| A ORDEM
Fundação Paz na Terra ano LXVI - Nº 26 Natal/RN | R$ 7,00 Junho de 2018
Igreja de santO antÔnIO MANTÉM VIVA CULTURA E HISTÓRIA DE NATAL Junho de 2018 |1
A ordem |
2| Junho de 2018
| A ordem
Junho de 2018 |3
A ordem | Expediente
O “casamenteiro”, o “Batista” e a “Pedra”
Nos tempos em que as pessoas, principalmente as mulheres, eram mais “recatadas”, uma palavrinha – Caritó – assustava muitas moças. Caritó é o nome de uma pequena prateleira ou nicho que existia nas casas mais antigas, onde as mulheres guardavam alguns pertences para ficarem fora do alcance das crianças, principalmente objetos pouco usados. Para as moças solteiras a palavra era temida porque aquela de quem se dizia que “ficou no Caritó” já tinha passado do tempo de se casar. Era moça-velha, “encostada” na prateleira, sem uso, esquecida. Muitas dessas moças recorriam a Santo Antônio – também chamado de “santo casamenteiro” – porque se supunha que ele ajudava as moças a saírem do Caritó. Verdade ou não, Santo Antônio é um dos chamados “santos juninos”, juntamente com São João e São Pedro. Venerados na Igreja Católica, eles são celebrados cada qual no seu dia próprio, neste mês de junho. Santo Antônio, também conhecido por ajudar os pobres, no dia 13 de junho, celebrando-se a “trezena”; São João, também chamado de São João Batista (porque foi quem Batizou Jesus), no dia 24; e São Pedro (Pedra edificadora da Igreja), no dia 29. Foi exatamente a este último – São Pedro – a quem Jesus confiou a obra que instaurara no mundo – a Igreja – apesar de Pedro ter negado Jesus. Cada um dos “santos juninos” escreveu a própria história com o seu modo de ser e de agir.
Expediente
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1248) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1752 REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN)
4| Junho de 2018
08
ENTREVISTA
18
EM AÇÃO
22
PARÓQUIAS
30
Igreja e Comunicação: uma relação milenar
Grupo atua com iniciativas em prol do meio ambiente
Nesta edição, você vai conhecer as comunidades paroquiais de São Pedro Apóstolo e São José de Anchieta
OPINIÃO
Francisco: o Papa da alegria
CAPA: Rivaldo Jr. COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140
COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 IMPRESSÃO: Gráfica Sul – (84) 3211-2360 TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
| A ordem
Junho de 2018 |5
A ordem | Palavra da Igreja
Mensagem aos médicos católicos No último dia 28 de maio, o Papa Francisco recebeu em audiência, na sala dos Papas, no Vaticano, uma delegação da Federação Internacional de Associações Médicas Católicas (FIAMC), que estava em preparação para o 25º congresso do organismo, ocorrido na Croácia, de 30 de maio a 2 de junho. O evento teve como tema: “Santidade da vida e profissão médica desde a Humanae Vitae à Laudato si”. Na audiência, o Papa disse que os médicos católicos devem ter “uma permanente formação espiritual, moral e bioética, a fim de implementar os princípios do Evangelho na prática médica, desde a relação médico-paciente até a atividade missionária a fim de melhorar as condições de saúde das populações nas periferias do mundo”. Disse o Santo Padre, aos médicos: “O seu trabalho é uma forma peculiar de solidariedade humana e testemunho cristão. O seu trabalho é enriquecido com o espírito de fé. É importante que as suas associações conscientizem os estudantes de medicina e os médicos jovens a esses princípios, envolvendo-os nas atividades associativas.” E continuou: “Ser médico católico é sentir-se agente de saúde que, da fé e da comunhão com a Igreja, recebe o impulso para amadurecer cada vez mais sua formação cristã e profissional, tornar incansável sua dedicação, e inexaurível a necessidade de penetrar e conhecer as leis da natureza para melhor servir a vida.”
Papa Franscico Pontífice
Testemunhas coerentes e corajosas! Assim o Papa definiu as associações nédicas católicas que colaboram com a Igreja “na promoção e defesa da vida humana desde a concepção até seu fim natural”, no respeito dos vulneráveis, na humanização da medicina e sua socialização plena. O Pontífice convidou os médicos, não obstante as fadigas e dificuldades, a continuar combatendo o crescimento na medicina “do paradigma tecnocrático cultural”, da adoração do poder humano ilimitado e do relativismo prático, “em que tudo se torna irrelevante se não serve aos próprios interesses”. Convidou também a intervir em questões como “a interrupção da gravidez, fim da vida e medicina genética”, no pleno respeito do enfermo como pessoa com a sua dignidade. No coração do Papa está também outro aspecto particular: a liberdade de consciência dos médicos e agentes de saúde. Segundo o Santo Padre, não é aceitável que o seu papel seja reduzido ao de um simples executor do desejo do enfermo ou das exigências do sistema de saúde em que trabalha.” Para ele, o médico católico é primeiramente uma testemunha de fé vivida, capaz de colaborar com as realidades eclesiais e com quem trabalha ao lado das pessoas que sofrem. “Sejam ministros que saibam transmitir aos que se aproximam a riqueza da humanidade e a compaixão do Evangelho”, concluiu o Papa.
“Sejam ministros que saibam transmitir aos que se aproximam a riqueza da humanidade e a compaixão do Evangelho”
VOCÊ É SEMPRE BEM-VINDO NA
PAULUS Livraria de Natal! A PAULUS Livraria é o seu centro de evangelização e cultura. Visite nosso espaço e confira os livros, CDs, DVDs e outros produtos que a PAULUS oferece para você e sua família!
6| Junho de 2018
PAULUS Livraria de Natal/RN Rua Coronel Cascudo, 333 – Cidade Alta Tel.: (84) 3211.7514 WhatsApp: (84) 99900.0246 natal@paulus.com.br
@editorapaulus
A Voz do Pastor | A ordem
Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal Queridos irmãos e irmãs,
Papa Francisco: uma grande alegria para a Igreja e para o mundo
No mês de março passado, celebramos cinco anos da eleição do Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, para o sólio pontifício, assumindo o nome, até então, inédito de “Francisco”. Já foi dito que o nome Francisco é todo um programa de ação, de governo, de ministério petrino. Desde a primeira saudação no dia 13 de março de 2013, onde manifestou abertura e simplicidade, pedindo, antes de ele abençoar a multidão, que rezassem pedindo a bênção para ele, e ainda expressando como viveria a sua missão de Papa, com a categoria da sinodalidade, sustentada por ele como o caminho da Igreja no terceiro milênio: “O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio” (PAPA FRANCISCO. Discurso na comemoração do 50º aniversário da instituição do Sínodo dos Bispos, 17 de outubro de 2015): “E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo…, este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós” (Primeira saudação e Bênção Urbi et Orbe, 13 de março de 2013). Mas, uma característica muito forte de Papa Francisco é a “alegria”. Antes de me deter nos seus grandes documentos que trazem a alegria nos títulos, lembro de um fato da vida de São Francisco, intitulado “a perfeita alegria”: para o santo de Assis a perfeita alegria não consistia em “que o frade menor desse o maior exemplo de santidade e de boa edificação, em toda a terra, que curasse os cegos, os paralíticos, os surdos, os coxos, os mudos e mesmo ressuscitasse mortos de quatro dias, soubesse todas as línguas do mundo, todas as ciências, escrituras e profetizasse e revelasse as coisas futuras... A perfeita alegria consiste nisso: Quando nós chegarmos ao convento
de Santa Maria dos Anjos, totalmente molhados, tremendo de frio por causa da neve, cheios de lama e de fome e batermos na porta e o irmão-porteiro nos disser: Quem são vocês? E nós lhe dissermos que somos dois de seus irmãos, mas ele irritado falar: Não são não! Vocês são dois vagabundos que andam enganando a todos por aí, roubando as esmolas dos pobres. Por isso, fora daqui! E não nos deixar entrar no convento e fazer com que fiquemos na neve, na chuva e com frio e fome até de noite, então, se suportarmos tudo isso com alegria, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos contra ele e até pensarmos humildemente que o porteiro nos reconheceu e nos falou aquilo tudo com a permissão de Deus, nisto está a perfeita alegria! E, se continuarmos a bater à porta e ele sair do convento furioso e nos expulsar, falando-nos muitas injúrias e nos der bofetadas dizendo: Fora daqui, seus ladrões vis, aqui ninguém lhes dará comida nem cama. Se nós suportarmos tudo isso com paciência e alegria e de bom coração, escreve, irmão, nisso está a perfeita alegria!”. Talvez, aí encontremos a fonte para Papa Francisco apresentar seus grandes ensinamentos com a palavra alegria: Evangelii gaudium (A alegria do Evangelho), Amoris laetitia (A alegria do amor), Gaudete et Exsultate (Alegrai-vos e exultai), e ainda, Gaudium Veritatis (A alegria da Verdade), Laudato sí (Louvado sejas), porque a alegria de viver na união com Deus leva o homem e a mulher ao louvor, à ação de graças, ou como dizia Santa Elisabete da Trindade, em ser “laudem gloriae”, louvor de glória da Santíssima Trindade. É por causa dessa convicção que o Papa Francisco nos lembra de que “a atitude humana mais próxima à graça de Deus é o humor”. Que a alegria do Sucessor de Pedro esteja presente na vida de todos os leigos e leigas, de todos os ministros ordenados, para que sejam sinais da alegria divina que é manifestada no amor de Deus por toda a humanidade.
