roubam a paz das pessoas. De fato, ninguém tem paz quando vive sem respeito à sua dignidade, ninguém tem paz quando sofre injustiça e desprezo, maus tratos, discriminação, preconceito de todo tipo, ninguém vive em paz quando é humilhado por uma sociedade hipócrita e que explora as pessoas, ninguém luta pela paz quando sua voz é calada e lhe é tirado o mais belo dos dons, depois da vida, a liberdade. Ao iniciar e defender uma campanha pela paz, somos convidados a lutar pelos ideais acima descritos: dignidade da vida, justiça, igualdade e liberdade. São ideais presentes em várias religiões, em vários organismos da sociedade. Juntemo-nos a todos eles, pois não seria cristão se nós pensássemos que a paz é só para nós. Paz para todos, assim clamamos. “Irá chegar um novo dia, um novo céu, a nova terra, o novo mar...”. E nesse dia, como seria bom que os homens e as mulheres de boa vontade ouvissem e deixassem ecoar em seus corações a mensagem do anjo que anunciou aos pastores de Belém o nascimento do Príncipe da Paz: “glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens e mulheres por Ele amados”.

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Fotos: Brunno Antunes

a ordem | Entrevista

Reginaldo Manzotti:

o padre que arrasta multidĂľes

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Entrevista | a ordem Sacerdote, escritor, músico, compositor, cantor e apresentador de rádio e TV, o padre Reginaldo Manzotti reúne todas as suas habilidades em prol da evangelização. Em 2015, foi eleito pelo portal espanhol “Aleteia” o sacerdote mais acessado e seguido nas redes sociais do mundo e foi escolhido para ser Embaixador da Pastoral da Pessoa Idosa no Brasil. Com mais de 1 milhão e meio de cópias vendidas, Padre Manzotti já lançou 12 CD´s e 4 DVD´s e foi indicado ao Grammy Latino em 2013 pelo trabalho “Paz e Luz”. Autor de 9 livros, o sacerdote tem uma linguagem simples e atual, apresenta uma seleção cuidadosa de evangelização e formação. Sacerdote que evangeliza pelos meios de comunicação, o padre apresenta programas de rádio e televisão, que são retransmitidos e exibidos em milhares de emissoras do país, além de outros países como: Inglaterra, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Na internet, Pe. Reginaldo possui perfis no Twitter, Facebook (com mais de 6 milhões de curtidas), Instagram e o seu portal na internet, o www.padrereginaldomanzotti.org.br, que recebe mais de 1 milhão de acessos por mês. Em seu programa “Experiência de Deus”, transmitido e retransmitido por mais de 1.600 emissoras de rádio pelo Brasil, ao vivo, de segunda a sábado, das 10h às 11h, o padre atende pessoas de todo o país. Padre Manzotti também ficou conhecido nacionalmente como “o padre que arrasta multidões”, por reunir quase dois milhões de pessoas em suas missas seguidas de shows, a exemplo de sua passagem por Fortaleza, no Ceará, em outubro de 2015, durante o VIII Evangelizar, quando reuniu 1,8 milhão de pessoas no aterro da Praia de Iracema. Na ocasião, padre Reginaldo Manzotti celebrou aquela que foi considerada a terceira maior missa do Brasil. As duas primeiras foram celebradas pelos papas João Paulo II, em 1997, e Francisco, em 2013. No último dia 13 de agosto, ele esteve em Natal, para participar da II edição do Evangelizar é Preciso, que reuniu uma multidão no Papódromo, no Centro Administrativo do Estado, no bairro de Lagoa Nova, na capital. Nesta entrevista, o sacerdote fala sobre seus últimos trabalhos e missão pelo Brasil. A Ordem: Como o senhor alia a vida de Paróquia com a agenda de shows pelo Brasil? Pe. Reginaldo: Realmente o trabalho pela evangelização

é grande, mas com muito planejamento e com pessoas que me ajudam, consigo conciliar tudo da melhor forma possível. Valorizo muito a minha vida paroquial, sou pároco reitor do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR) e sempre que estou na cidade celebro missa diariamente. Evangelizo por todo o Brasil, mas tenho no Santuário o meu porto seguro, por isso agradeço às lideranças deste Santuário que compreendem muitas vezes as minhas ausências em prol da evangelização. A Ordem: O senhor idealizou em 2005 a Associação “Evangelizar é Preciso”, para realizar um trabalho de evangelização pelos meios de comunicação. Qual a importância de evangelizar nesses meios, principalmente no contexto digital em que vivemos? Pe. Reginaldo: Jesus utilizou todos os meios que tinha para que mais pessoas tivessem conhecimento do Reino de Deus. Ele mesmo nos exortou para que anunciássemos a Boa Nova pelos telhados (cf. Mt 10,27). E hoje quando vivemos numa época de muitas transformações na própria comunicação é imprescindível a presença da Igreja Católica nos vários meios de comunicação, principalmente nas plataformas digitais. Evangelizar é preciso e urgente.

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a ordem | Entrevista A Ordem: O senhor também é embaixador nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. O que representa este trabalho? Pe. Reginaldo: Aceitei com muita humildade e responsabilidade. Meu papel é sensibilizar a Igreja e as comunidades para o respeito e cuidado com a pessoa idosa. Trazer com responsabilidade as dificuldades que os idosos vivem do ponto de vista social e afetivo. No social, fazer ser conhecido o estatuto da pessoa idosa. Sensibilizar as autoridades públicas em ações mais efetivas. Instigar as comunidades paroquiais a começarem a Pastoral da Pessoa Idosa. Levantar a bandeira do Day Use do idoso, onde a pessoa fica com a família, mas é assistida com dignidade. Na afetiva, que as famílias não se “livrem” dos idosos colocando-os em asilos. Que sejam amados na sua inutilidade. Sejam respeitados no seu limite. E honrados pela sua história. Que se “gaste” tempo para ouvir como manda a Sagrada Escritura: “Somos o que nossos pais nos contaram.” A Ordem: Neste ano, o senhor lançou o último livro da trilogia Sinais do Sagrado, intitulado «Encontros». Do que trata esta obra? Pe. Reginaldo: Posso chamar esse livro de “menina dos olhos”. Essa experiência de amor altamente poderosa e transformadora é revelada passo a passo, por meio de oito encontros reais que ocorreram há séculos, mas poderiam perfeitamente nos surpreender em uma das esquinas da nossa vida. Não há prazo de validade para pedirmos que Jesus transforme o nosso coração e neste momento, quando parece que o mundo vive uma crise de fé e de valores, o

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livro prova que o encontro com Jesus pode ser real e eficaz, transformando, curando e trazendo benefícios concretos para a nossa vida. A Ordem: Recentemente, o senhor comemorou 20 anos de sacerdócio. O que mais lhe marcou neste período como padre? Pe. Reginaldo: Sou muito grato aos Carmelitas por toda a minha formação sacerdotal. Foram muitos momentos marcantes, mas preciso ressaltar a criação da Obra Evangelizar é Preciso, em 2005. Ela nasceu da minha alma inquieta, ao ouvir o mandato de Jesus (“Ide e Evangelizai todo os povos” Mt, 28,19) e um apelo da Igreja, evangelizar com novo ardor e novos métodos. Tenho consciência de que a evangelização é muito maior que meu trabalho, mas o meu sacerdócio e a Obra Evangelizar é um serviço à Igreja, por isso destaco este fato. Pessoalmente, não posso deixar de citar o meu encontro com o Papa Francisco em 2014. O Santo Padre é uma grande inspiração para o meu sacerdócio por trabalhar na simplicidade em busca de uma Igreja em saída. A Ordem: O senhor ficou popularmente conhecido como o «padre que arrasta multidões». Qual o sentimento de subir ao palco e falar para tantas pessoas? Pe. Reginaldo: Encaro com muita responsabilidade a minha missão. Se eu arrasto multidões, é para Cristo, para que Jesus seja conhecido! Então o meu sentimento é de serviço, sou um servo nas mãos de Deus e Ele me usa até quando achar necessário.


