| A ordem
Fundação Paz na Terra ano Lxvi - Nº 24 Natal/RN | R$ 7,00 Abril de 2018
SEAPAC: 25 anos Semeando esperança no semiárido potiguar
Abril de 2018 |1
A ordem |
2| Abril de 2018
| A ordem
Abril de 2018 |3
A ordem | Expediente
Rastros de Ética e coerência
08
Pessoas e instituições deixam rastros por onde transitam, no espaço e no tempo. Tais rastros serão tanto mais visíveis e agradáveis aos olhos da História quanto forem boas as ações que praticarem pelo caminho transitado. Isso porque o ser e o agir de alguém – seja pessoa física ou jurídica – deixam marcas nas pessoas, nas organizações e na História – boas ou más – conforme sejam o ser e o agir. Ao longo do tempo, estas marcas falarão através da História às gerações futuras sobre a vida de tais pessoas e instituições. O Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC) fez e continua fazendo uma caminhada que vem deixando rastros de transformação na vida de comunidades, de pessoas e de organizações. E são transformadoras não só pela própria ação, mas porque sempre enxergou as pessoas e comunidades como protagonistas da própria história. O SEAPAC se orgulha de ter sido apoio e suporte necessários para a caminhada dessas pessoas e comunidades na hora em que mais precisaram, contribuindo para que elas mesmas fossem as protagonistas do processo de libertação, como sujeitos históricos do seu próprio desenvolvimento e das Comunidades onde vivem, e teimam em viver, no chão do semiárido potiguar. Hoje, com 25 anos de existência, este SEAPAC, como uma das expressões do Serviço da Caridade da Igreja Católica, olha a caminhada que fez e enxerga rastros dignos de uma organização que trabalha de forma ética e coerente para com a missão que abraçou, alicerçada na Palavra de Deus, que a todos liberta e salva.
Expediente
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
CONSELHO CURADOR: Pe. Charles Dickson Macena Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Adriano Charles, OFS Héverton Freitas Josineide Oliveira Cione Cruz Vicente Neto Filipo Cunha EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1248) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1752 REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN)
4| Abril de 2018
ENTREVISTA
Conselhos paroquiais adotam nova sistemática
22
OPINIÃO
“É ou não é?”, prática do jornalismo no contexto das Fake news
32
EM AÇÃO
VIDA PASTORAL
Projeto da Comunidade Shalom resgata crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social
38
Tecnologia a favor do trabalho da Pastoral da Criança
CAPA: Luana Tayse COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140
COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 IMPRESSÃO: Gráfica Sul – (84) 3211-260 TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN – (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
| A ordem
Abril de 2018 |5
A ordem | Palavra da Igreja
“Queremos uma Igreja extrovertida”
Papa Franscico Pontífice
Na penúltima semana do mês de mar- “Definitivamente, os com a modernidade que avança, esço, cerca de 300 jovens, de vários paípecialmente com o mundo das novas ses, se reuniu em Roma, em preparação jovens querem uma tecnologias, das quais é preciso recoao próximo Sínodo dos Bispos, que vai Igreja ‘extrovertida’, nhecer as potencialidades e orientar tratar da juventude e que será realizado para o correto utilizo. Resumindo, os que se esforce em outubro deste ano. Por ocasião da jovens de hoje preconizam uma Igrereunião pré-sinodal, o grupo redigiu um em dialogar sem ja de diálogo e de acolhimento, de documento, que foi entregue ao Papa renovação e de escuta, assim como preclusões com Francisco, durante a missa do Domingo pede o Santo Padre desde o início de de Ramos, dia 25 de março. O docuseu Pontificado”, completou o Cardeal a modernidade mento foi entregue ao Santo Padre por Baldisseri. que avança, um jovem do Panamá, país que sediará O Documento redigido pelos jovens a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), especialmente com se divide em três partes, precedidas em 2019. por uma introdução. A primeira par“Uma Igreja jovem, mas não ‘oposta’ ou o mundo das novas te trata dos desafios e oportunidades ‘contrária’ aos adultos, mas sim ‘dentro’, dos jovens no mundo de hoje; a setecnologias” como o fermento na massa, usando uma gunda fala de fé e vocação, discernilinguagem evangélica”. Assim, o secretámento e acompanhamento; a terceira rio geral do Sínodo, Cardeal Lorenzo Baldisseri, apredas atividades formativas e pastorais da Igreja. sentou o Documento, na Sala de Imprensa da Santa O texto constitui uma das fontes de contribuição Sé. “Do texto emerge um grande anseio de transparênpara a elaboração do ‘Instrumentum laboris’ para o cia e credibilidade por parte dos membros da Igreja, Sínodo. Outras contribuições devem provir das Confede modo especial, de seus pastores: os jovens querências Episcopais e dos Sínodos das Igrejas Católicas rem uma Igreja que saiba reconhecer com humildade orientais. Às sínteses serão somados os resultados do os erros do passado e do presente e se comprometer Questionário ‘on line’ proposto aos jovens e as linhas com coragem em viver aquilo que professa”, disse o emersas no Seminário sobre a situação juvenil realizacardeal, Secretário do Sínodo. “Ao mesmo tempo, os do pela Secretaria geral do Sínodo, em setembro de jovens precisam de educadores com rosto humano, 2017, além das observações livremente enviadas por prontos a admitir suas fragilidades”, acrescentou. pessoas e grupos de todas as partes do planeta. “Definitivamente, os jovens querem uma Igreja ‘extrovertida’, que se esforce em dialogar sem preclusões Fonte: http://www.vaticannews.va
A vida é um milagre!
Um olhar bíblico sobre os prodígios de Deus. O livro reúne seis artigos que refletem sobre os milagres, tal como aparecem na Bíblia e em outros textos sagrados, revelando como esse assunto é tratado na Sagrada Escritura.
PAULUS Livraria de Natal/RN Rua Coronel Cascudo, 333 — Cidade Alta Tel.: (84) 3211.7514 / WhatsApp: (84) 99900.0246 natal@paulus.com.br
6| Abril de 2018
@editorapaulus
A Voz do Pastor | A ordem
Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
Tempo Pascal: vida nova nos foi dada
Queridos irmãos e irmãs! A partir do dia 1 de abril, Domingo de Páscoa, a Igreja viverá o Tempo Pascal. É o tempo por excelência da vida da Igreja. Ele se prolonga até o dia de Pentecostes, esse ano celebrado no dia 20 de maio. Serão cinquenta dias em que a Igreja se rejubila pela Ressurreição do Senhor. É o mistério pascal vivenciado por todos os batizados. De fato, Jesus Cristo, “existindo em forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo… Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome, para que, no Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra...” (Fl 2,6.9.10). Ele mesmo tinha predito a sua Ressurreição: “A partir de então, Jesus começou a mostrar aos discípulos que era necessário ele ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar” (Mt 16,21; 17,22-23; cf. Mc 8,31; 9,31; Lc 9,22) e ainda proclama para Marta, irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25-26). Mas, será sobretudo São Paulo que nos apresentará uma teologia da Ressurreição, onde o argumento une Ressurreição de Cristo e nossa ressurreição. O Apóstolo declara, na Carta aos Romanos: “Se o Espírito daquele que ressuscitou Cristo está em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11). O Apóstolo é bem consciente disso e a sua vida, como também a sua “conversão” e vocação, se deve a esse
fato fundamental: “Irmãos, quero lembrar-vos o evangelho que vos anunciei e que recebestes, e no qual estais firmes… De fato, eu vos transmiti, antes de tudo, o que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras...” (1Cor 15,1.3-4). Assim, caros irmãos e irmãs, somos chamados a deixar que a salvação trazida à humanidade pelo Senhor Jesus, crucificado-ressuscitado, seja realidade em nossa vida. Ele é a Páscoa para nós. “Por ele somos salvos” (1Cor 15,2). Como São Paulo, e como tantas testemunhas do Ressuscitado na história da Igreja, homens e mulheres que viveram na aceitação do anúncio da vitória do Filho de Deus e filho de Maria, o Servo sofredor, também nós, hoje, somos convocados a fazer da Ressurreição de Cristo a esperança para a nossa ressurreição, e ainda, viver aqui e agora como membros do povo da Ressurreição, pois como afirma o profeta Isaías, no quarto cântico do Servo: “Ele [o Servo] verá uma descendência, prolongará seus dias, e por meio dele o desígnio de Deus triunfará” (Is 53,10b). O triunfo do desígnio de Deus significa vida nova para o homem e a mulher. Páscoa significa isso: a vida de Jesus continuando em nossa vida. Por isso, São Paulo também nos ensina: “De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num só Espírito, para formarmos um só corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito” (1Cor 12,13). E ainda: “Vós todos sois o corpo de Cristo” (1Cor 12,27). Vivamos, pois, o Tempo Pascal, buscando ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Boa Páscoa para todos!