Junho de 2018 |7
A ordem | Entrevista Foto: Cacilda Medeiros
A Igreja Católica, ao longo da sua história milenar, sempre exerceu um papel determinante na vida cultural da sociedade, através dos processos comunicacionais, seja por meio da pintura, das esculturas, do teatro, e até mesmo a imprensa no início do Renascimento. Nos últimos cem anos, a Igreja vem se preocupando com a comunicação, especialmente após o surgimento das ‘maravilhas’, chamadas Meios de Comunicação Social. São dezenas de documentos (instruções, encíclicas, cartas), além das mais de 50 mensagens do Papa, por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais. A Igreja assume uma postura de acertar os passos e adaptar-se ao mundo contemporâneo, que traz consigo as novidades tecnológicas. Quem trata deste assunto, nesta entrevista, é a Irmã Joana Puntel, da Congregação das Irmãs Paulinas, mestra e doutora em comunicação, autora de vários livros.
8| Junho de 2018
Entrevista | A ordem
Igreja e Comunicação: uma relação milenar A Ordem: A senhora tem um vasto conhecimento sobre ‘Igreja e Comunicação’. Qual a relação entre estas duas palavras? Irmã Joana: A Igreja sempre se preocupou com comunicação. Contudo, é preciso saber como se deu esse interesse. Realmente, a comunicação vista como criar algo em comum, a gente já percebe nos Atos dos Apóstolos. Mas claro que na época não se usava o termo comunicação. Na época de revolução industrial, com o aparecimento da imprensa, então os meios simbólicos começaram a aparecer. A Igreja, por um lado, começou a se interessar, porque era importante para a evangelização, embora visse esses meios como um pouco de perigo. No campo da comunicação, houve várias fases, na Igreja. A primeira fase é da época que a revolução industrial, dos bens simbólicos, e a Igreja teve reticências muito fortes, porque, na verdade, ela tinha medo de perder o poder. Ela tinha o domínio, não só dos conhecimentos teológicos, mas também da cultura. Com a democratização dos livros que eram impressos, por exemplo, o conhecimento começou a se expandir. Na segunda
fase, a Igreja começou a aceitar os meios de comunicação, mas ainda reticente. Ela via os meios com uma certa reserva. Depois, o Papa João XXIII colocou o tema na pauta do Concílio Vaticano II. Podemos dizer
Arquidiocese de Natal está de parabéns, com o trabalho que realiza junto às equipes da Pascom. que já o Espírito Santo querendo agir. É a vontade de a Igreja acertar o passo. Com a força do decreto Inter Mirifica, do Concílio Vaticano II, a Igreja começou a acertar o seu passo, no que diz respeito à comunicação. Ela passou a observar que os meios eram importantes no processo de evangelização. Contudo, isso foi um amadurecimento bastante lento, por parte da Igreja, e ainda hoje estamos com vários resquícios. A Ordem: Hoje, como a senho-
ra vê a presença da Igreja no mundo midiático? Irmã Joana: Primeiramente, houve um avanço muito grande da Igreja em relação à comunicação. Houve um despertar para reflexão e uma preparação mais adequada para você lidar com os meios de comunicação. Embora, tenhamos ainda que vencer muitas coisas. Não basta simplesmente saber usar os instrumentos, mas ter conteúdo, saber argumentar, ter fundamentação. Por isso, nas formações, insistimos que é preciso levar em conta a trajetória da relação Igreja e comunicação. Eu vejo boas perspectivas. E, nesse sentido, percebo que a Pascom tem um trabalho maravilhoso. Tivemos uma fase de falar muito para os padres e fazê-los entender o que seria a Pastoral da Comunicação, que não se reduzia a dar avisos. Temos sempre que repetir o que o Papa João Paulo II disse na carta encíclica Redemptoris Missio, no número 37, que a comunicação foi deixada, muitas vezes, em segundo plano, nos planejamentos pastorais. Aqui, a Arquidiocese de Natal está de parabéns, com o trabalho que realiza junto às equipes da Pascom.
Junho de 2018 |9
A ordem | Entrevista
A Ordem: Como a senhora vê a utilização das redes sociais por parte de bispos, padres, religiosos, enfim, por representantes da Igreja? Irmã Joana: Isso é bastante complexo. Como a Igreja, de modo geral, ainda está na fase de observar que a comunicação não se reduz aos meios, então a primeira coisa é o fascínio pelas tecnologias. Mas a nossa questão, e que deve ser levada muito em consideração, é perceber qual é a lógica que está por trás dessa complexidade toda. Às vezes, ficamos alimentando esse tipo de lógica, sem ter consciência crítica. Precisamos de formações sobre como lidar com esses aspectos, que não são só o uso das tecnologias. Também, não podemos dizer que nas mídias digitais, por exemplo, só tem bobagem. As redes sociais, por exemplo, são plataformas excelentes. Basta ler as cartas do Papa Bento XVI, que mostram como o magistério da Igreja pensa o digital e como ele pode ser instrumento para a evangelização. As redes sociais têm uma linguagem própria
e é importante saber usá-la e nisso trutor da paz e da verdade. É importante se interessar, ler e discutir os jovens primam. sobre este tema, inclusive junto às crianças. E esse é um papel primordial da Pascom.
“Não basta apenas se prevenir das Fake News, mas, em meio a tudo isso, você ser construtor da paz e da verdade”
A Ordem: Como lidar com as Fake News, os famosos boatos, tão presentes em nossas vidas, nos dias atuais? Irmã Joana: Na mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, há vários pontos importantes, mas um me chamou mais atenção: é o que fala que não basta apenas se prevenir das Fake News, mas, em meio a tudo isso, você ser cons-
A Ordem: Que mensagem a senhora deixa para os agentes da Pascom, da Arquidiocese de Natal, no que diz respeito a fazer uso da comunicação para evangelizar? Irmã Joana: Em primeiro lugar, quero parabenizar pelo trabalho que as equipes da Pascom desenvolvem aqui. Há poucos dias li um texto de um bispo que faz parte da comissão de cultura, no Vaticano, e ele dizia que a comunicação não é uma das culturas na Igreja, mas ela é a cultura. Jesus Cristo mandou anunciar a Boa Nova e o anunciar é passar pela comunicação. Então, é muito importante para a Igreja levar em consideração isso. E aí fazemos a conexão com a Pascom, que precisa sempre mais de formação, de saber dialogar, ter articulação e comunhão entre as equipes, planejar as atividades, ter metas a seguir.
10| Junho de 2018
1706/2
Conheça a
| A ordem
Coleção Teologia do
Papa Francisco
Preços válidos até 30/6/2018.
Esta coleção resgata e sistematiza os grandes temas teológicos dos ensinamentos de papa Francisco. Os pequenos volumes que a compõem retomam, de forma sucinta e didática, importantes temas presentes nos ensinamentos do Santo Papa, que revitalizam a Igreja e a sociedade por brotarem do coração do Evangelho.
Cód. 531782
Igreja sinodal
Cód. 531790
Mario de França Miranda O autor toma como orientação básica a noção de sinodalidade, que significa “caminhar juntos”. Mais do que uma noção técnica e precisa, aponta para uma nova mentalidade na vida da Igreja que atinge todos os seus membros.
R$ 10,50
Organizações populares Francisco de Aquino Júnior
De forma consistente, o autor apresenta a visão de papa Francisco a respeito das organizações populares. Para Francisco, a “opção pelos pobres”, que é constitutiva da missão da Igreja, deve passar pela vivência e pelo fortalecimento de uma cultura de solidariedade.
