Revista A Ordem - Junho/2019

Fundação Paz na Terra ano LXVII - Nº 38 Natal/RN | R$ 7,00 Junho de 2019

A ORDEM

2 JUNHO DE 2019

A ORDEM

JUNHO DE 2019

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A ORDEM

SUMÁRIO VERDADEIRAS AÇÕES EVANGÉLICAS

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CAPA

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ENTREVISTA Arcebispo de Natal avalia 57ª Assembleia geral da CNBB

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ARTIGO - O envolvimento da Igreja nas questões ambientais

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PARÓQUIAS - Nesta edição, você vai conhecer as comunidades paroquiais de São João Batista, em Lagoa Seca e Sagrado Coração de Jesus, em Riachuelo

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REPORTAGEM - Imprensa deve estar a serviço da verdade e da cultura do encontro

EXPEDIENTE

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

4 JUNHO DE 2019

CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr Vitória Élida

Muitos cristãos católicos desconhecem as ações caritativas da Igreja realizadas de forma sistêmica, permanente e de relevantes efeitos sociais.

Para muitos, caridade é dar esmola, um prato de comida a que tem fome, água a quem tem sede... De fato, Jesus diz: “Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber”(Mt 25,35). Muito interessante, também, é a parábola do bom samaritano, porque vai além de dar de comer e de beber a quem tem fome e sede. É o socorro a um desvalido da sociedade: assaltado, espancado e deixado ao relento pra morrer (Lc 10,30-37). Ações sociais semelhantes à do bom samaritano a Igreja faz há bastante tempo. A Pastoral da Criança é um dos exemplos. Tem-se ideia de quantas vidas esta pastoral salvou quando difundiu a receita do “soro caseiro” para reidratar crianças acometidas de desinteria ou diarreia?

Pode ter certeza: são centenas de milhares! Políticas públicas e campanhas como o incentivo à formação dos diversos conselhos sociais e em defesa da vida; a do desarmamento; defesa do meio ambiente; projetos que criam condições para as famílias do campo permanerem no campo, vivendo com dignidade... São, de fato, verdadeiras ações evangélicas, e em quantidade tamanha cuja relação tomaria mais que o espaço de algumas páginas desta revista. Tenha certeza!

EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: Rivaldo Jr. COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal

DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140

IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360

COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001

TIRAGEM: 1.000 exemplares

ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br

A ORDEM

JUNHO DE 2019

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A ORDEM PALAVRA DA IGREJA

Novas normas SOBRE ABUSOS SEXUAIS

O Francisco Papa

“Para que tais fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam a todos na Igreja”

motu proprio do Papa Francisco, intitulado “Vos estis lux mundi”, publicado dia 8 de maio, estabelece novos procedimentos para denunciar moléstias e violências, e garantir que bispos e superiores religiosos prestem contas de seu trabalho. Foi introduzida a obrigatoriedade a clérigos e religiosos de denunciar os abusos. Segundo as normas, cada diocese deverá dotar-se de um sistema facilmente acessível ao público para receber as assinalações. O documento é fruto do encontro sobre a proteção dos menores, realizado no Vaticano, em fevereiro de 2019.

Entre as novidades está a obrigatoriedade, para todas as dioceses do mundo de dotarem-se, até junho de 2020, de “um ou mais sistemas estáveis e facilmente acessíveis ao público para apresentar as assinalações” a respeito dos abusos sexuais cometidos por clérigos e religiosos, o uso de material pornográfico infantil e o acobertamento dos próprios abusos. “O que se quer é que as pessoas que sofreram abusos possam recorrer à Igreja local certas de que serão bem acolhidas, que serão protegidas de represálias e que suas denúncias serão tratadas com a máxima seriedade”, diz o texto.

O documento compreende não somente as moléstias e as violências contra os menores e os adultos vulneráveis, mas diz respeito também à violência sexual e às moléstias que derivam do abuso de autoridade. Esta obrigatoriedade inclui também qualquer caso de violência contra religiosas por parte de clérigos, assim como também o caso de moléstias a seminaristas ou noviços de maior idade.

Entre os elementos de maior relevo está a identificação, como categoria específica, da chamada conduta de acobertamento,

que consiste “em ações ou omissões tendentes a interferir ou contornar as investigações civis ou as investigações canônicas, administrativas ou criminais, contra um clérigo ou um religioso relativas aos delitos” de abuso sexual. Trata-se daqueles que, exercendo cargos de particular responsabilidade na Igreja, ao invés de investigar os abusos cometidos por outros, os esconderam, protegendo o suposto réu ao invés de tutelar as vítimas.

O Motu proprio não traz modificações às penas previstas para os delitos, mas estabelece o procedimento para fazer a assinalação e realizar a investigação prévia. No encerramento da investigação, o metropolita (ou em determinados casos o bispo da diocese sufragânea com maior ancianidade de nomeação) encaminha os resultados ao Dicastério vaticano competente e cessa, assim, a sua tarefa. O Dicastério competente procede então “nos termos do direito, de acordo com o previsto para o caso específico”, agindo, portanto, com base nas normas canônicas já existentes.

Com base nos resultados da investigação prévia, a Santa Sé pode imediatamente impor medidas preventivas e restritivas à pessoa investigada.

Com este novo instrumento jurídico desejado por Francisco, a Igreja Católica realiza um novo e incisivo passo na prevenção e combate dos abusos, que enfatiza ações concretas. Como escreve o Papa no início do documento: «Para que tais fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam a todos na Igreja».

FONTE: Portal Vatican News

PALAVRA DE SANTO ANTÔNIO 216 páginas

Prédica, simbologia animal e pecados capitais Glícia Campos

Palavra de Santo Antônio é uma análise brilhante dos sermões de Santo Antônio, um religioso em perfeita comunhão com as questões de sua época. Um lançamento que revela o essencial sobre o santo que soube falar ao coração de todas as pessoas.

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6 JUNHO DE 2019

@editorapaulus

paulus.com.br

A VOZ DO PASTOR A ORDEM

“Celebremos esses santos neste mês tão cheio de encontros, de alegria, de festas”

OS QUERIDOS

santos juninos Queridos irmãos e irmãs!

N

a tradição religiosa popular, no mês de junho, celebramos os santos: Antônio de Pádua (ou de Lisboa), no dia 13, João Batista, dia 24, e Pedro, Apóstolo, dia 29. Embora não tenha tradição junina, mas celebramos no mesmo dia 29, dia São Paulo. O costume popular de acender fogueiras nesses dias, especialmente na véspera dos dias festivos, dia 12, dia 23 e dia 28, como também as comidas de milho, canjica, pamonha, milho cozido, milho assado, faz do mês de junho um mês bastante rico culturalmente. Esses santos são chamados popularmente, de “os santos juninos”.

Alguns fazem justificar o uso da fogueira a uma tradição segundo a qual, para avisar a Nossa Senhora do nascimento de seu João Batista, Santa Isabel teria acendido uma fogueira e, assim, a Mãe do Salvador tomaria conhecimento do nascimento do Precursor do Messias, João Batista. Embora essa tradição esteja mais próxima da lenda, contudo, é significativo esse sinal, quando pensamos que naquele tempo não existiam nem redes sociais, nem a tecnologia do jornalismo que temos hoje.

Mas, lendas à parte, esses três santos católicos, lembram a todos nós, que o caminho da santidade envolve a vida e a cultura dos povos. Ao celebrar a vida deles tomamos consciência de que “trazemos” a sua história para junto de nós. De fato, quando a Igreja venera ou nos apresenta esses personagens da história, que se destacaram por uma vida exemplar, de seguimento a Jesus Cristo e de vivência da fé, lembra que esse é o caminho para todos os batizados e batizadas. E ainda, o caminho da santidade é um caminho de alegria, de vivência do bom humor.

Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

Santo Antônio, franciscano, nascido em Lisboa, Portugal, no ano de 1195, e morto em 1231, em Pádua, na Itália, daí a variedade do seu nome, é um dos santos mais populares da Igreja. Além de elementos populares que cercam sua biografia, por causa da clareza de seu ensinamento e profundidade de seus sermões, foi declarado “Doutor da Igreja”. Sua vida é marcada pela dedicação às pessoas, as quais atendia com simplicidade, especialmente os mais necessitados e doentes. Sua fama de santidade logo percorreu o mundo. Ele foi canonizado em 1232, um ano após a sua morte. Na cultura popular Santo Antônio é conhecido como “santo casamenteiro”, protetor e intercessor de quem procura casamento.

