Revista A Ordem - Abril/2019

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Fundação Paz na Terra ano LXVII - Nº 36 Natal/RN | R$ 7,00 Abril de 2019

Igreja católica: SENSÍVEL À QUESTÃO DO MIGRANTE


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ATITUDE CRISTÃ Quem nunca se sentiu um «estrangeiro», mesmo na própria pátria, ao ir a algum lugar onde nunca esteve? E quanta alegria e tranquilidade ao ser acolhido pelas pessoas do lugar! Parece estranha a situação, mas é semelhante à de muitas pessoas que, não tendo mais condições de viver na Pátria Mãe, aventura-se, mundo afora, buscando refúgio num país amigo. Acolher pessoas de outros países e lhes oferecer condições de vida digna é mais que um ato humano de solidariedade e acolhimento. É uma atitude cristã, em todos os sentidos, e um passo a mais no caminho terreno em busca da pátria futura, eterna, no reino de Deus Pai. O próprio Jesus Cristo é quem ensina. «Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; (...) todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes»(cf. Mt 25,35;40). Infelizmente, há os que discordam do acolhimento aos que buscam refúgio. São intolerantes, egoístas, discriminadores, indiferentes às necessidades e aos sofrimentos humanos. A esta classe de gente, Jesus mostra um fim nada agradável, distante de Deus Pai. “Estes irão para o castigo eterno”(cf. Mt 25,46).

EXPEDIENTE

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

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ENTREVISTA - Coord. Setor de Comunicação avalia três anos da Revista A Ordem

PARÓQUIAS - Nesta edição, você vai conhecer as comunidades paroquiais de São José Operário, em Jandaíra e Santo Afonso, em Mirassol

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CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr

REPORTAGEM - Doação de corpos e de órgãos: como fazer? VIVER - Projeto na UFRN incentiva edução ambiental

EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: Marcelo Camargo/ Agência Brasil COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal

DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140

IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360

COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001

TIRAGEM: 1.000 exemplares

ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br


A ORDEM

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A ORDEM PALAVRA DA IGREJA

EXORTAÇÃO PÓS-SINODAL

“Christus vivit”

O Francisco Papa

“Não bastam as análises sobre o mundo da juventude; devemos interpelála, mesmo quando falam com a cara dura”

Papa Francisco assinou, no último dia 25 de março, a Exortação Apostólica pós-sinodal, que conclui os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre os Jovens, realizado no Vaticano, em outubro do ano passado. O documento pontifício, sob forma de carta aos jovens, é intitulado “Christus vivit – Cristo vive”. Pode-se dizer que a primeira página foi escrita em 13 de janeiro de 2017, pelo Papa Francisco, com a publicação do Documento preparatório do Sínodo. Esse documento estava acompanhado por uma carta, na qual o Papa convida os jovens a se lançarem “na direção de um futuro desconhecido, sendo portadores de realizações seguras”, sempre acompanhados por Deus. O convite do Papa foi acolhido pelo “Seminário Internacional sobre a condição juvenil no mundo”, organizado em Roma, em setembro de 2017. Durante os trabalhos, foram abordados vários temas sobre a juventude: das migrações ao desemprego, do compromisso social ao político, do desenvolvimento das tecnologias à fé. No final do seminário, os jovens disseram: “Somos uma família. Escutemo-nos e cresçamos juntos”. Esta frase evidencia a vontade dos jovens de encontrarem na Igreja uma casa, uma família, uma comunidade para poderem amadurecer as próprias escolhas de vida e contribuir ao bem comum. Em março de 2018, durante a reunião pré-sinodal, em Roma, o Pontífice pediu a todos para ousarem “novos caminhos”, saindo da lógica do “sem-

pre se fez assim” para ficar de modo criativo no sulco da autêntica tradição cristã. O coração da Igreja é jovem, repete Francisco, e os jovens “devem ser levados a sério: não bastam as análises sobre o mundo da juventude; devemos interpelá-la, mesmo quando falam com a cara dura”. Os frutos da reunião pré-sinodal foram reunidos em um documento conclusivo, que foi entregue ao Santo Padre, no Domingo de Ramos de 2018. O Instrumentum Laboris do Sínodo, apresentado em 19 de junho de 2018, reuniu todos estes pedidos, integrando-os às mais de cem mil respostas dadas pelos jovens ao questionário online, lançado pela Secretaria do Sínodo. Os temas presentes no Instrumentum laboris tornaram-se a base do Sínodo sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, realizado no Vaticano, em outubro de 2018. As reflexões, testemunhos, e o forte apelo dos jovens confluíram no documento final, tendo como base o episódio dos discípulos de Emaús, narrado no Evangelho de Lucas. O documento final recorda também, a importância de um compromisso firme da Igreja contra todos os tipos de abuso, pela verdade e pelo perdão. A importância da família como Igreja doméstica, justiça contra a cultura do descarte, valorização dos recursos pastorais oferecidos pela arte, música, esporte, viver o mundo digital promovendo potencialidades comunicativas em vista do anúncio cristão.

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(PAPA FRANCISCO)

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YOUCAT PARA CRIANÇAS

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Fonte: Portal Vatican News

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PALAVRA DA IGREJA

A ORDEM

Comemoramos a Ressurreição do Senhor. Este é o acontecimento maior de nossa fé.

É Páscoa.

ALEGREMO-NOS E EXULTEMOS! Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

Queridos irmãos e irmãs!

É

Páscoa! Cristo ressuscitou! Aleluia! Essas palavras são anúncio alegre e renovador. A morte foi vencida e nós entramos no mundo novo da Ressurreição do Senhor. Nossos votos de uma feliz Páscoa para todos. Que o Senhor ressuscitado encha os corações e inundem o espírito de cada um e cada uma, para que a alegria do Senhor seja sempre a força que conduz e faz perseverar no caminho do discipulado missionário, vivência da intimidade com o Senhor e graça infindável de paz e concórdia entre os homens e mulheres. Comemoramos a Ressurreição do Senhor. Este é o acontecimento maior de nossa fé. Tudo encontra o seu sentido no fato de que o Filho eterno de Deus, “existindo em forma divina... despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano...Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome...” (Fl 2,6-9). A Ressurreição de Jesus significa o ato pelo qual Deus, em seu Filho, assume definitivamente a raça humana. Aquele que se tornou o que nós somos, para que nós pudéssemos ser o que Ele é, agora, com a Ressurreição, eleva a nossa natureza ao ser mesmo de Deus. A carne humana, assumida por Ele, com a qual Ele veio habitar ou armar sua tenda entre nós (cf. Jo1,14), entra no ser de Deus. Esta é a maior e mais perfeita comunhão da natureza divina com a humana. A partir da Ressurreição de Jesus, o plano de Deus alcança o seu clímax, isto é, Deus insere o homem em seu próprio ser. O Pai, que revelara o seu ser para Moisés, como “Eu sou aquele que está e estará aqui, ao teu lado” (cf. Ex 3,14; seguindo uma interpretação feita por Papa Francisco, em 7 de março de 2019. Encontro com o Clero de Roma), agora, com a Ressurreição, manifesta, para sempre, que o homem é assumido para estar sempre ao Seu lado. Por