R$ 10,50
Cód. 531804
Espírito Santo Victor Codina
O autor esclarece que papa Francisco atua como um pastor que busca o bem espiritual do povo de Deus. Portanto, seu ensinamento sobre o Espírito Santo não será o de um professor acadêmico, mas o de um pastor preocupado com a vida de seu povo no Espírito.
R$ 8,50
Cód. 531812
Igreja dos pobres
Francisco de Aquino Júnior O autor aborda a centralidade dos pobres e marginalizados e das pessoas em situação de sofrimento em geral, característica marcante e aspecto determinante do ministério pastoral do papa Francisco.
R$ 10,50
Paulinas Livraria: Rua João Pessoa, 220
RODAPÉ Tel. (84) 3212-2184 • Natal-RN • livnatal@paulinas.com.br No mês do Rosário, saúde a Mãe de todos dos povos Cód. 530565 Junho de 2018 |11
1706/2018 - Anuncio Revista da Arquidiocese Natal-RN.indd 1
22/05/18 17:28
A ordem | Reportagem
Igreja mantĂŠm viva cultu Fundada em 1766, Igreja de Santo AntĂ´nio ĂŠ o segundo templo religioso mais antigo da capital potiguar
12| Junho de 2018
Reportagem | A ordem
ltura e história de Natal Por Luiza Gualberto
A
s Igrejas do Rio Grande do Norte trazem, em sua memória, muito da história e cultura popular. Em Natal, a Igreja de Santo Antônio, mais conhecida como Igreja do Galo, tem mais de 250 anos e muitos acontecimentos para contar. Finalizada em 1766, ela é a segunda mais antiga da capital potiguar. Tem como estilo, o chamado barroco tardio, estilo artístico que surgiu no final do séc.
XVI, que traz linhas despojadas, sem muitos adornos. O templo tem como guardião o frei Reginaldo Mendonça, OFMCap., que diz que a Igreja já foi administrada pela Arquidiocese de Natal e também pelos irmãos Maristas, que por um tempo mantiveram uma escola ao lado da Igreja, conhecido como Colégio de Santo Antônio. “No ano de 1948, os frades capuchinhos vieram morar em Natal, a convite do Arcebispo da época e, até hoje, estamos aqui, desenvolvendo e conduzindo este trabalho. Nesse período, também foi construído o convento de Santo Antônio, que se transformou em noviciado da Província do Nordeste”, conta. O frei Reginaldo também diz que algum tempo atrás, a Igreja de Santo Antônio foi sede de uma espécie de quartel militar, que funcionava ao lado da Igreja. “Aqui era um ponto de apoio para os militares. Nessa época, ela era conhecida como Igreja de Santo Antônio dos Militares. Depois, foi construída a sede definitiva para os militares, daí vieram os irmãos Maristas para tomar conta do templo religioso”, destaca.
Junho de 2018 |13
A ordem | Reportagem Igreja do galo O templo é mais conhecido pelos natalenses como “Igreja do galo”. Esse nome surgiu e se difundiu em virtude de um presente que o capitão-mor da província do Rio Grande do Norte, Caetano da Silva Sanches, deu à Igreja, que era justamente um galo de bronze. A função do galo era mostrar a movimentação do vento, que tinha o objetivo de indicar se iria chover e em qual ponto cardeal (Norte, Sul, Leste ou Oeste). Existem várias Igrejas no interior
do Brasil que têm o galo no topo do telhado. A história da Igreja com o animal já é antiga, uma vez que para celebrar o nascimento de Jesus, a missa do galo foi instituída no século V, celebrada à meianoite do dia 24 de dezembro. O nome teve origem no fato de Jesus ser considerado o sol nascente que veio nos visitar, clareando a escuridão. O galo representa a mudança de atitude de Pedro quando mente para não morrer. Neste caso, o galo evoca arrependimento e coragem.
Arquitetura A Igreja de Santo Antônio nunca passou por grandes reformas e mantém sua estrutura inicial até os dias atuais. O teto é simples, sem pinturas. No altar, o retábulo é todo esculpido em madeira e traz a imagem de Santo Antônio no centro. “Essa Igreja nunca passou por reformas significativas. Apenas, fazemos a conservação. Há pouco mais de oito anos, fizemos a restauração do altar, de modo que nunca fizemos nenhum tipo de mudança que pudesse afetar
Foto: Rivaldo Jr.
Igreja de Santo Antônio mantém características da sua construção até os dias atuais
14| Junho de 2018
Reportagem | A ORDEM na sua característica original. Tudo que temos aqui é originário da época da sua construção”, frisa. Ao longo dos anos, a Igreja de Santo Antônio não foi protagonista, mas esteve diretamente ligada a momentos históricos da consolidação de Natal, como importante capital brasileira, no período da Segunda Guerra Mundial. Festa de santo antÔnIo A Igreja de Santo Antônio tem celebrações bem tradicionais e uma destas é a festa do padroeiro, que acontece até o próximo dia 13. Neste ano, o tema que norteia os festejos é “O que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que vós tenhais comunhão conosco. A nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo.” (1 Jo 1,2). A programação diária conta com missas, presididas por um celebrante convidado. Além disso, é desenvolvida uma programação sócio-cultural, com várias atividades, entre elas, festival de prêmios e quermesse. O encerramento, no dia 13, vai contar com três celebrações, nos seguintes horários: 06h30, 10h e 18h30. Esta última será presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha.
SERVIÇO Igreja de Santo Antônio Endereço: Rua Santo Antônio, 698 Cidade Alta – Natal Telefone: (84) 3211-4236
MUSEU DE ARTE SACRA Também integra o complexo da Igreja e Convento de Santo Antônio, o Museu de Arte Sacra, que é administrado atualmente pela Fundação José Augusto, que pertence ao Governo do Rio Grande do Norte. O espaço foi criado no dia 21 de dezembro de 1988 e tem como proposta recolher, inventariar e expor objetos de arte religiosa do Estado. É um museu pequeno, com apenas três salas, mas que reúne um acervo com imagens de santos do século XVII até o século XX, além de pinturas, alfaias, mobiliários, ourivesaria e prataria, utilizados pela Igreja Católica ao longo dos anos. Con- Algumas imagens que estão expostas no tém, ainda, oratórios de Museu de Arte Sacra SÃO DATADAS dos camarinha, voltados para séculos XVII e XVIII a devoção doméstica. Entre as peças que estão expostas na primeira sala do museu, é possível ver um quadro de Nossa Senhora dos Prazeres, datado do início do século XX, que foi retirado da Igreja matriz de Goianinha. Já, na segunda sala, o visitante pode ver oratórios de devoção doméstica, além das alfaias e mobiliário utilizados nas celebrações. Já a terceira sala, que fica no primeiro andar do museu, é dedicada à ourivesaria e prataria, além de esculturas barrocas, neoclássicas e ecléticas. Algumas imagens, por exemplo, vieram da antiga Igreja de Extremoz, durante a missão jesuíta de São Miguel de Guajiru, que foram restauradas para compor o museu. Essas imagens, datas dos séculos XVII e XVIII são preciosas do ponto de vista histórico, uma vez que nada mais existe daquele tempo, além delas. A visitação ao museu é aberta ao público, de forma gratuita. As visitas podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 09h às 17h e aos sábados, das 09h às 12h.