Já São João Batista e São Pedro, apresentados no Novo Testamento, gozam de uma veneração toda particular. O primeiro, considerado o último dos profetas, elo entre o antigo e o novo, dele a Liturgia da Igreja afirma: “Ainda no seio materno, ele exultou com a chegada do Salvador da humanidade e seu nascimento trouxe grande alegria” (MISSAL ROMANO. Prefácio da Natividade de São João Batista). De São Pedro, o primeiro dos apóstolos, celebrado juntamente com São Paulo, no dia 29 de junho, a Igreja reconhece o martírio que, segundo a tradição teria sido crucificado de cabeça para baixo.

Assim declara a Igreja: “[Pedro], o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel” (MISSAL ROMANO. Prefácio de São Pedro e São Paulo, Apóstolos).

Celebremos esses santos neste mês tão cheio de encontros, de alegria, de festas. E procuremos viver essa santidade tão próxima de nós, com mais esperança e confiança. Que eles intercedam pelo nosso povo, um povo de fé, de coragem e de muita alegria.

JUNHO DE 2019

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A ORDEM ENTREVISTA

Novas diretrizes para a ação evangelizadora da Igreja no Brasil foram aprovadas por bispos reunidos em Aparecida (SP) de 01 a 10 de maio POR LUIZA GUALBERTO ADIELSON AGRELOS

Arcebispo de Natal esteve em Aparecida (SP), de 01 a 10 de maio

Arcebispo de Natal fala sobre resultados da 57ª Assembleia da CNBB

8 JUNHO DE 2019

ENTREVISTA A ORDEM

A ORDEM: Que avaliação o senhor faz da 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)?

Dom Jaime: Foram dez dias de intensas atividades, de encontro, fraternidade e trabalho. Tivemos 18 grupos de trabalho com 20 participantes em cada. O clima da assembleia foi muito bom, de muita harmonia. Um dos aspectos marcantes do encontro foi a nota da CNBB ao povo brasileiro, dentro do contexto atual, sócio-político-econômico e até religioso, vivido por todos nós, como crises vividas em todo o mundo e a Igreja não está fora dessa realidade. A mensagem da CNBB foi muito oportunidade e com um conteúdo firme e de muita coesão.

A Ordem: Durante a assembleia, os bispos aprovaram as novas diretrizes para a ação evangelizadora da Igreja católica no Brasil. Porque a necessidade de elaborar diretrizes para evangelizar?

Dom Jaime: Essas diretrizes indicam a atenção pastoral evangelizadora da Igreja. As diretrizes retratam um rosto da Igreja no Brasil. Eu me lembro que em tempos passados, se falava em diretrizes pastorais. Depois, começamos a perceber, diante do pluralismo religioso, das demandas de um tempo bastante diferente, que era necessário se falar em evangelização. Havia um catolicismo popular, muitas vezes fundamentado na dimensão popular da fé, mas não vivíamos de forma eficaz o aspecto da evangelização. Essas diretrizes contemplam diversos aspectos,

agora, sobretudo, a questão da missão, da caridade, liturgia e iniciação à vida cristã, fortalecendo o que nos pede o Papa Francisco, de sermos uma Igreja em saída, não ficar nas sacristias e secretarias paroquiais, esperando que as pessoas nos procurem, mas irmos ao encontro daqueles que precisam. Durante a assembleia, tivemos um grupo novo que surgiu, de reflexão sobre os desastres naturais, em especial o mais recente, em Brumadinho, muito comovente e que está aí para uma atividade muito pontual e necessária.

A Ordem: A CNBB tem nova presidência, para um mandato de quatro anos, eleita pelos bispos, na assembleia. O novo presidente é Dom Walmor Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG) e o secretário geral, Dom Joel Portela, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Qual a sua opinião sobre a nova presidência da CNBB? Dom Jaime: As presidências da CNBB passam por um consenso.

O episcopado brasileiro é um dos maiores do mundo, com mais de 300 bispos e nós estamos envolvidos e acompanhando o pontificado do Papa Francisco com todos os seus desafios. Era muito importante que tivéssemos uma presidência que caminhasse e estivesse muito afinada com a Igreja do papa Francisco. É muito importante percebemos que não há campanha, mas tendências que vão brotando na hora da apuração dos votos. Nesse sentido, elegemos Dom Walmor, como presidente e Dom Joel,

BRUNO ANTUNES

DOM JAIME VIEIRA ROCHA é arcebispo metropolitano de Natal e bispo referencial para a comissão de comunicação no Regional Nordeste 2, da CNBB

JUNHO DE 2019

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A ORDEM ENTREVISTA

“Um dos aspectos marcantes do encontro foi a nota da CNBB ao povo brasileiro, diante das crises vividas em todo o mundo e a Igreja não pode estar de fora dessa realidade” DOM JAIME VIEIRA ROCHA como secretário geral. Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS), foi eleito vice-presidente e depois foi introduzido, nessas eleições, mais um vice, devido às demandas e tamanho da CNBB. Elegemos para essa função, o Dom Mário Silva, bispo de Roraima (RR). Outros grandes nomes foram indicados para a integração nos conselhos e comissões episcopais.

A Ordem: Lá, em Aparecida, o senhor foi nomeado para a função de bispo referencial para a comissão de comunicação no Regional NE2. Qual a expectativa para assumir essa nova missão?

Dom Jaime: Com atenção e empenho farei o que estiver ao meu alcance pela atuação e serviço tão importante junto a essa instância de comunicação a serviço da evangelização e missão da nossa Igreja nas vicissitudes do tempo presente. Ouvi da boca de três irmãos bispos que também assumiram responsabilidades da Igreja na CNBB no primeiro dia de eleições para os diversos cargos e funções, a clássica citação: “com temor e tremor”, assumo. Com a humildade do aluno que retorna à classe de aulas depois de um tempo, desatualizado, mas com motivação para aprender, eis-me aqui! Aberto e atento para com as exigências da realidade, com o valor e a experiência de todos e todas, vamos adiante para comunicar os sinais e a vida do Reino de Deus e sua Igreja para todos os seus filhos e filhas! A Virgem Mãe Aparecida interceda e nos acompanhe em nossas Igrejas!

10 JUNHO DE 2019

CACILDA MEDEIROS

ARTIGO

A era da vertigem

digital

A poucos dias um jovem cometeu suicídio na Argentina, após uma calúnia espalhada pelo facebook; no mesmo país um pai foi queimado vivo por uma turba motivada por notícia falsa espalhada pelo whatsapp. No Brasil, recordo-me de, pelo menos, três casos semelhantes. Há estudiosos que apontam que estamos à beira do abismo. Nunca nos comunicamos tanto, porém nunca nos comunicamos tão mal. O francês Bruno Patino, especialista em mídias e assuntos digitais, alerta que: “Para conquistar nosso tempo, as ferramentas vão transformar o hábito em vício.

Técnicas das neurociências são usadas para nos tornar cada vez mais dependentes, seja da própria tela ou de certos aplicativos do nosso smartphone. Nosso tempo é um recurso que, pouco a pouco, está sendo sugado por novos atores que, por não estarem limitados em sua ação, comportam-se como predadores. Penso que estamos obcecados com o fato de que roubam nossos dados, mas não conseguimos nos dar conta de que roubam uma parte do nosso livre arbítrio sobre o nosso tempo” (Entrevista publicada por La Vie, 07-052019. A tradução é de André Langer).

Eis o problema da “vertigem digital”.

Por vertigem digital entenda-se a ansiedade e o impulso desordenado por acompanhar, curtir, postar todo tipo de conteúdo e revelar sua pessoa nas redes sociais causando uma enorme perda de tempo, a dependência da internet e a sensação de que: “quem não posta não existe!”.