Abril de 2018 |7
A ordem | Entrevista
Conselhos paroquiais da Arquidiocese de Natal adotam nova sistemática O Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, publicou um decreto sobre os conselhos administrativos paroquiais no final do ano passado. Segundo o documento, considerando a necessidade da implementação de um maior controle administrativo em toda a Arquidiocese de Natal, no sentido da realização de ações preventivas e corretivas com vistas ao cumprimento da legislação civil e canônica, além da necessidade do processo de aperfeiçoamento da gestão eclesiástica como atividade voltada para o fim maior de sua finalidade institucional, o Arcebispo decreta que o exercício dos conselhos paroquiais de assuntos econômicos, também conhecidos como Conselhos Administrativos, terá duração de três anos, tendo como data inicial de sua vigência o dia 24 de fevereiro de 2018 e término no dia 23 de fevereiro de 2021, desenvolvendo suas atividades pelas atuais normas arquidiocesanas até posterior alteração. A posse do primeiro grupo de conselheiros paroquiais aconteceu no dia 24 de fevereiro passado e o próximo grupo tomará posse no dia 28 deste mês. Nesta entrevista, o assessor jurídico da Arquidiocese de Natal, Vital Oliveira, fala sobre a dinâmica dos conselhos paroquiais, diante da nova sistemática, bem como o papel e atuação nas comunidades paroquiais.
A Ordem: Em dezembro do ano passado, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, publicou um decreto sobre a nova formatação dos conselhos administrativos paroquiais. Do que trata este decreto? Vital Oliveira: Esse decreto trata sobre a nova sistemática de funcionamento do conselho econômico paroquial, que deve existir em cada Paróquia da Arquidiocese de Natal. Esse conselho existe por mandamento do Direito canônico da Igreja e a sua existência é obrigatória em todas as paróquias de uma diocese e na pró-
8| Abril de 2018
pria Diocese, que no nosso caso é o Conselho Arquidiocesano de Assuntos Econômicos e Administrativos. Então, esse decreto regulamentou o novo funcionamento desses conselhos e os membros eleitos terão um mandato de três anos, igualmente para todas as paróquias. Esse decreto tratou disso e também de reafirmar a importância dos leigos que atuam nesses conselhos paroquiais, para fim de acompanhamento da administração paroquial. A Ordem: Que benefícios essa nova sistemática vai trazer para a
dinâmica administrativa e pastoral da Arquidiocese de Natal? Vital Oliveira: Com essa igualdade de mandatos dos conselhos paroquiais será possível um melhor acompanhamento da administração paroquial no sentido qualitativo. Também será possível o desenvolvimento de atividades e programas, no âmbito de toda a Arquidiocese, já que todos estarão no mesmo ritmo, além de proporcionar uma formação mais adequada e permanente, voltada para a própria atuação para os novos conselheiros.
Entrevista | A ordem Fotos: Edvanilson Lima
Abril de 2018 |9
A ordem | Entrevista
Posse dos novos membros dos conselhos administrativos paroquiais no dia 24 de fevereiro
A Ordem: Existe um regimento próprio para os conselhos paroquiais? Vital Oliveira: Na Arquidiocese de Natal já há bastante tempo, um regimento que regulamentava essas atividades, que não sofreu alteração com a nova sistemática. No regimento, são previstas algumas coisas, entre elas, a questão das reuniões, que devem ser mensais. Prevê também o funcionamento do conselho do ponto de vista formal e, sobretudo, determinar qual o papel do conselheiro, que é o de assessorar, acompanhar e se inserir na administração da Paróquia, tendo a possibilidade de opinar e dar parecer sobre os aspectos patrimonial, econômico, financeiro e administrativo da Paróquia. Ele assume o papel de leigo representante dos demais fiéis católicos da comunidade paroquial. Na posse que 10| Abril de 2018
aconteceu no dia 24 de fevereiro, entregamos a cada conselheiro, o regimento e demais documentos que competem ao seu raio de atuação. A Ordem: Qual o papel do pároco ou administrador paroquial nesta nova sistemática dos conselhos paroquiais? Vital Oliveira: O Pároco como administrador da paróquia é o presidente do conselho, cabendo-lhe dar cumprimentos a todas as orientações administrativas da igreja, assim como as decorrentes de toda a legislação brasileira no âmbito da paróquia. Como presidente do conselho o pároco ou o administrador paroquial deve respeitar o Regimento Funcional do conselho, zelar, respeitar e promover a participação dos fieis na administração da paróquia, abrindo-se
ao compartilhamento da responsabilidade pela boa e fiel aplicação dos recursos da igreja em prol de sua finalidade, que é o Anúncio da Boa Nova e tudo o que daí decorre, seja no campo pastoral, missionário, religioso e o da promoção humana. A Ordem: Que mensagem você deixa aos conselheiros paroquiais? Vital Oliveira: Desejamos que os conselheiros desempenhem um bom trabalho e que procurem ter uma boa relação com toda comunidade católica. Queremos caminhar nesses três anos dentro de uma plataforma voltada para a finalidade maior, que é o anúncio do reino de Deus e testemunhar a ressurreição de Cristo, por meio do trabalho da pastoral e da missão da Igreja.
A ordem Neste Mês Mariano|, leve Maria para sua família, seus amigos e sua comunidade São vendidos separadamente
Apenas 0 9 R$ (1o 3kit,)
Cód. 707074
Cód. 529133
Refletindo a Salve-Rainha Ir. Ivonete Kurten e Francisco Eduardo
José Carlos Pereira
De R$ 11,00 por R$ 8,00
De R$ 12,50 por R$ 8,00
Mistérios gozosos
Tudo é possível para Deus (CD)
Nove dias com as virtudes de Maria
Roteiros para oração e reflexão
A Virgem Maria no Ano Litúrgico
Roseane Gomes Barbosa De R$ 10,00 por R$ 8,00
Bruno Carneiro Lira
R$ 34,50
Cód. 706914
Kit Glórias à Rainha Os milagres de Fátima
Maria de todos os povos Um mês com Nossa Senhora Aparecida Matilde Alves
Cód. 523127
Reflexões para cada dia do mês
Com Deus nada é impossível
Cód. 531669
Cód. 527025
Cód. 530565
Um mês com a Rainha do Céu
Em oração com Maria
Kit Maria do “sim”
R$ 11,00
Som & Imagem
A história narrada pelo sobrinho de Irmã Lúcia
R$ 33,20
O TTerço das mulheres
Te coroamos, ó Mãe!
Canções em homenagem a Nossa Senhora
R$ 16,50
Duração: 200 min De R$ 39,90 por
R$ 35,90
CD Cód. 118885
São Luís Maria Grignion de Montfort
Maria, a Mãe de Jesus
CD Cód. 068411
Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria
R$ 12,00
Duração: 110 min
R$ 16,50
DVD Cód. 171670
Cód. 531685
Apenas 0 5 R$ (3o 9kit,)
Maria de Nazaré
CD Cód. 126047
DVD Cód. 171557
Coletânea
CD Cód. 125555
Louvores à Rainha do Céu (CD)
14 cantigas marianas Pe. Zezinho, scj
R$ 18,20
Os Mistérios do Terço
Mistérios Gozosos, Luminosos, Dolorosos e Gloriosos Pe. Joãozinho, scj De R$ 17,20 por R$ 14,62
Preços válidos até 30 de abril de 2018, ou enquanto durarem nossos estoques. As promoções não são cumulativas e ficarão suspensas no dia 16, quando há a “Promoção do dia 15”.
