Revista A Ordem - Agosto/2019

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Fundação Paz na Terra ano LXVII - Nº 40 Natal/RN | R$ 7,00 Agosto de 2019

Vocação UM CHAMADO DE DEUS


A ORDEM

2 AGOSTO DE 2019


A ORDEM

AGOSTO DE 2019

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A ORDEM

SUMÁRIO

EDITORIAL

EM DEFESA DO REINO

Vocação UM CHAMADO DE DEUS

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CAPA

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ENTREVISTA - Nutricionista alerta para o cuidado com alimentação infantil

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VIDA PASTORAL - Cáritas incentiva trabalho com mulheres

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PARÓQUIAS - Nesta edição, você conhece as comunidades paroquiais de São João Batista, em Montanhas e São Pedro, em São Pedro do Potengi

A edição deste mês está bem recheada de matérias com excelentes conteúdos, seja nas duas reportagens, seja nos artigos, na entrevista e outras. Temas relevantes e bem atuais como intolerância nas relações, os 70 anos do Serviço de Assistência Rural (SAR), os riscos para a alimentação materno infantil, a Caminhada da Solidariedade, entre outros, fazem parte da vida da Igreja e dos cristãos comprometidos com o Reino de Deus. Um meio de comunicação da Igreja que se prese, não foge de abordagens que dizem respeito às pessoas, na luta por uma vida digna de bons cristãos. Assumir-se como “cristão”, por si só, já compromete cada criatura de Deus que aderiu ao projeto de Jesus Cristo. É próprio da vocação cristã ser solidário, tolerante e defensor da Justiça e da Paz, que se consegue através da luta pelos direitos de vida digna para toda e cada criatura humana. Nessa luta, certamente os cristãos autênticos, muitas vezes, “se queimam”, são julgados e podem até ser condenados. Quando isso ocorre, o cristão terá a certeza de que foi fiel à vocação que abraçou, porque imitou Jesus Cristo, caluniado, julgado e condenado por defender o Reino do Pai.

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4 AGOSTO DE 2019

CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr Vitória Élida

EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: Rivaldo Jr. COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal

DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140

IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360

COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001

TIRAGEM: 1.000 exemplares

ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br


A ORDEM

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A ORDEM PALAVRA DA IGREJA

EM MISSÃO NO

Francisco Papa

Um renovado Pentecostes abra de par em par as portas da Igreja, a fim de que nenhuma cultura permaneça fechada em si mesma e nenhum povo fique isolado”

mundo

O Papa Francisco publicou a mensagem para o Dia Mundial das Missões 2019, com o título “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. É o mesmo tema do Mês Missionário Extraordinário. “Pedi a toda a Igreja que vivesse um tempo extraordinário de missionariedade no mês de outubro de 2019, para comemorar o centenário da promulgação da Carta apostólica Maximum illud, do Papa Bento XV (30 de novembro de 1919). A clarividência profética da sua proposta apostólica confirmou-me como é importante, ainda hoje, renovar o compromisso missionário da Igreja, potenciar evangelicamente a sua missão de anunciar e levar ao mundo a salvação de Jesus Cristo, morto e ressuscitado”, escreveu o Pontífice. No texto, Francisco explica que a celebração deste mês vai ajudar os fiéis, em primeiro lugar, a reencontrar o sentido missionário da adesão de fé a Jesus Cristo, fé recebida como dom gratuito no Batismo. O ato, pelo qual somos feitos filhos de Deus, que é sempre eclesial, nunca individual: da comunhão com Deus, Pai e Filho e Espírito Santo, nasce uma vida nova partilhada com muitos outros irmãos e irmãs. “E esta vida divina não é um produto para vender – não fazemos proselitismo –, mas uma riqueza para dar, comunicar, anunciar: eis o sentido da missão. Recebemos gratuitamente este dom, e gratuita-

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mente o partilhamos (cf. Mt 10, 8), sem excluir ninguém. Deus quer que todos os homens sejam salvos, chegando ao conhecimento da verdade e à experiência da sua misericórdia por meio da Igreja, sacramento universal da salvação (cf. 1 Tm 2, 4; 3, 15; Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 48)”, escreveu. Em outro texto da mensagem, o Papa fala da coincidência providencial do Mês Missionário Extraordinário com a celebração do Sínodo Especial sobre as Igrejas na Amazónia. Isso, segundo ele, o leva a assinalar como a missão, que nos foi confiada por Jesus com o dom do seu Espírito, ainda seja atual e necessária também para aquelas terras e seus habitantes. “Um renovado Pentecostes abra de par em par as portas da Igreja, a fim de que nenhuma cultura permaneça fechada em si mesma e nenhum povo fique isolado, mas se abra à comunhão universal da fé. Que ninguém fique fechado em si mesmo, na autorreferencialidade da sua própria pertença étnica e religiosa”, escreveu. Francisco encerra o texto, enviando sua bênção: “aos missionários e às missionárias e a todos aqueles que de algum modo participam, em virtude do seu Batismo, na missão da Igreja, de coração envio a minha bênção.”

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A VOZ DO PASTOR A ORDEM

“Todas as vocações serão lembradas, rezadas e celebradas neste mês de agosto”

VOCAÇÃO E DISCERNIMENTO NA

atualidade

Queridos irmãos e irmãs! o mês de agosto, a Igreja no Brasil celebra o “Mês vocacional”. E este ano, de modo particular, tendo o horizonte iluminado pela expectativa da realização do 4º Congresso Vocacional do Brasil, com o tema: “Vocação e discernimento” e o lema: “Mostra-me, Senhor, os teus caminhos” (Salmo 25,4). Todas as vocações serão lembradas, rezadas e celebradas neste mês de agosto: a vocação presbiteral, no primeiro domingo, com o “Dia do Padre”, a vocação ao matrimônio, no segundo domingo, com o “Dia dos Pais”, a vocação à vida religiosa, no terceiro domingo, dia dos religiosos e religiosas, a vocação dos leigos e leigas, com o dia do catequista. Portanto, será um mês fecundo para a vida da Igreja, pois quando falamos de “vocação” estamos lembrando que todos os batizados e batizadas são chamados por Deus para o seguimento do seu Filho e para a missão de continuar, no mundo, a mesma vida do Filho eterno, que se fez Homem “propter nos homines et propter nostram salutem” (SÍMBOLO NICENO-CONSTANTINOPOLITANO). A vocação é o resultado da vontade de Deus de “sair” de si para dar-se a outro ser. Nisto consiste a relação: Deus quer unir-se a outro ser que não Ele mesmo. Deus não se dá a nós, ministros ordenados, como se fosse um “privilégio”, como

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Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

se tratasse de uma graça particular. Nós participamos dessa ação universal e unitária do projeto de Deus. E isso, com todas as consequências: de fato, se por um lado não aceitamos o “Pan-teísmo”, isto é, não consideramos que tudo é Deus, por outro lado, proclamamos um “Pan-en-teísmo”, isto é, Deus em todas as coisas, justamente por Ele ser o criador, manifestando com isso que Ele cria para estar unido a Ele. Assim, já se configura que o ser humano é criado para “percorrer um caminho”, ou seja, a relação de Deus com o homem e a mulher tem uma “história”. Nós chamamos essa história de “História da salvação”. Deus que “primeireia” (Papa Francisco). Falamos assim, Deus toma a iniciativa. Ele oferece uma relação de amor. Desde o primeiro momento, desde o início o amor está presente: cria por amor, conserva no amor, consuma pelo amor. Tudo é propter nimiam caritatem (Ef 2,4). O amor de Deus dá a fisionomia da vocação. E essa iniciativa, gratuita e graciosa, faz o ser humano participar da vida divina, é uma graça de participação. Por isso, é tão necessário que, nas nossas paróquias, seja implantado o SAV – Serviço de animação vocacional, para que todos possam conhecer, assumir e difundir a alegria da vocação que se manifesta na gratuidade do amor de Deus por todos os homens e mulheres.