Assunto | a ordem

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Fotos: Rivaldo Júnior

a ordem | Capa

Grupos são beneficiados

com ações sociais da Igreja Católica

Mais de 50 idosos são acolhidos no Abrigo, em Ceará-Mirim

Por Cacilda Medeiros e Luiza Gualberto Mobilização e articulação de uma ação sócio evangelizadora da Igreja Católica. Esse é um dos objetivos do Vicariato Social da Arquidiocese de Natal. Diversas ações integram este trabalho, mas o foco está na assistência à população e na formação

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política e cidadã, funcionando com duas linhas de trabalho: uma externa, que engloba as relações com o poder público, sociedade civil, empresariado, presença em conselhos de classe, entre outras; e interna, envolvendo os diversos organismos da Arquidiocese, entre eles o Serviço de Assistência Rural (SAR), Serviço

de Ação Urbana (SAUR), Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC), Cáritas, Casa do Menor Trabalhador, abrigo de idosos, escolas/ creches, além das diversas pastorais que desenvolvem ação social, entre elas, a Pastoral da Criança e do Menor. Fundado no governo arquidiocesano do arcebispo


Capa | a ordem Dom Jaime Vieira Rocha, o Vicariato tem como vigário episcopal o padre Antônio Murilo de Paiva, e assessores, os diáconos Francisco Adilson da Silva e Márcio Francisco de Andrade. Das notas musicais à promoção da vida Olhar atento, brincadeiras, uma nova linguagem sendo desvendada, um som ainda meio desafinado... Assim, poderiam ser decifradas as turmas da Escola de Música ‘Filarmônica Mãe Luiza’, do Centro Sócio-Pastoral Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Mãe Luiza, na zona leste da capital. Em funcionamento há pouco mais de um mês, a Escola conta com 90 alunos, na faixa etária dos 8 aos 15 anos, distribuídos em seis turmas. De acordo com o vigário paroquial da Paróquia de Nossa Senhora de Nossa Senhora de Lourdes, que abrange dos bairros de Petrópolis, Areia Preta e Mãe Luiza, Padre Robério Camilo da Silva, todos os projetos emplacados pelo Centro Sócio-Pastoral têm a finalidade de promover a vida. “Tudo que surge aqui é para promover a vida, na linha de interceptar o mal na vida das crianças e dos adolescentes”, destaca. “Se a gente fizer a criança parar para aprender a tocar um instrumento, ela vai parar para pensar na vida. Aqui, é tudo muito acelerado.

Criada há 2 anos, a casa acolhe pessoas do interior

Você chega à Arena do Morro, por exemplo, estão todos correndo atrás de uma bola. Então, a Escola de Música chegou para suavizar. E o bom é que a Escola dá cobertura ao bairro todo, além de Areia Preta”, enfatiza Pe. Robério. Os recursos para financiar a Escola são da Fundação Ameropa, da Suíça, a mesma que já patrocinou a construção da Arena do Morro, também em Mãe Luiza. Primeiras notas Nestes primeiros meses de funcionamento da Escola, os alunos estudam teoria musical. De acordo com Padre Robério, a coordenação está na fase da compra dos instrumentos para a Filarmônica. “Este projeto tem uma grande importância para a comunidade, tendo em vista que muitas crianças e adolescentes vão ter acesso ao conheci-

mento musical. A banda é um espaço rico de interação social e musical, que atribui vários valores à vida das crianças e dos adolescentes, como o respeito ao outro”, lembra a professora Paula Francinete. Ela é tem licenciatura e especialização em música e dá aulas para a turma na faixa etária dos 8 aos 10 anos. Com empolgação, a aluna, Nicole Xavier, 8, conta que em pouco mais de um mês, já aprendeu o nome e a pausa das notas. “Eu gosto muito de música e quando eu crescer quero saber tocar”, revela. Ivo Gabriel, 11, também é aluno da Escola de Música Mãe Luiza. Enquanto observava um ditado de notas músicas proposto pelo professor, exposto na lousa, ele contou que já aprendeu quais são as notas, compasso e que o próximo passo seria tentar compor uma partitura.

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a ordem | Capa No campo profissional, ele pensa em seguir outra área; mas pensa em ter a música como hobby, quando estiver na fase adulta. Abrigo São Vicente de Paulo: cuidado com o idoso Como você gostaria de ser cuidado na velhice? Acredito que a resposta seria que com dignidade, amor e em um ambiente acolhedor. Todos esses quesitos procuram ser preenchidos pelo Abrigo de Idosos São Vicente de Paulo, pertencente à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no município de Ceará-Mirim, que acolhe, atualmente, 51 idosos. Segundo o pároco da comunidade, padre Bianor Júnior, o abrigo tem mais de 100 anos de fundação, com capacidade para acolher até 60 idosos. “Ele começou com a finalidade da caridade, de acolher aqueles que estavam à margem. Esse abrigo não contempla somente os idosos daqui, mas também de outras cidades e até de outros estados”, conta. Segundo o padre, diversas atividades são desenvolvidas com os idosos, como recreação, fisioterapia, celebrações, entre outras programações. Os grupos pastorais da paróquia atuam junto ao abrigo, desenvolvendo ações variadas. “Aqui, procuramos assistir os idosos da melhor forma possível. Muitas vezes eles são deixados para trás, à margem da

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Escola prepara crianças e adolescentes para serem profissionais da música

sociedade, por não terem mais a capacidade produtiva. Procuramos agir como o Bom Pastor, que vai em busca de suas ovelhas”, ressalta. Entre os idosos que residem no abrigo, está Luiza Arcanjo, 86 anos. Natural de Pilões, na Paraíba, ela diz que se mudou para Ceará-Mirim quando casou. Ela tem um filho que mora atualmente no Rio de Janeiro e, mesmo após o falecimento de seu esposo, ela decidiu permanecer em Ceará-Mirim e morar no abrigo. “Aqui me sinto feliz. Rezo. Ouço rádio. Assisto televisão. Já fiz muita coisa na vida e agora é hora de descansar. Aqui me sinto em paz”, diz.

A manutenção do abrigo é feita, atualmente, com os recursos dos próprios residentes. Dos idosos que recebem aposentadoria, parte deste recurso é destinado para o custeio das despesas da casa. Além disso, existem parcerias com algumas instituições públicas e privadas, por meio de projetos. Mesmo assim, os valores arrecadados não suprem totalmente as necessidades do abrigo. Segundo o padre Bianor, são realizadas campanhas periodicamente. “As necessidades do abrigo são diversas. Mas, o que precisamos constantemente é de alimentação. Como temos um número grande de


Capa | a ordem idosos no abrigo, as despesas são altas e os recursos de que dispomos no momento não suprem todas essas necessidades”, frisa. Quem desejar colaborar com o abrigo, pode entrar em contato por meio do telefone: (84) 3274-2042. Divino Mestre: uma casa que acolhe pessoas do interior “Aqui é a minha casa”. Assim, Raimunda Vanderlândia, de Luiz Gomes, na região oeste do Rio Grande do Norte, define a casa do Divino Mestre, da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, no bairro de Neópolis, em Natal, que acolhe pessoas que residem no interior e necessitam vir à capital em busca de tratamento médico. De acordo com o pároco de Neópolis, Padre Antônio Nunes, a ideia de construir a casa surgiu, em 2008, a partir das missas com oração de cura que ele preside, na Igreja Matriz, mensalmente. “Eu me perguntava: ‘Meu Deus, todo mês a gente se reúne com essa multidão só para rezar. Será que a gente não tem como sair da oração para uma ação mais concreta?’ Na época, pela mídia, a gente via as notícias das pessoas do interior que precisavam vir a Natal para atendimento médico e não tinham onde ficar. Daí, surgiu a ideia de se construir a Casa Divino Mestre”, conta.