Com Deus nada é impossível Cód. 531707 – R$ 5,00 Tudo é possível para Deus CD Cód. 126829 – R$ 9,90
Paulinas Livraria: Rua João Pessoa, 220 Tel. (84) 3212-2184 • Natal-RN • livnatal@paulinas.com.br Abril de 2018 |11
SEAPAC: A ordem |
Semeando esperança no semiárido potiguar
A
Por Diác. José Bezerra e equipe do SEAPAC
tenta ao clamor das populações do semiárido potiguar e motivada pela força e o compromisso com a caridade, nasce do coração da Igreja Católica no Rio Grande do Norte, o Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários – SEAPAC. Com o apoio da Igreja Católica alemã, por meio da Misereor, o SEAPAC é criado em 13 de abril de 1993, pelos então Bispos: Dom Alair Vilar Fernandes de Melo, Arcebispo Metropolitano de Natal, e seu auxiliar, Dom Antônio Soares Costa – o primeiro presidente; Dom José Freire de Oliveira Neto, bispo de Mossoró; e Dom Heitor de Araújo Sales, bispo de Caicó; e com apoio dos fiéis leigos: Francisco Adilson da Silva – o primeiro coordenador; Manoel Vital de Carvalho Filho; Manoel Simões de Azevedo Junior; Neílo Lopes de Maria; e José Procópio de Lucena – estes últimos da primeira equipe técnica da instituição.
12| Abril de 2018
25 anos
| A ordem
Abril de 2018 |13
A ordem | Reportagem Fotos: Luana Tayze
Dom Heitor de Araújo Sales, co-fundador do SEAPAC. O SEAPAC é um dos expressivos Serviços da Caridade da Igreja Católica no Rio Grande do Norte, transformado numa ação concreta frente aos desafios gerados pelos recorrentes períodos de seca que ainda castigam o semiárido nordestino. Suas primeiras ações tiveram como prioridade o desenvolvimento de pequenos projetos alternativos comunitários – como a criação de pequenos animais, produção de hortaliças e de mel de abelhas, produção de alimentos, construção de poços, cisternas, barreiros, entre outras alternativas de convivência com o semiárido. Em sintonia com os apelos da época, ob-
14| Abril de 2018
jetivou fortalecer as famílias que vivem da agricultura familiar e fomentar a organização comunitária, para que elas tivessem maior autonomia nas lutas em defesa de seus direitos e no exercício da cidadania ativa, protagonizando, assim, o curso de suas histórias e do seu próprio desenvolvimento. Hoje, o SEAPAC desenvolve seu trabalho de forma mais abrangente, orientado por três linhas de atuação, definidas pelo seu Marco Estratégico, sendo elas: Intervenção Direta em Políticas Públicas e Defesa de Direitos, Fortalecimento de Organizações e Fóruns da Sociedade Civil e Convivência com o Semiárido.
Defesa de Direitos e Políticas Públicas Em sua trajetória, tem sido a expressão viva da ação social da Igreja Católica em defesa dos direitos das pessoas, prioritariamente aquelas mais vulneráveis. Relendo a história, destaca-se a atuação em defesa dos direitos das famílias da área da barragem Passagem das Traíras, entre 1993 e 1994, cuja obra foi construída pelo governo do estado, no leito do rio Seridó, em São José do Seridó. À época, várias famílias foram expulsas de suas terras pelas águas da represa, sem que tivessem sido indenizadas nem amparadas pelo poder público. O governo
Reportagem | A ordem não cumpriu a legislação – que exige a indenização prévia das famílias da área a ser coberta pelas águas do reservatório – e a população atingida teve que abandonar às pressas suas casas e terras. Negligenciadas pelo Poder Público e vivendo sob tendas de lonas, elas receberam todo o apoio e orientação do SEAPAC, por meio de seu Articulador Estadual, José Procópio de Lucena, e, de forma organizada, lutaram pelos seus direitos e indenização das perdas. Mais recentemente, situação semelhante aconteceu com famílias da área da Barragem Oiticica, no distrito Barra de Santana, município de Jucurutu. As obras da barragem, um sonho dos seridoenses desde 1950, foram iniciadas sem que todas as famílias fossem indenizadas. O SEAPAC se juntou às famílias que, organizadas, lutaram e conquistaram direitos às indenizações; além de 39 moradias; construção da nova Barra de Santana, com 186 casas e toda infraestrutura social; construção do novo cemitério da comunidade; e 3 agrovilas para as 110 famílias sem terras. “De 2015 para cá tivemos várias conquistas
através do SEAPAC e da Igreja Católica que sempre nos deram apoio em todas as reuniões e com assessoria jurídica. Se não houvesse este apoio à nossa luta, a gente não teria todas estas conquistas, não sabíamos por onde começar” relata Érika Fernandes, moradora da comunidade de Barra de Santana. Intervir a favor de políticas públicas também faz parte desta linha de atuação da organização. Entre 1998 e 1999, o SEAPAC participou ativamente do processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Seridó. Fruto desse trabalho, os atores envolvidos criaram a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Seridó (ADESE), organização que realiza pesquisas, estudos técnico-científicos, debates, articulações, oferece serviços de consultoria ambiental e executa projetos visando a um desenvolvimento sustentável da região do Seridó.
rurais na luta pela autoafirmação e emancipação, por meio da organização em associações comunitárias e em fóruns de associações. “Nós não tínhamos noção da importância de uma associação na comunidade, o trabalho do SEAPAC mudou a cara da agricultura deste município”, afirma Francisco Ladijânio Pessoa, agricultor familiar e coordenador do Fórum das Associações do município de São Miguel. O SEAPAC presta assessoria e fortalece as associações em seus processos de organização e regulamentação, conscientizando seus membros sobre o papel, significado e importância do associativismo. Participa, também, das atividades dos fóruns e acompanha seus processos de mobilização, discussões e encaminhamento das demandas por execução de políticas públicas nos municípios em que atua. O primeiro mapeamento das organizações sociais do Rio Grande do Norte Fóruns e Organizações foi realizado pelo SEAPAC, entre 2014 e Ao longo desses 25 anos, o SEAPAC 2015. A partir deste trabalho, o estado tem sido testemunha e incentivador passou a dispor de informações reais do protagonismo das comunidades sobre a situação dessas organizações, servindo de base para planejamento de ações e projetos voltados a este segmento. Em 2015 e 2016, o SEAPAC realizou ainda a capacitação de Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável e de Organizações Sociais e Produtivas da Agricultura Familiar, abrangendo os Territórios do Trairi, Seridó, Assu/Mossoró, Agreste Litoral Sul, Terras Potiguaras, Mato Grande, Potengi, Alto-Oeste e Sertão Central. Convivência com o Semiárido A implementação de tecnologias sociais de captação e armazenamento de água de chuva para consumo humano, a produção de alimentos e a desseden-
Obras da Barragem de Oiticica, no distrito de Barra de Santana, município de Jucurutu.