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A ORDEM

Durante este mês de agosto, se comemora o dia do profissional da nutrição. Eva Andrade é nutricionista materno-infantil, uma área em constante expansão, devido sua importância para os bons hábitos alimentares. A nutrição materno-infantil trabalha com a criança, desde cedo, garantindo um estilo de vida e desenvolvimento mais saudável

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“Criança precisa comer comida de verdade”,

ENTREVISTA A ORDEM

ORIENTA NUTRICIONISTA MATERNO-INFANTIL POR LUIZA GUALBERTO FOTOS: RIVALDO JR

A ORDEM: Qual o desafio para alimentação infantil, em especial, diante da oferta de produtos industrializados? Eva: Justamente competir com esse produto industrializado, que é altamente rico em gordura e açúcar, além de corantes que intensificam o sabor. Trabalhar com comida de verdade, que traga sabor para conquistar o paladar é o mais difícil. Um outro ponto é o apelo das marcas, que ficam incentivando e informando que determinado alimento é saudável, mas sem ser. A gente considera uma concorrência, muitas vezes desleal, porque o poder da mídia é muito forte. E é aí onde entra o maior esforço da nossa atuação, em mostrar que comida de criança é a comida de verdade, produzida por meio dos produtos da terra. A ORDEM: Como adaptar a rotina diária para produzir alimentos mais saudáveis? Eva: O ideal é organizar uma rotina para a produção de alimentos. Ministro alguns cursos de introdução alimentar e procuro oferecer algumas orientações, no sentido de congelar os alimentos. Quem tem comida boa congelada em casa

não passa fome. Então, a gente sempre orienta a escolha de um dia na semana para fazer essa produção. Garanto que adotando essas medidas, os pais não vão ter a desculpa de não oferecer produtos de qualidade aos seus filhos. A ORDEM: Ano após ano, os índices de obesidade infantil vêm crescendo. Isso é reflexo de uma introdução alimentar malfeita? Eva: Há cerca de 15 anos, por exemplo, Natal era uma das capitais mais ativas da região nordeste e hoje é considerada a mais obesa na região. A nossa cidade foi se transformando cada vez mais em um local onde as pessoas trabalham muito e tem uma rotina muito agitada, o que dificulta manter uma alimentação saudável. A gente vai puxando e estimulando as pessoas a voltarem aos bons hábitos alimentares, para que a pressa não seja inimiga da saúde. A ORDEM: Como é a atuação do profissional da nutrição na área materno-infantil? Eva: Essa área surgiu de uma necessidade que a gente começou a enxergar a criança, tentando corrigir o erro no adulto, sabendo que o

problema estava justamente na infância. Se a gente conseguir manter uma alimentação saudável na infância, não enfrentaremos essa questão da correção futura. Aqui em nossa cidade existem poucos profissionais específicas na área. Eu ainda estou em formação, cursando mestrado nessa área, mas, é um mercado que é crescente. A ORDEM: Quais as etapas da introdução alimentar? Eva: Começa com a amamentação exclusiva, até os seis meses de idade. E quando falo em amamentação exclusiva, não é necessário oferecer mais nada à criança, como suco, chá ou água. Infelizmente, algumas mulheres não conseguem e aí entramos com a fórmula alimentar, específica para o bebê. Após esse período, começa a etapa da alimentação complementar, com a introdução de alimentos sólidos, oferecidos além da amamentação e/ou fórmula. Com um ano de idade, a alimentação sólida vai passando a ocupar mais espaço e, gradualmente, o leite materno vai deixando de ser a principal fonte de alimento. A gente pode estender a amamentação até os dois anos, mas isso vai depender da criança

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A ORDEM ENTREVISTA

e da família, que pode estender ou não esse processo. A ORDEM: Na introdução alimentar, o que é ou não permitido? Eva: O que é permitido é a comida de verdade, ou seja, todo tipo de proteínas, verduras, legumes, frutas etc. O que não é permitido é o leite de vaca, em que começamos a oferecer só depois de um ano de idade, porque é um leite muito rico em cálcio e em proteínas que podem ser não muito bem digeridas pelo organismo da criança, além dos derivados, bem

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como sal e açúcar, em que recomendamos após os dois anos. Outra coisa proibida é o mel de abelha, principalmente antes de um ano, devido à incidência de botulismo, que afeta a parte muscular da criança, podendo levá-la a óbito. A gente orienta a oferecer o mel após os dois anos, devido ser muito açucarado. O que também não é indicado nessa fase da introdução são os sucos, justamente por ser muito rico em frutose e ser extremamente concentrado, aí a gente só oferece depois de um ano.

A ORDEM: Como oferecer o alimento para a criança? Eva: Na verdade, não tem uma orientação específica. O que a gente recomenda é que não seja tudo processado, porque acaba que a criança não identifica o sabor dos alimentos. A gente pode sim, amassar um pouco mais a comida, para facilitar a textura ou oferecer os pedaços mais inteiros, como a metodologia do BLW, em que a criança leva a comida à boca. O importante é não fazer misturas, de modo que a criança não reconheça o que está comendo.


A ORDEM

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A ORDEM

S U E D E D VONTADE MINHA VONTAD

E

Vocação

UM CHAMADO DE DEUS

Instituído na 19ª Assembleia geral da CNBB, em 1981, mês vocacional quer chamar atenção para a responsabilidade dos cristãos na missão da Igreja POR LUIZA GUALBERTO E VITÓRIA ÉLIDA

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CAPA A ORDEM

D

urante este mês de agosto, a Igreja católica do Brasil vivencia, de modo especial, um período dedicado às vocações. Instituído na 19ª Assembleia geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1981, o mês vocacional quer chamar atenção para a responsabilidade

dos cristãos na missão da Igreja. O primeiro domingo é dedicado às vocações sacerdotais. No segundo, se reflete sobre a vocação familiar. O terceiro domingo de agosto é dedicado às vocações religiosas e no quarto, às vocações leigas, em que também se comemora o dia do catequista.

Segundo a CNBB, neste ano, o mês vocacional está em sintonia com o 4º Congresso Vocacional do Brasil, que vai acontecer de 05 a 08 de setembro deste ano, no Centro de Eventos do Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP), cujo tema é “Vocação e discernimento”.

passaram a me apoiar”, conta. João Pedro está cursando o 2º ano de Teologia e já se prepara para a conclusão desse período de formação, em vistas da ordenação sacerdotal. “Ser padre é estar ali, com todas as pessoas que formam

uma comunidade, uma Igreja. Ser padre, hoje, é construir uma Igreja formada de pessoas, conscientes do que é ser cristão. É um momento que almejo desde os 14 anos e que, espero em Deus, poder concretizar”, enfatiza.

Vocação sacerdotal O despertar vocacional pode vir a qualquer momento na vida do cristão. João Pedro Acurcio se encontrou na vocação sacerdotal aos 14 anos de idade. Ele é natural de São Miguel, um povoado do município de São Bento do Norte e o desejo de seguir a vocação sacerdotal veio a partir do trabalho que realizava na própria comunidade. “Eu estava me preparando para receber o sacramento da Eucaristia e a catequista que nos acompanhava não conseguiu continuar ministrando os encontros, então, com a permissão do pároco, o padre Adriano Henrique, segui fazendo esse papel de catequista e, ao mesmo tempo, me preparando para receber o sacramento. Foi a partir da minha inserção mais profunda na vida da Igreja que veio esse desejo. Quando tinha 14 anos, o padre Adriano me confirmou nessa vocação e foi quando fui em busca de participar dos encontros vocacionais e começar os estudos no seminário. Segundo João Pedro, de início, ele não teve o apoio da família, mas, isso não o desanimou. “Minha mãe é professora e queria que eu seguisse a profissão dela. Meu pai, almejava que eu fosse militar da Aeronáutica. De início, foi aquele choque. Eles não compreenderam esse desejo que eu nutria no coração. Mas, com o passar do tempo, perceberam que era aquilo que eu queria e