isso, nossa alma engrandece ao Senhor e se alegra nosso espírito em Deus, nosso Salvador (cf. Lc 1,46). Mas, comemoramos a nossa fé e nossa esperança na nossa ressurreição, pois, o Senhor Jesus ressuscita como primícias, isto é, Aquele pelo qual nós fomos criados, o que nos resgata e redime, inicia o novo tempo da glória para nós, criados à sua imagem, criados segundo a imagem do Deus invisível, Ele o primogênito de toda criatura (cf. Cl 1,15). Cristo ressuscitou, nós também vamos ressuscitar. Essa verdade de fé, verdade salvífica e cheia de esperança, deve alegrar-nos, deve entusiasmar-nos, deve encher nosso coração de confiança, pois somos convocados, como Maria o fez, a proclamar: “o Poderoso fez para nós essa grande maravilha” (cf. Lc 1,49). Ele nos quer ao seu lado. Ele quer que onde Ele esteja, estejamos nós ao seu lado. Ah! Como isso deve consolar-nos. Mas, também somos convidados a anunciar essa verdade aos outros. Não podemos ficar calados, aprisionar essa alegria, quase como se fosse um prêmio adquirido pelo nosso esforço ou como resultado de uma vitória sobre os outros. Não. A nossa ressurreição é uma promessa do amor gratuito de nosso Deus. É fruto de seu amor generoso e é destinada a todos os homens e mulheres. Celebremos a Páscoa do Senhor. Celebremos a nossa Páscoa, promessa de libertação, ação de amor de nosso Deus, Ele que quer, em seu Filho glorificado, reunir todos os homens e todas as mulheres, em seu Reino. Reino de paz, de alegria, de compaixão e de amor. Com a Ressurreição, não existe mais ninguém distante, pois Deus mesmo se fez próximo de todo ser vivente. Aleluia! Aleluia! Demos graças e louvores ao bom Deus e Pai. Ele venceu a morte. Ele é o doador da vida.

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ENTREVISTA

Coordenador arquidiocesano do setor de comunicação, padre Rodrigo Paiva avalia veículo de comunicação impressa da Arquidiocese, que se modernizou para atender as necessidades atuais POR LUIZA GUALBERTO BRUNNO ANTUNES

Revista A Ordem completa três anos

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ENTREVISTA A ORDEM

A ORDEM: Como você percebe o papel da revista A Ordem nesses três anos? Pe. Rodrigo: A revista começou a circular desde o mês de maio de 2016, quando o então Pe. Edilson ainda era coordenador do setor arquidiocesano de comunicação. Quando o setor pensou na criação da revista, vislumbrou um veículo que pudesse, não só contribuir para a propagação da evangelização para o público leitor, mas também que mostrasse o rosto social, que é tão particular da Arquidiocese de Natal, por meio de suas inúmeras iniciativas. Com a nomeação do Pe. Edilson para bispo da Diocese de Oeiras (PI), o setor teve como coordenador, o padre Júlio César, que também deu uma importante contribuição e propôs um incremento de novos conteúdos para a revista, que demonstrassem ainda mais o protagonismo da Igreja em nosso território arquidiocesano. Agora, como coordenador do setor, a nossa missão está focada em propagar ainda mais a importância da presença da revista no maior número de lares católicos, fazendo com que possa ser reconhecida, ainda mais, como um veículo formativo e informativo, necessário para um melhor caminhar sócio-pastoral em nossa realidade. A meta 4 do Marco Referencial Arquidiocesano, por exemplo, propõe como uma das estratégias, a difusão deste importante veículo de comunicação e, para tal, contamos com o engajamento dos padres, coordenadores, articuladores e agentes de pastorais para que, de fato, a Revista A Ordem possa desempenhar bem este papel.

RIVALDO JR

Pe. Rodrigo Paiva, durante entrega de prêmios às paróquias que conseguiram o maior número de assinaturas da Revista A Ordem, em 2018

Atualmente, que tipo de conteúdo faz parte da revista? Pe. Rodrigo: Desde a sua criação, a revista conta com 40 páginas, em cores, que contam com várias seções, entre elas, reportagem de capa, que está em sintonia com algum momento relevante da Igreja católica e/ou sociedade, reportagem secundária, que segue o mesmo critério da matéria de capa. A revista também conta com espaços destinados para entrevista, artigos de opinião, no campo social e da Igreja, paróquias, em que, todos os meses, são destacadas duas comunidades, além de colunas destinadas à saúde, liturgia e juventude, bem como uma seção

PE. RODRIGO PAIVA, coordenador arquidiocesano do setor de comunicação e pároco da Paróquia do Bom Jesus dos Navegantes, em Touros

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A ORDEM ENTREVISTA

“O setor de comunicação está sempre empenhado em trazer um conteúdo de qualidade e que seja atrativo ao público leitor”. PADRE RODRIGO PAIVA voltada ao lazer e qualidade de vida. Esse conteúdo foi pré-estabelecido no início do projeto editorial da revista e sofreu algumas modificações ao longo desses três anos. A pauta é pensada mensalmente e, para isso, contamos com a colaboração de um conselho editorial, composto por jornalistas, agentes da Pascom e professores, que nos auxilia a pensar o que vai compor cada edição. Em 2018, a Revista ganhou um título de menção honrosa, nos prêmios de comunicação da CNBB. O que isso significou para o setor de comunicação? Pe. Rodrigo: Para nós que fazemos o setor de comunicação da Arquidiocese de Natal foi uma alegria receber essa premiação. Concorremos com a edição especial da Revista A Ordem, dedicada à canonização dos mártires de Cunhaú e Uruaçu. Foi a primeira vez que nos inscrevemos nos prêmios de comunicação da CNBB, que já está em sua 52ª edição e contempla iniciativas exitosas no campo da comunicação em todo o Brasil. O título de menção honrosa Irmã Dorothy Stang foi conquistado graças ao voto popular, por meio de interação nas redes sociais da premiação. Em três anos de existência, receber uma premiação assim, tão conceituada na comunicação católica, foi de importante significado para o setor comunicação e para a Arquidiocese como um todo. Neste momento, que ações estão sendo pensadas para fortalecer a revista A Ordem junto ao público leitor? Pe. Rodrigo: Para difundir e consolidar a Revista A Ordem junto 10 ABRIL DE 2019

ao público leitor, pensamos em algumas estratégias ao longo desses três anos. Para 2019, estamos com uma ação voltada para os agentes da Pastoral da Comunicação, para que possam se sentir motivados a conseguir assinantes para a revista. Nesse sentido, a gente lançou o TOP Assinaturas, que conta com metas de assinaturas e à medida em que as metas forem batidas, as equipes paroquiais da Pascom serão premiadas. Nessa promoção, contamos com três categorias: 25 assinaturas (prêmio de duas webcams); 50 assinaturas (prêmio de um microfone de mão e um tripé); e 100 assinaturas (prêmio de uma câmera fotográfica profissional). Em anos anteriores, realizamos promoções semelhantes, mas acreditamos que essa surtirá um efeito mais positivo, tendo em vista que uma das maiores necessidades das equipes paroquiais da Pascom é a aquisição de equipamentos para o desenvolvimento dos tra-

balhos. O TOP Assinaturas vai ser realizado durante todo o ano e a premiação será entregue no encontro anual de coordenadores da Pastoral da Comunicação, que acontece sempre no final do ano. Que mensagem deixa aos assinantes da revista? Pe. Rodrigo: A minha mensagem é muito mais no sentido de que os leitores compreendam que esse veículo de comunicação é pensado e executado de forma profissional. O setor de comunicação está sempre empenhado em trazer um conteúdo de qualidade e que seja atrativo ao público leitor. Aos que ainda não assinam a revista, convocamos que façam a assinatura. São 12 exemplares durante o ano, ao preço de R$ 60 reais (anual). Se a gente for dividir esse valor por mês, vai dar um valor simbólico, porém tem grande significado, tendo em vista a qualidade do produto que entregamos mensalmente ao leitor. WALLACE AZEVEDO

Equipe do setor de comunicação da Arquidiocese de Natal, coordenada pelo Pe. Rodrigo Paiva



A ORDEM CAPA

Igreja católica

se mostra sensível à questão do migrante Segundo a ONU, o mundo vive a maior crise humanitária desde o final da Segunda Guerra Mundial. São mais de 200 milhões de pessoas em situação de migração, atualmente POR LUIZA GUALBERTO