Junho de 2018 |15
A ORDEM | Artigo
Estado permanente de paixão “Olha pro céu, meu amor!” Somos seres capazes de encontrar a cada dia um sentido para o que somos, temos, queremos e podemos. Seres resilientes na medida dos encontros e, quem sabe, desencontros. Um olhar para cima, para frente, para todos os lados nos fazem acreditar nas diversas possibilidades de sermos cada vez mais apaixonados e apaixonadas, isto é, prosseguir sempre num estado permanente de paixão que não nos agrida, não nos faça instrumentos da mesmice, tampouco da alucinação. Olhares contritos para um céu que a todo momento está em mutação visual eleva-nos, engrandece o sentimento de perto e de longe, de baixo e de alto, numa verdadeira natureza de contemplação do bem, do bom, e do belo, elementos éticos da convivência do amor. Olhemos para este céu vivo e imaginário, e descubramos, em meio ao deslumbramento, a possibilidade de fazer viva a força de estar mais presente na história da humanidade que sofre, que para, que caminha, que vive, que se quebra e regenera, que se conduz em caminhos diversos como diversas as capacidades de enfrentamento dos sentimentos, emoções e, acima de tudo, de razão em estar viva e presente sempre. ASSIm... “Veja como ele está lindo!” Um céu que permanece em cores, em traços que demarcam a existência de seres viventes em interação, demarca também o estar lindo para os olhos de quem contempla e traz desta ação uma profunda capacidade de olhar o alto e cobrir-se de zelo e compaixão por quem está perto em corpo, alma, coração. Há, neste sentido, um chamado de atenção para a beleza que se encarna no toque da natureza celeste, porém, muito mais, na beleza estética do amor
16| Junho de 2018
milton dantas da Silva Professor
que perdura entre seres em paixão. Somos chamados a, neste período junino, estabelecer uma maior entrega de sentimentos movidos pelo colorido das bandeiras, pelo acender de balões, pelo ruído do pipocaço dos fogos, pelo lumiar de fogueiras. Neste ambiente de garra e prosperidade a nossa mais intensa vontade de chegar mais perto das pessoas num compadrinhamento que estabelece relações. Uma paixão movida pela visualidade sempre nos traz à paixão plena da interioridade que se transforma na plenificação do amor. dESSA FOrmA É POSSívEL dIZEr: “Olha para aquele balão multicor que lá no céu vai surgindo!” No dia a dia do sentimento de apaixonados, apaixonadas, vão surgindo coisas novas capazes de fortalecer laços e adentrar ao mais recôndito lugar da afeição que se vai construindo a cada instante. São pensamentos, atos e não omissões que vão dando lugar à eternização do amor. É de paixão permanente que se vai encontrando traços de amor permanente. Assim, este estado permanente de paixão poderá sair da visão de alucinação e encontrar as mais diversas oportunidades de construir a firmeza que se quer num convívio amoroso em profundidade. Balões multicores surgem. Espaços celestes existem. Pessoas se encontram e, neste encontro, possibilidades mil vão surgindo num ímpeto de desejos e realizações como alianças que se firmam, dizendo sim, dizendo não, na medida da reflexão deste estado de paixão. Que possamos dizer juntos... “Foi numa noite igual a esta que tu me destes o coração; o céu estava azul em festa...” pois todos podemos ver um novo céu, uma nova terra e sermos verdadeiramente instrumentos de paixão.
| A ORDEM
Junho de 2018 |17
A ORDEM |Viver
O
cuidado com o meio ambiente se tornou algo cada vez mais urgente nos tempos atuais, em virtude das constantes mudanças que o planeta vem sofrendo, diante da ação humana. Pensando nisso, a Paróquia de São Pedro Apóstolo, no bairro Alecrim, em Natal, criou uma pastoral, dedicada a auxiliar no cuidado com a casa comum. Atualmente, o grupo é coordenado pelo agrônomo aposentado José Guerra. Na Paróquia, a pastoral teve início em julho do ano passado e desenvolve diversas atividades, como ações educativas e cultivo e distribuição de mudas. “Iniciamos esse trabalho aqui por motivação do Pe. Motta, que é o nosso pároco. Atualmente, mantemos um laboratório na casa paroquial, que possui uma área própria para o cultivo e manutenção das mudas. No laboratório, são cultivadas ervas, como alecrim, manjericão, arruda, além de diversa variedade de verduras, hortaliças e flores”, diz José Guerra. “A preocupação com o meio ambiente é atual e envolve toda a sociedade. Quanto mais cedo o tema for abordado com a população, maiores são as chances de despertar a consciência pela preservação”, alerta o agrônomo. Além desse trabalho de cultivo de mudas, a pastoral também atua no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) São Francisco de Assis, que fica situado no território da Paróquia, por meio de um trabalho de educação ambiental, voltada para os alunos, também no sentido de reforçar a importância do cuidado com o meio ambiente. “No mês de abril, as crianças do nível IV do CMEI São Francisco receberam a visita da pastoral, para aprender um pouco mais sobre o cultivo de hortas. Na escola, conseguimos organizar uma espécie de horta, utilizando garrafas pet como vaso, o que contribui também para a reciclagem desse material. Nesse encontro, tivemos a oportunidade de incentivar as crianças a criarem uma horta em casa, de maneira simples. Dessa forma, acreditamos que a gente teve a chance de despertar nos alunos o sentimento de responsabilidade em relação aos cuidados com o meio
18| Junho de 2018
Pastoral auxilia n com o meio am
ilia no cuidado eio ambiente
Viver | A
ORDEM
ambiente”, frisa. Para os que desejarem integrar a pastoral, José Guerra diz que o perfil do agente é o desejo de trabalhar com o meio ambiente. “Para as paróquias que não tem essa pastoral, nos colocamos à disposição para auxiliar na implantação”, reforça. DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE No próximo dia 05, se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 15 de dezembro de 1972, durante a Conferência de Estocolmo, que tratou sobre a temática. Durante esta conferência, também foi aprovado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O objetivo desta data, segundo seus criadores é conscientizar a população mundial sobre temas ambientais, principalmente aqueles que dizem respeito à preservação. Desta forma, a Organização das Nações Unidas (ONU) procurou ampliar a atuação política e social voltada para este aspecto. LAUDATO SI Em 2015, o Papa Francisco lançou a encíclica Laudato si (Louvado seja), que reflete sobre a preservação do meio ambiente. O texto é dividido em seis capítulos, em que o pontífice convida os cristãos homens e mulheres a refletirem sobre o tema e a pensar nos diversos males que a ação humana tem causado ao planeta terra, em virtude da busca do poder e do progresso econômico. Nessa encíclica, o Papa se dirige a cada pessoa e faz um apelo, sobre o urgente desafio de proteger a “casa comum” e inclui a preocupação de unir toda a família humana, na busca por um desenvolvimento sustentável e integral. Entre as principais reflexões, Francisco destaca a ecologia humana, a cultura do descarte e apresenta uma proposta de um novo estilo de vida. O novo documento do Papa faz uma breve resenha dos vários aspectos da atual crise ecológica. Retoma algumas argumentações que derivam da tradição judaica cristã, com o intuito de dar maior coerência ao compromisso com o meio ambiente, e resgata as raízes da situação atual, identificando as causas e os sintomas mais profundos. Francisco alerta para a necessidade imediata de debates sinceros e honestos, o que envolve a responsabilidade da política internacional e local (Fonte: www.paulus.com.br).
Junho de 2018 |19
A ordem | Notas Rivaldo Jr
Falece Pe. Gerard Hubert (Pe. Pio) Faleceu na madrugada do dia 27 de maio, o Pe. Gerard Hubert Hensgens (Pe. Pio). Ele estava internado no hospital a cerca de um mês e em decorrência do agravamento do seu quadro clínico, veio a falecer. A missa de corpo presente aconteceu na Igreja matriz do Sagrado Coração de Jesus e ele foi sepultado no cemitério do bairro Nova Descoberta. O Pe. Pio nasceu na Holanda, no dia 28 de março de 1932 e tinha 86 anos de idade. Pertencia à Congregação dos Redentoristas. Sua ordenação sacerdotal aconteceu no dia 16 de setembro de 1959. Desde 1968, estava em Natal, onde ficou conhecido como o desbravador da zona sul, quando se tratava de evangelização. Quando ele chegou à cidade, atendia as comunidades de Lagoa Seca e Morro Branco. Depois, foram surgindo os conjuntos de Candelária, Mirassol, Cidade Satélite, Pirangi, Neópolis e Ponta Negra. Estas comunidades, além das praias de Pium e Pirangi do Norte, recebiam a assistência religiosa do Pe. Pio, que contava com o auxílio do Pe. Lucilo Alves Machado. Idealizou e assumiu muitas ações sociais, evangelizadoras e catequéticas, ao longo desses vários anos, na Arquidiocese de Natal. Muito contribuiu para uma nova visão da atuação do poder político a serviço da cidadania e do bem comum. Até os dias atuais, mesmo com algumas limitações, continuou colaborando com a Igreja, na função de vigário paroquial do Sagrado Coração de Jesus, em Morro Branco.
Paróquia de Pureza : 10 anos de criação
Pascom Pureza
20| Junho de 2018
A Paróquia de Nossa Senhora da Pureza, situada no município de Pureza, celebrou no mês de maio, 10 anos de criação. Para marcar a data, a comunidade organizou o I Congresso Eucarístico paroquial, com o tema “10 anos de evangelização, alimentados e sustentados pela Eucaristia”. As atividades constaram de um tríduo, que foi realizado de 17 a 19 de maio, com uma intensa programação, envolvendo recitação do terço e ofício de Nossa Senhora, momentos de catequese, além de missas, que contaram com a presença de padres convidados. No dia 20 de maio, data da criação da Paróquia e solenidade de Pentecostes, a programação foi composta por momentos de louvor, palestras e adoração ao Santíssimo, pipocaço, procissão luminosa, culminando com missa solene. A Paróquia de Nossa Senhora da Pureza foi criada no dia 20 de maio de 2008 pelo então arcebispo metropolitano, Dom Matias Patrício de Macedo. Atualmente, a Paróquia tem como administrador paroquial, o padre William Lamarck.