RIVALDO JR

João Pedro Acúrcio, seminarista AGOSTO DE 2019

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A ORDEM CAPA CEDIDA

A vocação da família A vocação em família nos leva a contemplar alguns dons: o de se tornar mãe, pai e de, juntos, serem capazes de construir uma família em nome de um sentimento mais forte, o amor. O Catecismo da Igreja Católica, dedica, em seu Artigo 7, uma atenção especial ao sacramento do matrimônio e o enxerga como um desígnio de Deus. É então em seu parágrafo 1604, que o Catecismo nos chama a atenção para a importância do amor conjugal como criação divina, ao nos lembrar que “Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do criador, que é amor (1 Jo 4, 8-16). E esse amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de preservação da criação: Deus os abençoou e disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a (Gn 1,28)”. Para o casal Robson e Marí-

Casal Robson e Marília Sabino, com os filhos João Gabriel e Maria Eduarda

lia, casados há dez anos, e pais de dois filhos, o chamado para a vocação matrimonial foi sentido em momentos diferentes. Porém, após algum tempo de relacionamento, e muitas orientações com o padre Alfredo Boldori, decidiram juntos que havia chegado o momento de celebrarem o matrimônio, e a partir dessa decisão, confirmarem diariamente o sim dado perante a Deus. Sabemos que muitas ameaças cotidianas, provenientes de um mundo moderno, colocam em risco o verdadeiro sentido do matrimônio. Sobre isso, Robson afirma que “A vocação matrimonial, nos traz o desafio de todos os dias buscarmos o que Deus tem preparado para nós, não existe o eu, o meu, existe o nosso, sejam desafios, sejam as vitórias! Somos sempre 3, nós dois e Deus, buscando levar nossa família para o caminho do bem, fazendo sua vontade e nos entregando aos propósitos d’Ele em nossas vidas!”.

Vocação religiosa CEDIDA

Irmã Francisca Melo, religiosa

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A vida religiosa consagrada é uma vocação para homens e mulheres que se sentem chamados por Deus, a viver a dedicação da sua vida, assumindo com liberdade esse estilo, para que estejam disponíveis a realizar uma missão na Igreja e na sociedade atual. Na vida da Irmã Francisca Melo, da Congregação das Filhas do Amor Divino, esse chamado veio ainda na infância. “Quando era criança, brincava de ser freira e admirava muito a vida religiosa. Eu morava com meus avós e uma irmã mais nova. Na época, não tive o incentivo a seguir a vida religiosa e segui fazendo coisas próprias de uma adolescente, como ir à praia, ter amigos, namorar e aquele desejo ficou adormecido em meu coração”, conta. Após o falecimento dos avós, a religiosa ficou cuidando da irmã, que ainda era menor de idade. “Uma vez ia em um ônibus e vi uma freira. Sentei ao lado dela e comecei a conversar. Era a Irmã Aurélia Ângelo. Aquela conversa resultou em um acompanhamento vocacional de três anos. Quando minha irmã alcançou a maioridade, segui meu caminho na vida religiosa. Irmã Francisca ingressou na Congregação das Filhas do Amor Divino, em 2001. No ano de 2005, ela fez os primeiros votos e mais à frente, os votos perpétuos. Na Província do Nordeste, hoje, a religiosa segue nesse trabalho de acompanhamento vocacional, com as mulheres que desejam seguir esse caminho e na Arquidiocese de Natal, ela integra o Serviço de Animação Vocacional (SAV). “Cada vocação representa um desafio, mas, se abraçarmos e acolhermos essa vontade de Deus em nós, Ele vai nos capacitar e nos guiar no caminho”, frisa a Irmão Francisca.


CAPA A ORDEM CEDIDA

Paulo Eduardo, leigo

A vocação dos leigos É importante reconhecermos que cada pessoa, de forma individual, é chamada para comungar do plano de Deus. Dessa forma, compreendermos que temos nesse mundo uma missão particular a assumirmos: a construção do Reino de Deus. Nesse contexto, ensina o Catecismo da Igreja Católica: “É específico dos leigos, por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus. A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para o louvor do Criador e

Redentor” (n. 898). Para Paulo Eduardo, agente pastoral na Paróquia de Sant’Ana, no Soledade II, a sua vocação de leigo é de suma importância, pois lhe foi confiada “a missão de ser um colaborador da messe e de ser testemunha viva da ação salvífica de Deus”, afirmou. Paulo, assumiu essa missão de forma ativa, e se empenha há alguns anos a atividade pastoral como catequista. Além disso, o jovem busca sempre auxiliar nas atividades e eventos desenvolvidos em sua paróquia. Segundo ele, ser leigo na Igreja é cumprir o que diz o evangelho, “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5, 13-14). Esse “é o resumo do que é ser leigo na Igreja. Levar

o tempero (que é o próprio Cristo) para dar sabor a vida dos necessitados que por algum motivo o perderam durante a sua vivência terrena. É também ser luz na vida de quem está vivendo na escuridão, levando a misericórdia de Deus e Boa Nova”, complementou. Em sua função como leigo na Igreja Católica, Paulo Eduardo acredita que é preciso que “primeiramente vivenciemos a missão, em constante contato com o evangelho e com a realidade paroquial. Estando sempre em comunhão com Deus e depois saindo para testemunhar”. O testemunho do leigo ensina, e transforma a sua vida em uma verdadeira forma de transformação e evangelização de vidas.

Animação vocacional

A

Arquidiocese de Natal dispõe de um serviço para a animação vocacional nas comunidades. É o SAV (Serviço de Animação Vocacional), que é coordenado pelo padre Roberlan Roberto, que também é articulador desse serviço no Regional NE2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo o sacerdote, o foco do trabalho tem sido nos encontros de animação vocacional. “A gente tem feito um trabalho de integração com as comunidades religiosas, congregações e as novas comunidades, desenvolvendo algumas atividades de motivação vocacional nas paróquias, com coroinhas e, junto com a CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), as missões intercongregacionais”, conta. Neste mês de agosto, o SAV estimula as paróquias a lembrarem as vocações durante as celebrações, ressaltando a importância de cada uma. O SAV também vai organizar um tríduo, no período de 28 a 30 deste mês. Em setembro, o padre Roberlan participa do 4º Congresso Vocacional do Brasil. AGOSTO DE 2019

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A ORDEM VIDA PASTORAL

Iniciativas são voltadas para o público que está em situação de vulnerabilidade e exclusão social

Luiza Gualberto

Kilza Gomes, assistente social e diretora administrativa de Cáritas arquidiocesana

Cáritas

arquidiocesana incentiva trabalho com mulheres Por: CIONE CRUZ

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Testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo toda forma de vida e participando da construção solidária da sociedade do Bem Viver”. Essa é a proposta da Cáritas, um organismo internacional, que no Brasil está vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tem presença atuante no território da Arquidiocese de Natal. A Cáritas arquidiocesana cumpre a missão proposta pela equipe internacional e presta um serviço de assistência social, voltado para as pessoas em situação de exclusão, vulnerabilidade e extrema pobreza, trabalhando com jovens, catadores de lixo e com mulheres em situação de vulnerabilidade, violência física, psicológica e doméstica. Segundo Kilza Gomes, assistente social e diretora administrativa da Rede Cáritas Natal, a maioria dos participantes é voluntária e ela destaca o trabalho feito com as mulheres, cujo foco o combate à violência em seus vários aspectos. Esse trabalho atinge, aproximadamente, mais de 100 mulheres, afirmou, reconhecendo que o trabalho mais concreto do organismo, em território arquidiocesano é exatamente esse que é feito com as mulheres. Atuação Na Arquidiocese de Natal, são contabilizadas oito grupos de Cáritas paroquiais, como a de Ceará Mirim, Pureza, João Câmara, Parazinho, Ipanguaçu, Nísia Floresta, Brejinho e Parnamirim. Está sendo criada, no momento, uma equipe na zona norte de Nata e

