Revista A Ordem - Julho/2019

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Fundação Paz na Terra ano LXVII - Nº 39 Natal/RN | R$ 7,00 Julho de 2019


A ORDEM

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A ORDEM

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A ORDEM

SUMÁRIO

EDITORIAL OS DESAFIOS DA VIDA

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CAPA

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ENTREVISTA - Pe. Eliomar Ribeiro, diretor nacional do apostolado e do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ)

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ARTIGO: Políticas Públicas para a juventude

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PARÓQUIAS: Nesta edição, você vai conhecer as comunidades paroquiais de Nossa Senhora do Carmo, no Parque das Nações e Nossa Senhora da Conceição, em Santo Antônio

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A partir desta edição, uma nova coluna na Revista A Ordem, dedicada à Missão

EXPEDIENTE

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

4 JULHO DE 2019

CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr Vitória Élida

O que ou em que consiste a vida na face da terra? Certamente muitos há que se fizeram e ainda fazem tal pergunta. Certamente muitos há que ainda não encontraram respostas satisfatórias. Para muitos a vida consiste apenas em vencer, diariamente, os muitos e enormes desafios de criar condições para suprir as necessidades pessoais, profissionais e materiais. Para muitos, ajuntar bens é o essencial para uma boa vida na face terra. No entanto, há quem se locupletou de bens, mas não é feliz. É que o ser humano também tem necessidades espirituais que, nem sempre, são identificadas. E há quem as identificou de tal forma que abdicou de todos os bens materiais para poder se locupletar espiritualmente. Como fazer isso? Certamente poucas pessoas sabem. É provável que eremitas e monges e monjas – retirados ou enclausurados – encontraram para si estas respostas. Quais são? É possível que só eles e elas saibam. Percebe-se isso quando se conversa com uma dessas pessoas – monjas, monges, eremitas – principalmente os enclausurados. A felicidade irradiante e a paz que transmitem passam esta certeza. São pessoas que, com certeza, já encontraram Deus em suas vidas, ainda aqui, na face da terra!

EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: Rivaldo Jr. COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal

DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140

IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360

COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001

TIRAGEM: 1.000 exemplares

ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br


A ORDEM

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A ORDEM PALAVRA DA IGREJA

Amazônia

PEDE À IGREJA QUE SEJA SUA ALIADA”

A

Francisco Papa

“A vida na Amazônia está ameaçada pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares de sua população”

Santa Sé lançou, em junho passado, o Instrumentum Laboris, documento de trabalho que servirá como base para o Sínodo Pan-amazônico, convocado pelo Papa Francisco, e que acontecerá de 6 a 27 de outubro, no Vaticano. O Documento é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru), em janeiro de 2018, prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica, por todo o ano, e se concluiu com a segunda reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado. O território da Amazônia abrange uma parte do Brasil, da Bolívia, do Peru, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, da Guiana, do Suriname e da Guiana Francesa, em uma extensão de 7,8 milhões de quilômetros quadrados, no coração da América do Sul. Suas florestas cobrem aproximadamente 5,3 milhões de km2, o que representa 40% da área de florestas tropicais do globo. A primeira parte do Documento, “A voz da Amazônia”, apresenta a realidade do território e de seus povos. E começa pela vida e sua relação com a água e os grandes rios, que fluem como veias da flora e fauna do território, como manancial de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais, alimentando a natureza, a vida e as culturas das comunidades indígenas, camponesas, afrodescendentes, ribeirinhas e urbanas. A vida na Amazônia está ameaçada

“Nenhuma escola pode ensinar a verdade do amor, se a família não o fizer.”

144 páginas

(Papa Francisco, no livro A Família)

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No novo volume da coleção Catequeses do Papa Francisco, você encontrará respostas para os desafios mais urgentes que se impõem às famílias no mundo de hoje. Uma reflexão para redescobrir a verdade do amor que se revela nos laços familiares.

pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares de sua população. De modo especial a violação dos direitos dos povos originários, como o direito ao território, à autodeterminação, à demarcação dos territórios e à consulta e ao consentimento prévios. Na segunda parte, o Documento examina e oferece sugestões às questões relativas à ecologia integral. Hoje, a Amazônia constitui uma formosura ferida e deformada, um lugar de dor e violência, como o indicam de maneira eloquente os relatórios das Igrejas locais recebidos pela Secretaria Geral do Sínodo. Reinam a violência, o caos e a corrupção. O Documento de Trabalho analisa também a situação dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIAV). Segundo dados de instituições especializadas da Igreja (por ex., CIMI) e outras, no território da Amazônia existem de 110 a 130 diferentes “povos livres”, que vivem à margem da sociedade, ou em contato esporádico com ela. São vulneráveis perante as ameaças... do narcotráfico, de megaprojetos de infraestrutura, e de atividades ilegais vinculadas ao modelo de desenvolvimento extrativista. Enfim, a última parte do Documento de Trabalho chama os Padres Sinodais da Pan-amazônia a discutirem o segundo binário do tema proposto pelo Papa: os novos caminhos para a Igreja na região. Fonte: Portal Vatican News

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A VOZ DO PASTOR A ORDEM

“A senhora Sant’ana, como é invocada, especialmente na região do Seridó, nos lembra a beleza da mulher, sua força e seu encanto”

Devoção AOS AVÓS DE JESUS

Queridos irmãos e irmãs!

N

o mês de julho a Igreja celebra os pais da Virgem Maria, Sant’Ana e São Joaquim. Embora seus nomes não figurem nas Sagradas Escrituras, a tradição deixou para nós seus nomes e a relação deles com o obra da salvação operada por Jesus Cristo. Sant’Ana e São Joaquim pertencem ao grande grupo de testemunhos do Antigo Testamento, homens e mulheres que receberam o chamado de Deus para, não só serem destinatários dos favores divinos, mas também para assumirem uma missão na História da Salvação. De Sant’Ana podem ser aplicadas as palavras do livro dos Provérbios: “A mulher de valor, quem a encontrará? Ela é muito mais preciosa do que as joias. Seu marido confia nela plenamente e não precisa de outros recursos. Ela lhe proporciona sempre alegria, nunca desgosto, todos os dias de sua vida... Abre suas mãos ao necessitado e as estende para o pobre. Não se preocupa pela casa, por causa do frio da neve, pois todos os seus criados vestem roupas forradas. Para seu uso confeccionou cobertas, e suas vestes são de linho e púrpura. Seu marido é respeitado no tribunal, quando se assenta entre os anciãos do lugar” (Pr 31,10-12.20-23). Asim, a devoção a Sant’Ana nos proporciona, além do respeito à mulher, reconhecer que na obra de Deus, não só os homens, mas também as mulheres são destinatárias da graça da amizade e da comunhão com Ele, chamadas a refletir a luz

Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

da salvação e da glória de Deus. A senhora Sant’ana, como é invocada, especialmente na região do Seridó, nos lembra a beleza da mulher, sua força e seu encanto. Festejá-la, traz para a comunidade de fé, o testemunho de que Deus age na vida dos seres humanos, criados para fazer resplandecer a imagem do amor, da comunhão e da fraternidade. No livro do Eclesiástico, encontramos palavras que manifestam o valor da vida de Sant’Ana, mãe daquela que Deus escolheu para seu Filho: “Fundamentos eternos sobre rocha sólida, tais são os mandamentos de Deus no coração da mulher Santa” (Eclo 25,24). Por causa da memória de Sant’Ana, festejada no dia 26 de julho, nesse mesmo dia são lembrados os avós. Cheios de sabedoria, eles são a concreta vivência do carinho e da ternura. Papa Francisco, dirigindo-se aos avós, expressando alegria e gratidão, afirma: “As histórias dos idosos fazem muito bem às crianças e aos jovens, porque os ligam à histó- ria vivida, tanto pela família, como pela vizinhança e o país. Uma família que não respeita nem cuida dos seus avós, que são a sua memória viva, é uma família desintegrada; mas uma família que recorda é uma família com futuro. Por isso, «numa civilização em que não há espaço para os idosos, onde eles são descartados porque criam pro- blemas, tal sociedade traz em si o vírus da morte, porque se separa das próprias raízes» (FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-sinodal Amoris Laetitia, n. 193).