Situada no bairro de Neópolis, o imóvel conta, entre outros compartimentos, com varanda, sala, refeitório, escritório, capela, nove quartos e quarenta leitos. Para construí-la, Padre Nunes lembra que a Paróquia contou com diversos parceiros. O terreno foi doado por uma senhora. Uma construtora assumiu as obras, ficando só os acabamentos por conta da paróquia. A casa foi inaugurada em 2014. Segundo Padre Nunes, para usufruir da casa, a pessoa deve trazer uma carta de recomendação do pároco. Desde o mês de julho passado, a casa conta também com a colaboração da Congregação das Irmãs da Purificação de Maria Santíssima. Irmã Sandra Nunes e Irmã Iomar Fonseca ficarão na Paróquia até novembro próximo, quando acontecerá um capítulo da Congregação, para decidir se se instalarão definitivamente em Natal. “Nosso trabalho aqui, na casa, tem muito a ver com o carisma da nossa congregação, que é a oferta do acolhimento”, diz Irmã Sandra. “Essa experiência tem me alargado o coração, porque é uma obra de Deus em prol desse povo tão sofrido”, acrescenta. As religiosas explicam que a obra oferece uma equipe de cozinha, limpeza, lavagem dos lençóis e secretaria. Os pacientes e respectivos acompanhantes se encarregam apenas da limpeza do quarto e da própria roupa pessoal.

“A Casa Divino Mestre é um sonho, sonhado por muitos, que se tornou realidade”, destaca Padre Nunes. Testemunhos Nestes dois anos de funcionamento, mais de 300 pessoas já foram atendidas pela Casa Divino Mestre. Entre essas pessoas, está Sebastião Ripina, residente em Umarizal, no oeste potiguar. Ele veio a Natal com o fim de realizar uma cirurgia de catarata. Sebastião conta que depois que o oftalmologista informou que seria necessário fazer a cirurgia, ele ficou preocupado, porque não tinha recursos financeiros para tal procedimento. Foi aí que um amigo sugeriu que ele tentasse a cirurgia em Natal e que havia essa casa da Igreja, onde poderia ficar na recuperação. Também residente em Umarizal, Silvamar de Morais é outro paciente de cirurgia da visão que usufruiu dos benefícios da Divino Mestre. Para os dois, encontrar a casa foi uma bênção de Deus, em suas vidas. “Aqui, não nos falta nada. É muito bom”, afirmou Sebastião. Para manter a obra, a Paróquia utiliza a dimensão social do Dízimo. Além disso, várias pessoas fazem doações. Há uma conta bancária, no Banco do Brasil, na qual as pessoas podem fazer doações. O número da conta é 35461-9 – Agência 1845-7. Os telefones de contatos são: (84) 2030-6488 / 3642-1688

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#SELIGAAI

A experiência de viver uma JMJ

Uma coisa é certa: todos os jovens católicos gostariam de ter participado da 31ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada em julho, em Cracóvia, na Polônia. Cerca de 600 mil jovens, de diversos países, se inscreveram para o encontro com o Papa Francisco, que contou também a presença de 13 mil brasileiros. Desde a realização da jornada no Rio de Janeiro, em 2013, que muitos destes jovens começaram a se programar para ir à Cracóvia. E para ficar perto do Papa Francisco, vale todo o esforço! Lembro que quando decidi ir para a JMJ no Rio, busquei informações com outros jovens peregrinos, para saber como eles estavam se mobilizando para conseguir custear a viagem ao Rio de Janeiro. Após saber das ações que poderiam me ajudar a ir para a JMJ, comecei a colocá-las em prática: vender lanches após a missa da comunidade, rifa, bingo, livro de ouro e até revender produtos da China. Todos os esforços valeram a pena! Pode parecer clichê falar isso, mas é impossível descrever a emoção de estar perto do Santo Padre e rodeado de outros jovens, vindos de tantos lugares – que muitas vezes você sequer sabia da existência – e estão ali, com o mesmo propósito: professar a mesma fé. Participar de uma jornada vai muito além de estar nos atos centrais, nas catequeses ou de “cambiar” lembrancinhas com outros jovens. É assumir um compromisso de voltar, às nossas comunidades, renovados e firmes na fé. Percebo que foi muito importante para mim estar ali. E a melhor forma de retribuir, àquelas 16 | Setembro de 2016

pessoas que me ajudaram comprando o lanche ao final da missa, é ofertar o meu trabalho e os meus dons, à minha comunidade. A experiência de estar em uma JMJ, é importante também para fortificar a fé de um sacerdote. O Pe. Shirleno Sharlisson, vigário paroquial da Catedral, esteve na JMJ da Cracóvia e fez a seguinte partilha “A experiência de se estar em uma JMJ é ímpar e inesquecível se, se vive aquilo que lhe é proposto pela mesma. Neste ano, principalmente alguns dias antes de começar a JMJ, pude experimentar aquilo que ela trouxe como tema, ou seja, colocar em prática a misericórdia com as pessoas e em singulares situações. Uma amiga, já experiente em jornadas, me dizia: é interessante como temos a oportunidade de colocar em prática aquilo que é o tema das mesmas, pude sentir e viver, e confesso que não é fácil, mas é gratificante. É impossível descrever tudo o que se vive neste momento, só experimentando mesmo para poder saber e, uma vez que se experimenta, o desejo é de estar sempre presente renovando essa experiência de encontro com Cristo através de tantos irmãos e irmãs das mais diversas nacionalidades.” É muito importante colocar em prática o que foi vivido na jornada. Neste ano, o tema escolhido foi “Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7), em sintonia com o Ano Santo da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, todos os peregrinos, são convidados a serem misericordiosos como o Pai.


Direito & Cidadania Considerações sobre a

Lei da Ficha Limpa

O acesso à informação e aos meios de comunicação têm refletido diretamente no nível de consciência política do cidadão brasileiro que cada vez mais se coloca como protagonista dos desígnios públicos valendo-se dos legítimos mecanismos que tem à sua disposição. A denominada Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) é exemplo desta evolução. A partir de discussões iniciadas no seio social, nos anos de 1996 e 1997, pela Campanha da Fraternidade cujos os temas abordaram, respectivamente, a “fraternidade e política” e “combatendo a corrupção eleitoral”, iniciou-se um genuíno movimento social de valorização da moralidade e da ética na política que, liderado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), culminou com a apresentação ao Congresso Nacional de um projeto de Lei Popular com a coleta de mais de 1,3 milhões de assinaturas. Sendo um dos aspectos da soberania popular, a iniciativa legiferante advinda diretamente da sociedade, conquanto não vincule o parlamento à sua aprovação, traz à luz a fidedigna voz das ruas, plasmando sem intermediários o desejo daqueles que verdadeiramente detêm o poder, conforme precisa afirmação contida já no primeiro artigo da Constituição Federal de 1988 “(...) todo poder emana do povo (...)”.