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CAPA A ORDEM

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s dicionários definem “migração” como sendo o processo de entrada e de saída de uma pessoa ou de um grupo de pessoas que, geralmente, desejam uma vida melhor, sendo, considerado, portanto, um direito universal. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo vive a maior crise humanitária desde o final da Segunda Guerra Mundial. São mais de 200 milhões de pessoas em situação de migração, atualmente. Outras 60 milhões vivem em situação de refúgio e constantemente sofrem perseguições, além de serem vítimas de conflitos armados. Recentemente, uma situação que tem chamado a atenção da sociedade, diz respeito à crise na Venezuela, que trouxe para o Brasil mais de 90 mil venezuelanos. A maioria está concentrada na cidade de Boa Vista, em Roraima. De acordo com o representante especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Eduardo Stein, que esteve em visita ao Brasil, no mês de março, os países que acolheram refugiados migrantes da Venezuela, devem se preparar para abrigá-los por muito tempo. “Mesmo após resolvida a crise na Venezuela, essas pessoas só vão retornar quando houver garantias de que vão achar empregos e terão segurança. Isso pode levar de dois a três anos para acontecer”, disse. Ainda segundo Stein a federalização dos serviços de atendimento aos refugiados e apoio à população de Roraima, além dos esforços do governo brasileiro para inserir os venezuelanos no mercado de

Papa Francisco pede para que migrantes e refugiados possam ser acolhidos, protegidos e integrados trabalho, tem sido bem-sucedidos, mas que ainda apresentam muitos desafios a serem ultrapassados. Dados do Acnur apontam que há 3,4 milhões de refugiados venezuelanos no mundo, sendo que apenas 1,4 milhão está em situação regularizada. A Colômbia é o país com maior número de venezuelanos, com 1,1 milhão, seguida por Peru, com 506 mil, Chile, com 288 mil, Equador, com 221 mil, Argentina, com 130 mil e Brasil, com 96 mil. Igreja sensível Diante deste cenário vivido atualmente pelo Brasil e pelo mundo, diversos organismos ligados à promoção humana e desenvolvimento social, na Igreja Católica, tem se empenhando no sentido de proporcionar uma melhor qualidade de vida a essas pessoas que estão em situação de migração e refúgio. No mês de março, o papa Francisco divulgou o tema para o Dia Mundial do Migrante e Refugia-

do, que neste ano vai abordar a temática “Não se trata apenas de migrantes”. O papa escolheu o tema, tendo em vista a preocupação com todos os habitantes das periferias existenciais. O Dia do Migrante e Refugiado vai ser celebrado no próximo dia 29 de setembro. Francisco ainda reforçou, no dia 15 de fevereiro, durante homilia da missa na Casa Santa Marta, que “o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o encarcerado que hoje bate à nossa porta é o próprio Jesus que pede para ser encontrado e ajudado”. A Cáritas, organismo da Igreja católica, tem desenvolvido diversas iniciativas no intuito de trazer um pouco mais de dignidade a essas pessoas que estão em situação de migração e refúgio. Em 2017, foi lançada a campanha global “Compartilhe a viagem”, com duração de dois anos e que tem como objetivo, responder ao apelo do papa Francisco para que vivamos uma autêntica cultura do encontro, fazendo uma proposta positiva diante da realidade atual na vida de imigrantes e refugiados. Dentro da campanha, algumas ações estão previstas, como o envolvimento solidário com o migrante, sendo sensível em suas necessidades básicas e advogando por mudanças estruturais na migração a nível local, nacional e internacional. Kilza Gomes, diretora de Cáritas, na Arquidiocese de Natal e referencial internordeste na Comissão de Migração e Refúgio do organismo diz que diante dessa campanha mundial, a Cáritas

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Brasileira lançou um projeto, intitulado “Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela”, que tem a finalidade de fazer uma articulação nacional da Igreja, afim de que as Arquidioceses e Dioceses acolham migrantes e refugiados venezuelanos em seus territórios, por meio de ações solidárias, que vão promover, além da acolhida, a proteção, promoção e integração dos imigrantes no Brasil. “Cada Arqui (diocese) é convidada a acolher pelo menos três famílias e que proporcionem a elas mais dignidade e cidadania. A Cáritas entende que cada estado vive a sua realidade, mas todos são propícios a acolher

Mais de 90 mil venezuelanos foram acolhidos no Brasil, após crise financeira

LUIZA GUALBERTO

Kilza Gomes com o casal Yankelys Aguirre e Felix Malave

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essas pessoas que tiveram os seus direitos mais básicos violados”, frisa. A campanha conta com recursos do Fundo Nacional da Solidariedade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e pretende alcançar, inicialmente, 90 Arquidioceses/ Dioceses do Brasil. De 09 a 13 deste mês, Kilza Gomes vai participar de um encontro de Cáritas, na cidade de Boa Vista (RR), que tem a proposta de debater ações que possam melhorar a articulação em rede do organismo, para fortalecer o trabalho e seguir com outras iniciativas. “A Cáritas sempre trabalhou esse tema do refúgio


CAPA A ORDEM

Representante da Acnur, Eduardo Stein, acredita que pode levar de dois a três anos para refugiados retornarem para Venezuela

e migração e a gente tinha uma maior atuação em São Paulo e Rio de Janeiro, mas, diante da realidade vivida atualmente, com a chegada dos venezuelanos, esse tema passou a ser ampliado para a realidade dos demais estados do país”, destaca. Acolhimento No início do ano, a Arquidiocese de Natal acolheu o casal de venezuelanos Yankelys Aguirre (35) e Felix Malave (39). Eles deixaram a Venezuela há cerca de seis meses e vieram para Natal, onde já residia a irmã de Yankelys. Ao chegar à capital potiguar, ficaram hospedados em um hostel, na praia de Ponta Negra, mas devido a falta de recursos, não conseguiram permanecer no local. Eles procuraram o padre Flávio Herculano, pároco da Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Ponta Negra, que os encaminhou para a cúria metropolitana.

“Viver na Venezuela se tornou totalmente inviável. Não se tem água, comida, energia elétrica, emprego. Devido a inflação, o salário foi desvalorizado. Então, como minha irmã já morava aqui, decidimos vir e, graças a Deus, fomos acolhidos pela Arquidiocese”, destaca Yankelys. Ela tem formação na área de engenharia industrial e Felix possui o ensino médio completo e estava cursando uma graduação em engenharia mecânica e industrial, mas precisou abandonar o curso para vir para o Brasil. Segundo Kilza Gomes, a Arquidiocese alugou um espaço para eles morarem e com a ajuda de amigos e pessoas benfeitoras, tem conseguido comprar mobília e os itens básicos para a vivência do casal. “Infelizmente, eles estão desempregados e precisam trabalhar. Deixo aqui o apelo para os que estão lendo essa matéria, que

possuem alguma empresa ou tem algum conhecido que seja empresário, para que possam empregá-los. A gente quer proporcionar uma condição de vida digna para eles nesse novo lar, que é a nossa cidade. Eles estão totalmente legalizados em nosso país e com condições aptas para o desempenho de atividades profissionais”, frisa. Felix e Yankelys deixaram a família, na Venezuela, para poder vir para o Brasil. Mas essa é uma realidade que pretende ser mudada. “A partir do momento que a gente conseguir se estabelecer aqui, pretendemos juntar dinheiro para trazer a nossa família. Queremos tirá-los daquela realidade. Daqui pra frente, o nosso sonho é de dias melhores. Conseguir um emprego, nos estabilizar aqui, aumentar a nossa família com a chegada de filhos. Temos esperança em dias melhores”, reforça Felix.