Abril de 2018 |15
A ordem | Reportagem
Reunião do Fórum de Associações do município de Jaçanã ALGUNS RESULTADOS DA TRAJETÓRIA DO SEAPAC EM 1 ANO FORTALECIMENTO DO ASSOCIATIVISMO Mapeamento e caracterização de 2.513 organizações sociais e produtivas, localizadas em 167 municípios dos dez territórios do Estado do RN, feito pelo SEAPAC no âmbito do projeto RN Sustentável (2014) INCIDÊNCIA EM POLÍTICAS PÚBLICAS 42 Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – 551 lideranças, sensibilizados e mobilizados para a gestão e controle social das políticas públicas (2015) ENTRE 1993 E 2017 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO 18.205 cisternas familiares 176 cisternas escolares 1.208 tecnologias sociais para produção de alimentos (cisternas calçadão, cisternas de enxurrada, barreiros trincheira e barragens subterrâneas)
16| Abril de 2018
tação de animais tem contribuído para que as famílias rurais do semiárido convivam com o fenômeno natural da seca e permaneçam em suas comunidades, evitando o êxodo rural. O arcebispo emérito de Natal, Dom Heitor de Araújo Sales, que é cofundador do SEAPAC, entende que essas tecnologias são um avanço tanto em termos de convivência com o semiárido quanto em vivência comunitária. “A água é realmente fundamental e, uma das iniciativas para tê-la e fazer com que esta perdure, é a cisterna. Esta tecnologia representa também um grande avanço na comunidade como comunidade, pois são construídas em mutirão, uma família ajudando a outra, e isso faz com que aquele grupo tenha uma vida mais comunitária, vendo que uns precisam dos outros”, afirma Dom Heitor. A atuação na linha de convivência com o semiárido vai além da execução destas tecnologias sociais. Durante sua trajetória, o SEAPAC estabeleceu a primeira área de recuperação de solo degradado em Messias Targino; criou e implementou Sistemas de Reuso de Águas Cinzas nas Regiões do Seridó e Oeste; criou, em parceria com organizações locais de Messias Targino, a Bodega Agroecológica; acompanha, desde 2012, Unidades Produtivas Familiares (UPFs) com foco na aplicação de princípios agroecológicos, que impactam as famílias para além da agricultura, como expõe a agrônoma e técnica do SEAPAC, Marilene Moura: “na agroecologia, a gente discute as pessoas, discute a produção, a comercialização, a relação entre as pessoas, os valores; é uma mudança de vida.” Com o passar do tempo e o acúmulo de experiências, o SEAPAC continua insistindo na promoção da vida que se realiza no agir e na esperança do agricultor e da agricultora que, na sua lida diária, teima em acreditar que é possível viver com dignidade no chão do semiárido potiguar.
Galeria | A ordem
Peregrinação das 7 Igrejas
Fotos: Brunno Antunes
Centenas de fiéis participaram da quarta edição da Peregrinação das 7 Igrejas, dia 18 de março. Logo no início da manhã, os fiéis se concentraram no Seminário de São Pedro e de lá saíram em caminhada, passando por sete Igrejas: Santa Teresinha, no Tirol; Nossa Senhora de Lourdes, em Petrópolis; Bom Jesus das Dores, na Ribeira; Rosário, Santo Antônio e Nossa Senhora da Apresentação (antiga Catedral), todas na Cidade Alta, encerrando na Catedral Metropolitana, onde foi celebrada missa, às 11h, presidida pelo arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha.
Abril de 2018 |17
A ordem | Fotos: Edvanilson Lima
Seminário Rota da Vida, realizado em Natal no dia 09 de março
Seminário discute juventude, violência e cultura de paz
Por Luiza Gualberto
Natal está entre as sete capitais mais violentas contra a juventude no Brasil, segundo dados divulgados pelo Mapa da Violência. Em virtude
18| Abril de 2018
desse índice, a capital potiguar foi escolhida para receber o projeto “Rota da Vida”, composto por um seminário que está em sintonia com a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Fraternidade e superação da
violência”. O evento aconteceu no último dia 09 de março e reuniu gestores, educadores e demais segmentos que trabalham com a juventude, com a proposta de discutir soluções para a temática da violência, que tanto asso-
| A ordem la os jovens, com idade entre 15 a 29 anos, em Natal. Segundo o Pe. Antônio Ramos do Prado (Pe. Toninho), assessor da Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que é a promotora do evento, os índices são alarmantes em relação à violência juvenil, principalmente em virtude da exclusão social. “Nós temos mais de 51,8 milhões de jovens no nosso país e destes, cerca de 52% vivem o desemprego e um outro dado que temos é em relação aos jovens encarcerados, que é composto, em sua maioria, por pessoas com uma renda familiar baixa. Por viverem nessas situações mais marginalizadas é preciso um maior investimento em políticas públicas para esta classe social, para que possamos combater essa questão da violência”, destaca. O Pe. Ândreson Madson, coordenador arquidiocesano do setor juventude disse que diante do que foi exposto no seminário, será dada continuidade à discussão sobre a temática. “Nós queremos fazer um desdobramento do seminário, para que não fique somente no dia do evento, tendo em vista a importância para o setor juventude. Vamos dar continuidade à discussões para ver forma de investir mais em ações que possam gerar uma cultura de paz junto aos jovens que vivem essas situações de violência”, ressalta.
presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) diz que é fundamental que existam políticas públicas voltadas para os jovens. “É fundamental que de desenvolvam políticas públicas para a juventude, para que possamos alcançar o Brasil que a gente deseja. A educação, por exemplo, é a raiz dos problemas da sociedade brasileira. Quando falamos na redução da maioridade penal, dizemos que aparamos as folhas secas, porque a raiz do problema está na construção de políticas públicas para nós, jovens”, frisa. Eloyse Ponciano, que integra o setor juventude da Arquidiocese de Natal, por meio da Pastoral da Juventude, também reforça que um dos maiores desafios dos jovens, atualmente está no desenvolvimento de políticas públicas. “O desafio está na promoção de políticas públicas, principalmente para os jovens que vivem nas periferias e em situações de vulnerabilidade social. A marginalização da juventude também é algo preocupante. A Pastoral da Juventude, por exemplo, incentiva o protagonismo do jovem. Então, esse é papel da Igreja, dar mais voz e vez aos jovens, que tem tanto para falar, principalmente da sua realidade”, enfatiza. As capitais escolhidas para receber o projeto “Rota da Vida” foram: Maceió (AL), Natal (RN), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Aracaju (SE), São Luís (MA) e Vitória (ES).