Basicamente, na última década começou a se formar uma nova cultura de massa. Se antes as telenovelas, os programas de rádio e as revistas de fofocas ocupavam as pessoas para se informarem sobre a “vida dos famosos”, hoje cada um faz-se famoso graças ao alcance das redes sociais. Houve uma espécie de popularização da “famosidade” assim como

um acesso mais imediato as notícias, opiniões e também fugacidades. As notícias continuam a ser manipuladas pela grande mídia, por muitos blogs submissos ou comprados, pelas notícias criadas ou distorcidas, chamadas de “fake news”, que pululam as redes sociais. A realidade é que a maioria da população está sendo direcionada pelo poder hipnotizador das redes sociais. Publique-se um texto de 15 linhas sobre um tema relevante que a indiferença é sinalizada por umas minguadas curtidinhas, compartilhe-se uma foto da coisa mais corriqueira do seu dia e o celular não vai parar de dar aquele assovio que lhe estimula a continuar a “comer” o que nunca vai lhe saciar. No livro #vertigemdigital (escrito assim mesmo), o autor Andrew Keen mostra o quanto o que parece ser sinal de liberdade torna-se meio para um controle da população infimamente superior a todas as épocas, porque agora a privacidade já não existe. Empresas mundiais compram as informações e sabem muito mais de nós que nós mesmos, e pelas “maravilhosas redes” influenciam diretamente as tendências, os costumes e o consumo.

A força hipnótica e alienadora chega também a vida concreta quando muitas pessoas têm suas vidas e dignidade destruídas pela velocidade de propagação das mentiras, calúnias e suposições. Além disso, a banalização da morte é o primeiro prato do dia. Há quem prefira tirar uma foto ou até uma selfie da última agonia da vítima de acidente a usar seu celular para chamar a urgência. Tudo isto é invenção do demônio? Certamente não, é do homem mesmo! Contudo, o grande problema é que ainda somos incapazes de discernir e fazer escolhas diferentes uma vez que se renova a cada dia a observação de Jesus: “os filhos das trevas são mais prudentes/espertos que os filhos da luz” (Lucas 16, 8).

A ORDEM

Pe. José Lenilson de Morais Pároco da Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim – São José de Mipibu

“A realidade é que a maioria da população está sendo direcionada pelo poder hipnotizador das redes sociais”

JUNHO DE 2019

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A ORDEM CAPA ENSINOPOSITIVO.COM

Iniciativas se mostram preocupadas com políticas para

crianças e jovens

Neste mês de junho, vai ser lançada uma campanha que visa a valorização dos direitos infanto-juvenis POR LUIZA GUALBERTO

12 JUNHO DE 2019

CAPA A ORDEM

Diante das crises econômicas, políticas e sociais enfrentadas pelo Brasil nos últimos anos, diversos setores da sociedade civil têm padecido, principalmente no que diz respeito às políticas públicas. E foi essa a reflexão levantada pela Campanha da Fraternidade, neste ano, ao colocar a temática em debate, convocando os atores sociais a assumirem o seu papel. Segundo o texto-base da campanha, a política é um meio para que o viver em sociedade possa promover a vida digna de todos os cidadãos. “Todos os cidadãos, por isso, devem ter seus direitos adquiridos respeitados e também devem cumprir com os seus deveres, pois tudo isso promoverá o bem da sociedade”, reforça o texto. No que diz respeito às políticas voltadas para crianças e jovens, alguns pontos precisam avançar e, por essa razão, algumas iniciativas vem incentivando um olhar sensível para estas realidades.

Campanha RN Criança No próximo dia 12, vai acontecer o lançamento da campanha “RN Criança+10: avançar, sim!

Retroceder, jamais!”, que nasceu da necessidade imediata de um conjunto de entidades, organizações e pessoas da sociedade civil organizada, de levar ao conhecimento de todos, fatos que acarretaram na realidade atual, com o intuito de buscar soluções.

Segundo Dilma Felizardo, articuladora da iniciativa, o objetivo é um maior fortalecimento do controle social das políticas de promoção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes. “Há alguns anos, já enfrentávamos

“A política é um meio para que o viver em sociedade possa promover a vida digna de todos os cidadãos” TEXTO-BASE DA CF 2019 essa realidade atual. Pontos que já devíamos ter superado, como, por exemplo, crianças nas ruas, hoje, voltam à mesma discussão.

Tem algo errado nisso tudo e devemos, como cidadãos e atores sociais, buscar respostas e soluções para estas realidades. Esse é um papel de todos”, diz.

Entre algumas iniciativas que estão sendo pensadas, durante a campanha, estão a articulação com organismos e instituições que trabalham essa temática, como, por exemplo, a pastoral da criança. Também está em construção uma campanha nos meios de comunicação social, além da promoção de fóruns, debates e seminários, que coloquem em destaque esse tema. Ainda de acordo com Dilma Felizardo, a iniciativa quer envolver a todos e, por essa razão, ela convoca o envolvimento dos conselhos estaduais e municipais, para que

incluam esta reflexão na formulação de políticas públicas de atendimento, bem como, atuem na fiscalização de suas execuções.

Dilma reforça também, uma necessidade de atenção em diversos aspectos, como extermínio de jovens, saúde, educação, segurança, desenvolvimento social, entre outros. Acerca da violência, o Rio Grande do Norte encerrou o período de 2006 a 2016, com a segunda maior taxa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos.

O crescimento da taxa de homicídios, ao longo dos 10 anos, apenas nesse público, foi maior que a média nacional e chegou a 380,1%.

Quem desejar, pode aderir à campanha. Basta entrar em contato com a articulação do projeto, por meio do @campanharncrianca10 no Instagram, ou ligar para o número: (84) 98831-1303.

Frente parlamentar No dia 02 de maio, o deputado estadual, Hermano Morais (MDB), anunciou a reabertura da Frente Parlamentar Estadual em Defesa da Criança e do Adolescente. Segundo o deputado, essa frente parlamentar é importante, por ser um ambiente onde serão tratados e pensados todos os assuntos relacionados à criança e ao adolescente no estado.

Hermano lembrou que o tema é recorrente na Casa e destacou o trabalho desenvolvido na legislatura anterior, pela ex-deputada estadual, Márcia Maia. “Vamos dar continuidade ao trabalho, por entender a importância do tema”, frisa. A frente parlamentar vai ser reaberta, oficialmente, no próxi-

Clube do Livro Infantil Rua Salto Veloso, 2906 Conjunto Santa Catarina, fone: 99107-3751 | Email: escolacristorei@uol.com.br JUNHO DE 2019

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A ORDEM CAPA

mo dia 12, data marcante, por se tratar do Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. De acordo com o balanço anual do Disque 100, em 2017, os casos de violência (que vão de maus tratos domésticos à exploração sexual e trabalho infantil), registraram 41 mil casos no país. No Rio Grande do Norte, foram 935 casos notificados. O estado ocupa a 4ª colocação na média nacional de número de denúncias em cada 100 mil habitantes.

Formação de conselhos de saúde Segundo o texto-base da Campanha da Fraternidade 2019, os

“Frente parlamentar em defesa da criança e do adolescente vai ser reaberta no dia 12 de junho”

DIVULGAÇÃO

Apresentação da Campanha RN Criança ao deputado estadual Hermano Morais

14 JUNHO DE 2019

conselhos estaduais e municipais são importantes no que diz respeito ao acompanhamento e identificação das políticas públicas necessárias para cada segmento. Canindé Santos é conselheiro municipal de saúde, na cidade de Parnamirim, na região metropolitana de Natal e realiza um trabalho de formação para conselheiros, em parceria com o Sindicato dos Servidores do Sistema Nacional de Auditoria do SUS (SINASUS) e Ministério Público Federal (MPF). “Nessas formações, a gente trabalha a questão da importância dos conselhos, principalmente no que

CAPA A ORDEM MARIA BEATRIZ

“Balanço anual do Disque 100, mostra que RN está na 4ª colocação em denúncias que envolvem crianças e adolescentes” Canindé Santos, conselho municipal de saúde, em Parnamirim

diz respeito ao acompanhamento dessas políticas públicas. A gente também apresenta a fundamentação legal do conselho, o controle social, entre outros aspectos”, conta. “A atenção à criança perpassa esse processo, como ponto importante da atenção de saúde e integro o conselho municipal de saúde, como membro da equipe estadual da pastoral da criança”, reforça.