Darwin Campos de Lima Advogado

No particular, voltando o seu foco para a capacidade eleitoral passiva ou, mais simplesmente, para a possibilidade de um determinado cidadão candidatar-se a mandato político, a Lei da Ficha Limpa trouxe novas hipóteses de inelegibilidade, situações estas que, se existentes, impedem o prosseguimento de determinada candidatura a cargo público eletivo. A verdade é que, considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, a Lei da Ficha Limpa representa importante avanço no que diz respeito ao resgate da moralidade e da ética públicas, contribuindo sobremaneira para a salvaguarda de valores básicos de decência e honestidade, impedindo, por exemplo, a candidatura por 8 (oito) anos de condenados por corrupção eleitoral ou, ainda, de excluídos do exercício da profissão em decorrência de infração ético-profissional, bastando para isso que a decisão já tenha sido proferida por órgão judicial colegiado. Em um país carente de bons exemplos, a depuração do ambiente político representa um importante avanço, sendo este um firme passo para o reconhecimento de valores de alta significação que, uma vez disseminados no corpo social, trarão a seu tempo e modo preciosos frutos para todos nós.

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Assecom Detran

a ordem | Transito

Ação de educação no trânsito, promovida pelo Dentran/RN

Educação no trânsito: Diretor do Detran/RN orienta sobre direção segura No próximo dia 25 de setembro, comemora-se o Dia Nacional do Trânsito. Diversas são as estatísticas que apontam o número crescente de acidentes nas rodovias em todo o Brasil. Entre outros fatores, a educação no trânsito contribui para a queda desses índices. No Rio Grande

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do Norte, o Departamento de Trânsito (Detran/ RN) realiza ações e campanhas sistemáticas de orientações para os condutores, tendo em vista a conscientização para uma direção mais segura. O diretor geral do Detran/RN, Marco Medeiros explica quais fatores podem contribuir para


Transito | a ordem a diminuição desses acidentes, bem como, as ações que o órgão está realizando, no momento, em prol da educação no trânsito. A Ordem: Em sua concepção, o volume de acidentes que acontecem em nosso estado se devem, principalmente, à falta de fiscalização ou à má formação dos motoristas? Marco: As causas dos acidentes de trânsito são muitas. É difícil precisar qual dos motivos é o que contribui em maior escala para essa triste realidade, tanto em nosso estado como em nosso país, mas acredito em um conjunto de fatores que envolve também a imprudência dos condutores. Ações simples no trânsito podem ocasionar graves acidentes, então é importante que o condutor atente para a sinalização da via, para a condição do veículo, velocidade, respeito ao próximo, respeito às regras de trânsito, não dirigir sob efeito de substâncias químicas e respeitar os limites do corpo não dirigindo, por exemplo, quando estiver muito cansado. Acredito que a união da fiscalização ostensiva, educação para o trânsito e prudência contribuam para um trânsito mais seguro. A Ordem: Que ações o Detran realiza em prol da educação no trânsito? Marco: O DETRAN realiza durante todo o ano campanhas educativas. Já tivemos o “Mais Gentileza, menos acidentes”, “Motorista do bem Trânsito também” e a desse ano “Trânsito seguro está em nossas mãos”. Dentro de cada campanha anual trabalhamos outras campanhas de educação para o Trânsito, tanto em nossas redes sociais e outras mídias, como também em nosso próprio trabalho diário, a exemplo, da constante vigilância que nossa Controladoria

Regional de Trânsito realiza para com os Centros de Formação de Condutores, fiscalizando o conteúdo ministrado e a qualidade no ensino para a formação dos futuros condutores. A coordenadoria de Educação e Fiscalização de Trânsito do DETRAN também atua ostensivamente tanto nas fiscalizações como também nas blitzen educativas em todas as vias do estado, onde abordam os condutores, orientando sobre boas práticas. Há também as visitas para as escolas onde são ministradas oficinas com as crianças. Essas são excelentes propagadoras de bons costumes em suas famílias. O DETRAN está sempre disponível à sociedade. Para realizar palestras educativas nas empresas e outras instituições, basta entrar em contato com a Coordenaria de Educação. A Ordem: No próximo dia 25 de setembro, comemora-se o Dia Nacional do Trânsito. Que mensagem você deixa aos motoristas do nosso estado? Marco: O Dia Nacional do Trânsito, assim como outras datas nessa temática, é um importante momento para refletir sobre como cada um de nós está no Trânsito diariamente. Independente do tempo em que se é motorista é sempre necessário estar atento ao aperfeiçoamento. Fazer cursos de atualização, avaliações psicológicas, atentar para os prazos de renovação da CNH e suas especificações. Consultar periodicamente o Código de Trânsito Brasileiro e atentar para as suas mudanças, procurando sempre estar de acordo com as novas exigências. Acho importante ressaltar também que o condutor sempre compactue a ideia de que ele não é o único a utilizar as vias, e que, por ser uma espaço compartilhado por outros em diferentes condições, deve ser respeitado.

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a ordem | Informe Assunto

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Informe | a ordem Assunto

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Wanderley Adams

a ordem | Paróquias

Igreja Matriz de N. Sra. das Graças e Santa Teresinha

Uma paróquia sem fronteiras

para a ação pastoral

Dedicada a Nossa Senhora das Graças e a Santa Teresinha, a Paróquia do Tirol, em Natal, completa 66 anos de criação, em 2016. Mas, mesmo antes de ser paróquia, a Igreja já havia sido elevada a Santuário. O templo, onde, hoje, é a Igreja Matriz, come-

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çou a ser construído em 1922. Em 25 de dezembro de 1930, foi inaugurada como Santuário. Até 1950, pertencia à Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta. Nestes mais de 60 anos, vários padres já administraram a Paróquia

de Nossa Senhora das Graças e Santa Teresinha, dentre eles o Pe. Heitor de Araújo Sales e o Monsenhor Lucas Batista Neto. Este último passou 25 anos à frente da Paróquia. Atualmente, o pároco é o Padre Charles Dickson Macena. Além do Santuário


Paróquias | a ordem

Ação pastoral De acordo com o Padre Charles, hoje, a Paróquia conta com a ação de 38 pastorais e movimentos. “É uma paróquia viva e dinâmica. Nossos dois Centros Pastorais – o Dom Nivaldo Monte e o Dom Eugênio Sales – estão sempre com as salas cheias de agentes pastorais, todas as noites”, diz. “A fortaleza da paróquia se encontra nos encontros de casais e de jovens”, ressalta o pároco. Entre as tantas pastorais e movimentos que realizam ações pastorais e missionárias na periferia de Natal e no interior do Estado, destacam-se a Ronda Fraterna, que desenvolve trabalhos na comunidade do Cortume; a Santa Maria, formada somente por jovens, e que atua na catequese e em ações sociais, na comunidade Parque Floresta, território da Paróquia de Santana, zona norte de Natal; e Novo Rumo, atuante na Paróquia de São João Batista, em Arez, e lá realizam ações missionárias, além de manterem um bazar e uma fábrica de sabão para beneficiar a comunidade, e, no momento, estão construindo uma capela. Outro grupo em destaque é o Novo Horizonte, criado há 28 anos, e que já esteve em missão em Monte Alegre e, agora, em Ceará-Mirim. Já, os integrantes da Caravana

Luiza Gualberto

(Igreja Matriz), a Paróquia conta com as seguintes capelas: Rainha da Paz, na Praça Augusto Leite; São Judas Tadeu, no Tirol; nos colégios Nossa Senhora de Fátima e Instituto Maria Auxiliadora, além da localizada na Casa de Saúde São Lucas.