Protagonismo jovem Na programação do seminário, também foi destinado um espaço para apresentar o que os jovens têm feito para buscar políticas públicas e melhores condições de representatividade para o público juvenil. Pedro Gorki,
Pedro Gorki, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES)
Abril de 2018 |19
A ordem |
20| Abril de 2018
| A ordem
Abril de 2018 |21
A ordem | Paróquias Foto: Arquivo Setor de Comunicação
Paróquia de Santa Maria Mãe: um legado do Pe. Tiago para a zona norte de Natal Nos anos 60, chegava para residir no território da Arquidiocese de Natal, o missionário belga, Pe. Tiago Theisen. Segundo o livro “Paróquias potiguares – uma história”, de autoria do Pe. Normando Pignataro Delgado (in memoriam), em 1969, o então arcebispo, Dom Nivaldo Monte, criou a Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro das Quintas. Além do aglomerado urbano das Quintas, parte do território paroquial era predominantemente rural e se estendia além do rio Potengi até Extremoz e Pitangui, contando apenas com dois núcleos urbanos, tendo como primeiro vigário, o padre Tiago. Anos mais
22| Abril de 2018
tarde, em virtude da expansão populacional e construção de conjuntos habitacionais, a Paróquia foi desmembrada e no dia 12 de março de 1982, Dom Nivaldo criou a Paróquia de Santa Maria Mãe, no conjunto Santa Catarina, na zona norte da capital, tendo como primeiro pároco, o padre Tiago Theisen. Atualmente, o pároco é o padre Sílvio Brito e vigário paroquial, o Pe. Inácio Lopes. Segundo o pároco, Pe. Tiago teve um significado muito importante para o desenvolvimento da comunidade. “Na época da criação da Paróquia de Santa Maria Mãe, Pe. Tiago assumiu as comunidades da zona norte,
Paróquias | A ordem além de Extremoz. Durante o período em que permaneceu à frente da Paróquia, ele construiu 46 Igrejas, que depois se transformaram em comunidades. Investiu em educação e saúde e conseguia recursos de fora e também do estado, por meio de projetos, para investir em prol da própria comunidade. Ele foi o responsável por grande parte do desenvolvimento da zona norte da nossa cidade. Da Paróquia de Santa Maria Mãe, foram desmembradas algumas paróquias, como Santo Antônio de Pádua – Parque dos Coqueiros, Santa Luzia – Boa Esperança, São Lucas – Amarante, entre outras”, conta. Vida Pastoral De acordo com o Pe. Sílvio, a comunidade de Santa Maria Mãe é bastante ativa e conta com diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços. Entre os 23 grupos existentes, estão Catequese, Dízimo, Mulher, Música, Segue-me, Pascom, Sobriedade, Saúde, ECC, Terço dos Homens, entre outros. A Paróquia conta atualmente com dez comunidades. Dessas, o padre Tiago assume uma, que é a comunidade Santa Cruz, que fica na praça Igapó. São dois grandes setores paroquiais, que englobam vários subsetores. “O planejamento paroquial é feito com base nas orientações do Marco Referencial Arquidiocesano. Todas as metas que a Arquidiocese elegeu, elaboramos um plano de atividades em cima delas”, destaca. Evangelizar no meio urbano A Paróquia está situada no Vicariato Urbano, em uma comunidade que conta com diversos estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais, entre outros. Diante deste contexto urbano, a Paróquia busca estar bem relacionada junto a esses segmentos. Pe. Sílvio diz que uma dessas atividades é realizada no Hospital Santa Catarina, um dos principais da capital, como celebrações de missa, além dos sacramentos da confissão e unção dos enfermos. Pe. Sílvio elenca alguns desafios de se evangelizar no meio urbano, tendo em vista que as comunidades que estão inseridas nesse contexto, tem uma dinâmica própria de atuação. “Evangelizar hoje no meio urbano é algo desafiador, porque vivemos o que se pode chamar de subjetividade na fé. Cada pessoa tem a sua própria crença e participa das atividades que lhes convém. A Igreja passa a ser meio que um pronto-socorro, para aquele momento de decisão ou posicionamento, sem um engajamento mais profundo. Outro ponto que vemos como forte é a questão da insegurança. A gente observa uma certa dificuldade no sentido de desenvolver algumas atividades, tendo em vista a falta de segurança”, observa. Diante desse contexto, a Paróquia busca desenvolver várias atividades junto aos fiéis, para agregá-los à vida paroquial, por meio dos diversos grupos, pastorais e movimentos.
Saiba mais Endereço: Rua salto Veloso, 1838 – Conjunto Santa Catarina – Potengi Telefone: (84) 3615-2886 Horários de missa (Igreja matriz) Quartas e sextas – 19h Domingos – 07h30/ 19h Funcionamento da secretaria paroquia: segunda a sexta, das 13h30 às 17h30
Foto: Cacilda Medeiros
Pe. Sílvio Brito, pároco
Abril de 2018 |23
A ordem | Paróquias Whashington Baraúnas
Paróquia de Nova Cruz: sementeira de bispos
Igreja Matriz da Imaculada Conceição Há 163 anos, foi criada a Paróquia da Imaculada Conceição, que, atualmente, abrange os municípios de Nova Cruz e Lagoa D’anta. De 1855 para cá, a Paróquia já foi administrada por 39 padres. Desde agosto do ano passado, tem como pároco, o Padre Aerton Sales, e como
24| Abril de 2018
vigário paroquial, Padre Luciano Inácio. Entre os párocos, coadjutores e auxiliares que passaram por Nova Cruz, quatro foram nomeados bispos: Dom Eugênio de Araújo Sales, que foi auxiliar e administrador apostólico da Arquidiocese de Natal e, depois, arcebispo de Salva-
Paróquias | A ordem dor e do Rio de Janeiro; Dom Heitor de Araújo Sales e Dom Matias Patrício de Macêdo, arcebispos eméritos de Natal; e Dom Edilson Soares Nobre, atual bispo da Diocese de Oeiras (PI). No caso de Dom Matias, ele estava à frente da Paróquia há 22 anos, quando, em 1990, foi eleito bispo para a Diocese de Cajazeiras (PB). Ele escolheu ser sagrado bispo na Igreja Matriz da Imaculada Conceição. Situada em um território onde habitam mais de 44 mil pessoas, das quais cerca de 34 mil se declaram católicas, a Paróquia compreende 38 comunidades, com suas capelas construídas e atividades pastorais. Duas Congregações religiosas mantêm casa na paróquia: as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho, que atuam na educação, através do Colégio Nossa Senhora do Carmo, e as Irmãs Filhas do Amor Divino, inseridas na vida da comunidade. Ação pastoral Ao todo, a Paróquia conta com 24 pastorais e movimentos. A catequese merece destaque, pela atuação de cerca de 300 catequistas, que atuam na sede e comunidades, junto a uma média de mil catequizandos. Em 2018, o Encontro de Casais com Cristo (ECC) comemora jubileu de prata de presença na Paróquia. Nestes 25 anos, foram dezenas de casais que participaram do encontro e, posteriormente, se engajaram na Pastoral Fa-
miliar e em outras pastorais. Em relação à juventude, são 14 grupos que atuam no território paroquial. Já, a Pastoral do Dízimo está em missão, visitando, mensalmente, a residência dos dizimistas. No campo da comunicação, as ações são desenvolvidas pela Pascom, publicando as atividades da Paróquias nas redes sociais e produzindo o jornal ‘Comunicação e Fé’, há 20 anos. A Paróquia também mantém um programa na Rádio Curimataú, de segunda a sexta-feira, das 8 às 9 horas, apresentado pelo pároco, Padre Aerton Sales, auxiliado por agentes da Pastoral da Comunicação. No ano passado, a Paróquia realizou uma pesquisa, que indicou que há cerca de mil fiéis engajados nas pastorais, grupos e movimentos. “É uma realidade desafiadora para a evangelização. Precisamos dinamizar nossa pastoral e ação evangelizadora, para despertar a grande massa de fiéis, que ainda não participa ativamente da Igreja”, observa o Padre Aerton.