Notas | A
Festa de
Santa Rita de Cássia
ordem
é encerrada com intensa participação de fiéis Além de ser o mês dedicado a Nossa Senhora, em maio também se celebra uma santa de intensa devoção popular: Santa Rita de Cássia. No território da Arquidiocese de Natal, os festejos são mais fortes nas comunidades paroquiais dedicadas a ela, em Santa Cruz e no bairro Ponta Negra, em Natal. As festividades se encerraram no último dia 22 de maio. Em Santa Cruz, a programação iniciou nas primeiras horas da manhã, reunindo milhares de fiéis, vindos de diversas cidades do Rio Grande do Norte e também de outros estados, como Ceará, Pernambuco e Paraíba. O ponto alto foi no final do dia, com a tradicional procissão pelas ruas da cidade e a missa de encerramento. Neste ano, a festa teve como tema “Santa Rita, inspiração dos leigos e leigas da Igreja de hoje”. No bairro Ponta Negra, a comunidade também festejou Santa Rita de forma fervorosa, com diversas atividades, como o tradicional novenário, que contou com a participação de padres convidados. No dia 21, a novena teve como celebrante o Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. Os festejos também se encerraram no dia 22, com missas, além da tradicional procissão. O tema escolhido para 2018 foi “Sal da terra, luz do mundo”.
Carla Priscila
Milhares de fiéis participaram do encerramento da festa de Santa Rita, em Santa Cruz
Brunno Antunes
Dom Jaime Vieira Rocha, Arcebispo de Natal, pregador da última novena de Santa Rita, em Ponta Negra
Assembleia
Setor Leigos organiza Arquidiocesana do Laicato
No próximo dia 25 de agosto, leigos e leigas que atuam nos mais diversos segmentos do território da Arquidiocese de Natal, são convidados para participar da Assembleia Arquidiocesana do Laicato, que está sendo organizada pelo setor leigos, em comemoração ao Ano Nacional do Laicato. A programação vai ser realizada no Centro de Convenções de Natal, das 08h às 17h. Já estão confirmadas para o evento, as participações de Laudelino Augusto, que é assessor da comissão de leigos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e auxiliou na construção do Doc. 105 da CNBB – Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, além do Pe. Joãozinho, SCJ, que vai fazer uma palestra-show durante a assembleia. O Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha vai presidir a missa de encerramento. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas nas paróquias da Arquidiocese e também na sala da coordenação de pastoral, que fica no Centro Pastoral Pio X (subsolo da Catedral). O valor da inscrição é R$ 30 reais. Outras informações ligue: (84) 3615-2800. Junho de 2018 |21
A ordem | Paróquias Fotos: Rivaldo Jr.
Várzea: tradição, fé e devoção a São Pedro
Pe. Gilvan Santos, administrador paroquial, em frente à Igreja matriz Junho é conhecido por ser um período de festas juninas, em honra a Santo Antônio, São João e São Pedro. Na cidade de Várzea, interior do Rio Grande do Norte, a população é fiel e devota de São Pedro Apóstolo e essa devoção iniciou ainda no surgimento do município. Segundo livro “Paróquias potiguares: uma história”, de autoria do Pe. Normado Pignataro Delgado (in memoriam), no final do século XIX, começaram a aparecer os primeiros sinais de povoamento das terras banhadas pelo riacho Várzea e pelo rio Jacu, que pertenciam ao município e Paróquia de Goianinha. Com a evolução do povoado, a comunidade começou a realizar seus cultos religiosos e logo a população ergueu uma capelinha, dedicada a São Pedro. A imagem, trazida de Portugal, tem mais de 150 anos.
22| Junho de 2018
Evolução da comunidade No início, a comunidade pertencia à Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres, em Goianinha, que tinha como pároco, o Mons. Armando Paiva. Vilma Anacleto, que reside em Várzea e é ministra da Eucaristia e catequista, acompanhou de perto o desenvolvimento da vida religiosa no município. “Nessa época, a Paróquia de Goianinha atendia quatro municípios; então, a assistência religiosa por parte do padre era comprometida. Mesmo assim, a gente reunia um grupo para rezar o terço e também fazer a adoração ao Santíssimo durante a semana”, conta. Vilma diz que aos domingos, os fiéis se reuniam na Igreja para ouvir a missa pelo rádio. “A gente colocava o rádio no altar e acompanhava a missa que era transmitida pela rádio Curimataú, diretamente de Nova Cruz. Na época, o
Paróquias | A ordem pároco era o então Pe. Matias Patrício, hoje arcebispo emérito. Quando chovia e trovejava, a transmissão ficava muito comprometida, mas, mesmo assim, a gente não deixava de acompanhar. Era a sede que os fiéis daqui tinham pela Palavra de Deus. Isso acontecia por volta dos anos 80”, enfatiza. O Pe. Gilvan Santos, administrador paroquial, diz que a comunidade evoluiu e fortaleceu os seus trabalhos com a chegada do então diácono Valtair Lira Lucas. “Nessa época, foram formados muitos grupos na comunidade e todo mundo se dedicou ao trabalho pastoral, porque teve, na figura do diácono, uma referência de pastor, de condutor das atividades”, frisa. Desde então, a comunidade cresceu, se desmembrou de Goianinha para se tornar Área Pastoral e mais à frente, Paróquia, no dia 08 de setembro de 2008. Integrava o território da Paróquia, na época, as cidades de Várzea, Espírito Santo e Jundiá. Depois, a comunidade de Espírito Santo foi desmembrada, também se tornando Área Pastoral e, mais à frente, Paróquia de Nossa Senhora da Piedade. Vida Pastoral Diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços fazem parte da vida da Paróquia de São Pedro Apóstolo. O Pe. Gilvan, que está à frente da comunidade há aproximadamente nove meses, diz que a comunidade é bem ativa nos trabalhos pastorais. “A Paróquia também vive a setorização. Hoje são sete setores paroquiais, com 10 comunidades, de forma que isso contribui com a proximidade do sacerdote com os fiéis, para o bom desenvolvimento e acompanhamento das atividades”, diz. A juventude também tem importante relevância na vida paroquial. Paulo Jordão, que integra a equipe de liturgia na Paróquia e auxilia nos demais trabalhos pastorais, conta que, no ano de 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), foi realizada a Semana Missionária, para acolher jovens de outros países e promover algumas atividades, antecedendo a JMJ. Em Várzea, uma programação foi organizada, só que a comunidade não recebeu jovens de fora. Os que vieram, se concentraram nas paróquias da capital. “Mesmo não acolhendo esses jovens, nós realizamos a programação que tínhamos pensado e daí surgiu o grupo Olha pra mim, que é composto por aproximadamente 120 jovens, que tem forte atuação na Paróquia”, diz.
< Paulo Jordão, agente pastoral da equipe de liturgia
Vilma Anacleto acompanhou de perto o crescimento da comunidade >
Festa do padroeiro Neste mês, a Paróquia de São Pedro Apóstolo festeja o padroeiro, com diversas atividades. O tema deste ano é “Pedro, apóstolo da fé, edificador da Igreja”. A programação vai ser realizada de 17 a 29 de junho, com missas, novenas, caminhadas penitenciais, passeio ciclístico, cavalgada, leilão, quermesse, atrações culturais, festival de quadrilhas, entre outras atividades. Saiba mais Endereço: Rua Dep. José Lúcio Ribeiro, 01 Centro - Várzea Telefone: (84) 3285-2290 Horários de missa (Igreja matriz): Segunda a Sexta – 06h; Domingo – 07h30 e 19h30.