VIDA PASTORAL A ORDEM

há planejamento, também, para a criação de outro grupo na cidade de Pendências. Kilza afirma que há grupos de mulheres em Ceará Mirim, na comunidade de São José; em Pureza (comunidade Nova Descoberta) e em João Câmara (Centro). Em João Câmara, segundo explicou, foi criado um grupo de terapia comunitária, que funciona há dois anos e conta com o trabalho voluntário de um psicólogo, que acompanha essas mulheres, semanalmente (sempre às terças-feiras). Em Pureza, os encontros são voltados para palestras educativas e trabalhos artesanais. Lá, o índice de violência é alto e, por isso, o administrador paroquial, padre William Lamarck, quer que o trabalho seja difundido e sejam criados vários núcleos na cidade e na zona rural. Todos esses grupos têm encontros de formação sobre direitos, deveres, imagem da mu-

lher, cuidado com os filhos, entre outros temas pertinentes às mulheres. Inclusive, neste mês, vai acontecer um seminário, que deve envolver cerca de 50 mulheres do município. Haverá também um seminário arquidiocesano voltado para as mulheres, que será coordenado pela Cáritas paroquial de João Câmara. “Nós queremos fazer um evento para representação de mulheres de todo o vicariato norte”, afirmou Kilza. A meta da Cáritas arquidiocesana, é ampliar o trabalho com o público feminino. Inclusive, o grupo de terapia quer expandir sua atuação para outros grupos. “A gente sabe que tem aumentado a violência contra as mulheres, mas em compensação elas têm se manifestado mais”, reforçou Kilza. “Ainda tem muita mulher calada, especialmente as mulheres casadas, mas o cenário está mudando”, complementou. cedida

Junto às mulheres, são desenvolvidas diversas atividades, entre elas, palestras educativas e trabalhos artesanais

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A ORDEM

ARTIGO

outro

Ouvir o

O

uvir o outro e estabelecer com ele um diálogo respeitoso e construtivo, gerador de fraternidade e da paz! Esse é um dos grandes desafios, se não for o maior, do tempo presente. Com a chegada e massificação do uso das redes sociais, a comunicação entre as pessoas tornou-se mais virtual e menos presencial, contribuindo, assim, para um maior isolamento das pessoas, tanto no ambiente do trabalho e do lazer, quanto no ambiente da família, com graves consequências para a vida em sociedade, que se deseja rica em humanidade e, por isto, afeita à prática da solidariedade e do respeito à dignidade humana. Pela palavra, o instrumento basilar de toda comunicação, seremos capazes de fomentar diálogos sadios, honestos, transparentes, plasmados na verdade e na liberdade, sem as quais todos nos tornamos escravos da mentira e serviçais da intolerância. O Papa Francisco, na mensagem para 53º Dia Mundial das Comunicações, pontifica: “É necessário reconhecer que as redes sociais, se por um lado servem para nos conectar mais, para nos fazer encontrar e ajudar uns aos outros, para o outro também se prestam a um uso manipulador de dados pessoais, visando obter vantagens política ou econômica, sem o devido respeito pela pessoa e seus direitos”. Respeitar a pessoa humana. É dever de todos. E mais ainda dos que professam a fé cristã. A comunicação pessoal e grupal de um cristão precisa estar toda embebecida na fonte da Revelação, a Palavra de Deus que se fez um de nós na pessoa de Jesus Cristo. Daí, irrompe a responsabilidade de todo cristão quanto ao uso dos

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meios de comunicação, quando se pretende construir redes, que deveria nos levar a interação com a comunidade da qual somos parte. Nunca esquecer de que “uma comunidade é mais forte quanto mais coesa e solidária, animada por sentimentos de confiança e perseguindo objetivos compartilhados. A comunidade como rede solidária requer escuta e diálogo mútuos, baseados no uso responsável da linguagem”, nos recorda o grande Papa Francisco. Ouvir o outro, o próximo, que está bem próximo do nosso conviver, que poderá estar até mesmo dentro de sua própria casa; o seu parente, o seu vizinho; o colega de trabalho ou de lazer. Ouvir. Essa é uma linguagem que se transfigura num grande gesto e atitude de amor, sem dúvida. Gestos e atitudes que se impõem, nesse tempo de tanta indiferença para com as diversas necessidades do próximo, de tanta intolerância em relação aos que têm uma opinião ou fazem escolhas diferentes das nossas. Concluímos com a advertência do Santo Padre, Francisco, na mensagem para o 50º Dia Mundial das Comunicações: “Ouvir nunca é fácil. Às vezes é mais confortável fingir ser surdo. Ouvir significa prestar atenção, ter o desejo de entender, valorizar, respeitar, manter as palavras dos outros. Escutar é um tipo de martírio, de auto-sacrificar-se, onde se renova o gesto sagrado feito por Moisés diante da sarça ardente: tirar as sandálias na “terra santa” do encontro com o outro que fala comigo (cf. Ex 3,5). Saber ouvir é uma graça imensa, é um presente que deve ser invocado para depois praticá-lo. É contribuir para a proximidade boa, livre e solidária entre os filhos de Deus e os irmãos na humanidade”.

Diác. Francisco Teixeira Assessor jurídico da Arquidiocese de Natal

Pela palavra, o instrumento basilar de toda comunicação, seremos capazes de fomentar diálogos sadios, honestos, transparentes, plasmados na verdade e na liberdade, sem as quais todos nos tornamos escravos da mentira e serviçais da intolerância.”


GERAL A ORDEM

AGOSTO NOS CHAMA À CONSCIENTIZAÇÃO

Especialistas de diversas áreas explicam como reconhecer casos de violência contra a mulher e como agir diante desses casos.

Um manifesto musical em defesa da mulher Ouça nas plataformas digitais

Agosto Dourado Mês dedicado à intensificação das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

É mamífero que fala, né? A importância da amamentação em uma história ilustrada e divertida.

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RUA ELIANE BARROS, 456 - NOVO AMARANTE (84) 99624-1701 (84) 98708-3345


A ORDEM PARÓQUIAS

Paróquia de São João Batista

completa cinco anos de criação Robernaldo Barbosa

Igreja matriz

Comunidade paroquial está situada no município de Montanhas, no interior do estado POR LUIZA GUALBERTO

22 AGOSTO DE 2019


PARÓQUIAS A ORDEM

N

este mês de agosto, a Paróquia de São João Batista, em Montanhas, distante 77 km de Natal, comemora cinco anos de criação. A Paróquia foi criada no dia 29 de agosto de 2014, em celebração presidida pelo Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. A comunidade foi desmembrada da Paróquia de São Francisco de Assis, em Pedro Velho. Atualmente, a Paróquia tem como administrador paroquial, o padre Ailson Bezerra. Diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços integram a vida pastoral da Paróquia da Paróquia de São João Batista. São eles: Pastoral do Dízimo, Pastoral da Comunicação, Encontro de Casais com Cristo (ECC), grupo de casais Vida Nova, grupo da Mãe Rainha, Terço dos homens, grupo das Mãos ensanguentadas de Jesus, Pastoral da Catequese (Batismo, Eucaristia e Crisma), Apostolado da Oração, equipe litúrgica, Ministros da Eucaristia, grupo de canto Sol da Manhã, além da Renovação Carismática Católica (RCC). Comemoração Para a comemoração dos cinco anos de criação da Paróquia de São João Batista, em Montanhas, foi pensada uma programação especial. As atividades vão acontecer de 24 a 29 deste mês, com as seguintes atividades: 24/08 – Missa votiva, às 12h; 25/08 – Missas tradicionais da comunidade, às 08h e às 19h; no dia 26 de agosto, vai acontecer uma celebração eucarística em ação de graças no setor Portal da Cidade, às 19h; 27/08 – Celebração eucarística no setor Cidade Nova, às 19h; 28/08 – Celebração

Cedida

Pe. Ailson Bezerra, administrador paroquial

eucarística, às 19h, no setor Boa Esperança. No dia 29 de agosto, encerrando a programação festiva, haverá missa solene, na matriz, às 19h e, após, distribuição de sopa e bolo de aniversário. No próximo mês, a Paróquia vai receber a cantora católica Adriana Arydes, para um show na

comunidade. O evento vai acontecer no dia 15 de setembro, a partir das 20h, no Legend’s Club. As senhas estão sendo vendidas ao preço de R$ 20 reais na secretaria paroquial, além de pontos de venda nas cidades de Canguaretama e Pedro Velho.