ENDEREÇO Av. Rodrigues Alves, 793, Tirol, Natal/RN MISSAS Na Igreja Matriz, há celebração eucarística diariamente: segunda a sexta, às 17h30; sábado, às 17h; e domingo, às 8h, 11h, 17h, e 19h30.

Pe. Charles Dickson, pároco

Natal Feliz passam o ano trabalhando, em preparação à ação social e evangelizadora que realizam na época do Natal, em comunidades carentes de municípios do interior. Padre Charles também destaca o “Natal do Senhor Jesus”, que acontece no final do ano. “Todos os anos, realizávamos um jantar, com a distribuição de presentes, para cerca de 250 pessoas, em frente à Igreja Matriz. Com o aumento da violência, decidimos modificar a forma de realizar o Natal. Passamos, então, a atender alguma instituição. Há dois anos, doamos seis novos leitos para a Liga Norteriograndense contra o Câncer. No ano passado, enfocamos o Hospital Infantil Varela Santiago e doamos, em dezembro, 15 mil reais”, conta o pároco.

SECRETARIA Funciona no Centro Pastoral Dom Eugênio Sales, ao lado da Igreja Matriz, de segunda a sexta, das 8 às 12h e das 14 às 18 horas, e, aos sábados, das 8 às 12 horas. SAIBA MAIS (84) 3615-2810 santuariodotirol.com.br santuariodotirol santuariodotirol StTeresinha

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Fotos: cedida

a ordem | Paróquias

Igreja Matriz de São Francisco de Assis

Paróquia de São Francisco de Assis: há 94 anos evangelizando Pedro Velho

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Paróquias | a ordem Fundada no dia 11 de fevereiro de 1922, pelo então bispo da época, Dom Antônio dos Santos Cabral, a Paróquia de São Francisco traz, em sua história, a tradição de fé do povo potiguar. Situada no município de Pedro Velho, distante 85km de Natal, a paróquia teve como primeiro pároco, o padre Leôncio Fernandes da Costa e, desde a sua fundação, até os dias atuais, cerca de 18 sacerdotes estiveram à frente da comunidade paroquial. Atualmente, quem conduz os trabalhos pastorais é o padre Josenildo Bezerra dos Santos. Segundo o sacerdote, que está à frente da paróquia há três anos, a comunidade é bem ativa e conta com diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços. “Contamos com 10 comunidades e estamos em processo de implantação de mais três. Vivemos também o processo de formação permanente, como pede o nosso plano arquidiocesano de pastoral”, conta. Ainda de acordo com o padre Josenildo, um momento forte, vivido pela paróquia recentemente, foi a peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida, que está acontecendo no território da Arquidiocese de Natal. A visita ocorreu no ano passado e contou com diversas atividades, como recitação do terço mariano, celebrações e visitas às comunidades paroquiais.

Horários de missa Na Igreja Matriz, há os seguintes horários de celebrações: . Terça - 18h30 . Quarta a sexta - 19h . Domingo - 7h30 / 19h

Pe. Josenildo Bezerra, pároco da comunidade

Saiba mais Endereço: Praça São Francisco, 04 Pedro Velho/RN Telefone: (84) 3247-2782 paroquiasaofranciscodeassispv@ hotmail.com

Padroeiro A paróquia tem como padroeiro, São Francisco de Assis. Os festejos terão início no próximo dia 25, com missas, novenário e procissão. Antes, no período de 21 a 24 de setembro, acontece a peregrinação com o oratório do santo pelas famílias da comunidade paroquial, em preparação para os festejos.

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a ordem | Artigo

A Pastoral para a

Promoção da Justiça A Arquidiocese de Natal, por manifesta vontade do seu Pastor e Guia, arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, com a criação e instalação do Tribunal Eclesiástico para a Província Eclesiástica do Estado Potiguar, instituiu, também, a Pastoral para a promoção da Justiça, com o objetivo de oferecer às pessoas mais necessitadas e suas organizações, o Serviço de Assistência e Orientação Jurídica na seara civil, complementar ao Direito Canônico. A Pastoral da Justiça é parte intrínseca à Missão da Igreja. Assim, cuidar e trabalhar para a promoção e defesa dos direitos da pessoa do irmão necessitado, torna-se, para a Igreja, motivo de alegria e compromisso com a Boa Nova da Salvação, como Serviço da Caridade que promove, liberta e salva a Pessoa Humana e, com ela, toda obra da criação Divina. A Igreja, com a instituição da Pastoral para a promoção da Justiça, quer chamar a atenção de todos, homens e mulheres de boa vontade, para afirmar que “os direitos do homem hão de ser tutelados, não só cada um singularmente, mas no seu conjunto; uma proteção parcial traduzir-se-ia em uma espécie de não-reconhecimento” . Pois, os direitos do homem correspondem às exigências da dignidade humana e comportam, em primeiro lugar, a satisfação das necessidades essenciais da pessoa, no campo espiritual e material. Tais direitos, no dizer de São João Paulo II, “tocam todas as fases da vida e todo o contexto político, social, econômico

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Diác. Francisco Teixeira Advogado e Procurador da Arquidiocese de Natal

e cultural, visando resolutamente à promoção do bem, em todos os seus aspectos, da pessoa e da sociedade (...), pois a promoção integral de todas as categorias dos direitos humanos é verdadeira garantia do pleno respeito por cada um deles”. É com essa aspiração que a Pastoral para a promoção da Justiça, na Arquidiocese de Natal, buscará agregar as forças vivas da sociedade potiguar que militam em prol da Justiça. Deseja-se criar espaço para estagiários do curso de Direito, formar parcerias com as faculdades de Direito atuantes em nosso Estado, articular esforços e ações com a Justiça Estadual e Federal, envolvendo os serviços essenciais de promoção da Justiça como a Ordem dos Advogados, a Defensoria Pública e o Ministério Público, sempre em benefício das pessoas mais necessitadas e alijadas de seus direitos básicos, especialmente, nas áreas da educação, saúde, assistência social e da Liberdade. Buscar-se-á apoio junto aos organismos e instituições que trabalham no campo da Justiça para nos empenharmos num esforço coletivo e criativo, na defesa e promoção da Justiça em favor dos mais pobres e necessitados. Empenhar-nos-emos para que o Estado tutele e assegure, sem tardança, os direitos dos irmãos mais pobres e excluídos da sociedade, o que é indispensável para uma convivência em harmonia, fundada na promoção e constância da paz, da justiça, da solidariedade e fraternidade entre todos.


Assunto | a ordem

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a ordem | Para conhecer

Turismo & Cultura O que é o Natal Luz pra mim? Por Aurilene Freire

O Natal Luz, em Gramado (RS) é, simplesmente, o maior evento de Natal do mundo, atraindo milhares de turistas, todos os anos, para se encantarem com seus espetáculos e atrações. Encanta-me como, meses antes de acontecer o primeiro espetáculo, a comunidade inteira se dedica na preparação para receber seus visitantes. Os ensaios dos eventos, a decoração das ruas e das lojas são apenas um pouco do que se vê. E para tornar tudo realidade, centenas de artistas - bailarinos, cantores, músicos, atores, produtores e diretores - com muita inspiração e talento, transformam Gramado em uma cidade mágica para a temporada do Natal. Acredito também que o ponto alto da festa está em como a população local recebe bem os turistas. A cidade não tem semáforo. Tantas vezes visitando-a, nunca havia percebido. Minha filha, Maria Clara, foi quem se deu conta e per-

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guntou: “mamãe, por que não tem sinal de trânsito?» Eles respeitam tanto o pedestre, que o semáforo não é necessário. O pedestre sempre tem a vez. O índice de criminalidade é muito baixo. Inclusive nas diversas vezes que estive na cidade, o nosso guia falou que a delegacia de polícia sempre estava vazia. Por estes e tantos outros fatores, acredito que é um passeio imperdível para toda a família e para todas as idades. Super recomendo!!