SERVIÇO FOTOGRÁFICO DO VATICANO

Papa Francisco tem se mostrado sensível e preocupado com a questão dos migrantes e refugiados no mundo

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Peças que estão sendo usadas pela campanha #EuMigrante para chamar a atenção da sociedade

#EuMigrante O grupo da Signis Brasil Jovem criou a campanha #EuMigrante para mostrar a realidade e o drama vivido pelos migrantes venezuelanos que chegam ao Brasil. A campanha quer sinalizar caminhos para ajudá-los no processo de acolhida, ou como pede o papa Francisco “acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e refugiados”. A iniciativa faz parte do Programa Pana, que é uma iniciativa desenvolvida pela Cáritas Brasileira e pela Cáritas Suíça, com apoio do Departamento de Estado dos Estados Unidos e visa contribuir com a assistência humanitária e a integração de migrantes refugiados, em especial os venezuelanos que estejam em situação de vulnerabilidade social e que buscam reconstruir a vida no Brasil. O projeto tem como objetivo, ao longo de um ano, favorecer mais de 3.500 pessoas, sendo, pelo menos, 1.224 delas migrantes venezuelanas, a partir da integração em sete capitais do Brasil: Boa Vista (RR), Brasília (DF), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), 16 ABRIL DE 2019

Porto Velho (RO), Recife (PE) e São Paulo (SP), contando com parceiros locais que contribuem para a integração dos migrantes. Como um dos gestos concretos da campanha, em Brasília, uma casa de apoio para acolher imigrantes e refugiados foi inaugurada. A Casa de Direitos começou a funcionar desde novembro do ano passado, na região central da capital, e é coordenada pela Cáritas Brasileira. Uma equipe de psicólogos, assistentes sociais, educadores e advogados oferecem atendimento jurídico, acompanhamento psicossocial e capacitações profissionais. No local, estrangeiros podem ter aula de língua portuguesa, cultura brasileira, legislação trabalhista, economia solidária, empreendedorismo e inclusão digital. Tudo de forma gratuita. A unidade também oferece auxílio para a realização do Protocolo de Solicitação de Refúgio, emitido pela Polícia Federal. Com o documento, os refugiados podem emitir CPF, carteira de trabalho e tem direito à previdência social.


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A ORDEM VIDA PASTORAL

Arquidiocese

prepara Mês missionário Extraordinário Celebração foi convocada pelo papa Francisco e propõe um impulso à vida missionária e pastoral SERVIÇO FOTOGRÁFICO DO VATICANO

O mês de outubro deste ano vai ser marcante no contexto da missionariedade da Igreja. É que, para 2019, o papa Francisco convocou o mês missionário extraordinário, que tem como tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. O objetivo da celebração é despertar uma maior consciência missionária e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. A atividade abrange todas as conferências episcopais, membros dos institutos de vida consagrada, sociedades da vida apostólica, associações e movimentos eclesiais. Embora o papa tenha convocado um mês missionário, a ideia é que sejam feitas ações no contexto da celebração durante todo o ano. Segundo o coordenador da comissão missionária arquidiocesana, o diácono Haroldo Lima, as paróquias da Arquidiocese já estão inseridas

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no contexto da vivência do mês missionário. “Das pastorais, nasceram as forças missionárias. Temos a infância, adolescência, juventude e famílias missionárias. Estamos vivenciando esse momento junto a esses grupos, com formações e iniciativas que incentivem esse ardor missionário. É importante reforçar que não estamos nos preparando para uma atividade específica no mês de outubro, mas, vamos viver esta celebração em todo o ano, como nos convida o papa Francisco”, destaca. Nesse sentido, nos dias 27 e 28 deste mês, vai ser realizado um seminário em nível provincial, envolvendo a Arquidiocese de Natal e as dioceses de Mossoró e Caicó. O evento será sediado em Mossoró. Para melhor formar as paróquias sobre o mês missionário, a comissão missionária arquidiocesana está realizando formações nas paróquias, com o objetivo de

difundir a temática entre os agentes pastorais. Para agendar uma formação, basta entrar em contato diretamente com o diácono Haroldo Lima, no seguinte número: (84) 98816-2469. Portal do mês missionário Para divulgar e promover ações missionárias em todo o mundo, o Vaticano lançou um site voltado para o mês missionário extraordinário. O site www.october2019.va foi criado para promover e animar a celebração, de modo a contribuir, através de conteúdos multimídia, para inspirar o tempo de oração e reflexão sobre a missão. Uma das abas do site oferece um guia do mês missionário para download. Os outros destaques do portal são formação, mundo e testemunho. Há também um campo de artigos e notícias sobre novidades relacionadas ao tema da missão.


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A ORDEM PARÓQUIAS

Paróquia de Santo Afonso: fruto da missão do Padre Pio PASCOM SANTO AFONSO

Igreja Matriz de São Santo Afonso

Fundada em 15 de abril de 1982, comunidade é ativa e caminha em sintonia com as necessidades da Igreja atual POR LUIZA GUALBERTO

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PARÓQUIAS A ORDEM

Em 13 de setembro de 1975, o Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais (INOCOOP) inaugurou o conjunto habitacional Mirassol, composto por aproximadamente 810 casas edificadas entre os shoppings Via Direta e Cidade Jardim. Logo que os moradores passaram a ocupar as casas, o apoio religioso foi uma necessidade da comunidade. Nesse período, o novo conjunto habitacional passou a contar com a orientação do padre Pio (in memoriam), redentorista, que pertencia à Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Morro Branco. Segundo o livro Paróquias potiguares - uma história, de autoria do Pe. Normando Pignataro Delgado (in memoriam), depois do esforço dos comunitários, foi adquirido um terreno na rua Santos Dumont, para a construção da futura Igreja. Até então, as celebrações eram feitas nas residências dos moradores de Mirassol. Assim que adquiriram o terreno, foi erguido um cruzeiro e logo escolhido Santo Afonso Maria de Ligório como padroeiro, como uma homenagem aos redentoristas que deram esse suporte religioso à comunidade. A comunidade paroquial cresceu e foi elevada à Paróquia no dia 15 de abril de 1982, pelo então arcebispo metropolitano, Dom Nivaldo Monte. O primeiro pároco foi o então padre João Penha Filho (in memoriam). Atualmente, o pároco é o padre Matias Soares. Segundo o padre Matias, que está na função de pároco desde o mês de janeiro deste ano, o primeiro passo que deu junto à comunidade, foi identificar qual o rosto pastoral da Paróquia. “A nossa missão é fazer

com que a Paróquia siga o caminho de Igreja que o papa Francisco nos pede, com a sua eclesiologia, a preocupação com o estado permanente de missão e a Paróquia como casa e escola de formação, de encontro das famílias e comunidades. Um tema que ele vem nos chamando a atenção recentemente, diz respeito à sinodalidade, mostrando uma Igreja de comunhão. É esse caminho que a gente espera que a nossa Paróquia possa trilhar, reconhecendo o trabalho pastoral e missionário daqueles que nos precederam”, ressalta. Vida Pastoral A Paróquia de Santo Afonso conta com o trabalho de diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços, que dão dinâmica à vida paroquial. “A gente conta também com o apoio dos diáconos Eugênio Lima e João Batista (João do Bispo), que nos auxiliam nesse trabalho e condução dos trabalhos pastorais na comunidade”, frisa. Recentemente, foi implantada a Pastoral da Educação. Segundo o Pe. Matias, o território da Paróquia é vizinho à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e isso favorece a necessidade de ter uma Pastoral da Educação atuante. “É importante que a gente tenha essa preocupação de acolher e congregar esses jovens e professores que estão na academia e que podem dar uma contribuição muito significativa à vida paroquial”, reforça. A Paróquia também conta com a Igreja de Santo Agostinho, no conjunto dos professores, nas proximidades da UFRN. Lá, acontecem diversas atividades paroquiais.