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A ORDEM ENTREVISTA RIVALDO JR

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ENTREVISTA A ORDEM

Apostolado da Oração:

175 ANOS ATUANDO NO MUNDO Pe. Eliomar Ribeiro, diretor nacional do apostolado e do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ), fala que o grupo é o único que tem um vínculo direto com o papa POR LUIZA GUALBERTO

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A ORDEM ENTREVISTA

A ORDEM: O movimento está muito atrelado à devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Como nasceu essa devoção? Pe. Eliomar: A devoção ao Sagrado Coração de Jesus não nasceu propriamente com o apostolado. Ela nasceu com santa Margarida Maria, da Congregação das Visitandinas. Após a fundação do apostolado, além de rezar pelas intenções de oração do papa, o movimento também passou a difundir a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, sobretudo no Brasil, onde está muito vinculado. A ORDEM: O que significa para o Apostolado da Oração estar em sintonia com o papa, por meio da oração por suas intenções? Pe. Eliomar: A intenção de oração nasceu como um vínculo do apostolado com o papa e vice-versa. É

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o único grupo da Igreja que tem um vínculo direto com o papa. Bento XVI e Francisco, sobretudo, têm dito a cada um de nós que o a oração é um desafio da humanidade. É uma preocupação da humanidade. Por isso, a cada mês, é marcada uma preocupação e rezamos por ela. A ORDEM: Que atividades são desenvolvidas pelos membros do apostolado? Pe. Eliomar: A primeira atividade é o oferecimento diário. A vida diária oferecida. Temos duas atividades mensais que marcam os grupos, sendo uma reunião mensal, para partilha e estudo, além do encontro na primeira sexta-feira de cada mês, em que os integrantes podem participar de adoração e bênção do Santíssimo Sacramento, além da celebração eucarística. Esses são os pilares fortes do Apostolado da Oração. A ORDEM: Uma das ramificações do Apostolado é o Movimento Eucarístico Jovem (MEJ). Como funciona esse trabalho? Pe. Eliomar: O MEJ é o braço jovem do apostolado. Tem vida própria. Quando a Cruzada Eucarística acabou, surgiu o MEJ. Os jovens, após a Primeira Eucaristia, até os 25 anos de idade, devem contribuir, primeiro, com uma formação entre eles, uma formação pessoal. Em segundo lugar, ajudar e dar testemunho da Igreja. O MEJ é embasado no seguinte tripé: Evangelho, Eucaristia e missão. No Brasil, o Movimento Eucarístico Jovem ainda é pequeno, como realidade. Contamos com a atuação de cerca de 10 mil jovens em 20 dioceses do país. O MEJ, na Igreja, é o segundo movimento que reúne mais adolescentes e jovens em todo o mundo.

Bento XVI e Francisco, sobretudo, têm dito a cada um de nós que a oração é um desafio da humanidade

A ORDEM: Como surgiu o movimento? Pe. Eliomar: O Apostolado surgiu do impulso de alguns jovens jesuítas que estavam no seminário, em uma cidadezinha no interior da França. Em 1844, receberam a visita de missionários, que contaram a esses jovens das dificuldades da missão. A partir daí, já manifestou nos jovens o desejo de ir para a missão. O padre que os acompanhava disse que eles não poderiam se ausentar, porque tinham que continuar a formação no seminário. Apesar disso, o padre disse a eles que poderiam ajudar a missão, por meio de uma prática diária, oferecendo o trabalho e oração pela missão. Nasce aí, o que chamamos de “oferecimento diário”, que é uma oração singela, em que cada membro do apostolado se oferece em prol da missão na Igreja.

PE. ELIOMAR RIBEIRO


A ORDEM

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A ORDEM CAPA

Monjas Carmelitas: Vida de oração e de silêncio

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CAPA A ORDEM

Neste mês, o Carmelo de Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha celebra dez anos de presença na Arquidiocese de Natal POR CACILDA MEDEIROS FOTOS: RIVALDO JR.

U

m ambiente onde reinam a paz e o silêncio e se sente a presença de Deus. Assim é o Carmelo de Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha, da Congregação das Irmãs Carmelitas Descalças, localizado no bairro de Emaús, em Parnamirim. Para quem visita a casa pela primeira vez, talvez até se sinta impactado, ao ver aquelas mulheres, vestidas com um hábito marrom e com a cabeça coberta por um véu,

e que vivem trancadas, por trás de paredes altas e de grades de ferro. Mas isso não as impede de receber as pessoas, mesmo por trás das grades, sempre com um sorriso no rosto. Sim! Elas fazem jus ao nome da instituição: “Nossa Senhora do Sorriso”. As monjas só podem sair do Carmelo para consultas médicas e em dia de eleição. Visitar a família só em ocasiões especiais ou extremas, como doença grave dos pais, por exemplo.

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A ORDEM CAPA

Irmã Maria de Jesus, superiora

“Fui seguindo as etapas de formação e é o próprio Deus quem vai dando a perseverança. Hoje, vejo muitos frutos dessa decisão na minha família. Sou muito feliz” IR. MARIA DA EUCARISTIA

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Presença na Arquidiocese de Natal A fundação do Carmelo, na Arquidiocese de Natal, aconteceu em 16 de julho de 2009, dia de Nossa Senhora do Carmo. Inicialmente, as monjas ficaram instaladas em uma casa na granja do clero, em Emaús, enquanto a sede definitiva seria construída. A inauguração do prédio, onde o mosteiro está instalado, também no bairro de Emaús, aconteceu há seis anos. O arcebispo emérito de Natal, Dom Heitor de Araújo Sales, foi o idealizador da instalação da Congregação das Carmelitas Descalças na Arquidiocese e se encarregou de prover a maior parte dos recursos financeiros para a construção do mosteiro. Atualmente, residem no Carmelo, dez religiosas, contando as que já fizeram os votos perpétuos e as que estão vivendo as etapas da formação. Neste mês de julho, além de celebrarem a padroeira da Congregação, Nossa Senhora do Carmo, as monjas celebram os dez anos de presença, na Arquidiocese de Natal. “Celebrar estes dez anos é uma graça de Deus. Através do Carmelo, muita gente já se aproximou daqui. Na missa do domingo, a capela fica lotada de fiéis”, comenta a superiora, Irmã Maria de Jesus, que tem 40 anos de vida contemplativa. E acrescenta: “A intenção de Dom Heitor ao trazer o mosteiro pra cá, era ajudar as pessoas a terem um espírito de oração”. Oração, silêncio e trabalho O dia dentro do Carmelo começa bem cedo. As monjas despertam às 4h40 e cada uma faz sua ora-