SERVIÇO Endereço: Rua Esportista, 16 – Centro – Montanhas (RN) Facebook: @pascomprecursor Horários de missa (matriz): Quartas e quintas: 19h Domingos: 08h e 19h

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A ORDEM PARÓQUIAS

Uma jovem paróquia na

região do Potengi WERIC FREITAS

Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo

Tradicionalmente, a comunidade festeja o padroeiro, São Pedro, no período de 20 a 29 de junho

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PARÓQUIAS A ORDEM

A

Paróquia de São Pedro Apóstolo, no município de São Pedro, na região do Potengi, foi criada em 20 de junho de 2014, sendo desmembrada da Paróquia de São Paulo Apóstolo, em São Paulo do Potengi. No ato da instalação da paróquia, o arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, nomeou o primeiro pároco, Padre José Manoel da Silva, que permaneceu na função até o início de 2017, quando foi nomeado o Padre Idalmo César Barbosa. O território da Paróquia de São Pedro compreende 21 comunidades. Além da Igreja Matriz, há oito capelas e uma em construção. Ação pastoral De acordo com o pároco, Padre Idalmo César, 14 grupos atuam na ação pastoral. “Cada pastoral, movimento e serviço realiza suas atividades missionárias e evangelizadoras, de acordo com a nossa orientação”, comenta o pároco. Segundo ele, a maior parte dos grupos se concentra na sede da paróquia. Padroeiro Tradicionalmente, a comunidade festeja o padroeiro, São Pedro, no período de 20 a 29 de junho. “Em nossa paróquia, também festejamos a có-padroeira, Santa Luzia, de 3 a 13 de dezembro. Essa festa começou a ser celebrada em 1997,

WERIC FREITAS

Padre Idalmo César, pároco

pelo Padre Ramos, quando a comunidade ainda era ligada à Paróquia de São Paulo do Potengi. Há uma forte devoção dos fiéis a Santa Luzia”, explica Padre Idalmo. Ele destaca, ainda, a peregrinação dos fiéis ao Monte de Santana, no Povoado Pedra Branca, local, onde, em 1958, foi celebrada a primeira missa. Desde então, as romarias se tornaram uma tradição, todo dia primeiro de janeiro e toda primeira segunda-feira do mês de agosto. A peregrinação atrai não somente pessoas do município de São Pedro, como também de municípios vizinhos.

SERVIÇO Endereço: Av. Francisco Cabral, 163 59480-000 – São Pedro (RN) E-mail: paroquiasaopedroapostolorn@yahoo.com.br Horários de missas (Igreja Matriz): Domingo – 07h30 e 19h Quinta-feira – 19h 1ª sexta-feira – 19h Saiba mais: Instragran: @paroquiasaopedrosprn facebook.com/ paroquiasaopedroapostolosprn

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A ORDEM REPORTAGEM BRUNO ANTUNES

Uma caminhada que leva à

solidariedade

A atividade acontecerá dia primeiro de setembro, iniciando no Santuário dos Mártires, no bairro Nazaré, encerrando na Igreja de São João Batista, em Lagoa Seca, Natal POR: CACILDA MEDEIROS

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REPORTAGEM A ORDEM

goa Seca. Para colaborar com a caminhada, as pessoas podem adquirir a camiseta, no valor de 20 reais. “Ao adquirir a camiseta, a pessoa concorre ao sorteio de um carro Gol 0Km 2019/2020. Mas também pode adquirir o bilhete do sorteio, separadamente, no valor de dois reais”, explica o Diácono Márcio Andrade, da equipe organizadora do evento. A renda será destinada ao Hospital Maternidade Belarmina Monte, em São Gonçalo do Amarante, que é mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e administrado pela Congregação dos Irmãos Camilianos.

A

Arquidiocese de Natal organiza a quinta edição da Caminhada da Solidariedade. Neste ano, a atividade vai acontecer dia primeiro de setembro, com concentração marcada para as 13 horas, no Santuário dos Mártires, localizado na Av. Miguel Castro, no bairro Nazaré. Lá, às 14 horas, será celebrada missa, presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, e, em seguida, as pessoas sairão em caminhada com destino à Igreja Matriz de São João Batista, no bairro de La-

Retrospectiva No ano de 2014, a equipe do Vicariato Social da Arquidiocese de Natal foi a Teresina (PI), para conhecer a experiência da Caminhada da Fraternidade. É uma atividade promovida há mais de 20 anos por aquela arquidiocese piauiense, que reúne, anualmente, milhares de fiéis e tem o objetivo de conseguir recursos para beneficiar ações sociais destinadas a pessoas carentes.

A primeira edição da Caminhada da Solidariedade, em Natal, aconteceu no ano de 2015 e a renda líquida (cerca de cem mil reais) foi destinada a sete abrigos de idosos, sendo cinco ligados à Igreja Católica, um evangélico, um espírita e a um que é dirigido por uma pessoa particular, situado na zona norte de Natal. Em 2016, aconteceu a segunda edição, desta vez beneficiando pastorais sociais da Arquidiocese de Natal, especialmente que atuam junto a crianças e à juventude. A terceira Caminhada da Solidariedade ocorreu em 2017 e os beneficiados foram a Casa do Menor Trabalhador e a Comunidade Boa Nova, no município de São José de Mipibu, que acolhe dependentes químicos. No ano passado, a quarta edição teve um saldo líquido de 89 mil reais, que foram destinados à Liga norteriograndense contra o câncer e ao Hospital Maternidade Belarmina Monte. As duas instituições destinaram os recursos para a compra de medicamentos.

SERVIÇO 5ª Caminhada da Solidariedade Data: dia primeiro de setembro, com concentração às 13 horas Local: Santuário dos Mártires, Av. Miguel Castro, bairro Nazaré, Natal Venda de camisetas: sala da coordenação de pastoral, no Centro Pastoral Pio X (subsolo da Catedral). Mais informações: @caminhadadasolidariedade (Facebook e Instagran) (84) 3615-2800

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A ORDEM EM AÇÃO

Modelo APAC

humaniza sistema prisional Em todo o estado, experiência foi acolhida apenas pelo município de Macau, na região salineira do Rio Grande do Norte POR LUIZA GUALBERTO FOTOS: RIVALDO JÚNIOR

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É

do senso comum o conhecimento que o sistema prisional apresenta diversos desafios que não contribuem para a correção do apenado, que já os presos enfrentam situações adversas nas unidades prisionais. São celas super lotadas, má alimentação, situações de violência, maus tratos, entre outros. Remando contra a maré do sistema comum, estão as unidades APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Conenados), uma entidade sem fins lucrativos, que se dedica à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. Essa experiência surgiu no estado de Minas Gerais, há mais de 50 anos, gerando frutos exitosos. No Rio Grande do Norte, apenas o município de Macau, na região salineira do estado, acolheu a proposta. A filosofia da APAC é “Matar o criminoso e salvar o homem”. Em uma visita à APAC, em Macau, a reportagem da revista A Ordem, acompanhada do pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Macau, Pe. João Batista, puderam comprovar, in loco, a diferença do sistema penal tradicional. Segundo Clara Costa, mineira e presidente da unidade, que atua há mais de 20 anos no sistema prisional, quem vai para a APAC, vai com o desejo de mudar de vida. “Aqui, nós trabalhos com a recuperação do homem, que teve sua dignidade roubada. Sabemos que cada apenado teve os

Além do regime fechado, APAC conta com semiaberto, com oito recuperandos, que pernoitam no espaço” seus erros e delitos, mas, quando chegam aqui, eles encontram uma disciplina rígida, mas que recupera e restaura a sua dignidade, perdida com o sistema comum, que não recupera o ser humano”, frisa. Na APAC, a partir de uma disciplina rígida, caracterizada por respeito, são trabalhadas a ordem, o trabalho e o envolvimento da família com o sentenciado. Rotina Ao entrar na ala onde estão os recuperandos, os visitantes são recepcionados calorosamente pelos internos do sistema fechado. Das 20 vagas disponíveis, 15 estão sendo ocupadas no momento e as outras estão para ser preenchidas a partir de uma lista de espera. Quem recepciona os visitantes são os membros do Conselho de Responsabilidade e Sinceridade, formado por quatro internos, que apresen-