Cacilda Medeiros

Pe. José Fre

Pe. Matias Soares, pároco

SERVIÇO Endereço: Av. Santos Dumont, s/n - Mirassol - Natal/RN Telefone: (84) 3615-2855 Site: www.santoafonso.com Facebook: facebook.com/paroquiadesantoafonso Horários de missa (matriz) Segunda a sexta-feira, às 19h Domingo, às 08h e às 19h

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A ORDEM PARÓQUIAS

Paróquia de Jandaíra

completa 30 anos de história VIRGÍNIA ALVES

Igreja Matriz de São José Operário

A comunidade festeja o padroeiro, São José Operário, de 21 de abril a 01 de maio POR CACILDA MEDEIROS

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PARÓQUIAS A ORDEM

A Paróquia de São José Operário, com sede em Jandaíra, abrangendo também o município de Galinhos, foi criada em primeiro de maio de 1989, através de decreto assinado pelo então arcebispo metropolitano, Dom Alair Fernandes Vilar. É a única paróquia, na Arquidiocese de Natal, dedicada a São José Operário. Foi desmembrada das Paróquias de Nossa Senhora da Conceição, em Lajes, e de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em João Câmara. No entanto, o então pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Macau, Padre Inácio de Loyola Bezerra, renunciou à função e passou a residir em Jandaíra, prestando assistência religiosa à comunidade. Quando da criação da Paróquia de São José Operário, ele foi nomeado primeiro pároco, permanecendo lá por dez anos. Depois dele, a paróquia foi administrada por outros sete sacerdotes: Pe. Edilson Nascimento, Pe. Flávio Herculano, Pe. Robson Nascimento, Pe. Lenilson Silva, Pe. João Paulo Costa, Pe. Janilson Macedo, e desde 2015, o administrador paroquial é o Pe. Francisco Erivaldo Barbosa. A ação pastoral é realizada pelos agentes engajados no batismo, catequese, juventude, dízimo, terço dos homens e legião de Maria. “Neste ano, começamos também um trabalho de visitas às famílias, em toda a paróquia, que está dividida em setores missionários. Essa ação vem rendendo bons frutos”, destaca Padre Erivaldo. Festa do padroeiro Desde o dia 31 de março, a co-

“Neste ano, começamos também um trabalho de visitas às famílias, em toda a paróquia, que está dividida em setores missionários. Essa ação vem rendendo bons frutos”

ELETICE LEITE

PE. ERIVALDO BARBOSA munidade de Jandaíra vive os preparativos para a festa de São José Operário. A imagem do padroeiro peregrina por todas as comunidades da paróquia, no período de 31 de março a 13 de abril. No dia 21 deste mês, tem início a festa do padroeiro, estendendo-se até o dia primeiro de maio. No período festivo acontecem celebrações eucarísticas, recitação do Ofício de São José e do terço, procissão, além da programação sócio-cultural, com quermesse, jantar e festival de prêmios.

Pe. Erivaldo Barbosa, administrador paroquial

SERVIÇO Endereço: Praça Antônio Messias, 116 Centro 59594-000 – Jandaíra (RN) E-mail: secretariaparoquialjanda@gmail.com Horários de missas: Jandaíra . Domingo – 19h30 . Quinta-feira – 19h30 Galinhos . Domingo – 8h Saiba mais: www.instagram.com/paroquia_de_sao_jose_operario www.facebook.com/ParoquiadeJandaira/

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A ORDEM REPORTAGEM

Doação de corpos e de órgãos:

como fazer? RIVALDO JR

Na UFRN, o número de corpos doados para estudos é insuficiente. No Brasil, mais de 40 mil pacientes estão na fila à espera de um transplante de órgão POR CACILDA MEDEIROS

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REPORTAGEM A ORDEM

“A doação voluntária de corpos, seja pela pessoa em vida, ou pelos familiares, após a morte, é muito importante para a melhoria do ensino da saúde” CELCIMAR ALVES No ano de 2014, o então Padre Gerônimo Dantas Pereira teve a iniciativa de preencher um documento (Termo de Declaração de Vontade e Testemunho de Doação Voluntária de Corpo para Estudos Anatômicos) autorizando a doação do seu corpo, quando falecesse, para servir de material de estudos científicos para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Na noite de 29 de dezembro do ano passado, o sacerdote, que exercia a função de vigário paroquial de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz, faleceu repentinamente, aos 41 anos de idade. Logo após o velório, a família, juntamente com a Arquidiocese de Natal, fez a entrega do corpo para o Centro de Biociências da UFRN. “A atitude do padre e, consequentemente, a permissão dos seus familiares e da Igreja, foram muito importantes. Por se tratar de um religioso, podemos dizer que foi um marco aqui, no Departamento”, comenta Celcimar Alves Câmara, professor do Departamento de Morfologia e da disciplina de anatomia humana. COMO DOAR De acordo com o professor do Departamento de Morfologia, Expedito Nascimento, para autorizar a doação do corpo, é um processo simples. “Basta a pessoa preencher um formulário, que está disponível na página principal do portal da

UFRN (www.ufrn.br) e no site do Centro de Biociências e entregar no Departamento de Morfologia, sem necessitar de reconhecimento de firma, em cartório. São dois tipos de formulário: um é para a pessoa que, em vida, decide fazer a doação, e, o outro para quando a família decide doar o corpo de um parente falecido”, explica Expedito. No Estado, além da UFRN, a Universidade Estadual, em Mossoró, também utiliza corpos humanos para estudos acadêmicos. RIVALDO JR

Zefinha recebeu um rim de uma doadora

MATERIAL DE ESTUDO Quando o Departamento recebe o corpo, ele passa por um processo de fixação, através da aplicação de formol e fica guardado em um tanque. Após seis meses é que pode ser utilizado por alunos e professores para estudos científicos. Uma vez preparados e dissecados, os corpos podem ser utilizados nas aulas por tempo indeterminado. “Temos corpos aqui, na UFRN, que são estudados desde a década de 1970, sendo utilizados por nossos alunos”, informa Expedito. Atualmente, a Universidade conta com 12 corpos, sendo sete doados voluntariamente e cinco ‘não reclamados’, ou seja, oriundos do ITEP. Depois de 30 dias, sem que familiares reclamem, o ITEP encaminha o cadáver para a UFRN. A cada semestre, são disponibilizados dois cadáveres para a turma do 3º período do curso de medicina, com cerca de 50 alunos, responsável pela dissecação. “Dissecar é separar as estruturas do corpo humano, sem danificá-las, é aprender a anatomia humana pela prática das estruturas”, diz o professor. Segundo Expedito, dois é o número mínimo suficiente para atender à demanda da turma, que é dividida em grupos para fazer a dissecação. As partes que não são aproveitadas para estudos são levadas para um dos três túmulos que a Universidade possui, no Cemitério de Nova Descoberta.

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A ORDEM REPORTAGEM RIVALDO JR

Temos corpos aqui, na UFRN, que são estudados desde a década de 1970, sendo utilizados por nossos alunos” EXPEDITO NASCIMENTO

Celcimar Alves e Expedito Nascimento, professores do Departamento de Morfologia, na UFRN

Há também casos de famílias que pedem as peças do corpo não utilizadas no ensino para levar o túmulo da própria família. De acordo com o professor, a Universidade não pode receber pessoas que morreram de doenças infectocontagiosas e nem de mortes violentas. “A lei nos proíbe de receber cadáveres de mortes violentas, porque aquele corpo é parte de um processo criminal”, explica. Ao todo, 13 cursos da UFRN se utilizam dos corpos para estudos, na disciplina de anatomia humana, somando, por semestre, cerca de 800 alunos. “Os estudantes pegam um corpo desses, mas eles não sabem de quem se trata. A direção do departamento não fornece a identificação, como o nome da pessoa, para os alunos”, informa. De acordo com os professores, os 12 cadáveres que estão no laboratório de anatomia da UFRN não são suficientes para a demanda. Há necessidade de doações de mais corpos para servirem de estudo para