CAPA A ORDEM

Monjas atendem aos visitantes através das grades

ção pessoal, durante uma hora. Em seguida, rezam, juntas, a primeira parte (laudes) da Liturgia das Horas e participam da missa. A manhã segue com um momento de leitura espiritual individual nas ‘celas’ (quartos) e com os afazeres da casa. “Cada uma vai fazer os afazeres domésticos ou trabalhos manuais que ajudam na manutenção do Mosteiro. Fazemos paramentos, bordados e velas”, explica a Irmã Ana de Jesus. Antes do almoço, as irmãs rezam mais uma parte da Liturgia das Horas, chamada de hora média. Após o almoço, assim como após o jantar, elas têm uma hora de recreio, que é o momento do dia em que

podem conversar entre si. Às 14 horas, rezam, juntas, mais uma parte da Liturgia das Horas, e, depois, têm um momento de oração pessoal, em seus respectivos quartos. “À tarde, também temos um tempo de instrução pessoal ou em comunidade. As noviças participam da formação no noviciado e as que já têm profissão solene ficam nas celas”, informa a Irmã Ana de Jesus. Após a formação, as irmãs vão realizar algum trabalho; às 16h45, rezam as ‘vésperas’, em comunidade, têm mais uma hora de oração pessoal e, novamente juntas, o ofício das leituras. Ao jantar, segue o recreio e a última parte da Liturgia das Horas,

chamada de ‘completas’. O dia, no Carmelo, acaba por volta das 21h30, quando cada uma se recolhe em seu quarto. O Papa Francisco, na Constituição Apostólica sobre a vida contemplativa feminina, publicado em 29 de junho de 2016, recorda o Livro do Êxodo, que narra como Moisés, com a sua oração, decidiu a sorte do seu povo. “Hoje, como então, podemos pensar que as sortes da humanidade se decidem no coração orante e nos braços levantados das contemplativas”, escreveu o Santo Padre. “É uma responsabilidade muito grande para nós, monjas contemplativas”, destaca a Irmã Maria de Jesus.

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A ORDEM CAPA

Viviane Honorato faz experiência na clausura, desde janeiro deste ano

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A intenção de Dom Heitor ao trazer o mosteiro pra cá, era ajudar as pessoas a terem um espírito de oração

Vocação Cada religiosa tem uma história de vocação para contar. Elas deixaram profissão, emprego, família, amigos para se dedicar à vida contemplativa, a rezar pelas pessoas, pelo mundo. A pedagoga piauiense, Irmã Maria da Eucaristia, mora no Carmelo, em Emaús, há seis anos e está na última etapa de formação para chegar à profissão perpétua. A entrada dela no Mosteiro, porém, não foi uma decisão fácil. Inicialmente, Maísa (nome de batismo da Irmã Eucaristia) fez caminho vocacional para o mosteiro que fica em Teresina (PI). Em acordo com as Irmãs,

IRMÃ MARIA DE JESUS

ela decidiu a fazer uma experiência no Carmelo, em 2010, durante as férias, já que possuía dois vínculos empregatícios, na área da educação. “Minha família não aceitava a ideia de eu viver na clausura, mesmo eu argumentando que precisava viver essa experiência para poder discernir qual era a vontade de Deus para a minha vida”, comenta. A professora deveria ingressar no mosteiro, no domingo, onde passaria alguns dias, fazendo a experiência vocacional. Na madrugada do domingo, ela foi ‘sequestrada’ por seus familiares e levada para uma cidade do interior do Estado do Piauí, onde ficou 15 dias sem acesso a telefone e a internet, não tendo, portanto, como avisar às


“Hoje, como então, podemos pensar que as sortes da humanidade se decidem no coração orante e nos braços levantados das contemplativas”

monjas porque não teria ido fazer a experiência. Nesse período, toda a família se reuniu para fazê-la desistir da vida religiosa. Depois disso, a jovem continuou tendo um acompanhamento espiritual com um sacerdote, em Teresina. Nessa época, o padre contou que a Arquidiocese de Natal estava fundando um Carmelo. Ela logo entrou em contato com as monjas, em Emaús, e chegou a vir duas vezes visitá-las. A decisão final mesmo aconteceu quando da inauguração do Carmelo, em 2013. “Pedi demissão dos empregos e me afastei das atividades pastorais, na minha paróquia. Mas não contei nada para minha família. Eles sabiam que eu vinha apenas para a inauguração e retornaria para casa”, conta. Quatro dias depois de estar em Emaús, Maísa telefonou para casa e contou da decisão, o que não foi bem aceito pela mãe. Nesses seis anos, a religiosa foi a Teresina uma vez e foi acolhida com a família com alegria. “Fui seguindo as etapas de formação e é o próprio Deus quem vai dando a perseverança. Hoje, vejo muitos frutos dessa decisão na minha família. Sou muito feliz”, testemunha a Irmã Eucaristia. Atualmente, quatro jovens, todas do Rio Grande do Norte, estão no aspirantado, que é a fase em que a jovem faz uma experiência na clausura, num convívio com as irmãs. Depois dessa fase, é que iniciam mesmo as etapas de formação: postulantado, noviciado, profissão temporária até chegar à profissão solene (votos perpétuos). Viviane Honorato, 20 anos, da Paróquia de Santa Luzia, na comunidade Boa Esperança, zona norte de Natal, ingressou no mosteiro, em Emaús, em janeiro deste

(PAPA FRANCISCO)

ano, para viver a experiência do aspirantado. Ela conta porque decidiu seguir a vida contemplativa: “desde pequena, eu participava da Igreja. Fui coroinha e participei de várias pastorais. Porém, eu sentia que Deus queria mais de mim. Aos 15 anos, enquanto me preparava para a Crisma, li a história de Santa Teresinha, até porque meus amigos diziam que eu parecia com ela. Uma frase dela me tocou muito, em que ela dizia que gostaria de estar em um deserto sozinha com Deus e esse deserto seria o carmelo. E eu pensava: será que vou ter que entrar em um carmelo para viver esse deserto?”. A partir daí, Viviane fez caminho vocacional para uma comunidade de vida. Porém, sentia que queria ‘algo diferente’. Um certo dia, a jovem confidenciou à co-fundadora da comunidade que sentia vontade de conhecer um carmelo. Em um domingo, em 2017, a co-funda-

CAPA A ORDEM

dora levou Viviane para participar da missa, no Carmelo de Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha. Na semana seguinte, ela voltou ao mosteiro, para conversar com as irmãs e sentiu que ali estava, realmente, a sua vocação. Se ela está feliz, vivendo essa experiência na clausura? Ela responde: “felicíssima!”. Contato com a comunidade Os fiéis em geral podem participar da celebração de missa na capela do Carmelo, nos seguintes dias e horários: aos domingos, às 8 horas; às segundas, às 7h; e de terça a sábado, às 6h30. Um grupo de padres, da Arquidiocese de Natal, colabora com a assistência religiosa e preside as missas. Ao final das celebrações, é comum algumas pessoas procurarem as irmãs para conversar, através das grades. Outras pedem para ter momentos de aconselhamento espiritual com as monjas. Manutenção Como é manter uma casa, ondem residem dez pessoas, que não têm vínculos empregatícios, ou seja, não recebem um salário no final do mês? As carmelitas respondem: “vivemos da Providência”. A manutenção se dá com o que elas conseguem arrecadar com a venda dos trabalhos manuais e das doações dos fiéis. Quem desejar fazer doações, como alimentos ou dinheiro, pode entregar no próprio convento, que fica situado na Rua Santo Antônio, 800, no bairro de Emaús. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (84) 36432693 / 99865-5699 ou pelo e-mail carmelo.natalrn@hotmail.com.