EM AÇÃO A ORDEM

tam a dinâmica do espaço. Para quem chega, um impacto! Mas, positivo! Não se veem presos algemados, muros altos, com cercas, muito menos policiais armados. Na APAC, os muros altos são substituídos por baixos e as celas superlotadas são substituídas por duas amplas, que contam com camas confortáveis, armários e banheiro. As celas são diariamente higienizadas e organizadas pelos próprios internos. Jefferson Marcelino, recuperando, que é vice-presidente do conselho, fala que a grande diferença do sistema comum é o amor e a igualdade entre todos. “Quando a gente chega aqui, antes de passar pelo portão de entrada, nossas algemas são tiradas, tanto é que uma das filosofias da APAC é, o delito ficar fora e só entrar o homem. Conosco, são trabalhadas diversas coisas, como o amor e a igualdade. Temos uma rotina a ser seguida e aqui somos tratados como seres humanos. Aquele que crê que a mudança pode acontecer na sua vida, vai acontecer e a APAC fornece essa chance única”, enfatiza. Diariamente, os recuperandos do sistema fechado seguem uma rotina: acordam, fazem uma oração, tomam café e depois seguem para a laborterapia, que nada mais é do que o desenvolvimento de atividades manuais. Lá, são produzidos nichos, peças diversas de artesanato, redes de pesca e também vassouras de garrafa pet. Eles param para um lanche e seguem no

Material que é produzido pelos recuperandos é vendido em feiras e eventos. Valor é revertido para famílias dos internos e também para compra de insumos para o desenvolvimento das atividades AGOSTO DE 2019

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A ORDEM

Atividades de lazer integram rotina dos recuperandos na APAC

trabalho até o horário do almoço. Após o almoço, tem o descanso e, na sequência, continuam a laborterapia até o final da tarde, quando param para um momento de lazer e jantar. Às 22h, os internos devem seguir para as celas e não pode mais haver comunicação entre eles. A disciplina é observada em tudo nesse modelo da APAC, justamente para trabalhar com o recuperando, valores perdidos em sua vida. Novos Rumos Segundo Guiomar Veras, coordenadora do Programa Novos Rumos, do Tribunal de Justiça do Estado, que toda semana visita os recuperandos, a vinda para a APAC é espontânea e também é preciso ser da região, justamente para fortalecer esse vínculo familiar. “Toda semana, os recuperandos têm a possibilidade de se comunicar com a família e, aos domingos, na parte da tarde, eles recebem todos os familiares de primeiro grau e é uma grande festa. Na APAC, o que se quer é oferecer ferramentas para que, ao sair de lá, os recuperandos possam ser reinseridos na sociedade, com a possibilidade de trabalhar e sustentar sua família, como um cidadão de bem”, comenta. Ainda de acordo com Guiomar, o programa oferece aos que estão em remição, o encaminhamento para o mercado de trabalho. 30 AGOSTO DE 2019

Trabalho voluntário A APAC conta com o trabalho de voluntários, que auxiliam nas demandas do espaço. Maria Silveira é a voluntária mais antiga da casa. Ela está na APAC desde sua fundação, há nove anos. Maria comenta alegre sobre a gratidão que tem ao desenvolver esse trabalho. “Eu faço esse trabalho com todo amor que tenho dentro de mim. Renuncio tudo para vir pra cá. É nítido o amor que eles dedicam à gente. Vejo como eles me tratam, bem como a família de cada um. Fico feliz em fazer esse trabalho, porque a

gente está salvando vidas. Procuro aconselhar e ajudar no que for possível. Aos que chegam aqui, eu sempre digo: o melhor lugar para vocês mudarem de vida é aqui, se quiserem; e estou aqui sempre para ajudar”, conta.

SERVIÇO Quem desejar, pode ajudar à APAC, por meio da doação de alimentos e também produtos de higiene pessoal. O espaço está situado na rua Coronel Francisco Queiroz, 130, no município de Macau. Outras informações ligue: (84) 99676-4909.

Pe. João Batista, pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Macau e a presidente da APAC, em Macau, Clara Costa


ARTIGO A ORDEM

70 anos do SAR: o que vivi e aprendi

Na comemoração dos 70 anos do SAR, com o distanciamento de cinco décadas que deixei sua presidência, que lições aprendi? Tantas. Todas revestidas de sentimentos muito gratificantes. É claro que a sociedade mudou. Mudou, sobretudo, a Igreja, impulsionada pela força do Concílio Vaticano II. Muitas das intuições, àquela época, vislumbradas como possibilidades, tornaram-se doutrina oficial, chanceladas pelos mais expressivos e solenes instrumentos de explicitação da doutrina cristã: Constituições, Declarações e Decretos. O aprendizado com a resiliência do homem do campo e a convivência com os companheiros do SAR me inspiraram pela existência afora. Destaco três lições: 1) A importância da equipe de vida e de trabalho. Confesso minha vocação para trabalhar em equipe e valorizar a contribuição de cada um dos seus integrantes, tornando-os mais amigos que colaboradores. 2) O poder transformador do conceito de Igreja Povo de Deus. Pela fé e o batismo, incorporados a Cristo, adquirimos esse título de cidadania e passamos a integrar a “assembleia de Deus”, “a raça escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo consagrado por Deus” (1Pd 2, 1-10), com as prerrogativas de ser, a seu modo, sacerdote, profeta e servidor. 3) O grupo e a comunidade com instâncias estratégicas das transformações sociais. A conscientização se processa no íntimo de cada pessoa. O SAR sempre se caracterizou como um serviço de leigos e de técnicos, integrado à ação da Arquidiocese. Sua postura por oferecer serviços da melhor qualidade o fez flexibilizar seus regulamentos e incorporar os competentes ao seu quadro funcional, independente de sua prática religiosa ou de outros condicionantes. Confesso que me encantei com a Igreja Povo de Deus. Sinal de salvação e misericórdia. Força transformadora de pessoas e culturas. Sempre mais livre do ”clericalismo”, no dizer do Papa Francisco, uma das chagas mais terríveis da Igreja. A partir da observação, do estudo e da reflexão torna-se possível assumir posicionamentos com plena percepção de sua importância e de suas consequências. Atitudes conscientes tendem a ser maduras, consistentes e duradouras. Embora individual, a conscientização se processa com mais solidez quando gestada no seio de uma atividade grupal, coletiva. O grupo fortalece os valores, purifica as visões, pelo confronto com outras abordagens, e inspira as transformações estruturais indispensáveis. No entanto, para alcançar a mudança de mentalidade e de comportamento da sociedade faz-se necessário o envolvimento das comunidades. Em ação orquestrada, liberta das garras dos poderosos e dos governos, torna-se possível vislumbrar políticas públicas a serviço de uma ordem social justa. Confesso que aprendi a valorizar a conscientização, a organização dos grupos e o fortalecimento das comunidades como caminhos para a construção de uma sociedade a serviço de todos, especialmente os mais necessitado

Otto Euphrásio de Santana Professor e Ex-presidente do SAR

Para alcançar a mudança de mentalidade e de comportamento da sociedade, fazse necessário o envolvimento das comunidades

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A ORDEM PERSONALIDADE

JECYLLENA SOUSA

Vida dedicada

à Igreja e à educação Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

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L

uiza Braz da Silva nasceu no município de Lajes (RN), em 1948. Dois anos depois, a família se mudou para a comunidade de Barreiros, em São Gonçalo do Amarante. Reside no bairro do Igapó, em Natal, desde 1954. Aos 20 anos de idade, iniciou seu trabalho junto à educação infantil. Dedicou-se à coordenação dos mais de 30 jardins de infância, criados pelo Padre Tiago Theisen, na zona norte de Natal. E os jardins de infância estavam, normalmente, relacionados a uma capela. Somente aos 50 anos de idade, Luiza deu início a um curso superior: Educação Artística, concluindo-o em 2002. Além disso, também participou de várias pastorais e grupos, na Paróquia de Santa Maria Mãe, no Conjunto Santa Catarina. Quando visitava os familiares, no interior do Estado, sentia a necessidade de colaborar com a evangelização naquelas comunidades, tanto que ajudou a construir sete capelas, em sua terra natal. Foi (e ainda é) uma grande colaboradora do Padre Thiago, nas ações sociais, pastorais e litúrgicas. Um trabalho de coordenação impressionante, garantindo a grandeza da ação pastoral, catequética e educadora do Padre Thiago, em vista da formação do Povo de Deus. Hoje, aposentada, aos 71 anos de idade, Luiza Braz continua sua missão de leiga engajada e consciente do seu papel na Igreja. O nosso reconhecimento e gratidão a Luiza por sua presença junto ao Padre Thiago, no serviço de evangelização, principalmente na zona norte de Natal. Por tudo isso, Deus seja louvado!