Ainda de acordo com Canindé, com sugestão do MPF, esse projeto de capacitações foi apresentado ao Centro de Apoio às Promotorias do Ministério Público Estadual (MPE). Desse encontro, o grupo passou a atuar no projeto “Sustentando a atenção primária”, que identificou 19 municípios potiguares que estão em situação crítica, no que diz respeito aos índices de desenvolvimento humano e também tem defasagem de políticas públicas atuantes.

Esses municípios estão concentrados nas regiões do litoral sul, agreste, salineira e do mato grande. “Nesses municípios, a gente

está indo ministrar esse tipo de formação, para uma melhor atuação dos conselhos de saúde e, assim, contribuir para a melhoria dessas realidades”, conta.

No que diz respeito às políticas para crianças e adolescentes, Canindé Santos diz que elas avançaram, mais ainda estão longe de ser ideais. “Houve um

avanço, porém é muito ineficiente. O que necessita ainda é um olhar, principalmente para aquelas pessoas que não tem acesso a um serviço de qualidade, de qualquer natureza. É complicado, porque a criança está ali na sua fase de formação e crescimento.

E, para atingir a criança, eu preciso atingir a família”, enfatiza.

ARQUIVO PESSOAL

Dilma Felizardo, articuladora da Campanha RN Criança

JUNHO DE 2019

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A ORDEM ARTIGO

O envolvimento da Igreja nas

questões ambientais

A Igreja Católica desenvolve um papel importante na evangelização dos povos, mediante o despertar da fé, através do anúncio do Evangelho. Porém, como instituição milenar inserida na sociedade, a Igreja também realiza uma participação efetiva na formação cidadã, ao tomar parte em debates que discutem questões que envolvem o coletivo, e que apresentam importância social. Uma das temáticas bastante discutidas na Igreja é a que se refere às questões que envolvem o meio ambiente. A relevância da Igreja Católica nessas discussões se deve ao fato de que ela possui coerência e fidelidade ao Evangelho, desenvolvendo uma sensibilização ambiental capaz de gerar mudanças na atuação da sociedade. É evidente que muitos problemas ambientais são causados pela crise ética que atinge nossa sociedade. Há muitos anos não somos capazes de discernir sobre as consequências a longo prazo que nossas atitudes trarão ao meio ambiente e quais os efeitos para as gerações futuras. O tão falado conceito de sustentabilidade se perde no meio dos interesses pessoais e da busca pelo acúmulo de riqueza.

Nesse cenário, encontramos a Igreja, que busca através de ações propor reflexões com intuito de desenvolver uma consciência voltada para uma boa convivência com o meio. Essa relação Igreja/ Ecologia ganhou força na Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Ambiente, em 1972 em Estocolmo. Na ocasião, o Papa Paulo VI falou sobre a necessidade de respeitar os limites da natureza, bem como sua capacidade de

16 JUNHO DE 2019

regeneração, e enfatizou, ainda, que essa boa relação só se daria através da transformação radical das mentalidades.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já dedicou estudos e campanhas voltadas ao meio ambiente. E foi nas Campanhas da Fraternidade que tal temática ganhou destaque, enfatizando o papel fundamental da Igreja na formação de uma consciência ambiental através da ação pastoral. Sendo em 1979 a primeira campanha lançada, cujo tema era “Por um mundo mais humano – Preserve o que é de todos”. A contribuição da Igreja Católica, através da sua Doutrina Social quer, em sua missão evangelizadora, despertar para uma ação de cuidado, preservação e responsabilidade com o meio.

Em outubro desse ano a Igreja realiza o Sínodo da Amazônia no Encontro dos Bispos da Igreja Católica, no Vaticano.

Esse evento marcará mais uma vez a preocupação eclesial pela preservação da maior floresta tropical do mundo e a sua biodiversidade. O Papa Francisco vem demonstrando de forma recorrente em suas falas a necessidade de uma atenção maior ao meio ambiente.

Em sua primeira encíclica dedicada ao assunto (Laudato sí - Sobre o cuidado da casa comum), o pontífice nos convida não apenas a refletir, mas a mudar o nosso estilo de vida em prol da criação divina.

A Igreja quer, com o Sínodo da Amazônia e tantas outras ações, nos mostrar de que lado está. E este lado é o da vida, dos pobres, da biodiversidade, dos povos indígenas, e de todos nós que diretamente dependemos do meio ambiente.

Vitória Élida Jornalista e bióloga

“Temática recorrente nas discussões eclesiais mostra de que lado a Igreja está”

A ORDEM

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A ORDEM

GERAL

DIVULGAÇÃO

Galeria de arte e cultura do Viva o centro de Natal

18 JUNHO DE 2019

GERAL A ORDEM

Associação resgata cultura e história do bairro comercial da capital potiguar

Um centro vivo e

revitalizado

Desde julho do ano passado, um grupo de empresários do bairro Cidade Alta, no centro de Natal se reuniu e criou uma associação, intitulada “Viva o centro”, que tem o objetivo de fortalecer as potencialidades do bairro comercial da capital, principalmente do ponto de vista histórico e cultural. E a iniciativa tem dado resultado. Em pouco tempo, o bairro passou por mudanças, sendo a mais significativa, a revitalização do Beco da lama, reduto da boemia natalense. O local ganhou uma nova estética, por meio do trabalho de 40 profissionais do grafitti, comandados pelo renomado artista plástico de São Paulo, César de Almeida, conhecido como Dicesarlove, que pintaram as paredes dos estabelecimentos da rua com cores vibrantes e elementos artísticos que são típicos da cultura local. O fechamento da rua para carros e a melhoria da estrutura (iluminação, recuperação do piso, instalação de lixeiras e policiamento) revigoram o local, a ponto de atrair um público que não costumava frequentar o centro histórico.

No Beco da lama, semanalmente, acontecem rodas de samba e apresentações artísticas, além de ser possível degustar de iguarias típicas da região, como guizado, cuscuz, buchada, entre outros.

Segundo o presidente da associação Viva o centro, Delcindo Mascena, o trabalho tem sido incansável.

“Desde o ano passado, a gente vem com diversas ações de incentivo à história e cultura aqui no centro de Natal. A gente teve uma experiência exitosa no período natalino, em que

“Aquela dinâmica de, por exemplo, sentar na calçada para conversar, entre outras coisas, foi ficando de lado. Iniciativas como essa, do Viva o centro, pode contribuir, promovendo o resgate por meio de atividades culturais e sociais, podendo ser disseminado em outros locais da cidade”

tivemos a oportunidade de inserir os comerciantes nesse clima. A gente promoveu shows culturais e incentivamos as lojas a aderirem e criarem algum diferencial para o período, o que foi um sucesso. Com o Beco da lama, a Prefeitura de Natal foi parceria e viabilizou que esse sonho se concretizasse, além do empenho dos demais envolvidos da sociedade civil. O Beco é a base da cultura da cidade. Quando iniciamos o Viva o centro, foi com a proposta de aproveitar a força cultural para alavancar o comércio no bairro”, frisa.

Ainda segundo Delcindo, durante este mês de junho, período junino, diversas atividades vão acontecer no centro da cidade para movimentar a população.

O trabalho do Viva o centro se tornou modelo, sendo case de sucesso apresentado durante o evento “Revitalizando cidades: debates sobre cidades inteligentes e humanas”, que aconteceu no mês passado, em Natal, promovido pelo Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), coordenado pelo prof. Júlio Rezende, estudioso do assunto.

Segundo Julio, é importante que as cidades vivam esse resgate histórico e cultural. “A gente percebe que as cidades tem se modificado de alguns anos pra cá. Aquela dinâmica de, por exemplo, sentar na calçada para conversar, entre outras coisas, foi ficando de lado. Iniciativas como essa, do Viva o centro, pode contribuir, promovendo o resgate por meio de atividades culturais e sociais, podendo ser disseminado em outros locais da cidade”, frisa.

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A ORDEM

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A ORDEM

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A ORDEM PARÓQUIAS

Paróquia de São João Batista:

dos bondes à modernidade de Natal MARIA BEATRIZ

Igreja matriz de São João Batista

Comunidade foi elevada a Paróquia em 1963 e vive, neste mês, festa dedicada ao padroeiro LUIZA GUALBERTO

22 JUNHO DE 2019

PARÓQUIAS A ORDEM

A

s secas que atingiram o interior do estado nos anos 50, fizeram com que a população rural se deslocasse para Natal, numa tentativa de recomeçar a vida.