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A ORDEM

ARTIGO

Políticas públicas para

Juventude Entender como se encontra a realidade da juventude e garantir seus direitos é uma das necessidades da atualidade da sociedade. Diante disso, encontram-se as Políticas Públicas, que são ações implementadas pelos gestores para o enfrentamento de problemas que acometem a sociedade, promovendo assim o bem comum. As discussões sobre a necessidade de construção de Políticas Públicas voltadas à juventude não são novas. Porém, continuam sendo reinvindicações recorrentes, já que parte das ações criadas não encaram os jovens como sujeitos de direitos, e sim como causas de problemas sociais. Dessa forma, se criam medidas pontuais, que findam por não resolver de fato as angústias enfrentadas por esse grupo social. Os jovens, ao longo dos anos, vêm demonstrando ainda mais o desejo de se tornarem sujeitos ativos de suas próprias mudanças, e por isso, têm se tornado cada vez mais presentes nos diversos momentos de lutas enfrentados pelo país. Segundo o texto-base da Campanha da Fraternidade 2019, “faz-se necessário estimular os jovens a adquirirem mais conhecimentos sobre a elaboração das Políticas Públicas e sobre a participação nesse processo, assumindo seu papel na sociedade” (parágrafo 101). Dessa forma, a campanha fez um convite aos jovens para, assim como Jesus Cristo, se tornarem protagonistas das suas histórias, incentivando essa parti-

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cipação juvenil mais ativa na busca por mudanças em suas próprias realidades. De acordo com educadores, o Brasil, mesmo com um número significativo de leis e projetos direcionados à juventude, ainda precisa desenvolver ações e medidas mais concretas voltadas a promoção de uma cultura de paz, de um desenvolvimento das potencialidades juvenis e de redução das desigualdades. A nossa legislação avançada de proteção e promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes possui ainda um abismo ao seu lado, entre o que conseguimos elaborar e a efetivação dos atos. É preciso que as políticas públicas sejam de fato de eliminação dos problemas, os atacando em sua essência. É necessário também que se leve em consideração a heterogeneidade juvenil, os problemas são diferentes, assim como as formas de enfrentá-los também o são. Pesquisas revelam que, no final de 2017, cerca de 23% do número total de jovens brasileiros, com idade entre 15 e 29 anos, não trabalhavam e também não estavam matriculados em nenhum nível de ensino. Dessa forma, as políticas públicas de juventude devem se nortear para não só garantir os direitos, mas também para gerar oportunidades. Oportunidades estas que não se limitam ao acesso à educação e qualificação profissional, mas também que garantem a esses jovens que suas vozes serão ouvidas, que suas vidas serão garantidas, que suas histórias serão valorizadas.

Vitória Élida Articulação da Juventude Salesiana

“Os jovens, ao longo dos anos, vêm demonstrando ainda mais o desejo de se tornarem sujeitos ativos de suas próprias mudanças”


GERAL A ORDEM

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A ORDEM INFORME RIVALDO JR.

Um contador de histórias

Eugênio Batista tem livros publicados, utilizando recursos lúdicos e lança o mais recente, contando a história da padroeira de Natal Como surgiu a ideia do novo livro? Eugênio: Eu tenho consumido muito o turismo religioso aqui em nosso estado. Onde a gente chega, sempre tem alguma coisa da cidade e eu sentia essa necessidade de ter algo lúdico e ao mesmo tempo, que resgatasse a história da nossa padroeira. Muitas pessoas não têm acesso a essa história oral. Foi aí que veio a ideia do livro. Para a elaboração do material, foi feita uma pesquisa. A história é contada em quatro idiomas: português, inglês, francês e espanhol. Tomei como base, o livro “Natal 400 anos”, do professor Itamar de Souza.

De que forma as pessoas podem adquirir o livro? Eugênio: O livro “Padroeira de Natal” pode ser adquirido na livraria da Catedral Metropolitana, ao preço de R$ 50 reais. Esse material pode servir de base para estudo nas paróquias e também como material lúdico, para os encontros de catequese e jovens. É importante saber e guardar a memória da nossa Igreja.

E por que trabalhar com esse tipo de material lúdico? Eugênio: Como agente da Paróquia de Santo Afonso, em Mirassol, comecei um trabalho de catequese, também com as Irmãs de Belém, fazendo trabalho com Origami. Fui gostando de desenvolver esse tipo de atividade. A partir daí, passei para o pop-up, querendo fazer livros que tivessem movimento. Esses livros que faço são artesanais. Desse trabalho, realizo palestras em escolas e contação de histórias.

Eugênio Batista é natural de Caicó (RN), escritor e servidor aposentado da Caixa Econômica Federal. Já publicou outras obras, entre elas: “Dobrando papéis”, “A lenda do vaqueiro Caicó” e “Lenda do minhocão cuiabano”. Ele ministra palestras e realiza contação de histórias em escolas, centros comunitários e Igrejas. Outras informações ligue: (84) 99958-2202 ou acesse o Facebook e Instagram: @eugeniobatistarangel. “Padroeira de Natal” pode ser adquirido na livraria da Catedral Metropolitana.

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SERVIÇO


A ORDEM

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A ORDEM PARÓQUIAS

Paróquia vive espiritualidade

carmelitana RIVALDO JR.

Corrigir legenda: Igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo

Comunidade paroquial de Nossa Senhora do Carmo está situada no Parque das Nações, em Parnamirim POR LUIZA GUALBERTO

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PARÓQUIAS A ORDEM

A

espiritualidade carmelitana é vivida no território da Arquidiocese de Natal, na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, no Parque das Nações, em Parnamirim. A comunidade paroquial foi criada no dia 08 de outubro de 2018, pelo Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha e tem como pároco, o padre Manuel Henrique. Segundo o pároco, a comunidade já se preparava há seis anos para a criação da Paróquia, que vai completar um ano em outubro próximo. “A nossa Paróquia pertencia à comunidade paroquial de Nossa Senhora de Fátima, em Parnamirim. O bairro foi crescendo e segue em expansão demográfica constante. Para cá, vieram muitas pessoas e eu fui designado para acompanhar esse processo de criação da Área Pastoral e Paróquia, consequentemente. Nossa Senhora do Carmo foi escolhida como nossa padroeira, para que possamos vivenciar essa experiência carmelitana. A criação da Área Pastoral também coincidiu com a inauguração do Carmelo de Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha, em nosso território arquidiocesano e aqui vamos aprofundando essa devoção à nossa padroeira”, conta. Segundo o padre Manuel, hoje a Paróquia está estruturada, vivendo a setorização e uma dinâmica pastoral intensa. “Nossa Paróquia está dividida em seis setores missionários. Contamos também com três capelas. Sabemos dos desafios da evangelização no meio urbano e o nosso trabalho segue com o acompanhando às diversas realidades do nosso bairro, procurando conhecer a comunidade, estar presente jun-

Pe. Manuel Henrique, pároco

to aos condomínios e residências dos nossos paroquianos”, reforça. A Paróquia conta com 22 grupos de pastorais, movimentos e serviços. Festa da padroeira De 06 a 16 de julho, a Paróquia vivencia os festejos em honra da padroeira. Antes, no mês de junho, a comunidade se preparou para os festejos, com a peregrinação de 50 imagens de Nossa Senhora do Carmo, nas residências das famílias. A programação diária consta de missa, às 06h; momento de espirituali-

dade carmelitana, às 18h30 e o tradicional novenário, às 19h. Após a novena, todas as noites, acontece a programação sócio-cultural. No dia 14, vai ser celebrada missa, às 19h, presidida pelo Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. Os festejos seguem até o dia 16 e a programação vai constar de missa, às 19h e procissão luminosa pelas principais ruas do bairro. Durante o período festivo, a Paróquia vai receber seis jovens e um formador da Ordem do Carmo, vindos da Província de Pernambuco.