MISSÃO

Diác. Haroldo Lima Coord. da Comissão Missionária Arquidiocesana

Missão é ponte que liga ao céu Dentro da perspectiva que a missão é ponte que liga ao céu, recordamos nos evangelhos, por exemplo, em João 17: 14. Não esqueçamos, diz Jesus Cristo: “Estou no mundo, mas não sou do mundo”. Nos textos bíblicos, encontramos Jesus Cristo identificado como o missionário do Pai, ou seja, ele é a ponte que liga ao Pai, e, sendo assim, Deus é Missionário. Deus é a fonte da missão. Jesus Cristo, na condição de missionário do Pai, se torna, para cada um de nós batizados, a ponte a ser. Partindo dessa compreensão, o Mês Missionário Extraordinário, que trás o tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”, quer ser para nós uma grandiosa possibilidade de reavivar a nossa consciência batismal como povo de Deus, assumindo em definitivo a missão da Igreja. Lembramos que, dentro de nossas estruturas pastorais, de tamanha importância para a nossa evangelização na Igreja, essa celebração quer dar um novo impulso à transformação missionária da vida e da pastoral. O Papa Francisco, na exortação apostólica Evangelii gaudium nos confirma: “A ação missionária é paradigma de toda a obra da Igreja, e ainda, trata-se de pôr a missão de Jesus Cristo, no coração da Igreja no seu dia a dia, transformando-a em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de seu trabalho, a fecundidade de seus missionários e a alegria de que são capazes de suscitar, porque sem alegria não se atrai ninguém”.

GERAL A ORDEM

Por Dr. César Carvalho Cardiologista - CRM 2871

Prevenção ao infarto agudo do miocárdio Como prevenir um infarto, segundo as diretrizes das Sociedades de Cardiologia? Existem condições modificáveis: parar de fumar, controlar a pressão arterial, controlar o colesterol , seguir uma dieta pobre em gorduras saturadas/gordura trans e rica em fibras, vegetais e frutas, atividade física regular, controle do diabetes, combater a obesidade. Pessoas obesas têm duas vezes mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares do que a população sem excesso de peso. De acordo com as novas orientações, a espiritualidade também pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Inúmeras pesquisas descrevem que a fé e a espiritualidade podem ajudar a reduzir sintomas como ansiedade, depressão e estresse. Em consequência, podem diminuir o risco de infarto do miocárdio. A espiritualidade não está necessariamente ligada a uma religião. É o conjunto de atitudes que as pessoas adotam na sua prática de vida e a maneira como se relacionam. A capacidade de perdoar, que elimina mágoas e é um conceito ligado à espiritualidade, é um exemplo disso. Tudo pode interferir no estado emocional, que influencia a saúde e o tratamento de doenças, especialmente nas cardiovasculares. Crescentes estudos vêm demonstrando que indivíduos com maior religiosidade ou espiritualidade apresentam menor incidência de muitas doenças. Além disso, esse grupo consome menos álcool e tabaco, e tem menos sintomas depressivos.

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A ORDEM GALERIA

ELKER WANDERLEY

Grupo receberá Ordem do Diaconato, dia 10 de agosto

Arquidiocese ganha dez novos diáconos permanentes O arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, ordenará dez diáconos permanentes, dia 10 de agosto, às 17 horas, na Catedral Metropolitana de Natal. Na ocasião, serão ordenados Alexandre Silva de Araújo, Antônio Marcos Guilherme do Nascimento, Eduardo Bráulio Wanderley Netto, José Carlos Dias, José de Arimatéia Ferreira Barbosa, José Élmano Barreto Leite, Josélio Lopes de Oliveira, Luís Carlos do Nascimento Silva, Márcio Ribeiro da Silva, Márcio Adriano de Azevedo, Ricardo Augusto de Carvalho Jansen Ferreira e Wellington David de Oliveira Lima. Todos fizeram a preparação para receber o Sacramento, na Escola Diaconal Santo Estevam, que completará 25 anos de criação, em 2020. Os novos diáconos atuarão nas seguintes paróquias: Alexandre, Nossa Senhora Auxiliadora, Felipe Camarão; Antônio Marcos, Nossa Senhora da Conceição, Santa Maria; Eduardo, São Camilo de Léllis, Lagoa Nova; José Carlos, Santo André de Soveral, Jardim Aeroporto; José Élmano, Nossa Senhora da Conceição, Ceará-Mirim; Josélio, Santo André de Soveral, Jardim Aeroporto; Luís Carlos, Santo Antônio de Pádua, Parque dos Coqueiros; Márcio Ribeiro, Nossa Senhora de Fátima, Parnamirim; Márcio Azevedo, Bom Jesus das Dores, Ribeira; Ricardo, São João Batista Batista, Lagoa Seca; e Wellington, Santa Rita de Cássia dos Impossíveis, Ponta Negra. A partir de 10 de agosto, a Arquidiocese de Natal contará com 99 diáconos permanentes.

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GALERIA A ORDEM

Tribunal na internet O Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Natal conta, a partir de agora, com uma página, na internet, no endereço tribunaleclesiasticonatal.org. Neste endereço, as pessoas encontram informações sobre o funcionamento do Tribunal, como dar entrada em um pedido de declaração de nulidade matrimonial, além de poder consultar os processos em trâmite. O órgão atende à Arquidiocese de Natal e às Dioceses de Caicó e de Mossoró.

Dia do Catequista

A Arquidiocese de Natal vai comemorar o Dia do Catequista, em 25 de agosto, das 9h às 11h30, no Santuário dos Mártires, no bairro Nazaré, Natal. A atividade iniciará com a celebração eucarística, presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha. A comissão arquidiocesana espera a participação de cerca de mil catequistas, na celebração.

Festa de Santa Clara

No período de primeiro a 11 de agosto, a comunidade do Pitimbu, na zona sul de Natal, festeja a padroeira, Santa Clara. Nesses dias, diariamente, às 19 horas, haverá celebração de missa e novena, na Igreja Matriz. O encerramento dos festejos acontecerá no dia 11, às 16 horas, com missa solene, presidida pelo vigário geral da Arquidiocese, Padre Paulo Henrique da Silva. Após a missa, acontecerá a procissão com a imagem da santa, pelas principais ruas do bairro.