Rivaldo Júnior
Saiba mais ENDEREÇO: Rua Diógenes da Cunha Lima, 11 – Nova Cruz – RN (84) 3281-2237 / 3281-2080 HORÁRIOS DE MISSA (Matriz) Domingos – 7h30 e 19h30 SAIBA MAIS www.facebook.com/Paróquia-da-Imaculada-Conceição-de-Nova-CruzRN www.pascomnovacruzrn.blogspot.com.br
Da esq.: Pe. Luciano Inácio (vigário paroquial) e Pe. Aerton Sales (pároco)
casa do empréstimo consignado
você aposentado do inss, juntamos suas parcelas e você recebe o troco
3211-0880 | 98805-0499 | 9 9419-8025 | 9 9652-8513 casaeconsignado@hotmail.com rua josé de alencar, 762, centro - Natal - por trás da sec. de saúde do estado. Abril de 2018 |25
A ordem | Em ação Fotos: Luiza Gualberto
“Eu sou craque cidadão” é realizado às terças e sextas, no bairro Planalto
Projeto “Eu sou craque cidadão” muda realidade de crianças e jovens “Eu sou craque cidadão” é o nome do projeto idealizado pelo setor de promoção humana da Comunidade Católica Shalom, em Natal, que visa resgatar jovens em situação de vulnerabilidade social, residentes em uma comunidade de risco, situada no bairro Planalto, zona leste da capital. Segundo Tennessee Mendes, coordenador do projeto, o principal objetivo da iniciativa é trabalhar com o público atendido, aspectos relacionados à educação, vínculos quebrados com os familiares, além de outros aspectos. O projeto teve início em novembro do ano passado
26| Abril de 2018
com aproximadamente 60 participantes. A comunidade Shalom já está inserida no bairro Planalto, por meio de uma centro de evangelização. Foi feito um mapeamento por meio do setor de promoção humana dessas comunidades de risco e, a partir deste momento, se viu a necessidade de desenvolver esse tipo de projeto, tendo em vista a quantidade elevada de crianças e jovens vítimas destas realidades, como drogas, prostituição, roubo, entre outros. O público atendido é composto por crianças de 06 a 11 anos e jovens de 12 a 15 anos. Às terças e sextas, das 07h às 09h, eles se reúnem para um treino de futebol, que é conduzido por professores voluntários. O campo de futebol onde acontecem os
Em ação | A ordem treinos está situado em um terreno cedido gratuitamente por um membro do Shalom para as atividades. Muito além do esporte Segundo Tennessee, o esporte é apenas a porta de entrada para transformar e proporcionar novas oportunidades de vida para as crianças e jovens que são atendidos pelo projeto. “Esse é um projeto de prevenção. Queremos que lá na frente, quando essas crianças e jovens virarem adultos, compreendam que têm outras opções de vida; que possam ser agentes transformadores da sua própria realidade”, destaca. Além do público-alvo, a iniciativa trabalha a família como um todo, principalmente em virtude da falta de estrutura que muitas delas vivem. “Entendemos que, se trabalharmos a família como um todo, ela será responsável por motivar a criança a vir pra cá, porque a família é uma alavanca. Sabemos que aqui temos muitas realidades diferentes e que muitas vezes esse jovem não tem uma referência, um testemunho. Falta muitas vezes o alimento, a saúde, a ordem e, principalmente, o amor, e isso é essencial para a formação de um cidadão de bem”, aponta. Além dos treinos esportivos, o projeto trabalha aspectos relacionados à educação, saúde e cidadania. Para isso, o grupo conta com parcerias voluntárias de profissionais nas áreas do esporte, enfermagem, nutrição, educação e assistência social. No terreno cedido para o desenvolvimento do projeto, Tennessee conta que está em fase de
planejamento a construção de uma cozinha com refeitório, para que possam ser preparadas refeições para os participantes, tendo em vista que alguns chegam sem se alimentar para participar das atividades. Além disso, está prevista a construção de uma sala de aula e um espaço para atendimentos à família. “Nesse mês de abril, estamos organizando visitas às casas dos jovens e crianças para podermos conhecer melhor a realidade em que vivem e, assim, poder colaborar mais com essas famílias. Também mantemos contato com as escolas onde estudam, para que possamos desenvolver uma prática conjunta, no sentindo de favorecer melhores condições para eles. Sabemos que, muitas vezes, a criança não tem a figura paterna presente, então, buscamos suprir essa necessidade, no sentido de trabalhar também com eles essa referência masculina. Ou seja, o esporte é apenas a porta de entrada, pois queremos contribuir com melhores condições de vida para essas crianças e jovens como um todo, trabalhando todos os aspectos, inclusive religiosos”, destaca o coordenador do projeto. Como frutos, Tennessee aponta que é perceptível uma mudança no comportamento dos jovens e um retorno, por exemplo, à vida escolar, para os que não frequentavam. Isso também é comprovado pelas mães que acompanham os filhos no projeto. Elas relatam que eles mudaram sua forma de agir em casa e se sentem felizes em fazer parte da iniciativa.
Serviço Projeto “Eu sou craque cidadão” - Comunidade Católica Shalom Para saber mais sobre o projeto e formas de colaborar, ligue: (84) 98830-2503
Reuniões com a família também integram atividades do projeto
Abril de 2018 |27
A ordem | Artigo
A participação da Igreja nos conselhos de saúde 1988/2018! Neste presente ano, o Brasil comemora os trinta anos da entrada em vigor da chamada constituição cidadã. Os vinte e um anos que antecederam este período registraram uma fase histórica onde predominou a ausência de democracia e participação popular na vida política institucional brasileira. A nossa jovem democracia, de vez em quando, sofre processos de exceções, abalos e riscos de golpes, que põem em alerta a normalidade institucional e a vida democrática nacional. Que o diga o golpe disfarçado em “impeachment” ocorrido em 2016. Nunca é demais lembrar que nos últimos trinta e três anos, o país já teve que conviver com a situação de três vices presidentes, assumirem a titularidade no executivo, seja por morte ou afastamento do titular, (José Sarney, Itamar Manso, Michel Temer). É muito “reboliço” para tão pouco tempo, em situações que no jargão popular, o povo esteja submetido a “se virar nos trinta”. Entendo esta introdução como necessária, para abordarmos o tema, objeto deste artigo, que é a importância e necessária participação da Igreja nos conselhos de políticas públicas, no geral, e em particular, na política de saúde. O Sistema Único de Saúde – SUS -, teve sua marca de nascimento na histórica 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília/DF, no ano de 1986. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o SUS passou à condição de política pública institucionalizada e logo após, (1990), teve sua lei orgânica publicada e daí incorporada nas Constituições estaduais e municipais, (Leis Orgânicas dos Municípios). Portanto, a instituição dos Conselhos de Saúde, ocorre numa ordem sequencial de espaços de controle social das políticas públicas a partir dos anos de 1990 e vem numa disputa de consolidação e afirmação democrática, onde o que ocorre na vida política nacional, também interfere positiva ou negativamente na efetivação de tão
28| Abril de 2018
Francisco Canindé dos Santos Equipe arquidiocesana da Pastoral da Criança
importante processo de participação popular. O Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/90. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde. Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. Em toda a existência histórica dos Conselhos de Saúde, a representação da Igreja Católica tem feito a diferença na defesa e efetivação do controle social, desta importante política pública. Isto se percebe nitidamente pelo fato de estarmos, como cristãos, inseridos numa fé com obras, levando o Evangelho da vida a todos e todas que estejam num âmbito de necessidades que precisam ser supridas. Mesmo existindo uma diversidade de conselhos, aqui nos detemos ao conselho de saúde por ser um espaço de necessidade mais aguçada e, por natureza, um contexto de real constituição da vida: o corpo e mente. Nossa luta se faz ardente na defesa da vida, pois o “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10, 10) não pode se calar. Do contrário, estaríamos cristãos sem obras e sem acreditar no que fazemos. Acredito estarmos no caminho certo, ou seja, aproveitando o espaço dos conselhos para fazer valer a defesa da vida em consonância com as práticas que precisam chegar com toda sua solidez àqueles que mais precisam do aparato das políticas públicas.
| A ordem
Abril de 2018 |29
A ordem | Vida Pastoral
Pastoral da Criança usa aplicativo na visita domiciliar Por Cacilda Medeiros Com uma história de 35 anos, espalhada por todo o Brasil e em mais de 20 países, a Pastoral da Criança tem como missão principal acompanhar crianças desde o ventre materno até os seis anos de vida. O trabalho é realizado pelos líderes, nas comunidades, que anotam as informações sobre as mães e crianças acompanhadas e repassam para a coordenação paroquial que, por usa vez, encaminha os dados para a coordenação nacional, com sede na cidade de Curitiba (PR). Tradicionalmente, o envio das informações é feito através da Folha de Acompanhamento e Avaliação Mensal das Ações Básicas de Saúde e Educação nas Comunidades. As FABs são ferramentas em que são registrados os dados de todas as gestantes e crianças acompanhadas pelos líderes. Após preenchidas, o coordenador paroquial as envia, pelos Correios, para a coordenação nacional. Agora, a Pastoral da Criança ganhou um aliado no processo de anotação e envio desses dados: a tecnologia. Recentemente, a Pastoral lançou o aplicativo ‘Visita Domiciliar’. O app possui o mesmo nome da atividade desenvolvida mensalmente pelo líder que, durante a visita, tem a oportunidade de conhecer melhor a família e orientá-la sobre nutrição, higiene, cidadania, gestação, prevenção de doenças, acidentes e educação infantil. Dessa forma, o líder preenche o questionário (as FABs) no aplicativo e, imediatamente, envia-o à coordenação nacional, em questão de segundos, através do celular. Disponível no Google Play para celulares e tabletes, o app pode ser utilizado até sem internet, porém, para que haja a sincronização dos dados, o líder deve estar conectado. O app no dia-a-dia Desde novembro de 2016, a nova ferramenta vem sendo testada e aprimorada pelos setores de comunicação e da tecnologia da informação da coordenação nacional da Pastoral da Criança. Apesar de as inovações tecnológicas estarem cada vez mais pre-
30| Abril de 2018
Vida Pastoral | A ordem sentes na vida das pessoas, da capital ao interior, muitas ainda não dominam a linguagem dos aplicativos. Para ajudar a difundir o app entre os líderes, foi realizado um encontro, em Curitiba, com representantes dos estados. Mariana Gomes, 19 anos, líder da Pastoral da Criança na Paróquia de Santo Ambrósio Francisco Ferro, no Planalto, em Natal, foi uma das pessoas que participou do treinamento, na capital paranense. “O objetivo do encontro foi nos preparar para ensinar outros líderes a usar o app”, conta. Para Mariana, o uso da nova fer-
ramenta é muito útil para o trabalho do líder. “A cada mês, o líder acompanha a gestante e a criança, por meio da visita domiciliar. Nessas visitas, fazemos perguntas básicas, como se esteve doente, se tomou vacina, se foi ao médico, entre outras. Antes, a gente anotava essas respostas no caderno do líder. Agora, ficou bem mais ágil, porque respondemos ao questionário diretamente no aplicativo, apenas marcando sim, não ou talvez”, explica Mariana, que atua na Pastoral da Criança, há quatro anos.