Natal Luz de Gramado 2016 31ª edição Quando acontece? 28/10/16 a 15/01/17 Espetáculos principais: - Eu Sou Maria, - Grande Desfile de Natal, - Natal Pelo Mundo, - Diversas atrações paralelas. Fonte: Fernanda Meinerz (Brocker Turismo | Canela | RS)


Liturgia daPalavra Ir. Helena Corazza fsp – Diretora do SEPAC, Jornalista, Doutora em Ciências da Comunicação pela USP

BÍBLIA, comunicação de Deus com o povo A Bíblia é o livro sagrado que registra a comunicação de Deus, ou seja, o seu relacionamento com o povo ao longo da história, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Ela guarda a memória de um Deus com presença itinerante que caminha com a humanidade, escuta seus clamores, fala, dialoga como um amigo. Na Bíblia, Deus é o protagonista da comunicação conforme os relatos da Criação, passando pelos patriarcas, profetas e pelo “resto de Israel”. A plenitude da sua comunicação vem com Jesus Cristo: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo, 1,14). Pela sua Encarnação Jesus estabelece a identificação com o ser humano para aproximá-lo do Pai, que o amou primeiro. A Instrução sobre a comunicação, Comunhão e Progresso, n. 11, assegura que Jesus realizou uma comunicação inculturada: “Ele não falava como de fora, mas de dentro, a partir da realidade do seu povo”. Essa presença de Deus que caminha conosco pode ser mais ou menos percebida, dependendo da abertura ou fechamento dos corações ao seu amor. A comunicação de Deus passa pela escuta, conforme Deuteronômio, 6,4: “Escuta, Israel”. Deus pede para ser escutado e ouve os clamores do seu povo, vai ao encontro de suas necessidades, Ele “desce”.

O Deus inacessível do Antigo Testamento fala pelos mediadores, Moisés e os profetas, e torna-se próximo em Jesus de Nazaré que toca e se deixa tocar pelas pessoas, garantindo sua proximidade humano divina. A presença e comunicação de Deus é itinerante, não se prende ao Templo. Ele caminha, encontra-se na Tenda da Reunião, “falava com Moisés face a face, como um homem fala com seu amigo” (Ex 33,11). Esta comunicação de proximidade, de mobilidade, de ir ao encontro, como pede o papa Francisco, é um traço bíblico essencial da comunicação/revelação do próprio Deus. Comunicação que precisa ser vista, escutada, sentida, percebida, e Jesus muito bem expressou no contato com as pessoas: “Alguém me tocou” (Lc 8, 46). Ler e rezar a Bíblia com o olhar da comunicação ajuda a saborear a sabedoria da Palavra de Deus, senti-la e percebê-la próxima do nosso cotidiano. A linguagem bíblica traz em si uma comunicação que envolve o ser humano no seu todo: o olhar, o ouvir, o tocar, o relacionamento, a reflexão e a tomada de decisões. A Bíblia é, de fato, a comunicação de Deus que fala a partir das realidades do seu povo, no ontem e no hoje da história, uma comunicação realizada com o povo e não para o povo.

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a ordem | Artigo

Sobre Pokémon GO e sobre Pessoas

Estava em uma clínica, quando, na cadeira ao lado, sentou uma senhorinha, que aqui vou chamar carinhosamente de ‘Vovó’. Bastou alguns minutinhos e já estávamos batendo papo! Eu dividia a atenção com o celular. _Aqui tem internet? Perguntou._Tem sim! _Qual é a senha? Falei e mostrei na parede a plaquinha com o código. Ela continuou: _Internet é uma coisa muito importante né!? _Ah, e como! _Estou feliz porque agora meu neto sai de casa para jogar Pokémon, você conhece? Foquei na Vovó: _Conheço (risos), até estou tentando jogar!_Meu netinho jogava no computador. Agora todo dia ele me chama para ir à praça. Eu jogo com ele! O netinho da Vovó tem 10 anos. A Vovó, mais de 60. O Pokémon GO é um recém-nascido que chegou abalando o mundo dos games e dos gamers. Atraiu os que curtiram o desenho lá na década de 1990 e conquistou os nativos digitais. Basicamente funciona assim: cada jogador tem que capturar pokémons pela cidade – em pontos turísticos, comerciais e parques, por exemplo - para participar de batalhas com outros jogadores nos ginásios, que também estão espalhados por aí. E quando um pokémon aparece, fica na tela exatamente no ambiente em que está o jogador, através da realidade aumentada, tecnologia que mistura o mundo virtual com o real. Pokémon Go foi desenvolvido pela Nintendo e a Niantic, empresa criadora do Google Earth, site de mapeamento que permite a visualização de todos os cantos do mundo com imagens de alta qualidade. Desde que chegou aos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia em 5 de julho, o jogo virou um fenômeno. Já foi baixado mais de 100 milhões de vezes e chegou ao Brasil em 03 de agosto. Estima-se que o app gere mais de 10 milhões de dólares por dia. Pokémon go ultrapassou gigantes como o Tindere o Twitter, em número de usuários

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Erika Zuza Jornalista e Profª de Comunicação

ativos diariamente.Cada jogador passa em média 43 minutos e 23 segundos por dia capturando os monstrinhos. É mais tempo investido do que no Whatsapp, Instagram e Snapchat. Nos EUA, um hospital em Michigan incentiva as crianças a jogarem. Elas exploram o ambiente e melhoram a saúde andando pelos corredores. Os monstrinhos também já causaram muitas polêmicas. Em vários países há relatos de acidentes nas ruas, com jogadores que se distraem e acabam se machucando de verdade. Outro dia, perguntei no facebook sobre o jogo. Em poucas horas, tinham mais de 60 comentários. Para uns, é perda de tempo, falta do que fazer, causa frustração e é cansativo. Para outros, é divertido, sinônimo de aventuras, competição e interação com outras pessoas. Do ponto de vista da tecnologia digital, Pokémon Go está popularizando a ‘realidade aumentada’, já presente há alguns anos em várias pesquisas nas ciências, em áreas como Medicina, Engenharia e Arquitetura. Além de ter sido em 2016, o principal foco dos debates sobre comunicação digital em dois eventos importantes do setor: o Mobile World Congress, que aconteceu em fevereiro na Espanha e o SXSW (South by Southwest), realizado em março nos EUA. Seja qual for a sua idade, não tem problema se você joga ou não Pokémon. Mais do que acumular pontos, monstrinhos e batalhas, estar no jogo é uma escolha, assim como não estar! Para todos o desafio é não pirar com a ansiedade, seja em avançar pelos níveis, seja com a pressão social por não ter baixado o app. Quanto tempo vai durar este fenômeno? Não sabemos! Pode ser que quando você estiver lendo este texto, a novidade já seja outra. O fato é que este jogo é só o começo de muitas outras aplicações da realidade aumentada que em breve estarão à nossa disposição. Gotcha!