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alunos e pesquisadores. “A doação voluntária de corpos, seja pela pessoa em vida, ou pelos familiares, após a morte, é muito importante para a melhoria do ensino da saúde”, ressalta o professor Celcimar. Anualmente, há celebração de uma missa, no Centro de Biociências, no campus central da UFRN, em memória daqueles que doaram seus corpos para o ensino. DOAÇÃO DE ÓRGÃOS AJUDA A SALVAR VIDAS Outra forma de contribuir para a ciência, ajudando a ‘salvar vidas’, é a doação de órgãos. Milhares de pessoas passam meses e até anos da vida vivendo o ‘calvário’ da espera do transplante de algum órgão, para curar uma doença. Em setembro de 2018, segundo dados do Ministério da Saúde, havia mais de 41 mil pacientes, no Brasil, aguardando por um transplante. Ter a oportunidade de receber um órgão humano sadio para substituir outro, que está doente, significa uma

verdadeira ‘ressureição’ para muitos pacientes. É o caso da agente pastoral da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Neópolis, Natal, Josefa Gomes de Oliveira (conhecida como Zefinha), 63 anos. Ela passou sete anos fazendo tratamento para um problema renal. Nos últimos quatro anos, Zefinha precisou fazer hemodiálise, três vezes por semana, durante quatro horas, cada sessão. “Não foi um período fácil em minha vida, mas a hemodiálise foi o meio de eu sobreviver”, diz a agente pastoral. Até que um dia surgiu um ‘anjo’ na vida dela, cujo nome é Gerlane Cardoso. Por conhecer de perto toda a luta de Zefinha, Gerlane decidiu, por vontade própria, fazer o exame a fim de saber se o seu rim seria compatível com o dela. E era. No dia 14 de janeiro deste ano, em um hospital da cidade de Fortaleza (CE), as duas se submeteram a uma cirurgia e um dos rins de Gerlane foi transplantado em Zefinha. “Agradeço a Deus, porque estou me sentindo muito bem, ganhei uma vida nova


REPORTAGEM A ORDEM

e uma vida boa”, afirma. A respeito da doadora, Zefinha diz que é “uma pessoa abençoada por Deus, meu anjo da guarda”. COMO SER UM DOADOR DE ÓRGÃOS - Doador vivo: pode ser qualquer pessoa, desde que não prejudique a sua própria saúde. Pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. - Doador falecido: a decisão é da família. Geralmente, são vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC). Neste caso, os familiares devem informar aos médicos, ao hospital ou à central de transplante mais próxima.

SERVIÇO Para obter mais informações sobre a doação de corpos para a UFRN: Centro de Biociências – Departamento de Morfologia Campus Central da UFRN Natal (RN) www.cb.ufrn.br/dmor dmor@cb.ufrn.br (84) 3215-3431 / 3215-3938 / 99193-6013 CACILDA MEDEIROS

Pe. Gerônimo Dantas, falecido em dezembro de 2018

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A ORDEMPERSONALIDADE

Ele enxergava Deus no povo Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

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‘Monsenhor das Águas’, ‘Profeta das Águas’, um profeta dos nossos tempos, um sacerdote que teve a vida marcada pela obediência, solidariedade e esperança. Um padre que enxergava Deus no povo, no mais pobre. Assim era o Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros, nascido no município de São Rafael, em 13 de dezembro de 1916, e falecido, em Natal, em 16 de janeiro de 2000. Atuou nas paróquias de Nossa Senhora da Conceição, em Jardim do Seridó; Nossa Senhora da Conceição, em São Rafael; Bom Jesus dos Nave-

gantes, em Touros; e São Paulo Apóstolo, em São Paulo do Potengi. Nesta última, exerceu o paroquiato por 56 anos. Durante toda a sua vida, empenhou-se na luta pelas causas sociais, como o sindicalismo rural, as escolas radiofônicas, maternidades, formação para lideranças rurais e a luta pelo acesso democrático à água. Seu esforço em busca de melhorias para os mais pobres ia além das fronteiras do Estado, como o desejo de ver a transposição do Rio São Francisco. Sua ação pastoral, missionária, social e política fez nascer

o projeto das adutoras, no Rio Grande do Norte. Por esse trabalho incansável, uma das adutoras recebeu o nome dele. Podemos considerá-lo modelo de padre, que fez da pobreza a sua rota de atuação e testemunho do esvaziamento de si mesmo para Deus em favor dos irmãos, principalmente dos mais necessitados. Por várias vezes, Mons. Expedito fez visitas a famílias de São Paulo do Potengi que residiam na região norte do Brasil e que migraram para lá na tentativa de escapar da seca. Ele não abandonou essas ‘ovelhas’, mas ia ao encontro delas, para ver como estavam e trazer notícias para suas famílias. Viveu entre nós na pobreza, testemunhando que as coisas do Alto têm mais significado, são mais importantes; testemunhando que ser padre é ser totalmente disponível ao serviço da Igreja, porque é o caminho indicado por Deus. Esse é o Mons. Expedito que devemos preservar, para sempre, na memória da nossa Arquidiocese. São vários os escritos e registros publicados sobre o testemunho de vida sacerdotal desse grande sacerdote. Sua pobreza e coerência de vida ao Evangelho eram uma vestimenta! Que os padres jovens possam se inspirar na figura do Monsenhor Expedito! Do céu, ele deve estar intercedendo por nós, por nossa Igreja.


A ORDEM

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A ORDEM ARTIGO

Qual a identidade do

seminarista

na pós-modernidade? Vivenciamos um ano literalmente de ação de graças ao Senhor da messe pelo centenário do Seminário de São Pedro. Neste lar de formação, percorreram inúmeros homens que, em espírito de liberdade-responsável, maturidade, confiança e obediência – como aponta as Linhas Dinâmicas do Ordenamento Interno do Seminário de São Pedro – souberam corresponder prontamente ao chamado do Mestre. Dessa forma, somos convidados a nos interpelarmos, diante da atual realidade: qual será a identidade do seminarista na pós-modernidade? As dimensões da formação presbiteral correspondem “às exigências essenciais de identidade e missão dos presbíteros, ainda mais importante na atualidade, devendo ser definidas e integradas harmonicamente ao longo do processo formativo em um consistente projeto pessoal de vida” (Doc. 93 CNBB, n. 246). A harmonia das cinco dimensões, a saber: humano-afetiva, comunitária, espiritual, pastoral-missionária e intelectual, sê-lo-ia a perfeita identidade dos formandos e futuros candidatos ao ministério ordenado, sendo formados em “fundamentos sólidos e eficientes para a vida e missão” (PDV, n. 42). Outrossim, o Papa Francisco, em 2014, apresentar-nos-á três pontos essenciais que delineará o perfil seminarístico – suponhamos que seria

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como que a síntese das dimensões, acima frisadas – buscando a fraternidade, a oração e a missão. Encontramos na fraternidade parte complementar do chamado; não se pode viver o chamado de forma individual; necessitamos do próximo para ajudar na caminhada diante das dificuldades encontradas. A oração, pois, deve ser um convite contínuo ao Espírito Santo, como no Cenáculo, pois Ele é o guia dos discípulos e o dom da verdadeira prática pastoral. A missão, portanto, deve transformá-los em discípulos humildes com a preferência pelos mais pobres, esquecidos, abandonados da sociedade, pois “todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são os meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 40). A propósito, o seminarista não é um “solteirão”, mas um homem de fé, convicto e comprometido com o Mestre e sua Igreja. Não passa quase uma década no Seminário para depois receber uma profissão; mas, ao contrário, é convidado a configurar-se cotidianamente a Jesus Cristo, o Bom Pastor e, n´Ele, servir com amor, disponibilidade e caridade. Dessa forma, vive a verdadeira felicidade, levando as pessoas, a partir do seu testemunho de vida, a acolherem com ternura o Cristo, afinal, como afirma o Papa emérito Bento XVI: “Quem descobriu Cristo deve levar os outros para Ele”.