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A ORDEM VIVER

Eremitério do Santo Lenho guarda acervo precioso ENOLEIDE FARIAS

ENOLEIDE FARIAS

Eremitério do Santo Lenho

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m Macaíba, a 14 quilômetros de Natal, o monsenhor José Mário de Medeiros, capelão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), criou e conserva, em um área de 7 hectares, o Eremitério do Santo Lenho, local onde costuma receber para retiro padres do estado, do Brasil e do exterior. Mas, além do Eremitério, “a granja”, como ele

VIVER A ORDEM

costuma chamar, guarda outras construções que inclui um museu, uma capela, refeitórios e área de laser. Quando adquiriu o terreno em 1986, o monsenhor José Mário não imaginava que em pouco mais de 30 anos o local abrigaria um dos maiores acervos históricos do estado, com peças ligadas principalmente à temática religiosa, como imagens sacras e objetos utilizados em celebrações religiosas, até partes de construções diversas, trazidas dos mais diferentes lugares que visitou ao longo da vida. Quem passa pelo local e mesmo quem o visita, não imagina que o Eremitério do Santo Lenho guarda em sua preciosa coleção, peças que datam de até 1.000 anos a.E.C. (antes da era Cristã). O acervo foi montado a partir de viagens do monsenhor pelo Brasil e pelo mundo. Só para Portugal viajou mais de 90 vezes, para Israel 40 vezes, e mais de 40 para a Itália, sem falar nos Estados Unidos, Turquia, França e outros países. Indo e vindo, ele ajuntou centenas de objetos, entre telas, peças de antiquários, réplicas de peças famosas, todas com relevância histórica. Fora aquelas nas quais ele bateu o olhar, se apaixonou e acabou trazendo para seu acervo particular. Circulei com o monsenhor José Mário pela área do Eremitério numa manhã ensolarada, ouvindo suas histórias e comentários sobre os mais variados assuntos. E claro, sobre a sua paixão pelo Eremitério do Santos Lenho. Em cada espaço ele se detinha para contar um pou-

co da história de como adquiriu este ou aquele objeto, o seu valor histórico, eclesial, e mesmo o valor sentimental que representa. Ou para contar, ainda, como construiu uma e outra edificação, como a planejou, o que ela guarda. A devoção a Santa Tereza Assim, quando ele abriu o Memorial de Santa Tereza de Lisieux, fiquei sabendo que a freira carmelita nascida na França, ingressou no convento aos 15 anos e morreu muito jovem ainda, aos 24 anos, vítima de tuberculose. Depois, atento à minha curiosidade, ele contou como fez para retratar a casa onde viveu a freira, numa tela de mais de 8m2. A pintura foi feita a partir de uma fotografia por um artista local, que levou um mês para concluir a obra. Na entrada do Memorial, é possível ver reproduções de roupas usadas pela freira como fardas colegiais, o vestido da primeira comunhão e, em destaque, a réplica da longa cabeleira de Santa Terezinha. Nesse caso, o detalhe especial é que a cabeleira foi confecionada com cabelos naturais, por uma cabeleireira que monsenhor José Mário levou à França, especialmente para que reproduzisse a peça existente na Basílica de Lisieux, que guarda as relíquias da santa. A cada primeiro domingo de cada mês, o monsenhor José Mário celebra missas na Igreja do Eremitério, outra construção erguida na área de 7 hectares. As missas acontecem à tarde, partir das 14 h.

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A ORDEM LITURGIA

Assunção de

Nossa Senhora

Ir. Sabrina Aleixo Instituto Irmãs da Purificação de Maria Santíssima

Ao falarmos de assunção estamos dizendo que Maria foi elevada aos céus, em corpo e alma, pelo poder e graça de Deus

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A celebração da solenidade de Nossa Senhora da Assunção não é considerada algo muito antigo, por mais que a assunção de Maria já tenha sido aceita pelos cristãos desde o tempo dos apóstolos, sendo que se celebrava esta solenidade como a “Dormição” de Maria, e isto tanto na Igreja do Oriente como na do Ocidente. Somente em 1950, o Papa Pio XII proclamou como um dogma de fé este fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, pois tem ligação intrínseca ao mistério da salvação: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Munificentissimus Deus, 44). Ao falarmos de assunção estamos dizendo que Maria foi elevada aos céus, em corpo e alma, pelo poder e graça de Deus, que é diferente da ascenção, pois o único a ascender aos céus foi Cristo, ou seja, por seu próprio poder subiu aos céus. O fato de ser elevada em corpo e alma já antecipa e nos dá a certeza do mistério escatológico em que, no fim dos tempos, os eleitos também terão seus corpos ressuscitados, gozando assim da plenitude da felicidade eterna da redenção. Desta forma, a assunção de Maria aos céus vem nos revelar a sua particular participação na Ressurreição de seu Filho Jesus na medida em que também antecipa a nossa pró-

pria Ressurreição. A vida de Maria, vivida na doação de si – “partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia” (Lc 1,39) – e, em profunda comunhão com os mistérios da vida de seu Filho alcança a sua plenitude na vida eterna, quando partilha da glória de Cristo. Como falava São João Paulo II, em uma de suas catequeses sobre a Assunção, quando contemplamos esse mistério da vida da Virgem Mãe de Deus aprendemos dela qual o destino final daqueles que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática, além de nos estimular a manter o olhar fixo em Cristo e buscar sempre as coisas do alto (Cl 3,1). Sendo assim, ao celebrarmos esta solenidade, somos convidados a refletir qual o fim último de nossas vidas e qual sentido estamos dando a ela a partir do nosso hoje. É um convite a entramos na dinâmica da doação de nós mesmos na escuta e no cumprimento da Palavra de Deus na certeza de que Ele já faz grandes coisas em nossas vidas e nisto nos chama a viver em plenitude. O que nos resta, então, é nos questionarmos: “para quem eu sou?” e “para quem eu dedico a minha vida?”; no desejo de darmos uma resposta concreta como fez a Santa Mãe de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).


A ORDEM

A Parada 91, ação promocional da rádio 91 FM, é realizada através de uma estrutura de blitz, em estabelecimentos comerciais parceiros da rádio.

A Parada 91 Locutor da 91 FM Promotoras para distribuição de brindes Fotógrafo/Social Media Equipe de Produção da 91 FM

Ações desenvolvidas Flashes ao vivo, na programação da 91 FM Distruibuição de produtos de empresas parceiras Divulgação nas redes sociais da rádio

Entre em contato com o nosso Departamento Comercial e saiba como promover a ação promocional na sua empresa ou evento!

Rua Açu, 335, Tirol, Natal/RN, 59020-110 (84) 3201-1690 • comercial@radio91.fm.br AGOSTO DE 2019

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você! Nota Potiguar,

SEAPAC e

O SEAPAC já está dentre as instituições cadastradas no programa Nota Potiguar, participe você também! Saiba como: Passo 1: Conheça o aplicativo do programa Nota Potiguar. O aplicativo é uma ferramenta que permite que você consulte todas as notas fiscais onde inseriu seu CPF, além de contar pontos que podem ser convertidos em prêmios e ajudar uma instituição

Passo 2: Agora que você já conhece o app “Nota Potiguar”, procure-o na Play Store ou na Apple Store e instale-o gratuitamente em seu celular.

Passo 3: Após a instalação, acesse o aplicativo e cadastre-se. Informe corretamente seu CPF, nome completo, nome da mãe, data de nascimento e clique em “Prosseguir”.

Passo 4: IInforme todos os dados solicitados e escolha o “Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários – SEAPAC” como instituição que deseja beneficiar, clique em “Cadastrar” e finalize o seu cadastro.

Passo 5: É necessário confirmar o cadastro no Nota Potiguar em seu e-mail, clicando no link recebido, e através do código recebido por SMS, caso ele não seja validado automaticamente, digite-o manualmente.

Pronto! Agora com acesso garantido ao aplicativo é só pedir sempre o seu CPF na nota fiscal e juntar pontos para concorrer a prêmios mensais, inclusive em dinheiro no valor de até 50 mil reais. O SEAPAC também ganha e fortalece as atividades que realiza junto às famílias agricultoras!

SOBRE NÓS: O SEAPAC é parte do serviço à Caridade da Igreja Católica no RN, atuante na Arquidiocese de Natal e Dioceses de Mossoró e Caicó. Somos uma associação sem fins lucrativos que tem como finalidade promover a defesa e a garantia de direitos sociais, individuais e coletivos, de populações socialmente vulneráveis do campo e da cidade, sendo referência nas lutas em favor dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Realizamos atividades e projetos que se inserem em três linhas de ação: Mudanças Climáticas e Agroecologia, Cidadania e Defesa de Direitos, Intervenção Direta em Políticas Públicas. Saiba mais em: www.seapac.org.br Telefone: (84) 3211-4491


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