Junho de 2018 |23
A ordem | Paróquias
Uma paróquia dedicada ao Apóstolo do Brasil Fotos: Rivaldo Júnior
Igreja Matriz de São José de Anchieta Em 9 de junho de 2001, o então arcebispo, Dom Heitor de Araújo Sales, criou a Paróquia do Bem-aventurado José de Anchieta, no bairro de Lagoa Nova, desmembrando-a da Paróquia de Nossa Senhora da Esperança, na Cidade da Esperança, em
24| Junho de 2018
Natal. Com a canonização do “apóstolo do Brasil”, em 3 de abril de 2014, a paróquia passou a ser dedicada a São José de Anchieta. O primeiro e atual pároco, Padre Francisco Lucas de Sousa Neto, chegou à comunidade, em 22 de
Paróquias| A ordem agosto de 2000, quando da criação da Área Pastoral. Segundo o pároco, o território da paróquia é um quadrilátero, dentro do bairro de Lagoa Nova. “A leste, o limite é a Av. Jaguarari; a oeste, a Av. Interventor Mário Câmara; ao sul, a Av. Mor Gouveia; e a norte, o limite é a Av. Nascimento de Castro,” explica. No mesmo bairro, também existe a Paróquia de São Camilo de Léllis. A paróquia de São José de Anchieta conta com a Igreja Matriz e a capela de São José Operário. Ação pastoral Padre Francisco Lucas recorda que quando chegou à comunidade, havia as pastorais ‘básicas’, como batismo e catequese. Ao longo dos tempos, foram sendo implantadas outras pastorais, movimentos e serviços. “O encontro de Casais com Cristo trouxe muitas pessoas para as pastorais, movimentos e serviços, assim como o Segue-me que também trouxe muitos jovens para a paróquia”, destaca. O padroeiro De acordo com o Padre Lucas, antes mesmo de ser área pastoral, a comunidade não tinha um padroeiro. “Falava-se em Santa Mônica. Mas, depois, houve uma votação e, no final, foi escolhido o bem-aventurado José de Anchieta”, explica. Português, das Ilhas Canárias, Anchieta chegou ao Brasil, na época do descobrimento, para trabalhar na evangelização. Considerado o ‘apóstolo do Brasil, foi beatificado em 22 de junho de 1980, pelo Papa João Paulo II, e, no dia 3 de abril de 2014, foi declarado santo, por intermédio de um decreto assinado pelo Papa Francisco. No bairro de Lagoa Nova, os fiéis festejam o padroeiro, no período de primeiro a 9 de junho, com missas, diariamente, às 19h, e, no último dia, também acontece a procissão pelas ruas próximas à Igreja Matriz, reunindo dezenas de fiéis. “Na parte social, temos a quermesse, com a venda de comidas regionais, sucos e refrigerantes. Desde o início, decidimos não vender bebidas alcoólicas na quermesse”, comenta o pároco.
Pe. Francisco Lucas, pároco Saiba mais ENDEREÇO Rua São José de Mipibu, 1515 – Lagoa Nova Fone: (84) 3615-2857 EXPEDIENTE A secretaria paroquial funciona nos seguintes dias e horários: de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h30 às 17h30, e, aos sábados, das 7h30 às 11h30. HORÁRIOS DE MISSAS Igreja Matriz . Segunda a sexta-feira – 7h . Sábado – 7h e 19h . Domingo – 8h, 11h e 17h . 1ª sexta-feira – 19h . 4ª sexta-feira – 19h (missa dos grupos pastorais) www.facebook.com/psjarn instagram.com/psjarn
Junho de 2018 |25
A ordem | Cultura Prefeitura de Mossoró
Festejos juninos resg cultura e tradições nord
Espetáculo “Chuva de balas no país de Mossoró” narra resistência mossoroense ao grupo de Lampião Fazer canjica em noite de São João, pular fogueira, brincar de roda e dançar quadrilha são algumas das tradições que se vive no período junino, mês em que se festeja Santo Antônio, São João e São Pedro. Segundo o dicionário de folclore brasileiro, essas tradições foram trazidas pelos portugueses e difundidas em todo o Brasil, sendo hoje, uma característica mais marcante entre o povo nordestino. O dicionário diz que a primeira tradição que se espalhou no Brasil foi a
26| Junho de 2018
fogueira de São João. O historiador potiguar Luiz da Câmara Cascudo, todos esses elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas. Na Paróquia de São João Batista, no bairro de Lagoa Seca, em Natal, os paroquianos mantêm
Cultura | A ordem
esgatam ordestinas
vivas algumas dessas tradições, entre elas, quadrilha, desfile para escolha da rainha do milho, entre outras atividades que acontecem no período da festa do padroeiro. O grupo da Pastoral da Terceira Idade, por exemplo, organiza, anualmente, algumas apresentações culturais, além de auxiliar na confecção da decoração da quermesse, que acontece todas as noites, após a novena. A festa vai ser realizada de 14 a 24 deste mês.
Algumas tradições Na época do surgimento dessas tradições, o Brasil sofreu grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as quadrilhas, como conhecemos nos dias de hoje. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região nobre de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da Península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros, em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio. Na região sudeste, por exemplo, é bem tradicional a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por Igrejas, colégios e empresas em geral. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha ocorre durante toda a quermesse. Outra tradição que é bem comum neste período é a trezena de Santo Antônio, que é conhecido popularmente como santo casamenteiro. Muitas mulheres fazem preces ao padroeiro para conseguir um marido. Ainda falando sobre tradições atribuídas a Santo Antônio, no dia 13, as Igrejas católicas distribuem o “pãozinho” de Santo Antônio. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos mantimentos da casa, para que nunca falte alimento e suprimentos para a família. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, também devem comer um pedaço do pão. Festas juninas no Nordeste Na região Nordeste, as festas ganham uma grande expressão, mesmo sendo comemoradas em todo o Brasil. Por ser uma região onde a seca é constante e afeta diretamente o povo do campo, os nordestinos aproveitam as festividades juninas para agradecer as chuvas na região, que servem para manter a agricultura. Também é neste período que muitos turistas visitam as cidades nordestinas, o que contribui para o aumento da produção, gerando melhorias na economia local. Nesta época, é comum a gera-
Junho de 2018 |27
A ordem | Cultura Cedida
ção de empregos temporários em hotéis, comércios e clubes nas cidades. A maioria dos visitantes é composta por brasileiros, mas também é comum encontrar turistas europeus, asiáticos e norte-americanos, que chegam ao Brasil para conhecer as festividades do mês de junho. Comidas típicas Bolo de milho, cuscuz, pamonha e é claro, a canjica, não pode faltar no cardápio junino. As comidas típicas prevalecem neste período. Como junho é o mês da colheita do milho, a maioria dos doces, bolos e salgados, relacionada aos festejos juninos, é feita com este alimento. Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, broa de fubá, cocada, bolo de batata e muito mais. Chuva de Bala A cidade de Mossoró, no interior do estado, recebe, neste mês, milhares de visitantes, para participar de um dos maiores festejos juninos do nordeste, o Mossoró Cidade Junina. São 30 dias de festa, com uma programação intensa, como festival de quadrilhas e apresentações culturais. Entre as atividades, o tradicional espetáculo “Chuva de balas no país de Mossoró”. A apresentação Elias Medeiros
Festival de Quadrilhas integra programação das festividades juninas 28| Junho de 2018
Grupo da Pastoral da Terceira Idade da Paróquia de São João Batista, na organização da decoração para os festejos narra a resistência do povo mossoroense, no episódio ocorrido no dia 13 de junho de 1927, em que o município entrou para a história como a primeira cidade nordestina a expulsar o bando do cangaceiro Lampião, com a participação do povo. A encenação já acontece há mais de 15 anos e conta com uma produção que envolve mais de 150 profissionais, além de 76 artistas. A encenação é realizada em frente à Igreja de São Vicente, local onde aconteceu o combate entre o bando de Lampião e a população de Mossoró, na época.