Educação Católica | a ordem

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a ordem | Espaço Infantil

Para os escritores mirins o futuro é agora

Pedro Henrique e Lorena Eliza. O que eles têm em comum? Ambos são escritores mirins e para eles o futuro é agora. Não esperam se tornar adultos para escrever suas obras e diante da pergunta, feita recorrentemente às crianças - “o que você quer ser quando crescer?” - não respondem: “quero ser escritor”. “Escritor eu já sou agora”, diz Pedro Henrique Lourenço Rodrigues, 6 anos, 1º ano do Ensino Fundamental, autor do livro “A galinha de Angola e a raposa Pipa”, lançado em março desse ano, em parceria com sua avó, a professora Marilú Lourenço. Quando se tornar adulto quer ser várias coisas, inclusive jogador de futebol, confessou. Lorena Eliza Medeiros Teixeira Fernandes, 10 anos, 5º ano do Ensino Fundamental, ainda sem livro publicado, mas com vários contos e poesias escritos, tem também a resposta pronta: “me imagino tendo uma profissão e, como hobby, sendo uma escritora de romance com livros publicados”. Escrever contos e poesia é o gênero que Lorena Eliza mais gosta e diz que já perdeu as contas de quantos escreveu. Ela conta que o gosto pela escrita literária começou quan-

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Cacilda Medeiros

Lorena Eliza, escritora Cione Cruz

Marilú Lourenço e Pedro Henrique

do tinha uns cinco anos de idade e viu o bisavô escrevendo poesias. Textos românticos são os preferidos de Lorena, que cita “A mulher de branco”, de sua própria autoria, como o seu conto preferido . “É a história de uma mulher, muito bonita, e que se vestia sempre de branco. Um dia ela conheceu um homem,

por quem se apaixonou perdidamente. Depois, o homem morreu e a mulher se atirou de um penhasco, com a intenção de se juntar a ele, na eternidade”, conta a escritora mirim.

Preocupação com o diferente Pedro Henrique conta que sua ideia de escrever um livro nasceu quando ele observou que na biblioteca da escola onde estuda não tinha nenhum livro que falasse sobre as pessoas diferentes – crianças obesas, com defeitos físicos, cegos etc. Pediu ajuda à avó, que também é autora de livros e trabalha a literatura infantil há alguns anos, com publicação da coleção Cores Vivas. Em três dias (um final de semana) o livro foi escrito. Pedro Henrique falava para a avó sua ideia e ela passava para o papel. Daí nasceu a história de cinco pintinhos: o amarelo, representando a criança gordinha; o preto, o mais rápido; o azul, o mais magrinho; o branco, com uma perna só; e o cinza, o míope. Outro livro já está sendo idealizado e já tem título: “A família fan fan”, a história de uma família de elefantes que tocam instrumentos.


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Livros&Filmes

O lápis ficou pequeno? Não jogue fora, plante-o em um vasinho. Na ponta do Sprout Pencil há uma cápsula biodegradável, cheia de sementes. Plantado e regado, a partir daquele pedacinho de lápis brotam lavanda, alecrim, manjericão. A ideia surgiu depois que três estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, descobriram que 15 bilhões de lápis são feitos a cada ano. Fonte: vidasimples.uol.com.br

Encontre seu celular Tem medo de perder seu celular e de ele ser roubado e você não mais encontrá-lo? Os smartphones com o sistema operacional do Google podem ser localizados ao pesquisar “encontre meu telefone” no buscador. A página encaminha o usuário para a área “Minha Conta”, onde serão exibidos os aparelhos vinculados àquela conta do Google. Além de localizar o aparelho, a ferramenta consegue bloquear o smartphone e exibir uma mensagem para quem achá-lo. O recurso deixa como única opção disponível, ligar para um número adicional registrado pelo dono do celular. Fonte: tecnologia.ig.com.br

Divulgação

Plante um lápis

LIVRO - Gestão Humanizada: liderança e resultados organizacionais autor - Amaro frança O livro trata de desafios que perpassam a prática da gestão e apresenta como proposta o conceito da “Gestão Humanizada” em sintonia com a busca do crescimento dos resultados organizacionais, tendo como um dos pressupostos, a liderança integral. A obra é um convite a gestores e líderes impulsionarem relações e vivências com os colaboradores, fundamentadas em princípios e valores humanos. Assim sendo, dada à sua relevância, eu indico esta obra como um importante serviço para os que desejam ser gestores diferenciados, que tomam como princípio a gestão humanizada. (Sugestão de Padre Edilson Soares Nobre, Vigário Geral da Arquidiocese de Natal)

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Rivaldo Júnior

Galeria Tribunal

Rodrigo Farias

esiástico Instalação do Tribunal Ecl 18 de julho, na Catedral da liza rea no, esa Interdioc foto, membros do Na Metropolitana de Natal. ra, defensor zer Be al Vit Tribunal: advogado elardo Freitas, juiz: adjunto do vínculo; Pe. Ab judicial adjunto; Pe. Pe. Alcivan Tadeus, vigário m Heitor Sales, Do ; Valquimar Nogueira, juiz César, presidente; io Júl Pe. o; defensor do víncul notário. e Pe. Roberlan Roberto,

Jubileu da

Juventude

Brunno Antunes

Dezenas de jovens, de várias paróquias da Arquidiocese de Natal, participaram do Jubileu da Juventude, realizado dia 31 de julho, na cidade de Santana do Matos. A atividade fez parte da programação do Ano Jubilar da Misericórdia.

Evangelizar

tiba (PR), Padre Reginaldo Manzotti, de Curi al, dia 13 Nat iso Prec é animou o II Evangelizar ado situ II, lo Pau o Joã aço de agosto, no Esp foi nto eve O RN. do o rativ inist Adm no Centro 0. 109 AM al Nat promovido pela Rádio Rural de

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Espiritualidade | a ordem

Randenclécio Xavier Coordenador arquidiocesano da Pastoral do Dízimo

Dízimo como um gesto de

amor e gratidão!

A Igreja nos tempos atuais nos convida a viver um grande espírito missionário, que nos envia para anunciar a todos os povos a Boa Nova do Cristo Jesus, sendo um cristão transformador da realidade tão violência e desigualdade social. Mas, nesta realidade, onde entra o Dízimo? Para que serve o Dízimo na Igreja? Queridos irmãos e irmãs, o Dízimo é uma contribuição sistemática e periódica, visando a participação de todos os fiéis na manutenção da Igreja. No Dízimo não se impõe porcentagem ou penalidade para aqueles fiéis que não contribuem. Logo, deve ser motivado pela co-responsabilidade do espírito do Concílio Vaticano II. O Dízimo é uma maneira de crescer em comunhão: pessoal, entre as pessoas, e com Deus. Falar desta experiência não se trata de resumir a importância do Dízimo em um sistema, ou em uma prática, ele é espiritualidade, que se refere à teologia de comunhão, da participação e do sinal da pertença na comunidade de fiéis que recebe os dons e carisma de Deus. A Pastoral do Dízimo educa para a caridade, a evangelização e a espiritualidade. Sabe-se que oferecer o Dízimo não salva ninguém, mas, se reconhece que viver religiosamente o Dízimo conduz à salvação, porque se realiza o crescimento na unidade com Deus, vive-se a caridade e se torna mensageiro do Evangelho. É através do Dízimo que se pode verificar a grandiosidade da partilha, valorizando cada devolução com muito amor e espírito de doação e fraternidade. Verifica-se que a ação da Paróquia no Dízimo se fortalece juntamente com o crescimento da vida em comunidade. Identifica-se que o crescimento da Paróquia ocorre exatamente quando esta realiza um trabalho de evangelização. A participação do Dízimo nasce naturalmente da vida comunitária, pois quem se vê verdadeiramente como membro de uma comunidade, torna-se capaz de enxergá-la não só em suas proezas, mas também em suas limitações, o que provoca uma maior interação e a um chamado de responsabilidade. A arrecadação do Dízimo é fruto de uma consciência dos fiéis. Não basta só falar ou até mesmo mostrar dados; é preciso levar a comunidade a uma experiência de fé em sua vida, mostrando o verdadeiro sentido de “doar” com espontaneidade frente às necessidades concretas, fazendo com que elas se sintam parte do corpo místico de Cristo.