SERVIÇO Endereço: Estrada da Lagoa Seca – Parque das Nações – Parnamirim Facebook: @PascomNSdoCarmo Horários de Missa (matriz): Terças e quintas: 19h30 Sábados: 19h Domingos: 09h e 18h

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A ORDEM PARÓQUIAS

Santo Antônio:

150 anos de devoção a Nossa Senhora YVES COSTA

A paróquia foi criada em 15 de agosto de 1915, por Dom Adauto Aurélio de Miranda Henrique POR CACILDA MEDEIROS

Igreja Matriz, uma construção com mais de cem anos de história

24 JULHO DE 2019


PARÓQUIAS A ORDEM

Em 2019, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no município de Santo Antônio, na região agreste potiguar, tem motivos para comemorar: 105 anos de criação da paróquia e 150 anos da festa da padroeira. A paróquia foi criada em 15 de agosto de 1915, por Dom Adauto Aurélio de Miranda Henrique, então arcebispo da Paraíba e administrador apostólico da Diocese de Natal. Foi desmembrada da Paróquia da Imaculada Conceição, em Nova Cruz. No decorrer destes 105 anos, 22 padres já estiveram à frente do governo paroquial. O primeiro pároco foi o Padre José Alves Cavalcante de Albuquerque, que atuou de 1915 a 1924, e o atual é o Padre Idelbrando de Medeiros Basílio, que está à frente dos trabalhos desde 9 de março de 2017. “Nesse tempo todo, a paróquia já gestou para a Igreja oito padres e um religioso”, diz Padre Idelbrando. São os padres: Bianor Júnior, João Batista Chaves, Gilvan Miguel, José Adelson Rodrigues, José Lenilson de Morais, Roberlan Roberto e João Gabriel Ribeiro, todos do clero da Arquidiocese de Natal, além de um que está na Arquidiocese de Maceió e mais um frade, pertencente à Ordem Franciscana. Monsenhor Xavier De acordo com Padre Idelbrando, dentre os padres que atuaram na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Santo Antônio, um merece destaque. É o Monsenhor Manoel Antônio Xavier, que ficou à frente da Paróquia de 1965 a 2011 e faleceu em 22 de novembro de 2013. “Fato pitoresco sobre a che-

gada do Monsenhor Xavier a Santo Antônio. Ele, que era coadjutor do Padre Francisco das Chagas Pereira Pinto, em Angicos, chegou a Santo Antônio, para assumir a paróquia, em 1965, em um helicóptero, trazido pelo então governador do Estado, Aluísio Alves”, conta o atual pároco. O corpo do Mons. Xavier se encontra sepultado no altar de Nossa Senhora de Fátima, no interior da Igreja Matriz, em Santo Antônio. Tradição Em dezembro de 2019, a comunidade celebrará a 150ª edição da festa de Nossa Senhora da Conceição. “A festa e devoção dos fiéis a Nossa Senhora são mais antigas que a própria paróquia. Tudo começou com uma fazendeira, chamada Ana Joaquina de Pontes, devota da mãe de Jesus. Ela deu início à cidade e, também, doou o terreno onde, hoje, se encontra a Igreja Matriz”, conta Padre Idelbrando. A construção da atual Igreja Matriz teve início em 1911 e a conclusão só aconteceu em 1927. Ação pastoral Atualmente, a ação pastoral na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição é realizada pelos agentes de cerca de 20 de grupos de pastorais, movimentos e serviços. “Esse trabalho pastoral vem sendo desenvolvido na perspectiva de uma reestruturação. Nestes mais de dois anos em que estou à frente da paróquia, tenho trabalhado em vista de um processo de renovação de coordenações e membros e, principalmente, a formação permanente do papel do leigo,” diz o pároco.

FOTOS: YVES COSTA

Pe. Idelbrando Medeiros, pároco

SERVIÇO Endereço: Av. Lindolfo Gomes Vidal, 100 – Centro Santo Antônio (RN) Tel.: (84) 3282-2203 Horários de missas (Igreja Matriz) Domingo – 7h, 17h e 19h Quinta-feira – 19h30 Primeira sexta-feira – 18h Contatos Facebook: pascomsantoantonioo Instagram: @pascomsantoantonioo Youtube: https://is.gd/horadaimaculada Email: pascomsantoantonioo@gmail.com

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A ORDEM REPORTAGEM

Instituto Caná:

formação e promoção humana

FOTOS: LUIZA GUALBERTO

Curso de “Celebração litúrgica do sacramento do matrimônio”, ministrado pelo Pe. Elielson Cassimiro

Iniciativa vinculada ao trabalho da Pastoral Familiar, visa capacitar agentes pastorais, por meio de cursos, além de disponibilizar atendimentos para a população POR LUIZA GUALBERTO

26 JULHO DE 2019


REPORTAGEM A ORDEM

Formações são realizadas mensalmente

Inspirado no esforço pastoral da Igreja católica, que visa defender e promover a dignidade da pessoa humana, o sacramento do matrimônio e a inviolabilidade da vida e da família, foi instituído um serviço para atuar nessas frentes. O Instituto Caná foi criado em 2003. Passou por um momento de instabilidade, mas hoje se consolida como referência na formação pastoral, para um melhor conhecimento e atuação nas diferentes realidades. Segundo Rogério Barbosa, que é diretor jurídico do instituto na atual gestão, o objetivo do trabalho é promover, realizar e fomentar seminários, encontros, simpósios e palestras, além do estudo de questões relativas à instituição familiar. “Acredita-se que, quanto melhor a formação, maior e melhor será a participação na Igreja, pois da boa formação, resultarão cristãos católicos convictos, novos evangelizadores, famílias bem estruturadas, novas vocações religiosas

e matrimoniais. A sociedade em geral ganhará em termos de ética, moral, honestidade, amor ao próximo e vida digna para todos”, enfatiza Rogério. O que o Instituto oferece O Instituto Caná funciona de duas formas, sendo a primeira, na promoção de cursos para formação de agentes pastorais, nos mais variados temas, além de atendimentos de natureza espiritual, psicológica e social. Os cursos oferecidos abordam temáticas relacionadas à coordenação pastoral paroquial, nulidade matrimonial, como falar em público, além de formações nas áreas de controle de natalidade,

com ênfase no método Billings, estudos sobre documentos da Igreja católica, entre outros. Os cursos são realizados na sede do Instituto, que funciona, hoje, no mesmo prédio da Rádio 91.9 FM, na rua Açu, 335, no bairro Tirol, em Natal. Do ponto de vista dos atendimentos, são oferecidos serviços como atendimento psicológico, psicopedagógico, aconselhamento familiar, escuta e orientação para casais em dificuldades, orientação financeira e orientação nutricional. Os agendamentos podem ser feitos com Anderson Dantas, secretário do setor família, por meio do número: (84) 3615-2800 ou 99832-6552, bem como, de forma presencial, no subsolo da Catedral Metropolitana.