Fotos: Edvanilson Lima
Você, líder da Pastoral da Criança, pode baixar facilmente o aplicativo Visita Domiciliar em seu celular: 1. Procure o Google Play Store em seu aparelho celular ou no tablet e acesse. 2. No espaço de busca, digite: Visita Domiciliar. Quando o aplicativo for localizado, clique no ícone que o identifica. 3. Depois, clique no botão “instalar” e aguarde o download ser concluído. 4. Agora é só abrir o aplicativo e seguir o passo a passo, cadastrando seus dados. Quando o seu acesso for liberado, você poderá começar a utilizar o aplicativo durante as visitas domiciliares.
Mariana Gomes, usuária do APP
Abril de 2018 |31
Liturgia
A ordem |
da Palavra
Yago Carvalho Aluno do 2º ano de Teologia, no Seminário de São Pedro
Dicas litúrgicas sobre como celebrar a Páscoa Celebrar a Páscoa é anunciar a ressurreição, é celebrar a centralidade de nossa fé, pois Cristo “morrendo, destruiu a nossa morte e, ressurgindo, deu-nos a vida” (Prefácio Pascal), foi imolado e nos concedeu a salvação. É na ressurreição do Cordeiro de Deus que celebramos o ponto alto de nossa celebração litúrgica; nela transborda nossa alegria e nos é garantida a vida em plenitude. Por ocasião solene da Páscoa do Senhor que se aproxima, é necessário que nos preparemos dignamente para participarmos desta vitória sobre a morte. Nas nossas comunidades paroquiais podem ser realizadas formações sobre a Semana Santa e os seus sentidos espirituais e litúrgicos. É de suma importância que os diversos grupos de liturgia, como os coroinhas, leitores, músicos, ministros extraordinários, e demais féis interessados nas celebrações da Semana Santa estejam organizados em suas funções e possam desempenhar com amor e zelo o ofício nesta santa liturgia. Recomenda-se que possam chegar com antecedência no local da celebração, para que o material litúrgico necessário já esteja separado, evitando-se, assim, improvisações. Os coroinhas estejam atentos para cada gesto nas celebrações e possam atender com descrição ao serviço do altar. Aqueles que foram designados para ler a Sagrada Escritura, possam, antes, realizarem uma
32| Abril de 2018
leitura prévia, para que a palavra de Deus seja proclamada de forma audível e compreensível. Por sua vez, os músicos entoem cânticos que estejam de acordo com o sentido da celebração, fazendo ressoar nos corações dos fiéis os significados e gestos de Cristo como verdadeiro Cordeiro, que se sacrificou a Si mesmo por nós. No Missal Romano, entre as páginas 220 a 296, encontram-se as instruções para a Semana Santa; vale a pena conferirmos antes e fazermos uma leitura em grupo, tirando as dúvidas e observando o que está prescrito, lembrando que a Sacrosanctum Concilium nos recomenda que o coração acompanhe as palavras. Antes de mesmo de realizarmos qualquer ato litúrgico, é necessário entendermos o seu sentido para uma eficácia litúrgica, visto que os fiéis devem participar da liturgia de maneira ativa e frutuosa. E, por fim, respeitemos de forma harmoniosa o silêncio em nossas celebrações, principalmente após a homilia e a Sagrada Comunhão, visto que necessitamos deixar-se conduzir pela ação de Deus, cuja voz se escuta somente no “murmúrio de uma brisa ligeira” (1 Rs 19, 12). Jesus confiou o mistério pascal aos Apóstolos e a toda a Igreja, que o realizemos através do anúncio deste mistério, de sua celebração na Sagrada Liturgia e pelas ações da caridade, vivendo as alegrias de anunciar a nossa fé.
“Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou.” (Mc 16,6)
Artigo | A
ordem
É ou não é? Italo Amorim Jornalista
“Compartilhar uma informação sem checar a veracidade do fato pode parecer algo inofensivo”
“Marielle foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, por volta das 21h30 de quarta (14).” Eis a notícia que estampou os jornais de todo o mundo na última quinta-feira (15). Marielle Franco, 38 anos, era vereadora do Rio de Janeiro e foi executada, pelo que apontam as investigações preliminares da Polícia Civil carioca. Mais um caso de violência para manchar a Cidade Maravilhosa e que traz à tona uma nova modalidade de “informar”. Elas são como fagulha na pólvora. Depois do Enter é difícil controlar as chamadas Fake News, notícias falsas, expressão popularizada pelo presidente americano Donald Trump. No Caso Marielle foram muitas: “Vereadora assassinada protestava contra a morte de sete marginais, mas ignorava as centenas de mortes de policiais e crianças inocentes”, dizia uma facilmente desmentida. Outra aponta que a parlamentar teria sido eleita pelo Comando Vermelho, facção criminosa que domina áreas da capital carioca. A “notícia” contraria dados do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, que apontam Leblon, Ipanema e Copacabana como áreas que mais votaram na vereadora... E por aí seguimos com uma escalada impressionante - e maldosa - de boatos revestidos de notícia e protegidos pelo anonimato das redes sociais. No ambiente virtual, as Fake News figuram como mágica para inverter resultados. Atacar a honra de uma figura pública ou não pública. Transformar boato em tendência. Mas você já se perguntou como essa
“mágica” acontece? As manchetes são rapidamente compartilhadas e espalhadas com a ajuda de robôs, programas de computador que simulam nossos cliques repetidas vezes. A ação é tão devastadora que recentemente virou capa da revista Science. Um estudo apontou que as Fake News percorrem a rede de forma muito mais abrangente do que as notícias reais. A conclusão levou em conta mais de 126 mil notícias postadas no Twitter entre os anos de 2006 e 2017, disparadas nada mais, nada menos, que 4,5 milhões de vezes. Compartilhar uma informação sem checar a veracidade do fato pode parecer algo inofensivo. Afinal não somos responsáveis pelo que os outros escrevem ou publicam. Ao compartilharmos é como se abonássemos a opinião. E nisso, sim, temos responsabilidade. Na pressa para parecermos bem informados, associamos nosso perfil a um pensamento embasado, muitas vezes, por interesses. Um passo em falso para uma sociedade marcada pela informação cada vez mais ágil, consumida ao vivo, sem edições. Mas que ainda insiste em confundir liberdade de expressão com liberdade de impressões. Nas redes sociais, o clique é caminho só de ida. Portanto, redobrar a atenção com o que se publica – confirmando a informação em veículos de comunicação já consolidados – é como preparar o alicerce, para que a travessia em meio a um bombardeio de falsas notícias seja segura.