Muitos bairros foram inflados com a chegada dessas pessoas, sendo necessário o investimento em várias áreas e, consequentemente, o apoio religioso. Anteriormente a essa realidade, a pedra fundamental da Igreja foi erguida no ano de 1928, pelos Missionários da Sagrada Família, que atendiam à população daquele bairro na época, sendo inaugurada em 1959. Com o crescimento da comunidade, no dia 09 de janeiro de 1963 aconteceu a criação da Paróquia de São João Batista, pelo então administrador apostólico, Dom Eugênio Sales. No mesmo dia, também aconteceu a criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Morro Branco. Ambas passaram a ser administradas pelos Missionários Redentoristas. Durante 32 anos, o Pe. Pio foi o responsável por prestar assistência religiosa aos fiéis de Lagoa Seca, além de Morro Branco.

No governo arquidiocesano de Dom Heitor de Araújo Sales, as paróquias foram separadas, tendo o monsenhor Assis Pereira como pároco de transição na Paróquia de Lagoa Seca. Atualmente, a comunidade tem como pároco, o padre Marcelo Cezarino.

VIDA PASTORAL Segundo o padre Marcelo, a Paróquia tem uma vida pastoral ativa.

São três comunidades, além da matriz e, em todas elas, existem núcleos dos 23 grupos de pastorais, movimentos e serviços de que a Paróquia dispõe. Além disso, a

JAILSON SANTOS

Pe. Marcelo Cezarino, pároco

comunidade está dividida em 16 setores missionários. “Sabemos que evangelizar no meio urbano é desafiador, mas, acredito que a gente conseguiu chegar aos fiéis da comunidade paroquial, por meio da setorização e também dos movimentos marianos, que desenvolvem diversas atividades”, conta.

Ainda de acordo o pároco, a Paróquia vive de maneira eficaz a dimensão social. “A gente conta com o trabalho da Toca de Assis, que atua junto aos irmãos em situação de rua. Também contamos com a atuação da Pastoral da Sobriedade, que foi implantada no paroquiato do Pe. Robério Camilo e a gente deu continuidade, além do Grupo Esperança Viva, que atende pessoas em recuperação da dependência química, após passarem por internamento. Então, são trabalhos já consolidados e que geram muitos frutos”, reforça. Pe. Marcelo destaca a atenção que está dedicando ao trabalho da Pastoral da Comunicação. “Como nos pede a meta 4 do Marco Referencial da nossa Ar-

quidiocese, estamos fazendo esse empenho junto à Pascom, procurando equipá-la e dar condições para o desenvolvimento de suas atividades”, frisa. O pároco enfatiza ainda os atendimentos de confissões, que acontecem de terça a sexta-feira, das 14h30 às 17h30 na Igreja matriz. “É um serviço muito importante que prestamos aos fiéis. Diariamente, atendemos cerca de 25 pessoas, que buscam esse apoio religioso aqui na matriz e nós seguimos religiosamente esse calendário para melhor atender os paroquianos”, ressalta.

FESTA DO PADROEIRO No período de 15 a 24 deste mês, a Paróquia de São João vive a festa do padroeiro com uma programação diversificada, que envolve a celebração de missas, recitação do Ofício de Nossa Senhora, procissão, adoração ao Santíssimo Sacramento, além do tradicional novenário e atividades culturais. Neste ano, a festa tem como tema “Como São João Batista, sejamos missionários do direito e da justiça”.

SERVIÇO Endereço: Rua São João, 1363, Lagoa Seca, Natal/RN Telefone: (84) 3615-2871 E-mail: paroquiasjbatista@yahoo.com.br Facebook.com/saojoaonatal Horários de missa (Matriz): Terça a sexta-feira: 17h30 Sábado: 17h Domingo: 06h30/18h

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A ORDEM PARÓQUIAS

Riachuelo: devoção antiga ao Sagrado Coração de Jesus CEDIDA

Igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima

Comunidade paroquial foi criada em 2002, sendo desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Santa Maria POR LUIZA GUALBERTO

24 JUNHO DE 2019

PARÓQUIAS A ORDEM

N

o ano de 1888, foi construída uma capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, no local onde, hoje, é a sede do município de Riachuelo. Segundo relatos históricos de Nestor Lima, a capela foi construída em um terreno, na Fazenda Riachuelo, doado por Manoel Severiano, e a documentação se encontra nos arquivos da Arquidiocese da Paraíba, uma vez que, na época, ainda não havia sido criada a Diocese de Natal.

A assistência religiosa aos habitantes da região era dada pelo pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, em Natal, e, a partir de 1835, pelo pároco da Paróquia de São Gonçalo do Amarante. Mais adiante, a capela de Riachuelo passou a pertencer à jurisdição da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba. Quando o Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros assumiu a Paróquia de São Paulo Apóstolo, em São Paulo do Potengi, passou a dar assistência também à capela do Sagrado Coração de Jesus.

Criação da Paróquia Em 1999, o Padre Humberto Negreiros foi designado para dar assistência religiosa aos municípios de Riachuelo, Santa Maria e Ielmo Marinho, preparando, assim, essas três comunidades para a criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Em 2 de setembro de 2000, foi instalada a Área Pastoral, sendo nomeado o Padre José Sílvio de Brito como responsável. A

instalação da Paróquia ocorreu em 21 de junho de 2002, sendo desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Santa Maria, tendo como primeiro administrador paroquial, o Padre Valberto Messias da Cruz, que ficou na função até 2006.

Depois dele, já administraram a paróquia, os Padres Vicente Fernandes Neto, Fábio Joseph Pedroza, Inácio Lopes, Marcondes Eduardo Alexandre, Marcos Lima e, atualmente, o Padre Willian Bruno dos Santos Costa, que assumiu a função em 28 de janeiro de 2019. Hoje, a paróquia é formada pelos municípios de Riachuelo (sede) e Bento Fernandes.

A festa do padroeiro, Sagrado Coração de Jesus, é celebrada no período de 10 a 19 de novembro.

RIVALDO JR

Pe. Gilmar Victor, administrador paroquial

SERVIÇO Endereço Praça Manoel Severiano, 129 Centro – Riachuelo (RN) E-mail: paroquiaderiachuelo@gmail.com Missas Igreja Matriz – Riachuelo: Domingos, quartas e sextas-feiras – 19h Capela de N. Sra. Aparecida – Bento Fernandes: . Domingos – 8h30 . Terças e quintas-feiras – 19h Saiba mais www.instagram.com/paroquiasagradocoracaodejesus5 www.facebook.com/pascom.riachuelo

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A ORDEM REPORTAGEM

Imprensa deve estar a serviço da verdade e da

cultura do encontro DIVULGAÇÃO

“Precisamos de um jornalismo livre, a serviço da verdade, do bem e do justo; um jornalismo que ajude a construir a cultura do encontro” (Papa Francisco) POR CACILDA MEDEIROS

26 JUNHO DE 2019

REPORTAGEM A ORDEM DANYELLE SOARES

“Agora, percebe-se uma retomada no cumprimento da ética por parte dos veículos mais tradicionais, haja vista a existência de uma íntima relação entre ética, credibilidade e audiência” (Cézar Barros) Cézar Barros, jornalista

Responsabilidade social. Este é um termo que se ouve falar em vários segmentos da sociedade e que deve ser colocado em prática por empresas e instituições. O conceito de ‘responsabilidade social’ lembra que é possível construir uma sociedade mais desenvolvida, formada por cidadãos que contribuam com o crescimento de toda uma comunidade.

No mundo da comunicação, o profissional da mídia é, na maioria das vezes, formador de opinião, que ajuda na conscientização da população sobre diversos temas. Por isso, é responsabilidade do profissional buscar a verdade para divulgar as informações corretas, de maneira clara.