SERVIÇO Conheça mais sobre o Instituto Caná . www.arquidiocesedenatal.org.br/institutocana . Facebook e Instagram: @institutocanaparafamilia E-mail: institutocanaparafamilia@hotmail.com

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A ORDEM EM AÇÃO

Projeto incentiva

adoção em Natal Criado em 1996, Acalanto já realizou mais de 2 mil entrevistas com pais adotivos, concluindo mais de mil processos de adoção

28 JULHO DE 2019


EM AÇÃO A ORDEM

“No Brasil, 47 mil crianças institucionalizadas em abrigos públicos, mas desse total, somente 7 mil estão disponíveis para adoção” Segundo o Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA) existe, hoje, no Brasil, 47 mil crianças institucionalizadas em abrigos públicos, mas, desse total, somente 7 mil estão disponíveis para adoção. O número restante ainda é considerado pela Justiça, como uma espécie de propriedade das famílias de origem, o que representa uma preocupação, principalmente em virtude da qualidade das relações familiares e de sobrevivência. Em Natal, desde o ano de 1996, existe um projeto, composto por voluntários e que tem o objetivo de incentivar e assistir às pessoas que desejam adotar uma criança. É o projeto Acalanto Natal, instituição sem fins lucrativos, que nasceu a partir da experiência da Acalanto São Paulo. De acordo com Pedro Fernan-

des, presidente do projeto, a iniciativa atua auxiliando as crianças, adolescentes e gestantes na família, evitando a situação do abandono da criança, por exemplo, além do atendimento às crianças e adolescente já abandonados. De modo geral, o grupo desenvolve um trabalho de esclarecimento, estímulo e encaminhamento à adoção. No mês de junho, a adoção foi tema de uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal, com proposição da vereadora Nina Souza (PDT). Na audiência, foram discutidas diferentes vertentes, como a adoção tardia, a de deficientes, desburocratização processual e ações de prevenção do abandono de crianças. Segundo o presidente da Acalanto, a legislação está mais célere, contudo, ainda há algumas ques-

tões que deixam lacunas. “Existem ausências legislativas, como especificar a forma e prazo de preparação exigida. O processo de adoção só pode durar quatro meses, mas ainda falta obedecer esse prazo, por falta de equipes psicossociais. A gente bate na tecla da necessidade de se aperfeiçoar esses prazos, com juízes especializados”, conta. A Acalanto dispõe de uma orientação e encaminhamento para os pais que desejam adotar. Basta entrar em contato por meio do telefone: (84) 3219-3523 e 99117-7732 (whatsapp) ou www. projetoacalantonatal.com.br. A instituição funciona na rua Aeroporto do Galeão, 38 – Neópolis, das 09h às 13h e das 14h às 18h. O projeto também recebe doações para o desenvolvimento de suas atividades. JULHO DE 2019

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ARTIGO

na vida dos netos

O que nos encanta nos dias de hoje? Talvez esta seja a pergunta essencial para começarmos a entender o papel dos avós na família e descobrir a maneira própria de agir diante dos questionamentos e/ou cobranças nos dias atuais. A começar pelas imagens que vemos das pessoas avós, muitas vezes, nelas não nos refletimos. Há uma tendência a pensar logo na imagem de avô ou avó de bengala, de óculos, conduzidas por outras pessoas no caminhar... de maneira muito saudosa e com pena. Parece ser um coitadinho, uma coitadinha, fraca, adoentada, definhando-se para a vida. Isso nos encanta? São as histórias contadas? E são contadas histórias? Ter avós é uma dádiva. É um encanto. É um tempo. É uma verdadeira bênção. É. “O que dizem que eu sou?” Você é um avô, uma avó, um pai, uma mãe, de meu pai, de minha mãe. Você é – avô ou avó. Seu papel é diferenciado: condutor no crescimento e desenvolvimento infantil, como presença viva, como testemunho de colo que aconchega e se aconchega. É uma mútua ação de dar e receber afetos. Sua idade? Não importa. Importa a vivacidade da ação preciosa do ajudar a criar vínculo entre gerações. Suas histórias poderão não ser as minhas histórias. Seus fracassos podem não ser meus fracassos. Suas vitórias podem não ser minhas vitórias. Mas, muito mais encantador, é estar presente no mundo contemporâneo que une o ontem ao hoje e nos transporta ao amanhã com lembranças que erguem e movimentam caminhos que se fazem ao caminhar. Neste contexto, avós se cruzam num processo de dar e receber, possibilitando a vinda do favorecimento do estado de alegria e permanência do desejo de continuar vivos sempre. São contagiados pela boa energia dos netos, ativando continuamente a capacidade de amar, num relacionamento saudável. Nestes dias, conversando com uma avó, ela me dizia: “não me vejo velha; vejo-me uma pessoa de mais experiência para ajudar no que puder a meus filhos para que criem os seus, escutando minhas histórias que também são deles...” Está aí, então, o papel destes baluartes: não substituir o papel dos pais, mas adentrar ao universo de interação e conceber o jogo das palavras, das brincadeiras, das ações de alívio das dores contemporâneas, numa condição de colaboradores que ajudam e são ajudados em ganhar a vida com mais sentido.

Milton Dantas Psicopedagogo

Ter avós é uma dádiva. É um encanto. É um tempo. É uma verdadeira bênção

Avós


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A ORDEM PERSONALIDADE

JECYLLENA SOUSA

A

Chamado a ser

“Sal da terra”

O que faz dele um cristão diferenciado, reconhecido em toda Arquidiocese de Natal? O leigo Anacleto imprime, em seu testemunho de vida pastoral, a identidade, a memória viva de um lugar. Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