Abril de 2018 |33
A ordem |
Ano do Laicato
Os Benefícios da água aromatizada Por Márcia Roque Braz nutricionista
Por Diác. Manoel Carlos Coord. do Setor Leigo
Igreja corpo místico de Cristo na história A Igreja é o povo de Deus, corpo místico de Cristo. Mas quem é este povo? Todo batizado é incorporado a Cristo pelo batismo (1Co 12,12-13). A unidade da Igreja se realiza na diversidade de rostos, carismas, funções e ministérios, que potencializa a missão da Igreja realizada por todos os membros, em liberdade, responsabilidade e criatividade (105,93). Assim sendo, os indivíduos, na Igreja, mantendo sua subjetividade, possuem uma identidade comunitária, possibilitada e mantida pelo Espírito de Cristo (105, 103). É necessário lembrar que o que nos distingue não nos separa, pois “há um só corpo” (1Cor 12,12). Esta é a comunhão pretendida por Cristo “que todos sejam um” (Jo 17,11). Neste ano dedicado ao laicato, somos convidados a unir forças para construirmos juntos a sociedade do amor, da paz e da justiça, cheios de esperança com o coração ardente do desejo de propagar a boa nova com ardor de uma Igreja em saída, como nos pede o Papa Francisco. Se assim agirmos, estaremos sendo sujeitos eclesiais autênticos e coerentes, testemunhando com a própria vida em todas as realidades que se vive, buscando o encontro e o diálogo manifestado pelo amor.
34| Abril de 2018
Água aromatizada, além de ser uma delícia, tem vários benefícios e ainda pode ser uma alternativa para quem não gosta de beber muita água; é super refrescante, pode apresentar ação antioxidante, anti-inflamatória, termogênica, alcalinizante, diurética entre outras. Os benefícios são muitos, de acordo com o alimento escolhido para acrescentar na água. Em um pote ou jarra, escolha o alimento, ervas, frutas, sementes e especiarias. Prepare sua água e espere 30 minutos e consuma a bebida em qualquer horário. Vamos aos benefícios: Gengibre e sálvia são anti-inflamatórias que servem para recuperação muscular, após os exercícios de grande esforço; Para melhorar a digestão, abacaxi com hortelã; Desintoxicação do fígado, alecrim e laranja; Fortalecer o sistema imunológico, laranja e tangerina; Para prisão de ventre, erva doce; Dores no estômago ou estresse emocional, extrato de baunilha, que alivia a náusea e neutraliza a ansiedade e o estresse; A água com hortelã é um diurético natural, que ajuda a combater a colite e a síndrome do intestino irritável; rica em vitaminas A, C e B12, além de ferro, potássio e selênio; O pepino é refrescante e tem uma substância que é eficiente contra o câncer de mama, útero e ovário; Para diminuir os gases, cravo; Água com canela é termogênica e ajuda a emagrecer. A água aromatizada não faz milagre, mas junto com uma dieta e exercícios você pode conseguir resultados positivos.
Personalidade | A ordem Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal
Augusta: chama de esperança e alegria Cedida
A professora Maria Augusta de Sousa Torres é graduada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), especialista em Ciências da Religião pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). É autora de diversos artigos sobre a temática do Ensino Religioso e, em 2012, publicou o livro Ensino Religioso e Literatura: um diálogo a partir do poema Morte e Vida Severina. Desde cedo, dedicou-se à missão de catequista e educadora católica servindo à Igreja e à Educação por toda a vida. Como professora das redes de ensino municipal, estadual e privada sempre deu testemunho de delicadeza e compromisso ético com o ensino. Em 1973, juntamente com o então Padre Lucas Batista Neto, constituiu a Comissão de Ensino Religioso da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Norte, estabelecendo uma parceria educativa responsável pela formação de muitos professores de Ensino Religioso no estado. No início da década de 1990, quando a educação brasileira viveu a efervescência da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN – 9394/96), a professora Maria Augusta compôs com professores de outras partes do Brasil uma frente de defesa do Ensino Religioso, participando da criação e estruturação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER), sendo conselheira deste órgão por várias gestões. Sua luta pela educação a conduziu à empreitada de juntar-se a outros professores para a criação do curso de Ciências da Religião pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em Natal. Com empenho e zelo assumiu durante 09 anos o
cargo de Coordenadora do citado Curso no qual também lecionou diversas disciplinas, como Epistemologia do Ensino Religioso e Orientação de Estágio Supervisionado na Licenciatura. Maria Augusta é daquelas cristãs cuja chama de esperança ilumina quem a conhece. Foi assim, com esperança e alegria que serviu ao Instituto de Teologia Pastoral de Natal (ITEPAN) por mais de 40 anos. Sua história de vida é um testemunho de graças e bênçãos de Deus expressas em coragem e serviço.
Abril de 2018 |35
A ordem | Viver Fotos: acervo pessoal
Roda de conversa realizada com um grupo familiar na cidade de Ouro Branco (RN)
“A poesia entra na sala”: literatura em qualquer ambiente
Por Cione Cruz “A poesia entra nas salas”, é um projeto do professor de Língua Portuguesa, Milton Dantas da Silva, coordenador estadual da Pastoral da Criança. Este projeto tenta fazer a poesia chegar aos lugares onde se pensa que não existe poeticidade. A princípio, o pensamento era ser em salas de aula, porém a prática vai dizendo que em outras salas como, empresas, casas de amigos ou lojas, se constituem espaços poéticos, porque são lugares de rodas de conversa e vivência da comunicação. A intenção, ou objetivo da proposta, é, também, estimular
36| Abril de 2018
a criação, para que a poesia que está dentro da pessoa não morra, disse Milton Dantas, que acrescenta: “tem gente que não sabe escrever poesia, mas mostra a poesia dentro de si”. A proposta da Poesia entra nas salas partiu do livro de poesia, de autoria de Milton Dantas, “Meu cantogrito”, publicado recentemente e que serviu de mote para a discussão literária nas rodas/salas por onde o autor transita. Esse livro não teve um lançamento formal, mas está servindo para que o maior número de pessoas leia e discuta poesia ou, quem sabe, seja estimulado a se encontrar como poeta. Embora concorde que a poesia não seja um gênero li-
Viver | A
terário muito procurado e que desperta o interesse do leitor facilmente, esse foi, no seu entender, o grande desafio, desde a sua experiência em sala de aula (está se aposentando de seu vínculo com o Estado, mas ainda leciona em algumas faculdades particulares e no Seminário São Pedro/Natal). Segundo o poeta, a sua vida “inteira” foi dedicada a trabalhar em sala de aula o conteúdo de forma prática, preocupando-se, principalmente, com o processo criativo Milton confessa que sempre se perguntou porque os professores trabalham a poesia em sala de aula, estimulando os alunos apenas para recitá-las, e não para o processo criativo, ou seja, para escrevê-la. Ele afirma que, em suas rodas de conversa, o leitor também é estimulado a escrever, a ser o próprio autor de sua poesia, pois, todo leitor é um autor com o autor que lê. O projeto começou em janeiro de 2018 e até o momento já aconteceram seis salas e “cada sala tem uma dinâmica diferente, porque cada sala tem um ambiente poético particular”, afirmou. O poeta, professor e filósofo Milton Dantas não tem intenção de utilizar os meios tradicionais para divulgar sua poesia. “O que me interessa é a vivência”, finalizou.
ordem
Milton Dantas, autor do projeto “A poesia entra nas salas”
Abril de 2018 |37
A ordem | Galeria
SEAPAC 25 ANOS Acervo da família
Homenagem do Seapac a Dom Nivaldo Monte, no centenário do seu nascimento
Acervo do SEAPAC
Dom José Freire de Oliveira Neto, bispo de Mossoró-RN, um dos co-fundadores do Seapac, presente na inauguração do Projeto de Hortas Orgânicas, na comunidade Água Fria, em Apodi-RN
Acervo do SEAPAC
Famílias de Serra Negra do Norte-RN, preparando a terra para o projeto de Hortas Comunitárias
38| Abril de 2018
| A ordem
Abril de 2018 |39
A ordem |
40| Abril de 2018