| A ordem
Junho de 2018 |29
A ordem | Artigo
Francisco: O Papa da alegria O povo de Deus, em seu imaginário de afeto sempre demonstrado na pessoa dos Romanos Pontífices, tem dedicado, através do tempo, qualidades associadas à vida e ao ministério episcopal do Bispo de Roma que definem, não somente os traços característicos da personalidade, da vida, da sensibilidade ou do caráter de cada Papa, mas também linhas distintivas do seu ensinamento, da sua atividade, da sua missão. Assim, por exemplo, São João XXIII é o “Papa da bondade”; João Paulo I, por sua vez é o “Papa do sorriso”; São João Paulo II é entitulado o “Papa da família”; Bento XVI, justamente, é o “Papa teólogo”, e assim por diante. É notório que Papa Francisco esteja marcando decididamente o seu episcopado romano através da alegria concebida seja como virtude, seja como um dom. Em uma homilia proferida na Casa Santa Marta, sua residência, poucos meses após a sua Eleição como Sucessor de Pedro, disse: «O cristão é alguém que vive da alegria. Alegria que não vem de motivos conjunturais, do momento. É algo mais profundo. A alegria é um dom do Senhor, que nos preenche dentro. É como uma unção do Espírito. E essa alegria está na segurança que Jesus está conosco e com o Pai.» «A alegria é peregrina» afirmou. «O cristão canta com a alegria, e caminha, e leva essa alegria. É uma virtude do caminho, aliás, mais do que uma virtude, é um dom. É o dom que nos leva à virtude da magnanimidade.» Palavras programáticas, que estavam já apontando para aquele seu grande sonho, que era o de levar à Igreja o fruto de uma sua riquíssima intuição, quando associou com veemente consistência o sentido da alegria cristã na proclamação do Evangelho com toda a sua gama de consequências incisivas na vida do corpo eclesial: nascia, aos 24 de novembro de 2013, a sua primeira 30| Junho de 2018
Exortação Apostólica, destinada ao episcopado, ao clero, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos, entitulada Evangelii Gaudium. A primeira asserção do sobre mencionado documento pontifício nos dá, por si mesmo, o cerne daquilo para que veio: «A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. » Naturalmente, em um pontificado como o do Santo Padre Francisco, onde o valor pastoral dos gestos verifica a grandeza do ensinamento, não somente perdura o teor simbólico da mensagem. Tal conteúdo funda raízes muito profundas no coração dos fiéis, os quais tendem a reconhecer eficazes sinais evangelizadores da alegria em um coração nitidamente pastoral e feliz, como é o do Papa, coração que busca acima de tudo a simplicidade, coração de Pastor que comunica por si mesmo a alegria que vem do Alto, no dizer da oração da Igreja. Certa vez, com muita insistência, denunciou: «Que coisa feia», disse - «são os cristãos com a cara torta, os cristãos tristes, uma coisa feia, feia, feia. De fato, acreditam que são cristãos, mas não o são plenamente» admitiu . Não seria motivo de espanto, se o mundo católico, entre tantas possibilidades, retivesse oportuno de evocar o Santo Padre Francisco no sugestivo título de “Papa da alegria”, dado que a alegria é a marca do cristão, e essa marca é constantemente vivida e admoestada no seu ensinamento pontifício. São Paulo com força exorta: “Alegrai-vos sempre no senhor. Repito: alegrai-vos” (Fil 4,4). Sigamos as orientações do Santo Padre
1 - cf. PAPA FRANCESCO, Meditazione Matutina. La malinconia non è cristiana,Venerdì, 10 maggio 2013. 2 - EG 1 3 -cf. PAPA FRANCESCO, Meditazione Matutina. Donne coraggiose, Martedì, 31 maggio 2016
Pe. Flávio José de Medeiros Filho Do Clero da Arquidiocese de Natal, a serviço da Basílica Papal Vaticana de S. Pedro, em Roma.
“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus.”
Personalidade | A ordem Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal
Diácono Josimar, testemunho de resignação e fé Há mais de seis anos, o Diácono Josimar Francisco de Macêdo, residente no bairro do Bom Pastor, na zona oeste de Natal, luta contra um câncer e tem feito desse sofrimento, um testemunho de fé. Nascido na capital, em 30 de novembro de 1969, foi ordenado diácono em 8 de junho de 2011. Logo após a ordenação, foi diagnosticado com câncer e começou uma jornada de luta, resignação, fé e amor pela vida e pela Igreja. É uma pessoa muito dedicada à oração e à vida na comunidade. Homem de fé, colocou-se nas mãos de Deus, na certeza de que Ele tudo pode, entregando todo seu sofrimento como oferta agradável a Ele, sem reclamar das tribulações, das dores, das angústias e das incertezas. Marido dedicado e pai de quatro filhos, reuniu a família em um laço de união e fé, na certeza de que nada falta para os que acreditam em Deus e se entregam à sua divina providência. Teve que interromper suas atividades trabalhistas, ficando assegurado pela perícia durante quatro anos, até que lhe fosse concedida a aposentadoria. Durante este período, o Diácono Josimar foi se destacando pela fé, paciência, humildade, perseverança e esperança em Deus. No hospital da Liga contra o Câncer, é admirado e respeitado pelos enfermeiros e médicos, pela forma como vive a sua fé: resignado na confiança, sem reclamar de nada, mas sempre com uma palavra de conforto e ânimo àqueles que o visitam e convivem com ele. Quando chega ao hospital, logo se espalha a notícia: «Seu Josimar está na casa!” E todos já vão ao seu encontro em busca de paz, de sabedoria e do seu amor ao próximo. Sua casa, no bairro do Bom Pastor, também é muito visitada por pessoas de várias paróquias, pelos irmãos diáconos e sacerdotes que veem no Diáconor Josimar uma pessoa que transmite o Evangelho em vida.
Mesmo diante de todo o sofrimento, ele se faz presente, quando tem condições, nos grandes momentos celebrativos da nossa Arquidiocese e ainda proclama o Evangelho nas celebrações, em sua comunidade. A Igreja de Natal rende graças a Deus por este dom que é o Diácono Josimar. Que sua vida seja um exemplo para cada um de nós que sempre que passamos por dificuldades, reclamamos ou perguntamos ao Senhor o porquê daquele sofrimento. Há uma frase dele que pode ajudar em nosso caminhar: “Muito mais do que ter uma vida de oração, é necessário orar com a vida.”
Junho de 2018 |31
A ordem |Em ação
Pastoral evangeliza no mundo do turismo “Descansar é um direito humano universal. Não pode, portanto, estar fora da ação pastoral da Igreja” Por Cacilda Medeiros
32| Junho de 2018
Em ação | A ORDEM
A
Pastoral do Turismo (Pastur) é relativamente nova, no Brasil, e tem o objetivo de evangelizar em qualquer lugar onde há turistas, seja no mar, nas montanhas, nos templos religiosos. “Gostamos muito de lembrar a expressão usada pelo Concílio Vaticano II, na Constituição Pastoral Gaudium et Spes: ‘nada que diga respeito ao homem pode ser indiferente ao coração da Igreja.’ O turismo, o descanso, fazem parte da natureza humana e dos desígnios de Deus sobre ele, desde a criação. Descansar é um direito humano universal. Não pode, portanto, estar fora da ação pastoral da Igreja. E nós fazemos isso, preparando as comunidades para acolher, formando turistas conscientes e defendendo direitos, o meio ambiente, o patrimônio cultural”, diz o coordenador nacional da Pastur, Padre Manoel Filho, que é da Arquidiocese de Salvador (BA). De acordo com o coordenador, apesar de ser uma pastoral de organização recente, a Pastoral está presente em todas as regiões do Brasil. “Trabalhamos com turismo religioso e cultural, turismo de base comunitária, formação de agentes e a luta contra tudo o que, na atividade turística, fere a dignidade humana”, explica. na arquIdIoCese de nataL A Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz, é a primeira da Arquidiocese de Natal a contar com a Pastoral do Turismo, implantada em junho de 2017. “Neste quase um ano, a Pastur vem trabalhando no acolhimento aos romeiros que chegam ao Santuário de Santa Rita, seguindo as quatro
diretrizes: acolher, preparar, prevenir e defender,” comenta o coordenador paroquial, Breno Dantas. Segundo o coordenador, a Pastoral está preparando outros projetos, como a criação de um memorial para a paróquia, que tem 183 anos de história. De acordo com o pároco de Santa Cruz, Padre Vicente Fernandes, a Pastur tem chamado a atenção de pessoas que, até então, não tinham trabalho pastoral na Igreja, como pessoas que trabalham na região com turismo de aventura e esportes radicais, além de agentes de viagem. “Apesar de ser uma pastoral nova, ficamos surpresos com a adesão das pessoas”, diz o padre. “Outro fator importante na Pastur é dar visibilidade às pessoas que são invisíveis, como o motorista do ônibus que leva os turistas, as pessoas que trabalham nos hotéis e pousadas, o fretante, o camelô… Sem essas pessoas, o turismo não existiria”, acrescenta. Para implantar a Pastoral do Turismo em uma paróquia, o primeiro passo é formar uma equipe, que se comprometa a rezar, estudar, planejar as ações e trabalhar. No território da Arquidiocese de Natal, as paróquias interessadas, devem entrar em contato com o Padre Vicente Fernandes, pároco da Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz. “A partir desse contato, podemos agendar uma data para ir até a paróquia, para apresentar a Pastur e falar da sua missão e ações”, adianta Padre Vicente. mais informações sobre essa pastoral site: www.pastoraldoturismo.com.br.