Coluna da Misericórdia Queridos irmãos e irmãs, Estamos celebrando neste mês de setembro a reverência e devoção à Bíblia Sagrada e, partindo dEla, o nosso compromisso e responsabilidade com a Igreja através da prática do Dízimo como fidelidade a Cristo em sua infinita misericórdia para conosco. Quero aproveitar este nosso espaço para também refletirmos sobre o Dízimo como este encontro com a Misericórdia. Certamente, alguns já têm suas idéias pré-concebidas sobre o Dízimo e não conseguem ver nele este ponto de misericórdia. Quem assim pensa pode ter sido motivado pela falta de conhecimento ou até mesmo fundamenta-se biblicamente tomando como base o trecho de Mt 23, 23, alegando que Jesus aboliu esta prática porque era uma questão apenas da Lei Judaica. Não podemos deixar de perceber que para Jesus os pontos mais importantes da reflexão sobre a Lei dos judeus são a Justiça, a Misericórdia e a Fidelidade. A eles se deve dar atenção sem negligenciar os outros pontos da vivência da fé. São Tiago nos ensina em sua carta (2, 1013) que o fruto do Espírito é o amor e que a misericórdia demonstrada pelos outros impede um juízo rigoroso de Deus para com quem a pratica. O Dízimo, como sinal da misericórdia na Igreja, em uma de suas dimensões, é chamado a cultivar uma dimensão social tal que promova a acolhida e o serviço aos mais necessitados, como uma grande obra de misericórdia, oferecendo-lhes o necessário para uma vida digna e promovendo o resgate da dignidade a partir da formação humana, educacional e cristã daqueles que estão a clamar da Igreja de Cristo que lhes sejam lavados os pés. Comissão Arquidiocesana do Ano Jubilar da Misericórdia Setembro de 2016 | 35


a ordem | Viver

Terapia no Jardim

Por Adriano Cruz

Dizem que o homem para se perpetuar deve ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. Clichês à parte, muita gente se dedica ao ofício de semear, podar as folhas, regar e esperar paciente os estágios de uma planta. Foi vendo a mãe se dedicar às roseiras que o professor da UFRN, Itamar Nobre, despertou o amor pelo cuidado com a nature-

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za. Há 15 anos, ele pôs as mãos na terra e se tornou um bonsaísta “em aprendizado”, como destaca. Itamar se dedica todos os dias à arte japonesa de cultivar pequenas árvores em vazo. O que era uma atividade casual passou a ser exercício permanente de qualidade vida. “Quando fazia doutorado, adquiri um alto nível de estresse; estudava quatro horas por dia. Na época, eu já fazia bonsais. Daí, a psicóloga aconselhou-me a dedicar-me

uma hora por dia à atividade”, disse. E desde aquele dia, o professor acorda às primeiras horas da manhã para se dedicar às pequenas árvores. O aprendizado, para ele, foi esperar as demoras da vida. “Não adianta querer mudar a lógica, o processo, a rotina de um bonsai. Por mais que você, na sua vida, queira mudar o tempo e antecipar os resultados de tudo que você “planta”, isso se torna impossível”, finaliza.


Professor Itamar estilizando um pré-bonsai de ubaia azeda, planta nativa da Região Nordeste do Brasil Cedida

A psicóloga Patrícia Mota defende que o grande benefício de cuidar das plantas é entrar em contato com o nosso ritmo em harmonia com o da natureza. “É a aprendizagem do processo dos acontecimentos, das situações, do tempo interno, processual. Nada acontece de um dia para o outro”, ensina. Em tempos de redes sociais, vida online e excesso de celulares, olhar para a terra nos conecta com nossa essência. “Parece-me que, nesses tempos, faz bem o aguardar, plantar, germinar, crescer e florescer”, disse. Todo esse processo é uma metáfora de nossas vidas. A empresária Cláudia Klein se sente mais tranquila quando está no jardim. Ela descreve a alegria de ver brotar as flores: “adoro uma sensação que não sei explicar muito bem. Um prazer imenso de poder viver esbarrando no verde!”. Para quem deseja começar a se aventurar com as plantas, ela aconselha a leitura de revistas especializadas e sites sobre o tema. “Verá que logo, seu jardim vai lhe respondendo com muitas belezas!”, defende. E essa beleza também cativou a jornalista Lívia Cavalcanti. Entusiasta da natureza, ela ingressou novamente na faculdade para estudar Ecologia e diz que aprendeu três lições com a jardinagem: “a observação, a paciência e o cuidado”. Ela finaliza a entrevista,

Natália Costa

Viver | a ordem

Jornalista Lívia Cavalcanti diz que aprendeu lições da observação, paciência e cuidado com a jardinagem

com os versos de Caio Fernando de Abreu: “Depois que comecei a cuidar do jardim aprendi tanta coisa, uma delas é que não se deve decretar a morte

de um girassol antes do tempo. E que as plantas sentem dor, que nem a gente.”. E entre esperas e alegria, segue semeando mais verde no seu mundo.

Setembro de 2016 | 37


a ordem | Notas

Valdi de Paula

Monsenhor Pinto celebra 90 anos

Mons. Pinto, ‘decano’ dos padres da Arquidiocese de Natal

No dia 26 de setembro, a comunidade de Angicos renderá louvores a Deus pelos 90 anos de vida do pároco emérito, Monsenhor Francisco das Chagas Pereira Pinto. A celebração em ação de graças acontecerá, às 17 horas, na Igreja Matriz. Dentre os padres da Arquidiocese de Natal, Monsenhor Pinto é o mais idoso. Nascido em 26 de setembro de 1926, no município de Angicos, foi ordenado sacerdote, em Natal, em 8 de dezembro de 1955. Por quase 50 anos, esteve à frente da Paróquia de São José, em Angicos. Lá, ele sucedeu o Padre Manoel Tavares, que havia sido eleito bispo para a Diocese de Caicó. Na época, o Padre Pinto foi nomeado ‘pároco colado’, pelo então Papa João XXIII. Os vigários colados eram sacerdotes indicados pelo Papa para assumir uma paróquia em caráter permanente.

A Arquidiocese de Natal celebra a festa dos Bem Aventurados Mártires de Cunhaú e Uruaçu, os primeiros Mártires do Brasil, na comunidade de Uruaçu, no município de São Gonçalo do Amarante, no período de 21 de setembro a 3 de outubro. Na abertura, no dia 21, acontece motorromaria, saindo de Natal com destino a Uruaçu. Nos dias seguintes, haverá celebração do novenário, sempre às 19 horas. Os festejos serão encerrados no dia 3 de outubro. Durante o dia, haverá celebração de missa em vários horários, no Santuário dos Mártires e no Povoado de Uruaçu. À tarde, no Santuário, haverá show animado por Fátima Santos e

38 | Setembro de 2016

Cacilda Medeiros

Festa dos Mártires contará com a participação do Núncio

Santuário dos Mártires, em Uruaçu Padre Antônio Nunes. Às 17h30, acontecerá celebração eucarística, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, concelebrada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime

Vieira Rocha, e padres da Arquidiocese. Dom Giovanni, que é o representante diplomático da Santa Sé, no Brasil, vem primeira vez à Arquidiocese de Natal, a convite do Arcebispo, Dom Jaime.


Setembro de 2016 | 39


a ordem | Assunto

40 | Setembro de 2016


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