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nacleto Batista Bezerra é o sétimo filho do casal João Pinheiro Bezerra e Júlia Batista Bezerra, nascido em primeiro de dezembro de 1963, em Macau. Chamado carinhosamente, pelos familiares e amigos, de “Quincas”, foi, nos primeiros anos de vida, que começou a frequentar a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, participando das “rezas” que aconteciam todas as tardes, na Igreja Matriz. Seu engajamento ativo na Igreja veio com a participação na Pastoral da Juventude do Meio Popular. De jovem militante e liderança comunitária a professor de ensino religioso, cujas aulas sempre foram verdadeiras catequeses, comprometidas com o respeito à pluralidade religiosa, nasceu o chamado a servir: missão de ser fermento na massa, de ser sal da terra; de ser luz do mundo. Muitas são as experiências que ele traz consigo: a implantação da Escola da Fé, no VI Zonal; a atuação nos encontros das CEB’s; a criação do Seminário dos Profetas na Base; a participação nas assembleias pastorais paroquiais, de zonais e arquidiocesanas. Enfim, atividades eclesiais que refletem a riqueza pessoal e comunitária do seu testemunho de vida. O que faz dele um cristão diferenciado, reconhecido em toda Arquidiocese de Natal? O leigo Anacleto imprime, em seu testemunho de vida pastoral, a identidade, a memória viva de um lugar. Esse é o diferencial: uma relação de amor entre Anacleto e a Igreja! Uma relação de amor que se dá no chão da paróquia; no salgado chão de Macau! Portanto, homenageamos a figura de um leigo, que por tantos outros valores já ressaltados, destaco a sua fidelidade de amor à Igreja e, sobretudo, o testemunho de vida ilibada, que o faz brilhar sempre onde estar. É uma pessoa inatacável e muito fiel. Recordo o tempo em que fui padre naquela região salineira e, ainda hoje, como bispo, quando vou a Macau, Anacleto é aquela pessoa que encarna o compromisso do leigo engajado, sendo sempre uma presença da Igreja. Por isso tudo, louvamos a Deus e prestamos esta homenagem a ele, que assimilou tão bem o legado da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Macau, desde os seus primórdios e de tantas marcas indeléveis, como o Monsenhor Honório, o Monsenhor João Penha e tantos outros que por ali passaram.


MISSÃO

GERAL A ORDEM

Diác. Haroldo Lima Coord. da Comissão Missionária Arquidiocesana

Missão é ponte que liga ao céu O Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, tem nos instigado a ser uma Igreja em saída, próxima às pessoas. A alegria da força da palavra de Deus em nossas vidas faz arder nossos corações, e vem despertando em nós, cristãos batizados, cada vez mais o nosso compromisso de enviados em missão no anúncio da Boa Notícia de Jesus Cristo. Foi com muito discernimento, dom do Espírito Santo, que o nosso Papa Francisco, em 2017, convidou-nos a viver agora o Mês Missionário Extraordinário (MME), com o tema: “Batizados e Enviados: A Igreja de Cristo em Missão no Mundo”. O desejo e a inspiração que parte do nosso Papa, a viver com maior intensidade o MME, em 2019, foi o centenário da Carta Apostólica Illud Máxima, de Bento XV, sobre a propagação da fé Católica no mundo inteiro. Essa iniciativa nos leva a compreensão que nossa fé Católica tem sua fundamentação na unção que recebemos no Batismo, e, partindo disso, não podemos nos omitir à nossa cooperação missionária. A nossa Igreja particular de Natal vem, desde o início do ano, abordando a temática em preparação ao MME junto às comunidades. Entre as atividades, durante o mês de janeiro tivemos visitas em seis paróquias, abordando o tema do MME. Em abril, participamos do II Seminário Provincial, em Caicó. Já em 26 de maio, tivemos o Encontro estadual de Formação, com as famílias missionárias, no Instituto Caná. Nos dias 07 a 09 de junho, aconteceu o Encontro Estadual do Movimento da Infância e Adolescência Missionária (IAM), em Nova Cruz. Nos dias 18 a 21 de julho, estamos nos preparando para a II missão estadual, em Pureza. Para as paróquias que desejarem, dispomos de um guia na sala da Coordenação de Pastoral, para estudo e motivações na vivência da missão em nossas paróquias. Basta procurar a sala 03, no subsolo da Catedral Metropolitana.

Por Márcia Roque Nutricionista

Veganismo Vegano é quem pratica o veganismo, um estilo de vida que exclui totalmente o consumo de qualquer tipo de produto de origem animal. O principal objetivo da pessoa vegana é promover a chamada “libertação animal”, que significa a exclusão do consumo de todos os tipos de animais, seja na alimentação, no vestuário, no entretenimento etc. Por exemplo: os veganos não consomem produtos de empresas que fazem testes com animais ou que mantêm funcionários em regime análogo ao da escravidão. Qualquer tipo de produto que seja de origem animal está excluído da dieta vegana, como peixes, carnes, aves, crustáceos, leite, ovos e mel. Os veganos podem comer qualquer tipo de alimento de origem vegetal, como cereais, frutas, legumes, tubérculos, verduras, raízes, cogumelos, sementes, entre outros. Aliás, entre alguns dos principais alimentos veganos que são ricos em proteínas e bastante consumidos são: batatas, amêndoas, castanha de caju, quinoa, aveia crua, lentilha, grão-de-bico, chia, pistache, couve, aspargos e goiaba. Segundo Sophie Medlin, professora de nutrição e dietética do King’s College, em Londres, uma dieta vegana pode trazer grandes benefícios à saúde, porém muitos desses benefícios podem se perder se a dieta não for cuidadosamente administrada. No longo prazo, equilíbrio é a palavra-chave e com alguns cuidados, preparação certa e atenção a uma dieta vegana pode ser ótima para a saúde humana.

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A ORDEM GALERIA

SÉRGIO JEREMIAS

Encerramento da festa de Santana em Capim Macio, no ano passado

FESTA EM CAPIM MACIO A Paróquia de Santana, no bairro de Capim Macio, zona sul de Natal, celebra a festa da padroeira, no período de 16 a 26 de julho. Durante estes dias, às 18h, haverá missa, recitação do terço e novena. No domingo, 21, a programação será diferente, com a celebração de missa às 10h e às 19 horas. Durante o período festivo, também será desenvolvida a programação sócio-cultural, com várias atividades. No dia 26, às 19 horas, será celebrada missa solene, encerrando os festejos. No território da Arquidiocese de Natal, Santana também é padroeira das paróquias do Soledade 2, na zona norte de Natal, e de Santana do Matos, além de São José de Mipibu, cujos padroeiros são Santana e São Joaquim.

ATUALIZANDO-SE

Os padres da Arquidiocese de Natal, acompanhados do arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, participam do curso anual de formação para o clero, de 9 a 11 de julho, no Convento das Irmãs do Amor Divino, em Emaús. Neste ano, o curso vai abordar o tema “A vida missionária do presbítero”, em preparação para o Mês Missionário Extraordinário, proclamado pelo Papa Francisco e que será vivenciado em outubro de 2019. O assessor será Dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Luiz (MA).

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GALERIA A ORDEM

O

diário de bordo de uma viagem, de cunho evangelizador e cultural, realizada na década de 1960, foi transformado no livro intitulado “Karitós: viagem em terras do Brasil”, cujo lançamento aconteceu no último dia 27 de junho, às 17 horas, no Seminário de São Pedro, no bairro do Tirol, em Natal. A viagem foi liderada pelo Padre Lucilo Alves Machado, então reitor do Seminário de São Pedro, acompanhado do Padre Pedro Moura (já falecido) e seis seminaristas. A meta era percorrer o trecho Natal – Belém – Brasília – Natal, com o objetivo de conhecer melhor o país. Ao todo, percorreram mais de 9.200 km, a bordo de uma kombi, durante 35 dias de viagem. A publicação faz parte da programação do centenário do Seminário de São Pedro, comemorados neste ano de 2019. O livro pode ser adquirido na sede do Seminário, na Av. Campos Sales, no Tirol, e na Casa da Criança, em Morro Branco, no valor de 30 reais.