Junho de 2018 |33
A ordem | Saúde
Ano do Laicato
Milho Por Diác. Manoel Carlos Coord. do Setor Leigo
O sacerdócio comum Os cristãos leigos e leigas são portadores da graça batismal, participantes do sacerdócio comum, fundado no único sacerdócio de Cristo. Neste sacerdócio se baseia a fraternidade, a irmandade, a dignidade de todos na Igreja como única família de Deus, recebem, pois, o caráter sacramental que os diferencia dos não batizados. Vivem esse sacerdócio na oferta de si mesmo ao Senhor, na participação dos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, na vivência das virtudes, na ação evangelizadora, na constante busca de conversão e de santificação. O sacerdócio batismal concede direitos na Igreja. Dentre outros, lembramos alguns: Associar-se em movimentos de espiritualidade e apostolado, conhecer a fé, participar dos sacramentos, manifestar-se e ser ouvidos em questões de fé, cooperar na edificação do povo de Deus, educar os filhos na fé cristã. Este sacerdócio comum vem da pertença à totalidade do povo de Deus que são todos os batizados que, incorporados a Cristo, são convocados a fazer da Igreja casa e escola de comunhão. A imagem do Corpo de Cristo implica num forte compromisso ético de cuidado e solidariedade dos membros uns para com os outros, especialmente para com os mais fracos (1 Cor 12,1227). Em função do bem comum, a comunidade organiza-se no compromisso de cada membro e busca os meios de tornar mais operantes os dons recebidos do Espírito Santo.
34| Junho de 2018
Por Márcia Roque Braz nutricionista
Ele é um dos primeiros principais alimentos; seus grãos são carregados de amido, que se convertem em pura energia e fibras. Tem também vitaminas do complexo B, importante para o sistema nervoso. O grão pode ter duas diferentes características: o milho da pipoca, por exemplo, ganha de longe em fibras; ele é mais duro e com casca mais resistente. Já o milho verde é repleto dê carotenoides que se transformam em vitamina A. O grão branco do milho de mantinha, perde sua casca durante o processamento, mas bate todos os requisitos de ferro. Benefícios do milho: Protege o estômago de gastrite e úlceras; Ajuda no tratamento do diabetes; Reduz os riscos de tumores e infarto; Previne a degeneração macular; Evita prisão de ventre. Como age no organismo: O amido inibe a produção excessiva de ácidos, sobretudo no estômago, afastando problemas no sistema digestivo. As fibras solúveis e insolúveis do cereal formam um bolo no intestino, que pressiona suas paredes e favorece as contrações, facilitando no funcionamento do órgão, mas desde que se consuma bastante água. Portanto, o milho pode ser consumido cozido ou incluído em diversas receitas, como saladas, bolos, biscoitos, tortas, canjica e pamonha, além de poder ser incluído em preparações como arroz, molhos e carnes.
| A ordem
Junho de 2018 |35
A ORDEM | Viver
“o esporte é um lugar de encontro” Nos próximos dias, o mundo todo volta seus olhares para a Rússia, porque o país vai sediar a 21° edição do jogos da Copa do Mundo FIFA 2018. São esperadas 32 seleções na edição deste ano, que irão disputar a taça e o título de campeão do mundial de futebol. O Brasil é o único país a ter participado de todas as edições e tentará, mais uma vez, conquistar o almejado hexacampeonato. Em carta, enviada pelo Papa Francisco, dia 01 de junho, ao cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os leigos, a família e a vida, por ocasião do documento “Dar o melhor de si”, sobre a perspectiva do esporte e da pessoa humana, o santo padre destacou que o esporte é um lugar de encontro. É comum vermos, diariamente, nos telejornais, confusões e brigas ocasionadas pela rivalidade nas competições esportivas que acontecem nos estádios, fazendo com que o esporte fique banalizado e perca o viés da competição sadia, além do entretenimento. Nesse sen-
36| Junho de 2018
tido, o Papa Francisco convoca as pessoas a saírem do individualismo. “Em uma cultura, dominada pelo individualismo e pelo descarte das jovens gerações e dos idosos, o esporte é um âmbito privilegiado, no qual as pessoas se encontram, sem distinção de raça, sexo, religião ou ideologia, onde também podem experimentar a alegria de competir e atingir uma meta em equipe”, destaca Francisco. Ainda na carta, o Papa evidencia a função do esporte como instrumento de missão e santificação. “É importante transmitir a alegria que brota do esporte, que pode abrir caminhos para Cristo, em todo e qualquer lugar; as pessoas, ao darem testemunho desta alegria, em ambiente comunitário, se tornam mensageiras da Boa Nova de Jesus”, frisa. COPA DO MUNDO DA RÚSSIA A Copa do Mundo FIFA de 2018 ou Campeonato Mundial de Futebol FIFA de 2018 será a vigésima primeira
Viver
| A ORDEM Divulgação
JOGOS DO BRASIL NA PRIMEIRA FASE DA COPA
edição deste evento esportivo, um torneio internacional de futebol masculino organizado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), que ocorrerá na Rússia, anfitriã da competição pela primeira vez. Com onze cidades-sede, o campeonato será disputado entre 14 de junho e 15 de julho. A cerimônia de abertura vai ser realizada às 10h (horário de Brasília), na Arena Luzhniki, em Moscou. O primeiro jogo do mundial será entre Rússia e Arábia Saudita. O mundial será disputado em 11 cidades: Moscou, Ecaterimburgo, Samara, Saransk, Cazã, Sochi, Kaliningrado, Volgogrado, São Petersburgo, Níji Novgorod e Rostov do Don. A maioria dos estádios foi construída especialmente para o torneio, o que deve garantir uma tecnologia de
ponta na competição. Como mascote, a organização da competição deste ano escolheu o lobo Zabivaka. Mais de 53% das pessoas escolheram o personagem, superando outros animais que estavam no páreo, como um tigre e um gato. Seu nome significa algo como “Pequeno Goleador”.
Junho de 2018 |37
Viver
A ORDEM |
Liturgia da Palavra
Pe. Antônio Ranis Rosendo dos Santos, C.Ss.R Administrador Paroquial Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus A Igreja Católica celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus na primeira sexta-feira após o 2º domingo depois de pentecostes e da Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. Nos registros históricos, encontra-se que a festa foi celebrada pela primeira vez por bispos da França em 20 de outubro de 1672. O Papa Clemente XIII editou decreto aprovando a faculdade e privilégio para a celebração da festa na Polônia e na Arquidiocese Romana do Sagrado Coração em 25 de janeiro de 1765. O Papa Pio IX, atendendo à recomendação da sagrada congregação dos ritos, aprovou em 23 de agosto de 1856, a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, estendendo a toda a Igreja o direito de celebrar a festa do Coração Sacratíssimo de Jesus. Vários santos e santas se empenharam em promover o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Queremos destacar São João Eudes (presbítero francês, 1601-1680) que formulou o primeiro ofício litúrgico para a celebração. E Santa Margarida Maria Alacoque (Religiosa francesa, 1647-1690) que recebeu a graça de ter visões de Jesus durante adoração ao Santíssimo Sacramento. Ela ouviu as 12 promessas do Coração de Jesus, tão conhecidas, e conseguiu propagar a admiração por parte de milhares de fiéis até os dias de hoje. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus está estendida nos corações de todo o povo. Em resposta à bondade de Deus, manifesta-se com ato de fé, de amor e confiança de homens e mulheres que no cotidiano da vida conseguem obter graças e misericórdias de Deus Pai por
38| Junho de 2018
meio do Coração do Seu Filho Jesus Cristo. Vale lembrar o momento que no alto da cruz, ferido por uma lança, do Coração Santo jorraram sangue e água: redenção e vida para todos que acreditaram e acreditam nele. Jesus que dissera: “Vinde a mim, vós que andais cansados e curvados, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde, e vos sentireis aliviados”. (MT 11, 28-29). Aqui em Natal, foi criada em 13 de janeiro de 1963, a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus com a Igreja Matriz na área mais conhecida como Morro Branco. Pelas peculiaridades daquele tempo, foram constituídas as Paróquias Integradas de Lagoa Seca e Morro Branco. E foi entregue aos cuidados dos missionários redentoristas, que receberam a incumbência de pastorear com zelo missionário próprio do carisma da congregação redentorista, como também divulgar e propagar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, ajudando as pessoas a descobrirem junto desse Coração misericordioso a fonte da redenção e salvação. Por ocasião dos seus 55 anos de criação, a Paróquia Sagrado coração de Jesus, se prepara para celebrar a Solenidade de seu padroeiro neste ano dedicado ao laicato, tendo como tema: Sagrado Coração de Jesus, ajuda-nos a ser Sal da Terra e Luz do Mundo na sociedade em que vivemos. Convidamos você, leitor(a), devotos(as), paroquianos(as) e em especial as Paróquias que “nasceram” da Paróquia Sagrado Coração, todas ligadas por laços fraternos de vida cristã nessa parte do Corpo Místico de Jesus Cristo. Esperamos todos vocês.
| A ordem
RÁDIO RURAL DE NATAL
Junho de 2018 |39
A ordem |
40| Junho de 2018