George Vinícius Lima da Silva 3º ano do Curso de Filosofia Seminário de São Pedro

o seminarista não é um “solteirão”, mas um homem de fé, convicto e comprometido com o Mestre e sua Igreja


GERAL A ORDEM

Juventude

Pe. Andreson Madson do Nascimento Coord. arquidiocesano do Setor Juventude

Identidade e relações Continuando nossa reflexão sobre o Sínodo dos Bispos sobre a juventude, detemos-no no capítulo III. Neste sentido, o documento nos aponta para a reflexão sobre a importância da família, no que consiste sua missão como formadora e inspiração para os jovens. É nela que se vive as experiências fundamentais para a construção do indivíduo. É fato que se constata, hoje, a grande dificuldade desta missão da família, exatamente por ela hoje ser constantemente afetada pelas interferências internas e pelas demais ações. O advento da autonomia dos pais em busca de melhores condições de vida para a família, por vezes, fazem com que deixem de acompanhar momentos importantes da vida dos seus. Não obstante tudo isso, ainda se somam as mudanças do seu próprio corpo, as pertinentes dúvidas e questionamentos que são inerentes ao tempo; são pontos que, de certo, mostram a sensibilidade desta fase da vida. Assim sendo, temos a experiência de famílias que não se encontram para conversar entre si, para refletir os erros, para ajustar o caminho. Quando isso acontece, necessariamente a juventude é alvo fácil para sentimentos de tristeza, incompreensão, culpabilidade e perda de sentido, por ser este momento de fundamental importância para a confirmação e concretização do seu caráter, de seu futuro. Assim sendo, no apontamento destes e demais aspectos, o referido capítulo quer, acima de tudo, apontar caminhos de esperança, para que estes possíveis problemas possam se transformar em sentido para a vida e renovação de sonhos. Afinal de contas, ser jovem é sinal de alegria e de superação.

Bruno Thieme Otorrinolaringologista

Perda auditiva A perda auditiva acontece quando ocorre algum problema que leve a uma diminuição do nosso nível de audição, o que popularmente chamamos de surdez. Para entender esse tema é importante que saibamos como funciona a nossa audição. O som é captado pela nossa orelha, sendo guiado através do nosso canal auditivo e membrana do tímpano, que vibra com esse som. Essa vibração é conduzida para a parte mais interna do ouvido, chamada de cóclea. Ali, esse impulso mecânico é transformado em impulso neural, que é transmitido pelo nervo auditivo para a parte cerebral. Quando o problema ocorre na região do canal auditivo ou membrana do tímpano, o som não chega adequadamente na parte interna do ouvido. É o que chamamos de perda auditiva condutiva. Quando o problema ocorre na região mais interna, ocorre a perda auditiva neurossensorial. Pode ocorrer as duas juntas, sendo considerada perda auditiva mista. O primeiro tipo de perda auditiva ocorre por diversos fatores, entre eles o acúmulo de cera, que é facilmente removida em consultório clínico e o paciente volta a ouvir normalmente de forma imediata. Já as perdas neurossensoriais são mais graves, ocasionadas por problemas quase que irreversíveis. Esse é um problema muito comum de surgir com a idade. Pessoas que ouvem sons muito altos por um prolongado período também podem sofrer esse tipo de perda. Para identificar qualquer alteração na audição, é importante consultar um médico e fazer um exame detalhado do ouvido. Quando o problema é mais simples, pode ser tratado com medicamentos ou procedimentos cirúrgicos leves. Já os mais graves requerem, por exemplo, uso de aparelhos auditivos para que reabilite a audição da pessoa ou um implante coclear.

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A ORDEM GALERIA CACILDA MEDEIROS

Pe. Mota, Pe. Itacir, Dom Jaime e Pe. Paulo Henrique

Relíquia e declaração enviadas pelo Cardeal Comastri

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Paróquia de São Pedro recebe relíquia da Basílica Vaticana O altar da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo, no Alecrim, em Natal, vai abrigar uma relíquia da Basílica Vaticana. Segundo o pároco, Padre Francisco Mota, a entronização acontecerá durante as comemorações do centenário da Paróquia, no início do segundo semestre deste ano. Há um tempo, o arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, havia solicitado uma relíquia do Apóstolo Pedro ou da Basílica Papal para a Igreja de São Pedro, no Alecrim, que está sendo restaurada em sua estrutura física e arquitetônica. Em resposta ao pedido, o Cardeal Angelo Comastri, vigário geral do Papa Francisco e arcipreste da Basílica de São Pedro, enviou a relíquia. “Ela é de significativo valor histórico e devocional, por se tratar, na terminologia arqueológica, de areia do muro chamado ‘Campo P’, ou seja, do local onde, no século II, foi erigido um monumento fúnebre por cima do sepulcro de São Pedro e que, no século IV, o Imperador Constantino fechou com um invólucro marmóreo, chamado de ‘Memória Constantiniana’, antes mesmo da construção da primitiva Basílica Vaticana, no século IV”, explica o Padre Flávio Medeiros Filho, que é do clero da Arquidiocese de Natal e exerce o ministério sacerdotal na Basílica de São Pedro. A relíquia, concedida pelo Cardeal Comastri, foi trazida de Roma pelo Padre Flávio Medeiros. No dia 15 de março, foi entregue, pelo arcebispo, Dom Jaime, ao superior da Congregação dos Missionários da Sagrada Família, Padre Itacir Brassiani, e ao pároco da Paróquia de São Pedro, Padre Francisco Mota.


GALERIA A ORDEM

Doação de sangue O caminhão de doação de sangue do Hemonorte voltou a ficar estacionado em frente à Catedral Metropolitana, na avenida Deodoro da Fonseca, em Natal. As doações poderão ser feitas quinzenalmente, sempre às quartas-feiras, das 08h às 17h. A próxima data em que o caminhão vai estar estacionado será no dia 16 de abril. Para doar sangue, bastar estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar no mínimo 50Kg, ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas que antecedem a doação e estar alimentado. No cadastro para a doação, é necessário apresentar documento original com foto, que permita o reconhecimento do candidato, como RG, Carteira de Idade Profissional ou Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Braille

No próximo dia 08 de abril se comemora o Dia Nacional do Braille, que tem como objetivo, conscientizar a população sobre a importância de políticas públicas para inclusão das pessoas cegas no sistema educacional do Brasil. Segundo o presidente da Sociedade dos Cegos do RN (Socern), Ronaldo Tavares, o braille é um método eficaz e que tem possibilitado a inserção de pessoas com deficiência visual na sociedade. “Na condição de conhecedor desse método, consegui vencer os meus limites e visualizar o mundo de modo mais abrangente. Não é difícil o aprendizado do Braille desde que você se dedique a entender os ensinamentos desse método fundamental e insubstituível na vida do cidadão deficiente visual. A acessibilidade e a inclusão social começam pelo sistema braille”, destaca. No Rio Grande do Norte, alguns equipamentos públicos dispõem de leitura, utilizando o método que congrega 62 sinais. Desde o ano passado, a Secretaria de Mobilidade Urbano (STTU), de Natal, está implantando botoeiras sonoras e em braille, com o objetivo de proporcionar acessibilidade para as pessoas que possuem deficiência visual e que precisam se locomover na capital potiguar.

PE. JOÃO BATISTA NUNES

Retiro do clero

O arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, e cerca de 130 padres, da Arquidiocese de Natal, participaram de retiro, na cidade de Gravatá (PE). O retiro aconteceu de 25 a 29 de março. O pregador do retiro foi Dom Juarez Sousa, bispo da Diocese de Parnaíba (PI). De acordo com o arcebispo, Dom Jaime, além de ser uma obrigação, conforme o Código de Direito Canônico, o retiro, também chamado de “Exercícios Espirituais Anuais”, é uma parada para renovação da vocação e da missão dos presbíteros.