Nos tempos atuais, com a onda das ‘fake news’ (boatos), espalhadas, principalmente, pelas redes sociais, há um descrédito, por parte da população no que a imprensa publica. “Embora se perceba um esforço dos veículos tradicionais da imprensa em manter responsabilidade sobre o que publicam, o incentivo à pluralidade de ideias, evitando a disseminação de conteúdos falsos ou que firam a dignidade das pessoas e os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, muitas vezes os veículos não conseguem

ter controle sobre como seus produtos são disseminados, de modo que há deturpação das mensagens, as quais acabam sendo utilizadas para atingir pessoas ou setores da sociedade”, comenta o jornalista Cézar Barros, que também é mestre em Estudos da Mídia e funcionário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ética na comunicação Comunicar de forma ética, é um ato de responsabilidade social. O jornalista Cézar Barros, que é produtor do Jornal do Meio-Dia, da FM Universitária, observa que, por um tempo, nos últimos anos, os veículos tradicionais perderam um pouco de credibilidade ao agir com menos rigor, no que diz respeito aos devidos cuidados com a ética.

“Agora, percebe-se uma retomada no cumprimento da ética por parte dos veículos mais tradicionais, haja vista a existência de uma íntima relação entre ética, credibilidade e audiência. Para não perder a audiência para veículos menos tradicionais, os veículos de comunicação têm se preocupado em garantir a credibilidade, a qualidade e confiabilidade do conteúdo, preocupando-se em cumprir os preceitos éticos da profissão”, observa.

Descrédito na imprensa Pesquisas mostram um descrédito crescente na imprensa, por parte da população. As eleições de 2018 são um exemplo da forte circulação de ‘fake news’ , fazendo com que as pessoas passassem a duvidar da veracidade de informações publicadas nos meios de comunicação. Para Cézar Barros, esse descrédito pode ser atribuído a falhas cometidas pela própria imprensa na apuração e divulgação de determinados assuntos, mas também à sucessão de agressões que setores da mídia têm sofrido de personalidades públicas.

Para reverter essa situação, o jornalista, que também foi professor substituto do Departamento de Comunicação, na UFRN, dá um conselho aos ‘formadores de opinião’, que atuam na mídia, no que diz respeito à responsabilidade social. “É necessário respeitar os diversos pontos de vista, precisão na apuração e divulgação de informações, evitando a disseminação de conteúdo falso ou impreciso, bem como refletir sobre o impacto da divulgação de determinadas informações na sociedade”, orienta.

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A ORDEM VIDA PASTORAL CRISTINE DOSSIN

Movimento que surgiu nos EUA está presente em todo o mundo Renovação Carismática Católica atua em Natal há cerca de 40 anos ARQUIVO RCC

28 JUNHO DE 2019

VIDA PASTORAL A ORDEM

“A missão da RCC é evangelizar com renovado ardor missionário, a partir da experiência do batismo no Espírito Santo’”

C

riado em fevereiro de 1967, na Universidade de Duquesne, na Pensylvania (EUA), o movimento da Renovação Carismática Católica (RCC) surgiu durante um retiro espiritual de jovens estudantes.

Segundo o site da RCC Brasil, durante os grupos de discussão, um dos líderes colocou a reflexão que o cristão deve confirmar, constantemente, os votos de Batismo e Crisma. Depois deste retiro, os jovens continuaram suas vidas em oração. Espontaneamente, essa experiência também foi vivida em outros lugares dos Estados Unidos. O retiro dos jovens ficou conhecido como “Final de semana de Duquesne” e é tido como o início da Renovação Carismática.

Com a expansão do movimento para outras partes do país, a RCC cruzou fronteiras e chegou a outros países. No Brasil, a Renovação Carismática teve início em 1969, a partir de um encontro de jovens da Arquidiocese de Campinas (SP), organizado pelo padre Haroldo Rahm.

Esse padre recebeu de um seminarista da Companhia de Jesus, materiais que falavam sobre a experiência de Duquesne.

Esse seminarista é o hoje padre Eduardo Dougherty, presidente da Associação do Senhor Jesus, à qual pertence a Rede Século 21. Ainda de acordo com o histórico disponível no portal da RCC Brasil. Hoje, estima-se que existem cerca de 20 mil grupos de oração em todo o Brasil, reunindo cerca de 1 milhão de pessoas.

No RN No Rio Grande do Norte, o registro mais antigo de um grupo de oração é na cidade de Mossoró. Em Natal, o primeiro grupo foi fundado há quase 40 anos.

Foi no conjunto Amarante, em São Gonçalo. O grupo foi batizado de “Jesus vive entre nós” e está em funcionamento até os dias de hoje. No território da Arquidiocese, estima-se que existem mais de 150 grupos. A coor-

denação arquidiocesana é uma instância de serviço e pastoreio, que orienta a realização dos grupos, seguindo algumas diretrizes, mas com liberdade de adaptação à realidade de cada comunidade. A coordenação ainda é responsável pela formação espiritual, humana e sobre o serviço de todos os membros do grupo.

A missão da RCC é evangelizar com renovado ardor missionário, a partir da experiência do batismo no Espírito Santo. Todo o trabalho da renovação nasce no grupo de oração. Os serviços dos grupos são os mais diversos.

Organizados em ministérios, os membros podem atuar nos segmentos de pregação, música e artes, intercessão, oração por cura e aconselhamento, promoção humana, comunicação social, família, crianças e adolescentes, jovens e universidades renovadas. Mensalmente, os membros dos grupos de oração se reúnem em um encontro de formação. Neste encontro, os participantes vivem um momento de avivamento e capacitação. Ao longo do ano, a RCC promove alguns eventos, entre eles, o retiro de carnaval Ágape, o encontro de Pentecostes e o cenáculo com Maria, no dia de Nossa Senhora Aparecida. Além destes, são realizados alguns encontros arquidiocesanos, com uma estrutura diferenciada da formação mensal.

A sede arquidiocesana está localizada na Casa Rainha da Paz, no bairro do Alecrim, em Natal. Lá, acontece uma programação constante, com grupo de oração semanal, celebração de missas e atendimento para aconselhamento.

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A ORDEM ARTIGO

Devoção ao

Sagrado Coração de Jesus Por Pe. Francisco Lima Assistente eclesiástico do Apostolado da Oração, na Arquidiocese de Natal

Uma devoção tão antiga e, ao mesmo tempo, tão nova, que atrai mulheres, homens e jovens das diversas idades a viverem momentos de orações e missão. O Apostolado é uma grande família de oração por toda a humanidade. É um caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos do mundo inteiro. É um caminho que vai conduzi-los a uma aliança de amor pessoal com Ele, simbolizada no seu Coração.

O Papa Francisco nos recorda que a união da vida a Cristo leva-nos a dar a vida pelos outros, tal como Ele o fez. Faz-nos descobrir que, apesar da nossa pobreza e limitação, a nossa vida é útil aos outros. Sendo assim, o Papa passa a observar então a grande importância desta vivencia de fé e as nobres ações realizadas pelo Apostolado da Oração no mundo inteiro e entrega aos membros deste movimento, que, por sua vez, rezam seus oferecimentos diários para que também possam incluir as suas intenções. A Rede Mundial de Orações do Papa surge como atualização da missão do Apostolado da Oração.

Em nossa Arquidiocese, vivemos com júbilo essas renovações. O Espirito de Deus está trazendo aos corações de todos os membros muita fé e esperança. Os preparativos para o jubileu dos 175 do Apostolado

30 JUNHO DE 2019

da Oração têm ajudado muito para essa renovação, e, além disso, ainda realizamos animações dos grupos nos 14 zonais, encontros com coordenadores paroquiais, acolhimentos de novos membros, peregrinação da imagem do Sagrado Coração de Jesus em todas as paróquias, encontro da Região Nordeste, em Natal, ocorrido no último dia 18 de maio, festa do Sagrado Coração de Jesus, no próximo dia 28 de junho, e o grande encerramento do ano jubilar, que acontecerá no dia 6 de dezembro, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação. O Apostolado da Oração pode-se até dizer que é um grupo de pessoas de terceira idade, é verdade. Porém são mulheres e homens que, tendo a experiência de vida, são abertos à oração e vivência da missão.

O que encontramos de mais belo e prazeroso vivido pela maioria é o amor ao coração de Cristo. Pedimos que você, que se sente atraído por este mistério, procure sua paróquia e entre nos grupos, não sinta somente a alegria de receber a fita ou vestir uma roupa bonita, mas de deixar o Cristo fazer morada em vosso coração.

Deus abençoe a todos.

Jesus manso e humilde do coração, fazei nosso coração semelhante ao Vosso!