Livro registra memória de excursão realizada em 1960 Dois padres e seis seminaristas de Natal, percorreram mais de nove mil quilômetros, por estradas de vários estados do Brasil, em uma Kombi RIVALDO JR

Lançamento do livro, dia 27 de junho

MUTICOM A Arquidiocese de Natal enviará representantes para o 11º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), que acontecerá no período de 18 a 21 de julho, na cidade de Goiânia (GO). O evento, com o tema: “Comunicação, democracia e responsabilidade social” é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Arquidiocese de Goiânia. Realizado desde 1998, o Muticom reúne comunicadores, profissionais, pesquisadores, agentes de pastoral e autoridades da Igreja e civil para refletirem, conjuntamente, sobre a democratização e as políticas de comunicação, as perspectivas das relações entre a Igreja Católica, a sociedade brasileira e a cultura contemporânea no campo da comunicação social. A 8ª edição, realizada em outubro de 2013, foi sediada pela Arquidiocese de Natal.

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A ORDEM GALERIA

Acampamento da juventude A coordenação espera a presença de mais de 200 participantes, das diversas expressões juvenis ARQUIVO SETOR JUVENTUDE

Acampamento das Juventudes 2018, realizado em Uruaçu

O Setor Juventude, da Arquidiocese de Natal, vai realizar o Acampamento das Juventudes 2019, dias 27 e 28 de julho, no Santuário Chama de Amor, na comunidade de Cunhaú, no município de Canguaretama. A atividade terá como tema: “Juventude e políticas públicas: uma história nos chama à civilização do amor”, guiado pela passagem bíblica: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo, 10, 10). É o mesmo tema do Dia Nacional da Juventude 2019, marcado para o dia 27 de outubro. A coordenação do Setor espera a presença de mais de 200 participantes, representando as diversas expressões juvenis presentes na Arquidiocese de Natal. A programação contará com momentos de catequese, rodas de conversa, caminhada luminosa, recitação do terço, atividades culturais e o lançamento da

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nova marca do Setor Juventude. Para participar é necessário fazer inscrição, na sala do Setor, que fica no Centro Pastoral Pio X (subsolo da Catedral) ou através do link bit.ly/acampamentodasjuventudes2019. A taxa de inscrição é de quinze reais. Segundo a coordenação do Setor Juventude, a realização do Acampamento está em sintonia com a meta 5B, do Marco Referencial Pastoral da Arquidiocese de Natal, que propõe a criação de espaços de integração e aprofundamento entre as diversas expressões juvenis. “Desta forma, essa atividade tem por objetivo favorecer a integração entre as juventudes da nossa Arquidiocese, bem como fortalecer a Pastoral Juvenil, através de momentos de animação, celebração e mística”, reforça o coordenador do Setor, Padre Ândreson Madson.


GALERIA A ORDEM

CACILDA MEDEIROS

Apresentação teatral relembra martírio, ocorrido em 16 de julho de 1645

Igreja celebra Santos Mártires de Cunhaú No período de 7 a 16 de julho, será celebrada a festa em honra aos Santos Mártires de Cunhaú. De 7 a 15, haverá o novenário, no Santuário Chama de Amor, na comunidade de Cunhaú, no município de Canguaretama. No dia 13, à tarde, acontecerá mais uma edição do Martfest, pelas ruas da cidade. A programação será encerrada no dia 16, data em que são lembrados os 374 anos do martírio de Cunhaú. Nesse dia, a partir das 14h30, em frente à capela de Nossa Senhora das Candeias, acontecerá show animado pela Banda Missionário Shalom e, às 17h, missa solene, presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha. O martírio de Cunhaú aconteceu em 16 de julho de 1645, quando o Padre André de Soveral e cerca de 70 fiéis foram cruelmente mortos por soldados

holandeses e índios potiguares. Os fiéis participavam da missa dominical, presidida pelo Padre André de Soveral, na capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú. Por seguirem a religião católica, tiveram que pagar com a própria vida o preço da fé, por causa da intolerância calvinista dos invasores. Três meses depois, outro massacre ocorreu na comunidade de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante. A beatificação dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, os protomártires do Brasil, aconteceu em 5 de março de 2000, pelo Papa João Paulo II, e a canonização aconteceu em 15 de outubro de 2017, pelo Papa Francisco. As duas celebrações foram realizadas na Praça de São Pedro, na presença de milhares de fiéis.

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A ORDEM LITURGIA

As mesas litúrgicas

Yago Carvalho de Souza 3º ano do Curso de Teologia Seminário de São Pedro

“Alimentados, assim, com a Palavra Divina e o Pão da Vida, amemos com mais intensidade a Liturgia”

38 JULHO DE 2019

Os cristãos, como família de Deus, reúnem-se durante a Santa Missa em torno da mesa da Palavra (Ambão) e da mesa da Eucaristia (Altar). É uma visão bastante clara que se tem durante o rito celebrativo, pois começa com a liturgia da Palavra, à qual se segue a liturgia Eucarística, ambas formando um ato cultual único. Meditando sobre a primeira mesa: nela está disposta a Palavra de Deus, novidade permanente, interpelação que pode transformar radicalmente nossas vidas, graça que rompe com as inércias, reposta indiscutível para nossos questionamentos. É no ambão que são proclamadas as maravilhas de Deus Pai em favor do seu povo, a boa nova de Jesus Cristo, a ação consoladora do Espírito Santo, razão pela qual devemos ter piedade e zelo ao nos aproximarmos de tão eloquente mesa sagrada. É louvável que, antes e depois da proclamação das leituras, seja feita pelos leitores uma vênia ao livro santo, gesto que traduz para com ele veneração e amor, consistindo numa leve inclinação de cabeça. É igualmente recomendável que se tenha o máximo cuidado quanto ao decoro e à ornamentação do Ambão: evite-se colocar nele cartazes ou qualquer adereço impróprio, lembrando que se trata de um lugar de honra no qual Deus nos fala (através das leituras), onde lhe respondemos (pelo salmo responsorial) e, sobretudo, comungamos a Palavra divina (na homilia). Que o Ambão tenha como finalidade única e ímpar a proclamação da Palavra de

Deus. E nada mais! A mesa da Eucaristia, à qual dedicamos especial atenção, não é uma mesa qualquer, pois nela realiza-se o sagrado banquete eucarístico, sacrifício de Cristo, ceia pascal. Também se deve ter para com ela especial veneração. Ao passar diante dela deve-se fazer uma vênia. Contudo, quando o Santíssimo Sacramento está exposto, deve-se fazer uma genuflexão, ou seja, dobrar o joelho direto, apoiando-se no esquerdo. O Altar é a ara própria onde o sacrifício da cruz se perpetua sacramentalmente pelos séculos até que Cristo venha, como nos exorta a Introdução Geral do Missal. Seja ornado com uma toalha branca (nº 305) e sobre ele estejam apenas aquelas coisas requeridas para celebração da Santa Missa (nº 306). Tenha-se especial atenção e moderação com a ornamentação de flores, evitando-se exageros. Lembremo-nos que o altar é a mesa onde os filhas e filhas da Igreja se congregam para dar graças a Deus e receber o Corpo e Sangue de seu Filho Jesus Cristo. É isto que é, e deve ser, a causa principal de nossa devoção e atenção durante a celebração da Santa Missa. Alimentados, assim, com a Palavra Divina e o Pão da Vida, amemos com mais intensidade a Liturgia. Nada nos custa, mas, ao contrário, nos indica a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força. Sejamos, com a vida, extensões de comunhão dessas duas mesas sagradas.


A ORDEM

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