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A ORDEM VIVER

Iniciativa prevê atividades de ensino, pesquisa e extensão POR CIONE CRUZ PEDRO MEDEIROS

Mata dos Saguis proporciona educação científica-ambiental 36 ABRIL DE 2019


VIVER A ORDEM

O

Laboratório Natural Mata dos Saguis é um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que se propõe a promover a educação cientifica-ambiental na Mata dos Saguis, com estudantes do ensino médio e fundamental, com professores em formação e com alunos da graduação. Segundo sua coordenadora, professora Adriana Rosa Carvalho, do Programa de Pós-graduação em Ecologia, o projeto visa estruturar a trilha de educação ambiental e científica na mata que existe no campus da UFRN, para que esta área seja revitalizada, oficializada como um laboratório natural e para que sirva para o desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão que já ocorrem no local. Adriana informa que as atividades de extensão são monitoradas por alunos de graduação de diversos cursos da UFRN, mas principalmente da Ecologia e da Biologia. O objetivo é ter, posteriormente, uma a trilha on line para visitação. Dividindo a coordenação com o aluno da pós-graduação, Paulo Ivo Silva de Medeiros (coordenador adjunto), a

equipe do projeto conta com mais quatro alunos, monitores da graduação em Biologia e Ecologia. Esse projeto foi iniciado em 2017, organizando a Mata do Sagui, que pertence à UFRN e se localiza no Centro de Biociências. Paulo Ivo acrescentou ainda como um dos objetivos do projeto, transformar, oficialmente, a área em reserva ambiental e laboratório natural do Centro de Biociências. “Pois, de fato, já funcionava há algum tempo”, reforçou Paulo. A ideia, continuou, era garantir que essa área não fosse destruida. Recentemente, passou a ser área não edificável, informou ele. O projeto Mata dos Saguis prevê atividades de ensino, pesquisa e extensão, em uma área importante para a Universidade, que ocupa 15.500 metros quadrados, “ e precisa de cuidados para garantir a sua conservação, frisou Paulo. A sua visitação é dividida em duas etapas. Uma breve recepção pelos monitores do projeto em sala de aula com algumas orientações, seguida de visitação guiada à vegetação. Segundo Adriana, “pontos estratégicos da Trilha, com cerca de 150m, foram elegidos e orga-

ACERVO UFRN

Todas as visitas são guiadas e mostram a diversidade de fauna e flora

nizados pelo projeto, em 2017, para introduzir conhecimentos ecológicos ao passeio, como “o cajueiro”, espaço onde há um grande cajueiro em que habitam saguis da espécie Callithrix jacchus, que se alimentam da resina presente no tronco e galhos da planta, ou o “ponto do silêncio”, local onde há grande predominância de espécies arbóreas e é possível escutar cantos de várias espécies de aves ocorrentes na vegetação”. Outras atividades previstas são: recolhimento de lixo - “tentando controlar, porque muitas pessoas de fora têm acesso”, justificou Paulo Ivo -, pequenas palestras e plantio de mudas. A área da trilha, segundo ele, foi redelimitada, para atender melhor ao público da Educação Ambiental (alunos de Ecologia e Ciências Biológicas). As visitas guiadas podem ocorrer de segunda a sexta-feira pela manhã, das 9h às 11h30, e à tarde, das 14h30 às 17h, previamente agendadas com uma antecedência de, pelo menos, 15 dias, o que pode ser feito via e-mail do laboratório (florestinha.ufrn@gmail.com). Cada grupo formado para a visita deverá compor um máximo de 20 pessoas, para evitar sobrecarga de pessoas e não dificultar o trabalho de extensão a ser conduzido, disse Adriana. Em exceções, havendo mais de 20 pessoas para visitação em um mesmo horário e que não possam comparecer em outro período do dia ou em outra data, é solicitado a formação de dois subgrupos de até 20 pessoas, entrando um por vez na Trilha dos Saguis. Podem participar dessas visitas pessoas com idade a partir de seis anos, porém, a partir do mês de maio, o projeto estará recebendo visitação de escolas de educação infantil (entre 4 e 6 anos). Os interessados podem agendar as visitas guiadas com monitores do projeto através do e-mail: florestinha. ufrn@gmail.com. ABRIL DE 2019

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A ORDEM LITURGIA

alegria

Pe. Robson Paulo de Oliveira Silva Chanceler da Cúria Metropolitana

Portanto, com o salmista cantemos: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremonos e nele exultemos!” (salmo 117,24)

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A Igreja, esposa de Cristo, fiel comunicadora da boa nova do Senhor, conduzida e inspirada pelo Espírito Santo que lhe dá vigor, oferta ao longo destes vinte séculos, com largueza e perenidade, a obra da salvação que se apresenta concretamente na celebração dos sacramentos e principalmente na Eucaristia, atualização incruenta do sacrifício do Filho de Deus pelo qual obtivemos a salvação eterna. A liturgia, sendo ação humana que se dirige a Deus, torna-se muito mais uma ação divina, pois Cristo, sendo cabeça da Igreja (que é seu corpo místico) é quem preside cada ação sacramental através de seus legítimos ministros. Esta ação do homem para Deus e de Deus para o homem na liturgia ganha aspectos espirituais e práticos ao longo do ano litúrgico que é justamente dividido em tempos, tendo seu cume na celebração anual do Tríduo Pascal especialmente o grande Domingo da Ressurreição do Senhor e o próprio tempo da Páscoa, onde cada fiel tem a oportunidade de reviver com Cristo os mistérios de sua vida que nos trouxeram a salvação. Todavia o tempo da Páscoa é precedido pelo da Quaresma, que ao contrário da mentalidade de muitos, não é um tempo de tristeza, mas de reflexão de vida, de introspecção, de olharmos para dentro de nós, de fazermos comunhão com os sofrimentos do Senhor que continua a sofrer em tantos outros irmãos e irmãs nossos, de nos aproximarmos do sacramento da Confissão que, vivido com honestidade, contrição e propósito de emenda de vida nos reconcilia com Cristo, conosco mesmo e com o nosso semelhante. Este tempo da Quaresma também se apresenta exteriormente pri-

vado de alguns elementos em nossas celebrações litúrgicas. A cor utilizada neste tempo é o roxo, para significar a forte interiorização que ele exige, bem como a conversão, penitência, oração e jejum em preparação para o grande tempo que se aproxima. Nas celebrações eucarísticas não se canta o Glória e o Aleluia e o espaço litúrgico é caracterizado pela sobriedade, sem flores, sem adornos. Ao adentrarmos no Tríduo Pascal somos convidados pelo Senhor a com ele sofrermos, passando pela Cruz, para com ele chegarmos à glória da Ressurreição. Assim sendo, a Páscoa do Senhor se apresenta a nós cristãos como tempo de renovação espiritual. A paz e alegria que transbordam do Ressuscitado devem também preencher todo nosso ser e devem ser comunicadas a todos quantos temos a oportunidade de encontrar nos caminhos de nossa existência. A alegria da Páscoa se manifesta muito especialmente na liturgia, quando nossas Igrejas se adornam para seu Esposo que vive e reina para sempre. A cor litúrgica branca, o Círio Pascal aceso nos dias deste tempo, as flores, os cantos litúrgicos, solenemente entoados do Glória e do Aleluia, nas celebrações eucarísticas, demonstram exteriormente a alegria sem fim da esposa que adora ao Cristo, seu divino esposo, vencedor do pecado e da morte, como primícias de todos os seus filhos e filhas. A Igreja peregrina se une à Igreja triunfante para cantar o louvor perene daquele dia sem ocaso. Portanto, com o salmista cantemos: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!” (salmo 117,24).

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