“O Apostolado é uma grande família de oração por toda a humanidade. É um caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos do mundo inteiro”.

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A ORDEM

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A ORDEM PERSONALIDADE

Procópio – fiel católico Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

“Deus seja bendito e louvado nas ações e atitudes desse seu filho, que entre nós exalta e torna crível a Palavra de Deus”

32 JUNHO DE 2019

em defesa e proteção do Meio Ambiente Cinco de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Para marcar essa data na memória da Igreja Católica, no Rio Grande do Norte, trazemos à lume o cidadão e fiel católico engajado na luta permanente em defesa e proteção do meio ambiente, o agrônomo e articulador político do Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos (SEAPAC), José Procópio de Lucena.

Procópio, nascido do coração do semiárido e sertão potiguar, há mais de vinte e cinco anos tem prestado relevantes serviços à caridade da Igreja, manifestos por atitudes,

JOSÉ BEZERRA

gestos e atividades em defesa e proteção do meio ambiente que constitui o bioma da caatinga encravada no chão do seridó.

Aqui nos valemos da palavra do Papa Francisco na Jornada de Estudos da FAO, em dezembro de 2018, para exaltar o compromisso inconteste de Procópio com as causas ambientais: “A terra deve ser tratada com ternura, para não lhe causar feridas, para não arruinar a obra que saiu das mãos do Criador. Quando isso não acontece, a terra deixa de ser fonte de vida para a família humana. E isso é o que acontece em não

poucas regiões do nosso planeta, onde a água está contaminada, o lixo se acumula, a deflorestação avança, o ar está viciado e o solo acidificado”. Atuando no Serviço à Caridade da Igreja em nosso meio, através do Seapac, Procópio é sinal de esperança e vida, qual farol a iluminar as vias que nos levam a crer em ser possível conviver em harmonia o ser humano com toda a obra da Criação.

No dia dedicado à reflexão do meio ambiente, a nossa Casa comum, no dizer do Papa Francisco, o testemunho de Procópio “mostra-nos também que uma ecologia integral requer abertura para categorias que transcendem a linguagem das ciências exatas ou da biologia e nos põem em contacto com a essência do ser humano” (LS, 11).

Deus seja bendito e louvado nas ações e atitudes desse seu filho, José Procópio de Lucena, que entre nós exalta e torna crível a Palavra de Deus, que se encarna e se revela na missão da Igreja, tornada visível pelos gestos concretos geradores de transformação humana. Inscrever Procópio na memória de nossa Igreja é devotar-lhe “uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo” (LS,13).

GERAL A ORDEM

Juventude

Pe. Andreson Madson do Nascimento Coord. arquidiocesano do Setor Juventude

É tempo de ser esperança Chegamos ao último texto desta série sobre o Documento Final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Foi um tempo oportuno para levantarmos, mesmo que de forma resumida, a reflexão sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Só conseguimos atingir a primeira parte do documento. Deixamos para a leitura pessoal de cada leitor as duas outras partes. Como sabemos, e já falamos, o documento em si tem como chave bíblica a passagem dos discípulos de Emaús. Se na primeira parte todos os capítulos versavam sobre a perspectiva de Cristo que se pôs a caminhar com os discípulos, a segunda parte trata do abrir os olhos dos discípulos, e a terceira mostra diversos capítulos que apontam para a reflexão do retorno deles após a descoberta da presença de Cristo ao partir o pão.

Chegando ao final de todos os nossos apontamentos a respeito do Sínodo dos Bispos sobre a juventude, descobrimos que quando o jovem reconhece o valor de sua vida e de sua própria juventude, ele descobre que a fé maior do que só pedir. É compromisso que gera discernimento e consciência sobre a sua vocação e valorização da vida. Temos, pois, este instrumento que deve guiar e mostrar o rumo das nossas juventudes. Os desafios estão postos. Mas, como sabemos, todo desafio é feito para ser superado. E superação é característica e espírito próprio das nossas juventudes. Vamos em frente. Que o Cristo Ressuscitado seja nossa inspiração e guia, afinal, como diz Padre Zezinho: “É tempo de ser esperança”.

Maria das Graças Costa (Gracinha) Educadora física

Benefícios da dança A dança é uma arte que proporciona igualdade de condições para desenvolver o potencial daqueles que a praticam. Ela, por si só, é geradora de possibilidades expressivas, seja do eu ou de um grupo. É a arte de mexer o corpo, através de movimentos e ritmos, sendo conjugada a batidas e a um som, fazendo com que a pessoa sinta a leveza dos movimentos e comece a interagir consigo e com o próximo. É uma modalidade que traz vida, aumentando a autoestima. É uma forma de terapia, algo que já nasce dentro da gente.

Dançamos quando estamos felizes. É muito simples de dançar, basta movimentar o corpo. A dança tem a possibilidade de melhorar a capacidade física, coordenação motora e o equilíbrio, fazendo com que o indivíduo possa criar seu próprio repertório motor. É uma prática de atividade física que consegue desvendar segredos que o corpo não permite ostentar. Ela cria possibilidades, rompe barreiras e é a mais pura forma de atrair o seu eu, para criar, viver e realizar.

Na sua prática, nota-se, em pouco tempo, benefícios como: socialização, flexibilidade, agilidade e acima de tudo o bem-estar físico e mental. Aproveite o período junino e vá dançar!

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A ORDEM GALERIA CACILDA MEDEIROS

5ª edição da caminhada está prevista para acontecer no dia 01 de setembro, em Natal

Caminhada da Solidariedade promove dia “D” de divulgação No dia 01 de setembro, a Arquidiocese de Natal, por meio do Vicariato Social, promove a 5ª edição da Caminhada da Solidariedade. Neste ano, os recursos arrecadados serão destinados ao Hospital Belarmina Monte, em São Gonçalo, instituição 100% SUS, além das iniciativas sociais no território arquidiocesano. Para marcar a preparação para o evento deste ano, a organização vai promover um dia “D” de divulgação, que vai acontecer em três momentos. O primeiro, no próximo dia 03 de junho, na área externa da Catedral Metropolitana.

A ação vai acontecer das 08h às 12h, com aferição de pressão arterial, orientações nutricionais, abraço solidário, panfletagem, além de um plantão de vendas dos bilhetes em prol da caminhada. A cartela custa R$ 2 reais e dá direito ao sorteio de um carro 0Km. Após esse dia, as próximas ações serão realizadas nos mesmos moldes nos dias 01 de julho, em São Gonçalo do Amarante e 06 de agosto, em frente à Igreja matriz de São João Batista, no bairro Lagoa Seca. Outras informações sobre a 5ª Caminhada da Solidariedade ligue: (84) 3615-2800 (falar com a coordenação de pastoral).

Congresso regional de Novas Comunidades

Natal sediar o Congresso das Novas Comunidades do Nordeste, de 14 a 16 de junho, no Centro de Evangelização e Ação Social da Comunidade Católica de Casais Vida Nova, situado na Av. Bernardo Vieira, no bairro do Alecrim. O evento terá como tema: “Formai um coração novo e um espírito novo” e contará com a participação do arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha; do bispo de Caruaru (PE), Dom Bernardino Marchió e de fundadores de comunidades de vida, de vários estados do Nordeste. As inscrições estão abertas e podem ser feitas através do e-mail articulaestadualrn@gmail.com. Os interessados podem obter mais informações através do telefone (84) 99918-2528.

34 JUNHO DE 2019

GALERIA A ORDEM

Arquidiocese entrega Prêmios de Comunicação Duas equipes paroquiais da Pastoral da Comunicação foram as vencedoras da primeira edição dos Prêmios de Comunicação da Arquidiocese de Natal. “A premiação foi criada com o objetivo de estimular, fomentar e reconhecer as boas iniciativas dos trabalhos realizados pelas equipes paroquiais da Pastoral da Comunicação”, explica o coordenador arquidiocesano do Setor de Comunicação, Padre Rodrigo Paiva. Nesta primeira edição, foram contempladas três categorias: rádio, impresso e internet.

A entrega dos troféus às equipes vencedoras aconteceu durante o 5º Seminário Arquidiocesano de Comunicação, realizado dia 19 de maio, com a participação de cerca de 150 agentes e da secretária nacional da Pascom, jornalista Patrícia Luz. Ao todo, 18 trabalhos concorreram à premiação. Os trabalhos foram submetidos a um júri, composto por profissionais da comunicação que atuam em dioceses ou instituições da Igreja Católica, em vários estados do Brasil.

VENCEDORES O prêmio da categoria rádio recebeu o nome de “Dom Eugênio Sales”, idealizador da Rádio Rural de Natal, na década de 50, hoje,

RAFAEL PACHECO

Paróquia de São João Batista, em Lagoa Seca, vencedora na categoria rádio

91.9 FM. O trabalho vencedor foi o programa ‘Manhã com Deus’, produzido pela Pascom da Paróquia de São João Batista, em Lagoa Seca, Natal, levado ao ar pela Webrádio O Precursor e pela 87 FM. O prêmio impresso levou o nome do “Jornalista Manoel Chaparro”, que foi editor do jornal A Ordem, na década de 60, levando o periódico a ganhar “Prêmios Esso”, um dos mais importantes do país, naquela época. O trabalho escolhido foi uma reportagem sobre os 20 anos da Pastoral da Criança, publicada na revista O Roseiral, edição de 2018, produzida pela Pascom da

Paróquia de Santa Rita, em Santa Cruz, vencedora nas categorias impresso e internet

Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz.

Já, a categoria internet recebeu o nome de “São João Paulo II”, o primeiro Papa, na história da Igreja, a usar a internet para evangelizar. A equipe vencedora também foi a da Paróquia de Santa Cruz, com a TV Santa Rita.

“Para a Pascom de Santa Cruz é uma grande alegria ser premiada em duas categorias, com cada uma com sua particularidade. A TV Santa Rita foi idealizada para ir além da simples transmissão de momentos litúrgicos. Ela foi criada com foco voltado para o telejornalismo. Sonhamos em crescer sempre mais, com o propósito de levar as ações evangelizadoras da Paróquia de Santa Rita de Cássia a outras cidades”, destaca Wallace Azevedo, agente da Pascom, diretor da TV. Ele também fala da alegria de ver uma reportagem da revista O Roseiral como a vencedora do Prêmio: “Em 2018, a Pastoral da Criança comemorou 20 anos de atuação na paróquia e podemos dizer que as comemorações culminam agora com essa premiação”.

A revista circula anualmente, com matérias jornalísticas sobre ações da paróquia, sempre no mês de maio, na época da festa da padroeira.

JUNHO DE 2019

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A ORDEM VIVER

Durante o período de inverno, as alternativas são as visitas a serras e festivais no interior do estado DIVULGAÇÃO

RN apresenta opções para quem quer curtir o frio

Mirante do Canto, localizado na serra de Martins (RN)

36 JUNHO DE 2019

VIVER A ORDEM

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iferente de outras regiões do país, onde as estações do ano são percebidas em sua totalidade, no Nordeste, o clima que predomina, em sua maioria é de verão, com incidência de chuvas no meio do ano. No Rio Grande do Norte não é diferente, mas, existem opções para quem desejar sentir temperaturas mais amenas, no interior do estado. Nesses locais é possível experimentar temperaturas em torno de 14 a 22 graus.

Serra de Martins As regiões serranas estão cada vez mais ganhando destaque no turismo potiguar. Localizada a 380 km de Natal, a uma altitude de 700 metros do nível do mar, Martins se destaca pelas paisagens exuberantes e clima agradável. No verão, a temperatura gira em torno dos 25 graus e no inverno, 18 graus. Na cidade, existem pontos turísticos e locais a serem visitados, como a Casa de Pedra, na Fazendo Trincheira, sendo a cristalização mais antiga do período pré-cambriano. É uma caverna com 100 metros de comprimento, dividida em vários recintos menores, alguns bastante profundos e escuros. Também é possível conhecer a Capela de Nossa Senhora do Rosário, que completou 260 anos de construção em 2018. Foi a primeira edificação religiosa construída na cidade. Ao lado da capela, está a rua que deu origem a Martins.

Lagoa Nova Outro destino que pode ser apreciado no interior potiguar neste período, é Lagoa Nova, na região Seridó do estado, localizado na Serra de Santana, 733 metros acima do nível do mar.

Durante este período, a temperatura oscila entre 14° e 22° graus. Um dos pontos turísticos da região é o vale vulcânico, formação rochosa no limite entre os municípios de Lagoa Nova e Cerro Corá, que recebeu esse nome, devido à sua característica da região vulcânica. Inaugurada há mais de quatro anos, a pousada Chalés dos Cajueiros hoje é uma boa opção de hospedagem para curtir o frio da serra degustando fondue ou uma comida caseira servida no seu restaurante.

Monte das Gameleiras Ainda na pegada serrana, também é possível conhecer Monte das Gameleiras, cidade situada da região agreste do Rio Grande do Norte e que experimenta temperaturas mais amenas no período de junho a setembro e que fica na divisa com o estado da Paraíba. A prática turística, na cidade, tem como foco o ecoturismo, com diversas atrações baseadas na geografia privilegiada do município. Em Monte das Gameleiras é possível conhecer a pedra Pintada, pedra Navio, da Caridade, do Milagre, além da pedra do Magalhães.

Outras opções são o açude Pituaçu, a gruta e capela de Nossa Senhora da Saúde. Para os que apreciam boa gastronomia, a pedida, o restaurante da pedra do Sapo.

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A ORDEM LITURGIA

Corpus Christi: a Eucaristia faz a Igreja

Pe. José Freitas Campos Pároco da Paróquia de São Sebastião, no Alecrim, Natal

Nosso mundo não permanece sem Deus, nem longe de Deus.

Tudo vem por intermédio Dele: o pão, o vinho, o caminho, as flores, a chuva, o sol, a lua, a luz. Através do Verbo feito carne, tudo toma forma de uma metáfora da salvação.

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Na festa de Corpus Christi, a Igreja celebra a presença de Jesus Cristo “Pão da vida eterna” a partir da Ceia Pascal. Esta festa dá o sentido fundamental da celebração a todas as práticas seguidas pela Igreja no decorrer do Ano Litúrgico: a Eucaristia como transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo. Numa procissão solene, conduzimos pelas ruas o pão transformado em Corpo do Senhor.

E se o ostensório traz ao mundo o Corpo de Cristo, este mundo, onde trabalhamos, lutamos e vivemos, é transformado. O pão transubstanciado mostra que o mundo inteiro se transforma, que Deus pode e quer estar em toda parte, que tudo o que existe pode ser um símbolo, um sinal da presença de Deus na vida.

Nosso mundo não permanece sem Deus, nem longe de Deus.

Tudo vem por intermédio Dele: o pão, o vinho, o caminho, as flores, a chuva, o sol, a lua, a luz. Através do Verbo feito carne, tudo toma forma de uma metáfora da salvação.

Quando percorremos as ruas do mundo levando o ostensório com a Hóstia consagrada, emana daí um fulgor que irradia toda a criação.

Podemos sentir que Deus, ao nascer da carne, tocou diretamente a criação inteira e que seu toque a transformou. Esta solenidade nas-

ceu do desejo de se contemplar os seres como resultado da certeza da Verdade que é Cristo. Recorda tempos remotos! Em 1209, uma religiosa da ordem agostiniana, Juliana de Liège teria tido uma visão do disco lunar dentro do qual haveria uma parte negra. A visão foi interpretada como ausência de uma Festa eucarística no ciclo anual das festas litúrgicas. Por insistência dessa religiosa e do bispo Roberto de Liège, seu diretor espiritual, foi introduzida essa festa especial do Santíssimo Sacramento na sua diocese.

Os textos da missa do dia, principalmente as orações do presidente da Celebração, revelam a autoria do teólogo Santo Tomás de Aquino. Ele focaliza a Eucaristia sob tríplice aspecto: do ponto de vista do passado, é memorial da paixão de Cristo como verdadeiro sacrifício; do ponto de vista do presente, é sacramento da unidade de Cristo com a humanidade; do ponto de vista do futuro, é sinal prefigurativo do “gozo da divindade”.

Em suma, celebrar “Corpus Christi” hoje é celebrar a Eucaristia como ponto de partida e de chegada de uma Igreja em saída, testemunhando sua fé e decisão de lutar por um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno e verdadeiro.

A ORDEM

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